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Faculdade de Educação

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Curso de Licenciatura em Educação Ambiental

4⁰- Ano

Disciplina: Avaliação do impacto ambiental

Curso: licenciatura em educação ambiental

Avaliação do Impacto Ambiental Estudo de Pré-Viabilidade e Definição de Âmbito (EPDA)


e Termos de Referência (TdR)

Discentes Docentes

Arminda Paulo Gulube Cláudia Buce

Latiza Mussa Tayob Quente Regina Tomo

Maputo, Junho 2022


Índice

1. Introdução............................................................................................................................3
1.1. Antecedentes do projecto..........................................................................................................3
1.2. JUSTIFICATIVA DO PROJECTO..........................................................................................4
1.3. IDENTIFICAÇÃO E ENDEREÇO DO PROPONENTE........................................................4
1.4. CONSULTOR DE AIA............................................................................................................5
5. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL...................................................................................6
5.1. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL.................................................................................................8
5.2. DESCRIÇÃODOPROJECTO..................................................................................................9
5.3. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO..........................................................................................9
5.4. Descrição do projecto...............................................................................................................9
6.MÃO-DE-OBRA........................................................................................................................10
6.1. NECESSIDADES DE ÁGUA E ENERGIA ELÉCTRICA...................................................11
6.2. Geração de resíduos................................................................................................................11
6.3. DESCRIÇÃO PRELIMINAR DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA DO
PROJECTO....................................................................................................................................12
6.4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA........................................................13
7. POTENCIAS IMPACTOS DO PROJECTO E ANÁLISE DE QUESTÕES FATAIS............14
ACÇÕES POTENCIALMENTE CAUSADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS
.......................................................................................................................................................14
7.1. POTENCIAIS IMPACTOS BIOFÍSICOS.............................................................................15
7.2. PRINCIPAIS IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS E DE SEGURANCA OPERACIONAL
.......................................................................................................................................................16
7.3. TERMOS DE REFERÊNCIA PAR AO EIA.........................................................................17
7.4. OBJECTIVOS E ÂMBITO DOS TERMOS DE REFERÊNCIA..........................................17
8. COMPONENTES AMBIENTAIS DO EIA..............................................................................17
8.1. METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS.....................19
8.2. O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA..................................................................20
9. Conclusão..................................................................................................................................21
10. Anexos e apêndice...................................................................................................................21
11. Referências bibliográficas.......................................................................................................23
1. Introdução
1.1. Antecedentes do projecto

O assentamento e desenvolvimento das comunidades humanas em determinadas áreas estão


associados à criação de grandes aglomerados populacionais, com a consequente acumulação dos
resíduos que resultam das suas variadas actividades. De entre esses resíduos, os efluentes
domésticos tais como águas residuais provenientes de instalações sanitárias, cozinhas e lavagem
de roupa (Saeed; Sun, 2012), caracterizam-se por conter, entre outras substâncias, quantidades
elevadas de matéria orgânica (FUNASA 2004).

Estas águas quando não são adequadamente tratadas constituem fonte de poluição dos corpos de
água receptores. Nos países em vias de desenvolvimento apenas uma pequena parte de águas
residuais do sistema de esgoto é tratada (Mara, 2003).

Na cidade de Maputo, segundo a UN-HABITAT (2014) apenas 8% da população em 2003 tinha


o acesso a serviço de sistema de esgoto. Entretanto, grande parte das águas residuais não chega a
Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) pelo facto de as estações elevatórias estarem
inoperacionais e, por conseguinte, as águas residuais transbordam para o sistema de drenagem e
fluem até a baia (Mutevúie, 2015).

O objectivo final da engenharia de águas residuais é a protecção da saúde pública de uma forma
compatível com as preocupações ambientais, económicas e sociais, uma vez que o tratamento de
águas residuais que ela proporciona reduz a transmissão de doenças relacionadas com os dejectos
humanos e também contribui para a redução da poluição por estes e, consequentemente, da
degradação do meio e da vida aquática (Mara, 2003).

Estes efluentes, à jusante do ponto de emissão no rio Mulauze, apresentam um aspecto turvo e
cheiro desagradável o que sugere a potencial contaminação por diversos factores físicos,
químicos e biológicos, directamente relacionados com a ETAR e de outras actividades que se
realizam ao longo do Vale do Infulene. Wu, et al. (2015) afirma que os efluentes resultantes de
estações convencionais de tratamento de esgotos, ao exemplo da ETAR de Maputo, muitas vezes
contêm contaminantes com concentrações acima dos níveis permitidos por lei.

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A ETAR da cidade de Maputo foi construída nos anos 80, originalmente projectada para servir
somente 90.000 h.e. (habitantes equivalentes) e com caudal máximo de 2.000 m3/h (555 L/s)
(Mutevuie, 2015).

Assim sendo, é de extrema importância fazer o estudo de pré-viabilidade dos possíveis impactos
ambientais fatais.

Segundo o (Decreto Nº. 54/2015), de 31 de Dezembro que fala sobre o processo de avaliação do
impacto ambiental, essa actividade é classificada como sendo da categoria ‘’B’’ e segundo o
artigo 8 do mesmo decreto deve; no seu número 1, que diz; todas as actividades susceptíveis de
causar impactos sobre ambiente, devem ser objecto de pré-avaliacao a ser efectuada pela
entidade que superintende a área de AIA, e também devem obedecer o artigo 9 do mesmo
decreto, após desta fase de pré-avaliacao o proponente deve passar para a fase subsequente que é
de plano de boas práticas ambientais.

1.2. JUSTIFICATIVA DO PROJECTO

As Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) são infra-estruturas onde se tratam as


águas residuais de origem doméstica e industrial para poderem ser escoadas de forma mais
segura para o mar ou o rio, com níveis de poluição aceitáveis para o meio ambiente.

As águas residuais são sujeitas a vários processos de tratamento para separar as matérias
poluentes da água. Os primeiros tratamentos – pré-tratamento – separam os sólidos mais
grosseiros por gradagem, as areias por desarenamento e as gorduras por desengorduramento.

1.3. IDENTIFICAÇÃO E ENDEREÇO DO PROPONENTE

Catarina Moreira C. (2014) ETAR, Rev. Ciência Elem

A ETAR da cidade de Maputo está localizada no Vale de Infulene na cidade de Maputo, Sul de

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Moçambique, entre as latitudes 250 l e entre as longitudes 320 Este.

O acesso está situado aproximadamente a 15 metros da estrada para Machava (Av. Eduardo
Mondlane) e a 25 metros do rio Mulauze.

1.4. CONSULTOR DE AIA

Empresa Responsável pelo EIA (hipotético)

A Lotinho Consultores, Ltda. É uma empresa Moçambicana devidamente registada e financiada


inteiramente por capital Moçambicano. A Lotinho Consultores, Ltda. Está registada no
Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) para desenvolver Estudos de
Impacto Ambiental (EIAs) em Moçambique e possui uma vasta experiência nesse domínio. O
endereço e contacto da Lotinho Consultores, Ltda. É o seguinte:

Lotinho Consultores, Ltda.

Av. 28 de Fevereiro nº1277

Maputo – Moçambique

Tel.: +258 21333544

Cel: +258 84 3061076

Correio electrónico: lotinho1@hotmail.com

A Lotinho Consultores, Ltda. é uma empresa com larga experiência em Avaliação de Impactos
Ambientais em Moçambique. Contem nos seus quadros vários especialistas para analisar os

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vários descritores necessários para um estudo deste nível e relacionados com a actividade em
causa.

A Equipa Técnica envolvida na elaboração do EIA é constituída pelos seguintes elementos:

 Coordenador de Projecto – Marla Jose (hipotético)

 Consultor Ambiental – xadreque Marques (hipotrtico)

 Engenheira dos recursos hídricos – Anastácia Etar (hipotético)

 Educadora ambiental – Paula Fonseca (hipotético)

5. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL

As normas aplicáveis ao licenciamento e operação da actividade desta infra-estrutura, bem como


para a fase operação do Projecto, constam os seguintes instrumentos legislativos relevantes:

Lei do Ambiente (Lei nº20/97, de 1 de Outubro A Lei do Ambiente exige o licenciamento


ambiental e o registo d e actividades que, devido à sua natureza, localização ou proporções
venham provavelmente a causar impactos significativos sobre o ambiente, e estão sujeitos a
legislação específica.

 Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto nº45/2004


de 29 de Setembro);

 A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) constitui um requisito legal em termos da Lei


do Ambiente (Leinº20/97de1de Outubro) para qualquer actividade que possa ter impacto
directo ou indirecto sobre o ambiente e este processo está regido pelo Regulamento sobre
o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decretonº45/2004de29 de Setembro e
Decretonº42/2008 de 4 de Novembro).

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 Decreto nº 18/2004 de 2 de Junho, actualizado e rectificado pelo Decreto nº 67/2010 de
31 de Dezembro, que preceitua os padrões de qualidade ambiental e emissão de efluentes.

 Lei das Águas (Lei nº16/91 de 3 de Agosto); Lei de Águas determina medidas para
prevenção e controlo de contaminação das águas, licenciamento de actividades nas zonas
de protecção adjacentes aos recursos hídricos e regras para autorização de despejo de
efluentes.

 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13 /2006, de 15 de Junho);

 Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial Nº. 129/2006);

 Directiva Geral para a Participação Publica no Processo de Avaliação de Impacto


Ambiental (Diploma Ministerial Nº. 130/2006 de 19 de Julho).

5.1. PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES LEGAIS

Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção


Nacional de Ambiente – responsável pelo licenciamento ambiental e auditorias ambientais da
actividade;

ANAC, Administração Nacional de Áreas de Conservação

Administração Nacional das Áreas de Conservação tem como um dos objectivos:

Estabelecer nas áreas de conservação as infra-estruturas para a gestão da diversidade biológica e


para actividades económicas de forma a garantir a sua auto-suficiência.

5.2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

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A Lei do Ambiente

A Lei do Ambiente (Decreto n.º 20/1997 de 1 de Outubro) foi aprovada pelo Parlamento
Moçambicano em Julho de 1997. O objectivo desta lei é o de fornecer um quadro legal para o
uso e gestão correcta do ambiente e seus componentes. As características proeminentes da Lei
incluem o seguinte:

Estabelece uma norma geral que proíbe a realização de todas as actividades que causam danos
ambientais e que excedam os limites legalmente definidos (com particular destaque para a
poluição);

A Lei proíbe a poluição através da descarga de qualquer substância Poluidora no solo, subsolo,
água ou atmosfera ou qualquer outra forma de degradação do ambiente, que esteja fora dos
limites estipulados por lei; e

A Lei proíbe também, explicitamente, a importação de resíduos perigosos, com excepção do


especificado em legislação específica.

Regulamentos Aplicáveis ao Processo de Avaliação de Impacto Ambiental

O Regulamento sobre o Processo de AIA - Decreto n.º 54/2015 de 31 de Dezembro - define os


procedimentos que devem ser seguidos nesse processo

Segundo o Artigo 3.º, as disposições deste decreto aplicam-se a todas as actividades públicas ou
privadas que directas, ou indirectamente, possam influir no ambiente, de acordo com os termos
do Artigo 3.º da Lei do Ambiente.

O Artigo 4.º determina que o Projecto proposto deve ser avaliado à luz de listas de categorias
(projectos das categorias A+, A, B e C) e de critérios ambientais adicionais conforme definidos
nos Artigos 7.º, 8.º e 9.º, para determinar os requisitos do processo da Avaliação de Impacto
Ambiental. As quatro categorias são definidas em pormenor a seguir.

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Categoria A+: As actividades constantes do Anexo I, consideradas como tendo impactos
adversos significativos no ambiente e que estão sujeitas a realização de um Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e supervisão por Revisores Especialistas independentes com experiência
comprovada;

Categoria A: As actividades constantes do Anexo II, consideradas Como tendem impactos


adversos significativos no ambiente menores do que as actividades de Categoria A+ estando
sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA);

Categoria B: As actividades constantes do Anexo III, actividades cujos potenciais impactos


ambientais são menos adversos do que os dos projectos da Categoria A e são sujeitas a um
Estudo Ambiental simplificado (EAS); e

Categoria C: As actividades constantes do Anexo IV, que estão isentam de qualquer EIA e EAS,
estando apenas sujeitas a apresentação de Procedimentos de Boas Práticas de Gestão Ambiental.

5.2. DESCRIÇÃODOPROJECTO

5.3. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

A ETAR da cidade de Maputo está localizada no Vale de Infulene na cidade de Maputo, Sul de
Moçambique, entre as latitudes 250 l e entre as longitudes 320 Este

5.4. Descrição do projecto

A ETAR da cidade de Maputo foi construída nos anos 80, originalmente projectada para servir
somente 90.000 h.e. (habitantes equivalentes) e com caudal máximo de 2.000 m3/h (555 L/s)
(Mutevuie, 2015).

Cerca de 80% da população da cidade de Maputo usa fossas sépticas e a cidade da Matola não
tem rede de esgotos onde 65% da população é servida por sistemas individuais nomeadamente
tanques sépticos e latrinas (Muhate & de Andrade, 2017; UNHABITAT, 2008).

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Fases da construção do projecto

As principais etapas para construirão dos projectos são:

A fase de pré-instalacao; nesta fase faz se a preparação do terreno, incluindo a remoção da


vegetação, nesta fase faz se a remoção da vegetação com vista a limpar a o espaço pretendido.

Fase de construção; inclui aqui a mobilização do equipamento de construção e de mão-de-obra


e instalação do estaleiro;

 Preparação do local, incluindo remoção de árvores e vegetação e terraplanagem;


 Transporte de materiais de construção;
 Instalação de redes de drenagem de águas pluviais, rede de abastecimento de água
potável e rede de esgotos;
 Pavimentação e vedação da área.

Fase de operação

 Funcionamento do estacão de tratamento de águas residuais;


 Reparação e manutenção das máquinas usadas na construção;
 Organização dos serviços administrativos;
 Gestão de óleos dos motores das máquinas

Fase de desactivação da actividade; neste ponto, refere-se ao término do projecto e das


actividades associadas ao projecto em análise, mas para este projecto não se prevê nesta fase, pôs
este projecto pretende fazer tratamento de água residuais a longo.

Mas, foram feitas as seguintes actividades:

 Desmantelamento de equipamento e infra-estruturas;


 Aterro e nivelamento do solo;
 Restabelecimento e reabilitação da vegetação perturbada; e
 Transporte de equipamentos e materiais para fora do local e desmobilização de mão de-
obra.

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6. MÃO-DE-OBRA

O projecto empregou na sua fase de concepção entre 30 a 40 trabalhadores (dependendo da taxa


de ocupação) dos quais uma grande parte poderá ser contratada na comunidade local.

Foram previstos cerca de 30 trabalhadores na fase inicial de construção e a capacitação destes


onde uma parte eram artesãos com alguma habilidade e a outra serão ajudantes de obra
(hipotético)

6.1. NECESSIDADES DE ÁGUA E ENERGIA ELÉCTRICA

 Necessidades de água

Foi necessário água para misturar cimento para construção da infra-estrutura. Para o acesso à
água o empreendimento foi necessário fazer um furo a mais de 50 metros de profundidade
(hipotético).

 Necessidade de energia

O Projecto teve várias opções de acesso à energia eléctrica. Apesar de haver possibilidade de
acesso à energia da rede de transmissão que abastece a CDM, numa fase inicial o proponente foi
providenciar a exploração com energia gerada no local. Na da energia eléctrica, foi necessário
garantir o acesso a energia 24/24 podendo-se no entanto combinar uma mistura de várias fontes
energéticas - eólica, solar e fóssil, para que o uso de gerador seja somente para responder aos
picos de consumo.

Pretendeu-se com o abastecimento de água e energia, que fossem efectuados a partir de uma
única trincheira que foi cavada de forma a seguir o trajecto da picada para minimizar o impacto
sobre o ambiente. Os cabos de energia foram primeiro colocados, cobertos com uma camada de
areia fina e isolados. Seguidamente instalados as tubagens param água residual (63mm) e água
limpa (40mm) (hipotético).

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6.2. Geração de resíduos

Os principais tipos de resíduos gerados na fase de construção são: restos de embalagens em


plástico e papelão, entulho de obra (mistura de cimento betão, areias, etc.), restos de metais e
paletes de madeira – resíduos não perigosos; bem como recipientes de tintas (hipotético).

Já para a fase de operação, apenas se antevê a geração de resíduos domésticos e resíduos líquidos
provenientes do tratamento das águas.

6.3. DESCRIÇÃO PRELIMINAR DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA DO


PROJECTO

AMBIENTE FÍSICO

 Topografia

Vários complexos morfológicos estão incluídos na área da cidade, desde o vale de Infulene, até
ao rio Matola, que constitui o limite ocidental, enquanto os limites nortes são artificiais e cortam
ortogonalmente em linha recta o andamento dominante do relevo. A região da baia onde se situa
a cidade, está caracterizada por uma vasta área planáltica que se mantém acima de 40 metros de
altitude.

Solo

O solo é arenoso, de cor cinzentos e branco nas zonas arenosas, rico em nutrientes, altamente
permeáveis e geralmente com uma camada fina, rica em matéria orgânica.

Clima

O clima da zona de estacão de tratamento de águas residuais, é caracterizado por duas estações
do ano, o Verão que se estende de Outubro a Março, e o Inverno que começa em Abril e termina
em Setembro. O Verão é quente e húmido e o Inverno tem temperaturas moderadas, mas é seco.

A temperatura média anual é de 22.7oC, verificando-se valores máximos durante os meses de


Janeiro e Fevereiro, com cerca de 26oC, embora haja registos de dias com temperatura> 30oC.

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No período chuvoso, devido ao aumento do volume dos caudais provocados pelas cheias, as
estações de tratamento serão solicitadas a processar maiores volumes de águas residuais em
períodos curtos.

 HIDROLOGIA

Os cursos de água são do vale do Infulene e do rio Matola, sendo que ambos desaguam no
estuário que forma a baia de Maputo. Esta cidade apresenta um relevo plano, é atravessado por
um rio que irriga as plantações que abastecem os mercados da cidade de Maputo e Matola.

6.4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA

 Área de influência directa

A Área de Influência Directa (AID) corresponde à área geográfica afectada directamente pelo
projecto e por actividades associadas a este e depende das características do meio receptor.

A delimitação da AID foi efectuada em função das características biofísicas e sócio-económicas


dos sistemas a serem estudados e das particularidades do Projecto, compreendendo a área de
implantação do Projecto, num total de aproximadamente 1,13 ha e a área na sua envolvente
directa, num raio de 500 metros

Portanto, a estação de tratamento de águas residuais afectou directamente na poluição do rio


Mulauze e consequentemente da Baia de Maputo.

 Área de influência indirecta

A Área de Influência Indirecta (AII) define-se como a zona indirectamente afectada pelo
projecto e por actividades relacionadas com este.

Este projecto afectou indirectamente as comunidades dos agricultores da vizinhança, tambem


ficou afectado os bairros vizinhos.

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7. POTENCIAS IMPACTOS DO PROJECTO E ANÁLISE DE QUESTÕES FATAIS

Análise de Questões fatais

Feita a análise do estudo, conclui-se que não há existência questões fatais que impeçam a
implementação do projecto. Os impactos ambientais identificados não são de grande
significância, o que significa que são possíveis de serem mitigados sem maior custo. Para análise
das questões fatais no ambiente ou na sociedade foram considerados os seguintes factores;

 Analise dos equipamentos e materiais usados;

 Tipo de actividades e o seu ciclo de vida (duração);

 Análise prévia das condições biofísicas do ambiente afectado pelo projecto e também a
sua área de influência;

 Localização geográfica da actividade do projecto.

Para a minimização ou eliminar estes impactos, foram desenhadas as medidas de mitigação, onde
o estudo de impacto ambiental seguiu um plano de gestão Ambiental que os proponentes levaram
em conta como questão chave a definição clara das obrigações, responsabilidades na
implementação da medida de mitigação e monitoramento deste empreendimento industrial.

ACÇÕES POTENCIALMENTE CAUSADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS E


SOCIAIS

Das actividades a ser desenvolvidas dentro projecto, as potenciais causadoras de impactos


ambientais e sociais podem ser:

Na fase de construção

 Remoção da vegetação;
 Uso de máquinas pesadas;
 Escavação do solo;
 Compactação do solo;
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 Mobilização de equipamentos e matérias de construção;
 Ligação aos serviços de electricidade e água;

Recolha, acondicionamento, armazenamento e deposição de resíduos;

Na fase de operação

 Manutenção dos equipamentos usado durante a construção;

 Manutenção do sistema da corrente eléctrica que vai alimentar as actividades;

 Manutenção do sistema de abastecimento de água para garantira a eficácia das


actividades.

Na fase de enceramento

 O nivelamento do espaço;
 Reabilitação da vegetação perturbada;
 Transporte de equipamentos e materiais para fora do local.

7.1. POTENCIAIS IMPACTOS BIOFÍSICOS

 Geração de Ruído e vibrações

Durante a construção de ETAR, Houve a circulação de veículos que carregavam equipamentos,


de instalação das infra-estruturas e trabalhos mecânicos (associados a construção), oque gerou
ruído e vibrações que, em princípio, serão apenas notados na área de influência directa do
Projecto.

Poluição do ar

 Emissões de poeiras fugitivas derivadas da actividade de construção;


 Emissão da poeira gerada através da circulação dos tractores, e carros.

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Alteração da paisagem

Durante a fase de operação a alteração da estrutura visual, deu origem a um forte contraste de
leitura, na paisagem, estabelecendo uma estrutura visualmente subdividida, muito organizada e
de carácter mais humanizado.

Geração de resíduos

Os principais tipos de resíduos gerados na fase de construção são: restos de embalagens em


plástico e papelão, entulho de obra (mistura de cimento betão, areias, etc.), restos de metais e
paletes de madeira – resíduos não perigosos; bem como recipientes de tintas.

Já para a fase de operação, antevê a geração de materiais insolúveis, nesta fase, visa evitar que
estes se acumulem em outras secções do sistema de tratamento, evitar a obstrução das condutas e
proteger as peças contra o desgaste e fatiga resíduos domésticos não perigosos, nomeadamente,
restos de comida, pequenas embalagens de papel e cartão, consumíveis de escritório,
provenientes do escritório.

7.2. PRINCIPAIS IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS E DE SEGURANCA


OPERACIONAL

Positivos

 Geração de Postos de Trabalho (Impacto positivo)

O projecto empregou na sua fase de exploração trabalhadores (dependendo da taxa de ocupação)


dos quais uma grande parte foi contratada na comunidade local.

Impactos negativos

 Mudança de hábitos e costumes da população;

 Insegurança por parte da população;

 Proliferação de doenças e prostituição;

 Interferências culturais;

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Aspectos de Segurança Operacional

Estes aspectos estão intrinsecamente ligados ao funcionamento dos sistemas e equipamentos no


interior da instalação, a integridade física das pessoas, bem como a segurança operacional tendo
em conta a área envolvente da construção de infra-estrutura (ETAR), neste sentido, foi feita no
EIA, uma análise de cada um destes factores, tendo em conta a ocorrência de eventos não
planeados.

7.3. TERMOS DE REFERÊNCIA PAR AO EIA

7.4. OBJECTIVOS E ÂMBITO DOS TERMOS DE REFERÊNCIA

Segundo o Artigo 10 do Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro, a realização do processo de


Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) pressupõe, numa primeira fase, a selecção das acções e
definição dos aspectos ambientais críticos a analisar nas investigações ambientais seguintes. Esta
avaliação, ainda que preliminar, é constituída por uma análise e selecção das acções do Projecto
com maior potencial de causar impactos significativos no ambiente onde o Projecto se insere.

Deste modo, o objectivo desse termo de referência (TdR) segundo o artigo citado acima no seu
número 1, na sua alínea b, é de determinar o âmbito do EIA, e consequentemente, desenho dos
(TdR), nos casos em que não hajam questões fatais que torne inviável as actividades.

8. COMPONENTES AMBIENTAIS DO EIA

Os componentes ambientais da AIA, verificado neste projecto são;

 Aspectos biofísicos, que engloba;

 Clima;

 Geologia, Solos e Geomorfologia;

 Recursos hídricos (superficiais e subterrâneos);

 Ruído;

 Qualidade do Ar;

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 Flora e fauna.

Aspectos socioeconómicos:

 Localização e Situação Geográfica do Vale de Infulene na cidade de Maputo;


 Distribuição espacial da população;
 Aspecto histórico e sócio-cultural;
 Línguas faladas e religião;

Actividades de rendimento comunitário

 Agricultura;

Exploração e comercialização dos recursos

 Comércio de bens e serviços


 Educação;
 Saúde

Obras públicas, habitação, transporte, água e saneamento

 Vias de acesso;
 Habitação;
 Transportes;
 Água e saneamento;

8.1. METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

 Metodologias Espontâneas (Ad Hoc)

Foram apontados de forma própria as alterações ambientais que ocorreram com o planeamento,
implantação ou operação de empreendimentos ou actividades humanas, sendo feito por
especialistas de diversas áreas do conhecimento

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 Metodologia de Listagem (Check-List ou Listas de Verificação)

Nesta metodologia foi elaborada uma lista de impactos ambientais, que poderiam disatinguidos
por fase do empreendimento e por meio afectado (físico, biológico e sócio-econômico).

Na utilização dessas matrizes deve-se identificar as acções humanas que poderão afectar os
elementos do meio ambiente, características ambientais ou processos ecológicos e marcar o
quadrado referente à interacção.

 Estudo de Desktop

Nos estudos desktop, os dados serão compilados e analisados pelo consultor, incluindo mapas
topográficos, geológicos, de solos, uso e cobertura do solo, vegetação. Com estas informações,
foram feitas descrições dos seguintes tópicos da área do projecto:

Meio biofísico: (Clima, Geologia, geomorfologia e topografia, solos, vegetação e fauna);

Demografia: uso da terra, infra-estruturas, actividades económicas, Saúde, Educação e áreas de


interesse histórico-cultural

 ESTUDOS ESPECIALIZADOS

No que tangue a este aspecto, foi elaborado um relatório possuindo todas as condições do local
tais como:

Consequências da remoção da vegetação, sobre a fauna que nela habita;

Mecanismos de protecção de ecossistemas sensíveis da biodiversidade;

Fazer o levantamento da fauna e flora existente no local da implementação do projecto.

A descrição das condições actuais das populações que se encontram na área de projecto,
referente ao tipo de habitação predominante, hábitos e costumes, fonte de água e energia e
também as actividades económicas realizadas por estas populações.

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8.2. O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

Segundo o artigo 14, do Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, sobre o Processo de participação


pública, diz:

A participação pública é processo que compreende a consulta e audiência pública. Ela implica o
fornecimento de informação e auscultação a todas as partes interessadas e afectadas, directa ou
indirectamente por uma actividade, o pedido de esclarecimento, a formulação de sugestões,
devendo realizar-se em conformidade com a respectiva Directiva a emitir pelo MICOA.

A participação pública é obrigatória para actividades de categoria A, sendo facultativa para


actividades de categoria B, todavia, ela deve ocorrer sempre que implique: a deslocação
permanente ou temporária das populações ou comunidades; a deslocação de bens ou restrição no
uso dos recursos naturais.

 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)

O plano de gestão de ambiental tem como enfoque a identificação dos principais impactos
ambientais, socioeconómicos, segurança ocupacional relativa a todas fases de implementação do
projecto em análise “Estudo de Impacto Ambiental para instalação da estacão de tratamento de
água residuais, cidade da Matola, Província de Maputo” O Plano de Gestão Ambiental forneceu
aquilo que são as bases e directrizes para o correcto desenvolvimento do projecto (assegurar que
as actividades do projecto sejam desenvolvidas e conduzidas de uma forma ambientalmente
responsável), daí que a PGA deve efectuar um conjunto de obrigações, medidas e
responsabilidades de cada um dos intervenientes do projecto.

9. Conclusão

O presente relatório sintetiza os resultados do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição


do Âmbito do Projecto para a Construção e Operação de Estacão de Tratamento de água
Residuais na cidade de Matola, Província de Maputo, realizado no âmbito do processo de AIA.

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O processo de definição do âmbito identificou os potenciais impactos do projecto, incluindo,
entre outros, impactos sobre a biodiversidade, sobre a qualidade da água, do solo e do ar,
impactos sócio-económicos e impactos relacionados com a segurança ocupacional.

Estas questões ambientais e sociais, no entanto, exigem uma investigação mais detalhada, a ser
realizada durante a fase de EIA, através de estudos especializados. Não foram identificadas,
nesta fase, “questões ambientais fatais” que indiquem que a actividade proposta não é viável.

10. Anexos e apêndice

Identificação dos impactos

Fases Meio Afectado

Ar AGUA Solo Flora Fauna SOCIOECONÓMI


CO

Planificação

Construção

X X X X X X

Escavação

X X X X X X

Limpeza X

22
X X

Execução

X X X

Tratamento de
água
X X X X

Recepção da X X X X
água Residual

11. Referências bibliográficas

23
FUNASA (2004). Manual de Saneamento - Orientações técnicas. Brasília: Fundação Nacional
de Saude.

Saeed, T.; Sun, G. (2012). A review on nitrogen and organics removal mechanisms in subsurface
flow constructed wetlands: dependency on environmental parameters, operating conditions
and supporting media. Journal of Environmental Management 112 (ELSEVIER).

Mara, D. (2003). Domestic wastewater treatment in developing countries. London: Earthscan.

UN-HABITAT (United Nations Human Settlements Programme) (2008). Global atlas of


excreta, wastewater sludge, and biosolids management: moving forward the sustainable
and welcome uses of a global resource. Nairobi. Disponível em
<https://esa.un.org/iys/docs/san_lib_docs/habitat2008.pdf > Acesso em 04 jul 2017.

Mutevúie Jr., R.. (2015). Sistemas Sustentáveis de Tratamento de Águas Residuais em


Moçambique. Dissertação para obtenção do Grau de Mestrado em Hidráulica e Recurso
Hídricos. Faculdade de Engenharia. UEM.

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