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Auditoria e Perícia

Ambiental
Sumário
1. Introdução .........................................................................................................................4
2. Breve Histórico ................................................................................................................7
3. Auditoria Ambiental ........................................................................................................9
3.1. Classificação de Auditorias Ambientais ................................................................9
3.2. Princípios da Auditoria Ambiental.........................................................................11
4. Sistema de Gestão Ambiental ....................................................................................15
5. Valor econômico dos recursos naturais .................................................................19
5.1. Capitalismo Natural...................................................................................................20
6. Métodos de Valoração Ambiental..............................................................................23
7. Impacto Ambiental ........................................................................................................27
7.1. Etapas do Processo de EIA .....................................................................................27
7.2. Elaboração do RIMA .................................................................................................29
8. Licenciamento ambiental ............................................................................................32
9. Ação pública e Ação popular .....................................................................................35
10. Infração Administrativa Ambiental........................................................................38
11. Legislação Ambiental ...............................................................................................42
12. Análise de Riscos Ambientais................................................................................47
12.1. Como funciona? ......................................................................................................47
13. Estudos de Caso........................................................................................................51
Referências Bibliográficas ..................................................................................................54
Introdução
1. Introdução

Antes da revolução industrial, onde o trabalho era totalmente manual, já se


achava que os recursos naturais eram inesgotáveis. Com o passar dos anos,
mais precisamente a partir da década de 1950, percebeu-se que esta ideologia
estava errada, iniciando a busca por alternativas plausíveis de recuperar o que
se havia perdido do meio ambiente.
Na era da informação, onde estamos atualmente, cada vez mais fica claro que
medidas de proteção ao meio ambiente são necessárias. Os impactos
ambientais vêm sendo acompanhados detalhadamente pela mídia, fazendo com
que não apenas as pessoas, mas empresas comecem a ter mudanças de
hábitos que visem proteger a natureza e seus recursos. Além disso, ao expor o
que ocorre, a mídia abre margem para que a população exija das organizações
e do governo um maior controle e preservação do meio ambiente.

Deste modo, faz-se necessária uma gestão mais eficiente dos recursos
durante todo o seu ciclo de vida. É neste contexto que surge a gestão ambiental
como um novo paradigma na tomada de decisão das organizações e uma
estratégia para obtenção de lucro e melhorar sua imagem perante a comunidade
e seus stakeholders.
Dito isso, as empresas estão ficando cada vez mais atentas ao tema “meio
ambiente”. Isso está altamente relacionado ao fato de que o mercado é cada vez
mais competitivo e os consumidores estão tendo uma tendência maior a
escolherem organizações que são eco-friendly. Optar por medidas que não
agridam o meio ambiente, além de adicionar à sua empresa medidas que
protejam os recursos naturais é algo de destaque, servindo como um diferencial.
Ao se tratar da questão ambiental no Brasil é devemos considerar que a
estruturação da legislação ambiental do país, neste início de século, é uma das
mais avançadas de todo mundo. A legislação ambiental brasileira tem tido um
incremento contínuo que tem provocado a ocorrência de diversas infrações
cometidas pelas empresas por não cumprirem a lei, por vezes, em função de
simples desconhecimento das leis. Entretanto, a aplicação desta ainda é algo
raro de ser propriamente visto.

Neste cenário, as auditorias e perícias ambientais tem feito uma imensa


diferença. Elas têm como objetivo verificar se as leis ambientais estão sendo
cumpridas pelas organizações, sendo que a perícia se faz necessária sempre
que for preciso verificar e comprovar a ocorrência ou ameaça da ocorrência de
eventos denunciados em processo judicial. Por outro lado, a auditoria consiste
em um processo sistemático de inspeção, análise e avaliação das condições de
uma determinada empresa em relação a itens relacionados com o meio
ambiente, sendo muito mais abrangente e, portanto, o foco deste curso.
A auditoria ambiental está ligada ao sistema de gestão ambiental (SGA),
sendo um instrumento utilizado por empresas para auxiliar no atendimento a
política, práticas, procedimentos e requisitos legais, minimizando ou anulando os
impactos ambientais. Adicionalmente, este processo pode ainda ser classificado
de diversas formas levando em conta os critérios utilizados por ela ou então pode
ser classificada por meio da natureza da parte de auditoria. Entretanto,
independente do seu tipo, as auditorias possuem princípios gerais,
planejamento, devendo haver sempre cooperação por parte da empresa.
2. Breve Histórico
2. Breve Histórico

Acompanhando a evolução da gestão ambiental no mundo, foi a partir da


década de 1970 que as indústrias começaram a se preocupar com a aplicação
e a melhoria das tecnologias para tratamento das emissões de poluentes. Nessa
época, diversos processos, em especial na indústria química, petroquímica e de
energia, estavam sujeitos a acidentes graves, como vazamentos tóxicos,
explosões e incêndios, e esses acidentes ocorriam e geravam prejuízos não só
ambientais, mas também sociais e econômicos.
A auditoria ambiental surgiu nos Estados Unidos no final da década de 70 com
o objetivo principal de verificar o cumprimento da legislação como uma obrigação
imposta por agências regulamentadoras após acidentes graves. Ela era vista
pelas empresas norte-americanas como uma ferramenta de gerenciamento
utilizada para identificar, de forma antecipada, os problemas provocados por
suas operações. Deste modo, a auditoria ambiental era considerada como um
meio de minimizar os custos envolvidos com reparos, reorganizações, saúde e
reivindicações.

Já na Europa, a auditoria ambiental começou a ser utilizada nas filiais de


empresas norte-americanas por influência das suas matrizes. O primeiro registro
de auditoria ambiental na Europa foi na Holanda em 1985. Em seguida, a prática
da auditoria passou a ser disseminada para outros países da região, como a
Inglaterra, a Noruega e a Suécia, também por influência de matrizes americanas.
A busca de uma normalização padronizada internacionalmente para a
auditoria ambiental começou a ser discutida em 1991 com a criação do Strategic
Advisory Group on Environment – Sage no âmbito da ISO - sigla em inglês para
“Organização Internacional de Normalização”. O resultado dessa discussão foi a
Série de Normas ISO 14.000 elaborada e publicada internacionalmente em 1996
por esta organização que reúne organizações de normalização de mais de 100
países do mundo, entre as quais a Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT do Brasil.
A auditoria ambiental ainda é iniciante no Brasil e foi implantada de acordo
com os padrões estabelecidos na maior parte do mundo. Os primeiros
programas de auditoria foram iniciados no final da década de 80 e início da
década de 90 por empresas multinacionais de grande porte. Atualmente no
Brasil, a auditoria ambiental não é mais um procedimento restrito somente a
filiais ou subsidiárias de empresas estrangeiras.
No entanto, esta prática continua sendo mais aplicada em filiais de empresas
estrangeiras e em empresas que apresentam algum vínculo mercadológico com
o setor externo, principalmente nas que buscam maior competitividade no
exterior. A norma internacional citada anteriormente foi revisada em 2004 e já
está publicada em português pela ABNT, como NBR ISO 14001:2004.
Auditoria Ambiental
3. Auditoria Ambiental

A auditoria ambiental é um instrumento valioso que auxilia a empresa a


conhecer seu desempenho ambiental e a se adequar ao exigido pela legislação
por meio de uma avaliação sistemática de suas atividades. Além disso, no Brasil,
a auditoria ambiental vem ganhando caráter obrigatório, e passou a ser exigida
por órgãos ambientais de diversos estados para, por exemplo, liberar a
renovação de licença de operação.

3.1. Classificação de Auditorias Ambientais

A auditoria ambiental, para um empreendimento habitacional, pode ser interna


ou externa. A auditoria interna, executada pelos funcionários por meio de uma
associação representativa e, se necessário, por auditores independentes
contratados, acaba utilizando os seus resultados internamente ou de modo
condominial. A auditoria externa é realizada, necessariamente, por auditores
independentes externos à empresa, sendo seus resultados avaliados por
terceiros, como organização de certificação, sendo que as conclusões desta são
utilizadas pelo Poder Público, por meio de órgãos responsáveis por políticas
habitacionais e/ou ambientais, e mesmo disponibilizados para consulta pública,
principalmente no caso de determinadas leis.
As auditorias ambientais também podem ser classificadas por meio da
natureza da parte auditora ou com os critérios e objetivos dela, sendo que a
última é a mais utilizada.
A classificação por meio da parte da auditoria é dividida em três. A auditoria
ambiental de primeira parte é normalmente feita por uma equipe formada por
funcionários da empresa auditada. Entretanto, como esta deve ser realizada por
profissionais independentes da organização, o que acontece é que funcionários
de um setor auditam o outro e vice-versa. Este tipo de auditoria acaba sendo
requisitada pela administração da empresa, entretanto é diferente de uma
auditoria interna.
A auditoria ambiental de segunda parte é realizada por uma equipe com
membros ou representantes de uma parte interessada nos aspectos ambientais
da organização auditada e que possuem poder legal ou de negociação para
exigir que seja realizada a auditoria. Como exemplo, existem as auditorias
realizadas por fornecedores ou clientes de uma operação.
Por fim, a Auditoria ambiental de terceira parte é realizada por meio de uma
instituição independente, a qual não possui interesse ou relação com as
atividades da organização auditada. Normalmente ela ocorre quando existem as
auditorias de certificação dos sistemas de gestão ambiental pela norma NBR ISO
14.001.
Por outro lado, as auditorias classificadas de acordo com os critérios que
serão utilizadas por ela, ou seja, os critérios com os quais serão comparados os
aspectos ambientais da atividade, acabam sendo mais aplicadas que as
anteriores. Podemos citar três como sendo as principais.

A Auditoria de conformidade legal, ocorre quando os critérios são os requisitos


da legislação ambiental e regulamentos aplicáveis (normas e resoluções
técnicas) em vigor. Já a auditoria de desempenho ambiental, verifica os
indicadores de desempenho setorial dos aspectos ambientais da operação,
normalmente comparando-os com metas ou com padrões pré-definidos.
As Auditorias de sistemas de gestão ambiental avaliam se o sistema de gestão
ambiental (SGA) da organização auditada está cumprindo as normas, critérios e
procedimentos estabelecidos. Estas auditorias podem ser subdivididas em:
adequação, para verificar se o sistema está adequado as exigências da norma;
conformidade, para verificar se o sistema foi implantado de acordo com o
planejado; e de eficácia, que verifica se os objetivos e metas propostos estão
sendo atingidos.

Por fim, podemos citar ainda a classificação de acordo com os objetivos da


auditoria, sendo que esta é a classificação mais aplicada atualmente. Primeiro,
temos a auditoria ambiental de certificação, que avalia a conformidade da
empresa em relação aos princípios estabelecidos pelas normas nas quais ela
deseja se certificar. Esta auditoria deve ser conduzida por uma organização
independente e credenciada que irá emitir a certificação por meio de um
organismo competente. Como principal exemplo existe a auditoria de certificação
ambiental pela série de normas NBR ISO 14.000.
A auditoria ambiental de acompanhamento visa verificar se as condições da
certificação continuam sendo cumpridas. A auditoria ambiental de verificação de
correções, averigua se os problemas e as não-conformidades detectadas em
auditorias anteriores foram corrigidos. A auditoria de descomissionamento,
existe quando precisa ocorrer a paralisação definitiva de uma atividade e avaliar
possíveis danos ambientais causados à população e a área de entorno de
alguma unidade em consequência dessa desativação.
A auditoria ambiental de responsabilidade, também conhecida como due
dilligence, é utilizada em operações de fusão ou de aquisição, e serve como
indicação aos futuros proprietários ou sócios dos possíveis riscos e
responsabilidades decorrentes da recuperação de possíveis passivos
ambientais existentes. Esta auditoria objetiva avalia o passivo ambiental das
empresas e suas responsabilidades ambientais potenciais e efetivas. Neste tipo
de auditoria é recomendável que o auditor entreviste a população do entorno
para identificar reclamações sobre a atividade.

A auditoria ambiental de sítio, avalia o estágio de contaminação de uma área


específica. A auditoria compulsória, é aquela que é obrigatória por exigência
legal. A auditoria ambiental pontual, otimiza um aspecto pontual da operação,
como, por exemplo, a melhoria da gestão dos recursos, a eficiência da produção,
o uso de energia, e a redução da geração de resíduos, dentre outros.

3.2. Princípios da Auditoria Ambiental

A NBR ISO 14010 é estruturada em três grandes temas: definições, requisitos


e princípios gerais. Estes últimos são aplicáveis a todos os tipos de auditoria
ambiental. Esta norma recomenda como requisitos para a realização de uma
auditoria ambiental: que o objeto enfocado para ser auditado e os responsáveis
devem estar claramente definidos e documentados e que a auditoria só é
realizada se o auditor-líder estiver convencido da existência de informações
suficientes e apropriadas, de recursos adequados de apoio ao processo de
auditoria e de cooperação ao auditado.

Como princípios gerais da auditoria ambiental, a norma os divide em sete,


iniciando pela definição dos objetivos e escopos da auditoria. É
recomendado que a auditoria seja baseada em objetivos definidos pelo cliente,
sendo que para atender a estes objetivos, o escopo é determinado pelo auditor-
líder mediante consulta ao cliente. O escopo descreve a extensão e os limites da
auditoria. É recomendado que os objetivos e o escopo sejam comunicados ao
auditado antes da auditoria.
Objetividade, independência e competência da auditoria. Para garantir a
objetividade do processo de inspeção, suas constatações e quaisquer
conclusões, é recomendado que os membros da equipe de auditoria sejam
independentes das atividades por eles auditadas. É recomendado que eles
sejam objetivos e livres de preconceitos e de conflitos de interesse durante todo
o processo, porém a utilização de auditores internos ou externos para compor a
equipe de auditoria fica a critério do cliente.
A norma também recomenda que um auditor escolhido da própria organização
não esteja vinculado àqueles diretamente responsáveis pelo objeto da auditoria
e que os membros da equipe de auditoria possuam uma combinação apropriada
de conhecimentos, habilidades e experiências condizentes com as
responsabilidades da auditoria.
Profissionalismo. Durante a execução de uma auditoria ambiental, os
auditores devem demonstrar o devido zelo profissional, diligência, habilidade e
julgamento, como esperado de qualquer auditor em circunstâncias semelhantes.
É recomendado que o auditor siga os procedimentos que contribuam para a
garantia da qualidade e que as relações entre os auditores e o cliente sejam
caracterizadas por confidencialidade e discrição. Exceto quando exigido por lei,
é recomendado que os membros da equipe de auditoria não revelem
informações ou documentos obtidos durante a auditoria, nem divulguem o
relatório final a terceiros, sem a expressa autorização do cliente e, conforme o
caso, sem a autorização do auditado.
Procedimentos sistemáticos. Para melhorar a consistência e a
confiabilidade, se faz necessário conduzir a auditoria ambiental de acordo com
metodologias e procedimentos sistemáticos, documentados e bem definidos.
Para qualquer tipo de auditoria ambiental, é recomendado que as metodologias
e procedimentos sejam consistentes. Os procedimentos de um tipo de auditoria
ambiental diferem daqueles apropriados a outros somente no que for essencial
para o caráter específico de um determinado tipo de auditoria ambiental.
Critérios, evidências e constatações de auditoria. A determinação dos
critérios de auditoria é, preferencialmente, uma etapa preliminar e essencial da
auditoria ambiental. Além disso, esses critérios, definidos com um grau de
detalhamento apropriado, devem ser objeto de acordo entre o auditor-líder e o
cliente, e então comunicados ao auditado.
É recomendado que as informações apropriadas sejam coletadas, analisadas,
interpretadas e documentadas para serem utilizadas como evidências de
auditoria em um processo de exame e avaliação para determinar se os critérios
de auditoria foram atendidos. A qualidade e a quantidade das evidências de
auditoria devem permitir, preferencialmente, a obtenção de constatações
similares na avaliação das mesmas evidências, em relação aos mesmos critérios
de auditoria, por auditores ambientais competentes, trabalhando
independentemente entre si.

Confiabilidade das constatações e conclusões de auditoria. O processo


de auditoria ambiental deve ser concebido para prover ao cliente e ao auditor os
níveis desejados de confiabilidade das constatações e de quaisquer conclusões
da auditoria. As evidências coletadas durante uma auditoria ambiental
representam, inevitavelmente, apenas uma amostra das informações
disponíveis, devendo-se isto, em parte, ao fato de ser a auditoria ambiental
realizada durante um período limitado e com recursos limitados. Existe, portanto,
um elemento de incerteza inerente a todas as auditorias ambientais, sendo
recomendado que todos os usuários de resultados de auditorias ambientais
estejam conscientes dessa incerteza.
É recomendado que o auditor ambiental considere as limitações associadas
às evidências coletadas durante a auditoria e esteja consciente da incerteza no
tocante às constatações e conclusões da auditoria, sendo recomendado levar
estes fatores em consideração ao planejar e executar a auditoria. O auditor
ambiental deve também se empenhar para obter evidências de auditorias
suficientes, levando em consideração as constatações isoladas significativas e
conjuntos de constatações menos significativas, que podem, ambas, afetar as
conclusões da auditoria.
Relatório de auditoria. É recomendado que as constatações da auditoria
e/ou um resumo destas, sejam enviadas ao cliente por meio de relatório escrito.
A menos que tenha sido especificamente excluído pelo cliente, é recomendado
que o auditado também receba um exemplar do relatório de auditoria.

As informações relativas à auditoria que podem constar no relatório de


auditoria incluem, mas não se limitam a
a) identificação da organização auditada e do cliente;
b) objetivos acordados e escopo de auditoria;
c) critérios acordados em relação aos quais a auditoria foi realizada;
d) período coberto pela auditoria e as datas nas quais a auditoria foi realizada;
e) identificação dos membros da equipe de auditoria;
f) identificação dos representantes do auditado que participam da auditoria;
g) declaração sobre a natureza confidencial do conteúdo;
h) lista de distribuição do relatório de auditoria;
i) sumário do processo de auditoria, incluindo quaisquer obstáculos
encontrados;
j) conclusões da auditoria. É recomendado que o auditor-líder, em acordo com
o cliente, determine quais destes itens, juntamente com quaisquer itens
adicionais, serão incluídos no relatório.

É recomendado que a auditoria ambiental seja conduzida em conformidade


com estes princípios gerais e com quaisquer diretrizes desenvolvidas para o tipo
apropriado de auditoria ambiental, sendo que as diretrizes podem ser
encontradas em normas como a NBR ISO 14011.
De modo geral, recomenda-se que seja responsabilidade do cliente ou do
auditado determinar as ações corretivas necessárias para atender às
constatações da auditoria. Entretanto, o auditor pode apresentar
recomendações, desde que haja acordo prévio com o cliente.
Sistema de Gestão
Ambiental
4. Sistema de Gestão Ambiental

A gestão ambiental almeja cuidar de políticas que visam a preservação do que


restou da natureza ou mesmo da sua recuperação em situações de deterioração.
A construção de uma sociedade ambiental, no entanto, será lenta e progressiva
tendo como intuito fundamental influenciar pessoas da sociedade civil. Além
disso, este parece o desafio essencial do ambientalismo desde seu surgimento.
Desta forma, este tipo de gestão pretende mitigar ou eliminar os impactos
provocados no meio ambiente pelas atividades buscando melhorar os processos
e, consequentemente, melhorar a qualidade ambiental. A organização adota a
prática da gestão ambiental de modo proativo ou simplesmente com o objetivo
de cumprir a legislação. Em sua adequação, a organização busca níveis de
qualidade ambiental e para isso é preciso mudar a cultura com a revisão de suas
atividades.

Com isso, a literatura lista quatro níveis da gestão ambiental, sendo eles:
A) Gestão de processos: envolve a avaliação da qualidade ambiental de
todas as atividades, máquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de
manejo de insumos, matérias primas, recursos humanos, recursos logísticos,
tecnologia e serviços de terceiros;
B) Gestão de resultados: envolve a avaliação da qualidade ambiental dos
processos de produção, através de seus efeitos ou resultados ambientais, ou
seja, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulares,
odores, ruídos, vibrações e iluminação;

C) Gestão de sustentabilidade (ambiental): envolve a avaliação da


capacidade de resposta do ambiente aos resultados dos processos produtivos
que nele são realizados e que o afetam, através da monitoração sistemática da
qualidade do ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano; e
D) Gestão do plano ambiental: envolve a avaliação sistemática e
permanente de todos os elementos constituintes do plano de gestão ambiental
elaborado e implementado, aferindo-o e adequando-o em função do
desempenho ambiental alcançado pela organização.

A auditoria ambiental faz parte do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), como


mencionado anteriormente. Este é um conjunto de procedimentos que visa a
ajudar a organização empresarial a entender, controlar e diminuir os impactos
ambientais de suas atividades, produtos ou serviços, sendo baseado no
cumprimento da legislação ambiental vigente e na melhoria contínua do
desempenho ambiental da organização.
Para se implantar este sistema é necessário destacar algumas condições e
princípios:
• Política do ambiente: posição adotada por uma organização relativa ao
ambiente, traduzindo-se numa espécie de comprometimento com as
questões do ambiente, numa tentativa de melhoria contínua dos aspectos
ambientais;
• Planejamento: deve-se começar por identificar aspectos ambientais e avaliar
seu impacto no meio ambiente;
• Implementação: as regras, responsabilidades e autoridades devem estar
definidas, documentadas e comunicadas a todos, de forma a garantir sua
aplicação;
• Verificação e ações corretivas: a organização deve definir estabelecer e
manter procedimentos de controle e medidas das características chaves de
seus processos que possam ter impacto sobre o meio ambiente;
• Todos os registros ambientais, incluindo os respeitantes às formações e
auditorias, devem estar identificáveis e acessíveis;
• Revisão pela direção: cabe à direção, com uma quantidade definida por ela
própria, rever o SGA e avaliar sua adequabilidade e eficácia, num processo
que deverá ser devidamente documentado
A série de normas ISO 14000, lançada internacionalmente em 1996, tem
como objetivo a criação de um sistema de gestão ambiental que auxilie as
organizações a cumprir os compromissos assumidos com o ambiente natural.
Como o processo de certificação é reconhecido internacionalmente, também
possibilita as organizações distinguir-se daquelas que somente atendem à
legislação ambiental, mas que não possuem certificação. Para a população,
clientes, funcionários e sociedade no geral, a certificação é um documento que
comprova que a empresa possui implantado um Sistema de gestão ambiental
tendo como propósito a melhoria contínua
A norma ISO 14001 é a única norma do conjunto ISO 14000 que certifica
ambientalmente uma organização, embora não exija que ela já tenha atingido o
melhor desempenho ambiental possível, nem esteja utilizando as melhores
tecnologias disponíveis. Foi idealizada com o propósito de compatibilizar a
proteção ambiental e prevenção à poluição com o crescimento socioeconômico
de uma organização. Na prática, consiste numa forma eficaz da soma do
desenvolvimento organizacional com a gestão ambiental. A norma ISO 14004 é
destinada ao uso interno, servindo como um guia para o estabelecimento e
implementação do SGA.

A norma ISO 14001 está fundamentada na metodologia PDCA (Plan - Do -


Check - Act), isto é, no ciclo planejar, fazer, checar e agir. Esta metodologia é
uma ferramenta eficaz para as organizações identificarem e gerenciarem riscos
ambientais como parte de sua prática cotidiana. A norma faz com que as
organizações se comprometam com a prevenção da poluição e cuidados com
seus processos produtivos como parte do ciclo normal de gestão empresarial.
Após a primeira certificação da ISO 14001, semestralmente ocorrem
auditorias externas de manutenção. Entretanto, a renovação da certificação
ocorre a cada três anos. A organização que possui certificação ISO 14001
preenche os requisitos da norma funcionando dentro de padrões exigidos, mas
não garante desempenho ambiental excelente, mas sim tem compromisso com
a melhoria contínua.
Atualmente, as normas sobre auditorias ambientais no Brasil são as NBR
19011/2002 e CONAMA 306/2002 e apresentam os seguintes benefícios em
comparação com as ISO 14000:

• Maior aplicabilidade à realização de auditorias internas e maior utilização


pelas empresas de pequeno e médio porte
• Abordagem mais flexível das qualificações do auditor e da seleção da equipe
de auditoria
• Aplicabilidade a auditorias unificadas, encurtando assim a lacuna entre as
ferramentas de gestão da qualidade e as ferramentas de gestão ambiental.
Valor Econômico dos
Recursos Naturais
5. Valor econômico dos recursos naturais
O valor econômico dos recursos naturais e a gestão ambiental estão
completamente relacionados. A preocupação com os problemas ambientais atua
como um fator significativo na relação do crescimento econômico e com a
qualidade de vida da população. As atividades econômicas são planejadas sem
preocupar-se com as externalidades ambientais, e os padrões de consumo são
estabelecidos sem considerar os custos ambientais.
Deste modo, por causa do esgotamento de recursos naturais ser cada vez
mais evidente, faz-se necessário a intervenção governamental. É necessário que
sejam cobrados impostos pelos danos ocasionados ao meio ambiente, com o
objetivo de internalizar os custos produzidos pelos particulares, por meio do
princípio do poluidor pagador.

Quando se estabelece o valor econômico de um recurso natural, procura-se


dar valor monetário a esse recurso, comparando-o aos bens e serviços
disponíveis na economia. O fato de que aqueles que geram degradação
ambiental não pagam seus custos, permite que o sistema econômico considere
esses custos como externalidades.

O trabalho de dar valor monetário aos recursos naturais é extremamente


complexo e envolve grandes dificuldades. Dentre elas, podemos citar o fato de
que atribuir preços a esses bens ambientais traz riscos elevados e impossíveis,
pois requer que se arbitrem valores no tempo presente levando em consideração
dados imprecisos e incompletos sobre gerações futuras, atendendo ao princípio
constitucional do artigo 225 da Constituição Federal de 1988.

O equilíbrio entre a economia e o direito ambiental é imprescindível para que


gerações presentes e futuras possam desfrutar do direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado. Neste cenário, a gestão ambiental assume função
importante dentro do contexto das organizações na sociedade, na busca da
preservação ambiental que permita alcançar o desenvolvimento sustentável.
Com a incorporação da dimensão ambiental na análise econômica, nas
últimas décadas, vem aumentando os estudos sobre a valoração monetária de
bens e impactos ambientais. A valoração econômica do meio ambiente constitui-
se em um conjunto de métodos e técnicas que buscam estimar valores para os
ativos ambientais e para os bens e serviços por eles gerados e danos
ambientais.
O uso de recursos ambientais não tem um preço reconhecido ou até mesmo
definido no mercado. Entretanto, seu valor econômico existe na medida em que
seu uso altera o nível de produção e consumo, o bem-estar da sociedade. No
que se diz sobre externalidades ambientais, há uma situação oportuna para a
intervenção governamental, por meio de instrumentos como a determinação dos
direitos de propriedade, o uso de normas ou padrões, os instrumentos
econômicos e as compensações monetárias por danos.
Os recursos naturais como a água, ar, em função de sua natureza pública,
sempre que forem prejudicados ou poluídos, implicam em um custo público para
a sua recuperação e despoluição, no entanto, este custo público, é suportado
por toda a sociedade. Economicamente este custo representa um subsídio ao
poluidor e, o princípio do poluidor pagador objetiva eliminar ou reduzir tal
subsídio a valores insignificantes.
Os custos sociais externos que acompanham o processo produtivo devem ser
internalizados, os agentes econômicos devem levá-los em conta ao elaborar os
custos da produção e, consequentemente, assumi-los. Durante o processo
produtivo, são geradas externalidades negativas. Com a aplicação do princípio
do poluidor pagador, procura-se corrigir esse custo adicionado à sociedade,
impondo-se sua internalização.
Entretanto, ao contrário do que muitos pensam, o princípio não visa tolerar a
poluição mediante um preço. Além disso, não se limita compensar os danos
causados. Tem como principal objetivo evitar os danos ao meio ambiente, sendo
que o pagamento dos danos não significa que a conduta da empresa não foi
inconsequente. Fazer com que o poluidor passe a integrar, de forma
permanente, no seu processo produtivo, o valor econômico que consubstancia
o conjunto dos custos ambientais, seria uma forma de fazer com que ele evitasse
danos ambientais afim de se ter menos gastos, prestando maior atenção às suas
condutas.
Este tipo de pensamento só se faz necessário porque o poluidor/empresa
dificilmente constatará per si que os recursos naturais são escassos e que seu
uso na produção e no consumo levam a degradações e redução de material, o
que provavelmente não terá como ser reposto na mesma frequência com que é
gasto.
5.1. Capitalismo Natural

A sociedade contemporânea começou a reconhecer a importância de


conseguir um equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação dos
recursos naturais. Os países, principalmente os emergentes, possuem cada vez
mais um crescimento populacional desenfreado. As tentativas de aumento da
produção necessária para abastecer esse crescimento colocarão uma pressão
desordenada na ecologia e no estoque de recursos naturais.
A proposta do capitalismo natural busca diminuir a lacuna que existe entre
desenvolvimento econômico e sustentabilidade, que muitas vezes aparecem
como aspectos dicotômicos. Esta proposta desenvolve-se dentro dos marcos do
capitalismo, mas questiona o modelo de produção capitalista. Deste modo, este
tipo de pensamento acaba sendo uma extensão da noção econômica de capital,
dos meios de produzir, para a produção de bens e serviços ambientais.
O capitalismo natural compreende todos os recursos individuais conhecidos e
usados pela humanidade, tais como a água, os minérios, o petróleo, a fauna, a
flora, o solo, o ar, ou seja, os recursos minerais, vegetais e animais. Entretanto,
além dos recursos individuais, o capitalismo natural envolve os sistemas vivos.
Todas as economias dependem do meio ambiente como fonte de serviços de
sustentação da vida e de matérias-primas, portanto, os mercados e as
economias planejadas deverão se conscientizar do valor desses bens e serviços,
ou dos custos que a sociedade terá, caso os recursos ambientais sejam
reduzidos.
Percebe-se que o uso dos recursos naturais não tem um preço reconhecido
no mercado, no entanto, o seu valor econômico se apresenta na medida em que
o uso ou a escassez dos recursos transforma o nível de produção e do consumo
para a geração do bem-estar da sociedade.
Métodos de
Valoração Ambiental
6. Métodos de Valoração Ambiental

O processo de valoração econômica do meio ambiente consiste,


principalmente, no estabelecimento de uma relação entre um agente valorador
(indivíduo) e um bem ou fenômeno a ser valorado (objeto). Existem diversos
tipos de objeto a ser valorado, como por exemplo os parques ecológicos,
reservas minerais, um passivo ambiental, perda de biodiversidade, danos à
saúde decorrentes de ambiente poluído ou acidente ambiental e, por fim,
podemos citar também as perdas de quantidade e/ou qualidade de produção.
Em cada um destes casos, é preciso caracterizar de modo adequado o objeto
de valoração. Deste modo, é menos provável que equívocos quanto à
interpretação de dados, análises e cálculos apareçam. A caracterização envolve,
de modo geral, informações sobre localização, épocas, porte, abrangência,
unidades de medida e elementos.

Por outro lado, o agente valorador, que normalmente se trata de uma equipe
multidisciplinar, se vale de um suporte valorativo, constituído de métodos e
técnicas disponíveis. A valoração econômica compreende três tipos básicos:

• A valoração do meio ambiente, em particular dos recursos naturais


• A valoração dos impactos ambientais positivos ou negativos
• A valoração das medidas mitigadoras ou compensatórias
Em grande parte das vezes, estes tipos de tarefas estão relacionadas e, por
mais que o objeto seja diferente em cada caso, os métodos utilizados poderão
ser os mesmos.
Posteriormente, tem-se uma série de análise dos produtos ambientais. A
primeira que costuma a ser feita é a análise custo-benefício, a qual possui uma
tradição muito grande no que se refere à avaliação de projetos, sendo mais
complexa quando envolve o meio ambiente. Na perspectiva ecológica, ela
maximiza o bem estar total, minimiza os custos de oportunidade e distributivos,
utilizando preços de mercado sem subsídios e outras distorções, ajustando estes
com pesos distributivos para incorporar questões de equidade e a valoração
monetária de externalidades ambientais.

A análise custo-benefício envolve, em sua maioria, quatro tipos de benefícios


sendo eles o benefício líquido da conservação, uso direto, uso indireto e não uso
(que seria o valor de existência); além do custo das políticas públicas para
manter o objeto, seja qual for.
Para entendermos melhor, vamos dar o exemplo de um parque ecológico.
Para este objeto envolve-se uma análise prospectiva sobre os grupos sociais
beneficiários, as políticas públicas que dão o suporte técnico-administrativo para
a unidade, bem como a identificação das instituições que cooperam com
recursos humanos e materiais para a sua gestão ambiental. Neste caso, os
beneficiários do uso direto seriam, por exemplo, os agentes locais que
desenvolvem a atividade de transporte e hospedagem de turistas, que se
deslocam para o parque, e lá permanecem por alguns dias. Neste mesmo extrato
situam-se os guias residentes nas vilas do entorno, os quais conduzem os
grupos turísticos através de trilhas, proporcionando recreação aos mesmos.

Já os beneficiários do uso indireto seriam, por exemplo, as instituições de


pesquisa, as quais tem a oportunidade de desenvolverem estudos e pesquisas
focalizadas nos atributos ambientais preservados na unidade, e assim,
ampliarem o seu acervo técnico. Nesta categoria de valor inclui-se também a
manutenção de um Banco genético in situ. Um outro grupo de beneficiários
corresponde às comunidades pesqueiras, cuja produção gera renda para a
manutenção de famílias moradoras no entorno do parque. Para estas mesmas
comunidades os canais internos e adjacentes à esta área protegida, possibilita
a navegação e o transporte de pessoas e produtos.

Por fim, tem-se no valor de existência, a cooperação de extratos sociais


situados em outros países, os quais percebem a manutenção desta unidade
como um benefício para a humanidade. A este segmento unem-se os esforços
de outros residentes no país com esta mesma percepção.
Por outro lado, tem-se os custos para estes benefícios, nos quais são
mencionadas as políticas públicas que dão suporte técnico-administrativo para
que seja feita a manutenção da área protegida. Dessa forma temos quatro
principais grupos de ações políticas os quais perfazem um documento
denominado Plano de Manejo, conforme descrito a seguir:

a) Administração: Refere-se aos custos correntes e de capital, relativos a


pessoal, veículos, equipamentos, material de consumo, encargos diversos e
manutenção predial. A este centro de custo somam-se os gastos da atividade de
fiscalização, não só aqueles realizados pelo IBAMA, como também as despesas
dos órgãos participantes como a Polícia Florestal.

b) Manejo do Meio Ambiente: Aqui são lançados os custos e despesas com


o apoio a pesquisas e aplicação de metodologias em prol da manutenção do
Banco genético in situ e a geração de conhecimento científico.

c) Uso público: Estes custos se referem a atividades de apoio à recepção,


orientação e recreação de visitantes, de forma compatível com o patrimônio
natural. Neste centro de custo situam-se também as despesas relativas à
preparação de material de divulgação e educação ambiental.
d) Integração do entorno: Este bloco de ações visa proporcionar a
manutenção do modo de vida harmônico das populações tradicionais que
habitam o entorno. Portanto são ações relativas ao dimensionamento de
alternativas de geração de renda em compatibilidade com o patrimônio natural
protegido.
A partir desta análise social de custo-benefício, obtêm-se os resultados que
irão ser analisados com cautela para averiguar se esta análise é favorável à
conservação do parque. Deste modo, podemos dizer que os métodos de
valoração dos recursos naturais envolvem diversas esferas que serão avaliadas.
Perante esta avaliação, tem-se as estimativas de custos e benefícios ambientais
que são extremamente importantes para o desenvolvimento sustentável.
Impacto Ambiental
7. Impacto Ambiental

Define-se Impacto Ambiental como sendo uma perturbação no ecossistema


proveniente de uma ação ou omissão humana (efeito ambiental), qualificada de
positiva ou negativa por um certo grupo social, no contexto de sua realidade
espacial e temporal. Nota-se que o efeito ambiental inclui a noção de julgamento,
valor positivo (benéfico) ou negativo (prejudicial). Portanto, o conceito de
Impacto Ambiental é relativo porque o julgamento que lhe é intrínseco varia no
espaço e no tempo.
Conforme consta no art. 255 da Constituição Federal de 05/10/1988, o Estudo
de Avaliação de Impactos Ambientais (EIA) é exigido na forma da Lei para
instalação de obra ou atividade potencialmente perigosas de causar dano ao
meio ambiente. Considerando que uma perícia ambiental, geralmente, avalia um
dano ambiental ocorrido em uma obra ou atividade já em operação, o EIA-RIMA
também é uma ferramenta útil para avaliar o dano ocorrido e desenvolver o laudo
pericial.
Estudo do Impacto Ambiental (EIA) é o conjunto de atividades técnicas e
científicas que incluem o diagnóstico ambiental, identificação, previsão, medição,
interpretação e a valorização de impactos ambientais, o estabelecimento das
medidas mitigadoras e os programas de monitoramento de impactos ambientais
(necessários para a contínua avaliação e controle de impactos ambientais).
Já o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é o documento do processo de
avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer em linguagem corrente
(popular), todos os elementos da proposta em estudo, de modo, que estas
informações possam ser utilizadas na tomada de decisão e divulgados para o
público em geral (em especial para a comunidade afetada). O RIMA
consubstancia as conclusões do EIA devendo apresentar a discussão dos
impactos positivos e negativos considerados relevantes no estudo.

7.1. Etapas do Processo de EIA

A fim de homogeneizar a preparação, elaboração e apresentação do Estudo


de Avaliação de Impactos Ambientais (EIA) e do RIMA, se divide em etapas. A
primeira é o cadastramento de pessoas físicas e jurídicas capacitadas para a
elaboração do estudo, além de ser necessário a montagem de uma equipe
multidisciplinar. Em seguida (etapa 2), se faz necessário o atendimento à
legislação, em especial aos princípios expressos na Lei de Política Nacional do
Meio Ambiente, obedecendo às seguintes diretrizes:

• contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto,


confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;
• identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas
fases de implantação, operação e desativação do projeto;
• considerar os efeitos acumulativos e/ou sinérgicos com outras obras de
grande porte situadas na mesma bacia hidrográfica;
• considerar planos e programas governamentais, propostos ou em
implementação na área de influência do projeto.
A terceira etapa consiste na caracterização do empreendimento. Este deve
ser analisado com precisão e objetividade nas suas finalidades e justificativas. A
descrição pode comportar duas subetapas distintas: a de implantação do projeto,
quando são analisados o lay-out, equipamentos, mão de obra, matérias-primas,
e a etapa de operação quando o empreendimento irá interagir com o meio
ambiente.
A quarta etapa se refere à definição da área de influência, sendo uma etapa
fundamental no EIA. A Resolução CONAMA 001/86 determinou definir os limites
da área geográfica direta ou indiretamente afetada pelos impactos, considerando
em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.
Posteriormente, se faz o diagnóstico ambiental da área de influência do
projeto. Isso é realizado a partir da obtenção dos dados necessários para a
completa descrição e análise dos recursos ambientais e as suas interações, tal
como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área em estudo,
considerando:

• o meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos


minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime
hidrológico, as correntes marinhas; as correntes atmosféricas;
• o meio biológico: tanto terrestre quanto aquático, os ecossistemas naturais,
fauna, a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental,
de valor científico, econômico, raras e gerais, ameaçadas de extinção, e as
áreas de preservação permanente;
• o meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo, o uso da água,
destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e aturais, as
relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e
o potencial de utilização futura destes recursos, considerando as
características tradicionais da comunidade.

A análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas é a sexta


etapa do processo. Isso ocorre por meio da identificação da magnitude e
importância dos prováveis impactos relevantes descriminando: os impactos
positivos e negativos (benefícios e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a
médio e longo prazo, temporários e permanentes, seu grau de reversibilidade,
as suas propriedades acumulativas, a distribuição do ônus e benefícios sociais.
Depois é realizada a definição de medidas mitigadoras e compensatórias dos
impactos negativos. As medidas mitigadoras, corretivas ou preventivas, entre
elas, os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, devem
ser claras e a eficiência de cada um deles comprovada. As medidas
compensatórias devem ser justificadas, bem especificadas e discutidas com a
comunidade. Para ambos os tipos de medidas deve ser estimados os custos
para que o empreendedor possa considerar estes valores na análise de
implantação do projeto.
Por último, as alternativas para o projeto são apresentadas, acontecendo a
elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos
positivos e negativos, indicando fatores e parâmetros que devem ser
considerados, cronograma de implementação e instituições responsáveis. A
última etapa do processo consiste na análise de riscos propriamente dita.

Faz-se uma análise qualitativa e quantitativa de riscos associados a


prováveis acidentes decorrentes da atividade do empreendimento e
determinação das suas consequências sobre a vizinhança, e a determinação do
risco individual e social do empreendimento. A partir disso tem-se a participação
da sociedade civil, por meio da publicidade e de audiência pública.

7.2. Elaboração do RIMA

Este relatório irá conter as conclusões do EIA, sendo apresentado


separadamente e conter no mínimo os itens citados a seguir:
1. Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com
as políticas setoriais, planos e programas de governo

2. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,


especificando para cada uma delas, nas fases de construção e operação, a área
de influência, as matérias-primas, a mão de obra, as fontes de energia, os
processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes líquidos, emissões de
poluentes atmosféricos, resíduos sólidos e perdas de energia, os empregos
diretos e indiretos a serem gerados

3. A síntese dos resultados do diagnóstico ambiental da área de influência do


projeto
4. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação
da atividade, horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os
métodos, técnicas e critérios adotados para a sua identificação, quantificação e
interpretação

5. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,


comparando com diferentes situações de execução do projeto, bem como com
a hipótese de não realização do projeto;
6. A descrição do efeito separado das medidas mitigadoras previstas em
relação aos impactos negativos, apresentando aqueles que não puderem ser
evitados e o grau de alteração esperado
7. O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos

8. A recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusão e


comentários de ordem geral).
Licenciamento
Ambiental
8. Licenciamento ambiental

Após a realização e aprovação do EIA do empreendimento em questão, a


próxima etapa é a obtenção do licenciamento ambiental do projeto. O EIA/RIMA
só serão aprovados permitindo que a obra seja licenciada quando a obra não
causa impacto ambiental significativo ou ainda quando as medidas mitigadoras
e/ou compensatórias são adequadas para a situação. Além disso, eles devem
atender as exigências constantes na legislação em vigor.

No caso da perícia ambiental, o licenciamento ambiental do empreendimento


sob análise deve ser solicitado e verificar a sua validade, bem como as
condicionantes do licenciamento e os termos aditivos, caso existam.
Basicamente, existem três etapas com três tipos de licenças para o projeto ser
finalmente aprovado e colocado em prática.
Licença Prévia (LP) é solicitada no início do processo de licenciamento
ambiental, ou seja, na fase de planejamento do empreendimento, obra ou
atividade. Nesta fase é exigida pelo Poder Público, a elaboração do EIA - RIMA.
Os documentos, geralmente, solicitados são: o requerimento do solicitante, o
cadastro da atividade com algumas características, cópia das notícias em jornal
de circulação regional e no diário oficial, que torna público o pedido de
licenciamento e a cópia do pagamento da taxa. É importante mencionar que
nada impede que o órgão licenciador de exigir demais documentos para
subsidiar a tomada de decisão.
Licença de Instalação (LI) é solicitada após a obtenção da licença prévia.
Nesta fase são apresentados os planos e programas ambientais tais como:
planos de controle ambiental, programas de recuperação ambiental, projetos das
unidades de tratamento de efluentes industriais, programas de gerenciamento
de risco. Os documentos são semelhantes aos apresentados anteriormente,
porém, adequados à esta fase do licenciamento. Após obtenção desta licença o
interessado poderá iniciar a implantação da atividade.
Licença de Operação (LO) é requerida após a obtenção da LP e LI e, vem
acompanhada da documentação necessária que será concedida se todos o
procedimento anterior for aprovado. Nesta fase, os sistemas de abatimento e
tratamento dos poluentes emitidos pela atividade são verificados quanto a sua
eficiência proposta no projeto.

No caso da Perícia Ambiental, considerando que o objetivo é avaliar os


impactos ambientais decorrentes de uma atividade já em operação ou
desativada, não precisamos obrigatoriamente seguir todos os itens
apresentados. Por outro lado, a análise sistemática dos itens desenvolvidos no
EIA - RIMA, permite estabelecer uma metodologia adequada na elaboração de
um laudo pericial. Portanto, caso exista um EIA já desenvolvido para a atividade
que está sendo investigada não deixe de solicitá-lo, ele certamente lhe será
bastante útil.
A partir deste ponto, as informações apresentadas são bastante úteis e
diretamente aplicadas para a elaboração de laudos em perícias ambientais, uma
vez que permitem determinar qualitativamente e quantitativamente os impactos
ambientais decorrentes, por exemplo, de um acidente ambiental. O objetivo
sempre é determinar o dano e a mudança da qualidade do meio ambiente
decorrente de um impacto negativo.
Ação Pública e Ação
Popular
9. Ação pública e Ação popular
Como mencionado anteriormente, ao final do EIA tem-se a participação da
sociedade civil, por meio da publicidade e de audiência pública. A Ação Civil
Pública é um dos principais instrumentos para garantir a proteção eficaz contra
as práticas de degradação, poluição e destruição do bioma e do nosso habitat
natural. Este é o mais típico e importante meio processual criado até hoje, na
medida em que atua reprimindo atos lesivos e procurando reparar os danos
causados.
Sempre que se verifique lesão ao meio ambiente, entende-se que toda uma
coletividade foi lesionada em um direito seu. A partir deste momento, com base
nos fundamentos da responsabilidade objetiva, surge para o responsável o dever
de indenizar o dano material, bem como possível dano moral caso tenha
resultado algum prejuízo à personalidade coletiva.

Para responsabilizar o agente causador, temos na legislação processual a


possibilidade de se recorrer ao instituto da Ação Civil Pública, um instrumento
processual previsto na Constituição Federal brasileira e em leis
infraconstitucionais, do qual pode se valer o Ministério Público, bem como outras
entidades para a defesa de interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos.
A ação civil pública permite que todas as pessoas que tiveram algum direto
comum lesado procurem a tutela judicial em um processo único. Deste modo, a
inciativa de cada um dos lesados separadamente é evitada, uma vez que
implicaria ônus muitas das vezes insuportável com as despesas próprias de um
processo, além de sobrecarregar em demasia o judiciário com uma quantidade
absurda de processos.
A Ação Popular Constitucional é outro método importante para a proteção
ambiental, sendo esta uma ação coletiva, um dos pontos no qual se difere da
anterior. A Constituição prevê que qualquer cidadão, não somente o MP ou
entidades específicas, podem ter seus direitos feridos quando se tem impacto
ambiental negativo, diferindo-a da Ação Civil Pública.

Portanto, esta é a primeira distinção entre as duas: a legitimidade para o


ajuizamento, sendo do cidadão na Ação Popular e dos entes indicados em lei na
Ação Civil Pública. O objeto de ambas também possui diferenças, visto que a
Ação Civil Pública se destina à defesa de todas as formas de interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos, ao passo que a Ação Popular possui âmbito
mais restrito, atuando na defesa dos interesses difusos ligados à moralidade,
eficiência e probidade administrativa, além da tutela do meio ambiente e do
patrimônio histórico e cultural, conforme definido pelo art. 5°, LXXIII da
Constituição Federal de 1988.
Depois que a Ação Civil Pública é ajuizada, há a publicação de edital para
conhecimento de terceiros. Isso acontece para que aqueles que sofrem os danos
e aqueles que os cometem possam intervir no processo no prazo previsto. A
sentença condenatória é dividida em fases, sendo que na fase de conhecimento
o juiz pode reconhecer ou não a responsabilidade pela indenização, que irá
depender de provas e alegações dadas. É na fase de liquidação da sentença
condenatória que será fixado o valor a ser pago para cada indenizado, devendo
o montante da indenização ser comprovado por cada prejudicado de forma
individual.
Mais do que um instrumento jurídico criado com a finalidade de garantir a
preservação do meio ambiente e a indenização dos atingidos, a Ação Civil
Pública Ambiental é verdadeiro marco legal para o alcance dessas metas,
funcionando, como medida também educativa, uma vez que demonstra o claro
compromisso do Estado perante a tutela ambiental e a busca incessante por um
desenvolvimento sustentável e ecologicamente equilibrado.
Infração Administrativa
Ambiental
10. Infração Administrativa Ambiental
A infração administrativa ambiental é, de modo geral, toda ação ou omissão
que viola as regras jurídicas de uso, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente. Quando isso ocorre, a punição apropriada são sanções do diploma
legal, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades previstas na legislação.
Em grande parte das vezes, a sanção se limita a uma multa, podendo ser
estendida à demais sanções estabelecidas no decretado ao analisarem mais
cuidadosamente a gravidade dos fatos, antecedentes e situação econômica do
infrator.
As infrações administrativas ambientais e suas sanções, previstas em lei,
podem ser também especificadas em regulamentos. Isso acontece porque as
legislações federais, estaduais e municipais podem defini-las, cada uma delas
com sua competência, as infrações às normas de proteção ambiental e as
respectivas sanções. A lei 9.605 estatui no artigo 72 que as infrações podem ser
punidas com as seguintes sanções:

• Advertência - será aplicada se o caso de o infrator, por inobservância da lei


ou regulamento, deixar de sanar a irregularidade apurada pelo órgão
fiscalizador
• Multa simples - será aplicada se o agente, por negligência ou dolo, advertido
por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las no prazo
assinalado pelo órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos
do Ministério da Marinha, ou se opuser embargo à fiscalização dos órgãos do
SISNAMA ou da Capitania dos Portos do Ministério da Marinha. Assim, a
multa poderá ser também convertida em serviços de preservação, melhoria
e recuperação da qualidade do meio ambiente.
• Multa diária - será aplicada sempre que o cometimento da infração se
prolongar no tempo, até a sua efetiva cessação ou regularização da situação
mediante a celebração, pelo infrator, de termo de compromisso de reparação
do dano. Os valores arrecadados serão revertidos aos Fundos criados por lei
federal, estadual e municipal. A multa terá por base a unidade, hectare, metro
cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objetivo
jurídico lesado. O valor da multa de que trata esse decreto será corrigido,
periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação
pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 e o máximo de R$ 50.000.000,00
• Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer
natureza utilizados na infração - Os animais serão devolvidos ao seu
habitat, os produtos, subprodutos e veículos serão avaliados e doados à
entidade de caridade, às instituições científicas ou hospitalares e os
petrechos e equipamentos serão vendidos com a garantia de sua
descaracterização.
• Destruição ou inutilização do produto – o produto da flora e da fauna será
destruído ou inutilizado ou, excepcionalmente, doado a instituições
científicas, culturais ou educacionais
• Suspensão de venda e fabricação do produto - é uma sanção não prevista
em legislação anterior, cuja eficácia será importante para obstar a
continuidade da venda e do fabrico de produtos nocivos à saúde, a segurança
e ao bem-estar da população
• Embargo de obra de atividade - o órgão fiscalizador poderá embargar a
obra ou a própria atividade causadora da degradação ambiental
• Demolição de obra – o órgão fiscalizador poderá ainda determinar a
demolição da obra construída irregularmente
• Suspensão parcial ou total de atividade – o órgão fiscalizador poderá
determinar a suspensão total ou parcial das atividades, caso constate alguma
irregularidade ou o descumprimento de normas ambientais relevantes
• Restritivas de direitos - abrangem a suspensão de registro como a licença,
permissão ou autorização; cancelamento de registro, licença, permissão ou
autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda ou
suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos
oficiais de crédito; e proibição de contratar com a administração pública, pelo
período de até três anos.
• Reparação dos danos causados - independe da demonstração de culpa
praticada pelo autor da infração.
Diante de tal situação, a primeira estratégia de defesa, para terceiro que se
deparar com a imposição de uma sanção administrativa, é a de verificar se ela
possui fundamento na lei, independentemente se for federal, estadual ou
municipal. Caso a lei seja genérica e não traga de forma taxativa e expressa de
que aquele ato é ilícito, deverá haver análise do caso concreto, comparando-se
a sanção aplicada e o ato cometido. O que não poderá ocorrer é uma simples
portaria ou resolução criar uma figura infracional e impor multa.

Podemos dar um exemplo no caso de poluição. A lei genericamente afirma


que comete poluição quem desobedece aos padrões específicos ou lança
emissão que, efetiva ou potencialmente, causem danos ao meio ambiente. Deste
modo, para existir legitimidade da Administração Pública em aplicar penalidade,
não se exige a real ocorrência do dano, é necessário apenas um possível risco
de que ele aconteça.

Entretanto, como diz os artigos previstos nas leis, na esfera administrativa, a


infração é caracterizada não pela ocorrência de um dano, mas pela
inobservância de regras jurídicas, que podem ou não resultar consequências
prejudiciais ao ambiente.
Após a infração administrativa ser devidamente constatada, o auto de
infração, documento de ofício por agente de uma das entidades que compõem
o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), será lavrado. Além disso,
este documento deve conter a identificação do autuado, descrição clara e
objetiva das infrações encontradas e a indicação dos respectivos dispositivos
legais e regulamentares infringidos, não devendo conter emendas ou rasuras
que comprometam sua validade.
A apreensão de produtos, subprodutos e instrumentos provenientes de
infrações penais ou administrativas é um procedimento necessário e
imprescindível, pois não pode se admitir que tais bens voltem à propriedade do
infrator. Isto é realizado por meio de condenação nas infrações penais, ao invés
de ser algo das infrações administrativas.

Este procedimento deve ser realizado com muita cautela, uma vez que o que
foi apreendido deverá ser de imediato, doado, se perecíveis ou garantida sua
descaracterização por meio de reciclagem, se não perecíveis. Além disso, tal
apreensão possui como objetivo desestimular os infratores e impedir que estes
bens entrem no mercado consumidor, servindo à cobiça dos demais
consumidores. Procura-se ainda impedir que tais instrumentos voltem a ser
utilizados na prática de infrações ambientais.
É importante mencionar que o procedimento administrativo para apuração de
infração ambiental deverá analisar prazos máximos:

a) vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de


infração, contados da data da ciência da autuação
b) trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados
da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação
c) vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância
superior dos órgãos integrantes do SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e
Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação
d) cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento
da notificação. Assim, com o fim este prazo, deverá a Administração Pública
promover a cobrança judicial do débito.
Legislação
Ambiental
11. Legislação Ambiental

O Direito Ambiental é caracterizado por pertencer a uma pluralidade de


pessoas não identificáveis, mas que pode ser exercido a qualquer tempo. Um
dos aspectos deste é o meio ambiente e seus recursos naturais. Outro aspecto
é o do ambiente criado pelo homem, ou seja, praças, ruas, edifícios, obras,
dentre outros. Por último, temos o ambiente do trabalho, onde aspectos
relacionados como iluminação, ventilação, ruídos, temperatura, dentre outros
são importantes.
O Direito Ambiental possui os seguintes princípios:
a) Princípio da Prevenção ou Precaução: Este é o maior e mais importante
ordenamento jurídico ambiental, considerando que a prevenção é o grande
objetivo de todas as normas ambientais, uma vez que o meio ambiente é
desequilibrado, a reparação é, na maior parte das vezes, uma tarefa difícil e
dispendiosa. Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
(Licenciamento, EIA, zoneamento) estão fundados nesse princípio.
b) Princípio da Cooperação: Significa dizer que todos, o Estado e a
Sociedade, através de seus organismos, devem colaborar para a implementação
da legislação ambiental, pois não é só papel do governo ou das autoridades, mas
de cada um e de todos nós.

c) Princípio da Publicidade e da Participação Popular: Importa afirmar que


não se admite segredos em questões ambientais, pois afetam a vida de todos.
Tudo deve ser feito, principalmente pelo Poder Público, com a maior
transparência possível, e de modo a permitir a participação na discussão dos
projetos e problemas dos cidadãos de um modo geral.
d) Princípio do Poluidor-pagador: Já citado anteriormente na parte de
valoração dos recursos naturais, infelizmente ainda não é bem aceito na prática,
ficando para o Estado esta obrigação de recuperar e para a sociedade o prejuízo,
e para o mal empreendedor somente o lucro.
e) Princípio in dúbio pro natura: É uma regra fundamental da legislação
ambiental, que leva para a preponderância do interesse maior da sociedade em
detrimento do interesse individual e menor do empreendedor ou de um dado
projeto.
A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 225, define a importância de
manter o ecossistema equilibrado por meio da preservação e recuperação
ambiental visando uma melhor qualidade de vida, a qual todo cidadão tem
direito. A legislação ambiental compreende leis, decretos, resoluções, portarias
e normas que são aplicadas às organizações de qualquer natureza e ao cidadão
comum. Além disso, definem regulamentações e atos de infração em casos de
não cumprimento.
Esta é considerada uma das mais completas e apropriadas do mundo. Em
paralelo com a preservação do meio ambiente, as leis também contam com um
conteúdo riquíssimo sobre ações preventivas, visando diminuir os impactos
ambientais. Por mais que exista uma gama muito grande de leis, iremos citas as
onze principais.

Novo Código Florestal Brasileiro – Lei 12.651/12:

Ele revoga o Código Florestal Brasileiro de 1965 e estabelece a


responsabilidade do proprietário de espaços protegidos entre a Área de
Preservação Permanente (APP) e a Reserva Legal (RL) de proteger o meio
ambiente, sempre.
Com essa lei, as florestas existentes no território nacional e as demais formas
de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são
reconhecidos como bens de interesse comum a todos os habitantes do país. O
exercício do direito de propriedade está condicionado às limitações que a
legislação estabelece.

Política Nacional do Meio Ambiente – Lei 6.938/81


Foi a primeira Lei Federal a abordar o meio ambiente como um todo, dispondo
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida.
Visa assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Além de proibir a poluição e obrigar ao licenciamento e regulamentar a
utilização adequada dos recursos ambientais, essa norma instituiu a PNMA e
o SISNAMA. Com isso, estipula e define que o poluidor é obrigado a indenizar
danos ambientais que causar, independentemente de culpa.

Por fim, estabelece que o Ministério Público pode propor ações de


responsabilidade civil pelos danos causados ao meio ambiente, de forma a impor
ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar os prejuízos causados.

Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)


Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao Meio Ambiente. Concede aos órgãos ambientais
mecanismos para punição de infratores ambientais, como em caso de crimes
ambientais praticados por organizações. Ou seja, com essa norma torna-se
possível a penalização das pessoas jurídicas em caso de crimes ambientais.
Agrotóxicos – Lei 7.802/89

Dispõe sobre a pesquisa, produção, o transporte, armazenamento,


comercialização, utilização e destino final dos resíduos e embalagens
de agrotóxicos, seus componentes e afins.

Criação do Ibama – Lei 7.735/89


Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica e cria o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências
federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Compete a este
órgão realizar a Política Nacional do Meio Ambiente, atuando na fiscalização e
controle da exploração de recursos naturais.

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei 12.305/10


Estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, e
define as responsabilidades dos geradores e do poder público.
A norma define o que são os resíduos sólidos, sendo que os geradores destes
devem seguir a ordem de:

1- Não geração; 2- Redução; 3- Reutilização; 4- Reciclagem; 5- Tratamento


dos resíduos sólidos e 6- disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Ela também estabelece quando será necessário elaborar o Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Este deve ter designado um
responsável técnico devidamente habilitado para sua elaboração,
implementação, operacionalização e monitoramento de todas suas etapas.

Recursos Hídricos – Lei 9.433/97

Institui a Política e o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, condiciona a


intervenção em águas públicas à autorização do órgão competente, e institui a
cobrança pelo uso da água por ser um recurso natural limitado e que possui alto
valor econômico.

Área de Proteção Ambiental – Lei 6.902/81

Estabelece as diretrizes para a criação das Estações Ecológicas que são


áreas representativas de diferentes ecossistemas do Brasil que precisam ter
90% do território intocadas e apenas 10% podem sofrer alterações para fins
acadêmicos.
Também estabelece a criação de Áreas de Proteção Ambiental (APA’s) que
compreendem propriedades privadas que podem ser regulamentadas pelo órgão
público competente em relação às atividades econômicas para proteger o meio
ambiente.

Patrimônio Cultural – Decreto de Lei 25/37


Dispõe sobre a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Entende-se como patrimônio nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional
valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.

Política Agrícola – Lei 8.171/91


Essa lei objetiva a proteção do meio ambiente. Ela estabelece a obrigação de
recuperar os recursos naturais para as empresas que exploram
economicamente águas represadas e para as concessionárias de energia
elétrica. Além disso, responsabiliza o Poder Público em suas esferas de fiscalizar
o uso racional do solo, água, fauna e flora.

Zoneamento Industrial – Lei 6.803/80

Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas


críticas de poluição. A norma condiciona a atuação de entidades estatais no que
se refere às áreas críticas de poluição e institui proibições a serem observadas
por tais entidades durante os processos de licenciamento ambiental.
São estabelecidos padrões ambientais para a instalação e licenciamento das
indústrias, exigindo-se o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Análise de Riscos
Ambientais
12. Análise de Riscos Ambientais

Riscos ambientais são os elementos ou substâncias que encontramos em


diversos ambientes em quantidade exagerada. Ou seja, ultrapassam os limites
que o organismo é capaz de tolerar sem causar danos à saúde do indivíduo.

A análise de riscos ambientais está relacionada à avaliação preliminar de uma


possibilidade de ocorrência de um acidente e sua consequência no âmbito social,
econômico e ambiental para o país. Ou seja, é a identificação de situações de
risco em qualquer empreendimento em funcionamento e as consequências ao
meio ambiente, à comunidade, ao próprio empreendimento e aos seus
funcionários.

Os principais riscos ambientais são:

• Riscos físicos: quando os trabalhadores ficam expostos a ruídos, vibrações


constantes, altíssimas e extremas temperaturas, radiações, entre outros;
• Riscos químicos: substâncias, compostos ou produtos, como, por exemplo,
poeira, fumo, gases ou vapores as quais o indivíduo está exposto e corre o
risco de absorver ou pela pele ou ingerindo-o, causando danos à saúde;
• Riscos biológicos: danos à saúde do trabalhador provenientes da ação de
bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, ou qualquer tipo de vírus;
• Riscos acidentes: máquinas e equipamentos usados sem que o funcionário
tenha a devida proteção, uso de ferramentas inadequadas e lugares que
possam oferecer riscos de incêndio ou explosão.
• Riscos ergonômicos: esforço físico intenso, como levantamento e
transporte manual de peso, até mesmo trabalhar em carga horária noturna
pode provocar riscos, bem como longas jornadas de trabalho, entre outros.

A análise de risco ambiental tem como objetivo criar um conjunto de medidas


capazes de permitir a redução de eventos como desastres e/ou acidentes. Além
disso, visa criar alguns pontos básicos para que o plano seja executado sempre
da melhor maneira possível e obtenha resultados favoráveis, bem como avaliar
os riscos presentes no local de trabalho, fazendo sempre uma verificação dos
procedimentos visando a segurança do trabalhador e, caso necessário, realizar
uma análise e correção de possíveis acidentes no local de trabalho.
12.1. Como funciona?

O processo tradicional de Avaliação de Risco à Saúde Humana em Áreas


Contaminadas pode ser dividido, segundo EPA (1989), nas seguintes etapas de
trabalho:

• Aquisição e Avaliação de Dados


• Avaliação de Exposição
• Análise de Toxicidade
• Caracterização do Risco
Aquisição e Avaliação de dados

Envolvem o levantamento e análise dos dados relevantes para a avaliação de


risco à saúde humana e a identificação das substâncias presentes na área, que
serão indicadoras no processo.

A identificação dos contaminantes presentes em determinada área de sua


distribuição espacial, concentração e comportamento no meio físico visa permitir
o estabelecimento dos compostos químicos indicadores, que serão:

• Os mais tóxicos, persistentes e móveis.


• Aqueles com maior distribuição espacial e concentração
• Os envolvidos em cenários de exposição mais significativos

Avaliação de Exposição
É uma estimativa da intensidade, frequência, duração e caminhos da
exposição humana, atual ou futura, a determinado composto químico. Tal
estimativa é fundamentada nos dados de monitoramento ambiental e resultados
da previsão da movimentação e atenuação dos contaminantes por meio de
modelagem matemática.
A avaliação é desenvolvida prevendo-se os usos atuais e futuros da área em
estudo, sendo necessário que:
• Sejam entendidos os mecanismos de vazamento e transporte do
contaminante no meio físico;
• Sejam identificadas as populações expostas;

• Sejam identificados todos os caminhos potenciais de exposição;


• Sejam estimadas as concentrações nos pontos de exposição, para cada
caminho específico.

A avaliação das informações obtidas nas etapas descritas acima permite


elaborar os cenários de exposição onde são identificadas as várias
possibilidades para que o contaminante, a partir da origem da contaminação,
atinja as populações potencialmente receptoras. Os resultados da avaliação da
exposição são os valores de ingresso dos compostos indicadores para cada
caminho de exposição específico (atual ou futuro).

Análise de Toxicidade
Define a toxicidade específica para cada composto químico indicador,
considerando-se os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição ao
composto. Para tanto, é necessário avaliar a relação entre a magnitude da
exposição, o tipo de efeito adverso e a possibilidade de um determinado
composto gerar câncer no indivíduo ao longo da exposição.
Nesta etapa, os bancos de dados toxicológicos servem como fonte de
informações sobre a toxicologia e os efeitos adversos à saúde dos compostos
indicadores. A análise da toxicidade pode ser dividida em duas atividades
principais:
• Identificação dos efeitos adversos – determinação do tipo e magnitude do
efeito adverso à saúde que é causado pela exposição a um agente tóxico
específico;
• Determinação da dose-resposta – processo de avaliação quantitativa da
toxicidade, relacionando-se a dose do contaminante que foi administrada
com a incidência de efeitos adversos à saúde em uma dada população
exposta.
Caracterização do Risco
Integra todos os dados obtidos nas etapas anteriores, tendo como objetivo
quantificar o risco. Neste momento, as concentrações de contaminantes
medidas nos pontos de exposição e as concentrações teóricas estimadas por
meio de modelos de transporte de massa são comparadas com os dados
toxicológicos específicos do composto de interesse. Essa comparação serve
para determinar se os níveis de contaminação atuais ou futuros da área podem
gerar algum efeito adverso à saúde humana, segundo os padrões toxicológicos
utilizados.
É certo que a análise de riscos ambientais é um resultado que se alcança em
longo prazo, mas fundamental para equilíbrio do meio com o homem e,
consequentemente, atenua o processo de degradação da natureza.
Estudos de Caso
13. Estudos de Caso

Os relatos de experiências acerca da gestão ambiental são chamados de


Estudos de Casos, no intuito de compreender como as empresas resolvem,
encaminham e organizam a gestão ambiental dos seus espaços empresariais.

Podemos citar exemplos que ocorrem em Unidades de Produção Agrícola


(UPAs) e nas Unidades Agroindustriais. Estas apresentam-se de forma
diversificada e assumem determinada configuração tendo como base diversos
fatores. Deste modo, discutiremos aqui as principais problemáticas ambientais
encontradas nestes locais, além das possíveis soluções encontradas a partir dos
estudos dos SGAs.

Como atividades desenvolvidas nas UPAs temos: agroindústria, bovinocultura


de corte, integração de aves, rizicultura, tabaco, turismo rural, bovinocultura leite
e derivados, dentre outros. Depois que estas atividades são identificadas, é
necessário identificar quais são as causadoras de impactos negativos ao meio
ambiente, bem como as ações de gestão ambiental que são adotadas.

Atividade Problemas identificados Ações adotadas


Adubação na propriedade –
reaproveitamento em outra
Geração de resíduos (cascas de frutas,
atividade da propriedade (uso
vegetais e legumes)
das cascas)
Compostagem
Doação do óleo a terceiros para
Óleo proveniente de frituras
fabricação de sabão
Agroindústrias:

queijos, cortes de Produção de resíduos (dejetos de


carne, carne moída, animais) na produção de ovos de codorna Dispersão de odores e poeira
salame, dentre outros Confeitaria: efluentes líquidos gerados com utilização de árvores de
com a lavagem dos equipamentos grande porte plantadas ao redor
Resíduos de óleos usados para untar as do estabelecimento.
telas e os restos de embalagem Implantação de sistema de
Uso de energia (agroindústria de pães, energia solar fotovoltaica
cucas e derivados)

Nas UPAs com agroindústrias, percebe-se que são poucos os resíduos que
podem ser reutilizados com reaproveitamento em outras atividades. Entretanto,
verifica-se a existência de algumas ações de gestão ambiental, como, por
exemplo, o caso da criação de codornas poedeiras em que se promove a
dispersão de odores e poeira com utilização de árvores de grande porte
plantadas ao redor do galpão, e o caso da implantação de sistema de energia
solar fotovoltaica na agroindústria de pães e derivados.
Apesar da adoção de ações específicas que visam causar o menor impacto
possível no meio ambiente, verificou-se que em algumas agroindústrias não há
destinação adequada para alguns resíduos, como é o caso dos efluentes líquidos
gerados com a lavagem dos equipamentos nas agroindústrias de queijo e de
carnes. Além desse, pode-se citar também o caso em que se utiliza resíduos de
óleos usados para untar as telas e os restos de embalagem na produção de
panificados. As ações identificadas são isoladas, não sendo planejadas de forma
integrada na UPA e não constituindo um SGA em si.

É importante que seja elaborado um sistema de gestão ambiental estratégico,


integrador e específico para o rural, que seja flexível e dialogue com o local onde
é aplicado e que vise promover a harmonização das atividades humanas com a
qualidade e a preservação ambiental.

Atividade Problemas identificados Ações adotadas

Descarte de soro Armazenamento do soro em tanques


Contaminação de fontes hídricas para doação e utilização em
alimentação de suínos
Resíduos sólidos e líquidos
Na limpeza dos tanques de
Diminuição da biodiversidade armazenamento são utilizadas fossas
Compactação e erosão do solo para a retenção de impurezas.
Leite e Derivados Compostagem de resíduos sólidos e
Emissão de gás metano
reutilização na propriedade
Resíduos (sacarias, embalagens Sistema de captação de resíduos
plásticas, frascos de medicações, sólidos e líquidos
Proteção da área de mata ciliar (APP)
agulhas, resíduos de ração, resíduos
Local para armazenamento e coleta
de silagem, entre outros) seletiva uma vez ao mês

Outro caso que iremos citar aqui são os das UPAs de Leite e derivados. Nelas,
foi possível identificar um conjunto de ações de gestão ambiental mais
abrangente. Isto pode estar relacionado com a produção integrada, mediante a
qual as empresas integradoras estabelecem critérios para estes modelos de
UPAs. O mesmo ocorre nas UPAs de aves e suínos.
No entanto, é importante mencionar que muitas vezes essas empresas
exigem a adoção de SGAs, mas não prestam a devida assessoria financeira e
operacional para sua implantação, ou seja, a adoção do SGA fica apenas sob
responsabilidade da família proprietária da UPA. Entretanto, estas empresas se
fazem valer do discurso do senso comum sobre “sustentabilidade ambiental”,
veiculado tanto na bolsa de valores quanto em seus espaços publicitários na
televisão, internet e revistas.
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