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24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

FMEA COMO FERRAMENTA DE APOIO À IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA


DE GESTÃO AMBIENTAL

Eduardo Aiolfi Conte(1)


Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Técnico Bancário
Empresarial da Caixa Econômica Federal, Canoas – RS.
Darci Barnech Campani(2)
Engenheiro Agrônomo, Doutorando em Saneamento Ambiental – IPH/UFRGS, Professor Adjunto do
Departamento de Engenharia Mecânica da UFRGS.

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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo auxiliar na implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em
uma empresa do ramo Metal Mecânico da Serra Gaúcha, objetivando-se a criação de Critérios de Prioridade
para Ações Propostas. Para tal fim, optou-se o uso da FMEA (Failure Modes and Effect Analysis – Modos de
Falha e Análises de Efeitos) como ferramenta de apoio nesse processo. Basicamente, o trabalho consistiu-se
em um levantamento sobre os aspectos e impactos ambientais encontrados na empresa e através da utilização
da FMEA foram priorizados os Planos de Ação propostos para todas as áreas, desde as partes
administrativas, passando pelas instalações de produção, até as áreas externas. Cabe salientar que esta análise
compreende um passo primordial para a implementação do SGA. A utilização da FMEA para o processo em
questão consistiu na sua aplicação após o levantamento dos aspectos e impactos ambientais, nas causas
potenciais e nas formas atuais de controle. Após esses levantamentos, foram recomendadas ações corretivas
e/ou preventivas, tendo por base a análise dos itens anteriores. Para auxiliar esse processo, além das tabelas
geradas pela aplicação da FMEA, foi desenhado sobre a Planta Baixa da empresa um Mapa de Índices de
Riscos Ambientais, com as características da empresa de acordo com resultados das tabelas geradas pela
FMEA. Em seguida foram aplicadas as ações recomendadas para os pontos com Índice de Riscos Ambientais
(IRA) acima de 1000, sendo constatada a redução dos mesmos como decorrência, dando origem a novos
índices. Esses resultados serviram para geração de um novo Mapa de IRAs e de novos valores para as tabelas.
Por fim, com posse desses dados e uma breve análise comparativa, foi possível concluir que a aplicação da
FMEA para esta finalidade também cumpriu o seu objetivo enquanto ferramenta de suporte para Decisões
Gerenciais.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Gerenciamento Ambiental, FMEA, Aspectos Ambientais, Impactos


Ambientais, índice de Riscos Ambientais.

INTRODUÇÃO
Segundo Al Gore, em seu recente documentário “Uma Verdade Inconveniente” (An Inconvenient Truth), que
trata sobre o Aquecimento Global (Global Warming), as ações locais do homem têm impacto direto sobre o
Ambiente de todo o Planeta. Pelas suas observações e estudos, as previsões para os próximos 50 anos são
catastróficas se o homem continuar no ritmo atual de desenvolvimento. Pode-se fazer a mesma analogia
quando se observam os impactos não só em relação ao aquecimento global, mas levando em conta qualquer
ação que cause dano ao Ambiente, como o consumo exagerado de energia e bens naturais e geração
descontrolada de resíduos de qualquer espécie. Essas ações resultam em mudanças drásticas não só no padrão
de vida do homem, mas de todas as espécies que vivem no Planeta.

A conscientização ambiental vem sendo motivada pelas previsões pessimistas da saturação do Ambiente
como fornecedor dos insumos necessários para manter o atual padrão de consumo. Segundo MOURA (2000),
esse passou a ser encarado como um fator importante à manutenção da espécie humana e, conseqüentemente,
precisa ser considerado no desenvolvimento de produtos, na escolha dos processos industriais e nas

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ferramentas de apoio e instalações usadas para tal fim. Dessa forma, considera-se que um Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) voltado para o desenvolvimento sustentável pode ser uma importante ferramenta para
garantir a sobrevivência do planeta, controlar as suas reservas naturais e garantir a sobrevivência de quem
nele habita (MOURA, 2000). Essas características influenciam diretamente no aumento da competitividade
da empresa no âmbito organizacional atual, que é de constante evolução.

A difusão e a disponibilidade da informação é crescente em um mundo globalizado, o que leva ao


consumidor uma gama de oportunidades no momento de adquirir bens e serviços. Os consumidores mais
exigentes passam a escolher não só os produtos com melhor relação preço/desempenho, mas consideram
também a performance das empresas quanto à degradação ambiental e às questões sociais, difundidas através
da divulgação dos conceitos de desenvolvimento sustentável, principalmente depois da conferência da ONU
de 1992, no Rio de Janeiro. A orientação dos investimentos e do planejamento das atividades de um
empreendimento devem considerar sua eco-eficiência, buscando cada vez mais uma gestão baseada na
garantia de princípios para manter um desenvolvimento sustentável da sociedade (MEDEIROS, 2003). Neste
sentido, as atuais normas para certificação ambiental, a série ISO 14000, garantem a eficiência da empresa
em relação às questões e comprometimentos ambientais. Segundo CAMPOS (2001), a série ISO 14000
objetiva aperfeiçoar a capacidade das organizações para implementar um sistema de gestão ambiental e medir
a melhoria de seu desempenho ambiental de forma contínua.

De acordo com HELMAN (1995), a FMEA é um método de produtos ou processos, industriais e/ou
administrativos, usado para identificar TODOS os possíveis modos de falha e determinar o efeito de cada
uma sobre o desempenho do sistema (produto ou processo), mediante um raciocínio basicamente dedutivo.
Segundo PALADY (1997), a FMEA como ferramenta é usada como uma das técnicas de baixo risco mais
eficientes para prevenção de problemas e identificação das soluções mais eficazes em termos de custos, a fim
de prevenir estes problemas. Além disso, o método de FMEA pode auxiliar eficientemente na etapa de busca
das causas fundamentais dos problemas, bem como na etapa de elaboração do correspondente “Plano de
Ação” para seu bloqueio. A FMEA é uma técnica de confiabilidade que auxilia na avaliação de produtos e
processos, contribuindo para a redução da taxa de falhas. É também considerada como uma ferramenta de
gerenciamento de risco com enfoque preventivo, que auxilia na identificação de problemas potenciais, suas
causas e efeitos. A implementação correta e eficaz do gerenciamento de riscos através da FMEA faz parte das
melhores práticas de negócios, tanto no âmbito corporativo quanto na esfera estratégica. Neste sentido, este
método fornece um critério para priorizar as ações gerenciais a serem adotadas na solução dos problemas
abordados. A utilização da lógica inerente a este método tem sido empregada com sucesso, já que
freqüentemente permite chegar a essas prioridades com relativa facilidade. Com isso, a FMEA busca mostrar
o caminho mais fácil, rápido e de baixo custo a ser seguido para alcançar o resultado esperado na sua
aplicação.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em 1992, entram em vigor as normas britânicas BS7750 - Specification for Environmental Management
Systems (Especificação para Sistemas de Gestão Ambiental) que serviram de base para elaboração de um
sistema de normas internacionais de gestão ambiental, denominadas de série IS0 14000. Esta série é
composta pela ISO 14001 (a única norma que permite a certificação) e um conjunto de normas
complementares. A ISO 14001 é uma norma de gerenciamento das atividades de uma organização que tenha
impacto ambiental e não uma norma de produto ou desempenho (PEREIRA 2003).

A Gestão Ambiental requer um comprometimento da alta direção da organização com o estabelecimento de


uma clara Política Ambiental. Esta política deverá expressar seu compromisso ambiental, assumido-o perante
a sociedade, e definindo suas intenções e princípios com relação a seu desempenho ambiental. Sendo assim,
todos os membros das empresas devem participar, conscientes sobre a proteção ambiental. Contudo, segundo
PEREIRA (2003), a adoção da série de normas ISO 14000 por si só não garantirá resultados ambientais
ótimos; dependem também do processo de treinamento voltado para a mudança cultural exigida em face às
novas legislações ambientais. Para tanto, é necessário que a empresa estabeleça, mantenha e defina as
necessidades dos procedimentos de treinamentos apropriados, fazendo com que seus integrantes de cada nível
operacional e funcional estejam conscientes desta necessidade para sua própria capacitação.

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A conscientização do público, clientes e outros integrantes envolvidos nesta nova cultura ambiental, faz com
que as empresas levem em conta as Normas ISO série 14000, ou seja, estas percebem que terão uma
vantagem competitiva em relação às demais.

SÉRIE ISO 14000


Segundo PEREIRA (2003), a partir da última década as questões ambientais assumiram uma importância
crescente, fazendo com que as empresas sofressem significativas alterações. Com o intuito de atender às
novas exigências da sociedade como um todo (principalmente no que se refere a um Ambiente saudável), e de
representar a consolidação deste fato, foi lançada, em Setembro de 1996, a série de normas internacional ISO
14000. Desde então, se tornou reconhecida como um fundamento básico para um Sistema de Gestão
Ambiental (SGA). A idéia básica de todo processo é induzir a criação de uma linguagem comum para a
Gestão Ambiental. Estas normas foram redigidas de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de
organizações e para adequar-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais. Sendo assim, podem
ser utilizadas por qualquer tipo de organização industrial ou de serviço de qualquer porte, de qualquer ramo
de atividade (PEREIRA 2003). Deste modo, pode-se perceber que um Sistema de Gestão Ambiental é
essencial para que qualquer empresa possa prever e satisfazer as expectativas de desempenho ambiental e
assegurar a conformidade com as exigências nacionais e internacionais. Os elementos básicos de um SGA
incluem, de acordo com a Norma ISO 14001 (1996), a criação de uma Política Ambiental, o estabelecimento
de objetivos e alvos, a implementação de um programa para alcançar esses objetivos, a monitoração e
medição de sua eficácia, a correção de problemas e análise, e revisão do sistema para aperfeiçoá-lo e
melhorar o desempenho ambiental geral.

De acordo com PEREIRA (2003), a série ISO 14000 provocou maior incentivo à iniciação de atividades de
prevenção da poluição. A chave para essa prevenção é a integração bem sucedida das questões ambientais,
das operações, da estratégia do negócio e da participação de todos os integrantes da empresa, pois estes
participam de maneira ativa nas exposições. A NBR ISO 14000 é pró-ativa, ou seja, seu foco é na ação e no
pensamento pró-ativo, em lugar de reação e comandos e políticas de controle do passado. Ela também é uma
norma de sistema, ou seja, reforça o melhoramento de proteção ambiental pelo uso de um único Sistema de
Gerenciamento permeando todas as funções da empresa. A Série ISO 14000 também é conhecida como a ISO
“verde”. Ela baseia-se no ideal de aperfeiçoamento constante, exigindo que as empresas avaliem
constantemente e reduzam o dano provocado potencialmente ao Ambiente pelas suas atividades.

POR QUE USAR A SÉRIE ISO 14000?


As normas internacionais de Gestão Ambiental têm por objetivo prover às empresas os elementos necessários
para um SGA eficaz, possibilitando à empresa gerenciar, medir e melhorar os aspectos ambientais de suas
operações. Permite a uma empresa demonstrar que tem preocupação com o Ambiente. A sua implementação
também proporcionará economias, através da redução de desperdícios e do uso de recursos naturais. Ela dá
ênfase ao melhoramento contínuo, o que poderá proporcionar economias crescentes à medida que o sistema
está em funcionamento. Para atingir os objetivos ambientais, convém que o sistema de gestão ambiental
estimule as empresas a considerarem a implementação da melhor tecnologia disponível, quando apropriado e
economicamente executável (PEREIRA 2003). Além disso, é recomendado que a relação custo/benefício de
tal tecnologia seja integralmente levada em consideração (NBR ISO 14001). A empresa deve estabelecer e
manter um sistema de gestão ambiental, de acordo com os requisitos apresentados na Tabela 1.

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Tabela 1 - Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001, 1996).


Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental Ações
Política Ambiental Definição da Política Ambiental da organização.
Planejamento (identificar os processos que Aspectos Ambientais; Requisitos Legais e outros
estão agredindo o Ambiente; elaborar, Requisitos; Objetivos e Metas; Programa de Gestão
implementar e operar o SGA). Ambiental.
Estrutura e responsabilidade, treinamento, conscientização
Implementação e operação (Ações para reduzir e competência; Comunicação interna e externa;
os Impactos Ambientais Negativos). Documentação do SGA; Controle de documentos; Controle
operacional; Preparação e atendimentos a emergências.
Monitoramento e medição; Não-conformidade e Ações
Verificação e Ação Corretiva.
Corretivas e Preventivas; Registros; Auditoria do SGA.
A alta administração deve rever periodicamente e avaliar
Análise crítica pela administração.
os ajustes na Política Ambiental.

Percebe-se pela Tabela 1, que para implementar e operar um SGA é necessário o treinamento e a
conscientização de todos os integrantes de uma empresa, e tanto a comunicação interna como a externa são
necessárias para que estas ações possam ser executadas (PEREIRA 2003).

A Série ISO 14000 apresenta ainda outra questão importante com relação ao treinamento: todos na Empresa
devem absorver uma visão ambientalista. Segundo Tibor e Feldman (1996), esta série foi baseada em um
exemplo de operação industrial holístico orientado por sistemas. De acordo com PEREIRA (2003), essa
abordagem faz com que pessoas de diferentes partes da empresa (projeto, produção, qualidade, saúde,
segurança ambiental, etc.) trabalhem juntas. Isso requer trabalho de equipe, cooperação, boa comunicação e
um treinamento extensivo para tornar os integrantes conhecedores dos aspectos ambientais de seu trabalho. A
mudança cultural também demanda tempo e esforço. O objetivo é que todos os integrantes se apropriem das
questões ambientais de seu trabalho, que conseqüentemente se tornam ligadas às decisões básicas de negócios
por toda a empresa.

A implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, atendendo corretamente às necessidades de


treinamento, pode promover a redução dos custos internos das empresas, aumentar a competitividade e
facilitar o acesso aos mercados consumidores, em concordância com os princípios e objetivos do
desenvolvimento sustentável. O benefício mais claro da ISO Série 14000 é a padronização para ações
relativas ao Ambiente – e promoverá a melhoria ambiental através do atendimento aos regulamentos e da
demonstração do comprometimento com o gerenciamento ambiental.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental nas empresas tem um papel muito importante, uma vez que desperta cada integrante
para a ação e a busca de soluções concretas para os problemas ambientais – estes ocorrem principalmente no
seu local de trabalho, portanto, onde ele tem poder de atuação para a melhoria da qualidade ambiental dele e
dos colegas. Esse tipo de atitude ultrapassa a simples aquisição de conhecimento: ele faz o integrante ir em
busca de sua própria capacitação, e é fundamental que ele reconheça na Educação Ambiental um novo fator
de progresso.

Conceder mais autonomia aos empregados em suas funções tem provado ser uma das soluções mais
inteligentes para alcançar o sucesso. Sendo assim, a Educação Ambiental deverá eliminar as idéias errôneas
de que as soluções de problemas dependem somente das chefias ou dos setores de segurança e higiene.
Ninguém melhor do que o próprio integrante responsável por uma tarefa para dizer de que forma ela deve ser
executada, e como ajudar a resolver os problemas por ela apresentada.

Um dos objetivos da Educação Ambiental, no âmbito de toda a organização empresarial, deve ser a de
estimular a participação de todos os seus integrantes na apresentação de sugestões e propostas de ações. Deve,
ainda, permitir a reavaliação contínua dos resultados alcançados, através de campanhas de incentivo,
seminários internos, treinamentos e conscientização, utilizando os recursos hoje existentes. Alguns fatores
que contribuem para a aceitação dessas mudanças culturais são:

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 investimento em treinamento;
 estímulo à um alto volume de sugestões e idéias dos integrantes;
 reconhecimento e recompensa dos integrantes por sua participação ativa na melhoria da organização;
 sistemas de acompanhamento e monitoramento de desempenho e resultados;
 estruturas organizacionais baseadas em equipe;
 consciência do papel de cada indivíduo para os resultados organizacionais, dentre outros.

Segundo PEREIRA (2003), para que uma organização obtenha uma Certificação Ambiental, e também tenha
condições para mantê-la, é necessária a participação consciente de todos os seus integrantes, tanto internos
como externos à organização.

Basicamente, um SGA compreende um conjunto inter-relacionado de políticas, práticas e procedimentos


organizacionais, técnicos e administrativos de uma corporação, que visam melhorar seu desempenho
ambiental, bem como controlar e reduzir seus impactos no Ambiente (ROVERE, 2001). Especificamente, a
série da norma ISO 14000 foi estabelecida pela necessidade de avaliar a questão ambiental de forma mais
abrangente, promovendo uma abordagem comum à gestão ambiental, semelhante ao que já havia ocorrido em
relação à qualidade.

FMEA
CONCEITO DE FMEA
Apesar de sempre terem sido realizadas análises semelhantes a FMEA nos projetos e processos de
manufatura, a primeira aplicação formal da FMEA foi uma inovação da indústria aeroespacial em meados
dos anos 60 (MOURA, 2000). Atualmente essa ferramenta é utilizada nos mais variados locais, desde
indústrias de componentes, montadoras de automóveis e indústrias farmacêuticas até em hospitais.

Segundo VIEGAS (2005), a General Motors (GM) define a FMEA como “uma ferramenta analítica que
utiliza uma técnica para identificar e ajudar a eliminar produtos e processos com potenciais modos de
falhas.” MOURA (2000), no Manual de Referência da FMEA, descreve a ferramenta como um grupo
sistemático de atividades comprometidas em:
 reconhecer e avaliar a falha potencial do produto/processo e os efeitos desta falha;
 identificar ações que podem eliminar ou reduzir as chances das falhas ocorrerem;
 documentar todo o processo.

A FMEA é complementar ao processo de desenvolvimento de projeto e faz com que o mesmo contenha os
requisitos que satisfaçam plenamente as necessidades dos clientes. Este manual adiciona que os estudos de
“recals” (sem tradução) têm mostrado que o programa completo de FMEA poderia prevenir muitos deles.

STAMATIS (1995) define a FMEA como um método de análise de produtos ou processos, usado para
identificar todos os possíveis modos potenciais de falha e determinar o efeito de cada um desses modos sobre
o desempenho do sistema (produto ou processo), mediante um raciocínio basicamente dedutivo (não exige
cálculos sofisticados). É, portanto, um método analítico padronizado para detectar e eliminar problemas
potenciais de forma sistemática e completa.

Essencialmente, a FMEA é uma ferramenta que lista os possíveis modos de falhas de um produto, serviço ou
processo, e melhora esforços, focando os mais importantes aspectos ou características (REID, 2005). Segundo
HELMAN (1995), as etapas e a maneira de realização da análise são as mesmas, ambas diferenciando-se
somente quanto ao objetivo.

Assim, as análises de FMEA são classificadas em:


 Produto: são consideradas as falhas que poderão ocorrer com o produto dentro das especificações do
projeto. É comumente denominada também de FMEA de produto;
 Processo: são consideradas as falhas no planejamento e execução do processo, ou seja, o objetivo desta
análise é evitar falhas do processo, tendo como base as não conformidades do produto com as
especificações do projeto;

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 Apoio: quando é utilizada para outros fins, a não ser produto e processo, de acordo com ANDRADE
(2000).

OBJETIVOS DA FMEA
Conforme RIBEIRO (1998), um dos objetivos da FMEA é determinar se o nível de risco é aceitável. Caso
não seja, inicia-se identificando os componentes ou operação crítica. Em seguida, revisa-se o projeto/processo
de forma a eliminar ou reduzir a probabilidade de ocorrência, ou a severidade do efeito das falhas associadas.
Após, a Tabela do FMEA sofre uma reavaliação, para verificar se o nível de risco aceitável foi atingido.

Os principais objetivos na aplicação da FMEA são:


 identificar as falhas potenciais nos processos;
 avaliar o risco destas falhas;
 priorizar as ações a serem tomadas para minimizar ou eliminar esse risco;
 analisar novos processos;
 priorizar recursos para a elaboração de um plano de controle;
 avaliar a eficácia de planos de controle existentes;
 identificar características especiais.

IMPLEMENTAÇÃO DA FMEA
Idealmente, a FMEA deve ser uma ação “antes do evento”, e não um exercício “após o fato”. Para obter
melhores resultados, a FMEA deve ser feita antes de um modo de falha ter sido incorporado ao produto sem
ter sido percebido (MOURA, 2000).

No desenvolvimento da FMEA, o raciocínio segue de baixo para cima, ou seja, a partir de um item, mapear
todos os possíveis modos e efeitos de falha associados a este item. A FMEA fornece uma forma sistemática e
organizada de identificação das causas de falhas potenciais e ajuda a assegurar que todos os possíveis
mecanismos de falhas serão analisados (RIBEIRO, 1998).

A FMEA é apresentada sob forma de tabela que contém todos os dados organizados de cada uma das áreas
que apresentam algum tipo de risco dentro de um projeto/processo. Trata-se de um documento que deve ser
constantemente atualizado pela equipe que o desenvolve. Como seu desenvolvimento é formalmente
documentado, permite a padronização de processos, registrar históricos de análises de falhas para
posteriormente ser usado em outras revisões, e no encaminhamento de ações corretivas e/ou preventivas.

PASSOS PARA APLICAÇÃO DA FMEA


HELMAN (1995) define que os seguintes passos devem ser habitualmente seguidos para a condução de uma
análise via FMEA:
 definição da equipe responsável pela execução;
 definição dos itens do sistema que serão considerados;
 preparação prévia e coleta de dados;
 análise preliminar dos itens considerados;
 identificação dos modos de falha e seus efeitos;
 identificação das causas das falhas;
 identificação dos controles atuais de detecção das falhas;
 determinação dos Índices de Criticidade;
 análise das recomendações;
 revisão dos procedimentos;
 preenchimento dos formulários de FMEA;
 reflexão sobre o processo.

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RIBEIRO (1998), por sua vez, estabelece as etapas do desenvolvimento de um estudo de FMEA da seguinte
forma:
 definição do projeto ou processo e a equipe de estudo;
 definição de interfaces (limites) do projeto ou processo em análise;
 análise preliminar do projeto/processo e definição das informações que precisam ser reunidas;
 coleta de dados;
 preenchimento da Tabela de FMEA;
 revisão da Tabela de FMEA com o cálculo final dos riscos e indicações das ações recomendadas;
 detalhamento das ações de correção e melhoria.

METODOLOGIA
Com base no trabalho de ANDRADE (2000) e CAMPANI (2005), que analisam a aplicação de uma
ferramenta já existente para a FMEA na questão Ambiental, os seguintes passos foram seguidos na busca
para a implementação do SGA na empresa, foco de estudo deste trabalho:

 Definição da Política Ambiental.


Primeiramente, como foi visto, o ponto principal para esta implementação, deve ser a definição da Política
Ambiental. Com o intuito de atender esse requisito, foi sugerida uma Política Ambiental aos membros
Diretores e colaboradores da Empresa, a qual foi aprovada.

 Definição dos ambientes da empresa a serem analisados.


Para tal, sobre a Planta Baixa da empresa, delimitaram-se as áreas que possuíam alguns aspectos pertinentes
semelhantes, resultando em cinco setores para análise. Essas áreas e os locais da empresa que as compõem
podem ser vistos na Tabela 2, e os respectivos desenhos serão vistos adiante no item RESULTADOS.

Tabela 2: Divisões dos Setores da Empresa.


Setor 01 Administrativo
Locais integrantes:
1o andar: Hall de entrada, sala da recepcionista/secretária, sala da diretoria/engenharia, depósito, cozinha.
2o andar: Escada, sala do desenhista/reuniões, sala do RH, sala do diretor, depósito.
Setor 02 Pessoal
Locais integrantes:
Banheiro social masculino, banheiro social feminino, banheiros da produção, vestiário, sala
produção.
Setor 03 Área externa da fábrica
Locais integrantes:
Área frontal, área lateral A e B, área dos fundos.
Setor 04 Pavilhão 01
Locais integrantes:
Almoxarifado; área de armazenamento e corte de bobinas; calandragem de tubos, barras e
chapas estreitas; montagem de equipamentos e acessórios.
Setor 05 Pavilhão 02
Locais integrantes:
Área de usinagem (torno, CNC, fresa, furadeiras), dobra, guilhotina, calandra de chapas largas,
montagem e armazenamento dos filtros vitivinículos, fabricação dos acessórios. Área de
Polimento.

 Visita coletiva com um responsável de cada área para levantamento dos aspectos e impactos ambientais
de cada local a ser analisado.

 Identificação dos Aspectos e Impactos Ambientais dos Setores.


Para auxiliar nessa etapa, tendo em vista uma uniformidade nos itens a serem levados em conta, foi
elaborado um Roteiro para uma Boa Análise Ambiental, conforme proposto por BIRNFELD (2006).
Adaptando esse material, foram estipulados alguns pontos importantes a serem considerados:

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Poluição atmosférica;
Poluição líquida;
Poluição visual;
Poluição sonora;
Resíduos sólidos gerados;
Resíduos líquidos gerados;
Gases e/ou vapores gerados;
Consumo de água;
Consumo de energia;
Consumo de materiais diversos;
Produtos descartados ou reaproveitados;
Áreas e formas de armazenamento de produtos.

Com o intuito de complementar esta etapa, tendo em vista uma uniformidade nas questões importantes a
serem consideradas, e tendo sempre o cuidado em não fazer julgamentos nas abordagens diretas aos
funcionários, mas apenas coletar o maior número de informações e com mais detalhes possíveis, foram
sugeridos alguns questionamentos para auxiliar nos itens a serem levantados:
Quais os processos de transformação que são realizados nesse ambiente?
Quais os materiais utilizados nesses processos?
Quais os demais produtos usados desse ambiente?
Quais os resíduos gerados?
O que é feito com esses resíduos?
Algum material é reaproveitado? Qual? Como?
Como os materiais são armazenados?
Há alguma forma de controle do uso desses materiais e produtos?
Como é a iluminação no ambiente de trabalho?
Há algum ruído gerado no ambiente? Qual?
Geralmente é muito quente ou muito frio nesse ambiente?

 Discussão e elaboração das tabelas que fixam os índices de criticidade.


Para tal procedimento, foram determinados quatro índices de criticidade conforme segue:

GRAVIDADE DO IMPACTO (G):


Segundo HELMAN (1995), o Índice de Gravidade deve refletir a gravidade do efeito da falha sobre o
“cliente”, assumindo que o tipo de falha ocorra. O presente trabalho procura avaliar a gravidade de um
impacto ambiental de um modo potencial de falha ao Ambiente, conforme Tabela 3.

Tabela 3 - Diretrizes para classificar o Índice de Gravidade do impacto.


1 Dificilmente será visível.
2 Muito baixa para ocasionar algum impacto imediato ao ambiente.
3 Baixa mas poderá ocasionar impacto ao ambiente em longo prazo.
4 Não conformidade com a Política de Gestão Ambiental da Empresa. Impacto baixo ou muito baixo
sobre o Ambiente.
5 Não conformidade com requisitos legais e normativos. Potencial de prejuízo baixo ao Ambiente.
6 Não conformidade com requisitos legais e normativos. Potencial de prejuízo moderado ao Ambiente
7 Impacto somente à saúde das pessoas diretamente envolvidas com a tarefa.
8 Sérios prejuízos a saúde das pessoas diretamente envolvidas com a tarefa, com baixo impacto ao
Ambiente.
9 Sérios prejuízos a saúde das pessoas diretamente envolvidas com a tarefa, com moderado impacto ao
Ambiente.
10 Sérios riscos ao Ambiente e à saúde das pessoas nos arredores da Empresa.

OCORRÊNCIA DA CAUSA (O):


É uma estimativa das probabilidades combinadas de ocorrência de uma causa de falha, e dela resultar o tipo
de falha no produto/processo (HELMAN 1995). Trata-se da probabilidade de ocorrência de uma especifica
causa/mecanismo, conforme Tabela 4.

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Tabela 4 - Diretrizes para classificar o Índice de Ocorrência da causa.


1 Improvável Não foi observada ocorrência em período maior que o de referência.
2 Remota Ocorreu uma vez no período, mas é improvável uma nova ocorrência.
3 Muito Baixo Ocorreu uma vez no período, e pode ocorrer novamente.
4 Baixo Ocorreu duas vezes no período de observação.
5 Médio Baixo Ocorreu três vezes no período de observação.
6 Médio Ocorreu quatro vezes no período de observação.
7 Médio Alto Ocorreu cinco vezes no período de observação.
8 Alto Ocorreu seis vezes no período de observação.
9 Muito Alto Grande possibilidade de ocorrer cada vez que executada a tarefa.
10 Sempre Ocorre sempre que se executa a tarefa.

Para o controle desse índice foi considerado um período de 6 meses, que foi o tempo estipulado pelos
responsáveis da empresa para a análise dos itens em questão.

GRAU DE DETECÇÃO (D):


HELMAN (1995) define como sendo este o índice que avalia a probabilidade de a falha ser detectada antes
que o produto chegue ao “cliente”. Na Análise Ambiental a relação entre a detecção e a solução de uma
ocorrência foi utilizada conforme a Tabela 5.

Tabela 5 - Diretrizes para classificar o Grau de Detecção e Solução.


1 Detecção rápida e solução rápida.
2 Detecção rápida e solução a médio prazo.
3 Detecção a médio prazo e solução rápida.
4 Detecção rápida e solução a longo prazo.
5 Detecção a médio prazo e solução a médio prazo.
6 Detecção a longo prazo e solução rápida.
7 Detecção a médio prazo e solução a longo prazo.
8 Detecção a longo prazo e solução médio prazo.
9 Detecção a longo prazo e solução longo prazo.
10 Sem detecção e/ou sem solução. (Sem controle).

Na tentativa de auxiliar o preenchimento desse item, foi considerada como solução rápida tudo o que pode ser
feito imediatamente, solução média o que levaria em torno de 3 meses, e solução a longo prazo o que levaria
até 6 meses para ser efetuada.

FACILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DA AÇÃO RECOMENDADA (F):


A Tabela 6 relaciona o número de pessoas envolvidas para operacionalizar a solução e o tempo gasto para a
aplicação do plano de ação, bem como os custos envolvidos.

Tabela 6 - Diretrizes para classificar a facilidade de implementação da ação recomendada.


CUSTO Nº de PESSOAS TEMPO
1 Não existe tecnologia ou o custo da mesma é inviável.
2 Alto Todas Alto
3 Alto Apenas envolvidas com a tarefa. Alto
4 Alto Todas Baixo
5 Alto Apenas envolvidas com a tarefa. Baixo
6 Baixo Todas Alto
7 Baixo Apenas envolvidas com a tarefa. Alto
8 Baixo Todas Baixo
9 Baixo Apenas envolvidas com a tarefa. Baixo
10 Mínimo custo ou custo beneficio de retorno imediato.

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Para uma uniformidade nos índices estabelecidos nessa tabela, entrou-se em comum acordo com os
Sócios/Diretores de que valores de custo abaixo de R$1.000,00 seriam considerados baixos, e acima deste,
seriam considerados altos. Para o tempo em questão, considerou-se o mesmo citado no item anterior.

 Identificação das causas potenciais dos Aspectos/Impactos Ambientais para cada área.

 Identificação dos controles atuais de detecção das falhas ou causas.


Levantamento das formas de controle, principalmente de consumo, sendo analisados quanto às possibilidades
de responderem a implementação das ações pretendidas.

 Desenvolvimento dos Planos de Ações (Ação Recomendada).


São estipuladas ações de prevenção e/ou correção a serem tomadas a fim de sanar ou conter os aspectos e
impactos ambientais. Essa etapa foi realizada em conjunto com o responsável de cada área que acompanhou a
visita durante a etapa de levantamento dos aspectos e impactos ambientais, e também contou com a
participação de um dos Sócios/Diretores da empresa.

 Atribuição dos valores aos índices de criticidade, conforme as tabelas do Item 5.

 Determinação do Índice de Risco Ambiental (IRA).


Este índice é obtido pela simples multiplicação dos valores estimados para cada um dos 4 índices anteriores,
fornecendo uma escala hierarquizada da relevância de cada aspecto/impacto analisado, variando entre 1 e
10000. Foram destacados como itens de prioridade para implementação do plano de ações aqueles que
possuíam IRA maior que 1000, seguindo uma ordem decrescente de prioridade. Foi calculado o somatório
dos IRAs, dando origem ao IRAT (IRA Total), na perspectiva de se ter um indicador para a Gestão
Ambiental como um todo.

 Discussão para o Plano de Ações.


Tendo por base os resultados anteriores, esta etapa consistiu em reuniões com responsáveis de cada setor da
empresa, juntamente com um representante da Diretoria, para serem discutidas ações viáveis que seriam
tomadas em relação aos pontos que apresentaram maior IRA.

 Aplicação do Plano de Ações.


O representante de cada área ficou como responsável para a implementação das atividades escolhidas. Foi
estipulado um período de 3 meses para serem tomadas essas providências.

 Revisão do Plano de Ações.


Visando a melhoria contínua, após serem executadas as ações anteriores, foi recalculado o Índice de Riscos
Ambientais (IRA) para esses pontos, bem como o IRAT, gerando novos valores. De posse desses novos
resultados, foi possível fazer uma outra análise nos pontos onde foram tomadas as ações escolhidas,
verificando os efeitos dessas ações. Os pontos que obtiveram sucesso tiveram os seus IRAs consideravelmente
reduzidos, gerando uma nova escala de prioridades. Com isso, é possível continuar sugerindo ações a partir
dos novos índices gerados, garantindo assim um processo de melhoria contínua.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
 Definição da Política Ambiental.
A política adotada pela Empresa pode ser vista no Quadro 1.

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Quadro 1: Política Ambiental.


Comprometimento Ambiental:
A principal meta da Empresa em relação ao Ambiente é a certificação ISO 14001. As normas ISO 14001
identificam as empresas comprometidas com procedimentos que visam à preservação dos recursos naturais,
à menor geração de resíduos que causam impactos ambientais, à obediência às normas legais vigentes.
Estabelecem ainda, metas de melhoria contínua no seu desempenho ambiental.
Política Ambiental:
A Empresa, fabricante de equipamentos e máquinas em Aço Inox, orientada por seus princípios
corporativos, está continuamente preocupada em preservar o Ambiente e promover um local de trabalho
seguro e saudável para seus colaboradores, empenhando-se em:
» Atender aos requisitos estipulados pela legislação e a outros requisitos aplicados a seus negócios.
» Alcançar objetivos e metas Ambientais, segurança e saúde;
» Melhorar continuamente o seu desempenho através da prevenção da poluição e da melhoria do ambiente
de trabalho;
» Avaliar, previamente, os efeitos provocados pela utilização de novos materiais e processos no ambiente,
na segurança e na saúde;
» Contribuir com a sociedade;
» Cooperar com os parceiros comerciais nas atividades relacionadas ao Ambiente;
» Treinar e conscientizar continuamente seus colaboradores nas atividades e práticas relacionadas ao
Ambiente, à segurança e à saúde.

 Tabelas geradas.
O levantamento originou cinco tabelas relativas a cada área analisada, sendo elas:
Tabela 7: Setor 01 – Administrativo.
Tabela 8: Setor 02 – Pessoal.
Tabela 9: Setor 03 – Área externa.
Tabela 10: Setor 04 – Pavilhão de produção 1.
Tabela 11: Setor 05 – Pavilhão de produção 2.
Cabe ressaltar que cada caixa referida nas tabelas possui duas lâmpadas fluorescentes.

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Tabela 7: Setor 01 – Administrativo.

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Tabela 8: Setor 02 – Pessoal.

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Tabela 9: Setor 03 – Área externa.

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Tabela 10: Setor 04 – Pavilhão de produção 1.

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Tabela 11: Setor 05 – Pavilhão de produção 2.

 Mapas de IRAs.
De posse dessas tabelas e da Planta Baixa da empresa, foi criado um Mapa de IRAs antes de serem discutidas
as ações a serem tomadas, o que facilitou a visualização das áreas críticas e auxiliou na elaboração dos Planos
de Ação para cada item. Após tomar as providências cabíveis, e tendo como dados os novos resultados dos

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IRAs, esse Mapa foi redesenhado, gerando novas áreas. Essas Plantas Baixas podem ser vistas nas Figuras 1
e 2, respectivamente.

Figura 1: Mapa de IRAs iniciais.

Figura 2: Mapa com novos IRAs.

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 Análises.
Analisando as tabelas geradas e as Plantas Baixas, é possível verificar alguns itens importantes:

Primeiro: Havia uma grande negligência quanto ao consumo descontrolado de Recursos Naturais, tanto em
relação à Energia Elétrica quanto em relação à água utilizada e geração de resíduos. Isto pode ser visto nos
Setores 01, 02, 04 e 05.

Fazendo um cálculo simples, apenas pela quantidade de lâmpadas fluorescentes diminuídas e incandescentes
substituídas, pôde-se observar uma considerável redução no consumo de Energia Elétrica. Para efeito de
cálculos, o tempo considerado foi de 8 horas por dia, 5 dias por semana, em torno de 261 dias ao ano, o que
equivale a aproximadamente 2088 horas por ano. Esse resultado pode ser visto na Tabela 12.

Tabela 12: Comparação do consumo de Energia Elétrica com a troca do tipo das lâmpadas.
Horas/ano 2088 Valor kW/h R$ 0,61
Antes
Tipo Quantidade Potência (W) Consumo Anual (kW/h) Valor anual
Fluorescentes 4 40 334,1 R$ 203,79
1 150 313,2 R$ 191,05
Incandescentes
4 100 835,2 R$ 509,47
Total 9 290 1482,5 R$ 904,31
Depois
Tipo Quantidade Potência (W) Consumo Anual (kW/h) Valor anual
2 25 104,4 R$ 63,68
Eletrônica 1 25 52,2 R$ 31,84
3 25 156,6 R$ 95,53
Total 6 75 313,2 R$ 191,05
Redução anual 78,9% R$ 713,26

Ainda em relação à questão de Energia Elétrica, equipamentos que eram ligados juntos passaram a ser
usados separadamente, quando realmente necessários, através da instalação de interruptores duplos. É o caso
dos exaustores dos banheiros e das salas onde apenas um interruptor ligava todas as lâmpadas.

Por outro lado, observando-se a situação dos Setores 4 e 5, Pavilhões 01 e 02, respectivamente, pode-se notar
uma questão interessante: a medida para baixar as luminárias nos pontos onde era possível mostrou-se
eficiente, comprovado pela simples verificação visual da área; já a ação recomendada de realizar um estudo
para a diminuição do número de lâmpadas, tendo por base o resultado positivo alcançado nos Setores 1 e 2
(Administrativo e Pessoal), mostrou-se inviável para estas áreas. Isto se deve ao fato da altura do pé direito
dos pavilhões – 12 metros, o que tornaria ineficiente a diminuição no número de lâmpadas. Tentou-se
solucionar esta divergência através de outras ações recomendadas, como instalar as luminárias nas colunas e
paredes, ou aumentar o número de telhas translúcidas. A tomada dessas ações em conjunto garantiria o
sucesso nesse item.

Quanto ao Argônio, utilizado como gás de proteção nos processos de solda, cada operador regulava a
máquina sem controle algum de vazão, o que acarretava em um consumo descontrolado desse gás. Com a
numeração e regulagem da vazão de cada máquina, esse controle ficou mais fácil e um estudo de consumo
tornou-se possível. Por fim, constatou-se que a melhor ação a ser tomada para se garantir uma vazão
constante e uma regulagem permanente desta, seria a compra de uma válvula economizadora de gás, que é
instalada no interior de cada máquina, evitando assim que o operador regule sem controle a vazão do gás.
Mas, devido ao preço dessa válvula, essa ação foi considerada fora de questão no momento.

Segundo: Outro item interessante, em relação ao desperdício de água, pode ser visto no conserto da torneira
do banheiro social masculino, onde a simples substituição da borracha interna de vedação reduziu o número
do IRA em dez vezes.
Já a fabricação de um tanque específico para a utilização da mesma água nos testes dos filtros, garantiu uma
redução considerável no número do IRA correspondente. Isso poderá ser observado também quando o tanque
externo for tampado e a água contida neste for utilizada somente para o reparo dos tanques em altas pressões.

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Terceiro: Em relação a Geração de Resíduos, o simples fato de os funcionários da empresa usarem xícaras e
copos de vidro ao invés de copos plásticos cada vez que fosse tomado café ou água, reduziu enormemente o
volume de lixo gerado por esses materiais, tendo em vista a grande quantidade de vezes ao dia em que isso
era feito.

Ainda neste aspecto, um ponto interessante que não só reduziu consideravelmente a geração de Resíduos,
mas trouxe à Empresa uma economia considerável, foi a mudança no processo de fabricação das Porcas SMS
que são usadas nos Filtros Vitivinículos. Feita em Aço Inox AISI 304, essa porca era fabricada basicamente
pelo corte de uma barra de Aço maciça num diâmetro um pouco maior do que o necessário, utilizando uma
Serra Fita; em seguida, passando por processos de usinagem em um torno, onde eram faceadas as laterais,
fazendo depois um furo de centro, um pré-furo, um furo passante, e por fim a usinagem dos chanfros. Essas
operações necessitavam da virada da peça uma vez para possibilitar a usinagem das duas faces. A próxima
etapa consistia nas operações de acabamento final externo, interno e da rosca interna, onde eram controladas
com mais exatidão todas as dimensões finais da peça. Essas operações eram realizadas em uma máquina
CNC, e também necessitavam da virada da peça uma vez para possibilitar todas as etapas e garantir as
dimensões finais desejadas. Finalmente, as peças eram colocadas de 9 em 9 em uma fresa, onde eram feitos
os rasgos de chaveta, usados para apertar a porca.

Essa seqüência de operações foi substituída pela fabricação terceirizada da Porca por Microfundição e
posteriores operações de acabamento e rosca feitas na empresa. Foram coletados dados levando-se em conta
alguns parâmetros que poderiam ser considerados relevantes para a comparação entre as duas seqüências de
processos. Vale esclarecer que a matriz para a fabricação da porca microfundida foi fornecida pela Empresa,
e seu custo encontra-se computado nas tabelas comparativas. Os resultados dos testes com todas as operações
envolvidas nos dois processos podem ser vistos na Tabela 13.

Tabela 13: Resultados da comparação entre os processos produtivos de uma Porca SMS de 1 polegada.
Processo 01: Corte, furação e usinagem. Processo 02: Fundição e usinagem.
Material: Aço inox 304 Valor ao kg: R$ 17,00
Tabelado: Aço 304, barra Ø55,56mm = 20,90 kg/m
Custo operador: R$/h 10,71
Eletricidade: R$/kW/h 0,61
Processo 01: Processo 02:
Peso Inicial: 522,5 g Custo total da Matriz: R$ 300,00
Valor Inicial: R$ 8,88 Peso Inicial: 189,3 g
Lote 100 pç: R$ 888,25 Valor Inicial: R$ 5,75
Tempo total: 22:35 min Lote 100 pç: R$ 575,00
Consumo: 4,81 kW Tempo total: 06:10 min
Energia: R$ 2,93 Consumo: 2,14 kW
Peso Final: 121,0 g Energia: R$ 1,30
Valores MO: R$ 10,08 Peso Final: 105,3 g
Valor final: R$ 21,90 Valores MO: R$ 2,75
Lote 100 pç: R$ 2189,51 Valor final: R$ 9,81
Diferença no peso por lote de 100 peças: Lote 100 pç: R$ 980,66
Maciço: 52,25 kg Diferença no valor por lote de 100 peças:
Final Usinado: 12,1 kg Fabricação pelo processo 01: R$ 2189,51
Sucata Usinado: 40,2 kg Peças Microfundidas: R$ 575,00
Microfundido: 18,93 kg Fabricação pelo processo 02: R$ 980,66
Final Microfundido: 10,5 kg Total por Microfusão: R$ 1555,66
Sucata Microfundido: 8,4 kg Diferença: R$ 633,85
Diferença Sucata 31,7 kg Matriz: R$ 300,00

Por fim, foram gerados alguns gráficos comparativos para a melhor visualização dos itens analisados e dos
dados levantados que foram considerados importantes, como Número de Operações envolvidas; Tempo Total
para os dois processos; Diferença de Peso (no qual se pode observar a quantidade de material utilizado e de

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resíduo gerado) e a Diferença de Custos, sendo comparados os custos totais de cada processo. Esses
resultados podem ser vistos nas Figuras 3, 4, 5 e 6.

Figura 3 Figura 4

Número de Operações Tempo


[m in]
12 22:35
1
10
10 0,8
7 16:25
8
0,6
6
3 0,4
4 6:10
2 0,2

0 0
Processo 01 Processo 02 Diferença Processo 01 Processo 02 Diferença

Figura 5 Figura 6

Diferença de Peso Comparação de Custos


[R$]

21,89
[g]
522,5

25
600
401,5

500 20
333,2

317,5

400

12,09
15
10,08
189,3

300
8,88

9,8

7,33
10
105,3
121

5,75
200
84

2,93
15,7

2,75

3,13
100 5

1,63
1,3

0
0
Processo 01 Processo 02 Diferença
Processo 01 Processo 02 Diferença
Peso inicial Peso Final Sucata Energia Mão de Obra Matéria Prima Custo Final

Os dados usados nessa análise foram gerados levando-se em conta a produção de uma Porca SMS de uma
polegada. A análise desses resultados mostra uma redução considerável, tanto no custo final da peça quanto
na quantidade de matéria-prima usada e quantidade de Resíduos gerados devido a mudança no processo de
fabricação.

Por fim, o aproveitamento dos restos das chapas que se encontravam espalhadas ao redor da Empresa para a
produção de Acessórios menores também contribuiu para a redução desse Impacto.

Quarto: Levando-se em conta a Poluição Ambiental, foram tomadas algumas medidas que visaram minimizar
esse tipo de Impacto. Este fator pode ser observado na instalação de um novo container para o
armazenamento dos cavacos gerados, evitando dessa maneira o transbordamento do material contaminado
com óleo.

Outra ação tomada nesse sentido foi a destinação para a parte de trás da empresa dos restos de chapas e
materiais diversos que se encontravam também espalhados em algumas áreas externas. Essa nova área de
destino possui piso em concreto e é coberta na parte superior, o que evita que a água da chuva “lave” o
material contaminado com óleo e/ou graxa.

Já em relação ao Querosene, que era utilizado para a limpeza geral das máquinas, foi substituído por um
Detergente Industrial Biodegradável, o BH-38, fabricado pela Spartan do Brasil S.A. A embalagem desse

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produto possui a mesma quantidade da embalagem do Querosene, mas o BH-38 deve ser diluído na
proporção de 1:10, o que compensa o seu uso, já que os valores de compra são um pouco diferentes.

Quinto: Por fim, observando-se os valores do somatório dos IRAs em cada tabela, os IRATs, pôde-se observar
uma redução de quase a metade desses valores após a tomada das Ações Recomendadas. Essa comparação
pode ser vista na Tabela 14.

Tabela 14: Comparação dos valores dos IRATs.


IRAT inicial IRAT final Diferença Redução
Tabela 7 14040 7944 6096 43,4%
Tabela 8 14400 7570 6830 47,4%
Tabela 9 26510 13715 12795 48,3%
Tabela 10 11280 7380 3900 34,6%
Tabela 11 17360 9804 7556 43,5%
TOTAL 83590 46413 37177 44,5%

CONCLUSÔES
A utilização do IRAT (Índice de Riscos Ambientais Total) como indicador relativo à eficiência do processo
de Gestão Ambiental sobre o qual pode ser fixada uma meta de redução, mostrou-se viável. Porém, necessita-
se ainda a comprovação de sua inter-relação com dados objetivos de diminuição no impacto sobre o Ambiente
devido à operação da Empresa.

Por fim, pela análise do presente trabalho pode-se concluir claramente que a FMEA utilizada como
ferramenta no auxílio à implementação de um Sistema de Gestão Ambiental foi realmente eficaz. Isto
possibilitou o sucesso nesta etapa do trabalho, sendo que a continuidade da aplicação da sistemática proposta
deverá garantir benefícios ambientais concretos, criando um ambiente possível para a Certificação da ISO
14001.

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