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Índice

Objectivos:...................................................................................................................................4

Objectivo Geral:...........................................................................................................................4

Objectivos específicos:................................................................................................................4

Responsabilidade ambiental.........................................................................................................5

Responsabilidade Civil Ambiental...............................................................................................5

Proteção da biodiversidade..........................................................................................................6

O acto administrativo ambiental..................................................................................................8

Papel do advogado na responsabilidade civil ambiental..............................................................9

Conclusão...................................................................................................................................10

Referências bibliográficas..........................................................................................................11
Introdução

O presente trabalho com o tema responsabilidade ambiental, dizer que A responsabilidade


ambiental é aplicável aos danos e aos riscos de danos ambientais quando decorrentes de
atividades profissionais, desde que seja possível estabelecer uma relação de causalidade entre o
dano e a atividade em questão. Depois de apontar algumas medidas para prevenir o dano, a Lei
do Ambiente, assumindo que muitas vezes este dano ocorre e que carece de ser salvaguardada a
sua reparação no âmbito do princípio da responsabilização e do poluidor-pagador, aponta
algumas directrizes de actuação ao falar da necessidade de um seguro de responsabilidade civil e
da opção pela responsabilidade objectiva.

Objectivos:
Objectivo Geral: saber o que é responsabilidade ambiental.

Objectivos específicos:
 Falar a responsabilidade objectiva e subjectiva;
 Abordar aspectos relativos a proteção da biodivercidade;
 Especificar sobre o acto administrativo que leva o bem público e património ambiental.

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Responsabilidade ambiental
O termo responsabilidade significa ter consciência com relação aos atos que é praticada
voluntariamente. A responsabilidade ambiental é aplicável aos danos e aos riscos de danos
ambientais quando decorrentes de atividades profissionais, desde que seja possível estabelecer
uma relação de causalidade entre o dano e a atividade em questão. Os danos ambientais são
definidos como os danos diretos ou indiretos causados ao ecossistema, assim como a
contaminação direta ou indireta dos solos que impliquem um risco importante para a saúde
humana.

Responsabilidade Civil Ambiental


Depois de apontar algumas medidas para prevenir o dano, a Lei do Ambiente, assumindo que
muitas vezes este dano ocorre e que carece de ser salvaguardada a sua reparação no âmbito do
princípio da responsabilização e do poluidor-pagador, aponta algumas directrizes de actuação ao
falar da necessidade de um seguro de responsabilidade civil e da opção pela responsabilidade
objectiva.

Assim, nos termos do disposto no seu art.º 25.º “ todas as pessoas que exerçam actividades que
envolvam elevado risco de degradação do ambiente e assim classificadas pela legislação sobre a
avaliação do impacto ambiental, devem segurar a sua responsabilidade civil”.

Ora, este dispositivo tem, de bom, o facto de ter na sua rácio a intenção de garantir que “quem
polui paga”. Contudo, para ser aplicado no ordenamento jurídico nacional carece de
regulamentação que, até a data, não foi publicada. E não se diga que esta falta de regulamentação
não torna o preceito ineficaz, porque torna. Com efeito, este dispositivo delimita as actividades
para as quais este tipo de seguro é necessário e que são “as classificadas pela legislação de
avaliação do impacto ambiental”. Acontece que, como já vimos, nos termos da classificação,
realizada pelo Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro (RAIA), existe a diferenciação das
actividades em três níveis diferentes de agressão ao ambiente, pergunta-se então: a qual delas
devemos impor a obrigação de segurar a actividade? A todas? Apenas às da categoria A?
Também às da categoria B? Parece-nos assim, inequívoco que, sem regulamentação, este artigo
não tem aplicação imediata no nosso ordenamento jurídico. Começamos, assim, a encontrar as
ineficiências da Lei do Ambiente que, até aqui, no que respeita à regulação da matéria
relacionada com a prevenção do dano, sobretudo por parte dos poderes públicos, se encontra,

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bem ou mal, regulada e em vigor. Importa, agora, verificar o que se passa em sede de
responsabilidade civil. Ora, nos termos do disposto no n.º 1, do art.º 26.º da Lei do Ambiente,
“constituem-se na obrigação de pagar uma indemnização aos lesados todos aqueles que,
independentemente de culpa e da observância dos preceitos legais, causem danos significativos
ao ambiente ou provoquem a paralisação temporária ou definitiva de actividades económicas,
como resultado da prática de actividades especialmente perigosas”. Sucede que, a
responsabilidade objectiva estabelecida nos termos da Lei do Ambiente ainda não vigora por
faltar a legislação complementar de que depende. Para além disso, condicionando o recurso ao
regime da responsabilidade civil objectiva (pelo risco) por danos ambientais ao preenchimento
de requisitos de carácter cumulativo, que, na prática, se tornam extraordinariamente difíceis de
reunir, principalmente por causa do recurso a conceitos indeterminados desprovidos de qualquer
operatividade - “danos significativos” e “actividades especialmente perigosas”- o legislador
contribuiu para que, na maior parte das situações, o interessado tenha que enveredar pela
responsabilidade civil subjectiva, consagrada no art.º 483.º e seguintes do Código Civil
Moçambicano, que exige, entre outros requisitos, a prova de culpa, especialmente difícil de se
conseguir em matéria ambiental.

A responsabilidade ambiental objetiva decorre da coisa (natureza propter rem), ou da


atividade e o dano ambiental, sendo o bastante para fins de responsabilização,
independentemente se a conduta danosa foi praticada por terceiro. Esta responsabilidade
aplica-se tão somente na esfera civil.
Responsabilidade ambiental subjetiva, há que se ter o elemento CULPA, isto é, a exemplo
do que ocorre na esfera penal, é necessário haver negligência, imprudência, imperícia ou dolo,
de forma que a penalidade seja imposta ao real transgressor (princípio da intranscendência das
penas).
Proteção da biodiversidade
A adopção de diversas convenções internacionais tem tido nesta área efeitos relativamente
inócuos. Contudo, uma breve análise dos instrumentos de direito internacional público centrados
na protecção da biodiversidade permite-nos compreender que é já amplamente reconhecida a
natureza necessariamente global (ou, pelo menos, regional) do problema e suas formas de
resolução. Tendo centra relevância a Convenção sobre a Diversidade Biológica, a que já fizemos
alusão, não podemos deixar de notar que, para além da sua natureza de soft law, a sobreposição

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dos vários instrumentos de direito internacional público, resultantes dos compromissos
alcançados entre os Estados em cada momento, impedem qualquer tratamento coerente ou
unitário da matéria à escala internacional e, consequentemente, a efectividade do Direito
Internacional do Ambiente. Ou seja, o Estado que seguirá o que se dispõe nestes instrumentos
normativos será aquele que já os seguiria na sua ausência, o que só nos faz questionar a sua
utilidade. A protecção da biodiversidade, seja no direito internacional seja, principalmente, no
direito interno, tem passado por um conjunto de mecanismos de que poderemos, sem grandes
dificuldades, fazer uma enumeração exemplificativa:
 Criação de reservas naturais e marinhas e de áreas protegidas: contrariamente à species
approach, antecedendo uma intervenção mais específica e orientada, a criação de reservas
naturais e afins (no caso português, parques nacionais, parques naturais, reservas naturais
e monumentos naturais, nos termos dos artigos 16.º e seguintes do Decreto-Lei n.º
142/2008, de 24 de Julho) era o enquadramento tradicional da conservação da natureza.
Hoje em dia assumirá especial relevância para a conservação de grandes áreas de grande
sensibilidade e frágil equilíbrio (como é o caso da Antártida), e não para protecção de
biodiversidade em geral;
 Listagem de espécies: traduz a chamada species approach, ou abordagem centrada na
espécie; sejam espécies em extinção ou espécies em perigo moderado, a listagem de
espécies protegidas é o primeiro passo para a aplicação de outros regimes;
 Protecção de habitats: posto em prática, nomeadamente, no território da União Europeia
através da rede Natura 2000, este mecanismo resulta da compreensão de que, excepto em
casos limite, a capacidade auto-regenerativa da natureza será suficiente para a
manutenção da biodiversidade, desde que protegidos os habitats naturais das espécies;
 Proibições ou limitações de captura ou técnicas de captura e comércio de determinadas
espécies: nomeadamente através da atribuição de licenças; um dos exemplos mais
conhecidos será o da imposição de limites máximos às pescas, feita ao nível supra-
estadual na União Europeia; em meio terrestre comunitário, o regime da rede Natura
2000 limita a captura e comércio de determinadas espécies; mais modestamente, mas
igualmente relevante, a proibição de caça ou pesca em determinados períodos tem um
menor risco de incumprimento;

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 Ajuda financeira: não sendo uma forma de protecção da biodiversidade, será um
mecanismo essencial, sempre em conjugação com outros, em direito internacional
público, por força da disparidade entre os níveis de desenvolvimento económico dos
vários Estados.
Para além destes mecanismos, outros têm sido avançados, nomeadamente mecanismos de
mercado. O ecolabelling (etiqueta ecológica) não é mais do que uma tentativa de educação
ambiental, introduzindo critérios ambientais na escolha do consumidor.

O acto administrativo ambiental


Desde os tempos dos Estados pré-democráticos modernos, seguidamente do Renascimento, em
posterior, os Estados pós-revolucionários, até os Estados atuais, incluindo os Estados de
organização constitucional totalitária, ou seja, onde não há uma autêntica separação de poderes, o
Estado desenvolveu e desenvolve, impreterivelmente, quatro funções. Tais funções são: a função
política ou governamental, a função legislativa, a função jurisdicional e a função administrativa,
onde se insere o objeto do estudo deste capítulo, qual seja, o ato administrativo. Tal mecanismo
administrativo da máquina Estatal surgiu no Direito na Revolução Francesa. A partir desta, o
Estado, desde o primeiro momento, estava dotado de uma força singular frente aos seus
Administrados. Diante disso, o conceito de “ato administrativo” foi elaborado na conjuntura
liberal, quando se era basicamente um ato de autoridade, sendo este, em regra, desfavorável, uma
vez que, o Estado se dotava de uma administração “agressiva”, na linha de uma Administração
não intervencionista, tendo por objetivo garantir a segurança e a ordem de sua sociedade.
Nesse contexto, se faz mister trazer a baila, os dizeres de António Ferreira Xavier Forte, quando
afirma que: Distinção material das funções estaduais põe-se-nos aqui exclusivamente com vista à
definição do objeto da ciência do direito administrativo e só tem interesse para nós, portanto, a
partir do momento em que a atividade administrativa passou a desenvolver-se em conformidade
com a lei (princípio da legalidade da administração) em que se constituiu uma separação dos
poderes estaduais (de acordo com a qual a cada especial complexo de órgãos do Estado,
indicados na Constituição, passou a ser primordialmente confiada a realização de sua função) e
se garantiu na lei fundamental um sistema de direitos e liberdades individuais só limitáveis ou
sacrificáveis pelo legislador ou com base na sua vontade. Antes disso, não era lícito falar-se de
direito administrativo – pelo que bem se pode dizer que o direito administrativo teve, como

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fração da ordem jurídica global, que aguardar o aparecimento do Estado de Direito moderno nos
princípios do século XIX, no continente europeu e em particular no nosso país (Portugal)”.21
(FORTE, 2008, p.9)
Ou seja, antes mesmo do surgimento do Estado de Direito moderno, a função administrativa do
Estado, com dito, já se fazia presente. Todavia, a partir do surgimento do Estado de Direito, o
Estado passou a desenvolver suas referidas funções com escopo legal, diante do surgimento de
normas e princípios inerentes a tais atividades, tendo por objetivos fulcrais a garantia da ordem e
da segurança pública na prestação de serviço à sociedade. Dessa forma, o conceito de ato
administrativo passou a englobar as ações autorizativas, de concessão, de prestação e de
incentivo, todavia, no que tange ao sistema de administração executiva continuou a ser uma
forma específica de atuação por parte do Estado.
Neste diapasão, ao longo dos anos, a Administração pública passou por constantes evoluções
chegando ao atual estágio de “Administração prestadora”, como muito bem conceituado por
Carla Amado Gomes ao dizer que: “É hoje consesual na doutrina a ultrapassagem da fase da
Administração agressiva e a transição para a Administração prestadora, protagonista do Estado
Social, ou mesmo já pós-social.”
Papel do advogado na responsabilidade civil ambiental

Como se viu, o meio ambiente tem especial proteção no Direito Moçambicano, com graves
imputações de natureza civil ao poluidor, que pode ser obrigado a reparar o dano, ter sua
atividade paralisada ou ser responsabilizado por dano extrapatrimonial.

Assim, a assessoria jurídica especializada mostra-se cada vez mais importante em quaisquer
empreendimentos ou negociações que impliquem em atividades com potencial risco ao meio
ambiente.

Nesse ponto, cresce a demanda por compliance ambiental de modo a criar mecanismos de
controle, evitar, minimizar ou demonstrar que o particular ou a empresa possui preocupação
com o meio ambiente na sua atividade empresarial. Além disso, em negociações imobiliárias,
fusões e aquisições, ou até mesmo contratos em geral, mostra-se importante o due diligence
ambiental para verificar eventuais passivos ambientais que possam gerar responsabilizações
futuras, assim como implicarão substancialmente em preço e cláusulas contratuais.

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Conclusão
O presente trabalho conclui que a responsabilidade civil ambiental é um campo em aberto para
atuação profissional e um ponto de alerta para os empreendedores em geral. A proteção do
meio ambiente tem sido uma preocupação mundial, fundamental para o país, seja para
preservação da sua biodiversidade e equilíbrio, seja para preservar sua imagem no exterior,
atrair investimentos e acordos comerciais. Nesse ponto, cresce a demanda por compliance
ambiental de modo a criar mecanismos de controle, evitar, minimizar ou demonstrar que o
particular ou a empresa possui preocupação com o meio ambiente na sua atividade empresarial.

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Referências bibliográficas
FORTE, 2008, Paulo de Bessa.Curso de direito ambiental: doutrina, legislação e jurisprudência
p.9

MARCOVALDI, M.A.; LOPEZ, G.G.; SOARES, L.S.;

SANDOS, A.J.B.; BELLINI, A.; SANTOS, A.S.S.; LOPEZ, M. Avaliação do estado de


conservação da tartaruga marinha Eretmochelysimbricata (Linnaeus, 1766) no Brasil.
Biodiversidade Brasileira,1: p. 20-27, 2011.

NASCIMENTO, J. L.; CAMPOS, I. B. Atlas da fauna brasileira ameaçada de extinção em


unidades de conservação federais. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade, ICMBio, 2011.

PIMENTEL, D.; ZUNIGA, R.; MORRISON, D. Update on the environmental and economic
costs associated with alien- invasive species in the United States, Ecological Economics, v. 52,
p.273-288, 2005. RIDLEY,

M. Evolution. 3ª Ed., Blackwell Science, 2004.

Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro

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