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É imperativo agir em função da preservação do meio ambiente para que as gerações futuras não
nos condenem pelos erros irreversíveis e pela destruição gradativa do planeta.
Repensar seus atos de consumo, reduzir o consumo, reutilizar os materiais que parecem não ter
mais utilidade e reciclar o lixo.
Relatórios de respeitadas organizações ambientais defendem que nós, seres humanos, já estamos
consumindo mais do que a capacidade do planeta de se regenerar, alterando o equilíbrio da Terra.
Segundo o relatório Planeta Vivo (WWF, 2008), a população mundial já consome 30% a mais do
que o planeta consegue repor. Outro relatório, o Estado do Mundo 2010, do World Watch
Institute (WWI) coloca que hoje extraímos anualmente 60 bilhões de toneladas de recursos
naturais. Isto representa 50% a mais do que extraíamos 30 anos atrás.
É verdade que a população mundial cresceu muito desde sua existência. No século XVIII (durante
a revolução industrial) éramos cerca de 750 milhões de habitantes. Hoje, somos 7,6 bilhões de
seres humanos na Terra. E segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população
mundial deve chegar a 8,6 bilhões de habitantes até 2030.
Isso naturalmente proporciona um aumento no consumo dos recursos do planeta. No entanto, esse
consumo é extremamente desigual. Enquanto uns consomem muito mais do que suas
necessidades básicas, outros sofrem com a falta de recursos. De acordo com o mesmo relatório do
WWI (2010), um estudo do ecologista Stephen Pacala, da Universidade de Princeton, sobre a
emissão de gás carbônico na atmosfera, revela que as 500 milhões de pessoas mais ricas do
planeta (7% da população mundial) são responsáveis pela emissão de 50% do gás carbônico,
enquanto três bilhões de pessoas mais pobres são responsáveis por apenas 6% das emissões
deste gás.
Neste caso, o gás carbônico pode ser usado como referência para expressar a produção e o
consumo de bens e serviços. Assim, os números mostram que, embora a população mundial tenha
crescido muito, a desigualdade social e o consumo excessivo de uma pequena parcela da
população são os principais agravantes.
A resposta mais simples seria dizer que todos nós – Sociedade, Governo e Empresas – somos
responsáveis. Mas, cada uma destes atores possuem responsabilidades diferentes neste processo.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) afirma em seu relatório World Trade Report – Natural
Resources que recursos naturais são “estoques de materiais existentes em ambiente natural que
são escassos e economicamente úteis”. Ou seja, se forem usados de forma excessiva (e estão
sendo) terminarão e teremos (já temos um) problema dos grandes.
Nesses recursos naturais não estão incluídos apenas petróleo, gás natural ou carvão. Alimentos
também fazem parte dele assim como a água potável, o bem mais necessário à continuidade da
vida de boa parte dos animais, homens principalmente. O responsável por tudo isso é nossa
espécie. A situação é tão grave que, em março, cientistas liderados por Anthony Barnorsky, da
Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, publicaram um estudo mostrando que
estamos caminhando a passos largos na direção da sexta extinção em massa, uma situação na
qual 75% das espécies do planeta simplesmente deixarão de existir.
Nos últimos 540 milhões de anos, esse fenômeno ocorreu apenas cinco vezes. A última extinção
em massa, 65 milhões de anos atrás, dizimou, entre outros, os dinossauros, e foi fruto da queda de
um asteroide na Terra (leia mais na pág. 48). Na avaliação dos pesquisadores, o extermínio pode
ocorrer em um período que varia de 22 mil a 600 mil anos, um tempo ínfimo do ponto de visto
geológico. O curioso, para não dizer trágico, é que o homem provavelmente sobreviveria à
hecatombe, segundo os pesquisadores, apesar de ser ele o causador da desgraça devido ao uso
excessivo dos recursos naturais do planeta. Veja nas próximas páginas oito recursos que estão a
perigo.
A exploração dos recursos naturais do planeta é fundamental para a sobrevivência do ser humano.
Os estoques destes materiais, no entanto, apesar de parecerem abundantes e infinitos, são
escassos e, se usados de forma excessiva e desmedida, irão se esgotar. Pesquisadores alertam
que o esgotamento destas fontes pode levar a uma extinção em massa, na qual 75% das espécies
do planeta simplesmente deixarão de existir.
A utilização abusiva destes recursos – que inclui petróleo, carvão, gás natural, minérios, água e
alimentos – já tem consequências visíveis. Foi o que mostrou a estimativa da Global Footprint
Network, que a cada ano calcula a cota de recursos naturais que a Terra é capaz de repor para
manter o equilíbrio ambiental do planeta. Neste ano, o chamado “Dia da Sobrecarga”, data na qual
esta cota se esgotaria, foi em 20 de agosto, antecipado em dois dias com relação a 2012.
A conta realizada pela ONG funciona da seguinte forma: primeiro estima-se a quantidade de terra,
água e ar necessária para produzir os bens indispensáveis à vida durante um ano. Depois,
transforma-se este número em hectares e divide-se o resultado pelo número de habitantes do
planeta. Os cálculos mostraram que cada habitante usa 2,7 hectares do planeta por ano, e que o
número ideal para que o consumo não comprometa o meio ambiente é de, no máximo 2,1
hectares.
Se a exploração dos recursos e o consumo global continuar neste ritmo, em 2030 serão
necessários recursos equivalentes a dois planetas Terra para manter este padrão. O “Dia da
Sobrecarga” é calculado há 10 anos. Segundo o diretor da entidade responsável pela estimativa,
Juan Carlos Morales, a cada ano essa data é antecipada em dois ou três dias.
Para evitar que tais previsões se concretizem, o grande desafio é conciliar o desenvolvimento com
a conservação dos recursos naturais. Para isso, além de soluções tecnológicas e políticas, é
necessário que haja uma mudança de comportamento dos indivíduos, através do consumo
consciente e atitudes ecologicamente sustentáveis.