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Faculdade de Engenharia

Departamento: Engenharia Civil

Engenharia Civil - Pós-Laboral

Tratamento de Água de Abastecimento e Águas


Residuais

Relatório Da Visita A Estação De Tratamento De Aguas


Residuais de Infulene

Discentes: Docente:

Maicolo, Telma Inácio Eng º Yazalde Tayobe

Maputo, Novembro de 2022

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Índice Geral
1. Introdução ................................................................................................................................ 4

2. Objectivos ................................................................................................................................ 5

2.1. Objectivos Geral ............................................................................................................... 5


2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 5
3. Metodologia ............................................................................................................................. 6

4. Caracterização do local ............................................................................................................ 7

5. Capacidade da ETAR .............................................................................................................. 8

6. Resumo da Visita ................................................................................................................... 10

6.1. Tratamento preliminar .................................................................................................... 10


6.2. Descarga para camiões de sucção .................................................................................. 11
6.3. Tratamento Primário ...................................................................................................... 12
6.4. Tratamento secundário ................................................................................................... 13
6.5. Lodo ............................................................................................................................... 14
7. Conclusões e Recomendações ............................................................................................... 15

8. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 16

9. ANEXOS ............................................................................................................................... 17

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Índice de Figuras

Figura 1: Localização da ETAR. Fonte: Adaptado pela autora, através de imagens satélites do
Google Earth Pro............................................................................................................................. 7
Figura 2: Planta da reabilitação da ETAR. .................................................................................... 9
Figura 3: Obra de entrada (separadores). ..................................................................................... 11
Figura 4: Obra de entrada. ........................................................................................................... 11
Figura 5: Descarga para camiões de sucção. ............................................................................... 11
Figura 6: lagoa anaeróbica. .......................................................................................................... 12
Figura 7: lagoa anaeróbica. .......................................................................................................... 12
Figura 8: lagoa facultativa. .......................................................................................................... 13
Figura 9: vertedouro..................................................................................................................... 13
Figura 10:Lodogerado nos processos de tratamento de águas residuais em Infulene. ................ 14
Figura 11: Os Visitantes E Funcionários da ETAR . ................................................................... 17
Figura 12: Nova Obra de entrada. ................................................................................................ 17
Figura 13: Muro de Gaviões usados na vedação da ETAR. ........................................................ 17
Figura 14: Nova Obra de entrada. ............................................................................................... 18
Figura 15: Leitos de secagem do Lodo. ....................................................................................... 18
Figura 16: Rio Infulene. ............................................................................................................... 19
Figura 17: Leitos de secagem do Lodo. ....................................................................................... 19
Figura 18: Eutrofização. .............................................................................................................. 19
Figura 19: Obras de construção das Lagoas de maturação. ......................................................... 20
Figura 20: Lagoa cheia de capim. ................................................................................................ 20
Figura 21: Obras de construção das Lagoas de maturação. ......................................................... 20
Figura 22: Obras de construção. .................................................................................................. 21
Figura 23: Obras de construção. .................................................................................................. 21
Figura 24: Obras de construção. .................................................................................................. 21
Figura 25: Obras de construção. .................................................................................................. 22

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1. Introdução
A água, o saneamento e a higiene são componentes vitais para o desenvolvimento sustentável e
para a redução da pobreza.

O objectivo final da engenharia de águas residuais é a protecção da saúde pública de uma forma
compatível com as preocupações ambientais, económicas e sociais, uma vez que o tratamento de
águas residuais que permite reduzir a transmissão de doenças relacionadas com os dejectos
humanos e também contribui para a mitigação dos potenciais impactos adversos sobre o meio
ambiente.

O presente relatório visa demonstrar as observações técnicas e de aprendizagem da visita de


campo, realizada no dia 25 de Novembro, na Estação de Tratamento de Águas Residuais de
Infulene.

A visita foi guiada pelo técnico Fernando Mazuze, que explicou as etapas do tratamento de águas
residuais, desde a área de entrada até as valas de efluentes, descrevendo as componentes da referida
estação.

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2. Objectivos

2.1.Objectivos Geral: consolidar o que foi aprendido em sala de aula, através de observação
do fenómeno “Tratamento de Águas Residuais” in situ.

2.2.Objectivos específicos:
• Visualizar os processos de tratamento de águas residuais em Infulene;
• Conhecer os bairros urbanos e sub-urbanos da Cidade de Maputo e Matola que são
atendidos pelo sistema;
• Tecer recomendações acerca das condições actuais da ETAR de Infulene.

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3. Metodologia
Para a realização do presente relatório usou-se a pesquisa bibliográfica, sendo que os dados
primários foram obtidos através da técnica da observação directa e questionário aberto dirigido
aos técnicos da ETAR de Infulene, no dia 25 de Novembro do ano corrente., E uma boa parte da
informação foi obtida pela observação directa, explicação clara e questionário aberto feito aos
técnicos no dia da visita 25 de Novembro de 2022.

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4. Caracterização do local
A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Infulene está localizada entre as
coordenadas 25º55’08.5’’ de Latitude Sul do Equador e 32º32’19.3’’ de Longitude Este de
Greenwich, no km 2 da Rua do Jardim, na margem direita do Rio Infulene.

O acesso está situado aproximadamente a 15 metros da estrada para Machava e a 25 metros do


rio Mulauze. O Vale do Infulene é uma depressão natural na planície suave e ondulada dos
arredores à Oeste da Cidade de Maputo, tem um comprimento de cerca de 20km e cerca de 0,5 km
de largura média, e estende-se na direcção Norte-Sul, cobrindo alguns bairros urbanos e sub-
urbanos da Cidade de Maputo e Matola. O Vale do Infulene é atravessado por rio Mulauze que
recebe os efluentes da ETAR de Maputo e desagua na Baia de Maputo.

Figura 1: Localização da ETAR. Fonte: Adaptado pela autora, através de imagens satélites do Google Earth Pro.

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5. Capacidade da ETAR
A ETAR do Infulene consiste num sistema de Lagoas de Estabilização. As obras de construção da
ETAR de Infuleneiniciaram na década de 1980, tendo entrado em funcionamento nos finais da
mesma década. A ETAR de Infulene foi construída com a capacidade de tratar esgotos de cerca de
90.000 habitantes, sendo que a mesma foi dimensionada para uma capacidade máxima do caudal
de 2000 m3 /h (555 l/s).

O Município de Maputo é o actual gestor da ETAR de Infulene, pois, antigamente estav sob a
responsabilidade da Administração Nacional de Águas através do Gabinete de Drenagem.

Em Maputo existem dois sistemas de drenagem, um de águas pluviais e outro de águas residuais,
que ocupam uma área de 1.500 hectares. O Sistema 1 da área baixa da cidade está sob
responsabilidade do Conselho Municipal, através do departamento de água e saneamento. E o
Sistema 2, que inclui a estação de tratamento do Infulene, as valas abertas ao longo das Avenidas
Joaquim Chissano, de Angola e Acordos de Lusaka, era feita pela Direcção Nacional de Águas,
através do Gabinete de Drenagem.

As águas residuais da cidade de Maputo fluem para ETAR através de colectores municipais do
Sistema 2. Existem 2 estações de bombagem que transportam as águas residuais da cidade para a
ETAR de forma a serem tratadas convencionalmente, mas desde 2009, as duas bombas não estão
a funcionar, e partes das descargas são efectuadas directamente no mar.

A ETAR de Infulene é composta por:

• Obra de entrada;
• Descarga para camiões de sucção;
• Lagoas anaeróbicas;
• Lagoas facultativas;
• Vala de efluente.

Com as obras de requalificação da ETAR, a composição do sistema passará a abranger:

• Obra de entrada;
• Lagoas anaeróbicas;

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• Lagoas facultativas;
• Lagoas de maturação;
• Leitos macrófitas primários e secundários;
• Lagoa de armazenamento de agua tratada;
• Leitos de secagem;
• Estacão elevatória;
• Plataforma de recepção das lamas;
• Plataforma de recolha e estabilização das lamas;
• Etc…

Figura 2: Planta da reabilitação da ETAR.

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6. Resumo da Visita
No dia 25 de Novembro de 2022 (sexta – feira) a turma do 4° ano do curso Engenharia Civil - Pós
Laboral, sob a orientação do Eng° Yazalde Tayobe, docente da disciplina de Tratamento de Água
de Abastecimento e Águas Residuais, participou da visita à Estação de Tratamento de Águas
residuais de infulene com objectivo de visualizar o processo de tratamento da água de esgoto
provenientes da cidade de Maputo para a sua devida deposição ao meio receptor.

A visita teve acompanhamento de dois funcionários da ETAR, onde, iniciou-se com uma breve
apresentação dos aspectos ligados à segurança da ETAR, historial, capacidade da ETAR, obras de
reabilitação e requalificação e as etapas actuais do tratamento de águas residuais.

Após a apresentação, os discentes foram convidados a conhecer as etapas actuais de tratamento da


água residuais ,na qual seguem a seguinte ordem: Tratamento preliminar (Grades e Desarenador),
tratamento primário (Lagoas anaeróbicas), tratamento secundário (Lagoas facultativas), Vala de
efluente.

6.1.Tratamento preliminar
O tratamento preliminar, que inclui a obra de entrada, consiste na primeira etapa do processo e é
onde decorrem as operações unitárias de gradagem e remoção de areias. Para o caso da ETAR de
Infulene existem 2 tipos de grades de barras colocadas a um ângulo definido em relação ao solo,
e que são limpas manualmente.

De seguida, a água é divida, e segue por dois canais separadores para cada uma das lagoas
anaeróbicas.

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Figura 3: Obra de entrada (separadores).

Figura 4: Obra de entrada.

6.2.Descarga para camiões de sucção


Perto de uma das lagoas anaeróbica, mais ao ocidente, foi construída uma câmara especialmente
para descarregar a lama das fossas sépticas transportadas por camiões de sucção. É neste local
onde os camiões que fazem a recolha das águas residuais na área peri-urbana que carecem de
colectores municipais de águas residuais, assim como de alguns edifícios e esgotos municipais.

Figura 5: Descarga para camiões de sucção.

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6.3.Tratamento Primário
Nas lagoas anaeróbicas ocorre o tratamento primário que consiste em processos físicos,
principalmente na sedimentação das matérias flutuantes e sedimentáveis que se encontram nas
águas residuais. Neste processo podem ser removidos cerca de 50-70% de sólidos suspensos, ora,
visto que algumas fracções desses sólidos são biodegradáveis, a DBO geralmente é reduzida em
25-40%.

As lagoas anaeróbicas ocupam uma área de 0,31ha cada. A profundidade destas lagoas
correspondem a 3m. De ressaltar que este processo é conhecido por gerar odores fortes e atrair
insectos.

Figura 6: lagoa anaeróbica.

Figura 7: lagoa anaeróbica.

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6.4.Tratamento secundário
O tratamento secundárioocorre fundamentalmente nas lagoas facultativas, locais que possuem uma
área de superfície de 3,4ha e uma profundidade mínima de 1,5m. Nas lagoas facultativas a água
entra e permanece por um período de tempo longo o suficiente para que os processos naturais de
estabilização da matéria orgânica se desenvolvam.

Nas lagoas facultativas a estabilização da matéria orgânica ocorre em duas camadas, sendo a
superior aeróbia e a inferior anaeróbia, simultaneamente. Nestas lagoas, a matéria orgânica em
suspensão tende a sedimentar-se, constituindo a lama de fundo (zona anaeróbia). Por conseguinte,
se a qualidade da água não for satisfatória faz-se a repetição do tratamento na lagoa facultativa.

Figura 8: lagoa facultativa.

Por fim, as águas residuais tratadas nas lagoas facultativas são despejadas nas valas de efluentes
através de vertedouros e depois transportadas ao meio receptor que é o Rio Infulene.

Figura 9: vertedouro.

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6.5.Lodo
A deposição final do lodo constitui outro problema sério, em termos de riscos para a saúde pública
e ao meio ambiente. Actualmente, não existe qualquer estação de tratamento de lodo, embora esteja
inclusa uma unidade no âmbito da reabilitação da ETAR. As lamas são assim maioritariamente
descarregadas no solo sem qualquer tratamento.

Figura 10:Lodogerado nos processos de tratamento de águas residuais em Infulene.

Após passar por todos os processos e pelas obras de requalificação da ETAR, os funcionários da
ETAR apresentaram aos convidados as plantas da requalificação e esclareceram as dúvidas
apresentadas pelos visitantes, constituindo assim o término da visita técnica.

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7. Conclusões e Recomendações
A visita foi muito produtiva, uma vez que possibilitou obter conhecimento sobre uma Estação de
Tratamento de Água residuais do tipo lagoas de estabilização, tendo sido interessante conhecer as
unidades constituintes da estação, e sobretudo, compreender a importância do processo de
tratamento de águas residuais.

Na actual situação a ETAR de Maputo apenas contribui para uma redução parcial de sólidos
suspensos e da matéria orgânica dos efluentes. Sem tratamento secundário adequado que permita
a remoção de patógenos para limites aceitáveis, estas águas não são apropriadas para
aproveitamento agrícola, embora nota-se nas margens do rio Infulene, práticas de agricultura de
pequena escala. É, recomendável que se faça periodicamente a monitoria da qualidade dos
efluentes para avaliar a eficiência do sistema.

Por conseguinte, recomenda-se que seja efectuada um estudo de viabilidade técnica, económica e
sócio-ambiental, para que haja optimização na selecção do tipo de tratamento de Lodo a ser
adoptado, tendo em conta a realidade da ETAR, a necessidade de redução de riscos ambientais,
protecção da saúde pública, e a relação custo – benefício da alternativa de tratamento e disposição
final do lodo.

Sugere-se também, um controlo rigoroso de camiões de sucção que entram e despejam as águas
na ETAR, e, por fim, espera-se que com a requalificação da ETAR alguns problemas detectados
sejam resolvidos.

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8. Referências Bibliográficas
Apontamentos Disponibilizados pelo Docente

FUNASA. Manual de Saneamento - Orientações técnicas. Brasília: Fundação Nacional de Saude,


2004.

METCALF & EDDY. Wastewater engineering. New York: McGraw-Hill, inc, 1991.

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9. ANEXOS

Figura 11: Os Visitantes E Funcionários da ETAR .

Figura 12: Nova Obra de entrada.

Figura 13: Muro de Gaviões usados na vedação da ETAR.

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Figura 14: Nova Obra de entrada.

Figura 15: Leitos de secagem do Lodo.

18
Figura 16: Rio Infulene.

Figura 17: Leitos de secagem do Lodo.

Figura 18: Eutrofização.

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Figura 19: Obras de construção das Lagoas de maturação.

Figura 20: Lagoa cheia de capim.

Figura 21: Obras de construção das Lagoas de maturação.

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Figura 22: Obras de construção.

Figura 23: Obras de construção.

Figura 24: Obras de construção.

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Figura 25: Obras de construção.

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