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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ

DIRETORIA DE BIODIVERSIDADE DE ÁREAS PROTEGIDAS

PLANO DE MANEJO
PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA - 2004

CURITIBA

2004
ii
GOVERNADOR
ROBERTO REQUIÃO DE MELLO E SILVA

SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS


LUIZ EDUARDO CHEIDA

PRESIDENTE DO INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ


LINDSLEY DA SILVA RASCA RODRIGUES

DIRETORIA DE BIODIVERSIDADE E ÁREAS PROTEGIDAS


WILSON LOUREIRO

CHEFIA DO DEPARTAMENTO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


MARCOS ANTONIO PINTO

COORDENAÇÃO DE PLANO DE MANEJO DO IAP


JOÃO BATISTA CAMPOS
MÁRCIA DE GUADALUPE PIRES TOSSSULINO

GRUPO DE TRABALHO DE REVISAO DO PLANO DE MANEJO - 2003


JOÃO BATISTA CAMPOS
MÁRCIA DE GUADALUPE PIRES TOSSSULINO
MARIA ANGELA DALCOMUNE
LUIZ AUGUSTO DIEDRICHS
EUCLIDES TOM GRANDO JR.
SILVIA R. ZILLER
CAROLINA R. CURY MÜLLER

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 iii


EQUIPE TÉCNICA DO PLANO DE MANEJO VERSÃO 2001

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP


Fernanda Góes Braga - Biólogo
José Robson da Silva - Advogado
Juarez Antonio Ressai Baskoski - Técnico Florestal
Luiza Antônio da Silva - Geógrafo
Lysias Vellozo da Costa Filho - Engenheiro Florestal
Maria Ângela Dalcomune - Bacharel em Turismo
Maria Lúcia Carvalho Miro Medeiros - Engenheira Florestal - Esp. em Ecologia Humana
Mariese Cargnin Muchailh - Engenheira Florestal
Mauro de Moura Britto - Biólogo - MSc em Zoologia
Rubens Lei Pereira de Souza - Técnico em Agropecuária - Acadêmico de Geografia
Sandra Maria dos Santos Guapyassu - Biólogo - Pró-Atlântica/SEMA

ECOPARANÁ
Michelle Kosiak Poitevin - Arquiteto
Danilo Schiochet - Arquiteto

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - IAPAR


Maria Eliane Durigan - Engenheira Florestal - MSc em Manejo Florestal

PARANÁ TURISMO
Ary Talamini Júnior - Engenheiro Civil
Carlos Bechel Sipinski - Arquiteto

SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA - SEEC


Almir Pontes Filho - Geógrafo - Arqueólogo
Miriam Rocha Loures - Engenheira Agrônomo
Colaboração José Luiz de Carvalho - Geógrafo

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG/NUCLEAM


Fernando Pilatti - Geógrafo – MSc em Geociências
Luiz Augusto Diedrichs - Engenheiro Agrônomo – Esp. em Gestão Urbana e Análise Amb.

Colaboração
Cosette Barrabas Xavier da Silva - Bióloga – Coord. Biológ. do Projeto Lobo-guará
Elvio Pinto Bosetti - Geógrafo - Doutorando em Paleontologia - UEPG/NUCLEAM
Gisley Paula Vidolin - Biólogo
Jamil Dainelli - BS Ciências Contábeis - BPFlo
José Augusto T. F. Picheth - Engenheiro Florestal - Doutorando Produção Vegetal-IAPAR

iv
José Luiz de Carvalho - Geógrafo - SEEC
Luiz Carlos Godoy - Geólogo - Mestrando em Eng. de Materiais - UEPG
Rosemeri Segecin Moro - Bióloga - PhD em Biologia Vegetal - UEPG
Wilson Loureiro - Engenheiro Agrônomo - Doutorando em Economia e Política Florestal

Agradecimentos
Aos pesquisadores pelos trabalhos realizados no PEVV:
Mauro Pichorim - Biólogo – MSc - Doutorando pela UFPR - Andorinhão
Pedro Scherer Neto - Ornitólogo - MSc MHN/PMC – Macuquinho-da-várzea
Angélica Uejima - Biólogo - MSc Doutoranda pela UFPR – Choca-da-mata
Roberto Ferreira Artoni - UEPG - Ictiofauna

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 v


EQUIPE TÉCNICA DOS ESTUDOS TEMÁTICOS REALIZADOS PELA FUNPAR PARA
ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO VERSÃO 2003

Coordenador Geral do Projeto


Eduardo Felga Gobbi

Coordenação - Fauna
Euclides Tom Grando Jr
Gislaine Grando

Macroinvertebrados aquáticos
Edinalva Oliveira

Peixes
Roberto F. Artoni

Lepidópteros
Olaff H.H. Mielke

Anuros
Magno Segalla

Répteis
Renato Bernils

Aves
Mauro Pichorim
Marcos Bornschein

Mamíferos
Teresa C. Margarido

Coordenação - Flora
Sílvia R. Ziller

Restauração de áreas degradadas e uso do solo na Zona de Amortecimento


Fábio Rosa

Fitossociologia e levantamento florístico


Wilson Maschio
Roseméri Moro
Inês Matozzo Takeda

Identificação de material botânico


Gerdt Günther Hatschbach

vi
Mapeamento
Franco Amato

Solos
Gustavo Ribas Curcio
Deisi Raquel Joakinson Pires
Itamar Antonio Bognolla

Geologia e Geomorfologia
Ana Maria Muratori
Élvio Pinto Bosetti
Fernando Pilatti
Luiz Carlos Godoy
Mário Sérgio de Melo

Hidrologia
Alceu Gomes de Andrade Filho

Climatologia
Paulo Henrique Caramari

Aspectos Sócio-Econômicos, Turísticos e Culturais


Jasmine Cardoso Moreira
Márcia Maria Dropa

Ocupação do Entorno, Histórico da Região e Programas Setoriais


Almir Pontes Filho
Pedro Henrique Weirich Neto

Situação Legal e Fundiária


José Robson da Silva

Educação Ambiental
Dóris Pallu

Prevenção de Incêndio
Paulo Carvalho
Francisco Moreira
Suzana Aguiar Moreira

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 vii


viii
SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... xix


LISTA DE QUADROS..................................................................................................... xxi

LISTA DE FIGURAS....................................................................................................... xxiii


LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................... xxix
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

1.1 MARCO CONCEITUAL.......................................................................................... 3


1.2 MÉTODO DE TRABALHO ..................................................................................... 4

ENCARTE 1 - CONTEXTUALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA...... 1


1.1 CONTEXTO FEDERAL ......................................................................................... 1
1.1.1 Política Ambiental Brasileira................................................................................ 1

1.1.2 Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) ............... 4


1.2 CONTEXTO ESTADUAL ....................................................................................... 9
1.2.1 Divisão Política e Administrativa do Paraná ........................................................ 10
1.2.2 Uso e Ocupação do Solo (com base em GARCIA, M. A. setembro, 1998) ......... 11
1.2.3 Política Ambiental do Estado............................................................................... 15
1.2.3.1 Sistema Estadual de Unidades de Conservação .............................................. 15
1.2.4 Diagnóstico das UC do Estado do Paraná .......................................................... 19
1.2.5 Atos Normativos de Proteção Ambiental da Legislação Estadual ....................... 23

ENCARTE 2 - ANÁLISE DA REGIÃO DO PEVV............................................................ 1


2.1 ASPECTOS GEOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.................. 3

2.1.1 Histórico da Evolução do Município de Ponta Grossa ......................................... 4


2.1.2 Preservação e Manejo do Patrimônio Cultural do Parque Estadual de Vila
Velha e sua Área de Influência ........................................................................... 6
2.1.2.1 Pesquisas realizadas........................................................................................ 7
2.1.3 Proposta de Preservação e Manejo do Patrimônio Cultural dos Campos Gerais...... 11

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 ix


2.1.3.1 Uso e ocupação da terra e problemas ambientais decorrentes ........................ 15
2.1.3.2 Características da população ........................................................................... 20

2.1.3.3 Visão das comunidades sobre o Parque Estadual de Vila Velha ...................... 23
2.2 IMPACTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DECORRENTES DA CRIAÇÃO DA UC ....... 31
2.2.1 Aspectos Sócio-Econômicos ............................................................................... 32

2.2.1.1 Infra-estrutura................................................................................................... 32
2.2.2 Atrativos da Região ............................................................................................. 34

ENCARTE 3 - INFORMAÇÕES GERAIS DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA....... 1


3.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSOS................................................................................. 1
3.1.1 Acessos à Unidade e Meios de Transporte ......................................................... 4

3.2 ORIGEM DO NOME DO PEVV.............................................................................. 5


3.3 HISTÓRICO E ANTECEDENTES DE CRIAÇÃO DO PEVV .................................. 6
3.4 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO ................................................................. 12
3.4.1 Clima ................................................................................................................... 12
3.4.1.1 Classificação climática...................................................................................... 13
3.4.2 Hidrografia e Hidrologia....................................................................................... 20
3.4.2.1 Resumo das características físicas da bacia .................................................... 27
3.4.3 Geologia.............................................................................................................. 35
3.4.3.1 Geologia regional ............................................................................................. 36
3.4.3.2 Estratigrafia da Bacia do Paraná nas proximidades do PEVV .......................... 40
3.4.4 Paleontologia....................................................................................................... 47
3.4.4.1 Histórico das pesquisas sobre o Devoniano dos Campos Gerais ..................... 50

3.4.4.2 Seção Colunar Rivadávia ................................................................................. 54


3.4.4.3 Paleontologia.................................................................................................... 57
3.4.4.4 Tafonomia ........................................................................................................ 58
3.4.4.5 Interpretação .................................................................................................... 61
3.4.5 Geomorfologia Regional...................................................................................... 62
3.4.6 Geologia Local .................................................................................................... 63
3.4.6.1 Formação Furnas ............................................................................................. 63

x
3.4.6.2 Formação Ponta Grossa .................................................................................. 64
3.4.6.3 Grupo Itararé.................................................................................................... 66

3.4.6.4 Diques de diabásio do magmatismo Serra Geral ............................................. 69


3.4.6.5 Sedimentos aluviais e coluviais quaternários ................................................... 69
3.4.6.6 Estruturas geológicas....................................................................................... 70

3.4.7 Geomorfologia Local e Compartimentação do Relevo ........................................ 71


3.4.7.1 As Morfoesculturas do PEVV ........................................................................... 73
3.4.8 Recomendações ................................................................................................. 75

3.4.9 Solos................................................................................................................... 76
3.4.9.1 Classes de solos .............................................................................................. 80
3.4.9.2 Tipos de terrenos ............................................................................................. 112

3.5 MÉTODO DE ESTUDO ......................................................................................... 114


3.5.1 Macroinvertebrados Aquáticos ............................................................................ 121
3.5.2 Peixes ................................................................................................................. 122
3.5.3 Lepidópteros ....................................................................................................... 123
3.5.4 Anfíbios ............................................................................................................... 123
3.5.5 Répteis................................................................................................................ 124
3.5.6 Aves.................................................................................................................... 124
3.5.7 Mamíferos ........................................................................................................... 127
3.6 CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA DA FAUNA NOS SÍTIO ESTUDADOS ........... 127
3.7 CARACTERIZAÇÃO BIÓTICA............................................................................... 129
3.7.1 Sítio 1 - Platô da Fortaleza.................................................................................. 129
3.7.2 Sítio 2 - Campo seco........................................................................................... 134

3.7.3 Sitio 3 - Mata da Fortaleza .................................................................................. 140


3.7.4 Sitio 4 - Campo da Igreja .................................................................................... 146
3.7.5 Sítio 5 – Represa ................................................................................................ 151
3.7.6 Sítio 6 – Várzea do Rio Guabiroba ...................................................................... 155
3.7.7 Sitio 7 - Capão dos Arenitos................................................................................ 160
3.7.8 Sitio 8 – Arenitos ................................................................................................. 165
3.7.9 Sítio 9 – Campo Úmido ....................................................................................... 174

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xi


3.7.10 Sítio 10 – Floresta de Galeria do Rio Quebra Perna........................................... 177
3.7.11 Sítio 11 - Agricultura ........................................................................................... 182

3.7.12 Sitio 12 - Reflorestamento .................................................................................. 186


3.7.13 Sitio 13 – Capão do Quebra Perna..................................................................... 189
3.7.14 Sítio 14 – Furnas ................................................................................................ 195

3.7.15 Sítio 15 – Lagoa Dourada................................................................................... 199


3.7.16 Sítio 16 – Várzea do Rio Gabiroba – Lagoa Tarumã .......................................... 202
3.7.17 Riqueza de Fauna .............................................................................................. 205

3.7.17.1 Macroinvertebrados aquáticos ......................................................................... 211


3.7.17.2 Peixes.............................................................................................................. 212
3.7.17.3 Anfíbios............................................................................................................ 213

3.7.17.4 Lepidópteros.................................................................................................... 214


3.7.17.5 Répteis ............................................................................................................ 215
3.7.17.6 Aves ................................................................................................................ 217
3.7.17.7 Mamíferos........................................................................................................ 224
3.7.18 Espécies Novas, Raras, Ameaçadas de Extinção e Endêmicas......................... 224
3.7.18.1 Macroinvertebrados aquáticos ......................................................................... 224
3.7.18.2 Peixes.............................................................................................................. 224
3.7.18.3 Anfíbios............................................................................................................ 226
3.7.18.4 Lepidópteros.................................................................................................... 227
3.7.18.5 Répteis ............................................................................................................ 229
3.7.18.6 Aves ................................................................................................................ 232
3.7.18.7 Mamíferos........................................................................................................ 233

3.7.19 Suficiência do PEVV para a Conservação da Fauna .......................................... 235


3.7.19.1 Macroinvertebrados aquáticos ......................................................................... 235
3.7.19.2 Peixes.............................................................................................................. 236
3.7.19.3 Anfíbios............................................................................................................ 236
3.7.19.4 Lepidópteros.................................................................................................... 236
3.7.19.5 Répteis ............................................................................................................ 237
3.7.19.6 Aves ................................................................................................................ 237

xii
3.7.19.7 Mamíferos ....................................................................................................... 238
3.7.20 Espécies Exóticas e Oportunistas ...................................................................... 239

3.7.20.1 Macroinvertebrados aquáticos......................................................................... 239


3.7.20.2 Peixes ............................................................................................................. 240
3.7.20.3 Anfíbios ........................................................................................................... 240

3.7.20.4 Lepidópteros.................................................................................................... 241


3.7.20.5 Répteis ............................................................................................................ 241
3.7.20.6 Aves ................................................................................................................ 241

3.7.20.7 Mamíferos ....................................................................................................... 242


3.7.21 Espécies de Interesse Ecoturístico/Educacional ................................................ 244
3.7.21.1 Peixes ............................................................................................................. 244

3.7.21.2 Macroinvertebrados aquáticos......................................................................... 245


3.7.21.3 Anfíbios ........................................................................................................... 245
3.7.21.4 Lepidópteros.................................................................................................... 245
3.7.21.5 Répteis ............................................................................................................ 246
3.7.21.6 Aves ................................................................................................................ 246
3.7.21.7 Mamíferos ....................................................................................................... 248
3.7.22 Ameaças à Fauna .............................................................................................. 248
3.7.22.1 Peixes ............................................................................................................. 248
3.7.22.2 Macroinvertebrados aquáticos......................................................................... 249
3.7.22.3 Anfíbios ........................................................................................................... 249
3.7.22.4 Lepidópteros.................................................................................................... 251
3.7.22.5 Répteis ............................................................................................................ 251

3.7.22.6 Aves ................................................................................................................ 252


3.7.22.7 Mamíferos ....................................................................................................... 258
3.7.23 Representatividade do Parque Estadual de Vila Velha para a Conservação
da Fauna Silvestre Nativa dos Ecossistemas Abrangidos .................................. 260
3.7.24 Zona de Amortecimento ...................................................................................... 262
3.8 SITUAÇÃO ATUAL DO USO DO SOLO DO PEVV ............................................... 263
3.9 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA ........................................................................................ 264

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xiii


3.10 FOGOS E OUTRAS OCORRÊNCIAS................................................................... 267
3.10.1 Ações de Prevenção nas Unidades de Conservação ........................................ 267

3.11 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE USO PÚBLICO.............................................. 268


3.11.1 Histórico da Visitação ........................................................................................ 270
3.11.2 Perfil do Usuário ................................................................................................ 271

3.11.3 Atrativos Naturais .............................................................................................. 273


3.11.3.1 Os Arenitos...................................................................................................... 273
3.11.3.2 A Lagoa Dourada............................................................................................. 274

3.11.3.3 As Furnas ........................................................................................................ 274


3.11.3.4 Outros aspectos naturais ................................................................................. 274
3.11.4 Desenvolvimento de Atividades ......................................................................... 274

3.11.4.1 Atividades Desenvolvidas nos Atrativos Naturais............................................. 275


3.11.4.2 Atrativos e atividades potenciais para visita e sugestão de estruturação......... 282
3.11.5 Histórico-Cultural ............................................................................................... 284
3.11.6 Outros Aspectos Naturais.................................................................................. 284
3.11.6.1 Trilha do Rio Quebra-Perna............................................................................. 284
3.11.6.2 Observação de aves ........................................................................................ 285
3.11.6.3 Fotografia da natureza..................................................................................... 285
3.11.6.4 Cicloturismo..................................................................................................... 285
3.11.6.5 Caminhadas noturnas...................................................................................... 286
3.11.7 Campo de Desafios ........................................................................................... 286
3.11.7.1 Condicionantes do campo de desafios ............................................................ 288
3.11.8 Arvorismo .......................................................................................................... 289

3.11.8.1 Condicionantes do arvorismo........................................................................... 290


3.11.9 Atividades Relacionadas ao Arvorismo e ao Campo de Desafios...................... 291
3.11.10 Descrição da Estrutura Física Existente e a ser Adequada para o
Atendimento aos Visitantes Existentes .............................................................. 294
3.11.10.1 Guarita-portal................................................................................................. 294
3.11.10.2 Estacionamento ............................................................................................. 294
3.11.10.3 Centro de visitantes ....................................................................................... 294

xiv
3.11.10.4 Sala dos Campos Gerais (Centro de Eventos) .............................................. 295
3.11.10.5 Estrada interna .............................................................................................. 296

3.11.10.6 Lanchonete.................................................................................................... 296


3.11.10.7 Sanitários....................................................................................................... 296
3.11.10.8 Centro de Lazer ............................................................................................. 296

3.11.11 Aspectos institucionais da Unidade de Conservação ........................................ 299


3.11.11.1 Pessoal.......................................................................................................... 299
3.11.11.2 Infra-estrutura, equipamentos e serviços....................................................... 301

3.11.11.3 Aspectos quanto a serviços no PEVV: concessões e terceirizações ............. 304

ENCARTE 4 - MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ........................................ 1

4.1 FATORES CONDICIONANTES E SUPOSIÇÕES ................................................. 1


4.1.1 Fatores Condicionantes ...................................................................................... 1
4.1.2 Suposições ......................................................................................................... 1
4.2 ZONEAMENTO...................................................................................................... 2
4.2.1 Zonas e Caracterização ...................................................................................... 2
4.2.1.1 Zona primitiva................................................................................................... 2
4.2.1.2 Zona de uso extensivo ..................................................................................... 4
4.2.1.3 Zona de uso intensivo ...................................................................................... 6
4.2.1.4 Zona histórico-cultural ...................................................................................... 7
4.2.1.5 Zona de uso especial ....................................................................................... 9
4.2.1.6 Zona de recuperação ....................................................................................... 10
4.2.1.7 Zona de uso temporário ................................................................................... 11

4.2.1.8 Zona de uso conflitante .................................................................................... 12


4.3 ZONA DE AMORTECIMENTO .............................................................................. 13
4.4 NORMAS GERAIS DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA............................ 15
4.5 PROGRAMAS DE MANEJO .................................................................................. 20
4.5.1 Programa de Conhecimento ............................................................................... 21
4.5.1.1 Subprograma de Pesquisa ............................................................................... 21
4.5.1.2 Subprograma de Monitoramento ...................................................................... 24

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xv


4.5.2 Programa de Manejo do Meio Ambiente ............................................................. 27
4.5.2.1 Subprograma de Manejo dos Recursos Naturais.............................................. 27

4.5.2.2 Subprograma de Proteção e Fiscalização ........................................................ 29


4.5.3 Programa de Operacionalização ......................................................................... 32
4.5.3.1 Subprograma de Administração e Finanças ..................................................... 32

4.5.3.2 Subprograma de Infra-Estrutura e Equipamentos............................................. 35


4.5.3.3 Subprograma de Concessões e Terceirização de Serviços.............................. 38
4.5.3.4 Subprograma Jurídico/Legal............................................................................. 41

4.5.4 Programa de Uso Público.................................................................................... 43


4.5.4.1 Subprograma de Recreação e Interpretação Cultural-Ambiental...................... 43
4.5.4.2 Subprograma de Educação Ambiental ............................................................. 49

4.5.4.3 Subprograma de Divulgação ............................................................................ 52


4.5.5 Programa de Integração com o Entorno.............................................................. 53
4.5.5.1 Subprograma de Sensibilização das Comunidades de Entorno........................ 56
4.5.5.2 Subprograma Relações Públicas...................................................................... 57
4.5.5.3 Subprograma de Cooperação Institucional ....................................................... 58
4.5.5.4 Subprograma de Divulgação ............................................................................ 59
4.5.5.5 Subprograma de Controle Ambiental do Entorno ............................................. 60
4.5.5.6 Subprograma de Alternativas de Desenvolvimento para a Comunidade do
Entorno............................................................................................................. 61
4.5.5.7 Subprograma de Conectividade das Áreas de Importância Ambiental e
Cultural ............................................................................................................. 62
4.6 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO ....................................................... 63

4.6.1 Estratégias para a Implementação ...................................................................... 65


4.6.1.1 Atividades ......................................................................................................... 65
4.6.1.2 Prioridades ....................................................................................................... 66
4.6.2 Implementação do Conselho Consultivo.............................................................. 66
4.6.3 Elaboração de Parcerias ..................................................................................... 67
4.6.4 Dotação Orçamentária ........................................................................................ 67
4.6.4.1 Fontes de recursos ........................................................................................... 68

xvi
ENCARTE 5 - PROJETOS ESPECÍFICOS..................................................................... 1

5.1 IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS A CURTO PRAZO .......................................... 1


5.2 IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS MÉDIO PRAZO............................................... 81
5.3 IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS A LONGO PRAZO .......................................... 107

REFERÊNCIAS ..............................................................................................................

ANEXOS
ANEXO 1 - PORTARIA 037/2004/IAP/GP .................................................................... 3
ANEXO 2 - CONTRIBUIÇÃO DA SECRETARIA DO ESTADO DA CULTURA ............ 7

ANEXO 3 - GLOSSÁRIO REFERENTE AO ENCARTE 3............................................. 13


ANEXO 4 - PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA - MAPEAMENTO GEOLÓGICO-
GEOMORFOLÓGICO ................................................................................ 21

ANEXO 5 - MAPA DE VEGETAÇÃO ............................................................................ 25


ANEXO 6 - MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E VEGETAÇÃO...................... 29
ANEXO 7 - MAPA DE TALHÕES DE REMOÇÃO DE PINUS ...................................... 33
ANEXO 8 - TABELAS DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS
AMOSTRADOS POR GRUPO ZOOLÓGICO ESTUDADO ........................ 37
ANEXO 9 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO – FLORESTA E
SUB-BOSQUE ........................................................................................... 47
ANEXO 10 - LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES EXÓTICAS ........................................ 67
ANEXO 11 - TABELAS DAS ESPÉCIES CONHECIDAS PARA O PARQUE ESTADUAL

DE VILA VELHA POR GRUPO ZOOLÓGICO ESTUDADO ...................... 71


ANEXO 12 - AVIFAUNA ................................................................................................. 109
ANEXO 13 - ZONEAMENTO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA .................... 113
ANEXO 14 - PESQUISAS JÁ REALIZADAS NO PEVV ................................................. 117
ANEXO 15 - MAPA DE SOLOS...................................................................................... 121

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xvii


xviii
LISTA DE TABELAS

1.1 DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NOS BIOMAS EM RELAÇÃO


À ÁREA DO ESTADO DO PARANÁ ...................................................................................... 19
3.1 NÚMERO MÉDIO DE HORAS DIÁRIAS DE INSOLAÇÃO DE JANEIRO A
DEZEMBRO ........................................................................................................................... 17
3.2 VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO E OS PICOS MÁXIMOS PARA CADA MÊS DO
ANO ........................................................................................................................................ 19
3.3 NÚMERO DE VISITANTES DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA ............................. 271
4.1 MATERIAIS DE USO COMUM............................................................................................... 77
4.2 MATERIAIS DE EMERGÊNCIA MÉDICA .............................................................................. 77
4.3 MATERIAIS PARA COMBATE A INCÊNDIO......................................................................... 78
4.4 EPIS PARA USO DE FUNCIONÁRIO E VOLUNTÁRIOS ..................................................... 78

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xix


xx
LISTA DE QUADROS

1.1 SÍNTESE DO NÚMERO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SEGUNDO O GRAU


DE PROTEÇÃO...................................................................................................................... 9
1.2 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS EXTREMOS DO ESTADO DO PARANÁ............................ 10
1.3 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ.............................................. 20
2.1 ATRATIVOS TURÍSTICOS NATURAIS DE PONTA GROSSA ............................................. 35
2.2 ATRATIVOS HISTÓRICO-CULTURAIS DE PONTA GROSSA............................................. 35
3.1 DISTÂNCIAS DOS NÚCLEOS URBANOS ATÉ O PEVV......................................................
3.2 NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM CHUVAS POR MÊS POR ANO .......................................
3.3 PERFIS LONGITUDINAIS...................................................................................................... 31
3.4 LEGENDA DE IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO .............................. 77
3.5 SÍTIOS AMOSTRAIS E UNIDADES DE PAISAGEM DEFINIDAS PARA A
REALIZAÇÃO DA AER........................................................................................................... 118
3.6 SÍTIOS INVESTIGADOS NO ENTORNO DO PEVV E PRINCIPAIS USOS
DETECTADOS ....................................................................................................................... 119
3.7 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA ATRAVÉS DOS MACROINVERTEBRADOS
BENTÔNICOS, SEGUNDO O ÍNDICE BMWP’ ..................................................................... 122
3.8 CLASSES DE QUALIDADE, SIGNIFICADO DOS VALORES DO BMWP’ E CORES
PARA SEREM UTILIZADAS NAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS. DE
ACORDO COM ALBA-TERCEDOR & SÁNCHES-ORTEGA (1988), ADAPTADO
PARA RIOS DA BACIA LITORÂNEA ..................................................................................... 122
3.9 SITUAÇÃO ATUAL DO USO E COBERTURA DO SOLO EM RELAÇÃO AOS
ECOSSISTEMAS ORIGINAIS................................................................................................ 263

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xxi


xxii
LISTA DE FIGURAS

2.1 ZONA DE AMORTECIMENTO DO PEVV.............................................................................. 2


2.2 LIMITES DO PARQUE, LIMITES DO ENTORNO E BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
QUEBRA PERNA ................................................................................................................... 16
2.3 LIMITES DO PARQUE, LIMITES DO ENTORNO E ÁREAS DE AGRICULTURA E
REFLORESTAMENTO........................................................................................................... 17
2.4 LIMITES DO PARQUE, LIMITES DO ENTORNO, CAMPO REMANESCENTE, CAMPO
DEGRADADO E MATA REMANESCENTE ........................................................................... 19
3.1 LOCALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA ................................................ 2
3.2 LOCALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA E CIDADES PRÓXIMAS........ 3
3.3 MAPA DE ACESSOS AO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA ...................................... 4
3.4 DIREÇÃO PREDOMINANTE E VELOCIDADE DOS VENTOS ............................................. 20
3.5 NASCENTES DO RIO BARROZINHO JUNTO À RODOVIA BR-376 ................................... 22
3.6 QUEDA D'ÁGUA PRÓXIMA A NASCENTE DO RIO BARROZINHO.................................... 22
3.7 SINUOSIDADES DO RIO BARROZINHO.............................................................................. 24
3.8 REGIÃO DE VÁRZEA FORMADA PELO RIO BARROZINHO JUNTO À BR-376 ................ 24
3.9 VISTA LATERAL DA FACE DE MONTANTE DA BARRAGEM............................................. 25
3.10 VISTA DA FACE DE MONTANTE DA BARRAGEM.............................................................. 25
3.11 VISTA DE MONTANTE DE UM DOS VERTEDORES DE LÂMINA LIVRE ........................... 26
3.12 VISTA DE JUSANTE DO VERTEDOR TIPO "MONGE"........................................................ 26
3.13 PERFIS LONGITUDINAIS DOS RIOS GUABIROBA, QUEBRA PERNA E BARROZINHO ........ 32
3.14 ARCABOUÇO ESTRUTURAL DA BACIA DO PARANÁ ..................................................... 37
3.15 COLUNA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO PARANÁ ...................................................... 38
3.16 MAPA GEOLÓGICO REGIONAL......................................................................................... 39
3.17 PERFIL GEOLÓGICO DA REGIÃO DE VILA VELHA ......................................................... 48
3.18 EXEMPLOS DE FÓSSEIS DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA. A: tentaculites,
SEÇÃO RIVADÁVIA; B: Australocoelia tourtelotti, LOCAL GEO-46 .................................... 49
3.19 CICLOS SEDIMENTARES DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA NA SEÇÃO RIVADÁVIA....... 56
3.20 SEÇÃO COLUNAR RIVADÁVIA, PONTA GROSSA, PARANÁ........................................... 60
3.21 MAPA GEOLÓGICO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA. 1: FALHAS (A:
BLOCO ALTO, B: BLOCO BAIXO, QUANDO FOR O CASO); 2: LINEAMENTOS; 3:
ALUVIÕES QUATERNÁRIOS; 4: DIQUES DE DIABÁSIO DO MAGMATISMO SERRA
GERAL; 5: CPII, ROCHAS INDIFERENCIADAS DO GRUPO ITARARÉ; 6: CPIA,
ARENITOS DO GRUPO ITARARÉ; 7: DPG, FORMAÇÃO PONTA GROSSA; 8: DF,
FORMAÇÃO FURNAS .......................................................................................................... 61

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xxiii


3.22 MAPA DE FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS DO PEVV: 1: DIQUES; 2: FENDAS; 3:
LINEAMENTOS; 4: LINEAMENTOS COM RIOS ENCAIXADOS; 5: FALHAS; 6:
FURNAS; 7: LAGOAS; 8: MORROS TESTEMUNHOS; 9: DEPRESSÕES; 10:
ANFITEATROS; 11: CRISTAS PONTIAGUDAS; 12: RUPTURAS DE DECLIVE; 13:
RELEVO RUINIFORME; 14: PLANÍCIES ALUVIAIS; 15: ÁREAS DEGRADADAS................... 62
3.23 PEVV - COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA ..................................................... 63
3.24 ASPECTOS DA GEOLOGIA DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA. A:
ESTRATIFICAÇÕES CRUZADAS E NÍVEL CONGLOMERÁTICO EM ARENITO DA
FORMAÇÃO FURNAS (LOCAL GEO-28); B: MARCAS ONDULADAS EM ARENITO
DA FORMAÇÃO FURNAS (LOCAL GEO-28); C: MOLDE DE Australospirifer,
FÓSSIL DE BRAQUIÓPODE DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA (LOCAL GEO-46);
D: MOLDE DE Derbyina, FÓSSIL DE BRAQUIÓPODE DA FORMAÇÃO PONTA
GROSSA (LOCAL GEO-46); E: CIMENTAÇÃO COM ÓXIDOS DE FERRO E
MANGANÊS, PSEUDO-ESTRATIFICAÇÃO E INTRACLASTOS DE ARGILA NO
ARENITO VILA VELHA (LOCAL GEO-09); F: MARCAS ONDULADAS NO ARENITO
VILA VELHA, COM INCRUSTRAÇÃO DE ÓXIDOS DE FERRO (LOCAL GEO-06); G:
FRATURA, PSEUDO-ESTRATIFICAÇÃO E FUROS DE ORIGEM BIOLÓGICA NO
ARENITO VILA VELHA (LOCAL GEO-09); H: EROSÃO SUBTERRÂNEA EM
ESTRUTURA SEDIMENTAR DO ARENITO VILA VELHA, OCASIONANDO A
FORMAÇÃO DE CONES DE EROSÃO, ATRAVÉS DE PROCESSOS DE
DISSOLUÇÃO E REMOÇÃO MECÂNICA ASSOCIADA ..................................................... 65
3.25 ASPECTOS DA GEOMORFOLOGIA DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA: A:
ASPECTO DAS CORNIJAS NO RELEVO, MARCANDO AS MUDANÇAS DE
UNIDADES ROCHOSAS (VISTA DA PORÇÃO NOROESTE DO PARQUE); B: RELEVO
RUINIFORME, OBSERVANDO-SE TORRES, TOPOS PONTIAGUDOS, CANELURAS,
FLANCOS COM REENTRÂNCIAS E SALIÊNCIAS (LOCAL GEO-09); C: DEPRESSÃO
ÚMIDA NO INTERIOR DE GRANDE FURNA, FEIÇÃO DE ABATIMENTO DO
TERRENO POR EROSÃO SUBTERRÂNEA (LOCAL GEO-13); D: LAGOA DOURADA,
FURNA ASSOREADA PELAS ÁGUAS DE INUNDAÇÃO DO RIO GUABIROBA;
NOTAR BANCO DE ASSOREAMENTO RECENTE EM CONSEQÜÊNCIA DE EROSÃO
EM TRILHA DE ACESSO (LOCAL GEO-17); E: POLIGONAÇÃO NO ARENITO VILA
VELHA (LOCAL GEO-06); F: ALVÉOLOS SUPERFICIAIS NO ARENITO VILA VELHA,
MOSTRANDO ENDURECIMENTO DE BORDAS POR REPRECIPITAÇÃO DE
SOLUTOS (LOCAL GEO-O2); G: TOPOS PONTIAGUDOS NO ARENITO VILA VELHA
(LOCAL GEO-01); H: "PEDRA SUSPENSA", NA GRUTA HOMÔNIMA,
EXEMPLIFICANDO SITUAÇÃO DE BLOCO INSTÁVEL QUE DEVE TER SUA
CONDIÇÃO DE SEGURANÇA PARA VISITANTES AVALIADA (LOCAL GEO-12). ................ 67

xxiv
3.26 COMPARTIMENTAÇÃO DO RELEVO NO PEVV. SUPERFÍCIES DE DEGRADAÇÃO;
COMPARTIMENTO 1: SETOR 1.1: MESETAS ISOLADAS, COMPREENDENDO
FORMAS ANTROPOMÓRFICAS E ZOOMÓRIFICAS; SETOR 1.2: ÁREA DE
INTERFLÚVIOS ESTREITOS E RECORTADOS; SETOR 1.3: ÁREA DE VERTENTES
CURTAS, MUITO DISSECADAS COM ESCARPAS ESCALONADAS; SETOR 1.4:
ÁREAS DE VERTENTES LONGAS, DISSECADAS E ONDULADAS.
COMPARTIMENTO 2: SETOR 2.1: MESETA ISOLADA; SETOR 2.2: ÁREA DE
VERTENTES LONGAS, DISSECADAS E ONDULADAS; SETOR 2.3: ÁREA DE
VERTENTES LONGAS DISSECADAS E SUAVEMENTE ONDULADAS. SUPERFÍCIE
DE AGRADAÇÃO: COMPARTIMENTO 3: ÁREAS PLANAS COM ACUMULAÇÃO DE
SEDIMENTOS ALUVIAIS (VÁRZEAS) ................................................................................... 71
3.27 LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO TÍPICO ................................................................. 81
3.28 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO TÍPICO ........................................... 81
3.29 ORGANOSSOLO MÉSICO SÁPRICO TÉRRICO FASE SOTERRADA.............................. 82
3.30 DISTRIBUIÇÃO TOPOSSEQÜENCIAL LATOSSOLO VERMELHO/LATOSSOLO
VERMELHO-AMARELO....................................................................................................... 84
3.31 CAMBISSOLO HÁPLICO DISTRÓFICO NANO TRANSICIONANDO PARA
NEOSSOLO LITÓLICO DISTRÓFICO TÍPICO.................................................................... 86
3.32 CAMBISSOLO HÚMICO DISTRÓFICO TÍPICO .................................................................. 87
3.33 CAMBISSOLO HÁPLICO DISTRÓFICO LÉPTICO ............................................................. 87
3.34 PETROPLINTITA COM FORMA LAMINAR E GLOBOSA/LAMINAR.................................. 89
3.35 CAMBISSOLO HÚMICO DISTRÓFICO TÍPICO .................................................................. 89
3.36 EROSÃO EM SULCOS SOBRE CAMBISSOLO HÁPLICO DISTRÓFICO NANO .............. 91
3.37 ACEIROS/ESTRADAS PLOTADOS AO LADO DO RIO QUEBRA-PERNA........................ 92
3.38 ACÚMULO DE SEDIMENTOS EM TRILHA EM RELEVO CÔNCAVO ............................... 93
3.39 RETIRADA DE FINOS NA BASE DA TRILHA, POR PERCOLAÇÃO HÍDRICA DIFUSA .......... 94
3.40 PAISAGEM DE NEOSSOLO LITÓLICO DERIVADO DO ARENITO FURNAS ................... 95
3.41 PAISAGEM CONSTITUÍDA POR NEOSSOLO LITÓLICO DERIVADO DE FOLHELHO .......... 96
3.42 NEOSSOLO LITÓLICO HÚMICO TÍPICO ........................................................................... 96
3.43 EROSÃO EM ACEIRO SOBRE NEOSSOLO LITÓLICO DISTRÓFICO TÍPICO ................ 98
3.44 ASPECTO DE EROSÃO EM SULCO SOBRE NEOSSOLO LITÓLICO .............................. 99
3.45 BOLSÃO DE CLASSE TEXTURAL AREIA SOBRE NEOSSOLO LITÓLICO
ASSOCIADO A NEOSSOLO QUARTZARÊNICO ............................................................... 100
3.46 NEOSSOLO QUARTZARÊNICO ÓRTICO LÉPTICO.......................................................... 101
3.47 CORES ACINZENTADAS DEPLECIONADAS EM GLEISSOLO MELÂNICO..................... 105
3.48 RELEVO DOLINIFORME TOTALMENTE COLMATADO.................................................... 106
3.49 ASPECTO DE VEGETAÇÃO DE CAMPO SUBTROPICAL HIDRÓFILO............................ 107

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xxv


3.50 ASPECTO DE VEGETAÇÃO EM COLO DE ENCOSTA SOBRE ORGANOSSOLO .......... 109
3.51 ORGANOSSOLO MÉSICO SÁPRICO TÉRRICO EM COLO DE ENCOSTA...................... 109
3.52 ACEIROS SOBRE ORGANOSSOLOS MÉSICOS SÁPRICOS TÉRRICOS ....................... 110
3.53 ASTERÁCEAS EM ORGANOSSOLOS ............................................................................... 111
3.54 ÁREA DEGRADA SOBRE ARENITO FURNAS .................................................................... 113
3.55 ÁREA DEGRADADA SOBRE FOLHELHO ........................................................................... 113
3.56 ÁREA DEGRADADA SOBRE FOLHELHO ........................................................................... 114
3.57 IMAGEM DE SATÉLITE DO PEVV SOBRE A QUAL ENCONTRAM-SE
DELIMITADOS OS SÍTIOS AMOSTRAIS DEFINIDOS PARA OS ESTUDOS DE
CAMPO.................................................................................................................................. 119
3.58 ASPECTO GERAL DAS BORDAS DO SÍTIO PLATÔ DA FORTALEZA.............................. 130
3.59 AFLORAMENTOS ROCHOSOS NO SÍTIO PLATÔ DA FORTALEZA ................................. 130
3.60 DEGRADAÇÃO DE ORGANOSSOLO EM NASCENTE POR PISOTEIO PELO GADO
NO SÍTIO 1 ............................................................................................................................. 134
3.61 ESTERCO BOVINO EVIDENCIANDO A RECENTE PRESENÇA DO GADO NO
INTERIOR DO PEVV............................................................................................................. 134
3.62 ASPECTO GERAL DO SÍTIO 2............................................................................................. 135
3.63 CÓRREGO AFLUENTE DA MARGEM ESQUERDA DO QUEBRA PERNA NO SÍTIO 2 ...... 135
3.64 MIMOSA DOLENS EM PROCESSO OPORTUNISTA DE INVASÃO NO SÍTIO.................. 140
3.65 INVASÃO POR SAMAMBAIA-DAS-TAPERAS ..................................................................... 140
3.66 ASPECTO INTERNO DA MATA DA FORTALEZA ONDE SE PERCEBE A
DEPAUPERAÇÃO DO SUB-BOSQUE.................................................................................. 141
3.67 VISÃO EXTERNA DA MATA DA FORTA-LEZA, COM DESTAQUE NA FLORAÇÃO
DE PAU-DE-TUCANO Vochysia magnifica........................................................................... 141
3.68 LIMITE LESTE DO PEVV ONDE SE PERCEBE A COLOCAÇÃO DE CERCA DENTRO
DOS LIMITES DO PARQUE ................................................................................................... 144
3.69 AMBIENTE AQUÁTICO CRIADO PELO REPRESAMENTO DE NASCENTE NO
SÍTIO 3................................................................................................................................... 144
3.70 ADULTO DE Scinax eringiophilla .......................................................................................... 145
3.71 GIRINO DE Scinax eringiophilla ENCONTRADO NA REPRESA ......................................... 145
3.72 ASPECTO GERAL DO CAMPO SECO NO SÍTIO 4............................................................. 147
3.73 ASPECTO GERAL DO CAMPO SECO NO SÍTIO 4............................................................. 147
3.74 ANTIGA ÁREA DE EMPRÉSTIMO NÃO RECUPERADA ONDE ATUAM
PROCESSOS DE EROSÃO.................................................................................................. 151
3.75 ÁREA ANTROPIZADA AO REDOR DA IGREJA ONDE ENCONTRAM-SE
PLANTADAS ESPÉCIES EXÓTICAS, ALGUMAS FORTEMENTE INVASORAS................ 151
3.76 LAGO JUNTO À BARRAGEM CUJA BASE ENCONTRA-SE DESESTRUTURADA ........... 152

xxvi
3.77 ASPECTO GERAL DA REPRESA MOSTRANDO EFEITOS DA INSTABILIDADE DE
NÍVEL .................................................................................................................................... 152
3.78 ASPECTO GERAL DA VÁRZEA NO SÍTIO 6 ....................................................................... 156
3.79 VISÃO DA VÁRZEA MOSTRANDO AO FUNDO EDIFICAÇÕES LINDEIRAS. EM
PRIMEIRO PLANO, COM FLORES AMARELAS, Ulex europaeus TOJO, ESPÉCIE
EXÓTICA INVASORA DO CAMPO....................................................................................... 156
3.80 VISÃO GERAL DO CAPÃO DOS ARENITOS ......................................................................... 160
3.81 DETALHE DE PINHEIROS REMANESCENTES NO SÍTIO 7 .............................................. 160
3.82 AFLORAMENTOS ROCHOSOS PRÓXIMOS À PISCINA ....................................................... 166
3.83 REPRESA FORMADA NAS NASCENTES DO SÍTIO 8 PARA ABASTECIMENTO DA
PISCINA ................................................................................................................................ 166
3.84 ÁREA DE ESCOAMENTO DE ÁGUA JUNTO À TRILHA DOS ARENITOS ........................ 170
3.85 Scinax squalirostris, ESPÉCIE TÍPICA DOS AMBIENTES LOCAIS..................................... 170
3.86 ENTORNO DOS ARENITOS INVADIDO POR PLANTAS INVASORAS
(BRAQUIÁRIA E CAPIM-GORDURA).................................................................................. 173
3.87 ARENITO NO QUAL EXTINGUIU-SE COLÔNIA DE ABELHAS NATIVAS ......................... 173
3.88 ASPECTO GERAL DOS CAMPOS HIGRÓFILOS DO SÍTIO 9............................................ 174
3.89 PEQUENO CÓRREGO QUE DRENA O SÍTIO .................................................................... 174
3.90 VISÃO INTERNA DA FLORESTA DE GALERIA DO RIO QUEBRA PERNA....................... 178
3.91 RIO QUEBRA PERNA EM PONTO DE COLETA ................................................................. 178
3.92 AFLUENTE DA MARGEM ESQUERDA DO QUEBRA PERNA NO SÍTIO 10...................... 180
3.93 AFLUENTE DA MARGEM ESQUERDA DO QUEBRA PERNA EM PONTO DE
COLETA ................................................................................................................................ 180
3.94 OBRAS DE ATERRO E DESMATAMENTO NO SÍTIO 10 ................................................... 182
3.95 ASPECTO GERAL DAS OBRAS APÓS EMBARGO ............................................................ 182
3.96 VEGETAÇÃO DE CAPOEIRA EM ÁREA PRETERITAMENTE AGRICULTADA ................. 183
3.97 LAGOA DENSAMENTE VEGETADA, EM MEIO À FRAGMENTO FLORESTAL ................ 183
3.98 VEADO-CATINGUEIRO Mazama gouazoupira, fotografado DURANTE INCURSÃO À
ÁREA DE AGRICULTURA .................................................................................................... 185
3.99 EQUIPE EXPLORANDO O SÍTIO 12, NO QUAL PERCEBE-SE MESCLA DE
ESPÉCIES NATIVAS E EXÓTICAS...................................................................................... 187
3.100 ASPECTO INTERNO DE UMA ÁREA PLANTADA COM EUCALIPTO NO PEVV ............ 187
3.101 PONTO DE INVESTIGAÇÃO DA EQUIPE NO SÍTIO 13 ................................................... 190
3.102 LAGOA DOURADA JUNTO AO INÍCIO DO CANAL EXTRAVASOR................................. 200
3.103 VISTA DA LAGOA TARUMÃ EM PONTO FREQUENTADO POR PESCADORES........... 203
3.104 LAGOA TARUMÃ CIRCUNDADA POR MONOCULTURA DE Pinus ................................. 203

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xxvii


3.105 FILOS DE MACROINVERTEBRADOS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL
DE VILA VELHA. ................................................................................................................. 212
3.106 CANÁRIO-DO-CAMPO Emberizoides herbicola, TÍPICO DOS CAMPOS DO PEVV......... 222
3.107 SERIEMA Cariama cristata, ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO REGISTRADA
NO ENTORNO DO PEVV ................................................................................................... 222
3.108 GAVIÃO-CABOCLO Buteogallus meridionalis, ESPÉCIE DOS CAMPOS DO PEVV ..... 222
3.109 BACURAU-DA-TELHA Caprimulgus longirostris, ESPÉCIE CREPIUSCULAR
REGISTRADA PRINCIPALMENTE NOS REFÚGIOS RUPESTRES ................................. 222
3.110 Proceratophrys boiei, COLETADO NO ENTORNO DO PEVV ........................................... 226
3.111 Ditaxodon taeniatus, ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO ENCONTRADA NO PEVV........ 230
3.112 Bothrops alternatus, ESPÉCIE EM PERIGO DE EXTINÇÃO AINDA ENCONTRADA
NO PEVV.............................................................................................................................. 230
3.113 P. spixii, CÁGADO RELATIVAMENTE COMUM NA REGIÃO DO PEVV........................... 231
3.114 L. flavifrenatus, SERPENTE EM PROVÁVEL RISCO DE EXTINÇÃO NOS CAMPOS
GERAIS ............................................................................................................................... 231
3.115 Leothreptus anomalus, ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO FOTOGRAFADA
ENQUANTO REFUGIAVA-SE NA ESTRADA DE INCÊNDIO PRÓXIMO .......................... 247
3.116 Knipolegus nigerrimus, ESPÉCIE TÍPICA DOS CAMPOS RUPESTRES............................... 247
3.117 ASPECTO GERAL DO CAMPO QUEIMADO EM PROPRIEDADES LINDEIRAS AO
PEVV.................................................................................................................................... 251
3.118 VEGETAÇÃO HIDRÓFILA QUE SERVE DE ABRIGO PARA ANFÍBIOS
INCINERADA....................................................................................................................... 251
4.1 DIAGRAMA ILUSTRANDO OBJETIVOS PREDETERMINADOS DOS SISTEMAS
DE PLANEJAMENTO .......................................................................................................... 33

xxviii
LISTA DE GRÁFICOS

2.1 NÍVEL DE ESCOLARIDADE .................................................................................................. 24


2.2 NÚMERO DE PESSOAS ENTRE 18 E 30 ANOS.................................................................. 25
2.3 CONHECE O PEVV ............................................................................................................... 25
2.4 FREQÜÊNCIA DE IDA AO PARQUE..................................................................................... 26
2.5 VANTAJOSO MORAR PRÓXIMO AO PARQUE ................................................................... 27
2.6 OUVIU FALR EM ECOTURISMO .......................................................................................... 28
2.7 SABE O QUE É O TRABALHO DE UM CONDUTOR DE ECOTURISMO............................ 28
2.8 INTERESSE EM SER CONDUTOR....................................................................................... 29
2.9 DISPONIBILIDADE PARA TRABALHAR NO PARQUE........................................................ 29
3.1 TEMPERATURA MÉDIA MENSAL ........................................................................................ 14
3.2 TEMPERATURAS EXTREMAS ............................................................................................. 14
3.3 PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL......................................................................................... 15
3.4 PLUVIOSIDADE MÉDIA MENSAL ......................................................................................... 16
3.5 RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL MÉDIA MENSAL .................................................................... 18
3.6 NÚMERO MÉDIO DE GEADAS POR ANO ........................................................................... 19

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xxix


xxx
FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Nome da Unidade de Conservação Parque Estadual de Vila Velha


Unidade Gestora Instituto Ambiental do Paraná
Endereço da Sede R. Eng. Rebouças, 1206
Bairro Rebouças – Curitiba – PR
CEP: 80.215-100
Fone: (41) 213-3700
Site:www.pr.gov.br/iap
E-mail: iap@pr.gov.br
(1)
Superfície da UC (ha) 3.122,00
Perímetro da UC (m) 30.800,30
Município Ponta Grossa
Estado Paraná
o o
Coordenadas Geográficas do centro da UC Latitude: 25 12' 34'' e 25 15' 35''S
o o
Longitude: 49 58' 04'' e 50 03' 37''W
o
Data de Criação e ato de criação 12 de outubro de 1953. Lei n. 1.292
Limites Norte: propriedades particulares
Sul: BR 376 e propriedades particulares
Leste: propriedades particulares
Oeste: Jardim Novo Vila Velha
Bioma e ecossistemas Floresta Ombrófila Mista e Campos
Atividades desenvolvidas Turismo, pesquisa científica, educação ambiental e
fiscalização
Conflitos existentes Estradas, ferrovia, espécies exóticas da fauna e flora,
ocorrência de processos erosivos
Atividade de uso público Aberto à visitação pública de quarta-feira a segunda-
feira e feriados
o
(1) Decreto n. 1.292 de 12 de outubro de 1953.

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 xxxi


xxxii
1 INTRODUÇÃO

Segundo a Lei n.o 9.985/2000, que estabelece o Sistema Nacional de

Unidades de Conservação, em seu capítulo I, art. 2.o - XVII,

“O Plano de Manejo é um documento técnico mediante o qual, com fundamento


nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu
zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos
recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à
gestão da Unidade.”

De acordo com a mesma lei, em seu art. 27, parágrafo. 1.o "O Plano de

Manejo deve abranger a área da Unidade de Conservação, sua Zona de

Amortecimento e os corredores ecológicos."

O Plano de Manejo tem como principais objetivos (IBAMA, 2002).

- Levar a unidade de Conservação a cumprir com os objetivos

estabelecidos na sua criação.

- Definir objetivos específicos de manejo, orientando a gestão da UC.

- Dotar a UC de diretrizes para seu desenvolvimento.

- Definir ações específicas para o manejo da UC.

- Promover o manejo da Unidade, orientado pelo conhecimento disponível

e/ou gerado.

- Estabelecer a diferenciação e intensidade de uso mediante

zoneamento, visando a proteção de seus recursos naturais e culturais.

- Destacar a representatividade da UC no SNUC frente aos atributos de


valorização dos seus recursos como: biomas, convenções e certificações.

- Estabelecer, quando couber, normas e ações específicas visando

compatibilizar a presença das populações residentes com os objetivos

da Unidade, até que seja possível sua indenização ou compensação e

sua relocação.

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 1


- Estabelecer normas específicas regulamentando a ocupação e o uso

dos recursos da Zona de Amortecimento e dos Corredores Ecológicos,

visando a proteção da UC.

- Promover a integração socioeconômica das comunidades do entorno

com a UC.

- Orientar a aplicação dos recursos financeiros destinados à UC.

O Plano de manejo caracteriza-se em ser:

- Contínuo envolvendo a busca constante de conhecimentos para

manter sempre atualizados as propostas de manejo, de forma a não

ocorrer lacunas e distanciamento entre as ações desenvolvidas e as

realidades local e regional.

- Gradativo o grau de conhecimento dos recursos naturais e culturais

determina o grau de intervenção na UC que, juntos, determinarão a

profundidade de alcance do Plano de Manejo. Por sua vez, a

implementação dar-se á também de forma gradativa, onde sem perder

de vista a concepção idealizada inicialmente, são destacadas as

prioridades factíveis para o horizonte de cinco anos.

- Flexível consiste na possibilidade de serem inseridas ou revisadas


informações em um Plano de Manejo, sempre que se dispuser de novos

dados, sem a necessidade de proceder a revisão integral do documento.

A tomada de decisões dependerá também da auto-avaliação e da retro-

alimentação fornecidas pelas experiências com o manejo.

- Participativo buscando o envolvimento da sociedade no planejamento e

em ações específicas na UC e no seu entorno, tornando-a participativa e

comprometida com as estratégias estabelecidas.

2
1.1 MARCO CONCEITUAL

A categoria de manejo de Parque, por definição (Lei n.o 9.985/2.000 art.11)


"tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico."
Em função da amplitude de seus objetivos, os parques podem ser
considerados a espinha dorsal de um sistema de áreas protegidas, e seus objetivos
primários são:
- preservar a biodiversidade;
- preservar espécies raras ou ameaçadas;
- preservar amostras significativas de ecossistemas;
- proteger belezas cênicas;
- incentivar a pesquisa científica;
- proporcionar educação ambiental;
- oferecer recreação ao ar livre, compatível com a proteção ambiental;
- contribuir para o monitoramento ambiental.

Nos parques são vedadas as modificações ambientais e a interferência


humana direta, exceto as necessárias à recuperação de sistemas alterados e as ações
de manejo voltadas à recuperação e preservação do equilíbrio e processos naturais.
A partir dos critérios de criação, das características biofísicas da unidade e
dos objetivos gerais da categoria de manejo, são definidos os objetivos que a
unidade deverá cumprir. Para o Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) foram
definidos os seguintes objetivos de manejo:
1. Conservação de um dos mais significativos remanescentes das
formações vegetais da região dos Campos Gerais do Paraná;
2. Assegurar a proteção das formações geológicas (arenitos) que
compõem a paisagem do PEVV;

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 3


3. Desenvolver um processo de normatização da visitação do PEVV, em

que seja crescente a participação de guias e condutores,

preferencialmente locais, nas atividades de uso público que ocorrerem

dentro de seu perímetro;

4. Desenvolvimento de pesquisa científica, relativa aos componentes dos

ecossistemas e suas inter-relações;

5. Desenvolver ações de conservação e/ou recuperação nas áreas que

estejam comprometendo a integridade da biodiversidade local no

interior do PEVV, e estimular ações em seu entorno;


6. Readequar/adequar os usos, atualmente praticados na área do PEVV

conflitantes com a categoria e os objetivos do mesmo;

7. Promover a educação ambiental dirigida, objetivando a consciência

ambiental local e regional;

8. Assegurar uma administração que garanta a integridade do seu

patrimônio natural e, ao mesmo tempo, que possibilite sua visitação

com a finalidade científica, educacional, turística, recreativa e cultural.

1.2 MÉTODO DE TRABALHO

O método adotado para realizar a revisão do Plano de Manejo do Parque

Estadual de Vila Velha considerou 4 etapas distintas:

 Etapa 1: Avaliação do plano de manejo versão 2001

O trabalho iniciou com a análise do plano de manejo do Parque Estadual

de Vila Velha, versão 2001, por tratar-se de uma revisão deste produto, identificando

lacunas que deveriam ser preenchidas quanto às informações necessárias para o

efetivo manejo do parque, e também definindo a estrutura que o plano de manejo

(versão 2003) deveria ter.

4
 Etapa 2: Levantamentos e elaboração de relatórios temáticos

Para este trabalho foram definidos os seguintes fatores para respectivos


levantamentos de campo:
- Meio biótico: (Fauna e Flora)
- Meio abiótico: (Geomorfologia/Geologia, Solos, Clima, e Hidrografia/
Hidrologia)
- Aspectos sócio-econômicos e culturais
- Aspectos turísticos

A partir das informações coletadas pela equipe técnica foram elaborados os


relatórios temáticos, com o diagnóstico do parque e recomendações para seu manejo.

 Etapa 3: Redefinição do Zoneamento do PEVV com base nos relatórios


e no mapeamento

Os relatórios serviram de subsídio para as reuniões de análise integrada


dos produtos gerados pela equipe técnica, e a avaliação conjunta destes relatórios,
juntamente com a atualização dos mapas, definiu o zoneamento do PEVV.

 Etapa 4: Elaboração do Plano de Manejo do PEVV

Após a definição do zoneamento foi realizada a fusão integrada dos


diversos componentes, identificando aspectos relevantes para consolidação do texto
e garantindo uma unidade quanto às novas informações obtidas durante os
levantamentos e reuniões.
Foi utilizado como indicativo o Roteiro Metodológico de Planejamento –
Parques Nacionais, Reserva Biológica e Estação Ecológica (IBAMA, 2002)
incorporando adaptações e complementações quando necessárias.
Além disso, foi criada uma estrutura para apresentação do plano, baseada
em um modelo do Instituto Ambiental do Paraná, de maneira a garantir uma certa
padronização com os outros planos de manejo do IAP.

Plano de Manejo Parque Estadual de Vila Velha - 2004 5


Após esta finalização foi assinada uma portaria n 037/2004/IAP/GP pelo
Presidente do Instituto Ambiental do Paraná, e disponibilizadas cópias impressas e
em meio digital para contribuições (ver Anexo 1). A única contribuição foi da
Secretaria da Cultura (Anexo 2), a qual foram atendidas as sugestões, salvo o
item 4, pois a padronização da denominação do zoneamento foi seguido o Roteiro
Metodológico do Ibama (2003).

6
ENCARTE 1

CONTEXTUALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

1.1 CONTEXTO FEDERAL

1.1.1 Política Ambiental Brasileira

A política ambiental, oficialmente implementada no Brasil com a

preocupação de formar um conjunto coerente de ações no sentido da conservação

ambiental, teve início a partir da década de 1970, após a Conferência de Estocolmo

(em 1972) com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente ( SEMA). Em

sincronia com a recém instituída secretaria, era criada a Superintendência de

Recursos Naturais (SUPREN) – órgão vinculado ao Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) – com finalidades de desenvolver pesquisas sobre a

disponibilidade e apropriação adequada dos recursos naturais no interesse nacional.

Anteriormente à criação desses dois organismos, existiam no Brasil cerca

de 95 instituições federais, estaduais ou municipais que, direta ou indiretamente,

tratavam as questões ambientais de forma isolada.


Todavia, as preocupações com a conservação dos recursos naturais são

historicamente anteriores e eram manifestadas em função da necessidade de discutir a

sistemática adotada para consagrar a ocupação do território brasileiro, que por sua vez

era baseada principalmente na exploração extensiva e predatória dos recursos naturais.

Neste particular, a Floresta Atlântica foi o ecossistema mais impactado com

a prática agrícola da cana de açúcar e do café. Data de 1797, com a Carta Régia de

então, a disposição institucional de preocupação com a conservação de florestas e

madeiras brasileiras. Mas, só em 1921 foi criado o Serviço Florestal do Brasil,

vinculado ao Ministério da Agricultura e do Comércio. Na década de 1930 são

editados os Códigos Nacionais de floresta, da água, de minas e demais riquezas do


ENCARTE 1 1
subsolo. É também desta década, a criação dos primeiros Parques Nacionais, dentre

os quais o do Iguaçu, em 1939.

Porém, dada a extensão territorial do Brasil e a grande variabilidade de

questões ambientais nele existentes, num curto prazo de tempo ficou evidente que a
SEMA, de administração centralizada, não oferecia condições para atender a

demanda para solução dos mais variados tipos de problemas ambientais.

Assim, em 31 de agosto de 1981, através da Lei n. 6.938, era estabelecida

a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que dispunha no seu segundo artigo o

objetivo de propiciar "a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental

propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento

socioeconômico, dos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da

vida humana".
A PNMA definia como instrumentos de sua execução, entre outros: o

estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; o licenciamento e a revisão de

atividades efetivas ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e

instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologias voltadas para a

melhoria da qualidade ambiental; a criação de reservas e estações ecológicas e a

implementação do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente


(SISNAMA), tendo como órgão de administração superior o Conselho Nacional do

Meio Ambiente (CONAMA).

Visando dar cumprimento aos seus objetivos, a PNMA definiu instrumentos

de intervenção sobre as atividades econômicas a fim de atenuar os seus impactos

ambientais, como o zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de

qualidade ambiental, a criação de Áreas de Proteção Ambiental (APA), e a exigência

da elaboração de Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) para a concessão de

licenciamento de atividades potencialmente poluidoras.

2
Foi, contudo, somente através da Constituição da República Federativa do

Brasil, de 1988, que a Política Nacional do Meio Ambiente foi consolidada. Com a

nova carta ficou confirmada a exigência de apresentação de RIMA para o

licenciamento de determinadas atividades econômicas, e a definição como áreas de

patrimônio nacional a Floresta Amazônica, a Floresta Atlântica, a Serra do Mar, o

Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira do país, através da delimitação desses

espaços e imposição de condições para o uso de seus recursos naturais.

Para consolidar a execução institucional da PNMA, pela Lei n.o 7.735 de 22

de fevereiro de 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA, que absorveu todas as atividades que até

então eram desenvolvidas por órgãos ambientais congêneres.

Como efeito da execução da Política Nacional do Meio Ambiente, foi

realizada na cidade do Rio de Janeiro-RJ, no período de 1 a 14 de junho de 1992, a

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento

(CNUMAD), da qual resultou o compromisso, firmado entre a maioria dos países que
dela participaram e, em especial o Brasil, de tomarem medidas mais efetivas para

conservação ambiental em benefício de nosso futuro comum.

Visto que já se tenham decorrido praticamente três décadas de discussões


acerca da implementação da Política Nacional do Meio Ambiente, esta, em termos

de efeitos gerais, tem-se caracterizado pela contradição entre o discurso e a prática.

Dificuldades de ordem financeira e resultantes do desmantelamento da máquina

administrativa, têm provocado constantes alterações de metas e objetivos.

Há que se reconhecer que muitos aspectos da aplicação da PNMA só não

foram de todo negligenciados pela intervenção ativa de um dos instrumentos de sua

execução, representado pelas organizações não-governamentais ambientalistas.

ENCARTE 1 3
1.1.2 Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC)

A Constituição Federal, no Art. 225, III, atribui ao Poder Público (Federal,

Estadual ou Municipal), a definição de espaços territoriais e seus componentes a

serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas

somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade

dos atributos que justifiquem sua proteção.

Unidades de Conservação (UCs) são porções do território nacional,

incluindo as águas territoriais, com características naturais de relevante valor, de

domínio público ou privado, legalmente instituídas pelo Poder Público com objetivos

e limites definidos e sob regimes especiais de administração, às quais aplicam-se

garantias adequadas de proteção.

Considerando todo o elenco de objetivos de conservação adotados por um

país, será necessário um conjunto de categorias de manejo de unidades de

conservação organizadas em um sistema. Cada categoria deverá cumprir conjuntos

específicos de objetivos, de tal forma que o sistema possa alcançar a totalidade de

objetivos nacionais de conservação da natureza. Sua distribuição deverá ser capaz

de proteger o maior número possível de ecossistemas do país, reduzindo ao mínimo

a perda de biodiversidade (IBAMA, 1997).


Um Sistema de Unidades de Conservação deve visar a conservação da

diversidade biológica a longo prazo, centrando-a como eixo fundamental do

processo conservacionista. Deve estabelecer a necessária relação de

complementariedade entre as diferentes categorias de unidades de conservação,

organizando-as em grupos de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso:

proteção e manejo sustentável (MILANO et al., 1993).

Desta forma, entende-se por Sistema de Unidades de Conservação

(SNUC) o conjunto organizado de áreas naturais protegidas (Unidades de

Conservação federais, estaduais e municipais).

4
No Brasil, O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza -
o
SNUC, foi instituído em 18 de julho de 2.000, através da Lei n. 9.985, e está se

consolidando de modo a ordenar as áreas protegidas, nos níveis federal, estadual

e municipal.

Os objetivos do SNUC, de acordo com o disposto na Lei, são os seguintes:

- Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos

genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

- Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e

nacional;

- Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de

ecossistemas naturais;

- Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

- Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da

natureza no processo de desenvolvimento;

- Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

- Proteger as características de natureza geológica, geomorfológica,

espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

- Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

- Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

- Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,

estudos e monitoramento ambiental;

- Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

- Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a

recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;

- Proteger os recursos naturais necessários para a subsistência de

populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e

sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

ENCARTE 1 5
A consolidação do SNUC busca a conservação in situ da diversidade

biológica a longo prazo, centrando-a em um eixo fundamental do processo

conservacionista. Estabelece ainda a necessária relação de complementariedade

entre as diferentes categorias de Unidades de Conservação, organizando-as em

dois grupos de acordo com características específicas e objetivos de manejo:

Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável.

As Unidades de Proteção Integral tem como objetivo básico a preservação

da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com

exceção dos casos previstos na Lei do SNUC.

Este grupo é composto pelas seguintes categorias de Unidades de

Conservação:

I - Estação Ecológica

Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas

científicas. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional e a

pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável.

II - Reserva Biológica

Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos

naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou

modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus

ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e

preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos.

III - Parque Nacional

Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande

relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas

6
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental,

de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

IV - Monumento Natural

Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de

grande beleza cênica.

V - Refúgio de Vida Silvestre

Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram

condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora

local e da fauna residente ou migratória.

As Unidades de Uso Sustentável tem como objetivo básico compatibilizar a

conservação da natureza com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais.

O Grupo das Unidades de Uso Sustentável divide-se nas seguintes

categorias:

I - Área de Proteção Ambiental

É uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana,

dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente

importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem

como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de

ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

II - Área de Relevante Interesse Ecológico

É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma

ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga

exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas

ENCARTE 1 7
naturais de importância regional ou local, e regular o uso admissível dessas áreas,

de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.

III - Floresta Nacional

É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente

nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais

e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de

florestas nativas.

IV - Reserva Extrativista

É uma área utilizada por populações locais, cuja subsistência baseia-se no

extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de

animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida

e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais

da unidade.

V - Reserva de Fauna

É uma área natural com populações animais de espécies nativas,

terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-

científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.

VI - Reserva de Desenvolvimento Sustentável

Conforme definição do SNUC, é uma área natural que abriga populações

tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos

recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições

ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da

natureza e na manutenção da diversidade biológica.

8
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural

É uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar

a diversidade biológica.

O número total de unidades de conservação sintetiza a contribuição das

diferentes categorias de manejo frente ao total das áreas protegidas. O quadro das
UC no Brasil apresenta as seguintes proporções quanto as Áreas de Proteção

Integral que constituem 43,95% do total de unidades de conservação e as Áreas de

Uso Sustentável representam 56,05%.

QUADRO 1.1 - SÍNTESE DO NÚMERO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SEGUNDO O GRAU DE


PROTEÇÃO

TIPO SUBTOTAL % TOTAL

Proteção Integral 109 43,95


248
Uso Sustentável 139 56,05

1.2 CONTEXTO ESTADUAL

Conforme a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, do

que diz respeito a estrutura administrativa do país, o Estado do Paraná é uma das

26 Unidades Federadas Brasileiras. As Unidades Federadas estão agrupadas

conforme a divisão regional estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística - IBGE (1990), em cinco Macrorregiões Geográficas: Norte, Nordeste,

Sudeste, Centro-Oeste e Sul, esta integrada pelos estados do Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul.

O Paraná possui uma superfície de 199.762,81 km2 e está situado na

porção setentrional da Região Sul, na latitude do Trópico de Capricórnio no paralelo

23o 27' Sul, fazendo as seguintes divisas: ao Norte com o Estado de São Paulo; a

Leste com o Oceano Atlântico; ao Sul com o Estado de Santa Catarina; a Sudoeste

ENCARTE 1 9
com a República da Argentina; a Oeste com a República do Paraguai; e a Noroeste

com o Estado do Mato Grosso do Sul.

Os pontos extremos do Paraná têm as seguintes localizações apresentadas

no quadro 1.2 abaixo.

QUADRO 1.2 - LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS EXTREMOS DO ESTADO DO PARANÁ

Extremo" Município Latitude Sul" Longitude Oeste


o o
Norte Jardim Olinda 22 30'58" 52 06'47
o o
Leste Guaraqueçaba 25 19'07" 48 05'37"
o o
Sul General Carneiro 26 43'00" 51 24'35
o o
Oeste Foz do Iguaçu 25 27'16" 54 37'08"

Sua população em 2000 era de 9.558.454 habitantes com densidade

demográfica igual a 47,96 hab/km2 (IBGE, 2000).

A maior parte do território paranaense situa-se em um planalto, cujas

altitudes mais elevadas encontra-se a leste, nas proximidades da costa (Serra do

Mar). Excluindo-se a região serrana, o relevo não constitui um obstáculo ou

impedimento à ocupação do território.

1.2.1 Divisão Política e Administrativa do Paraná

O Paraná foi constituído como unidade administrativa autônoma dentro da

Confederação brasileira em 19 de dezembro de 1853, quando se emancipou da

Província de São Paulo, da qual fazia parte na condição de Quinta Comarca.

Conforme a divisão político-administrativa ocorrida em 1989, o Paraná está

constituído por 399 municípios, os quais encontram-se agrupados em 10

Mesorregiões e 39 Microrregiões Geográficas (IBGE, 1996). Segundo a estruturação

administrativado Poder Judiciário estadual, o Paraná está dividido em 155 Comarcas

Judiciárias,sendo 92 iniciais, 6 finais e o restante intermediárias.

10
1.2.2 Uso e Ocupação do Solo (com base em GARCIA, M. A. setembro, 1998)

O território paranaense tem como característica principal a de situar-se em

uma zona de transição ambiental. Possuidor de um perfil ambiental rico e variado,

era revestido por diferentes coberturas vegetais. Sua localização geográfica

contribuiu para o desenvolvimento de diferentes ciclos econômicos, que deram ao

Paraná também diferentes características socioeconômicas e políticas.

O Paraná é uma das Unidades Federadas brasileiras que não mais oferece

possibilidade de expansão da sua fronteira agrícola ou de frente de ocupação territorial.

Praticamente todo o espaço paranaense está ocupado e fundiariamente apropriado.

Embora, na sua modernidade, encontre-se em fase de crescimento

baseado no desenvolvimento de atividades dos setores secundário e terciário, é no

setor primário, nas atividades agrícolas, silvícolas e pastoris, que se encontram a

mais marcante e tradicional característica da economia paranaense.

O uso e a ocupação do território paranaense esteve condicionado, em um

primeiro momento, à exploração dos seus recursos naturais, que resultou na

ocorrência dos ciclos econômicos do ouro – no Litoral e em alguns locais do Primeiro

Planalto; da erva-mate e do gado, no Primeiro e Segundo Planalto. Um segundo

momento corresponderia à ocupação do território orientada pela política da

implantação de Colônias de Estrangeiros – imigrantes europeus – principalmente no

Primeiro e Segundo Planalto, coincidente com os primórdios do ciclo da madeira. Em

tempos mais modernos, ocorreu o ciclo do café, desenvolvido nas férteis terras de

solo basáltico, nas regiões do Norte paranaense. Em tempos mais recentes,

impulsionado pelas correntes de migrantes sulistas, que colonizaram as regiões do

Sudoeste e Oeste, no Terceiro Planalto, ocorreu o auge do ciclo da madeira e o

surgimento, naquela região, do ciclo fundamentado no binômio porco-milho - da

produção de milho e da criação de suínos.

ENCARTE 1 11
Vencidos os ciclos, quase simultâneos, do café e do binômio porco-milho

(associados a uma diversificada agricultura), e na modernidade das atividades do seu

setor primário, o Paraná rural experimenta o grande predomínio do ciclo econômico da

soja: inicialmente um ciclo de característica binomial – soja-trigo e, ultimamente,

monocultural-exportador. Excluindo-se as zonas fisiográficas do Litoral e da Serra do

Mar o cultivo da soja é desenvolvido em praticamente todo o território paranaense.

O Paraná possui uma das maiores malhas rodoviárias do país, é

superavitário na produção de energia elétrica e está no centro geográfico do maior

mercado consumidor brasileiro; o Mercosul.

O Paraná, juntamente com o Rio Grande do Sul, é um dos maiores

produtores de grãos do país. A taxa média de crescimento no total do PIB, nos


últimos anos, mostra sua importância econômica nacional: de 1991-94, o Brasil

cresceu 0,9% e o Paraná, 2,9%.

O Estado conta com uma agropecuária dinâmica e moderna atrelada ao

setor agroindustrial, levando ao aumento da demanda, tanto pelo mercado interno

quanto pelo estímulo à exportação, o que vem consolidando segmentos como café

solúvel, óleos vegetais, laticínios, fiação, suco de laranja e carnes, principalmente

aves e seus industrializados.


A indústria paranaense, com um conjunto heterogêneo de empresas,

apresenta forte concentração nos gêneros agroindustriais da química (óleo bruto,

farelo de soja etc.), destaca-se no complexo de madeira (madeira e mobiliário),

material de transporte, minerais não-metálicos, papel e papelão, têxtil e mecânico.

Embora a agricultura paranaense seja responsável por cerca de um quarto da

produção de grãos do Brasil, desempenho este estreitamente relacionado ao

cooperativismo, em 1993 os produtos primários representaram 47,9% das exportações

e os produtos industrializados 51,5%.

12
A pecuária paranaense apresenta elevado grau de desenvolvimento, que

está presente em todas as regiões do estado, com destaque para suinocultura,

avicultura e bovinocultura.

Merece destaque a expansão na área em pastagens plantadas entre 1985

e 1995, que passou de 4,5 milhões para 5,3 milhões de hectares. Essa expansão

está em linha com o crescimento da pecuária de corte no Paraná, onde o efetivo de

bovinos ampliou-se de 8,6 milhões de cabeças em 1985 para 9,9 milhões em 1995

(IBGE, 1996).

A área total de estabelecimentos do Paraná em 1995, abrangeu 80% da área

territorial do estado, uma proporção que já foi maior (em 1980 chegou a 83,6%).

No Paraná, existem condições de clima e solo para a expansão da fruticultura

de clima temperado. Programas de incentivo à atividade já vêm sendo apoiados pelo

Governo do Estado e prefeituras municipais. As áreas mais indicadas são as da Região

Metropolitana de Curitiba e de alguns municípios do Oeste e do Sudoeste.

As ocorrências de minerais mais significativas conhecidas para o Estado,

com possibilidade de aproveitamento industrial são:

- Argila de boa qualidade para a indústria cerâmica com reservas

superiores a 65 milhões de toneladas;

- Talco, sendo o maior produtor nacional (em 1990 sua produção chegou

a 205 mil toneladas). As reservas de talco estão estimadas em 13

milhões de toneladas representando 16,9% das reservas brasileiras;

- Calcário, sendo o terceiro estado brasileiro em reservas medidas

(4,4 bilhões de toneladas) e em produção (5,5 milhões de toneladas

em 1990);

- Carvão, cujas ocorrências estendem-se por uma faixa que atravessa o

Estado no sentido Norte-Sul;

- Chumbo, sendo que o Paraná possui uma das mais antigas minas

(galena) em operação no Brasil;


ENCARTE 1 13
- Xisto pirobetuminoso paranaense pertence à formação Irati, uma faixa

geológica que se estende de São Paulo até o Rio Grande do Sul,

sendo o aproveitamento do gás e de outros subprodutos do xisto uma

opção para investimentos, principalmente nos ramos de cerâmica,

vidro, calcário agrícola e agregados leves para a construção civil;

- Dolomita, sendo o Estado do Paraná o primeiro produtor nacional. As

reservas conhecidas são estimadas em 472 milhões de toneladas – as

maiores do Brasil;

- Ouro, que ocorre no Paraná na forma aluvionar e primária no Litoral

Paranaense e Primeiro Planalto, sendo as reservas estimadas em 186

mil toneladas;

- Brita, basalto e pedras ornamentais, com o Paraná destacando-se como

quarto produtor nacional, terceiro em mármore e quinto em granito.

A grande diversificação de produtos agrícola como trigo, soja, milho, com a

participação crescente das cooperativas no setor industrial têm contribuído para

aumentar consideravelmente a capacidade competitiva da agricultura paranaense.

O Paraná é um dos principais produtores brasileiros de mel de abelha. No

Norte do Estado desenvolve-se com êxito a criação do bicho-da-seda, sendo o

primeiro produtor nacional.

Seu rebanho bovino é o mais expressivo em termos quantitativos, seguido

do rebanho de suínos. Possui o oitavo rebanho bovino do Brasil e ocupa a quarta

posição em abate, com cerca de 1 milhão de cabeças/ano. A bovinocultura está

disseminada por diversas regiões, mas é no Norte do Estado que a maior parte do

rebanho se concentra. No Norte prevalecem os zebuínos ou cruzamentos, enquanto

que na região Sul, o gado europeu e suas cruzas.

O rebanho leiteiro paranaense compõem-se de animais das raças

holandesas, Jersei, Gir leiteiro e suas cruzas. Na região Sul do Estado, há o

14
predomínio de animais da raça européia, principalmente holandesa. A produção

leiteira representa aproximadamente 10% da produção nacional (1,3 bilhão de litros).

O Paraná é o terceiro produtor brasileiro de carne de frango (9,2 milhões

de cabeças) e ovos. Nas regiões oeste, sudeste e sul do Estado, estão em operação

modernos projetos integrados de criação e industrialização.

A suinocultura, outra atividade importante no setor primário paranaense,

representa um dos maiores rebanhos do Brasil (3,8 milhões de cabeças) e ocupa a

terceira posição em abate. Embora encontre-se difundida por todo o Estado, nas

regiões oeste e sudeste concentram-se os plantéis de melhor qualidade, com

utilização de moderna tecnologia, o que assegura maiores níveis de produtividade.

1.2.3 Política Ambiental do Estado

1.2.3.1 Sistema Estadual de Unidades de Conservação

Antecedentes

No Estado do Paraná, devido a sua localização e características

fisiográficas, ocorre uma diversidade muito grande de ambientes e ecossistemas.

Com o processo de colonização e expansão das fronteiras agrícolas, esses

ambientes e ecossistemas foram sendo gradativamente eliminados e substituídos,

remanescendo poucas áreas naturais.

Objetivando, em um primeiro momento, resguardar essas áreas incultas e

amostras significativas desses sistemas naturais, foram criadas e estabelecidas

diversas Unidades de Conservação no Estado do Paraná. Como resultado, dessa

ação, o Paraná possui 61 Unidades de Conservação Estaduais e 10 Federais,

Totalizando 71 Unidades de Conservação.

No Brasil embora as primeiras iniciativas para a criação de Unidades de

Conservação datem de 1876, quando o Eng. André Rebouças propugnava pela

ENCARTE 1 15
instituição de parques nacionais na Ilha do Bananal e em Sete Quedas, o primeiro

parque nacional brasileiro, Parque Nacional de Itatiaia, foi criado somente em 1937.

No Estado do Paraná o primeiro Parque Nacional foi o do Iguaçu, criado por Decreto

Federal em 1939.

No Estado do Paraná em 1942, outro atributo da natureza, de

reconhecimento mundial, chama a atenção, e o governo do estado, em 16 de

outubro de 1942, através do Decreto Lei 86, declarou de utilidade pública para fins

de desapropriação, os imóveis denominados Lagoa Dourada e Vila Velha os quais

abrigavam os monumentos ITACUERETABA "A CIDADE EXTINTA DE PEDRA", antigo

nome do que hoje conhecemos como Vila Velha. Individualizados os imóveis,

através desse diploma legal, os mesmos foram desapropriados com o objetivo de

instalação de um Parque Florestal.

Somente no dia 12 de outubro de 1953, decorridos 11 anos, através da Lei

Estadual n.o 1292, foi criado o Parque Estadual da Vila Velha, o qual destinava a
área dos imóveis denominada Lagoa Dourada e Vila Velha, para a conservação da

flora e da fauna nativas, ao cultivo de espécimes preciosas e ao estímulo do turismo

em suas diferentes regiões.

Outro marco importante, data do ano 1948, quando a Assembléia


Legislativa do Estado do Paraná decretou e sancionou a Lei n. o 33 que "reservava,

como patrimônio inalienável do Estado, as áreas mínimas de 121 hectares de terras

devolutas, nas regiões onde estavam situados os remanescentes das primitivas

reduções jesuíticas de VILA RICA, SÃO TOMÉ, ARCANGELO, SANTO ANTONIO,


ENCARNAÇÃO, SÃO MIGUEL, LORETO, SANTO INÁCIO, JESUS MARIA E GUAÍRA",

dessas áreas remanesceu apenas a de Vila Rica do Espírito Santo onde hoje existe

o Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo, no município de Fênix".

O processo da colonização do Estado do Paraná deixou registros

importantes no desenvolvimento das Unidades de Conservação, os quais poderiam

ter sido melhores, se houvessem sido atendido os propósitos que se pretendiam à

16
época. Dentre esses propósitos destaca-se o fato de que nos títulos de terras,

expedidos para alienar ou legitimar imóveis devolutos, constava que seus

proprietários deveriam, de forma resolutiva, deixar 25% do imóvel como reserva

(sem exploração). Esse fato foi vencido e nunca cumprido, sendo novamente

resgatado com o advento da Lei de Terras 7005/78. Outro destaque importante,

desse processo, é o fato de que, em muitos dos processados de demarcação das

glebas destinadas à colonização reservavam-se áreas com diferentes finalidades. O

que remanesceu dessas áreas, reservadas, são a origem de algumas das atuais

Unidades de Conservação do Estado do Paraná.

Todo esse patrimônio (Unidades de Conservação) esteve durante um

interregno de tempo sendo administrado por diversas Instituições, as quais as

usavam para diferentes finalidades, pesquisa agronômica, viveiro de produção de

mudas, horto florestal, ocupado por terceiros etc.

Em 1977 foi criado do Departamento de Parques e Reservas no Instituto de

Terras e Cartografia, e tinha por finalidade administrar os Parques e Reservas do

Estado do Paraná. Esse fato representa um momento importante, pois é o ato que

demarca o momento em que o Estado do Paraná iniciou seu intento de promover uma

política para seus Parques e Reservas, ou pelo menos tratar de organizar o quadro que

se afigurava, ou seja, cada uma das situações citadas anteriormente encontrava-se

ligada a uma instituição e tinham as mais diversas finalidades, menos a de conservação

da biodiversidade. Quando esse objetivo ocorria, era por mero acaso, normalmente

vinculado ao interesse individual de pessoas que se dedicavam a esse mister.

A esse momento pode ser atribuído um dos pontos de mudança na Política

Estadual de conservação da biodiversidade, no que diz respeito a Unidades de

Conservação, não que tenham ocorrido grandes incrementos, mas sim por que foi

onde se iniciou a organização e o direcionamento do que até então era somente

tratado como Parques e Reservas do Estado. Esse momento teve seu ponto

culminante com a realização de um diagnóstico para indicar o "norte" para as


ENCARTE 1 17
Unidades de Conservação, no que diz respeito à instituição de um sistema, à

necessidade de recategorizar adequadamente as Unidades de Conservação e

analisar a expressividade da biodiversidade dessas unidades, no que diz respeito a

contemplar todas as eco-regiões existentes no Estado do Paraná.

Seguindo esse momento sucederam-se as criações de outras Unidades de

Conservação, agora com critérios mais claros no que diz respeito: à categoria de

manejo em que as mesmas devem ser incluídas, a necessidade de se ter Unidades

de Conservação que tenham representatividade das diferentes eco-regiões do Estado

do Paraná, que sejam expressivas no tocante a estrutura de sua biodiversidade em

relação à eco-região em que estão inseridas, detenham atributos naturais, históricos e

culturais que necessitem serem resguardados etc, porém ainda sem conseguir fugir

do fato de se valer, quase que exclusivamente, do que remanesceu.

Atualmente, temos o estado contemporâneo, onde nos trabalhos para a

criação de Unidades de Conservação já se reconhecem a necessidade de se

designar adequadamente as mesmas dentro de sua categoria de manejo, busca-se

a eficiência no planejamento dessas unidades, procura-se corrigir distorções

evidentes no que diz respeito à sua utilização, instituiu-se sistemas de incentivo, às

Prefeituras Municipais, para iniciativas de criação e implementação de Unidades de

Conservação e principalmente, o de colocar a Unidade de Conservação a disposição

da sociedade, especialmente, para informar, apoiar, trabalhar e disponibilizar todos

os ensinamentos que a natureza dispõem para a conservação da biodiversidade.

Finalmente vivencia-se o fato de que essas Unidades de Conservação não

podem ficar como fragmentos isolados na conservação da biodiversidade. Há que se

inverter tal situação desenvolvendo trabalhos dentro dessas unidades para sua efetiva

consolidação e desenvolver ações que permitam visualizar os caminhos que a

biodiversidade poderá tomar, de maneira a ultrapassar os limites físicos da unidade e

estabelecer conexões com outros fragmentos naturais permitindo dessa forma uma

mais completa conservação e proteção da biodiversidade no Estado do Paraná.

18
1.2.4 Diagnóstico das UC do Estado do Paraná

A história de criação de Unidades de Conservação no Estado do Paraná

sempre esteve ligado a áreas remanescentes do processo de colonização e

ocupação do seu território, observando pouca sistematização para levar a termo a

proteção dos diferentes ecossistemas existentes no Estado.

Esse fato resultou na tabela que se encontra apresentado abaixo e

demonstra uma representatividade muito baixa das eco-regiões em termos de

Unidades de Conservação de uso indireto.

TABELA 1.1 - DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NOS BIOMAS EM RELAÇÃO À ÁREA DO ESTADO
DO PARANÁ

ÁREA COM ÁREA COM ÁREA TOTAL PROTEGIDA


% EM
ÁREA PROTEÇÃO PROTEÇÃO FEDERAIS E ESTADUAIS
RELAÇÃO À
BIOMA ORIGINAL INTEGRAL PARCIAL
ÁREA % em relação
(ha) ESTADUAIS ESTADUAIS (ha)
ORIGINAL à área original
(ha) (ha)

Campos e Cerrado 1.406.045,00 4867,00 0,35 392.517,40 397.384,40 28,30


Floresta com Araucária 9.201.255,00 6084,53 0,07 259725,08 270033,39 2,93
Floresta Estacional
Semidecidual 8.400.000,00 7559,94 0,08 3007,61 541.077,15 6,44
Floresta Atlântica 1.113.000,00 52932,81 4,75 457.915,00 875.347,71 78,64
NOTA: Não foram considerados as sobreposições das Unidades de Conservação.

Essas Unidades de Conservação do Estado do Paraná apresentam uma

reduzida extensão e encontram-se isoladas, o que pode acarretar grandes

problemas para o futuro no que diz respeito à manutenção da variabilidade natural

das espécies, da diversidade genética, dos ecossistemas e dos processos naturais.

Assim sendo, a criação, a implantação, o manejo e a gestão de Unidades de

Conservação no Paraná devem estar evoluindo para uma sistematização que possa

atender à correção dessas indicações, como também incrementar a participação

popular nessas ações.

ENCARTE 1 19
QUADRO 1.3 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ
continua
ÁREA ATO DE
ECO REGIÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIOS
(ha) CRIAÇÃO
Campos Gerias Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana 392.363,38 Jaguariaíva, Lapa, Campo Largo, Porto Amazonas, Ponta Grossa, Castro, Tibagi, 1231/92
(114) Senges, Arapoti, Piraí do Sul, Palmeira
Floresta Estadual do Passa Dois 275,61 Lapa 6594/90
Horto Florestal Geraldo Russi 130,80 Tibagi 20.027/65
Parque Estadual de Vila Velha 3.122,00 Ponta Grossa 1292/53
Parque Estadual do Monge 250,02 Lapa Lei 4170/60 e
8575/92
Parque Estadual do Guartelá 798,97 Tibagi 2329/96
Parque Estadual do Cerrado 420,40 Jaguariaiva 1232/92
Reserva Florestal Córrego da Biquinha 23,22 Tibagi 4.265/94
Sub-total 397.384,40
Parque Municipal Lago Azul 11,97 Jaguariaiva 0129/97
Reserva Ecológica Poty 46,09 Arapoti 0716/96
Sub-total 58,06
Ombrófila Mista Área de Proteção Ambiental do Passaúna 16.020,04 Campo Largo, Araucaria e Curitiba 0458/91
(105) Área de Proteção Ambiental da Serra da Esperança 206.555,82 Inácio Martins, Guarapuava, Turvo, União da Vitória, Paula Freitas, Rio Azul, Iratí, Lei 9905/92
Prudentópolis, Mallet, Cruz Machado e Paula Frontin
Área de Proteção Ambiental do Pequeno 6.200,00 São José dosPinhais 1752/96
Área de Proteção Ambiental do Iraí 11.536,00 Piraquara, Colombo, Quatro Barras, Pinhais e Campina Grande so Sul 1753/96
Área de Proteção Ambiental do Piraquara 8.881,00 Piraquara 1754/96
Área de Relevante Interesse Ecológico do Buriti 81,52 Pato Branco 7.456/90
Área de Relevante Interesse Ecológico da Serra do Tigre 32,90 Mallet 7456/90
Floresta Estadual de Santana 60,50 Paulo Frontin 4.264/94
Parque Estadual de Campinhos 208,12 Cerro Azul e Tunas do Paraná 31013/60
Parque Estadual do Caxambu 968,00 Castro 6351/79
Parque Estadual João Paulo II 4,63 Curitiba 8.299/86
Parque Estadual de Palmas 180,12 Palmas 1988?
Reserva Florestal do Pinhão 196,81 Pinhão 6.023/83
Reserva Florestal de Saltinho 9,10 Tibagi 2.120/83
Sub-total 250.934,56
Parque da Gruta 4,62
Parque Marechal Deodoro 5,50
Parque Municipal Jirau Alto I e II 33,44 Dois Vizinhos 3400/97
Parque Municipal São Jorge do Oeste 3,18 São Jorge do Oeste ?/92
Parque Ecológico (Bituruna) 0,71 Bituruna 0476/94
Parque Municipal I (Bituruna) 6,05 Bituruna 0554/96
Parque Municipal Recanto da Ferradura 6,88 Bituruna 0554/96
Parque Municipal de Bituruna 36,30 Bituruna 11313/?
Sub-total 96,68
Floresta Nacional do Açungui 728,78 Campo Largo 559/68
Floresta Nacional de Irati 3.495,00 Fernando Pinheiro 0559/68
Sub-total 4.223,78
QUADRO 1.3 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ
continua
ÁREA ATO DE
ECO REGIÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIOS
(ha) CRIAÇÃO
Estacional (55) Área de Relevante Interesse Ecológico da Cabeça do Cachorro 60,98 São Pedro do Iguaçú 7456/90
Área de Relevante Interesse Ecológico de São Domingos 163,90 Roncador 7.456/90
Estação Ecológica do Caiuá 1.427,30 Diamante do Norte 4.263/94
Horto Florestal de Jacarezinho 102,85 Jacarezinho 3912/81
Horto Florestal de Mandaguari 21,53 Mandaguari 6351/79
Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo 353,86 Fênix 6127/83
Parque Florestal de Ibicatu 57,01 Centenário do Sul 4835/82
Parque Florestal de Ibiporã 74,06 Ibiporã 2301/80
Parque Estadual Mata dos Godoy 675,70 Londrina 5150/89
Parque Estadual Mata São Francisco 832,58 Santa Mariana e Cornélio Procópio 4333/94
Parque Estadual do Lago Azul 1.749,01 Campo Mourão e Luiziana 3256/97
Parque Estadual Rio Guarani 2.235,00 Tres Barras do Paraná
Reserva Florestal de Jurema 204,00 Amaporã 20.847/56
Reserva Florestal Córrego Maria Flora 48,68 Candido do Abreu 5513/82
Reserva Florestal Secção Figueira e Saltinho 10,00 Engenheiro Beltrão 2.442/86
Reserva Florestal de Figueira 100,00 Engenheiro Beltrão 6351/79
Reserva Biológica São Camilo 385,34 Palotina 6595/90
Parque Estadual do Penhasco Verde 302,57 São Jerônimo da Serra 0457/91
Sub-total 8.804,37
Área de Proteção Ambiental do Altonia 27.523,00 Altonia 049/94
Área de Proteção Ambiental de Icaraima 12.000,00 Icaraíma 017/95
Área de Proteção Ambiental de São Jorge do Patrocínio 21.711,00 São Jorge do Patrocínio 021/94
Área de Proteção Ambiental de Vila Alta 29.576,40 Vila Alta 29576/94
Área de Relevante Interesse Turístico de Santa Helena 1.479,79 Santa Helena 069/93
Parque Municipal Horto Florestal Terra Roxa 2,96 Terra Roxa 0119/93
Parque Municipal de Primavera 21,05 Iporã 097/91
Área de Proteção Ambiental do Rio Xambrê 30.319,00 Iporã e Francisco Alves
Sub-total 122.633,20
Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 274.900,00 Querência, Porto Fino, São Pedro do Paraná, Marilena, Nova Londrina, Diamante do Norte s/n.o 30/09/1997
Parque Nacional do Iguaçu 185.262,50 Céu Azul, Matelândia, Medianeira, Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu 1.035/39
Parque Nacional de Ilha Grande 70.347,10 Vila Alta, São Jorge do Patrocínio, Altônia, Icaraima e Guaira s/n.o 30/09/1997
Sub-total 530.509,60
QUADRO 1.3 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ
conclusão
ÁREA ATO DE
ECO REGIÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIOS
(ha) CRIAÇÃO
Ombrófila Densa Área de Proteção Ambiental de Guaratuba 199.586,51 São José dos Pinhais, Tijucas do Sul, Guaratuba, Matinhos, Morretes e Paranaguá 1234/92
(54) Estação Ecológica da Ilha do Mel 2.240,69 Paranaguá 5454/82
Estação Ecológica de Guaraguaçu 1.150,00 Paranaguá ´1230/92
Floresta Estadual Metropolitana 455,29 Piraquara Lei 12684/99
Floresta Estadual do Palmito 530,00 Paranaguá 4493/98
Parque Estadual da Graciosa 1.189,58 Morretes 7302/90
Parque Estadual do Pau-Oco 905,58 Morretes 4266/94
Parque Estadual Pico do Marumbi 2.342,41 Morretes 7.300/90
Parque Estadual Roberto Ribas Lange 2.698,69 Morretes e Antonina 4267/94
Parque Estadual das Lauráceas 27.524,32 Tunas do Paraná e Adrianópolis 4362/90
Parque Estadual Boguaçu 6.052,00 Guaratuba 4056/98
Parque Florestal do Rio da Onça 118,51 Matinhos 3825/81
Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi 66.732,99 Piraquara,Quatro Barras, Campina Grande do Sul, São José dos Pinhais, Morretes e 7919/84
Antonina
Sub-total 311.526,57
Area de Relevante Interesse Ecológico do Pinheiro e Pinheirinho 109,00 Guaraqueçaba 91.888/85
Area de Proteção Ambiental Federal de Guaraqueçaba 291.498,00 Guaraqueçaba 90883/95
Estação Ecológica de Guaraqueçaba 13.638,90 Guaraqueçaba 87222/82
Parque Nacional do Superagui 34.254,00 Guaraqueçaba Lei 9513/97
Sub-total 339.499,90
E - Unidades de Conservação Estaduais TOTAL 969.938,34
M - Unidades de Conservação Municipais TOTAL 122.787,94
F - Unidades de Conservação Federais TOTAL 874.233,28
TOTAL GERAL 1.966.959,56
UC`s no âmbito do projeto
Obs.: Do total das áreas das UC`s do Estado do Paraná (Federal, Estadual e Municipal), ha que se abater os montantes que adiante se acusam por tratarem-se de UC`s, com uma categoria de manejo mais restritiva, que
se sobrepõem a unidades de uso direto. A saber:
1. UC`s existentes no interior da Área de Especial Interesse Turístico do Marumbi:
¨Parque Estadual Graciosa – 1189,58 ha;
¨Parque Estadual Roberto Ribas Lange – 2698,69 ha;
¨Parque Estadual Pau Oco – 905,58 ha;
¨Parque Estadual Pico do Marumbi – 2342,41 ha;
2. UC existente no interior da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba:
¨Parque Estadual do Boguaçu – 6052,00 ha;
3. UC`s existentes no interior da Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana
Parque Estadual de vila Velha – 3122,00 ha;
Parque Estadual do Guartelá – 789,97 ha;
Parque Estadual do Cerrado – 420,20 ha;
4. UC`s existentes no interior da Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná
Apa de Proteção Ambiental de Altonia - 27.530,00 ha;
Apa de Proteção Ambiental de Icaraima - 12.000,00 ha;
Apa de Proteção Ambiental de São Jorge do Patrocínio - 21.711,00 ha;
Apa de Proteção Ambiental de Vila Alta - 29.576,40 ha;
Parque Nacional de Ilha Grande - 70.347,10 ha.
Essa necessidade de se otimizar a conservação da biodiversidade in situ,

tem demandado uma gama de ações e de projetos que produzam resultados no

sentido de melhorar a expressividade dessa biodiversidade e dar estabilidade às

Unidades de Conservação que as abriga.

A par disso, é crescente o entendimento, por parte da sociedade, de que

existem limites mínimos, de biodiversidade que assegurem a sustentabilidade da

produção rural e a qualidade de vida das populações humanas, e por esse aspecto

as Unidades de Conservação adquirem um novo grau de importância, pois elas se

caracterizam como verdadeiros laboratórios naturais onde pode ser encontrada a

melhor representatividade da biodiversidade regional.

1.2.5 Atos Normativos de Proteção Ambiental da Legislação Estadual

Vários outros componentes do arcabouço da Legislação Estadual têm

incidência de forma direta ou indireta sobre as Unidades de Conservação. Pode-se

citar os seguintes:

- Constituição do Estado do Paraná, 05/10/1989, artigos 154, 156, 159,

161, 162,163, 164, 210, 229, 241 - faz referências ao meio ambiente;

- Lei n.o 1.211, 16/09/1953 - dispõe sobre o patrimônio histórico, artístico


e natural do Estado do Paraná;

- Lei n.o 6.513, 18/12/1973 - dispõe sobre a proteção dos recursos

hídricos contra agentes poluidores;

- Lei n.o 7.109, 17/01/1979 - institui o Sistema Estadual do Meio Ambiente;

- Lei n.o 7.978, 30/11/1984 - institui o Conselho Estadual de Defesa do

Ambiente;

- Lei n.o 8.935, 07/03/1989 - dispõe sobre requisitos mínimos para as

águas provenientes de bacias mananciais destinadas a abastecimento

público;

ENCARTE 1 23
- Lei n.o 8.946, 05/04/1989 – proíbe, no Estado do Paraná, a caça e

pesca predatórias;

- Decreto n.o 6.103, 22/11/1989 - proíbe a pesca no período de

piracema;

- Resolução n.o 22/SEIN/SUREHMA, de 05/07/1985 - regula a poluição do

meio ambiente por agrotóxicos e biocidas.

24
ENCARTE 2

ANÁLISE DA REGIÃO DO PEVV

O Parque Estadual de Vila Velha encontra-se localizado no segundo

planalto paranaense, na região denominada Campos Gerais, município de Ponta

Grossa, às margens da rodovia BR-376. A área a ser considerada para análise


abrange o entorno imediato do parque e sua zona de amortecimento.

A zona de amortecimento não é uma zona da unidade propriamente dita,

mas sim uma faixa variável no entorno, que garante a integridade dos atributos

naturais do Parque, impedindo que as conseqüências negativas das atividades

antropomórficas atinjam a unidade.

As atividades potencialmente impactantes são identificadas e regulamentadas

de modo a minimizar suas conseqüências.

Sob o ponto de vista da conservação a tendência natural para definir a

Zona de Amortecimento, é utilizar como um dos critérios principais as áreas

compreendidas pelas bacias hidrográficas que drenam o Parque, incluindo as

cabeceiras dos rios Quebra Perna e Guabiroba e seus afluentes, localizadas na cota

aproximada de 1.000 metros de altitude e que correspondem aos divisores de água

situados ao norte do Parque, área onde inserem-se as Fazendas Capão Grande e

Barrozinho e o Buraco do Padre.

A zona de amortecimento abrange uma superfície de 38.112 ha, em uma

faixa que varia desde 2 km (distância mínima até o perímetro do parque) a 16 km

(distância máxima).

 1
FIGURA 2.1 - ZONA DE AMORTECIMENTO DO PEVV

Ainda, é importante ressaltar que as propriedades lindeiras ao sul do Parque,

principalmente as Fazendas Cambijú Moss e Rivadávia, têm importante papel na

manutenção de níveis compatíveis de conservação que permitam o estabelecimento de

áreas naturais contínuas entre o PEVV e a margem direita do rio Tibagi.

Por fim, a propriedade pertencente à Placas do Paraná, detentora de

significativo plantio de pinus adjacente ao Parque é também digna de atenção, tendo


em vista seu potencial de disseminação de espécies exóticas para o interior da

unidade de conservação, bem como sua função na manutenção de áreas florestais,

suscitando, portanto, sua inclusão na zona de amortecimento, a qual deve estender-

se até a APP do rio Tibagi.


O principal objetivo da zona de amortecimento é garantir que as atividades

antropomórficas não coloquem em risco a integridade, a diversidade e os atributos

do PEVV, e para isto deve avaliar e normatizar estas atividades dentro desta faixa

de amortecimento.

2
2.1 ASPECTOS GEOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA

A cidade de Ponta Grossa está localizada no Centro-sul do Estado do

Paraná, na Região Sul do Brasil, no segundo Planalto Paranaense, região conhecida

como Campos Gerais.

A área dos Campos Gerais é formada por uma faixa de terra que vai de

norte, divisa com o Estado de São Paulo, a sul, nos limites do Paraná com Santa

Catarina. Os Campos Gerais encantaram o viajante francês Auguste de Saint Hilaire

que, quando por aqui passou em 1820, fez a seguinte afirmação: "...do que acabo de
dizer, pode-se concluir que não exagero em dar aos Campos Gerais a denominação de

paraíso terrestre do Brasil)".

O crescimento urbano de Ponta Grossa foi influenciado de maneira muito

particular por sua topografia. Geologicamente, Ponta Grossa se caracteriza pelas

rochas sedimentares paleozóicas, destacando-se o Arenito Furnas (formação Furnas)

e o folhelho Ponta Grossa (formação Ponta Grossa), ambos do período Devoniano e

ainda o Arenito de Vila Velha (formação Itararé), do período Carbonífero.

Quem percorre a cidade de Ponta Grossa e seus arredores pode notar a

grande variação de exposições rochosas e sua influência no relevo, cursos d'água e

vegetação. Segundo Soares, (1975, p. 87), a região "se caracteriza por topografia

muito pronunciada, devido à presença de rocha intrusiva ígnea (diabásio),

popularmente conhecida por "pedra de ferro", a qual é responsável pelo grande

"morro" de Ponta Grossa. (A grande intrusão de diabásio que corta a cidade em

direção Nordeste e Sudoeste, é a responsável por sua topografia acidentada.) O

perfil geológico mostra claramente este contraste: enquanto nos bairros mais

orientais, como o de Olarias, afloram folhelhos argilosos do Devoniano, no bairro da

Ronda ocorrem arenitos do tempo Carbonífero, separados por grandes falhas.

Os solos predominantes da região são sedimentares antigos formados pela

decomposição de arenitos e folhelhos, tendo como conseqüência uma cobertura

 3
vegetal predominante de gramíneas (campos limpos), com capões de mato

arredondados e matas ciliares que acompanham os cursos de água. Em algumas

matas ainda se faz presente o Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia), apesar

de sua devastação. De todos os aspectos físicos do município, destacam-se na

paisagem os arenitos de Vila Velha, testemunhos dos processos da natureza no

transcorrer da história física do planeta.

Apesar desta topografia acidentada presente no sítio urbano, o município

de Ponta Grossa apresenta um relevo suavemente ondulado, às vezes escarpado,

apresentando ainda grande variedade de depressões, tanto em dimensões quanto

em formas (as furnas, por exemplo). A drenagem não apresenta uma rede muito

densa, porém bem orientada. Nela se destacam os rios Tibagi, Pitangui, São Jorge,

Verde, Botuquara, Guabiroba, Cará-Cará, entre outros. O clima da região de Ponta

Grossa e dos Campos Gerais é classificado como subtropical úmido, com verões

frescos e ocorrências de geadas no inverno.

2.1.1 Histórico da Evolução do Município de Ponta Grossa

Segundo Ponta Grossa (1990), a região dos Campos Gerais, situada na

antiga Capitânia de São Vicente e habitada originalmente por indígenas da nação

Guarani, recebeu os primeiros visitantes europeus já no início do século XVI,

possivelmente quando das bandeiras por Aleixo Garcia, em 1526, e por Pero Lobo e

Francisco Chaves, em 1531.

Em 1541, Dom Álvaro Nunes Cabeza de Vaca, nomeado Governador

Geral do Paraguai, em uma viagem àquela colônia espanhola passou pelas

localidades onde se fundaram posteriormente as cidades da Lapa, Palmeira e Ponta

Grossa. Às margens do Rio Tibagi, segundo relato do Barão de Capanema, citado

na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (IBGE, 1959), demorou-se entre os

4
índios, com quem trocou ferramentas por mantimentos, seguindo posteriormente

rumo ao Oeste.

Durante muitos anos, a região serviu de passagem, tanto para as colônias

hispânicas, como para bandeirantes originários de São Paulo. O processo de

ocupação definitiva, no entanto, somente desencadeou-se a partir do século XIX,

quando do estabelecimento de fazendas nas proximidades dos rios da região. Nesta

época, os beneditinos do Mosteiro de Santos obtiveram a concessão dos campos

por eles denominado Colônia de Santa Bárbara, não tendo, no entanto, conseguido

efetivar a ocupação. Alguns anos mais tarde, foi feita uma doação de terras aos

Jesuítas, que estabeleceram, com sucesso o Curato da Companhia de Jesus.

Neste intervalo a região passou a fazer parte da rota dos tropeiros que se

dirigiam a feira de Sorocaba, enraizando definitivamente a ocupação da região por

súditos da coroa portuguesa.

Por iniciativa de fazendeiros da região, decidiu-se estabelecer uma

povoação na área, encarregando-se o capataz Francisco Mulato de localizar um

lugar apropriado para tanto. Conta-se que este indicou o local conhecido por

Chácara Dona Madalena, em Nova Rússia, assim definido pelo capataz: “... e

encostado naquele capão que a ponta grossa”.

Subordinada ao município de Castro, a vila progrediu rapidamente, sendo

elevada a condição de freguesia em 15 de setembro de 1923, sob a denominação

de Vila Estrela. Em 1855, passou a condição de município, já com a denominação

de Ponta Grossa.

A constituição da população ocorreu através de desbravadores, tropeiros,

famílias ilustres vindas principalmente de São Paulo, que pouco combinaram-se com

indígenas e depois sofreram alterações étnicas provocadas por imigrantes. Destes,

primeiro vieram os de origem portuguesa provenientes de São Paulo e mais tarde

do Rio Grande do Sul. Em seguida se estabeleceram os alemães, poloneses,

juntando-se a estes em menor escala os sírio-libaneses, ucranianos, austríacos,


 5
espanhóis, japoneses, etc. Atualmente Ponta Grossa conta com aproximadamente

270.000 habitantes.

A economia é baseada na extração de talco, pecuária e agroindústria,

principalmente a indústria da soja, que confere ao município o título de “Capital

Mundial da Soja”. Também destacam-se as indústrias metal-mecânica, madeireira

entre outras.

2.1.2 Preservação e Manejo do Patrimônio Cultural do Parque Estadual de Vila

Velha e sua Área de Influência

A região onde está inserido, os Campos Gerais do Paraná, não só

representa um fragmento ainda preservado do Patrimônio Natural, como também faz

parte do processo histórico, colonial e pré-colonial do Estado do Paraná.

A arte rupestre, outrora elaborada por indígenas, encontra-se representada

nas lapas ou abrigos sob rochas ao longo dessa região campeira, demonstrando a

presença humana desde há muito tempo na região.

Os séculos XVI, XVII e XVIII, estão marcados com fatos que delinearam a

cultura regional. As incursões de bandeiras paulistas, a introdução do sistema de

sesmarias e o evento do tropeirismo significaram a crescente intensificação da

ocupação e uso deste ambiente, os quais vêm deixando suas marcas, perceptíveis

ainda hoje.

Entretanto, o aumento da população e as exigências dos recursos naturais

do planeta estão exaurindo ecossistemas e comprometendo o equilíbrio e a

qualidade de vida.

A criação extensiva de gado em campo nativo, a principal forma de uso da

terra até o final da década de 60, é uma das principais características da cultura

tropeira, e representa aproximadamente 200 anos de história. Da década de 70 em

diante, o fomento às novas técnicas agrícolas e o início da agricultura extensiva,

6
com o trigo e a soja, proporcionaram uma rápida e profunda transformação da

paisagem natural.

Apesar disto, ainda hoje, temos a presença viva da história, através das

populações tradicionais dos Campos Gerais, tendo como exemplo os moradores

lindeiros ao Parque Estadual do Guartelá ou em cidades históricas como a Lapa,

Castro ou Tibagi. Na região do Parque Estadual de Vila Velha podemos citar as

comunidades do Passo do Pupo, da Vila do Cercado ou o Sutil como um

remanescente quilombola no Paraná.

Assim, consideramos os Campos Gerais do Paraná um importante

Patrimônio Cultural do Estado. É dentro deste contexto que deveremos analisar qual

o verdadeiro objetivo de uma Unidade de Conservação e, neste caso, do Parque

Estadual de Vila Velha.

Pois nele, temos uma peculiar relação ecológica, cultural e econômica com

a região circundante e para uma efetiva participação da população local faz-se

necessário uma análise integrada, envolvendo diferentes abordagens relativas ao

conhecimento humano para a análise e diagnóstico da paisagem local e regional.

2.1.2.1 Pesquisas realizadas

a) Período pré-colonial

Os campos que constituíram a cobertura vegetal primitiva do Brasil, era

caracterizado em virtude do clima semi-árido predominantemente até o período

Neoquartenário, quando foi substituído por um clima pluvial com ocorrência

permanente de umidade e precipitações uniformemente distribuídas por todos os

meses do ano.

Estes fatores climáticos possibilitaram o desenvolvimento das matas a

partir dos vales e encostas das escarpas. Desta maneira, deve-se considerar os

campos cerrados e campos limpos do Paraná como forma de relicto (MAACK, 1968),

 7
paisagem esta que deve ter sido a mesma na época em que os índios ali estiveram

e executaram as pinturas.

É neste ambiente, caracterizado geomorfologicamente por vales

escarpados, formando “canyons”, que vamos encontrar sítios arqueológicos com

pinturas rupestres, também denominados de abrigos sob rochas.

A fauna característica da região se encontra representada na arte rupestre,

legada pelos indígenas que habitaram os Campos Gerais. Segundo Blasi (1972),

com exceção de um único caso de representação de figura antropomórfica, ocorrida

na margem direita do Rio Iapó, Município de Tibagi, todas as demais encontradas no

Paraná mostram cenas inspiradas na fauna local.

Os primeiros informes sobre a presença de arte rupestre no Paraná datam

de 1958, quando os pesquisadores Annette Laming e J. Emperaire, através de uma

publicação sobre os problemas relacionados com a distribuição destas

manifestações na América do Sul, incluem as impressões sobre o sítio denominado

“Fazenda das Cavernas”, município de Piraí do Sul, visitado em 1956 pela primeira

vez por pesquisadores de arqueologia.

Os arqueólogos Oldemar Blasi e Ney Barreto, através do Museu

Paranaense realizaram, em 1964 e 1966, pesquisas na margem esquerda do Rio

Iapó, Município de Tibagi, onde localizaram os sítios arqueológicos denominados

Lapa Floriano e Lapa Ponciano, contendo pinturas rupestres semelhantes às

encontradas na Fazenda das Cavernas.

No ano de 1970, O. Blasi localiza no município de Sengés novos indícios.

Além de desenhos e pinturas parietais, foram coletados artefatos e ossos humanos,

provas indiscutíveis da presença pretérita do homem nos Campos Gerais.

Outras informações sobre a arte parietal na região foram fornecidas pelo

Prof. Igor Chmyz do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do

Paraná, em 1968, com a denominação de Sítio PR UV 05. Localizado às margens de

afluente do Rio Quebra Perna, na Fazenda Cambiju, município de Ponta Grossa.

8
De 1987 a 1989, a Coordenadoria do Patrimônio Cultural da Secretaria de

Estado da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN,

realizou o Projeto de Levantamento e Cadastramento de Sítios Arqueológicos –

Arenito Furnas – 1.a Fase: Piraí do Sul, cujas atividades de campo deram

continuidade às pesquisas desenvolvidas na região do Segundo Planalto

Paranaense. Além do pretendido conhecimento das reais potencialidades

arqueológicas da área abrangida, este projeto visou, principalmente, o inventário

arqueológico para os órgãos competentes.

O Plano de Integração Parque de Vila Velha – Rio São Jorge, em 1990,

através de seus trabalhos de campo, aplicou parte da metodologia utilizada em Piraí

do Sul, tendo como resultado a localização de 06 sítios inéditos de pintura rupestre

dentro da sua área de abrangência:

- SA 01 - Abrigo sob rocha com pintura rupestre. Localização: Margem

esquerda do Rio Quebra Perna. 25º12’25” S e 49º58’07” O. Estado de

Conservação: Ruim – sítio perturbado pelas queimadas dos campos.

- SA 02 - Abrigo sob rocha com pintura rupestre. Localização: Margem

esquerda do Rio Quebra Perna. 25º11’52” S e 49º57’05” O. Estado de

conservação: Regular - as pinturas foram parcialmente perturbadas

pelas queimadas dos campos.

- SA 03 - Abrigo sob rocha com pintura rupestre. Localização: Margem

esquerda de um afluente do Rio Quebra Perna. 25º11’14” S e

49º57’03” O. Estado de conservação: as pinturas estão parcialmente

perturbadas pelas queimadas dos campos.

- SA 04 - Abrigo sob rocha com pintura rupestre. Localização: Margem

esquerda de um afluente do Rio Quebra Perna. 25º11’60” S e

49º57’50” O. Estado de conservação: Regular - as pinturas estão

parcialmente perturbadas pelas queimadas dos campos.

 9
- SA 05 - Abrigo sob rocha com pintura rupestre. Localização: Margem

esquerda do Rio São Jorge. 25º01’58” S e 50º03’28” O. Estado de

conservação: o painel de pintura rupestre foi quase que totalmente

perturbado pela ação das fogueiras de campistas.

- SA 06 - Abrigo sob rocha com pintura rupestre. Localização: Margem

esquerda do Rio Guabiroba. 25º16’00” S e 50º00’50” O. Estado de

conservação: bom.

b) Período colonial

As atividades ligadas à pecuária e ao tropeirismo, desenvolvidas a partir da

primeira metade do século XVIII, ao longo dos chamados “Caminhos das Tropas”,

marcaram profundamente a história da região atravessada por esses roteiros.

Determinaram a particular ocupação do espaço, induziram o surgimento de

assentamentos urbanos e núcleos agro-pastoris e influenciaram o modo de vida, os

costumes e as tradições da população ali estabelecidas. Algumas marcas de todo

este processo são ainda visíveis; muitas delas, porém, estão desaparecendo, com

prejuízo para o conhecimento e a preservação de importante segmento da história

de um modo de ocupação e povoamento do Brasil Meridional.

Informações importantes destes momentos dos Campos Gerais são

descritas, ao longo do século XIX, por viajantes como Auguste de Sant-Hilaire,

Robert Avé Lalemant e Thomas Plantegenet Big Witter, que vindos de direções

diferentes, conseqüentemente, nos proporcionam percepções distintas. Parte desta

história, também é descrita por pesquisadores como Julio Estrela Moreira, Altiva

Pilatti Balhana, Ritter ou Brasil Pinheiro Machado, que descrevem a história dos

caminhos, o desenvolvimento agrário e econômico e a formação de uma sociedade,

consequentemente de uma cultura.

10
O Plano de Integração Parque de Vila Velha – Rio São Jorge (1990),

levantou seis sítios de valor histórico, nas proximidades do Parque Estadual de Vila

Velha. Este patrimônio significa a representação material do contexto histórico

formador cultural dos Campos Gerais. Estão assim distribuídos:

- SA 07 - Sítio Histórico – Muro de alvenaria de pedra. Localização:

Margem esquerda do Rio Quebra Perna. Extremidade sudoeste da

formação rochosa “Fortaleza”. 25º13’10” S e 49º59’48”O.

- SA 08 - Ruínas de muro de alvenaria de pedra. Localização: Margem

direita de afluente do Rio Guabiroba. 25º14’58” S e 49º58’09” O.

- SA 09 - Ruína de muro de alvenaria de pedra. Localização: Margem

esquerda do Rio Quebra Perna. 25º12’37” S e 49º56’40” O.

- SA 10 – Ruína de muro de alvenaria de pedra. Localização: Margem

direita do Rio São Jorge. 25º02’05” S e 50º03’09” O.

- SA 11 - Capela Santa Bárbara. Localização: Fazenda Santa Bárbara.

Margem esquerda do Rio Pitangui. 25º02’30” S e 50º04’10” O.

- SA 12 - Capela Santa Luzia. Localização: Fazenda Nasce O Dia.

Nascente do Rio Botuquara. 25º09’42” S e 49º59’45” O.

A Coordenadoria do Patrimônio Cultural tem realizados trabalhos na região

dos Campos Gerais, especialmente com o Caminho das Tropas em levantamento

documental e físico-geográfico e nas Cidades Históricas, algumas já tombadas como

é o caso da Lapa e Castro ou sítios de importância como a Capela do Tamanduá.

2.1.3 Proposta de Preservação e Manejo do Patrimônio Cultural dos Campos Gerais

O Parque e o Tombamento

O termo meio ambiente tem sido utilizado por quase todos para indicar um

espaço em que um ser vive e se desenvolve trocando energia, interagindo com ele,

sendo transformado e transformando-o. No caso do ser humano temos que considerar


 11
ainda o espaço sócio-cultural. Ao interagir com os elementos do seu ambiente, a

humanidade provoca modificações que se transformam historicamente e também

muda sua visão a respeito da natureza; aprende a respeitá-la e a preservá-la.

Dessa interação homem-natureza, alguns fenômenos naturais, que por

sua raridade ou imponência, despertam, imediatamente no homem seu senso

estético e simbólico, que passam a interagir com esses fenômenos com uma visão

de preservação.
Vila Velha, uma área preservada e tombada pelo Patrimônio Histórico do

Paraná em 18 de janeiro de 1966, é um desses fenômenos naturais em que a

interação com o homem foi, desde seus primórdios, de veneração e respeito. A

veneração dos primeiros homens à essa região é traduzida na poética lenda da

formação da Lagoa Dourada e dos arenitos.

Mais de 100 milhões de anos para formar as imagens atuais. Tal

imponência, grandiosidade e beleza conquistaram os homens que por lá passaram e

continuam até hoje a atrair multidões, que se emocionam e despertam para a

importância da natureza e da sua preservação. Por si só, essa formação mereceu

ser tombada.

O tombamento tornou oficial o que já era consenso entre os habitantes da

região: preservar essas belezas para que outros homens as desfrutassem; preservá-

las para que a humanidade aprenda que nem tudo é imediato, que é preciso atuar

em conjunto e com paciência para que a vida seja melhor e mais solidária. São

lições que Vila Velha nos dá.

Tombar significa sempre um compromisso do poder público com a

comunidade em desenvolver um trabalho de parceria. A transmissão de valores

sociais e estéticos das populações locais contribui para o desenvolvimento

sustentável, que deve ser incorporado pelas comunidades de tal forma, gerando

ações responsáveis em todas as interações com o meio ambiente.

12
O tombamento de Vila Velha possibilitou uma ação mais ampla: o pedido

de sua inclusão na lista de Patrimônio Natural Mundial. Título ainda não concedido,

mas em processo de análise.

Proposta

A preocupação com o Patrimônio Cultural Brasileiro tem impulso

significativo com as propostas da Semana da Arte Moderna de 1922. Momento

histórico na cultura brasileira em que as preocupações com as raízes

autenticamente nacionais tornaram-se relevantes.

O tombamento procura conciliar a preservação através da compreensão da

história e da cultura de uma região, pois possibilita uma análise da totalidade das

relações que se dão e não estão restritas a certos fenômenos, quer sejam naturais

ou históricos.

O conhecimento local em suas representações simbólicas e materiais

expressa a visão popular sobre os ambientes. Esses conhecimentos são referenciais

para a pesquisa e planos de manejo.

No caso do Parque Estadual de Vila Velha e seu entorno, é importante

considerar como Patrimônio Cultural os indícios da cultura material e imaterial, como

as manifestações artísticas e religiosas que se vêem representadas nas inscrições

rupestres, por exemplo, as quais demonstram atividades sociais ou individuais em

diversos graus de relacionamento com o ambiente natural. Considera-se, ainda, o

modo de vida da população local e o conhecimento tradicional, em particular as

relações que envolvem atividades de manejo da natureza.

Assim, o gerenciamento do Patrimônio Cultural do Parque de Vila Velha e

seu entorno, considera-se os seguinte pontos:

- Realizar o inventário de Patrimônio Cultural, através de levantamento e

cadastro, utilizando ficha específica para este fim, dentro dos limites da

 13
Unidade de Conservação e de seu entorno geográfico imediato. Este

inventário deverá ser atualizado periodicamente, considerando

principalmente o seu estado de conservação e as estratégias para a

sua preservação;

- Elaborar os requisitos de manejo do Patrimônio Cultural cadastrado,

devendo receber uma ação de conservação adequada, respeitando

assim a categoria a qual pertence;

- Incluir nas ações do plano de manejo da Unidade de Conservação a

valorização do Patrimônio Cultural, com divulgação e educação, tendo

como premissa básica os trabalhos realizados localmente, servindo

inclusive de modelo para a região onde está inserida;

- Conscientizar e treinar todos os técnicos e auxiliares envolvidos

diretamente com a administração da Unidade de Conservação, em

relação ao valor, conceito e manejo dos recursos culturais.

Considerações finais

Contudo, os violentos impactos ambientais promovidos por obras de

grande porte, construções de estradas de ferro e rodagem, o surgimento de novos

centros urbanos ou mesmo a agricultura extensiva, vêm causando destruição e

descaracterização do patrimônio cultural, exigindo uma profunda reflexão dos

pesquisadores, técnicos e dos órgãos competentes para sua proteção.

A preservação, entretanto, não terá sucesso se tais órgãos e os especialistas

não buscarem na comunidade o apoio necessário para este empreendimento. O

desconhecimento dos valores culturais contribui significativamente para a destruição do

patrimônio cultural brasileiro.

14
2.1.3.1 Uso e ocupação da terra e problemas ambientais decorrentes

A fim de caracterizar a área de entorno utilizou-se conceito de paisagem

local adotado pelo Plano Diretor do Parque Estadual de Vila Velha (1990). A mesma

área também foi adotada pelo projeto intitulado "Plano para a conservação das

paisagens remanescentes e desenvolvimento sustentável na área de entorno do

Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) nos Campos Gerais do Paraná", projeto este
aprovado no Edital 03/2001 do PROBIO/MMA, com apoio financeiro do Banco

Mundial e Governo Federal do Brasil.

Assume-se então como área de Entorno do Parque Estadual de Vila Velha

(paisagem local) a área formada pela bacia do rio Quebra Perna (195 Km2). Na

figura 2.2, pode-se visualizar o limite do parque, a bacia hidrográfica do rio Quebra

Perna e o limite da zona de amortecimento.

Não se considera neste estudo a vila urbana denominada de Jamil, pois

este está contido em outro sub-ítem do estudo antrópico.

A totalidade das propriedades agrícolas da área do Entorno são grandes

propriedades, conforme Instituto Nacional De Colonização E Reforma Agrária -


INCRA (2002). A tipologia do produtor rural do Entorno, na maioria das vezes na

condição de arrendatário, é considerada conforme metodologia de Man Yu (1993) e

Payés (1993) como empresário rural tecnificado. No caso específico do arrendatário

a exploração agrícola se dá através de culturas anuais (Soja (Glycine max), Milho

(Zea mays), Trigo(Triticum aestivum) e Aveia preta (Avena strigosa)) normalmente

obedecendo a rotação de culturas em sistema de Plantio Direto.

 15
FIGURA 2.2 - LIMITES DO PARQUE, LIMITES DO ENTORNO E BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO QUEBRA PERNA

Interessante nesse item abrir um parêntese sobre o sistema Plantio Direto


que tem a região como pioneira, chegando em 2002 a 25 anos de adoção nas
primeiras propriedades. O referido sistema baseia-se na manutenção da cobertura
vegetal do solo sendo esta morta ou viva. Tal fato tende ao longo dos anos o
aumento da matéria orgânica do solo, melhorando a fertilidade química e física do
mesmo. A fertilidade física que seria a melhor agregação das partículas, em conjunto
com a cobertura do solo tende a diminuir significativamente a erodibilidade do solo,
viabilizando novas áreas para a exploração agrícola, áreas estas temporalmente
inviáveis para o cultivo agrícola quando da utilização do sistema convencional. A
fertilidade química vem viabilizar a produtividade, e em conseqüência a exploração
econômica. Atualmente existem estudos científicos que descreve o sistema de
Plantio Direto como ecologicamente correto, pois com a manutenção da cobertura
do solo sem o revolvimento do terreno, existe uma retenção natural de carbono,

16
processo este denominado de "seqüestro de carbono". Esta retenção iria contribuir
para o não agravamento do efeito estufa.
Porém no caso específico do Entorno do PEVV o sistema Plantio Direto
torna-se anti-ecológico pois possibilitou a exploração agrícola de áreas com solos
rasos, arenosos e de baixa fertilidade natural, bem como o uso de áreas com
declividades elevadas. A figura 2.3 demonstra as áreas com exploração intensiva.
No caso de conservação do solo existe uma prática utilizada por mais de
50% das áreas com agricultura do entorno do PEVV, na qual realiza-se um pequeno
revolvimento do solo para a implementação da cultura de inverno, normalmente
cultura para cobertura, sem exploração econômica, este é o caso da semeadura a
lanço. Esta prática não é interessante, porém a aquisição da semeadora específica
para essas culturas de inverno ainda é onerosa. O sistema de arrendamento
adotado na região inclui, na maioria das vezes, a utilização de pequena porção das
áreas arrendadas como pastagem no inverno para utilização de manutenção de
gado bovino do proprietário.

FIGURA 2.3 - LIMITES DO PARQUE, LIMITES DO ENTORNO E ÁREAS DE AGRICULTURA E


REFLORESTAMENTO

 17
A criação de gado na forma extensiva não é mais prática comum e apenas

duas propriedades, esta prática foi identificada como de atividade de importância

econômica. Em três propriedades também foram identificadas explorações

intensivas de animais, onde os mesmos ficam confinados ou semi-confinados,

utilizando proteína vegetal das culturas anuais implantadas. Esta prática é típica da

região principalmente para suínos e gado de leite. No caso específico de suínos

sabe-se que o dejeto gerado é um dos mais poluentes, sendo assim esta prática

deveria receber um acompanhamento especial pelos órgãos responsáveis,

principalmente na Zona de Amortecimento.

Outra atividade agrícola visualizada na Zona de Amortecimento foram os

reflorestamentos, os quais estão em franca expansão na região. Foram encontrados

várias áreas com reflorestamento de Pinus sp., cultura esta altamente degradante

em termos de fertilidade do solo. Na figura 2.3 pode-se visualizar as áreas com a

cultura de Pinus sp.

Quanto à presença de campo nativo, a situação é critica, com certeza os

relatos de Rocha (1995), onde restavam 9,2% da superfície original estimada por

Maack (1968), não são mais verdadeiros. As áreas com vegetação nativa

remanescente são em sua maioria superfícies aluviais, capões de mato e matas de

galerias. Vegetações típicas de áreas não utilizáveis para a agricultura devido a

impedimento físico acentuado. A figura 2.4 mostra as áreas remanescentes.

Neste item é interessante tecer comentário quanto a venda de duas

tradicionais propriedades da região do Entorno, fazenda Barrozinha (1.910 ha) e

fazenda Rivadávia (2.415 ha); as mesmas foram adquiridas pela Cooperativa

Batavo, Carambeí, Paraná, que tem como objetivo a divisão das mesmas em

propriedades menores e depois venda a seus cooperados. Com certeza áreas ainda

não utilizadas para agricultura serão manejadas para o cultivo agrícola.

18
FIGURA 2.4 - LIMITES DO PARQUE, LIMITES DO ENTORNO, CAMPO REMANESCENTE, CAMPO DEGRADADO E
MATA REMANESCENTE

Existe na região do Entorno uma Reserva Particular do Patrimônio Natural


(RPPN), com sub-bosque de araucária, com área aproximada de 100 ha. Existem na
área inúmeros pontos naturais de beleza impar, alguns praticamente desconhecidos
pelo público geral e outros sendo explorados para a visitação sem qualquer plano de
manejo. Interessante ressaltar aqui que nestes casos os proprietários se mostram
também preocupados, porém não reúnem condições técnicas e econômicas para um
melhor aproveitamento das áreas, caberia aqui uma melhor interação com os órgãos
competentes. Um dos pontos mais interessantes e visitados, o Buraco do Padre,
está hoje sofrendo estudos de equipe técnica capacitada visando a geração de
plano de manejo.
Devido ao avanço indiscriminado das áreas ocupadas com agricultura,
outros problemas se fazem notar, como a utilização de rios e córregos para a
limpeza de pulverizadores agrícolas a retenção de água na forma de barragens, a

 19
diminuição ou a inexistência de vegetação nativa na zona ripária. A atividade de
caçadores é intensa no Entorno.

2.1.3.2 Características da população

O Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) faz divisa com o bairro

denominado Jardim Novo Vila Velha (antiga Vila Jamil). O Jardim Novo surgiu em

meados de 1980, sendo que os primeiros lotes foram vendidos em 1982 e

atualmente residem na área 200 famílias.

Há uma associação de moradores que representam os moradores do

jardim Novo e também as famílias que moram na vila IAPAR (localizada dentro dos

limites do Parque). A AMORVIVE (Associação de moradores do Jardim Novo Vila


Velha), é bem organizada e realiza reuniões trimestrais e muitas vezes são tratados

assuntos relativos ao Parque Estadual de Vila Velha, visto que a comunidade se

interessa pelo mesmo já que traz qualidade de vida.

A vila surgiu do loteamento de duas grandes propriedades, uma do

Sr. Jamil Bady Saad e outra, uma gleba da fazenda Capão Grande. Até o presente

momento, a vila ainda é irregular. Destaca-se que dentro dos limites do Parque na

Vila IAPAR, ainda existe a sede da antiga Fazenda Lagoa Dourada.

Conforme documento elaborado pela Divisão de Patrimônio Imobiliário:

Em 29 de setembro de 1986, o então secretário de Administração e Negócios


Jurídicos, solicitou à assessoria municipal de Planejamento, elaboração de
levantamento topográfico para a regularização do loteamento Vila Jamil, nesta
prefeitura e no Registro Imobiliário, o levantamento da documentação referente à
Vila Jamil, junto ao Cartório Imobiliário.
Constatou-se que tratava de imóvel rural, do qual haviam sido vendidas partes
ideais em comum, que estava matriculado sob o n.o 14.074, Reg Geral da
2.a Circunscrição Imobiliária. Por tratar-se de imóvel rural, não cadastrado no
município, deixou-se de tomar qualquer providencia a respeito. Assim, sequer a
1.a fase da regularização foi efetuada, pois os moradores não procederam o
registro de todas as escrituras.

20
O surgimento da Vila iniciou-se através de um loteamento irregular e até o

momento a situação não foi resolvida. De acordo com a Divisão de Patrimônio

Imobiliário da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, em 1992 a documentação estava

toda com a prefeitura, com exceção do registro de escritura de dois lotes, de Noé

Duarte Borba e Sebastião Sobrinho. Esses casos ficaram pendentes pelo fato de um

estar envolvido em inventário e o outro por processo de divórcio no Rio Grande do Sul.

Apesar do Jardim não ser regularizado perante a Prefeitura, o IPTU é


cobrado. Atualmente a vila conta com aproximadamente 160 moradias, sem a

probabilidade de expansão, já que todos os terrenos estão ocupados e as divisas do

Jardim são a rodovia BR-376, o PEVV e grandes plantações agrícolas.

Muitos são os problemas enfrentados pelos moradores do Jardim. Um dos

problemas é relacionado ao transporte coletivo. Os horários de ônibus são insuficientes.

Os investimentos para estruturas públicas, incluindo o saneamento básico

(distribuição de água e coleta de esgoto) partiram de iniciativas da própria comunidade.

O esgoto local é canalizado, porém lançado in natura até o arroio Capão

Grande (que delimita a área do Parque com o Jardim). O arroio foi escolhido por já

ser utilizado pelo IAPAR e pela Polícia Florestal.

O abastecimento de água na região não é feito pela SANEPAR. Como testes

foram feitos e a qualidade da água foi considerada muito boa, um poço foi perfurado

pela Asurema e a comunidade assumiu o poço artesiano, cuidando da infra-estrutura da

caixa-d'água, bomba e colocação de cloro (com orientação da prefeitura).

O Plano de Manejo para o parque, prevê um conselho gestor. Um dos

representantes deveria ser da comunidade do entorno. Em 18 de Agosto de 2001

houve a eleição para o representante da Comunidade no Conselho Gestor do PEVV.

Tiveram direitos de voto todos os proprietários de terra num raio de 10 km e a

votação foi fiscalizada pelo IAP. Quatro candidatos disputaram a vaga, eleito

somente um representante, porém alega que nunca participou de nenhuma reunião,

 21
o que fez com que a comunidade se sentisse deixada de lado na questão da

revitalização do Parque.

A vila possui atendimento médico, no Posto de Saúde, que fica localizado

dentro da Vila do IAPAR. A Escola Pascoalino Provisero conta com 23 funcionários,

dos quais 16 são professores e os demais serventes, secretárias e cozinheiras. De

acordo com Souza (2001), a escola é considerada a principal instituição do Jardim,

sediando diversas festividades, além de atender 315 alunos. Ainda na comunidade

não é verificada evasão escolar e tampouco analfabetismo de adolescentes e

jovens. A escola ainda oferece todos os meses eventos para os moradores da vila e

das regiões de onde os demais alunos vem.

Responde pela direção da Escola, a professora Meire Corgozinho, a escola

se encontra dentro dos limites do Parque e segundo a diretora o prédio pertence a

prefeitura municipal de Ponta Grossa, funcionando como escola municipal até à

4.a série e como escola estadual de 5.a à 8.a série, possuindo inclusive nomes

diferentes Escola Municipal Pascoalino Provisiero e Escola Estadual Parque de Vila

Velha, respectivamente. São duas entidades no mesmo prédio. Antigamente, a

escola funcionava num antigo pavilhão do IAPAR e possuía o nome de Escola

Isolada Parque de Vila Velha.

O total de alunos em 2002 é de 235, (em 2001 eram 315), sendo, 138 de

1.a à 4.a e 97 de 5.a à 8.a. A escola atende alunos que moram na Vila do IAPAR, no

Jardim Novo e em fazendas próximas. O papel da escola na comunidade é muito

importante, visto que a escola promove diversos eventos, campanhas de vacinação,

auxiliando principalmente na divulgação das atividades da Vila.

Após a conclusão do ensino fundamental, a evasão é grande devido à

diversos motivos, em especial o deslocamento, em função de horários de ônibus não

condizerem com o horário das aulas. Como muitos adolescentes trabalham durante o

22
dia, no horário noturno não há ônibus para o retorno, porém, a prefeitura cede um

ônibus para o transporte escolar que leva alguns alunos que moram próximos à rodovia.

Uma das reivindicações da diretora da escola é o fato de que a escola não

foi informada em nenhum momento pelo IAP sobre quais seriam as medidas

tomadas na revitalização. A principal preocupação dos moradores do Jardim, com a

retirada dos funcionários da Vila do IAPAR é o fato de que com menos alunos, a

escola pode ser fechada. Como não houve nenhum pronunciamento oficial a

respeito, os moradores ficaram preocupados.

Além disso, expõem que nenhum beneficio foi destinado à escola.

Enquanto o quartel da Policia Florestal, em frente, está ganhando novos

alojamentos, a escola não foi lembrada, sendo que gostaria de participar, auxiliando

em todo o processo. Uma das necessidades colocadas foi a da ampliação de uma

sala de informática, para proporcionar aos moradores do entorno maiores

possibilidades de aprendizado.

Uma exposição dos principais objetivos desta pesquisa foi feita à diretora

da Escola, que incentivou a idéia, visto que a escola quer estar presente no

processo e auxiliar, quando necessário.

2.1.3.3 Visão das comunidades sobre o Parque Estadual de Vila Velha

Em abril de 2002, foi aplicado questionários Apesar do loteamento da

antiga Vila Jamil ter sido iniciado em meados dos anos 80, percebemos que a

população está na área já há bastante tempo. Do total dos entrevistados, 22%, estão

na vila entre 30 e 40 anos. Isso se deve ao fato de que muitas das pessoas que

trabalhavam e moravam na Vila do IAPAR, aposentaram-se e por gostarem do local


e estarem acostumadas com a tranqüilidade e segurança, investiram em lotes

localizados na Vila Jamil.

 23
O nível de escolaridade apresentado no gráfico 2.1 era uma das questões

mais importantes para a definição dos critérios para os possíveis candidatos à

realização do curso de condutor. O índice de pessoas que não possuem o 1.o grau

completo foi muito evidente, totalizando 69%. Nenhuma pessoa das entrevistadas

possuía curso superior e devido a diversos problemas relacionados ao transporte

escolar, constatamos que das 86 pessoas entrevistadas, nenhuma cursou uma

universidade, e até mesmo três eram analfabetas. Com o segundo grau completo,

que era a intenção da verificação, encontramos a segunda maior porcentagem, 13%

totalizando 11 pessoas.

GRÁFICO 2.1 - NÍVEL DE ESCOLARIDADE

3%
13%

8% 1.º Grau incompleto


1.º Grau completo
2.º Grau completo
7% 2.º Grau incompleto
Analfabeto

69%

Outra questão relevante para a formatação do curso para os condutores

era saber quantas pessoas teriam entre 18 e 30 anos morando com a família

(gráfico 2.2). Percebe-se que somente 29% das casas não possuem indivíduos

nessa faixa etária, e que 71% sim, demonstrando que há o potencial para ser

aproveitado, no desenvolvimento de cursos para formatação de condutores para o

Parque Estadual de Vila Velha.

24
GRÁFICO 2.2 - NÚMERO DE PESSOAS ENTRE 18 E 30 ANOS

5% 2%

29%

Nenhuma
29%
1 pessoa
2 pessoas
3 pessoas
Mais de 3 pessoas

35%

Na segunda parte do questionário, foram verificados os conhecimentos


relativos ao PEVV, conservação da natureza e o interesse em se trabalhar como
condutor no Parque. Quando questionados se conheciam o parque, como mostra o
gráfico 2.3, as respostas indicaram que a maioria dos moradores o conhecem na sua
totalidade, somente 5% não conhecem os Arenitos (conhecendo a Lagoa Dourada e
Furnas) e 3% não conhecem nada do Parque. Porém, é importante destacar, que a
freqüência de visita ao Parque, pela comunidade é relativamente pequena, como
pode ser observado no gráfico 2.4.

GRÁFICO 2.3 - CONHECE O PEVV

5%
3%

Sim

Não

Só Furnas e Lagoa
Dourada

92%

 25
GRÁFICO 2.4 - FREQÜÊNCIA DE IDA AO PARQUE

21%

Quinzenal ou menos
Mensalmente
46% Semestralmente
Anualmente

17% Raramente

5%
11%

Relevante, para estabelecer a relação entre a comunidade e o Parque, era


perceber a importância do Parque para o entrevistado. Como a questão era aberta,
a diversidade de respostas foi significativa. Entretanto, percebeu-se que o principal
foco de importância está centrado na possibilidade de empregos que o parque gerou
e ainda pode gerar, sendo que a oportunidade de emprego foi citada por 23% dos
entrevistados. A segunda resposta mais citada foi a importância do turismo, (12%),
porque o turista também pode trazer benefícios para a comunidade. A importância
para a preservação da natureza para as futuras gerações também foi lembrada, bem
como a questão do valor cultural e ecológico, divertimento, área de lazer, sossego,
lembranças (ex-funcionário do IAPAR), e divulgação da cidade. Somente para 8%
dos entrevistados o parque não apresenta importância nenhuma.
Observa-se que a relação entre as famílias e o Parque no que diz respeito
aos empregos é grande. Em 70% das famílias entrevistadas algum membro da
família presta ou já prestou serviços no Parque. Entre as funções, a mais citada foi a
dos cargos do IAPAR, serviços de carpinagem, tratorista, recepcionista, portaria,
eletricista, atendente de lanchonete, entre outros.
Outro questionamento, foi em relação a importância da conservação do
meio ambiente. Notadamente, essa foi a mais complexa das questões a serem

26
respondidas. Os entrevistados pensavam e solicitavam auxilio aos pesquisadores,
sendo que 26% não responderam. Os que responderam, destacaram, que é
importante preservar o meio ambiente pelos seguintes motivos: Pela qualidade de
vida; Continuação da vida (bom para bichos, plantas, pessoas); Geração Futura; É
bonito; Melhoria da Vila; Porque sempre existiu; Combate a Poluição; História dos
Familiares; Porque é necessário; Para mantê-lo; Para preservação da Natureza;
Para evitar a degradação; Turismo.
Mas, quando questionados sobre as vantagens de morar próximo ao
parque, 74% respondeu afirmativamente (gráfico 2.5). Entre as vantagens, a mais
citada foi o fato da tranqüilidade, relacionada também a questão da segurança.
Poucos são os roubos que acontecem na região, os moradores do Jardim são
unidos, apesar dos problemas enfrentados. Alguns citaram o costume de morar
próximo ao PEVV como uma vantagem, outros o emprego que o parque proporciona,
a proximidade com a natureza e até mesmo houve a citação de que a vantagem
está no fato de que o Parque possui uma linha de ônibus que passa pelo Jardim.
Entretanto, 26% respondeu negativamente. Entre as dificuldades
levantadas está a questão do isolamento da cidade, falta de ônibus urbanos, e a
falta de estrutura da Vila.

GRÁFICO 2.5 - VANTAJOSO MORAR PRÓXIMO AO PARQUE

26%

Sim

Não

74%

 27
Quando perguntados se já haviam ouvido falar em Ecoturismo, mais da

metade dos entrevistados foi sincera e respondeu negativamente. Então, os

estagiários explicavam rapidamente os princípios que envolvem o termo Ecoturismo,

enfatizando a questão da participação das comunidades locais (gráfico 2.6).

GRÁFICO 2.6 - OUVIU FALR EM ECOTURISMO

43%
Sim

Não
57%

No gráfico 2.7, observa-se que 77% dos moradores entrevistados, também

não conhecem o trabalho do condutor de Ecoturismo, pois não conhecem a

atividade do Ecoturismo.

GRÁFICO 2.7 - SABE O QUE É O TRABALHO DE UM CONDUTOR DE


ECOTURISMO

23%

Sim

Não

77%

28
Mesmo não conhecendo o trabalho do Condutor de Ecoturismo, 44% das

pessoas (gráfico 2.8), demonstraram interesse em ser um Condutor e 25%, afirmaram

que em sua família, existe um membro interessado.

GRÁFICO 2.8 - INTERESSE EM SER CONDUTOR

25%

44%
Sim

Não

Outra pessoa

31%

Independente de ser condutor, interessante é destacar que 71% dos

entrevistados, possuem disponibilidade para a prestação de serviços no Parque


(gráfico 2.9).

GRÁFICO 2.9 - DISPONIBILIDADE PARA TRABALHAR NO PARQUE

29%

Sim

Não

71%

 29
A última questão aberta, solicitava que o entrevistado fizesse algum

comentário a respeito do Parque. Vinte e sete pessoas, 31% se abstiveram. Entre os

comentários surgidos, percebe-se um forte interesse a respeito das questões que

envolviam a demolição das casas do IAPAR. Muitos são contra essa atitude do IAP,

devido ao fato de terem parentes morando na Vila, e acreditam que a Vila pode ser

prejudicada com a retirada das famílias, o que provavelmente não ocorrerá.

Houveram muitas reclamações de que estariam demolindo as casas sem os

moradores saberem o por quê.

Também foi notado que a expectativa é alta em relação à revitalização do

Parque. Muitos esperam que agora a situação deles melhore, que mais empregos

sejam gerados, que mais horários de ônibus sejam disponibilizados, que a

comunidade seja ouvida e possa ser parceira na revitalização.

Alguns entendem que a preservação do meio ambiente é importante, mas

as reivindicações a respeito da retirada dos moradores do IAPAR foi uma constante.

Outros reclamaram que com o fechamento do Parque, a diversão dos moradores foi

interrompida, sendo que o Parque também é visto como uma área de lazer.

Ainda com relação aos comentários, é interessante destacar algumas

afirmações, que demonstram de alguma maneira, a não participação da comunidade

da Vila neste processo tão importante de revitalização do Parque, onde o social não

deve ser esquecido.

E falta na vila condução (principalmente para carregar os doentes), mercado,


farmácia.

Devido ao pagamento do ingresso fica difícil a visita. Medo da retirada da escola.


Ilusão sobre o treinamento de pessoas.

O parque não traz vantagens, não traz empregos. O parque vai trancar a via de
acesso.

Nunca teve problemas com o parque. Firmas que conduzem (realocam) os


funcionários, não tem problema.

30
Revitalização pode prejudicar a vila.

O Parque é fenomenal, mas necessita de uma melhor infra-estrutura e que a


comunidade seja valorizada.

Acha que os moradores da área do IAPAR estão sendo prejudicados.

Com a revitalização do parque, vai melhorar só para os outros e não para a


comunidade.

Não gostaria que os moradores da área do IAPAR fossem retirados, porque a vila
seria prejudicada por causa da escola, posto de saúde...

Os animais do Parque estão invadindo a vila (quatis, cobras).

A revitalização do Parque será importante para a conservação.

Pede para que o projeto tenha um "lado social" também, para que a vila receba
algum benefício e que a situação da comunidade não piore.

2.2 IMPACTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DECORRENTES DA CRIAÇÃO DA UC

Atualmente, há 25 famílias que ocupam as casas do IAPAR, patrimônio


público desde que a área pertencia a Secretaria de Agricultura do Paraná.
A questão que mais preocupa é a possibilidade de fechamento da escola
com a retirada da população da Vila IAPAR e, conseqüente diminuição do número de
alunos. Para tanto a associação têm a intenção de tentar relocar essas famílias em
áreas no próprio Jardim Novo.
A empresa terceirizada pela Paraná Turismo oferecia até 2002 47% dos
postos de trabalho da empresa e o restante é ocupado por moradores do centro
urbano de Ponta Grossa.
A vontade de trabalhar no Parque, caracterizando uma maior ligação com a
UC sempre foi constante. Em Outubro de 2001, foi encaminhado um oficio a Paraná

Turismo e à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, sugerindo a criação de Grupos


de Voluntários formados por moradores do Jardim, onde atuariam na eliminação de

 31
focos de incêndio e como guias locais. Na proposta enviada, os guias seriam
estudantes do ensino médio.
Para os moradores da comunidade, o Parque é responsável pela qualidade

de vida que eles possuem. Com a revitalização a esperança é a de que mais

oportunidades de trabalho sejam oferecidas, e de que haja uma preparação dessa

mão-de-obra.

2.2.1 Aspectos Sócio-Econômicos

2.2.1.1 Infra-estrutura

O fluxo turístico de uma região é influenciado pelos seus próprios atrativos

naturais e também pela oferta de bens e serviços turísticos. Segundo Mota, "a oferta

constitui a matéria-prima da atividade turística mediante um conjunto de recursos

naturais e culturais, aos quais se agregam serviços turísticos como os de transporte,

hospedagem, alimentação e outros, formando, juntos, o produto turístico."

Sabendo da importância desses recursos como matéria-prima para o

turismo, percebe-se a necessidade da sua manutenção e conservação para a

fomentação da atividade turística de maneira sustentável e também do seu


incremento "um segundo grupo da oferta é constituído pela oferta turística derivada

que reagrupa o conjunto das prestações de serviços das empresas de turismo. Este

tipo de oferta não pode satisfazer à demanda a não ser que haja uma combinação de

diversos fatores dos dois tipos de oferta: a derivada e a original." (MOTA, 2001, p.70)
De maneira ampla pode-se dizer que a oferta turística engloba tudo o que

um destino, uma localidade tem a oferecer para os seus moradores e seus visitantes.

Esses serviços oferecidos pelo local são chamados de "Trade Turístico", ou seja,

várias empresas que trabalham para ofertar produtos e serviços de turismo aos seus

32
consumidores. Os serviços turísticos segundo a EMBRATUR são constituídos pelos

meios de hospedagem, serviços de alimentação, entretenimento e apoio.

As empresas de turismo têm como função satisfazer as necessidades dos

turistas, mas essas necessidades são variadas, pois dependem da importância e do

valor dado pelos consumidores e do grau de exigência e satisfação de cada um. As

principais necessidades dos turistas relacionadas são as que originaram as

principais empresas do ramo capazes de satisfazê-los.

Principais necessidades turísticas:

- deslocamento;

- locomoção;

- alojamento;

- segurança;

- alimentação;

- recreação e entretenimento;

- passeios;

- eventos;

- saúde;

- convalescência e restabelecimento;

- informação;

- comércio turístico;

- organização de viagens.

Não se pode destacar somente as empresas capazes de satisfazer as

necessidades específicas dos turistas, mas deve-se ressaltar, também, outros

serviços de infra-estrutura e de apoio ao turismo, pois a atividade turística usufrui

deles direta ou indiretamente.

 33
Oferta de serviços de infra-estrutura e de apoio ao turismo:
- transporte local;
- serviços de apoio a carros e ônibus;
- serviços bancários;
- serviços de saúde;
- serviços de segurança;
- serviços de informação e comunicação;
- serviços de energia;
- serviços de capacitação de recursos humanos;
- serviços de abastecimento de água e saneamento;
- controle de poluição.

O município de Ponta Grossa, no qual se encontra o Parque Estadual de

Vila Velha, possui os serviços turísticos e de apoio necessários para atender a

demanda turística. O que falta para a cidade é a existência de hotéis de categoria

superior, já que o público visitante do parque é um pouco mais exigente, e se há o

interesse de recebê-lo e fazer com que permaneça na cidade pelo menos 1 dia, é
necessário atendê-lo da melhor forma possível.

Outro aspecto muito importante para complementar a infra-estrutura


regional seria a existência de um centro de informações turísticas na cidade e até

mesmo dentro do parque, assim, os visitantes poderiam ter informações dos

serviços oferecidos além de conhecer outros atrativos da região, aumentando assim

seu tempo de permanência.

2.2.2 Atrativos da Região

A região de Ponta Grossa apresenta uma série de atrativos naturais e

culturais, conforme quadros 2.1 e 2.2.

34
QUADRO 2.1 - ATRATIVOS TURÍSTICOS NATURAIS DE PONTA GROSSA

NOME ATRATIVOS

Buraco do Padre Furna com 43 metros de profundidade, diâmetro de base de 25 a 37 metros e o diâmetro
de abóbada de 19 a 25 metros, encaixada na falha geológica do Rio Quebra Perna e
localizada a 26 km de Ponta Grossa,
Furnas Gêmeas Duas furnas com aproximadamente 70 metros de profundidade, não contam com água
em seu interior mas com uma vasta vegetação e uma rica fauna, localizadas a 1 km do
povoado denominado Passo do Pupo.
Cachoeira do Rio São Jorge Localizada a 17 km de Ponta Grossa, esta cachoeira de 25 metros de altura é formada
pelo Rio São Jorge, formando piscinas naturais na base dos rochedos.
Capão da Onça Mini-balneário com cachoeiras, corredeiras e piscinas naturais.
Cachoeira da Mariquinha Cachoeira no Rio Quebra Perna, piscina natural, trilha e mirante natural de onde se vê
todo o vale.
Alagados Represamento do Rio Pitangui, localizado a 20 km de Ponta Grossa, formando um Lago
conhecido como Alagados.
Represa do Rio Botuquara Lago artificial formado em 1976 pelo represamento do Rio Botuquara, e cercado por um
bosque natural com trilhas.
Parque Margherita Sannini Masini Pedreira desativada, em área de 5,8 ha que foi reflorestada com espécies nativas e
(Parque Municipal Chácara Dantas) exóticas e utilizada para recreação.

QUADRO 2.2 - ATRATIVOS HISTÓRICO-CULTURAIS DE PONTA GROSSA

NOME ATRATIVOS

Capela Santa Bárbara Um sítio histórico localizado junto à sede da Fazenda Santa Bárbara, antiga sesmaria do
processo de colonização do município. Era o local de chegada de tropeiros e constituía
ponto extremo do único caminho que ligava o município ao interior de São Paulo
(Caminho do Maracanã).
Passo do Pupo Pequeno vilarejo localizado entre o Buraco do Padre e as Furnas Gêmeas (Furnas
Secas), cortadas pela estrada Ponta Grossa – Itaiacoca, conhecida como a Rodovia do
Talco. Há construções com características arquitetônicas polonesas e uma bica que
fornece água fresca para os aventureiros.
Parque Ambiental Governador Localizado ao lado do Terminal Central de transporte coletivo e está entre as mais
Manoel Ribas preciosas construções do começo do século XIX, como a Estação Ferroviária São Paulo
– Rio Grande (prédio tombado pelo Conselho do Patrimônio Cultural do Paraná, em
1990), Estação Arte, Estação Paraná (primeiro prédio de Ponta Grossa, abriga
atualmente a Casa da Memória) e a antiga Hervateria Brasil.
Mansão Vila Hilda Construída na década de 20, pela família Thielen, a mansão é um dos últimos resquícios
da arquitetura de habitação do início do século 20 (prédio tombado pelo Conselho do
Patrimônio Cultural do Paraná, em 1990, e abriga atualmente a Fundação Cultural de
Ponta Grossa).
Praça Manoel Floriano Peixoto Primeira praça existente desde a formação da cidade, ponto também de parada para os
tropeiros a caminho do Estado de São Paulo, no início do século XIX. Situada no ponto
mais alto da cidade, sedia a Catedral, Monumento à Bíblia e Obelisco Comemorativo aos
150 anos de Ponta Grossa.
Museu Campos Gerais Prédio construído em 1920 para abrigar o Fórum de Ponta Grossa, que funcionou neste
local até 1982, quando foi instalado o Museu Campos Gerais.
Museu Época Casa construída provavelmente em 1880, em estilo Art Noveau, que reúne peças vindas
de todo o Brasil.

 35
36
ENCARTE 3

INFORMAÇÕES GERAIS DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

3.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSOS

O Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) encontra-se localizado no


segundo planalto paranaense, na região denominada Campos Gerais, município de

Ponta Grossa, às margens da rodovia BR-376 (figuras 3.1 e 3.2).

Com uma área de 3.122,11 ha está localizado entre as coordenadas

25o12'34" e 25o15'35"de latitude S, 49o58'04" e 50o03'37"e com uma altitude máxima

de 1.068m na área denominada Fortaleza.

O acesso ao Parque se dá pela rodovia BR-376, importante corredor viário

que liga o Litoral, passando por Curitiba, às regiões Norte, Noroeste e Sudoeste

do Estado.

O quadro 3.1 a seguir apresenta as distâncias dos principais núcleos

urbanos ao Portal Principal do Parque.

QUADRO 3.1 - DISTÂNCIAS DOS NÚCLEOS URBANOS ATÉ O PEVV


MUNICÍPIO DISTÂNCIA ATÉ O PARQUE (km)

Ponta Grossa 20
Curitiba 80
Londrina 267
Maringá 292
Foz do Iguaçu 545

 1
FIGURA 3.1 - LOCALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

2
FIGURA 3.2 - LOCALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA E CIDADES PRÓXIMAS

 3
3.1.1 Acessos à Unidade e Meios de Transporte

O principal acesso ao Parque Estadual de Vila Velha é realizado pela rodovia


BR-376 (figura 3.3), importante corredor viário que liga ao Litoral, passando por Curitiba,

às regiões Norte, Noroeste e Sudoeste do Estado. Dista aproximadamente 20 km da

sede do município de Ponta Grossa e 80 km da capital, Curitiba.

FIGURA 3.3 - MAPA DE ACESSOS AO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

A rodovia é pedagiada e encontra-se em bom estado de conservação,

possuindo duas pistas para cada sentido, e a empresa concessionária da rodovia é

a Rodonorte. A praça de pedágio conta com banheiro, café e água. Partindo de

Curitiba, passa-se por 2 pedágios até chegar ao PEVV, gastando aproximadamente

R$ 8,00. Segundo o Coordenador do Setor de Meio Ambiente da Rodonorte, a faixa

4
de domínio da empresa no Parque Estadual de Vila Velha é de 11,5 km e

corresponde a 60 metros nas laterais a partir do eixo da pista antiga.

Complementarmente, dentro do Parque, surgem elementos de ligação

local, representados por vias pavimentadas, que viabilizam o acesso aos Arenitos,

Furnas e Lagoa Dourada, e vias sem pavimentação para o uso exclusivo do IAP.
Entre Furnas e a Lagoa Dourada há uma passagem subterrânea, por intermédio de

um túnel que passa por baixo da rodovia.

Para as pessoas que não têm como ir até o Parque de automóvel, a

empresa Princesa dos Campos(partindo de Curitiba) e a Viação Campos Gerais

(partindo de Ponta Grossa) disponibilizam vários horários.

3.2 ORIGEM DO NOME DO PEVV

Quanto à história informal da formação dos arenitos do Parque Estadual de

Vila Velha, existe uma lenda que, como um belo conto mitológico, muito se

assemelha aos grandes épicos, como a Ilíada e a Odisséia, exalta a riqueza dos

antigos índios que habitavam o local, numa narrativa entremeada de grandes

guerreiros, amores e traições, além de tesouros legados por deuses.

A lenda de Vila Velha, ou de Itacueretaba ("cidade perdida de pedra") é de

domínio popular e não se sabe a proveniência da narrativa, já que é da cultura

informal vocalizada.

Esse recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para ser o

Abaretama, "terra dos homens", onde esconderiam o precioso tesouro "itainhareru".

Tendo a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado pelos apiabas, varões

escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos. Os apiabas desfrutavam de

todas as regalias, porém era-lhes vedado o contato com as mulheres, mesmo de

suas próprias tribos. A tradição dizia que as mulheres, estando de posse do segredo

 5
do Abaretama, revelariam aos quatro ventos e, chegada a notícia aos ouvidos do

inimigo, estes tomariam o tesouro para si.

Dhui fora escolhido para chefe supremo dos apiabas. Entretanto, não

desejava seguir aquele destino. Seu sangue se achava perturbado pelo fascínio

feminino. As tribos rivais, ao terem conhecimento do fato, escolheram Aracê

Poranga para tentar o jovem guerreiro e tomar-lhe o coração para conseguir o

segredo do tesouro.

Não foi difícil Aracê se apaixonar completamente por Dhui. Numa tarde

primaveril, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de "uirucuri", o licor de

butias, para embebedar Dhui. No entanto, o amor já se assenhorava de sua razão e

ela também tomou o licor, ficando ambos sob a sombra de um Ipê, languidamente

entrelaçados.

Tupã vingou-se, desencadeando um terremoto que abalou toda a planície.

Abaretama, completamente destruída, tornou-se pedra. O tesouro de ouro fundiu-se

e liquidificou-se transformando-se na Lagoa Dourada. Os dois amantes, castigados,

foram petrificados um ao lado do outro. Junto a eles ficou a taça, igualmente

petrificada. E foi assim que Abaretama se tornou Itacueretaba.

3.3 HISTÓRICO E ANTECEDENTES DE CRIAÇÃO DO PEVV

A região de Vila Velha, nos Campos Gerais, conhecida internacionalmente

por suas formações rochosas, apresenta muito mais do que o aspecto estético de

suas formas, servindo de palco tanto para a história natural como humana.

Há 400 milhões de anos foi coberta por um oceano interior. Neste período

foram depositados os sedimentos grosseiros da formação furnas seguidos por

sedimentos mais finos da formação Ponta Grossa. Mais tarde durante o período

carbonífero há 280 milhões de anos, glaciações cobriram esta parte do planeta.

6
O derretimento das geleiras causou o arraste de pedaços de rochas e dos

depósitos de areia deixados pelos extintos oceanos.

Durante milhões de anos as águas e o gelo colaboraram neste lento

processo, e originaram Vila Velha, essa fascinante relíquia da natureza.

Há mais de 20.000 anos já existiam civilizações de aborígenes na região:

primeiro em bandos, depois em tribos, até chegar a tribos avançadas, como a dos

caingangues que estavam ali, na época do descobrimento.

As incursões de bandeiras e expedições paulistas neste território figuram

desde meados do século XVI. Em 1541, o espanhol Don Alvar Nuñez Cabeza de

Vaca, que esteve nas Cataratas do Iguaçu, saindo da ilha de Santa Catarina em

direção à Assunção, percorreu a região.

No século XVII já existia um povoamento, porém só por volta de 1800 teve

começo a posse das terras e a influência civilizadora da região. Com a vinda da família

real portuguesa para o Brasil, e devido à necessidade de estudos mais aprofundados

das características do interior do país, alguns cientistas da época, como o francês

Auguste de Saint-Hilaire, no período de 1816 a 1822, e o inglês Thomas P. Bigg-Witter,

no período de 1872 a 1875, realizaram estudos e relataram suas experiências aos

brasileiros e europeus, exultando a paisagem e a população local.

Na literatura brasileira, a primeira referência que conhecemos sobre Vila

Velha é a do Visconde de Taunay, quando Presidente da Província do Paraná, em

1886. Taunay descreveu Vila Velha, Furnas e Lagoa Dourada, baseado nas

observações do Professor Nivaldo Braga, de Curitiba, em memória lida no Instituto

Histórico e Geográfico Brasileiro. Naquela época, 1886, a Fazenda Capão Grande,

que abrangia a região de Vila Velha, pertencia a Domingos Ferreira Pinto, conhecido

como Barão de Guaraúna.

Vila Velha é um conjunto de formações areníticas de expressivo valor

cênico, científico e ambiental, consagrado como um importante pólo de visitação

turística e científica nos âmbitos estadual, nacional e internacional. A constatação


 7
deste fato, assim como a necessidade de proteção do patrimônio natural, foi o que

motivou a criação do Parque Estadual de Vila Velha.

O Governo do Estado do Paraná, em 16 de outubro de 1942, através do

Decreto-Lei n.o 86 declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação, os

imóveis denominados Lagoa Dourada e Vila Velha, os quais abrigavam os

monumentos ITACUERETABA, "A CIDADE EXTINTA DE PEDRA", antigo nome do que


hoje conhecemos como Vila Velha. Individualizados os imóveis, através desse

diploma legal, os mesmos foram desapropriados com o objetivo de instalação de um

Parque Florestal.

Em 12 de outubro de 1953, decorridos 11 anos, através da Lei Estadual

n.o 1.292 foi criado o Parque Estadual de Vila Velha, com área de 3.122,11ha dos

imóveis denominados Lagoa Dourada e Vila Velha.

Em 18 de janeiro de 1966, o Parque Estadual de Vila Velha foi tombado

pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná, como Conjunto de Vila

Velha: Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada, com a finalidade de Parque Estadual, sob

processo n.o 05, Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico,

descrevendo o seguinte:

A área envolvida no Parque Estadual de Vila Velha, situa-se no Município de


Ponta Grossa, segundo planalto paranaense, região de campo aberto,
denominado de Campos Gerais. Está aproximadamente a uma distância de 20
Km a sudoeste do centro urbano municipal e 80 Km da capital do Estado, Curitiba.
Está representada pelas folhas topográficas denominadas Ponta Grossa,
Itaiacoca, Palmeiras e Colônia Quero-Quero, levantadas pelo Serviço Geográfico
do Exército e publicada em escala 1: 50.000, nos anos de 1957 e 1980. Sob as
coordenadas geográficas, 25o14'09" de latitude sul e 50o00'17" de longitude oeste,
sua superfície aproximada é de 3.122 hectares e subdivide-se em: 425 ha
(Prefeitura Municipal de Ponta Grossa), 1.344 ha (Instituto de Terras e
Cartografias e Florestas) e 1.353 ha (IAPAR- Fundação Instituto Agronômico do
Paraná). Suas Características são: PMPG - porções que englobam os Arenitos,
as Furnas e a Lagoa Dourada, interesse turístico; IAPAR – engloba a Estação
Experimental, onde são desenvolvidas atividades científicas voltadas à agricultura
e silvicultura; ITCF – áreas de campo e capões envolvendo a Fortaleza (formação

8
geológica). Disposta no seu eixo maior, sentido Leste – Oeste, cerca de 96 Km,
tem como limite na sua porção ocidental a propriedade de Hans Moon. Na
extremidade oriental tem como limite natural, um dos afluentes do Rio Guabiroba
e as propriedades de João Braga. O seu eixo menor (Norte – Sul) mede
aproximadamente 4,8 Km. A sua porção setentrional (Fortaleza) limita com as
propriedades (no sentido leste – oeste) de João Braga e Jorge Demiate. Sua
porção meridional tem limite natural o Rio Guabiroba e as propriedades (sentido
leste – oeste) de Adolfo de Oliveira e Placas do Paraná.

A partir de 1970, o Estado transferiu através de Escritura Pública 424,88 ha

da área do PEVV para o patrimônio da PARANATUR. Este fato foi o marco das

dificuldades para a gestão do Parque, constituindo-se no primeiro fracionamento da

responsabilidade administrativa da área.

Seguindo esse fato, e embasado no Decreto Estadual n.o 573, a Secretaria

da Agricultura, em 10 de junho de 1975, cedeu ao Instituto Agronômico do Paraná

(IAPAR), através do Contrato de Concessão de Uso, o imóvel em sua integralidade,


ou seja, os 3.122,11ha.

Ainda neste interregno, em 20 de setembro de 1972, a Lei n.o 6.316 institui

a Fundação Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Paraná (ITC), que teve

seu estatuto aprovado pelo Decreto n.o 4.172 de 17 de novembro de 1977, que

designava entre outros objetivos a competência de:

...Promover a administração dos parques e reservas de domínio do Estado,


através da elaboração de adequados planos de manejo e, através de convênio,
participar da administração de parques e reservas de domínio dos Municípios ou
da União, bem como incentivar e assistir as prefeituras municipais no tocante à
implantação de bosques, hortos e arborização urbana...

Desta forma observa-se três situações de titularidade, bem distintas e de

objetivos diversos, a saber:

- PARANATUR administrando uma área de 424,88ha que englobam as

áreas dos Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada para visitação, sendo

considerado um dos principais atrativos turísticos do Paraná;

 9
- IAPAR administrando uma área de 1.397,24ha (que não consta

informação sobre como foi definida tal área, uma vez que a concessão

de uso refere-se a integralidade do imóvel, englobando inclusive a área

da PARANATUR), da área total administrada, sendo 200,00ha com

experimentação agrícola e 670,00ha com reflorestamentos e o restante

da área mantendo-se com as característica da UC;


- Instituto Ambiental do Paraná (IAP), administrando o remanescente do

imóvel, uma área de 1.344,72 ha composta por campos limpos e

formações de matas as quais mantém suas características primárias.

Em 12 de maio de 1989, acrescentou-se mais uma pessoa jurídica de direito

público nesse emaranhado administrativo, quando a PARANATUR (transformada na

ocasião em FESTUR) firmou convênio de cooperação técnico-administrativo-financeiro

com o Município de Ponta Grossa, com vistas à administração dos imóveis de sua

responsabilidade (Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada), bem como o estabelecimento

de normas para a gestão dos mesmos e sua exploração turística. Observe-se que

o referido convênio foi recelebrado em 13 de maio de 1994, por um período de

cinco anos.

Em dezembro de 1996 por livre arbítrio da Prefeitura Municipal de Ponta

Grossa a administração do Parque foi repassada para a PARANÁ TURISMO, sucessora


da FESTUR.

Em 1989 a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa contratou a elaboração do

Plano Diretor Vila Velha, que entre outras ações de encaminhamento da utilização do

potencial turístico natural do município, abordava a administração do PEVV.

O Plano Diretor Vila Velha, foi elaborado com a participação de vários

segmentos da comunidade técnico-científica local e estadual, abordando com

bastante profundidade vários temas do sistema natural, antrópico e dos valores

cênicos, necessários à elaboração de um plano dessa importância.

10
O Plano aprovado em 1990, com considerações efetivadas pelas várias

instituições que atuavam direta ou indiretamente na UC e, entre outras indicações

técnicas, abordava a questão da estrutura administrativa da gestão do Parque, no

tocante a titularidade, da forma que se segue:

...Quanto a titularidade, notam-se ações e responsabilidades subdivididas entre


PARANÁ TURISMO/PM DE PONTA GROSSA, IAP (atuação fiscalizatória) e
IAPAR (experimentos agrícolas e florestais).

Analisando esta realidade, emergem os pontos a seguir elencados:

- fracionamento da responsabilidade administrativa;

- exercício de poderes de forma difusa;

- inexistência de um ente administrativo básico que cuide como um todo

da base territorial do Parque e da gestão de toda e qualquer ação;

- indefinição quanto a regulamentação da atividade econômica, consi-

derando-se que parque é bem de uso comum do povo e o exercício de

ações sobre tal deve decorrer da administração direta do poder público.

Percebe-se inexistirem os instrumentos mínimos para concretizar-se no

Parque uma estrutura administrativa de gestão, fundamentada nos seguintes

pressupostos: base territorial e respectivos usos; princípios que deverão nortear o

uso eventual; ocupação e a titularidade de ações; estabelecimento de regras em

instrumentos normativos vinculantes; sanções à inobservância de tais regras;

exercício de gestão descentralizada e participativa, mas concentrada em um ente

administrativo básico.

Desde a sua criação, diversos documentos e instrumentos de gestão foram

elaborados e desenvolvidos com o objetivo de organizar e disciplinar o uso da UC, mas

esbarraram, principalmente, na falta de integração gerencial do Parque, com diversos

organismos gerenciadores realizando distintas atividades, muitas delas conflitantes

 11
com a categoria de manejo, comprometendo a integridade dos ecossistemas protegidos

pelo parque.

Em 2000, sob responsabilidade do IAP, com a participação de técnicos das

mais diversas áreas, foi idealizado o Plano de Manejo do Parque Estadual de Vila

Velha, publicado em 2001. Talvez esta tenha sido uma das melhores iniciativas com

vistas a resguardar um ecossistema único, de maneira coerente em todos os aspectos.

Com os indicativos do Plano de Manejo foram implementadas ações no

sentido de adequar a infra-estrutura do Parque Estadual de Vila Velha para atender

os objetivos de manejo da UC.

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO

3.4.1 Clima

O Parque Estadual de Vila Velha está localizado a 25o13' Sul de latitude e

50o01' Oeste de longitude, com altitudes variando entre 800 e 1000 metros acima do

nível do mar. A sua posição geográfica e altitude condicionam uma situação

climática distinta, que será apresentada em detalhes a seguir.

No ano de 1954 foi instalada uma estação meteorológica dentro da atual

área do Parque, com instrumentos que possibilitam medidas diárias de temperatura,

precipitação, insolação, velocidade e direção dos ventos, evaporação e umidade

relativa. Esta estação é gerenciada pelo IAPAR, dentro de um programa rigoroso de

manutenção dos equipamentos, treinamento dos observadores e verificação dos

dados de acordo com padrões científicos recomendados internacionalmente. Os

dados e conclusões apresentados neste trabalho são baseados nesta série de dados.

12
3.4.1.1 Classificação climática

De acordo com a classificação climática de Köeppen, a região apresenta

um tipo climático Cfb, cujas características são:

- Temperatura média do mês mais frio inferior a 18 graus

- Temperatura do mês mais quente inferior a 22 graus

- Não existe estação seca definida.

Regime térmico

A temperatura do ar é diretamente influenciada pela latitude e pela altitude.

Quanto mais distante do Equador terrestre, são maiores as diferenças entre as

estações de inverno e verão. Por outro lado, à medida que aumenta a altitude em

relação ao nível do mar, as temperaturas se tornam gradativamente mais amenas. A

localização do Parque Estadual de Vila Velha, aliada a um regime de chuvas

relativamente bem distribuídas, condiciona um clima ameno durante o verão, com

invernos relativamente frios.

No gráfico 3.1 são apresentados os dados de temperatura média mensal,


onde se observa que os meses de janeiro e fevereiro são os mais quentes do ano,

com temperatura média mensal de 21,4oC, média da máximas de 27,2oC e média


das mínimas de 17,2oC. O mês mais frio do ano é julho, apresentando média mensal

de13,8oC, média das máximas de 20,2oC e média das mínimas de 9,1oC. A

temperatura média anual é de 17,4oC. A amplitude térmica média (diferença entre as

temperaturas máxima e mínima) é de 10 a 11oC ao longo do ano.

No gráfico 3.2 são apresentadas as temperaturas mais extremas (máxima

absoluta e mínima absoluta) registradas na área do Parque desde 1954. Os valores

oscilaram entre 36,2oC em janeiro e -6oC em julho, evidenciando as diferenças

marcantes entre as estações do ano.

 13
GRÁFICO 3.1 - TEMPERATURA MÉDIA MENSAL

GRÁFICO 3.2 - TEMPERATURAS EXTREMAS

Regime pluviométrico

A região do Parque de Vila Velha apresenta um total anual médio de

1554 mm de precipitação. A estação chuvosa inicia-se em setembro, mas são

freqüentes as ocorrências de períodos secos de curta duração (veranicos) durante o

mês de novembro e início de dezembro. O mês de janeiro é o mais chuvoso do ano,

14
totalizando uma média de 168 mm, seguido de fevereiro com 162 mm. Embora haja

redução das chuvas durante o inverno, o volume médio é considerado satisfatório

para atender a demanda hídrica das plantas, pois nesta época do ano as perdas por

evaporação e transpiração também são reduzidas. O mês de agosto é o mais seco

do ano, com precipitação média de 78 mm. Esses dados podem ser observados no

gráfico 3.3 apresentado a seguir.

GRÁFICO 3.3 - PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL

200
186
180
161
160 153 151
138 136
140

116 118 119


120
101
m 96
100
m
79
80

60

40

20

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

O número médio de dias com chuva para cada mês do ano é apresentado

no quadro 3.2.

QUADRO 3.2 - NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM CHUVAS POR MÊS POR ANO

MESES DIAS COM CHUVA

Janeiro 15
Fevereiro 14
Março 13
Abril 8
Maio 8
Junho 8
Julho 7
Agosto 7
Setembro 10
Outubro 11
Novembro 10
Dezembro 13

 15
Observa-se que nos meses de julho e agosto o número de dias com chuva

é praticamente a metade dos meses de dezembro a março. O número de dias

aproveitáveis para passeios no parque é maior entre abril e agosto. Nos meses de

janeiro e fevereiro, somente 50% dos dias em média não têm chuva (gráfico 3.4).

GRÁFICO 3.4 - PLUVIOSIDADE MÉDIA MENSAL

Insolação e radiação solar

A insolação é definida como o número de horas de brilho solar direto, sem

a interferência de nuvens. Sua medição é feita com o heliógrafo, instrumento que

possui uma bola de cristal para convergência dos raios solares que, ao

atravessarem o cristal, queimam uma tira de papel, registrando dessa forma o brilho

solar. Conhecendo-se o número de horas de brilho solar e a latitude local pode-se

estimar o total de radiação solar incidente.

A duração do dia em um local é função direta da latitude e da época do

ano. Na tabela a seguir, são apresentados a duração do dia e o número médio de

horas diárias de insolação de janeiro a dezembro na área do Parque (tabela 3.1).

16
TABELA 3.1 - NÚMERO MÉDIO DE HORAS DIÁRIAS DE INSOLAÇÃO DE JANEIRO A
DEZEMBRO

DURAÇÃO DO DIA INSOLAÇÃO DIÁRIA


MESES
(horas) (horas)

Janeiro 13,5 5,7


Fevereiro 12,9 5,8
Março 12,3 5,7
Abril 11,5 5,9
Maio 10,9 5,8
Junho 10,6 5,5
Julho 10,7 6,2
Agosto 11,2 6,2
Setembro 11,9 5,1
Outubro 12,6 5,6
Novembro 13,3 6,4
Dezembro 13,7 5,7

Observa-se que embora ocorram dias longos no verão, o número de horas

de insolação é relativamente pequeno, não ultrapassando 7 horas diárias em média.

Isto ocorre devido à grande nebulosidade que se forma ao longo do dia, resultante

da elevada umidade do ar. O mês de novembro, por ser o mais seco do período

chuvoso, é o que apresenta maior número de horas de insolação. Destacam-se

também os meses de julho e agosto, por serem os mais secos do ano.

A radiação solar global média mensal é apresentada no gráfico 3.5. Os

maiores totais ocorrem nos meses de novembro, dezembro e janeiro, com 533

MJ.m-2.dia-1. A menor incidência ocorre no mês de junho, com 286 MJ.m-2.dia-1.


Observa-se uma grande oscilação no regime anual de radiação solar incidente,

devido ao posicionamento geográfico do Parque. Este comportamento é que

provoca a diferença entre as estações do ano, condicionando uma estação de

inverno mais rigorosa.

 17
GRÁFICO 3.5 - RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL MÉDIA MENSAL

Ocorrência de geadas

O regime de geadas delimita a estação de crescimento das espécies

sensíveis a baixas temperaturas. Quando se encerra o período de geadas, a

vegetação torna-se mais exuberante, indicando o início de mais um ciclo vegetativo.

O número provável de geadas para cada mês do ano pode ser visualizado

no gráfico 3.6. As geadas podem ocorrer na área do Parque desde março até

outubro. As ocorrências em março são raríssimas (apenas 1 em 50 anos). No mês

de outubro o fenômeno também é raro (1 ocorrência a cada 8-10 anos). O período

de maior risco de geadas concentra-se entre maio e agosto. Nos meses de maio e

agosto espera-se até 2 geadas por ano e nos meses de junho e julho espera-se de 3

a 4 geadas por ano. As geadas mais intensas ocorrem entre final de maio e agosto.

18
GRÁFICO 3.6 - NÚMERO MÉDIO DE GEADAS POR ANO

Velocidade e direção predominante dos ventos

A tabela 3.2 mostra a velocidade média do vento a 10 metros de altura e os

picos máximos para cada mês do ano.

TABELA 3.2 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO E OS PICOS MÁXIMOS PARA CADA MÊS
DO ANO

Velocidade Média Pico máximo


MES
(m/s) (m/s)

Janeiro 3,3 31,5


Fevereiro 3,0 31,1
Março 2,9 22,8
Abril 3,2 23,9
Maio 3,1 20,9
Junho 3,2 26,3
Julho 3,6 21,3
Agosto 3,7 25,7
Setembro 4,0 23,8
Outubro 3,9 25,0
Novembro 3,9 28,0
Dezembro 3,6 25,0

Observa-se que a velocidade média do vento é relativamente alta durante

todo o ano, mantendo-se entre 3 e 4 m/s. Os picos de vento podem atingir valores

extremos, durante eventos de entrada de frentes frias ou precipitações de origem

 19
convectiva. O vento é um importante componente no processo de erosão, que sem

dúvida contribuiu para moldar as formações nas rochas de Vila Velha, ao longo de

milhares de anos.

Na figura 3.4 observam-se as direções predominantes dos ventos durante

o ano. A direção NE se destaca das demais, com 34% dos ventos. A seguir, vêm as

direções E com 17%, NW com 15% e SE com 11%.

FIGURA 3.4 - DIREÇÃO PREDOMINANTE E VELOCIDADE DOS VENTOS

3.4.2 Hidrografia e Hidrologia

A rede de drenagem natural do Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) é

formada pelos rios Barrozinho e Quebra Perna que formam na sua confluência o Rio

Guabiroba, destacando-se também os arroios Capão Grande, Córrego da Roça,

Lagoa Dourada e Lagoa Tarumã.

A configuração das correntes formadoras do sistema de drenagem é

determinada pelas características geológicas e geomorfológicas da região, de

acordo com seu processo de ocorrência (cartograma 3.1).

20
CARTOGRAMA 3.1 - BACIA DO RIO GUABIROBA

Observa-se na Bacia do Rio Quebra Perna, na região das nascentes, a

ocorrência de várias depressões provocadas pela evolução dos processos erosivos

internos conhecidos por "pipping", formando várias furnas na região do Passo do

Pupo, onde se encontram as Furnas Gêmeas, Buraco do Padre, galerias e

anfiteatros naturais, e que se constitui em atração turística adicional externa ao

Parque Estadual de Vila Velha.

Em seu curso inferior o Rio Quebra Perna atravessa o PEVV, drenando a


maior parte do parque e desaguando no Rio Guabiroba após cruzar a rodovia BR-376,

onde ocorre a confluência com o Rio Barrozinho.

O Rio Barrozinho tem suas nascentes próximas à BR-376, onde apresenta

traçado mais retilíneo, e grandes declividades (figuras 3.5 e 3.6).

 21
FIGURA 3.5 - NASCENTES DO RIO BARROZINHO JUNTO À RODOVIA BR-376

FIGURA 3.6 - QUEDA D'ÁGUA PRÓXIMA A NASCENTE DO RIO BARROZINHO

22
Segue em seu curso margeando a BR-376, apresentando curso mais

sinuoso, formando uma região de várzea mais ampla, constituindo-se em importante

região de sedimentação, recarga e armazenamento de água para manutenção de

escoamento nas épocas de estiagem (figuras 3.7 e 3.8).

Na região do PEVV encontra-se uma barragem construída a cerca de 30 anos.


Observa-se que essa barragem encontra-se em estado precário (figuras 3.9 e 3.10).

A água flui através de uma estrutura de controle de nível do tipo "Monge"

em condições precárias de manutenção e operação.

Os vertedores de lâmina livre, perfazendo um total de quatro unidades,

encontram-se inoperantes (figura 3.11). Uns apresentam bom estado, exceto suas

partes de jusante, que já receberam alguns reparos improvisados com a utilização

de sacarias preenchidas com agregados (figura 3.12).

De acordo com levantamento topográfico realizado pela Prefeitura

Municipal de Ponta Grossa, em 1996, a cota topográfica da crista da barragem

coincide com a cota topográfica do acostamento da plataforma rodoviária junto à

extremidade do lago.

A existência do lago no local citado pode apresentar efeito favorável no

controle de enchentes, no entanto, seriam necessárias várias adequações, como por

exemplo: implantação de estruturas de dissipação de energia a jusante dos

vertedores, readequação das soleiras dos vertedores de lâmina livre de modo a

atender disposições normativas relativas ao rebaixamento de nível d'água para

garantir a estabilidade da plataforma rodoviária da BR-376; borda livre mínima de

1,0 metro acima do nível máximo de enchente; reconstrução da faixa de proteção da

face de montante da barragem; estudos geotécnicos do maciço visando sua analise

estrutural; adequação paisagística no local entre outras medidas.

 23
FIGURA 3.7 - SINUOSIDADES DO RIO BARROZINHO

FIGURA 3.8 - REGIÃO DE VÁRZEA FORMADA PELO RIO BARROZINHO JUNTO À BR-376

24
FIGURA 3.9 - VISTA LATERAL DA FACE DE MONTANTE DA BARRAGEM

FIGURA 3.10 - VISTA DA FACE DE MONTANTE DA BARRAGEM

 25
FIGURA 3.11 - VISTA DE MONTANTE DE UM DOS VERTEDORES DE LÂMINA LIVRE

FIGURA 3.12 - VISTA DE JUSANTE DO VERTEDOR TIPO "MONGE"

26
3.4.2.1 Resumo das características físicas da bacia

Os Rios Quebra Perna e Barrozinho se unem formando o Rio Guabiroba.


Toda a área inclusa nos divisores de água das bacias desses rios forma uma só
bacia, a Bacia do Rio Guabiroba.

Rio Quebra Perna

Área da Subbacia: 100,50 km2


Área da Subbacia: 100,50 km2
Perímetro da Subbacia: 56,41 km
Extensão do Curso Mais Longo: 21 km
Fator de Forma: 0,228
Coeficiente de Compacidade: 1,575
Ordem da Bacia: 4a ordem
Extensão Total de Cursos de Água: 158,40 km
Densidade de Drenagem: 1,576 km/km2
Extensão Média do Escoamento superficial: 0,159 km
Sinuosidade do Curso Principal: 1,312
Altitude Máxima: 1090m
Altitude Mínima: 800m

 27
Rio Barrozinho

Área da Subbacia: 77,60 km2


Perímetro da subbacia: 45,52 km
Extensão do Curso Mais Longo: 20 km
Fator de Forma: 0,194
Coeficiente de Compacidade: 1,447
a
Ordem da Bacia: 5. ordem
Extensão Total de Cursos de Água: 147,10 km
Densidade de Drenagem: 1,895 km/km2
Extensão Média do Escoamento Superficial: 0,132 km
Sinuosidade do Curso Principal: 1,290
Altitude Máxima: 1080m
Altitude Mínima: 800m

28
Rio Guabiroba (a partir da foz dos Rios Quebra Perna e Barrozinho)

Área da Subbacia: 17,99 km2


Perímetro da Subbacia: 20,39 km
Extensão do Curso Mais Longo: 6 km
Fator de Forma: 0,499
Coeficiente de Compacidade: 1,346
Extensão Total de Cursos de Água: 22,60 km
Densidade de Drenagem: 1,256 km/km2
Extensão Média do Escoamento Superficial: 0,199 km
Sinuosidade do Curso Principal: 1,200
Altitude Máxima: 800m
Altitude Mínima: 780m

 29
Bacia total do Rio Guabiroba

Área da Bacia: 196,10 km2


Perímetro da Bacia: 60,42 km
Extensão do Curso Mais Longo: 27 km
Fator de Forma: 0,269
Coeficiente de Compacidade: 1,208
a
Ordem da Bacia: 5. ordem
Extensão Total de Cursos de Água: 328,1 km
Densidade de Drenagem: 1,673 km/km2
Extensão Média do Escoamento Superficial: 0,149 km
Sinuosidade do Curso Principal: 1,287
Altitude Máxima: 1090m
Altitude

30
Perfis longitudinais

QUADRO 3.3 - PERFIS LONGITUDINAIS

DISTÂNCIA
PERFIL COTAS DIST. ACUMULADA
(km)

Perfil longitudinal do Rio Quebra Perna


Bacia: Rio Quebra Perna -PR 800 3,40 3,00
2
Área de drenagem: 100,50 km 820 1,20 4,60
Altitude máxima: 1090m 840 2,20 6,80
Altitude mínima: 800m 860 6,50 13,30
880 1,00 14,30
900 0,25 14,55
920 0,05 14,60
940 0,75 15,35
960 1,70 17,05
980 0,15 17,20
1000 0,60 17,80
1020 1,10 18,90
1040 0,70 19,60
1060 0,60 20,20
1080 0,5 20,70
1090 0,30 21,00
21,00

Perfil longitudinal do Rio Barrozinho


Bacia: Rio Barrozinho/Guabiroba -PR 800 6,50 6,50
2
Área de drenagem: 95,60 km 820 4,30 10,80
Altitude máxima: 1080m 840 0,70 11,50
Altitude mínima: 800m 860 1,30 12,80
880 0,55 13,35
900 0,65 14,00
920 1,10 15,10
940 0,50 15,60
960 0,75 16,35
980 0,60 16,95
1000 1,05 18,00
1020 1,20 19,20
1040 0,40 19,60
1060 0,30 19,90
1080 0,10 20,00
20,00

Perfil longitudinal do Rio Guabiroba


Bacia: Rio Guabiroba -PR 780 2,30 2,30
2
Área de drenagem: 17,99 km 800 3,70 6,00
Altitude máxima: 800m 6,00
Altitude mínima: 780m

ENCARTE 3 31
1120

1100

1080

1060

1040

1020

1000

980

960
Elavações (m)

940

920

900

880

860

840

820

800

780

760
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Distâncias (km)

GUABIROBA BARROZINHO QUEBRA PERNA

FIGURA 3.13 - PERFIS LONGITUDINAIS DOS RIOS GUABIROBA, QUEBRA PERNA E BARROZINHO

32
Características do escoamento fluvial

A partir da análise das características físicas das Sub-bacias do Rio

Quebra Perna, Rio Barrozinho e Rio Guabiroba (a partir da união Quebra

Perna/Barrozinho) é possível realizar estudos a respeito da Bacia do Rio Guabiroba.

As características do escoamento fluvial da Bacia do Rio Guabiroba são

referentes às sub-bacias de maneira separada e também funcionando como uma só

bacia e foram obtidas a partir de dados calculados e/ou medidos diretamente em

mapas hidrográficos georeferenciados e digitalizados.

A área da bacia considerada é a área compreendida entre os divisores

topográficos da drenagem do Rio Guabiroba e totaliza aproximadamente 196,10 km2

com perímetro de 60,42 km.

A bacia é de 5.a ordem. O curso mais longo tem aproximadamente 27 km

desde a sua foz no Rio Tibagi até a nascente do Rio Quebra Perna. A extensão total

dos cursos d´água é de aproximadamente 328,10 km.

A sinuosidade é relativamente pequena, o curso principal tem um índice

1.460. A densidade de drenagem é de 1,673 km/km2. Pode-se classificar a bacia

como eficiente ou bem drenada.


A bacia como um todo tem um coeficiente de compacidade 1,208 que

caracteriza uma forma quase circular e sugere uma certa simetria em sua seção

exutória. Mas ao analisar-se as sub-bacias separadamente nota-se que elas são

particularmente estreitas. Pode-se concluir, portanto, que o escoamento é bem

distribuído em relação ao percurso e a sensibilidade a enchentes é moderada.

O fator de forma da bacia em questão tem um índice de 0,269, que é baixo

e, portanto, indicativo de pequena tendência a enchentes comprovando o resultado

do coeficiente de compacidade.

ENCARTE 3 33
Deflúvio superficial

Dentro dos limites do PEVV encontra-se uma estação meteorológica


operada pelo IAPAR, que fornece os dados apresentados nesse estudo.
Para desenvolvimento de estudos das obras de drenagem recomenda-se a
relação intensidade-duração-freqüência obtida por Fendrich (1998) para Ponta Grossa:

1902,39 ∗ Tr 0,152
i=
( t + 21)0,893

Onde:
Tr = período de retorno (anos)
t = duração da chuva de projeto(min)
i = intensidade de precipitação(mm/h)

Para os estudos de regularização de vazões, na eventualidade de se optar


pela permanência da barragem, recomenda-se a aplicação de Modelo Hidrológico
Sintético, baseado nas características físicas da bacia contribuinte e levantamentos
de campo na área de alagamento do reservatório nos dados de precipitação
fornecidos pelo IAPAR, apresentados no relatório de caracterização climática do
Parque Estadual de Vila Velha.

Considerações finais

Os estudos hidrológicos relativos à bacias hidrográficas que banham o


Parque Estadual de Vila Velha foram realizados somente em nível preliminar, com
finalidade de obter informações que permitissem caracterizar essas bacias.
Conforme pode ser observado, a região ocupada pelo parque (PEVV)
abrange parte das áreas de contribuição, que totalizam 196,10 km2.
O meio físico representado pelas superfícies de drenagem transcende os
limites do parque até atingir os divisores de águas, constituindo-se em importante
região de amortecimento, tendo em vista as calhas formadas pelo sistema de
drenagem natural ali existente.

34
A montante do parque encontram-se significativas parcelas das áreas de

contribuição dos Rios Quebra Perna e Barrozinho, que podem influenciar em muito a

qualidade das águas que banham o parque.

A jusante do parque encontra-se o Rio Tibagi que recebe as águas do Rio

Guabiroba e de seus tributários: Arroio Capão Grande, Córrego da Roça, Lagoa

Dourada e Lagoa Tarumã.

Outra questão relevante a ser considerada é a barragem existente nos

limites do parque, leito do Rio Barrozinho. Para se decidir pela sua permanência são

necessárias algumas ponderações de ordem física, econômica e ambiental.

Quanto as questões de ordem física deve-se considerar que, em principio,

a permanência da barragem pode beneficiar o amortecimento dos efeitos de

enchentes, bem como, servir de barreira física de proteção quanto a propagação de

incêndios. Além disso, se o local for revitalizado, poderá contribuir para incrementar

sua beleza cênica.

Quanto aos aspectos econômicos, será necessária avaliar os custos das

obras de recuperação da estrutura da barragem existente, readequação dos vertedores,

construção de estruturas de dissipação e análise das necessidades do meio biótico. A

partir dessa avaliações, inferir sobre a viabilidade de permanência da barragem.

Do ponto de vista ambiental, será necessário analisar os cenários de

ocupação da região sem a barragem e com a barragem, o que não se constituirá em

tarefa fácil, uma vez que já decorreram cerca de 30 (trinta) anos desde a

implantação das alterações no meio físico e biótico naquele local.

3.4.3 Geologia

Este trabalho, que aborda aspectos geológicos, geomorfológicos e


paleontológicos, sua elaboração compreendeu análise de documentação
preexistente (bibliografia, mapas, relatórios técnicos, etc.), fotointerpretação (fotos

ENCARTE 3 35
aéreas em escalas 1:70.000 de 1962, 1:25.000 de 1980 e 1:2.000 de 2001) e
levantamentos de campo, estes realizados entre os meses de abril e julho de 2002.
Foi dada certa ênfase aos aspectos paleontológicos, que embora não
constituam atrativo principal do PEVV, têm trazido muitos pesquisadores e excursões
científicas às áreas vizinhas, podendo portanto ser integrados às atrações do parque.
Para alguns termos técnicos foi elaborado um glossário que encontra-se no
Anexo 3.

3.4.3.1 Geologia regional

O Parque Estadual de Vila Velha situa-se na borda centro-leste da Bacia


do Paraná (figuras 3.14 e 3.16) na zona de maior inflexão do Arco de Ponta Grossa,
cuja elevação causou intenso fraturamento NW-SE que permitiu o acesso do magma
básico à superfície durante o Mesozóico, originando um grande enxame de diques.
Foi responsável ainda pela forte reentrância da porção paranaense da bacia.
A Bacia do Paraná constitui uma extensa depressão intracratônica
localizada no centro-leste da América do Sul que abriga rochas sedimentares e
vulcânicas posicionadas entre o Neo-Ordoviciano e o Neo-Cretáceo. Seu formato é
alongado na direção NNE-SSW, com largura média de 900 km e comprimento de
1.750 km, abrangendo uma área aproximada de 1.400.000km2, dos quais cerca de
1.100.000 km2 no Brasil, 100.000 km2 no Paraguai, 100.000km2 na Argentina e
100.000km2 no Uruguai. A espessura máxima do empilhamento atinge cerca de
8000 metros, sendo 6.300 metros de rochas sedimentares e 1.700 metros de rochas
vulcânicas, essencialmente basálticas (ZALÁN et al.,1990).
De acordo com Milani, 1997 (apud MILANI & RAMOS, 1998), a Bacia do
Paraná é dividida em seis superseqüências (figura 3.15): Rio Ivaí (Ordoviciano-
Siluriano), Paraná (Devoniano), Gondwana I (Carbonífero-Eotriássico), Gondwana II
(Meso a Neotriássico), Gondwana III (Neojurássico-Eocretáceo) e Bauru (Neocretáceo).
As três superseqüências basais, correspondentes a ciclos transgressivos-regressivos

36
paleozóicos, compõem o cenário geológico da área estudada. As demais correspondem
a pacotes sedimentares continentais, com rochas ígneas associadas.

FIGURA 3.14 - ARCABOUÇO ESTRUTURAL DA BACIA DO PARANÁ

ENCARTE 3 37
FIGURA 3.15 - COLUNA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO PARANÁ (MILANI et al., 1998)

38
FIGURA 3.16 - MAPA GEOLÓGICO REGIONAL (modificado de MINEROPAR, 1989)

ENCARTE 3 39
3.4.3.2 Estratigrafia da Bacia do Paraná nas proximidades do PEVV

Situando-se no flanco leste da Bacia do Paraná, na área de influência do

Arco de Ponta Grossa, as unidades que ocorrem dentro do perímetro do PEVV e

proximidades são a Formação Iapó (só aparece fora do PEVV), formações Furnas e

Ponta Grossa e Grupo Itararé, estes últimos todos ocorrendo dentro dos limites do

PEVV (figuras 3.14 e 3.16).

Formação Iapó

A implantação da Bacia do Paraná inicia-se com o empilhamento

sedimentar da superseqüência Rio Ivaí - Grupo Rio Ivaí (ASSINE et al., 1994),

constituída pelas formações Alto Garças, Iapó e Vila Maria. Na região da área

estudada a unidade basal é a Formação Iapó (MAACK, 1947), sotoposta à Formação

Furnas e assentada sobre rochas cambro-ordovicianas do Grupo Castro ou do

embasamento proterozóico, sempre através de discordâncias.

A Formação Iapó, de ocorrência descontínua e com pequena espessura

(geralmente inferior a 20 metros), é constituída de diamictitos com clastos

polimíticos, em geral facetados e estriados, imersos em matriz síltico-arenosa,

interpretados como depósitos subglaciais (ASSINE et al., 1998a).

Formação Furnas

A Formação Furnas constitui a unidade basal da superseqüência Paraná,

representada pelo grupo homônimo, que compreende ainda a Formação Ponta

Grossa. Assenta discordantemente sobre rochas do embasamento cristalino ou da

Formação Iapó, enquanto a passagem para as unidades sotopostas é gradacional,

quando recoberta pela Formação Ponta Grossa, e discordante quando rochas do

Grupo Itararé recobrem diretamente o Arenito Furnas.

Nesta porção da bacia a Formação Furnas aflora desde o Sul do Estado do

Paraná até as proximidades de Itapeva-SP. É constituída dominantemente de

40
arenitos de coloração esbranquiçada, arroxeada ou amarelada, de granulação média

a grossa, com grãos angulares a sub-angulares, regularmente selecionado e

quartzosos, com matriz caulínica. Na parte inferior da formação predominam arenitos

grossos, imaturos, com ocorrências descontínuas de arenitos conglomeráticos e

conglomerados quartzosos. Em direção ao topo, predominam arenitos mais finos,

com níveis de siltitos argilosos micáceos.

Apesar da Formação Furnas não apresentar membros, Borgui (1996)

sugere a possibilidade de dividi-la em três intervalos informais com características

faciológicas marcantes:

- Intervalo basal, constituído de arenito com intercalações de


conglomerados que não ocorrem nas seções mais superiores.

- Intervalo médio, correspondente ao Arenito Furnas s.s., onde ocorrem


muitos icnofósseis cilíndricos horizontais, geralmente atribuídos ao

ignogênero Palaeophycus (HALL, 1847).

- Intervalo de topo, com ocorrência de expressivas camadas de


folhelhos brancos, algumas vezes contendo restos de plantas fósseis

(psilófitas), camadas de arenitos com laminações cruzadas por onda

com icnofósseis tubulares e cônicos verticais (Skolithos).

Estratificações cruzadas de vários tipos são feições comuns nesta formação.

O ambiente deposicional da Formação Furnas tem suscitado muitas

divergências. Bigarella et al. (1966) e Lange & Petri (1967) consideram origem

marinha para a formação. Northfleet et al. (1969) e Schneider et al. (1974) admitem

origem fluvial. Assine et al. (1994) propõem que a Formação Furnas foi depositada

em sistemas de deltas construídos por rios entrelaçados. Borgui (1996) considera

a formação como resultado do retrabalhamento marinho de paleocorrentes

flúvio-costeiras.

ENCARTE 3 41
A idade da Formação Furnas é considerada como estendendo-se do Neo-

Siluriano (Pridoliano) ao Eo-Devoniano (Lockoviano/Praguiano), segundo Assine

(1996) e Bergamaschi (1999).

Formação Ponta Grossa

A Formação Ponta Grossa, unidade superior do Grupo Paraná, dispõe-se

sobre rochas da Formação Furnas com as quais mantém contato gradacional, e é

sobreposta por rochas do Grupo Itararé através de contatos discordantes.

É uma unidade que exibe uma grande homogeneidade textural, com

predominância de termos pelíticos representados por folhelhos, folhelhos sílticos e

siltitos, de coloração cinza escuro a preta, fossilíferos e micáceos. Subordinadamente

ocorrem arenitos finos a muito finos, micáceos, de coloração cinza claro.

Lange & Petri (1967) subdividiram a Formação Ponta Grossa, da base para

o topo, em três membros: Jaguariaíva, Tibagi e São Domingos.

Com seção-tipo exposta entre os km 2,2 a 6,6 da estrada de ferro

Jaguariaíva-Arapoti, e espessura de cerca de 100 metros (entre as cotas 860 e

960m), o Membro Jaguariaíva consiste de folhelhos cinza com intercalações de

camadas de siltitos e arenitos.

O conteúdo fossilífero, constituído de bivalves, gastrópodes, trilobitas,

braquiópodes, dentre outros, indicam ambiente de sedimentação marinho

relativamente raso (LANGE & PETRI, 1967), cuja idade, determinada com base em

quitinozoários, corresponde ao intervalo Praguiano a Frasniano (ASSINE, 1996;

BERGAMASCHI, 1999; GRAHN, 1997). A sedimentação ocorreu sob condições de

baixas energia e taxa de sedimentação, intensa colonização bentônica do fundo,

resultando em estratos intensamente bioturbados e muito fossilíferos, caracterizando

os horizontes paleontologicamente mais ricos da Formação Ponta Grossa (ASSINE &

PETRI, 1996).

42
Os litotipos que constituem o Membro Jaguariaíva apresentam características
sedimentológicas e estratigráficas que materializam um ciclo transgressivo-regressivo
completo de oscilação, representando o afogamento dos sistemas deltaicos da
Formação Furnas.
O contato basal com a Formação Furnas é gradacional, evidenciado pelo
incremento na argilosidade da porção superior desta formação que, através de
empilhamento transgressivo, culmina com os folhelhos marinhos emsianos do
Membro Jaguariaíva (ASSINE & PETRI, 1996).
O Membro Tibagi, definido inicialmente por Oliveira (1912, apud GRAHN,
1992) como Arenito Tibagi, tem como seção tipo as camadas de arenitos sílticos
micáceos expostas ao longo do Córrego São Domingos, a cerca de 6,5 km a Oeste
da cidade de Tibagi.
Consiste de camadas de arenitos grossos a finos, argilosos e micáceos na
porção basal, com intercalações de siltitos, às quais são recobertas por folhelhos
micáceos duros. Esta ciclicidade se repete diversas vezes, indicando avanço e recuo
da linha de costa, provocada por oscilações do nível do mar (LANGE & PETRI, 1967).
A espessura nas áreas aflorantes varia de 20 a 35 metros.
O rico conteúdo fossilífero deste membro inclui braquiópodes articulados,
cricoconarídeos, bivalves e trilobitas, nas fácies síltico-argilosas, enquanto nos
arenitos predominam braquiópodes esperiferídeos do gênero Austrapospirifer
(BOSETTI, 1989).
O padrão de granocrescência textural ascendente, verificado tanto nas
seqüências de fácies como na seqüência como um todo, reflete-se em aumento na
percentagem da fração areia em direção ao topo, caracterizando um empilhamento
regressivo progradacional (ASSINE & PETRI, 1996).
Em posições mais distais, como na faixa de afloramentos no Estado do
Paraná, os arenitos deste membro constituem fácies de plataforma, onde barras
arenosas de costa-a-fora construídas por tempestades ocorrem intercaladas em
folhelhos plataformais.

ENCARTE 3 43
Datações palinológicas realizadas por Daemon et al. (1967) e Lange & Petri

(1967) indicam que a sedimentação do Membro Tibagi ocorreu durante o Eifeliano.

O Membro São Domingos tem como seção tipo a mesma localidade do

Membro Tibagi, onde acha-se exposta uma seção com cerca de 90 metros de

espessura de folhelho.

A litologia consiste em camadas alternadas de folhelho e siltito com

conteúdo crescente de folhelho argiloso em direção ao topo, contendo arenitos

conglomeráticos na porção basal.

Datações baseadas em quitinozoários (LANGE, 1967) e esporomorfos

(DAEMON et al., 1967), indicam idade Eifeliano-Frasniano para o Membro São

Domingos.

O conteúdo fossilífero, constituído principalmente de braquiópodes,

trilobitas, cricoconarídeos e bivalves, indica ambiente marinho de deposição. De

acordo com Melo (1988, apud GRAHN, 1992), muitos elementos da fauna

Malvinocáfrica desapareceram nas camadas mais inferiores (Eifeliano Superior),

sendo poucos os que sobreviveram até o Givetiano Inferior. O mesmo autor estima

em 350 metros a espessura máxima do Membro São Domingos.

Os folhelhos do Givetiano indicam uma expansão do sítio deposicional,


registrando o pico máximo de transgressão no Devoniano da Bacia do Paraná, o que

acarretou mudanças ecológicas dráticas, responsável pelo desaparecimento da

fauna Malvinocáfrica na passagem Eifeliano-Givetiano (ASSINE & PETRI, 1996).

Grupo Itararé

O Grupo Itararé, unidade basal do Supergrupo Tubarão, de idade permo-

carbonífera, corresponde a uma complexa associação de litotipos (e.g. tilitos,

diamictitos, varvitos, arenitos e folhelhos), depositada sob condições flúvio-glaciais,

glácio-marinhas e marinhas, em conseqüência do degelo das geleiras desenvolvidas

sobre extensa área da margem meridional do Gondwana (MILANI et al., 1994).

44
O termo Itararé foi aplicado pela primeira vez, e na categoria de Série, aos
sedimentos com influência glacial ocorrentes na bacia do Rio Itararé, em São Paulo, por
Oliveira (1916, apud SCHNEIDER et al., 1974). Estes últimos autores proporcionaram
uma subdivisão litoestratigráfica do Grupo Itararé em três formações (Campo do
Tenente, Mafra e Rio do Sul), aplicável aos estados de Santa Catarina e Paraná. No
entanto, França & Potter (1988), propuseram uma nova subdivisão do Grupo Itararé em
três novas formações denominadas de Lagoa Azul, Campo Mourão e Taciba, extensível
a toda Bacia do Paraná. Estes autores mantiveram a denominação de Formação
Aquidauana para os sedimentos terrígenos avermelhados ocorrentes na porção norte-
noroeste da bacia.
A Formação Lagoa Azul, composta por arenitos, folhelhos e diamictitos,
constitui a unidade basal e não-aflorante do Grupo Itararé, ocorrente na região
centro-sul do Estado de São Paulo, norte do Estado de Paraná e sudeste do Estado
de Mato Grosso do Sul (FRANÇA & POTTER, 1988).
Repousando sobre os litotipos da Formação Lagoa Azul ou, na ausência
desta, sobre unidades mais antigas, ocorre a Formação Campo Mourão, constituída
dominantemente por arenitos com folhelhos, siltitos, diamictitos e lamitos seixosos
subordinados (FRANÇA & POTTER, 1988). De acordo com Milani et al. (1994), a
Formação Campo Mourão equivale às formações Campo do Tenente e Mafra de
Schneider et al. (1974). As rochas do Grupo Itararé ocorrentes no Parque Estadual
de Vila Velha, dentre as quais o Arenito Vila Velha (MAACK, 1946), pertencem à
esta formação.
O Arenito Vila Velha contendo as esculturas naturais ocorre sob a forma de
morros testemunhos ou platôs, isolados das áreas principais de afloramentos do
Grupo Itararé, que são sustentados por arenitos conglomeráticos, diamictitos,
ritmitos, argilitos e folhelhos da parte basal do Itararé (MELO & COIMBRA, 1996).
França et al. (1996, apud MELO et al., 1999) interpretaram o Arenito Vila
Velha como lobos subaquosos, formados por fluxos gravitacionais densos
provenientes da base de geleiras. Evidências de influência de correntes

ENCARTE 3 45
hidrodinâmicas indicariam ambiente raso, com alternância de fluxos gravitacionais e
processos hidrodinâmicos. O Arenito Lapa com morfologia linear na direção SE-NW,
ocorrente ao sul de Vila Velha, seria o resultado do preenchimento do canal
subaquoso alimentador dos lobos do Arenito Vila Velha.
Com até 50 metros de espessura, o Arenito Vila Velha está assentado
concordantemente sobre rochas da Formação Lagoa Azul, base do Grupo Itararé.
Este é constituído essencialmente por arenitos avermelhados, de granulação fina a
grossa e com níveis seixosos na parte basal, com conteúdo mineralógico que inclui
quartzo, feldspatos (em parte caulinizados), moscovita, clorita e granada (MAACK,
1946). Este autor já destacava a presença de uma película superficial protetora, de
composição ferruginosa e manganesífera, que teria participação na elaboração das
esculturas naturais de Vila Velha, determinando o aparecimento de cabeças
sobressalentes sobre a parte inferior erodida em forma côncava (MELO et al., 1999).
Estudos paleontológicos demonstram que as fácies de folhelhos e
diamictitos incluídos no Arenito Lapa indicam idade Westphaliana (Carbonífero
Superior) (DAEMON & MARQUES-TOIGO, 1991).

Intrusivas básicas a intermediárias (Formação Serra Geral)

Secionando as litologias regionais ocorrem rochas intrusivas básicas a


intermediárias mesozóicas relacionadas ao Magmatismo Serra Geral, representadas
principalmente por diques e soleiras de diabásio. Em geral apresentam coloração cinza
escura a preta, devido à abundância de minerais ferromagnesianos, e granulação
milimétrica a submilimétrica. A mineralogia é constituída, essencialmente, por
plagioclásio (labradorita) e piroxênio (augita), e secundariamente por magnetita, apatita,
quartzo, feldspatos potássicos e hornblenda, além de clorita como produto de alteração.
As espessuras destes diques e soleiras variam de submétrica a dezenas
de metros. A origem dos mesmos está ligada ao Arco de Ponta Grossa, o qual
provocou fissuras nas rochas por onde ascendeu o magma básico, relacionado ao
Magmatismo Serra Geral (Grupo São Bento), testemunhando intensa atividade

46
ígnea vulcânica durante a fragmentação do antigo continente Gondwana, no
Mesozóico. A solidificação do magma básico dentro dessas fissuras originou os
diques, cuja direção preferencial é N40o-60oW.

Estruturas tectônicas

Os elementos estruturais reconhecidos na Bacia do Paraná, de acordo com


Zalán et al. (1990), são representados por um grande número de zonas de fraqueza
como falhas e fraturas, concentradas segundo três direções principais:
- NE-SW (N50-70E), paralelas às estruturas do embasamento proterozóico;

- NW-SE (N45-60W), relacionadas com a ruptura do Gondwana e, no

caso, o Arco de Ponta Grossa;


- E-W, paralelas a zonas de fraturas oceânicas.

Estes três sistemas de estruturas ocorrem na área estudada,


principalmente na forma falhas e de fraturas com deslocamento desprezível ou
inexistente. Falhas e fraturas do sistema NW-SE encontram-se muitas vezes
penetradas por intrusões básicas relacionadas ao Magmatismo Serra Geral,
originando o grande enxame de diques da região.
Outros dois sistemas de fraturas tectônicas ocorrem nos arenitos (MELO &
COIMBRA, 1996):

- subverticais com distribuição concêntrica, paralelamente às bordas do


platô arenítico;
- suborizontais parcialmente controladas pela estratificação e originadas
por alívio de carga.

3.4.4 Paleontologia

A Formação Ponta Grossa, riquíssima em fósseis que constituem registro


ímpar do Período Devoniano no mundo, tem suas melhores exposições na região
dos Campos Gerais do Paraná. Por este motivo, tem sido objeto de muitos estudos
científicos e excursões de alunos de terceiro grau das áreas de Geologia,
ENCARTE 3 47
Paleontologia, Biologia, Geografia e outras, que afluem à região em busca dos
afloramentos onde possam coletar dados para seus estudos. Isto a torna um atrativo
singular, principalmente para o denominado "turismo científico".
Folhelhos fossilíferos da Formação Ponta Grossa ocorrem dentro do

perímetro do Parque Estadual de Vila Velha (locais GEO-41 e GEO-46), mas ali ela

ainda é pouco estudada, o que deve ser realizado à luz das limitações impostas pelo

manejo do parque. Foi registrada a ocorrência de fósseis de braquiópodes articulados

nos estratos aflorantes nesta área, pertencentes provavelmente aos gêneros

Australocoelia (figura 3.18-B), Australospirifer (figura 3.24-C) e Derbyina (figura 3.24-D).


Sua posição taxonômica ainda é duvidosa, pela falta de estudos de detalhe no local. A

Formação Ponta Grossa na região de Vila Velha sofre processo de "acunhamento",

desaparecendo por completo dentro dos limites do parque (figura 3.17).

Dada a importância da Formação Ponta Grossa e seu conteúdo fossilífero

como atrativo regional, são apresentados a seguir histórico sobre seu estudo, bem

como dados e interpretações referentes à Seção Rivadávia, situada pouco ao sul do

PEVV (figura 3.16), a qual exemplifica o tipo de investigação que esta unidade permite.

FIGURA 3.17 - PERFIL GEOLÓGICO DA REGIÃO DE VILA VELHA (adaptado de ASSINE, 1996)

48
FIGURA 3.18 - EXEMPLOS DE FÓSSEIS DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA. A: tentaculites, SEÇÃO
RIVADÁVIA; B: Australocoelia tourtelotti, LOCAL GEO-46

ENCARTE 3 49
3.4.4.1 Histórico das pesquisas sobre o Devoniano dos Campos Gerais

No ano de 1875 é organizada a Primeira Comissão Geológica do Império

do Brasil, cujo planejamento preliminar enfocou o estudo da Geologia, Paleontologia

e das minas do Império. A direção da comissão foi entregue ao geólogo canadense

Charles Friederich Hartt.

No ano seguinte, 1876, Luthero Wagoner encontra alguns fragmentos

fósseis no Município de Ponta Grossa, que são identificados posteriormente por

Orville A. Derby e Richard Rathbun como sendo de provável idade devoniana.

Outra excursão é realizada no Estado do Paraná no ano de 1877. Desta

vez o próprio Orville Derby visita as localidades fossilíferas do Município de Ponta

Grossa, descobertas no ano anterior. No ano de 1878, Orville A. Derby publicou o

trabalho que é considerado como o primeiro a tratar com alguma extensão da

geologia do Devoniano do Estado do Paraná. Bergamaschi (1999) refere-se ao

mesmo como "A primeira notícia de caráter científico sobre a existência de rochas

devonianas no sul do Brasil ".

Oriville A. Derby envia vários fósseis ao paleontólogo norte-americano,

John M. Clarke. Clarke (1890) descreve o trilobita Dalmanites gonzaganus, que,

embora tenha sido revisado mais tarde pelo próprio autor, foi o primeiro fóssil

especificamente identificado para o Estado do Paraná (in: LANGE, 1954). Kayser

(1900), estuda alguns fósseis coletados no Município de Tibagi, no mesmo estado.

Clarke (1913) publica a monografia que se tornaria o "carro-chefe" das

descrições paleontológicas do Devoniano da Bacia do Paraná. Este trabalho

pioneiro não só refere a posição sistemática dos fósseis devonianos, bem como

apresenta ainda considerações sobre Paleobiogeografia, Paleogeografia e

Paleoecologia daquele momento geológico brasileiro até então desconhecido. Após

esta época de grande produção científica, os trabalhos sobre os fósseis devonianos

50
do Paraná começam a rarear na bibliografia. Muitos autores abordam a geologia do

estado, e quando fazem referência aos fósseis, utilizam as espécies previamente

descritas por Clarke (1913).

Clarke (1921) faz um reestudo relativo aos organismos responsáveis pelas

perfurações observadas em conchas paleozóicas e revisa sua monografia sobre o

Devoniano paranaense.

A formalização das unidades devonianas acontece com Petri (1948), onde

são propostas as denominações Formação Furnas e Formação Ponta Grossa, para

designar a base e o topo da seqüência, respectivamente. O autor, ocupa-se ainda,

da distribuição faunística nas camadas devonianas de Ponta Grossa, Tibagi,

Jaguariaíva, Piraí do Sul e Arapoti, todas do Estado do Paraná.

Du Toit (1952) sumariza a estratigrafia devoniana do Paraná, enfatizando

suas correlações com os depósitos do Cabo (África do Sul).

No ano de 1954, vários trabalhos tratando da geologia e paleontologia

devonianas da Bacia do Paraná são publicados, entre eles destacam-se o de Caster

(1954), Sommer (1954). Bigarella (1954) onde efetua esboço geológico e

paleogeográfico para o estado homônimo, e finalmente Lange (1954) onde destaca-

se um detalhado histórico das pesquisas até aquele ano.

Lange & Petri (1967) propõem uma divisão tripartite para os sedimentos da

Formação Ponta Grossa, constituídas, a partir da base pelos membros Jaguariaíva,

Tibagi e São Domingos.

A partir daí, a nomenclatura estratigráfica do Devoniano da Bacia do

Paraná é marcada por intensa discussão.

Boucot & Gill (1956) contribuíram com a introdução de um conceito

quantitativo do problema do provincialismo faunístico dos mares devonianos do

Hemisfério Sul. O termo Província Malvinocáfrica passou a ser constante na

bibliografia, aceito por alguns autores e muito discutido por outros, o termo define um

ENCARTE 3 51
isolamento geográfico para esta fauna marinha, e é embasado em caracteres

morfológicos e genéticos.

Cooper (1977) refere-se à "comunidade de águas rasas" do Devoniano da

Bacia do Paraná, correlaciona esta fauna com a fauna de outras bacias da América

do Sul e África do Sul, discute as condições paleoambientais das diferentes

comunidades e a evolução paleobiogeográfica e paleoclimática das bacias

brasileiras no Devoniano inferior e médio. Sugere ainda a extinção em massa da

fauna no Devoniano Superior. Tal afirmativa é embasada na hipótese de que um

clima radicalmente frio teria causado a extinção da fauna recifal e perirecifal.

Isaacson (1978) contesta o trabalho de Cooper (1977), para este último a extinção

se deu em função de uma regressão marinha de alto grau no final do período.

A partir da década de 80, segundo Bergamaschi (1999), novos estudos são

desenvolvidos neste intervalo. Os mesmos seriam conduzidos à luz dos novos

conceitos da Estratigrafia (MIALL, 1990 e 1997) e apoiados em dados mais

reveladores, principalmente de subsuperfície.

Assine (1996) e Assine & Petri (1996) desenvolvem estudos sobre a

estratigrafia de seqüências pré-carboníferas da Bacia do Paraná abordando dentre

outras formações a seqüência devoniana do Estado do Paraná. No ano seguinte

(ASSINE et al., 1998b) publica trabalho enfocando particularidades do Membro Tibagi

da Formação Ponta Grossa.

Bergamaschi (1999) efetua análise estratigráfica do Siluro-Devoniano da

Bacia do Paraná (sub-bacia de Apucarana).

A partir de meados da década de 70 vários autores trabalham com a

Paleontologia da Formação Ponta Grossa. Quadros (1979) trabalha com fósseis da

Chapada dos Guimarães (Mato Grosso)correlacionando os mesmos com os fósseis

de Ponta Grossa, Boucot & Caster (1984) assinalam a primeira ocorrência do

braquiópode Scaphiocoelia na Bacia do Paraná. Morsch (1984a) efetua revisão

52
sistemática dos bivalves da Formação Ponta Grossa (no Paraná) e no mesmo ano

registra ocorrência de novas espécies para a formação (MORSCH, 1984b). Barcellos

Popp (1985) revisa a sistemática de trilobitas calmonídeos da mesma formação.

Melo (1985) realiza estudos relativos à Província Malvinocáfrica no Devoniano

brasileiro, apresenta neste trabalho detalhado histórico das pesquisas além de

discutir com profundidade as várias correntes e concepções do provincialismo

austral. Pinto & Purper (1986) descrevem nova espécie de ostracode, sendo este o

primeiro registro específico do animal para o devoniano paranaense. Quadros (1987)

efetua nova revisão sistemática dos braquiópodes da Chapada dos Guimarães

(Mato Grosso), agora trabalhando com todas as famílias ocorrentes e novamente

correlacionando-as com a fauna de Ponta Grossa. Bosetti (1989a, 1989b, 1989c) e

Bosetti & Moro (1989) desenvolvem estudos sistemáticos referentes ao gênero

Lingula (Brachiopoda: Inarticulata) oriundos dos estados do Paraná e Mato Grosso,

e aplica métodos estatísticos na tentativa de interpretação paleoecológica. Ciguel

(1989) trabalha com os cricoconarídeos da Formação Ponta Grossa, registrando

novo gênero. Kotzian (1995) desenvolve estudos sobre moluscos bivalves do

devoniano da Bacia do Paraná, Azevedo (1996) trabalha com ostracodes da

Formação Ponta Grossa e faz referência à tafonomia deste grupo de microfósseis.

Bosetti & Quadros (1996) publicam trabalho sobre os lingulídeos da Chapada dos

Guimarães (Mato Grosso) e referem-se ainda à geologia do local correlacionando a

fauna com a ocorrente no Paraná. Bolzon & Bogo (1996) analisam a tafonomia dos

Crinoidea devonianos do Estado do Paraná.

Ghillard & Simões (2000) trabalham com aspectos tafonômicos de trilobitas

devonianos da Formação Ponta Grossa. Leme et al. (2000) revisam os conularídeos

da mesma formação. Rodrigues et al. (2000) referem-se à paleoecologia destes

conularídeos. Simões et al. (2000) desenvolvem estudos referentes à tafonomia de

ENCARTE 3 53
conulalrídeos como um critério em análise paleoambiental, utilizando espécimens da

Formação Ponta Grossa.

3.4.4.2 Seção Colunar Rivadávia

Bergamaschi (1999) identifica duas associações de fácies nesta seção. A

primeira associação é representada por ciclos assimétricos de engrossamento

granulométrico para o topo (coarsening–shallowing upward), com cerca de 4m de

espessura média, iniciados, na base, por siltito laminado, cinza médio, recoberto

ascendentemente por uma interlaminação de siltito com arenito muito fino (fácies

wavy-Iinsen) onde se observa com frequência laminações cruzadas por onda na


porção arenosa. À medida em que a proporção de areia aumenta em direção ao

topo, as lentes arenosas com laminações cruzadas por onda da porção intermediária

do ciclo dão lugar a delgados estratos (centimétricos) de arenito muito fino, amarelo-

avermelhado, que exibem estratificação tipo micro-hummocky, com comprimentos

de onda decimétricos. Na porção de topo do ciclo, observa-se um aumento na

frequência e na espessura de tais estratos arenosos e no comprimento de onda dos

micro-hummockies. Estruturas tipo estratificação cruzada hummocky também são


observadas no topo dos ciclos. Nesta seção foram identificados três ciclos desta

natureza (ciclos 1, 2 e 3 da figura 3.19-A).

Destaca-se que o limite entre os ciclos é nítido, podendo ser facilmente

rastreado por uma extensão lateral muito ampla (figura 3.19-A e B).

Uma outra associação faciológica presente nesta seção (assinalada como

ciclo 4 na figura 3.19-A), refere-se a um intervalo de folhelho negro, argiloso, com

nódulos esféricos piríticos centimétricos, apresentando, no detalhe, variações na

espessura da laminação. Alguns níveis apresentam-se finamente laminados,

conferindo à rocha uma grande fissilidade e um aspecto papiráceo.

54
Idade

Oliveira (1997) com base na análise de acritarcas confere idade emsiana

para estes pacotes, enquanto Grahn (1997) com base em quitinozoários indicou

uma idade praguiana para o mesmo. No presente trabalho optou-se por utilizar idade

praguiana para a base e emsiana para o topo da seção, uma vez que uma

correlação com o topo do Membro Jaguariaíva é aqui proposto.

Estratigrafia e Paleoambientes

O padrão de empilhamento dos estratos neste afloramento sugere uma

progressiva passagem de condições relativamente proximais à linha de costa

(shoreface inferior) para os primeiros 11m (base) para condições mais distais em

direção ao topo, nos últimos 3m da seção (offshore inferior). Este último pacote

representaria as fácies de águas mais profundas, que marcariam a deposição abaixo

do nível de base da ação de ondas de tempestade. Por este motivo uma Superfície de

Inundação Máxima (Maximum Flood Surface) foi indicada para o topo da seção. Os

depósitos retrogradacionais (com o material muito fino empilhando-se sobre o material

mais grosso) indicam que a seção estudada apresenta um Trato de Sistemas

Transgressivo, culminando com máxima inundação da bacia naquela época.

ENCARTE 3 55
FIGURA 3.19 - CICLOS SEDIMENTARES DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA NA SEÇÃO RIVADÁVIA

56
3.4.4.3 Paleontologia

O afloramento apresenta grande concentração de invertebrados marinhos, os

mesmos são identificados como pertencentes à assembléia fóssil do Devoniano da

Bacia do Paraná. Nos três primeiros ciclos sedimentares (ciclos 1,2 e 3) o predomínio é

de Australocoelia tourtelloti Boucot & Gill (1956) (Brachiopoda: Articulata) em

associação com outros braquiópodes articulados. Ocorrem ainda nestes ciclos, grande

quantidade de trilobitas Calmonídeos e subordinadamente à estes últimos, trilobitas

homanolotídeos. Bivalves endofaunais são presentes, predominando os nuculídeos.

Duas espécies de Tentaculitídeos foram observadas, bem como uma espécie de

Gastropoda. Orbiculoidea e Lingula (Brachiopoda: Inarticulata) são pouco abundantes

nestes ciclos. O ciclo 4 apresenta fauna abundante porém de baixa biodiversidade,

apenas dois gêneros de braquiópodes inarticulados são presentes (Orbiculoidea e

Lingula), sendo o primeiro fortemente dominante em abundância.

Listagem dos fósseis encontrados

PHYLUM BRACHIOPODA

Classis Articulata

Autralocoelia tourtelotti (BOUCOT & GILL, 1956)

Derbyina whitiorum (CLARKE, 1913)

Australostrophia mesembria (CLARKE, 1913)

Australospirifer spp. (CASTER, 1939)

Classis Inarticulata

Lingula sagittalis (BOSETTI, 1989)

Lingula spp. (BRUGUIÉRE, 1797)

Orbiculoidea baini (CLARKE, 1913)

Orbiculoidea collis (CLARKE, 1913)

ENCARTE 3 57
PHYLUM MOLLUSCA

Classis Bivalvia

Nuculites reedi (CLARKE, 1913)

Nuculites pacatus (CLARKE, 1913)

Nuculites sharpei (REED, 1908)

Modiolopsis? meridionalis (KOTZIAN, 1995)

Grammysioidea capricornus (CLARKE, 1913)

Classis Gastropoda

Plectonotus spp.

Classis Cricoconarida

Tentaculites crotalinus (SALTER, 1856)

Tentaculites jaculus (CLARKE, 1913)

PHYLUM ARTHROPODA

Sub-Phylum Trilobita

Calmonia spp.

Homalonotus (Burmeinsteria?) spp.

3.4.4.4 Tafonomia

A análise tafonômica realizada demonstrou que o grau de empacotamento

dos bioclastos poder ser classificado como "frouxamente empacotado suportado

pela matriz", aumentando em grau da base para o topo. Esta feição tafonômica

corrobora as condições marinhas mais distais já identificadas na análise

estratigráfica e sedimentológica (shoreface inferior a offshore inferior). Foram

identificadas ainda na análise tafonômica as seguintes características:

58
- A abundância relativa dos bioclastos diminui da base para o topo;

- A biodiversidade da fauna diminui substancialmente da base para o

topo;

- O grau de fragmentação das valvas (moluscos e braquiópodes) e das

mudas (trilobitas) diminui da base para o topo;

- O grau de desarticulação das valvas e mudas aumenta da base para o

topo;

- As dimensões dos fósseis segundo suas espécies é variada em toda a

seção, ou seja, formas jovens e adultas coexistem nos estratos;

- Duas assembléias fósseis são observadas, a primeira composta por

formas típicamente malvinocáfricas (moluscos endofaunais,

gastropoda, trilobitas calmonídeos e homanolotídeos, braquiópodes

articulados e inarticulados, tentaculitídeos), a segunda composta

exclusivamente por Orbiculoidea e Lingula (o segundo gênero é

subordinado numéricamente). As assembléias foram designadas como

Biozonas A e B (figura 3.20);

- Os bioclastos demonstram evidências de transporte em quase todos os

níveis estudados, as valvas estão desarticuladas em sua grande

maioria, as mudas de trilobitas são desarticuladas e fragmentadas;

- O transporte não foi suficiente para ocasionar alto grau de

fragmentação do material biológico, e a seleção dos bioclastos por

tamanho e peso é insignificante.

ENCARTE 3 59
FIGURA 3.20 - SEÇÃO COLUNAR RIVADÁVIA, PONTA GROSSA, PARANÁ

60
3.4.4.5 Interpretação

O afloramento estudado é correlacionado aos estratos superiores do


Membro Jaguariaíva, Sequência Praguiano-Eifeliana (ASSINE, 1996) e sequência
"B" de Bergamaschi (1999). Apresenta ciclos sedimentares que indicam pequenas
variações do nível do mar durante a deposição do pacote (ver figura 3.20) com
tendências a uma transgressão ao final da sequência. Os fósseis encontrados e sua
tafonomia corroboram esta hipótese. O material paleontológico sofreu transporte e
foi depositado em condições associadas a ondas de tempestade representadas por
seus efeitos distais, nos primeiros 11m (micro-hummockys distais), à medida que o
nível do mar sobe a fauna é menos abundante e menos diversificada, o grau de
fragmentação das conchas nos últimos 3 metros da seção é muito baixo, indicando,
juntamente com a litologia muito fina presente e o alto grau de carbono orgânico ali
encontrado, ambiente anóxico, impróprio para a vida e distante da ação das ondas.

PONTA GROSSA
FIGURA 8: PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA - MAPA GEOLÓGICO
596000

7212000

Escala Gráfica
BR
-3
76

1000

F
950

F 875
F R
F R R
F 82
5
R
R
900

R
1050

R
F R
1000
R
975
850

875
925

875
R
800 R
825

BPA R

R
825 R
R
R
R

900
Geologia:PMário Ségio de
MeloPLuiz Carlos
GodoyPPDigitalização:PElenice R R
Leoni KossovskiPPaula Mariele
Meneguzzo R

850

800

7206000
604000

BPA
1 2 3-Q 4 5 - CPii 6 - CPia 7 - Dpg 8 - Df
F
BR
-3
76

CURITIBA

FIGURA 3.21 - MAPA GEOLÓGICO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA. 1: FALHAS (A: BLOCO ALTO,
B: BLOCO BAIXO, QUANDO FOR O CASO); 2: LINEAMENTOS; 3: ALUVIÕES QUATERNÁRIOS;
4: DIQUES DE DIABÁSIO DO MAGMATISMO SERRA GERAL; 5: CPII, ROCHAS
INDIFERENCIADAS DO GRUPO ITARARÉ; 6: CPIA, ARENITOS DO GRUPO ITARARÉ; 7: DPG,
FORMAÇÃO PONTA GROSSA; 8: DF, FORMAÇÃO FURNAS

ENCARTE 3 61
PONTA GROSSA
FIGURA 9: PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA - FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS

596000
7212000

Escala Gráfica

BR
-3
76
100
0

F
950

F 875
F R
F R R
F 82
5
R
R

900

R
1050

R
F R
1000
R
975
850

875
925

875
R
800 R
825

BPA R

R
825 R
R
R
R
Geomorfologia:PMário Ségio de
MeloPDiego JuraskiPLuiz Carlos
GodoyPAna Maria 900
MuratoriPPDigitalização:PElenice
Leoni KossovskiPPaula Mariele
Meneguzzo
R R R
R

850

800

7206000

604000
1 2 3 4 BPA
5 6 7 8 9 10 11 12 R 13 14 15
F

BR
-3
76
CURITIBA

FIGURA 3.22 - MAPA DE FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS DO PEVV: 1: DIQUES; 2: FENDAS; 3: LINEAMENTOS;


4: LINEAMENTOS COM RIOS ENCAIXADOS; 5: FALHAS; 6: FURNAS; 7: LAGOAS; 8: MORROS
TESTEMUNHOS; 9: DEPRESSÕES; 10: ANFITEATROS; 11: CRISTAS PONTIAGUDAS;
12: RUPTURAS DE DECLIVE; 13: RELEVO RUINIFORME; 14: PLANÍCIES ALUVIAIS; 15: ÁREAS
DEGRADADAS

3.4.5 Geomorfologia Regional

O Parque Estadual de Vila Velha, localizado no Segundo Planalto

Paranaense ou Planalto de Ponta Grossa (MAACK, 1981), assenta-se sobre a

estrutura conhecida como Arco de Ponta Grossa, predominando localmente rochas

sedimentares paleozóicas da Bacia do Paraná, no macroconjunto denominado

Domínio Morfoestrutural Bacias e Coberturas Sedimentares Inconsolidadas Plio-

Pleistocênicas, no Sub-Domínio Bacia e Coberturas Sedimentares do Paraná, na

Unidade de Relevo Patamares da Bacia do Paraná (IBGE, 1993).

Além das estruturas rúpteis decorrentes da tectônica rígida associada com

os movimentos crustais ao longo do Arco de Ponta Grossa, contribuem também, de

maneira significativa nas morfoesculturas existentes na área PEVV, os processos

morfogenéticos ligados às alternâncias climáticas que ocorreram ao longo do

Cenozóico e ao clima úmido atual, determinando, em conjunto com as litologias e as

estruturas presentes, uma das paisagens mais notáveis do Estado do Paraná.

62
3.4.6 Geologia Local

As unidades que aparecem no PEVV são: Formação Furnas (Devoniano);

Formação Ponta Grossa (Devoniano); Grupo Itararé (Carbonífero-Permiano); diques

de diabásio do Magmatismo Serra Geral (Cretáceo); sedimentos aluviais e coluviais

quaternários (figura 3.21). Durante os levantamentos de campo foram visitados os

locais assinalados na figura 3.23, cujos dados mais significativos estão incluídos no

Anexo 4 (mapeamento geológico – geomorfológico).

PONTA GROSSA
FIGURA 10: PEVV - COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA
596000

7212000

Escala Gráfica
BR
-3
76

100
0

F
950

F 875
F R
F R R
F 82
5
e
nd

R
ra

R
oG

900
Ca

R
io
Arro

1050

ça F R
rna

Ro 1000
da
Pe

R
io
Arro
ra

975
eb

850
Qu

F
Rio

875
925

875
R
800 R
825
R

R
825 R
R
R
Geomorfologia:PAna Maria Rio Gua R
biroba
MuratoriPPDigitalização:PElenice
Leoni KossovskiPPaula Mariele 900
o

Meneguzzo
zinh
rro

R R
Ba

R
Rio

850

800

7206000
604000

1 2 3 4 1.1
BPA
5 1.2 6 1.3
7 81.4 9 2.1 10 2.2 11 2.3 12 3 R 13 14 15
F

BR
-3
76

CURITIBA

FIGURA 3.23 - PEVV - COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA

3.4.6.1 Formação Furnas

Ocorre na porção oeste do PEVV, e também nos terrenos mais baixos ao

longo do vale do Rio Quebra-Perna e da porção de montante do arroio que faz o

limite leste do PEVV, afluente da margem direita do Rio Guabiroba.

As melhores exposições da Formação Furnas estão nas furnas n.o 1 e 2

(locais GEO-14 e GEO-15), e também ao longo de faixa de afloramentos na margem

esquerda do Rio Quebra-Perna (locais GEO-27, GEO-28, GEO-32). Nestes últimos

locais, formam-se as características lapas, com tetos rochosos e paredes controlados

pelas estruturas sedimentares típicas dos arenitos, e também estruturas rúpteis

ENCARTE 3 63
associadas. Estas lapas constituem abrigos naturais, e nas proximidades do PEVV

foram encontrados muitos sítios arqueológicos (v.g. CHMYZ, 1976; ROCHA et al., s.d.;

SANTANA & MELO, 2001; SILVA et al., 2001). Estranhamente, as pinturas rupestres não

foram encontradas nas lapas da Formação Furnas dentro dos limites do PEVV.

Na área de exposição, a Formação Furnas exibe as características que lhe

são típicas: predominam arenitos finos a médios, com níveis conglomeráticos

restritos, caulínicos, o que lhes confere coloração clara, e com marcantes estruturas

sedimentares, principalmente estratificações plano-paralelas e cruzadas tabulares

(figura 3.24-A) Aparecem também marcas onduladas indicativas das paleocorrentes

que depositaram os arenitos (figura 3.24-B).

Os arenitos da Formação Furnas, assim como aqueles do Grupo Itararé,

exibem formas singulares resultantes da associação de processos de dissolução e

erosão mecânica, os chamados relevos ruiniformes (MELO & COIMBRA, 1996).

Particularmente, a Formação Furnas condiciona o aparecimento das grandes

depressões, que incluem as furnas, lagoas, depressões secas ou úmidas, resultantes

de processos erosivos subterrâneos que ocorrem em grande profundidade.

3.4.6.2 Formação Ponta Grossa

Rochas típicas da Formação Ponta Grossa foram encontradas somente em

locais do extremo leste dentro dos limites do PEVV (GEO-41, GEO-46). Trata-se de

folhelhos silto-argilosos micáceos, cinzentos, apresentando fósseis (moldes) de

braquiópodes (figuras 3.24-C e 3.24-D). Embora o afloramento de folhelho do local

GEO-46 seja relativamente pequeno, constitui a única exposição de fósseis típicos

da Formação Ponta Grossa dentro do PEVV.

64
FIGURA 3.24 - ASPECTOS DA GEOLOGIA DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA. A: ESTRATIFICAÇÕES
CRUZADAS E NÍVEL CONGLOMERÁTICO EM ARENITO DA FORMAÇÃO FURNAS (LOCAL
GEO-28); B: MARCAS ONDULADAS EM ARENITO DA FORMAÇÃO FURNAS (LOCAL GEO-
28); C: MOLDE DE AUSTRALOSPIRIFER, FÓSSIL DE BRAQUIÓPODE DA FORMAÇÃO
PONTA GROSSA (LOCAL GEO-46); D: MOLDE DE DERBYINA, FÓSSIL DE BRAQUIÓPODE
DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA (LOCAL GEO-46); E: CIMENTAÇÃO COM ÓXIDOS DE
FERRO E MANGANÊS, PSEUDO-ESTRATIFICAÇÃO E INTRACLASTOS DE ARGILA NO
ARENITO VILA VELHA (LOCAL GEO-09); F: MARCAS ONDULADAS NO ARENITO VILA
VELHA, COM INCRUSTRAÇÃO DE ÓXIDOS DE FERRO (LOCAL GEO-06); G: FRATURA,
PSEUDO-ESTRATIFICAÇÃO E FUROS DE ORIGEM BIOLÓGICA NO ARENITO VILA VELHA
(LOCAL GEO-09); H: EROSÃO SUBTERRÂNEA EM ESTRUTURA SEDIMENTAR DO ARENITO
VILA VELHA, OCASIONANDO A FORMAÇÃO DE CONES DE EROSÃO, ATRAVÉS DE
PROCESSOS DE DISSOLUÇÃO E REMOÇÃO MECÂNICA ASSOCIADA

ENCARTE 3 65
Estratigraficamente a Formação Ponta Grossa posiciona-se entre a Formação

Furnas sotoposta, mais antiga, e o Grupo Itararé sobreposto. Erosão ocorrida entre o

final da deposição da Formação Ponta Grossa e o início da deposição do Grupo Itararé

foi responsável pelo desaparecimento da Formação Ponta Grossa em toda a porção

oeste do PEVV.

3.4.6.3 Grupo Itararé

Pertencem ao Grupo Itararé as rochas dominantes da parte leste do PEVV,

bem como as rochas que sustentam os platôs que se destacam na topografia, tanto

da parte leste quanto da parte oeste do parque, bem como áreas vizinhas

(Fortaleza, Toquinhas, Arcos).

As rochas sedimentares do Grupo Itararé são de natureza variada,

refletindo os muitos sub-ambientes do ambiente glacial em que foram formadas.

Assim, ocorrem na área do PEVV diamictitos, ritmitos, argilitos, folhelhos e arenitos,

conforme já havia sido destacado no estudo clássico de Maack (1946).

Nos trabalhos realizados, foi possível separar as rochas sedimentares do

Grupo Itararé em duas unidades, representadas na figura 3.21:

- unidade basal contendo diamictitos, argilitos, folhelhos, arenitos


subordinados, denominada informalmente de Grupo Itararé

indiferenciado;

- unidade de topo contendo dominantemente os arenitos avermelhados

que sustentam os platôs do relevo local; corresponde ao Arenito Vila

Velha de Maack (1946).

A sucessão dos diversos tipos de rochas do Grupo Itararé, que apresentam

diferentes resistências à erosão, em litossomas aproximadamente horizontais,

determina o aparecimento de muitas cornijas no relevo local (figura 3.25-A).

66
FIGURA 3.25 - ASPECTOS DA GEOMORFOLOGIA DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA: A: ASPECTO DAS
CORNIJAS NO RELEVO, MARCANDO AS MUDANÇAS DE UNIDADES ROCHOSAS (VISTA DA
PORÇÃO NOROESTE DO PARQUE); B: RELEVO RUINIFORME, OBSERVANDO-SE TORRES,
TOPOS PONTIAGUDOS, CANELURAS, FLANCOS COM REENTRÂNCIAS E SALIÊNCIAS
(LOCAL GEO-09); C: DEPRESSÃO ÚMIDA NO INTERIOR DE GRANDE FURNA, FEIÇÃO DE
ABATIMENTO DO TERRENO POR EROSÃO SUBTERRÂNEA (LOCAL GEO-13); D: LAGOA
DOURADA, FURNA ASSOREADA PELAS ÁGUAS DE INUNDAÇÃO DO RIO GUABIROBA;
NOTAR BANCO DE ASSOREAMENTO RECENTE EM CONSEQÜÊNCIA DE EROSÃO EM
TRILHA DE ACESSO (LOCAL GEO-17); E: POLIGONAÇÃO NO ARENITO VILA VELHA (LOCAL
GEO-06); F: ALVÉOLOS SUPERFICIAIS NO ARENITO VILA VELHA, MOSTRANDO
ENDURECIMENTO DE BORDAS POR REPRECIPITAÇÃO DE SOLUTOS (LOCAL GEO-O2); G:
TOPOS PONTIAGUDOS NO ARENITO VILA VELHA (LOCAL GEO-01); H: "PEDRA SUSPENSA",
NA GRUTA HOMÔNIMA, EXEMPLIFICANDO SITUAÇÃO DE BLOCO INSTÁVEL QUE DEVE TER
SUA CONDIÇÃO DE SEGURANÇA PARA VISITANTES AVALIADA (LOCAL GEO-12).

ENCARTE 3 67
Uma característica dos diamictitos do Grupo Itararé é o fato de apresentarem

regolito contendo muitas concreções limoníticas, resultantes de sua decomposição

intempérica. Estas concreções limoníticas comumente são exploradas como fonte de

cascalho para o leito de estradas ou outros tipos de aterro. Caixas-de-empréstimo deste

tipo foram observadas nos locais GEO-04, GEO-31, GEO-56, GEO-57, GEO-58. Embora

já não exploradas, a exposição de horizontes inferiores do solo, pela remoção do

material superficial, causa processos erosivos significativos (sulcos, ravinas), que

determinam a necessidade de procedimentos para recuperação dessas áreas.

Os arenitos rosados do topo do Grupo Itararé na área constituem o

denominado Arenito Vila Velha (MAACK, 1946), que sustenta os morros testemunhos

que dominam a paisagem local. Este arenito apresenta estratificação incipiente,

freqüente aspecto maciço e presença de intraclastos argilosos (figura 3.24-E),

atributos que sugerem ressedimentação por fluxos gravitacionais subaquosos.

Estratificações cruzadas de baixo ângulo e marcas onduladas (figura 3.24-F) indicam

ação de correntes aquosas (FRANÇA et al., 1996), talvez num ambiente marinho

raso sob influência de marés (CANUTO et al., 1997). O tom rosado dos arenitos é

devido a cimento ferruginoso, o qual determina também a existência de horizontes

com diferentes resistências à erosão, o que contribui para a bizarria das formas de
erosão observadas.

Característica marcante do Arenito Vila Velha é a presença do relevo

ruiniforme (MELO & COIMBRA, 1996), marcado por rica associação de formas
incluindo caneluras, bacias, alvéolos, túneis anastomosados, cones de dissolução,

topos pontiagudos, flancos convexos, etc., que originam esculturas naturais

singulares, das quais a "Taça" é um exemplo. Tais feições derivam sobretudo da

ação das águas pluviais, do calor do sol e da atividade orgânica sobre rochas, estas

portadoras de descontinuidades, tais como fraturas, estruturas sedimentares, textura

e cimentação diferenciadas, que colaboram nas ornamentações.

68
O relevo ruiniforme de Vila Velha não é produto da ação do vento, como é

equivocadamente divulgado em muitos livros didáticos e em material de divulgação

do parque. É uma obrigação das futuras administrações do parque desfazer este

equívoco, que ridiculariza o conhecimento que já se tem sobre a gênese e evolução

das rochas e formas locais.

Uma característica marcante do Arenito Vila Velha é representada por

pseudo-estratificações (figuras 3.24-E e 3.24-G), resultantes de diferenciações na

cimentação por óxidos de ferro e manganês de soluções percolantes a partir de

estruturas rúpteis (MELO et al., 1999).

3.4.6.4 Diques de diabásio do magmatismo Serra Geral

Foram identificados dois diques de diabásio de direção N80W na área do

PEVV (locais GEO-23, GEO-35, GEO-43). Somente no local GEO-23 foi possível

observar a rocha pouco alterada. Apresenta textura fina, e coloração escura

homogênea. Os diques são pouco espessos, estimando-se possança de cerca de 5m

para o dique maior, que estende-se por cerca de 6 km ao longo do parque (figura 3.25).

3.4.6.5 Sedimentos aluviais e coluviais quaternários

O Rio Guabiroba, o Quebra-Perna e seus principais afluentes apresentam

planícies aluviais relativamente extensas. Essas planícies freqüentemente gradam

lateralmente para rampas suavemente inclinadas, indicando que tratam-se de

complexas associações de depósitos aluviais típicos com depósitos coluviais, estes

desenvolvidos ao longo da parte inferior das encostas.

No Rio Guabiroba, que marca o limite sul do PEVV, a planície mostra níveis

diferenciados de terraços aluviais, que indicam acumulação em vários eventos

deposicionais, testemunhos de evolução quaternária em que têm se sucedido fases

ENCARTE 3 69
paleoambientais e paleoclimáticas distintas, que têm contribuído para a constituição

da paisagem regional.

Num local (GEO-44) observou-se a constituição do aluvião de tributário da

margem esquerda do Rio Quebra-Perna, que apresenta material argilo-arenoso

dominante, escurecido pela presença de quantidade variável de matéria orgânica,

localmente aparecendo lentes de cascalho com seixos de arenito e concreção

limonítica.

3.4.6.6 Estruturas geológicas

Os contatos entre os diferentes tipos de unidades rochosas de Vila Velha

são usualmente contatos paralelos, transicionais, como é o caso da Formação Ponta

Grossa sobre a Formação Furnas, ou erosivos e bruscos, como é o caso do Grupo

Itararé sobre as formações Ponta Grossa e Furnas.

Entretanto, a região é bastante afetada por estruturas rúpteis de direções

WNW-e-SE, e NE-WSW e E-W, as quais localmente constituem contato entre

diferentes unidades rochosas. Essas estruturas, em sua maioria ligadas ao

arqueamento crustal denominado Arco de Ponta Grossa, são fraturas e falhas, que

em alguns casos alojam diques de diabásio. As falhas apresentam rejeito vertical


significativo, uma vez que colocam lado a lado rochas que originalmente

encontravam-se em níveis estratigráficos distintos.

As estruturas rúpteis controlam a drenagem, encaixando os talvegues de

vários dos arroios e rios do parque, destacando-se o Rio Quebra-Perna e afluentes

de sua margem esquerda. Têm também grande influência na erosão subterrânea e

evolução das formas típicas da região (furnas, lagoas, depressões), como já

salientado por Maack (1956), Soares (1989) e Melo et al. (2000). Influenciam ainda a

evolução de formas erosivas de superfície, como as fendas no platô arenítico nas

proximidades da Gruta da Pedra Suspensa (local GEO-12), e a percolação e

70
precipitação de cimento ferruginoso e manganesífero, formando as pseudo-

estratificações (figuras 3.24-E e 3.25-G).

As estruturas sedimentares também exercem influência sobre os

processos erosivos, como é o caso do desenvolvimento de túneis anastomosados e

cones de dissolução ao longo de descontinuidades sub-horizontais no contato entre

estratos do Arenito Vila Velha (figura 3.24-H).

3.4.7 Geomorfologia Local e Compartimentação do Relevo

A figura 3.22 apresenta as principais feições geomorfológicas do PEVV. A

figura 3.23 apresenta a compartimentação geomorfológica proposta, e a figura 3.25

exemplifica algumas destas feições e compartimentos.

FIGURA 10: PEVV - COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA


596000

7212000

0 400 800 1200 1600 2000m

-
de
an
Gr
ão
ap
oC
roi
Ar

rna

R oça
Pe

da
ra

oio
eb

Arr
Qu
Rio

Rio Guabi
ho

Geomorfologia:
roba
zin

Ana Maria Muratori


rro
Ba

Digitalização:
Elenice Leoni Kossovski
Rio

Paula Mariele Meneguzzo

7206000
604000

1.1 1.2 1.3 1.4 2.1 2.2 2.3 3

FIGURA 3.26 - COMPARTIMENTAÇÃO DO RELEVO NO PEVV. SUPERFÍCIES DE DEGRADAÇÃO; COMPARTIMENTO


1: SETOR 1.1: MESETAS ISOLADAS, COMPREENDENDO FORMAS ANTROPOMÓRFICAS E ZOOMÓRIFICAS;
SETOR 1.2: ÁREA DE INTERFLÚVIOS ESTREITOS E RECORTADOS; SETOR 1.3: ÁREA DE VERTENTES
CURTAS, MUITO DISSECADAS COM ESCARPAS ESCALONADAS; SETOR 1.4: ÁREAS DE VERTENTES
LONGAS, DISSECADAS E ONDULADAS. COMPARTIMENTO 2: SETOR 2.1: MESETA ISOLADA; SETOR 2.2:
ÁREA DE VERTENTES LONGAS, DISSECADAS E ONDULADAS; SETOR 2.3: ÁREA DE VERTENTES LONGAS
DISSECADAS E SUAVEMENTE ONDULADAS. SUPERFÍCIE DE AGRADAÇÃO: COMPARTIMENTO 3: ÁREAS
PLANAS COM ACUMULAÇÃO DE SEDIMENTOS ALUVIAIS (VÁRZEAS)

ENCARTE 3 71
Tendo em vista o tamanho reduzido da área do PEVV em termos

geomorfológicos, considera-se que a mesma é parte de um conjunto de formas de

relevo típicas do Planalto de Ponta Grossa, resultante de dissecação fluvial,

característico dos sistemas morfoclimáticos pretéritos e do clima úmido hodierno

presente na região, com uma vinculação nítida ao sistema de fraturas e falhas e à

mineralogia das rochas. Neste contexto, o rio Tibagi, afluente do rio Paranapanema,

e parte da bacia hidrográfica do rio Paraná, que corre ao sul e sudoeste da área do

parque, recebendo as águas de pequenos afluentes que atravessam o parque

como o rio Guabiroba, tem um papel fundamental na esculturação da morfologia

atual da região, influindo, decisivamente também, para as formas ruiniformes

encontradas no PEVV.

A rede de drenagem pouco densa na área do PEVV, tendo em vista os

litotipos presentes, tem como segmento mais importante o rio Guabiroba, que se

desenvolve no sentido NE-SW no terço superior, E-W e SE-NW no terço médio. Seus

principais afluentes, os rios Quebra-Perna, Córrego da Onça e Arroio Capão Grande,

estão dispostos num padrão subparalelo, resultante de sua acomodação a

lineamentos, com sentido NE-SW. Quanto aos afluentes menores destes rios, é

nítido também, um controle estrutural, com segmentos retilíneos, ângulos de junção


em 90o, indicativos de presença de fraturas e/ou falhamentos.

No entanto, e numa visão de detalhe, a área do PEVV, incluída neste

planalto ondulado das formações devoniana e permiana do Segundo Planalto

Paranaense (MAACK, 1981), admite uma divisão em três compartimentos (1, 2 e 3,

figura 3.26) com setores diferenciados. Os compartimentos 1 e 2 estão separados

pelo vale assimétrico do rio Quebra-Perna, enquanto que o compartimento 3 está

relacionado às áreas junto ao terço inferior do rio Quebra Perna e rio Guabiroba. A

posição altimétrica condiciona a que os compartimentos 1 e 2 sejam áreas de

processos degradacionais, enquanto o compartimento 3 constitui uma área de

processos agradacionais.

72
O compartimento 1, localizado na porção leste apresenta uma altitude

máxima de 1068 m, junto ao limite nordeste (Fortaleza), decaindo gradativamente

até 800 m para sudeste e sul, junto ao rio Guabiroba e sudoeste e oeste, no rio

Quebra-Perna.

O compartimento 2, que fica a oeste deste rio, tem sua cota máxima junto

ao limite norte do parque, onde alcança 1022m. Predominam, entretanto, altitudes

entre as cotas de 875m a 800m em grande parte da área, até os limites sul e

sudoeste, no rio Guabiroba. Finalmente, o compartimento 3, correspondendo às

áreas de várzeas dos rios Quebra-Perna e Guabiroba apresenta altitudes variáveis

entre 875m e 780m.

Corroborando esta divisão morfológica do PEVV, a rede de drenagem

também se diferencia em relação aos mesmos. No compartimento 1, situado a leste

do rio Quebra-Perna a densidade de drenagem é maior, sendo que grande parte dos

afluentes da margem esquerda desse rio, bem como os da margem direita do rio

Barrozinho, ambos afluentes do rio Guabiroba pela sua margem esquerda, estão

alinhados de acordo com as direções NE-SW e NW-SE e têm suas nascentes em um

alto entre 975m e 950m, que funciona como uma área dispersora de água, num

padrão grosseiramente radial centrífugo. Já no compartimento 2, localizado a oeste


do rio Quebra-Perna, a densidade de drenagem é bem menor, quando comparada

ao compartimento 1.

3.4.7.1 As Morfoesculturas do PEVV

Os compartimentos 1 e 2 descritos acima podem ser subdivididos em setores,

de acordo com as morfoesculturas presentes, conforme mostrado na figura 3.26.

O setor (S 1.1) compreende as porções mais elevadas do parque,

destacando-se duas mesetas, que constituem morros testemunhos, restos de uma

antiga superfície. Uma delas, situada junto ao limite norte do parque com altitude até

1068m, corresponde à área denominada "Fortaleza" e a outra meseta, com altitude


ENCARTE 3 73
de 875m, é a área típica dos arenitos e onde ocorre a maior concentração de formas

ruiniformes do parque, compreendendo as formas "antropomórficas" e

"zoomórficas", conhecidas como taça, camelo, entre outras.

O setor (S 1.2), localizado entre as mesetas, está limitado por ombreiras

distribuídas em todos os quadrantes com interflúvios estreitos, recortados, onde os

topos são mais ou menos aplanados, com altitudes um pouco acima de 950m,

funcionando como um alto dispersor de água.

O setor (S 1.3), está localizado no entorno desta área da qual está

separado por rupturas de declive escalonadas, de acordo com a disposição da

litologia. São vertentes curtas e abruptas, convexo-retilíneas, nas quais estão

instalados os afluentes do rio Barrozinho, acompanhando, em parte, lineamentos de

direção NW-SE. Os seus vales, são, de maneira geral, em forma de "v", constatando-

se a presença de processos erosivos, com sulcos em franca atividade, exceto nas

proximidades das nascentes que estão protegidas por vegetação arbórea.

O setor (S 1.4), tem vertentes voltadas para oeste e sudoeste, com formas

convexo-retilíneas, no sentido do vale do rio Quebra-Perna e são mais longas, tendo

em vista que é um rio de maior porte e de maior poder erosivo.

O compartimento 2, que fica a oeste do rio Quebra-Perna, tem sua cota


máxima junto ao limite norte do parque, onde alcança 1022m. Predominam,

entretanto, altitudes entre as cotas de 875m a 800m em grande parte da área, até os

limites sul e sudoeste, no rio Guabiroba.


Enquanto o compartimento 1 tem seu modelado relacionado de forma mais
direta ao trabalho dos rios Quebra-Perna e Barrozinho, o compartimento 2 sofre uma
influência maior do rio Guabiroba, para onde está voltada a maior parte das suas
vertentes. São distintos também, três setores embutidos neste compartimento: um
resto de superfície, configurando-se como uma meseta e funcionando como um
morro-testemunho, de direção NW-SE (S 2.1), um mais acidentado (S 2.2), no qual

74
as altitudes vão diminuindo gradativamente ate o rio Quebra-Perna e outro (S 2.3),
com encostas mais longas e suaves, no sentido do vale do rio Guabiroba.
Embora ocorram inúmeras depressões em toda a área do PEVV, no setor
S 2.3 estão localizadas algumas delas, denominadas furnas, que são as mais
importantes devido às suas formas aproximadamente circulares e grandes
dimensões, com profundidades variáveis. É consenso admitir que estas depressões
têm uma comunicação entre si, desaguando na lagoa Dourada, que constitui o nível
de base das mesmas. As mais conhecidas e importantes são as Furnas n.o 1 e 2,
preenchidas parcialmente com uma coluna de água, em torno de 50 m, sendo a de
n.o 3, seca e a de n.o 4, com um nível de água de cerca de 14 m.
O compartimento 3, corresponde às porções mais aplanadas da área do
PEVV, tendo em vista que corresponde às áreas de várzeas dos rios Guabiroba e

Quebra-Perna, nas proximidades da sua foz, bem como à montante do vale deste
mesmo rio, no limite norte do parque.

3.4.8 Recomendações

As principais recomendações, referentes aos aspectos geológicos e


geomorfológicos do PEVV, são:
- estabelecer áreas de visitação específica para pesquisadores e/ou
cursos de formação superior (fósseis, Formação Furnas, etc.);
- realizar recuperação de áreas degradadas por caixas de empréstimo e
ocorrência de processos erosivos (locais GEO-04, GEO-31, GEO-41,
GEO-56, GEO-57, GEO-58);

- analisar a segurança de blocos rochosos instáveis, descalçados em


decorrência dos processos erosivos naturais (locais GEO-01, GEO-09,
GEO-12, GEO-48);

- condenar uso de materiais alóctones, como cascalho da Formação

Ponta Grossa, em locais de ocorrência de outras unidades (local GEO-

11); utilizar preferencialmente materiais análogos, recomendando-se


ENCARTE 3 75
arenitos de pedreiras da região da cidade da Lapa, cogenéticos do

Arenito Vila Velha;

- investigar a Geologia, Geomorfologia e Ecologia das fendas do platô

arenítico nas proximidades da Gruta da Pedra Suspensa, ambiente

cavernícola singular dentro dos limites do parque;

- investigar detalhadamente a possível ocorrência de sítios arqueológicos;

- ampliar a área protegida para as nascentes do Rio Quebra-Perna, para

norte dos limites atuais do PEVV; lá ocorrem sítios singulares

(Sumidouro, Buraco do Padre, Furnas Gêmeas, Furna Grande,

escarpamentos, lajeados, sítios arqueológicos), e significativos

remanescentes preservados de mata;

- produzir documentação de divulgação (folders, home-page, etc.)

baseada em informação correta, evitando equívocos consagrados

(erosão eólica, mica no fundo da Lagoa Dourada, etc.);

- preservar feições geológicas singulares (pseudo-estratificações).

3.4.9 Solos

O Parque Estadual de Vila Velha apresenta uma diversidade de ambientes

muito grande em função da heterogeneidade dos compartimentos geopedológicos.

Nesses compartimentos foram identificadas diferentes classes de solos, que

imprimem distintos potenciais e/ou fragilidades ambientais.No Anexo 15 encontra-se

o Mapa de Solos.

Este trabalho possibilita a fragmentação dos diferentes ambientes em

unidades de mapeamento de solos, em escala compatível às demandas do plano de

manejo do parque, objetivando as informações sobre os diversos tipos de solos que

compõem a área, possibilitando inferir sobre potencialidades e fragilidades de

pontos específicos dentro do Parque.

76
QUADRO 3.4 - LEGENDA DE IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO
continua
SÍMBOLOS UNIDADES DE MAPEAMENTO
Latossolos Vermelhos – unidades simples
LVd1 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa relevo plano fase campo
subtropical mesófilo
LVd2 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa relevo
suave ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVd3 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura média relevo suave
ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVd4 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa relevo suave ondulado
fase campo subtropical mesófilo
LVd5 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico A proeminente e moderado textura média relevo suave ondulado
fase campo subtropical mesófilo
LVd6 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa relevo
ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVd7 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura média relevo
ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVd8 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa relevo ondulado fase
campo subtropical mesófilo
LVd9 LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico A proeminente e moderado textura média relevo ondulado fase
campo subtropical mesófilo

Latossolos Vermelho-Amarelos– unidades simples


LVAd1 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa
relevo suave ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVAd2 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura média
relevo suave ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVAd3 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa
relevo ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVAd4 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Epieutrófico típico A proeminente e moderado textura média
relevo ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVAd5 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico A proeminente e moderado textura argilosa relevo
ondulado fase campo subtropical mesófilo
LVAd6 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico A proeminente e moderado textura média relevo
ondulado fase campo subtropical mesófilo

Cambissolos Húmicos – unidades simples


CHd1 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e gleico textura argilosa relevo suave ondulado substrato sedimentos
aluvionares fase campo subtropical mesófilo/higrófilo
CHd2 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico gleico textura argilosa relevo suave ondulado substrato folhelho fase campo
subtropical higrófilo
CHd3 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico gleico textura média relevo suave ondulado substrato sedimentos
aluvionares campo subtropical higrófilo
CHd4 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e gleico textura média relevo plano e suave ondulado substrato arenito
fase campo subtropical mesófilo e higrófilo
CHd5 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico Epieutrófico típico e gleico textura média e argilosa relevo suave ondulado
substrato folhelho fase campo subtropical mesófilo/higrófilo
CHd6 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e gleico textura argilosa relevo suave ondulado substrato folhelho
CHd7 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico Epieutrófico típico textura média relevo ondulado substrato arenito
CHd8 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico léptico textura média relevo suave ondulado e ondulado substrato arenito
fase floresta subtropical perenifólia
CHd9 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e gleico textura argilosa relevo ondulado substrato folhelho fase
floresta subtropical mesófila e higrófila
CHd10 CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e gleico textura média relevo ondulado substrato arenito fase floresta
subtropical perenifólia
CHd11 CAMBISSOLO HÚMICO e HÁPLICO Tb Distrófico típico e léptico textura média relevo forte ondulado substrato
arenito fase floresta subtropical perenifólia/campo subtropical mesófilo

ENCARTE 3 77
QUADRO 3.4 - LEGENDA DE IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO
continua
SÍMBOLOS UNIDADES DE MAPEAMENTO

Associações – Cambissolos Húmicos


CHd12 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e léptico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico léptico
A proeminente ambos textura média relevo suave ondulado substrato arenito fase campo subtropical mesófilo
CHd13 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e léptico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico e
léptico A proeminente ambos textura média relevo ondulado substrato arenito fase campo subtropical mesófilo
CHd14 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico A
proeminente e moderado ambos textura média e argilosa relevo ondulado substrato arenito e folhelho fase
floresta subtropical perenifólia
CHd15 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico A
proeminente ambos Epieutrófico textura média relevo ondulado substrato arenito fase campo subtropical
mesófilo
CHd16 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico nano e léptico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico nano e
léptico ambos textura média relevo ondulado substrato arenito fase campo subtropical mesófilo
CHd17 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A moderado e
proeminente ambos textura argilosa relevo ondulado substrato folhelho fase floresta subtropical perenifólia
CHd18 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Tb Distrófico nano + NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico (higrófilo
sazonal) ambos A proeminente textura média relevo ondulado substrato folhelhos e arenitos fase campo
subtropical mesófilo
CHd19 Associação CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico típico e gleico relevo ondulado substrato sedimentos aluvionares
fase floresta subtropical mesófila e higrófila + GLEISSOLO MELÂNICO Distrófico típico relevo suave ondulado
fase floresta subtropical hidrófila todos textura argilosa

Cambissolos Háplicos– unidades simples


CXd1 CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico A proeminente e moderado textura média relevo suave ondulado
substrato arenito e folhelho fase campo subtropical mesófilo
CXd2 CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico A proeminente textura argilosa relevo ondulado substrato folhelho
fase campo subtropical mesófilo/floresta subtropical perenifólia
CXd3 CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico A proeminente textura média relevo ondulado substrato arenito
fase floresta subtropical perenifólia

Associações – Cambissolos Háplicos


CXd4 Associação CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico nano e léptico textura média + NEOSSOLO LITÓLICO
Distrófico típico textura arenosa e média ambos A proeminente e moderado relevo suave ondulado substrato
arenito
CXd5 Associação CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico nano, léptico e típico + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico
típico (higrófilo sazonal) ambos A proeminente textura média relevo ondulado substrato folhelho e arenito fase
campo subtropical mesófilo

Associações - Neossolos Litólicos


RLh1 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico relevo suave ondulado + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico
típico A proeminente relevo ondulado ambos textura argilosa substrato folhelho fase campo subtropical mesófilo
RLh2 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico textura arenosa e média + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb
Distrófico típico A proeminente textura média ambos relevo ondulado substrato arenito fase campo subtropical
mesófilo + AFLORAMENTO DE ROCHA
RLh3 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A proeminente e
moderado ambos textura arenosa e média relevo forte ondulado contato lítico + CAMBISSOLO HÚMICO
Distrófico nano e léptico textura média relevo ondulado todos substrato arenito fase floresta subtropical
perenifólia
RLh4 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico distrófico textura arenosa e média contato lítico +
CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico nano textura média ambos relevo ondulado e forte ondulado substrato
arenito fase campo subtropical mesófilo
RLh5 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A moderado
ambos textura arenosa e média relevo forte ondulado e montanhoso + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico
nano e léptico A moderado textura média relevo ondulado todos substrato arenito e folhelho fase campo
subtropical mesófilo (higrófilo temporário)

78
QUADRO 3.4 - LEGENDA DE IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO
conclusão
SÍMBOLOS UNIDADES DE MAPEAMENTO
RLh6 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico distrófico textura arenosa e média e arenosa substrato
arenito fase campo subtropical mesófilo (higrófilo sazonal) + GLEISSOLO MELÂNICO Distrófico típico A húmico
e proeminente + GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico A moderado ambos textura média fase campo
subtropical hidrófilo todos relevo ondulado e forte ondulado
RLh7 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico distrófico + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A
proeminente ambos textura média e arenosa relevo ondulado e forte ondulado contato lítico substrato arenito
fase campo subtropical mesófilo (higrófilo sazonal) + AFLORAMENTO DE ROCHA
RLh8 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico relevo forte ondulado + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico
típico A proeminente e moderado relevo montanhoso ambos textura arenosa e média substrato arenito +
AFLORAMENTO DE ROCHA relevo escarpado todos fase floresta subtropical perenifólia
RLh9 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A proeminente e
moderado ambos textura arenosa e média contato lítico substrato arenito + AFLORAMENTO DE ROCHA todos
relevo forte ondulado, montanhoso e escarpado fase campo subtropical mesófilo
RLd1 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A proeminente e moderado textura arenosa e média relevo
forte ondulado + CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico nano e léptico textura média relevo ondulado ambos
substrato arenito fase campo subtropical mesófilo
RLd2 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A moderado textura arenosa e média relevo forte ondulado
substrato arenito e folhelho fase campo subtropical mesófilo (higrófilo sazonal) + AFLORAMENTO DE ROCHA
RLq1 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Psamítico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico textura média ambos
relevo ondulado e suave ondulado substrato arenito fase campo subtropical mesófilo + AFLORAMENTO DE ROCHA
RLq2 Associação NEOSSOLO LITÓLICO Psamítico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico textura média
ambos A proeminente relevo forte ondulado substrato arenito fase campo subtropical mesófilo

Associação - Neossolos Flúvicos


RUq Associação NEOSSOLO FLÚVICO Psamítico típico A moderado + NEOSSOLO FLÚVICO Tb Distrófico gleico A
moderado e proeminente ambos textura arenosa e média + GLEISSOLO MELÂNICO Distrófico típico A
proeminente e húmico textura média e argilosa todos relevo plano e suave ondulado fase floresta subtropical
fluvial

Associação – Neossolos Quartzarênicos


RQo Associação NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico húmico e léptico + NEOSSOLO LITÓLICO Psamítico típico
A moderado substrato arenito ambos relevo suave ondulado e ondulado fase campo subtropical mesófilo
GLEISSOLOS– unidades simples
GMd1 GLEISSOLO MELÂNICO Distrófico típico A húmico textura média relevo plano fase campo subtropical higrófilo
(hidrófilo sazonal)

Associações – Gleissolos
GMd2 Associação GLEISSOLO MELÂNICO Distrófico nano A húmico e hístico fase campo subtropical hidrófilo +
NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico substrato arenito fase campo subtropical mesófilo (hidrófilo sazonal)
ambos textura média relevo ondulado contato lítico
GMd3 Associação GLEISSOLO MELÂNICO Distrófico típico A húmico textura argilosa + ORGANOSSOLO MÉSICO
Sáprico Distrófico térrico substrato textura argilosa ambos relevo plano e suave ondulado campo subtropical
hidrófilo

Organossolos – unidades simples


Oys ORGANOSSOLO MÉSICO Sáprico Distrófico térrico substrato textura argilosa fase drenada relevo plano fase
campo subtropical hidrófilo

Afloramento de Rocha – unidades simples


AR Afloramento de Rocha fase campo rupestre
RD Relevos Doliniformes fase floresta subtropical perenifólia/campo subtropical hidrófilo

Tipos de Terrenos – unidades simples


TT-f Tipo de terreno – Ferrovia
TT-ch Tipo de terreno – Construções e Habitações
TT-er Tipo de terreno – Estradas e Rodovias
TT-rp Tipo de terreno – Área para recuperação e/ou ações de paisagismo

ENCARTE 3 79
3.4.9.1 Classes de solos

a) Latossolos

Ordem que compreende solos minerais com elevado grau de

desenvolvimento pedogenético, incorrendo na grande maioria dos casos em

espessuras de solum superiores a 2 metros, ausência de minerais primários ou

secundários facilmente intemperizáveis, capacidade de troca de cátions inferior a

17 cmolc/kg de argila sem correção para carbono, com mineralogia de argila

caulinítica ou oxídica (EMBRAPA, 1999).

Em geral se apresentam bem a fortemente drenados, tendo como reflexo

cores de croma elevado, com pequena diferenciação entre horizontes, expressas por

transições difusas ou graduais. Apresentam seqüência de horizontes A, Bw, C, R.

Na área de estudo foi identificada a presença de duas subordens -

LATOSSOLO VERMELHO (figura 3.27) e LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO (figura

3.28). Esses solos têm sua gênese atrelada a dois tipos de materiais parentais –

folhelhos e arenitos. Ambas as classes tanto podem se apresentar com textura

média ou argilosa, dependendo do tipo de rocha a que estão atrelados.

80
FIGURA 3.27 - LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO TÍPICO FIGURA 3.28 - LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO
DISTRÓFICO TÍPICO

O LATOSSOLO VERMELHO tem textura argilosa quando tem sua gênese

atida ao Folhelho Ponta Grossa e média quando proveniente do retrabalhamento do

folhelho com arenito.

Para as duas situações foram identificados os horizontes A moderado e

proeminente, em espessuras que variaram de 20 a 40 cm, dependendo do grau de

erosão instalado, predominantemente na cor bruno-avermelhado-escuro, podendo

em menor expressão ser identificado o bruno-avermelhado. O horizonte Bw é

vermelho, sendo o vermelho-escuro a cor dominante para os horizontes transicionais

(AB e BA).

A saturação por bases, tanto no horizonte A como no Bw, era originalmente

baixa (distrófico) com elevada saturação por alumínio trocável (Embrapa, 1984).

ENCARTE 3 81
Contudo, às práticas de calagem e adubação imprimidas durante o uso agrícola,

resultaram na elevação da saturação por bases para os patamares de 60-65%,

caracterizando o estado epieutrófico, o que possibilita elevadas produtividades.

Deve-se registrar a identificação de diferentes níveis de compactação no

horizonte superficial nas áreas em que havia exploração agrícola, além de erosão em

sulco e entre sulcos. Sem dúvida, no passado, houve perdas acentuadas de horizonte

superficial por erosão e isso ficou registrado não só na diminuição da espessura do

horizonte superficial, como também no grau de assoreamento observado nas planícies

ocupadas por ORGANOSSOLOS e GLEISSOLOS MELÂNICOS (figura 3.29).

FIGURA 3.29 - ORGANOSSOLO MÉSICO SÁPRICO TÉRRICO FASE


SOTERRADA

82
Deve-se ter em conta a importância de se evitar o assoreamento das

planícies, especialmente quando nessas são identificados os ORGANOSSOLOS.

Devido a sua constituição físico-química apresenta elevada capacidade de retenção,

importante no processo de regularização dos caudais dos mananciais hídricos, além

de alta capacidade de depuração de água em função da sua elevada capacidade de

troca catiônica. Sem dúvida, essa funcionalidade torna-se bastante comprometida

quando se instala o processo de assoreamento, formando mantas de composição

mineral sobre esse tipo de solo. Portanto, fica caracterizada assim a fragilidade das

planícies, principalmente, quando têm em sua constituição os ORGANOSSOLOS.

A presença do LATOSSOLO VERMELHO foi observada desde situação de

topo convexizado, em relevo plano e suave ondulado, até posicionamento de terço

médio, em relevos suave ondulados e ondulados. No terço médio a forma de rampa

prevalecente foi convexa-divergente.

O LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO apresenta características muito

semelhantes ao LATOSSOLO VERMELHO, porém a expressão da textura média é

muito mais freqüente que a argilosa, além das cores vermelho-amareladas no

horizonte Bw. Nesse sentido vale ressaltar que foi detectada a classe textural franco-

arenosa no horizonte superficial tanto no VERMELHO como no VERMELHO-

AMARELO, o que implica, necessariamente, quando submetidos ao uso agrícola, em

fragilidade estrutural aumentando a possibilidade de ocorrências do processo

erosivo, ainda mais quando se verifica a distribuição desses em rampas longas.

A saturação por bases originariamente era a mesma dos LATOSSOLOS

VERMELHOS, contudo também foi observado o caráter epieutrófico devido às

práticas de calagem e adubação.

Na região o LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO é um extensor pedológico

do VERMELHO (figura 3.30) já que seu posicionamento na paisagem está

essencialmente no terço inferior da paisagem, em rampas côncavas-convergentes,

côncavas-retilíneas e convexas-divergentes.

ENCARTE 3 83
Ambas as classes de solo originalmente apresentavam cobertura vegetal

do tipo herbácea, estepe, denominado nesse trabalho como campo subtropical

mesófilo.

LV

LVA

FIGURA 3.30 - DISTRIBUIÇÃO TOPOSSEQÜENCIAL LATOSSOLO VERMELHO/LATOSSOLO VERMELHO-


AMARELO

Potencialidades e fragilidades ambientais

Os LATOSSOLOS, em condições naturais, apresentam elevados índices de


floculação, condicionando forte estruturação granular (em muitos casos grumosa), o

que por sua vez resulta em grande volume de poros e subseqüentemente elevados

níveis de permeabilidade. Esta condição, associada aos tipos de relevos, suaves,

minimizam a possibilidade de ocorrer o processo erosivo, no entanto as rampas,

geralmente longas, constituem um problema devido ao alto potencial para

concentração de enxurradas. Pelo exposto pode ser dito que essa classe de solo

confere grande estabilidade ambiental, salvo quando sofrem intervenção do homem.

Geralmente essas ações resultam em altos índices de compactação, desestruturação

em diferentes níveis, resultando em processos erosivos bastante expressivos.

84
No parque evidenciam-se várias áreas constituídas por LATOSSOLOS,

perturbados física e morfologicamente, que devem receber atenção especial a fim de

minimizar as fragilidades ambientais induzidas pela degradação do solo. Nesse

sentido, as estradas passam a ser prioridade para as futuras ações de conservação.

Tendo em vista as diferentes características físico-químicas encontradas

nos LATOSSOLOS, além das heterogeneidades das paisagens de ocorrência e grau

de intervenção antrópico, recomenda-se que sejam estabelecidas parcelas

permanentes de pesquisa em recuperação ambiental, sem indução pelo homem,

com a finalidade de caracterizar os graus de resiliência para cada situação.

b) Cambissolos

São solos minerais não-hidromórficos, apresentando pequeno grau de

desenvolvimento, com horizonte B incipiente (Bi) subjacente a qualquer tipo de

horizonte superficial (EMBRAPA, 1999).

Em função do seu estágio de evolução, possuem diferentes características

em relação à cor, profundidade, textura, saturação por bases etc., sendo muito comum

identificar-se algumas características herdadas diretamente do material de origem.

Devidas, principalmente, às interações clima/material de origem/relevo

presentes nas paisagens do parque, foram identificadas variações consideráveis nas


espessuras de solum, sendo detectado desde de 30 até mais de 120 cm. Em áreas

de ocorrência de NEOSSOLOS LITÓLICOS, foi muito comum deparar-se com solos

apresentando contato lítico dentro de 50 cm, sendo nesse caso classificados com o

adjetivo "nano" (figura 3.31), embora este termo não seja contemplado no Sistema

Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999). O reconhecimento dessa

classe é muito importante em função de seu comportamento semelhante aos

NEOSSOLOS, principalmente no que se refere ao armazenamento e disponibilidade

hídrica, bem como a elevada suscetibilidade à erosão.

ENCARTE 3 85
FIGURA 3.31 - CAMBISSOLO HÁPLICO DISTRÓFICO NANO TRANSICIONANDO PARA NEOSSOLO
LITÓLICO DISTRÓFICO TÍPICO

A ordem dos CAMBISSOLOS no parque está representada pelas subordens

HÚMICOS (figura 3.32) e HÁPLICOS (figura 3.33), ambos dominantemente

apresentando textura média. Em menores proporções, em termos de área, foram

identificadas texturas argilosas quando esses provêm do Folhelho Ponta Grossa.

Os HÚMICOS foram identificados tanto nas encostas como nas planícies

caracterizando, portanto, o acúmulo de matéria orgânica no horizonte superficial não

só pela influência da restrição de drenagem, mas também indução por climas mais

frios das regiões de altitude.


Essa classe de solo apresenta amplos contrastes do horizonte superficial
com os demais horizontes subsuperficiais, em função das cores escuras (bruno
muito escuro; bruno-escuro; bruno-acinzentado muito escuro) proporcionadas pelos
altos teores de matéria orgânica.

86
FIGURA 3.32 - CAMBISSOLO HÚMICO DISTRÓFICO TÍPICO

FIGURA 3.33 - CAMBISSOLO HÁPLICO DISTRÓFICO LÉPTICO

ENCARTE 3 87
A saturação por bases é baixa (distrófico) com elevados teores de alumínio
trocável (álico). Apenas em algumas situações esses solos foram aproveitados para
uso agrícola e, nesse caso, a característica epieutrófico também é validada.
Deve ser chamada a atenção para a textura desse horizonte em situação de
encosta sobre rocha arenítica, pois foi caracterizado teor de argila abaixo de 15%, o que
implica em elevada suscetibilidade à erosão, principalmente quando assume o caráter
nano, em relevos mais movimentados do que o presente no citado perfil.
O horizonte subsuperficial, de cores mais claras (bruno-amarelado-escuro;

bruno-amarelado; bruno-forte), também assume a condição de baixa saturação por

bases com elevados teores de alumínio trocável, em situação típica de pH com

reação fortemente ácido.

Nas superfícies desenvolvidas sobre o folhelho, foi verificada a presença

de CAMBISSOLO HÚMICO com plintita e também com petroplintita, porém em

quantidades insuficientes para ser incluído na classe dos PLINTOSSOLOS. Os

CAMBISSOLOS HÚMICOS plínticos ocupam pequenas áreas, não constituindo

unidade de mapeamento, ficando como elemento de inclusão. A plintita foi

identificada em quantidades estimadas que variaram de 5 a 10% no horizonte BC,

em formas e tamanhos bastante irregulares. Por sua vez a petroplintita foi

identificada principalmente entre os horizontes Bi e o horizonte BC, assumindo

formas diversas, nas quais destacam-se as formas laminares (figura 3.34).

Infelizmente foram detectadas áreas degradadas sobre folhelhos, onde se procedeu

a decapagem total dos horizontes superficiais, proporcionando exposição de

horizontes que continham plintita e essas, devido a maior exposição aos ciclos de

umedecimento e secagem, transformaram-se em petroplintitas, tornando mais difícil

a recuperação futura dessas áreas.

88
FIGURA 3.34 - PETROPLINTITA COM FORMA LAMINAR E GLOBOSA/LAMINAR

Ressalte-se que os CAMBISSOLOS HÚMICOS assentes sobre paisagens de


planície assumem maiores teores de argila (piso de 20 a 35%), principalmente no
horizonte superficial, em virtude de sua gênese de sedimentação alúvio-coluvionar
(figura 3.35). Da mesma forma que os CAMBISSOLOS HÚMICOS de encosta,
apresentam-se com baixa saturação por bases e níveis bastante elevados de
alumínio trocável. Embora estejam sobre planície, a sua condição de drenagem
permite a presença de vegetação de campo subtropical mesófilo.

FIGURA 3.35 - CAMBISSOLO HÚMICO DISTRÓFICO TÍPICO

ENCARTE 3 89
Ocorrendo associados de forma interdigitada aos CAMBISSOLOS HÚMICOS

típicos, os CAMBISSOLOS HÚMICOS gleicos inserem-se em porções levemente

abaciadas da planície. Essa condição de relevo associado a sua menor condição

estrutural (menor organização de poros) resultam em menores índices de

permeabilidade, sendo por esse motivo identificada vegetação de campo subtropical

higrófila.

Os CAMBISSOLOS HÁPLICOS apresentam texturas muito semelhantes aos

HÚMICOS, além de complexo iônico similar. Normalmente apresentam tonalidades

suficientes para o enquadramento em horizonte húmico, contudo apresentam

restrições no que se refere à espessura.

Assim como os HÚMICOS a espessura de solum pode se apresentar

superior a 100 cm (típicos), entre 50 e 100 cm (lépticos) e inferior a 50 cm com

contato lítico (nano).

Em virtude de sua boa permeabilidade, associado ao relevo de ocorrência

(dominantemente ondulado e forte ondulado) são identificados com vegetação de

campo subtropical mesófilo ou sob floresta subtropical perenifólia (Floresta Ombrófila

Mista).

Potencialidades e fragilidades ambientais

De maneira geral os CAMBISSOLOS situados sobre as paisagens de encosta

imprimem maior fragilidade ambiental do que os LATOSSOLOS, principalmente quando

ocorre o adelgaçamento de suas espessuras e, concomitantemente, se encontram

sobre relevos movimentados. A situação agrava-se ainda mais quando a fração areia se

acentua, induzindo elevada suscetibilidade à erosão. Infelizmente essas formulações

são encontradas com muita regularidade dentro das fronteiras do parque de Vila Velha.

Embora bastante recentes, alguns aceiros locados sobre CAMBISSOLOS

nanos, já refletem a condição citada (figura 3.36).

90
FIGURA 3.36 - EROSÃO EM SULCOS SOBRE CAMBISSOLO HÁPLICO DISTRÓFICO NANO

Assim como nos LATOSSOLOS, nos aceiros e estradas que permanecerem

na situação original, deverão ser feitas obras de dissipação de energia das

enxurradas, já citadas nos LATOSSOLOS.

A questão de estradas e aceiros em planícies também deve ser

reconsiderada especialmente as que estão postadas em situação adjacente ao rio

Quebra-perna (figura 3.37). Esses aceiros/estradas encontram-se em áreas de

preservação legal, além de proporcionarem forte pressão sobre as florestas fluviais

do mencionado rio, não havendo justificativa para a sua permanência.

Recomenda-se para uma recuperação mais rápida da vegetação sobre o

aceiro que se faça apenas a subsolagem ou mesmo a escarificação superficial, uma

vez que esses encontram-se fortemente compactados.

ENCARTE 3 91
FIGURA 3.37 - ACEIROS/ESTRADAS PLOTADOS AO LADO DO RIO QUEBRA-PERNA

Para a instalação de trilhas para visitação turística, em função dos

elevados níveis da fração areia na composição granulométrica dos CAMBISSOLOS,

NEOSSOLOS LITÓLICOS e QUARTZARÊNICOS, recomenda-se que ocorra a

pavimentação com fragmentos de rocha conforme já vem sendo feito na trilha que

está situada em torno do "Planalto". No entanto devido aos elevados teores de areia

presentes nos horizontes superficiais, recomenda-se que sejam planejadas

pequenas "bocas-de-lobo" pavimentadas a fim de canalizar os excessos de água

92
acumuladas em relevos côncavos (abaciamento). Ao mesmo tempo é necessário

que se façam obras de desvio das águas com a finalidade de evitar o acúmulo de

água e sedimentos nos citados relevos (figura 3.38).

FIGURA 3.38 - ACÚMULO DE SEDIMENTOS EM TRILHA EM RELEVO CÔNCAVO

Necessariamente, com o decorrer do tempo, a passagem de água sem

estar preferencializada (percolação difusa) por boca-de-lobo, acabará por retirar a

base dos caminhos, proporcionando a degradação da trilha por solapamento. Esse

processo já está instalado conforme pode ser visto na figura 3.39.

Outra forma de procedimento para minimização do processo erosivo nas

trilhas, é o aproveitamento dos troncos de pínus que estão sendo cortados em todo

o parque e fazer uma disposição em quadrantes ao longo da projeção das futuras

trilhas. Essa forma, de menor durabilidade que a trilha pavimentada, é interessante

no sentido de dar aproveitamento aos diversos troncos dispersos pelo parque, bem

como criar rugosidade na trilha para maior capacidade de sedimentação.

ENCARTE 3 93
FIGURA 3.39 - RETIRADA DE FINOS NA BASE DA TRILHA, POR PERCOLAÇÃO HÍDRICA DIFUSA

c) Neossolos Litólicos

São solos minerais não hidromórficos, onde os processos de pedogênese

são muito incipientes, apresentando por esse motivo seqüência de horizontes A

sobre C ou Cr, ou mesmo diretamente sobre a rocha, podendo conter horizonte B

genético, porém com espessura insuficiente para enquadramento diagnóstico

(EMBRAPA, 1999).

Em virtude da pequena expressão dos processos pedogenéticos

normalmente apresentam-se rasos, com contato lítico dentro de 50 cm de profundidade.

No Parque Estadual de Vila Velha foram identificadas espessuras mínimas

de 10cm, normalmente próximos dos afloramentos rochosos do Arenito Itararé

(figura 3.40), e dos pequenos córregos e rios que entalham o arenito Furnas.

94
FIGURA 3.40 - PAISAGEM DE NEOSSOLO LITÓLICO DERIVADO DO ARENITO FURNAS

Foram detectados em áreas de elevada declividade tanto sobre litologia de

arenito como de folhelho, principalmente em áreas com forte influência de

alinhamentos tectônicos (falhamentos), caracterizando dessa forma a predominância

de processos de morfogênese sobre os de pedogênese.

Foram identificados três grandes grupos: Húmicos (figuras 3.41 e 3.42),


Psamíticos e Distróficos. Todos apresentam baixa saturação por bases e níveis

elevados de alumínio trocável. A expressão máxima se faz no Distrófico, com teores

de alumínio trocável suficientes para ser enquadrado em caráter alumínico (maior

que quatro cmolc/kg de argila, saturação por alumínio trocável superior a 50% e

saturação por bases inferior a 50%).

ENCARTE 3 95
FIGURA 3.41 - PAISAGEM CONSTITUÍDA POR NEOSSOLO LITÓLICO DERIVADO DE
FOLHELHO

Deve ser ressaltado que em todas as paisagens derivadas de arenitos,


independentes se Itararé ou Furnas, foram identificadas texturas arenosas
associadas às médias, o que conciliado às frágeis estruturas, pequenas espessuras
e os relevos bastante movimentados, imprimem forte fragilidade ao meio ambiente.

FIGURA 3.42 - NEOSSOLO LITÓLICO HÚMICO TÍPICO

96
Por outro lado, os derivados de folhelhos apresentam textura média,

caracterizando o forte retrabalhamento ocorrido nessas áreas. Da mesma forma,

devido às fortes declividades, pequenas espessuras e contato líticos resultam em

extrema suscetibilidade à erosão.

Em geral a suscetibilidade à erosão das áreas que contém NEOSSOLOS

LITÓLICOS é elevada, porque esses ocorrem intimamente associados aos

afloramentos de rocha e CAMBISSOLOS nanos, indivíduos que também induzem a

concentração de fluxos hídricos superficiais.

Conotação especial deve ser dada a unidade de mapeamento RQo, pois os

NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos lépticos, elemento de composição da

unidade de mapeamento, é de textura arenosa e, por esse motivo, de extrema

suscetibilidade à erosão, independente do relevo pouco movimentado (ondulado).

Outra situação que merece atenção especial é a unidade de mapeamento

RLh6, pois se verifica uma associação com GLEISSOLOS MELÂNICOS e HÁPLICOS.

Esse tipo de associação, encontrado nos terços inferiores das pendentes, onde a

água está presente em abundância, resulta em fluxos hídricos constantes. Nas

épocas de maior pluviosidade os NEOSSOLOS LITÓLICOS atingem o limite de

liquidez mais facilmente, habilitando um processo erosivo de grandes dimensões: o


fluxo de massa. Por esse motivo é comum visualizar afloramentos de rocha em

terços finais de encosta nas paisagens do parque.

Quanto à cobertura vegetal sobre NEOSSOLOS LITÓLICOS, podem ser

identificadas duas unidades fitoecológicas: floresta subtropical perenifólia e campo

(estepe). O campo pode ser dividido em duas subunidades: campo subtropical

mesófilo e higrófilo e esta distinção se dá em função da forma da rampa, assim

como da sua posição na paisagem. Dessa forma, NEOSSOLOS LITÓLICOS sob

campo mesófilo, em terços finais de encosta, especialmente em relevos côncavos-

convergentes, gradam de campos mesófilos para campo higrófilo sazonal.

ENCARTE 3 97
Potencialidades e fragilidades ambientais

Os NEOSSOLOS LITÓLICOS condicionam extrema fragilidade ambiental

devido principalmente a sua extrema suscetibilidade à erosão. Evidentemente, dentro

desse contexto, tanto maior será a predisposição quanto mais íntima for a associação

com afloramentos rochosos (elemento da paisagem de concentração de enxurrada),

especialmente em relevos mais vigorosos. Todos os comentários explicitados na

classe dos LATOSSOLOS e CAMBISSOLOS, em termos de potencial de degradação,

também são válidos aqui, contudo as sutilezas dos processos são exponenciáveis.

É muito comum verificar-se a presença de sulcos nos aceiros atuais (figuras

3.43 e 3.44), além da presença de "areia lavada" caracterizando o processo de

desestruturação e carreamento de partículas desagregadas pela erosão (figura 3.45).

FIGURA 3.43 - EROSÃO EM ACEIRO SOBRE NEOSSOLO LITÓLICO DISTRÓFICO TÍPICO

98
FIGURA 3.44 - ASPECTO DE EROSÃO EM SULCO SOBRE
NEOSSOLO LITÓLICO

A questão das trilhas é também muito semelhante aos problemas dos


aceiros, pois o simples caminhamento ao longo dos anos leva a severos graus de

desestruturação do horizonte superficial arenoso, promovendo bolsões de classe

textural areia (0 a 10% de argila), tornando-se altamente predisponível ao

carreamento (figura 3.45).

ENCARTE 3 99
FIGURA 3.45 - BOLSÃO DE CLASSE TEXTURAL AREIA SOBRE NEOSSOLO LITÓLICO ASSOCIADO A
NEOSSOLO QUARTZARÊNICO

d) Neossolos Quartzarênicos

Compreende solos minerais de composição essencialmente de textura

arenosa (classes de areia e areia franca) até a profundidade mínima de 150 cm ou

até um contato lítico, desde que esse não ocorra dentro da profundidade de 50 cm,

com seqüência de horizontes A – C, sendo que a fração areia contenha mais de


95% de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente ausência de minerais primários

facilmente alteráveis (EMBRAPA, 1999).

No parque esta classe está representada pelo grande grupo Órtico, ou

seja: por solos não hidromórficos.

Em nenhum momento foi identificada espessura superior à 120 cm, o que

os enquadra no subgrupo léptico.

Caracterizam-se por apresentarem textura areia ao longo de todo o perfil,

com horizonte A na cor bruno-escuro, gradando para bruno-avermelhado no

horizonte C, até atingir o vermelho-escuro no Cr (figura 3.46), cor original do material

de origem – Arenito Itararé.

100
FIGURA 3.46 - NEOSSOLO QUARTZARÊNICO ÓRTICO LÉPTICO

A passagem entre os horizontes se faz de forma gradual à exceção quando

para o horizonte Cr, no caso abrupta.

Esta classe se encontra exclusivamente entre os relevos ruiniformes do

Planalto, associados aos NEOSSOLOS LITÓLICOS Psamíticos e aos afloramentos de

rocha, compondo a unidade de mapeamento RQo. Devido a intensa visitação, esses

solos se encontram degradados na superfície, sem estrutura, devido o intenso

pisoteamento por parte dos turistas. Esse fato pode ser facilmente visualizado na

figura 3.46, onde pode ser observada a diferença de coloração dos primeiros 20 cm.

A saturação por bases não é diferente das demais, baixa com elevada

saturação por alumínio trocável.

A cobertura vegetal identificada sobre essa classe de solo é o campo

subtropical mesófilo com espécimes arbóreas/arbustivas esparsas.

ENCARTE 3 101
Potencialidades e fragilidades ambientais

Essa classe de solo determina grande fragilidade ambiental em função dos

teores bastante elevados da fração areia, o que determina elevada suscetibilidade à

erosão. Além disso, o valor S (soma de bases) extremamente baixo torna-se um

fator restritivo para a recuperação da cobertura vegetal, ainda mais quando os teores

de carbono se encontram diminutos.

e) Neossolos Flúvicos

Solos minerais hidromórficos ou não, derivados de sedimentos aluviais,

com presença de horizonte A assente sobre camadas estratificadas de textura

variável, sem relação pedogenética entre si. A sujeição contínua aos processos de

deposição fluvial, implica em uma pequena expressão da pedogênese, acarretando

em um restrito grau de evolução.

Na área do parque, foram identificados com maior expressão geográfica no

rio Quebra-perna, mais especificamente, nos diques marginais e em partes mais

internas da planície devido ao abandono contínuo dos leitos fluviais, típico de padrão

de leito meandrante.

Em razão das litologias entalhadas e de sua gênese deposicional


característica, apresentam texturas arenosa e média – com predominância da

primeira, as quais estão relacionadas diretamente à posição do solo na planície,

assim como à energia contida no evento de transporte/deposição.

Foram identificados dois tipos de horizonte superficial; moderado (maior

quantidade) e proeminente.

É comum a identificação de horizontes húmicos enterrados em

profundidades variáveis, contudo abaixo de 130 cm, ressaltando a hidrodinâmica

existente em rios com padrões meandrantes.

102
Em virtude da composição litológica da região é de se esperar que a

saturação por bases também seja baixa como nas demais classes de solos. Essa

situação é ratificada quando se observam os resultados analíticos contidos em

Rauen (1994).

Em determinadas situações ocorrem intimamente associados com

GLEISSOLOS MELÂNICOS, contudo dada à escala de trabalho, torna-se impossível

as suas separações. Em suma pode ser dito que os GLEISSOLOS estão em antigos

leitos abandonados, total ou parcialmente colmatados e os NEOSSOLOS encontram-

se sobre posição de dique atual ou paleodique. É digno de registro que os

NEOSSOLOS posicionados sobre os diques marginais mais alçados, apresentam

regime hídrico insaturado na sua maior parte do tempo, porém há evidências

morfológicas de incorrências cíclicas de saturação hídrica plena temporária.

No parque foram identificadas duas tipologias florestais e uma de campo –

essa com diminuta expressão geográfica:

- floresta subtropical fluvial hidrófila – composta predominantemente por

espécies de alta adaptabilidade a solos com características hidromórficas;

- floresta subtropical fluvial higrófila - composta predominantemente por

espécies com boa adaptabilidade a solos semi-hidromórficos (lençol

oscilando em torno de 50 a 100 cm);

- campo subtropical higro/hidrófilo – composta por espécies de média a

alta capacidade de adaptação a solos hidromórficos.

Potencialidades e fragilidades ambientais

Essa classe de solo, em função de suas características texturais bastante

heterogêneas, associado ao posicionamento geomórfico, determina enorme

fragilidade ambiental, em face da grande suscetibilidade à erosão fluvial,

principalmente quando dispostos em superfície de degradação com ausência de

ENCARTE 3 103
floresta. Esse fato evidencia a necessidade da preservação da floresta, a qual

confere ao solo uma agregação mecânica através de suas raízes, aumentando a

estabilidade dos ambientes fluviais.

Em determinados segmentos do rio foram observados sérios processos de

solapamento de base nos diques marginais, devido à retirada total ou parcial da

floresta de galeria, somada aos altos picos de vazão, cíclicos, típicos da região.

Deve-se registrar que em um dos tributários do rio Quebra-perna, durante o

levantamento de solos, foi observada a deposição de folhas e galhos em uma

floresta de galeria, a uma altura de 3,15 m em relação à lâmina d'água, contudo a

fim de não ocorrer à supervalorização do evento, deve ser citado que o vale desse

tributário é bastante encaixado. Ratificando o mencionado processo, foram


identificados ao longo do mesmo rio, diversos eventos deposicionais,

essencialmente arenosos, de diferentes espessuras e formas, caracterizando a

necessidade de preservação da floresta fluvial. Esses depósitos, sob a ótica de lupa

de campo (aumento de 10x), são caracterizados por serem essencialmente

quartzosos, hialinos, angulosos e de grande diversidade de tamanho.

f) Gleissolos Melânicos

Solos constituídos por material mineral com horizonte glei imediatamente

abaixo de horizonte A, ou de horizonte hístico com menos de 40 cm de espessura; ou

horizonte glei começando dentro de 50 cm da superfície do solo (EMBRAPA, 1999).

Esta ordem tem grande distribuição nas planícies do parque, ocorrendo

principalmente com horizonte hístico ou húmico, em associação complexa com os

ORGANOSSOLOS. Também se verificou a sua presença nas encostas, contudo além

dos citados horizontes, também se observou horizonte superficial do tipo moderado.

104
A seqüência de horizontes mais comuns identificados na área revela um

horizonte superficial rico em matéria orgânica, por isto de cores pretas (bruno-

acinzentado muito escuro, bruno muito escuro e preto), sobre um horizonte mineral

Cg, de textura argilosa ou média, de cores acinzentadas, podendo ou não se

apresentar com mosqueados.

Horizontes gleis totalmente deplecionados (sem mosqueados) foram

constatados em relevos doliniformes plenamente colmatados, onde as condições de

redução são extremas (figuras 3.47 e 3.48).

FIGURA 3.47 - CORES ACINZENTADAS DEPLECIONADAS EM GLEISSOLO MELÂNICO

Quanto às características do complexo iônico, com base em Rauen (1994),

pode-se dizer que são fortemente ácidos, com baixa saturação por bases, além de

elevados teores de alumínio trocável.

ENCARTE 3 105
FIGURA 3.48 - RELEVO DOLINIFORME TOTALMENTE COLMATADO

Deve ainda ser citado que nas planícies, os GLEISSOLOS estão também

localizados na faixa de transição entre os ORGANOSSOLOS e os CAMBISSOLOS

HÚMICOS gleicos, caracterizando uma faixa de amortização para os

ORGANOSSOLOS, dos efeitos degradantes que possam vir das encostas. Por esse

motivo assumem papel fundamental de depuração para preservar a qualidade da

água presente sobre os ORGANOSSOLOS.


A cobertura vegetal encontrada sobre esses solos é variável, contudo

pode-se afirmar que a fisionomia campo subtropical hidrófilo permanente é a

dominante (figura 3.49).

106
FIGURA 3.49 - ASPECTO DE VEGETAÇÃO DE CAMPO SUBTROPICAL HIDRÓFILO

Quando contêm horizonte hístico (saturação hídrica plena) apresentam

composição florística semelhante à encontrada em ORGANOSSOLOS, todavia, podem

diferir bastante quando está presente o horizonte húmico. Quando isto acontece, as

gramíneas passam a ser o fator preponderante para a diferenciação fitofisionômica.

Potencialidades e fragilidades ambientais

Esta classe está dominantemente sob áreas de máxima fragilidade – de


preservação legal e, conforme já mencionado, desempenha papel fundamental,

principalmente, na depuração das águas superficiais. Quando está presente o

horizonte hístico, devido ao aumento de cargas, essa característica é exponenciada,

ficando muito próximo da competência dos ORGANOSSOLOS.

Existem algumas áreas, pequenas mas importantes, que durante o

levantamento de solos ainda tinham a presença de pínus e eucaliptos em abundância.

Esse tipo de vegetação deve ser retirado, dado a capacidade evapo-transpiradora

impingida, causando em curtos períodos de tempo o seu ressecamento, caracterizando

ENCARTE 3 107
assim, uma ilegitimidade hídrica ao ambiente. Por esse motivo, esforços devem ser

efetuados para erradicar totalmente esse tipo de vegetação.

Devem, sob qualquer ótica, ser destinados à preservação, sem nenhuma

intervenção próxima efetuada pelo homem.

g) Organossolos

Solos constituídos por material orgânico, que apresentam horizonte H

hístico com teor de matéria orgânica ≥ 0,2 kg/kg de solo (≥ 20% em massa), com

espessura mínima de 40cm quer se estendendo em seção única a partir da

superfície, quer tomado, cumulativamente, dentro de 80cm da superfície do solo

(EMBRAPA, 1999).

Os representantes da ordem encontrados no parque apresentam teores de

matéria orgânica entre 0,2 e <0,65 kg/kg de solo e densidade do solo inferior a

0,65 mg/dm3, com material orgânico compondo os horizontes hísticos bastante

decomposto, baixa saturação por bases e assentes sobre camadas minerais de

textura média ou argilosa encontradas em profundidades inferiores a 100 cm. Essas

características direcionam para o enquadramento em ORGANOSSOLO MÉSICO

Sáprico térrico.

São encontrados com muita freqüência em relevos com diferentes classes


de declive – ondulado (figura 3.50), suave ondulado e principalmente plano. Em

todos os casos é verificada a tipologia campo subtropical hidrófilo, cuja composição

florística, bastante simples, está baseada dominantemente em ciperáceas,

eriocauláceas, esfagnáceas, xiridáceas e uma pteridófita específica.

108
FIGURA 3.50 - ASPECTO DE VEGETAÇÃO EM COLO DE ENCOSTA SOBRE ORGANOSSOLO

As classes de declive ondulado e suave ondulado podem ser detectadas

em posição de colo de encosta, no arco de convergência hídrica (figura 3.51), ou na

base de encostas, independente de sua forma.

FIGURA 3.51 - ORGANOSSOLO MÉSICO SÁPRICO TÉRRICO EM COLO DE ENCOSTA

ENCARTE 3 109
Dentro do parque são evidenciadas inúmeras áreas de surgência hídrica,

caracterizando uma verdadeira "área de mananciais", as quais devem ser

preservadas. No entanto, em alguns locais é comum verificar-se a passagem de

aceiros/estradas cruzando por esses tipos de solos (figura 3.52.). Essa prática deve

ser replanejada, a fim de se conseguir novos locais para a instalação dos

aceiros/estradas.

FIGURA 3.52 - ACEIROS SOBRE ORGANOSSOLOS MÉSICOS SÁPRICOS TÉRRICOS

110
A ocupação em relevo plano está associada às partes mais internas das
planícies, onde faz fronteira com os GLEISSOLOS MELÂNICOS. Sem nenhuma
dúvida, os ORGANOSSOLOS conferem maior fragilidade ambiental quando estão em
situação de colo de encosta.
Em função da erosão ocorrida sobre os solos de encostas, grande parte
dos ORGANOSSOLOS encontra-se em fase de soterramento, não sendo raro
identificar 50 cm ou mais de sedimentos minerais. Essa situação é muito
preocupante, pois a presença de sedimentos minerais em sua superfície propicia a
diminuição do potencial de depuração da água, devido a diminuição das cargas,
bem como propicia a passagem dessa mais rapidamente. Além disso, essas
camadas minerais proporcionam forte mudança na composição florística original,
acusada principalmente pela entrada de asteráceas, dantes totalmente
impossibilitadas de adentrar nesses ambientes (figura 3.53).

FIGURA 3.53 - ASTERÁCEAS EM ORGANOSSOLOS

ENCARTE 3 111
Potencialidades e fragilidades ambientais

Os ORGANOSSOLOS, sem sombra de dúvida, revelam-se como a classe mais

frágil de todas dentro do parque, tendo em vista a sua íntima associação com as águas

de superfície, além do seu extremo potencial aos processos erosivos, principalmente

quando se encontram em superfícies com relevos ondulado e suave ondulado.

Grande parte da vegetação de campo onde se situam os ORGANOSSOLOS

de planície encontram-se com entrada de asteráceas, caracterizando a entrada de

sedimentos minerais através de processos erosivos.

3.4.9.2 Tipos de terrenos

Essa unidade é composta por quatro unidades simples: TT-f refere-se às

áreas ocupadas pela ferrovia; TT-ch por construções e habitações; TT-er por

estradas e rodovias e TT-rp, área para recuperação e/ou ações de paisagismo.

Para o plano de manejo interessa mais especificamente a unidade TT-rp,

pois há uma necessidade premente de se proceder a recuperação com vistas a

minimizar o avanço degradacional encontrado em todas as áreas.

Essas unidades encontram-se tanto sobre arenitos, Arenito Furnas (figura

3.51), quanto sobre folhelhos (figuras 3.54, 3.55 e 3.56). Em todas as situações
verifica-se o decapeamento dos horizontes dos solos, permitindo o afloramento ora

de saprolitos ora de rocha sã. A presença de afloramentos e/ou saprolitos

condiciona uma restrição muito grande para a reconstituição da vegetação nativa,

pois as características favoráveis ao seu desenvolvimento foram perdidas ao ser

retirado os horizontes do solo, especialmente o horizonte superficial – horizonte A.

112
FIGURA 3.54 - ÁREA DEGRADA SOBRE ARENITO FURNAS

FIGURA 3.55 - ÁREA DEGRADADA SOBRE FOLHELHO

ENCARTE 3 113
FIGURA 3.56 - ÁREA DEGRADADA SOBRE FOLHELHO

3.5 MÉTODO DE ESTUDO

O método empregado para produção de informações no campo seguiu os

preceitos metodológicos contidos em Sobrevilla e Bath (1992), autores que definem

uma seqüência de atividades preparatórias e procedimentos em campo, as quais

constituem a base das Avaliações Ecológicas Rápidas (AER's).

O método busca sistematizar a geração de dados pela equipe de trabalho,

bem como integrar informações colhidas em conjunto. A inovação consiste

basicamente em propor a interação entre as várias áreas do conhecimento biológico

e sobre o meio físico, possibilitando a definição conjunta de procedimentos, esforços

amostrais, bem como a posterior discussão compartilhada sobre as áreas de maior

ou menor relevância em termos de conservação.

No entanto, adaptações metodológicas para cada situação específica são

necessárias, sendo que a proposição das mesmas deve partir de conhecimentos

básicos sobre a área a ser avaliada. Isso porque, o conjunto de informações

114
solicitadas pelas fichas de campo propostas pelo método tem aplicabilidade restrita

para cada caso em estudo e, portanto, a simples utilização destas tal e qual

encontram-se disponíveis no trabalho supracitado pouco contribuiria para o alcance

dos objetivos de manejo da unidade de conservação em pauta.

O mapa de vegetação foi desenhado a partir da situação atual no campo,

com refinamento a partir do mapa de solos. A disponibilização das informações de

solos foi fundamental para qualificar o mapa de vegetação, pois o critério fisionômico

retrata apenas a situação momentânea, sem conseguir explicar ou definir limites

claros para a compartimentação de ambientes. Utilizou-se também, como base de

apoio, fotografias aéreas de 1953, que foram ampliadas pela SEMA a partir dos

negativos existentes. Essas fotos trouxeram a confirmação da distribuição original

dos ambientes florestais e facilitaram grandemente o mapeamento das áreas

úmidas, em diversos pontos encobertas e transformadas por povoamentos florestais.

O mapa de vegetação (Anexo 5) foi desenhado para retratar a situação e

distribuição original dos diferentes ambientes e ao mesmo tempo indicar o uso atual

do solo. Considera-se que a indicação do ambiente original é importante para fins de

manejo, em especial nos casos de restauração ambiental. Um código de cores

representa os diferentes ambientes, a saber:

- Floresta Ombrófila Mista Montana - capões de floresta com araucária.

- Floresta Ombrófila Mista Aluvial - florestas de galeria.

- Transição Estepe stricto sensu Savana - campos secos, havendo-se

considerado a área como transição em função da predominância de

mistura da flora da Estepe (campo limpo) com plantas da Savana. Um

mapeamento mais detalhado, em maior escala e com apoio da

pedologia, permitirá melhor detalhar áreas onde há exclusividade de

uma ou outra formação.

ENCARTE 3 115
- Estepe higrófila - campos úmidos (termo cunhado em Ziller, 2000), com

sub-detalhamento em função do mapa de solos feito por Gustavo

Curcio.

- Formações Pioneiras de Influência Fluvial - várzeas.

- Refúgios Vegetacionais Rupestres - vegetação dos afloramentos de

arenito e paredões de rocha (termo cunhado em ZILLER, 2000).

Sobre esse código de cores está a representação da situação atual dos

ambientes, com diversas situações de conversão em plantios florestais e agricultura,

invasão por espécies exóticas e a localização de edificações e áreas urbanas.

O Mapa de Uso e Ocupação do Solo e Vegetação (Anexo 6) tem por

objetivo apontar a ocorrência de espécies que já estão em processo invasor no

Parque e de espécies exóticas que podem ou não tornar-se invasoras no futuro. A

avaliação do potencial de invasão está fundamentada no conhecimento de casos do

estabelecimento dessas espécies como invasoras em outros locais do planeta e de

características de cada espécie. Esse mapa complementa o Subprograma de

Manejo e Controle de Espécies Exóticas e Exóticas Invasoras, onde estão indicadas

as ações necessárias por nível de prioridade.

Também é complementar ao referido Subprograma o Mapa de Talhões

para Remoção de Pinus spp. (Anexo 7) em que o Parque está dividido em lotes de

forma a direcionar a eliminação de árvores em processo de invasão. As prioridades

foram estabelecidas de forma a iniciar-se a remoção pelas áreas com maior

potencial de disseminação de sementes, levando em conta a direção dos ventos

predominantes e as formas do relevo.

Os levantamentos fitossociológicos utilizaram como base de medição

parcelas de 10 x 20 metros para vegetação arbórea (maior que 5 cm de DAP), de 1 x 5

metros para sub-bosque e de 1 metro quadrado para vegetação herbácea. As

amostras foram distribuídas nos principais capões florestais do Parque Estadual

116
visando gerar informação sobre sua resiliência e indicações para enriquecimento e

restauração. Os dados foram processados através do programa Fitopac (UNICAMP). O

trabalho de levantamento florístico foi realizado com apoio da Professora Inês

Matozzo Takeda, da Professora Roseméri Moro, da Universidade Estadual de Ponta

Grossa, e de Wilson Maschio, da EMBRAPA CNPFlorestas. A identificação botânica do

material coletado foi realizada pelo Dr. Gerdt Hatschbach, Diretor do Museu Botânico

Municipal, onde ficaram depositadas todas as exsicatas.

Foram aproveitados dados de levantamentos fitossociológicos realizados

no Parque Estadual no período 1998-2000 e descritos em tese de doutorado na

Universidade Federal do Paraná (ZILLER, 2000) para a Mata da Fortaleza. Esses

dados foram complementados com observações atualizadas de campo e

amostragem do sub-bosque.

A terminologia empregada para classificação da vegetação apóia-se no

Projeto Radam Brasil (IBGE, 1992) e em ajustes terminológicos feitos para a

realidade local consolidados em Ziller (2000).

No caso dos estudos de fauna destinados à consolidação do Plano de

Manejo do PEVV partiu-se da habitual obtenção de um conjunto de informações

geográficas sobre a unidade de conservação, constituído por imagem de satélite,

mosaico de fotografias aéreas e mapa topográfico. Após essa etapa, a equipe de

estudos de fauna, amparada por informações técnicas das equipes de estudos

botânicos e meio físico, definiu basicamente 9 unidades de paisagem a serem

investigadas no interior da unidade de conservação, representadas em 16 sítios

amostrais conforme descrito no quadro 3.5.

ENCARTE 3 117
QUADRO 3.5 - SÍTIOS AMOSTRAIS E UNIDADES DE PAISAGEM DEFINIDAS PARA A REALIZAÇÃO DA AER
o
N. SÍTIO DENOMINAÇÃO DO SÍTIO* UNIDADE DE PAISAGEM

1 Platô da fortaleza Refúgio vegetacional rupestre


2 Campo seco Estepe stricto sensu com Savana Parque
3 Mata da fortaleza Floresta Ombrófila Mista Montana
4 Campo da Igreja Estepe stricto sensu/ Savana
5 Represa Formações Pioneiras de Influência Fluvial
6 Várzea do rio Guabiroba Formações Pioneiras de Influência Fluvial
7 Capão dos arenitos Floresta Ombrófila Mista Montana
8 Arenitos Refúgio Vegetacional Rupestre
9 Campo úmido Estepe Higrófila
10 Floresta de galeria rio Quebra Perna Floresta Ombrófila Mista Aluvial
11 Agricultura Estágios iniciais de Floresta Ombrófila Mista (capoeiras)
12 Reflorestamento Monocultura de arbóreas exóticas
13 Capão do Quebra Perna Floresta Ombrófila Mista Montana
14 Furnas Refúgios Vegetacionais Rupestres/Furnas
15 Lagoa Dourada Ambiente límnico/ Floresta Ombrófila Mista Aluvial
16 Várzea do rio Gabiroba – Lagoa Tarumã Formações Pioneiras de Influência Fluvial

(1) As denominações adotadas para os sítios decorreram de um consenso da equipe quanto a sua facilidade de uso, não
havendo correspondência com qualquer base cartográfica ou documento oficial disponível.

Importante ressaltar que a escala de trabalho permitiu estabelecer sítios

nos quais a maior parte da área corresponde a uma unidade de paisagem que,

contudo, não apresenta-se homogênea. Portanto, sítios classificados como Estepe

stricto sensu, por exemplo, podem apresentar porções de Estepe Higrófila neles
inseridas, não identificadas dada a escala de trabalho em sua fase inicial.

Quando possível, mais de um sítio foi definido para as mesmas unidades

de paisagem, caso dos Refúgios Vegetacionais Rupestres, Estepe stricto sensu,

Florestas Ombrófilas Mistas Montana, Florestas Ombrófilas Mistas Aluviais e

Formações Pioneiras de Influencia Fluvial. Nas demais situações pelo menos um

sítio amostral foi estabelecido, possibilitando a cobertura de todos os grandes

ambientes abrangidos pelo Parque.

Após a definição dos sítios, os mesmos foram delimitados sobre imagem

de satélite (figura 3.57), material que serviu como uma das bases de apoio

cartográfico das pesquisas em campo pela equipe de fauna.

118
FIGURA 3.57 - IMAGEM DE SATÉLITE DO PEVV SOBRE A QUAL ENCONTRAM-SE DELIMITADOS OS SÍTIOS
AMOSTRAIS DEFINIDOS PARA OS ESTUDOS DE CAMPO

Visando contribuir com a construção do Plano de Manejo no tocante à

normatização e controle das atividades no entorno do PEVV, a equipe dedicou uma

das fases de campo à investigação de áreas adjacentes à unidade de conservação,


conforme descrito no quadro 3.6.

QUADRO 3.6 - SÍTIOS INVESTIGADOS NO ENTORNO DO PEVV E PRINCIPAIS USOS DETECTADOS


o
N. SÍTIO DENOMINAÇÃO USO PREDOMINANTE

17 Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia Agrícola e pecuário


18 Fazenda Capão Grande Pecuário e conservação
19 Buraco do Padre Conservação
20 Fazenda Barrozinho Agrícola

Cada especialista lançou mão de procedimentos próprios relacionados à

obtenção de informações em campo, buscando adequá-los às condições e preceitos

ENCARTE 3 119
metodológicos definidos para a Avaliação Ecológica Rápida, sendo tais

procedimentos sumariados em seguida.

Limitações do Método Aplicado

É importante considerar que os resultados obtidos quanto à avaliação

de riqueza de fauna em determinado sítio estão fortemente vinculados a dois

outros fatores:

a) época do ano em que as investigações foram feitas;

b) esforço de observação e captura por sítio.

No caso da avaliação ecológica rápida do PEVV pode-se considerar que o

esforço amostral foi superior aquele realizado na maioria dos outros trabalhos da

mesma natureza, tendo sido realizadas três fases de campo durante as quais cada

sítio foi visitado e revisitado, conforme a necessidade de cada pesquisador. Por sua

vez, a época do ano em que se deram as fases de campo certamente limitou a

obtenção de informação para aqueles grupos onde a atividade é marcadamente

sazonal, caso de macroinvertebrados aquáticos, lepidópteros e anfíbios, ou, além

disso, cuja composição da comunidade muda conforme eventos de migração, como

é o caso das aves.


Considerando-se que os estudos estiveram condicionados ao período
correspondente ao outono e inverno de 2002, as listas de espécies obtidas certamente
representam uma subestimativa da fauna de Vila Velha para estes grupos. Assim,
visando suprir elementos e informações importantes para o planejamento da unidade de
conservação, os especialistas lançaram mão de informações pessoais já obtidas na
região em outros períodos de investigação, bem como consultaram a literatura e
registros de museu disponíveis sobre cada grupo específico.

120
3.5.1 Macroinvertebrados Aquáticos

As coletas da comunidade de macroinvertebrados foram desenvolvidas nas

margens dos cursos d’água, nas poças de várzea, nas lagoas e no leito dos rios e

arroios. Para amostragem foram empregadas a coleta manual, a catação e peneiras

com 32 cm de diâmetro e 1 mm de malha.

Os exemplares coletados foram fixados em formol diluído a 10% e após a

realização de estudos taxonômicos deverão ser depositados na coleção do Museu

de História Natural de Curitiba.

Como método complementar avaliou-se a qualidade de águas

empregando-se o índice BMWP’, o qual utiliza as famílias de macroinvertebrados

aquáticos, ordenando-as em nove grupos, seguindo um gradiente de menor a maior

tolerância dos organismos quanto a poluição orgânica. A cada família se faz

corresponder uma pontuação que oscila de 10 a 1, sendo que as famílias mais

sensíveis à contaminação recebem as pontuações superiores, chegando, em ordem

decrescente, até 1, onde estão aquelas mais tolerantes Loyola & Brunkow (1998),

conforme disposto no quadro 3.7. Juntamente com o BMWP' apresenta-se uma

tabela de classes de qualidade de águas, a qual reflete os significados dos valores

do índice e cores para avaliação da qualidade dos corpos d'água (quadro 3.8).

Contudo, deve-se ponderar o caráter pontual das coletas em termos geográficos e

temporais, o que provavelmente pode limitar a interpretação da integridade

ambiental a partir deste índice, devendo o mesmo ser considerado no presente

relatório como uma informação complementar secundária.

ENCARTE 3 121
QUADRO 3.7 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA ATRAVÉS DOS MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS,
SEGUNDO O ÍNDICE BMWP’

FAMÍLIAS PONTUAÇÃO

Siphonuridae, Heptageniidae, Leptophlebiidae, Potamanthidae, Ephemeridae, Ephemerellidae,


Taeniopterygidae, Leuctridae, Capniidae, Perlodidae, Perlidae, Chloroperlidae, Aphelocheridae, Phryganeidae,
10
Molannidae, Beraeidae, Odontoceridae, Leptoceridae, Goeridae, Leptodostomatidae, Brachycentridae,
Sericostomatidae, Athericidae, Blephariceridae, Calomoceratidae, Helicopsychidae, Megapodagrionidae
Astacidae, Lestidae, Calopterygidae, Gomphidae, Cordulegastridae, Aeshnidae, Corduliidae, Libellulidae,
8
Psychomyiidae, Philopotamidae, Glossosomatidae
Ephemerellidae, Prosopistomatidae, Nemouridae, Grypopterygidae, Rhyacophilidae, Polycentropodidae,
7
Limnephelidae, Ecnomidae, Hydrobiosidae, Pyralidae, Psephenidae
Neritidae, Viviparidae, Ancylidae, Thiaridae, Hydroptilidae, Unionidae, Mycetopodidae, Hyriidae,
Corophilidae, Gammaridae, Hyalellidae, Atyidae, Palaemonidae, Trichodactylidae, Platycnemididae, 6
Coenagrionidae, Leptohyphidae
Oligoneuridae, Polymirtacydae, Dryopidae, Elmidae, (Elminthidae), Helophoridae, Hydrochidae, Hydraenidae,
5
Clambidae, Hydropsichidae, Tipulidae, Simuliidae, Planariidae, Dendrocoelidae, Dugesiidae, Aeglidae
Baetidae, Caenidae, Haliplidae, Curculionidae, Chrysomelidae, Tabanidae, Stratyomyidae, Empididae,
Dolichopodidae, Dixidae, Ceratopogonidae, Anthopmyidae, Limoniidae, Psychodidae, Scimyzidae, 4
Rhagionidae, Syalidae, Corydalidae, Piscicolidae, Hydracarina
Mesoveliidae, Hydrometridae, Gerridae, Nepidae, Naucoridae, Limnocoridae, Pleidae, Notonectidae,
Corixidae, Veliidae, Helodidae, Hydrophilidae, Hygrobiidae, Dytiscidae, Gyrinidae, Valvatidae, Hydrobiidae,
3
Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae, Bythinellidae, Sphaeridae, Glossiphonidae, Hirudidae, Erphobdeliidae,
Asellidae, Ostracoda
Chironomidae, Culicidae, Ephydridae, Thaumaleidae 2
Oligochaeta (todas as classes), Syrphidae 1
Itálico – pontuação (score) alterado por Alba-Tecedor & Sanchez-Órtega (1988)
Negrito – incluídas por Alba-Tecedor & Sanchez-Órtega (1988)
Sublinhadas – incluídas por Loyola (1998 e 1999)

QUADRO 3.8 - CLASSES DE QUALIDADE, SIGNIFICADO DOS VALORES DO BMWP’ E CORES PARA SEREM
UTILIZADAS NAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS. DE ACORDO COM ALBA-TERCEDOR &
SÁNCHES-ORTEGA (1988), ADAPTADO PARA RIOS DA BACIA LITORÂNEA

CLASSE QUALIDADE VALOR SIGNIFICADO COR

I Ótima >150 Águas prístinas (muito limpas) Lilás


II Boa 101 –120 Águas não poluídas, sistema perceptivelmente não alterado Azul
III Aceitável 61 – 100 Evidentes efeitos moderados de poluição Verde
IV Duvidosa 36 – 60 Águas poluídas (sistemas alterados) Amarela
V Crítica 16 – 35 Águas muito poluídas (sistemas muito alterados) Laranja
VI Muito Crítica < 15 Água fortemente poluída (sistema fortemente alterado) Vermelho

3.5.2 Peixes

Nos sítios em que foram detectadas coleções d'água potencialmente


detentoras de espécies ictíicas procederam-se coletas utilizando-se basicamente
arrastos com peneiras de malha 0,5 cm. Tal técnica apresentou-se adequada para a

122
maioria dos sítios investigados, uma vez que em muitos casos os ambientes aquáticos
do parque estão representados por pequenos córregos e áreas alagadiças.
Quando possível foram utilizadas outras técnicas como a exposição de covos,
arremesso de tarrafas e uso de varas de pesca, equipamentos adequados aos
ambientes lacustres e fluviais de maior porte encontrados na unidade de conservação.
A fixação dos exemplares coletados deu-se em formol diluído à 10%,
sendo os mesmos posteriormente depositados no acervo ictiológico da Universidade
Estadual de Ponta Grossa onde encontram-se conservados em meio líquido.

3.5.3 Lepidópteros

O método utilizado para todo o trabalho de inventariamento no campo foi o


de observação e/ou coleta com rede entomológica, montagem e rotulagem do
exemplar, conforme métodos tradicionalmente estabelecidos, e a inclusão dos
exemplares na coleção entomológica da Universidade Federal do Paraná.
Somente foram coletados os exemplares impossíveis de identificar
visualmente e alguns poucos mal representados na referida coleção, sendo a
maioria anotada por reconhecimento visual. A coleta foi feita ao longo de trilhas,
caminhos ou mesmo diretamente no campo.

3.5.4 Anfíbios

A metodologia empregada para a investigação de anfíbios deu-se

principalmente pela busca noturna e diurna, sendo a coleta manual e com auxílio de

lanterna para indivíduos adultos.

A procura de anfíbios consistiu na inspeção da serrapilheira, troncos podres,

rochas e vegetação arbustiva, além de brejos e margem de rios, buscando-se assim

acessar todos os microhabitats de provável ocorrência do grupo em estudo.

ENCARTE 3 123
O registro de algumas espécies ocorreu através da escuta e gravação das

vocalizações dos machos. Algumas formas diurnas também puderam ser

observadas em atividade.

Formas larvais (girinos) foram coletadas com o auxílio de peneiras. As

mesmas foram acondicionadas em sacos plásticos com água do local e,

posteriormente, levadas para laboratório a fim de observar-se o desenvolvimento até

a completa metamorfose, com isso tornando possível a identificação das larvas em

nível de espécie.

Os exemplares coletados foram sacrificados, montados em posição de

repouso e conservados em álcool à 70%. O material foi tombado na coleção de

anfíbios do Museu de História Natural de Curitiba.

3.5.5 Répteis

As informações a respeito dos répteis do PEVV apresentadas no relatório

foram obtidas basicamente a partir dos dados de literatura disponíveis e do

conhecimento de especialistas com experiência na região. Isto porque a extensão

das fases de campo e a época em que estas se deram são pouco promissoras em

termos de coleta direta de espécimes pertencentes ao grupo. No entanto, indivíduos

ou partes destes (cascos, peles, crânios) foram encontrados e coletados, tendo sido

tombados no acervo herpetológico do Museu de História Natural de Curitiba.

3.5.6 Aves

Em campo, efetuou-se observação, identificação de espécies mediante o

reconhecimento de suas vocalizações e uso de playback. A observação, auxiliada

pelo uso de binóculo e luneta, consistiu na detecção visual de indivíduos. Essa

atividade e a de reconhecimento auditivo das espécies foram conduzidas desde o

amanhecer até duas horas após o anoitecer, o que facilitou a obtenção de registros de

124
aves crepusculares e noturnas. Para a identificação auditiva das juritis (Leptotila spp.),

adotou-se a proposta de Vechi e Vielliard (divulgada no V Congresso Brasileiro de

Ornitologia, p.124 do livro de resumos, Campinas, 1996).

O playback foi utilizado na reprodução de gravações de vocalizações de

aves não identificadas em campo com intuito de atraí-las para perto do observador,

facilitando a identificação mediante contato visual. Para o registro de vocalizações,

utilizou-se de gravador Sony (TCM-5000) e microfone direcional Sennheiser (ME-66).

Este equipamento também foi utilizado ao se reproduzir o canto de aves raras e de

difícil detecção que se esperava registrar no PEVV. Para tal, fez-se uso de cantos de

aves publicados em inúmeros CDs e do arquivo sonoro particular dos autores. Por

meio desta técnica, procurou-se registrar as seguintes espécies: macuco Tinamus

solitarius, sanã Rallus sanguinolentus, sanã-carijó Porzana albicollis, corujinha-do-


sul Otus sanctaecatarinae, murucututu-de-barriga-amarela Pulsatrix koeniswaldiana,

caburé Glaucidium brasilianum, coruja-preta Ciccaba huhula, coruja-do-mato

Ciccaba virgata, coruja-listrada Strix hylophila, mocho-diabo Asio stygius, caburé-


acanelado Aegolius harrisii, bacurau-rabo-de-seda Caprimulgus sericocaudatus,

curiango-do-banhado Eleothreptus anomalus, cuitelão Jacamaralcyon tridactyla,

pica-pau-de-cara-amarela Dryocopus galeatus, macuquinho-da-várzea Scytalopus

iraiensis, papo-branco Biatas nigropectus, papa-moscas-do-campo Culicivora

caudacuta, caneleirinho-de-chapéu-preto Piprites pileatus, corruíra-do-campo

Cistothorus platensis, caminheiro-grande Anthus nattereri, caboclinho-de-barriga-


preta Sporophila melanogaster e negrinho-do-mato Amaurospiza moesta.

Os registros de espécies foram relacionados a 12 ambientes, conforme a

seguir.

1. Floresta Ombrófila Mista Aluvial (floresta de galeria).

2. Floresta Ombrófila Mista Montana (floresta de araucária).

3. Estepe Gramíneo-lenhosa (campo).

4. Estepe Higrófila (campo úmido).


ENCARTE 3 125
5. Refúgio Vegetacional Rupestre (afloramento rochoso).

6. Formação Pioneira de Influência Fluvial em estágio herbáceo-arbustivo

(brejo).

7. Aquático – rios e córregos.

8. Aquático – represa.

9. Aquático – lagoas Tarumã e Dourada.

10. Antrópico.

11. Aéreo.

Parte dos ambientes são coincidentes com formações botânicas, as quais

foram identificadas conforme os critérios para a classificação da vegetação brasileira

propostos pelo projeto RADAMBRASIL (in: VELOSO et al., 1991).

Aos ambientes aquáticos, anotou-se as espécies observadas pousadas em

troncos ou rochas no meio ou na margem da água, pousadas nos corpos d’água

e/ou observadas nadando.

Como ambiente antrópico, considerou-se as pastagens de braquiárias,

áreas em estágio inicial de regeneração que outrora eram floresta, zonas

agriculturadas, plantios de pinus e eucalipto, pomares e sedes do PEVV e de

fazendas, incluindo o espaço ocupado pelas edificações.

Ao ambiente aéreo, anotou-se as espécies observadas exclusivamente ou

quase que exclusivamente em vôo, como os urubus, certos gaviões e andorinhas.

Algumas aves usuais desse ambiente foram anotadas para outros quando vistas, por

exemplo, sobrevoando ou pousadas em algum ambiente específico. Por outro lado,

certas espécies características de outros ambientes que não o aéreo, foram a ele

anotadas quando observadas em determinado local somente em vôo, sem que fosse

possível observar onde pousavam.

A listagem de aves foi organizada conforme a taxonomia de Sick (1997),

com exceção das seguintes espécies, para as quais seguiu-se os autores citados:

126
Picumnus temminckii, Basileuterus culicivorus e Tangara preciosa (SIBLEY &

MONROE, 1990); e Lepidocolaptes falcinellus (SILVA & STRAUBE, 1996).

Os nomes comuns das aves foram retirados de Sick (1997), exceto quanto

ao de Picumnus temminckii e Tangara preciosa, que foram retirados de Sick (1985)

e Willis & Oniki (1991), respectivamente.

3.5.7 Mamíferos

De acordo com as características da AER, o trabalho de investigação em

campo consistiu basicamente na avaliação dos ambientes, sendo direcionado

principalmente às espécies de mamíferos de médio e grande porte, geralmente mais

exigentes quanto à qualidade e extensão de habitat e cuja presença é mais

facilmente detectada. As espécies de microroedores, pequenos marsupiais e

quirópteros foram levantadas com base em dados secundários.

Em campo foram utilizadas as técnicas convencionais para levantamentos

mastozoológicos, que incluem investigação direta, ou seja, registros visuais,

auditivos e coleta de restos (animais atropelados e fragmentos); e indireta, como

coleta e identificação de fezes, pegadas, restos de alimento e, ainda, obtenção de

informações através de entrevistas com pessoas familiarizadas com a região.

3.6 CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA DA FAUNA NOS SÍTIO ESTUDADOS

A caracterização da fauna em cada um dos sítios investigados leva a

pareceres que, por vezes, podem parecer antagônicos quanto à relevância dos

mesmos para cada grupo estudado. Isto se deve ao fato de que, como já dito,

tratam-se de unidades de paisagem com peculiaridades em nível de microhábitats,

capazes de favorecer este ou aquele grupo em termos de riqueza de espécies e

presença de formas raras ou ameaçadas.

ENCARTE 3 127
Também, o caráter empírico e um tanto subjetivo das avaliações

colaboram com algumas distorções, fato que não acarreta maiores prejuízos ao

resultado final do trabalho, uma vez que o status e o nível de proteção a ser

atribuído para cada uma das áreas do parque foi dicutido e estabelecido em

conjunto, incluindo questões botânicas, resultando no mapa “Proposta de

Zoneamento” disponível no Relatório de Mapeamento.

A relevância de cada um dos sítios conforme o discernimento particular de

cada um dos especialistas encontra-se descrita em tabelas do Anexo 8.

A Zona de Amortecimento foi definida de modo a utilizar um limite que inclua

as interferências no meio em risco de afetarem diretamente o Parque Estadual. Utilizou-

se como base a cota altimétrica de 1000 metros, que possibilitou a inclusão dos pontos

mais elevados na zona de amortecimento. Na parte sul, empregou-se como base as

cotas mais altas e a área de preservação permanente do rio Tibagi. A oeste, serviu de

base a área de preservação permanente do rio Botuquara.

As áreas de preservação permanente foram preferidas ao leito dos rios

como definição de limite por evitarem a possibilidade de impactos na margem oposta

dos rios ou a drenagem das Formações Pioneiras de Influência Fluvial. Essas áreas

foram incluídas na Zona de Amortecimento de modo a melhorar sua efetiva proteção

e mitigar a possibilidade de impactos sobre os cursos d’água e áreas úmidas.

O uso da cota 1000 para inclusão dos pontos altimétricos mais elevados ao

redor do Parque têm por objetivo evitar que iniciativas de produção, como indústrias

e plantios florestais com espécies exóticas invasoras, sejam estabelecidas em locais

elevados de onde os ventos dominantes (NE e NO) levariam elementos tóxicos ou

sementes para a área do Parque Estadual.

Recomenda-se que a proposta de regulamentação para a Zona de

Amortecimento seja aproveitada e uniformizada com a regulamentação de uso da

APA da Escarpa Devoniana, possibilitando gestão conjunta sem conflitos.

128
3.7 CARACTERIZAÇÃO BIÓTICA

A caracterização de um dos sítios investigados leva a pareceres que, por

vezes, podem parecer antagônicos quanto à relevância dos mesmos para cada

grupo estudado. Isto se deve ao fato de que se tratam de unidades de paisagem

com peculiaridades em nível de microhábitats, capazes de favorecer este ou aquele

grupo em termos de riqueza de espécies e presença de formas raras ou ameaçadas.

O nível de proteção a ser atribuído para cada uma das áreas do parque foi

discutido e estabelecido em conjunto e resultou no Mapa de Zoneamento do Parque

Estadual de Vila Velha. Todo o trabalho foi desenvolvido de forma a integrar as

informações de campo e análises realizadas pelos técnicos do meio biológico (fauna

e flora), permitindo evitar a corriqueira fragmentação de textos de diferentes áreas

que são estritamente complementares.

3.7.1 Sítio 1 - Platô da Fortaleza

Descrição geral

Compreende uma área de 72 hectares no limite norte do Parque Estadual,

acima da Mata da Fortaleza, em altitudes de 1000 a 1015 metros. Caracteriza-se

pela extensa ocorrência de Refúgios Vegetacionais Rupestres em meio à formação

de transição de Estepe stricto sensu e Savana, a restritos capões de Floresta

Ombrófila Mista Montana e pequenas áreas de Estepe higrófila, formadas nas

imediações de olhos d’água (figuras 3.58 e 3.59).

ENCARTE 3 129
FIGURA 3.59 - AFLORAMENTOS ROCHOSOS NO SÍTIO
FIGURA 3.58 - ASPECTO GERAL DAS BORDAS DO
PLATÔ DA FORTALEZA
SÍTIO PLATÔ DA FORTALEZA

Observou-se traços da presença de gado no local e também resquícios de

queima. A entrada do gado a partir de fazendas vizinhas tem degradado os frágeis

Organossolos onde se desenvolve a Estepe higrófila ao redor das citadas

nascentes. Da mesma forma, observa-se a degradação do sub-bosque dos capões

de Floresta, pois a regeneração natural é praticamente inexistente em função do

pastoreio e do pisoteio desses animais.

As extensões de transição entre Estepe stricto sensu e Savana desenvolvem-

se preferencialmente sobre Neossolos Litólicos e, nas elevações do relevo, sobre

Neossolos Regolíticos. Os capões de floresta situam-se preferencialmente sobre

Cambissolos ou Argissolos, nas proximidades de nascentes e cursos d’água.

Registrou-se também a presença de eventuais árvores do gênero Pinus.

As espécies desse gênero constituem um dos problemas ambientais mais sérios da

unidade de conservação e encontram-se, neste caso, localizadas na parte mais alta

da mesma, entre 1000 e 1015 metros de altitude. Foram contadas oito árvores,

porém pode haver um número pouco maior.

A vegetação

A característica mais marcante deste sítio é a existência de afloramentos de

arenito que fazem desta área a porção de maior altitude do Parque. A vegetação

130
estabelecida sobre essas formações, ou Refúgios Vegetacionais Rupestres,

contempla uma gama de espécies desenvolvidas sobre as rochas e nos nichos e

fendas das mesmas. Predominam plantas herbáceas rupestres como Aechmea

distichantha caraguatá, Rhipsalis communis cacto, Parodia ottonis cacto-bola,

Sinningia canescens rainha-do-abismo, Epidendrum ellipticum e Bifrenaria harrisoniae


orquídeas. Observa-se, pela flora existente e pela freqüência das plantas, que existe

um grau de alteração dessa formação vegetal, seja por influência de queima e/ou do

próprio gado.

Os locais de solos mais desenvolvidos encontram-se cobertos por extensões

de vegetação transicional entre Estepe stricto sensu e Savana Gramíneo-Lenhosa.

As plantas arbóreas desenvolvem-se principalmente entre os afloramentos

de arenito, nas fendas da rocha e áreas de maior sombreamento. São plantas de

pequeno porte, predominando arvoretas e arbustos até 3 metros de altura. São

espécies comuns Clethra scabra carne-de-vaca, Rhamnus sphaerosperma fruto-de-

pombo, Psidium sp. araçá, Gochnatia polymorpha cambará, Casearia sylvestris

cafezeiro-bravo, Alchornea triplinervia tapiá, Erythroxylum microphyllum marmeleiro-

bravo, Maytenus alaternoides coração-de-bugre, Myrsine umbellata capororocão e

Myrsine ferruginea capororoca, entre outras. Plantas de porte arbustivo ocorrentes


nas mesmas condições são Miconia sellowiana, Miconia hyemalis e Petunia rupestris.

A transição Estepe/Savana é dominada por Aristida pallens capim-barba-de-

bode e por outras plantas das famílias Poaceae e Asteraceae. Entre as plantas mais

comuns de porte arbustivo estão Baccharis spp., Senecio brasiliensis flor-das-almas,

Achyrocline satureoides macela, Allagoptera campestris guariri, Campomanesia

adamantium guabirova-do-campo e Byrsonima brachybotrya murici. Diversas espécies


de Rubiaceae e Apiaceae representam espécies de porte sub-arbustivo.

Ocorrem no local algumas manchas com dominância de Baccharis sp.

carqueja e Pteridium aracnoideum samambaia-açu, que podem ser tomadas como

indicadoras de alteração da condição natural, principalmente por queima e


ENCARTE 3 131
sobrepastoreio. Outra espécie ocorrente em manchas é Mimosa dolens, cuja

dispersão parece também ser favorecida pelo fogo.

Pequenas áreas de Estepe higrófila são marcadas pela presença de

Eryngium sanguisorba. Nas imediações de nascentes de água predominam


gramíneas de pequeno porte.

A fauna

As condições topográficas deste sítio determinam a presença de poucos

corpos d'água perenes e, portanto, de faunas aquáticas relativamente simplificadas.

As áreas de surgência de água encontram-se pressionadas pelo periódico pisoteio

de gado que acessa a área, bem como pelos excrementos destes animais que

podem alterar quimicamente a água, sobretudo em situações de estagnação lá

verificadas. Profundas fendas nas bordas deste sítio detém coleções d'água cujo

acesso é bastante difícil, demandando o uso de equipamentos específicos e,

portanto, as mesmas não foram investigadas.

Neste sítio não ocorreram espécies ictíicas, ao passo que a fauna de

macroinvertebrados restringiu-se ao registro de duas famílias (Limnocoridae e

Chironomidae).

A pontuação no BMWP’ foi equivalente a 5, deste modo a qualidade de

água e integridade do meio, segundo este índice, foi considerada muito crítica,

indicando um sistema límnico fortemente alterado.

A presença de capões de Floresta Ombrófila Mista Montana, áreas de

Estepe Higrófila e pequenas nascentes, tornam este sítio relevante para os anfíbios.

Foram registrados no sítio girinos de rã-cachorro Physalaemus aff. cuvieri. O

desenvolvimento de girinos desta e outras espécies pode ser comprometido pelos

eventos de alteração química da água já citados.

Das 25 espécies de borboletas identificadas somente uma representa uma

espécie de distribuição restrita: Copaeodes castanea. Euptychia ocelloides estava

132
presente no campo úmido, o seu habitat característico; esta espécie não é encontrada

fora de campos ou brejos úmidos e talvez seja a única espécie característica deste

habitat. Chiomara basigutta, uma espécie característica dos campos, embora de

distribuição ampla pelo Brasil, indica relativa integridade do campo.

Foram registradas 32 espécies de aves sendo que nenhuma foi exclusiva

desse sítio. Os registros mais importantes são o do bacurau-da-telha (Caprimulgus

longirostris) e o do curiango-do-banhado (Eleothreptus anomalus). Em termos


ornitológicos o sítio possui grande relevância em vista da presença de espécie

ameaçada de extinção e da posição estratégica dentro do parque.

Muitas espécies de mamíferos, tanto as que freqüentam áreas abertas

como algumas de hábito florestal podem fazer uso desse ambiente, exemplo destas

são os felinos, lobo-guará, cachorros selvagens, veados e tatus, entre outras. Ao

mesmo tempo, por encontrar-se nos limites do PEVV, os mamíferos que freqüentam

esse sítio podem estar em situação bastante vulnerável. Na avaliação de campo

foram observadas tocas de tatu, provavelmente tatu-galinha Dasypus novemcinctus

e foi visualizado um veado-catingueiro Mazama gouazoupira.

Em 2000, durante um trabalho realizado no PEVV, foram encontradas

carcaças de gado, tratando-se de animais aparentemente abatidos por um grande

felino que, segundo relatos, tratava-se da onça-pintada Panthera onca.

Aspectos Críticos

- Invasão por gado: periódicas invasões de gado bovino proveniente das

áreas vizinhas, causam evidentes impactos sobre o sítio, resultando na

degradação de Organossolos e da flora da Estepe higrófila, seleção de

espécies da transição Estepe stricto sensu/Savana, destruição da

regeneração e da resiliência das áreas florestais (figuras 3.60 e 3.61).

- Fogo: seleção de espécies da Estepe stricto sensu/Savana, estímulo da

dominância de Mimosa dolens espinheiro e de Pteridium aracnoideum


ENCARTE 3 133
samambaia-açu, destruição de bordas dos ambientes florestais,

facilitação da invasão por Pinus spp. e outras espécies exóticas.

- Espécies exóticas invasoras: o agravamento da invasão Pinus spp. já

existente tende a levar à perda de biodiversidade de espécies do campo

em função de sombreamento. Também se agrava a descaracterização da

paisagem local. Estando localizado no ponto mais elevado do Parque, a

Norte, com ventos dominantes de Nordeste, o sítio tem grande potencial

dispersor de sementes de Pinus para o restante da área, constituindo

portanto uma área de risco para a unidade.

FIGURA 3.60 - DEGRADAÇÃO DE ORGANOSSOLO EM FIGURA 3.61 - ESTERCO BOVINO EVIDENCIANDO A


NASCENTE POR PISOTEIO PELO GADO RECENTE PRESENÇA DO GADO NO
NO SÍTIO 1 INTERIOR DO PEVV

A localização no extremo norte do parque e a própria indefinição sobre


aspectos dominiais com relação a propriedades vizinhas demandam ações de
demarcação e conscientização dos moradores lindeiros.

3.7.2 Sítio 2 - Campo seco

Descrição geral

Trata-se de uma extensão de transição entre Estepe stricto sensu e


Savana Parque, com 185 hectares, entre 880 e 900 metros de altitude. Verificam-se

134
alguns corpos d'água dentre os quais se destaca um pequeno arroio tributário da
margem esquerda do rio Quebra Perna (figuras 3.62 e 3.63).
Encontra-se em bom estado de conservação, em área não destinada à

visitação. Cobre uma encosta em relevo suave, correndo na base um córrego que

propicia o desenvolvimento de pequena extensão de Estepe higrófila e de Floresta

Ombrófila Densa Aluvial. No meio da encosta encontra-se um capão de Floresta

Ombrófila Mista Montana.

FIGURA 3.62 - ASPECTO GERAL DO SÍTIO 2 FIGURA 3.63 - CÓRREGO AFLUENTE DA MARGEM
ESQUERDA DO QUEBRA PERNA NO
SÍTIO 2

A vegetação

A área de transição entre Estepe stricto sensu e Savana Parque encontra-

se em bom estado de conservação, com elevada diversidade florística. Ocorrem

algumas áreas onde há dominância de Pteridium aracnoideum samambaia-açu e

Mimosa dolens espinheiro, possíveis indicadores de degradação do solo por queima.


Entre as plantas arbustivas pode-se citar Eupatorium bupleurifolium, E. laevigatum,

E. multifidum e Baccharis sp. Entre as herbáceas, Peltaea polymorpha, Eryngium

junceum, Borreria sp., diversas outras espécies de Asteraceae e Melastomataceae e

Chamaecrista cathartica. Esta última também apresenta tendência à dominância de

ENCARTE 3 135
pequenas áreas, ocorrendo em manchas. Dentre as plantas características da

Savana, pode-se citar Allagoptera campestris ariri e Gomphrena macrocephala.

A vegetação herbácea é dominada por Aristida pallens e outras Poaceae,

especialmente o gênero Andropogon e Chloris bahiensis. Também estão presentes

Mimosa dolens espinheiro, Serjania gracilis, Rhabdocaulon gracilis, Eriocaulon sp. e


algumas espécies de Asteraceae. Observa-se em alguns locais a abundante presença

de Andropogon bicornis capim rabo-de-burro e Baccharis sp. carqueja, indicador de

alteração da condição natural do meio. A situação do local, porém, está estável em

função da proteção fornecida pela unidade de conservação. Esta vegetação está

desenvolvida sobre Neossolo Litólico com profundidade entre 20 e 40 cm.

Uma peculiaridade deste sítio, que lhe dá especial menção, é a ocorrência

de Austroplenckia populnea em distribuição esparsa, constituindo pequenas áreas

restritas de Savana Parque. Trata-se de um ambiente distinto dos demais e único

dentro da unidade de conservação. Observa-se a presença de manchas de

Pteridium aracnoideum em meio ao campo graminoso.


O capão de Floresta Ombrófila Mista Montana encontra-se em bom estado,

embora faltem espécies chave que caracterizam a formação madura, tais como

Araucaria angustifolia, Cedrela fissilis, Tabebuia alba e Cabralea canjerana. A


formação encontra-se sobre Neossolo Litólico, o que pode explicar o aparente lento

desenvolvimento da floresta e o porte mediano das árvores. Predominam no sub-

bosque arvoretas da família Myrtaceae, como cambuís e guamirins, entre os quais

os gêneros Myrcia e Myrceugenia. Observa-se também uma espécie característica

da Floresta Ombrófila Densa (atlântica), Rudgea jasminoides grinalda de noiva.

As pequenas áreas de Estepe higrófila, nas proximidades do córrego e nas

encostas, são caracterizadas pela presença de Xyris spp., Eriocaulon kunthii e

Syngonanthus caulescens.
Ao longo do córrego que cruza a área pode-se observar a presença de

Pteridium aracnoideum samambaia-açu, Syagrus romanzoffiana jerivá, Casearia

136
decandra guaçatunga-miúda, Sebastiania commersoniana branquilho e outras
espécies características de ambientes ciliares. Observa-se que esta vegetação

encontra-se deteriorada, muito possivelmente pela ação de queimadas.

Estão inseridas nas proximidades deste sítio (numerado como 1000 no

mapa, fora do escopo da AER) duas áreas de afloramento de arenito, constituindo

Refúgios Vegetacionais Rupestres. A primeira delas é colonizada por Miconia

sellowiana, de grande potencial ornamental, e Myrsine sp. capororoca como plantas


mais comuns. Também estão presentes Gleichenia sp. samambaia, Myrcia rostrata

guamirim-chorão, Clethra scabra carne-de-vaca, algumas espécies de Poaceae,

Rhipsalis dissimilis cacto, Mimosa dolens espinheiro, Tibouchina sp., representantes


de Myrtaceae, Asteraceae e Melastomataceae. Constatou-se neste local a ausência

de espécies de alta fragilidade características dessas formações, especialmente da

família Orchidaceae.

Na segunda área observou-se a presença de Aechmea distichantha

caraguatá e cinco espécies de liquens. Eventualmente, observa-se Petunia rupestris,

Miconia hyemalis, Rhipsalis dissimilis cacto, Gleichenia sp. samambaia e outras


Pterydophyta, Piperaceae e Poaceae. Mais raramente presentes estão Sinningia sp.

rainha-do-abismo, Maxillaria sp. e Epidendrum ellipticum, orquídeas, denotando um

melhor estado de conservação deste ponto em relação ao descrito anteriormente,

possivelmente porque os afloramentos são mais elevados e, portanto, mais

protegidos de fogo e pastoreio.

A fauna

No córrego de águas límpidas e substrato areno-rochoso registrou-se a

presença de 28 táxons de macroinvertebrados, notadamente é o ambiente de maior

riqueza e diversidade de espécies do grupo verificado no Parque. A somatória de

pontos para o BMWP’ foi equivalente a 114. Deste modo, a qualidade de água e

ENCARTE 3 137
integridade do meio, segundo este índice, foi considerada boa, com águas não

poluídas e sistema perceptivelmente não alterado.

Não foram registradas espécies de peixes no sítio e, quanto aos anfíbios,

somente girinos de perereca Hyla semiguttata foram encontrados. Este fato não

deve ser tomado como um sinal de pobreza de espécies deste último grupo,

considerando-se que ambientes de floresta e estepes higrófilas presentes no sítio

devam abrigar outras espécies, ativas em distintas épocas do ano.

Quase todas as espécies de borboletas registradas são características de

campo e de ampla distribuição. As espécies verificadas em áreas florestadas são muito

comuns e também de ampla distribuição. Embora não tenham sido observadas

espécies de grande relevância em termos conservacionistas, o aspecto vegetal sugere

que seja uma área importante para a fauna lepidopterológica. A área de mata de galeria

é muito reduzida, podendo servir de pequeno corredor de fauna típica.

Foram registradas 46 espécies de aves nesse sítio sendo que nenhuma

com ocorrência exclusiva. Dentre os registros destacam-se jacuguaçu (Penelope

obscura), mocho-dos-banhados (Asio flammeus), papa-moscas-do-campo (Culicivora


caudacuta), noivinha-de-rabo-preto (Heteroxolmis dominicana), corruíra-do-campo
(Cistothorus platensis).

Nesses campos secos ocorrem espécies típicas e atualmente muito raras e

ameaçadas como o veado-campeiro Ozotoceros bezoarticus que, apesar da

ocorrência anterior documentada através de material museológico, não existe mais

no PEVV. O tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla é outra espécie

característica dos campos e já foi registrada no PEVV, conforme Borges (1989).

Atualmente, entretanto, está extinta da área. O lobo-guará Chrysocyon brachyurus,

entre as espécies ameaçadas que freqüentam áreas abertas, é a única que ainda é

encontrada no PEVV. Seus vestígios (fezes e pegadas) foram freqüentemente

registrados nesse sítio.

138
Outras espécies de mamíferos mais comuns também freqüentam esse

ambiente, como veado-catingueiro Mazama gouazoupira, graxaim Pseudalopex

gymnocercus, raposa-do-campo Pseudalopex vetulus, gato-mourisco Herpailurus

yagouaroundi e, nas bordas dos capões, o tapiti Sylvilagus brasiliensis.


Durante as visitas ao sítio foram registradas quatro espécies de mamíferos:

o tatu-galinha Dasypus novemcinctus, um cachorro selvagem Cerdocyon thous ou

Pseudalopex gymnocercus, um grande felino, provavelmente suçuarana Puma

concolor, cujos vestígios foram coletados e lobo-guará Chrysocyon brachyurus.


Foram muito freqüentes, no entanto, os registros de lebre Lepus capensis, espécie

exótica introduzida, que vem rapidamente expandindo sua distribuição.

Em uma das fases de campo a equipe registrou uma fêmea adulta e um

filhote de catetoTayassu tajacu, cujo deslocamento acompanhou a vegetação ciliar

que acompanha o córrego.

Nesse ambiente é comum a palmeira guariri Diplothemium campestre, que

parece ser um importante recurso alimentar disponível durante a época em que os

frutos de jerivá Syagrus romanzoffiana não estão maduros. Suas sementes foram

encontradas nas fezes de lobo-guará Chrysocyon brachyurus e de graxaim

Pseudalopex gymnocercus, muitas vezes como único item.

Aspectos críticos

- Fogo: novas queimas da vegetação deverão induzir o avanço das

espécies oportunistas atualmente encontradas em manchas (Mimosa

dolens, Pteridium aracnoideum samambaia-das-taperas e Chamaecrista

cathartica) (figuras 3.64 e 3.65).


- Invasão por Pinus spp.: há áreas contíguas ainda dentro do sítio com

focos dispersos de invasão. Não foi observada na área de Savana

Parque.

ENCARTE 3 139
- Os ambientes aquáticos inseridos neste sítio podem estar recebendo

alguma carga sedimentar adicional proveniente dos aceiros, um dos

quais definido sobre área de ocorrência de espécies vegetais

ameaçadas de extinção.

FIGURA 3.64 - MIMOSA DOLENS EM PROCESSO FIGURA 3.65 - INVASÃO POR SAMAMBAIA-DAS-TAPERAS
OPORTUNISTA DE INVASÃO NO
SÍTIO

3.7.3 Sitio 3 - Mata da Fortaleza

Descrição geral

O capão de Floresta Ombrófila Mista Montana adjacente ao Platô da


Fortaleza (Sítio 1) é conhecido como Mata da Fortaleza. Tem extensão de 176

hectares e localiza-se a norte, numa das áreas mais elevadas do Parque Estadual,

em relevo suave, a uma altitude de 950 metros. Envolve um córrego ao longo do

qual se desenvolve uma restrita formação Aluvial, principalmente em função do

ambiente mais úmido, sendo a faixa de deposição sedimentar bastante estreita.

A área toda foi degradada no passado por exploração madeireira,

observando-se facilmente a escassez de espécies de árvores características

da floresta madura e a presença de espécies da fase sucessional intermediária. O

sub-bosque do capão apresenta regeneração depauperada em função desses

140
processos de degradação e, muito possivelmente, também pela presença de gado

em décadas passadas.

Esse uso pretérito que descaracterizou suas feições primitivas teve

evidentes reflexos sobre a fauna local (figura 3.66). No entanto, trata-se de uma

floresta extensa que, dado seu atual isolamento, sobressai em importância no

contexto do Parque (figura 3.67).

FIGURA 3.66 - ASPECTO INTERNO DA MATA DA FIGURA 3.67 - VISÃO EXTERNA DA MATA DA FORTA-
FORTALEZA ONDE SE PERCEBE A LEZA, COM DESTAQUE NA FLORAÇÃO
DEPAUPERAÇÃO DO SUB-BOSQUE DE PAU-DE-TUCANO Vochysia magnifica

A vegetação

A floresta encontra-se em estágio sucessional intermediário, com dois


estratos arbóreos e sub-bosque em condições deficientes de regeneração, com

resiliência comprometida. Ainda assim, a cobertura é densa, sendo escassas as

clareiras e ausentes os processos de erosão. A drenagem do solo, que tem mais de um

metro de profundidade, é boa, havendo uma pequena camada de horizonte orgânico na

superfície, em torno de 3 cm. Não foram observados afloramentos de rocha.

Foram registradas no levantamento fitossociológico 57 espécies arbóreas

em 25 famílias botânicas. Os cipós foram agregados por grupo em função da

dificuldade de coleta de material fértil e identificação, assim como as árvores mortas.

Por ordem de importância observou-se a preponderância de árvores mortas, o que

ENCARTE 3 141
indica intenso processo de sucessão vegetal, ou seja, a floresta está em processo

de passagem da formação intermediária para avançada. Esse processo é

confirmado pela formação florística e estrutural e significa ganho em diversidade e

estrutura. O índice de diversidade de Simpson ficou em 0,947 (ZILLER, 2000).

O estrato superior da floresta tem cerca de 15 metros de altura, com

eventuais emergentes mais elevadas. As espécies componentes do dossel são

Piptocarpha angustifolia vassourão-branco e Vernonia discolor vassourão-preto,


características da fase intermediária da Floresta Ombrófila Mista, cuja gradual

senecência abre espaço para espécies da floresta madura como Araucaria

angustifolia, que se destaca em área basal junto com a imbuia e duas espécies de
canelas. A espécie de maior representatividade no sub-bosque é Esenbeckia

grandiflora espeteiro, característica da Floresta Estacional Semidecídua.

Myrcia rostrata guamirim-branco, Casearia decandra guaçatunga-miúda,

Campomanesia xanthocarpa guabirova, Anadenanthera colubrina angico-branco,

Alchornea sidifolia tapiá-graúdo, Prunus sellowii pessegueiro-bravo, Roupala

brasiliensis carvalho-brasileiro, Dalbergia brasiliensis jacarandá, Inga sp. ingá e

Cabralea canjerana canjerana. A ocorrência de Vochysia magnifica pau-de-tucano


neste capão, em razoável densidade, confere-lhe especial destaque pela floração

amarela, vistosa, na época de outono.

Compõem o estrato dominado por diversas espécies de Myrtaceae como

guamirins, cambuís e Psidium cattleianum araçá-vermelho, Jacaranda puberula caroba,

Ilex paraguariensis erva-mate, Clethra scabra carne-de-vaca, Ilex theezans caúna,

Casearia decandra guaçatunga-miúda, C. obliqua guaçatunga-graúda, Cabralea

canjerana canjerana, Matayba eleagnoides miguel-pintado, Cupania vernalis camboatá,

Podocarpus lambertii pinho-bravo, Eugenia uniflora pintangueira, Erythroxylum sp.


marmeleiro-bravo e áreas dominadas por taquara.

No sub-bosque registrou-se na amostragem 17 espécies em 10 famílias. É

comum a presença de Esenbeckia grandiflora espeteiro, Trichilia catigua catiguá,

142
Sorocea bonplandii pau-cincho e Actinostemon concolor laranjeira-do-mato, típicas
da Floresta Estacional Semidecídua, assim como de Psychotria suterella casca

d’anta, Psychotria sp. erva d’anta e Rudgea jasminoides grinalda de noiva,

características da Floresta Ombrófila Densa. Observa-se também a presença de

Myrcia rostrata guamirim-chorão, Allophylus edulis vacum, bromélias terrestres e


epífitas, cipós lenhosos em grande quantidade, pteridófitas, Lycopodium sp.,

Polypodium sp., Mollinedia sp. e duas espécies de Melastomataceae.


Ao longo do córrego que passa no interior da formação existe um ambiente

ciliar de maior umidade, propiciando o desenvolvimento de espécies como Cyathea

sp. xaxim-de-espinho, Daphnopsis sp. imbira, Luehea divaricata açoita-cavalo,

Bathysa meridionalis queima-casa, típica da Floresta Ombrófila Densa (Atlântica) e,


eventualmente, Dicksonia sellowiana xaxim-bugio, espécie ameaçada de extinção

no Paraná.

Na bordadura da floresta observou-se a presença de Drymis brasiliensis

cataia, Cinnamomum sellowianum canela-raposa, Gochnatia polymorpha cambará,

Piptocarpha tomentosa vassourão, Myrsine ferruginea capororoca, M. umbellata


capororocão, Casearia sylvestris cafezeiro-bravo, Casearia lasyophylla guaçatunga,

Schinus therebinthifolius aroeira e Rhamnus sphaerosperma fruto-de-pombo.


A leste, próximo ao capão, foi construído um pequeno reservatório de água

ladeado pela formação de Estepe higrófila, com a presença de Eriocaulon kunthii e de

plantas instaladas à margem da água, como espécies de Juncaceae e Polygonaceae.

Espécies ameaçadas de extinção

- Araucaria angustifolia pinheiro-do-paraná - Lista Vermelha de Flora do


Estado do Paraná, SEMA/GTZ, 1995 (problema de depauperação

genética);

- Ocotea porosa imbuia - Lista Vermelha de Flora do Estado do Paraná,

SEMA/GTZ, 1995;

ENCARTE 3 143
- Dicksonia sellowiana xaxim-bugio – Lista Vermelha de Flora do Estado
do Paraná, SEMA/GTZ, 1995, e Lista Oficial de Espécies da Flora
Brasileira Ameaçada de Extinção do IBAMA, Portaria 37-N, 2 de abril
de 1992.

A fauna

Nesta floresta encontram-se pequenas nascentes a partir das quais


formam-se os cursos d'água que drenam boa parte do Parque, um deles define os
limites da unidade de conservação pelo leste (figura 3.68). Uma pequena drenagem
orientada para oeste, oriunda deste sítio encontra-se represada na borda da floresta
formando pequena lagoa na qual a fauna de macroinvertebrados típica de ambiente
lêntico se desenvolve (figura 3.69). Neste ambiente registrou-se a presença de 5
táxons de macroinvertebrados e a pontuação pelo BMWP’ foi equivalente a 12. Assim
sendo, a qualidade de água e integridade do meio, segundo este índice, foi
considerada muito crítica com sistema fortemente alterado, sendo este resultado
aparentemente um reflexo da natureza antrópica da lagoa em questão.

FIGURA 3.68 - LIMITE LESTE DO PEVV ONDE FIGURA 3.69 - AMBIENTE AQUÁTICO CRIADO PELO
SE PERCEBE A COLOCAÇÃO REPRESAMENTO DE NASCENTE NO
DE CERCA DENTRO DOS LIMI- SÍTIO 3
TES DO PARQUE

144
No mesmo ponto foram registradas espécies de anfíbios como a rã-comum

Leptodactylus ocellatus, perereca-pequena Hyla minuta (adultos vocalizando e


girinos), perereca-de-pontos-brancos Hyla albopunctata (adulto vocalizando),

perereca-marmorada Scinax aff. eringiophilla adultos vocalizando e girinos (figuras

3.70 e 3.71) e perereca-verde Aplastodiscus perviridis (adulto vocalizando), o que

denota relativa diversidade de espécies de anuros.

FIGURA 3.70 - ADULTO DE Scinax eringiophilla FIGURA 3.71 - GIRINO DE Scinax eringiophilla
ENCONTRADO NA REPRESA

A fauna lepidopterológica observada não apresentou espécies especiais,

entretanto, no pequeno brejo abaixo do lago artificial ocorreram Euptychia ocelloides

e Vidius similis, espécies típicas deste ambiente, e no encontro do campo com a

floresta Vidius nappa, também espécie típica. A área de mata propriamente dita não

apresentou espécies muito relevantes, no entanto, a penetração foi difícil por falta de

caminhos ensolarados onde seria possível visualizar as espécies. Por analogia com

a mata localizada alguns quilômetros a oeste pode-se dizer que é um capão com

grande potencial quanto à preservação de espécies raras.

Em termos ornitológicos a Mata da Fortaleza possui grande relevância

por abrigar espécies biologicamente sensíveis (e.g. Odontophorus capueira e

Campylorhamphus falcularius) e um bom estado de conservação. Foram registradas


69 espécies nesse sítio sendo que três exclusivas.

ENCARTE 3 145
Considerando-se a extensão relativamente restrita desta área florestal para

a manutenção de espécies de mamíferos de maior porte a mesma depende da

continuidade com áreas vizinhas externas. Nesse sentido, merece destaque a

presença de gato-do-mato Leopardus sp., registrada através de fezes, do veado-

catingueiro Mazama gouazoupira, visualizado e do bugio-ruivo Alouatta fusca,

também visualizado.

Aspectos críticos

A principal ameaça à conservação do sítio é a depauperação das

populações de espécies da floresta madura, com reflexos diretos sobre a fauna. A

altitude do ponto reforça a dificuldade de aporte de sementes e faltam elementos da

fauna para fazer a dispersão, resultando em baixa resiliência da floresta.

3.7.4 Sitio 4 - Campo da Igreja

Descrição geral

Trata-se da área central do Parque Estadual, a 880 metros de altitude, e

compreende a maior extensão contínua de vegetação campestre, representada pela

transição entre Estepe stricto sensu e Savana Gramíneo-Lenhosa. Totaliza 176

hectares, observando-se uma diversidade de situações fisionômicas e florísticas,

envolvendo campos finos e campos grossos.

Não foram detectados ambientes aquáticos significativos, do que decorre

evidente simplificação ou ausência de fauna aquática ou semi-aquática. Por sua vez,

o razoável estado de conservação constatado para os ambientes terrestres propicia

condições para a manutenção de importante fauna terrestre neste sítio (figuras 3.72

e 3.73).

Neste sítio estão presentes áreas em franco processo de erosão na

estrada que segue de trás da igreja para a Mata da Fortaleza, nas proximidades do

146
alojamento que era utilizado pelo guarda-parque. Nas imediações da igreja foram

plantadas diversas árvores, em sua grande maioria exóticas e algumas invasoras.

Essas plantas descaracterizam a paisagem natural dos campos e criam condições

para o desenvolvimento de pequenos capões florestais em função do sombreamento

e do aporte de sementes por aves que freqüentam a vegetação arbórea. Como

conseqüência, tem-se a gradativa eliminação da cobertura campestre e a tendência

ao desencadeamento de processos erosivos de erosão por exposição dos solos.

FIGURA 3.72 - ASPECTO GERAL DO CAMPO SECO NO FIGURA 3.73 - ASPECTO GERAL DO CAMPO SECO NO
SÍTIO 4 SÍTIO 4

A vegetação

A diversidade florística e fisionômica faz distinguir diferentes formações


que ora se restringem a elementos herbáceos, ora incluem vegetação arbustiva e
mesmo arbórea.

Tipos de campo no local

- Estepe stricto sensu - campos finos

Podem comportar elevada diversidade florística ou apresentar dominância


de gramíneas que imprimem homogeneidade ao campo. Dentre as gramíneas mais
comuns estão os gêneros Andropogon e Aristida, em especial representado por
Aristida pallens, e Chloris bahiensis.

ENCARTE 3 147
- Estepe stricto sensu + Savana Gramíneo-Lenhosa - campos grossos

Boa parte dos campos do Parque Estadual são compostos de espécies da

Estepe stricto sensu misturadas a espécies características da Savana Gramíneo-

Lenhosa, constituindo campos com maior quantidade de vegetação lenhosa,

estando no limite da distribuição austral da Savana.

Observa-se a presença de Allagoptera campestris guariri e Syagrus

hatschbachii, palmeiras rasteiras, Aspilia setosa, Baccharis coridifolia, Baccharis

dracunculifolia, Vernonia breviflora, Vernonia grandiflora, Jacaranda oxyphylla,

Moritzia dusenii, Croton antisiphilliticus, Eupatorium macrocephalum e Eupatorium

multifidum e Passiflora lepidota, rara no Estado.

Estas plantas imprimem fisionomia mais arbustiva aos campos,

caracterizando-se a mistura com espécies da Savana. Nas faixas roçadas para

constituição de aceiros, onde a vegetação foi mantida baixa, observou-se a

presença de Gomphrena macrocephala, espécie ameaçada de extinção no Estado.

Em áreas alteradas pelo uso e trânsito de pessoas, como nas trilhas e

margens dos aceiros, observa-se a presença de Chamaecrista rotundifolia,

Evolvulus sericeus, Solidago chilensis e Achyrocline satureoides macela.

- Estepe Parque

Área bastante restrita caracterizada pela presença de Austroplenckia

populnea em meio ao campo seco. Ocorre em poucos pontos do Parque Estadual e


é de especial interesse pela singularidade da formação. A composição dos campos

nessa área é predominantemente graminóide, com dominância dos gêneros Aristida

e Andropogon. Em outros locais do Parque observa-se a ocorrência da arbórea

Austroplenckia populnea em meio a campos mais “grossos”, caracterizando-se a


transição da Estepe sensu stricto com a Savana Parque, como no caso do sítio 2.

Essas diferenças podem ser devidas a influências de alteração do meio, em especial

148
de incêndios periódicos, que podem ter contribuído para uma diferenciação das

características originais, e/ou a características pedológicas ainda não investigadas.

Espécies ameaçadas de extinção

As espécies encontradas no local que estão registradas na Lista Vermelha

de Plantas Ameaçadas de Extinção no Paraná, SEMA/GTZ, 1995, são:

- Crumenaria polygaloides tumutu-açu – em perigo;


- Dorstenia brasiliensis caiapiá – em perigo;
- Gomphrena macrocephala sempre-viva - rara;
- Mandevilla coccinea jalapa – rara.

A fauna

Em trabalho de campo realizado no ano de 2001 redescobriu-se a

presença de Aricoris monotona, uma espécie de borboleta rara e típica de campos

naturais. Ela já tinha sido verificada, muitos anos atrás, justamente num pequeno

espaço onde hoje a estrada asfaltada faz o retorno junto aos arenitos. Na segunda

fase de campo foi coletado neste sítio um exemplar de Vidius sp. n., uma espécie

bastante rara nos campos.

Entre as aves foram registradas 24 espécies, sendo nenhuma exclusiva. A

conservação é ruim em virtude da presença de erosões e plantas invasoras. Apesar do

estado de conservação considerado ruim para este grupo, foi registrado no sítio o papa-

moscas-do-campo (Culicivora caudacuta), que é considerado ameaçado de extinção.

Foram identificadas poucas espécies de mamíferos, principalmente pela

dificuldade de observação de vestígios nesse tipo de ambiente. Foram encontradas

tocas, possivelmente do tatu-rabo-mole Cabassous sp. e fezes de lebre Lepus sp.

ENCARTE 3 149
Aspectos críticos

- As principais ameaças à conservação do sítio estão no risco de

incêndios e na invasão por espécies exóticas, especialmente de Pinus,

Eucalyptus, Melia azedarach cinamomo e Cupressus cf. lusitanica


cedrinho. As outras espécies presentes nas imediações da igreja

constituem igualmente risco de invasões futuras, pois diversas já estão

constatadas como invasoras dentro da área do Parque.

- As espécies plantadas ao redor da igreja são: Pinus spp., Eucalyptus

spp., Melia azedarach cinamomo, Ligustrum japonicum alfeneiro,

Cupressus cf. lusitanica, Acacia mearnsii acácia-negra, Paulownia sp.


quiri, Cupressus sp. cedrinho, Anadenanthera colubrina angico-branco,

Magnolia sp., Prunus sp. pessegueiro, Hovenia dulcis uva-do-japão e

Calliandra sp. sarandi, todas exóticas ao ambiente onde estão inseridas.


- Uma área de empréstimo situada no sítio encontra-se em constante

processo de degradação com impactos que tendem a se expandir para

áreas adjacentes (figura 3.74). Os processos erosivos existentes

precisam ser estancados e corrigidos a fim de evitar seu agravamento.

Andropogon bicornis capim-rabo-de-burro funciona como bom

indicador de áreas degradadas, ocupando solos compactados e

empobrecidos, e pode ser utilizado como espécie colonizadora.

- A presença de edificações e moradores neste sítio representa claros

riscos à integridade do mesmo. Além do desvirtuamento paisagístico


promovido pela igreja, a área representa um foco potencialmente

dispersor de plantas alóctones e invasoras, plantadas junto aos

campos naturais (figura 3.75).

150
FIGURA 3.74 - ANTIGA ÁREA DE EMPRÉSTIMO NÃO FIGURA 3.75 - ÁREA ANTROPIZADA AO REDOR DA
RECUPERADA ONDE ATUAM PRO- IGREJA ONDE ENCONTRAM-SE
CESSOS DE EROSÃO PLANTADAS ESPÉCIES EXÓTICAS,
ALGUMAS FORTEMENTE INVASORAS

A manutenção de animais domésticos nesta área representa impacto

adicional às áreas adjacentes, uma vez que cachorros, gatos e aves domésticas

tornam-se exímios predadores de mamíferos, aves, répteis e anfíbios nativos.

3.7.5 Sítio 5 – Represa

Descrição geral

Situa-se nas proximidades da entrada do Parque, às margens da rodovia

BR-376, a 760 metros de altitude. Trata-se zona de inundação da represa construída

no rio Guabiroba, com 7 hectares. Foi destinada a servir de suprimento de água para

combate a incêndios e faixa de isolamento entre a rodovia BR-376 e o Parque

Estadual. Essa represa tem como característica a flutuação do nível da água em

função do regime pluviométrico, impedindo a estabilização de vegetação às suas

margens e interferindo na viabilidade do estabelecimento de populações de fauna

(figuras 3.76 e 3.77).

ENCARTE 3 151
FIGURA 3.76 - LAGO JUNTO À BARRAGEM CUJA BASE FIGURA 3.77 - ASPECTO GERAL DA REPRESA MOS-
ENCONTRA-SE DESESTRUTURADA TRANDO EFEITOS DA INSTABILIDADE
DE NÍVEL

A base do barramento é feita com rocha e solo não existente no Parque,

gerando condições físicas diferenciadas para o estabelecimento de cobertura

vegetal. A área em volta do eixo da barragem foi aterrada, o que alterou as

condições naturais do ambiente pré-existente. Existe também em meio à área

represada um amontoado de terra com 3-4 metros de altura, onde se estabeleceu

vegetação terrestre.

A vegetação

Predominam nessa área as Formações Pioneiras de Influência Fluvial, que

caracterizam a várzea do rio Guabiroba. Em meio a esta área está encaixado o leito

do rio, crescendo nos curtos trechos de deposição aluvial vegetação arbórea

característica da Floresta Ombrófila Mista Aluvial, com predominância de

Sebastiania commersoniana branquilho.


Nos períodos mais secos, o leito do lago é colonizado por espécies

terrestres, eliminadas a cada vez que o nível da água sobe. O mesmo se dá nas

margens, onde as condições de umidade são extremamente variáveis. Nas áreas

mais distantes do eixo da barragem, onde permanece um nível de água mais

152
constante, a vegetação é marcada por plantas semi-aquáticas como Pontederia

lanceolata e Eicchornia cf. crassipes.


Observa-se ainda pequenas extensões de Estepe higrófila nos limites

da represa, igualmente sujeitas à oscilação artificial do regime hídrico, alterado

pelo barramento.

O aterro em volta do eixo da barragem encontra-se dominado por espécies

colonizadoras de áreas degradadas, principalmente Andropogon bicornis capim-

rabo-de-burro.

A fauna

Trata-se de ambiente altamente estressante para organismos aquáticos,

considerando-se a grande oscilação do nível da água constatada nos últimos anos

e, notadamente, durante os estudos de campo. Esta condição de instabilidade limita

em muito o estabelecimento de comunidades aquáticas, sobretudo em se tratando

de macroinvertebrados e peixes.

Dentre os corpos d'água estudados foi o que apresentou a menor

diversidade de formas de macroinvertebrados aquáticos, registrando-se apenas uma

família (Baetidae) e dois gêneros (Baetis e Moribaetis). A pontuação registrou um

valor equivalente a 4 pontos no BMWP’. Deste modo, a qualidade de água e

integridade do meio, segundo este índice, foi considerada muito crítica.

Há evidente alteração da composição ictiofaunística original, com a

proliferação de espécies ictíicas lacustres como o acará Geophagus brasiliensis em

substituição a diferentes espécies de pequenos peixes de cabeceiras de riachos,

provavelmente componentes da fauna original naquele ponto. Foi constatada uma

diversidade de peixes naquele local por Chiavenato (1993) não verificada no

presente estudo.

ENCARTE 3 153
A fauna terrestre encontra-se igualmente pressionada pela instabilidade

verificada neste sítio e, em termos lepidopterológicos, o sítio é considerado irrelevante.

A presença de um corpo d'água permanente atrai aves características

desse ambiente, como o biguá (Phalacrocorax brasilianus), o socó-grande (Ardea

cocoi), o socozinho (Butorides striatus) e o colhereiro (Platalea ajaja). Nesse sítio


foram registradas 34 espécies sendo seis exclusivas.

Foram registradas poucas espécies de mamíferos, principalmente as que

também freqüentam a várzea a montante e que eventualmente transitam pelas porções

marginais do lago periodicamente expostas pela abaixamento do seu nível. São elas:

gambá Didelphis sp., tatu-galinha Dasypus novemcinctus, graxaim Pseudalopex

gymoncercus – cf., mão-pelada Procyon cancrivorus, veado Mazama sp., capivara

Hydrochaeris hydrochaeris, preá Cavia aperea e nutria Myocastor coypus.

Aspectos críticos

- A existência da represa implica perda de hábitat e de espécies

características da formação naturalmente existente, assim como da

fauna dependente da mesma.

- Dada a completa desestruturação da barragem e o descontrole do seu

dispositivo de drenagem, verifica-se grande irregularidade do nível da

água, impossibilitando o estabelecimento mesmo daquelas espécies da

fauna vinculadas a ambientes antropizados, de modo que atualmente o

sítio, em termos biológicos, apresenta-se bastante empobrecido.

- O maior problema do sítio é a instabilidade do lençol freático, que

impede o estabelecimento de cobertura vegetal permanente. Os solos

das margens são periodicamente expostos, originando-se processos

erosivos e de assoreamento das áreas rebaixadas e do próprio rio.

154
- Existe uma forte alteração do ambiente natural tanto em termos de

solos, por raspagem e aterro, assim como pela ocorrência de espécies

exóticas invasoras como Brachiaria sp., Eucalyptus sp. na encosta

oposta à rodovia, Pinus sp. no amontoado de aterro existente na parte

central da área e Melia azedarach cinamomo na beira da rodovia.

- A localização deste sítio às margens da BR-376 torna-o vulnerável

a invasões, havendo vestígios da ação constante de pescadores

na represa.

- A situação atual acarreta perdas significativas para o Parque em

termos de conservação da biota, valendo ponderar sobre a real

importância da represa em termos de controle de incêndios originados

da rodovia.

3.7.6 Sítio 6 – Várzea do Rio Guabiroba

Descrição geral

Este sítio representa um dos mais importantes e peculiares ambientes para

a fauna da região, no qual o rio Guabiroba durante os eventos de cheia lança por

extensa área plana sedimentos que estabelecem fisionomia típica e vegetação

própria (figuras 3.78 e 3.79).

Compreende extensa área de Formações Pioneiras de Influência Fluvial

(várzea) do rio Guabiroba situada entre a rodovia BR-376 e o Parque Estadual, a

uma altitude de 770 metros. A extensão considerada tem 75 hectares e trata-se da

maior área contínua de Formações Pioneiras de Influência Fluvial dentro do Parque,

o que lhe confere alto valor biológico.

ENCARTE 3 155
FIGURA 3.78 - ASPECTO GERAL DA VÁRZEA NO SÍTIO 6 FIGURA 3.79 - VISÃO DA VÁRZEA MOSTRANDO AO
FUNDO EDIFICAÇÕES LINDEIRAS. EM
PRIMEIRO PLANO, COM FLORES AMA-
RELAS, Ulex europaeus TOJO, ESPÉCIE
EXÓTICA INVASORA DO CAMPO

Encontra-se bastante alterada em função da barragem construída no rio e

na própria várzea (Sítio 5), o que propicia uma instabilidade de nível hídrico que

prejudica a estabilização da cobertura vegetal.

Os solos apresentam características de hidromorfia e têm profundidade

média de um metro. A cobertura vegetal é densa, não se observando a existência de

clareiras. As únicas áreas com solo exposto são marginais e devidas à barragem

estabelecida a jusante. A drenagem do solo, de textura arenosa, é muito pobre em

função da altura do lençol freático. Ao longo da calha do rio, que passa no meio da
área de várzea, observa-se pequenos trechos de deposição aluvial onde se

estabelece uma estreita faixa de vegetação arbórea. O leito do rio define,

atualmente, o limite do Parque Estadual.

A vegetação

Observa-se que diferentes níveis do lençol freático e de profundidade dos

solos propiciam o desenvolvimento de comunidades vegetais distintas.

Predominam plantas herbáceas e arbustivas com altura de até 3 metros,

com dominância de Poaceae e Cyperaceae. Entre as espécies características pode-

156
se citar Cortaderia selloana paina, Ludwigia sp., Lobelia exaltata e Lycopodium sp.

nas áreas mais úmidas.

Outras espécies de áreas muito mal drenadas são Xyris spp., Eriocaulon

sellowianum, Syngonanthes caulescens e Paepalanthus sp., além de Apiaceae,


Lobeliaceae e Asteraceae, entre outras. A gramínea Cortaderia selloana é

fisionomicamente dominante nas áreas de pior drenagem, em função do porte e da

densidade. Nas áreas inundadas por influência da barragem, observa-se a

ocorrência de Juncaceae, Pontederia lanceolata e Eicchornea crassipes aguapé.

Solos melhor drenados apresentam dominância de Mimosa furfuraceae e

em alguns pontos observa-se o início de sucessão florestal. Observa-se nesses

casos a presença de Clethra scabra carne-de-vaca, Rhamnus sphaerosperma fruto-

de-pombo e Solanum cf. mauritianum fumo-bravo.

Observa-se ainda nesses solos melhor drenados Baccharis sp. carqueja,

Achyrocline satureoides macela, Tibouchina sp., Aristida pallens e pteridófitas


diversas. Nas áreas mais altas, às margens da rodovia, predomina Baccharis sp.

vassoura-branca. Nas áreas de solos mais alterados pelas obras rodoviárias e da

barragem predomina Andropogon bicornis capim-rabo-de-burro.

A fauna

No leito principal e nos canais secundários são encontradas espécies de

peixes típicas de cabeceiras, pertencentes aos gêneros Trichomycterus e Astyanax,

sendo também registrada uma provável espécie nova de cascudo da subfamília

Hypoptopomatinae.

A fauna de macroinvertebrados registrada restringiu-se a 5 táxons,

resultando numa pontuação pelo BMWP’ equivalente a 12. Assim sendo, a qualidade

de água e integridade do meio, segundo este índice, seria considerada muito crítica

e o sistema bastante alterado. Aqui claramente devem ser consideradas as

ENCARTE 3 157
ponderações feitas inicialmente sobre as limitações de interpretação à partir deste

método no caso da AER.

Não foram registradas espécies de anuros neste sítio o que se deveu

principalmente à baixa atividade do grupo no dia em que foram realizados os estudos.

Entre as borboletas registrou-se a única espécie característica de brejos,

Euptychia ocelloides, apresentando população aparentemente bastante vigorosa


pelo número de exemplares, assim como Euptychia sp. 2, provavelmente nova para

a ciência. Na beira da floresta, devido à presença de flores com néctar, algumas

espécies da mata se fizeram presentes, sendo Dismorphia astyocha uma espécie

escassa, mas de distribuição ampla no sudeste brasileiro. Na segunda visita foram

observadas Vehilius celeus vetus e Vidius nappa, ambas características do campo.

Devido à presença de grande número de flores com néctar, e provavelmente

alimentadoras das formas imaturas, o potencial para a presença de muitas espécies

de borboletas é considerável.

O sítio apresenta grande relevância para a ornitofauna dada a presença de

espécies características e por abrigar a maior extensão desse ambiente no parque.

Apresentou 37 espécies sendo uma exclusiva (Laterallus eucopyrrhus).

As espécies de mamíferos registradas nessa área foram: tatu-galinha

Dasypus novemcinctus, cachorro-do-mato Cerdocyon thous ou graxaim

Pseudalopex gymnocercus e capivara Hydrochaeris hydrochaeris. Foram também


encontrados vestígios de cateto Tayassu tajacu na borda do capão dos arenitos

onde este chega à várzea.

Aspectos críticos

- Espécies exóticas invasoras presentes são Pinus spp., Eucalyptus spp.

e Melia azedarach cinamomo, especialmente a partir da margem da

rodovia. Observou-se ainda a presença de Ulex europaeus tojo, planta

arbustiva espinhenta com alta capacidade de invasão e de difícil

158
controle uma vez que domine o ambiente. Tende a formar densos

aglomerados que chegam a impedir o trânsito da fauna em função dos

espinhos grosseiros.

- Este sítio constitui um ambiente ao mesmo tempo importante e vulnerável

em termos de conservação da fauna regional. Trata-se de área exposta

à ação de incendiários que transitam pela rodovia, padecendo

periodicamente por ações criminosas.

- A área é freqüentemente invadida para prática de pesca artesanal.

- Observa-se nas margens processos erosivos devidos à periodicidade

de exposição do solo e queima da vegetação nos períodos de baixa

pluviosidade (outono e inverno).

- Praticamente inserido no sítio encontram-se depósitos de combustível

pertencentes ao posto de gasolina ao lado da rodovia, do qual podem

ocorrer vazamentos. Do restaurante em funcionamento no local

originam-se dejetos humanos e lixo cuja destinação ainda não se

encontra controlada.

- A proximidade da rodovia favorece o atropelamento de animais

silvestres que freqüentam este sítio, uma vez que não há dispositivos

redutores de velocidade, mecanismos de transposição ou sequer

sinalizações adequadas capazes de alertar os usuários da rodovia

sobre este risco.

- Deve-se observar que o rio Guabiroba aporta para o sítio, águas que a

montante são constantemente servidas por solos e substâncias

químicas de lavouras, fator que deve ser monitorado com rigor para

que se evitem danos maiores ao ambiente em pauta.

ENCARTE 3 159
3.7.7 Sitio 7 - Capão dos Arenitos

Descrição geral

Compreende a formação de Floresta Ombrófila Mista Montana situada na

encosta contígua aos blocos de arenito de maior intensidade de visitação dentro do

Parque, entre os mesmos e a várzea do rio Guabiroba (Sítio 6). Compreende uma

área de 98 hectares situada a 850 metros de altitude (figuras 3.80 e 3.81).

FIGURA 3.80 - VISÃO GERAL DO CAPÃO DOS ARENITOS FIGURA 3.81 - DETALHE DE PINHEIROS
REMANESCENTES NO SÍTIO 7

A vegetação

Trata-se de uma floresta alterada, explorada há décadas para extração de

madeira (pinho, cedro, imbuia, canjerana, ipê, etc.). Encontra-se em estágio

sucessional intermediário para avançado, com dossel irregular e poucos

remanescentes da formação original. A cobertura florestal é de média densidade,

havendo grande irregularidade na formação do dossel, árvores com troncos

quebrados e formações de taquarais. Os solos encontram-se em parte expostos,

especialmente nas áreas mais íngremes da encosta, sendo de boa drenagem e

textura arenosa, predominando os Cambissolos.

Registrou-se no levantamento fitossociológico (Anexo 9, tabelas A9.7-9.12)

41 espécies em 23 famílias botânicas, gerando um índice de diversidade de

160
Simpson de 0,929. A área encontra-se muito degradada, com baixa resiliência em

função da sobre-exploração madeireira no passado, indicando a necessidade de

enriquecimento e restauração para garantir sua auto-sustentabilidade. As árvores

mortas compõem o grupo mais expressivo de plantas, indicando a dinâmica de

sucessão florestal da fase intermediária para avançada.

O dossel pode chegar a 25 metros de altura, porém a cobertura contínua

ocorre apenas até 15 metros. Em função dessa irregularidade do dossel, a maior

parte da área apresenta apenas um estrato arbóreo e o sub-bosque, faltando o

estrato superior caracterizado por espécies de alto valor comercial. Observa-se a

ausência quase contínua de Araucaria angustifolia pinheiro-do-paraná, indicando o

histórico de sobre-exploração.

Estão presentes Ocotea odorifera canela-sassafrás, Aspidosperma

polyneuron peroba e Ocotea porosa imbuia, espécies ameaçadas de extinção no


estado. Percebe-se claramente a baixa densidade dessas espécies, assim como de

Tabebuia alba ipê-amarelo e Cabralea canjerana canjerana. A depauperação dessas


populações características da floresta madura tende a dificultar esse processo

sucessional, sendo crítica a necessidade de intervenção no sentido de restaurar-se

a resiliência do ambiente.

Um fator de aumento do valor biológico da área é a mistura de floras da

Floresta Ombrófila Mista, dominante na região, com a Floresta Estacional

Semidecídua do oeste e norte do estado e com a Floresta Ombrófila Densa, do

litoral. Algumas espécies dessas formações estão estabelecidas na região em

função de ligações físicas dos vales dos rios Tibagi e Açungui, que fluem,

respectivamente, para o noroeste e para o litoral. Dentre essas espécies são mais

comuns Anadenanthera colubrina angico-branco, abundante nas florestas de galeria,

Aspidosperma polyneuron peroba, Sorocea bonplandii pau-cincho, Actinostemon

concolor laranjeira-do-mato, Esenbeckia grandiflora espeteiro, Trichilia spp. catiguá,


típicas da Floresta Estacional Semidecídua, e Bathysa meridionalis queima-casa,
ENCARTE 3 161
Geonoma sp. guaminhova, Rudgea jasminoides grinalda-de-noiva, Psychotria

suterella casca d’anta, Alchornea sidifolia tapiá-graúdo e Ficus cf. adathodaefolia


figueira-branca, características da Floresta Ombrófila Densa.

Constituem hoje o dossel da floresta Alchornea sidifolia tapiá-graúdo,

Prunus sellowii pessegueiro-bravo, Piptocarpha angustifolia vassourão-branco,

Vernonia discolor vassourão-preto, Anadenanthera colubrina angico-branco, Ficus

adathodaefolia figueira-branca, Syagrus romanzoffiana jerivá, Matayba eleagnoides


miguel-pintado, Sebastiania commersoniana branquilho, Bathysa meridionalis

queima-casa e Esenbeckia grandiflora espeteiro, entre outras. São muito eventuais

Aspidosperma polyneuron peroba, Araucaria angustifolia pinheiro-do-paraná, Ocotea

odorifera sassafrás e Ocotea porosa imbuia.


No estrato dominado, ocorrem Casearia sylvestris cafezeiro-bravo, Cabralea

canjerana canjerana, Matayba eleagnoides miguel-pintado, Ilex theezans caúna, Ocotea

odorifera canela-sassafrás, Eugenia uniflora pitanga, Schefflera angustifolia mandiocão-


branco, Mollinedia sp., Psychotria suterella casca d’anta, Rudgea jasminoides grinalda-

de-noiva, Pilea sp. urtigão e Cyathea sp. xaxim-com-espinhos.

Através de processo amostral no sub-bosque foram identificadas 31 espécies

em 20 famílias botânicas.

Observa-se grande densidade de plantas escandentes, cipós e lianas, que

indicam alteração das condições naturais da floresta madura. Entre as plantas

rupestres, estabelecidas sobre rochas de arenito aflorantes, pode-se citar Piper sp.,

Aechmea distichantha bromélia e diversas espécies de Araceae.

A fauna

Ocorrem pequenas drenagens intermitentes oriundas da borda dos

arenitos dirigidas à várzea nas quais não foram coletados macroinvertebrados

aquáticos ou peixes. Tais drenagens são consideradas promissoras em termos de

162
abrigo para espécies de anfíbios, as quais utilizam estes ambientes para seus

processos reprodutivos.

A área apresenta-se relativamente bem conservada, constituindo

importante abrigo para a fauna terrestre típica das florestas da região.

Do ponto de vista lepidopterológico, apresenta-se como uma área um tanto

difícil de ser apreciada. A porção florestal junto aos arenitos permanece na maior

parte do dia muito escura, conseqüentemente também muito úmida, devido à falta

de penetração do sol, determinando a pouca presença de lepidópteros. No entanto,

o dossel das árvores deve abrigar uma boa parcela da fauna de floresta de Vila

Velha. Adelotypa malca, uma espécie bastante escassa, foi coletada neste sítio.

Em virtude da extensão e da presença de espécies de aves ameaçadas e

exclusivas (e.g. Penelope obscura, Chaetura cinereiventris e Euphonia pectoralis)

entende-se que o sítio seja de grande relevância para a conservação do grupo. Ao

todo conta com 88 espécies registradas.

Nesse sítio foram registradas: tatu-galinha Dasypus novemcinctus, quati

Nasua nasua, veado Mazama sp., cachorro-do-mato Cerdocyon thous ou graxaim

Pseudalopex gymnocercus, cateto Tayassu tajacu e, em datas anteriores constatou-


se que tratava-se de área bastante freqüentada por cutias Dasyprocta azarae.

Espécies ameaçadas de extinção

- Araucaria angustifolia pinheiro-do-paraná - Lista Vermelha de Flora do


Estado do Paraná, SEMA/GTZ, 1995 (problema de depauperação

genética);

- Ocotea porosa imbuia - Lista Vermelha de Flora do Estado do Paraná,

SEMA/GTZ, 1995;

- Aspidosperma polyneuron peroba - Lista Vermelha de Flora do Estado


do Paraná, SEMA/GTZ, 1995.

ENCARTE 3 163
Aspectos críticos

- Observa-se no sítio processos intensos de erosão nas trilhas de acesso

à visitação, com conseqüente assoreamento dos cursos d’água e das

nascentes existentes. O carreamento de sedimentos provenientes da

erosão da trilha ao redor dos arenitos também devem estar afetando

negativamente a regeneração da floresta, pelo menos nas áreas

adjacentes. Possivelmente a pavimentação da trilha em execução

poderá minorar este impacto.

- A presença de espécies exóticas introduzidas com fins ornamentais

constitui atualmente um problema, ainda que as invasões de Impatiens

walleriana beijo e de Tradescantia zebrina encontrem-se em estágio


inicial, portanto passíveis de remoção.

- No alto dos arenitos aonde leva a escadaria que hoje está abandonada

observou-se a presença de Melinis minutiflora capim-gordura e de

Brachiaria, intensamente presentes ao longo da subida, porém com


poucos exemplares no topo.

- A espécie da Floresta Estacional Semidecídua Anadenanthera colubrina

angico-branco encontra-se em processo inicial de invasão nas áreas ao

redor dos arenitos, dando indícios de um processo de gradual

dominância sobre a vegetação nativa. Essas áreas ao redor dos arenitos

eram formações de Estepe stricto sensu, havendo o plantio de algumas

árvores ao longo da estrada que leva ao estacionamento e na área do


mesmo, desencadeando processos de invasão. Embora essa espécie

seja nativa da região, pertence à formação Aluvial da Floresta Ombrófila

Mista, ou seja, às florestas de galeria, devido à mistura com a flora da

Floresta Estacional Semidecídua.

164
- A depauperação das populações de espécies nativas características da

floresta madura pode levar à sua eliminação ao longo do tempo,

havendo risco de não constituírem populações viáveis em termos de

densidade e material genético.

- A ação dos incêndios sobre a borda do ambiente florestal é evidente

em alguns pontos.

- A posição da floresta situada entre os arenitos e à rodovia ocasiona uma

notável amplificação dos ruídos produzidos pelo tráfego na estrada. Não

foram realizadas medições no interior da floresta, contudo, parece

evidente que o som constante afete principalmente aquelas espécies

cujo comportamento reprodutivo esteja associado à emissão de sons,

caso de aves e a maioria dos anfíbios. As mesmas medidas capazes de

reduzir atropelamentos serviriam também para mitigar este problema.

Sobre o tema é preciso também ponderar sobre os impactos

decorrentes da intensa visitação por turistas, cujos procedimentos na

utilização da trilha deverão ser orientados e monitorados.

3.7.8 Sitio 8 – Arenitos

Descrição geral

Trata-se da área mais intensamente utilizada de todo o Parque, em função

da existência de blocos de arenito cujas formas e cores constituem atrativo de

grande valor cênico. Compreende a trilha de visitação e a porção onde hoje se

encontra a estrutura da piscina e os afloramentos rochosos próximos, onde está

instalado um mirante (figura 3.82).

Nesta segunda porção insere-se uma área de nascentes parcialmente

descaracterizadas pelo represamento e canalização das águas que preteritamente

serviam à piscina e outras estruturas (figura 3.83). A altitude varia de 850 a 900 metros.
ENCARTE 3 165
A trilha pela qual os visitantes percorrem os arredores tem seqüência no

interior da floresta representada pelo Sítio 7. A utilização desse percurso para

trânsito de turistas em meio às formações areníticas gerou forte desgaste da rocha

ao longo dos anos de uso. A área total considerada para este sítio é de 118

hectares. Toda a área era originalmente ocupada pela Estepe stricto sensu, em

certos locais em transição com Savana Gramíneo-Lenhosa, à exceção de árvores

esporadicamente colocadas nas fendas entre blocos de arenito.

Trata-se de uma área alta e seca, de boa drenagem, com vegetação

herbácea predominante em relevo suave ondulado. Características especialmente

importantes para fauna e flora são os nichos formados entre os blocos de rocha, que

criam condições microclimáticas únicas e propiciam o desenvolvimento de

vegetação especializada e, em diversos casos, endêmica.

Estão alocadas na área algumas construções para uso turístico (piscina,

edificação), trilhas feitas com paralelepípedos e mirante, abrigos de cimento com

bancos e um reservatório de água construído em meio às rochas.

Agregam valor biológico à área a ocorrência de espécies endêmicas das

formações areníticas e a integridade ecológica dessas formações nos pontos onde

não se permitiu a visitação.

FIGURA 3.82 - AFLORAMENTOS ROCHOSOS PRÓXIMOS FIGURA 3.83 - REPRESA FORMADA NAS NASCENTES
À PISCINA DO SÍTIO 8 PARA ABASTECIMENTO DA
PISCINA

166
A vegetação

A cobertura vegetal tem densidade média, pois divide a ocupação com a

exposição de rocha arenítica do subgrupo Itararé. Esses afloramentos rochosos

encontram-se colonizados por liquens e espécies rupestres como Tillandsia crocata,

Aechmea distichantha caraguatá, Rhipsalis dissimilis cacto, Epidendrum ellipticum e

Zygopetalum mackayii, Habenaria sp. e Stenorrhynchum spp. orquídeas. Havendo


acúmulo de material mineral ou orgânico, em incipiente processo de formação de

solo, observa-se a presença de Parodia ottonis cacto-bola, Actinoseris radiata,

Eryngium horridum, E. junceum, E. sanguisorba, Butia microspadix (rara),

Oxypetalum sublanatum, Stevia leptophylla, Trixix verbasciformis, Sterrhazia

splendida, Calibrachoa ericifolia, Salvia rosmarinoides, Hatiora salicornioides,

Agarista pulchella camarinha e diversas espécies de Poaceae. Nas fendas das


rochas observa-se formação de plantas de porte arbustivo e arbóreo, como Miconia

sellowiana, Myrsine ferruginea capororoca, Erythroxylum microphyllum marmeleiro-


bravo, Sysirhinchium sp., Smilax sp., Psidium cattleianum araçá, Tabernaemontana

catharinensis leiteirinho e outras.


Uma espécie comumente observada antigamente nos pontos de maior

umidade nos afloramentos é Drosera communis papa-moscas, porém atualmente

são raros os espécimes no local. Supõe-se que este fato esteja relacionado à

visitação turística praticada no local em anos anteriores.

O lado da formação que dá para os campos naturais do interior do Parque

é mais aberto, havendo vegetação florestal apenas nos nichos sombreados entre as
rochas. É justamente na faixa marginal dos arenitos, originalmente ocupada pelos

campos, que está havendo invasão de Anadenanthera colubrina angico-branco, que

funciona como espécie pioneira, estabelecendo-se em áreas de Estepe.

A vegetação herbáceo-arbustiva da Estepe stricto sensu originalmente

existente no local encontra-se muito comprometida e degradada em função das

ENCARTE 3 167
obras de construção da estrada e da dominância por espécies exóticas invasoras,

especialmente Brachiaria sp., Melinis minutiflora capim-gordura e Eragrostis plana

capim-annoni 2. Observa-se a presença de Andropogon bicornis capim rabo-de-

burro que, nativo, funciona como indicador de áreas degradadas.

Observou-se nas imediações da rocha conhecida como “proa” a presença

de Cayaponia espelina aspirina-do-campo, ameaçada de extinção no Estado.

As principais espécies observadas no campo seco e bordas dos afloramentos

de arenito são Mikania micrantha, M. sessilifolia, Eupatorium laevigatum, Oxypetalum

sublanatum, Baccharis sp., Chloris polydactyla, Achyrocline satureoides macela,

Aristida sp., Peltaea edouardii, Eupatorium multifidum, Oxalis sp., Evolvulus sericeus,

Andropogon sp., Tibouchina sp., Serjania gracilis, Gaylussacia brasiliensis camarinha,

Solidago chilensis, Relbunium sp., Casearia sylvestris cafezeiro-bravo, Drymis

brasiliensis cataia, Myrsine umbellata capororocão, Rhamnus septisepala fruto-de-


pombo, Cinamomum sellowianum canela-raposa e Schinus therebinthifolius aroeira.

Entre as espécies rupestres, observou-se Hatiora salicornioides, Zygopetalum

mackayii, Peperomia sp., Petunia ericifolia e Coccosypselum lanceolatum.


Nas áreas de Estepe higrófila, sobre solo muito raso em afloramento de

arenito, registrou-se a presença de Eriocaulon kunthii, Paepalanthus albo-vaginatus,

Syngonanthus caulescens, Calea longifolia, Rhadocaulon lavanduloides, Anagalis

filiformis, Epidendrum ellipticum, Sisyrinchium densiflorum, Eryngium ebracteatum e

Hypericum brasiliense. Nas áreas encharcadas, observou-se Utricularia sp. e

Sphagnum sp.
Diversas espécies exóticas foram plantadas no local com fins paisagísticos,

muitas trazidas pelos administradores das lanchonetes que outrora aí existiram.

Registrou-se a presença de Cassia sp. cássia manduirana, Hovenia dulcis uva-do-

japão, Persea indica abacateiro, Eryobotrya japonica nêspera ou ameixa-amarela, Melia

azedarach cinamomo, Cycas revoluta palmeira-sagu, Impatiens walleriana maria-sem-

168
vergonha ou beijo, Rhododendron simsii azaléia, Sansevieria trifasciata espada-de-são-

jorge, Kalanchoe sp. folha-gorda, Tradescantia zebrina e outras mais.

Espécies ameaçadas de extinção

As espécies encontradas no local que estão registradas na Lista Vermelha

de Plantas Ameaçadas de Extinção no Paraná, SEMA/GTZ, 1995, são:

- Cayaponia espelina aspirina-do-campo – rara;


- Gomphrena macrocephala sempre-viva – rara.

A fauna

Não foram registradas espécies ictíicas e a comunidade de

macroinvertebrados aquáticos esteve representada por 12 táxons. Neste caso a

aplicação do BMWP’ resultou em um valor de 40 pontos, valor a partir do qual a

integridade do meio seria considerada "duvidosa". Porém, as mesmas

considerações já estabelecidas para o Sítio 6 devem ser observadas para este caso.

Neste sítio foram observados poucos locais propícios ao desenvolvimento

de anfíbios. Na trilha principal de visita aos arenitos, ao lado do sítio sete, existem

pequenas nascentes e uma área com acúmulo de água (figura 3.84), estes locais

propiciam boas condições para a reprodução de algumas espécies como

Proceratophrys spp. Acima da piscina no córrego represado encontrou-se adultos e


girinos de perereca-marmorada Scinax aff.eringiophila e adultos de perereca-bicuda

Scinax squalirostris (figura 3.85), ambas em atividade de vocalização acima da área


de influência da represa, onde constatou-se também a presença de sapo-boi

Odontophrynus sp. e perereca-verde Aplastodiscus perviridis.


A trilha que percorre a borda dos arenitos, a aproximadamente 100 metros

do estacionamento, constitui o único local de registro de Staphylus ascalon, uma

espécie de borboleta de distribuição geográfica restrita ao Paraná, somente

encontrada neste ponto. Cymaenes warreni também só é conhecida no Paraná nos


ENCARTE 3 169
afloramentos rochosos desta trilha e em ambiente semelhante no municipio de

Tibagi-PR.

FIGURA 3.84 - ÁREA DE ESCOAMENTO DE FIGURA 3.85 - Scinax squalirostris, ESPÉCIE TÍPICA DOS
ÁGUA JUNTO À TRILHA DOS AMBIENTES LOCAIS
ARENITOS

Para a avifauna o sítio possui relevância máxima devido à singularidade do

ambiente e por comportar sítios de nidificação do andorinhão-de-coleira-falha

(Streptoprocne biscutata), do andorinhão-de-coleira (S. zonaris) e da curicaca

(Theristicus caudatus), entre outras espécies. Além disso, apresenta espécies

importantes como jacuguaçu (Penelope obscura), bacurau-da-telha (Caprimulgus

longirostris) e corruíra-do-campo (Cistothorus platensis). O sítio apresentou durante


os trabalhos 69 espécies de aves ao todo sendo que uma foi exclusiva.

É um sítio freqüentado por várias espécies de mamíferos, tendo sido

registradas: graxaim Pseudalopex gymnocercus, lobo-guará Chrysocyon brachyurus,

veado Mazama sp., tatu-galinha Dasypus novemcinctus, cateto Tayassu tajacu e

lebre Lepus sp.

170
Aspectos críticos

É inevitável que se promova a visitação a esta área, uma vez que constitui
o grande atrativo cênico do parque. Por outro lado, a atividade turística
descontrolada e uma gama de estruturas mal planejadas descaracterizaram este
sítio, promovendo notáveis distúrbios sobre a biota local.
Fotografias da década de 50 ilustram muito bem as mudanças ocorridas e
servem de parâmetro para o manejo atual, tanto com relação à trilha existente como
com relação à ocorrência do angico-branco. Observa-se nas fotografias que são
raros os elementos arbóreos circundando os blocos de arenito, ao contrário do que
se observa atualmente.
Os principais problemas registrados são:
- A construção das trilhas e da estrada de pavimentação asfáltica que
leva até a piscina provocaram alterações nas condições físicas do meio
que favoreceram a instalação e a disseminação de algumas espécies
exóticas invasoras. Uma espécie brasileira nativa da Floresta
Estacional Semidecídua, Anadenanthera colubrina angico-branco, está
invadindo as áreas abertas entre os arenitos a partir de um núcleo de
árvores plantadas ao longo da estrada. Essa espécie ocorre
naturalmente nas florestas de galeria no Parque e, uma vez plantada
nas proximidades dos arenitos, passou a gerar descendência e ocupar
as áreas abertas, caracterizando-se nesse local como espécie exótica
invasora da formação estépica. O adensamento do angico-branco está
levando ao desaparecimento do campo nativo em função do excesso
de sombreamento no trecho ao longo da estrada onde as árvores
foram plantadas em linha.
- Outras espécies plantadas no local já registradas como invasoras no
parque são as arbóreas Eryobothrya japonica nêspera, Melia
azedarach cinamomo e Cassia sp. cássia-manduirana e as herbáceas
Impatiens walleriana beijo e Tradescantia zebrina.
ENCARTE 3 171
- Constituem espécies de gramíneas invasoras na área Brachiaria sp.,

Melinis minutiflora capim-gordura e Eragrostis plana capim-annoni 2,


todas de origem africana, introduzidas e disseminadas no Brasil para fins

forrageiros. As duas primeiras encontram-se ao longo da trilha até a

entrada na área de floresta, onde desaparecem em função do

sombreamento. A terceira, presente em pontos diversos do Parque,

constitui hoje o maior problema ambiental do ecossistema dos campos

sulinos no Rio Grande do Sul, onde já ocupa cerca de 10% da área

natural do pampa e não é palatável ao gado. No Parque, está

concentrada entre os arenitos e os prédios da administração, em área

antigamente utilizada como estacionamento, e no próprio estacionamento

de veículos utilizado até o fechamento do Parque em fevereiro de 2002.

Essa espécie instala-se com facilidade em solos muito compactados e

degradados, ganhando espaço sobre as plantas nativas e dominando

totalmente o ambiente em função de alelopatia e de elevada taxa de

produção de sementes (estima-se 500.000 sementes por planta a cada

etapa de florescimento, ocorrendo 3-4 etapas por ano).

- Existem processos erosivos de desgaste da rocha mãe instalados no

local que demandarão longo período para viabilizar a formação de solo

e a restauração de cobertura vegetal campestre nativa.

- Presença de Ulex europeus tojo nas proximidades da piscina. Trata-se

da segunda espécie invasora mais problemática na Nova Zelândia,

ocorrendo também como invasora na Califórnia e em outros países do

hemisfério sul, inclusive o Brasil, nos Parques Nacionais de Aparados

da Serra e São Joaquim. Está presente também no Sítio 6.

- A disponibilidade de alimento fornecido pelos visitantes e o depósito

inadequado do lixo das lanchonetes, provocaram o aumento da

população de cutias Dasyprocta azarae em época anterior (BORGES,

172
1989). Os quatis Nasua nasua e as gralhas Cyanocorax crisops adotaram

ostensivo comportamento de busca por rejeitos alimentares lá deixados,

de modo que, mesmo meses após o fechamento do parque, percebeu-se

o comportamento condicionado à presença humana.

- Não há registros sobre a composição da fauna aquática e semi-

aquática na área de nascentes dos arredores da piscina, contudo é

provável que o que hoje se verifica não reflita a condição original, dada

a interferência sobre o regime hídrico local imprimida pelos

represamentos.

- A entomofauna, particularmente os grupos que guardam forte relação

inseto-planta, como é o caso das borboletas, deve estar sendo

prejudicada pelo vertiginoso ingresso de gramíneas exóticas (capim-

gordura e braquiárias) sobre as espécies nativas, situação que se

constata nas cercanias dos arenitos na margem das trilhas (figura

3.86). Importante ressaltar que uma antiga colônia de abelhas nativas,

localizada no início da trilha próximo à "proa-de-navio", observada

durante anos por entomólogos da UFPR, parece extinta, fato que deve

ser encarado como sintomático e preocupante (figura 3.87).

FIGURA 3.86 - ENTORNO DOS ARENITOS INVADIDO FIGURA 3.87 - ARENITO NO QUAL EXTINGUIU-SE
POR PLANTAS INVASORAS (BRAQUIÁRIA COLÔNIA DE ABELHAS NATIVAS
E CAPIM-GORDURA)

ENCARTE 3 173
3.7.9 Sítio 9 – Campo Úmido

Descrição geral

Constitui um vale de drenagem pertencente à margem esquerda do rio

Quebra Perna, condicionado ao encharcamento constante dos solos. Compõe uma

área de 65 hectares de Estepe higrófila, ou campo úmido, localizada a nordeste dos

arenitos, entre vegetação transicional Estepe stricto sensu/Savana e pequena área

de Formações Pioneiras de Influência Fluvial. Acompanha uma extensão de encosta

e é formada em função de rocha quase aflorante, sobre a qual se formam

Organossolos ou Gleissolos com profundidade média de um metro. O relevo é

suave-ondulado, em altitude de 800 metros. Ocorrem também formações arbustivas

e arbóreas que acompanham a margem do córrego que captura estas drenagens

(figuras 3.88 e 3.89).

Trata-se da maior extensão de Estepe higrófila dentro do Parque Estadual

e de rara área úmida sob proteção legal. A área tem integridade ecológica, estando

bem conservada à exceção de queimadas ocorridas no passado recente.

FIGURA 3.88 - ASPECTO GERAL DOS CAMPOS FIGURA 3.89 - PEQUENO CÓRREGO QUE DRENA O
HIGRÓFILOS DO SÍTIO 9 SÍTIO

174
A vegetação

A Estepe higrófila é marcada pela presença de plantas adaptadas a

ambiente palustre, com encharcamento permanente, ou quase permanente, do solo.

A cobertura vegetal é densa, de predominância herbácea e menor que um metro de

altura. São muito comuns Eleocharis sp., que faz a base da formação, Eriocaulon

kunthii e Baccharis sp. carqueja. Plantas ocasionais são Xyris spp., Symphiopappus
sp., Tibouchina sp., Eryngium ebracteatum, Baccharis illinita, Eupatorium

bupleurifolium, E. laevigatum, Begonia cucculata, Chamaecrista punctata,

Rhabdocaulon lavanduloides, Baccharis myricaefolia, Hypericum brasiliense, H.

cordatum, Utricularia sp., Tibouchina gracilis e outras espécies de Asteraceae.

Espécies ameaçadas de extinção

As espécies encontradas no local que estão registradas na Lista Vermelha

de Plantas Ameaçadas de Extinção no Paraná, SEMA/GTZ, 1995, são: Hypericum

cordatum – rara.

A Fauna

A comunidade de peixes que compõe este ambiente é constituída

basicamente por espécies de pequeno porte típicas de cabeceiras de riachos como

o lambari Astyanax scabripinnis paranae, um pequeno bagre do gênero

Rhamdiopsis e duas espécies ainda não descritas do gênero Characidium. A


comunidae de macroinvertebrados registrados por ocasião dos estudos restringiu-se

a 4 táxons, fato igualmente relacionado ao caráter pontual das amostras.

Trata-se de área constantemente encharcada, daí sua importância para os

anfíbios que ocupam tanto os locais com formação de lâmina d’água nos períodos

de chuva, caso da perereca-bicuda Scinax squalirostris, quanto as pequenas poças

no final do verão, utilizadas por Physalaemus spp. para o desenvolvimento de suas

ENCARTE 3 175
formas larvais. A grande quantidade de vegetação com estrutura rosetada

(Euricaulaceae, Apiaceae, etc.) propicia um excelente abrigo para a maioria das

espécies de anuros que utilizam este ambiente.

Em se tratando da fauna de lepidópteros, talvez seja a área de campo mais

importante do parque, pois no passado foi nesta área que mais espécies típicas foram

coletadas, algumas já descritas e outras por descrever. No brejo ao lado do rio

Euptychia ocelloides é característica, indicando presença de campo úmido íntegro. Na


segunda visita foram observadas as seguintes espécies relevantes, já capturadas

anos antes neste local: Copaeodes castanea, Vehilius celeus vetus, Vehilius sp. n.,

Vidius mictra, Vidius nappa e Euptychia ocelloides. Esta é a localidade típica das duas
primeiras espécies descritas pelo consultor do presente trabalho, Prof. Olaff Mielke,

que enfatiza a presença na área de outras espécies novas mencionadas na lista.

Sítio com 21 espécies de aves registradas sendo uma exclusiva. Dessas

destacam-se a águia-cinzenta Harpyhaliaetus coronatus e o papa-moscas-do-campo

Culicivora caudacuta, as quais são ameaçadas de extinção.


Para a mastofauna este sítio também constitui importante área, dado seu

bom estado de conservação. Como em outros locais, a presença da palmeira guariri

Diplotemium campestre constitui um recurso alimentar para vários mamíferos. Por


apresentar continuidade com a mata ciliar de um afluente do rio Quebra Perna, esse

ambiente é freqüentado por espécies florestais em sua borda, tendo sido registradas

o tatu-galinha Dasypus novemcinctus, veado Mazama sp., cateto Tayassu tajacu,

lobo-guará Chrysocyon brachyurus e nutria Myocastor coypus.

Aspectos críticos

- Este sítio, a despeito da proximidade com as áreas mais antropizadas

do parque, parece guardar relativa integridade de sua biota.

- Não foram registradas ameaças na forma de processos de degradação

do ambiente. A maior ameaça à conservação do local é a ocorrência

176
de queimadas com alta periodicidade, anuais ou pouco mais

espaçadas, que levam à seleção das espécies ocorrentes e à gradativa

perda de biodiversidade.

3.7.10 Sítio 10 – Floresta de Galeria do Rio Quebra Perna

Descrição geral

Estabelecido ao longo do rio Quebra Perna, este sítio apresenta-se

peculiar em temos vegetacionais, sendo constituído basicamente por Floresta

Ombrófila Mista Aluvial, ou floresta de galeria (figuras 3.90 e 3.91).

A Floresta Ombrófila Mista Aluvial do rio Quebra-Perna encontra-se

protegida pelo Parque Estadual desde sua nascente. Nem por isso encontra-se

perfeitamente conservada, havendo claros sinais de exploração de madeira e de

deterioração da formação florestal original. O sítio abrange uma área de 47 hectares,

estando situado à média de 770 metros de altitude.

A floresta está dominada por taquarais em diversos pontos e a estrutura

florestal está bastante alterada. Faltam espécies de grande porte, componentes do

estrato superior, denotando atividade de exploração florestal. Foram observados

indícios de fogo no campo adjacente, de forma que é muito provável que tenha

havido degradação por queima na bordadura da floresta.

Existia um talhão de Pinus spp. implantado ao longo da floresta, já nas

proximidades da rodovia BR-376, na margem direita do rio. Esse talhão foi removido

em 2002 e a área requer acompanhamento para sua restauração.

ENCARTE 3 177
FIGURA 3.90 - VISÃO INTERNA DA FLORESTA DE FIGURA 3.91 - RIO QUEBRA PERNA EM PONTO DE
GALERIA DO RIO QUEBRA PERNA COLETA

A vegetação

A floresta encontra-se em estágio sucessional intermediário para

avançado. A formação é um remanescente cujas melhores árvores foram removidas

para uso madeireiro, o que provocou desuniformidade dos estratos e abertura de

clareiras que foram invadidas por taquara.

As árvores mais altas atingem 20 metros, porém são ocasionais e observa-

se dominância de Anadenanthera colubrina angico-branco. O estrato contínuo mais

alto está a 15 metros de altura, representado por Sebastiania commersoniana

branquilho, Symplocos cf. marginata maria-mole, Vernonia discolor vassourão-preto,

Jacaranda puberula caroba, Syagrus romanzoffiana jerivá, Ilex theezans caúna,

Ocotea porosa imbuia, Ocotea odorifera sassafrás, Psidium cattleianum araçá,

Cedrela fissilis cedro e Tabebuia alba ipê-amarelo.


No estrato dominado observa-se a presença de muita taquara, e entre as

arvoretas e a regeneração natural Eugenia uniflora pitanga, Casearia decandra

guaçatunga, Syagrus romanzoffiana jerivá, Myrceugenia sp. cambuizinho, Cupania

vernalis cuvatã, Casearia sylvestris cafezeiro-bravo, Roupala brasiliensis carvalho-


brasileiro e Daphnopsis sp. imbira, entre outras. Na bordadura da floresta, já em

áreas mais abertas, observa-se a presença de Clethra scabra carne-de-vaca, que

funciona como pioneira no ecótono campo-floresta.

178
A vegetação herbácea é caracterizada pela presença de Acacia recurva,

Myrciaria tenella, Commelina villosa, Oplismenus hirtellus, Pseudochinolaena

polystachia, Mollinedia clavigera, Setaria poiretiana e outras espécies (Anexo 9,


tabelas A.9.13 – A.9.14). Foram registradas 16 espécies em 10 famílias botânicas.

Em função do regime de inundação periódica do rio, é muito baixa a

densidade de plantas herbáceas. Há lianas presentes, porém tampouco abundantes,

e as epífitas são escassas.

Espécies ameaçadas de extinção

- Ocotea odorifera canela-sassafrás - Lista Vermelha de Flora do Estado


do Paraná, SEMA/GTZ, 1995;

- Ocotea porosa imbuia - Lista Vermelha de Flora do Estado do Paraná,

SEMA/GTZ, 1995.

A fauna

A condição topográfica em cotas altitudinais inferiores com relação aos

sítios anteriores, condiciona a existência de corpos d'água mais volumosos,

representados pelo rio Quebra Perna e o trecho final de um afluente da margem

esquerda (figuras 3.92 e 3.93), nos quais verificou-se a presença de uma rica e

diversificada comunidade de macroinvertebrados, somando o total de 19 táxons,

resultando em 70 pontos no BMWP’. Deste modo, a análise de água e integridade do

meio, segundo este índice, foi considerada aceitável com efeitos evidentes de

alteração. Salienta-se que este ambiente foi considerado o segundo melhor em

termos de riqueza de espécies para o grupo de macroinvertebrados.

ENCARTE 3 179
FIGURA 3.92 - AFLUENTE DA MARGEM ESQUERDA DO FIGURA 3.93 - AFLUENTE DA MARGEM ESQUERDA DO
QUEBRA PERNA NO SÍTIO 10 QUEBRA PERNA EM PONTO DE COLETA

Além das espécies ictíicas descritas para o sítio 9, adjacente ao sítio em

análise, foram ainda coletados exemplares de traíras Hoplias malabaricus e duas

espécies de bagres do gênero Thrichomycterus, uma delas assemelha-se a T. castroi,

espécie somente conhecida para o rio Iguaçu, devendo o presente registro ainda ser

confirmado após aprofundamentos na identificação dos exemplares capturados.

As áreas alagáveis na margem do rio Quebra Perna representam

potenciais sítios de reprodução de anuros. Com o aumento do fluxo fluvial na

primavera e verão deve ocorrer o alagamento de depressões do terreno situadas no

interior da Floresta Ombrófila Mista Aluvial, as quais retém água quando o nível do

rio baixa. Estes ambientes corriqueiramente são ocupados por espécies como o

sapo-galinha Bufo crucifer, perereca-rizonha Scinax catharinae, entre outras que se

reproduzem em ambientes lóticos. A relevância do sítio em se tratando da fauna de

lepidopteros está na possibilidade de servir como um corredor para as espécies

entre os capões de floresta. A presença de Vidius fido mostra a integridade do

campo natural adjacente.

Foram registradas 23 espécies de aves sendo uma exclusiva. Para a

ornitofauna o sítio tem grande relevância considerando que o mesmo é composto

por ambiente único dentro do PEVV e por abrigar espécie ameaçada de extinção

(Amaurospiza moesta).

180
Entre os mamíferos registrados neste sítio estão o veado Mazama sp.,

cachorro-do-mato Cerdocyon thous ou graxaim Pseudalopex gymnocercus. Ocorreram

indícios da presença de lontra Lontra longicaudis, cujo registro já havia sido feito em

época anterior, no mesmo local, quando também foram realizadas capturas de graxaim,

conforme relatado em Borges (1989). Também para estes animais o rio Quebra Perna e

sua floresta ciliar constitui importante rota de deslocamento.

Aspectos críticos

- A margem direita do rio Quebra Perna e sua vegetação ciliar encontra-

se pressionada pelas antigas áreas de monoculturas anuais que

aportam carga de sedimentos alóctones para o interior do sítio. As

espécies arbóreas exóticas plantadas em áreas adjacentes também

paulatinamente descaracterizar esta formação vegetal.

- O Neossolo Flúvico formado ao longo do rio está sujeito a processos

erosivos intensos, observando-se solapamento das margens e

assoreamento do rio. Essa situação possivelmente está instalada em

função do desequilíbrio da formação florestal original, havendo hoje

cobertura insuficiente para garantir a proteção dos solos. É preciso

melhorar a estabilidade das margens e restaurar a estrutura florestal.

- Frise-se que a construção de uma ponte sobre o rio Quebra Perna,

cujas obras, durante os trabalhos, imprimiram severos impactos sobre

todo o ecossistema local (figuras 3.94 e 3.95), descaracterizou o trecho

afetado e terá decorrências imprevisíveis sobre a importante fauna

aquática lá registrada. Ainda, acarretou danos à fauna terrestre usuária

da floresta de galeria como corredor de deslocamento, em função de

sua fragmentação.

ENCARTE 3 181
- A magnitude destes impactos estará condicionada à correção do

planejamento da obra e à execução criteriosa de um projeto de

restauração alicerçado em informações técnicas consistentes.

FIGURA 3.94 - OBRAS DE ATERRO E DESMATAMENTO NO FIGURA 3.95 - ASPECTO GERAL DAS OBRAS
SÍTIO 10 APÓS EMBARGO

3.7.11 Sítio 11 - Agricultura

Descrição geral

Esta área de 415 hectares, situada a 830 metros de altitude, foi utilizada

durante cerca de 35 anos para experimentação agrícola pelo Instituto Agronômico

do Paraná IAPAR. Abandonada recentemente, guarda a estrutura de terraceamento

construída para produção de soja e os resquícios do uso de adubos químicos e

herbicidas da produção agrícola tradicional. Os solos encontram-se compactados e

erodidos, não havendo remanescente do horizonte A. Este fato depõe pelo

assoreamento do rio Quebra-Perna, localizado na base da encosta.

182
As áreas utilizadas pelo IAPAR para produção agrícola estão situadas em

sua grande maioria sobre solos da formação transicional Estepe stricto sensu/

Savana Gramíneo-Lenhosa, derivados do arenito Furnas. Na situação em que se

encontram atualmente, perderam a memória da vegetação natural em função do uso

mecanizado, da adubação e do controle químicos, que ao longo do tempo aniquilou

o banco de sementes das espécies nativas. A vegetação que se instalou nesses

locais após o abandono da atividade produtiva é composta de ervas daninhas da

agricultura, originada de sementes que entram como contaminantes de cultivos

(figura 3.96). A biodiversidade nativa foi exterminada e há casos de áreas que,

circundadas por plantios florestais com espécies exóticas, estão completamente

isoladas da possibilidade de ressemeadura natural (figura 3.97). O sistema natural

perdeu totalmente a resiliência.

O trabalho de restauração dessas áreas passa por diversas etapas e

deverá tomar pelo menos 5 anos até que se obtenha a recolonização por espécies

nativas da formação natural originalmente existente.

FIGURA 3.96 - VEGETAÇÃO DE CAPOEIRA EM ÁREA FIGURA 3.97 - LAGOA DENSAMENTE VEGETADA, EM
PRETERITAMENTE AGRICULTADA MEIO À FRAGMENTO FLORESTAL

ENCARTE 3 183
A vegetação

Encontra-se em estágio sucessional inicial de capoeirinha, ocupada por

plantas daninhas da agricultura introduzidas junto com as sementes dos cultivos.

Observa-se diferentes blocos de tipos vegetacionais, formados a partir de diferentes

tratamentos agrícolas.

Predominam espécies da família Asteraceae, como Baccharis spp. vassouras

e Senecio brasiliensis maria-mole.

A fauna

Ainda que constitua uma área relativamente extensa da unidade de

conservação, são escassas as coleções d'água significativas. O local de destaque

para a comunidade de macroinvertebrados corresponde a um pequeno arroio

observado neste local com águas lóticas, substrato areno-lodoso e margens

ocupadas por gramíneas, árvoretas e arbustos. Foram registrados 5 táxons de

macroinvertebrados, os quais pontuaram um valor equivalente a 29 pontos no

BMWP’. Deste modo, a análise de água e integridade do meio, segundo este índice,

foi considerada crítica.

O ambiente aquático mencionado, apresenta-se densamente povoado por

vegetação hidrófila na qual foram coletados girinos de perereca-pequena Hyla

minuta, e Hyla sp. e um adulto de Hyla minuta. Trata-se de um local de grande valor
para conservação de anfíbios, pois possui floresta em toda a sua margem, podendo

abrigar espécies ainda não registradas no Parque.

Embora não tenham sido encontrados peixes em nenhum dos pontos

investigados é importante ressaltar que toda a área agrícola pode ter interferido nas

comunidades aquáticas locais, uma vez que agroquímicos foram lançados no ambiente

por décadas, trazendo inevitáveis alterações às coleções d'água próximas. Da mesma

forma, a supressão das áreas de floresta e campo que preteritamente ocupavam este

184
sítio devem também ter propiciado o carreamento de solos e alterações fisiográficas

capazes de imprimir modificações importantes nos ambientes límnicos.


A abundância de vegetação de porte herbáceo e arbustivo que viceja nas
áreas de agricultura abandonada tende a favorecer a presença de espécies comuns
de lepidópteros. Na área foram coletados vários exemplares de uma espécie nova de
Papias, no entanto, esta é de distribuição ampla pelo leste brasileiro, sendo que a sua
presença nas gramíneas introduzidas deve ser melhor avaliada. Também foi
observado Vidius nappa, uma espécie típica de campos naturais. Nenhuma outra
espécie relevante foi observada, ainda assim foram anotadas 45 espécies para o sítio.
Durante os trabalhos foram registradas 17 espécies de aves, uma das
quais exclusiva (tico-tico-rei Coryphospingus cucullatus). Como espécie relevante
tem-se o curiango-do-banhado (Eleothreptus anomalus).
No início dos trabalhos de campo foram registradas algumas espécies de
mamíferos como cateto Tayassu tajacu, tatu-galinha Dasypus novemcinctus, gato-do-
mato Leopardus sp. e veado-catingueiro Mazama gouazoupira, com a visualização de
um indivíduo na interface entre área de cultivo abandonada e monocultura de eucalipto
(figura 3.98). Esses animais freqüentam a área aberta à procura de alimento, enquanto
utilizam abrigos disponíveis fornecidos pela floresta adjacente.

FIGURA 3.98 - VEADO-CATINGUEIRO Mazama gouazoupira, FOTOGRA-


FADO DURANTE INCURSÃO À ÁREA DE AGRICULTURA

ENCARTE 3 185
Aspectos críticos

- As áreas experimentais abandonadas hoje representam focos de

invasão e disseminação de espécies vegetais exóticas e invasoras

presentes na unidade de conservação. Portanto, urge o controle da

evolução destas áreas em termos de regeneração das comunidades de

fauna e flora nativas.

- O acesso entre os arenitos e furnas, assim como os acessos vicinais

instalados durante a execução das obras de pavimentação e

alargamento de acessos internos ao parque representam áreas

vulneráveis à eventos de erosão, cujo controle demanda ação

sistemática buscando-se evitar a ampliação os prejuízos aos

ecossistemas terrestres e aquáticos adjacentes.

- O trânsito a ser instalado através deste sítio poderá ocasionar danos

adicionais à biota local, devendo ser normatizado com base em

critérios condizentes com os objetivos da unidade de conservação e

zoneamento a ser estabelecido.

3.7.12 Sitio 12 - Reflorestamento

Descrição geral

Compreende áreas de plantios florestais de diversas espécies em sistema

de monocultura, implantadas a partir de 1964 com propósito de experimentação


florestal do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR. Todos os plantios foram

instalados sobre ambiente transicional de Estepe stricto sensu/Savana Gramíneo-

Lenhosa, portanto em solos pouco próprios para o desenvolvimento de florestas, num

total de 140 hectares, a uma altitude de 780 metros. Estão concentrados na margem

direita do rio Quebra Perna na porção oeste do parque (figuras 3.99 e 3.100).

186
FIGURA 3.99 - EQUIPE EXPLORANDO O SÍTIO 12, NO FIGURA 3.100 - ASPECTO INTERNO DE UMA ÁREA
QUAL PERCEBE-SE MESCLA DE ESPÉ- PLANTADA COM EUCALIPTO NO PEVV
CIES NATIVAS E EXÓTICAS

De acordo com os registros de plantios do IAPAR de 1964, quase todos os

plantios inicialmente realizados eram constituídos de Araucaria angustifolia em

mistura com outras espécies exóticas e algumas nativas. As condições pedológicas

da área de campos, aliada a ocorrências de incêndios e queimadas, levaram ao

insucesso dos plantios, que foram gradativamente substituídos, na maior parte, por

povoamentos puros de Pinus e Eucalyptus. Alguns talhões remanescentes dos

plantios com Araucaria demonstram também que não houve manejo dos plantios,

pois a densidade de árvores é muito alta, faltando prática de desbaste. As árvores

têm porte raquítico, muitas morreram ou estão morrendo, havendo-se convertido

áreas de campo em florestas de baixa funcionalidade, pois não ocorre produção de

sementes (J.A. Picheth, IAPAR, comunicação pessoal).

A Furna 4, formação geológica de precioso valor cênico, encontra-se

escondida em meio a esses plantios com Araucaria, Eucalyptus e Pinus. Nas

proximidades, o aceiro que dá acesso à área encontra-se intensamente erodido em

função de manutenção com gradagem, que desestrutura completamente o frágil solo

de textura arenosa derivado do arenito Furnas.

ENCARTE 3 187
A vegetação

A biodiversidade nativa foi eliminada pela conversão do ambiente


campestre em florestal. Restam eventuais exemplares de Allagoptera campestris
guariri, atestando a condição original do sistema. As demais plantas foram
eliminadas em função do sombreamento.
As espécies exóticas introduzidas na área constituem em sua maioria
plantios de Pinus, Eucalyptus e Araucaria angustifolia, misturados com diversas
outras espécies exóticas, conforme registro em documento do IAPAR de novembro
de 1964 e observações complementares de campo (Anexo 10):

A fauna

A avaliação dos ambientes aquáticos neste sítio mostrou-se controversa,


uma vez que não foram registrados pelos pesquisadores de peixes e anfíbios
coleções d'água detentoras de comunidades destes grupos, enquanto os estudos de
macroinvertebrados apontaram o registro de 17 táxons de macroinvertebrados.
Desta forma, o valor para o índice BMWP’ foi equivalente a 64 pontos apontando
qualidade de água e integridade do meio aceitáveis.
Do ponto de vista lepidopterológico trata-se de sítio ainda pouco
significativo, embora neste tenha-se registrado uma espécie típica dos campos
naturais: Vehilius celeus vetus. Por sua vez na segunda visita ao sítio nenhuma
espécie relevante foi observada.
Para aves registrou-se apenas oito espécies, nenhuma das quais
exclusiva, dentre elas é relevante a ocorrência do jacuguaçu (Penelope obscura).
De maneira geral houve um empobrecimento da fauna de mamíferos,
sendo o local onde foram verificados os indícios mais intensos da presença de javali
Sus scrofa, tratando-se, segundo informações, da forma selvagem. Esta espécie
exótica é extremamente agressiva ao ambiente devido ao hábito de procurar
alimento revolvendo o solo, ao grande tamanho e ao hábito gregário. As espécies

188
nativas registradas foram: tatu-galinha Dasypus novemcinctus, tatu-rabo-mole
Cabassous sp. e veado-catingueiro Mazama gouazoupira.

Aspectos críticos

- Houve total conversão do ambiente de Estepe em plantios florestais

com espécies exóticas, o que requer intervenção para restauração,

uma vez que foi reduzida a resiliência do ambiente. Ainda, o efeito

sobre o banco de sementes do campo é menos negativo do que no

caso das áreas agrícolas abandonadas, havendo melhor resiliência,

embora comprometida pelo longo período de intenso sombreamento.

- Ocorre invasão dos campos e áreas abertas adjacentes por espécies

exóticas como Pinus spp., Eucalyptus spp. e Acacia podalyriaefolia

acácia-mimosa. Considera-se neste caso também as espécies nativas

da Floresta Ombrófila Mista como exóticas ao meio pois, embora não

invasoras, estão alocadas sobre ambiente de Estepe/Savana.

- As áreas de reflorestamento apresentam-se como um mosaico

heterogêneo de situações, cuja intervenção para o restabelecimento da


condição original deve ser estudada criteriosamente. Certas áreas

mesclam espécies exóticas plantadas entremeadas por espécies

nativas, situação que cria condições para o estabelecimento de

espécies da mastofauna que ali encontram abrigo.

3.7.13 Sitio 13 – Capão do Quebra Perna

Descrição geral

Compreende a maior extensão contínua de Floresta Ombrófila Mista

Montana do Parque Estadual, a 810 metros de altitude, situada no extremo oeste da

unidade, somando 291 hectares. O uso do entorno para fins experimentais, a

ENCARTE 3 189
introdução de espécies exóticas invasoras e a fragmentação por acessos resultaram

em um mosaico de situações em que a vegetação demonstra diferentes estados de

conservação ou regeneração (figura 3.101).

Ao contrário das outras formações florestais do Parque, está localizado

sobre a formação Ponta Grossa, já em solos mais profundos e mais propícios ao

desenvolvimento florestal.

Como nas outras áreas, a floresta sofreu exploração madeireira há

décadas e encontra-se em estágio intermediário para avançado, havendo

eventuais árvores remanescentes de maior porte assim como áreas em estágio

inicial de desenvolvimento.

Parte desse capão, nas proximidades das Furnas, foi adensado com plantio

de Araucaria angustifolia. Observa-se ainda a existência de tocos de imbuia de grande

diâmetro, testemunhos do processo de exploração. A área é vizinha a um grande

plantio de Eucalyptus spp. que se estende sobre formação original de Estepe/Savana

vizinha ao capão. Está instalado também no local um plantio de Pinus spp., com

plantas invasoras disseminadas ao longo da estrada e nas áreas abertas.

Observa-se nas fotografias aéreas de 1953 que a área adensada já havia

sido desmatada, porém os plantios florestais estavam em estágio inicial.

FIGURA 3.101 - PONTO DE INVESTIGAÇÃO DA EQUIPE NO SÍTIO 13

190
A vegetação

A formação encontra-se em estágio intermediário para avançado, porém

observa-se que as espécies características da floresta madura não estão presentes.

As árvores mais altas atingem 25 metros e são ocasionais, dando destaque à

destruição do dossel originalmente formado pelo pinheiro-do-paraná. Essa espécie

sequer foi registrada nas áreas amostrais, o que significa que houve exploração

intensiva no passado, a ponto de prejudicar sua auto-sustentabilidade no ambiente

e, por tratar-se de uma espécie-chave, a resiliência da floresta.

Os resultados do levantamento fitossociológico (Anexo 9, tabelas A9.15 –

A9.24) apontaram 42 espécies arbóreas em 28 famílias botânicas e um índice de

diversidade de Simpson de 0,95. Observe-se que a diversidade específica é inferior

à encontrada na Mata da Fortaleza, onde as condições atuais de resiliência da

floresta são pouco melhores.

O estrato contínuo, que deveria constituir o estrato dominado sob o dossel

de araucárias e sob o estrato de espécies da floresta madura, está a 15 metros de

altura. Faltam as espécies do estrato superior característico da araucária, tais como

cedro, canjerana, canelas, imbuia, ipê-amarelo e outras espécies de interesse

econômico. O sub-bosque é relativamente aberto, com áreas dominadas por cipós

lenhosos grossos. São raras as epífitas.

As árvores mortas têm elevada representatividade na estrutura da floresta,

denotando a dinâmica sucessional de passagem da fase intermediária para

avançada. A depleção de espécies da floresta madura certamente dificulta esse


avanço, sendo crítica a necessidade de enriquecimento e reposição de espécies

(veja Subprograma de Restauração e Enriqueciemnto Florestal). Em função do alto

grau de alteração da área, a amostragem realizada cobre uma parte da variação

existente, porém existe uma diversidade de situações em função do histórico de

ENCARTE 3 191
exploração. A descrição colocada a seguir resulta da combinação dos resultados do

levantamento e de observações de campo.

Em alguns locais, Ocotea puberula canela-guaicá é a espécie mais comum

do estrato mais alto, embora seja característica dos estratos dominados das florestas

com araucária. Essa espécie está representada por indivíduos grossos e velhos,

saindo da floresta no processo sucessional, que já deveria estar formada pelas

espécies do estágio avançado. Ocorrem ainda Myrcia hatschbachii caingá, Prunus

brasiliensis pessegueiro-bravo, Ocotea odorifera canela-sassafrás, Casearia sylvestris


cafezeiro-bravo, Jacaranda puberula caroba, Parapiptadenia rigida angico-vermelho,

originário da mistura com a Floresta Estacional Semidecídua, Araucaria angustifolia

pinheiro-do-paraná e Ocotea porosa imbuia, com raras árvores remanescentes. A

parte desse capão, próximo às Furnas, que foi adensada com araucária em alta

densidade constitui a principal área onde a espécie tem expressão na flora.

No estrato médio, até 15 metros, ocorrem Myrsine umbellata capororocão,

Ilex paraguariensis erva-mate, Rhamnus sphaerosperma fruto-de-pombo, Jacaranda

puberula caroba, Casearia obliqua guaçatunga, Trichilia sp. catiguá, Ocotea sp.
canela-imbuia. Essas espécies são características do estrato dominado da floresta e

denotam a ausência do estrato superior.

Compondo o sub-bosque e a regeneração natural observou-se a presença

de Mollinedia clavigera, Rudgea jasminoides grinalda-de-noiva, Myrcia cf. obtecta

guamirim, Actinostemon concolor laranjeira-do-mato, Sorocea bonplandii pau-cincho,

Psychotria suterella casca d’anta, Matayba eleagnoides miguel-pintado, Ocotea

odorifera sassafrás, Cyathea sp. xaxim com espinhos e dominância de taquara em


diversos pontos.

192
Espécies ameaçadas de extinção

- Araucaria angustifolia pinheiro-do-paraná - Lista Vermelha de Flora do


Estado do Paraná, SEMA/GTZ, 1995 (problema de depauperação
genética);

- Ocotea porosa imbuia - Lista Vermelha de Flora do Estado do Paraná,

SEMA/GTZ, 1995;

- Ocotea odorifera canela-sassafrás - Lista Vermelha de Flora do Estado


do Paraná, SEMA/GTZ, 1995.

A fauna

A dificuldade de acesso ao interior do sítio nos vales de drenagem, bem

como a escassez de chuvas na época de desenvolvimento dos estudos

impossibilitou a investigação de corpos d'água nele inseridos, havendo poucas

evidências da presença de comunidades aquáticas representativas. Contudo é

indispensável a averiguação dessas asserções considerando-se que os períodos de

intensificação pluviométrica (primavera-verão), podem mostrar cenários bastante

distintos daqueles averiguados, principalmente em se tratando de espécies de

anfíbios adaptadas a períodos reprodutivos curtos, capazes de utilizar coleções

d'água efêmeras. Em pequeno curso d'água na periferia deste sítio foram registrados

14 táxons de macroinvertebrados que totalizaram 45 pontos no BMWP'.

Embora seja uma floresta alterada, com plantações de eucaliptos e

araucárias localizadas, o seu subosque está bastante alto, fato que contribui para o

retorno de espécies de borboletas. A composição da fauna das borboletas

observadas faz chegar a esta conclusão. É a área de maior concentração de

espécies características de mata, embora só houvesse uma espécie relevante:

Thargella evansi, descrita de Pelotas, Rio Grande do Sul, e conhecida no Paraná de

ENCARTE 3 193
Foz do Iguaçu e Chopinzinho. Na segunda visita Vehilius celeus vetus foi a única

espécie interessante observada, entre as 72 visualizadas.

O sítio comporta áreas de floresta bem conservada e algumas áreas de

brejos naturais bastante interessantes favorecendo a presença de espécies de aves

relacionadas a estes ambientes. Há plantios da nativa araucária e, no entorno, áreas

de agricultura e estrada. Registrou-se 68 espécies, sendo três exclusivas. As

ocorrências relevantes foram do jacuguaçu (Penelope obscura), papagaio-de-peito-

roxo (Amazona vinacea) e do arapaçu-de-bico-torto (Campylorhamphus falcularius).

Trata-se de um sítio de máxima importância para a fauna de mamíferos

presente no PEVV. Durante a avaliação de campo foram registradas: cateto Tayassu

tajacu, gato-do-mato Leopardus sp., irara Eira barbara e veado Mazama sp. Nesta
área, em uma estrada interna, foi feito o registro de tamanduá-bandeira

Myrmecophaga tridactyla em 1984, conforme relatado por Borges (1989).

Aspectos críticos

- Constatou-se a presença de áreas bastante empobrecidas pelo corte

seletivo de árvores. A exploração florestal realizada no local há décadas

deixou depauperadas as populações das espécies de interesse

econômico, características da floresta madura. O enriquecimento

com algumas espécies vegetais poderá trazer benefícios à fauna

local, aumentando a capacidade de suporte alimentar hoje verificada

na floresta.

- Foram verificadas evidências de fogo principalmente nas bordas do sítio.

- Observou-se a presença de Impatiens walleriana maria-sem-vergonha,

o que representa um risco às espécies nativas que compõem o sub-

bosque, pois a espécie tende a dominar o ambiente.

- A presença de Pinus e Eucalyptus spp. representa riscos à formação

de clareiras naturais, que podem ser colonizadas por essas espécies

194
de forma a inviabilizar a sucessão florestal, assim como tendem a

expandir-se ao longo das estradas internas existentes até atingir as

áreas de campo ao redor.

3.7.14 Sítio 14 – Furnas

Descrição geral

Trata-se de uma área preparada para turismo, de forma que a vegetação

campestre ao redor das Furnas tem sido mantida sob regime constante de roçada. A

área considerada soma 122 hectares e está a uma altitude de 770 metros. Existe

infra-estrutura sob várias formas: lanchonete, sanitários, trilha calçada e um elevador

que desce ao fundo da Furna 1. Nesse local, observa-se um ambiente singular, em

boa integridade ecológica em termos da vegetação que cobre as paredes de rocha.

A área tem como características especiais a história geológica, a função de

refúgio de flora e fauna, incluindo espécies altamente especializadas às condições

do microambiente, e o aspecto cênico.

A vegetação

As Furnas estavam originalmente situadas em meio a uma vasta área de

vegetação campestre composta de flora da Estepe stricto sensu e da Savana

Gramíneo-Lenhosa. Nas décadas de 60 e 70 parte dessa área foi convertida em

plantio florestal com araucária e outras espécies nativas, como imbuia, havendo

desde então evoluído para formação de Floresta Ombrófila Mista Montana. Parte

dos plantios não são mais distinguíveis, havendo a formação tomado uma dinâmica

sucessional própria.
A roçada contínua da vegetação campestre remanescente tende a gerar
um processo de seleção, eliminando gradativamente espécies de ciclos mais longos
que não têm condições de, pelo florescimento e produção de sementes, viabilizarem

ENCARTE 3 195
sua permanência no sistema. Essas espécies perdem espaço para espécies mais
resistentes, de ciclo curto ou que se reproduzem vegetativamente. Essa seleção
conduz ao empobrecimento da diversidade nativa, gerando equivalente impacto
sobre a fauna.
As áreas florestais encontram-se em estágio intermediário de
desenvolvimento, observando-se a escassez de Araucaria angustifolia pinheiro-do-
paraná e das demais espécies componentes da floresta madura, pois ainda não
houve tempo suficiente para que adentrassem o sistema em evolução.
Dentro das Furnas, o ambiente é de Formações Vegetacionais Rupestres,
embora altamente diferenciado do ambiente de afloramentos de arenito em função do
elevado grau de umidade presente. Observou-se a presença de representantes das
famílias Gesneriaceae (Sinningia), Melastomataceae (Miconia), Poaceae, Piperaceae,
Lycopodiaceae, Cyatheaceae e outras espécies de pteridófitas e briófitas. Estão
presentes algumas arvoretas de Cabralea canjerana canjerana, Alchornea sidifolia
tapiá e Tabebuia alba ipê-amarelo, entre muitas outras plantas. Também se observa a
presença de algumas árvores do gênero Pinus na parede da Furna 2, que não foram
eliminadas quando da realização de ações para sua remoção em julho de 1998.

A fauna

Este sítio abriga ambientes aquáticos únicos e, em termos de fauna,


encontra-se isolado dos demais ambientes aquáticos do Parque. Os peixes ali
existentes, lambaris do gênero Astyanax ainda não descritos em literatura
especializada, estão isolados de qualquer contato com outras populações de peixes.
Assim, as populações de lambaris encontradas nas Furnas são endêmicas e
apresentam alto risco de extinção, além de se constituir num exemplo de evolução
sem precedentes no mundo.
Neste ambiente foram investigados o corpo d’água da Furna 2 e ainda um

pequeno arroio que desemboca nesta. A fauna de macroinvertebrados registrada

contabilizou 12 táxons, cuja somatória de pontos no BMWP’ equivalente a 37 pontos.

196
Não foram ainda registradas espécies de anfíbios no local, contudo ressalta-se que

a furna 2 apresenta grande potencial de abrigo para espécies de anuros florestais.

As características locais tornam o sítio pouco representativo em termos

lepidopterológicos, sendo registrados apenas indivíduos passageiros.

Registrou-se 81 espécies de aves, das quais duas exclusivas. São

ocorrências relevantes o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), o andorinhão-de-

coleira-falha (Streptoprocne biscutata) e o andorinhão-preto-da-cascata (Cypseloides

fumigatus). Essas duas últimas espécies pernoitam em uma furna do sítio e


possivelmente também reproduzem no local, mas ainda não há confirmação disso.

Neste sítio não foram observados mamíferos durante as visitas, porém

existem registros com captura e coleta de quatro espécies de morcegos (Myotis

nigricans, Mycronycteris megalotis, Pygoderma bilabiatum e Sturnira lilium),


realizadas em trabalhos anteriores.

Aspectos críticos

- A área remanescente de vegetação campestre está em processo

gradativo de perda de biodiversidade em função do manejo por roçadas

freqüentes.

- Nesta área foram plantadas diversas espécies arbóreas exóticas, de

forma dispersa. Talvez as roçadas impeçam o aparecimento de

processos de invasão, apesar de que algumas dessas espécies

demonstram comportamento invasor em outros pontos do Parque

Estadual. É o caso de Cassia sp. cássia manduirana, Eucalyptus spp.,

Hovenia dulcis uva-do-japão, Acacia mearnsii acácia-negra e Acacia

podalyriaefolia acácia-mimosa. Está também presente uma espécie de

Brachiaria spp.
- Na borda da Furna I, observa-se a presença de Hedychium coronarium

lírio-do-brejo e, no fundo da mesma, atrás da parede do elevador,


ENCARTE 3 197
Impatiens walleriana beijo ou maria-sem-vergonha. A última deve ter se

disseminado em função do movimento de pessoas levadas pelo

elevador, nas solas de sapatos e meios análogos.

- Ao redor das Furnas, a norte, a área anteriormente ocupada pelo

IAPAR está ocupada por Pinus spp. Essa área funciona como fonte de

dispersão de sementes, provocando constante renovação do processo

invasor na área.

- O crescimento de árvores de Pinus nas paredes das Furnas provoca

impactos negativos à flora local. À medida que se desenvolvem, o

substrato das paredes não suporta o peso das árvores e ocorrem

deslizamentos que levam para dentro da água, no fundo, as árvores e

toda uma série de plantas e detritos das paredes.

- Na área de Floresta Ombrófila Mista Montana em evolução ao redor

das Furnas 2 e 3 observou-se a presença de Eryobothrya japonica

nêspera em processo de invasão, com diversas plântulas em

desenvolvimento no sub-bosque.
- Constatou-se na Furna 3 o resultado de um processo de assoreamento
ocorrente durante o período em que era permitido o acesso de visitantes
ao fundo da formação. Havia uma trilha, que se tornou uma voçoroca,
pois foi marcada praticamente na vertical. O solo arenoso ao redor não
tem capacidade de carga para alto volume de trânsito de pessoas e
sofreu processo intenso de erosão. O solo original da Furna 3, com
maior teor de argila, está enterrado por 40 cm de areia vinda das
porções superiores e externas da formação. Boa parte da vegetação
naturalmente existente morreu por sufocamento e a maior árvore do
local nos dias atuais é um exemplar de Melia azedarach cinamomo,
exótica em processo de invasão em diversos pontos do Parque.

198
- Por tratar-se de ambiente isolado e vulnerável à contaminação
biológica e modificações físicas e químicas da água, qualquer ação de
uso turístico neste sítio poderá acarretar danos ao ecossistema. Isto
suscita a necessidade de controle e o monitoramento sistemático de
qualquer atividade proposta, protegendo principalmente a fauna
aquática e a colônia de andorinhões lá instaladas.

3.7.15 Sítio 15 – Lagoa Dourada

Descrição geral

O sítio compreende uma das formações de furnas e a floresta ciliar que


está estabelecida em seu redor, totalizando 14 hectares. A Lagoa constitui um
hábitat singular dentro do Parque Estadual, embora existam áreas análogas
colonizadas por vegetação de Formações Pioneiras de Influência Fluvial, não
apresentando corpos d’água livres. A área tem valor para recreação, pesquisa e
educação ambiental. Está situada a uma altitude de 750 metros.
As áreas limítrofes são originalmente constituídas pela formação
transicional da Estepe stricto sensu e Savana Gramíneo-Lenhosa. Observa-se
processo de invasão por Pinus e áreas convertidas em povoamentos florestais com
Pinus e Eucalyptus. Fora do Parque existe um grande povoamento de Pinus da
empresa Placas do Paraná que se estende a partir da margem oposta do rio
Guabiroba, divisa do Parque Estadual, provocando a invasão das áreas mais baixas.

A vegetação

O ambiente ciliar da Lagoa Dourada é composto das espécies


características da Floresta Ombrófila Mista Aluvial, observando-se a predominância
de Sebastiania commersoniana branquilho, com altura entre 5 e 8 metros. Outras
espécies são Vitex megapotamica tarumã, Luehea divaricata açoita-cavalo,
Allophylus edulis vacum, Matayba eleagnoides miguel-pintado, Myrceugenia sp.

ENCARTE 3 199
cambuizinho, Myrcia spp. cambuís e guamirins e Campomanesia xanthocarpa
guabirova, entre outras.
O sub-bosque é bastante aberto, o que se deve à variação do nível da

água e a inundações periódicas, que fazem a seleção de espécies no ambiente. A

regeneração natural é igualmente esparsa.

A fauna

Trata-se de interessante ambiente de refúgio para os peixes do alto rio

Tibagi. Suas águas são límpidas e de surgência (figura 3.102), o que pode ser

favorável à permanência dos peixes em diferentes períodos do ano. Estas condições

podem favorecer a reprodução e crescimento de peixes migradores como o corimba

Prochilodus lineatus e a tabarana Salminus hilarii e outros menos vágeis como o


acará Geophagus brasiliensis e a traíra Hoplias malabaricus. Além destas, mais de

10 espécies de peixes podem ser encontradas na Lagoa Dourada.

FIGURA 3.102 - LAGOA DOURADA JUNTO AO INÍCIO DO CANAL


EXTRAVASOR

A fauna de macroinvertebrados investigada apresentou 13 táxons, com

somatória de pontos no BMWP’ equivalente a 45. Embora durante a AER não tenham

sido encontrados anfíbios neste sítio, certamente esta área apresenta grande valor

200
para conservação do grupo em função das peculiaridades de um ambiente lacustre

sem similar em outras unidades de conservação estaduais, margeado por Floresta

Ombrófila Mista Aluvial, onde ainda ocorre a formação de poças temporárias após

chuvas fortes.

A área da mata e subosque degradados no entorno limitam a presença de

espécies de borboletas relevantes em termos de conservação, sendo que as

espécies observadas são todas de ampla distribuição geográfica.

Registrou-se 38 espécies de aves, duas das quais exclusivas, sendo

relevante a ocorrência do jacuguaçu (Penelope obscura).

A constante presença de turistas e as características de isolamento com

relação a outras áreas primitivas do Parque limitam em muito a diversidade de

espécies de mamíferos. Nesse sítio foram registradas as seguintes espécies: gambá

Didelphis sp., mão-pelada Procyon cancrivorus, capivara Hydrochaeris hydrochaeris.


Nas proximidades da lagoa também foram constatadas evidências da presença de

javali Sus scrofa.

Aspectos críticos

- A lagoa e floresta ciliar estão inseridas no ambiente de Estepe stricto

sensu/Savana nas áreas mais elevadas, com elevado grau de


contaminação por Pinus spp. e um povoamento de pequena dimensão

estabelecido encosta acima.

- O número excessivo de visitantes está ocasionando a erosão das

trilhas de acesso e conseqüente assoreamento da Lagoa Dourada. Da

mesma forma, uma parte da área sofre impacto do acesso

generalizado de visitantes pelo raleamento da regeneração natural e

possível compactação do solo.

- A área faz vizinhança com um grande plantio florestal de Pinus, da

empresa Placas do Paraná, a partir da margem oposta do rio


ENCARTE 3 201
Guabiroba. Embora os ventos favoreçam a dispersão de sementes em

direção sul, portanto para fora do Parque, as áreas mais baixas ao

longo do rio sofrem invasão de Pinus e precisam ser mantidas sob

programa de controle.

- Cabem ainda as mesmas observações colocadas para o Sítio 14 -

Furnas, ressaltando-se que o entorno deste sítio constitui-se

basicamente de plantios de Pinus, cuja extração deverá ser

acompanhada de um rigoroso plano de controle de erosão e

restauração dos ecossistemas do entorno. A não observância destes

procedimentos exporá o importante ambiente aquático representado

por este sítio a graves impactos.

- A área florestal situada ao sul da lagoa e que acompanha seu canal

extravasor foi descaracterizada em função da circulação descontrolada

de visitantes. Tal situação apresenta-se como crítica na medida em

que suprime ambientes peculiares originalmente verificados no interior

desta floresta.

3.7.16 Sítio 16 – Várzea do Rio Gabiroba – Lagoa Tarumã

Descrição geral

A delimitação e o estudo deste sítio se deu em função da peculiaridade dos

ambientes aquáticos nele inseridos (figuras 3.103 e 3.104).

O sítio se situa em oposição à entrada do Parque, no lado esquerdo da

rodovia BR-376, passado o rio Quebra-Perna no sentido Curitiba – Ponta Grossa.

Compreende uma área rebaixada, de várzea, com presença de lagoas. A área total

é de 147 hectares e está situada a 790 metros de altitude.

A maior parte da área com melhor drenagem está invadida por árvores já

adultas de Pinus, originárias principalmente do povoamento florestal da empresa

202
Placas do Paraná, e de Eucalyptus, originárias de plantios na área da antiga

Estação Experimental do IAPAR. Algumas árvores de Pinus estão iniciando processo

de invasão mesmo nas áreas mais úmidas.

FIGURA 3.103 - VISTA DA LAGOA TARUMÃ EM PONTO FIGURA 3.104 - LAGOA TARUMÃ CIRCUNDADA POR
FREQUENTADO POR PESCADORES MONOCULTURA DE Pinus

O espaço entre a rodovia e as áreas mais baixas está bastante degradado.

Uma parte da área foi utilizada como área de empréstimo para construção da rodovia

BR-376 e o solo foi totalmente raspado, havendo atualmente exposição da rocha

arenítica subjacente. Esta área encontra-se igualmente invadida por Pinus spp.

O ambiente das lagoas na várzea do rio Guabiroba é único no Parque, com


valor cênico, recreativo, de pesquisa, educação e conservação ambiental. As áreas

ao redor encontram-se degradadas e carecem de ações de restauração.

A vegetação

Existe uma formação arbustivo-arbórea ao redor de parte da lagoa, com

espécies da Floresta Ombrófila Mista Aluvial. Predominam Matayba eleagnoides

miguel-pintado, Symplocos sp. maria-mole, Myrsine sp. capororoca, Clethra scabra

carne-de-vaca e Jacaranda oxyphila caroba-do-campo. Outras espécies observadas

são Ilex sp., Daphnopsis sp. imbira, Gaylussacia sp. camarinha, Lithraea molleoides

aroeira-salsa, Myrsine umbellata capororocão, Picramnia sp. pau-amargo, Ilex

ENCARTE 3 203
theezans caúna, Lithraea brasiliensis bugreiro, Ocotea puberula canela-guaicá e

Schinus therebinthifolius aroeira, entre outras.


Nas áreas degradadas há predominância de Baccharis cf. dracunculifolius

vassoura-branca, Andropogon bicornis capim-rabo-de-burro e Pteridium aracnoideum

samambaiaçu.

No lençol d’água observa-se a presença de Nymphaea sp. e, nas margens,

em Organossolo, predominam uma espécie de Juncaceae e outra de Cyperaceae.

A fauna

A lagoa abriga espécies de peixes típicas da região como alguns lambaris

do gênero Astyanax e o acará-vovó Cichlassoma facetum.

Não houve registro de anfíbios neste local durante a AER. Contudo, trata-

se de um sítio de grande valor para conservação do grupo em função da

peculiaridade do ambiente lacustre, associado à várzea do rio Guabiroba.

Foram registrados 14 táxons de macroinvertebrados, com somatória de

pontos no BMWP’ equivalente a 40. A análise de água e integridade do meio,

segundo este índice, foi considerada duvidosa.

As áreas de brejo e campo alterados tornam o sítio pouco importante para

lepidópteros. Thespieus xarina, uma espécie escassa, foi uma observação casual,

uma vez que o seu habitat é o campo natural.

Registrou-se 43 espécies de aves, das quais foi exclusiva a ocorrência do

pato-do-mato (Cairina moschata). Além dessa, também são relevantes as

ocorrências da saracura-sanã (Rallus nigricans) e da sanã-carijó (Porzana albicollis).

Com relação à fauna de mamíferos os ambientes deste sítio parecem ser

importantes. As espécies registradas foram: graxaim Pseudalopex gymnocercus,

veado-catingueiro Mazama gouazoupira e capivara Hydrochaeris hydrochaeris.

204
Aspectos críticos

- Invasão de Pinus, Eucalyptus, Cassia sp. cássia-manduirana,

Eryobothrya japonica nêspera, taquara, Melia azedarach cinamomo.


Presença de outras espécies exóticas plantadas, com alto potencial

invasor, como Casuarina equisetifolia.

- Invasão de Oreochromis mossambicus tilápia, originária da África, nas

lagoas.

- Risco de erosão em função da exploração florestal a montante, nas

áreas da antiga Estação Experimental do IAPAR.

- Invasão da área para pesca artesanal e caça, com instalação de

acampamentos permanentes.

- Risco de soltura de espécies exóticas invasoras de peixes.

- Fogo, com risco de incêndios e poluição.

3.7.17 Riqueza de Fauna

O levantamento da riqueza de espécies animais de determinado espaço

geográfico, mesmo se considerando apenas alguns grupos de vertebrados e

invertebrados, como é o caso, requer longos períodos de estudo e sistematização

das informações obtidas, devendo ainda haver constante atualização dos dados em

termos taxonômicos.

Mais do que isso, para que se consolide o conhecimento sobre a totalidade

das espécies de grupos animais residentes ou meramente passageiras são

necessárias sucessivas investigações distribuídas ao longo das estações do ano,

muitas vezes, por vários anos, considerando as próprias variações climáticas

interanuais existentes, as quais interferem na composição da fauna ou mesmo na

atividade das espécies.

ENCARTE 3 205
A experiência prévia da maioria dos pesquisadores envolvidos nos estudos

ora apresentados, sobretudo em se tratando do PEVV, possibilitou o aprofundamento

dos resultados nesse sentido, uma vez que a simples execução da avaliação

ecológica rápida poderia gerar informações muito aquém daquelas necessárias para

o conhecimento e subseqüente planejamento da unidade de conservação.

O PEVV, como inúmeras outras unidades de conservação estaduais e

nacionais, sempre careceu de dados fidedignos capazes de possibilitar uma avaliação

real de sua representatividade no tocante à conservação da fauna típica da região ou

mesmo suficientes para o planejamento adequado de ações de manejo.

Os primeiros esforços na busca de dados gerais sobre a fauna local foram

realizados na década de 80 e, até então, trabalhos esparsos sobre vários grupos

faunísticos tinham que ser consultados quando se tratava do tema.

Considerando os macroinvertebrados como fonte de pesquisa no interior

do PEVV, não há registro de nenhum trabalho desenvolvido com estes organismos.

Apenas Swiech-AYOUB & Masunari (2001 a e b) desenvolveram no Buraco do

Padre, entorno do PEVV, estudos enfocando o macroinvertebrado Aegla castro

(Crustacea, Decapoda, Anomura, Aeglidae) de distribuição geográfica restrita ao sul

do Estado de São Paulo, no município de Itatinga, até o segundo Planalto no Estado

do Paraná, município de Ponta Grossa. Deste modo, o presente estudo é pioneiro

no tratamento dos macroinvertebrados no interior do PEVV.

Quanto à fauna de peixes, a bacia do rio Tibagi em sua porção superior

nos Campos Gerais é igualmente pouco estudada. A literatura disponível restringe-

se à trabalhos como o de Bennemann et al. (1995) mencionando espécies para o rio

Tibagi na região de Palmeira e Chiavenatto (1993), este, relacionando espécies

ictíicas para o interior do PEVV.

Embora seja uma área de interesse relevante para o estudo da

biodiversidade lepidopterológica brasileira, até o presente o PEVV foi pouquíssimas

vezes mencionado. Todos os comentários a seguir apresentados baseiam-se em

206
exemplares coletados pelo Sr. Felipe Justus Júnior, colecionador de lepidópteros

residente em Ponta Grossa, cuja primeira e mais completa coleção foi adquirida pela

Universidade Federal do Paraná, onde se encontra até hoje, e na experiência de

campo do consultor vinculado aos estudos ora apresentados. Os únicos trabalhos

que mencionam Vila Velha são de sua autoria, neles algumas espécies são

mencionadas e outras novas são descritas (MIELKE, 1969a; MIELKE, 1969b; MIELKE,

1972; MIELKE, 1975;).

Para anfíbios e répteis a situação é relativamente semelhante, desta forma,

apenas a partir de meados dos anos 80 do século passado, a região de Campos

Sulinos do Estado do Paraná começou a receber a visita regular de herpetólogos, e

material procedente dessa região enriqueceu diversas coleções, em especial a do

Museu de História Natural Capão da Imbuia (MHNCI, antigo Museu Paranaense),

sediado em Curitiba (MOURA-LEITE, 1994). Alguns estudos incipientes surgiram e

dados sobre seus répteis foram divulgados esporadicamente, como por exemplo em

Bérnils & Moura-Leite (1990), D'Amato & Morato (1991), Moura-Leite et al. (1996) e

Ribas (1999).

A única área paranaense de Campos Sulinos que conta com algum

inventário de répteis é justamente o PEVV. Entre agosto de 1983 e julho de 1984, a

região do Parque foi visitada mensalmente por uma equipe de novatos em

herpetologia, formada por Julio Cesar de Moura-Leite, Magno Vicente Segalla e

Renato Silveira Bérnils, então colaboradores voluntários do MHNCI. Na ocasião não

foram empregados quaisquer métodos auxiliares de obtenção de répteis, como

armadilhas de solo, armadilhas aquáticas ou distribuição de baldes com formol à

população vizinha ao Parque. Foram obtidos 48 exemplares (de 35 espécies) dentro

da área do PEVV, em sua maioria coletados e posteriormente tombados no MHNCI.

Em visitas esporádicas, ao longo dos últimos 20 anos, mais algum material

foi obtido da área, destacando-se a contribuição de voluntários da Universidade

Estadual de Ponta Grossa, principalmente na figura da pesquisadora Fabíola Lung.


ENCARTE 3 207
Foi durante esse período que se encontraram no Parque dois exemplares de

Ditaxodon taeniatus, rara serpente campestre tida como ameaçada de extinção e


que não era registrada na natureza desde 1970 (THOMAS et al., no prelo). Todo o

material obtido ao longo desses anos encontra-se disponível no MHNCI, acima

citado, e só da área do Parque existe mais de uma centena de répteis tombados em

Curitiba, excetuando-se os registros do Instituto Butantan e do Museu de Zoologia

da Universidade de São Paulo.

O conhecimento ornitofaunístico da bacia hidrográfica do rio Tibagi, na qual

se insere o PEVV, é bastante expressivo. Dentre os trabalhos efetuados no baixo rio

Tibagi e adjacências, cita-se o de Steffan (1975), que estudou uma localidade no

município de Londrina, mas essa obra deve ser desconsiderada como fonte de

registros de aves pela existência de muitos prováveis erros de identificação

(Bornschein & Reinert, 2000). Do mesmo município, Westcott (1980) listou as aves

não Passeriformes, Soares & Anjos (1999) avaliaram o efeito da fragmentação em

aves escaladoras de troncos e galhos e Gimenes & Anjos (2000) e Anjos (2001)

estudaram a comunidade de aves em fragmentos florestais. Bornschein & Reinert

(2000) efetuaram um inventário preliminar de aves de três fragmentos florestais em

Cornélio Procópio e Santa Mariana, e Krügel & Anjos (2000) inventariaram as aves

de cinco fragmentos florestais em Maringá.

No médio rio Tibagi, Rodrigues et al. (1981), compararam a ornitofauna de

floresta e plantio homogêneo de araucária (Araucaria angustifolia – Araucariaceae)

na região de Telêmaco Borba, tendo listado espécies de ocorrência improvável no

Paraná. No alto rio Tibagi e arredores, Anjos & Graf (1993) inventariaram as aves da

Fazenda Santa Rita, Scherer-Neto et al. (1994) as do PEVV e Pichorim & Bóçon

(1996) as do município de Rio Azul e Mallet. A comunidade ornitológica de manchas

naturais de floresta na Fazenda Santa Rita e no PEVV, ainda foi estudada por Anjos

& Boçon (1999).

208
Abordando as aves de toda a bacia hidrográfica do rio Tibagi, há os

trabalhos de Anjos & Schuchmann (1997) e Anjos et al. (1997), que listaram as

espécies por localidade e ambiente de ocorrência.

Considerando estudos sobre a distribuição de aves, biologia de espécies e

análise de coleções, entre outros, há diversas citações de espécies para a bacia

hidrográfica do rio Tibagi e adjacências, uma das quais desconhecida da ciência até

a quatro anos atrás (BORNSCHEIN et al., 1998), em inúmeros trabalhos (e.g.

ZIMMER, 1936; NAUMBURG, 1937; 1939; PINTO, 1938; 1944; 1964; SICK, 1959;

1960; 1997; RUSCHI, 1986; COLLAR et al., 1992; STRAUBE, 1993; LENCIONI NETO,

1995; SCHERER-NETO & STRAUBE, 1995; WEGE & LONG, 1995; BORNSCHEIN et al.,

1996; 1997; 1998; 2001; ANJOS & FERREIRA, 1998; ANCIÃES & MARINI, 2000;

BORNSCHEIN & REINERT, 2000; VOLPATO & ANJOS, 2001).

Um inventário das aves do PEVV foi efetuado em sete campanhas de cinco

dias cada entre julho de 1983 e julho de 1984 (SCHERER-NETO et al., 1994). O

tempo despendido é alto, mas o número de espécies inventariadas, 158, foi

relativamente baixo. Os registros foram vinculados ao ambiente e à campanha de

ocorrência. Algumas espécies foram citadas para certos ambientes onde são de

ocorrência improvável, como os florestais joão-teneném-da-mata Synallaxis

cinerascens e vira-folhas Sclerurus scansor no campo e no “arenito”,

respectivamente. O número, citado no texto, de espécies registradas em algumas

campanhas não confere com o número obtido a partir da tabela fornecida. Em julho

de 1983 e em janeiro, março e julho de 1984 mencionou-se terem sido registradas

48, 94, 98 e 59 espécies, mas, na tabela, consta o registro de 51, 95, 99 e 54

espécies, respectivamente. Da lista de aves, considera-se haver problemas de

identificação envolvendo cinco espécies.

Durante os trabalhos para o inventário das aves do PEVV, citado

anteriormente, foi efetuado um estudo sobre a nidificação do mocho-diabo Asio

stygius (SCHERER-NETO, 1985).


ENCARTE 3 209
Os resultados do inventário publicado por Scherer-Neto et al. (1994), junto

com outros dados, foram compilados por Anjos & Schuchmann (1997) em uma lista

de aves da bacia hidrográfica do rio Tibagi. No entanto, nessa compilação, citou-se

como ocorrentes no PEVV várias espécies não listadas em Scherer-Neto et al.

(1994) e, ao contrário, não se listou inúmeras espécies citadas por esses autores.

Aparentemente, houve uma troca de localidades, indicando-se os registros do PEVV

como sendo os da “Represa de Alagados” e vice-versa. Se a conversão direta dos

registros for válida, entretanto, também há ao menos um erro de outra natureza, pois

citou-se o biguá Phalacrocorax brasilianus como ocorrente na Represa de Alagados

e no PEVV (ANJOS & SCHUCHMANN, 1997), mas ele não foi listado para essa

unidade de conservação em Scherer-Neto et al. (1994).

O outro estudo com aves no PEVV foi efetuado com amostragens mensais

de cinco horas em cada mancha de floresta pesquisada entre setembro e dezembro

de 1995 (ANJOS & BOÇON, 1999). Como os autores também estudaram a Fazenda

Santa Rita e não distinguiram que espécies foram registradas em qual lugar, não foi

possível resgatar informações específicas sobre o PEVV.

Quanto à fauna de mamíferos, conforme já mencionado, somente na década

de 80 através do Museu de História Natural Capão da Imbuia de Curitiba, reiniciaram-se

os trabalhos de pesquisa de campo no Paraná, especialmente voltados a inventários

faunísticos. Entre esses, foi realizado o primeiro e, talvez, o único levantamento

sistemático da mastofauna do PEVV, publicado por Borges (1989).

Posteriormente, a partir de 1990, houve um aumento dos estudos da fauna

paranaense, principalmente enfocando a bacia do rio Tibagi, destacando-se os

trabalhos da Universidade Estadual de Londrina que, em convênio com a empresa

Klabin do Paraná e o COPATI, desenvolveram o projeto “Estudo da Fauna e da Flora

da Bacia do rio Tibagi”. Como parte desse projeto foram realizados estudos com

morcegos (REIS et al., 1993; REIS & LIMA, 1994a; REIS & LIMA, 1994b; REIS &

SEKIAMA, 1996; SEKIAMA, 1996), com primatas (ROCHA, 1995) e sobre a influência

210
de mamíferos neotropicais de médio e grande porte na dispersão de sementes

(ROCHA, 2001).

Ainda em relação ao segundo planalto e, mais especificamente, o PEVV,

ressaltam-se os trabalhos de Pontes Filho et al. (1990, 1995 e 1997), voltados à

definição de estratégias para a conservação dos ambientes naturais remanescentes

dos Campos Gerais do Paraná, tendo como espécie-alvo o lobo-guará Chrysocyon

brachyurus.
Assim, a consolidação do presente estudo de fauna contou com a análise dos

estudos de fauna disponíveis para os diversos grupos supracitados, contudo, ficou clara

a necessidade de aprofundamento em campo para saldar as lacunas e deficiências

deixadas pela literatura disponível. Portanto, os estudos de campo, material de museu e

as informações pessoais disponibilizadas pelos pesquisadores permitiu a consolidação

de listas de espécies que representam grande avanço no conhecimento da fauna do

PEVV, as quais encontram-se apresentadas no Anexo 11. Abaixo apresenta-se de

forma sinóptica a composição de espécies para cada grupo estudado.

3.7.17.1 Macroinvertebrados aquáticos

A análise da comunidade de macroinvertebrados presente no PEVV e em

seu entorno apontou um total de 52 táxons de macroinvertebrados (Anexo 11, tabela

A.11.1) dos seguintes Filos: Porifera (1 espécie), Plathyhelminthes (1 espécie),

Annelida (2 espécies), Mollusca (2 espécies) Hexapoda ou Insecta (42 espécies),

Chelicerata (1 espécie), Crustacea (3 espécies). Estes resultados corroboram as

proposições de Calisto & Esteves (1998), os quais apontam que vários filos invadiram

os ecossistemas aquáticos continentais, e alguns com muito sucesso, porém a

macrofauna é dominada numericamente pelos Hexapoda (insetos) (figura 105).

ENCARTE 3 211
Porifera
100 Plathyhelminthes
Mollusca
Annelida
Chelicerata
Crustacea
10
Hexapoda
Freqüência absoluta

0,1

Filos de Macroinvertebrados

FIGURA 3.105 - FILOS DE MACROINVERTEBRADOS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA.

Dentre os representantes dos Hexapoda, se destacam a presença das

famílias: Leptophlebidae, Perlidae, Leptoceridae e Megapodagrionidae, cada uma

com valor equivalente a 10 pontos no BMWP’; Gomphidae, Aeshnidae e Libellulidae,


com valor de 8 pontos; Grypopterygidae e Pyralidae, com valor de valor 7 pontos e

Coenagrionidae, com valor de valor 6 pontos.

3.7.17.2 Peixes

Segundo o registro de espécies de peixes ocorrentes no PEVV listadas na

(Anexo 11, tabela A.11.2) podemos concluir que as ordens Characiformes (52,4%) e

Siluriformes (33,3%) foram predominantes como acontece em toda a América

Neotropical. Outras ordens significaram 14,3% das espécies listadas. Entre os

Characiformes a família Characidae esta representada por 7 espécies (33,3% das

espécies de peixes inventariadas e 66,3% dos Characiformes) e entre os

Siluriformes a família mais representativa foi Pimelodidae com 4 espécies (19% das

espécies inventariadas e 57,1% dos Siluriformes).

A ocorrência de novas espécies dos gêneros Characidium e provavelmente

Trichomycterus é digna de nota, bem como a presença de endemismos em

Astyanax verificado pelo autor no interior das furnas do Parque.

212
3.7.17.3 Anfíbios

Comprovou-se para o PEVV e entorno, a existência de 19 espécies de

anfíbios (Anexo 11, tabela A.11.3). Acrescentando ainda, outras espécies de

provável ocorrência para a região, estima-se um total de 30 espécies. Entretanto,

este número tende a crescer com estudos que contemplem um período maior de

amostragem, abrangendo variações sazonais.

Em relação à presença das espécies nos diferentes ambientes

encontrados no PEVV, tem-se que:

- No ambiente Floresta Ombrófila Mista Aluvial (fla) devem ocorrer as

espécies: Hyla semiguttata, Proceratophrys avelinoi e P. boiei.

- No ambiente Floresta Ombrófila Mista Montana (flm) devem ocorrer as

espécies: Gastrotheca microdisca.

- No ambiente Campo Higrófilo (esh) devem ocorrer as seguintes espécies:

Bufo ictericus, Hyla leptolineata, H. microps, H. minuta, H. sanborni, H.

uruguaia, Scinax berthae, Scinax aff. eringiophila, S. fuscovaria, S.

perereca, S. squalirostris, Leptodactylus fuscus, L. gracilis, L.ocellatus,

Physalaemus cuvieri, P. gracilis e Elachistocleis ovalis.


- No ambiente Formações Pioneiras de Influência Fluvial “várzeas” (var)

devem ocorrer as espécies: Aplastodiscus perviridis, Hyla albopunctata,

H. leptolineata, H. prasina, H. sanborni, Scinax aff. eringiophila, S. gr.

catharinae, S. squalirostris, Leptodactylus gracilis, L. ocellatus,

Odontophrynus americanus, Physalaemus cuvieri, P. gracilis e

Proceratophrys avelinoi.
- No ambiente Rios e Córregos (rio) podem devem as seguintes

espécies: Aplastodiscus perviridis, Hyla leptolineata H. semiguttata,

Leptodactylus ocellatus.

ENCARTE 3 213
- No ambiente Represas (rep) pode ocorrer a seguinte espécie:

Leptodactylus ocellatus.
- No ambiente Lagoas Tarumã e Dourada (lag) devem ocorrer as

seguintes espécies: Bufo crucifer, Hyla albopunctata, H. faber, H.

prasina, H. sanborni, H. semilineata, Phyllomedusa tetraploidea, Scinax

fuscovarius, S. perereca, Leptodactylus ocellatus.


- Em ambiente antrópico (ant) devem ocorrer as seguintes espécies:

Bufo crucifer, B. ictericus, Hyla faber, Phyllomedusa tetraploidea,

Scinax aff. eringiophila, S. fuscovarius, S. perereca, Leptodactylus

fuscus, L. ocellatus, Odontophrynus americanus, Physalaemus cuvieri,

P. gracilis e Elachistocleis ovalis.

3.7.17.4 Lepidópteros

A riqueza de espécies de lepidópteros do Estado do Paraná deve estar em

torno de 1500 espécies de borboletas, sendo a de Curitiba de 486 espécies

(C. Mielke 1995, obs. pess.), a de Ponta Grossa 521 espécies e a de Vila Velha de

323 espécies (Anexo 11, tabela A.11.4); estes dados baseiam-se no acervo do

Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná. O número para Vila

Velha deve certamente aproximar-se do daquele de Ponta Grossa, pois, como já dito

anteriormente, nada foi publicado sobre esta região e as nossas próprias pesquisas

sempre tiveram enfoque nos campos naturais, os quais são mais promissores que

as matas. Estas observações são, após a análise dos resultados obtidos nesta

avaliação ecológica rápida, corroboradas, pois as espécies raras e novas, ocorrem

quase todas em campos naturais.

214
3.7.17.5 Répteis

Para a região dos Campos Gerais, maior porção paranaense do bioma

Campos Sulinos, puderam ser estimadas 60 espécies de répteis, com base nas

informações disponíveis nas principais coleções herpetológicas brasileiras, nas

poucas citações bibliográficas à região e por inferências corológicas. Duas são

quelônios, 13 são lagartos e 45 são serpentes (Anexo 11, tabela A.11.5).

Dados obtidos diretamente da área do PEVV listam 35 répteis como já tendo

sido coletados e/ou avistados nos últimos 20 anos, o que totaliza 58% da

herpetofauna esperada para a região. Ainda mais relevante é a presença no Parque

de espécies raras ou ameaçadas de extinção, bem como outras simplesmente

incomuns em áreas próximas, nas quais as atividades agro-pastoris, industriais ou

citadinas comprometeram sobremaneira a manutenção das comunidades naturais de

répteis. Entre essas espécies citam-se as serpentes Epicrates cenchria, Ditaxodon

taeniatus, Chironius flavolineatus, Liophis almadensis, Lygophis flavifrenatus, Lygophis

meridionalis e Phalotris reticulatus.


Entre as 60 espécies aqui inventariadas, há um grupo de 13 répteis que, por

sua situação taxonômica confusa ou pela impossibilidade de se traçar paralelos com

outras espécies, permanecem indefinidas quanto às suas relações biogeográficas.

Essa dificuldade é particularmente evidente na abordagem de répteis aquáticos (como

os cágados e as cobras-d'água) ou fossoriais (como as cobras-de-duas-cabeças).

Apenas uma espécie ocorrente na região é exótica aos biomas ali presentes, a

lagartixa-das-paredes Hemidactylus mabouia, de origem africana.

Quatro répteis possuem distribuição geográfica muito ampla, ocorrendo em

uma variedade tão grande de biomas que fica difícil associá-los a um único: o lagarto

Tupinambis merianae e as serpentes Philodryas olfersii, Thamnodynastes strigatus e

Micrurus altirostris. Todos são absolutamente comuns na região do PEVV e em


grande parte do Estado do Paraná. Seis outros são comuns a diversas formações

ENCARTE 3 215
vegetacionais abertas sul-americanas, o que os torna impossíveis de se enquadrar

em um único bioma não-florestal. São as serpentes Liophis almadensis,

Mastigodryas bifossatus, Tantilla melanocephala, Xenodon merremii, Bothrops

alternatus e Crotalus durissus.


Por outro lado, as demais 36 espécies levantadas (60% do total) podem

ser enquadradas, com maior ou menor possibilidade de erro, em algum dos biomas

presentes na região sul do Brasil (caracterizados facilmente pelas fitofisionomias

predominantes): a Floresta Atlântica (8 espécies), a Floresta com Araucárias

(2 espécies), o Cerrado (6 espécies) e os Campos Sulinos propriamente ditos

(20 espécies), que são a formação predominante no PEVV. A única formação

vegetacional que influencia a região mas não apresentou qualquer réptil

característico na área de estudo foi a Floresta Estacional; originalmente ela ocupava

todo o norte paranaense, sendo substituída pela Floresta com Araucária apenas nas

porções mais altas e frias dos planaltos interioranos.

A Floresta Atlântica, em seu sentido mais estrito, contribui com a presença

dos seguintes elementos na fauna local: o lagarto Ophiodes fragilis e as serpentes

Chironius bicarinatus, Echinanthera cyanopleura, Liophis miliaris, Oxyrhopus clathratus,

Sibynomorphus neuwiedi, Tomodon dorsatus e Bothrops jararaca. A Floresta com


Araucárias, aqui tratada separadamente da Atlântica por sua identidade faunística

reconhecível, está fortemente presente na fisionomia regional. Contudo, sendo uma

formação florestal pobre em répteis (ver MORATO, 1995), possui apenas dois

representantes típicos (um terço de seus endemismos) na área do Parque: o lagarto

Anisolepis grilli e a serpente Pseudoboa haasi. Vale salientar que o lagarto teve sua
descrição original calcada em um espécime oriundo de "Palmeira" e a serpente foi

descrita a partir de um exemplar de "Campos von Palmas", ambas localidades

paranaenses com Floresta de Araucárias e Campos Sulinos (BOULENGER, 1891, apud

PETERS & DONOSO-BARROS, 1970, e BOETTGER, 1905).

216
O Cerrado representa uma parcela pequena, em termos de área, do sul do

Brasil. Contudo, sua fauna bem característica acaba exercendo uma significativa

influência sobre a composição da herpetofauna das áreas abertas do Paraná. Seis

são os répteis típicos do Brasil Central que penetram a partir de São Paulo nos

Campos Sulinos: as serpentes Epicrates cenchria, Chironius flavolineatus, Clelia

quimi, Lygophis meridionalis, Pseudablabes agassizi e Bothrops itapetiningae. Todas


possuem pequena representatividade na área de estudo, tendo sua abundância

relativa (empiricamente estimada) considerada como baixa. Os Campos Gerais são,

para a maioria dessas espécies, seu limite meridional de distribuição.

Por fim chega-se à parcela maior de fauna de répteis regional, que é

composta por espécies características dos Campos Sulinos. São 20 répteis (um

terço do total), alguns raros ou incomuns e nem todos registrados ainda para a área

específica do PEVV. São eles: o cágado Platemys spixii, os lagartos Stenocercus

azureus, Teius oculatus, Pantodactylus schreibersii e Mabuya dorsivittata, e as


serpentes Liotyphlops beui, Atractus reticulatus, Clelia rustica, Ditaxodon taeniatus,

Gomesophis brasiliensis, Lygophis flavifrenatus, Liophis jaegeri, Lystrophis histricus,

Oxyrhopus rhombifer, Phalotris reticulatus, Philodryas aestivus, Philodryas

patagoniensis, Ptychophis flavovirgatus, Sibynomorphus ventrimaculatus e Bothrops

neuwiedii paranaensis.

3.7.17.6 Aves

Durante as três campanhas da Avaliação Ecológica Rápida no PEVV e

entorno, registrou-se 182 espécies de aves. Em outras cinco campanhas conduzidas

pelos autores no PEVV, registrou-se 173 espécies, totalizando-se 217 espécies,

excluindo sete cuja identificação não foi confirmada. Assim, a listagem de aves do

PEVV e entorno totaliza 233 espécies confirmadas, das quais 16 não foram

registradas pelos autores (Anexo 11, tabela A.11.6). Das 233 espécies, oito foram

ENCARTE 3 217
registradas apenas no entorno da unidade de conservação, a saber: seriema

Cariama cristata, benedito-de-testa-amarela Melanerpes flavifrons, maria-da-copa

Myiopagis caniceps; tesoura-do-brejo Gubernetes yetapa, andorinha-do-campo

Phaeoprogne tapera, caminheiro-grande Anthus nattereri, caminheiro-zumbidor

Anthus lutescens e verdinho-coroado Hylophilus poicilotis.


Da lista de aves de Scherer-Neto et al. (1994), considera-se haver

problemas de identificação envolvendo quatro espécies. O registro da três-potes

Aramides cajanea se acredita ser duvidoso, o do bacurau-pequeno Caprimulgus

parvulus e do caminheiro-zumbidor Anthus lutescens acredita-se que possa tratar-


se, na verdade, do curiango-do-banhado Eleothreptus anomalus e do caminheiro-de-

barriga-acanelada Anthus hellmayri, respectivamente, e os registros do andorinhão-

de-coleira Streptoprocne zonaris certamente também incluíram o andorinhão-de-

coleira-falha Streptoprocne biscutata, que não foi citado por eles para o PEVV mas

que nele ocorre em abundância.

Em jornais de circulação estadual e em um folder mencionou-se haver

ocorrência do macuquinho-da-várzea Scytalopus iraiensis no PEVV. No entanto, não

se registrou essa espécie, não obstante o grande esforço de procura especialmente

dirigido em sua busca com uso de playback de seu canto em todos os brejos

visitados (sítios 6, 9, 16, 17 e 20) ao longo de várias épocas do ano. Assim, na

ausência de uma publicação formal do registro, entendeu-se como razoável não

considerar a suposta ocorrência da espécie.

O registro de 233 espécies representa quase 50% de todas as aves

assinaladas para a bacia hidrográfica do rio Tibagi (483 espécies), conforme número

revisto em Bornschein (2001). Essa cifra é significativa, mas o inventário das aves

do PEVV ainda é insuficiente, sendo esperável registrar muitas outras espécies no

local com a continuidade de estudos.

Registrou-se uma espécie migratória, o verão Pyrocephalus rubinus, que

se origina do sul da América do Sul e passa pela região de estudo no período

218
invernal. Pelo menos mais duas espécies registradas aparentemente também são

migrantes de inverno, a águia-cinzenta Harpyhaliaetus coronatus e o papa-moscas-

cinzento Contopus cinereus.

Algumas espécies registradas aparentemente são visitantes ocasionais ou

mesmo acidentais no PEVV e entorno, como o socó-grande Ardea cocoi, colhereiro

Platalea ajaja e o papagaio-de-peito-roxo Amazona vinacea. Assim como no caso


das supostas aves migratórias, faze-se necessário aprofundar as pesquisas para

esclarecer seus status de ocorrência.

Todas as demais espécies registradas são ou supostamente são

residentes no PEVV e entorno.

Há algumas espécies residentes, no entanto, que apresentam um

comportamento distinto por deixarem suas regiões após reproduzirem e rumarem

para áreas de invernagem mais ao norte. Elas também efetuam um comportamento

migratório, mas, pelo fato de reproduzirem na região em questão, são denominadas

de residentes de verão. No PEVV e entorno são residentes de verão pelo menos o

tuju Lurocalis semitorquatus, guaracava-de-bico-pequeno Elaenia parvirostris, tuque

Elaenia mesoleuca, irrê Myiarchus swainsoni, bentevi-rajado Myiodynastes

maculatus, bentevi-pirata Legatus leucophaius, peitica Empidonomus varius, tesoura

Tyrannus savana, suiriri Tyrannus melancholicus, sabiá-ferreiro Turdus subalaris e


juruviara Vireo chivi.

Outras espécies registradas talvez também sejam residentes de verão, mas

também faltam estudos para confirmar as suspeitas. Dentre elas, tem-se a pomba-

galega Columba cayennensis, papo-branco Leucochloris albicollis, enferrujado

Lathrotriccus euleri, neinei Megarhynchus pitangua, caneleiro-preto Pachyramphus

polychopterus, caneleiro-de-chapéu-negro Pachyramphus validus, araponga Procnias

nudicollis, andorinha-de-sobre-branco Tachycineta leucorrhoa, andorinha-serrador

Stelgidopteryx ruficollis, saí-andorinha Tersina viridis, tiziu Volatinia jacarina, coleirinho

Sporophila caerulescens e chopim Molothrus bonariensis.


ENCARTE 3 219
A região de estudo, como visto, é composta por espécies residentes,

migratórias e por algumas possivelmente acidentais. A maioria das residentes

apresenta grande distribuição geográfica na América do Sul, mas algumas, com

menores distribuições, são características do bioma Floresta Atlântica, ou seja,

endêmicas. Das espécies registradas do PEVV e entorno, 20 são endêmicas daquele

bioma (8,6% do total inventariado).

A avifauna florestal registrada é típica do bioma Floresta Atlântica, o que se

explica pela presença de inúmeras espécies endêmicas do mesmo. Segregando as

florestas incluídas naquele bioma, a comunidade de aves florestais inventariada

apresenta uma espécie endêmica da Floresta Ombrófila Mista (floresta de

araucária), que é o grimpeiro Leptasthenura setaria.

A maiorias das demais espécies de aves da Floresta Ombrófila Mista

também ocorre em outras florestas, como a Floresta Ombrófila Densa (floresta

atlântica) e a Floresta Estacional Semidecidual, por exemplo. No entanto,

considerando a distribuição de aves florestais no Estado do Paraná e a posição

geográfica da região de estudo, pode-se listar uma relação de espécies que são, no

contexto local, mais características da Floresta Ombrófila Mista. Dentre as

registradas, considera-se como exemplos a que seguem: jacuguaçu Penelope

obscura, pica-pau-dourado Piculus aurulentus, arredio-meridional Cranioleuca

obsoleta, arapaçu-escamado Lepidocolaptes falcinellus, tesoura-cinzenta Muscipipra


vetula, gralha-azul Cyanocorax caeruleus, sabiá-ferreiro Turdus subalaris, sanhaço-
frade Stephanophorus diadematus, saíra-preciosa Tangara preciosa e quete

Poospiza lateralis. Várias delas ocorrem mais ao norte da zona de estudo, como no
baixo rio Tibagi, mas são incomuns na região ou se acham presentes apenas de

passagem durante movimentos migratórios.

Entende-se que a presença de algumas espécies na região demonstra que

ela possui influência da Floresta Estacional Semidecidual. As que se julga exemplos

dessa influência são o sabiá-barranco Turdus leucomelas e o fi-fi-verdadeiro

220
Euphonia chlorotica. Essa influência também ocorre com a vegetação devido à
presença, pelo menos, de peroba (Aspidosperma polyneuron – Apocynaceae) e

angico (Anadenanthera colubrina – Mimosaceae).

Outras espécies florestais registradas dignas de menção são o gavião-de-

cauda-curta Buteo brachyurus, uru Odontophorus capueira, papagaio-de-peito-roxo

Amazona vinacea, peixe-frito-pavonino Dromococcyx pavoninus, arapaçu-de-bico-


torto Campylorhamphus falcularius, araponga Procnias nudicollis, cais-cais Euphonia

chalybea e negrinho-do-mato Amaurospiza moesta, entre várias outras.

Mencionáveis pela sua relativa abundância local, tem-se a gralha-picaça Cyanocorax

chrysops, mariquita Parula pitiayumi, pula-pula Basileuterus culicivorus e pula-pula-


assobiador Basileuterus leucoblepharus.

Na Estepe Gramíneo-lenhosa (campo) registrou-se inúmeras espécies,

sendo típicas do ambiente a perdiz Rhynchotus rufescens, codorna-comum Nothura

maculosa, gavião-de-rabo-branco Buteo albicaudatus, gavião-caboclo Buteogallus

meridionalis (figura 3.108), falcão-de-coleira Falco femoralis, quiriquiri Falco

sparverius, mocho-dos-banhados Asio flammeus, curiango-do-banhado Eleothreptus

anomalus, pica-pau-do-campo Colaptes campestris, cochicho Anumbius annumbi,


maria-branca Xolmis cinerea, maria-preta-de-penacho Knipolegus lophotes,
andorinha-morena Alopochelidon fucata, corruíra-do-campo Cistothorus platensis,

caminheiro-de-barriga-acanelada Anthus hellmayri, tico-tico Zonotrichia capensis,

tipio Sicalis luteola e canário-do-campo Emberizoides herbicola (figura 3.106). Típica

de campos mas até então sem ocorrência para o PEVV e entorno é a seriema

Cariama cristata (figura 3.107).

ENCARTE 3 221
FIGURA 3.106 - CANÁRIO-DO-CAMPO Emberizoides FIGURA 3.107 - SERIEMA Cariama cristata, ESPÉCIE
herbicola, TÍPICO DOS CAMPOS DO AMEAÇADA DE EXTINÇÃO REGIS-
PEVV TRADA NO ENTORNO DO PEVV

Na Estepe Higrófila (campo úmido) registrou-se apenas sete espécies,


dentre as quais o pia-cobra Geothlypis aequinoctialis, canário-do-brejo Emberizoides
ypiranganus e o sabiá-do-banhado Embernagra platensis.
No Refúgio Vegetacional rupestre, ambiente que considera os afloramentos
rochosos e a vegetação sobre eles desenvolvida, confirmou-se o registrou de 43
espécies de aves. São elementos típicos o beija-flor-de-orelha-violeta Colibri
serrirostris, gibão-de-couro Hirundinea ferruginea, canarinho-rasteiro Sicalis citrina,
bacurau-da-telha Caprimulgus longirostris (figura 3.109) e maria-preta-de-garganta-
vermelha Knipolegus nigerrimus. A existência dessas duas últimas aves na região,
não obstante ocorram em outros ambientes, é devida à presença desse ambiente.

FIGURA 3.108 - GAVIÃO-CABOCLO Buteogallus FIGURA 3.109 - BACURAU-DA-TELHA Caprimulgus


meridionalis, ESPÉCIE DOS longirostris, ESPÉCIE CREPIUSCULAR
CAMPOS DO PEVV REGISTRADA PRINCIPALMENTE NOS
REFÚGIOS RUPESTRES

222
São encontrados também a saracura-sanã Rallus nigricans, pinto-d’água-

comum Laterallus melanophaius, pinto-d'água-avermelhado Laterallus leucopyrrhus,

joão-pobre Serpophaga nigricans, pia-cobra Geothlypis aequinoctialis e tico-tico-do-

banhado Donacospiza albifrons.

No ambiente aquático registrou-se poucas espécies, a maioria na represa e

na lagoa Tarumã, como o mergulhão Podilymbus podiceps, garça-branca-grande

Casmerodius albus garça-branca-pequena Egretta thula, pé-vermelho Amazonetta

brasiliensis, pato-do-mato Cairina moschata, frango-d’água-comum Gallinula

chloropus, jaçanã Jacana jacana, martim-pescador-grande Ceryle torquata e joão-


porca Lochmias nematura.

No ambiente antrópico registrou-se um grande número de espécies, em

parte porque incluiu-se à ele situações que muitas vezes imitam o ambiente natural,

tal qual um pasto que imita um campo. Dentre as espécies registradas no ambiente

antrópico típicas de campos, tem-se a codorna-comum Nothura maculosa, curicaca

Theristicus caudatus, gavião-caboclo Buteogallus meridionalis, quiriquiri Falco

sparverius, quero-quero Vanellus chilensis, anu-branco Guira guira, buraqueira

Speotyto cunicularia, pica-pau-do-campo Colaptes campestris, birro Melanerpes

candidus, joão-de-barro Furnarius rufus, cochicho Anumbius annumbi, maria-branca

Xolmis cinerea, noivinha-de-rabo-preto Heteroxolmis dominicana, suiriri-pequeno

Satrapa icterophrys, bentevi-do-gado Machetornis rixosus, tesoura Tyrannus savana,


corruíra Troglodytes aedon, sabiá-do-campo Mimus saturninus, caminheiro-de-

barriga-acanelada Anthus hellmayri, caminheiro-zumbidor Anthus lutescens,


caminheiro-grande Anthus nattereri, tico-tico Zonotrichia capensis, tico-tico-do-

campo-verdadeiro Ammodramus humeralis, canário-da-terra-verdadeiro Sicalis

flaveola, coleirinho Sporophila caerulescens e polícia-inglesa-do-sul Leistes

superciliaris, entre outras.

ENCARTE 3 223
3.7.17.7 Mamíferos

Através de pesquisa bibliográfica e do levantamento realizado junto à

coleção científica do Museu de História Natural Capão da Imbuia e do Museu de

Zoologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, foram registradas 60 espécies

de mamíferos, que correspondem a registros e/ou coletas realizados anteriormente

no PEVV e no seu entorno (Anexo 11, tabela A.11.7).

Durante o levantamento de campo, foram confirmadas 25 dessas espécies,

que correspondem, principalmente, a animais de maior porte, pois os métodos

utilizados não incluíram capturas através de armadilhas. O número total de espécies

corresponde a, pelo menos, 75% dos mamíferos ocorrentes na bacia hidrográfica do

rio Tibagi, demonstrando a importância do parque para a conservação da fauna de

mamíferos dos Campos Gerais.

3.7.18 Espécies Novas, Raras, Ameaçadas de Extinção e Endêmicas

3.7.18.1 Macroinvertebrados aquáticos

De um modo geral, a bibliografia voltada à elucidação de aspectos

taxonômicos e sistemáticos de macroinvertebrados aquáticos no Brasil é escassa,

deste modo o presente estudo enfocou estes organismos ao nível de família ou gênero

e as considerações aqui pontuadas limitam-se a estes níveis taxonômicos, sendo pouco

científico inferir sobre o status de conservação de espécies deste grupo.

3.7.18.2 Peixes

Entre a fauna ictíica não é raro o encontro de novas espécies, sobretudo

em locais pouco explorados cientificamente. No caso do PEVV esta situação é

224
particularmente clara, uma vez que os incipientes esforços de coleta já permitiram

registrar gêneros cuja presença na região ainda não foi publicada.

Destacam-se no PEVV algumas formas ainda não descritas de pequenos

characídeos como Characidium sp. 1 e sp. 2 encontrados em toda a micro bacia do

rio Quebra Perna e Astyanax sp. que forma um novo complexo de espécies e em

especial apresenta uma forma endêmica das Furnas 1 e 2 do PEVV.

A região dos Campos Gerais nas proximidades do município de Castro é

tida como localidade tipo de Astyanax scabripinnis paranae. Contudo, esta espécie

tem sido registrada em muitas outras localidades (BRITSKI, 1972; CARAMASCHI,

1986) o que não deve ser natural haja vista a distribuição fragmentada da espécie e

sua característica de restrição à região de cabeceiras de riachos. Desta forma, os

lambaris Astyanax scabripinnis paranae do PEVV podem ser peça fundamental para

elucidar a história evolutiva e taxonomia deste grupo de peixes. Tais estudos

adicionais poderão indicar tratar-se de populações isoladas que constituem na

verdade uma nova espécie. Situação análoga pode ocorrer com relação ao candirú

Trichomycterus cf. castroi.


Merecem ainda destaque a espécie do gênero Characidium coletada no rio

Quebra Perna, junto ao ponto onde se instalaram as obras da ponte.

Algumas espécies não tão raras mas de interesse comercial são

verificadas no PEVV e em grande abundância na Lagoa Dourada é o caso do

corimba Prochilodus lineatus e da tabarana Salminus hilarii. São peixes de hábito

migrador e necessitam de grandes distâncias para completarem seu ciclo

reprodutivo. A construção de barragens no rio Tibagi é portanto, um fator que poderá

determinar a continuidade destas espécies ou sua extinção.

ENCARTE 3 225
3.7.18.3 Anfíbios

Segundo Hanken (1999), os anfíbios apresentam uma das maiores taxas de

descrição de novas espécies sendo provável que algumas espécies já tenham sido

extintas ou estejam se extinguindo antes mesmo de sua descrição formal

(HADDAD,1998). O declínio de populações e talvez até mesmo a extinção de algumas

espécies no Brasil tem sido observado (e.g. HADDAD, 1998; HEYER et al.,1988;

WEYGOLDT, 1989), isto em função das Florestas Ombrófila Mista e Florestas

Ombrófila Densa concentrarem um grande número de espécies de hábitos

especializados e portanto sensíveis às alterações ambientais (HADDAD, 1998). A

vulnerabilidade de muitas espécies de anfíbios pode ser atribuída a diversos fatores,

dentre eles destacam-se: alto grau de endemismo (LYNCH, 1979), modos reprodutivos

especializados, sendo que dos 36 modos conhecidos, 24 estão presentes nas

Florestas Ombrófila Mista e Ombrófila Densa (HADDAD, 1998).

A presença inusitada de Proceratophrys cf. boiei no entorno do Parque (figura

3.110) deve ser ressaltada, podendo a espécie ser considerada rara para a região.

FIGURA 3.110 PROCERATOPHRYS BOIEI, COLETADO NO ENTORNO


DO PEVV

226
3.7.18.4 Lepidópteros

Os seguintes gêneros apresentam espécies novas (Papias sp. n.).

Hesperiidae, Hesperiinae: Artines - 1 sp. n.; Corticea 1 sp. n.; Nastra 2 spp. n.;

Papias 1 sp. n.; Pompeius 2 spp. n.; Vidius 2 spp. n.


As 7 espécies novas de Artines (1), Nastra (2), Pompeius (2) e Vidius (2)

foram todas coletadas na parte baixa do sítio 9, no brejo e adjacências, razão da

imperativa necessidade de se manter preservado este sítio. A espécie de Corticea é

comum em todo leste do Estado do Paraná (no PEVV no sítio 6) e a espécie de

Papias é conhecida desde o nordeste brasileiro até Seara, Santa Catarina (no PEVV
no sítio 11).

As seguintes espécies estão na lista das espécies ameaçadas de extinção

no Estado do Paraná: Pieridae, Pierinae, Pierini: Charonias theano theano.

Riodinidae, Riodininae, Symmachiini: Symmachia arion arion. Lycaenidae,

Theclinae. Eumaeini: Arcas ducalis, Cyanophrys bertha. Todas são habitantes de

ambientes florestais e com exceção de Arcas ducalis, as demais ainda não foram

observadas no PEVV.

As seguintes espécies, além das ameaçadas de extinção, são

consideradas raras, portanto os seus habitats merecem cuidado especial na sua

preservação: Nymphalidae, Charaxinae: Memphis hirta. Riodinidae, Riodininae,

Lemoniini: Aricoris monotona, Lemonias albofasciata. Lycaenidae, Polyommatinae:

Pseudolucia griqua. Hesperiidae, Pyrginae, Pyrgini: Staphylus ascalon. Hesperiidae,


Hesperiinae: Alera furcata, Artines sp. n., Copaeodes castanea, Cymaenes warreni,

Nastra sp. n. 1, Nastra sp. n. 2, Nastra sp. n. 3 (Ponta Grossa), Pompeius sp. n. 1,

Pompeius sp. n. 2, Synale elana elana, Synale metella, Thargella evansi, Thespeius

haywardi, Thespieus homochromus, Thespieus xarina, Vehilius celeus vetus, Vettius

diana diana, Vidius mictra, Vidius sp. n. 1, Vidius sp. n. 2, Virga riparia.

ENCARTE 3 227
Destas, Memphis hirta possui distribuição ampla nas partes altas e

florestadas dos Estados do Paraná e Santa Catarina, no PEVV no sítio 6; Aricoris

monotona desde o Rio de Janeiro ao Paraná, no PEVV no sítio 4; Lemonias

albofasciata nos campos naturais de Mato Grosso, Paraná e Paraguai; Pseudolucia

griqua merece estudos especiais pois só é conhecida de Castro, Ponta Grossa (Vila
Velha - topo dos arenitos) e Guarapuava onde freqüenta os campos naturais;

Staphylus ascalon em áreas florestadas desde o Rio de Janeiro até a Argentina


(Missiones), no PEVV no sítio 8, aproximadamente 100m ao norte do

estacionamento; Alera furcata em áreas florestadas de Minas Gerais, Paraná e

Santa Catarina; Artines sp. n. nos campos naturais do primeiro e segundo planaltos

do Paraná, no PEVV no sítio 9; Copaeodes castanea dos campos naturais do

primeiro e segundo planaltos do Paraná e no Peru, no PEVV nos sítios 1, 6, 9 e 17;

Cymaenes warreni dos campos rupestres de Minas Gerais e Paraná, no PEVV no


sítio 8 e Tibagi, Paraguai e Bolívia; Nastra sp. 1 nos campos naturais do primeiro e

segundo planaltos do Paraná; Nastra sp. n. 2 só em Ponta Grossa; Nastra sp. 3 só

nos campos naturais do PEVV e Jaguariaiva; Pompeius sp. 1 nos campos naturais

do PEVV e há um registro de Mato Grosso (Diamantino); Pompeius sp. 2 só do

PEVV; Synale elana elana nos campos naturais de Goiás, Mato Grosso, Paraná,

Paraguai e Bolivia; Synale metella nos campos naturais de Minas Gerais, Mato

Grosso, São Paulo, Paraná e Paraguai; Thargella evansi em florestas em

Chopinzinho, Foz do Iguaçu e PEVV nos sítios 8 e 13; Thespeius haywardi nos

campos naturais de Palmeira e Ponta Grossa (PEVV) e Argentina; Thespieus

homochromus nos campos naturais e rupestres de Guaratuba, Tibagi, Campo Largo


e Ponta Grossa (PEVV no topo dos arenitos); Thespieus xarina nos campos naturais

de São Paulo, Paraná, Paraguay e Argentina, no PEVV no sítio 16; Vehilius celeus

vetus nos campos naturais dos primeiro e segundo planaltos do Paraná, no PEVV
nos sítios 6, 9, 12 e 13; Vettius diana diana em florestas de São Paulo a Santa

Catarina, um único exemplar do PEVV coletado do sítio 7; Vidius mictra nos campos

228
naturais dos primeiro e segundo planaltos do Paraná, no PEVV no sítio 9; Vidius sp.

n. 1 só nos campos naturais do PEVV; Vidius sp. n. 2 só dos campos naturais do

PEVV e Jaguariaiva; Virga riparia em brejos de campos naturais dos primeiro e

segundo planaltos do Paraná e Santa Catarina (Bom Jardim), no PEVV no sítio 9.

3.7.18.5 Répteis

As únicas avaliações existentes sobre os répteis tidos como sob risco de

extinção, no sul do Brasil, são: a lista oficial do IBAMA (BERNARDES et al., 1990), não

renovada há mais de dez anos, e a Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção

no Estado do Paraná (MORATO et al., 1995). Também o estudo realizado para o Estado

de São Paulo (SÃO PAULO, 1998) permite tecer algumas considerações especiais

quanto ao status conservacionista da herpetofauna paranaense.

Da lista do IBAMA, nenhum dos répteis registrados para a área do PEVV

consta. Tomando por base a relação produzida especialmente para o Estado do

Paraná, a qual não utilizou os critérios posteriormente estabelecidos, e amplamente

seguidos, da IUCN (1996) – mas enquadrou 12 espécies como sendo "ameaçadas

de extinção" – o PEVV ganha uma espécie sob risco, a serpente papa-pinto

Ditaxodon taeniatus (figura 3.111).

Os comentários de Morato et al. (1995) ainda conduzem à suspeição de

risco de extinção, por se tratar de espécies das quais não se possui informação

suficiente, outros 13 répteis, dois dos quais ocorrentes na região do Parque: as

serpentes Sordellina punctata e Bothrops itapetiningae.

Do rol de espécies ameaçadas de extinção pelo estudo realizado no

Estado de São Paulo, nas categorias "Em Perigo" ou "Vulnerável", quatro espécies

são encontradas na área do PEVV: o cágado Platemys spixii e as serpentes

Epicrates cenchria, Bothrops alternatus (figura 3.112) e Bothrops itapetiningae.


Contudo, da lista de espécies consideradas como "provavelmente ameaçadas", no

ENCARTE 3 229
mesmo estudo, seis répteis ocorrem na área de Vila Velha: o cágado Hydromedusa

tectifera e as serpentes Clelia rustica, Echinanthera cyanopleura, Gomesophis

brasiliensis, Ptychophis flavovirgatus e Sordellina punctata.

FIGURA 3.111 - Ditaxodon taeniatus, ESPÉCIE AMEA- FIGURA 3.112 - Bothrops alternatus, ESPÉCIE EM PERIGO
ÇADA DE EXTINÇÃO ENCONTRADA DE EXTINÇÃO AINDA ENCONTRADA NO
NO PEVV PEVV

Destaque, o status de conservação de 11 das 60 espécies aqui incluídas

sugere ou afirma algum grau de risco de extinção. Cerca de um sexto das espécies,

portanto, demanda cuidados especiais ao ser avaliado, ainda que a maioria desses

répteis possa ser considerada como insuficientemente conhecida (6 espécies).

Duas outras considerações interessantes podem ser feitas a esse respeito.


A primeira diz respeito à presença, entre as espécies acima consideradas, de quatro

serpentes próprias de áreas de várzeas e outros ambientes lênticos (G. brasiliensis,

P. flavovirgatus, S. punctata e B. alternatus), bem como das duas únicas espécies


de cágados existentes nos rios dos Campos Gerais: H. tectifera e P. spixii. Essa

constatação alerta para a necessidade de se priorizar os ambientes aquáticos da

região como estando entre os mais relevantes à fauna de répteis.

A outra consideração que pode ser feita é quanto a diferenças nas

considerações feitas nos estados de São Paulo e Paraná. A urutu Bothrops

alternatus é ainda relativamente comum nos Campos Gerais, e particularmente

230
comum em Vila Velha. O mesmo vale para o cágado-preto P. spixii (figura 3.113) e

para a salamanta E.cenchria. Contudo, essas mesmas espécies, em terras paulistas,

são consideradas sob algum risco de extinção.

Considerações mais recentes, após quase uma década de dados

acumulados por herpetólogos em atividade no Estado do Paraná, desde a

publicação da Lista Vermelha do Estado (1995), podem sugerir outras espécies

ocorrentes nos Campos Gerais como sendo suspeitas de risco de extinção, pelo

menos em âmbito regional. Estudos específicos sobre o status populacional desses

répteis são recomendados. Tratam-se dos lagartos Stenocercus azureus e Teius

oculatus, assim como das serpentes Clelia quimi, Lygophis flavifrenatus (figura
3.114), Lygophis meridionalis, Lystrophis histricus e Pseudablabes agassizi. Listas

de ameaçados do Paraná, no futuro, poderão conter essas espécies, o que elevaria

para 18 o número de répteis sob risco de extinção nos Campos Gerais

(preocupantes 30% do total regional de répteis).

FIGURA 3.113 - P. spixii, CÁGADO RELATIVAMENTE FIGURA 3.114 - L. flavifrenatus, SERPENTE EM PRO-
COMUM NA REGIÃO DO PEVV VÁVEL RISCO DE EXTINÇÃO NOS
CAMPOS GERAIS

Várias espécies guardam claro vínculo com os ecossistemas locais sendo

que das 60 espécies levantadas para a área, 20 são consideradas

biogeograficamente mais relacionadas aos Campos Sulinos do que às outras

ENCARTE 3 231
formações vegetacionais. Destas, nove são endêmicas desse bioma em seu sentido

mais estrito, ou seja, sua porção associada à Floresta Ombrófila Mista dos planaltos

frios da Região Sul do Brasil e porções similares do Estado de São Paulo. São os

lagartos Stenocercus azureus e Teius oculatus, bem como as serpentes Clelia rustica,

Ditaxodon taeniatus, Gomesophis brasiliensis, Lygophis flavifrenatus, Lystrophis

histricus, Phalotris reticulatus e Ptychophis flavovirgatus. Em relação à Floresta


Ombrófila Mista, que também ocorre de maneira significativa na região, cinco répteis

são hoje considerados endêmicos, mas apenas um deles foi constatado na porção em

que se insere o PEVV: a serpente muçurana Pseudoboa haasi.

3.7.18.6 Aves

Nenhum dos registros é novo para o Paraná, mas quatro são novos para a

bacia hidrográfica do rio Tibagi, conforme dados da região em Anjos & Schuchmann

(1997), Anjos et al. (1997) e em Bornschein (2001), a saber: colhereiro Platalea

ajaja, pinto-d'água-avermelhado Laterallus leucopyrrhus, bacurau-da-telha

Caprimulgus longirostris e andorinhão-de-coleira-falha Streptoprocne biscutata.


Quatro registros efetuados no PEVV, situado no alto rio Tibagi, fogem ao

padrão de distribuição que Anjos & Schuchmann (1997) lhes atribuíram na bacia

hidrográfica do rio Tibagi, a saber: socozinho Butorides striatus, andorinhão-velho-da-

cascata Cypseloides senex, relógio Todirostrum cinereum e tesoura-do-brejo

Gubernetes yetapa. Os autores mencionaram que a primeira não ocorria no alto rio
Tibagi, que a segunda só ocorria no médio rio Tibagi, que a terceira só ocorria no baixo

e em parte do médio rio Tibagi e que a última só ocorria em parte do médio rio Tibagi.

Quatorze espécies registradas são consideradas ameaçadas de extinção, o

que perfaz 6,0% de todas as espécies inventariadas (Anexo 12). Oito delas são

consideradas ameaçadas no âmbito estadual, conforme PARANÁ/SEMA (1995), oito

são consideradas ameaçadas no âmbito nacional, conforme a Portaria n.o 1.522 de 19

232
de dezembro de 1989 do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais

Renováveis – IBAMA, e cinco são consideradas ameaçadas no âmbito mundial,

conforme BIRDLIFE INTERNATIONAL (2000), obra na qual se adotou os critérios da

União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Essas cinco espécies

mundialmente ameaçadas são a águia-cinzenta Harpyhaliaetus coronatus, papagaio-

de-peito-roxo Amazona vinacea, noivinha-de-rabo-preto Heteroxolmis dominicana,

galito Alectrurus tricolor e caminheiro-grande Anthus nattereri.

A ocorrência das espécies mundialmente ameaçadas é mais relevante no

contexto da conservação da biodiversidade global. No entanto, uma delas foi

registrada apenas no entorno da unidade de conservação (caminheiro-grande) e

duas outras, ao que tudo indica, não residem no PEVV nem o possuem como rota de

migração ou outra forma de deslocamento (águia-cinzenta e papagaio-de-peito-

roxo). Assim, pelos dados até hoje levantados, pode-se dizer que o PEVV é mais

importante para a noivinha-de-rabo-preto e o galito, embora ainda não se saiba se

elas residem no PEVV ou não.

O galito foi registrado no PEVV nos estudos efetuados na década de 80 e,

nos atuais, apenas em um local de um sítio no entorno da unidade de conservação.

A noivinha-de-rabo-preto foi registrada em mais sítios, tanto no interior quanto no

entorno do PEVV, inclusive em áreas de agricultura.

3.7.18.7 Mamíferos

A maior parte dos mamíferos que ocorrem na região onde está localizado o

PEVV apresenta ampla distribuição. Muitas dessas espécies, porém, estão se

tornando ou raras ou ameaçadas em toda a sua área de distribuição, principalmente

pela destruição de seus ambientes.

Em relação às espécies originalmente ocorrentes na região e que

atualmente estão submetidas a algum grau de ameaça, considerando-se os critérios

ENCARTE 3 233
adotados mundialmente pela IUCN (Internacional Union for the Conservation of

Nature and Natural Resource), CITES (Conservation Internacional on Trade in

Endangered Species), no Brasil pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e

Recursos Naturais) e no Estado do Paraná (PARANÁ, 1995), destacam-se: bugio-

ruivo Alouatta fusca (PARANÁ/SEMA 1995); tamanduá-bandeira Myrmecophaga

tridactyla (IUCN - Lista Vermelha, 1996; Anexo II da CITES; IBAMA, Portaria


n.o 1522/89 e PARANÁ, 1995); lobo-guará Chrysocyon brachyurus (IUCN - Lista

Vermelha, 1996; Anexo II da CITES; IBAMA, Portaria n.o 1522/89 e PARANÁ, 1995);

felinos como jaguatirica Leopardus pardalisI (Anexo I da CITES; IBAMA, Portaria

n.o 1522/89 e PARANÁ, 1995); gato-do-mato-pequeno Leopardus tigrina (IUCN –

Lista Vermelha, 1996; Anexo da CITES; IBAMA, Portaria n.o 1522/89; e PARANÁ,

1995); gato-maracajá Leopardus wiedii (IUCN – Lista Vermelha, 1996; Anexo I da


o
CITES; IBAMA, Portaria n. 1522/89; PARANÁ, 1995); suçuarana Puma concolor

(Anexo II da CITES; IBAMA, Portaria n.o 1522/89; PARANÁ, 1995); e onça-pintada

Panthera onca (IUCN – Lista Vermelha, 1996; IBAMA, Portaria n.o 1522/89; PARANÁ,
1995); anta Tapirus terrestris (IUCN – Lista Vermelha, 1996; Anexo II da CITES; e

PARANÁ, 1995); queixada Tayassu pecari (Anexo II da CITES; IBAMA, Portaria

n.o 1522/89; PARANÁ, 1995) e veado-campeiro Ozotoceros bezoarticus (IUCN – Lista

Vermelha, 1996; Anexo I da CITES; PARANÁ, 1995).

Entre as espécies citadas acima, já desapareceram do PEVV tamanduá-

bandeira, veado-campeiro, queixada e, provavelmente, anta e onça-pintada. Entre

aquelas que apresentam um alto grau de ameaça somente é encontrado o lobo-guará,

evidenciando a importância dessa unidade de conservação para a sua manutenção.

234
3.7.19 Suficiência do PEVV para a Conservação da Fauna

3.7.19.1 Macroinvertebrados aquáticos

Considerando a avaliação da qualidade de águas e integridade dos

sistemas limnícos registrados no interior do PEVV, acredita-se que os mesmos não

são suficientes para a composição de uma rica e diversificada comunidade de

macroinvertebrados. Esta proposição se baseia no fato de que no interior do parque

a maior pontuação foi equivalente a 114 pontos, enquanto que no entorno, mais

especificamente no Buraco do Padre, obteve-se uma pontuação equivalente a 137

pontos. Este fato ressalta a importância do rio Quebra Perna para as comunidades

de macroinvertebrados aquáticos na região do PEVV.

No que se refere aos macroinvertebrados nota-se que em especial nos

sítios 2, 8, 10, 12, 13, 14, 15 e 16 no interior do PEVV e 17 e 19 no entorno, há

macro e microambientes que suportam a ocorrência de uma variada comunidade

destes organismos, nestes locais foi observado que a comunidade é composta por

muitos táxons (sempre superior a 10) e os indivíduos destes táxons se apresentam

em número elevado e diferentes estágios de desenvolvimento, bem como o tamanho

é diversificado. Estes fatos nos permitem inferir que tais sítios correspondem a locais

de estabelecimento destas populações, ocorrendo reprodução e desenvolvimento

nos mesmos. De um modo geral, estes sítios apresentam um estado de

conservação variável entre bom e ótimo, assim sendo, acreditamos que no PEVV há

relativa variedade de ambientes para a comunidade de macroinvertebrados, não

obstante, reiteramos que o entorno do parque, em especial o Buraco do Padre, é um

local que deveria ser incorporado à unidade por se tratar de um ambiente

extremamente propício ao desenvolvimento destes organismos.

ENCARTE 3 235
3.7.19.2 Peixes

Como ressaltado anteriormente, ações no sentido de expandir os limites do

PEVV poderiam garantir a manutenção de populações de espécies de peixes de

cabeceira ainda pouco conhecidas em sua biologia e até mesmo ainda não descritas

taxonomicamente. As áreas de interesse para este fim seriam aquelas referentes à

bacia do rio Quebra Perna no entorno norte e noroeste do PEVV.

Peixes migradores necessitam de grandes áreas conservadas para o

desenvolvimento de seus ciclos reprodutivos, portanto, para a conservação de

espécies como o corimba e a tabarana no PEVV faz-se necessário que o rio Tibagi e

seus afluentes sejam preservados na diversidade de seus ambientes.

3.7.19.3 Anfíbios

A ausência de estudos de longo prazo não permitem que se estime a

suficiência do PEVV para a manutenção de populações de anfíbios. A ocorrência de

uma espécie (sapo-de-chifres Proceratophrys boiei) ainda não registrada dentro do

PEVV e não esperada para o segundo planalto paranaense, nas proximidades do

Buraco do Padre (Faz. Ponteio) sugere a importância da inclusão de novas áreas à

esta unidade de conservação.

3.7.19.4 Lepidópteros

A suficiência do PEVV para a conservação de populações viáveis de

lepidópteros é uma questão de difícil resposta, porquanto não há estudos.

Realmente o parque não possui uma área relevante para grandes populações e a

incorporação de áreas adjacentes, com vegetação ao menos parcialmente

preservada, deve ser seriamente levada em consideração.

236
3.7.19.5 Répteis

Dada a reduzida disponibilidade de informações sobre as necessidades das

espécies registradas em Vila Velha em termos ambientais, e sobre a dinâmica das

populações nele inseridas, torna-se temerário lançar inferências sobre a suficiência

desta unidade de conservação com relação à manutenção de populações viáveis.

Por outro lado, parece óbvio o fato de que o progressivo isolamento do

parque com relação à outras áreas naturais tende a limitar os esforços para a

conservação de vertebrados da região. Somente estudos de longo prazo e

continuados que busquem investigar questões ecológicas e populacionais

específicas poderão dar amparo a inferências sobre o tema.

3.7.19.6 Aves

A determinação da suficiência do PEVV na manutenção de populações de

aves é um tema difícil de ser alcançado sem uma investigação mais profunda e

direcionada para tal. De forma subjetiva, pode-se inferir que para as espécies com

pouco deslocamento e de hábitos florestais ocorre uma certa suficiência. Contudo,

mesmo para essas, existe a possibilidade das populações do parque serem

dependentes de recursos externos à referida unidade de conservação.

Por outro lado, a insuficiência de recursos é mais fácil de ser determinada

quando consideramos grandes predadores (e.g. Harpyhaliaetus coronatus, Buteo

albicaudatus, Buteogallus meridionalis, etc) e espécies com grandes deslocamentos


diários (Theristicus caudatus, Streptoprocne zonaris, S. biscutata, etc.). Essas aves

utilizam o parque principalmente como refúgio e/ou área de reprodução, necessitando

de recursos externos para alimentação. Nesse sentido, a manutenção dessas

espécies só será possível se as áreas adjacentes ao parque forem conservadas.

Por fim, ressalta-se que a expansão do parque e regulamentação do uso

das terras do entorno é crucial para a manutenção dos ecossistemas que ele abriga.
ENCARTE 3 237
A definição das áreas de expansão deve obedecer a critérios técnicos científicos,

tendo como base a proteção de remanescentes naturais de campos, várzeas e

florestas da região. A escolha das áreas também deve priorizar a proteção das

nascentes dos rios e córregos que atravessam o PEVV.

3.7.19.7 Mamíferos

Entre as espécies de mamíferos existentes na região dos Campos Gerais e

que dependem de grandes extensões conservadas estão o tamanduá-bandeira

Myrmecophaga tridactyla, a suçuarana Puma concolor, a onça-pintada Panthera

onca, a anta Tapirus terrestris, o veado-campeiro Ozotoceros bezoarticus e o lobo-


guará Chrysocyon brachyurus (ver BORGES, 1989; BRAGA et al, 2000), todas

consideradas como ameaçadas de extinção (FONSECA et al., 1994; MACHADO et al.,

1998; PARANÁ, 1985).

Entre as principais causas de ameaça dessas espécies de mamíferos está

a extensão insuficiente da maior parte das áreas protegidas como unidades de

conservação (DIETZ, 1984). Este é o caso do PEVV, que representa, ao lado do

Parque Estadual do Guartelá, a mais importante unidade de conservação dos

Campos Gerais, mas que constituem apenas 1,86% dos campos remanescentes. O

restante está em áreas particulares que, devido à utilização com finalidade

econômica, vem restringindo as possibilidades de vida das grandes espécies de

mamíferos (PONTES FILHO et al., 1997).

Entre as espécies de mamíferos citadas acima, o lobo-guará foi a única

confirmada no PEVV. Segundo estudos em outras regiões, os lobos-guarás ocupam

uma ampla área de vida (aproximadamente 25-30 km2 para um casal), dependendo

da distribuição e abundância dos recursos alimentares (MACHADO et al., 1998).

Assim, a extensão total do PEVV seria suficiente para manter, no máximo, um casal

dessa espécie. A tendência desses animais, portanto, é ampliar sua área de

238
ocupação, o que só é possível saindo da área protegida do parque. Com isso ficam

expostos ao atropelamento na BR-376 e perseguição em muitas áreas particulares.

Portanto, o estado de conservação das áreas limítrofes ao PEVV, como do

segundo planalto em geral, é fundamental para muitas espécies de mamíferos típicas e,

eventualmente, ainda ocorrentes na região. Assim, ressalta-se a importância da zona

de amortecimento que deverá funcionar como zona-tampão em torno do PEVV,

representando a transição entre este e as terras intensivamente utilizadas.

As áreas menos alteradas no entorno do parque estão localizadas na

direção noroeste e nordeste, onde ainda existem capões e extensas áreas de

campos. Como já observado por Borges (1989), existe também uma importante

malha de florestas de galeria e grotões que se espalham por grande parte do

segundo planalto, as quais podem aumentar as possibilidades de interligação das

áreas mais conservadas, aumentando as chances de manutenção de populações de

espécies que, de outra forma, não poderão sobreviver.

3.7.20 Espécies Exóticas e Oportunistas

3.7.20.1 Macroinvertebrados aquáticos

Dentre os resultados obtidos salientamos a presença dos Chironomidae como

um grupo oportunista e colonizador, notadamente influenciado por fatores físicos e

químicos, bem como por aspectos biológicos, tais como densidade populacional,

competição e predação. Estes organismos estiveram presentes nos sítios 1; 2; 3; 10;

12; 16; 17 e 19 sempre em pequenas proporções, além disso, muitos autores destacam

estes organismos como indicadores de degradação ambiental, sendo sua presença em

muitos casos associadas a perturbações ambientais.

ENCARTE 3 239
3.7.20.2 Peixes

Não foi detectada a introdução de espécies exóticas na unidade de

conservação. Por outro lado, um controle mais efetivo da atividade de pescadores

clandestinos pode ajudar a manter este estado importante para a conservação da

comunidade ictíica do PEVV.

3.7.20.3 Anfíbios

Muitos herpetólogos que estudam a rã-touro Rana catesbeiana têm

responsabilizado esta espécie por danos severos a fauna nativa devido ao seu

amplo espectro alimentar (invertebrados, anfíbios, répteis, aves e mamíferos

segundo Bury & Whelan (1984). Existe informação de introdução dessa espécie em

ambientes naturais do Brasil, Canadá, Colômbia, Indonésia, Israel, Itália, Malásia,

Peru, Singapura, Espanha, Tadjikstan, Taiwan e parte dos Estados Unidos segundo

Baker (1995).

No Paraná são cada vez mais freqüentes os registros de indivíduos e até

mesmo populações de Rana catesbeiana. Existem registros de indivíduos livres na

região metropolitana de Curitiba, norte e sudeste do Estado do Paraná. No PEVV e

entorno não foi constatada a existência de criadouros desta espécie, contudo,

somente um estudo detalhado destinado especificamente ao levantamento de

criadouros de Rana catesbeiana em todo o entorno poderá indicar prováveis locais

em que esta espécie esteja se instalando.

Criações de Rana catesbeiana em condições inadequadas de instalação

podem causar a fuga de exemplares adultos e girinos que posteriormente

estabelecerão populações com grande sucesso reprodutivo e capacidade de

expansão graças à ausência de predadores naturais.

240
3.7.20.4 Lepidópteros

No PEVV não foram observados lepidópteros exóticos ou oportunistas.

Talvez vale registrar a presença totalmente ocasional de Hypolymnas misippus em

Ponta Grossa, há muitos anos atrás. É uma espécie de Taiwan que eventualmente

aparece em muitos lugares, mas aparentemente não se estabelece. Existem

registros de Ponta Grossa, Rio de Janeiro e Porto Santana no Amapá.

Provavelmente a larva se desloca da planta alimentícia e se esconde em objetos

posteriormente transportados pelo mundo.

3.7.20.5 Répteis

A única espécie exótica ocupante das regiões planaltinas do Paraná é a

lagartixa-das-paredes Hemidactylus mabouia (Família Gekkoniodae), de origem

africana mas há muito estabelecida na América do Sul.

A experiência dos herpetólogos em atividade no Paraná indica que, pelo

menos no sul do Brasil, essa espécie exótica não está tomando o lugar de qualquer

das lagartixas autóctnes. Três podem ser os motivos: (1) seja porque exemplares de

Gekkonidae não ocorram naturalmente no Brasil, abaixo do Trópico de Capricórnio,

(2) seja porque essa espécie possua hábitos noturnos, em franco contraste com os

demais lagartos da região, todos diurnos, ou (3) seja porque essa espécie ocupe

preferencialmente os ambientes urbanos e rurais (MYERS, 1945; VANZOLINI, 1978).

Não se sabe, por outro lado, se o nicho hoje ocupado por esse réptil seria

originalmente ocupado por algum animal sinantrópico nativo.

3.7.20.6 Aves

Duas espécies registradas são exóticas no Brasil, tendo sido trazidas da

Europa, a saber: pardal Passer domesticus e bico-de-lacre Estrilda astrild.

ENCARTE 3 241
As aves registradas no ambiente antrópico, ao menos aquelas residentes

ou freqüentes nesse ambiente, adaptaram-se à nova condição que o homem

provocou no meio, sendo, por isso, bastante plásticas e oportunistas. Por vezes,

muitas dessas espécies aumentam tanto seus contingentes populacionais que se

tornam pragas em certos locais.

À medida que áreas naturais são substituídas pelo ambiente antrópico,

criam-se novas fronteiras para as espécies oportunistas, que se dispersam

ampliando suas distribuições geográficas. Assim, elas tornam-se colonizadoras

recentes em muitas regiões. Devido à falta de estudos, em muitos locais, como no

PEVV e entorno, fica difícil saber se algumas espécies já existiam na região ou a

colonizaram vindo de longe, como o caminheiro-zumbidor Anthus lutescens e a

polícia-inglesa-do-sul Leistes superciliaris.

Aparentemente, não há notórios impactos negativos diretos incidindo sobre

a comunidade faunística e florística locais em conseqüência da presença das aves

exóticas e do comportamento colonizador das espécies oportunistas.

3.7.20.7 Mamíferos

Durante o trabalho de campo foram encontradas duas espécies exóticas, a

lebre Lepus capensis e o javali Sus scrofa. O rato-comum-de-casa Rattus rattus, foi

constatado em trabalho anterior (BORGES, 1989).

Entre as espécies nativas oportunistas, foram registradas o cateto Tayassu

tajacu e a capivara Hydrochaeris hydrochaeris, tanto no PEVV como no seu entorno.


A lebre foi introduzida na Argentina em 1988. No Paraná ocorre por todo o

estado, tanto em áreas de campos naturais como em áreas agrícolas e de plantio de

monoculturas arbóreas. É boa corredora, percorrendo distâncias mais longas do que

o tapiti Sylvilagus brasiliensis, o único lagomorfo nativo e que tem uma área de vida

mais restrita (NOVAK, 1991). Seus vestígios foram encontrados em todas as fases

242
de campo, nas áreas de campo seco (sítio 4), campo úmido (sítio 9) e por toda a

extensão da estrada dos arenitos (sítio 8).

Segundo Borges (1989), desde 1983 a espécie já havia sido registrada no

PEVV, tanto nas áreas alteradas como nas áreas de campos naturais. Apesar de

comum, as conseqüências de sua presença sobre as populações da espécie nativa

(tapiti) e sobre o ambiente ainda são pouco conhecidas. Entretanto, a introdução

dessa espécie exótica com capacidade de adaptação extremamente alta, pode

causar danos consideráveis em áreas naturais.

O javali Sus scrofa foi introduzido no Rio Grande do Sul e, através de

alguns criadouros, também no Paraná, no município de Palmeira, nas proximidades

do PEVV.

As formas selvagens e ferais de Sus scrofa são altamente adaptáveis às

mais diversas condições ambientais e climáticas. De modo geral, atingem a

maturidade sexual de seis meses a um ano. As fêmeas (como as da forma

doméstica) são poliéstricas e podem produzir ninhadas de até oito filhotes, duas

vezes a cada 14 meses. O cruzamento de indivíduos de estoques selvagem,

doméstico e feral, gera prole fértil (GROVES & GRUBB, 1993; SICURO, 1996).

Os catetos Tayassu tajacu aparentemente são bastante comuns na área

do PEVV, onde não sofrem pressão de caça. Esta é uma espécie que, por formar

grupos de poucos indivíduos, também apresenta menores necessidades de

deslocamento. Em grande parte de sua área de distribuição ocorre em simpatria com

o queixada Tayassu pecari, mas ao contrário desta última espécie, geralmente

consegue persistir e adaptar-se a novas condições ambientais. Além disso, em

áreas onde as populações de queixadas entram em declínio ou desaparecem –

como é o caso verificado no PEVV – as de cateto tendem a apresentar maiores

densidades (GOTTDENKER & BODMER, 1998; FRAGOSO, 1999), fato intensificado

pela disponibilidade alimentar proporcionada por atividades agrícolas (MARGARIDO,

2001), realizadas no parque durante muito tempo. A possível alta densidade da


ENCARTE 3 243
população dessa espécie no PEVV pode representar um certo risco para o ambiente

porém, em escala nada comparável aos prejuízos ocasionados pela presença dos

grupos de javali.

Outra espécie nativa oportunista, também de hábitos sociais, é a capivara

Hydrochaeris hydrochaeris. Sua presença no PEVV foi registrada na represa (sítio 5),
na várzea (sito 6), na várzea do rio Gabiroba (sítio 16) e na Lagoa Dourada

(sítio 15), não havendo, no entanto, evidências de excesso populacional. Essa

constatação ocorreu apenas através de relatos do proprietário da Fazenda

Barrozinho (sítio 20), no entorno norte do PEVV. Este fato, porém, está certamente

relacionado às atividades agrícolas do entorno e não representa risco aparente para

a área do parque.

3.7.21 Espécies de Interesse Ecoturístico/Educacional

3.7.21.1 Peixes

Na Furna 2 destaca-se a presença de uma espécie de lambari endêmico e

com alto risco de extinção. O local é único no mundo e pode ser considerado um

laboratório natural para o estudo de genética de populações e evolução. O ambiente

é equiparável com um grande aquário onde a população não pode aumentar mais

do que a capacidade do ambiente em sustentá-la ou levar ao casamento entre

parentes que provoca degeneração com o passar das gerações.

Na Lagoa Dourada a utilização de visualizadores externos postos sobre um

pequeno trapiche flutuante poderiam proporcionar a observação do ambiente

subaquático e o comportamento de espécies ictíicas locais como o acará

Geophagus brasiliensis, espécie que apresenta comportamento de proteção com a


prole, a tabarana Salminus hilarii e corimba Prochilodus lineatus, espécies de médio

porte abundantes no canal de conexão entre a lagoa e o rio Guabiroba.

244
3.7.21.2 Macroinvertebrados aquáticos

Toda a comunidade de macroinvertebrados representa um potencial

educacional importante no contexto do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Nestes

dois universos estes organismos são abordados como conteúdo disciplinar nas

áreas de Ciências e Biologia, uma vez que cada táxon apresenta peculiaridades e

interações muito interessantes com o meio fisico e a biota aquática como um todo.

Deste modo, o conhecimento da comunidade de macroinvertebrados do PEVV pode

despertar a busca do conhecimento científico em alunos de instituições de ensino da

rede pública e privada.

3.7.21.3 Anfíbios

A fauna de anuros presente em ambientes aquático florestais e abertos

representam grande potencial para o desenvolvimento de atividades educativas,

principalmente junto à crianças, cujo convencional comportamento aversivo com

relação a estes animais ainda não está imprimido.

A beleza das espécies nativas e o caráter "fotogênico" destas pode servir para

a produção de catálogos e manuais educativos para o público em geral, nos quais

sejam abordados aspectos de interação entre as espécies e o ambiente natural.

A represa localizada acima das piscinas no sítio 8 oferece boas condições

para a visualização e constatação auditiva de espécies interessantes sob ponto de vista

educacional, podendo-se acompanhar o desenvolvimento da metamorfose de espécies

como perereca marmorada Scinax eringiophilla e perereca-bicuda S. squalirostris.

3.7.21.4 Lepidópteros

A fauna de Lepidoptera como um todo poderia ser inserida nos roteiros

orientados pelos guias a serem contratados pelo PEVV. No entanto, não há espécies

ENCARTE 3 245
muito vistosas e abundantes. As espécies de Hamdryas, quando em disputa

territorial, emitem um som, dai serem chamadas de estraladeiras, e as espécies de

Pessonia, Iphixibia e Cytheritis, comumente conhecidas como pertencentes ao


gênero Morpho são muito bonitas pelos diversos tons azuis e branco nacarado.

Estas borboletas motivam qualquer estrangeiro a visitar o parque para vê-las.

3.7.21.5 Répteis

A despeito da tradicional aversão demonstrada pelo público leigo com

relação aos répteis é importante que o Parque cumpra seus objetivos educacionais,

levando ao público informações adequadas sobre a importância deste grupo e seu

papel nos ecossistemas locais.

Frise-se que dentre as dezenas de espécies ocorrentes na região, a

grande maioria é absolutamente inofensiva e, também as espécies peçonhentas,

mesmo sob o ponto de vista humano, cumprem importante função no ecossistema.

Tais espécies são muito vistosas e fotografias destas podem ser utilizadas

na elaboração de materiais didáticos.

3.7.21.6 Aves

Por conta das belezas naturais do PEVV, já ocorre um acentuado turismo.

Por sua vez dada a riqueza em espécies de aves desta unidade de conservação,

acredita-se que a unidade de conservação possa ser explorada para o turismo de

observadores de aves, que é uma atividade forte no mundo inteiro e que está

crescendo no Paraná.

Exemplos de espécies que podem ser encontradas com maior regularidade

e que despertarão interesse àqueles turistas são o pinto-d'água-avermelhado

Laterallus leucopyrrhus, mocho-dos-banhados Asio flammeus, bacurau-da-telha

Caprimulgus longirostris, curiango-do-banhado Eleothreptus anomalus (figura 3.115),

246
andorinhão-de-coleira-falha Streptoprocne biscutata, andorinhão-preto-da-cascata

Cypseloides fumigatus) pica-pau-anão-carijó Picumnus nebulosus, pica-pau-dourado

Piculus aurulentus, grimpeiro Leptasthenura setaria, papa-moscas-do-campo

Culicivora caudacuta, noivinha-de-rabo-preto Heteroxolmis dominicana, maria-preta-


de-garganta-vermelha Knipolegus nigerrimus (figura 3.116), galito Alectrurus tricolor,

corruíra-do-campo Cistothorus platensis, sabiá-ferreiro Turdus subalaris, cais-cais

Euphonia chalybea, saíra-preciosa Tangara preciosa e canário-do-brejo

Emberizoides ypiranganus, entre muitas outras.

FIGURA 3.115 - Leothreptus anomalus, ESPÉCIE AMEA- FIGURA 3.116 - Knipolegus nigerrimus, ESPÉCIE TÍPICA
ÇADA DE EXTINÇÃO FOTOGRAFADA DOS CAMPOS RUPESTRES
ENQUANTO REFUGIAVA-SE NA ES-
TRADA DE INCÊNDIO PRÓXIMO

O andorinhão-de-coleira-falha Streptoprocne biscutata e o andorinhão-de-

coleira S. zonaris fornecem um espetáculo particular de grande beleza quando

revoam aos milhares saindo ou entrando em furnas no amanhecer e no entardecer,

que certamente seria muito apreciado por visitantes do PEVV.

Todas aquelas e muitas outras espécies também possuem forte apelo

educacional, pois são ameaçadas de extinção, endêmicas do bioma Floresta

Atlântica, restritas a ambientes muito particulares no PEVV e/ou detentoras de

aspectos comportamentais e morfológicos peculiares. Informações sobre elas

poderiam ser aproveitadas em palestras, folderes e em painéis.

ENCARTE 3 247
Qualquer atividade turística ou educacional com foco em fauna silvestre, no

entanto, tem que ser efetuada seguindo certos cuidados básicos. Não se deve

oferecer alimento a qualquer espécie. Deve-se evitar transportar aparelhos de som

em alto volume, falar muito alto e usar roupas de coloração forte, óculos espelhados

e adereços como jóias, brincos e afins, especialmente longos e chamativos. Ainda,

deve-se evitar a visitação em sítios de reprodução, especialmente colônias

reprodutivas, durante o período de procriação e locais de congregação de espécies,

tanto para dormida quanto para alimentação.

3.7.21.7 Mamíferos

Entre as espécies de mamíferos atualmente ocorrentes no PEVV, apenas o

lobo-guará é realmente típico do ambiente lá existente. Assim, essa espécie poderá

representar uma “espécie-símbolo” dos Campos Gerais, sensibilizando e chamando a

atenção para a importância da conservação dos ambientes naturais remanescentes.

3.7.22 Ameaças à Fauna

3.7.22.1 Peixes

Em resumo as ameaças mais comuns à ictiofauna são: erosão com

deslocamento de solo para o interior dos leitos dos rios levando ao assoreamento e

alteração de hábitat, degradação da mata ciliar que serve de proteção ao

assoreamento e alimento aos herbívoros da cadeia lacustre, os efeitos antrópicos

como barragens artificiais, a introdução de espécies exóticas e pesca.

A alteração do curso dos rios como o represamento do Guabiroba leva à

modificação da comunidade de espécies de peixes, com predomínio para aquelas

adaptadas a ambientes lênticos em detrimento da diversidade original, ocasionando

perda de biodiversidade.

248
Contaminações promovidas pelo uso de agroquímicos largamente difun-

didos nas regiões limítrofes do PEVV também constituem sério risco à integridade da

fauna aquática.

Outro impacto a ser considerado é a introdução de espécies exóticas ou

transposição de fauna. Muitas vezes através da ação de pescadores amadores são

introduzidas espécies de peixes que não são nativas de uma dada região. Isto pode

levar a um descontrole da competição por espaço e alimento e a predação, podendo

levar várias espécies nativas à extinção.

3.7.22.2 Macroinvertebrados aquáticos

De um modo geral, diferentes fatores contribuem como ameaça à fauna de

macroinvertebrados, entre estes destacam-se a destruição das matas ciliares, a qual

provoca soterramento da região litorânea, o que impede o estabelecimento da

comunidade de macroinvertebrados.

Além disso, a contaminação por dejetos ou pesticidas também interfere de

maneira significativa na dinâmica das populações de macroinvertebrados.

No interior do PEVV verifica-se às margens do Rio Quebra-Perna (sítio 10)

algumas zonas de soterramento da região litorânea provocada pela destruição das

matas ciliares. Nestes pequenos pontos há um empobrecimento da comunidade de

macroinvertebrados quando se compara com outras regiões do mesmo rio, nas

quais a comunidade de macroinvertebrados é ampla e diversificada.

3.7.22.3 Anfíbios

Os anfíbios compartilham várias características ecológicas, fisiológicas, e

comportamentais que os tornam vulneráveis às alterações do habitat, principalmente

aquelas que resultam da alteração da cobertura vegetal original, que é geralmente

ENCARTE 3 249
acompanhada por uma alteração microclimática (como o nível da umidade e

temperatura) e de relevo.

O uso de agrotóxicos, principalmente organoclorados, de grande utilização

em todo o Estado, assim como herbicidas e fertilizantes específicos de determinadas

culturas, podem contaminar os corpos d’água permanentes e temporários. De forma

geral herbicidas possuem em sua composição substâncias que atuam como

detergentes diminuindo a tensão superficial, assim interferindo na respiração

cutânea em anfíbios adultos e particularmente na respiração branquial em girinos.

O principal agente herbicida é o Glyphosato (um organofosfato), de amplo

espectro usado para matar ervas daninhas em plantações, sobretudo de grãos. A

toxicidade para mamíferos e aves é baixa, porém pode afetá-los indiretamente

atingindo as essências botânicas nativas. Peixes, anfíbios e invertebrados que

dependem de água durante seus ciclos vitais podem ser atingidos. Também os

pesticidas organoclorados tem causado comprovada diminuição das populações de

espécies de anfíbios na América do Norte segundo Russell et al.(1995).

Atropelamentos na rodovia BR-376 que corta o PEVV, principalmente na área

da várzea do rio Guabiroba podem impactar populações de anfíbios principalmente no

período reprodutivo, quando estes deslocam-se mais intensamente.

Os anfíbios são altamente suscetíveis aos efeitos das práticas de

queimadas comuns no entorno do parque (figura 3.117). Estas são realizadas no

inverno, época em que grande parte das espécies está em período de menor

atividade. O fogo atinge muitos dos locais usados como abrigo (figura 3.118), tais

como: bromélias, euricauláceas, troncos secos e cascas de árvore. A baixa

mobilidade somada as características de pele úmida necessária nos processos de

respiração e hábito noturno tornam as queimadas a maior ameaça para as espécies

de anfíbios do PEVV.

250
FIGURA 3.117 - ASPECTO GERAL DO CAMPO QUEI- FIGURA 3.118 - VEGETAÇÃO HIDRÓFILA QUE SERVE
MADO EM PROPRIEDADES LINDEIRAS DE ABRIGO PARA ANFÍBIOS INCINE-
AO PEVV RADA

A ação do gado, sobretudo nas áreas de Estepe Higrófila e nas margens

dos rios e córregos contribui para o assoreamento nesses ambientes, intensificando

processos erosivos.

3.7.22.4 Lepidópteros

A destruição de habitat atualmente verificada em sítios do PEVV no qual o

fogo constitui o maior agente de modificação é o maior risco à fauna de lepidópteros.

A área entre o atual centro administrativo e o rio do sítio 9 era um campo natural de

vegetação baixa e na época das floradas, em novembro e fevereiro-março, estava

repleta de borboletas. Atualmente esta área, provavelmente devido ao fogo, foi

totalmente descaracterizada pela presença de outro tipo de vegetação composto de

samambaias, vassorões, etc., fazendo com que as borboletas que lá viviam

desaparecessem totalmente.

3.7.22.5 Répteis

Dado o caráter séssil e de pouca mobilidade apresentado pelos répteis, as

espécies do grupo tornam-se extremamente vulneráveis aos freqüentes incêndios

ENCARTE 3 251
que atingem o Parque. Isto se dá não só pela morte direta dos animais durante

esses eventos, mas também, provavelmente, pela exposição dos mesmos nos

meses que sucedem, durante os quais as espécies de campo tornam-se mais

vulneráveis à predação por falta de abrigo.

Neste contexto é importante ressaltar que espécies de aves rapineiras

como corujas, o carcará Polyborus plancus e a curucaca Teristicus caudattus,

espécies de aves menos sujeitas a ação direta do fogo e cujas populações se

ampliam nas áreas do entorno do Parque, são bastante favorecidas, predando

indivíduos que escaparam da ação direta das chamas.

Os répteis, tanto ou mais do que outros grupos, também são vitimados por

atropelamentos que, em muitos casos, ocorrem de forma deliberada por motoristas

pouco conscientes. A rodovia BR-376 talvez constitua um dos casos mais dramáticos

do Brasil, por tratar-se de rodovia de grande tráfego que atinge grande extensão do

Parque cortando-o ao meio.

3.7.22.6 Aves

Registros históricos e a presença de evidências físicas na vegetação

demonstram que o fogo constitui uma ameaça constante à fauna do PEVV, em

especial na época de seca, compreendida entre junho e agosto. Incêndios alteram a

disponibilidade de recursos, destroem abrigos de proteção e matam aves queimadas

ou por intoxicação pela fumaça.

Os recursos disponíveis às aves em condições naturais são profundamente

influenciados pelo fogo. Após as queimadas, as aves que não foram mortas

diretamente pelas chamas ou seus efeitos enfrentam a falta de alimento devido à

ausência de insetos, sementes e frutos. Essa nova condição do ambiente pode levar

a deslocamentos temporários para áreas que não foram atingidas pelo fogo. Dessa

forma, as regiões intactas adjacentes tendem a receber as aves em deslocamento, o

252
que provoca um aumento temporário das populações de aves. Sendo assim, as

queimadas impactam toda a região e não só as áreas diretamente afetadas. Em

todos os casos, a falta de recursos leva à subnutrição, comprometendo a condição

fisiológica dos indivíduos, o que, a médio e longo prazos, eleva os índices de

mortalidade e reduz o sucesso reprodutivo. Todas essas conseqüências são muito

agravadas se a incidência do fogo na região for freqüente.

A destruição de ambientes proporcionado pelo fogo gera a perda de muitos

abrigos de proteção utilizados pelas aves. Em conseqüência, muitas espécies ficam

fragilizadas à variações climáticas (chuvas e queda de temperatura) às quais

resistiriam em condições normais. Além disso, a ausência de abrigos leva ao

aumento da vulnerabilidade a predadores. A pressão por predação pode perdurar

por vários dias após a queimada, visto que o restabelecimento das condições

naturais é lento e gradual.

De maneira geral, as espécies mais impactadas pelo fogo são as que

possuem baixa capacidade de deslocamento e/ou as que são restritas a

determinados ambientes. Como exemplos, tem-se os Tinamidae campestres

(Nothura maculosa e Rhynchotus rufescens), os Rallidae (Rallus nigricans,

Laterallus melanophaius, Laterallus leucopyrrhus) e os Caprimulgidae de áreas


abertas (Caprimulgus longirostris, Podager nacunda e Eleothreptus anomalus), entre

várias outras aves.

A invasão de plantas exóticas, tanto herbáceas quanto florestais, diminui a

disponibilidade de ambientes necessário às aves do PEVV. Menos ambientes

disponíveis significa menos recursos e, conseqüentemente, diminuição das

populações das espécies mais dependentes e sensíveis. A proliferação de pragas

naturais, representadas no parque principalmente pelas vassouras (Baccharis spp. -

Asteraceae), samambaia Pteridium aquilinum (Dennstaedtiaceae) e por algumas

mimosáceas herbáceas (cf. Mimosa spp. – Mimosaceae), proporcionam o mesmo

efeito. Nos campos naturais, essa contaminação biológica é fruto indireto das
ENCARTE 3 253
queimadas, pois a maioria dessas plantas é oportunista, estabelecendo-se

inicialmente em solos expostos. Nos campos e também próximo aos arenitos

observa-se a invasão de gramíneas exóticas como o capim-gordura (Melinis

minutiflora – Poaceae) e capim-braquiária (Brachiaria sp. – Poaceae).


A invasão de espécies florestais exóticas (pinus e eucalipto) ocorre em

função da presença de plantios dessas árvores próximos ao parque. Espécies

arbóreas exóticas, quando invadem áreas campestres, mudam a fisionomia natural

do ambiente aumentando o sombreamento e alterando o regime hídrico e químico

do solo. Nas florestas, têm-se observado a proliferação descontrolada de cipós em

alguns locais, os quais impedem ou dificultam o crescimento das árvores retardando

a regeneração natural e, por vezes, regredindo a estrutura florestal à uma condição

bastantes depauperada.

Os animais exóticos que constituem ameaça às aves do PEVV são gatos e

cachorros domésticos e rebanhos eqüinos e bovinos do entorno que invadem o

parque. Gatos e cachorros constituem um impacto de menor magnitude na grande

maioria do parque, com exceção da área que sofre influência direta da vila de

moradores, próximo às furnas. Nessa área, é aconselhável efetuar um

monitoramento e, se possível, um programa de controle desses animais. Dos

animais exóticos detectados no parque, os rebanhos de gado bovino e eqüino

constituem a principal ameaça às aves locais, pois eles alteram a cobertura vegetal

através do pisoteio e do pastoreio, provocam erosões próximas às nascentes,

introduzem espécies exóticas de plantas por meio dos excrementos e da pelagem e

podem atuar como estoques de pragas e doenças. A invasão desses animais ao

parque é mais presente na área da Fortaleza, principalmente no platô de arenito

dessa formação. O gado, de certa forma, também contribui para a proliferação de

samambaiais, pois ele não explora esse recurso para alimentação, mas, por outro

lado, utiliza-se dos campos naturais abrindo espaço para as samambaias invadirem.

254
Por fim, existe uma pequena invasão de aves exóticas no PEVV. Essas se

concentram nas áreas de maior presença humana, representadas pelos blocos

administrativos, lanchonetes, entorno da vila de moradores e nas margens da BR-376.

Nesses locais é possível observar o pardal Passer domesticus e o bico-de-lacre

Estrilda astrild. Essas constituem ameaça no sentido de atuarem como transmissores


de doenças e de parasitas às populações autóctones, além de competirem por

recursos naturais.

Atropelamentos constituem impactos sobre as aves, proporcionados pelas

rodovias internas ao PEVV e pela BR-376, a qual corta parte da porção sul do PEVV.

Aves com pouca capacidade de vôo evitam cruzar essas rodovias, principalmente as

de maior tráfego. Isso pode impedir o contato entre certas populações, gerando um

isolamento que pode culminar em perda de qualidade genética dos grupos

envolvidos. Por outro lado, as aves que têm a capacidade de cruzar as rodovias

submetem-se ao risco de atropelamentos. Algumas espécies como a asa-branca

Columba picazuro, avoante Zenaida auriculata, as juritis Leptotila spp., chopim-do-


brejo Pseudoleistes guirahuro, melro Gnorimopsar chopi e o chopim Molothrus

bonariensis são atraídas para esse local em virtude da disponibilidade de grãos


(milho, soja e trigo) que caem dos caminhões que transportam a safra agrícola local.

Esse aporte de recursos também atrai uma fauna de mamíferos, principalmente

roedores, os quais constituem a base da alimentação de gaviões e corujas. Por isso,

essas aves instalam-se nas margens da referida rodovia sofrendo atropelamentos

freqüentes. Nas estradas internas ao parque deve-se ter o máximo de cuidado com

os deslocamentos de veículo à noite, em virtude do hábito de várias espécies de

curiangos utilizarem as estradas e aceiros como locais de pouso e alimentação.

Tanto as corujas quanto os curiangos ficam cegos temporariamente com a luz dos

faróis dos veículos, o que os tornam mais suscetíveis aos atropelamentos noturnos.

A caça e a captura de aves não foram detectadas durante o diagnóstico em

campo. Contudo, foi possível verificar que existe uma certa pressão por captura em
ENCARTE 3 255
virtude de alguns moradores do entorno possuírem aves engaioladas. Também

existem relatos de caça nas proximidades, inclusive em áreas internas ao parque.

Sendo assim, esse impacto está presente na região e deve ser coibido. A retirada

constante e seletiva de determinadas espécies pode levar ao desequilíbrio da

comunidade de aves local e a extinções regionais.

A maior parte das propriedades do entorno do PEVV são usadas para

agricultura convencional onde ocorre a utilização de inseticidas e herbicidas.

Algumas espécies de aves utilizam-se dessas áreas de cultivo para alimentação e,

conseqüentemente, podem estar sendo intoxicadas. Quando elas retornam ao

parque, introduzem elementos tóxicos na cadeia alimentar local. Além disso, a

qualidade das águas dos rios e córregos que cortam o parque e que, possuem

nascentes externas, também pode estar comprometida pelo uso indiscriminado de

pesticidas. Sendo assim, a utilização de produtos tóxicos nas lavouras do entorno do

PEVV constitui um impacto à comunidade de aves local.

As principais alterações antrópicas observadas no PEVV e que

comprometem a comunidade de aves local são o ajardinamento excessivo e a

represa do rio Guabiroba. As obras paisagísticas em excesso, presentes no entorno

de estradas, estacionamentos e construções, reduzem a disponibilidade de

ambientes naturais, expõe as aves e o restante da fauna à condições atípicas e

favorecem a proliferação de espécies exóticas de aves. O represamento do rio

Guabiroba altera o regime hídrico natural do rio e dos ambientes associados. Dessa

forma, a área de várzea que foi alagada desapareceu e deu lugar a um corpo d'água

que favoreceu outros grupos de aves, comprometendo a disponibilidade de

ambientes para as espécies que dependem de várzeas. Considerando que o PEVV

deva representar um testemunho dos ambientes naturais da região dos Campos

Gerais do Paraná, sugere-se, nesse sentido, o restabelecimento das condições

naturais na área da represa do rio Guabiroba.

256
Alguns detalhes das construções internas ao PEVV, referidos aqui como

infra-estrutura inapropriada, representam ameaças ou constituem fatores

comprovados de impactos sobre aves. O excesso de janelas de grandes dimensões

e com vidros transparentes provocam constantes choques e conseqüentes mortes

de aves. Contornar esse problema com o uso de cortinas ou com a fixação de

silhuetas de gaviões são alternativas ineficientes. É necessária a readequação

dessas construções trocando-se os vidros transparentes por vidros difusos e não

espelhados, ou adaptando-se um anteparo de tela metálica anterior às vidraças. O

excesso de iluminação artificial noturna também constitui um impacto que deve ser

evitado. Lâmpadas acesas durante a noite atrai muitos insetos e com isso altera a

dinâmica natural do ambiente privilegiando certos grupos e comprometendo outros.

Deve-se utilizar lâmpadas que não atraiam insetos e se manter um número mínimo

necessário delas acesas durante a noite. Por último, destaca-se a presença de

cercas de arame farpado em certos limites do parque. Essas estruturas são

extremamente agressivas à fauna local e devem ser trocadas por cercas com

arames lisos os quais, da mesma forma, evitam a entrada do gado desde que tenha

a devida manutenção.

Muitos dos turistas que freqüentam o PEVV têm atitudes e comportamentos

que impactam a fauna como um todo e, conseqüentemente, as aves. É comum se

observar a oferta de alimentos aos animais, a presença humana em locais

inapropriados, a poluição sonora e o abandono de lixo e de excreções humanas.

Isso não ocorre deliberadamente, mas sim em função da falta de orientação e

fiscalização. Nesse sentido, o baixo nível de educação ambiental de alguns

visitantes constitui um impacto que deve ser contornado. Como elementos

essenciais para evitar esses problemas deve-se criar seções educacionais no início

da visitação, providenciar o acompanhamento dos grupos de visitantes por guias

qualificados e intensificar a fiscalização.

ENCARTE 3 257
Por fim, em algumas ocasiões foram observados aviões de pequeno porte e

ultraleves cruzando o espaço aéreo do parque a baixa altitude. Uma vez foi verificado

um avião se aproximar dos arenitos, sobrevoar a área e retornar, indicando que a

intenção do vôo era apenas observar o parque. Todo espaço aéreo do parque e, em

especial sobre os arenitos, são ambientes intensamente utilizados por aves com

grande capacidade de vôo (e.g. Coragyps atratus, Cathartes aura, Buteo albicaudatus,

Theristicus caudatus, Streptoprocne zonaris, S. biscutata, Cypseloides senex, C.

fumigatus, etc.). A presença de aviões afeta essas aves espantando-as e desfazendo


bandos; além disso, provoca estresse em toda a ornitofauna devido à poluição sonora.

O espaço aéreo do PEVV deve ser considerado parte integrante desta unidade de

conservação e gozar do mesmo nível de proteção que os ambientes terrestres, pois

ambos são interligados e mutuamente dependentes.

3.7.22.7 Mamíferos

A região mais alterada do PEVV é a área anteriormente utilizada pelo

IAPAR. Nessa área está localizado também o seu maior capão, limitando-se, em

quase toda a sua extensão, com áreas completamente descaracterizadas. Esta área

está praticamente isolada das áreas mais preservadas do parque, assim como a

Lagoa Dourada e as Furnas, que também estão localizadas nessa região.

Os principais fatores de ameaça ocorrentes nesta área são: a

descaracterização dos ambientes não florestados; a existência de vastas extensões

cobertas por monoculturas arbóreas de espécies exóticas (Pinus spp. e Eucalyptus

spp.) e de Araucaria angustifolia, o que causou a diminuição da diversidade de

espécies da flora e, conseqüentemente, da fauna; a presença constante de pessoas

durante muito tempo; a disponibilidade de alimento (agricultura) e a escassez de

predadores, o que pode ter ocasionado o aumento de algumas espécies, como o

cateto Tayassu tajacu e mesmo veados Mazama sp.

258
Com a desativação das atividades agrícolas, a tendência é de que essas

espécies se desloquem para áreas vizinhas à procura de alimento, causando

prejuízos e expondo-as à perseguição pela caça.

A única área realmente destinada à conservação é a área anteriormente

administrada pelo Instituto Ambiental do Paraná, que apresenta os ambientes menos

alterados do PEVV, embora tenham sofrido, sistematicamente, a ação de queimadas

e a invasão de bovinos das fazendas limítrofes.

A área dos arenitos apresenta vastas extensões de campos secos e

úmidos e capões. Esta área, no entanto, sofreu muitas alterações em virtude das

condições inadequadas das instalações destinadas à exploração turística. Os

visitantes tinham acesso a pontos dispersos, com uma ocupação de espaço

prejudicial ao ambiente, prejuízos que ainda não foram recuperados. Além da

ausência de delimitação para restringir o acesso de pessoas, não havia informações

sobre atitudes adequadas durante a visita. Entre as conseqüências, salienta-se o

desequilíbrio de algumas espécies, principalmente quatis Nasua nasua, pela

disponibilidade de alimento e pela disposição inadequada de lixo.

Uma das grandes ameaças, entretanto, é o fato do PEVV ser cortado pela

BR-376, sem que haja um isolamento adequado em seus limites. Isso causa uma

grande vulnerabilidade em relação às bordas do parque em contato com a estrada e

um risco constante para a fauna, principalmente em relação aos animais terrestres

com hábitos cursoriais e com necessidade de grandes áreas de deslocamento, caso

dos grandes mamíferos.

Pontes-Filho et al. (1997), durante trabalho realizado na região dos Campos

Gerais, constatou sete mortes de lobo-guará em menos de um ano, cinco das quais

por atropelamento, sendo duas na BR-376, em frente ao PEVV. Conforme registros

existentes no Museu de História Natural Capão da Imbuia, outras espécies também

apresentam um alto índice de atropelamento, como cachorro-do-mato Cerdocyon

thous, graxaim Pseudalopex gymnocercus, veado-catingueiro Mazama gouazoupira,


ENCARTE 3 259
tamanduá-mirim Tamanduá tetradactyla, tatu-galinha Dasypus novemcinctus, ouriço-

cacheiro Sphiggurus sp. e lontra Lontra longicaudis.


Entre as atividades praticadas nas áreas do entorno do PEVV as
monoculturas arbóreas e agrícolas são as que mais afetam e transformam o
ambiente. A bovinocultura extensiva é uma atividade que pode ser considerada
compatível com a conservação parcial dos campos, embora muitas vezes essa
atividade esteja relacionada à introdução de espécies vegetais invasoras, pisoteio e
queimadas anuais que acabam atingindo também as florestas de galeria e os capões.

3.7.23 Representatividade do Parque Estadual de Vila Velha para a Conservação


da Fauna Silvestre Nativa dos Ecossistemas Abrangidos

O maior problema para a conservação das aves no Paraná é a perda de


ambientes (BORNSCHEIN & REINERT, 2000). O mesmo ocorre com as demais
espécies animais no Brasil e no mundo, contudo, no Estado do Paraná esta questão
é particularmente grave. A cobertura florestal original do Paraná perfazia quase 85%
da sua superfície. Deste total, restava menos de 8% em 1990, o que representou um
desmatamento de dez milhões de hectares (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA,
1992a). Este percentual de desflorestamento é similar ao verificado na Região
Nordeste do Brasil (WORKSHOP – MATA ATLÂNTICA DO NORDESTE, 1993), e é
maior do que o constatado, por exemplo, no estado vizinho de Santa Catarina, onde
sobrava até 1990 pouco mais de 16% da cobertura original (FUNDAÇÃO SOS MATA
ATLÂNTICA, 1992b)” (BORNSCHEIN & REINERT, 2000). Esse quadro de gravidade

pode, ainda, ser enfatizado pelos dizeres de Maack (1963), que mencionou que “a
amplitude da devastação das matas efetuada pelo homem no Estado do Paraná
escapa a qualquer descrição”.
Tal qual com as florestas, também ocorre com os campos, que ao longo
dos anos estão desaparecendo principalmente em decorrência da expansão
agrícola. Como agravantes para a conservação de paisagens abertas, não só do

260
Paraná como em todo o Brasil, tem-se o fato da legislação ambiental do país ser
voltada para a proteção de florestas e a peculiaridade da população, de um modo
geral, em não reconhecer a importância de ambientes que não as florestas
(BORNSCHEIN et al., 1998).
Devido aos fatos apontados e por constituir-se de campos nativos com

manchas naturais de floresta de araucária características do tão ameaçado bioma

dos “Campos Gerais”, o Parque Estadual de Vila Velha assume grande importância

para a conservação da biodiversidade estadual, como também nacional. Devido à

sua composição faunística, os Campos Gerais da região de Ponta Grossa foram

considerados de muito alta importância biológica no workshop Avaliação e Ações

Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica e Campos

Sulinos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2000).


O conjunto de informações obtidas a partir da análise da literatura já

produzida sobre a fauna do PEVV e região dos Campos Gerais, somado ao cenário

que hoje se apresenta na região em termos de uso do solo e dos recursos naturais

como um todo permitem afirmar que esta unidade de conservação representa uma

das únicas grandes áreas continuas remanescentes deste ecossistema e de sua

fauna característica. Contudo, importantes espécies já foram banidas da região e,

provavelmente, não possam mais chegar ao parque expontaneamente, dado o

estado de isolamento que acomete a UC.

Tal fato não deve ser tomado como um estímulo a ações de repovoamento,

mesmo porque, ao que tudo indica muitas espécies sumiram da região pela pressão

exercida pelo homem no entorno e interior da unidade de conservação, criando

condições ambientais adversas que pouco mudaram nos últimos anos, pelo

contrário, têm se agravado.

Sendo assim, o PEVV não poderá atingir a necessária representatividade

em termos faunísticos como unidade isolada, considerando-se que boa parte de sua

já pouca extensão foi utilizada por muito tempo como uma fazenda.

ENCARTE 3 261
Carecerá o Parque e toda a biota nele inserida de uma gama de esforços
institucionais e privados conduzidos a partir do instrumento de manejo, capazes de
congregar a unidade de conservação a uma rede de áreas naturais da região.
Portanto, outros instrumentos que normatizem o uso do solo nos Campos Gerais,
como o Plano de Manejo e zoneamento da Área de Proteção Ambiental da Escarpa
Devoniana, serão fundamentais também as ações que efetivem seu cumprimento,
atividade estreitamente ligada ao órgão ambiental do Estado.

3.7.24 Zona de Amortecimento

Sob o ponto de vista da conservação das espécies da fauna do PEVV,


surge naturalmente a tendência de se estabelecer como Zona de Amortecimento
aquela compreendida pelas bacias hidrográficas que drenam o Parque.
No caso de Vila Velha há clara necessidade de se buscar a normatização
do uso do solo nas áreas de cabeceira dos rios Quebra Perna e Guabiroba e seus
afluentes, localizadas na cota aproximada de 1.000 metros de altitude e que
correspondem aos divisores de água situados ao norte do Parque, área onde
inserem-se as Fazendas Capão Grande e Barrozinho e o Buraco do Padre.
Ainda, é importante ressaltar que as propriedades lindeiras ao sul do
Parque, principalmente as Fazendas Cambijú Moss e Rivadávia, têm importante
papel na manutenção de níveis compatíveis de conservação que permitam o
estabelecimento de áreas naturais contínuas entre o PEVV e a margem direita do rio
Tibagi devendo, portanto, receber tratamento similar àquelas anteriormente citadas.
Por fim, a propriedade pertencente à Placas do Paraná, detentora de
significativo plantio de pinus adjacente ao Parque é também digna de atenção, tendo
em vista seu potencial de disseminação de espécies exóticas para o interior da
unidade de conservação, bem como sua função na manutenção de áreas florestais,
suscitando, portanto, sua inclusão na zona de amortecimento, a qual deve estender-
se até a APP do rio Tibagi.

262
3.8 SITUAÇÃO ATUAL DO USO DO SOLO DO PEVV

De acordo com o mapeamento da área do parque a cobertura vegetal e

uso do solo é mostrado no quadro a seguir:

QUADRO 3.9 SITUAÇÃO ATUAL DO USO E COBERTURA DO SOLO EM RELAÇÃO AOS ECOSSISTEMAS ORIGINAIS

ECOSSISTEMA SITUAÇÃO ATUAL (uso e cobertura) ÁREA (ha)

Transição Estepe-Savana 1.151,15


Área de empréstimo – invasão de Pinus 9,89
Campo roçado 5,97
Cultivo agrícola abandonado 348,42
Cultivo agrícola abandonado - invasão de Pinus 105,02
Edificações 43,99
Estágio inicial de floresta - invasão de Pinus 129,36
Invasão de Pinus 11,79
Transição Estepe – Savana
Plantio de Araucaria e Eucalyptus 64,09
Plantio de Eucalyptus 102,90
Plantio de Pinus 38,53
Plantio de Pinus com Araucaria 9,58
Plantio de Pinus removido (2002) 33,51
Plantio ornamental com espécies exóticas 4,64
Transição para Floresta Ombrófila Mista Montana 49,02
Total da área do ecossistema 2.107,86
Floresta Ombrófila Mista Montana 678,13
Adensamento com Araucaria 56,17
Adensamento com Araucaria e Eucalyptus 7,88
Área de empréstimo - invasão de Pinus 0,97
Cultivo agrícola abandonado 2,92
Floresta Ombrófila Mista Montana Estágio inicial de floresta 10,83
Furnas 3,55
Ocupação urbana 29,23
Plantio de Eucalyptus 1,15
Plantio de Pinus 6,66
Total da área do ecossistema 797,48
Formação Pioneira de Influência Fluvial 119,86
Água 27,01
Formação Pioneira de Influência Fluvial Furnas 1,60
Invasão de Eucalyptus removido (2002) 11,31
Total da área do ecossistema 159,78
Estepe Higrófila 249,64
Estepe Higrófila
Total da área do ecossistema 249,64
Floresta Ombrófila Mista Aluvial 119,01
Floresta Ombrófila Mista Aluvial
Total da área do ecossistema 119,01
Refúgios Vegetacionais Rupestres 56,63
Refúgios Vegetacionais Rupestres
Total da área do ecossistema 56,63

TOTAL GERAL 3.490,40

ENCARTE 3 263
Conforme o verificado, a superfície identificada através do mapeamento,

3.490,40 ha, não corresponde a área legal do Parque, que é de 3.122,11 ha.

3.9 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

O Parque Estadual de Vila Velha foi criado pela Lei Estadual n.o 1.292 de

12 de outubro de 1953 com o destino precípuo de conservar a flora e a fauna e

estimular o turismo.

O título aquisitivo da propriedade foi uma desapropriação promovida pelo

Estado do Paraná que serviu de fundamento para o registro imobiliário realizado

conforme a transcrição 17.201 fls 158 do livro 3F da 1.a Circunscrição do Registro

Imobiliário da Comarca de Ponta Grossa, registro este efetuado em 08 de dezembro

de 1944, figura neste registro o Estado do Paraná como adquirente (doc. 01).

A transcrição 17.201 é portanto o primeiro registro do Parque e o ponto de

partida da análise jurídica. Constam no referido documento terras denominadas

Lagoa Dourada e Vila Velha com área de 1.290,13 alqueires ou 3.122,11 ha.
O sistema das transcrições das transmissões era regulado pelo Decreto

4.857 de 09 de dezembro de 1939. Neste sistema não se exigia uma perfeita

descrição do imóvel, fato este que possibilitou a confecção de transcrições sem um

mínimo de especificação do imóvel. Neste contexto legal a transcrição que

originariamente compõe o registro imobiliário do Parque Estadual de Vila Velha é

profundamente falha no que concerne a exatidão dos limites da área.

Tanto é assim que a referida transcrição descreve o imóvel como

“localizadas entre os rios guabiroba e Barrozinho, arroio do Cercadinho, Rio Quebra

Dente.” Estes são os dados indicativos da área o que demonstra destarte a pobreza
das informações cartográficas do registro. Consta ainda na transcrição a averbação

de uma benfeitoria constituída por uma edificação em alvenaria com 01 pavimento,

com área de 72,60m2 (casa do viveirista).

264
A transcrição 17.201 gerou a transcrição 22.262 inscrita no L. 3-S em 12 de

novembro de 1970 (doc.02). Este registro indica uma parte da área denominada Vila

Velha e Lagoa Dourada, com 424,88 ha e como proprietária a Empresa Paranaense


de Turismo “PARANATUR”.

A Transcrição 22.262 padece das mesmas deficiências encontradas na

transcrição 17.201, a descrição dos limites do imóvel é insuficiente para que se

possa reconstituir com precisão científica as fronteiras exatas do perímetro. Neste

documento assim está descrita a área:

“parte do imóvel denominado "Lagoa Dourada e Vila Velha" localizado neste


Município, com as seguintes características e confrontações: trata-se de uma parte
do imóvel denominado Lagoa Dourada e Vila Velha, com a área de 424,88 ha;
confrontando pelo norte, leste e oeste por uma linha seca, com terras do imóvel
ocupado pela Secretaria da Agricultura, ao sul pela BR-376 e o Rio Guabiroba.”

A Transcrição contém a averbação de um restaurante construído em

alvenaria de tijolos, pelo Estado do Paraná, sanitários e benfeitorias existentes.

A transcrição 17.201 gerou também a matrícula 6.990 do 2.o Ofício de

Registro de Imóveis de Ponta Grossa (doc. 03). Percebe-se inicialmente que a

matrícula está registrada em Cartório diferente daquele em que foi feita a transcrição

17.201. Isto ocorreu devido a divisão da circunscrição de Ponta Grossa em dois

Ofícios de Registros de Imóveis.

A Matrícula 6.990 apresenta uma área de 59.688,4639m2 ou 5.96 hectares.

O proprietário é a Empresa Paranaense de Turismo “PARANATUR” que recebeu em

doação do Estado do Paraná. Na matrícula consta um memorial descritivo que

aparentemente permite a reconstituição gráfica/cartográfica do perímetro. No entanto

deve-se destacar que o documento não preenche alguns requisitos da Lei

n.o 6.015/73 pois não contém com exatidão o roteiro de acesso. Nenhuma

averbação consta na matrícula com referência a acessões (edificações).

ENCARTE 3 265
Por último a transcrição 17.201 gerou a matrícula 6.991 do 2.o Ofício de

Registro de Imóveis (doc. 04). Neste documento consta uma área de

106.011,1240m2 ou 10,6 ha. O proprietário é a Empresa Paranaense de Turismo

“PARANATUR” em virtude de uma doação realizada pelo Estado do Paraná em

14.10.1977. Esta matrícula contém um memorial descritivo que também parece

permitir a reconstituição gráfica/cartográfica do perímetro. No documento não

existem averbações sobre as acessões/benfeitorias.

Do manejo destes documentos percebe-se que da área original (3.122,11 ha

contida na transcrição 17.201) a Empresa Paranaense de Turismo “PARANATUR” é

proprietária das seguintes áreas:

- Transcrição 22.262 de 12/11/1970 com área de 424,88 ha

- Matrícula 6.990 área de 5,96 ha

- Matrícula 6.991 área de 10,60 ha

Total 441,44 ha

Portanto o Estado do Paraná ainda é titular de 2.680.67 ha. Esta conclusão

decorre da análise dos documentos visto que na transcrição 17.201 (doc. 01) o
Estado era proprietário de 3.122,11 ha. Com as doações feitas para a PARANATUR,

restou o número supra.

Detalhe importante deste conjunto de registros públicos é o fato do primeiro

Ofício de Registro de Imóveis não ter repassado para o 2.o Ofício a transcrição

17.201. Com isto tem-se a inusitada situação notarial do Parque Estadual de Vila

Velha em dois Ofícios registradores, o que dificulta sobremaneira a regularização

fundiária da Unidade.

266
Em 5 de junho de 2002 através do Decreto n.o 5767 amplia o Parque

Estadual de Vila Velha em 681 ha. O Parque passa a ter área de 3.803,28 ha. Tendo

prazo de 5 anos para efetuar a regularização fundiária.

3.10 FOGOS E OUTRAS OCORRÊNCIAS

A ocorrência de incêndios florestais no território do Estado do Paraná

constitui-se em uma preocupação, que a cada ano, mobiliza uma grande soma de

esforços e recursos do setor público nas operações de prevenção e combate. A

dimensão desse fato está associada às condições climáticas da região (Parque

Estadual de Vila Velha), associada à vegetação dos Campos Gerais, caracterizada

por um longo período de estiagem e frio, castigando os campos principalmente entre

20 de junho a 21 de setembro, estação do inverno, propiciando condições ideais

para formação de focos de incêndio.

Nesta época do ano, normalmente há incidência de temperaturas baixas e

ocorrência de geadas, fenômenos estes que desidratam a vegetação, com isso

deixando-as vulneráveis em relação à combustão, as quais resultam em incêndios

florestais, ocasionados por fatores naturais ou humanos.

Os incêndios florestais em nível mundial são considerados de grandes

prejuízos, tanto ao meio ambiente como ao próprio ser humano e as suas atividades

econômicas, causando por inúmeras vezes perda de vidas.

3.10.1 Ações de Prevenção nas Unidades de Conservação

Realização de uma queimada controlada nas margens das rodovias BR-376,

com uma largura de aproximadamente 25 metros de largura em toda extensão do

parque, a ser realizada no mês de Junho, a fim de não permitir que a vegetação nesta

região seja um meio de propagação rápido.

ENCARTE 3 267
- Manutenção da localização dos atuais aceiros e construção de novos.

- Criação das brigadas de Incêndio.

- Criação de Alertas de Fogo.

- Obtenção diária de dados meteorológicos.

- Observar, por parte da administração os dispositivos do Código de

prevenção de Incêndios do Estado do Paraná, no que tange ao

aspecto da guarda e estocagem de materiais.

- Incrementar a fiscalização e a orientação dos turistas pelos policiais

florestais lotados no Parque

- Incentivar um programa de educação ambiental

- Distribuição de folder educativo aos visitantes, informado dos riscos,

causas e conseqüências de incêndios no Parque.

- Utilização da mídia na divulgação de mensagens preventivas ao

publico em geral

- Sinalizar de maneira ostensiva as trilhas quanto à proibição de fumar

3.11 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE USO PÚBLICO

A área de uso público de uma unidade de conservação se caracteriza por

ser o espaço definido para o desenvolvimento de atividades voltadas de educação e

interpretação ambiental, recreação e lazer do visitante. Os visitantes freqüentam as

unidades de conservação em busca de atividades físicas e de lazer, sendo

irrelevante o contato com a natureza, havendo a necessidade de motivá-los a

conhecer seus aspectos naturais.

Os primeiros contatos do visitante com os aspectos naturais se iniciam

através do centro de visitantes, onde estão dispostos materiais informativos e

equipamentos para a formação de uma consciência conservacionista.

268
A unidade de conservação deve garantir a visita a todos os seguimentos da

sociedade, criando condições de acesso a grupos locais e externos, com tratamento

especial aos moradores do entorno da unidade.

O Parque Estadual de Vila Velha, manejado desde a data de sua criação,

objetivava promover atividades voltadas a recreação e turismo. Historicamente

representou por décadas o segundo maior atrativo do Estado do Paraná, seguido do

Parque Nacional do Iguaçu.

Os atrativos naturais compostos pelo conjunto de arenitos, lagoa dourada e

furnas, receberam estrutura física, possibilitaram aos visitantes usufruir estas

belezas. A movimentação de pessoas promovida pela atividade turística estimulou o

incremento de serviços para o fornecimento de alimentos e bebidas, bem com a

comercialização de souvenirs, descaracterizando por três décadas, o uso social

adequado e compatível com os princípios da criação unidade de conservação.

Durante anos a infra-estrutura do parque ficou abandonada à própria sorte

o que levou o parque literalmente à degradação com instalações destruídas,

inscrições nas rochas e ausência de sinalização.

As trilhas por anos utilizadas, não obtiveram qualquer direcionamento ou

manutenção. Sem controle e uso além de sua capacidade, foram destruídas pelos

movimentos intensos e desordenados dos visitantes.

O desconhecimento das causas ambientais, da fragilidade do ambiente,

levou aos beneficiários utilizar-se dos aspectos cênicos, da própria estrutura

geológica para a construção de benfeitorias, cujas características incompatíveis com

a paisagem, promovendo impactos negativos sobre o ambiente.

O despreparo dos beneficiários, leva ao comprometimento dos aspectos

cênicos, da vegetação, da fauna, descaracterizando o local como unidade de

conservação, sendo conhecida apenas turisticamente.

O ecoturismo atividade capaz de conciliar a conservação da biodiversidade

ao desenvolvimento sustentável, recentemente passa a integrar as ações das


ENCARTE 3 269
unidades de conservação. A preocupação com ordenamento da atividade turística,

através de estruturas de mínimo impacto e qualificação de pessoal para gestão e

disseminação da conscientização das populações é recente.

Para conciliar o uso recreativo com os objetivos primários do Parque

Estadual de Vila Velha, os locais designados para o desenvolvimento das atividades

de uso público foram planejados visando controlar os efeitos negativos sobre o

ambiente e garantir a qualidade da experiência do visitante.

Assim, dentro dos novos conceitos de valorização do ambiente e de uso

sustentável, o Parque Estadual de Vila Velha, se estrutura para promover a proteção

efetiva de seus ecossistemas, delimitando e reordenando o uso da área para fins de

lazer orientado ou visitas responsáveis.

3.11.1 Histórico da Visitação

O Paraná é um Estado com passagem para inúmeros fluxos turísticos,

sendo os mais significativos os que demandam a Foz do Iguaçu, ao sul do Brasil e

aos países vizinhos do Mercosul. Parte deste fluxo passa pelo Parque Estadual de

Vila Velha, sem, no entanto, visitá-lo. A cidade de Ponta Grossa sendo não

beneficiada com o potencial representado pelo parque.

Em pesquisa realizada no parque no ano de 1999, constatou-se que dos

138.650 visitantes, dados do portão de acesso principal aos Arenitos, 42,40% eram

provenientes de Curitiba, seguidos por Ponta Grossa (16,20%) e São Paulo

(16,20%).

Dos entrevistados, 63,70% viajavam acompanhados da família. Aqueles

que viajavam em grupo e os que preferiam viajar sozinhos tiveram 27,20% e 9,10%,

respectivamente.

Grande parte dos entrevistados era do sexo masculino totalizando 79,80%

com faixa etária predominante entre 35 a 49 anos abrangendo 47,60%.

270
A principal forma de conhecimento do Parque foi através de informações

fornecidas por parentes e amigos.

Os entrevistados no parque esperavam encontrar na região melhor infra-

estrutura em hospedagem, alimentação, além de passeios de barco, cavalos e trem.

TABELA 3.3 - NÚMERO DE VISITANTES DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA


VISITANTES/ANO
MESES
1997 1998 1999

Janeiro 31.831 26.648 20.603


Fevereiro 16.162 12.842 14.015
Março 11.904 5.844 6.414
Abril 9.751 8.106 9.520
Maio 8.848 8.257 5.123
Junho 3.833 5.944 6.926
Julho 12.540 9.158 14.409
Agosto 12.805 6.608 8.707
Setembro 6.817 6.452 12.548
Outubro 8.255 10.213 12.959
Novembro 10.590 11.053 14.288
Dezembro 19.915 14.676 13.138
TOTAL 153.251 125.801 138.650

FONTE: Departamento de Estudos e Pesquisas/PARANÁ TURISMO (1999)

3.11.2 Perfil do Usuário

O perfil do usuário aqui descrito se refere a período anterior a sua

revitalização. Acredita-se que com a estrutura atual disponível possa haver

alterações.

Diferentes pesquisas foram realizadas no PEVV, porém, devido ao fato de

cada pesquisador utilizar um procedimento, não foi possível tabular todos os dados

levantados, pois as fichas para coleta destes dados apresentam formatos diversos.

Mesmo assim, apresenta-se um quadro síntese e uma análise dos tópicos que são

coincidentes em mais de uma pesquisa.

Os principais estados emissores de visitantes foram, em ordem de

representatividade, Paraná com mais da metade do total de visitantes (61,4%, 54,4% e

78,6%), seguido de São Paulo (12,2% e 22%), outros Estados (22,7%, 22,6% e 17,9%)

ENCARTE 3 271
e estrangeiros (3,7%, 1% e 3,5%). Isto demonstra que, apesar de conhecidas, nacional

e internacionalmente, as formações geológicas do PEVV, e demais atrativos têm atraído

basicamente o turismo estadual, demonstrando que a divulgação em outras regiões não

tem motivado o fluxo de visitantes de outros estados e de estrangeiros.

Entre os principais motivos para a visitação ao PEVV estão: Recreação e

turismo (67%, 73% e 42,8%), contemplar as formações rochosas (21,4%) e interesse

em aspectos ecológicos (15%).

Quanto ao meio de transporte para chegar ao PEVV é marcante o uso de

automóvel (67%, 92,5% e 59%), seguido de ônibus convencionais e de turismo (28%

e 37%).

Em relação às principais melhorias sugeridas estão o acompanhamento do

passeio por guias/condutores (16,4%, 58,8% e 73,2%), e também locais adequados

para alimentação (11,1% e 41,2%).

Apenas uma das pesquisas determinou um tempo médio de permanência

no PEVV (2 horas) e o passeio é realizado principalmente em família (92,3% e 44%)

ou em grupos (31%).

Quanto à freqüência da visitação há um certo equilíbrio, pois foi constatado

que era a primeira vez que visitava o PEVV (48,4%, 52% e 44,6%), enquanto já

haviam visitado duas ou mais vezes (51,6%, 48% e 55,4%).

Apesar do número reduzido de entrevistas pode-se dizer que as pesquisas

fornecem uma caracterização do público visitante, que apresenta o seguinte perfil:

- Pode ser considerado jovem;

- Com nível de escolaridade elevado;

- Possui carro próprio;

- Viaja geralmente com a família;

- Grande porcentagem reside no Paraná;

- Procuram o PEVV para recreação e turismo;

- Os atrativos naturais são os motivos para a visita;

272
- São exigentes quanto à infra-estrutura que desejariam desfrutar;

- Estariam dispostos a pagar pelo trabalho dos guias/condutores desde

que o preço cobrado não seja alto (o valor não ficou definido);

- Estariam dispostos a assistir uma palestra ou vídeo sobre o PEVV para

ampliar os conhecimentos sobre a área;

- A maioria já visitou outros parques;

- Há um equilíbrio entre homens e mulheres que visitam o PEVV;

- A visita atendeu as expectativas da maior parte dos visitantes.

3.11.3 Atrativos Naturais

O Parque Estadual de Vila Velha compreende uma área com grande

quantidade de belezas naturais, atraindo visitantes desde tempos remotos.

Devido à grande extensão territorial do Parque, este se demonstra propício

às atividades de caminhadas em meios as trilhas existentes e as possíveis que

possam ser abertas.

Os fenômenos naturais de Furnas aliados a uma interpretação ambiental

desenvolvida por especialistas se tornam um atrativo em potencial para o

desenvolvimento turístico do Parque.

Todos os atrativos naturais destinados a visitas, estarão descritos

minuciosamente nos próximos itens.

3.11.3.1 Os Arenitos

São grande atração devido as suas formações naturais, podendo ser

observadas as mais diversas formas esculpidas em rochas. Grande potencial para

estudos ou turismo científico, atividades escolares.

Os arenitos são o mais importante atrativo do Parque Estadual de Vila

Velha, devendo por isso estar dotado de toda estrutura necessária para atendimento
ENCARTE 3 273
ao visitante, estrutura esta objetivando minimizar os impactos negativos sobre o

patrimônio geológico mais representativo do Paraná.

No núcleo Arenitos estão disponíveis o Centro de Visitantes e estrutura de

apoio e segurança aos visitantes.

3.11.3.2 A Lagoa Dourada

A Lagoa Dourada pela exuberante cristalinidade de suas águas com seus

inúmeros cardumes de peixes visíveis a olho nu podem ser um grande atrativo no

incremento da visitação.

3.11.3.3 As Furnas

Estas atrações se destacam pela peculiaridade natural, apresentando outros

potenciais ambientais para o desenvolvimento de atividades integradas a natureza.

3.11.3.4 Outros aspectos naturais

A composição da vegetação natural caracterizada por campos que

circundam os remanescentes de pequenos capões floresta de araucária, distribuídos

na área do parque, formam um potencial para o desenvolvimento de atividades de

sensibilização e interpretação ambiental.

3.11.4 Desenvolvimento de Atividades

As atividades recreativas desenvolvidas ao ar livre devem ser compatíveis

com os objetivos de manejo da unidade de conservação. Estas devem promover o

equilíbrio entre a adequação do recurso natural e os anseios recreativos humanos.

Normalmente são limitadas visando minimizar os problemas sobre os recursos

físicos, ecológicos e culturais.

274
São atividades compatíveis aquelas que atendam as expectativas dos

visitantes em relação à sua experiência recreativa em determinada área, através da

compreensão do ambiente visitado. Assim, as atividades devem promover a

interpretação dos aspectos cênicos, da formação dos ambientes e da interação entre

os ecossistemas. “A interpretação procura revelar sentidos e estimular a relação

cognitiva e emocional. Essa reação deve impelir as pessoas a reconsiderar seus

valores básicos e seu comportamento” (WEARING & NEIL, 2001).

Os planos de interpretação devem ser consistentes, elevando a

imaginação do participante. Quanto mais imaginativa a abordagem, maior o

resultado. Quanto menos óbvia, mais eficiente. “Ninguém que visite uma floresta ou

uma reserva marinha conhecida por sua beleza natural deseja encontrar uma série

informações de concreto, pouco atraentes e opressivos, divulgando informações

sobre a área” (WEARING & NEIL, 2001).

Como exemplo podemos citar atividades consideradas aceitáveis:

caminhadas, fotografias, piqueniques, observação de flora e fauna, interpretação de

ambientes, embora ainda existam conflitos entre o comportamento aceitável do

usuário e os objetivos primários das unidades de conservação.

3.11.4.1 Atividades Desenvolvidas nos Atrativos Naturais

Trilhas

As Trilhas Interpretativas são importante instrumento de acesso de

visitantes aos principais atrativos da unidade de conservação. Devem ser planejadas

e implementadas de acordo com as características biofísicas, respeitando os

aspectos a serem preservados bem como proporcionar novas experiências aos

visitantes, através da interpretação dos motivos existentes ao longo de seu percurso.

Trilha Interpretativa é uma grande ferramenta de manejo de visitantes, promovendo

a interação do ser humano ao ambiente, com mínimo impacto negativo. São

ENCARTE 3 275
importantes na conservação do Parque, devendo funcionar como um instrumento de

ordenamento e disciplina do ingresso de visitantes aos principais atrativos.

É o meio pelo qual o visitante passa a interagir diretamente com as causas

ambientais, adquirindo consciência e comportamento adequado. O visitante, em

geral, ainda se apresenta de forma inconsciente ou insensível à conservação do

meio ambiente e à sua própria segurança.

A trilha, além de instrumento de interpretação, permite ao visitante realizar

suas experiências com segurança.

Como técnicas de manejo, as trilhas devem ser implementadas com

estrutura adequada, e integrada ao ambiente, com objetivo de minimizar os impactos

ambientais. Devem ser planejadas ainda, ações de monitoramento dos impactos,

bem como o acompanhamento dos visitantes durante o percurso, como forma de

proporcionar segurança ao usuário.

A principal importância das trilhas é o fato delas serem o meio que

enriquece as experiências dos visitantes além de ser o principal e mais adequado

veículo para promover a conscientização ambiental de todos.

O Parque Estadual de Vila Velha possui trilhas implementadas que

permitem o acesso aos principais atrativos naturais, apresentando para cada uma

delas o cálculo de capacidade de carga. Ressalta-se que os números estipulados

são parâmetros para controle de visitantes de acordo com a fragilidade do ambiente

e estrutura disponível. Além disso, será necessário adotar metodologias de

monitoramento para prevenção de prováveis impactos negativos. O limite através de

números não é suficiente para um manejo eficiente de visitantes.

O Parque Estadual de Vila Velha possui as seguintes trilhas:

- Trilha dos Arenitos

Sendo a principal trilha do Parque, o visitante poderá desenvolver sua

caminhada num percurso de 2.452,25m, durante aproximadamente 2 horas, para

276
observação e interpretação das formações rochosas únicas. Nesta trilha poderão ser

desenvolvidas dinâmicas de interpretação ambiental, a ser aplicada pelos monitores

ou condutores de visitantes de ecoturismo. Esta trilha permite a observação da fauna

e flora locais promovendo a interação mais efetiva entre os elementos do ambiente e

o visitante.

Visando evitar processos erosivos, a trilha encontra-se calçada em toda

sua extensão, pavimentada com rochas que apresentam características similares

aos dos arenitos. Com isto procurou-se oferecer maior segurança ao visitante

durante a caminhada procurando minimizar os impactos produzidos pelo pisoteio

dos visitantes. A trilha conta com ponto de partida e chegada, com paradas

estratégicas para observação, contemplação e interpretação do ambiente.

Capacidade de carga:

Os valores apresentados como capacidade de carga para as trilhas segue

metodologia CIFUENTES, no qual os parâmetros analisados não se limitam ao numero

apresentado de capacidade de carga efetiva sendo apenas uma referencia para

manejo, sendo flexível entre Capacidade Real e Capacidade Física, de acordo com a

estrutura e a dinâmica da UC. Deve-se implementar o Projeto de Monitoramento de Uso

Publico o qual permitirá avaliar o número ideal de visitantes por dia para uso da trilha.

Estimativa de limite de visitantes na área de uso intensivo do Parque

Estadual de Vila Velha, mais especificamente nos espaços compreendidos pela

trilha que acessa os arenitos.

Metragem: trilha dos arenitos = 2.452,25 metros lineares

Fluxo de visitantes considerando a metragem acima em sentido circular

único, com saída e chegada no mesmo ponto de partida.

Cada pessoa ocupa 1m2

Distância entre grupos = 200m

Tamanho do grupo = 20 pessoas + 1 guia + 21 pessoas

ENCARTE 3 277
Horário de visita = 10 horas/dia

CCF = Capacidade de Carga Física

CCF = 2.452,25m / 221 = 11,10 grupos de 21 pessoas = 233,10 pessoas ao

mesmo tempo distribuídas na trilha.

O percurso da trilha dura aproximadamente 2 horas.

10 horas/dia / 1:30 h = 6,6

233,10 pessoas x 6.6 = 1.553,9 pessoas/dia

CCR – Capacidade de Carga Real

Graus de subjetividade segundo CIFUENTES:

Perturbação a fauna: 3 meses/ano/12 x 100 = 25%

Fragilidade do meio físico = solo arenoso classificado como alto = 30%(já

considerando a pavimentação da trilha)

CCR = 1.553,9 x 100-25/100 x 100-30/100

CCR = 1.553,9 x 0,75 x 0,70 = 815,79

CCE = Capacidade de Carga Efetiva

Considerando o parque fechado um dia por semana para manutenção, isso

resulta em um mês por ano o parque fechado.

1mese/ano/12 x 100 = 8,33%

CCE = 815,79 x 100-8,33/100 = 0,91

CCE = 815,79 x 0.91 = 747,8 visitantes/dia

- Trilha da Lagoa Dourada

A trilha da Lagoa Dourada foi construída em madeira, elevada a 30 cm do

nível do solo, visando permitir o acesso dos visitantes sem promover a compactação

das margens da lagoa. A trilha apresenta formato linear, com largura 2 metros,

278
permitindo a circulação de pessoas nos dois sentidos. A trilha tem como objetivo

possibilitar o acesso a lagoa para observação do ambiente e fauna aquática.

A Trilha da Lagoa Dourada não deverá receber mais de 50 visitantes

simultaneamente. O fluxo de visitantes deverá ser controlado, não permitindo que

seja ultrapassado o limite estabelecido. Para controle do fluxo de visitantes, serão

necessários no mínimo dois monitores, em dias úteis e quatro monitores em feriados

e finais de semana.

Capacidade de carga:

Estimativa de limite de visitantes na área de uso intensivo do Parque

Estadual de Vila Velha, mais especificamente nos espaços compreendidos pela

trilha que acessa a Lagoa Dourada.

Metragem: Trilha da Lagoa Dourada = 400 metros lineares x 2,0 metros de

largura.

Fluxo de visitantes considerando a metragem acima em sentido de ida e

volta, com saída e chegada no mesmo ponto de partida.

Cada pessoa ocupa 1m2

Distância entre grupos = 200m

Tamanho do grupo = 20 pessoas + 1 guia = 21 pessoas

Horário de visita = 10 horas/dia

CCF = Capacidade de Carga Física

CCF = 800m / 221 = 3,61 grupos de 21 pessoas = 76 pessoas ao mesmo

tempo distribuídas na trilha.

O percurso da trilha dura aproximadamente 00:30 minutos.

10 horas/dia / 00:30 h = 20 grupos

76 pessoas x 20 = 1.520 pessoas/dia

ENCARTE 3 279
CCR – Capacidade de Carga Real

Graus de subjetividade segundo Cifuentes:

Perturbação a fauna: 3 meses/ano/12 x 100 = 25%

Fragilidade do meio físico = solo arenoso classificado como alto = 30%

Fator psicológico (confronto de grupos) = 30%

CCR = 1.520 x 100-25/100 x 100-30/100 x 100-30/100 =

CCR = 1.520 x 0,75 x 0,70 x 0,70 = 558 pessoas/dia

CCE = Capacidade de Carga Efetiva

Considerando o parque fechado um dia por semana para manutenção, isso

resulta em um mês por ano o parque fechado.

1mes/ano/12 x 100 = 8,33%

CCE = 558 x 100-8,33/100 = 0,91

CCE = 558 x 0.91 = 507 visitantes/dia

- Trilha das Furnas

A Trilha das Furnas pavimentada com paralelepípedos, em formato circular

e de curta distância, permite acesso ao mirante, a Furnas 1 e a Furnas 2 da AD

Furnas. Por esta trilha, chega-se ao elevador, onde é possível descer até o espelho

d`água da Furnas 1.

O fluxo de visitantes deverá ser controlado e acompanhado por no mínimo

2 monitores em dias úteis e 6 monitores em feriados e finais de semana.

Capacidade de carga:

Estimativa de limite de visitantes na área de uso intensivo do Parque

Estadual de Vila Velha, mais especificamente nos espaços compreendidos pela

trilha que acessa o Núcleo Furnas.

Metragem: Trilha do Núcleo Furnas = 500 metros lineares

280
Fluxo de visitantes considerando a metragem acima em único sentido, com

saída e chegada no mesmo ponto de partida.

Cada pessoa ocupa 1m2

Distância entre grupos = 200m

Tamanho do grupo = 20 pessoas + 1 guia = 21 pessoas

Horário de visita = 10 horas/dia

CCF = Capacidade de Carga Física

CCF = 500m / 221 = 2,2 grupos de 21 pessoas = 47,5 pessoas ao mesmo

tempo distribuídas na trilha.

O percurso da trilha dura aproximadamente 00:30 minutos.

10 horas/dia / 00:30 h = 20

47,5 pessoas x 20 = 950,2 pessoas/dia

CCR – Capacidade de Carga Real

Graus de subjetividade segundo Cifuentes:

Perturbação a fauna: 3 meses/ano/12 x 100 = 25%

Fragilidade do meio físico = solo arenoso classificado como alto = 30%

Fator psicológico (confronto de grupos) = 30% (já considerando a

pavimentação da trilha)

CCR = 950,2 x 100-25/100 x 100-30/100 x 100-30/100 =

CCR = 950,2 x 0,75 x 0,70 x 0,70 = 349,19

CCE = Capacidade de Carga Efetiva

Considerando o parque fechado um dia por semana para manutenção, isso

resulta em um mês por ano o parque fechado.

1mese/ano/12 x 100 = 8,33%


ENCARTE 3 281
CCE = 349,19 x 100-8,33/300 = 0,91

CCE = 349,19 x 0.91 = 317,76 visitantes/dia

3.11.4.2 Atrativos e atividades potenciais para visita e sugestão de estruturação

Os Arenitos

Poderão ser adaptadas as estruturas para o Centro de Eventos e Centro

Interativo.

Na trilha dos arenitos poderá ser praticada a Fotografia da Natureza,

com objetivo de registrar peculiaridades do ambiente natural, a flora, as formações

areníticas.

A Lagoa dourada

Deverá ser prolongado o deck atual até o início da lagoa no sistema de

palafita, elevado de madeira para mirante na região do lago para a contemplação do

visual cristalina o qual a Lagoa propicia.

Este equipamento tem por finalidade permitir aos visitantes uma melhor

observação da ictiofauna existente nesta área.

Poderá ser instalado nas proximidades da Lagoa Dourada o campo de

desafios. São Equipamentos dispostos em forma de circuito, a uma altura média de

2m a 4m do solo, com obstáculos que testam o equilíbrio e a autoconfiança dos

participantes. Deverá contar com pessoal qualificado e equipamentos adequados

para realização da atividade. O serviço deverá ser terceirizado, sendo obrigatório

seguro pessoal para o participante.

Anexo ao núcleo Lagoa Dourada deverá ser adequada a estrutura

existente da lanchonete visando o funcionamento do equipamento para atendimento

aos visitantes, devendo apenas dotá-la de máquina, equipamentos, móveis e

utensílios para a sua devida operacionalização. Esses equipamentos e os recursos

282
humanos necessários, bem como a manutenção e segurança da referida

lanchonete, serão encargos do concessionário.

O núcleo Lagoa Dourada deverá contar ainda com estrutura de sanitários e

material de primeiros socorros para atendimento aos visitantes.

As furnas

Nesta área deverá ser desenvolvido um espaço para lazer corresponde a

uma edificação existente na área de furnas e que possui Lanchonete, Sanitários,

Administração e/ou Depósito, e uma área coberta.

A edificação existente deverá ser reformada, substituindo a cobertura

existente de zinco por telha de barro. A nova cobertura deverá ser ampliada,

estendendo-se sobre a calçada frontal da edificação existente, cobrindo inclusive a

estação do sistema de transporte ali existente.

Deverão ser reformados os sanitários existentes e adaptada a edificação

para que contenha os seguintes itens: Lanchonete, Loja de Souvenirs, Bilheteria

para Arvorismo, Posto de Informações.

Na lanchonete não deverá haver preparação de alimentos, sendo

comercializado somente alimentos pré-preparados.

O Elevador deverá ser utilizado para fins contemplativos e interpretativos. O

Elevador desce cerca de 50 metros até o mirante flutuante situado no espelho d’água.

Além de agressivo à paisagem, impacta fortemente a visão externa da

mesma, devendo então harmonizar a estrutura de seu telhado para integrá-lo com a

paisagem local.

O Arvorismo será desenvolvido no núcleo Furnas. Trata-se de caminhada

em copas de árvores. A trilha elevada a ser implantada próxima a área de lazer, será

construída à altura das copas das árvores, com equipamentos projetados para o

desenvolvimento de atividades para os visitantes com segurança. Esta atividade

ENCARTE 3 283
deverá ser terceirizada, de acordo com especificações técnicas para implemento da

atividade com segurança, dentro da unidade de conservação.

O núcleo Furnas deverá contar ainda com estrutura de sanitários e material

de primeiros socorros para atendimento aos visitantes.

3.11.5 Histórico-Cultural

Além dos aspectos naturais, devem ser incluídas atividades de

interpretação dos aspectos históricos e culturais do PEVV para os visitantes.

3.11.6 Outros Aspectos Naturais

Associado aos campos e aos aspectos físicos, trilhas podem ser estudadas

para promover atividades de observação de aves e atividades ciclísticas, como

por exemplo: o aproveitamento da antiga estrada que acessa a cachoeira do Rio

Quebra Perna.

A fauna do PEVV é importante instrumento de interpretação ambiental, seja

por visualização, por vestígios, por vocalização, ou por meios indiretos através de

vídeos e painéis.

3.11.6.1 Trilha do Rio Quebra-Perna

Adequar antiga estrada existente até a cachoeira do Rio Quebra-Perna para

caminhada ou para ciclismo. Esta trilha se manterá em sua forma natural, sendo

possível disponibilizar ao visitante a oportunidade de desenvolver, simultaneamente,

caminhada ou atividade ciclística, visando à interação deste com o ambiente.

Nesta trilha serão permitidos somente pequenos grupos, devidamente

conduzidos por monitores capacitados para aplicar dinâmicas de interpretação

ambiental, de acordo com potenciais e capacidades da trilha.

284
Deverão ser desenvolvidos estudos de capacidade de carga, para limitação

do número de visitantes por dia e especificação para concessão dos serviços.

3.11.6.2 Observação de aves

Geralmente praticado por grupos de todas as idades que aperfeiçoam suas

habilidades em localizar e identificar as diferentes espécies de animais nos

respectivos habitats, observando seus comportamentos. Pode ser realizada ao longo

da trilha do Rio Quebra Perna, em horários especiais e acompanhados por

especialista.

3.11.6.3 Fotografia da natureza

Tem como objetivo, fotografar o ambiente natural, podendo ser feito em

grupos de fotógrafos amadores ou profissionais. O resultado deste produto poderá

ser divulgado no parque através de exposições.

3.11.6.4 Cicloturismo

O cicloturismo é uma atividade recente e ainda pouca e difundida no Brasil.

O objetivo da atividade é o uso da bicicleta para alcançar uma meta, desenvolver um

roteiro, chegar a um destino com suas próprias forças.

A bicicleta é um instrumento através do qual o visitante possa vivenciar

o ambiente com emoção e ao mesmo tempo poder compreende-lo sob

diferentes aspectos.

Para a prática desta atividade é possível adequar a antiga estrada existente

até a cachoeira do Rio Quebra-Perna, sendo necessário elaborar projeto de viabilidade,

estudo de capacidade de carga e definir número de monitores/instrutores.

ENCARTE 3 285
3.11.6.5 Caminhadas noturnas

Promover caminhadas noturnas, com objetivos de interpretação do

ambiente bem como observação de aspectos da astronomia. Deverá contar com

acompanhamento de especialista. Estas caminhadas deverão ser desenvolvidas nas

trilhas implementadas, com pequenos grupos, pré-agendados, cujos objetivos sejam

de observação dos aspectos da astronomia.

3.11.7 Campo de Desafios

Há 13 anos, montanhistas brasileiros de Analândia (SP), começaram a

esboçar o esporte, e só recentemente que a modalidade começou a ser mais

difundida no Brasil. A atividade se dá através de circuitos em copas de árvores ou

em estruturas montadas em troncos de eucalipto. Os movimentos podem variar de

uma simples escada de cordas, até movimentos mais complexos como tirolesas,

pontes, rapel, falsas baianas entre outras. Com estes movimentos, pode-se subir até

a copa das árvores, passar de árvore em árvore em circuitos que duram de poucos

minutos até horas com total segurança.

O campo de desafios é uma atividade física intensa, mexe com membros

superiores e inferiores, além de exigir um certo fôlego. Segundo a Tree Climbers

International, “há muito que se descobrir no alto das árvores”.

O Campo de Desafios é composto de um conjunto de equipamentos que

permitem a realização de diversas atividades físicas pelo visitante, que visam a

recreação e o estímulo à prática de esportes radicais em vários níveis de dificuldade

e permitem a integração do mesmo com o meio ambiente onde é praticado.

Entende-se por pista de desafios, um conjunto de obstáculos a serem

superados, baseando-se em técnicas de arvorismo, onde o visitante passa por

obstáculos diferentes e variados graus de dificuldade formando um circuito amplo ao

ar livre.

286
Essa atividade pode ser praticada por qualquer pessoa com uma altura

mínima de 1,30m, que não tenha problemas de saúde que impeçam a realização de

atividades físicas e não sofra fobia específica relacionada à altura. A finalidade é

oferecer um grande diferencial de atrativo, e uma opção de esporte radical com toda

segurança e acessível a qualquer pessoa.

Os equipamentos são dispostos em forma de circuito, a uma altura média

de 2m do solo para crianças e 4m do solo para adultos, com obstáculos que testam

o equilíbrio e a autoconfiança dos visitantes participantes do Campo de Desafios. Os

obstáculos podem ser: ponte pênsil, redes de cordas, tirolesas, escada Crusoé, meia

cana, parede de escalada, trava Vitória, estribos alinhados e trilhas elevadas.

A pista deverá ser construída na região do entorno da Lagoa Dourada

(acesso por uma trilha/lado direito da entrada do núcleo Lagoa Dourada). Deverá

ainda ser elaborado o projeto deste equipamento estabelecendo com clareza os

critérios de operação, segurança, e controles de acesso uma vez que a sua

utilização será cobrada.

Esta atividade terá uma taxa de ingresso específica pela participação nas

atividades realizadas no Campo de Desafios.

Deverá contar com os equipamentos necessários e o pessoal para orientar

as atividades, bem como a construção, manutenção e segurança desta área. As

atividades deverão ser monitoradas por um mínimo de 06 monitores. O campo de

desafios deverá contar com no mínimo 10 atividades.

A capacidade de carga para o atrativo dependerá da área física total a

ser construída, o qual ficará a cargo do concessionário estipulá-la para uso turístico

no local.

ENCARTE 3 287
3.11.7.1 Condicionantes do campo de desafios

As instalações e as estruturas de atendimento levando em consideração o

fluxo de visitas é de até 240 usuários por dia.

A realização da atividade deverá ser normatizada, contendo regras de

segurança e comunicação adaptadas para o caso de salvamento ou resgate de

seus usuários.

Para controle e segurança da realização das atividades, deverá ser a

elaborado e aplicado uma ficha cadastral do usuário.

Esta deverá ser preenchida obrigatoriamente, no momento de entrada ao

Campo de Desafios e deverá conter informações referentes à procedência, tipo

sangüíneo, experiência, equipamentos, contato para emergência, entre outros.

Também deverá ser fornecido, manual ou outro informativo a respeito do

ambiente, restrições e aconselhamentos. O serviço de atendimento e orientação ao

visitante deverá ser feito por pessoal capaz de realizar triagens, inspecionar

equipamentos e trabalhos preventivos qualificados.

O acesso do visitante a setores do Campo de Desafios somente deverá ser

permitido, após estes procedimentos juntamente com a obrigatoriedade do uso de

equipamentos adequados.

Todos os setores do Campo de Desafios deverão ser adequadamente

equipados e deverão utilizar somente material homologado nos quesitos de

segurança, devendo ser periodicamente inspecionadas.

Poderá ser admitido um número maior de usuários /dia desde que um

estudo de capacidade de carga realizado e aprovado pela administração do Parque.

É obrigatória a existência de seguro aos visitantes fornecidos pelo

operador, bem como de sua responsabilidade operações de salvatagem decorrentes

desta atividade.

288
3.11.8 Arvorismo

O Arvorismo, teve sua origem com botânicos e pesquisadores americanos

e europeus, que desenvolveram esta técnica para estudar ecossistemas. Tree

Climbing (escalada de árvores) ou Canopy Walking (caminhada em copas de

árvores) são os termos em inglês. Arborismo ou arvorismo, são as expressões que

tem ganhado força na língua portuguesa para expressar a técnica utilizada.

O arvorismo consiste em um conjunto de atividades realizadas nas copas

das arvores, interligadas através de escadas, pontes suspensas, tirolesas, teias,

entre outras, podendo ser praticada por qualquer pessoa com uma altura mínima de

1,30m, não tenha problemas de saúde que impeçam a realização de atividades

físicas e não sofra fobia específica relacionada à altura.

O arvorismo deverá se desenvolver no núcleo Furnas, mais especificamente

em área localizada ao lado do estacionamento de veículos conforme aponta as

fotos seguintes.

Deverá contar com os equipamentos necessários e o pessoal para orientar

as atividades, bem como a construção, manutenção e segurança desta área.

As trilhas elevadas destinadas a atividade de Arvorismo, deverão constituir

um circuito integrado com no mínimo três (03) trilhas de 100 metros e uma torre de

observação de dossel na copa de uma araucária.

As trilhas deverão estar a cinco, dez e vinte metros do solo respectivamente,

sendo que a trilha a 5 metros do solo poderá ser construída como passarela com toras

de eucalipto ou com sistema de cordas, e as trilhas a 15 e 20 metros do solo deverão

ser construídas com materiais que não prejudiquem a biota e o crescimento da flora,

não podendo ser construído em sistema de palafitas.

A torre de observação da copa da araucária deverá estar a

aproximadamente 25 metros do solo e integrada ao circuito de trilhas. Poderá ser

construída no sistema de palafitas com toras tratadas.

ENCARTE 3 289
Sua finalidade e seus objetivos são de proporcionar a educação ambiental

despertando o interesse das pessoas para a preservação do ecossistema, através

do conhecimento do mesmo, contemplação da fauna e flora, proporcionando lazer e

recreação e gerar uma fonte de renda alternativa para as comunidades do entorno e

para a conservação da área.

3.11.8.1 Condicionantes do arvorismo

A realização da atividade deverá ser normatizada, contendo regras de

segurança e comunicação adaptadas para o caso da necessidade de salvamento ou

resgate de seus usuários.

Para controle e segurança da realização das atividades, deverá ser a

elaborado e aplicado uma ficha cadastral do usuário. Esta deverá ser preenchida

obrigatoriamente, no momento de entrada ao equipamento, e deverá conter

informações referentes à procedência, tipo sangüíneo, experiência, contato para

emergência, entre outros.

Também deverá ser fornecido, informativo a respeito do ambiente,

restrições e aconselhamentos. O serviço de atendimento deverá ser feito por

pessoal capacitado de realizar triagens, inspecionar equipamentos e trabalhos

preventivos qualificados.

O acesso do visitante às trilhas somente deverá ser permitido, após estes

procedimentos juntamente com a obrigatoriedade do uso de equipamentos adequados.

É obrigatória a existência de seguro aos visitantes fornecidos pelo

operador, bem como a responsabilidade de atendimento a visitantes acidentados

nesta atividade.

Deverão ser elaboradas as especificações técnicas, procedimentos de

implementação, gestão e manutenção do equipamento.

290
A capacidade de carga para o atrativo dependerá da área física total a

ser construída.

O acesso às atividades de arvorismo será através de ingresso específico.

O preço do ingresso ao atrativo deverá ser estipulado mediante a área física do

atrativo, bem como número de pessoas envolvidas na monitoração.

3.11.9 Atividades Relacionadas ao Arvorismo e ao Campo de Desafios

- Escada solta (Alaya)

Semelhante a uma escada normal, o equipamento é utilizado para subida

nos aparelhos de arvorismo. É constituído de cabos de aço e pequenos pedaços de

madeira. O sistema é solto, não ficando preso ao chão.

- Acrobata 1 cabo

Ponte montada com 3 cabos de aço, onde 2 são apoios para mãos e 1

para apoios dos pés.

- Ponte Jacaré

Ponte bamba, feita com pequenas bases para apoio dos pés e apoios

firmes com cabos de aço para mãos.

- Meia Cana

Movimento acrobático onde a pessoa equilibra-se em um cabo de aço. A

segurança é feita com equipamentos de técnicas verticais.

- Falsa Baiana

Travessia utilizando 2 cabos de aço para apoio dos pés e mãos.

ENCARTE 3 291
- Tirolesa

Travessia utilizando um cabo de aço preso ao equipamento de segurança.

- Cabo aéreo

Travessia utilizando um cabo de aço preso ao equipamento de segurança

e uma roldana. Este movimento diferencia-se da tirolesa em sua angulação que é

feita para baixo com o intuito de alcançar maior velocidade.

- Escada do Xingu

Escada feita com tronco de árvore entalhado.

- Ponte Tibetana

Ponte montada com 3 cabos de aço, onde 2 são apoios para mãos e

1 para apoios dos pés e amarrações laterais em formato de W.

- Trava Vitória

Ponte com pequenos troncos em linha reta, presos a 2 cabos de aço que

servem de apoio as mãos.

- Trava solta

Ponte com pequenos troncos em linha reta fixos em sua base sem apoios

para as mãos.

- Balanços Vitória

Travessia sobre pequenos troncos apoiados como uma balança nos 2

cabos de aço guia das mãos.

292
- Estribos Alinhados

Travessia apoiando os pés dentro de estribos em formato piramidal e as

mãos em cabos de aço guia.

- Tambores Alinhados

Travessia rastejando de costas dentro de tambores cortados em suas

extremidades.

- Teia de Aranha

Travessia apoiada em rede colocada na vertical ao solo.

- Pulo do Tarzan

Pêndulo cuja parada é segurando-se em uma rede.

- Escada Lacraia

Escada utilizada pelo Corpo de Bombeiros para poda de árvores e em

incêndios. Possui um corpo central e apoios para mãos e pés alternados.

- Ponte de Rede

Travessia utilizando uma rede posta em formato côncavo.

- Ponte Vitória

Ponte montada com 3 cabos de aço, onde 2 são apoios para mãos e 1

para apoios dos pés e amarrações laterais em formato de V.

- Escada Crusoé

Semelhante a uma escada normal, o equipamento é utilizado para subida

nos aparelhos de arvorismo. É constituído de cabos de aço e pequenos pedaços de

madeira. O sistema é preso ao chão.

ENCARTE 3 293
3.11.10 Descrição da Estrutura Física Existente e a ser Adequada para o

Atendimento aos Visitantes Existentes

Neste item são descritas as estruturas necessárias ao desenvolvimento de

atividades na área de uso público, bem como os serviços e equipamentos para

atendimento das necessidades dos visitantes.

3.11.10.1 Guarita-portal

Situado na entrada do parque, se destina identificar o acesso de visitantes,

sendo o primeiro contato destes com a unidade. Serviços de vigilância e primeiras

informações estão afetas ao Portal, bem como o controle de entradas e saídas de

veículos. Sinalização indicando horários e datas de funcionamento do parque

deverão ser fixadas.

3.11.10.2 Estacionamento

O serviço de estacionamento dispõe de 310 vagas para veículos de

pequeno porte e 11 vagas para ônibus ou caminhões

3.11.10.3 Centro de visitantes

“Os centros de visitantes são edifícios ou espaços especiais, em que

exposições e exibições são apresentadas com relativo conforto e em ambiente

controlado. As exposições podem incluir fotografias, mapas, espécies animais”

(WEARING & NEIL, 2001).

O Centro de Visitantes do PE Vila Velha tem por finalidade a recepção,

informação, educação ambiental e serviços de apoio ao visitante. Este Centro

corresponde a uma edificação adequada para disponibilizar serviços de auditório,

294
para projeção de filmes e realização de palestras, espaço destinado a exposição

temática, lanchonete, sanitários, ambulatório, terminal de embarque e desembarque

de passageiros(a ser construído), loja de souvenir e conveniências. “A experiência

do turista em um centro de visitantes normalmente termina em uma loja de

souvernires que comercializa material de extensão, como guias de viagem e mapas

detalhados” (WEARING & NEIL, 2001).

No auditório instalado no Centro de Visitantes é obrigatória a passagem do

visitante antes de seu destino às áreas internas do Parque. Deverá ser realizada

uma apresentação de boas vindas através de explicações diretas e pessoais, ou por

meio de recursos áudio visuais contendo informações sobre o Parque, como suas

características físicas, biológicas, históricas e culturais.

As informações devem também englobar as questões comportamentais

dos visitantes e orientações sobre o funcionamento do sistema de transporte, dos

diversos serviços e atrativos que o parque oferece, bem como de seus custos

sempre que forem adicionais ao ingresso.

Através do Centro de Visitantes, tem-se o controle efetivo do ingresso e

permanência dos visitantes. Este controle deve ser realizado com a disponibilidade

de funcionários para efetuar a recepção e o monitoramento do visitante durante sua

permanência na unidade de conservação.

3.11.10.4 Sala dos Campos Gerais (Centro de Eventos)

Edificação originalmente destinada ao restaurante, situada próxima ao

centro de visitantes, deverá ser destinada para exposições e divulgação dos

atrativos do município de Ponta Grossa e Campos Gerais, com a realização de

eventos, seminários, cursos, palestras, simpósios ou atividades similares. Para

tanto, o centro de eventos deverá ser dotado de equipamentos adequados para esse

tipo de utilização.

ENCARTE 3 295
Esse espaço também poderá ser utilizado em dias de pico como área

alternativa para atendimento das funções do centro de visitantes, no intuito de dar maior

vazão ao fluxo de visitantes, evitando assim congestionamentos na área de espera.

3.11.10.5 Estrada interna

Sistema viário interno, interligando os principais atrativos do parque,

através de estrada calçada com poliedros, com distância equivalente a 4,5 km

(quatro quilômetros e meio) e estrada asfaltada com distância de 18 km.

3.11.10.6 Lanchonete

Anexa ao edifício do Centro de Visitantes, Área de Lazer, Lagoa Dourada e

Furnas destina-se oferecer um local agradável para descanso e alimentação dos

visitantes. As estruturas existentes se encontram totalmente adequadas ao

funcionamento do equipamento devendo apenas dotá-las de máquina,

equipamentos, móveis e utensílios para a sua devida operacionalização.

3.11.10.7 Sanitários

A infra-estrutura destinada aos sanitários encontra-se anexa ao Centro de

Visitantes, Área de Lazer, Lagoa Dourada e Furnas devendo apenas realizar as

adaptações necessárias (tratamento de efluentes) para o seu correto funcionamento,

bem como instalações para portadores de deficiências.

3.11.10.8 Centro de Lazer

Nesta área encontram-se instaladas as estruturas de piquenique,

lanchonete e sanitários. Neste local será permitida a comercialização somente de

alimentos pré-preparados.

296
Na área de lazer encontra-se ainda um estacionamento com capacidade

para veículos tipo ônibus, utilitários, vans e de 5 passageiros.

Estruturas necessárias

Bilheteria/Loja de Souvenir

Deverá ser construída a Bilheteria e Loja de Souvenir.

O Parque dispõe de acesso único, que dará direito ao visitante de adquirir

os ingressos para visitar os atrativos de seu interesse.

O Sistema de cobrança, valor do ingresso e isenções deverá ser definido

em Regulamento Interno do PEVV.

Centro Interativo

Espaço idealizado para proporcionar atividades educativas. Normalmente

possuem salas para abrigar atividades e debates, devendo contar com instrutores

para desenvolver dinâmicas que permitam ao visitante interagir com os diversos

temas. Neste centro podem ser expostos objetos e espécies animais, maquetes,

painéis textuais, fotografias.

A estrutura existente próximo aos arenitos, antiga piscina, será adaptada a

promover a interação do visitante com o ambiente, através da estruturação de um

centro interativo, com sala para educação ambiental, devendo oferecer espaços com

amostras de materiais e equipamentos interpretativos, exposições, painéis do Parque

de Vila Velha e da região contemplando sua história e suas características ecológicas,

biológicas, geomorfológicas e incorporando atividades lúdicas e educativas para adultos

e crianças com o maior nível possível de interatividade com a natureza.

ENCARTE 3 297
Sistema de Transportes

Obrigatório o estacionamento de veículos particulares no estacionamento

do Parque situado próximo ao portal. O transporte interno será realizado através de

veículos especiais, partindo do centro de visitantes, com paradas em estações

situadas em locais estratégicos que acessem os principais atrativos ou trilhas do

Parque. Os veículos deverão ser em número suficiente, para evitar que o visitante

permaneça tempo superior a vinte e cinco minutos na Estação Arenitos e trinta

minutos em uma das estações para a Lagoa Dourada e Furnas. Os veículos deverão

ainda ser adequados com minimização de emissão de poluentes e ruídos.

O transporte dos visitantes se dará por meio de veículos disponibilizados

pela administração do parque, os quais terão como trajeto básico e paradas as

seguintes estações:

- Estação CV – Centro de Visitantes

- Estação Arenitos

- Estação Taça

- Estação CI – Centro Interativo

- Estação Área de Lazer

- Estação Furnas

- Estação Lagoa Dourada

Para operacionalização do sistema de transporte interno do parque serão

necessários três ônibus tipo urbano com capacidade mínima para 32 pessoas

sentadas, sendo um para a linha Linha CV – Arenitos – CV e dois para a linha CV –

Lagoa Dourada/Furnas - CV

Os veículos serão movidos a energia elétrica, gás natural, biodiesel ou por

óleo diesel, tipo Urbano de baixo teor de enxofre. Os motores deverão satisfazer as

exigências e especificações da Lei Federal n.o 8.723 de 28 de outubro que dispõem

sobre a emissão de poluentes. Os veículos deverão ser dotados ainda, com sistema

298
de redução de ruídos, incluindo o ruído dos pneus e do motor. Os veículos deverão

possuir tacógrafos.

Todos os passageiros deverão viajar sentados.

O Sistema de Transportes deverá atender as pessoas com necessidades

especiais ficando de responsabilidade do concessionário propor adaptação de dois

veículos regulares.

Os veículos operarão a partir da plataforma de embarque do Centro de

Visitantes.

Em serviço, farão a viagem entre as Estações Principais (Centro de

Visitantes, Centro Interativo, Centro de Lazer, Furnas e Lagoa Dourada), com paradas

eventuais nas estações secundárias.

A velocidade máxima permitida será de 40 km/h. A velocidade de cruzeiro

será da ordem de 30 km/h.

Os passageiros permanecerão na Estação (área de espera) até a chegada

do veículo na posição de embarque.

O valor do transporte deverá ser incluso no ingresso.

Ambulatório

Deverá ser implantado um ambulatório anexo ao centro de visitantes,

dotado de todo aparato necessário para atendimento em situações emergenciais e

prestação de primeiros socorros.

3.11.11 Aspectos institucionais da Unidade de Conservação

3.11.11.1 Pessoal

Os funcionários necessários para desenvolverem as atividades relativas as

funções operacionais do PEVV estão especificados no quadro a seguir:


ENCARTE 3 299
CARGA
POSTOS/LOCAL NÚMERO DIAS DA SEMANA
HORÁRIA
GERAL
Sub-gerente 1 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Supervisor 1 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Motorista 1 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
MANUTENÇÃO E LIMPEZA
Tratorista 2 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Operador de serra 1 8 Seg, ter, qua, qui, sex
Operador de máquina costal 5 8 Seg, ter, qua, qui, sex
Artífice eletricista 1 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Auxiliar de manutenção 6 8 Seg, ter, qua, qui, sex
4 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
CENTRO DE VISITANTES
Recepcionista 2 10 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Vigia 1 24 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Auxiliar de administração 2 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Servente 2 8 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
PRÉDIO DA ADMINISTRAÇÃO
Auxiliar de administração 1 8 Seg, ter, qua, qui, sex
Vigia 1 24 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Servente 1 8 Seg, ter, qua, qui, sex
BILHETERIA
Caixa 2 10 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Recepcionista 2 10 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
ESTACIONAMENTO ÔNIBUS
Recepcionista 1 10 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
PORTARIA
Recepcionista 1 10 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
Vigia 1 24 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados
TRILHAS
Condutores 6 10 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Monitores
Arenitos 4 8 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Lagoa Dourada 1 8 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Furnas 1 8 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Vigia
Arenitos 1 8 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Lagoa Dourada 1 8 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
Furnas 1 8 Seg, qua, qui, sex, sab, dom, inclusive
feriados
PORTARIA IAPAR
Vigia 1 24 Todos os dias inclusive sab, dom e
feriados

300
3.11.11.2 Infra-estrutura, equipamentos e serviços

1. Vias de acesso

No Parque, tem-se a presença de vias pavimentadas, configurando os

acessos e as ligações principais, a par de outras vias não pavimentadas que dão

suporte à fluxos em diversas direções.

No Parque ainda existe uma ponte férrea da Rede Ferroviária.

2. Trilhas

Cada vez mais a implantação de trilhas interpretativas se faz presente nas

Unidades de Conservação.

Para Rocha e Andrade (1997, p.2), esse fato se deve a versatilidade das

trilhas, baixo custo e a aparente aprovação pelo público, pois oferece certa

segurança e infra-estrutura. Além disso, para os administradores das UC´s, as trilhas

são poderosas armas para educar o público sobre os recursos da área e também

para mudar atitudes em favor da UC.

Dentro dos programas de uso público, as trilhas planejadas e implantadas

adequadamente são de grande importância para atingir os objetivos de manejo e

propiciar aos visitantes a adequada interpretação ambiental, através dessa

interação. E também são importantes ferramentas para serem utilizadas na

conservação do Parque, visto que outros impactos serão minimizados.

Nota-se que as trilhas podem funcionar inclusive como instrumento que

pode minimizar o impacto humano, restringi-lo e preparar o homem para integrar o

ambiente de uma forma conscienciosa.

Mas, a principal importância das trilhas é o fato delas serem o meio que

enriquece as experiências dos turistas além de ser o principal e mais adequado

veiculo para promover a conscientização ambiental de todos.

ENCARTE 3 301
O PEVV possui as seguintes trilhas:

- Trilha dos arenitos: 2.450 metros, engloba também a antiga trilha do

Bosque;

- Trilha da Lagoa Dourada: 145 metros, que engloba a trilha curta do

estacionamento à Lagoa;

- Trilha de Furnas: 560 metros ao redor das furnas 1 e 2.

A trilha mais importante do Parque é a trilha dos Arenitos. A partir da

reabertura do Parque, a trilha será única, num único sentido, passando pelo bosque

e retornando passando pela taça. Poderão ser instalados bancos para o descanso

em algumas partes da trilha.

3. Cercas

Segundo informações obtidas, nos limites do Parque, há pequenos trechos

isolados de cerca, construídos por proprietários de áreas e fazendas vizinhas para

evitar a fuga do gado.

4. Rede elétrica

De acordo com informações obtidas no Plano Diretor de Vila Velha - v.1, os

serviços de energia elétrica atendem a demandas específicas, desenvolvendo-se

sobre estruturas aéreas.

5. Rede hidráulica

O abastecimento de água nos Arenitos é oriundo de 3 poços artesianos,

sendo que um está desativado e o outro está no reservatório. O funcionamento dos

poços é através da gravidade, e cobre as áreas demandantes deste serviço.

Em Furnas, a água para os banheiros vem da Furna 1 através do

funcionamento de um motor e de uma bomba que canaliza a água e abastece a

caixa d’água. Esse sistema deve ser desativado e viabilizada outra forma de

obtenção de água.

302
6. Coleta de lixo

Conforme dados obtidos com o Sr. Rodrigo Sampaio, da Divisão de

Tráfego da Vega Engenharia S/A, responsável pela coleta de lixo no município, a

coleta de lixo, antes do fechamento do Parque, era realizada semanalmente às

sextas-feiras. Além dos Arenitos, a coleta também era feita em Furnas e na Lagoa

Dourada.

7. Tratamento de resíduos sólidos e líquidos

Os resíduos sólidos representam uma forma de contaminação que deve ser

evitada ou diminuída, desta forma, todo o lixo deve ser retirado e dada a destinação

adequada fora da UC. As construções devem diminuir a quantidade de resíduos sólidos

gerados por sua atividade, implementando um programa para a sua reciclagem e/ou

reutilização, assim como realizar um manejo adequado dos resíduos orgânicos.

Os resíduos líquidos (vasos sanitários, cozinhas, etc.) não devem causar

problemas de contaminação que coloquem em risco a saúde das pessoas ou que

causem deterioração dos atrativos turísticos. Devem cumprir com os índices

(composição físico-química) de qualidade antes que sejam removidas das construções.

8. Sistema de comunicação

O sistema de comunicação do Parque é formado por telefones públicos no

Centro de Visitantes (228-1039), entrada do Parque (provisoriamente), Furnas (228-

1075 e 228-1080) e fax no Centro de Visitantes (228-1138). Na área da Lagoa

Dourada não há telefones nem luz.

9. Equipamentos disponíveis

Arenitos de Vila Velha


- Sistema de transporte interno - trenzinho de fibra de vidro puxado

por trator;

- Veículo modelo Kombi, ano 2002;

ENCARTE 3 303
- Dois tratores antigos, sendo um pertencente à Paraná Turismo e

outro ao IAPAR;

- Um trator novo, adquirido pelo IAP, para a manutenção;

- Quatro máquinas Costal, duas serras e duas roçadeiras (marcas

Husqvarna e Shindaiwa);

- Lixeiras de fibra de vidro padronizadas com cores diferenciais para

coleta seletiva (guardadas atualmente)

Furnas
- Furna 1: Elevador que desce até o nível da água;

- Cabine de fibra de vidro para a venda de ingressos;

- Catraca para controle de passageiros na entrada do elevador;

- Bote e coletes salva-vidas;

3.11.11.3 Aspectos quanto a serviços no PEVV: concessões e terceirizações

Os serviços a serem desenvolvidos no PEVV poderão ser realizados

através da terceirização ou concessão. A terceirização ocorre quando uma operação

interna é transferida para outra organização que consiga fazê-la com qualidade

superior, no sentido de melhorar a qualidade e reduzir custos.

Concessão de serviço público tem por objeto a transferência da execução de

serviços ao particular sob regulação e controle do Poder Público, que se remunerará

dos gastos com o empreendimento através de uma tarifa cobrada aos usuários.

Os serviços concessionados apresentam vantagens em relação a sua

administração. O investimento bem como os custos de manutenção das estruturas e

de pessoal são ressarcidos aos concessionários mediante tarifas ou taxas cobradas

dos usuários pela oferta de serviços. Os investimentos, os serviços, bem como taxas

e tarifas, são determinados pelo gestor da unidade de conservação, mediante

estudos de viabilidade econômica.

304
A prestação de serviços turísticos deve dispor de agilidade na manutenção

dos equipamentos e estruturas, bem como dispor de pessoal qualificado para o

atendimento ao usuário. As instituições governamentais, por questões legais, são

impedidas de oferecer agilidade na manutenção dos equipamentos, ou mesmo na

contratação de pessoal qualificado.

Assim, através da concessão dos serviços, o programa de uso público com

a cobrança de taxas de ingresso pelos serviços ofertados, se auto-sustenta, não

dispendendo de recursos do Tesouro do Estado para a manutenção das estruturas

física e de pessoal necessárias à demanda dos usuários.

As especificações técnicas para lançamento de edital de concorrência pública

para a concessão de serviços cabem ao gestor da unidade, definindo parâmetros, taxas

e tarifas compatíveis com os produtos a serem ofertados aos usuários.

ENCARTE 3 305
306
ENCARTE 4

MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

4.1 FATORES CONDICIONANTES E SUPOSIÇÕES

Para a definição de programas, subprogramas e projetos de manejo,

alguns pré-requisitos básicos devem ser considerados e cumpridos, os objetivos da

categoria de manejo e os objetivos específicos do PEVV.

O manejo do Parque deve compatibilizar inclusive fatores de pressão de

uso público e influência do entorno, com princípios de conservação da natureza.

Para harmonizar estas questões, o manejo da unidade deverá considerar:

4.1.1 Fatores Condicionantes

- O Parque Estadual de Vila Velha é uma área pública destinada à

proteção e usufruto indireto de seus atributos;

- A área do Parque contém uma das mais relevantes formações

geológicas do estado, tornando-se um importante ponto turístico do

Estado do Paraná;

- O entorno da unidade é formado por propriedades privadas com uso

pouco compatíveis com a conservação da natureza.

4.1.2 Suposições

- O plano, conforme recomenda a técnica, será sempre entendido no

seu contexto dinâmico, sendo constantemente avaliado quanto aos

resultados de sua implementação e, quando comprovadamente

necessário, revisado;

ENCARTE 4 1
- Para fins de manejo, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do

Paraná, através do Instituto Ambiental do Paraná, é a responsável

direta para a implementação e controle de todas as propostas

apresentadas neste plano.

4.2 ZONEAMENTO

O zoneamento das unidades de conservação, tem como finalidade definir

as áreas necessárias ao cumprimento integral dos objetivos genéricos previstos para

a categoria de manejo e os objetivos específicos da unidade, através dele será

promovida a ordenação territorial em termos do que pode ser feito e onde pode ser

feito (modificado de MILANO, 1997).


O zoneamento não é um processo estático, sendo revisado de acordo com

as necessidades de manejo e para resposta aos processos e demandas inerentes

da unidade (visitação, recuperação, proteção, etc.).

Para o zoneamento do PEVV foram definidas 8 zonas de uso, tendo como

base o Decreto n.o 84.017/79 (Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros) e o

Roteiro Metodológico para Planejamento de Unidades de Conservação de Uso


Indireto (IBAMA, 2002).

4.2.1 Zonas e Caracterização

O mapa do zoneamento do Parque Estadual de Vila Velha encontra-se no

Anexo 13

4.2.1.1 Zona primitiva

É aquela onde ocorreu pequena ou mínima intervenção humana ou que

contenha ambientes sensíveis ou vulneráveis, ou espécies da flora e da fauna ou

2
fenômenos naturais de grande valor científico. O objetivo geral do manejo é a

preservação do ambiente natural. Apresenta o maior grau de conservação,

naturalidade e importância ecológica.

Esta zona apresenta 4 áreas de desenvolvimento:

- Uma grande com presença de campos, matas nativas e ambientes

frágeis ou de importância para a conservação, limitada pelos rios

Barrozinho a leste e Quebra-Perna a oeste, e ao norte e sul pelos

limites do parque, representando 67,11% da unidade;

- Uma área com floresta ombrófila mista remanescente, a noroeste do

Parque;

- Uma área ao sul do parque com limites nas áreas anteriormente

utilizadas para agricultura e silvicultura e pela BR-376.


- A área de afloramentos areníticos.

Objetivos:

- Garantir a manutenção da biodiversidade.

- Favorecer a evolução natural das espécies e ecossistemas.

- Propiciar pesquisas compatíveis com os objetivos da unidade.


- Garantir a integridade das formações areníticas.

Normas Gerais:

- É proibida coleta de material arqueológico, paleontológico biológico,

geológico e pedológico, salvo para pesquisas, cumpridos todos os

requisitos legais e previamente autorizados pela administração.

- Não será permitida a visitação do público em geral, sendo que em

casos excepcionais, que levem à valorização da área, a visitação será

permitida mediante licença da administração e baseada em estudos

que garantam a manutenção da integridade da área.

ENCARTE 4 3
- A permanência só será permitida para patrulhas de fiscalização da área e,

em casos excepcionais, para educação ambiental, monitoramento e para

pesquisa científica previamente autorizada.

- As instalações serão limitadas a trilhas, picadas e aceiros essenciais

para a manutenção e proteção da unidade.

- Em casos excepcionais será permitida atividades de recuperação e/ou

restauração de pequenas áreas, cuja extensão e características não

justifiquem o reenquadramento na zona de recuperação.

Considerando as características da área, que apresenta basicamente

ambientes em diferentes níveis de alteração, o presente zoneamento não prevê uma

zona intangível, uma vez que a existência desta zona pressupõe ambientes

primários inalterados.

Neste sentido, as áreas com ambientes primários em seus diferentes

estágios ou graus de alteração foram enquadradas na zona primitiva, sendo seu

manejo direcionado de tal maneira que o uso seja o mais restritivo possível. As

normas de uso previstas para esta zona, entretanto, garantirão um grau de proteção

semelhante ao de uma zona intangível típica, conforme o determina o Decreto

n.o 84.017/79 (Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros).

4.2.1.2 Zona de uso extensivo

É constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar

alguma alteração humana. Caracteriza-se como uma zona de transição entre Zona

Primitiva e a Zona de Uso Intensivo. O objetivo do manejo é a manutenção de um

ambiente natural com mínimo impacto humano, podendo oferecer acesso e

facilidade públicos para fins educativos e recreativos de caráter contemplativo.

Localiza-se ao longo das estradas de acesso ao centro de visitantes, aos

quiosques, as furnas, aos arenitos, a área destinada ao Centro Interativo e a trilha

4
dos arenitos, esta zona está distribuída em 5 áreas de desenvolvimento,

representando 2,06% da unidade, limitadas a:

- 1 metro de cada lado da zona de uso intensivo da trilha dos arenitos;

- 20 metros de cada lado da zona de uso intensivo da estrada que entra

no parque e acessa o centro de visitantes, dos quiosques, das furnas e

do Centro Interativo;

- 50 metros a partir do limite da área de visitação das furnas, incluindo

estacionamentos e outras estruturas de apoio;

- 50 metros a partir do limite da área de uso intensivo da lagoa dourada.

- 50 metros no entorno da zona histórico cultural.

- Trilha da Cachoeira

Objetivos:

- Propiciar o desenvolvimento de atividades educativas e recreativas em

baixa intensidade, compatíveis com o ambiente natural;

- Servir de zona de transição entre a zona primitiva e a zona de uso

intensivo.

Normas Gerais:

- O acesso de visitantes somente poderá ser realizado com prévia

autorização da administração.

- Poderão ser instaladas pequenas estruturas de acesso aos visitantes,

baseadas em princípios de mínimo impacto e autorizadas pelo IAP.

- Não serão permitidos acampamentos, piqueniques e uso de fogueiras.

- É proibida coleta de material arqueológico, biológico, geológico e

pedológico, salvo para pesquisas, cumpridos todos os requisitos legais

e previamente autorizados pela administração;

ENCARTE 4 5
4.2.1.3 Zona de uso intensivo

Compreende áreas naturais ou já alteradas pelo uso antrópico mas

mantendo algumas características naturais, o objetivo geral de manejo é o de

facilitar a recreação intensiva e a educação ambiental em harmonia com o ambiente.

Destinada a receber a maior parte da visitação. Esta zona compreende a área das

Furnas, uma área junto à Lagoa Dourada, a área do Centro Interativo, o Centro de

Visitantes, os Quiosques e as estradas de acesso a estes pontos e a trilha dos

Arenitos, representando 1,15% da superfície da unidade.

Objetivos:

- Propiciar ao visitante atividades educativas e recreativas em ambiente

natural, compatíveis com a preservação ambiental.

- Receber, orientar e propiciar informação e interpretação ambiental ao

visitante.

Esta Zona compreende as seguintes áreas delimitadas:

- Trilha dos Arenitos: uma faixa de 1,5 metros a partir do eixo da trilha

que percorre as formações areníticas. Esta área percorre o maior

atrativo do parque;

- Toda a área delimitada para a visitação das Furnas, incluindo esta-

cionamentos e estruturas de apoio à visitação.

- A área de visitação e recreação junto à Lagoa Dourada;

- Área do Centro Interativo que compreende a piscina desativada e as

edificações existentes (a ser adaptado);

- 6 metros a partir do eixo das estradas de acesso as Furnas, aos

Arenitos, a Lagoa Dourada e ao Centro Interativo;

- Centro de Lazer que compreende a área de piquenique, próxima ao

acesso ao Centro de Visitantes, lanchonete, sanitários e quiosques;

6
- Centro de Visitantes que conta com auditório, plataforma de embarque

e desembarque de passageiros (a ser adaptado), sanitários,

lanchonete, fraldário, sala de guias e ambulatório.

Normas Gerais:

- As instalações deverão ser projetadas de modo a não causar nenhum

tipo de intrusão visual e obedecendo os princípios de mínimo impacto

com projeto e autorizadas pelo IAP;

- As visitas na trilha dos Arenitos deverá obedecer a capacidade de

carga definida nesse Plano e ser acompanhada de guias/condutores;

- Os piqueniques somente serão permitidos na área destinada para

esse fim;

- Somente serão desenvolvidas atividades culturais/recreativas compatíveis

com a conservação da natureza e com os objetivos da unidade;

- A fiscalização será intensiva nesta zona;

- Esta zona poderá comportar sinalização educativa, interpretativa ou

indicativa seguindo o modelo padrão do IAP para as UCs.


- Os esgotos deverão ser lançados considerando os corpos d’água da
unidade como classe 1, segundo Resolução do CONAMA 20/86;

- O trânsito de veículos só poderá ser feito a baixas velocidades

(máximo de 40 km/hora).

4.2.1.4 Zona histórico-cultural

É aquela onde são encontradas manifestações históricas, culturais ou

arqueológicas, que serão preservadas, estudadas, restauradas e interpretadas para o

público, servindo à pesquisa, educação e uso científico. O objetivo geral do manejo é o

de proteger sítios históricos ou arqueológicos, em harmonia com o meio ambiente.

ENCARTE 4 7
Esta zona representa 0,12% da unidade e contará com 1 área de

desenvolvimento:

- Uma pequena porção, na parte norte, onde são encontrados os muros

construídos com pedras sobrepostas (taipas) para a subdivisão de

áreas ou invernadas (campos de pastagem). A data de construção

remonta, provavelmente, a época do ciclo do tropeirismo no Paraná.

Objetivos:

- Proteger a integridade dos vestígios dos primeiros colonizadores da

região.

Normas Gerais:

- Não será permitida a visitação do público em geral, sendo que em

casos excepcionais, que levem à valorização da área, a visitação será

permitida mediante licença da administração e baseada em estudos

que garantam a manutenção da integridade do sítio;

- Os atributos desta zona serão interpretados para os usuários no Centro

de Visitantes;

- Deverá haver fiscalização periódica em toda esta zona;

- É proibida coleta de material arqueológico, paleontológico, biológico,

geológico e pedológico, salvo para pesquisas, cumpridos todos os

requisitos legais e previamente autorizados pela administração.

- O Parque como um todo deverá estar sob critérios de avaliação e

proteção considerados nesta zona, pois os remanescentes

arqueológicos encontrados representam apenas uma parcela do

Patrimônio Cultural do parque e seu entorno.

8
4.2.1.5 Zona de uso especial

Contém as áreas necessárias às instalações de administração,

manutenção e serviços do Parque, incluindo, alojamento de funcionários,

pesquisadores, laboratório, oficina e outros que porventura forem construídos. Tal

área deverá ser desmembrada da Vila do IAPAR, conforme estudo proposto na Zona

de Uso Conflitante.

O princípio básico para localização e instalações é minimizar o impacto das

estruturas ou os efeitos das obras no ambiente natural do Parque ou na qualidade

de visitação.

Objetivos:

- Receber às instalações e estruturas necessárias às atividades de

manutenção da unidade, instalações de pesquisa e alojamento de

pessoal, não comportando visitação.

Esta zona contará com áreas de desenvolvimento:

- A área desmembrada da Vila do IAPAR e que servirá para os fins


propostos nessa zona.
- A área conhecida como “Casa do Guarda-parque”.

Normas:

- O acesso a esta área está restrito a pessoal autorizado.

- Não será permitida a presença de animais domésticos;

- A fiscalização será permanente nesta zona;

- O estacionamento de veículos nesta zona somente será permitido

aos funcionários e prestadores de serviços e, em casos especiais

pessoal autorizado pela administração do parque, como por exemplo,

pesquisadores.

ENCARTE 4 9
- Os esgotos deverão ser lançados considerando os corpos d’água da

unidade como classe 1, segundo Resolução do CONAMA 20/86;

- Todas as edificações deverão ser construídas visando a proteção e a

harmonia com o local, as obras deverão restringir-se às mínimas

necessárias e todas com autorização do IAP.

4.2.1.6 Zona de recuperação

Zona de caráter provisório contendo áreas consideravelmente alteradas

pelo homem que, uma vez restauradas, serão incorporadas novamente a uma das

zonas permanentes. As espécies exóticas introduzidas deverão ser removidas e a

restauração deverá ser natural ou, caso estes processos não sejam eficientes, a

recuperação deverá ser induzida.

O objetivo geral de manejo é deter a degradação dos recursos e/ou

restaurar a área. Esta zona representa 26,33% da superfície da unidade.

Esta zona terá basicamente uma grande área de desenvolvimento, que

compreende a área do IAPAR e outras utilizadas para silvicultura e agricultura bem


como áreas pontuais degradadas.

Objetivos:

- Garantir a recuperação de áreas alteradas pelos antigos proprietários e

pelo IAPAR;

- Recuperar a vegetação original das áreas ocupadas por espécies

vegetais exóticas e por outras ações e atividades antropomórficas.

Normas Gerais:

- O acesso só será permitido a pessoal previamente autorizado pela

administração do Parque.

10
- As normas e procedimentos de recuperação encontram-se em um

subprograma específico de recuperação de áreas alteradas;

- As pesquisas sobre os processos de regeneração natural deverão ser

incentivadas;

- É proibida coleta de material arqueológico, biológico, geológico e

pedológico, salvo para pesquisas, cumpridos todos os requisitos legais

e previamente autorizados pela administração.

4.2.1.7 Zona de uso temporário

São áreas onde a ocupação humana ainda se faz presente, mas que sua

retirada deve ser promovida no menor espaço de tempo, pois o uso e ocupação dos

solos é incompatível com os objetivos primários da categoria de manejo ou com os

específicos da unidade.

No PEVV esta zona compreende uma área onde foi construída uma igreja e
um acesso, provocando uma grande alteração antropomórfica, representando 0,08%

da área total da unidade.

A arquitetura da construção representa também um forte impacto visual em


quase toda a área de visitação do parque.

Além disso, a manutenção, deste tipo de construção e atividade religiosa, é

incompatível com os objetivos da unidade, implicando também em descumprir

o princípio laico para uso de terras públicas e de igualdade constitucional entre

as religiões.

Objetivos:

- Demolição do prédio;

- Posteriormente desenvolver projetos de recuperação da área e inclui-la

na zona de recuperação.

ENCARTE 4 11
Normas Gerais:

- Controle de acesso a está área será normatizado pela administração

da unidade, no que se refere a número de visitantes e horários de

visitação.

4.2.1.8 Zona de uso conflitante

Compreende os espaços e atividades executadas dentro do perímetro da

unidade e que estejam em conflito com os objetivos do PEVV:

A área compreendida pela Vila do IAPAR.

Uma faixa de 50 metros a partir da faixa de domínio da BR-376 – Estrada

Federal concedida para a empresa Rodonorte.

Uma faixa de 20 metros a partir da faixa de domínio do trecho da Malha

Ferroviária Sul Atlântica, concedida para a América Latina Logística S.A.

A área ocupada pela Escola Municipal Pascoalino Provisiero e o acesso

desta, até o limite do Parque, junto a Vila Jardim Novo Vila Velha.

Objetivos:

- Garantir que cessem as atividades impactantes da Vila do IAPAR e que


seja realizado estudo para exclusão da Vila do interior do PEVV.

- Garantir que as atividades e operações, executadas pelas

concessionárias, não coloquem em risco a integridade do parque.

- Minimizar o impacto causado pela operação das concessionárias.

Normas aplicáveis:

- Não será permitida a continuidade das atividades impactantes da Vila

do IAPAR.

12
- Deverá ser garantido que o art. 36 § 3.o da Lei n.o 9.985/2.000 seja

integralmente cumprido e respeitado pelas concessionárias e pelos

órgãos licenciadores.

“Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua


zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo
só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua
administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de
Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida
neste artigo”.

- Manter tratativas junto às concessionárias para que todas as obras e

atividades de manutenção e similares sejam previamente informadas à

administração da unidade e seus empregados sejam informados das

restrições e comportamento dentro da unidade.

- Avaliar juridicamente a redução de velocidade máxima na rodovia para

60 km por hora e na ferrovia para 20 km por hora. Ou na menor

velocidade possível.

- Deverá ser realizado o monitoramento periódico da situação da biota e

do meio físico na zona de uso conflitante.

- Avaliar juridicamente a faixa de domínio da rodovia e faixas de

segurança e de domínio da ferrovia.

4.3 ZONA DE AMORTECIMENTO

A Zona de Amortecimento é caracterizada pelo entorno da UC, onde as

atividades humanas são sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito

de minimizar os impactos negativos da sobre o parque.

A Zona de Amortecimento do PEVV obedece o seguinte memorial

descritivo:

ENCARTE 4 13
MEMORIAL DESCRITIVO SIMPLIFICADO

Município: PONTA GROSSA


Estado: PARANÁ
Área Total (ha): 41.381,5410
Perímetro (m): 143.302,3140

LIMITES E CONFRONTAÇÕES

Inicia-se a descrição deste perímetro no ponto de cruzamento da BR 376 com o


Rio Tibagi, de coordenadas UTM 7.201.340,878N e 611.622,159E (coordenadas
geográficas 25o18'00.67710"S e 49o53'28.24855"W); referenciadas ao meridiano central
51oW Gr. no Datum Horizontal SAD-69.

Deste segue pela área de preservação permanente da margem esquerda do Rio Tibagi,
com o azimute de 227o11'12" e a distância de 1147.95 m até as coordenadas
7.200.560,722N e 610.780,059E; Deste segue com o azimute de 258o49'20" e a distância de
2654.10m até as coordenadas 7.200.046,208N e 608.176,307E; Deste segue com o azimute
de 157°09'59" e a distância de 642.85 m até as coordenadas 7.199.453,737N e
608.425,768E; Deste segue com o azimute de 245o18'20" e a distância de 3097.51m até as
coordenadas 7.198.159,657N e 605.611,533E; Deste segue com o azimute de 308o13'01" e
a distância de 2520.26m até as coordenadas 7.199.718,790N e 603.631,433E; Deste segue
com o azimute de 213o23'19" e a distância de 821.62m até as coordenadas 7.199.032,771N
e 603.179,285E; Deste segue com o azimute de 289o06'30" e a distância de 2390.92 m até
as coordenadas 7.199.815,456N e 600.920,101E; Deste segue com o azimute de
322o14'20" e a distância de 1924.83m até as coordenadas 7.201.337,170N e 599.741,396E;
Deste segue com o azimute de 245o41'10" e a distância de 1406.77m até as coordenadas
7.200.757,952N e 598.459,399E; Deste segue com o azimute de 285o38'32" e a distância de
1619.10m até as coordenadas 7.201.194,509N e 596.900,266E; Deste segue com o azimute
de 338o10'26" e a distância de 2700.68m até as coordenadas 7.203.701,595N e
595.896,184E; Deste segue com o azimute de 313o41'41" e a distância de 4544.93m até as
coordenadas 7.206.841,313N e 592.610,063E; Deste segue com o azimute de 3o19'55" e a
distância de 4289.36m até as coordenadas 7.211.123,423N e 592.859,359E; Deste segue
com o azimute de 311o17'33" e a distância de 2495.15m até as coordenadas
7.212.769,982N e 590.984,634E; Deste segue pelo Rio Botuquara afluente do Rio Tibagi,

14
cruzando a estrada de Ferro e a BR 376, passando pelas Colônias Curral Velho e
Botuquara, totalizando 13.759,05 metros até o encontro com a Estrada Secundária nas
coordenadas 7.221.454,674N e 599.456,360E; Deste segue pela mesma 3948,73 metros
em direção sudeste passando pela Colônia Tapera até o encontro com a Cota 1000 nas
coordenadas 7.219.198,605N e 602.653,822E; Deste segue 82.936 metros pela Cota 1000
confrontando com a APA da Escarpa do Devoniano até o encontro com a BR 376 nas
coordenadas 7.198.955,137N e 613.804,220E; Deste segue pela BR 376, com o azimute de
310o36'05" e a distância de 2245.61m até as coordenadas 7.200.416,559N e 612.099,227E;
Deste segue com o azimute de 332o42'02" e a distância de 1040.17m até o cruzamento da
BR 376 com o Rio Tibagi; ponto inicial da descrição do perímetro.

Objetivo Geral:

- O objetivo desta Zona é amortecer os impactos e interferências das

atividades humanas sobre a região do entorno do PEVV, de forma a


minimizar suas conseqüências sobre a UC.

Normas:

- As normas serão definidas através de projetos específicos conforme

define este plano de manejo em seu programa de operacionalização.

4.4 NORMAS GERAIS DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

As normas gerais para o PEVV trata de princípios ou preceitos que

estabelecem, regulamentam e esclarecem as atividades a serem desenvolvidas na

Unidade de Conservação.

- O parque deverá permanecer fechado à visitação pública nas terças-

feiras, para que se possa realizar trabalhos internos de manutenção e

administração geral.

- As atividades especiais fora do horário de visitação, deverão ser

autorizadas pelo IAP/DIBAP.

ENCARTE 4 15
Toda e qualquer atividade de pesquisa deverá seguir o definido na Instrução

Normativa 01/2001 DIBAP/IAP.

Todas as atividades desenvolvidas pela gerência ou por outra

instituição (agendadas previamente), em nome do PEVV, tais como

reuniões, palestras, cursos, entre outros deverão ser registradas em

relatório escrito e, quando couber, deverá ser realizado registro

fotográfico. Estes deverão ser arquivados na sede do PEVV.

É proibida coleta de material arqueológico, paleontológico biológico,

geológico e pedológico, salvo para pesquisas, cumpridos todos os

requisitos legais e previamente autorizados pela administração.

A realização de pesquisas que envolvam captura ou coleta, somente será

permitida mediante autorização do Instituto Ambiental do Paraná por meio

do Departamento de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAP), após


processar-se a análise técnica da proposta de pesquisa para avaliação da

pertinência dos métodos em questão, o que não exclui a devida licença

concedida pelos órgãos competentes e suas especificações.

A realização de pesquisa na área de arqueologia deverá ser avaliada e

ter a permissão da Coordenadoria do patrimônio Cultural e Instituto do


patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN);

- Todas as publicações e relatórios oriundos de pesquisas desenvolvidas

no parque deverão ter cópia encaminhada para o acervo da unidade.

- Os pesquisadores com projetos na UC deverão realizar palestras sobre

projeto para os funcionários, além de entregar relatório para arquivo no

parque.

- Proibida a entrada e permanência de animais domésticos no PEVV.

- O trânsito de veículos só poderá ser feito a baixas velocidades

(máximo de 40 km/hora).

16
- Proibido vôos panorâmicos, exceto em casos especiais somente com

autorização do IAP.

- Os resíduos vegetais oriundos da poda, roçada e varredura das zonas

de uso intensivo e especial, deverão ser utilizados para recuperação de

áreas degradadas ou compostagem.

- Não será permitido qualquer tipo de comércio ambulante na área

do parque.

- No PEVV poderá ser comercializado, de acordo com normas

específicas, materiais com temas relacionados à unidade, visando

angariar fundos para sua manutenção e divulgação.

- O tratamento de efluentes deve ser eficiente, de modo a não permitir a

contaminação dos recursos hídricos, dos solos e do subsolo,

priorizando tecnologias alternativas de baixo impacto.

- É proibida a realização de qualquer atividade esportiva, desportiva com

caráter competitivo ou similar (rapel, rally, motocross, entre outros) que


possa incorrer em danos ao PEVV.

- A instalação de infra-estrutura na unidade somente poderá ser

realizada em zona compatível, mediante a elaboração de projeto


específico, que vise o atendimento ao público, a integridade física do

visitante, a administração/manutenção/fiscalização do parque e/ou a

conservação do ambiente, desde que não promova interferência

agressiva à paisagem natural do PEVV, a intervenção deverá


necessariamente ter uma avaliação arqueológica.

- Todas as instalações, readequações e construções deverão respeitar a

legislação e normas pertinentes, o zoneamento, o Plano de Manejo e

as normas de construção de mínimo impacto.

- As trilhas, caminhos e estradas deverão ser conservados em boas

condições de uso, fornecendo segurança ao visitante e aos funcionários.


ENCARTE 4 17
- São proibidos o ingresso e a permanência no parque de pessoas

portando armas, materiais ou instrumentos destinados ao corte,

caça, pesca ou qualquer outra atividade que possa provocar prejuízo

aos recursos naturais. Excetuando-se pessoal autorizado pelo


IAP, relacionados a trabalhos de pesquisa, fiscalização, vigilância

e manutenção.

- Deverá ser respeitado o número máximo de visitantes no parque

conforme indicado nas normas e capacidade de carga.

- As visitas de grupos organizados devem ser agendadas, com

antecedência, junto à administração do parque.

- É vedada a construção de quaisquer obras de engenharia que não

sejam de interesse para o parque, tais como rodovias, barragens,

aquedutos, oleodutos, linhas de transmissão, entre outros.

- A fiscalização deverá ser permanente e sistemática.

- São proibidas a caça, a pesca, a coleta e apanha de peças do meio

físico e de espécimes da flora e da fauna em todas as zonas de

manejo, ressalvadas aquelas com finalidades científicas, desde que

autorizadas pelo IAP - Departamento de Unidades de Conservação da


Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAP).

- Não será permitida a criação de animais domésticos, bem como a

introdução de espécies de fauna e flora exóticas ou ainda a

manutenção e criação de animais silvestres em cativeiro.

- Não será permitido alimentar os animais.

- Não será permitida a utilização de cevas ou qualquer outro subterfúgio,

com objetivo de atrair a fauna local como atrativo para os visitantes.

- As espécies exóticas ou domésticas, porventura ocorrentes na área,

deverão ser removidas adotando-se medidas de proteção, manejo,

monitoramento e fiscalização contra novas invasões.

18
- A reintrodução de qualquer espécie só será permitida depois de
comprovada tecnicamente sua necessidade. No caso de se permitir a
reintrodução será exigido um plano de monitoramento do indivíduo
reintroduzido, e se possível dos demais representantes desta espécie
que se encontram dentro dos limites do PEVV.
- É proibido o consumo de bebida alcoólica em locais não autorizados no
parque.
- Não é permitido o uso de fogueiras.
- Não é permitido fazer churrasco.
- Não serão permitidos acampamentos.
- Todos os visitantes deverão ser informados sobre as normas de
segurança, o comportamento ideal para as diferentes atividades a serem
realizadas, e a importância do uso de vestimentas e calçados adequados.
- Os materiais para construção e reforma de qualquer infra-estrutura não
poderão ser retirados dos recursos naturais do parque, com exceção
dos oriundos das espécies exóticas removidas da unidade (pinus e
eucaliptos, por exemplo).
- Não é permitida a realização de necessidades fisiológicas em locais
não adequados a este fim.
- Não será permitida a entrada e permanência de visitantes alcoolizados
ou drogados no PEVV.
- Os condutores deverão passar por cursos de capacitação, primeiros
socorros, mínimo impacto periodicamente, bem como os funcionários
que tenham atividade na UC.
- Os animais silvestres encontrados mortos na área do parque deverão,
se for o caso, ser coletados e encaminhados à instituições científicas
de interesse (por exemplo, Museus).
- Deverá ser mantido na UC um banco de informações sobre ocorrência
excepcional (fogo, caça, acidentes naturais etc.).

ENCARTE 4 19
- Os funcionários deverão estar uniformizados e identificados.

- Os veículos que irão circular no parque, devem ser devidamente

adequados para minimização de poluentes e ruídos;

- Deverá ser elaborado o regimento interno do Parque.

4.5 PROGRAMAS DE MANEJO

Os Programas de Manejo, com seus respectivos Subprogramas e Projetos,

definem as diretrizes e condutas administrativas para o Parque Estadual de Vila

Velha. As atividades a serem desenvolvidas propõem-se a atingir as metas pré-

estabelecidas para a implementação e cumprimento dos objetivos definidos para a

Unidade de Conservação, garantindo que todas as atividades sejam compatíveis

com a perpetuação dos atributos naturais da área.

A estruturação dos Programas de Manejo está apresentada de forma a

relacionar-se os objetivos a serem atingidos com as ações que garantam o

cumprimento dos mesmos.

Os programas de manejo podem ser divididos em 2 grupos, aqueles

destinados a regulamentar as atividades e ações que têm como finalidade cumprir

objetivos específicos do Parque (atividades-fim), e aqueles destinados a

regulamentar as ações administrativas rotineiras e/ou que servem de apoio para que

sejam cumpridos os objetivos específicos da unidade (atividades meio). Para tanto,

as atividades e ações foram agrupadas em cinco programas de manejo:

- Programa de Conhecimento;

- Programa de Manejo do Ambiente;

- Programa de Operacionalização;

- Programa de Uso Público;

- Programa de Integração com o Entorno.

20
4.5.1 Programa de Conhecimento

O Programa de Conhecimento constitui uma das principais ferramentas


para o manejo da Unidade de Conservação. É composto por dois subprogramas:
Pesquisa e Monitoramento Ambiental. Seu objetivo é o desenvolvimento de
atividades que gerem informações detalhadas sobre os recursos do parque para
melhor orientar as ações de manejo e de proteção ambiental da unidade.

4.5.1.1 Subprograma de Pesquisa

O subprograma de pesquisa deve proporcionar, conforme prioridades da


UC, o melhor conhecimento dos recursos naturais, prevê o ordenamento da

pesquisa científica no Parque Estadual de Vila Velha, dando prioridade para aquelas
que se insiram dentro dos objetivos da unidade, que contribuam efetivamente para o
manejo da área ou sejam de relevância para a conservação da natureza.
A viabilização do programa está associada ao trabalho conjunto com
instituições científicas, através de pesquisa contínua, envolvendo profissionais de
diferentes áreas de conhecimento.
No Parque Estadual de Vila Velha já foram e estão sendo realizadas
diversas pesquisas (Anexo 14).

Objetivos:

- Aumentar o conhecimento sobre o patrimônio natural da unidade,


através da pesquisa, a fim de subsidiar ações de proteção e manejo,
garantindo assim a conservação da biodiversidade existente.
- Evidenciar a importância da representatividade da UC, através da
divulgação das informações geradas.
- Garantir a conservação dos recursos naturais do PEVV.
- Atualizar periodicamente os inventários da fauna e flora ocorrentes no
PEVV.

ENCARTE 4 21
Atividades:

- Levantar informações sobre a florística dos ecossistemas do parque.


- Cadastrar e proteger o patrimônio histórico-arqueológico do parque.
- Realizar levantamentos da relação solo-vegetação.
- Identificar espécies autóctones potenciais para recuperação de áreas
alteradas e/ou degradadas.
- Realizar estudos para definição de técnicas de controle e erradicação
de espécies exóticas.
- Conduzir estudos das espécies da fauna, com ênfase nas ameaçadas,
raras, oportunistas ou que possam servir como bioindicadoras ou
biomonitoras das condições ambientais.
- Levantar a comunidade de macroinvertebrados do Parque Estadual de
Vila Velha.
- Levantar composição da ictiofauna do PEVV.
- Conduzir estudos de populações de espécies íctias registradas na
Lagoa Dourada.
- Analisar aspectos ecológicos e genéticos das comunidades de peixes
presentes nas furnas.
- Inventariar espécies de anfíbios e determinação dos seus padrões de
distribuição.
- Identificar a composição e determinação dos sítios de ocupação das
espécies de anfíbios anuros na Lagoa Tarumã.
- Levantar a fauna lepidopterológica.
- Realizar estudos complementares da ornitofauna do PEVV.
- Realizar levantamentos do impacto de atropelamentos de animais
silvestres.
- Definir bioindicadores da qualidade dos ambientes do PEVV.
- Realizar estudos Geopedológico do PEVV.
- Elaborar projetos específicos quando identificada a necessidade.

22
Normas Gerais:

- Todas as pesquisas ou projetos de pesquisa devem ser encaminhados

previamente ao IAP e somente poderão ser iniciados após autorização

do Departamento de Unidades de Conservação, obedecidas as normas

do DIBAP/IAP, o plano de manejo do PEVV e legislação vigente;

- As atividades de campo e outras no interior do parque deverão ser

previamente informadas ao Gerente da UC;

- Será dada prioridade para as pesquisas consideradas de interesse da

unidade, de acordo com os critérios definidos pelo IAP;

- As pesquisas não devem causar danos aos atributos naturais da unidade;

- A coleta de material científico poderá, eventualmente, ser permitida,

desde que seja de interesse para o manejo da unidade ou de

importância indiscutível para a conservação da natureza. Para tanto o

pesquisador deverá obedecer a legislação pertinente, incluindo

licenças e autorizações dos órgãos ambientais competentes, além de

permissão prévia da administração da unidade;

- Os resultados decorrentes de pesquisas efetuadas na área do parque

deverão ser repassados na íntegra ao IAP, incluindo cópia de dados

brutos obtidos.

Para o cumprimento do subprograma de pesquisa, foram identificados as

seguintes linhas gerais de projetos prioritários:

Projetos Propostos:

Curto prazo
- Projeto de fomento e regulamentação de pesquisas científicas

ENCARTE 4 23
Médio prazo
- Avaliação e contenção do impacto de atropelamentos de aves.

- Avaliação dos níveis de intoxicação por agrotóxicos em populações de

aves do PEVV.

- Levantamento, cadastramento e proteção do Patrimônio Histórico e

Arqueológico do PEVV e entorno.

Longo prazo
- Conhecimento da comunidade de macroinvertebrados do Parque

Estadual de Vila Velha.

- Conhecimento da composição da ictiofauna do PEVV.


- Condução de estudos biológicos das populações de espécies ícticas

registradas na Lagoa Dourada.

- Analise de aspectos ecológicos e genéticos das comunidades de

peixes presentes nas furnas.

- Inventário das espécies de anfíbios e determinação dos seus padrões

de distribuição.

- Composição e determinação dos sítios de ocupação das espécies de

anfíbios anuros na Lagoa Tarumã.


- Conhecimento da fauna lepidopterológica.

- Estudo complementar da ornitofauna do PEVV.

- Levantamento florístico dos ecossistemas abertos.

- Relação entre solos e distribuição da vegetação.

4.5.1.2 Subprograma de Monitoramento

Esse subprograma objetiva avaliar o comportamento ambiental da UC face


às modificações impostas pelo meio, causados por agentes externos (pressão
antrópica do entorno) e internos (invasão de espécies exóticas, visitação). O

24
desenvolvimento desse subprograma subsidiará as decisões corretivas de caráter
técnico administrativas, alterações de normas e regulamentos da unidade, a
formulação de medidas de adequação necessárias para o manejo do parque, ou
mesmo implicar na revisão do plano de manejo.

Objetivos:

- Acompanhamento da evolução dos aspectos físicos, biológicos e


antrópicos da unidade de conservação, visando obtenção de subsídios
para o melhor manejo da área;

Atividade:

- Acompanhar as alterações nos ecossistemas e definir parâmetros que


possibilitem o manejo do PEVV.
- Monitorar as espécies exóticas invasoras do parque.
- Monitorar os atropelamento de animais silvestres na rodovia.
- Avaliar e registrar todos os fenômenos, naturais ou induzidos, ocorrentes
no Parque.
- Monitorar a qualidade das águas do PEVV.
- Acompanhar os impactos decorrentes do uso público.
- Acompanhar a evolução dos processos de recuperação de áreas
degradadas.
- Elaborar projetos específicos quando identificada a necessidade.

Normas:

- Todas as atividades de monitoramento deverão ser realizadas por


profissionais treinados, podendo ser auxiliados pelo guarda-parque e
voluntários;
- Os dados existentes deverão ser organizados de modo a torná-los
disponíveis e acessíveis aos integrantes dos outros projetos de
pesquisa e ao público em geral;

ENCARTE 4 25
- Quando necessário, deverão ser realizados sobrevôos, imagens de

satélite ou fotografias aéreas para subsidiar o monitoramento; e,

- Os resultados do sistema de monitoramento deverão ser periodicamente

documentados em relatório e integrados no sistema de informações

geográficas (SIG).

Projetos Propostos:

Curto prazo
- Monitoramento do impacto da BR-376 e trecho ferroviário no PEVV

- Monitoramento do Uso Público

Médio prazo
- Monitoramento das populações de javali no entorno e interior do PEVV

- Acompanhamento do processo sucessional campo – floresta

- Projeto de avaliação da integridade dos ambientes aquáticos utilizando

espécies de anfíbios com potencial bioindicador

- Projeto monitoramento das aves ameaçadas de extinção

- Projeto de monitoramento do nível de ocupação da fenda da pedra

suspensa pelo andorinhão-de-coleira-falha (Streptoprocne biscutata)


- Projeto de pesquisa e monitoramento de populações de mamíferos

ameaçados de extinção

- Projeto monitoramento do meio físico

Longo prazo
- Projeto de monitoramento de alterações populacionais e comportamentais

de espécies oportunistas

26
4.5.2 Programa de Manejo do Meio Ambiente

Este programa diz respeito às ações e atividades necessárias para o


controle de atividades degradantes na área do Parque, sendo constituído pelos
subprogramas de Manejo dos Recursos Naturais e de Proteção e Fiscalização.

4.5.2.1 Subprograma de Manejo dos Recursos Naturais

Todas as atividades que envolvem participação humana são potencialmente


causadoras de impacto ambiental, podendo degradar solos e vegetação, eliminar
espécies e gerar resíduos sólidos e efluentes.
Este subprograma visa manter e/ou recuperar a qualidade ambiental e atributos
naturais da unidade, mantendo as atividades potencialmente impactantes dentro da
unidade sob controle, bem como promover a recuperação de áreas degradadas.

Objetivos:

- Garantir a evolução natural dos ecossistemas ou suas amostras,


habitats, biótipos e biocenoses e a manutenção da biodiversidade, de
tal maneira que estes recursos possam manter-se e servir à ciência em
caráter perpétuo;
- Erradicar e impedir a proliferação de espécies exóticas; e,
- Conservar e recuperar as condições primárias do Parque Estadual.

Atividades:

- Monitorar o tratamento de efluentes e a disposição dos resíduos sólidos


- Realizar ações de erradicação de espécies exóticas invasoras1

1Conforme relatório da consultora de flora Dra. Silvia Ziller há a indicação do uso do controle
químico complementar na rebrota do eucalipto, cinamomo e outras, como forma de erradicar essas
espécies em algumas áreas no parque, de forma criteriosa, cuidadosa, pontual e específica, visto a
extrema dificuldade de conter a rebrota característica dessas espécies e o grande impacto ambiental que
seria proporcionado pela destoca da área, que é a forma alternativa para a erradicação da espécie.
ENCARTE 4 27
- Restaurar as várzeas do rio Guabiroba
- Restaurar os ambientes degradados e enriquecer os ambientes em
sucessão florestal
- Recuperar e controlar os processos erosivos das trilhas
- Elaborar projetos para adequação paisagística na área do Centro de
Visitantes e da estrada do Centro Interativo
- Elaborar projetos de restauração de formações geológicas alteradas
por ações antrópicas
- Elaborar projeto de recuperação da área ocupada atualmente com a
igreja
- Elaborar outros projetos conforme as demandas necessárias.

Normas Gerais:

- Todas as instalações deverão respeitar a legislação e normas


pertinentes, o zoneamento da unidade, o plano de manejo e as normas
de construção de mínimo impacto.
- As instalações e equipamentos destinado a eliminação/minimização e
destinação de resíduos e efluentes no PEVV deverão ser monitorados
de modo a não gerar chorumes e percolados e impedir o acesso da
fauna aos resíduos.
- A aceleração dos processos naturais de regeneração/recuperação
somente será permitida após estudos adequados, através de projetos
específicos e aprovados pela Administração da Unidade.
- Os processos de recuperação deverão obedecer os princípios de
mínimo impacto.
- Eventualmente, poderão ser realizadas melhorias de habitat em áreas
sujeitas a impacto causado por visitação ou quando os estudos
indicarem que os processos naturais de recuperação não são
eficientes. Porém, as melhorias de habitat ou das condições naturais

28
estarão restritas ao controle de erosão e recuperação de solos,
adensamento e/ou enriquecimento de vegetação nativa.
- A recuperação das áreas deverá ser efetuada com as espécies
presentes no Parque e a partir de sementes e mudas originárias da
região, evitando-se assim perturbações nos estoques genéticos das
populações vegetais naturais da região.
- As espécies exóticas às margem da rodovia e da ferrovia deverão ser
erradicadas para evitar a disseminação de propágulos ao parque.
- As áreas da Zona de Recuperação deverão ser isoladas e
acompanhadas por pesquisadores com conhecimentos em técnicas de
revegetação e sucessão ecológica animal e vegetal.

Projetos Indicados:

Curto prazo
- Projeto de restauração e enriquecimento florestal
- Projeto de manejo e controle de espécies exóticas e exóticas invasoras
- Projeto de restauração de áreas degradadas (áreas de empréstimo,
cascalheira, outras)

Médio prazo
- Projeto de restauração das várzeas do rio Guabiroba, no trecho que
atualmente corresponde à barragem

4.5.2.2 Subprograma de Proteção e Fiscalização

Este subprograma visa garantir a integridade da área, seus recursos


naturais e instalações, bem como a segurança dos usuários e funcionários, através
de ações de prevenção e controle de todas as atividades dentro e no entorno da
unidade, que possam gerar riscos ou danos ao patrimônio natural, instalações e
pessoas dentro da unidade.

ENCARTE 4 29
Objetivos:

- Proteger os recursos naturais, as instalações físicas, os usuários e

funcionários da unidade.

- Diminuir a pressão sobre os recursos da unidade, coibindo ações não

legais dentro da unidade.

- Prevenir e combater incêndios que possam afetar a unidade.

Atividades Previstas:

- Estabelecer um padrão formal de relacionamento e comunicação entre

a vigilância do parque e os responsáveis pela fiscalização, no caso o


IAP;

- Desenvolver e manter atividades de fiscalização no interior da UC, com

a definição de roteiros e periodicidades estratégicas;

- Elaborar formulário de registro e controle das atividades;

- Estabelecer convênios entre a administração do Parque, as Polícias

Militar, Civil e Federal, quando for o caso, para apoiar o

desenvolvimento das operações de fiscalização direcionadas;

- Treinar e capacitar funcionários do PEVV para a vigilância e


fiscalização, bem como dotar o parque de infra-estrutura básica de

apoio para atender às necessidades da fiscalização, incluindo: veículo,

equipamentos, materiais diversos e outros (interface com o Programa

de Operacionalização);

- Implantar o projeto de Prevenção e Combate a incêndios;

- Planejar estratégias e rotinas de fiscalização, avaliar sua eficácia e

eficiência em conjunto com a Polícia Florestal e Corpo de Bombeiros;

- Avaliar e fazer cumprir a sinalização das áreas de uso público da

unidade.

30
- Avaliar e fazer cumprir a sinalização de proibição de acesso das áreas

que possam oferecer risco aos usuários ou aos ecossistemas.

Normas Gerais:

- Todas as estruturas a serem implantadas devem considerar o

zoneamento da unidade, as características e fragilidades do ambiente

e os princípios construtivos de mínimo impacto.

- Funcionários, terceirizados e concessionários estão sujeitos a todas as

restrições impostas pela legislação pertinente e pelo plano de manejo

da unidade.

- A rotina de trabalho será executada todos os dias e intensificada nos

finais de semana, feriados e período de férias escolares, priorizando,

nesse caso, as áreas de uso público.

- Fica proibida a divulgação, para terceiros, das informações necessárias

a proteção da unidade, que não sejam as de interesse e segurança do

público, excetuando-se as previstas na legislação pertinente,

regulamento do PEVV e as autorizadas pela administração da unidade.


- A fiscalização é de responsabilidade da equipe de fiscalização do IAP,
sendo que o mesmo poderá atuar em convênio com as Polícia Militar,

Civil e Federal, Ministério Público e o Poder Judiciário, quando for o caso.

- Os equipamentos a serem utilizados na vigilância deverão obedecer às

normas legais, material de radiocomunicação e outros equipamentos

de segurança.

- Enquadrar todos os infratores identificados no interior do Parque na Lei

de Crimes Ambientais e nos outros diplomas legais adequados.

- Poderá se promover a contratação de terceiros, no caso, empresa

especializada em vigilância, desde que a mesma obedeça aos

requisitos legais de segurança pública nos níveis federal e estadual e,

ENCARTE 4 31
- Estas atividades serão executadas de forma contínua e ininterrupta

durante todo o período de existência do PEVV.

Projetos Propostos:

Curto prazo
- Projeto de Prevenção e Controle de Incêndios

- Projeto de Fiscalização e Controle

- Projeto segurança dos usuários

4.5.3 Programa de Operacionalização

O Programa de Operacionalização contempla o conjunto das atividades

administrativas a serem desenvolvidas para a implantação do Plano de Manejo do

Parque Estadual de Vila Velha. O objetivo desse Programa é garantir a

funcionalidade da unidade de conservação, fornecendo a estrutura necessária para

o desenvolvimento dos demais programas, algumas das ações necessárias são:

manutenção das instalações e da infraestrutura do parque, implementar a vigilância

e combate a incêndios, dotar o parque de pessoal capacitado e proporcionar o bom

funcionamento do parque de acordo com seus objetivos de conservação.

As atividades a serem desenvolvidas no programa de Operacionalização

foram agrupadas em quatro subprogramas: de Administração e Finanças; de

Infra-Estrutura e Equipamentos; de Concessões e Terceirização de Serviços; e

Jurídico Legal.

4.5.3.1 Subprograma de Administração e Finanças

O subprograma de administração constitui no conjunto de medidas

necessárias à administração da unidade de conservação, visando fornecer suporte

32
financeiro, de recursos humanos e de infra-estrutura para a condução harmoniosa

das atividades a serem desenvolvidas na unidade de conservação.

Objetivos

- Fornecer suporte administrativo e de organização para as atividades

voltadas para a execução dos programas de manejo do Parque

Estadual de Vila Velha, dotando-os dos meios necessários tais como

infra-estrutura e apoio operacional (estabelecimento de contatos,

convênios, contratos, etc); e,

- Garantir que os programas, subprogramas e projetos previstos no Plano

de Manejo sejam executados para os fins previamente determinados para

cada caso, sejam eles conservação ou manejo dos recursos naturais,

dotando-os dos meios necessários para a sua execução.

Atividades

- Elaboração do projeto de gestão financeira da Unidade de Conservação;

- Implementar as atividades necessárias para remoção do prédio da

igreja (Zona de Uso Temporário);

- Estruturação da administração do Parque Estadual de Vila Velha;

- Implementação de cursos de treinamento dos funcionários e

voluntários do Parque Estadual para as funções administrativas,

técnicas e de proteção do Parque Estadual; e,

- Estruturação dos recursos humanos necessários para apoiar a

implantação e execução do Plano de Manejo.

- Regulamentar o desenvolvimento de pesquisas na Unidade.

- Garantir a integridade dos atributos naturais da Unidade.

- Controlar os recursos obtidos com ingressos de visitantes,

concessões, etc.

ENCARTE 4 33
- Dotar o Parque de pessoal necessário para a execução de suas

atividades, incluindo voluntários;

- Auxiliar e subsidiar a elaboração do regimento interno do Parque que

contemplará as normas administrativas da Unidade, horário de

funcionamento, atribuições dos diferentes setores do Parque, perfil das

funções do organograma, normas internas de pesquisa, normas de

ocupação das suas instalações (residências, alojamento, etc.), definir

meios e oferecer vagas para estagiários e voluntários, organização de

centro de documentação, controle de materiais, atendimento de

visitantes e outros identificados para o bom funcionamento da unidade;

- Estabelecer os procedimentos operacionais das atividades a serem

desenvolvidas na unidade;

- Manter os funcionários atualizados com a legislação ambiental em vigor e

com as orientações e documentos técnicos produzidos pelo IAP.


- Elaborar o Plano Operativo Anual do Parque, juntamente com o Conselho

contemplando as atividades indicadas no Plano de Manejo e os ajustes

decorrentes de sua avaliação anual, e buscar recursos externos.

- Formar e manter um banco dados e projetos acerca das diversas


necessidades do Parque.

- Formar e manter um banco de dados com todas as informações

técnico-científicas obtidas na unidade e seu entorno;

- Elaborar um calendário anual de funcionamento para o Parque incluindo,

entre outras, datas comemorativas, incluindo datas importantes para a


UC, elementos da natureza a valorizar, instituindo dias especiais para

serem lembrados e fatos relevantes a serem comemorados.

- Vistoriar, periodicamente, de modo a coibir qualquer irregularidades,

nas áreas de ocupação e de uso público (lanchonetes, quiosques etc.).

34
- Elaborar relatórios semestrais acerca das condições de segurança e

impactos ambientais relativos às atividades exploradas, terceirizadas

ou concessionadas, bem como da satisfação do visitante no que se

refere a prestação dos serviços.

- Manutenção de cadastro geral e de controle do material necessário

para o apoio logístico da administração do Parque Estadual de Vila

Velha e para o apoio aos projetos.

- Elaborar calendário de reuniões com o Conselho Consultivo do PEVV.

- Elaborar e aprovar projeto de normatização da Zona de Amortecimento.

Normas:

- A contratação de pessoal técnico e administrativo deverá ocorrer

dentro dos padrões adotados pelo IAP;


- O quadro funcional e de voluntariado estará subordinado à

administração da UC;

- A cobrança de taxas deverá ser aprovada por Portaria do IAP; e,

- Os funcionários contratados deverão ser submetidos a todas as

normas de Recursos Humanos do IAP.

Projetos propostos:

Médio prazo
- Projeto de voluntariado em pesquisa e manejo

4.5.3.2 Subprograma de Infra-Estrutura e Equipamentos

Este subprograma tem por objetivo garantir a instalação da infra-estrutura

adequada ao atendimento das atividades previstas nos outros programas. Em

primeiro lugar, deve-se prever as atividades relacionadas à construção de estruturas

ENCARTE 4 35
físicas prioritárias, bem como aquisição e recuperação do material e equipamentos

permanentes necessários para o funcionamento da unidade de conservação.

Objetivos

- Implantar a infra-estrutura planejada do Parque Estadual de Vila Velha;

- Prover o parque de um sistema de sinalização de acessos, proibições,

permissividades, orientações gerais de segurança da unidade;

- Manter o apoio logístico e de material em geral, necessário para a

administração do Parque Estadual de Vila Velha e suporte para a

execução dos projetos e programas previstos; e,

- Dar o suporte geral para a implantação do Plano de Manejo do Parque

Estadual de Vila Velha.

Atividades

- Elaborar e implantar projeto de sinalização para o Parque,

contemplando todas as suas áreas de desenvolvimento, seus limites e

imediações e realizar a sua manutenção;

- Implementar ações necessárias para realização de estudos da

viabilidade de desenvolvimento de projeto de adequação paisagística

das infra-estruturas do PEVV;


- Dotar, revisar e manter as cercas existentes nos limites da Unidade

(arame liso);

- Definir o local onde serão implantados, o almoxarifado e sanitários;

- Implantação do Sistema de Transporte no interior da UC;

- Avaliação periódica da situação das infra-estruturas de uso, mantendo-

as em boas condições de uso (principalmente vias de circulação,

trilhas, acessos, áreas de descanso, elevador e mirante de furnas etc.);

- Manutenção da unidade de conservação em boas condições de limpeza;

36
- Contratação de serviços para manutenção de aceiros e acessos em

boas condições de conservação e adoção de medidas necessárias

para segurança dos mesmos, tais como sinalização, obras de

drenagem, etc; com a utilização das instalações e equipamentos já

existentes, após a implantação do subprograma; e,

- Garantir a integridade das instalações e recursos materiais da unidade.

- Manter as instalações físicas da unidade (cercas, instalações, trilhas

e placas).

- Readequar as churrasqueiras existentes nos quiosques, propondo

outro uso.

Normas:

- A implantação de qualquer infra-estrutura deverá ser aprovada pelo IAP;


- A implantação e readequação de infra-estruturas deve estar integrada

aos seus objetivos e a proteção dos seus recursos naturais, de forma a

não comprometer a integridade de seus recursos, ou que porventura

sejam contrárias aos objetivos de manejo;

- A execução das instalações do Parque deverão ser de responsabilidade


do IAP, que poderá delegar tal atividade para terceiros, desde que

devidamente legalizado através de convênio ou outro instrumento afim;

- Incorporar soluções arquitetônicas regionais (apropriação de técnicas

construtivas, referência a elementos locais, soluções simples e a custo

menor, materiais alternativos sustentáveis; utilização de material da

região, valorização de técnicas e habitantes locais);

- Preferencialmente deverá ser incorporada a mão de obra local;

- Todas as atividades deverão ser realizadas por funcionários do parque

e/ou por pessoas devidamente credenciadas para tal;

ENCARTE 4 37
- Restringir a implantação de infra-estrutura ao mínimo necessário

apenas para a execução dos programas/projetos de manejo;

- As obras executadas na UC deverão seguir as recomendações de

mínimo impacto, disponível no DIBAP/IAP; e,

- Toda infra-estrutura deve ser registrada no SIG;

- A sinalização deve ter caráter prioritariamente informativo educativo;

- Deve ser planejada e implementada de modo a não poluir visualmente

o Parque;

- Devem ser feitas tratativas junto à Rodonorte, DNER e DER para a

sinalização dos acessos e rotas rodoviárias ao parque e instalação de

redutores de velocidade no trecho da rodovia que atravessa o PEVV.

Projetos propostos:

Curto prazo
- Projeto de Sinalização

- Projeto destinação de esgotos e águas servidas

- Projeto tratamento de resíduos sólidos

- Projeto de dotação de recursos materiais para emergências,


fiscalização e proteção

Médio prazo
- Projeto de adequação da infra estrutura do PEVV

4.5.3.3 Subprograma de Concessões e Terceirização de Serviços

Este subprograma visa a delegação à iniciativa privada de serviços a

serem executados no do Parque Estadual de Vila Velha, por meio de concorrência

pública, devendo resultar em contrato administrativo, junto à empresa vencedora, de

acordo com especificações publicadas através de edital.

38
Objetivos:

- Prover o PEVV de funcionários necessário à manutenção, vigilância,

asseio, conservação e serviços, mediante contrato administrativo, sob

a condição de implantação, operação, administração e prestação de

serviços ao público usuário do parque;

Atividades:

- Elaborar e efetivar contrato de concessão/terceirização para o

estabelecimento e operacionalização dos serviços concessionados

e/ou terceirizados;

- Monitorar a qualidade dos serviços prestados, de acordo com

especificações dispostas em contrato, orientando o concessionário

para realizar os ajustes necessários ao atendimento do padrão

requerido em contrato pelo IAP-PEVV.

Normas:

- A contratação de funcionários deve priorizar pessoal residente na

comunidade vizinha ao PEVV;


- Os funcionários deverão receber treinamento para atendimento ao público

de acordo com os temas indicados pela administração do PEVV;

- O descumprimento do contrato acarretará no cancelamento da

concessão, fazendo-se cumprir as cláusulas contratuais;

- A administração do PEVV deve colaborar com os concessionários e

empresas de serviços terceirizadas para garantir um padrão de

qualidade na prestação dos serviços;

- Os serviços concessionados/terceirizados deverão, sempre que

possível, considerar o potencial das comunidades locais, vizinhas ao


PEVV, no atendimento destes serviços;

ENCARTE 4 39
- Apenas os condutores de visitantes locais cadastrados e autorizados

pela administração local poderão atuar no PEVV;

- Para desenvolvimento desta atividade será necessária a identificação

dos condutores, através de uniforme ou crachá fornecido pela

administração local do PEVV, com foto e dados pessoais do condutor;

- Como estabelecido para os Parques Nacionais, fica proibida a

instalação de qualquer placa ou aviso que não conste do sistema de

sinalização oficial, inclusive as de cunho publicitário, nos locais

utilizados pelas concessionárias;

- Caberá aos concessionários e empresas de serviços terceirizadas

providenciar uniformes para seus funcionários;

- Os uniformes dos funcionários deverão constar as logomarcas do

Parque e do IAP;
- Os funcionários das concessionárias e empresas de serviços

terceirizadas que tratarem diretamente com os visitantes em atividades

de recepção, informação, orientação, triagem, interpretação, guia, etc.

em trilhas e outras áreas de uso público usarão, além de uniforme igual

ao dos funcionários do PEVV, a identificação por crachás;


- Os funcionários das concessionárias e empresas de serviços

terceirizadas que atuam na unidade em atividades comerciais

(lanchonete, restaurante, aluguel de bicicletas etc.) usarão uniformes

próprios devendo conter logotipo do Parque e identificação funcional e

pessoal, indicando que se encontram a serviço da UC;

- Os concessionários e empresas de serviços terceirizadas adotarão

para seus uniformes modelos e cores discretos e condizentes com o

ambiente de trabalho e a função, devendo esses, serem aprovados

pela administração do Parque;

40
- Os funcionários terceirizados deverão ter um bom nível técnico e de

informação para boa relação com os visitantes no Parque e uma

divulgação adequada da UC;

- Os condutores locais deverão estar capacitados para oferecer

informações corretas e precisas sobre o ambiente que está sendo

apresentado, mencionando claramente a existência do Parque e seu

papel na atividade desenvolvida;

- Deverão ter guias que falem, além do português, o inglês e o espanhol.

- Todo envolvimento e toda divulgação feita pelos concessionários e

empresas de serviços terceirizadas e outros parceiros do parque, seja

através de documentários, publicidade, entrevistas, boletins internos e

externos e outros, escritos, falados ou televisados, que mostre sua

ação no Parque, destacarão, clara e obrigatoriamente, sua inter-

relação com ele e o IAP;


- Todo o material de divulgação, produzido e utilizado pelos conces-

sionários, e demais parceiros, será submetido à aprovação da

Administração do Parque (IAP/DIBAP).

Projetos propostos:

Médio prazo
- Projeto sistema interno de transportes

4.5.3.4 Subprograma Jurídico/Legal

Este subprograma tem como finalidade avaliar e corrigir situações

fundiárias e legais pendentes da unidade e apoiar juridicamente as atividades

desenvolvidas no PEVV bem como no processo de regulamentação da Zona de

Amortecimento da unidade

ENCARTE 4 41
Objetivos:

- Corrigir registros que apresentam falhas;

- Verificar e regularizar a situação fundiária da unidade em especial no

processo de ampliação do parque;

- Resolver pendências legais.

Atividades:

- Implementar as ações necessárias para a regularização fundiária, em

especial quanto ao processo de ampliação do PEVV;

- Encaminhar procedimentos para a regularização fundiária definitiva

para o domínio do imóvel ao IAP;


- Descrever o imóvel de acordo com a Lei n.o 6.015/1973;

- Atualizar os documentos em relação às acessões existentes nos imóveis;

- Obter a anuência dos confrontantes e retificar os registros do Parque;

- Unificar os registros imobiliários que atualmente se encontram em dois

Ofícios diferentes. Deve-se requerer ao primeiro Ofício que remeta

para o segundo Ofício a transcrição 17.201;

- Regularizar as acessões existentes no perímetro. Esta regularização


demandará um particular esforço junto à Prefeitura Municipal com a

apresentação de plantas, responsáveis técnicos, obtenção do


FUNREBOM etc.;

- Regularizar as benfeitorias e acessões no registro de imóveis deve

seguir um percurso legal determinado e que observe os seguintes

passos:

a) Fazer um inventário de todas as acessões (edificações) que devem,

conforme a Lei 6.015/73, serem averbadas;

b) Definir quais acessões estão na área da PARANATUR e quais as que

estão na área do Estado do Paraná;

42
c) Obter (caso existam) plantas assinadas por responsáveis técnicos;
d) Obter alvará junto à Prefeitura;
e) Obter o FUNREBOM;
f) Verificar a existência de um litígio entre um confrontante do Parque,
Sr. João Braga e a PARANATUR, o qual estaria reivindicando parte
da área do Parque Vila Velha, mais especificamente no lugar
denominado como Fortaleza.

4.5.4 Programa de Uso Público

As atividades e ações necessárias para recepção e atendimento ao


visitante estão descritas neste programa. Este programa tem como objetivo ordenar,
orientar e direcionar o uso da unidade de conservação pelo público, promovendo o
conhecimento do meio ambiente e do patrimônio cultural, como um todo. É
composto pelos subprogramas de Recreação e Interpretação Ambiental, de
Educação Ambiental e de Divulgação.

4.5.4.1 Subprograma de Recreação e Interpretação Cultural-Ambiental

Objetivos

- Disciplinar as atividades que o público possa desenvolver na unidade


de conservação, em relação à recreação e interpretação;
- Enriquecer as experiências de caráter ambiental dos visitantes, de acordo
com as aptidões e potencialidades dos recursos específicos da área;
- Proporcionar aos visitantes oportunidades diversificadas de recreação
em ambiente natural e naqueles que apresentam aspectos cultural-
ambiental, compatíveis com os objetivos de manejo da unidade de
conservação; e

ENCARTE 4 43
- Identificar novos potenciais de uso compatíveis com a conservação da
unidade, para proporcionar aos visitantes alternativas de recreação e
interpretação do ambiente.

Atividades:

- Implementar sistema de transporte interno, com áudio para explanação

dos aspectos referentes aos roteiros, ambientes e segurança;

- Implementar temas interpretativos nos percursos das trilhas: arenitos,

furnas e Lagoa Dourada;

- Dotar o Centro de Visitantes com exposições temáticas;

- Elaborar áudio-visual sobre aspectos naturais do parque, para


apresentação no auditório do centro de visitantes;

- Elaborar material interpretativo para apoio ao desenvolvimento das

atividades recreativas;

- Promover exposições temáticas no Centro Interativo;

- Estimular entre os visitantes a prática da atividade arvorismo;

- Estimular o desenvolvimento de atividades recreativas através da trilha


campo de desafios;

- Promover roteiros específicos para observações de aves;

- Estimular entre os visitantes a prática da fotografia da natureza;

- Promover caminhadas noturnas visando propiciar o entendimento de

aspectos naturais diferenciados;

- Preparar calendários de eventos contendo atividades recreacionais,

exposições, palestras;

- Promover a condução de grupos pelas trilhas, com pessoal qualificado;

- Promover atividades de recreação através de dinâmicas de

sensibilização;

44
- Promover o agendamento para atendimento de grupos e do público

em geral;

- Promover atividades de recreação especiais para deficientes físicos;

- Capacitar condutores e guias para o acompanhamento dos visitantes

nas trilhas, com segurança;

- Instituir proposta de voluntariado para o desenvolvimento de atividades

junto aos visitantes;

- Definir usos compatíveis com os objetivos de manejo da unidade de

conservação para o Centro de lazer;

- Elaborar estudos sobre a viabilidade da implantação de trilha na área

da “pedra suspensa” observando os indicativos dos estudos da fauna;

Elaborar estudos sobre a viabilidade da implantação de novas trilhas

no PEVV.
Elaborar estudos sobre as viabilidades de visitação em sítios históricos

e arqueológicos.

Normas:

- O Parque deve permanecer aberto à visitação pública das 8:00 às


16:00h, de quarta-feira a segunda-feira, incluindo feriados,

considerando-se os períodos necessários à manutenção extraordinária

ou para a adoção de medidas de emergência ou a critério de sua

gerência, visando a proteção do parque;

- O Parque deve promover oferta de recreação em contato com ambiente

natural e que as atividades recreativas estejam em consonância com o

zoneamento e objetivos estabelecidos para a UC;

- Os visitantes deverão, no Centro de Visitantes, serem cadastrados e

informados dos procedimentos e normas de visitação e segurança;

ENCARTE 4 45
- As visitas em grupo deverão preferencialmente ser agendadas com

antecedência;

- O uso de bicicletas será permitido somente nas trilhas implementadas

para tal finalidade;

- A circulação de veículos particulares no interior da unidade fica restrita

aos locais previamente estabelecidos;

- Será proibida a permanência nas trilhas fora do horário de visitação,

com exceção dos funcionários e pessoas autorizadas pela administração

do parque;

- O material de apoio à segurança do usuário deverá estar devidamente

vistoriado, adotando-se as medidas preventivas necessárias;

- A quantidade de pessoas nas trilhas deverá obedecer ao número

estipulado no cálculo de capacidade de carga real, podendo ser flexível

mediante estudos de monitoramento do uso público, através da

avaliação de indicadores de impactos;

- Para o desenvolvimento das atividades de recreação no interior do

Parque é necessário o acompanhamento por um guia autorizado e

habilitado pela administração ou um funcionário habilitado para tal

atividade (guarda-parque ou outro); e,

- A equipe administrativa do Parque, incluindo os guardas-parque

deverão fazer cumprir as normas estabelecidas para a sua visitação;

- Não será permitida a realização de eventos, bem como atividades

de cunho religioso ou político-partidária no interior da unidade de

conservação;

- Deverão ser destacados nos temas de interpretação, a existência de

fenômenos raros do interior da unidade de conservação, como por

exemplo as formações geológicas, os indícios paleontológicos e o

patrimônio histórico e arqueológico;

46
- Não será permitida a coleta de espécies de vegetação ou peças do meio

físico do interior da unidade de conservação, exceto para pesquisas

devidamente autorizadas pelo IAP/DIBAP;

- Não serão permitidas agressões físicas a espécies da fauna local, bem

como a alimentação destes;

- Não serão permitidas atividades que afetem a fauna, como caça e

pesca no interior da unidade de conservação, exceto para pesquisas

devidamente autorizadas pelo IAP/DIBAP;

- Não serão permitidas atividades fora da zona de uso intensivo para a

prática de lazer;

- Não será permitidas circulação de visitantes fora das trilhas,

principalmente sobre os arenitos;

- Não será permitido o mergulho na lagoa dourada, exceto para

atividades devidamente autorizadas pelo IAP/DIBAP;


- Não será permitido o mergulho nas furnas, exceto para atividades

devidamente autorizadas pelo IAP/DIBAP;

- Não será permitido jogar alimentos ou qualquer tipo de resíduo na

lagoa dourada e furnas;


- Não será permitido jogar lixo ao longo das trilhas;

- Não será permitido fazer churrasco ou outra atividade que incida em

uso de fogo;

- Não será permitido o consumo de bebidas alcoólicas nos núcleos de

visitas da unidade de conservação;

- Não serão permitidas atividades que produzam ruídos ou poluição

sonoras;

- Os sistemas de sinalização e interpretação ambiental deverão estar

integrados às características naturais e à paisagem da unidade,

devendo propiciar ao visitante o enriquecimento de suas experiências;


ENCARTE 4 47
- As estruturas físicas deverão estar integradas ao ambiente e à

paisagem da unidade, visando minimizar interferências sobre os

aspectos naturais e impactos visuais;

- As concessões de serviços públicos para recreação aos visitantes

deverão ser realizadas mediante especificações técnicas e concorrência

pública.

Projetos propostos:

Curto prazo
- Projeto Monitoramento dos Impactos do Uso Público;

- Projeto Implementação do Centro de Visitantes;

- Projeto Implementação do Sistema de Trilhas Interpretativas;

- Projeto Fotografia da Natureza;

- Projeto Centro de Lazer;

- Projeto Identificação do Perfil do Usuário;

- Projeto de capacitação de monitores para orientação dos visitantes.

Médio prazo
- Projeto Implantação de Trilha para Ciclismo;
- Projeto Implementação do Núcleo Lagoa Dourada;

- Projeto Implementação do Núcleo Furnas;

- Projeto de Observação de Aves;

- Projeto Caminhadas Noturnas.

Longo prazo
- Projeto Implantação do Centro Interativo;

48
4.5.4.2 Subprograma de Educação Ambiental

Este Subprograma trata da organização de atividades que oportunize ao

visitante, conhecimentos e valores do patrimônio natural e cultural da área,

interpretando seus recursos. O principal objetivo é a promoção da compreensão do

meio ambiente e de suas inter-relações na unidade de conservação e no cotidiano

da população, de modo a permitir mudanças em seus hábitos e costumes.

Objetivos:

- Desenvolver no público o entendimento sobre os principais valores de

conservação da natureza, auxiliando na formação de cidadãos com

uma consciência conservacionista;

- Tornar compreensível ao visitante a importância da adoção de técnicas

de mínimo impacto para garantir a manutenção dos recursos naturais e,

conseqüentemente, assegurar o uso indireto para as gerações futuras;

- Promover junto a população de entorno, sensibilização dentro de sua

realidade sócio-cultural, quanto à questão da preservação da fauna, flora

e patrimônio geológico da Unidade de Conservação e entorno, através de

atividades que promovam mudanças positivas em seus valores.

Atividades:

- Elaborar e implementar projeto de educação ambiental com temas

específicos (recursos hídricos, flora, fauna, áreas degradadas, geologia,

paleontologia, etc.);

- Preparar material áudio-visual para aulas e palestras sobre o Parque,

Unidades de Conservação e Importância da Conservação dos Recursos

Naturais;

- Produzir material educativo institucional sobre a unidade de conservação;

ENCARTE 4 49
- Dotar o Centro de Visitantes com informações e recursos necessários

ao desenvolvimento de atividades de educação ambiental;

- Utilizar o centro de eventos para a realização de cursos para formação de

pessoal para o desenvolvimento de atividades de educação ambiental;

- Utilizar o centro de eventos para a realização de palestras e oficinas

para a comunidade do entorno, enfocando temas como uso sustentável

dos recursos naturais entre outros;

- Promover a educação ambiental nas escolas e bairros do município,

através de palestras e técnicas de sensibilização;

- Produzir material gráfico enfocando temas relativos a educação

ambiental, valorizando aspectos da fauna, flora, formações geológicas,

históricas, culturais, paleontológicas;

- Organizar visitas técnico-científicas e educativas com estudantes e

professores das escolas da região, devidamente acompanhada por

condutores treinados;

- Promover treinamento de condutores, guarda-parques, voluntários e

demais funcionários para o desenvolvimento da prática de educação

ambiental.

- Buscar parcerias entre instituições públicas e privadas, governamentais

e não governamentais para o desenvolvimento de projetos de

educação ambiental;

- Promover a interação entre a unidade de conservação e a comunidade

do entorno através do desenvolvimento de ações conjuntas de

conservação da natureza;

- Disponibilizar informações técnicas, por meio gráfico ou digital, sobre

técnicas de mínimo impacto;

50
- Monitorar as áreas de uso público, visando identificar necessidades de

intensificar ações de educação ambiental para diminuir os impactos

sobre o ambiente.

- Estimular a criação de Associação de Condutores de Visitantes Locais,

para que estes possam se organizar e se capacitar para o

desenvolvimento de atividades de educação ambiental.

Normas:

- As atividades de educação ambiental deverão estar de acordo com as

normas pré-estabelecidas para a unidade de conservação e ser

realizadas por pessoal capacitado, o qual deverá ser treinado pelo IAP,

com a participação de parceiros;

- A orientação técnica para que profissionais e colaboradores

desenvolvam trabalhos de educação ambiental serão fornecidos pelo

órgão gestor da unidade de conservação;

- As visitas técnico-científicas e educativas com estudantes e

professores deverão ser previamente agendadas;

- O monitoramento das áreas de uso público será realizado por pessoal

qualificado;

- A produção de materiais informativos, sejam gráficos ou por meio

digital, deverá ser realizada por pessoal qualificado;

- As atividades de educação ambiental deverão ser realizadas junto às

estruturas adequadas para tal finalidade como: Centro de Visitantes,

Centro de Eventos, Centro Interativo, Centro de Lazer, Núcleo Furnas,

Núcleo Lagoa Dourada;

- A administração do Parque, através dos guardas-parque e da Gerência

deverá fazer cumprir as normas estabelecidas para os locais onde é

permitido o uso público;

ENCARTE 4 51
- O Centro de Visitantes será o local difusor das atividades de educação

ambiental, sendo obrigatório aos visitantes passarem por este local;

- Somente poderão conduzir grupos no Parque Estadual de Vila Velha,

condutores e guias treinados e credenciados pela administração

do parque.

Projetos propostos:

Médio prazo
- Projeto de Educação Ambiental

- Projeto de formulação de materiais didáticos destinados ao

conhecimento da fauna local pelo público visitante

4.5.4.3 Subprograma de Divulgação

Objetivo:

- Promover a divulgação do PEVV e a importância de seus recursos


naturais ao público em geral.

Atividades:

- Confeccionar e distribuir material de divulgação sobre o PEVV, como

folhetos, cartazes, vídeo, CD-ROM, site na internet;

- Estabelecer parcerias com agências de turismo e outras instituições,

para divulgação do PEVV;

- Elaborar normas para divulgação na mídia;

- Instalar placas de divulgação do PEVV na rodovia BR-376.

52
Normas:

- Os materiais produzidos para divulgação deverão destacar o aspecto

da fragilidade dos arenitos, contribuindo para um engajamento dos

visitantes em relação à proteção do parque.

- Os meios de divulgação escrita ou falada deverão ter autorização

prévia para divulgação de matérias referentes ao parque.

Projetos propostos:

Curto prazo
- Projeto Divulgação do PEVV

4.5.5 Programa de Integração com o Entorno.

Consiste no desenvolvimento de atividades e ações com o objetivo de

proteger a unidade de conservação dos impactos ambientais decorrentes do uso e

ocupação do solo em seu entorno, e também para evitar sua fragmentação, obtendo

a cooperação necessária para o manejo efetivo da unidade. além disso objetiva-se

integrar a comunidade adjacente, de forma aliada e responsável, tornando-se


fundamental para o alcance dos objetivos de manejo e para o estabelecimento de

uma relação harmoniosa, que beneficiará tanto o PEVV como estas comunidades,

através de inúmeras atividades, como por exemplo o ecoturismo.

Este programa divide-se em sete subprogramas: sensibilização das

comunidades de entorno, relações públicas, divulgação, controle ambiental,

alternativas de desenvolvimento, cooperação interinstitucional, conectividade das

áreas de importância ambiental e cultural.

ENCARTE 4 53
Objetivos:

- Minimizar os impactos e ordenar o uso e ocupação das atividades

antrópicas geradas na região do entorno do parque de forma a diminuir

suas conseqüências sobre a UC.

Normas gerais:

- Todas as atividades na zona de amortecimento, deverão ser

normatizadas (de acordo com projetos específicos) visando diminuir o

isolamento do PEVV, permitindo a conectividade do parque com outros

ambientes e garantir a proteção dos recursos naturais e o cumprimento

da legislação e normas vigentes.

- Deverá ser considerado o projeto “Conservação das paisagens

remanescentes e desenvolvimento sustentável na área de entorno do

Parque Estadual Vila Velha nos campos gerais do Paraná” realizado

pelo Centro Tecnológico Icomarã, Universidade Estadual de Ponta

Grossa e Prefeitura Municipal de Ponta Grossa com apoio do Ministério

do Meio Ambiente para integração do PEVV com sua área de entorno.

Atividades previstas:

- Criar mecanismos para a elaboração do zoneamento agro-ecológico de

todas as propriedades na zona de amortecimento;

- Proteger e/ou restaurar a vegetação ciliar e averbar as reservas legais

de acordo com a Lei 4771/65 e normas;

- Promover e/ou incentivar a restauração e/ou enriquecimento de capões

de floresta com araucária;

- Conservação e restauração dos campos naturais e regulamentar o uso

dos ambientes campestres;

- Proibir e fiscalizar o uso do fogo como forma de manejo agropastoril;

54
- Proibir as drenagem de áreas úmidas;

- Criar mecanismos para disciplinar e/ou proibir o uso de agrotóxicos em

uma faixa de 100 metros a partir do limite da unidade.

- Demarcar fisicamente a faixa de proteção de 100 metros e a Zona de

Amortecimento;

- Criar mecanismos para o controle e/ou erradicação de espécies exóticas

invasoras sem fins comerciais;

- Criar mecanismos para o controle de introdução de espécies exóticas

invasoras ou potencialmente invasoras e outras que possam causar

algum tipo de dano a biota;

- Criar mecanismos de controle para a construção de qualquer tipo de

barramento em cursos d’água, mesmo para fins de produção de energia;

- Criar mecanismos para incentivar e/ou apoiar formas alternativas de

usos econômicos, tais como turismo rural e outras formas de uso

indireto dos recursos naturais;

- Criar mecanismos para regulamentar e incentivar a destinação

adequada dos resíduos sólidos com ênfase na redução, reuso e

reciclagem dos resíduos;

- Criar mecanismos para adequar o tratamento e destinação de esgotos

e efluentes na zona de amortecimento;

- Criar mecanismos para normatizar as construções junto a divisa e

dentro da faixa de proteção de 100m;

Criar mecanismos para normatizar a instalação de atividades

potencialmente poluidoras na zona de amortecimento.

Proteger em parceria com os proprietários rurais os sítios históricos e

arqueológicos.

ENCARTE 4 55
- A soltura de espécies de animais silvestres na área do parque só poderá

ocorrer mediante projeto autorizado pelo IAP, com acompanhamento

veterinário que ateste as condições de saúde da espécie e por biólogos

e/ou outros profissionais da área ambiental que assegurem o

monitoramento da espécie a médio e longo prazo através de rádio-

telemetria ou outro recurso comparável.

4.5.5.1 Subprograma de Sensibilização das Comunidades de Entorno

Objetivos:

- Promover a conscientização ambiental em relação a sua importância, e

os benefícios diretos e indiretos advindos dela, procurando assim o

envolvimento da comunidade na proteção dos recursos naturais;

- Promover a conscientização em relação à importância de proteger o

patrimônio histórico e arqueológico.

Conscientizar a população do entorno sobre a importância da UC e seu


papel na manutenção da qualidade de vida;

- Estimular a mudança de comportamento da população local em prol da


conservação da natureza.

Atividades:

- Fomentar e/ou criar parcerias com entidades que desenvolvam

atividades de educação ambiental no município, de modo a fortalecer

iniciativas desta natureza e contribuir para a consolidação dos

mecanismos já existentes na região;

- Realizar campanhas educativas informando a população sobre as

questões conceituais e legais referentes ao meio ambiente e à

proteção do patrimônio cultural;

56
- Organizar cursos de capacitação e atualização para professores e

demais agentes sociais interessados, levando em consideração as

particularidades sociais, culturais e ambientais do município,

adequando as informações a serem repassadas para a linguagem e

modo de vida da população alvo;

- Produzir uma exposição itinerante sobre o PEVV que percorra além das

escolas, diversas instituições consideradas estratégicas para o PEVV;

- Realizar trabalhos dirigidos com proprietários, empregados e moradores

da área do entorno do PEEV sobre a importância da manutenção dos

recursos naturais para garantia da qualidade de vida na região;

- Realizar concursos, comemorações e demais eventos que contribuam

para desenvolver na população a noção de cidadania e de preservação;

- Definir e viabilizar os meios de divulgação das ações previstas no

plano de manejo, além de material didático e recursos audiovisuais

para a organização de palestras;

- Acompanhar as mudanças de comportamento das comunidades

vizinhas ao Parque a partir da implantação das atividades de uso

público em áreas de recursos compartilhados;

- Contribuir para o resgate, a divulgação e a valorização de aspectos

culturais e tradicionais da região.

4.5.5.2 Subprograma Relações Públicas

Objetivos:

- Divulgar as atividades desenvolvidas na unidade no intuito de

relacionar-se com a comunidade vizinha e a sociedade em geral,

objetivando o estreitamento de relações;

ENCARTE 4 57
- Promover a valorização do parque;

- Promover a integração com a comunidade, prefeitura e instituições que

atuem na região;

- Sensibilizar as pessoas sobre a importância da causa conservacionista.

Atividades:

- Realizar visitas com as lideranças, no intuito de angariar simpatizantes

para as questões de interesse do PEVV e da conservação da natureza;

- Estabelecer parcerias com a prefeitura e outras instituições da região;

- Elaborar e implementar um programa de captação de recursos;

- Viabilizar, através de contatos com órgãos de comunicação,

reportagens sobre o parque que possam ser veiculadas nacionalmente;

- Estreitar relações com os formadores de opinião da região;

- Produzir um vídeo sobre o PEVV para divulgá-lo em palestras realizadas


em instituições de ensino e também instituições ligadas ao turismo;

- Produzir souvenires que identifiquem o PEVV e auxiliem em sua

divulgação;

- Incentivar a criação de RPPNs.

4.5.5.3 Subprograma de Cooperação Institucional

Este subprograma está direcionado para o estabelecimento de parcerias e

para a manutenção de relações de cooperação entre o PEVV e as instituições que

direta ou indiretamente desenvolvem ações de interesse para a unidade, objetivando

a proteção da unidade.

Objetivo:

- Formalizar relacionamentos inter-institucionais, de modo a catalisar

ações para a unidade de conservação e interagir com os programas de

58
desenvolvimento regional ou similares, que afetem diretamente a UC e

sua Área de Influência.

Atividades:

- Estabelecer parcerias com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

- Implementar o Comitê para o Parque como foro de discussão dos

problemas ambientais do entorno que afetam a UC.

- Estabelecer parceria com Universidades e ONGs para desenvolvimento

das pesquisas prioritárias do Parque.

- Estabelecer cooperação técnica com o DNER, com a Rodonorte e com

a América Latina Logística (ALL), para manutenção e controle da

rodovia BR-376 e do trecho ferroviário, com relação a focos de


incêndios, drenagem, ocupação de margens, limite de velocidade,

placas de sinalização e ao transporte de cargas perigosas.

- Identificar, articular e formalizar parcerias com instituições presentes na

região, visando o estabelecimento conjunto de estratégias para o

controle ambiental da Zona de Amortecimento e da Área de Influência.

Normas gerais:

- Todas as atividades deverão ser desenvolvidas em consonância com a

legislação pertinente, com o Plano de Manejo, com o Regulamento do

Parque e Conselho Gestor.

4.5.5.4 Subprograma de Divulgação

Objetivos:

- Promover a divulgação do PEVV e a importância de seus recursos

naturais ao público em geral.

ENCARTE 4 59
Atividades:

- Confeccionar e distribuir material de divulgação sobre o PEVV, como

folhetos, cartazes, vídeo, CD-ROM, site na internet;

- Estabelecer parcerias com agências de turismo e outras instituições,

para divulgação do PEVV;

- Instalar placas de divulgação do PEVV na rodovia BR-376;

- Estudo para divulgação do PEVV.

Normas:

- Os materiais produzidos para divulgação deverão destacar o aspecto

de fragilidade dos arenitos, contribuindo para um engajamento dos

visitantes em relação à proteção do parque.

4.5.5.5 Subprograma de Controle Ambiental do Entorno

Objetivos:

- Contribuir com a proteção do patrimônio natural e a manutenção da

integridade física do entorno;

- Esclarecer aspectos da legislação ambiental que regem a utilização

dos recursos naturais da região e a importância da unidade de

conservação, a fim de prevenir ações que coloquem em risco a

integridade do parque e região;

- Garantir a qualidade dos recursos naturais do entorno PEVV;

- Controlar, fiscalizar e monitorar a zona de amortecimento do PEVV,

propondo soluções aos impactos identificados.

60
Atividades:

- Elaborar diretrizes e normas de uso da zona de amortecimento;

- Coibir ações prejudiciais ao PEVV e sua zona de amortecimento;

- Monitorar a qualidade da água dos rios da região, especialmente os

que drenam para o parque;

- Fazer cumprir a legislação sobre a recomposição da reserva legal e

mata ciliar;

Projetos propostos:

Médio prazo
- Projeto de alternativas econômicas ao uso do fogo.

4.5.5.6 Subprograma de Alternativas de Desenvolvimento para a Comunidade do


Entorno

Objetivos:

- Divulgar e apoiar alternativas econômicas diversificadas e amistosas


com a biodiversidade;
- Difundir a agricultura orgânica como referência das ações ambientais
harmônicas entre o Parque e o Entorno;
- Conhecer o patrimônio cultural da área de influência da UC;
- Conhecer o perfil sócio-econômico da população;
- Estudar alternativas econômicas e ecologicamente compatíveis
com a UC.

Atividades:

- Realizar pesquisa sócio-econômica com identificação de seus principais


problemas;
- Participar das reuniões da comunidade;

ENCARTE 4 61
- Recomendar e colaborar com a implantação de atividades econômicas
compatíveis com a unidade de conservação;
- Estimular as atividades econômicas tradicionais pela população local;
- Estimular o ecoturismo no entorno do PEVV;
- Apoiar iniciativas de agricultura orgânica.
- Elaborar projeto alternativas econômicas ao uso do fogo objetivando
o desenvolvimento de uma linha de pesquisa aplicada para
estabelecimento de modelos demonstrativos para alternativas
econômicas ao uso do fogo como ferramenta de manejo e produção na
Zona de Amortecimento.

Projetos indicados:

Longo prazo
- Projeto de seleção e cultivo de espécies dos ecossistemas existentes
para fins ornamentais.
- Projeto de seleção e cultivo de espécies dos ecossistemas locais para
produção florestal.
- Projeto de seleção e cultivo de espécies dos ecossistemas campestres
para recuperação de áreas degradadas e uso forrageiro.
- Projeto de qualificação e desenvolvimento de sistemas de produção
animal de base pastoril.

4.5.5.7 Subprograma de Conectividade das Áreas de Importância Ambiental e


Cultural

Objetivo:

- Auxiliar na ampliação e integração dos remanescentes de ambientes


naturais e das unidades de conservação nos Campos Gerais.

62
Atividades:

- Identificar e cadastrar as áreas remanescentes de ambientes naturais;


- Integrar as ações das unidades de conservação nos Campos Gerais;
- Implantar corredores de biodiversidade;
- Estimular a implantação de RPPNs;
- Fazer implantar as reservas legais e áreas de preservação permanentes;
- Trabalhar conjuntamente com proprietários no combate e prevenção de
incêndios.

4.6 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

A operacionalização do Parque deverá possibilitar, além da preservação de

seus ambientes naturais, a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento

de atividades de recreação em contato com a natureza, de educação e interpretação

ambiental e de lazer.

Estas atividades, embora sejam premissas básicas da categoria de

Unidade de Conservação definida como Parque, podem vir a contribuir com a

sustentabilidade econômica e possibilitar a efetiva preservação dos recursos

naturais existentes na Unidade.

A unidade de conservação possui, ainda, caráter social e educativo,

estando inserida no espaço público da comunidade como parte integrante do

patrimônio ambiental e sociocultural da população. A promoção de atividades de

educação ambiental para as comunidades do entorno do Parque pode representar

um importante e decisivo meio para auxiliar e reduzir as ações de fiscalização na

Unidade de Conservação. Através das atividades de educação e interpretação

ambiental haverá, também, uma maior compreensão pública das ações do IAP e da

política ambiental do Governo do Paraná.

ENCARTE 4 63
Especificamente junto aos moradores das propriedades do entorno do

parque, os subprogramas de Integração com a Área de Influência permitirão

esclarecer aspectos da legislação ambiental que regem a utilização dos recursos

naturais da região e a importância da Unidade de Conservação, a fim de prevenir a

ocupação indevida e o desmatamento irregular de áreas no entorno do parque, a

caça ilegal, manejo inadequado do solo, poluição da água e outras agressões ao

meio ambiente que possam ser motivadas pela compreensão errônea acerca das

modificações que ocorrerão na região a partir da implantação dos programas

previstos no Plano de Manejo e conseqüente dinamização das atividades no parque.

Pretende, igualmente, desenvolver junto à população residente, ou que

exerce atividades próximas ao Parque, o senso de conservação ambiental,

estabelecendo o equilíbrio ecológico na região. Além disso, pretende repassar a esta

população preceitos básicos nas questões relativas a tratamento adequado do lixo,

efluentes domésticos e demais conhecimentos que melhorem a qualidade de vida e

ambiental da população considerada

Com relação às trilhas, elas têm uma função fundamental dentro de um

parque, sendo estas as principais ferramentas capazes de fazer com que o visitante

interaja com o meio ambiente e desenvolva uma conduta consciente e de

mínimo impacto.

Com relação ao potencial de incêndios na área do Parque e entorno, as

ações preventivas se constituirão na principal forma de evitar os danos que podem ser

provocados por incêndios florestais ao partimônio natural do Parque. Para se ter êxito

na prevenção de incêndios florestais é necessário que haja um grande envolvimento

de todos os setores que desenvolvem algum tipo de atividade na região do Parque, e

também que sejam aplicadas técnicas de prevenção dos incêndios.

64
4.6.1 Estratégias para a Implementação

A Implementação do Plano de Manejo compreende um conjunto de ações

com o intuito de implementar, na prática, o desenvolvimento dos programas de

manejo previstos no Plano de Manejo. Para que isto ocorra, é necessário antes criar

uma estrutura que vise apoiar a elaboração, preparação e implantação dos projetos

e programas previstos no referido Plano.

Os projetos a serem desenvolvidos possuem cronograma físico-financeiro

de caráter propositivo e dependentes de dotação orçamentária, sendo que o sua não

execução não implica na inviabilização do Plano de Manejo. Esses projetos poderão

ser revistos e readequados, bem como novos projetos poderão vir a integrar o plano

de manejo, de acordo com as necessidades e demandas emergenciais.

A seguir apresentam-se as atividades que deverão ser desenvolvidas

prioritariamente para garantir a implementação do Plano.

4.6.1.1 Atividades

- Criação e implantação do Conselho Consultivo do Parque;

- Estabelecimento pelo IAP, em conjunto com o Conselho Consultivo,


dos projetos prioritários para serem implantados no Parque, porém

seguindo-se a recomendação do presente Plano de Manejo;

- Elaboração do Plano Operacional Anual – POA;

- Estabelecimento de dotação orçamentária;

- Fornecimento de suporte ao processo de discussão, definição,

aprovação, contratação e implantação dos projetos;

- Publicação de editais de licitação para concorrência pública, efetuando-

se a avaliação e aprovação das melhores propostas, tendo como base

as condicionantes dos Termos de Referência; e o estabelecimento de

convênios, termos de cooperação técnica, parcerias e/ou outros


ENCARTE 4 65
instrumentos legais e administrativos de ação conjunta com instituições

públicas e/ou privadas, visando alocar recursos humanos e/ou

financeiros para o desenvolvimento dos projetos de manejo.

4.6.1.2 Prioridades

- Implementação do Conselho Consultivo;

- Elaboração de parcerias;

- Dotação orçamentária;

- Implementação dos projetos.

4.6.2 Implementação do Conselho Consultivo

O Conselho Consultivo do Parque apoiará a administração geral, nas

atividades a serem desenvolvidas no PEVV. A implementação do Conselho tem como


base as disposições do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei

Federal n.o 9.985/00), o qual, em seu artigo 29, estabelece que cada Unidade de

Conservação de Proteção Integral deverá dispor de um Conselho Consultivo.

Este Conselho deverá ser composto por representantes do poder publico,


comunidades do entorno, iniciativa privada, Instituições de Ensino e Pesquisa,

Organizações não governamentais, devendo ser preferencialmente paritaria, sendo

presidido pelo gerente do Parque, sendo regido pelo Regimento Interno, que deverá

ser aprovado por Portaria pelo Presidente do IAP.

Os conselheiros terão mandato de dois (2) anos, renováveis por igual

período, e serão indicados pelo conjunto das entidades que possuem relação direta

ou indireta com as atividades a serem desenvolvidas no Parque.

66
4.6.3 Elaboração de Parcerias

Para o desenvolvimento dos programas e projetos previstos neste Plano de

Manejo e outras atividades, faz-se necessária a elaboração de parcerias entre o IAP

e instituições diversas de pesquisa, educação e manejo ambiental, dentre

outras. Universidades, ONGs, empresas de consultoria da área ambiental e

consultores autônomos são necessários para o desenvolvimento das diversas

atividades aqui previstas.

4.6.4 Dotação Orçamentária

O estabelecimento de dotação orçamentária deverá levar em conta as

seguintes necessidades ou demandas:

- Custeio do pessoal, guardas-parque e apoio;

- Material de consumo para a operação do Parque

- Investimentos em equipamentos;

- Investimentos em infra-estrutura;

- Investimentos em treinamento;

- Ações voltadas para o entorno do Parque;

- Desenvolvimento de projetos; e

- Investimentos para a prestação de serviços (visitação, apoio à pesquisa,

serviços para a comunidade e outros).

As necessidades e demandas do Parque foram definidas com base no

presente Plano de Manejo, baseadas nos diagnósticos temáticos.

ENCARTE 4 67
4.6.4.1 Fontes de recursos

Os recursos a serem utilizados na implementação do Plano de Manejo do

Parque Estadual deverão ser provenientes principalmente de dotação orçamentária

do Estado, podendo contudo ser originários de outras fontes, apresentadas a seguir:

- Doadores, público, privado e organizações não governamentais;

- Serviços prestados pelo Parque;

- Concessão de serviços no Parque;

- Convênios com instituições de pesquisas e outras com interesse em

desenvolver atividades no Parque; e,

- Financiadores nacionais e/ou internacionais de fundos ambientais.

68
ENCARTE 5

PROJETOS ESPECÍFICOS

5.1 IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS A CURTO PRAZO

PROGRAMA MANEJO DO MEIO AMBIENTE

SUBPROGRAMA MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS

PROJETO DE MANEJO E CONTROLE DE ESPÉCIES EXÓTICAS E EXÓTICAS

INVASORAS1

Justificativa

Espécies exóticas são aquelas que ocorrem numa área fora de seu limite
natural historicamente conhecido, como resultado de dispersão acidental ou
intencional por atividades humanas.
Espécies exóticas invasoras são aquelas que, uma vez introduzidas a partir
de outros ambientes, se adaptam e passam a reproduzir-se a ponto de ocupar o
espaço de espécies nativas e produzir alterações nos processos ecológicos naturais.
Tendem a tornar-se dominantes após um período de tempo mais ou menos longo
requerido para a sua adaptação. Ao contrário da maioria dos problemas ambientais,
o processo de invasão se agrava com o tempo, modificando destruindo a resiliência
dos sistemas naturais e levando à perda de biodiversidade.
Por essas razões, o uso de espécies exóticas deve fundamentar-se no

princípio da precaução, respeitando a Convenção Internacional da Biodiversidade, a

1A respeito de espécies exóticas e exóticas invasoras existem diferentes métodos de


controle e erradicação: biológico, mecânico e químico, sendo que cada espécie e situação requerem
tratamentos específicos ou combinados. Para o Parque Estadual de Vila Velha recomenda-se iniciar
com áreas piloto, devidamente monitoradas, de acordo com os tratamentos indicados e realizando
ajustes a medida da necessidade.
ENCARTE 5 1
Lei de Crimes Ambientais brasileira e a Política Nacional da Biodiversidade. As

diretrizes para a prevenção e o controle de espécies exóticas invasoras discutidas

na Conferências de Diversidade Biológica realizadas em Montreal, no Canadá, em

2001 e em Haia, na Holanda, em 2002, estão fundamentadas no princípio da

precaução, de que trata o princípio 15 da Declaração do Rio de Janeiro, de 1992:

Para proteger o meio ambiente, medidas de precaução devem ser largamente


aplicadas pelos Estados, segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos
graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não deve servir
de pretexto para procrastinar a adoção de medidas visando prevenir a
degradação do meio ambiente.

Os métodos de controle preferenciais são mecânicos, aplicáveis em grande

parte dos casos. Em algumas situações, porém, o controle mecânico isolado não

tem eficiência de resultado e inviabiliza a erradicação das plantas, ou seja, a

resolução definitiva dos problemas. O fogo com freqüência estimula a germinação e

o rebrotamento de espécies exóticas invasoras.

Por essas razões, o controle químico é em alguns casos empregado como

medida complementar, a exemplo do controle de Ulex europaeus tojo, Melia


azedarach cinamomo, Eucalyptus spp., Hovenia dulcis uva-do-japão e Cassia sp.
cássia-manduirana. Essas espécies apresentam forte capacidade de rebrotamento

e, a médio prazo, o controle mecânico se mostra caro e ineficiente, frustrando as

iniciativas de controle por falta de resultados. Os métodos aqui indicados são

empregados correntemente nesses e em outros países, inclusive em áreas

protegidas, pois entende-se que o dano ambiental causado por invasões

descontroladas é infinitamente superior ao impacto do uso adequado e restrito de

químicos para controle.

Além disso, quanto antes as espécies exóticas invasoras forem eliminadas,

mais cedo se possibilita a restauração do ambiente natural, que é um ganho para

fauna e flora em termos de espaço disponível e de capacidade alimentar do meio. A

2
manutenção de espécies exóticas invasoras em unidades de conservação põe em

risco o objetivo de conservação de biodiversidade das unidades e impede o

restabelecimento da biota natural. Esse impacto é mais sério e mais prolongado do

que o uso correto e cuidadoso de produtos adequados para cada fim, que tem efeito

pontual e de curto prazo somente sobre as exóticas sobre as quais são aplicados. A

erradicação dessas espécies libera o meio para a restauração e favorece o

reequilíbrio dos processos e sistemas naturais.

Informações sobre produtos para contenção de rebrotas

Todo produto químico deve ser manuseado com extremo cuidado de forma

a não haver derramamento ou acidentes com o aplicador. Essas práticas requerem

uso de equipamentos adequados e de proteção. Devem ser sempre misturados a

corantes, como azul de metileno, para que o aplicador possa enxergar a área

afetada ou respingos na própria vestimenta. O corante também facilita a supervisão

e o acompanhamento posterior para aferição de resultados.

a) Tordon

Este produto é vendido em lojas de produtos agropecuários e seu uso é

legal em áreas rurais. A persistência no meio é estimada em 2 a 3 anos, de forma

que seu uso deve ser feito com extremo cuidado e de forma restrita ao toco de

árvores removidas que apresentem característica de rebrote após corte, como é o

caso de Eucalyptus, Melia azedarach cinamomo, Hovenia dulcis uva-do-japão,


Cassia sp. cássia manduirana e tojo Ulex europaeus.
A aplicação deve ser feita com pincel no toco imediatamente após o corte,

em diluição de 5 a 7%, quase de forma simultânea, num tempo de 10-15 segundos,

de forma a maximizar sua eficácia. Tratamentos tardios diminuem a eficiência do

resultado em função da inatividade sistêmica das plantas e da obstrução dos vasos

condutores do câmbio, requerendo tratamentos posteriores continuados em

ENCARTE 5 3
rebrotas, que podem ser prolongados. Pela mesma razão, a eficiência do tratamento

é maior nos períodos de maior atividade biológica das plantas, ou seja, na primavera

e no verão.

Após o rebrotamento, a utilização de um produto sistêmico diretamente

sobre as folhas das rebrotas aumenta a eficiência dos resultados, pois existe melhor

condição de se atingir o sistema radicular da planta. A tendência é que o desbrote

contínuo com reaplicação de Tordon no toco tende a tomar maior número de

repetições em casos de rebrotamento do que o uso de um herbicida sistêmico

aplicado nas rebrotas. Além disso, o produto tem maior tempo de persistência no

meio e seu uso deve ser minimizado sempre que possível. Por essa razão

recomenda-se a utilização de glifosato, diluído a 2%, misturado a corante, em

aspersão direta sobre as folhas das rebrotas.

Recomenda-se pincelar o produto sobre toda a área do toco e as laterais e

raízes expostas, para aumentar a eficiência e reduzir a possibilidade de rebrotamento.

Incorporar sempre o uso de um corante, como azul de metileno, para viabilizar o

controle das aplicações e o monitoramento da sua eficiência em médio prazo.

O uso todo produto químico deve ser feito com luvas de couro e máscara

para evitar qualquer possibilidade de intoxicação por parte do aplicador. A aplicação

deve ser feita com pincel a fim de evitar borrifamento que contamine o meio ao redor

dos tocos, restringindo-se o uso do produto à superfície da madeira, na área do

câmbio e laterais do tronco. O uso de Tordon no momento do corte visa reduzir o

número de aplicações em forma de aspersão foliar sobre rebrotas, aumentando a

eficiência do controle e reduzindo o tempo despendido na atividade.

Nos casos de remoção dos plantios de Eucalyptus do Parque Estadual,

esses procedimentos de tratamento deverão ser incorporados às condições das

licitações, prevendo-se mão-de-obra específica para realizar o trabalho. Este

procedimento visa evitar que, uma vez cessada a responsabilidade do IAPAR sobre

4
a remoção das árvores, reste ao IAP arcar com os custos e com o trabalho de

efetuar o controle de rebrotas durante os anos necessários.

Diferentes diluições do produto devem ser testadas até que se otimize a

diluição. Concentrações muito baixas representam maior capacidade de rebrote das

plantas e maior tempo, custo e esforço envolvidos no controle de rebrotas posterior,

que igualmente requer apoio de controle químico para ser efetivo.

b) Glifosato

A aplicação é feita com aspersor diretamente sobre as folhas, visando

eliminar o rebrote após o corte e eliminar a planta em período curto a médio, conforme a

espécie e o porte.

O glifosato é um herbicida sistêmico amplamente utilizado para o controle

de espécies exóticas invasoras em todo o mundo, por ser medianamente tóxico

(classe II, faixa amarela) e não deixar resíduos no ambiente após a aplicação. Age

pela inibição da síntese de aminoácidos.

Sob o nome comercial de Roundup, encontra-se à venda em diluição de

46% e tem sido amplamente empregado para controle de espécies exóticas

invasoras nessa proporção em outros países. Em caso de diluição, deve ser diluído

em água limpa, livre de sedimentos, numa proporção de 2%.

Objetivos

Este projeto visa a remoção de espécies exóticas invasoras e não

invasoras do PEVV. Está fundamentado no princípio da precaução e visa evitar que

espécies exóticas presentes no Parque hoje possam vir a desenvolver ou expandir

processos de invasão. O projeto visa também proporcionar acompanhamento às

áreas manejadas após a remoção, de modo a impedir a reincidência das invasões.

ENCARTE 5 5
Atividades

- Remoção de espécies de plantas exóticas invasoras

São diversas as espécies exóticas já estabelecidas como invasoras no

Parque Estadual de Vila Velha. Todas as plantas dessas espécies devem ser

removidas, de forma a aumentar o nível de segurança futura para a proteção da

biodiversidade no Parque Estadual. As ações propostas devem ser executadas com

máxima eficiência, otimizando-se custos de remoção e reduzindo gradativamente a

necessidade de controle periódico. Para tanto, é preciso extinguir os focos de

contaminação, na maior parte representados por árvores adultas que fazem a

dispersão de sementes a cada estação reprodutiva.

a) Pinus spp.

As espécies do gênero Pinus presentes no Parque Estadual são, na maior

parte, P. elliotti e P. taeda, originárias da América do Norte, embora haja uma grande

gama de espécies plantadas para fins experimentais pelo IAPAR em décadas

passadas. Ocorrem naturalmente sobre solos de baixa fertilidade e em clima frio,

tendo facilidade de adaptação a climas mais amenos. Constituem o gênero de maior

problema de contaminação biológica em todo o hemisfério sul, sendo proibido seu


uso para fins não comerciais na Austrália, na Nova Zelândia e na África do Sul.

Não invadem ambientes sombreados, tendendo a limitar-se a ecossistemas

abertos sendo, porém, invasoras em áreas florestais degradadas na incidência de

clareiras. Margens de rodovias e ferrovias constituem canais eficazes de dispersão. A

degradação ambiental constitui um facilitador para o processo de estabelecimento. As

sementes se dispersam pelo vento e por algumas espécies de aves. Não produzem

rebrotas, desde que removida toda a parte verde no momento do corte.

6
a.1 Remoção de árvores do gênero Pinus em processo de invasão

A fim de ordenar a remoção de árvores do gênero Pinus e outras exóticas

invasoras de presença eventual na área do Parque Estadual de Vila Velha, foi

produzido um mapa dividindo a área do Parque Estadual em talhões (ANEXO 07).

Essa área se limita à parte da unidade sempre destinada à conservação, pois as

áreas de plantios florestais requerem medidas complementares de restauração,

devidamente explicitadas no na seqüência.

O processo de remoção segue a lógica de iniciar pela parte mais alta do

Parque, situada à nordeste (Sítio 1, Platô da Fortaleza), direção de onde sopram os

ventos predominantes que entregam a esta área elevado potencial de disseminação

de sementes para o restante do Parque. A limpeza proposta deve ocorrer dá de

nordeste para sudoeste, da área mais alta para a mais baixa, justamente calcada no

fator vento e no potencial de dano de novos períodos de disseminação de sementes,

que ocorre na estação do inverno.

A fim de garantir o sucesso da empreita, algumas condições precisam ser

supridas, conforme segue:

1. Designar ou contratar duas ou três pessoas para desempenhar a função;

2. Reunir essas pessoas (e, possivelmente, os demais funcionários) para

prestar-lhes os devidos esclarecimentos acerca da problemática da

contaminação biológica e do trabalho a ser realizado;

3. Para acesso ao platô da Fortaleza, é necessário estabelecer um

caminho a ser percorrido pelo trator, de modo a viabilizar o transporte

de equipamento para o corte das árvores, que servirá igualmente para

a manutenção da cerca e a proteção da área à entrada do gado da

fazenda vizinha. Esse caminho deverá ser definido pelo Gerente e pelo

administrador da área, Sr. Alceu Ferreira;

ENCARTE 5 7
4. Remoção das árvores adultas e jovens, por lote, com supervisão antes

de proceder ao talhão seguinte. É fundamental que cada talhão percorrido

seja vistoriado antes de passar-se adiante, para evitar aumento dos

custos operacionais (transporte de pessoas e equipamentos mais tempo

de deslocamento) e garantir a eficácia do resultado.

A remoção de Pinus precisa ser executada de modo que não reste nos

tocos nenhuma porção verde: todos os galhos precisam ser removidos de modo a

eliminar a possibilidade de recuperação das plantas. A altura de corte no tronco nem

sempre elimina toda a ramagem, havendo com freqüência galhos rasteiros, que

precisam então ser removidos com facão ou machadinha. A permanência de

material verde fará com que o problema retorne dentro de um curto período de

tempo, sendo que os executores precisam compreender a importância de sua

remoção. Por essa razão é fundamental a supervisão à medida que os executores

dêem por concluído o trabalho em cada talhão.

Em caso de necessidade, os talhões propostos podem ser divididos em

áreas menores para facilitar a supervisão e a organização do trabalho.

a.2 Restauração de áreas de plantios para experimentação e exploração


florestal

Situação em abril de 2002

Plantios florestais com fins experimentais realizados pelo IAPAR com

diversas espécies exóticas. Estabelecimento de prioridades para remoção por

espécie de acordo com capacidade invasora, portanto iniciando pelos plantios de


Pinus spp. e, em segundo lugar, Eucalyptus spp.
As fotografias aéreas de 1953 atestam que as áreas utilizadas para

plantios com espécies exóticas e também com espécies nativas na região eram

parte do ecossistema de transição Estepe/Savana. Assim sendo, a restauração

dessas áreas deverá propiciar o retorno de vegetação herbáceo-arbustiva.

8
Recomendações

Proceder à amostragem e análise de solo, nas seguintes condições:

a) Amostra 1: coleta vertical do horizonte coberto por acículas, se

espessura for igual ou maior que 5 cm. Análise de solos completa (NPK

+ saturação de bases + CTC).

b) Amostra 2: coleta de solo nos primeiros 10 cm de substrato. Proceder à

análise completa.

c) Amostra 3: coleta de solo nos primeiros 20 cm de substrato. Proceder à

análise de solos completa.

Observações:

- As amostras devem ser homogeneizadas a partir de no mínimo 7 sub-

amostras.

- As análises devem ser completas (pH em água e SMP (acidez


potencial), saturação de bases, CTC, Ca, Mg, Al, Fé, MO + NPK).

Recomendações de manejo para áreas com plantio de Pinus:

a) O gênero Pinus deve ser priorizado no processo de remoção em

função do maior potencial de invasão e grau de agressividade,


comparado às outras espécies presentes.

b) Iniciar a remoção pelas plantas de menor porte da regeneração e

dispersão. Toda a parte verde dessas plantas precisa ser removida

para evitar seu restabelecimento. Este procedimento visa assegurar

que não restem plantas pequenas não localizáveis após a derrubada

das árvores maiores em função da presença de galhadas pelo terreno.

Cortar árvores, remover os troncos e o material lenhoso aproveitável.

c) Deixar a galhada espalhada no terreno de modo a proporcionar

melhores condições para sua rápida decomposição e reduzir a erosão.

O material não deve ser enleirado a menos que seja parcialmente

ENCARTE 5 9
aproveitado para formar camaleões de prevenção à erosão. Nesse

caso, o material não utilizado para esse fim deve ser espalhado na

área e desgalhado ao máximo possível.

d) Roçar e controlar a regeneração de Pinus após o corte dos talhões

uma vez ao ano, conforme necessidade, com ajustes realizados a

partir de um processo de acompanhamento contínuo (veja Programa

de Pesquisa e Monitoramento).

e) Dezembro 2003: após análise de solos, definir tratamentos e espécies

a serem utilizadas para recuperação da condição básica de solos e

para o estabelecimento dos relvados naturais.

f) Janeiro 2004: se necessário, promover correção de fertilidade de solos,

conforme resultados da análise de solos. Utilizar calcário com PRNT


acima de 80% para viabilizar efeito em curto prazo. No caso de

necessidade de complementação com nutrientes, utilizar adubos

minerais. Preferencialmente, não utilizar adubos acidulados.

g) Março 2004: realizar sobre-semeadura de azevém a lanço na ordem de

40 kg/hectare. Visa estabelecer cobertura vegetal inicial para evitar

erosão e propiciar a formação de biomassa e incorporação de matéria


orgânica.

h) Setembro 2004: realizar sobressemeadura de pensacola na ordem de

10 kg/hectare, após quebra de dormência em água quente a um

máximo de 30oC.

i) Setembro 2004: diferir 2 hectares de campo nativo para cada 10 hectares

de área a ser restaurada. Estas áreas de 2 hectares servirão de banco de

sementes para a ressemeadura em áreas degradadas e podem ser

estabelecidas ao redor da Furna 1 ou entre o estacionamento e a

recepção de visitantes, áreas anteriormente mantidas sob regime de

roçada, para atenuar o crescimento da vegetação nas áreas acessíveis a

10
visitantes. A condição fundamental é que essas áreas escolhidas devem

estar livres de espécies exóticas invasoras, como Brachiaria, capim-

gordura, capim annoni 2 e vassoura-vermelha, e oportunistas, como

samambaiaçu, vassoura-branca (Baccharis sp.), espinheiro (Mimosa


dolens), samamabaiaçu e Chamecrista cathartica.
j) Final de novembro 2004: repetir roçada e sobre-semeadura com

material coletado nas áreas diferidas do campo nativo.

k) Avaliar resultados mensalmente e proceder a ajustes em função da

evolução da cobertura vegetal.

l) Manter área livre de Pinus em processo invasor, procedendo a roçadas

anuais. Não há necessidade de remover os restos da roçada, que

podem ser deixados no campo, sempre cobrindo preferencialmente

áreas desprovidas de vegetação, em sentido perpendicular aos

declives. Esta tarefa pode ser desempenhada por equipes de

voluntários formadas por visitantes do Parque.

O procedimento de roçada e sobre-semeadura deve ser repetido duas

vezes por ano, indefinidamente, por um período mínimo de 3-5 anos, até avaliação

de suficiência e auto-sustentabilidade do ambiente.

Ajustes no manejo deverão ser realizados conforme avaliações técnicas

periódicas de forma a evitar erosão e garantir condições favoráveis ao restabelecimento

da cobertura vegetal nativa.

b) Eucalyptus spp.

O gênero conta com mais de 600 espécies, todas originárias da Austrália e

amplamente plantadas em todo o mundo para fins de produção florestal e ornamentais.

Na região dos campos gerais estão se tornando invasoras gradativamente mais

agressivas, especialmente sobre os solos derivados de arenitos. Invadem

preferencialmente ecossistemas abertos, porém há observações de desenvolvimento


ENCARTE 5 11
no interior de ambientes florestais degradados. As sementes são disseminadas pelo

vento e as plantas, uma vez cortadas, emitem rebrotas vigorosas, havendo necessidade

de controle químico no momento do corte, com maior probabilidade de reincidência

quanto mais estiver a árvore no auge da idade adulta.

Recomendações de manejo para áreas com Eucalyptus

b.1 Situação 1 – Plantios de Eucalyptus com sub-bosque de Floresta


Ombrófila Mista estabelecido
Os plantios de experimentação florestal do IAPAR com espécies exóticas

representam quase na totalidade a conversão de formações originalmente

campestres, de transição entre Estepe stricto sensu e Savana Gramíneo-Lenhosa,


para áreas florestais. Nos locais onde se estabeleceu sub-bosque de Floresta

Ombrófila Mista, já com arvoretas formadas, não deve haver remoção de eucaliptos

por corte raso. Segundo avaliação das equipes técnicas responsáveis pelos

levantamentos de fauna, essas áreas tornaram-se importantes em termos de abrigo

e alimentação para espécies animais, inclusive de mamíferos de grande porte como

veados e capivaras. A Floresta Ombrófila Mista está em processo evolutivo e com

possibilidade de auto-suficiência, devendo firmar-se um capão com aspecto natural à


medida que as árvores exóticas forem removidas.

O procedimento a ser adotado para eliminação de Eucalyptus nessas

áreas terá resultado em médio prazo. O controle mecânico é insuficiente para

viabilizar a erradicação das plantas, pois o rebrote é vigoroso e tende a persistir por

longos períodos, de dez anos ou mais, tornando-se bastante oneroso em função da

baixa eficiência. Uma alternativa de controle mecânico é a destoca, em que todo o

sistema radicular das árvores é removido. Esse sistema resolve a questão da

persistência das plantas, porém é caro, altamente impactante ao solo, revolve o

banco de sementes e, em talhões de plantio, é praticamente inviável.

12
O procedimento mais adequado neste caso é adotar técnicas de

envenenamento, de forma a possibilitar que as árvores morram em pé, secando

lentamente e, gradativamente, derrubando galhos e partes do tronco sem causar

maiores danos à floresta em formação ou à fauna já estabelecida. Ainda, permite o

avanço da sucessão florestal por descomprimir a densidade atual originada do

plantio. Este processo visa eliminar o impacto que seria gerado com ações de corte

raso e promover a adaptação gradativa do meio biológico à sua saída do sistema

florestal. Os procedimentos estão detalhados a seguir:

As árvores a serem envenenadas não devem ser aneladas no método

tradicional, pois o anelamento estimula a formação de rebrotas em algumas

espécies. Todo produto químico deve ser aplicado conforme recomendações do

fabricante e previamente misturado a um corante, como azul de metileno, para

viabilizar o controle das aplicações e a verificação posterior de eficiência. Deve-se

igualmente registrar as datas e concentrações de aplicação de produtos de modo a

conhecer-se precisamente a eficácia do produto no médio prazo.

Com uma machadinha, fazer cortes horizontais curtos (10 cm de largura e

4-5 cm de profundidade) na base do tronco, imediatamente pincelando a área aberta

com glifosato diluído em água a 2%. Esses cortes devem ser intercalados em altura,

de forma a cobrir toda a circunferência do tronco, porém sempre um acima, um

abaixo, sucessivamente, com diferença de até 10 cm na altura dos cortes, fazendo

duas linhas interrompidas, mas intercaladas e complementares, de aplicação, uma

mais alta e outra mais baixa, em toda a circunferência do tronco.

Outra alternativa é abrir buracos sucessivos na base do tronco com uma

furadeira, em sentido diagonal para baixo, e pingar glifosato diluíudo a 2% em água

dentro dos mesmos com um conta-gotas. Nesse caso, é importante que sejam feitos

buracos de 5 em 5 ou de 10 em 10 cm ao redor de toda a circunferência do tronco.

Estes tratamentos devem ser realizados preferencialmente na primavera

ou no verão, época de maior atividade vegetativa e, portanto, de maior impacto


ENCARTE 5 13
sobre o metabolismo das plantas. As plantas tratadas devem ser marcadas com

corante e/ou fitas para facilitar a supervisão do processo.

Caso haja necessidade de remover algumas árvores, proceder a

tratamento simultâneo ao corte de aplicação com pincel de Tordon sobre o toco em

diluição de 5 a 7%, em água.

b.1.3 - Proceder a monitoramento constante para verificar a eficácia dos

tratamentos. Repetir caso se observe ineficiência, abrindo novos cortes nos tocos

e/ou fazendo aspersão diretamente nas folhas das rebrotas quando atingirem 15 a

25 cm de altura, para permitir a circulação do produto no sistema vascular das

plantas. Neste caso, igualmente proceder à mistura de glifosato diluído a 2% em

água com corante antes de proceder à aplicação.

b.2 Situação 2 – Plantios de Eucalyptus sem sub-bosque de Floresta


Ombrófila Mista

Em áreas desprovidas de regeneração natural, onde ocorre apenas acúmulo

de folhas e galhos de eucaliptos, as árvores podem ser removidas por corte seguido

de tratamento para evitar rebrote. Neste caso, o controle mecânico com destoca é

inviável, pois se trata de talhões plantados onde o impacto de destoca superaria o


impacto do processo mecânico combinado ao químico. O corte sem tratamento

posterior, por sua vez, não apresenta eficiência na eliminação das plantas.

Assim sendo, a indicação técnica mais adequada é de controle mecânico

combinado a controle químico pontual. Esse processo ocorre em duas etapas e com

dois produtos distintos.

Modificar o nível de diluição dos produtos será possível a partir de

comprovação de eficiência no campo, em época de crescimento vegetativo, ou seja,

nas estações da primavera e verão. Esses processos, embora fundamentados em

práticas realizadas em outros países, podem ser ajustados para otimização nas

condições locais.

14
A todo produto empregado deve-se sempre acrescentar previamente um

corante, como azul de metileno, para viabilizar o controle e a verificação de

eficiência. Deve-se igualmente registrar as datas de aplicação, concentração do

produto e equipamento utilizado, de modo a conhecer-se precisamente a eficácia

dos produtos no médio prazo.

b.2.1 - A primeira aplicação é feita no momento da remoção, passando-se

Tordon com pincel sobre o toco recém-cortado, segundos após o corte, em diluição

de 5 a 7% em água. Os vasos condutores das plantas se fecham por colapso

segundos após o corte, portanto a aplicação dos produtos químicos deve ser

realizada de forma simultânea, no instante em que o tronco é removido. O corte

deve ser o mais rente ao chão possível, não deixando tocos a alturas maiores que 5

cm, pois diminui a área viável para rebrote.

A aplicação com pincel somente sobre a superfície do toco visa impedir

que haja contaminação do meio, pois se trata aqui do uso de um produto de

persistência média de 3 anos. Conforme a espécie, o tempo de decomposição do

toco será igual ou maior a esse período, de modo que ocorre a restrição absoluta do

produto à madeira, sem impacto paralelo. O corante ajuda o executor a perceber se

a aplicação está indo além do toco ou se há algum resíduo na própria roupa, de

modo que se trata também de um mecanismo para aumentar a segurança da

operação em termos ambientais e humanos.

b.2.2 - Em havendo rebrote, aplicações subseqüentes devem ser feitas

com glifosato diluído em água a 2%, por aspersão, com bom bico direcionador, de

forma a molhar bem as folhas dos brotos. É igualmente recomendado o uso de

corante. A baixa diluição do produto viabiliza sua circulação no sistema radicular,

facilitando sua eliminação definitiva.

A repetição do tratamento deverá ser efetuada cada vez que os brotos

atingirem 15 a 25 cm de altura. Além do glifosato ser um herbicida sistêmico de

ENCARTE 5 15
baixa persistência no meio, estimada em 5 a 7 dias, sua ação é mais efetiva por

aspersão e conseqüente absorção e circulação através das folhas. Experiências já

realizadas em outros países comprovaram a eliminação das plantas na terceira ou

quarta aplicação consecutiva, sem impactos ambientais paralelos mesmo em

unidades de conservação. Deve haver registro de datas, árvores e áreas tratadas,

sendo a mudança na cor do corante uma possibilidade de marcação distinta entre

lotes de diferentes datas.

c) Melia azedarach cinamomo, santa bárbara, paraíso

Espécie originária da Índia, amplamente plantada e cultivada no Brasil.

Completamente adaptada, tornou-se invasora comum e consta de listas de espécies

invasoras em muitos países, em regiões de clima ameno. É uma espécie de elevado

potencial invasor em solos profundos de textura argilosa, como os derivados da

formação Ponta Grossa. As florestas ciliares da região estão, em diversos locais,

completamente dominadas pela espécie, assim como no noroeste do Paraná. A

dispersão por aves dificulta o controle da dispersão. As sementes são disseminadas

pelo vento e as plantas emitem rebrotas, havendo necessidade de aplicação de

produtos químicos no momento do corte, com possibilidade de reincidência.

Recomendações de manejo para áreas com Melia azedarach cinamomo e

outras exóticas que fazem rebrote

Essas espécies podem estar plantadas de forma ordenada em talhões, por

motivos de experimentação florestal, assim como formando agrupamentos

desordenados a partir de núcleos de invasão. Essas árvores devem ser,

preferencialmente, eliminadas em pé, sem corte, para evitar o rebrotamento. As

recomendações são análogas às anteriormente feitas para Eucalyptus (Situação 1).

Em caso de corte, as recomendações de controle são as mesmas

indicadas para Eucalyptus em termos de prevenção e tratamento de rebrote

16
(“Situação 2”). São igualmente estendidas a todas as espécies que fazem

rebrotamento. Manter, em todos os casos, o uso de corante e registro de datas e

concentrações de aplicação de produtos.

d) Hovenia dulcis uva-do-japão

Espécie de porte arbóreo originária da China e do Japão, fortemente

invasora de florestas com araucária, especialmente sobre solos profundos e de

textura média a argilosa. É observada como invasora agressiva nas proximidades da

porção oeste do Parque, na área da Formação Ponta Grossa. Está amplamente

estabelecida como invasora em toda a bacia do rio Uruguai, na região de Floresta

Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual. Aparenta maior dificuldade no

processo invasor sobre geologia de arenitos.

Está presente na área dos arenitos em pequeno número e recomenda-se

sua remoção para evitar a instalação, de processo invasor nas formações florestais.

Encontra-se bem estabelecida em diversos capões nas proximidades do município e

do Parque, tomando o espaço das espécies nativas companheiras da araucária.

Sendo as sementes disseminadas por aves, não é possível ter controle de sua

dispersão, motivo para sua erradicação da unidade de conservação.

O controle se faz da mesma forma que o de Eucalyptus, distintamente em


caso de morte em pé e corte.

e) Anadenanthera colubrina angico-branco

Espécie nativa do Brasil, ocorre nas florestas de galeria em função da

mistura da Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecídua dentro do

Parque. Observa-se sua dominância nessas áreas, provavelmente favorecida pelos

processos passados de exploração madeireira e degradação do ambiente original.

Vem mostrando comportamento invasor principalmente na área dos arenitos,

inclusive ao longo da escada que leva ao topo dos mesmos, e nas proximidades da

ENCARTE 5 17
antiga administração. Recomenda-se o seu controle para manter a população

reduzida ou a eliminação total dessas áreas. A invasão teve início a partir do plantio

de diversos exemplares nas proximidades do antigo estacionamento.

Fotografias da década de 1950 que mostram que a ocorrência de árvores era

irrisória nessa área do Parque e restrita às áreas mais sombreadas em meio às

formações areníticas. Também se observa que o tapete campestre sob os aglomerados

de árvores está sendo prejudicado pelo sombreamento e expondo o solo à erosão

laminar. Recomenda-se a remoção das árvores adultas plantadas e também dos

indivíduos mais jovens que estão se desenvolvendo ao longo dos arenitos.

As árvores que se encontram muito próximas dos arenitos e cuja remoção

causaria maior impacto sobre o meio podem ser mantidas, desde que haja garantia

de acompanhamento e controle da dispersão de plântulas pela equipe de

gerenciamento do Parque. Se for preferência da administração do Parque não correr

o risco de deixar que o problema se agrave no futuro, é perfeitamente plausível e

positiva a decisão de eliminar as árvores dessa área, permanecendo a espécie

apenas no estado natural ao longo dos rios. Caso se observe rebrotamento, adotar

as medidas detalhadas para Eucalyptus spp. (Situação 2).

f) Eriobothrya japonica nêspera, ameixa-amarela

Espécie nativa do Japão, largamente cultivada no Brasil em função de seus

frutos. Foi observada na área ao redor da Furna 3 em prolífica regeneração natural

dentro da floresta. Recomenda-se a busca e remoção das mudas, árvores jovens e

adultas do local, de forma a evitar o agravamento do processo de invasão no futuro.

Em caso de rebrotamento, seguir procedimento explanado para Eucalyptus spp..

g) Acacia podalyriaefolia acácia-mimosa

Espécie originária da Austrália, cultivada no Brasil para fins ornamentais.

Ocorre na área da Furna 4 em franco processo de invasão, sobre solos arenosos

18
degradados por atividade pretérita agrícola e de reflorestamento com Eucalyptus

spp.. Recomenda-se sua remoção imediata, visando evitar o agravamento do

processo invasor. Em caso de rebrotamento, seguir procedimento explanado para


Eucalyptus spp.

h) Acacia cf. mearnsii acácia-negra

Espécie originária da Austrália, cultivada no Brasil para fins de extração de

resina, especialmente no Rio Grande do Sul, e ornamentais, de forma generalizada.

Está presente no Parque de forma esporádica e em processo inicial de invasão,

devendo ser removida de modo a evitar o seu agravamento no futuro e a restabelecer

a paisagem original. Encontra-se presente na via de entrada do Parque que leva à

administração e na área do IAPAR, de forma esparsa. Após remoção, as áreas devem


receber acompanhamento para impedir a reincidência da situação atual. Em caso de

rebrotamento, seguir procedimento explanado para Eucalyptus spp.

i) Cassia sp. cássia-manduirana, aleluia-amarela

Espécie exótica em processo inicial de invasão, plantada na área dos

arenitos com fins ornamentais, em especial no antigo estacionamento. A partir deste


ponto, formou um pequeno capão junto com Melia azedarach cinamomo no lado

oposto da via de acesso. Recomenda-se a sua remoção para viabilizar a

restauração da paisagem e para evitar o agravamento do processo invasor. Realizar

tratamento para evitar a rebrota a partir dos tocos, seguindo as recomendações

estabelecidas para Eucalyptus spp., pois a espécie apresenta vigorosa capacidade

de rebrote.

j) Cupressus cf. lusitanica cedrinho

Originária de Portugal, amplamente plantado no Brasil para fins

ornamentais. Observa-se a instalação de processo de invasão na área do camping,

ENCARTE 5 19
onde foi inicialmente plantado como quebra-vento e de onde foi removido em 2002.

Está ainda estabelecido em processo invasor nos fundos da Igreja, próximo à

estrada que dá acesso à Mata da Fortaleza. Recomenda-se a de todas as plantas,

também se localizada em outros pontos do Parque.

k) Ulex europaeus tojo

Originário do oeste europeu, o tojo é uma planta arbustiva, perene, muito

ramificada e espinhenta, de 1 a 2 metros de altura. Propaga-se por meio de

sementes e através da rebrota de pedaços de raízes que ficam no solo. Foi

introduzida ao Brasil para formação de cercas vivas e escapou do cultivo, tornando-

se uma invasora freqüente. É um problema sério nos campos do planalto meridional.

Seus espinhos rígidos podem ferir animais e inviabilizar sua circulação à medida que

domina o ambiente invadido.

Recomendações de controle e erradicação para Ulex europaeus tojo

O tojo é tido como uma das plantas exóticas invasoras de mais difícil controle

na Nova Zelândia e nos Estados Unidos. Os métodos aqui indicados são empregados

correntemente nesses e em outros países, inclusive em áreas protegidas, pois entende-


se que o dano ambiental causado por invasões descontroladas é infinitamente superior

ao impacto do uso adequado e restrito de químicos para controle.

As alternativas para remoção envolvem controle mecânico, quando é

possível arrancar a planta com o sistema radicular, que em geral funciona apenas

com plantas muito jovens. O controle mecânico isolado apresenta baixa eficiência, é

mais caro em função do longo tempo envolvido e em geral leva à frustração da

iniciativa em função do vigor de rebrote do tojo. As sementes da espécie ficam

viáveis no solo por períodos de até 30 anos. Tentativas de controle com fogo

estimulam a germinação e o rebrotamento. Por essas razões, o controle químico é

empregado como medida complementar. O método indicado é o corte na base,

20
sempre rente ao solo, e pintura no toco, usando pincel, com herbicida Tordon diluído

em água em concentração de 5 a 7%.

Após esta primeira etapa, é fundamental o acompanhamento de rebrotas e

de germinação de novas plantas a partir do banco de sementes. As rebrotas devem

ser pulverizadas com glifosato diluído em água a 2% sempre que atingirem 15 a

25 cm de altura. Este tamanho otimiza o tratamento, economiza o produto e evita

impactos paralelos.

Outro tratamento empregado quando a dominância é absoluta e não há

mais plantas nativas presentes inicia com aspersão sobre as plantas existentes,

obtendo-se melhores resultados logo após a floração. A partir daí é igualmente

necessário o acompanhamento já descrito.

l) Brachiaria spp. braquiária

Gramínea africana presente ao longo da trilha dos arenitos, da escada que

leva ao alto dos arenitos e em diversos outros pontos do Parque, inclusive em áreas

de agricultura abandonadas, em geral em áreas que sofreram degradação de solos

e/ou compactação. Está presente ao longo da via de acesso da BR-376 até a Lagoa

Dourada, havendo risco de invasão da área degradada de agricultura, em especial


se houver queima da vegetação instalada.

Na área de trilha dos arenitos recomenda-se a utilização do sistema de


mulching através do emprego de lonas plásticas pretas colocadas sobre as áreas
invadidas por período de 40 a 60 dias entre meados da primavera a meados do

outono. Este procedimento tem boa eficiência na eliminação das plantas. Iniciar com

focos dispersos de invasão ao redor da área maior e, gradativamente, ir atacando as

áreas invadidas até a eliminação das plantas invasoras, iniciando de fora e

progredindo em direção ao núcleo.

É importante que no momento de remoção dessa cobertura se faça imediata

semeadura de espécies nativas não invasoras que permitam uma rápida cobertura do

ENCARTE 5 21
solo. É igualmente importante estabelecer camaleões para contenção de erosão.

Recomenda-se a definição de áreas de roçada e coleta no campo nativo para

transposição às áreas em restauração. Esse processo deve ser repetido duas vezes

ao ano, pelo período mínimo de cinco anos seguidos. As coletas por roçada no campo

nativo deverão ser realizadas em épocas de grande disponibilidade de sementes, nos

meses de outubro/novembro e fevereiro/março. Pode-se ainda realizar coleta de

material no inverno, para aumentar a gama de espécies em reposição.

Alternativa complementar é o plantio com leivas removidas esparsamente do

campo nativo, distribuídas em pequenos blocos dispersos, de modo a constituírem

centros de dispersão de espécies nativas, tanto pela geração de sementes como pela

emissão de estolões. No caso de utilização dessas leivas, o entorno poderá ser

densamente coberto com serragem em camada de 10 cm, garantindo a ausência de

reinfestação e a formação de substrato para o estabelecimento dos estolões e de

plântulas de espécies nativas.

A prática de roçadas periódicas das espécies invasoras sempre no início

do florescimento das plantas, de forma a que nunca possam produzir sementes, é de

grande auxílio ao esgotamento das reservas das mesmas e à melhoria das

condições para o restabelecimento da vegetação nativa. Esta alternativa requer

adição de sementes de espécies nativas dos campos do Parque e/ou de Paspalum


notatum pensacola para criar mecanismos mais intensos de competição. Esse
processo levará ao gradativo esgotamento das reservas das plantas hoje

estabelecidas e auxiliará as plantas nativas a se restabelecerem no local.

Todos essas práticas são complementares e fazem parte de um processo

gradativo de restauração. O mulching (com lona preta) poderá também ser repetido

periodicamente em áreas onde as espécies exóticas voltem a exercer dominância,

de modo que o emprego da técnica associado a outras aumenta a efetividade do

processo de restauração.

22
Em caso da existência de pequenos focos isolados da espécie em

processo de avanço da invasão, pode-se passar a arrancar as plantas. Este tipo de

controle só é viável para áreas muito pequenas e pode trazer à superfície do solo

material do banco de sementes que tende a gerar novas plantas. Neste caso, deve

ser realizada semeadura imediata de Paspalum notatum pensacola e de sementes

obtidas de roçada nas áreas de campos nativos do Parque. As sementes de

pensacola, se utilizadas, devem passar por processo de quebra de dormência

através de banho em água quente a 30oC antes da semeadura, a fim de propiciar

maior rapidez de germinação. Coletar sementes de campo nativo, em especial de


Andropogon bicornis capim-rabo-de-burro, para sobressemeadura periódica.
A aplicação localizada e precisa de glifosato a 1% de diluição em água,

misturado a corante, pode mostrar melhores resultados em curto prazo. Deve ser

aplicado através de pulverização específica e cuidadosamente dirigida. A eliminação

de focos isolados é fundamental para contenção da expansão das invasões. O

controle deve ser iniciado sempre pelos focos dispersos e caminhar em direção ao

núcleo da invasão.

Outra alternativa de controle mecânico é a utilização de sobrepastoreio,

fechando-se animais bovinos, eqüinos ou caprinos com cerca elétrica móvel em

torno de áreas invadidas. Neste caso é necessário haver acompanhamento

constante para verificar o ponto de esgotamento das exóticas, que não conseguem

se desenvolver a ponto de produzir sementes. A sobresemeadura de espécies

coletadas no campo nativo do Parque é importante para que haja substituição

gradativa de exóticas por nativas. Havendo esgotamento das exóticas, há

necessidade de gradualmente reduzir a pressão de pastejo para permitir o

desenvolvimento das plantas nativas.

ENCARTE 5 23
m) Melinis minutiflora capim-gordura

Gramínea africana de alta flamabilidade no período de estiagem, está

presente ao longo da trilha dos arenitos, da escada que leva ao alto dos arenitos,

nas proximidades do topo da escada e em diversos outros pontos do Parque.

Ocupa, em geral, áreas degradadas.

A espécie apresenta característica de alta flamabilidade na estação menos

chuvosa, pelo acúmulo de matéria seca e conteúdo de resina. Incêndios causados

por essa espécie tendem a apresentar temperaturas mais elevadas do que incêndios

naturais em função do conteúdo de resina, o que implica elevado poder de

eliminação de plantas nativas e posterior favorecimento da expansão do processo

invasor pela espécie.

Os procedimentos para eliminação são os mesmos descritos no item

anterior para Brachiaria spp. e devem ser realizados concomitantemente.

n) Eragrostis plana capim-duro, capim-annoni

Gramínea introduzida no Rio Grande do Sul na década de 60, a partir da

importação de um lote de sementes de Chloris gayana, espécie usada como

forrageira para gado. Foi selecionada, multiplicada e distribuída comercialmente por


Ernesto Annoni no início da década de 70, também para fins forrageiros.

Mais tarde constatou-se sua inaptidão forrageira e, percebido o dano

ambiental causado pela espécie ao exercer dominância sobre o sistema dos campos

naturais, foi proibida sua comercialização pelo Ministério da Agricultura, em 1979.

Não houve, porém, ação de controle para evitar sua disseminação. Trata-se

atualmente do mais sério problema ambiental do pampa gaúcho, dominando entre

500 mil e 1 milhão de hectares. Ocupa, preferencialmente, áreas degradadas e solos

compactados. A espécie está em franca expansão, sendo comum ao longo das

rodovias nos três estados sulinos, inclusive nas laterais da BR-376 e de outras

rodovias da região. No Parque Estadual, está presente em áreas utilizadas para

24
estacionamento de veículos e estradas internas de acesso (veja ANEXO 06 - Mapa

de Uso e Ocupação do Solo e Vegetação).

Os procedimentos para eliminação são os mesmos descritos no item

anterior para Brachiaria spp. Recomenda-se priorizar a eliminação da espécie em


função do elevado potencial invasor e de ocupar ainda áreas restritas dentro

da unidade de conservação. A realização de prática de subsolagem a uma

profundidade mínima de 40 cm é benéfica à restauração do ambiente natural e

prepara o solo para semeadura de espécies anuais e espécies nativas. A

descompactação ajuda a eliminar a dominância do capim annoni.

Ainda, a utilização de plantas descompactadoras de solo, com raízes

pivotantes, é igualmente uma alternativa, a exemplo do feijão-guandu. Esta espécie,

caso utilizada, deve permanecer no meio durante 2 a 3 anos e ser posteriormente

removida por corte raso. Ajuda a incorporar nitrogênio ao solo, conter erosão e

promover a descompactação das camadas inferiores.

Maiores detalhes podem ser encontrados no Projeto de Restauração de

Áreas Degradadas.

o) Impatiens walleriana beijo, maria-sem-vergonha

Espécie originária da Ásia, vastamente empregada para fins ornamentais

no Brasil. Adaptada, tornou-se agressiva invasora de sub-bosque em formações

florestais. Ocorre no capão atrás dos arenitos (Sítio 7), na parede da Furna 1, e de

forma esporádica em outras áreas do Parque, à sombra, em geral no interior de

formações florestais.

Sua remoção deve ser feita de modo que todo o material vegetal seja

recolhido em sacos para descarte, pois a espécie se reproduz por estolões, estacas e

sementes. Essas plantas devem ficar armazenadas nos sacos até murcharem antes de

serem retiradas do Parque para disposição como lixo orgânico, de forma a evitar a

continuidade ou a expansão do processo de invasão em outros locais do município.

ENCARTE 5 25
A remoção deve ser realizada sempre antes do florescimento ou na época

de maior precocidade do mesmo, de forma a evitar que haja produção de sementes.

Se eventualmente houver remoção de plantas com sementes, recomenda-se a

incineração do material para evitar a transferência da contaminação a outros locais.

p) Tradescantia zebrina lambari, trapoeraba-roxa

Espécie de porte herbáceo originária do México, amplamente cultivada

para fins ornamentais, está presente no Parque na área dos arenitos, nas

proximidades das antigas lanchonetes e na trilha que contorna os arenitos por

dentro da floresta (Sitio 7). Encontra-se em franco processo de invasão nas áreas

sombreadas e por sobre afloramentos de arenito. A reprodução se dá por estolões e

estacas, portanto é necessário recolher todo o material vegetal em sacos plásticos

pretos, para posterior retirada de dentro do Parque e disposição adequada.

Nos mesmos moldes indicados para Impatiens, essas plantas devem ficar
armazenadas nos sacos até murcharem antes de serem retiradas do Parque para

disposição como lixo orgânico. Devem ser removidas antes dos períodos de

florescimento e, em eventual caso de produção de sementes, o material removido

deve ser incinerado.

Remoção de outras espécies de plantas exóticas presentes

São plantas introduzidas no Parque Estadual que não fazem parte da

composição florística natural. Representam maior ou menor nível de risco pois,

embora não caracterizem, atualmente, processos de invasão, diversas têm histórico

de invasão em outros países e podem vir a desenvolvê-lo localmente no futuro.

Plantas introduzidas requerem períodos de adaptação variados antes de se

manifestarem em processos de invasão. No norte da Alemanha, por exemplo,

registra-se que mais de 50% das plantas atualmente em processo de invasão

levaram mais de 200 anos para se adaptar. Sendo o Brasil um país de clima ameno,

26
a adaptação é facilitada e os processos de invasão tendem a ocorrer em períodos

mais curtos. O aquecimento global, por atenuar o clima, também contribui para o

aumento do risco de invasões biológicas.

São muitas as espécies introduzidas no Parque para diversos fins, desde

ornamentais a contaminantes de cultivos agrícola e espécies para experimentação

florestal. Técnicos da Estação Experimental do Instituto Agronômico do Paraná, que

compartilhava a área do Parque Estadual até o ano de 2002, foram pródigos em

trazer para o local um grande número de espécies exóticas com material genético de

diversos pontos do planeta.

Dada o objetivo conservacionista do Parque Estadual e a regulamentação

do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), essas plantas estão fora


de contexto e deverão ser gradativamente removidas. O melhor indicador de risco

definido até o momento pelo meio científico é a constatação de que uma dada

espécie já funciona como invasora em algum ponto do planeta. Nesses casos, esses

locais estão indicados para as diferentes espécies no texto abaixo. Algumas das

espécies registradas representam maior nível de risco e constituirão prioridade no

processo de eliminação.

Essas medidas têm caráter preventivo e visam assegurar a conservação


da biodiversidade nativa. Respeitam o princípio da precaução no qual se

fundamentam a Convenção da Diversidade Biológica e a Lei de Crimes Ambientais.

As espécies exóticas sem registro histórico de invasão estão igualmente indicadas

para remoção com fins de restauração da biodiversidade nativa e conservação da

paisagem natural.

a) Casuarina equisetifolia casuarina

Originária da Austrália, está presente em um talhão plantado para fins

experimentais, sobre ambiente transicional de Estepe/Savana (veja ANEXO 06).

Apresenta comportamento invasor ao longo do litoral brasileiro e compõe listas de

ENCARTE 5 27
espécies invasoras de outros países, como a África do Sul e os Estados Unidos

(Flórida e Havaí). Recomenda-se sua remoção dentro do processo de restauração

dos ecossistemas naturais do Parque.

b) Ligustrum japonicum alfeneiro

Originária da China e do Japão, está presente no plantio efetuado em

frente ao antigo prédio da administração, atualmente em reforma para lanchonete. A

espécie devendo ser removida de modo a mitigar riscos de invasão futura.

c) Grevillea robusta grevilha

Originária da Austrália, amplamente cultivada para fins de quebra-vento e

ornamentais. Embora não seja observada como invasora na região, é uma espécie

que consta de listas de espécies invasoras de diversos países, devendo ser

removida de modo a mitigar riscos de invasão futura.

d) Hedychium coronarium lírio-do-brejo

Espécie de porte herbáceo originária da Ásia Tropical e largamente

cultivada no Brasil como ornamental. Está presente na Furna 1, ao longo da borda e

no seu interior. Deve ser removida com urgência de modo a evitar a sua proliferação
pelas paredes das furnas. A espécie consta das listas de invasoras de diversos

países da América do Sul e é conhecida pela sua agressividade e dominância.

Trata-se de uma das espécies invasoras mais disseminadas no sub-bosque da

Floresta Atlântica brasileira e em áreas úmidas do litoral. Recomenda-se priorizar


sua remoção.

e) Olea europaea azeitona

Espécie arbórea de origem mediterrânea, está plantada num talhão nos

fundos do Posto Policial quase na divisa oeste do Parque Estadual. Trata-se de uma

espécie consagrada como invasora na Austrália. Nesse país, forma densos

28
agrupamentos em encostas, sendo suas sementes disseminadas por raposas e

aves. Deve ser removida de modo a mitigar riscos de invasão futura.

f) Nerium oleander espirradeira

Espécie de porte arbustivo originária do Mediterrâneo, está presente em


pequeno número no estacionamento próximo das antigas lanchonetes, na área dos
arenitos. Deve ser removida para viabilizar a restauração da paisagem e da flora
nativa do local, assim como para mitigar riscos de invasão futura.

g) Castanea sativa castanheira-portuguesa

Originária do Mediterrâneo, é cultivada no sul do Brasil e seus frutos são


vendidos no período do inverno. Recomenda-se a remoção das poucas árvores
existentes para fins de restauração da paisagem e da flora local.

h) Quercus robur carvalho europeu

Originária da Europa Central e Setentrional, está presente em pequeno


número em meio às áreas de experimentação florestal e ao longo da via que leva à
Lagoa Dourada. Recomenda-se a remoção das poucas árvores existentes para fins
de restauração da paisagem e da flora local.

i) Rhododendron simsii azaléia

Espécie de porte arbustivo originária da China, formado por hibridação e


seleção entre várias espécies, é largamente cultivada no Brasil para fins
ornamentais. Recomenda-se sua remoção para fins de restauração da paisagem e
da flora local.

j) Hydrangea macrophylla hortênsia

Espécie de porte arbustivo originário da China e do Japão, largamente


cultivada no Brasil para fins ornamentais. Recomenda-se sua remoção para fins de
restauração da paisagem e da flora local.

ENCARTE 5 29
k) Bougainvillea spectabilis buganvílea

Espécie de porte arbustivo no local, espinhenta e escandente, nativa do

Brasil, componente da Floresta Estacional Semidecidual. Encontra-se na área dos

arenitos, nas imediações das antigas lanchonetes, introduzida para fins ornamentais.

Recomenda-se sua remoção para fins de restauração da paisagem e da flora local.

l) Cycas revoluta palmeira-sagu, palmeira-anã

Espécie de porte arbustivo originária do Japão e da Indonésia. Foi

observado no Parque um indivíduo nas proximidades das antigas lanchonetes, na

área dos arenitos. Sugere-se sua remoção do local para fins de restauração da

paisagem e da flora local.

m) Euphorbia milii coroa-de-cristo

Espécie originária de Madagascar, na África, é amplamente cultivada no

Brasil como ornamental. Está presente em pequena quantidade na área dos

arenitos, nas imediações das antigas lanchonetes. Recomenda-se sua remoção para

fins de restauração da paisagem e da flora local.

n) Calathea zebrina caeté

Planta de porte herbáceo, nativa do Brasil, da região tropical e da floresta

atlântica. Recomenda-se sua remoção para fins de restauração da paisagem e da

flora local.

o) Sansevieria trifasciata espada-de-são-jorge

Planta herbácea originária da África, está presente como ornamental na

área das antigas lanchonetes, nas proximidades dos arenitos. Recomenda-se sua

remoção para fins de restauração da paisagem e da flora local.

30
PROGRAMA CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA MONITORAMENTO

PROJETO DE MONITORAMENTO DO IMPACTO DA BR 376 E TRECHO

FERROVIÁRIO NO PEVV

Justificativa

O PEVV é cortado ao sul pela rodovia federal BR-376, de tráfego intenso,

incluindo caminhões com produtos perigosos e, tratando-se de uma estrada que

cruza uma área protegida, considerada de alta velocidade, é necessário realizar um

monitoramento contínuo.

Nesta situação, a rodovia expõe a unidade a dois fatores de risco: o primeiro,

que pode ser considerado de maior incidência, é o atropelamento de animais, que de

acordo com a literatura é comum em rodovias desse porte, principalmente para as

espécies noturnas; o segundo, com menor probabilidade de ocorrência, mas

potencialmente mais perigoso, é o acidente com veículos com produtos perigosos e

acidentes que possam originar incêndios na vegetação do parque.

A avaliação criteriosa da incidência desse impacto poderá determinar a

necessidade de medidas de controle.

Em relação à ferrovia, os casos de atropelamento são raros, já que a

velocidade e ruídos provocados pelas composições tendem a alertar a fauna quando

da sua aproximação.

Por outro lado, os riscos de acidentes são elevados e o grande volume de

produtos perigosos ou potencialmente danosos ao ambiente tornam o potencial de

dano elevado.

ENCARTE 5 31
Objetivos

- Quantificar a incidência de acidentes com características que possam

colocar em risco a integridade dos atributos naturais da unidade, ao

longo dos trechos rodoviários e ferroviários que cortam o parque, e em

pontos que fora da unidade possam direcionar materiais ou outros

produtos para dentro da unidade, tais como drenagens naturais ou

artificiais, córregos e outros;

- Quantificar os atropelamentos de fauna na área do parque e em área a

ser delimitada ao longo da estrada antes e depois da unidade;

- Determinar o impacto dos atropelamentos na fauna e a necessidade de

medidas de controle;

- Avaliar a qualidade da água proveniente das drenagens das estradas;

- Propor medidas de eliminação/minimização do impacto.

PROGRAMA CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA MONITORAMENTO

PROJETO MONITORAMENTO DO USO PÚBLICO

Justificativa

O conceito de capacidade carga foi primeiramente aplicado à visitação

durante a década de 60, pelo Serviço Florestal Americano (US Forest Service), na

tentativa de gerenciar o uso público de uma forma eficaz. O método foi adaptado de

modelos similares utilizados no manejo de animais domésticos em terras públicas.

Numerosos estudos têm demonstrado a limitação dos tradicionais modelos de

capacidade de carga, estabelecendo que a relação entre número de visitantes e

impactos não é simples de ser determinada.

32
Os métodos de planejamento da visitação atualmente utilizados

caracterizam-se por serem dinâmicos e sua ênfase está na condição futura

desejada, utilizando-se indicadores que descrevem as condições atuais, fazendo

com que os padrões desejáveis dos recursos naturais ou da experiência do visitante

sejam alcançados através de ações administrativas. A base de todo o processo está

na realização do monitoramento contínuo das condições físicas e sociais da área

natural, conforme demonstrado na figura 4.1.

Revisar objetivos de manejo


existentes para a área

Selecionar indicadores das


condições do recurso e sociais

Estabelecer padrões para os indicadores

Monitorar as condições

Comparar as existentes com os padrões

Padrão Padrão
excedido não
excedido

Avaliar e identificar as
causas

Selecionar e implementar
ações de manejo

FONTE: Leung e Marion (2000)

FIGURA 4.1 - DIAGRAMA ILUSTRANDO OBJETIVOS PREDETERMINADOS DOS SISTEMAS DE PLANEJAMENTO

ENCARTE 5 33
Impactos decorrentes do uso público são complexos e envolvem diversas

variáveis, sendo que apenas algumas podem ser analisadas com precisão, e ainda

em circunstâncias deveras específica. O período, tipo e duração do uso, assim como

o comportamento do visitante e o nível de experiência determinam a severidade

dos impactos.

Monitoramento do uso público no PEVV

No Parque Estadual de Vila Velha, a definição de padrões de qualidade

dos recursos naturais e da experiência da visitação somente será definida após a

implementação de um programa de monitoramento contínuo. Na primeira fase de

implementação do plano de manejo deve ser realizado um estudo específico para

definir o método de planejamento a ser utilizado no PEVV e estabelecer, tão claro


quanto possível, as condições futuras desejadas para a área. E assim, através do

programa de monitoramento e sua avaliação nos primeiros anos de implementação,

poderá ser determinada a “capacidade de carga recreacional” da área.

O aumento da visitação em áreas naturais e o fato destas áreas, por vezes,

coincidirem com ecossistemas frágeis, causam impactos negativos sobre o

ambiente, que poderiam ser evitados ou diminuídos com algumas propostas de


manejo. Os programas de monitoramento de impacto do uso público oferecem aos

administradores uma ferramenta objetiva para acompanhar as condições naturais do

meio, e verificar a amplitude do impacto causado pelos visitantes.

Imediatamente após a reabertura do parque à visitação deverá ser elaborado

um estudo específico para seleção e teste de indicadores para então elaborar o

Programa de monitoramento do uso público do Parque Estadual de Vila Velha.

Atualmente os métodos mais utilizados para planejamento da visitação

são: ROS (Recreation Opportunity Spectrum), LAC (Limits of Acceptable Change),


VIM (Visitor Impact Management), VAMP (Visitor Activities Management Process) e

VERP (Visitor Experience and Resource Protection). Estes métodos utilizam-se de

34
indicadores que refletem alterações ecológicas representativas ocasionadas pelo

uso público.

PROGRAMA MANEJO DO MEIO AMBIENTE

SUBPROGRAMA MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS

PROJETO DE RESTAURAÇÃO E ENRIQUECIMENTO FLORESTAL

Justificativa

As áreas florestais do PEVV foram em sua maioria exploradas para

extração de madeira no passado, havendo prejuízo à sua resiliência. Faltam nos

diferentes capões espécies características da fase madura da Floresta Ombrófila

Mista Montana. Esse desequilíbrio prejudica a sucessão florestal e o

estabelecimento de sistemas em estágio avançado. É preciso restaurar populações

de espécies sobre-exploradas e reintroduzir espécies que foram eliminadas nesse

processo de degradação.

Objetivos

Visa restaurar populações de espécies da fase avançada da Floresta

Ombrófila Mista, degradadas pela sobre-exploração madeireira da primeira metade

do século.

O espaçamento indicado para plantio das árvores é apenas aproximado,

não devendo haver alinhamento das plantas e sim uma distribuição que não

caracterize interferência artificial. Está calculado em função do tamanho de cada

uma das áreas florestais consideradas e visa apenas evitar que árvores de espécies

da fase avançada da floresta sejam plantadas muito próximas umas das outras.

ENCARTE 5 35
Ainda, deve-se procurar alocar as mudas em áreas de menor densidade de

plantas, onde se perceba a possibilidade de crescerem mais livremente de forma a

atingir o dossel, pois trata-se na maior parte de espécies da floresta madura.

Sugere-se também que esses trabalhos de enriquecimento e restauração

sejam feitos com auxílio de voluntários visitantes do Parque, organizados em

equipes pequenas de no máximo dez pessoas. Esses voluntários deverão receber

instruções sobre os objetivos e as técnicas empregadas para os plantios no Centro

de Visitantes, antes de irem ao campo. Será necessário entregar aos mesmos

equipamento de segurança, como luvas, perneiras e bonés, para proceder aos

trabalhos. O tempo de trabalho voluntário não deve exceder 2-3 horas por equipe.

Atividades

- Sítio 2 – Campo seco

a) Capão maior ocorrente na encosta, à direita do aceiro, com 3,1 hectares

ESPAÇAMENTO
ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE
APROXIMADO

Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae 5 80 x 80m


Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 8 50 x 50m
Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Myrtaceae 8 50 x 50m
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 3 100 x 100m
Eugenia uniflora Pitanga Myrtaceae 10 30 x 30m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 5 80 x 80m
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae 5 80 x 80m
Syagrus romanzoffiana Jerivá Arecaceae 5 80 x 80m
Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 5 80 x 80m
TOTAL 54

36
b) Capão menor ocorrente na encosta, à direita do aceiro, com área de

1 hectare

ESPAÇAMENTO
ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE
APROXIMADO

Araucaria angustifolia Pinheiro-do- Araucariaceae 4 50 x 50m


Paraná
Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 4 50 x 50m
Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Myrtaceae 4 50 x 50m
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 2 50 x 100m
Eugenia uniflora Pitanga Myrtaceae 10 10 x 10m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 4 50 x 50m
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae 4 50 x 50m
Syagrus romanzoffiana Jerivá Arecaceae 4 50 x 50m
Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 4 50 x 50m
TOTAL 40

- Sítio 3 – Mata da Fortaleza

a) Capão com 180 hectares de floresta em nível intermediário


Áreas de encosta, boa drenagem

A média estabelecida para esta área é de 4 mudas de cada espécie

por hectare.

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO

Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae 720 50 x 50m


Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 45 200 x 200
Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 720 50 x 50m
Campomanesia xanthocarpa Guabirova Myrtaceae 720 50 x 50m
Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae 720 50 x 50m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 720 50 x 50m
Cupania vernalis Cuvatã Sapindaceae 720 50 x 50m
Casearia sylvestris Cafezeiro-bravo Flacourtiaceae 720 50 x 50m
Casearia decandra Guaçatunga-miúda Flacourtiaceae 720 50 x 50m
Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 720 50 x 50m
Jacaranda puberula Caroba Bignoniaceae 720 50 x 50m
Dalbergia brasiliensis Jacarandá Fabaceae 720 50 x 50m
TOTAL 7965

ENCARTE 5 37
Ambiente ciliar, parte mais baixa, ao longo dos córregos

Considerando uma faixa variável, porém sempre estreita, ao longo dos

cursos d’água, planejar plantio por distâncias de 500 metros x uma

extensão aproximada de 5000 metros (portanto 10 blocos de 500m):

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO

Allophylus edulis Vacum Sapindaceae 25 1 a cada 100m


Aspidosperma polyneuron Peroba-rosa Apocynaceae 10 1 a cada 500m
Dickshonia sellowiana Xaxim-bugio Dicksoniaceae 100 10 a cada 100m
Luehea divaricata Açoita-cavalo Tiliaceae 25 1 a cada 100m
Ocotea odorífera Canela-sassafrás Lauraceae 25 1 a cada 100m
Sebastiania commersoniana Branquilho Euphorbiaceae 25 1 a cada 100m
Vitex megapotamica Tarumã Verbenaceae 25 1 a cada 100m
TOTAL 235

Clareiras

O espaçamento depende de cada clareira. As espécies abaixo

relacionadas são pioneiras, de forma que é importante plantá-las em

densidade suficiente para proporcionar a cobertura das clareiras,

aproveitando sempre os espaços muito abertos onde há incidência de

insolação direta. A quantidade de mudas igualmente depende dessa

avaliação pormenorizada.

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA

Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Myrtaceae


Myrsine umbellata Capororocão Myrsinaceae
Ocotea puberula Canela-guaicá Lauraceae
Ocotea pulchella Canela-lageana Lauraceae
Psidium cattleianum Araçá Myrtaceae
Schinus therebinthifolius Aroeira Anacardiaceae

- Sítio 7 – Capão dos arenitos

O capão entre os arenitos mais visitados do Parque, pelo qual passa uma

trilha de acesso aos visitantes, tem 105 hectares de extensão. Foi intensamente

explorado no passado, restando hoje uma floresta em nível sucessional

38
intermediário, com dossel bastante alterado. A parte mais baixa do capão, já na

bordadura da várzea do rio Guabirova, onde apresentar características de Floresta

Aluvial não deve ser inserida neste programa de plantio.

a) Capão na encosta

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO

Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae 400 50 x 50m


Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 25 200 x 200m
Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 400 50 x 50m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 400 50 x 50m
Ocotea odorífera Sassafrás Lauraceae 400 50 x 50m
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae 400 50 x 50m
Aspidosperma polyneron Peroba-rosa Apocynaceae 25 200 x 200m
Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 400 50 x 50m
Ocotea odorífera Canela-sassafrás Lauraceae 400 50 x 50m
Syagrus romanzoffiana Jerivá Arecaceae 400 50 x 50m
TOTAL 3250

b) Clareiras

O espaçamento depende de cada clareira. As espécies abaixo

relacionadas são pioneiras, de forma que é importante planta-las em

densidade suficiente para proporcionar a cobertura das clareiras,

aproveitando sempre os espaços muito abertos onde há incidência de

insolação direta. A quantidade de mudas igualmente depende dessa

avaliação pormenorizada.

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA

Alchornea sidifolia Tapiá-graúdo Euphorbiaceae


Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Myrtaceae
Myrsine umbellata Capororocão Myrsinaceae
Ocotea puberula Canela-guaicá Lauraceae
Psidium cattleianum Araçá Myrtaceae
Schinus therebinthifolius Aroeira Anacardiaceae

ENCARTE 5 39
- Sítio 10 – Floresta de galeria do rio Quebra-Perna

a) Floresta de galeria

A restauração florestal das populações de espécies da floresta madura

e da estrutura da floresta de galeria do rio Quebra-Perna irá requerer o

manejo dos taquarais existentes, de forma a abrir espaço para o plantio

e o crescimento de mudas de espécies arbóreas. A área indicada para

plantio entre a nascente e a rodovia BR-376 tem extensão de 24

hectares, e a área entre a estrada e a propriedade da Placas do

Paraná, extensão de 10 hectares.

As mudas indicadas a seguir devem ser distribuídas proporcionalmente.

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO

Vitex megapotamica Tarumã Verbenaceae 272 50 x 50m


Luehea divaricata Açoita-cavalo Tiliaceae 272 50 x 50m
Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 272 50 x 50m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 272 50 x 50m
Ocotea odorífera Sassafrás Lauraceae 272 50 x 50m
Allophylus edulis Vacum Sapindaceae 272 50 x 50m
Eugenia uniflora Pitanga Myrtaceae 272 50 x 50m
Schinus therebinthifolius Aroeira Anacardiaceae 272 50 x 50m
TOTAL 2176

Nos locais onde a margem do rio estiver desprotegida, concentrar plantio

de forma a proteger o solo e evitar erosão, na medida do necessário:

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA


Sebastiania commersoniana Branquilho Euphorbiaceae
Allophylus edulis Vacum Sapindaceae
Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae

40
Plantio ao longo da bordadura da floresta, em solo transicional entre a
floresta de galeria e as formações campestres. Considerar cerca de
2000 metros de extensão total.

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO

Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae 20 1 a cada 100m


Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 20 1 a cada 100m
Clethra scabra Carne-de-vaca Clethraceae 20 1 a cada 100m
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae 20 1 a cada 100m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 20 1 a cada 100m
Cupania vernalis Cuvatã Meliaceae 20 1 a cada 100m
Schinus therebinthifolius Aroeira Anacardiaceae 20 1 a cada 100m
Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 20 1 a cada 100m
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 20 1 a cada 100m
TOTAL 180

- Sitio 13 – capão do Quebra-Perna

a) Floresta

O capão remanescente da situação natural tem área de 268 hectares,


constituindo a maior área florestal contínua dentro da unidade de
conservação. Esta estimativa exclui as áreas onde houve adensamento
de plantios com araucária, pinus e eucaliptos, e que corresponde a
mais 50 hectares, tratado separadamente no sub-programa de controle
e erradicação de espécies exóticas.

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO


Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae 1072 50 x 50m
Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 1072 50 x 50m
Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Myrtaceae 1072 50 x 50m
Casearia decandra Guaçatunga-miúda Flacourtiaceae 1072 50 x 50m
Casearia sylvestris Cafezeiro-bravo Flacourtiaceae 1072 50 x 50m
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 67 200 x 200m
Cupania vernalis Cuvatã Meliaceae 1072 50 x 50m
Eugenia uniflora Pitanga Myrtaceae 1072 50 x 50m
Jacaranda puberula Caroba Bignoniaceae 1072 50 x 50m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 1072 50 x 50m
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae 1072 50 x 50m
Ocotea puberula Canela-guaicá Lauraceae 1072 50 x 50m
Ocotea pulchella Canela-lageana Lauraceae 1072 50 x 50m
Schinus therebinthifolius Aroeira Anacardiaceae 1072 50 x 50m
Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 1072 50 x 50m
TOTAL 15.075

ENCARTE 5 41
b) Clareiras

O espaçamento depende de cada clareira. As espécies abaixo

relacionadas são pioneiras, de forma que é importante planta-las em

densidade suficiente para proporcionar a cobertura das clareiras,

aproveitando sempre os espaços muito abertos onde há incidência de

insolação direta. A quantidade de mudas igualmente depende dessa

avaliação pormenorizada.

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA


Alchornea sidifolia Tapiá-graúdo Euphorbiaceae
Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Myrtaceae
Myrsine umbellata Capororocão Myrsinaceae
Ocotea puberula Canela-guaicá Lauraceae
Psidium cattleianum Araçá Myrtaceae
Schinus therebinthifolius Aroeira Anacardiaceae

- Outros pontos do Parque

Capões próximos ao limite oeste do Parque, entre a Fortaleza e os

arenitos.

a) Capão a oeste da Mata da Fortaleza

Área: 45 hectares

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO

Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae 180 50 x 50m


Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 180 50 x 50m
Campomanesia Guabiroba Myrtaceae 180 50 x 50m
xanthocarpa
Casearia sylvestris Cafezeiro-bravo Flacourtiaceae 180 50 x 50m
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 10 200 x 200m
Eugenia uniflora Pitanga Myrtaceae 180 50 x 50m
Jacaranda puberula Caroba Bignoniaceae 180 50 x 50m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 180 50 x 50m
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae 180 50 x 50m
Psidium cattleianum Araçá Myrtaceae 180 50 x 50m
Syagrus romanzoffiana Jerivá Arecaceae 180 50 x 50m
Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 180 50 x 50m
TOTAL 1.990

42
b) Capão entre Mata da Fortaleza e Arenitos

Situa-se ao sul do capão anterior, quase na divisa oeste do Parque,

nas proximidades da área da piscina.

Área: 23 hectares

ESPÉCIE NOME COMUM FAMÍLIA QUANTIDADE ESPAÇAMENTO

Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae 92 50 x 50m


Cabralea canjerana Canjerana Meliaceae 92 50 x 50m
Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Myrtaceae 92 50 x 50m
Casearia decandra Guaçatunga-miúda Flacourtiaceae 92 50 x 50m
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 6 200 x 200m
Eugenia uniflora Pitanga Myrtaceae 92 50 x 50m
Jacaranda puberula Caroba Bignoniaceae 92 50 x 50m
Matayba eleagnoides Miguel-pintado Sapindaceae 92 50 x 50m
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae 92 50 x 50m
Psidium cattleianum Araçá Myrtaceae 92 50 x 50m
Syagrus romanzoffiana Jerivá Arecaceae 92 50 x 50m
Tabebuia Alba Ipê-amarelo Bignoniaceae 92 50 x 50m
TOTAL 1.018

PROGRAMA MANEJO DO MEIO AMBIENTE

SUBPROGRAMA MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS

PROJETO DE RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Justificativa

Diversas áreas dentro do PEVV carecem de restauração ambiental de

modo a viabilizar o seu retorno ao ambiente originalmente existente. A área da

Estação Experimental do IAPAR encontra-se em grande parte convertida em uso

agrícola ou florestal, de forma que é preciso maneja-las para viabilizar o retorno da

vegetação campestre.

ENCARTE 5 43
Objetivos

Promover o retorno das áreas degradadas do PEVV à sua condição de

ecossistema funcional e expandir o espaço atualmente disponível para colonização

pela fauna nativa.

Atividades

Todas as iniciativas de restauração de áreas degradadas devem

ser executadas de forma toposseqüencial, considerando os compartimentos

geopedológicos.

- Restauração do antigo estacionamento dos arenitos para formação

transicional de Estepe/Savana

Situação em abril de 2002

- Área compactada, inclusive com saibro ou outros materiais. Não possui

mais o horizonte A, que foi erodido e/ou lixiviado ou retirado.

Flora original, micro e meso flora/fauna de solo (original) eliminada.

- Invasão de capim annoni 2 Eragrostis plana, originária da África.

Recomendações

- Promover a regularização de microrelevo do terreno.

- Promover subsolagem à profundidade mínima de 40 cm para

descompactar o solo.

- Março/abril 2004: semeadura de azevém (Lolium multiflorum), na

ordem de 30-40 kg por hectare. O procedimento deve ser de

sobressemeadura a lanço. Após, proceder ao arraste de um galho para

homogeneizar e fazer leve cobertura. O azevém é uma planta anual

cuja freqüência diminui rapidamente a partir do terceiro ano. Não tem

44
caráter invasor e desaparece no verão, voltando em menor densidade

na estação subseqüente. Servirá como aporte de matéria orgânica

para melhorar as condições atuais do solo.

- Junho 2004: dependendo de avaliação de resultados da semeadura

(stand inicial), promover utilização de adubação nitrogenada,

preferentemente sulfato de amônia ou nitrato do chile, na ordem de 150

kg/hectare. Se esses produtos não estiverem disponíveis no mercado,

existe a opção de utilizar uréia, na proporção de 75 kg/ha. Ressalta-se

que o uso de sulfato de amônia ou nitrato do chile é preferível, por se

tratar de adubo mineral.

- Setembro/outubro 2004: semeadura de pensacola (10 kg/hectare) +

guandu (60 kg/hectare, plantado com saraquá, em covas, plantio

direto, com inoculante específico adquirido junto com as sementes, por

indicação do fornecedor).

Obs: O plantio de guandu deve ser em linha, guardando-se entre linhas

2,5 metros para viabilizar a roçada mecanizada. O guandu é uma

espécie bi-anual sem caráter invasor, com raízes pivotantes, portanto

promovendo a descompactação solo e restabelecimento de micro-

canais de fluxo de água no solo, no sentido vertical.

- Setembro 2004: diferir 2 hectares de campo nativo e após 90 dias (final

de novembro) promover a roçada da área, transferindo e espalhando

toda a matéria vegetal roçada para a área em restauração.

Obs: A área de coleta de material deve estar limpa de espécies

exóticas invasoras e contaminantes, como vassoura vermelha,

vassoura branca, braquiárias, capim gordura, capim annoni 2, etc.

- Final de março 2005: roçar novamente a área diferida e espalhar toda

a matéria vegetal roçada na área em restauração, conforme orientação

no item anterior. A área utilizada de campo nativo pode ser a mesma.


ENCARTE 5 45
- Final de abril 2005: Roçar os espaços entre linhas de guandu.

Selecionar outra área de campo para roçada e coleta de material

sementado, a ser espalhado na área em restauração.

- Dependendo de avaliação, deverá ser novamente realizada a

semeadura de azevém nas condições estabelecidas no item 3.

- Final de novembro 2005: roçar/cortar todos os pés de guandu. Fazer

amostragem qualitativa e quantitativa da flora, objetivando avaliar a

efetividade da presença de espécies da flora original.

- Final de fevereiro 2006: repetir amostragem da área e fazer ajuste de

recomendações. Manter sobre-semeadura com material do campo

nativo duas vezes ao ano até avaliação de suficiência e auto-

sustentabilidade.

Obs: Manter atividades mensais de condução e acompanhamento.

- Restauração da área da estrada atrás da igreja

Situação em abril de 2002

- Área antiga de empréstimo (já visível nas fotografias aéreas de 1980)

em franco processo de erosão a partir da estrada que leva da Igreja à

Mata da Fortaleza.

Recomendações

- Julho 2004: estabelecer a implantação de “camaleões, a uma distância

entre 10 e 15 metros, tanto na estrada como no seu acostamento,

conforme o grau de declividade.

Obs: A demarcação deve ter início próximo da casa existente no local.

- Agosto 2004: após a implantação dos camaleões, espalhar o horizonte

superficial do solo com matéria orgânica, oriundo da área do novo

46
estacionamento para veículos (antigo cartódromo), no acostamento

da estrada.

- Setembro 2004: semear pensacola numa proporção de 10 kg/ha, após

quebra de dormência em água quente (temperatura máxima 30oC).

Diferir 2 hectares de campo nativo para roçada e coleta de material

orgânico e sementes.

- Final de novembro 2004: roçar a área diferida de campo nativo,

transferindo e espalhando toda a matéria vegetal roçada para a área

em restauração. Obs: Esta área deve estar limpa de espécies exóticas

invasoras, como vassoura vermelha, vassoura branca, vassoura,

espinho, braquiárias, capim gordura, capim annoni II, etc.

- Final de março 2005: roçar novamente a área diferida de campo nativo,

fazendo nova sobre-semeadura na área em restauração.

- Início de maio 2005: após avaliação, se a área estiver ainda muito

descoberta, proceder à semeadura a lanço de azevém numa proporção

de 30 kg/ha.

Dependendo de avaliação técnica, se ainda houver solo exposto:

- Setembro 2005: plantar mucuna, em linha, no acostamento,

perpendicular ao declive, e semear pensacola (10 kg/ha).

- Setembro 2005: diferir 2 hectares de campo nativo para roçada e

coleta de material sementado, para nova sobressemeadura. Obs: Esta

área deve estar limpa de espécies exóticas invasoras e contaminantes,

como vassoura vermelha, vassoura branca, braquiárias, capim

gordura, capim annoni II, etc.

- Final de novembro 2005: promover a roçada da área, transferindo e

espalhando toda a matéria vegetal roçada para a área em restauração.

ENCARTE 5 47
- Final de março 2006: repetir a semeadura com material coletado no

campo nativo, livre de espécies contaminantes, duas vezes por ano

(outubro/novembro e fevereiro/março). Acompanhar evolução para

ajustar o manejo.

- Início de maio 2006: realizar avaliação quantitativa/qualitativa da área e

promover ajustes de manejo.

Atividades permanentes

- Acompanhamento e manutenção dos camaleões, promovendo ajustes

(se necessário);

- Acompanhamento mensal de condução para ajustes.

- Restauração de áreas de empréstimo

Situação em abril de 2002

As áreas de empréstimo abandonadas sem nenhum tipo de tratamento

dentro do Parque precisam de interferência para restauração:

- duas áreas pequenas invadidas por Pinus em meio à área de


agricultura abandonada;
- uma área de maior extensão entre a entrada oficial do Parque e a

entrada para Furnas, em ambos os lados da BR-376.

Recomendações

Nesses casos, o efeito de raspagem dos solos levou a um nível de

degradação que requer a incorporação de matéria orgânica antes que se possa

efetuar replantio e ressemeadura de material vegetal. Assim, o processo de

restauração tem início na reposição de um substrato superficial de matéria orgânica

e matéria mineral, seguida de complementação por macro e micro nutrientes, para

então viabilizar o restabelecimento de plantas das formações campestres nativas.

48
- Janeiro 2004: derrubada de Pinus. Picar e espalhar a galhada nas

áreas desprovidas de cobertura vegetal, se possível empregando um

picador de madeira para aproveitar o material orgânico e facilitar a

incorporação ao solo.

- Final de março 2004: roçar uma área de campo nativo livre de espécies

exóticas invasoras ou contaminantes. Coletar o material e espalhar

sobre a área degradada. Recomenda-se também aproveitar roçadas

de controle de vassoura-branca, picar o material vegetal utilizando

picador, e espalhar na área degradada. Nesses casos, sendo as áreas

bastante pequenas, seria também possível utilizar, para incorporação

de matéria orgânica, serragem, reaproveitada a partir de serrarias.

- Agosto 2004: limpeza de toda a regeneração de Pinus nascida no


intervalo de tempo. Picar e deixar o material espalhado na área, para

incorporação de matéria orgânica.

- Setembro 2004: plantio de guandu e mucuna preta em covas,

procurando locais com maiores quantidades de substrato mineral, nas

seguintes quantidades:
• Guandu: 0,5 metro na linha e 1 metro entre linhas (4 sementes/
cova).
• Mucuna: 1 metro na linha e entrelinhas.

Obs: Utilizar inoculante específico, obtido junto com a aquisição de

sementes, conforme indicação do fornecedor comercial.

- Conforme acompanhamento e análise: regularização de pequenos

efeitos de erosão existentes nas áreas, aproveitando troncos da

remoção de espécies exóticas ou construindo pequenas taipas em

nível.

- Conforme acompanhamento e análise: limpeza/eliminação de plantas

de Pinus e ajustes nos procedimentos de manejo.


ENCARTE 5 49
- Abril 2005: adição de calcário dolomítico em cobertura (500 kg/hectare)

e hiperfosfato (ou fosfato de Arad), na ordem de 200 kg/hectare. Ação

simultânea à semeadura de azevém, na ordem de 40 kg/ha, e de aveia

preta ou centeio, também na ordem de 40 kg/ha.

- Final de novembro 2005: roçar área de campo nativo livre de

contaminantes de espécies exóticas e realizar sobressemeadura com o

material coletado.

- Final de março 2004: repetir semeadura do campo nativo, cf. item

anterior.

- Avaliar resultados para efetuar ajustes. Manter duas semeaduras

anuais de campo nativo, em outubro/novembro e março/abril, por

período indefinido, até análise de suficiência e auto-sustentabilidade do

sistema.

Observações:

- Visitas de acompanhamento/condução devem ser conduzidas com

periodicidade mensal por técnico especializado.

- Realizar ajustes no projeto após o término de cada verão/inverno.

- Restauração da faixa de acostamento da estrada interna

Situação em julho de 2002

A estrada interna de conexão entre Lagoa Dourada, Furnas e Arenitos foi

alargada e pavimentada visando dar suporte ao trânsito de veículos do Parque a

serem utilizados para o transporte de visitantes. Com isso, foi estabelecida uma via

paralela de trânsito sobre áreas agrícolas abandonadas e pequenos trechos de

transição Estepe/Savana. A faixa de acostamento e os taludes nas áreas onde

foram feitos cortes ficaram abertas para serem cobertas com vegetação herbácea.

50
Recomendações

A restauração de cobertura vegetal ao longo da estrada interna do Parque

Estadual deve ser realizada de modo a propiciar, em médio prazo, o

estabelecimento de vegetação nativa do campo. Para tanto, serão necessárias

ações gradativas e persistentes, conforme explanado a seguir.

- Antes do término das obras, efetuar a descompactação das vias

utilizadas com subsolador. Este procedimento é importante para evitar

a invasão, nessas áreas, de Eragrostis plana capim annoni 2, ocorrente

nas adjacências, assim como para viabilizar o estabelecimento de

vegetação campestre nativa.

- Primavera: semear Paspalum notatum cultivar pensacola, visando


evitar a exposição prolongada do solo. As sementes devem ser de

origem fiscalizada de modo a garantir a pureza. É fundamental que as

sementes sejam sujeitas a processo de quebra de dormência através

de imersão em água quente, a 30 graus, deixando esfriar em imersão

durante 24 horas. A semeadura deverá ser realizada na proporção de

10 kg por hectare. Este procedimento pode ser substituído ou

complementado pela implantação de leivas, desde que de origem


conhecida e livres de espécies contaminantes, como gramíneas

africanas e outras espécies exóticas.

- Verão: selecionar área de campo nativo para efetuar coleta de sementes

através de roçada no período de frutificação de várias espécies.

Espalhar o material roçado do campo nativo, na proporção de 1 hectare

roçado para 10 hectares de área de semeadura, na faixa marginal à

estrada e ao longo da via paralela estabelecida durante o período de

obras. Esse procedimento deve ser realizado em meados de outubro e

novamente no início do mês de março. A área de campo nativo roçado

ENCARTE 5 51
deve estar livre de espécies exóticas invasoras como vassoura branca,

braquiária, capim gordura, Pinus, Eucalyptus, capim annoni 2, Pteridium


aracnoideum, Mimosa spp. e outras exóticas e contaminantes.
- Avaliar a condição do local em restauração no mês de maio e reajustar

as recomendações. Repetir o processo de roçada e semeadura do

campo nativo nos meses de outubro e março durante mais 2-3 anos.

- Realizar avaliação de evolução da cobertura e análise de auto-

sustentabilidade do sistema para ajustes ou cessação do manejo.

- Restauração de áreas de cultivo agrícola abandonados

Áreas de cultivo agrícola abandonado: 364 hectares, conforme cálculo de

áreas obtido a partir de análise por geoprocessamento ( Anexo 6).

Área da Lagoa Dourada: 78 ha + 5 ha (divisa do Parque) + 30 ha

Rio Quebra-Perna: 4 ha

Área central: 145 ha + 21 ha + 3 ha

Fundo do IAPAR: 75 ha + 5 ha

Situação em abril 2002

- Áreas de cultivo agrícola abandonadas após cerca de 30 anos de uso

pelo IAPAR, envolvendo adubação química e uso de agrotóxicos para

controle de pragas.

- Dominância de vegetação contaminante de cultivos agrícolas, como


Senecio brasiliensis maria-mole e Baccharis spp. vassouras.
- Invasão de parte dessas áreas com árvores de Pinus e Eucalyptus a

partir dos plantios circunvizinhos. Presença de espécies de gramíneas

exóticas de alto potencial invasor como Brachiaria e capim annoni 2.

52
Diretrizes para restauração

As áreas de cultivo agrícola usadas pelo IAPAR para fins de experimentação,

atualmente abandonadas, somam aproximadamente 364 hectares no Parque Estadual

de Vila Velha. São áreas que apresentam, na maior parte, situação de degradação

acentuada, com compactação de solo, taipas em nível conservadas alterando o regime

hidrológico e banco de sementes das espécies nativas intensamente destruído em

função do uso continuado de produtos químicos.

Sua resiliência encontra-se altamente afetada. As diretrizes descritas a seguir,

apesar de todas as variantes que podem ter em função de particularidades locais,

visam orientar um processo longo de restauração que pode variar entre 5 e 15 anos,

dependendo dos recursos humanos e financeiros disponíveis para essa tarefa.

Cada uma das áreas deverá ser avaliada e trabalhada separadamente até

que se possam vislumbrar semelhanças e diferenças que direcionem, para cada

uma das áreas, o ajuste do processo de restauração aqui descrito. Alguns

procedimentos são fundamentais e não podem deixar de existir, assim como outros

são inadmissíveis, dada o objetivo de conservação da biodiversidade da unidade.

1. Avaliação de solos

- Verificar, em cada área, a existência de substrato que viabilize o

restabelecimento do campo natural. Este procedimento será calcado em

avaliação comparativa entre os solos das áreas degradadas e os solos

dos campos naturais, considerando a geologia e a classe específica.

- Análise física de solos: macro e micro-porosidade; grau de

compactação; estrutura e granulometria; regime hidrológico (fazendo

atenção aos efeitos da existência de taipas). Este procedimento é

fundamental para embasar o processo.

ENCARTE 5 53
- Análise química: fertilidade; pH, pH em água, pH SMP, NPK, matéria

orgânica, macro e micro-nutrientes, saturação de bases, CTC, alumínio.

Este procedimento é fundamental para embasar o processo.

- Avaliação biológica – esta avaliação pode trazer informações

adicionais de grande relevância referentes à dinâmica existente de vida

no solo. Não é condição fundamental para a continuidade do processo,

porém pode poupar esforços de restabelecimento de micro e macro

flora e fauna a partir do conhecimento do que já está presente e,

portanto, da resiliência de cada uma dessas áreas. Verificar a

existência de espécies da macro e micro flora e fauna do solo, sempre

comparando com as condições existentes nos campos naturais.

2. Controle permanente de espécies exóticas invasoras e oportunistas

Diversas das áreas de cultivo abandonadas estão invadidas, em maior ou

menor grau, por espécies exóticas e oportunistas. Em algumas situações, essas

espécies estão presentes ao longo de estradas de acesso e podem expandir sua

área de colonização a partir de oportunidades proporcionadas pelo manejo ou por

eventuais queimadas. Recomenda-se, portanto, a identificação, localização e

controle permanentes dessas espécies, através de roçada, de forma a impedir o

florescimento e a produção de novas sementes. As principais espécies herbáceas

presentes na área são Brachiaria, capim-gordura e capim-annoni 2, além da invasão


de Pinus e, em menor grau, de Eucalyptus spp..

As espécies oportunistas deverão igualmente ser roçadas periodicamente de

forma a viabilizar a realização das atividades de restauração da biodiversidade nativa.

3. Descompactação do solo

Mediante avaliação técnica fundamentada na análise físico-química de

cada área, decidir pela realização de trabalho de descompactação e incorporação de

54
nutrientes. A destruição das taipas deverá ser realizada após estabelecimento de

cobertura vegetal entre as mesmas, de forma a controlar processos de erosão.

4. Restauração de biodiversidade da formação campestre original

Estão colocadas a seguir três alternativas para a restauração da

biodiversidade das áreas degradadas. Podem ser utilizadas separada ou

conjuntamente, aumentando sua eficiência quando utilizadas de forma integrada.

A proximidade com áreas conservadas do ecossistema campestre dentro

do Parque Estadual de Vila Velha permite a transposição desse banco genético para

as áreas que necessitam ser restauradas. O sucesso dessas alternativas depende

de apoio de profissionais qualificados para planejamento e condução dos processos.

Resultados serão visíveis a partir do segundo ano, passando a ser expressivos por

volta do ano 10. A persistência e a disciplina no respeito às épocas indicadas para a

realização das atividades garantem a efetividade dos métodos empregados.

Os procedimentos a serem executados são:

- Formação de estações de disseminação de sementes - selecionar,

remover e transportar leivas de campo nativo a partir de áreas do

Parque Estadual para dentro das áreas degradadas, formando focos de

disseminação. As áreas devem ser selecionadas guardando as micro

características ecológicas do ambiente, tanto em termos de topografia

quanto de condições físicas. O número, tamanho e localização das

estações nas áreas degradadas e a localização das áreas de origem

deverão ser definidos obedecendo a características particulares de cada

sítio em questão. As estações devem ser protegidas mediante o uso de

gaiolas de vegetação, assim como georreferenciadas e registradas em

croquis de localização. É importante que as áreas de origem de material

estejam livres de espécies exóticas invasoras e oportunistas, como

ENCARTE 5 55
Brachiaria, capim-gordura, vassoura-branca, vassoura-vermelha, capim
annoni 2, samambaiaçu, espinheiro e outras.

- Semeadura com pensacola – outro recurso genético disponível

comercialmente é Paspalum notatum cultivar pensacola. Ainda que sua

introdução diga respeito à utilização de apenas uma espécie, há que ser

considerada a oportunidade em função da área total a ser restaurada e

da indisponibilidade de sementes de espécies nativas. Não devem ser


utilizadas espécies exóticas sob nenhuma hipótese. Os locais mais

propícios à semeadura e estabelecimento das plantas devem ser

verificados localmente para cada um dos sítios. Sua definição, assim

como a realização de quebra de dormência, depende das condições

existentes e das estratégias de restauração em uso.

- Ressemeadura com material coletado do campo nativo - selecionar

áreas de campo nativo para efetuar coleta de sementes através de

roçada no período de frutificação de várias espécies. Espalhar o material

roçado do campo nativo em pontos selecionados das áreas degradadas,

conforme resultado de avaliação caso a caso, na proporção de 1 hectare

roçado para 10 hectares de área de semeadura.

Esse procedimento deve ser realizado em meados de novembro e

novamente no início do mês de março, podendo variar um pouco as

épocas em função da maior disponibilidade de sementes nas áreas de

coleta. Um terceiro período de coleta pode ser estabelecido no mês de

agosto, mediante avaliação da existência de plantas com sementes,

garantindo a reposição de biodiversidade de espécies de ciclo hibernal.

As áreas de campo nativo roçadas devem estar livres de espécies

exóticas invasoras ou contaminantes como vassoura-branca, vassoura-

vermelha, Brachiaria, capim gordura, Pinus, Eucalyptus, capim annoni

2, samambaiaçu, espinheiro e outras.

56
- Alternativa: complementação ao processo de ressemeadura de

espécies do campo nativo – consiste em diferir áreas de campo natural

e permitir seu pastoreio por bovinos no momento em que se encontra

com sementes maduras. Imediatamente após, o gado deve ser levado

para as áreas em restauração, devendo passar a noite nesses locais.

As sementes que passam pelo trato gastro-intestinal dos animais

são dejetadas na área de campo em restauração junto com o

esterco, estabelecendo-se pequenos bancos de vegetação nativa

que, progressivamente, passam a lançar sementes sobre as

áreas degradadas.

Trata-se de um método simples, de baixo custo e de boa efetividade, mais

exigente em manejo, porém pouco demandador de mão-de-obra e investimentos.

Para esse caso, recomenda-se o uso de cercas elétricas móveis visando controlar o

pastoreio e a dispersão dos animais, proporcionando o pastoreio em momentos

específicos e esporádicos. Ajustes relativos a cuidados para evitar o transporte de

sementes inadequadas das áreas de origem e destino devem ser realizados

conforme cada oportunidade estabelecida. A continuidade desse processo contribui

também para a adubação gradativa das áreas em restauração.

PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE

SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

PROJETO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INCÊNDIOS

Justificativa

Este projeto visa à prevenção da ocorrência de incêndios nos ambientes

naturais e instalações do PEVV, bem como dotar a unidade com recursos materiais e

ENCARTE 5 57
pessoais de combate e controle de incêndios nos ambientes naturais e instalações

da unidade.

Prevê-se a formação de 2 brigadas com pessoal do IAP e 3 de voluntários,

cada brigada será composta por 8 pessoas.

Objetivos

- Estabelecer um conjunto de ações preventivas e de combate aos

incêndios florestais e em instalações do PEVV;

- Adequar-se a legislação vigente;

- Preparar a unidade com recursos materiais e humanos para prevenir

incêndios na área do parque e em suas instalações;

- Dotar a unidade de recursos materiais e humanos para atuar em

situações de emergência envolvendo fogo na área do parque e em

suas instalações;

- Qualificar todos os funcionários e concessionários para a prevenção e

combate a incêndios nos ambientes naturais e instalações do PEVV;


- Qualificar pessoas que formarão as brigadas voluntárias de prevenção

e combate a incêndios.

Atividades

- Acompanhar possíveis queimas de resto de cultivos agrícolas da área

vizinha;

- Identificar áreas críticas em relação a:


• Dificuldade de acesso;
• Importância e/ou fragilidade ecológica;
• Pontos vulneráveis em relação ao entorno;

- Calcular o índice diário de risco de incêndios florestais;

- Procedimentar todas as atividades de prevenção e combate a incêndios;

58
- Intensificar a fiscalização na estação seca, quando os trechos mais

suscetíveis serão vistoriados diariamente;

- Avaliar a necessidade de colocação de posto ou torre de observação;

- Dotar o Parque de estrutura funcional e de equipamentos para

prevenção e combate aos incêndios florestais;

- Viabilizar a formação de uma brigada voluntária de prevenção e

combate a incêndios (24 pessoas);

- Capacitar brigadistas funcionários nas técnicas de prevenção e

combate a incêndios (16 pessoas);

- Capacitar funcionários e concessionários para prevenção e controle de

incêndios nas instalações físicas do parque;

- Realizar, manter e conservar aceiros;

- Capacitar e integrar concessionários nas brigadas de combate a

incêndios florestais;

- Fixar cartazes e mecanismo de informação de risco de incêndio e

outras informações pertinentes junto a BR;


- Realizar uma campanha de esclarecimento dos riscos de incêndios nas

rodovias, destacando os cuidados que os usuários da mesma deverão


ter para não provocarem incêndio no Parque;

- Avaliar a necessidade e prover os recursos para adequar as

instalações da unidade no que tange a hidrantes e extintores, de

acordo com o código de prevenção de incêndios do Estado do Paraná;

- Treinar e/ou supervisionar o treinamento de funcionários, terceirizados,

concessionários e voluntários em:


• Primeiros socorros;
• Sistema básico de vida.
• Avaliação de riscos e prevenção de incêndios;
• Resgate vertical;
ENCARTE 5 59
• Técnicas de escalada;
• Técnicas de combate a incêndios florestais;
• Técnicas para combate em incêndios em instalações e prédios;

Normas Gerais

- Todos os funcionários do parque deverão estar em condições de

integrar as brigadas de combate a incêndios, para tanto receberão

treinamento de acordo com projeto específico;

- Todos os empregados das concessionárias deverão receber

treinamento específico para prevenção e controle de incêndios nas

instalações sob sua responsabilidade;

- Os concessionários poderão indicar os empregados para serem

disponibilizados nas brigadas de emergência do parque, ficando a

critério da administração da unidade selecionar os que efetivamente

integrarão a brigada;

- Os voluntários e concessionários, deverão, prioritariamente, atuar de

forma preventiva e, quando em situações de emergência, não deverão

ser colocados em situação de risco moderado a alto, bem como

deverão ser supervisionados permanentemente por um funcionário

treinado do parque ou por um bombeiro público.

PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE

SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

PROJETO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

Este projeto visa tem como objetivo garantir a integridade dos recursos

naturais e materiais da unidade.

60
A fiscalização em horário de visitação será composta por:

- guarda-parques nos Arenitos;

- 1 guarda-parque Furnas;

- 1 guarda-parque Lagoa Dourada;

- em cada veículo (1 veículo para fiscalização de rotina e 1 para apoio as

áreas de visitação);

- 1 fixo.

A fiscalização fora do horário de visitação será composta por:

- fixos;

- em cada veículo.

Objetivos

- Planejar e implementar as atividades dos guarda-parques e recursos

que evitem usos inadequados, ilegais ou que coloquem em risco a

integridade dos recursos naturais e materiais da unidade.

Atividades

- Fiscalizar, através de patrulhamento, as divisas da unidade, para

impedir extração de material vegetal, coibir a caça e quaisquer outras

atividades contrárias ao plano de manejo, ao objetivo da área e a

legislação;

- Fiscalizar as áreas de uso público da unidade, para impedir atos de

vandalismo contra as instalações e auxiliar na proteção dos visitantes;

- Planejar e implementar as atividades de fiscalização interna e de

divisas da unidade;

- Planejar e implementar as estruturas de fiscalização e controle;

- Avaliar e quantificar os recursos materiais necessários a fiscalização e

controle da unidade;
ENCARTE 5 61
- Elaborar estratégias e rotinas de fiscalização, avaliar sua eficácia e

eficiência em conjunto com a Polícia Florestal e Corpo de Bombeiros,

estabelecendo os ajustes necessários na programação. A definição da

rotina de fiscalização/proteção deve considerar sempre os levantamentos

e dados existentes, áreas com espécies ameaçadas de extinção,

fragilidade ambiental e outras identificadas.

Normas gerais

- Todas as áreas deverão ser fiscalizadas permanentemente.

- As atividades de fiscalização são de responsabilidade exclusiva do

poder público, vedada a concessionários e outros;

- A fiscalização terá, sempre que possível, uma abordagem educativa e de

orientação, tanto para os visitantes, quanto para os moradores do Parque;

- Todos os funcionários do IAP, para exercerem a função de fiscalização,


serão obrigados a usar uniforme e portar carteira funcional. Em

operações especiais, poderá ser dispensado o uso do uniforme, se

assim a situação o exigir;

- Os funcionários que exercem a função de fiscalização poderão portar


armas, sendo que as mesmas estarão devidamente registradas e com

o porte de armas fornecido, conforme legislação vigente e cumprir

treinamento em:
• Legislação sobre armas de fogo;
• Legislação aplicada à fiscalização e atividades afins;
• Manuseio e segurança de armas de fogo;
• Tiro prático.

62
PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA PESQUISA

PROJETO DE FOMENTO E REGULAMENTAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS

Justificativa

O PEVV carece de informações básicas sobre a sua fauna e flora para um

manejo eficiente de seus recursos naturais. No entanto, o Estado não tem pessoal
técnico suficiente para conduzir todas as pesquisas necessárias. Sendo assim,
acolher pesquisadores de instituições de pesquisa reconhecidas é o caminho mais
curto e eficiente para suprir as necessidades atuais de conhecimentos biológicos da
referida unidade de conservação, e assim, garantir o seu correto manejo.
Muitos dos projetos de pesquisa desenvolvidos anteriormente no PEVV não
retornaram seus resultados e conclusões a esta unidade de conservação. Sendo
assim, existe a necessidade de se regulamentar as atividades de pesquisa e de
pesquisadores dentro do PEVV para que o conhecimento científico gerado contribua
para a melhoria da gestão do parque.
O PEVV não possui uma infra-estrutura adequada para comportar

pesquisadores que pretendam desenvolver estudos científicos na região.


Dependências mínimas com dormitórios, refeitórios e laboratórios são necessárias
para o fomento de pesquisas no parque, de forma que esse possa atuar como um
polo gerador de informações sobre os ecossistemas dos Campos Gerais do Paraná.

Objetivos

- Criar um sistema de informações biológicas sobre a fauna do parque,


permitindo o aprimoramento periódico do plano de manejo.
- Estimular o desenvolvimento de pesquisas científicas no parque, regu-
lando as relações entre o órgão gestor e as instituições ou pesquisadores
autônomos.

ENCARTE 5 63
- Disponibilizar os dados da pesquisa para utilização em programas de

educação ambiental

Atividades

- Estabelecer linhas prioritárias de pesquisa.


- Estabelecer um formulário básico para a apresentação de projetos de
pesquisa a serem desenvolvidos no PEVV.
- Criar um regulamento para a execução de pesquisa, estabelecendo
responsabilidades e contrapartidas por parte dos pesquisadores e
órgão gestor.
- Divulgar entre universidades, institutos de pesquisa e ONGs do país e
do exterior, a possibilidade de desenvolvimento de pesquisas no PEVV.
- Formar um grupo de consultores (câmara técnica do Conselho
Consultivo) para avaliar a qualidade e importância dos projetos
apresentados.
- Criar infra-estrutura física básica para comportar pesquisadores
(laboratórios, alojamentos, refeitórios, etc.).
- Estabelecer junto ao FNMA um edital voltado a pesquisas dentro de
unidades de conservação do Estado.

PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO
SUBPROGRAMA DE INFRA ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS

PROJETO DE SINALIZAÇÃO

Objetivo

- Facilitar o desenvolvimento do uso público, principalmente a visitação,


evitando-se que os usuários se percam ou que ponham suas vidas em
risco por causa da falta de informação.

64
Atividades

- Definição dos locais para instalação das placas e mensagens;

- Contratação de serviços de terceiros para elaboração do projeto (layout

e estrutura das placas dentro da unidade);

- Checar locais definidos para implantação da sinalização de acesso ao

Parque Estadual (rodovias e estradas vicinais);

- Sinalização em locais estratégicos do Parque Estadual (portal, centro

de visitantes, estacionamento, trilhas, locais de descanso, rodovia); e,

- Confeccionar e implantar placas (indicando normas de conduta; mapa

do Parque, localização de cada um dos projetos e pontos de visitação,

instalações disponíveis aos usuários, indicação das lixeiras, dentre

outros).

Normas

- As placas deverão interferir o mínimo possível na paisagem;

- As placas deverão conter a indicação do atrativo a ser visitado, a

distância do percurso, o grau de dificuldade da caminhada e o tempo

necessário para sua realização – bem como relevar as questões de

segurança tal qual a obrigação ou não de estar acompanhado por

um guia; e,

- As propostas de modelos de placas deverão ser submetidos à

aprovação do IAP.

ENCARTE 5 65
PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRO DE VISITANTES

Objetivo

A implantação do centro de visitantes tem por finalidade a recepção,

informação, educação ambiental através de exposições, áudio-visuais, palestras que

transmitam aos visitantes características naturais do parque, devendo ser

transmitidas ainda aspectos de conduta do visitante na unidade bem como questões

de segurança individual.

Atividade

- Dotar a estrutura do centro de visitantes com materiais e equipamentos

necessários a promoção das atividades de educação ambiental;

- Elaborar exposição temática;

- Elaborar filme sobre aspectos dos meios físicos, biológicos e histórico-

culturais, para ser apresentado aos visitantes;

- Cadastrar os visitantes;

- Transmitir orientações sobre o funcionamento do parque;

- Transmitir informações sobre comportamentos e condutas durante a

visita;

- Dotar o centro de visitantes de sala para atendimento de primeiros

socorros.

Normas

- Todo visitante deverá passar obrigatoriamente pelo centro de visitantes

antes de seu destino às áreas internas do parque;

66
- Todo visitante deverá ser devidamente cadastrado;

- Capacitar pessoal para a recepção e realização de palestras.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE TRILHAS INTERPRETATIVAS

A implantação das trilhas interpretativas dos núcleos Arenitos, Furnas e

Lagoa Dourada, visa inserir temas referentes aos aspectos peculiares de cada

atrativo durante os percursos, e permitir ao visitante a devida compreensão dos

assuntos abordados com segurança e conforto.

Objetivo

- Implementar temas interpretativos nas trilhas existentes dos núcleos

Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada, possibilitando ao visitante a

observação e conhecimento de inúmeras formações ruiniformes.

Atividades

- Identificar ao longo das trilhas, aspectos relevantes para observação;

- Formular textos explicativos sobre cada um dos aspectos identificados;

- Confeccionar placas com os temas interpretativos;

- Inserção de placas interpretativas ao longo das trilhas, que descrevam

a fauna, a flora e a geologia local e visem educação ambiental;

Normas

- As placas deverão ser confeccionadas com materiais e cores que

produzam o mínimo de impacto visual;

ENCARTE 5 67
- A quantidade de placas deverá ser em número mínimo suficiente,

visando evitar o excesso de informações e poluição visual.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO FOTOGRAFIA DA NATUREZA

Objetivo

- Fotografar o ambiente natural, a geomorfologia, a flora, os rios, as

aves, animais em geral, podendo ser feita por fotógrafos amadores ou

profissionais, em pequenos grupos ou individualmente.

Atividades

- Organizar e manter estruturada a infra-estrutura básica para o

desenvolvimento de caminhadas em grupos ou isoladas pelas trilhas

propostas;

- Concepção e estruturação dos locais de observação da fauna, para a

prática de fotografia;

- Promover a capacitação dos guias, para acompanhar os visitantes nas

trilhas; com segurança;

- Integrar o projeto com outros subprogramas e programas em execução

no Parque Estadual;

- Promover exposições no parque com as fotografias provenientes dessa

atividades.

68
Normas

- Os participantes deverão dispor de roupas e calçados confortáveis. Se

possível camuflada ou em cores ocres e verdes, para se mimetizar

com a paisagem;

- Os participantes deverão dispor de equipamentos úteis: capa de chuva;

Boné ou chapéu; Cantil ou garrafa d’água; Lanterna; Repelente;

Protetor solar e Estojo de primeiros socorros;

- Os condutores deverão instruir os participantes quanto aos equipamentos

fotográficos mais adequados para as diferentes situações;

- Levar somente os equipamentos necessários, para evitar peso excessivo

e sobrecarga;

- Os grupos interessados em Fotografia da Natureza devem agendar

suas visitas previamente;

- Se houver o interesse de fotografar a fauna local seria interessante que

a visita fosse nos dias e horários para Observação de Aves, pois a

conduta também deve ser silenciosa;

- O condutor deve ter conhecimento de técnicas fotográficas;

- As atividades de fotografia da natureza poderão ser concessionadas.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO CENTRO DE LAZER

O Centro de Lazer está localizado na área do antigo camping, dispondo de

estrutura de lanchonete, loja de conveniência, sanitários, quiosques para piquenique

e estacionamento.

ENCARTE 5 69
Objetivo

- Proporcionar ao visitante espaço para o desenvolvimento de atividades.

Atividades

- Equipar lanchonete e loja de conveniência para atendimento ao

visitante;

Normas

- No centro de lazer somente será permitida a comercialização de

alimentos pré-preparados;

- Não será permitido atividades que promovam poluição sonora;

- Não será permitida a realização de fogueiras, ou utilização de

churrasqueiras portáteis;

- Não será permitida a coleta de material orgânico para fazer fogo;

- A operacionalização dos serviços do Centro de Lazer poderá ser

concessionada.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DO USUÁRIO

Objetivo

- Possibilitar a coleta de informações, que identifiquem o conhecimento

de elementos necessários para o planejamento da atividade turística e

recreacional na unidade de conservação.

70
Atividade

- Definir questionário tendo como critérios as características físicas,

sócio-econômicas, bem como o grau de satisfação da qualidade da

oferta e infra-estrutura turística (equipamentos e serviços);

- Selecionar pesquisadores treinados ou capacitados para exercer este

trabalho.

Normas

- A pesquisa deve ocorrer em finais de semanas e feriados, períodos em

que a freqüência de visitantes é maior;

- Deve-se seguir um cronograma que estipule horário das entrevistas,

período (mês do ano) e números de questionário que serão aplicados;

- O pesquisador responsável pelo questionário deve ser capacitado ou

treinado, para que não afete nos resultados da pesquisa; e,

- Ao final das pesquisas, estes dados deverão ser tabulados e

publicados como um material de apoio e consulta para o parque.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE DIVULGAÇÃO

PROJETO DIVULGAÇÃO DO PEVV

O Parque Estadual de Vila Velha sempre recebeu um grande número de

visitantes, sendo o segundo ponto turístico do Paraná, depois das Cataratas do

Iguaçu e, embora conhecido nacional e internacionalmente, as pesquisas efetuadas

recentemente apontam como principal emissor de visitantes o Estado do Paraná,

demonstrando que não está sendo realizada uma divulgação do parque em outros

estados e países.

ENCARTE 5 71
Devido à sua localização, a apenas 1 hora e meia de Curitiba, a divulgação

do parque deve ser gradual, para que não ocorra um fluxo muito grande de pessoas

à curto prazo, e para que se tenha tempo hábil para finalizar todas as construções e

obras e serviços que serão concessionadas, e ainda, para que as atividades dos

concessionários atinjam o padrão exigido pelo IAP, seja em questões administrativas

como de atendimento ao público.

A proximidade com outros atrativos turísticos, como por exemplo: o Parque

Estadual do Guartelá, pode-se fazer parte de uma estratégia do IAP em divulgar, em

um primeiro momento, unidades que estejam com a infra-estrutura mais

consolidada, diluindo o público pelos outros parques da região e, uma vez

concluídas as obras, direcionar esforços para divulgar o PEVV.


Após a revitalização do PEVV, e com a abertura ao público, o parque terá

um fluxo muito grande de visitantes, principalmente se for realizada uma forte

divulgação na mídia em geral sobre a reabertura desta unidade de conservação, e

cujo efeito, caso isto ocorra, pode se prolongar por um período de até 6 meses,

como já verificado em outras áreas protegidas que têm seu padrão de visitação

mensal acrescido depois de participarem em algum programa de televisão de

veiculação nacional.

Objetivos

- O projeto que tratar da divulgação do parque em roteiros de turismo

regional deve procurar enfatizar os atrativos e atividades que podem

ser realizadas na Unidade. A divulgação poderá ser realizada

conjuntamente com a Prefeitura de Ponta Grossa.

- A divulgação dos atrativos existentes no parque deve restringir-se aos

locais oficialmente abertos à visitação, evitando assim a pressão sobre

locais onde a administração ainda não consegue ter um controle sobre

as atividades

72
- Promover a divulgação do PEVV de acordo com os objetivos de manejo

da unidade de conservação;

- Tornar o PEVV conhecido nacion almente e internacionalmente, através

de materiais promocionais, jornais, revistas e redes de transmissão de TV.

Atividades

- Contratação de empresa especializada para criação de uma campanha

de divulgação;

- Na elaboração do material de divulgação, como folhetos, devem

constar as seguintes informações:


• períodos e horários de visitação;
• taxas de ingresso;
• acessos, distâncias e mapa de localização;
• atrativos e atividades recreacionais;
• infra-estrutura existente;
• normas e regulamentos;
• equipamento desejável para o melhor aproveitamento do passeio

(calçado adequado, repelente etc.);


• endereço e telefone para informações.

Normas

Este projeto específico deve ser desenvolvido através da contratação de

serviços especializados, sob a orientação da administração do IAP.

ENCARTE 5 73
PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO DE CAPACITAÇÃO DE MONITORES PARA ORIENTAÇÃO DOS

VISITANTES

Justificativa

Historicamente o turismo em vila velha restringiu-se à atividades puramente

contemplativas e que pouco agregaram informações ao público do parque. O simples

caminhar entre os arenitos e a contemplação das furnas ou da Lagoa Dourada podem e

devem ser acompanhados de informações complementares, capazes de permitir maior

interação entre o visitante e a natureza ali preservada. A capacitação de guias para o

reconhecimento de espécies típicas da fauna e da flora, descrição de processos

biológicos e conhecimentos do ecossistema local é imprescindível para que os objetivos

ecoturísticos preconizados na legislação sejam atingidos.

Objetivos

- Atender aos objetivos estabelecidos pelo SNUC no que diz respeito à


categoria parque, possibilitando o lazer junto à natureza e o desen-

volvimento de conceitos e conhecimentos sobre os ecossistemas

representados.

Atividades

- Organizar conteúdo técnico sobre a biota local e as interações ecológicas

ali presentes.

- Definir e contratar um grupo de consultores habilitados para promover

a capacitação de monitores.

- Promover a capacitação.

74
PROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS

SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO

PROJETO SEGURANÇA DOS USUÁRIOS

As atividades em ambiente natural expõem normalmente as pessoas a

certos riscos, assim como atividades com um grande número de pessoas

envolvidas, sendo assim são necessárias medidas que venham evitar ou minimizar

estes riscos.

Objetivos

- Garantir a segurança dos usuários da unidade.

- Garantir a segurança de funcionários e empregados terceirizados e

concessionários.

Atividades previstas

- Avaliar e fazer cumprir a sinalização das áreas de uso público da unidade.

- Avaliar e fazer cumprir as sinalização de proibição de acesso das áreas


que possam oferecer risco aos usuários.

- Monitorar e fiscalizar o comportamento de usuários, terceirizados e

outros.

- Instalar e equipar um ambulatório;

- Treinar e/ou supervisionar o treinamento de funcionários, terceirizados

e concessionários em primeiros socorros, sistema básico de vida,

transporte de acidentados;

- Elaborar procedimentos a serem adotados no caso de acidentes médicos;

- Identificar hospitais de frente para deslocamento de acidentados.

ENCARTE 5 75
PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO

SUBPROGRAMA INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS

PROJETO DE DOTAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS PARA EMERGÊNCIAS,

FISCALIZAÇÃO E PROTEÇÃO.

Este projeto visa suprir a unidade para atuar nas situações de fiscalização,

proteção e emergências.

O projeto é tratado de forma conjunta pois parte dos equipamentos será de

uso comum para estas atividades.

Objetivos

- Dotar a unidades de recursos materiais para proteção, fiscalização,

emergências médicas e emergências que envolvam fogo.

Atividades

- Adquirir a curto e médio prazo equipamentos para atuar nas situações

de fiscalização, proteção e emergências, o equipamento sugerido está

definido nas tabelas.

76
TABELA 4.1 - MATERIAIS DE USO COMUM

QUANTIDADE MÍNIMA
EQUIPAMENTO
SUGERIDA

Veículo tracionado com caçamba e cabine dupla 2


Reboque 2
Rádio portátil 20
Baterias reserva 10
Rádios Móveis 2
Estações Fixas 2
Tenda 10 pessoas 2
Tenda 4 pessoas 4
Equipamento para resgate vertical completo 2
Equipamento básico para escalada (cadeirinha, freio em 8, 2 mosquetões rosca, 6
mosquetões simples, fitas) 10
Corda 12mm, rolo de 50 metros 4
GPS navegação 2
Camas de campanha 15
Sacos de dormir 10
Galões para água potável flexiveis 10 litros 10
Binóculos 5
Cinturões tipo NA ou similar para fiscalização e combate a incêndio 50

TABELA 4.2 - MATERIAIS DE EMERGÊNCIA MÉDICA

QUANTIDADE MÍNIMA
EQUIPAMENTO
SUGERIDA

Kit de imobilização para coluna vertebral e membros periféricos completo 2


Cilindro de oxigênio com válvula e manômetro 1
Kit de Primeiros Socorros com: Ataduras -.Curativos aderentes – Anti-séptico – Tesoura – 3
Alfinetes de segurança – Bandagens triangulares – Gaze – Luvas de Látex –
Esparadrapo – Água Oxigenada – Pinça
Maca dobrável 2
Prancha de imobilização 2
Kit para atendimento a queimados 5
Umbu 1

ENCARTE 5 77
TABELA 4.3 - MATERIAIS PARA COMBATE A INCÊNDIO

QUANTIDADE MÍNIMA
EQUIPAMENTO
SUGERIDA

Tanque flexível (mínimo 500 litros de capacidade) para água 3


Motobomba 5
Moto Serra 5
LGE (bombonas 25 l) 500 l
Propiciadores de espuma 3
Foice 10 (2 por brigada)
Extintor Costal 20 (4 por brigada)
(1)
Rastelo 20 (4 por brigada)
(1)
Enxada 20 (4 por brigada)
(1)
Abafador 20 (4 por brigada)
(1)
Machado 10 (2 por brigada)
(1)
Pás 10 (2 por brigada)
Lanterna de Pala 20
Lanterna comum 20
Facão 10 (2 por brigada)
Sinalizadores 10 (2 por brigada)
Lancheiras 40
Mochila 40
Cantil 40
Apito 40
Bússola 20

(1) Podem ser substituídos por macleod ou por troop tool (5 x 1).

TABELA 4.4 - EPIS PARA USO DE FUNCIONÁRIO E VOLUNTÁRIOS

QUANTIDADE MÍNIMA
EQUIPAMENTO
SUGERIDA

Macacões de algodão com tratamento anti chama 40


Botas cano alto com solado resistente ao calor 40
Luvas vaqueta ou raspa 40
Capacetes de Segurança 40
Mascara semifacial com filtro para fumos e partículas 40
Filtros reserva 40
Sinalizadores individuais 40
Protetores auriculares (plug) 40
Óculos de segurança 40
Balaclava 40

78
PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO

SUBPROGRAMA INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS

PROJETO TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O lixo produzido na Reserva enquadra-se dentro da categoria resíduo

sólido doméstico. É composto basicamente por matéria orgânica, (principalmente

restos de alimentos), material com baixa velocidade de degradação (embalagens

fabricadas com materiais não recicláveis) ou resíduos recicláveis (papéis, metais,

plásticos, etc.).

Objetivos

- Recolher e dar destino adequado aos resíduos sólidos produzidos no


PEVV.

Atividades previstas

- Quantificar e caracterizar o lixo produzido pelo pessoal interno e

visitantes da unidade;

- Planejar e instalar coleta seletiva de lixo;


- Planejar e instalar deposito temporário de resíduos;

- Informar o visitante quanto ao comportamento com o lixo e coleta e que

incentivem a redução na fonte para funcionários, terceirizados, conces-

sionários e visitantes;

- Verificar a possibilidade de utilizar o lixo reciclável em atividades

recreativas e/ou culturais compatíveis com os objetivos da categoria e

específicos da unidade, caso isso não seja possível, verificar a

possibilidade de convênio com instituições publicas ou privadas para

coleta e destinação adequada do lixo reciclável;

ENCARTE 5 79
- Firmar convênio com a prefeitura de Ponta Grossa para o recolhimento

do lixo não reciclável;

Normas gerais

- Todas as instalações deverão respeitar a legislação e normas

pertinentes, o zoneamento da unidade, o plano de manejo e as normas

de construção de mínimo impacto;

- As instalações e equipamentos deverão ser planejada de modo a não

gerar chorumes e percolados e impedir o acesso da fauna aos resíduos.

PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO

SUBPROGRAMA INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS

PROJETO DESTINAÇÃO DE ESGOTOS E ÁGUAS SERVIDAS

A destinação de esgotos e águas servidas é sempre problemática. Em se

tratando de uma área natural protegida, a preocupação com o destino de esgotos

deve ser ainda maior, pois corre-se o risco de contaminar águas superficiais e

subterrâneas, solos e subsolos que se procura proteger.

Objetivos

- Tratar primariamente e dispersar esgotos e águas servidas.

- Tratar águas oriundas da lavagem e manutenção de veículos, máquinas e

equipamentos motorizados.

Princípios e normas gerais

- O processo a ser escolhido deve considerar o volume, o nível de

qualidade do efluente que se deseja e as características ambientais,

80
para tanto, considerar-se-á os corpos d’água como Classe 1 de acordo

com a Resolução CONAMA 20/86.

- Para fins de cálculo, segundo a NBR 7229/82, a produção estimada de

esgotos domésticos dia/pessoa, para locais de curta permanência

(teatros, restaurantes, lanchonetes, etc.), é de 2/pessoa/dia e 25 litros

por refeição preparada.

- Deve ser avaliada a forma de melhor forma de tratamento, se em

pontos de geração ou de forma centralizada. É recomendável a

seleção de processos aeróbios por apresentarem maior redução de


DBO e menor problema de O2 que processos anaeróbios.

- Devem ser avaliados projetos de redução de consumo, tais como de

reciclagem ou circuito fechado para águas de uso não potável e outros.

- As instalações e equipamentos deverão ser planejados de modo a

impedir o acesso da fauna.

5.2 IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS MÉDIO PRAZO

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO

PROJETO DE ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO SUCESSIONAL CAMPO –

FLORESTA

Justificativa

- Algumas espécies nativas oportunistas estão se instalando em

processos invasores sobre áreas de vegetação campestre. Isso pode

ser devido à processos anteriores de degradação dos solos ou mesmo

à interrupção dos processos naturais de incêndios periódicos.

ENCARTE 5 81
Objetivos

- Verificar comparativamente a conservação da paisagem e da

biodiversidade em função de contenção de áreas invadidas por

espécies oportunistas. Realizar acompanhamento de restauração do

campo em função de intervenção humana para minar processos de

dominância de espécies oportunistas.

Atividades

- Demarcar os limites das áreas atualmente invadidas com estacas e

cordas de nylon a fim de gerar informação sobre as frentes de

expansão das invasões. Em se comprovando a necessidade de

intervenção, essa informação será fundamental para definir as frentes

de ataque e para reduzir a expansão das plantas, viabilizando a

manutenção dos sistemas naturais de campos.

- Visando comprovar a necessidade de interferência humana nessas

áreas para conservação do ecossistema campestre, sugere-se a

separação e demarcação de áreas de controle com tamanho de 20 x

20 ou 50 x 50 metros, sempre estabelecidas nos limites de sua


ocorrência, com estacas e corda de nylon, para as seguintes espécies:
• Pteridium aquilinum samambaiaçu
• Mimosa dolens espinho
• Chamaecrista cathartica
• Baccharis sp. vassoura-branca.
- Dar preferência para áreas onde essas plantas invasoras estejam

misturadas à flora nativa, por serem ambientes com maior resiliência

do que áreas completamente dominadas por invasoras.


- Deve-se efetuar roçada e controle da rebrota.

82
- Realizar acompanhamento da evolução florística a partir do controle

dessas espécies oportunistas.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO

PROJETO DE MONITORAMENTO E CONTROLE DAS POPULAÇÕES DE JAVALI

NO ENTORNO E INTERIOR DO PEVV

Justificativa

O estudo permitira averiguar a presença de javali Sus scrofa no entorno e

provavelmente, no interior da unidade de conservação. A presença desta espécie

poderá gerar sérios danos à biota local, os quais já foram verificados em outras

áreas campestres do Sul do Brasil. Portanto, a situação requer pronto controle por

parte do órgão ambiental.

Objetivos

- Averiguar os locais de criação e soltura da espécie.


- Dimensionar os danos já causados e estabelecer formas de controle.

Atividades

- Consolidar regulamentação específica para a criação de espécies

exóticas no entorno do PEVV.


- Proceder fiscalizações sistemáticas voltadas ao tema.
- Implantar planos de erradicação da espécie nos ambientes naturais

da região.

ENCARTE 5 83
PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE

SUBPROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS

PROJETO DE RESTAURAÇÃO DAS VÁRZEAS DO RIO GUABIROBA NO

TRECHO ATUALMENTE CORRESPONDENTE À BARRAGEM

Justificativa

Os estudos de campo indicaram a depauperação da comunidade de fauna na


área da represa decorrente da instalação e instabilidade do sistema aquático criado.
A despeito de alguns argumentos sobre a importância da área em termos
de proteção da unidade de conservação e manutenção de aves aquáticas não há
evidências técnicas que possam corroborar tais argumentos. Por outro lado, a
represa significa uma interrupção drástica sobre a comunidade animal que habita a
várzea do rio Guabiroba, conduzindo o trânsito das espécies terrestres para a
rodovia, descaracterizando ambientes aquáticos únicos nos quais encontram-se
espécies de anuros, peixes e invertebrados típicos e, ainda, estimulando a invasão
da área por pescadores, conforme verificado no local.
A restauração daquele ambiente faz-se necessária podendo-se considerar
a redução do depósito de água para aproximadamente 10% do que se tem nos
níveis máximos de represamento, preservando parte do reservatório para eventuais
usos em situação de incêndio.

Objetivos

- Restaurar o ecossistema de várzea do rio Guabiroba, descaracterizado


e fragmentado pela represa.
- Reduzir a possibilidade de atropelamentos de fauna nas suas
proximidades.
- Permitir o livre fluxo de animais ao longo da várzea.
- Desestimular o ingresso de pescadores no local.

84
Atividades

- Contratar estudos de engenharia para redução do barramento à níveis

mínimos indispensáveis.
- Proceder à readequação/retirada da barragem.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE AVALIAÇÃO E CONTENÇÃO DO IMPACTO DE ATROPELAMENTOS

DE AVES

Justificativa

O PEVV é cortado ao sul pela rodovia federal BR-376, a qual possui tráfego

intenso e veloz. O atropelamento de aves em rodovias desse porte é comum,

principalmente para as espécies noturnas. A avaliação criteriosa da incidência desse

impacto poderá determinar a necessidade de medidas de controle.

Objetivos

- Quantificar a incidência dos atropelamentos.


- Determinar as espécies mais atingidas por atropelamentos.
- Propor medidas de contenção do impacto.

ENCARTE 5 85
PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE MONITORAMENTO DOS NÍVEIS DE INTOXICAÇÃO POR

AGROTÓXICOS EM POPULAÇÕES DE AVES DO PEVV

Justificativa

O PEVV encontra-se inserido em uma região economicamente voltada para a

agricultura convencional onde ocorre o uso regulamentado de agrotóxicos. As

populações de aves que utilizam áreas externas ao parque estão sujeitas à

contaminação química e, por isso, podem estar introduzindo elementos tóxicos à cadeia

alimentar interna ao parque. Nesse sentido, é necessário realizar o monitoramento de

algumas espécies para se determinar a intensidade desse impacto.

Objetivos

- Monitorar o nível de intoxicação por agrotóxicos em espécies que

residem no PEVV e que utilizam áreas externas para alimentação.


- Estabelecer medidas de controle, caso venha a ser identificada a
contaminação.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO IMPLANTAÇÃO DE TRILHA PARA CICLISMO

Objetivo

- Possibilitar um caminho seguro e que ofereça mínimo impacto ao

ambiente para a prática de atividade de ciclismo na antiga estrada que

acessa a cachoeira do Rio Quebra-Perna.

86
Atividades

- Demarcação em campo a antiga estrada existente;


- Elaborar estudos de viabilidade de percurso para o desenvolvimento da

atividade, visando evitar possíveis impactos sobre o ambiente;


- Definir especificações técnicas para aplicação do projeto;
- Identificar os trechos onde possa haver erosão e propor medidas

de contenção;
- Implantar a trilha.

Normas

- A implantação da trilha deverá ser realizada de forma a oferecer o

melhor percurso para ser praticado com bicicleta;


- Deverá ser contratado profissional especializado para a adequação da

trilha em campo;
- Nos trechos da trilha onde seja possível o desgaste e exposição de

rocha arenítica, deverá ser estudada a possibilidade de incorporação

de materiais alternativos, de forma a evitar a erosão excessiva da

rocha e a sua degradação;


- A trilha a ser implantada deverá obedecer às curvas de nível do

terreno, de forma a facilitar sua manutenção no combate à erosão;


- Deverá ser realizado acompanhamento contínuo da trilha, para que se

possa identificar e informar os reparos necessários nas mesmas;


- Trechos na trilha que apresentem sinais de degradação deverão entrar

em processo imediato de recuperação e, se necessário, restringir a

atividade, até que estejam recuperados adequadamente; e,


- Deverá ser estabelecido o número de ciclistas na trilha, através de

estudo de capacidade de carga.

ENCARTE 5 87
PROGRAMA DE USO PÚBLICO
SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO IMPLEMENTAÇÃO DO NÚCLEO LAGOA DOURADA

O Núcleo Lagoa Dourada abriga uma séria de atividades de recreação e


interpretação ambiental que poderão ser desenvolvidas de acordo com estruturas
específicas para cada atividade.

Objetivos

- Promover junto ao núcleo atividades de lazer, adequando as estruturas


existentes, bem como criando novas estruturas;
- Proporcionar ao visitante oportunidade de recreação ao ar livre integrada
com o ambiente.

Atividades

- Promover visitas a lagoa dourada através da trilha implementada;


- Promover a contemplação do visual da lagoa, bem como a observação
da ictiofauna;
- Implantar deck na margem da lagoa;
- Instalar campo de desafios visando a promoção de atividades
recreacionais;

Normas

- A adequação da estrutura para implantação do deck e trilha deverá


promover o mínimo de impacto ao ambiente, seja sob os aspectos da
construção quanto a agressão visual à paisagem;
- As atividades desenvolvidas com os visitantes no campo de desafios
deverão promover a interatividade com a natureza;

88
- Para a prática das atividades no campo de desafios deverá ser
obrigatório o seguro pessoal e individual;
- Os equipamentos do campo de desafios deverão ser dispostos em
circuito, a uma altura média de 2 a 4 metros do solo, com obstáculos
que testem o equilíbrio e a autoconfiança dos participantes;
- As atividades do campo de desafios somente poderão ser aplicadas
por profissionais qualificados;
- As atividades do campo de desafios poderão ser concessionadas;
- O número de visitantes na trilha não deverá exceder o estipulado na
capacidade de carga.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO


SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO IMPLEMENTAÇÃO DO NÚCLEO FURNAS

O Núcleo Furnas apresenta uma série de atividades voltadas a recreação


integrada com a natureza.

Objetivo

- Adequar as estruturas existentes no Núcleo Furnas para o


desenvolvimento de atividades de lazer e recreação voltadas a
integração do participante com o ambiente.

Atividades

- Desenvolver um espaço de lazer correspondente a edificação existente


na área de furnas;
- Readequar a estrutura existente para o desenvolvimento de atividades
de recreação voltadas ao conhecimento do ambiente;

ENCARTE 5 89
- Manter o acesso de visitantes a furnas 1 através do elevador existente;
- Promover visitas a furnas 2 através de caminhada pela trilha existente;
- Promover atividades de lazer;
- Implantar trilha de arvorismo;
- Estudar capacidade de carga para a trilha de arvorismo.

Normas

- O acesso de visitantes a trilha e elevador não deverá exceder o

número estipulado no estudo de capacidade de carga;


- A adequação da estrutura para implantação do espaço deverá

promover o mínimo de impacto ao ambiente, seja sob os aspectos da

construção quanto a agressão visual à paisagem;


- As atividades desenvolvidas com os visitantes na pista de arvorismo

deverão promover a interatividade com a natureza;


- Para a prática das atividades na trilha de arvorismo deverá ser

obrigatório o seguro pessoal e individual;


- Os equipamentos da trilha de arvorismo deverão ser dispostos à altura

das copas das árvores, com equipamentos projetados que visem a


segurança dos participantes;
- As atividades da trilha de arvorismo somente poderão ser aplicadas por

profissionais qualificados;
- As atividades da trilha de arvorismo poderão ser concessionadas;
- O número de participantes da trilha do arvorismo não deverá exceder a

capacidade de carga a ser estudada;


- O número de visitantes na trilha não deverá exceder o estipulado na

capacidade de carga.

90
PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO OBSERVAÇÃO DE AVES

Objetivo

- Propiciar aos visitantes interessados, contato visual e auditivo com

aves nativas encontradas no parque.

Atividades

- Definir, dentro das trilhas implementadas no parque, qual percurso que

permite maior facilidade para observação de aves; e,


- Definir horário e dia de semana para a prática desta atividade, pois a

observação de aves necessita de comportamento diferenciado por

parte dos praticantes, o que acarreta no fechamento da trilha para

outro tipo de atividade.

Normas

- Para a prática de Observação de Aves é necessário que os grupos

sejam acompanhados por guias especializados no tema ornitologia.


- A atividade deverá ser desenvolvida em períodos que sejam propícios,

na primavera e no verão, quando as aves estão na estação

reprodutiva, tornando-se mais ativas e evidentes. O melhor horário de

observação é pelo início da manhã e no final da tarde;


- Os integrantes dos grupos de observadores de aves deverão ter perfil

de calma, paciência e concentração, além de praticar a atividade em

silêncio para não afugentar as aves;

ENCARTE 5 91
- O guia deve orientar o grupo a identificar corretamente uma espécie de

cada vez, observando todos os seus detalhes, avaliando seu

comportamento e coletando o máximo de informações possíveis sobre

o seu ambiente, concentrando-se na vocalização. Consultar sempre os

guias de campo e anotar as dúvidas para uma correta identificação;


- Os grupos deverão ter poucas pessoas, no máximo 5, de cada vez,

mantendo-se distância mínima necessária entre os grupos;


- Quando na prática de observação de aves, esta atividade deverá ser

única no mesmo momento na mesma trilha, para evitar interferência na

experiência de cada grupo;


- Os grupos devem agendar previamente as visitas com a administração

do parque, para conhecimento dos procedimentos.


- As atividades de observação de aves poderão ser concessionadas;
- Para o desenvolvimento da atividade serão necessários os seguintes

equipamentos:
- Binóculos: é o equipamento básico e imprescindível para a aproximação

visual permitindo a verificação de detalhes que auxiliarão na correta

identificação das espécies;


- Guias de campo: são livros especializados fundamentais para a

identificação das aves. Eles podem ser elaborados com fotografias ou

com desenhos e trazem detalhes de plumagem, de morfologia de bico,

asas, etc, além de informações sobre dimorfismo sexual e distribuição

geográfica.
- Caderneta de Campo: fundamental para anotação de detalhes sobre

morfologia, desenhos com detalhes sobre a espécie, detalhes do

ambiente etc.;
- Gravador: este aparelho serve para efetuar gravações de vocalizações e

para realização de play-back, que consiste em gravar o canto da espécie

92
em observação e apresentá-lo novamente ao mesmo indivíduo,

estimulando-o a defender seu território, o que o torna mais visível;


- Acessórios complementares: mochila para acomodar a caderneta de
campo, lápis, canivete, bússola ou GPS, máquina fotográfica, cantil com
água, capa de chuva, pacotes plásticos, protetor solar, repelente etc.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO


SUB-PROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO CAMINHADAS NOTURNAS

Objetivos

- Desenvolver atividades noturnas com objetivos educativos e científicos,


considerando programas de interpretação da natureza, como forma de
disponibilizar o ambiente para enriquecer o conhecimento do
participante e retorno de informações para o manejo do parque.

Atividades

- Criação de uma agenda para os grupos interessados, sendo permitido


apenas um grupo de até 10 pessoas por noite;
- Capacitação de guias e/ou condutores para que estes possam realizar
de forma adequada a condução deste tipo de atividade;
- Disponibilizar equipamentos de segurança, como lanternas, rádios
comunicadores e equipamento básico de primeiros socorros.

Normas

- A atividade de caminhada noturna poderá ser realizada somente pela


trilha dos arenitos;
- É obrigatória a condução do grupo por um condutor ou guia especializado;

ENCARTE 5 93
- O condutor ou guia não poderá permitir que os visitantes perturbem a

vida noturna existente na ambiente natural, por isso o silêncio deve ser

absoluto;
- O condutor deve sempre carregar equipamentos básicos de primeiros

socorros, rádio comunicador e lanterna; e,


- Se o grupo desejar um passeio com informações especificas sobre

astronomia, fauna, flora, etc, este deverá contratar um profissional;


- A atividade de caminhadas noturnas poderão ser concessionadas;

PROGRAMA DE USO PÚBLICO


SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Objetivo

- Elaborar e implementar projeto de educação ambiental para o parque,

considerando como público alvo, os moradores do entorno, estudantes,

e visitantes.

Atividades

- Elaborar programação de cursos para a comunidade de entorno;


- Elaborar calendário de visitas técnico-científicas para estudantes das

escolas dos bairros do município;


- Elaborar proposta de educação ambiental para visitantes em geral.

Normas

- Os temas propostos para educação ambiental deverão abordar os

seguintes assuntos: legislação ambiental; ação humana e qualidade

94
das águas; animais e plantas ameaçados de extinção; animais

peçonhentos e vetores biológicos; controle das atividades degradantes

ao meio ambiente desenvolvidas no entorno; a importância da

conservação dos campos nativos; recuperação de áreas degradadas,

conseqüências de espécies florestais exóticas, lixo, poluição, outros;


- As visitas técnico-científicas deverão ser pré-agendadas, devendo

abordar temas como aspectos históricos e culturais, geológicos, água,

recuperação de áreas degradadas, fauna, flora, manejo de unidades

de conservação;
- Para os visitantes em geral deverão ser desenvolvidas técnicas de

sensibilização envolvimento dos visitantes com o ambiente.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO DE FORMULAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS DESTINADOS AO

CONHECIMENTO DA FAUNA LOCAL PELO PÚBLICO VISITANTE

Justificativa

A fauna abrigada pelo PEVV representa inestimável fonte de informações a


partir das quais deve-se gerar material didático destinado à educação e interpretação

ambiental. As interações demonstradas pela fauna de macroinvertebrados com o meio

aquático e recursos provenientes dos ambientes terrestres, a peculiaridade das

espécies ictíicas registradas nas furnas e Lagoa Dourada, adaptações comportamentais

e reprodutivas demonstradas pelos anfíbios e as relações animal-planta sempre

existentes entre os lepidópteros são alguns dos temas mais interessantes.

Além destas, as curiosidades relacionadas aos outros grupos de estudo:

répteis, aves e mamíferos, sempre os mais utilizados em termos didáticos

ENCARTE 5 95
possibilitam a formulação de materiais educativos em meio analógico e digital

(painéis, cartilhas, apostilas, vídeos e CD-ROM), fundamentais para o pleno

cumprimento dos objetivos da unidade de conservação.

Objetivos

- Propiciar real compreensão do público com relação a importância do


PEVV para a conservação da biodiversidade, buscando transcender a

percepção do visitante quanto a natureza local, mostrando que, além

dos arenitos, encontram-se ali protegidas muitas espécies e

representados ambientes únicos no planeta.

Atividades

- Adequar as informações constantes neste relatório buscando

linguagem apropriada para a formulação de atividades educativas.


- Consolidar materiais didático-educativos (impresso, vídeos e CD's).
- Dimensionar painéis a serem dispostos ao longo das trilhas nos quais

insiram-se conteúdos informativos de forma rapidamente assimilável.


- Estabelecer espaços e horários adequados para a exposição do
material educativo gerado para o público visitante.

PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO

SUBPROGRAMA ADMINISTRAÇÃO

PROJETO DE VOLUNTARIADO EM PESQUISA E MANEJO

Justificativa

O PEVV carece de pesquisa básica e de pessoal, além de desenvolver

poucas atividades de educação ambiental. Uma forma de estimular a pesquisa,

96
implementar atividades de manejo e proporcionar educação ambiental seria a

criação de um corpo de voluntários composto por pessoal sem ou com alguma

formação técnica. Esses voluntários seriam convocados, de acordo com as

necessidades, para acompanhar técnicos capacitados na execução de tarefas de

pesquisa e de manejo.

Objetivos

- Potencializar e amparar as atividades de pesquisa no PEVV,

possibilitando aos cidadãos interagir com as práticas de manejo do

Parque Estadual de Vila Velha.


- Organizar pessoal apto para a execução de atividades de auxílio a

pesquisa e manejo dentro do PEVV.

Atividades

- Definir meios de recrutamento e seleção de voluntários.


- Estabelecer condições e normas para o ingresso de um candidato de

forma a preservar sua integridade física e garantir a segurança e

conservação do parque.

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO

SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DO ENTORNO

PROJETO DE ALTERNATIVAS ECONÔMICAS AO USO DO FOGO

Justificativa

O fogo tem sido um elemento de seleção negativa nos campos há séculos

e continua sendo utilizado como ferramenta de manejo, embora traga resultados

mais negativos do que benéficos tanto ao ambiente quanto à produção econômica.

ENCARTE 5 97
Objetivos

- Estabelecer modelos demonstrativos de manejo para eliminar o uso do

fogo no ecossistema, comprovando-se que melhores técnicas de

manejo levam à maior produtividade e conservação da biodiversidade.

Atividades

Introduzir uma linha de pesquisa aplicada e estabelecimento de modelos

demonstrativos para alternativas econômicas ao uso do fogo como ferramenta de

manejo e produção na Zona de Amortecimento e APA da Escarpa Devoniana.

Entre as alternativas a serem avaliadas, implantadas e demonstradas

estão o manejo por roçadas para seleção positiva de plantas forrageiras, uso de

pastoreio rotativo racional, adequação das lotações animais conforme a capacidade

de carga do ambiente, prática de diferimento em épocas estratégicas para uso da

biomassa em “vazios de produção forrageira” por efeito do clima, interação das

práticas de diferimento com práticas de alimentação animal e manejo zootécnico,

plantio direto para cultivo agrícola e eliminação da queima após corte raso no

manejo florestal, também fazendo plantio direto.

PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO

SUBPROGRAMA INFRA-ESTRUTRURA

PROJETO DE ADEQUAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DO PEVV

Justificativa

Alguns detalhes da infra-estrutura do PEVV representam ameaças ou

constituem fatores de risco para as aves. Construções com excesso de vidraças

transparentes, iluminação noturna excessiva e cercas de arame farpado são os

98
principais problemas observados. Essas estruturas exercem pressão direta sobre a

fauna e por isso devem ser adequadas.

Assim, recomenda-se que nenhuma construção do PEVV possua vidros

externos transparentes ou espelhados. Eles devem ser substituídos por vidros

difusos ou as vidraças deverão receber um anteparo anterior de tela metálica. Esse

problema não pode ser contornado com o uso de cortinas ou com a fixação de

silhuetas de gaviões e corujas como já constatado em outras situações, pois essas

alternativas são ineficientes.

A iluminação noturna externa do parque deve ser feita exclusivamente por

lâmpadas que não atraiam insetos. Além disso, deve-se manter um número mínimo

de lâmpadas acesas durante a noite.

O parque não deve possuir em seus limites ou no interior cercas de arame

farpado. Todas as cercas deverão ser de arame liso e devem ter manutenção periódica.

Objetivos

- Dimensionar o nível de impacto ocasionado pelas estruturas de

iluminação e construções dentro do Parque.


- Adequar as estruturas diminuindo eventuais impactos verificados.

Atividades

- Promover estudos especificamente destinados a verificar a adequação

das estruturas.
- Definir e executar projetos de readequação das estruturas caso

vereficada a necessidade.

ENCARTE 5 99
PROJETO DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA MONITORAMENTO

PROJETO AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DOS AMBIENTES AQUÁTICOS


UTILIZANDO ESPÉCIES DE ANFÍBIOS COM POTENCIAL BIOINDICADOR

Justificativa

A importância dos anfíbios como bioindicadores deve-se ao fato de que


eles são mais sensíveis que outros vertebrados às mudanças ambientais em função
de suas características fisiológicas, ecológicas, comportamentais e de seu complexo
ciclo de vida que ocorre (na maioria das espécies) tanto no ambiente aquático
quanto no ambiente terrestre. No caso das espécies com distribuição restrita, onde
em muitas situações as populações são pequenas e isoladas, qualquer alteração
ambiental torna-se ainda mais significativa. Os pesticidas organoclorados, por
exemplo, tem causado comprovada diminuição das populações de espécies de
anfíbios (RUSSELL et al., 1995). Matton (2000) cita que os anfíbios, em pequenos
lagos e lagoas, podem ser os reguladores animais mais importantes do crescimento
de algas e de outras macrófitas, tendo já sido verificado o crescimento mais intenso
de algas em ambientes onde as populações de anfíbios declinaram.
O uso intenso de agroquímicos no entorno do PEVV é fato notável e
inconteste, justificando as investigações sobre os impactos destas substâncias sobre
as comunidades aquáticas locais, sobretudo a de anuros.

Objetivos

- Identificar os principais ambientes aquáticos e áreas úmidas afetados


por ações antrópicas;
- Efetuar o levantamento da anurofauna dos ambientes a serem
estudados, com ênfase nas espécies de alta relevância ecológica
(raras, vulneráveis e/ou ameaçadas);

100
- Identificar padrões de utilização do substrato, fontes alimentares e

estratégias reprodutivas das espécies encontradas;


- Correlacionar a presença de cada espécie às formações vegetais locais;
- Aumentar o conhecimento acerca da biologia das espécies registradas

na área, caracterizando os sítios de vocalização, postura e

desenvolvimento das larvas (girinos);


- Propor ações que visem a melhoria das condições do habitat para os

anfíbios e a conservação dos ambientes aquáticos no entorno do PEVV.

Normas gerais

- Os procedimentos metodológicos aplicados devem ser adequados e

desenvolvidos sem que se retire um estoque significativo das

populações em estudo, evitando-se interferências nas flutuações

sazonais das populações.

PROJETO DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA MONITORAMENTO

PROJETO DE MONITORAMENTO DAS AVES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO

Justificativa

O PEVV possui populações de aves ameaçadas de extinção a nível

nacional e estadual. Essas precisam ser monitoradas para se avaliar o papel da

referida unidade de conservação na manutenção dessas espécies na região. Além

disso, os resultados obtidos pela AER são insuficientes para se determinar as reais

áreas e ambientes de ocorrência dessas espécies no parque.

ENCARTE 5 101
Objetivos

- Determinar as áreas de ocorrência, ambientes e, caso ocorra, a

sazonalidade das espécies ameaçadas de extinção que habitam o


PEVV.

- Obter estimativas populacionais das espécies ameaçadas.


- Propor medidas de manejo e conservação que se mostrarem

necessárias para garantir a preservação das espécies ameaçadas.

Atividades

- Atender todas as exigências legais necessárias para o trabalho com

espécies ameaçadas de extinção.


- Subdividir o programa de forma a abranger uma espécie ameaçada

por vez.
- Executar o programa até o prazo máximo de um ano após a aprovação

do plano de manejo e a sua duração mínima deve ser de dois anos.

PROJETO DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA MONITORAMENTO

PROJETO DE MONITORAMENTO DO NÍVEL DE OCUPAÇÃO DA FENDA DA PEDRA

SUSPENSA PELO ANDORINHÃO-DE-COLEIRA-FALHA Streptoprocne Biscutata

Justificativa

A visitação pública à pedra suspensa foi interrompida para evitar o impacto

da presença humana sobre a colônia de andorinhão-de-coleira-falha S. biscutata

que habita o local. Essa espécie utiliza a vários anos as paredes rochosas abaixo da

pedra suspensa como sítio de nidificação. Por isso, é necessário monitorar o local

para verificar se ocorrerá um incremento na densidade de ninhos ou no sucesso

102
reprodutivo em virtude da ausência de visitação. Caso os parâmetros reprodutivos

se mantenham nos mesmos níveis de outrora, as visitas à pedra suspensa poderão

voltar a ocorrer, pois, dessa forma ficaria comprovado que as aves não estariam

sendo influenciadas pela presença dos turistas.

Objetivos

- Monitorar o local para verificar se ocorrerá um incremento na densidade

de ninhos ou no sucesso reprodutivo em virtude da ausência de visitação

Atividades

- Verificar a densidade anual de ninhos do andorinhão-de-coleira-falha


S. biscutata nas fendas rochosas próximas a pedra suspensa.
- Determinar o sucesso reprodutivo dos ninhos encontrados.
- Definir normas de visitação à pedra suspensa caso ela venha a ser

liberada.

PROJETO DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA MONITORAMENTO

PROJETO DE PESQUISA E MONITORAMENTO DE POPULAÇÕES DE

MAMÍFEROS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO

Justificativa

O PEVV representa um dos últimos refúgios para algumas espécies de

mamíferos ameaçadas de extinção outrora abundantes nos Campos Gerais,

contudo, como já comentado, sua suficiência para a manutenção destas é

questionável e digna de estudo.

ENCARTE 5 103
Objetivos

- Proceder o acompanhamento de indivíduos e populações residentes no


PEVV, de seus ritmos e espectros de deslocamento na área protegida

pela UC e adjacências.
- Buscar a definição de zonas anexas ao PEVV capazes de ampliar os

ambientes que abrigam as espécies ameaçadas

Atividades

- Realizar levantamentos complementares para estabelecimento da

situação de suas populações no PEVV e, se possível no entorno deste.

Essa pesquisa deverá ser voltada, portanto, para a estimativa e dinâmica

populacional, tornando possível identificar e adotar as medidas

necessárias para a conservação das espécies na área do PEVV.


- Conduzir censos e mapeamento dos registros de ocorrência dessas

espécies no PEVV e no seu entorno.


- Conceber e implementar um programa de conscientização e

fiscalização para que haja o controle efetivo sobre práticas agrícolas de

preparo da terra, com o objetivo de evitar queimadas, um dos principais


fatores responsáveis pela redução das populações do lobo-guará e

outras espécies ameaçadas de extinção.


- Conceber e implementar projetos relacionados à avaliação sanitária,

translocação e ao monitoramento de animais capturados em situações

de conflito.
- Realizar estudos especificamente voltados à averiguação da presença

no PEVV de espécies como a anta e a onça-pintada.


- Incentivar a implantação de reservas particulares no entorno do PEVV.

104
- Implantar projetos de educação ambiental voltados à conscientização

da população rural.
- Manter e restabelecer corredores florestais entre as áreas protegidas.
- Avaliar estratégias para a preservação de material genético e

repovoamento em áreas nas quais espécies como tamanduá-bandeira

Myrmecophaga tridactyla, entre outras foram extintas.


- Realizar pesquisas e monitoramento das espécies faunísticas para

verificação de um eventual desequilíbrio populacional, como pode ser a

situação do cateto Tayassu tajacu.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO

PROJETO MONITORAMENTO DO MEIO FÍSICO

Justificativa

Face à fragilidade da região, ambientes aquáticos e solos em especial,

estão sujeitos à degradação causada por visitação intensa, usos inadequados e

agressões vindas de fora da unidade.

Para garantir a integridade destes recursos é necessária uma avaliação

constante.

Obetivos

- Verificar as condições da integridade dos aspectos físicos da unidade,

com ênfase na qualidade das águas, processos erosivos e alterações e

degradações do solo que tenham origem nas atividades operacionais

da unidade (implantação da infra estrutura do parque), do uso público e

atividades externas (agricultura, pastoreio, silvicultura, etc.).

ENCARTE 5 105
PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO

SUBPROGRAMA DE CONCESSÕES E TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

PROJETO SISTEMA INTERNO DE TRANSPORTES

A circulação de veículos dentro da unidade de conservação poderá causar

impactos sobre a fauna através do atropelamento de animais silvestres. Com o

sistema de transporte interno estes impactos poderão ser minimizados.

Objetivo

- Implantar sistema de transporte interno de passageiros visando o

acesso de visitantes aos principais atrativos do Parque.

Atividades

- Disponibilizar ônibus em número suficiente para evitar que o visitante

permaneça mais do que quinze minutos em cada estação;


- Implementar as estações (pontos de parada) com abrigo para sol e chuva;
- Os veículos deverão transportar os visitantes a partir do centro de
visitantes até os arenitos, centro interativo, furnas e lagoa dourada.

Normas

- Será obrigatória a permanência de veículos dos visitantes no

estacionamento;
- Os veículos serão movidos a energia elétrica, gás natural ou por óleo

diesel, tipo urbano, baixo teor de enxofre;


- Os veículos deverão ser dotados de sistema de redução de ruídos,

incluindo o ruído dos pneus e motor;


- Todos os passageiros deverão viajar sentados;

106
- O sistema de transportes deverá atender pessoas com necessidades

especiais;
- Os veículos deverão partir da plataforma de embarque do centro de

visitantes;
- A velocidade máxima permitida será de 40km/h;
- O valor do transporte deverá ser incluso no ingresso de entrada ao

parque.

5.3 IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS A LONGO PRAZO

PROGRAMA DE CONHECIMENTO
SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE CONHECIMENTO DA COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS

DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

Justificativa

A carência de informações sobre as comunidades aquáticas no PEVV

limita a utilização destes grupos na avaliação dos níveis de conservação e qualidade

destes ambientes.

Objetivos

- Avaliar a composição faunística da comunidade de macroinvertebrados

residente no PEVV.
- Estabelecer interações entre os componentes da comunidade de

macroinvertebrados.
- Possibilitar o monitoramento da qualidade de águas com base nas

famílias de macroinvertebrados, aplicando-se índices de qualidade.

ENCARTE 5 107
Atividades

- Amostrar periodicamente os macroinvertebrados, em especial nos

ambientes de maior relevância apontados (arroio no sítio 2, rio Quebra

Perna, Lagoa Dourada, Floresta do IAPAR, Lagoa Tarumã e Arenitos).

Normas gerais

- Os procedimentos metodológicos aplicados devem ser adequados e

desenvolvidos sem que se retire um estoque significativo das

populações em estudo, evitando-se interferências nas flutuações

sazonais das populações.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE CONHECIMENTO DA COMPOSIÇÃO DA FAUNA DE PEIXES DO PEVV

Justificativa

A avaliação ecológica rápida do PEVV permitiu o registro de espécies e


gêneros cuja presença na bacia não foi até hoje publicada, bem como possibilitou a

coleta de espécies novas. Assim, evidencia-se o ainda parco conhecimento da

comunidade de peixes inseridas nas coleções d'água do Parque.

As populações de espécies ictíicas registradas para a Lagoa Dourada

encontram-se em condições muito peculiares. O conhecimento de aspectos ecológicos,

bem como de biologia reprodutiva e alimentar faz-se necessário visando a prevenção e

atenuação de eventuais impactos decorrentes do uso de seu entorno imediato.

As furnas representam ambiente único e constituem um fantástico

laboratório, no qual pesquisas ecológicas e genéticas devem ser conduzidas com as

espécies ictíicas lá encontradas.

108
Objetivos

- Levantar a composição da fauna de peixes dos ambientes aquáticos

do PEVV.
- Obter conhecimentos básicos sobre a dinâmica populacional e

aspectos ecológicos relacionados às espécies de peixes presentes na

Lagoa Dourada.
- Analisar evolutivamente os peixes do PEVV em comparação com

outras espécies próximas na região de Ponta Grossa, em diferentes

bacias hidrográficas.
- Estudar a variabilidade genética das espécies e populações ictíicas das

furnas.

Atividades

- Proceder coletas sistemáticas em todos os ambientes aquáticos

significativos da unidade de conservação.


- Condução de estudos biológicos das populações de espécies ictíicas

registradas na Lagoa Dourada


- Definir procedimentos metodológicos apropriados para a obtenção de
informações sobre a comunidade ictíica do PEVV, tendo em vista a

vulnerabilidade do ambiente.
- Conduzir estudos ecológicos em períodos contínuos por no mínimo

dois anos.
- Analise de aspectos ecológicos e genéticos das comunidades de peixes

presentes nas furnas.


- Estabelecer métodos e formas de acesso às comunidades ictíicas

inseridas na furna que minimizem os impactos decorrentes de freqüentes

incursões ao seu interior.

ENCARTE 5 109
- Definir estudos de dinâmica populacional que permitam estimar o

tamanho e estrutura das populações e suas flutuações.


- Estabelecer o número de espécimes a serem retirados das furnas

compatível com a manutenção das populações lá residentes.


- Conduzir os estudos ecológicos e genéticos estabelecidos.

Normas gerais

- Os procedimentos metodológicos aplicados devem ser adequados e

desenvolvidos sem que se retire um estoque significativo das

populações em estudo, evitando-se interferências nas flutuações

sazonais das populações.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE CONDUÇÃO DE ESTUDOS BIOLÓGICOS SOBRE AS POPULAÇÕES

DE ESPÉCIES ICTÍICAS REGISTRADAS NA LAGOA DOURADA

Justificativa

As populações de espécies ictíicas registradas para a Lagoa Dourada

encontram-se em condições muito peculiares. O conhecimento de aspectos ecológicos,

bem como de biologia reprodutiva e alimentar faz-se necessário visando a prevenção e

atenuação de eventuais impactos decorrentes do uso de seu entorno imediato.

Objetivos

- Obter conhecimentos básicos sobre a dinâmica populacional e aspectos

ecológicos relacionados às espécies de peixes presentes na Lagoa

Dourada.

110
- Disponibilizar os dados da pesquisa para utilização em programas de

educação ambiental.

Atividades

- Definir procedimentos metodológicos apropriados para a obtenção de

informações sobre a comunidade ictíica da Lagoa Dourada, tendo em

vista a vulnerabilidade do ambiente.


- Conduzir estudos ecológicos em períodos contínuos por no mínimo

dois anos.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE CONHECIMENTO DE ASPECTOS ECOLÓGICOS E GENÉTICOS

DAS COMUNIDADES DE PEIXES PRESENTES NAS FURNAS

Justificativa

As furnas representam um ambiente único e constituem um excepcional

laboratório no qual pesquisas ecológicas e genéticas devem ser conduzidas com as

espécies ictíicas lá encontradas.

O isolamento geográfico das populações ictíicas lá instaladas permite o

estudo de padrões evolutivos relacionados à variabilidade genética e aspectos

morfológicos, suscitando também a geração de conhecimentos sobre aspectos

ecológicos peculiares aquele biótopo.

A situação permite também a condução de interessantes estudos acerca

da dinâmica das populações ictíicas locais.

ENCARTE 5 111
Objetivos

- Estudar a variabilidade genética das espécies e populações ictíicas

presentes nas furnas.


- Conhecer em profundidade a dinâmica ecológica dos ambientes

aquáticos nas furnas.


- Disponibilizar os dados da pesquisa para utilização em programas de

educação ambiental.

Atividades

- Estabelecer métodos e formas de acesso às comunidades ictíicas

inseridas na furna que minimizem os impactos decorrentes de freqüentes

incursões ao seu interior.


- Estabelecer o número de espécimes a serem retirados das furnas

compatível com a manutenção das populações lá residentes.


- Definir estudos de dinâmica populacional que permitam estimar o

tamanho e estrutura das populações e suas flutuações.


- Conduzir estudos ecológicos e genéticos relacionados a evolução das

formas lá encontradas e a interação destas com o ambiente.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO INVENTÁRIO DAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS E DETERMINAÇÃO DOS

SEUS PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO

Justificativa

A ausência de estudos sistemáticos da fauna de anfíbios da região requer

o aprofundamento de informações sobre o grupo dada a sua importância como

112
indicadores de qualidade dos ecossistemas locais. As informações obtidas a partir

da avaliação ecológica rápida (AER) representam dados preliminares devido a fase

de campo compreender curto período de tempo em época do ano cujas espécies de

anfíbios se encontram em baixa atividade.

Objetivos

- Determinar a composição da fauna de anfíbios anuros na área do


PEVV e seu entorno.

- Delimitar os padrões de distribuição espacial de cada espécie

registrada na área proposta para o estudo.


- Registrar os períodos do ano em que cada espécie está em atividade,

correlacionando esta atividade com padrões climáticos que deverão ser

mensurados, tais como: índice de pluviosidade, temperatura e umidade

do ar.
- Aumentar o conhecimento acerca da biologia das espécies registradas

na área, caracterizando, por exemplo, os sítios de vocalização, postura

e desenvolvimento das larvas (girinos).


- Determinar as espécies de alta relevância ecológica (raras e/ou
ameaçadas), bem como a estrutura e o tamanho de suas populações.
- Organizar uma coleção científica representativa da região de estudo,

sendo que esta deve ser tombada em museu de referência.


- Disponibilizar os dados da pesquisa para utilização em programas de

educação ambiental.

Atividades

- Definir metodologias para o inventário, censo e monitoramento das

populações de anfíbios.

ENCARTE 5 113
Normas gerais

- Os procedimentos metodológicos aplicados devem ser adequados e

desenvolvidos sem que se retire um estoque significativo das

populações em estudo, evitando-se interferências nas flutuações

sazonais das populações.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO COMPOSIÇÃO E DETERMINAÇÃO DOS SÍTIOS DE OCUPAÇÃO DAS

ESPÉCIES DE ANFÍBIOS ANUROS NA LAGOA TARUMÃ.

Justificativa

O estudo se faz necessário dada a peculiaridade deste sítio, ameaçado

pela pressão externa ocasionada por constantes invasões.

Objetivos

- Determinar a composição da fauna de anfíbios anuros que utilizam a


Lagoa Tarumã.
- Delimitar os padrões de distribuição espacial e temporal de cada

espécie registrada na área.


- Determinar os microambientes utilizados por cada espécie para

atividades vitais como vocalização, postura, abrigo e desenvolvimento

das larvas.
- Registrar dados acerca da biologia e ecologia das espécies que

utilizam a lagoa.
- Disponibilizar os dados da pesquisa para utilização em programas de

educação ambiental.

114
Atividades

- Adotar metodologias para o inventário e monitoramento das popu-

lações de anfíbios.
- Registrar dados sobre o comportamento das espécies por meio de

Amostragem Focal e Seqüencial.

Normas gerais

- Os procedimentos metodológicos aplicados devem ser adequados e

desenvolvidos sem que se retire um estoque significativo das

populações em estudo, evitando-se interferências nas flutuações

sazonais das populações.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE CONHECIMENTO DA FAUNA LEPIDOPTEROLÓGICA

Justificativa

A despeito das mais de trinta incursões feitas pelo especialista envolvido

nos estudos apresentados, são ainda insuficientes os conhecimentos taxonômicos

ou de distribuição geográfica de determinadas espécies, bem como aspectos ligados

a suas formas imaturas, biologia, fenologia, dinâmica de populações, ecologia, etc.

Objetivos

- Inventariar e conhecer a biologia das populações de lepdópteros

do PEVV.

ENCARTE 5 115
Atividades

- Inventariar as espécies de borboletas ocorrentes no PEVV.


- Conduzir estudos de biologia, taxonomia e filogenia das espécies.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE ESTUDO COMPLEMENTAR DA ORNITOFAUNA DO PEVV

Justificativa

Apesar da ornitofauna do PEVV ter sido relativamente estudada até o

presente, existe ainda a necessidade de investigação de muitas questões biológicas

ainda desconhecidas. Aspectos como sazonalidade, reprodução, densidades

populacionais, distribuição e restrição a ambientes não são conhecidos para muitas

espécies que habitam o parque, especialmente as ameaçadas de extinção. Nesse

sentido, o desenvolvimento de um programa de pesquisa a longo prazo supriria o

parque com informações importantíssimas que garantiriam seu correto manejo.

Objetivos

- Determinar a sazonalidade das espécies de aves que ocorrem no PEVV.


- Verificar quais as espécies de aves que reproduzem no PEVV.
- Determinar a distribuição das aves em relação aos ambientes do parque.
- Obter estimativas populacionais das aves que habitam o parque.
- Obter uma estimativa de suficiência do PEVV para a manutenção das

populações de aves baseada em critérios técnicos e científicos.

Atividades

- Conduzir fases de campo com periodicidade bimensal durante dois anos.

116
PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DOS ECOSSISTEMAS ABERTOS

Justificativa

Falta de informação florística sobre os ecossistemas abertos do Parque.

Objetivos

- Gerar informação sobre a florística e os processos sucessionais dos

ecossistemas abertos do PEVV.

Atividades

Para conhecer e ordenar as espécies existentes, por ambiente, no Parque

Estadual, é preciso aprofundar os estudos realizados, em especial para os

ecossistemas abertos (campo seco, campo úmido, várzea e vegetação rupestre). As

espécies campestres apresentam grande sensibilidade a condições do meio, que


afetam seus ciclos de florescimento e frutificação. Assim, o acompanhamento e

coletas botânicas são necessários durante as quatro estações do ano e melhores

resultados serão produzidos apenas com 2-3 anos subseqüentes de trabalho.

Da mesma forma, os Refúgios Vegetacionais Rupestres de afloramentos

de arenito e das Furnas requerem investigações mais prolongadas devido à provável

ocorrência de espécies endêmicas ou de distribuição restrita.

A fim de qualificar o registro de ocorrência de espécies, é importante que

os ambientes e sub-ambientes estejam claramente definidos, para que as espécies

possam ser associadas ao meio físico e micro-climático. Este programa deve,

portanto, ser implantado após a consolidação de mapas de solos e vegetação em

ENCARTE 5 117
escala apropriada, de forma a evitar a produção de mais informação em nível

genérico. A informação relacional entre meio físico e biótico é importante para

aplicação prática na restauração de áreas degradadas, alocação de aceiros contra

fogo e outras atividades de manejo relacionadas à proteção da fauna e da flora.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE PESQUISA

PROJETO DE RELAÇÃO ENTRE SOLOS E DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO

Justificativa

A distribuição dos ambientes naturais está estreitamente ligada a condições

do meio físico. No Parque Estadual observa-se a transição entre as formações

campestres da Estepe e da Savana, assim como pequenas áreas caracterizadas pela

Savana Parque e pela Estepe stricto sensu, ou seja, pelos campos limpos.

Objetivos

- Separar os ambientes naturais do PEVV em escala de 1:2.500 ou maior


de forma a conduzir processos adequados de restauração e

acompanhamento da evolução da biota em nível de detalhe.

Atividades

A delimitação desses sub-ambientes no mapa de vegetação e de solos foi

realizada numa escala de 1:8.000. Fundamentar o mapa somente na fitofisionomia

atual seria, certamente, incorrer em erro devido aos processos de alteração dos

ecossistemas ao longo de sua história, em especial os distúrbios por fogo.

Assim sendo, recomenda-se a realização de mapeamento de solos em

escala 1:2.500 ou maior e, a partir da disponibilidade dessa informação, o

118
refinamento do mapa de vegetação em sub-ambientes. Seria então possível ter

melhor noção dos ambientes mais restritos e mais frágeis da unidade e concentrar

esforços de proteção, como o controle de espécies oportunistas e restrições à

visitação, a partir da melhor compreensão das relações entre meio físico e biológico.

Checagens de campo em cima dos mapas já existentes podem viabilizar

esse detalhamento. Idealmente, o trabalho deve ser realizado sobre imagem de

satélite de alta resolução de forma a facilitar o delineamento de limites entre

ambientes em maior detalhe.

Essas correlações permitirão mapear processos de sucessão vegetal nos

diferentes ambientes e trarão melhor direcionamento a processos de restauração

ambiental no ecossistema.

PROGRAMA DE CONHECIMENTO

SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO

PROJETO DE MONITORAMENTO DE ALTERAÇÕES POPULACIONAIS E

COMPORTAMENTAIS DE ESPÉCIES OPORTUNISTAS

Justificativa

As atividades turísticas conduzidas no interior do PEVV tendem a causar


distúrbios populacionais e comportamentais relacionados principalmente às espécies

oportunistas que tendem a se aproximar das áreas de maior interferência humana,

aproveitando-se das novas condições criadas. No PEVV tornaram-se clássicos e

didáticos os exemplos relacionados ao quati, gralha-picança e jacú-guaçu. Tais

situações são o sintoma do mau uso e má condução das atividades turísticas na

unidade de conservação, merecendo controle e monitoramento.

ENCARTE 5 119
Objetivos

- Monitorar a evolução de populações das espécies reconhecidamente

oportunistas.
- Adequar, quando oportuno, o manejo turístico do PEVV.

Atividades

- Elaborar relatórios e estimativas periódicas da evolução das populações

em monitoramento.
- Reformular os procedimentos de visitação turística quando no caso

destes atingirem diretamente as populações animais locais.

PROGRAMA DE USO PÚBLICO

SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO IMPLANTAÇÃO DO CENTRO INTERATIVO

O Centro Interativo visa proporcionar aos visitantes atividades educativas. De

forma geral possuem salas para abrigar exposições, atividades e debates, devendo

contar com instrutores e profissionais das áreas específicas para o desenvolvimento de

dinâmicas que permitam ao visitante interagir com os diversos temas.

Objetivo

- Proporcionar a interação entre o visitante e o ambiente, através da

exposição de objetos, materiais geológicos, paleontológicos, histórico-

culturais, maquetes, painéis, fotografias etc.

120
Atividades

- Adequar a edificação situada junto aos arenitos (antiga piscina) para


abrigar o Centro Interativo;
- Promover atividades e debates entre os visitantes;
- Promover exposições através de objetos relacionados ao PEVV;
- Confeccionar painéis temáticos;
- Confeccionar maquetes.

Normas

- Os temas a serem abordados no Centro Interativo deverão ser


coerentes com os aspectos de conservação do Parque;
- A adequação da estrutura para implantação do Centro Interativo
deverá promover o mínimo de impacto ao ambiente, seja sob os
aspectos da construção quanto a agressão visual à paisagem;
- As dinâmicas desenvolvidas com os visitantes deverão ser lúdicas e
educativas para adultos e crianças com maior nível possível de
interatividade com a natureza.

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO


SUBPROGRAMA ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA COMUNIDADES
DO ENTORNO

PROJETO DE SELEÇÃO E CULTIVO DE ESPÉCIES DOS ECOSSISTEMAS


EXISTENTES PARA FINS ORNAMENTAIS

Justificativa

A escassez de aplicações correntes para as espécies nativas levam à sua


desvalorização em termos econômicos e a conseqüentes prejuízos relativos à sua
conservação. É preciso viabilizar economicamente as espécies nativas para gerar

ENCARTE 5 121
sentimentos de valoração do meio natural e integrar atividades produtivas e
conservação ambiental.
O potencial ornamental da biodiversidade brasileira vem sendo

menosprezado em função da tradição de uso de plantas exóticas cujos processos de

cultivo e manutenção estão há muito dominados. Não há dúvida de que existe um

potencial imenso no conhecimento da flora local para direcionar atividades lúdicas e

produtivas calcadas no uso de plantas locais.

Objetivos

- Definir espécies e suas formas de reprodução e cultivo para fins

ornamentais, de forma a valorizar o ecossistema dos campos e ampliar

a motivação existente para sua conservação e uso adequado.

Atividades

- Criar um programa de pesquisa para seleção e cultivo de espécies com

potencial ornamental, para uso local e regional. Diversas espécies

foram identificadas em campo para uso dentro do próprio Parque

Estadual (veja Projeto de Uso de Espécies Nativas como Plantas

Ornamentais) e, mediante convênio de pesquisa, mereceriam coleta de

sementes e investigações técnicas para viabilizar sua multiplicação.


- Gerar um estudo de mercado para verificar a viabilidade econômica da

atividade, de modo a gerar alternativas de uso sustentáveis para a

população regional, fundamentadas na conservação da diversidade

biológica natural.
- Deve-se cogitar ainda a venda de plantas cultivadas a partir da

biodiversidade nativa no próprio Parque Estadual, como souvenir ou

estímulo a iniciativas de desenvolvimento sustentável local na Zona de

Amortecimento.

122
- Estão relacionadas a seguir algumas espécies nativas, ocorrentes no

Parque Estadual de Vila Velha, com potencial para uso ornamental e

paisagístico. Para consolidar seu uso comercial, a pesquisa acadêmica

aplicada podem ser de grande utilidade ao realizar a seleção de

espécimes interessantes e definir métodos de reprodução e cultivo,

para então identificar alternativas para inserção dessas espécies no

mercado horticultural.

PLANTAS HERBÁCEAS

- Aristida pallens capim barba-de-bode – gramínea consagrada como


ornamental por formar tufos arredondados, é planta comum nos

campos gerais e ocorre no Parque em grande quantidade.


- Aechmea distichantha caraguatá – bromélia comum nos afloramentos de
arenito, tem hábito rupestre e pode ser utilizada no mesmo ambiente. As

inflorescências são de coloração rosa vivo e a planta floresce durante boa

parte do ano.
- Epidendrum ellipticum orquídea – planta de pequeno porte que ocorre nos
afloramentos de arenito e só pode ser utilizada no mesmo ambiente. As

flores são rosa e a planta floresce durante boa parte do ano.

PLANTAS ARBUSTIVAS

- Miconia sellowiana – Melastomataceae de grande potencial

ornamental, folhas estreitas e serrilhadas, flores creme e frutos pretos.

Ocorre esporadicamente no Parque, preferindo ambientes de umidade

proporcionados pelos afloramentos de arenito. É bastante comum ao

longo da trilha dos arenitos.


- Cordyline dracaenoides uvarana – Liliaceae.
ENCARTE 5 123
- Allagoptera campestris guariri, buri, imburi, pissandó, ariri – palmeira
de baixo porte muito comum nos campos.
- Campomanesia adamantium guabirova-do-campo – produz flores
brancas muito delicadas. Ocorre no campo seco, muitas vezes isolada

ou próxima a afloramentos de arenito. Os frutos são muito apreciados

pela fauna.
- Eryngium sanguisorba caraguatá-cabeça-de-negro – planta da família
Apiaceae, produz inflorescências lilases de grande beleza ornamental.

Ocorre no campo seco.


- Jacaranda oxyphylla caroba-do-campo – planta arbustiva de até um
metro de altura, ocorre no campo seco. Faz flores lilases como a

caroba arbórea.

PLANTAS ARBÓREAS

As plantas de porte arbóreo ocorrentes na formação de campo em geral se

desenvolvem ao redor de afloramentos de arenito, pois as rochas proporcionam uma

condição mais estável de umidade na sua base, por sombreamento. Essas espécies

são componentes da floresta com araucária e, quando integram os capões,

apresentam porte maior porque as formações florestais se desenvolvem em solos

quase sempre de maior profundidade e umidade, o que lhes dá melhores condições

de crescimento. No campo, assumem porte menor, o que com freqüência lhes dá um

aspecto ornamental bastante interessante. Estão relacionadas a seguir algumas

espécies comuns no Parque, nos capões e nas trilhas dos arenitos, de fácil

localização e possível transplante.


- Lithraea molleoides aroeira-salsa – árvore de porte médio, ocorre de
forma eventual ao redor de capões. Tem boa tolerância ao sol.

124
- Schinus therebinthifolius aroeira – árvore de porte médio e grande
flexibilidade ambiental. Tem frutos que são atrativos para a avifauna.

Tem boa tolerância ao sol.


- Syagrus romanzoffiana jerivá – palmeira de porte médio, importante
para a fauna e de grande potencial ornamental. Prefere ambientes

úmidos e sombreados, mas é utilizada com sucesso como ornamental,

a pleno sol.
- Jacaranda puberula caroba – árvore de porte médio e flores lilases
muito comumente usada na arborização urbana. Ocorre nos capões

com araucária. Prefere ambientes sombreados.


- Rhamnus sphaerosperma fruto-de-pombo – espécie de pequeno porte
(5-6m) que ocorre na borda dos capões com araucária e está presente

nas proximidades dos afloramentos de arenito. Pode ser plantada a

pleno sol nessa situação.


- Clethra scabra carne-de-vaca – espécie de pequeno porte (5-6m) que
ocorre como pioneira ao redor dos capões com araucária. Pode ser

plantada a pleno sol nessa situação.


- Myrcia rostrata guamirim-chorão – árvore de porte pequeno a médio,
ocorre ao redor dos afloramentos de arenito e no interior dos capões

com araucária, onde atinge maior porte em função da condição física

dos solos.
- Ocotea pulchella canela-lageana – árvore de porte pequeno a médio,
ocorre nas proximidades de afloramentos de arenito e no interior dos

capões com araucária.


- Matayba eleagnoides miguel-pintado – árvore de porte médio a alto,
forma a fase intermediária e avançada da floresta com araucária.

Prefere ambientes sombreados, mas tem boa rusticidade. Ocorre

ENCARTE 5 125
também ao redor de afloramentos de arenito e está presente nas

proximidades da taça, na trilha dos arenitos.


- Tabebuia alba ipê-amarelo – espécie de porte médio a alto (depende
do solo) que forma a fase avançada da floresta com araucária,

preferencialmente de sombra.
- Casearia sylvestris cafezeiro-bravo – árvore de porte pequeno a médio, é
comum ao redor dos afloramentos de arenito e compõe o interior das

florestas com araucária. É comum ao longo da trilha dos arenitos.


- Ocotea puberula canela-guaicá, canela-sebo – árvore de porte médio
que forma os capões com araucária. Tem alguma tolerância a ser

plantada a pleno sol, pois funciona como espécie pioneira nas

formações florestais do norte e oeste do estado.


- Gochnatia polymorpha cambará – árvore de pequeno a médio porte
que ocorre caracteristicamente na orla dos capões com araucária. Tem

boa tolerância ao sol.

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO

SUBPROGRAMA ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA COMUNIDADES

DO ENTORNO

PROJETO DE SELEÇÃO E CULTIVO DE ESPÉCIES DOS ECOSSISTEMAS

LOCAIS PARA PRODUÇÃO FLORESTAL

Justificativa

As instituições de pesquisa brasileiras têm tradicionalmente investido

recursos na utilização de espécies exóticas para fins de produção florestal. Muitas

dessas espécies, em especial as do gênero Pinus, têm consagrado e elevado

potencial invasor em todo o hemisfério sul, constituindo problemas ambientais sérios

126
na Nova Zelândia, Austrália e África do Sul. Ao mesmo tempo, são espécies valiosas

em termos econômicos e sociais.

Mesmo não produzidas comercialmente, as espécies nativas ocupam ainda

o lugar de preferência das pessoas para a confecção de móveis, assoalhos e casas.

A madeira hoje produzida em reflorestamentos comerciais no Brasil não tem suprido

essas demandas, pois não atende características de cor, textura e dureza

procuradas pelo público consumidor e encontradas em espécies nativas. Mesmo na

região sul, as madeiras mais utilizadas atualmente têm origem nas regiões centro-

oeste e norte, em função do esgotamento do patrimônio florestal da região sul.

Objetivos

- Gerar conhecimento prático no cultivo de espécies nativas regionais

para produção comercial, alavancando alternativas de produção para

pequenos e médios produtores rurais.

Atividades

- Criar de um programa de pesquisa, em parceria com instituições

competentes, para a implantação de plantios com espécies nativas do


ecossistema da Floresta Ombrófila Mista para produção florestal. Esse

programa requer um processo contínuo de seleção e recursos

avançados como melhoramento genético para viabilizar a produção

econômica nos moldes atualmente estabelecidos no setor florestal.


- Produzir um estudo de mercado e de viabilidade econômica a partir da

produção de espécies nativas. Embora o crescimento de espécies da

fase avançada da floresta com araucária possa ser mais lento do que o

das exóticas empregadas em larga escala, o preço da madeira e dos

produtos gerados é superior e pode viabilizar pequenas propriedades

rurais como uma alternativa de alto rendimento em áreas pequenas.


ENCARTE 5 127
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO

SUBPROGRAMA ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA COMUNIDADES

DO ENTORNO

PROJETO DE SELEÇÃO E CULTIVO DE ESPÉCIES DO ECOSSISTEMA

CAMPESTRE PARA RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS E USO

FORRAGEIRO

Justificativa

O ecossistema campestre apresenta elevada riqueza na composição

florística. Somente entre as famílias das gramíneas e das leguminosas contabiliza-se

mais de 700 espécies presentes nos campos sulinos brasileiros. Estas famílias,

juntamente com outras, apresentam espécies com os mais variados hábitos, ciclos e

aptidões. O conhecimento sistêmico das espécies e da dinâmica do ecossistema

permitirá estabelecer bases para a restauração da biodiversidade em ambientes

degradados, a condução bem-sucedida de processos sucessionais e a utilização

desse potencial florístico para o manejo da flora dentro do Parque Estadual de Vila

Velha e outras unidades de conservação no bioma.


Serve também para fundamentar o processo de desenvolvimento sustentável

e de conservação ambiental na Zona de Amortecimento do Parque, através de

atividade de produção pastoril orgânica, que reflete a vocação natural do ecossistema.

Objetivos

- Definir forma de cultivo e reprodução de espécies nativas de alto valor

forrageiro para uso em processos de restauração de áreas degradadas e

melhoramento de campos nativos degradados para produção pastoril.

128
Atividades

O conhecimento de espécies nativas de alto potencial forrageiro deve ser

levantado para viabilizar o estabelecimento de atividades de seleção, melhoramento

e produção comercial de sementes. Este conhecimento pode prestar precioso aporte

aos resultados econômicos da atividade pecuária e ao surgimento de empresas de

produção de sementes de espécies nativas (eco-empreendimentos). Além disso,

contribui para a diminuição do impacto de outras atividades econômicas

degradadoras da flora original dos campos e dos processos naturais.

Por outro lado, o aparecimento de soluções forrageiras a partir da seleção

de espécies nativas permite eliminar a introdução e o uso de espécies forrageiras

exóticas, assim como a substituição dos campos naturais por lavouras comerciais de

culturas anuais. Essas duas situações são atualmente consideradas as principais

causas de deterioração da biodiversidade no planeta e requerem soluções que

levem em conta aspectos sociais e econômicos conjugados a fatores ambientais.

O levantamento florístico realizado no Parque Estadual e entorno registrou

a expressiva presença de espécies exóticas de alto potencial invasor, como é o caso

de Brachiaria spp., capim annoni 2 e capim-gordura. Essas espécies, quando

encontram ambientes degradados ou lavouras abandonadas, apresentam alta


velocidade de estabelecimento e dominância, impedindo a regeneração natural

dessas áreas além de tornarem-se bancos de sementes para o estabelecimento,

com posterior dominância, em áreas de campos naturais conservados. Alternativas

de espécies nativas precisam ser geradas para estancar o processo de

disseminação de exóticas invasoras que quebram os processos sistêmicos naturais

e não apresentam sustentabilidade ambiental.

ENCARTE 5 129
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO

SUBPROGRAMA ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA COMUNIDADES

DO ENTORNO

PROJETO DE QUALIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE

PRODUÇÃO ANIMAL DE BASE PASTORIL

Justificativa

Conforme mencionado no item anterior, atividades tradicionais como a

prática da pecuária de corte e de leite podem receber substanciais aportes que

permitam o aumento da geração de renda dentro das propriedades rurais com base

no manejo sustentável.

A produção animal, através principalmente de ruminantes, é a atividade

econômica de maior compatibilidade com os ecossistemas campestres. Entretanto,

índices de produção e produtividade locais apontam para a falência do modelo de

pecuária extensiva, com gradativa substituição por agricultura química.

Simultaneamente, o estabelecimento de políticas públicas para o processo de

reforma agrária obriga o aumento das taxas de lotação atualmente experimentadas.


A incompatibilidade entre o regulamentado e a capacidade de lotação real, dentro do

atual sistema de manejo, aponta para a necessidade de substituir o sistema de

produção, sob pena da perda da propriedade rural.

O uso continuado do fogo, geralmente em ciclos anuais, contribui para a

exaustão da biodiversidade nativa dos campos, estabelecendo-se assim um círculo

vicioso e gradativamente negativo sob aspectos de conservação ambiental e dos

processos naturais, produção econômica e sustentabilidade social. O uso do fogo

contribui para a formação seletiva de comunidades florísticas de baixa ou nenhuma

palatabilidade para o gado, recrudescendo ao longo do tempo a uma condição

pastoril de baixa qualidade oferecida pelo ecossistema.

130
Entretanto, é sabido e demonstrado que a utilização avançada de sistemas

de manejo pastoril, assim como a implantação de métodos de manejo ou técnicas

condizentes aos ambientes de pastagens naturais, são capazes de revolucionar o

quadro ora vigente, entregando à atividade pecuária condições de rentabilidade

econômica iguais ou superiores aos resultados obtidos com o uso de agricultura

química. Por sua vez, esses métodos estabelecidos com base em pastagens

naturais permanentes conferem aos empreendimentos uma sustentabilidade maior,

visto que a dependência por insumos químicos – em geral com princípios ativos

importados – fica eliminada ou sensivelmente diminuída.

Objetivos

- Desenvolver modelos de sistemas de produção animal com base

pastoril em campos naturais, estimulando-se não somente a cadeia

produtiva da pecuária bovina, mas também cadeias produtivas

alternativas e agregadoras de renda, como é o caso da bubalinocultura

de leite e da caprinocultura de leite.


- Potencializar o uso da vocação natural dos campos em atividades

produtivas que viabilizem a sua conservação e evitem a sua conversão


para agricultura ou plantios florestais com espécies exóticas invasoras.

Atividades

- Definir a capacidade de suporte para as diversas situações dos

campos naturais para fins de produção animal e parâmetros de

ecologia e dinâmica das pastagens.


- Estabelecer um modelo de condução pastoril que permita o efetivo

controle do rebanho em relação à área ocupada e tempo de ocupação,

evitando excessos por super-pastoreio ou colheita vegetal em

momentos fenologicamente inadequados. Neste caso, a adoção da


ENCARTE 5 131
prática do pastoreio rotativo racional e o planejamento da produção

pastoril são elementos-chave para o sucesso do empreendimento.

Estas alternativas, assim como outras a levantar, estão fundamentadas no

uso potencial da vocação do ambiente campestre, sendo, portanto, compatíveis com

os objetivos da Zona de Amortecimento e da APA da Escarpa Devoniana.

Dispensam o uso de insumos externos como produtos químicos e espécies exóticas.

132
ANEXOS

ANEXOS 1
2
ANEXO 1 - PORTARIA 037/2004/IAP/GP

ANEXOS 3
4
portaria

ANEXOS 5
6
ANEXO 2 - CONTRIBUIÇÃO DA SECRETARIA DO ESTADO DA CULTURA

ANEXOS 7
8
SECRETARIA DA CULTURA
COORDENADORIA DO PATRIMÔNIO CULTURAL

Curitiba, 25 de novembro de 2003.

O Parque Estadual de Vila Velha foi tombado em 18 de janeiro de 1966, com base
na Lei Estadual 1211/53. Portanto, a Coordenadoria de Patrimônio Cultural da Secretaria de
Estado da Cultura (CPC/SEEC), passa a ter responsabilidades sobre a sua proteção e
valorização como Patrimônio Cultural do Estado do Paraná.

Diante disto, no ano de 2000, a CPC/SEEC sugeriu como medida urgente a


elaboração do Plano de Manejo do PEVV e participou da sua elaboração tendo como
coordenador o Eng. Agrônomo João Batista Campos do Instituto Ambiental do Paraná.
Naquele momento, faz-se notório lembrar que algumas medidas essenciais foram
executadas, como: a formação de um conselho gestor; a decisão sobre a retirada das
estruturas construídas junto aos arenitos; retorno da área do Instituto Agronômico do Paraná
(IAPAR) ao Parque e o início da sua recuperação ambiental.

Entretanto, gostaríamos de ressaltar que na elaboração da nova versão do Plano de


Manejo (2002), esta Secretaria de Estado não foi convocada para participar. Entretanto,
atendendo a solicitação para uma apreciação dos seus resultados (of. nº093/03-DIBAP),
vimos relatar algumas considerações, sendo que algumas conceituais e outras (em negrito)
para substituição ou acréscimos:

1) A versão 2002 do Plano de Manejo do PEVV, ressaltou de forma competente as


questões relacionadas ao meio biótico. Por outro lado, os aspectos relacionados à
história da ocupação humana dos Campos Gerais e aos seus remanescentes
arqueológicos (colonial e pré-colonial), anteriormente registrados no entorno do Parque,
não tiveram a mesma atenção considerada no Plano de 2000. Além de dados
insuficientes, os que estão mencionados sugerem um desconhecimento das realidades
histórico-arqueológicas existentes na região como é o caso do especificado no capítulo
II, ítem 3, 5º parágrafo: “Há mais de 20.000 anos já existiam civilizações de aborígenes
na região (...)”. Referente a este dado, informamos que a datação mais antiga registrada
no Estado é de aproximadamente 9000 anos, pertencente a um sítio arqueológico

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COORDENADORIA DO PATRIMÔNIO CULTURAL

localizado nas margens do Rio Paraná. Assim, todos os outros dados referentes a este
tema apresentam problemas de mesma ordem. Desta forma sugerimos que adotem os
textos existentes no Plano de 2000, dentro de um capítulo específico que venha valorizar
e contextualizar os aspectos culturais da UC e da região onde está inserida. Neste caso,
dever-se-á substituir os créditos registrados para esta temática;

2) Em relação ao tombamento, citado no parágrafo 12º, ítem 3 do capítulo II, sugere-se


também, acrescentar o texto intitulado “O Parque e o Tombamento” inserido na versão
2000. Ressaltamos que o tombamento de um patrimônio natural vem procurar conciliar a
preservação com o entendimento histórico e cultural da região onde está inserido, pois
possibilita uma análise da totalidade das relações que se dão e que não estão restritas a
certos fenômenos, naturais ou somente históricos;

3) No capítulo V, ítem 2.1.4 Zona Histórico-Cultural: substituir a denominação por “Zona


Histórico-Arqueológica”. O levantamento arqueológico na UC ainda será realizado,
portanto neste ítem deverá ser lembrado que os remanescentes arqueológicos até o
momento encontrados representam uma parcela do Patrimônio Cultural do Parque e seu
entorno. Desta forma, até que um levantamento detalhado seja concluído, o Parque como
um todo deverá estar sob os critérios de avaliação e proteção considerados nesta Zona;

4) No capítulo 4, Normas Gerais, alguns dados deverão ser acrescentados: A realização de


pesquisa na área de arqueologia deverá ser avaliada e ter a permissão da
Coordenadoria do Patrimônio Cultural e Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN); Na instalação de infra-estruturas ou qualquer outra
intervenção deverá ter necessariamente uma avaliação arqueológica; A coleta de
material arqueológico, biológico, pedológico ou paleontológico, salvo para pesquisas
previamente autorizadas, serão proibidas;

5) No ítem 5.1, Programa de Conhecimento, Subprograma de Pesquisa: Objetivos –


Aumentar o conhecimento sobre o patrimônio cultural da unidade. Atividades –
Cadastrar e proteger o patrimônio histórico-arqueológico do parque. Projetos
Propostos – Levantamento, cadastramento e proteção do Patrimônio Histórico e
Arqueológico do PEVV e seu entorno;

6) No ítem 5.4, Programa de Uso Público – Deverá acrescentar as questões referentes ao


Patrimônio Cultural: “As atividades e ações necessárias para recepção e atendimento ao

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COORDENADORIA DO PATRIMÔNIO CULTURAL

visitante estão descritas neste programa. Este programa tem como objetivo ordenar,
orientar e direcionar o uso da unidade de conservação pelo público, promovendo o
conhecimento do meio ambiente e do patrimônio cultural como um todo”. No
Subprograma de Recreação e Interpretação Ambiental – sugere-se ser denominado de
“Subprograma de Recreação e Interpretação Cultural-Ambiental”; nos objetivos –
Proporcionar aos visitantes oportunidades diversificadas de recreação em ambiente
natural e naqueles que apresentam aspectos histórico-arqueológicos, compatíveis
com os objetivos de manejo da unidade de conservação”; nas atividades – Elaborar
estudos sobre as viabilidades de visitação em sítios históricos e arqueológicos; nas
normas – Deverão ser destacados nos temas de interpretação, a existência de
fenômenos raros do interior da unidade de conservação, como por exemplo as
formações geológicas, os indícios paleontológicos e o patrimônio histórico e
arqueológico;

7) No ítem 5.5, Programa de integração com a Área de Influência – nas atividades


previstas: Proteger em parceria com os proprietários rurais os sítios históricos e
arqueológicos. No Subprograma de Sensibilização das Comunidades de Entorno – nos
Objetivos: Incluir “Promover a conscientização em relação à importância de
proteger o patrimônio histórico e arqueológico”; nas Atividades: Realizar campanhas
educativas informando a população sobre as questões conceituais e legais referentes
ao meio ambiente e à proteção do patrimônio cultural.

Em virtude das observações acima referenciadas, gostaríamos de ressaltar


que, pela Lei de Tombamento a Coordenadoria do Patrimônio Cultural deverá participar de
toda e qualquer decisão que venha nortear o gerenciamento técnico e administrativo do Parque
Estadual de Vila Velha. Da mesma forma, esta Coordenadoria tem como um dos seus objetivos
subsidiar tecnicamente o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (CEPHA) na
proteção e gestão do Patrimônio Cultural do Estado do Paraná.

Almir Pontes Filho

Geógrafo/Arqueólogo

CPC/SEEC

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12
ANEXO 3 - GLOSSÁRIO REFERENTE AO ENCARTE 3

ANEXOS 13
14
GLOSSÁRIO

acritarca: organismo microscópico de classificação incerta (protistas, vesículas animais ou


esporos vegetais), com distribuição entre o Proterozóico e o Recente;

agradacional: em Geomorfologia, sujeito à agradação, ou seja, acumulação de sedimentos;

aluvial: de origem associada aos processos fluviais (dinâmica dos rios);

anóxico: desprovido de oxigênio, o que dificulta a oxidação da matéria orgânica;

Arco de Ponta Grossa: grande arqueamento estrutural de direção NW que passa próximo
à região da cidade de Ponta Grossa, com atividade principalmente no Mesozóico, durante
a ruptura continental que separou a América do Sul da África; originou muitas falhas e
fraturas que ensejaram a ascensão de magma gerado em grandes profundidades;

bioclasto: clasto (elemento constituinte de uma rocha sedimentar) de origem orgânica;

biozona: unidade estratigráfica identificada pelo seu conteúdo fossilífero;

braquiópodes: indivíduos de grupo zoológico com conchas bivalves marinhas, com


repartição entre o Cambriano e o Atual;

caixa-de-empréstimo: área de remoção superficial de materiais de interesse geotécnico


(solos, cascalho, sedimentos); seu abandono ocasiona o desenvolvimento de erosão;

caulim: argilomineral de coloração clara, freqüentemente derivado do intemperismo de


feldspatos; nos arenitos da Formação Furnas, ocorre na forma de cimento;

ciclo: em estratigrafia, sucessão de etapas que culmina com o retorno a condições


próximas das originais (paleoambientes parecidos, produtos sedimentares parecidos);
termo utilizado freqüentemente para referir-se ao período compreendido entre uma
transgressão e uma regressão;

cimento ferruginoso: material precipitado nos poros de rochas sedimentares, que age
como ligante natural dos grãos; o cimento pode ser ferruginoso (óxidos e hidróxidos de
ferro), manganesífero, silicoso ou constituído por argilominerais, como o caulim;

coluvial: de origem associada ao lento movimento, encosta abaixo, por ação da gravidade,
do solo superficial;

concreção limonítica: precipitação de óxidos hidratados de ferro (limonita), em


conseqüencia do intemperismo; a precipitação pode ocorrer nos poros intergranulares da
rocha, mas comumente é mais acentuada em fraturas;

ANEXOS 15
conglomerado: rocha sedimentar constituída majoritariamente por partículas grossas,
maiores que a areia, ou seja, maiores que 2 mm;

cornija: escarpamento ou degrau nas encostas, sustentado por sucessão de estratos com
diferentes naturezas sochosas;

decomposição intempérica (intemperismo): transformação dos minerais constituintes das


rochas por ação dos agentes intempéricos (água das chuvas, insolação, atividade de
micro-organismos, etc.);

degradacional: em Geomorfologia, sujeito à degradação, ou seja, erosão;

Devoniano: quarto período da Era Paleozóica, entre 410 e 355 milhões de anos atrás;
durante este tempo todo o planeta foi marcado por diversas transgressões marinhas, que
inundaram várias regiões dos continentes então existentes (Gondwana e Laurásia); isto
geraria o surgimento de mares interiores aos continentes (mares epicontinentais),
relativamente rasos, não ultrapassando 200 m de profundidade; que possuíam ligação
com o oceano (externo) na maior parte do seu tempo de existência;

diabásio: rocha ígnea intrusiva, pobre em sílica, de coloração escura, gerada por magmas
que ascendem de grandes profundidades;

diamictito: rocha sedimentar maciça (ausência de estrutura sedimentar), apresentando alta


imaturidade textural e mineralógica (mistura de diferentes tamanhos e composição dos
constituintes); pode ser originado por processos gravitacionais ou ação de geleiras;

dique: corpo de rocha ígnea intrusiva de forma tabular, discordante das estruturas das
rochas encaixantes; na região formam corpos tabulares verticalizados, com alongamento
na direção WNW-ESE, paralelos ao eixo do Arco de Ponta Grossa;

distal: diz-se de materiais sedimentados distantes de sua área-fonte;

Eifeliano: subdivisão do Devoniano, entre 381 e 386 milhões de anos atrás;

Emsiano: subdivisão do Devoniano, entre 386 e 390 milhões de anos atrás;

endofaunal: fauna endêmica de uma dada região;

esporomorfo: corpúsculo reprodutivo de fungos e algumas bactérias;

Estratigrafia: ciência que tem por objeto o estudo da sucessão, no espaço e no tempo, das
rochas da litosfera terrestre e seus fatores genéticos;

estrutura rúptil: ruptura em rocha (falha, fratura) originada pela aplicação de tensões
(esforços de contração, distensão, torção);

16
fácies: corpo rochoso cujo conjunto de atributos permite distinguí-lo dos adjacentes,
conferindo-lhe identidade;

fenda: cavidade alongada, estreita e com profundidade variável, formada a partir do


escoamento concentrado de águas pluviais ao longo de estruturas rúpteis:

fluxo gravitacional: movimentação de sedimentos ao longo de encostas (continente) ou


talude continental (oceano) por ação da gravidade;

folhelho: rocha sedimentar com marcante esfoliação (separação em folhas), constituída


essencialmente de silte e argila;

fóssil: vestígios de organismos que habitaram a Terra no passado geológico, e que ficaram
preservados nas rochas;

Frasniano: subdivisão do Devoniano, entre 367 e 377 milhões de anos atrás;

furna: feição de abatimento do terreno, em conseqüência de erosão subterrânea de arenito,


especialmente da Formação Furnas, através da combinação de processo de dissolução e
de remoção mecânica de grãos; tais processos são favorecidos ao longo de falhas e
fraturas, que facilitam a percolação d'água;

hummocky: um tipo de estrutura sedimentar com suaves estratificações cruzadas de baixo


ângulo, formada possivelmente em áreas plataformais, pela ação de ondas de
tempestade (com maiores amplitudes);

icnofóssil: fóssil representado por marcas de organismos (pistas, tubos, perfurações), sem
a preservação de nenhuma parte do próprio organismo;

intraclastos: fragmentos dentro de um sedimento (ou rocha) derivados do retrabalhamento


do próprio material que está sendo sedimentado;

litossoma: corpo, volume de rocha, delimitado por descontinuidades associadas aos


processos genéticos da rocha;

litotipo: tipo de rocha;

meteorização: conjunto de processos físico-químicos que decompõem as rochas,


transformando-as em materiais incoesos e solo; o mesmo que intemperismo;

morro testemunho: elevação isolada no terreno, formada pela remoção, por erosão, do
material congênere circundante; a presença do morro testemunha a extensão de rochas
previamente existentes, removidas pela erosão; costuma apresentar-se muito erodido,
como é o caso do relevo ruiniforme no platô de Vila Velha;

ANEXOS 17
muda: o exoesqueleto rígido abandonado por certos organismos (como as trilobitas) durante
seu crescimento;

nível estratigráfico: posição na estratigrafia, ou seja, sucessão de estratos ou camadas,


cada qual com sua idade e posição em relação a estratos vizinhos, mais antigos
(inferiores) ou mais novos (superiores);

paleocorrente: a corrente, ou fluxo, que originou os depósitos que constituem uma rocha
sedimentar antiga; o rumo da paleocorrente é o sentido desse antigo fluxo;

Paleontologia: ramo das Geociências que tem por objetivo o estudo morfológico,
bioestratigráfico, paleoecológico e tafonômico dos fósseis;

palinológico: relativo à Palinologia, ciência que estuda os pólens e esporos;

poligonação: fraturas superficiais em polígonos, freqüentemente hexágonos regulares,


resultantes da fadiga de rochas homogêneas submetidas a sucessivas dilatações e
contrações promovidas pela insolação; ocorre sobretudo nas rochas mais expostas ao
sol, como é o caso dos arenitos do topo e face norte do platô de Vila Velha;

possança: espessura dos corpos de rochas ígneas tabulares, representados no PEVV


pelos diques de diabásio;

Praguiano: subdivisão do Devoniano, entre 390 e 396 milhões de anos atrás;

proximal: diz-se de materiais sedimentados próximos de sua áre-fonte;

pseudo-estratificação: faixas com diferente coloração originadas por processos de


cimentação posteriores à formação da rocha, dando a impressão de falsa estratificação;

quitinozoário: organismo quitinoso de tamanho até 0,5 mm de classificação incerta


(protistas, partes de metazoários), com forma de garrafa ou cilindro usualmente fechado
em uma extremidade, com distribuição entre o Cambriano e o Devoniano;

ravina: sulco erosivo profundo no terreno, provocado pela concentração do escoamento


superficial de águas pluviais sobre materiais incoesos, por exemplo horizontes inferiores
do solo expostos, pela remoção dos horizontes superiores mais coesos;

regolito: qualquer material superficial incoeso, originado pelo intemperismo das rochas do
substrato;

regressivo: referente a regressão, ou seja, recuo do mar, seja por movimentos eustáticos
(abaixamento do nível do mar) ou tectônicos (elevação da crosta);

rejeito vertical: deslocamento relativo, na direção vertical, entre blocos de uma falha
geológica;

18
relevo ruiniforme: associação de macro e meso formas de relevo originadas pela erosão
pronunciada de rochas, combinando dissolução e remoção mecânica de grãos; as formas
são muito elaboradas e ornamentadas, evidenciando a corrosão, e conferindo o aspecto
de antigas ruínas;

ressedimentação: remobilização, sobretudo por processos gravitacionais, de sedimentos


incoesos recém-acumulados sobre superfícies inclinadas (encostas, plataforma e talude
continental);

retrogradacional: relativo ao avanço da linha de costa sobre o continente, marcando uma


transgressão, com erosão de sedimentos previamente acumulados;

ritmito: rochas sedimentares apresentando sucessão rítmica de estratos de diferente


constituição (argila, silte, areia), refletindo variações rítmicas nos fatores que controlam a
sedimentação;

seqüência: conjunto de rochas sedimentares relacionadas entre si, separadas no topo e


base das seqüências adjacentes por descontinuidades;

silte: faixa granulométrica de partículas sedimentares maiores que a argila e menores que a
areia (intervalo entre 0,004 e 0,062 mm);

siltito: rocha sedimentar cujas partículas situam-se dominantemente na faixa granulométrica


do silte;

sistema: em Estratigrafia, conjunto de rochas formadas durante um período geológico (p.e.


Sistema Devoniano); na análise de ambientes deposicionais, conjunto de processos e
seus produtos sedimentares em dada área geográfica (p.e. sistema fluvial meandrante);

Tafonomia: ramo da Paleoecologia que, a partir do estudo dos fósseis, enfoca os processos
ocorridos após a morte dos organismos, até sua deposição e preservação;

talvegue: linha que marca o fundo de um vale ou curso d´água;

terraço aluvial: acumulação plana de depósitos de origem aluvial junto ao vale fluvial,
situada topograficamente acima da planície aluvial atual, denunciando fases pretéritas de
sedimentação, seguidas de aprofundamento do nível de base do rio;

textura: atributos geométricos, principalmente granulação das partículas constituintes de


rochas sedimentares, ou tamanho dos cristais de rochas ígneas e metamórficas;

tilito: diamictito de origem glacial, o que indicado por características como seixos estriados
e facetados;

ANEXOS 19
transgressivo: referente a transgressão, ou seja, avanço do mar sobre o continente, seja
por movimentos eustáticos (subida do nível do mar) ou tectônicos (rebaixamento da
crosta);

trato: em sedimentação, conjunto de diferentes depósitos geneticamente relacionados,


acumulados contemporaneamente em sub-ambientes adjacentes;

valva: cada uma das duas partes das conchas, que formam um compartimento que pode se
abrir ou fechar.

varvito: rocha sedimentar constituída por varves, isto é, lâminas ou estratos contrastantes
ritmicamente alternados que refletem mudanças ambientais sazonais.

20
ANEXO 4

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA -

MAPEAMENTO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO

ANEXOS 21
22
QUADRO A.4.1 - DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS VISITADOS NOS TRABALHOS DE CAMPO
continua
ID LONGITUDE LATITUDE UNIDADE(S) LITOTIPO(S) OBSERVAÇÕES

GEO-01 601484 7210095 Grupo Itararé arenito rosado bloco instável ("Parabólica"); relevo ruiniforme
nas escarpas da "Fortaleza"
GEO-02 601752 7210084 Grupo Itararé arenito rosado relevo ruiniforme; fraturas N10E e N60W
GEO-03 601446 7209071 Grupo Itararé arenito rosado blocos com poligonação
GEO-04 600148 7207814 Grupo Itararé diamictito área de empréstimo de cascalho (concreções
limoníticas)
GEO-05 600592 7206739 Grupo Itararé arenito rosado alvéolos, túneis anastomosados, cones de
dissolução, caneluras
GEO-06 600488 7206734 Grupo Itararé arenito rosado superfície do platô poligonada
GEO-07 600272 7206622 Grupo Itararé arenito rosado fendas na porção SSW do platô arenítico
GEO-08 600382 7206733 Grupo Itararé arenito rosado fraturas N40W e E-W, controlando poligonação;
concreções ferruginosas;
GEO-09 600461 7206786 Grupo Itararé arenito rosado pseudo-estratificação, intraclastos, salpicos de
caulim; torre instável ("Proa");
GEO-10 601035 7206714 Grupo Itararé arenito rosado pseudo-estratificação, intraclastos, salpicos de
caulim; "Taça"; erosões;
GEO-11 600903 7206641 Grupo Itararé arenito rosado uso de material alóctone (cascalho de Folhelho
Ponta Grossa)
GEO-12 600180 7206610 Grupo Itararé arenito rosado bloco instável ("Pedra Suspensa"); fendas;
GEO-13 600837 7210690 Formação Furnas arenito caulínico grande furna, com depressão úmida na parte
interna;
GEO-14 596561 7210024 Formação Furnas arenito caulínico mirante da Furna n° 1
GEO-15 596441 7209969 Formação Furnas arenito caulínico fundo da Furna n° 3 (seca); erosão, lixo, talude
N irregular e instável
GEO-16 595711 7207999 Formação Furnas arenito caulínico transição solo/rocha na fundação da nova
construção na Lagoa Dourada
GEO-17 595824 7208083 Formação Furnas arenito caulínico mirante da Lagoa Dourada; corpo de
assoreamento na lagoa;
GEO-18 596012 7208850 Formação Furnas arenito caulínico Furna n° 4; local perigoso;
GEO-19 596334 7209255 Formação Furnas arenito caulínico depressão seca junto à rodovia;
GEO-20 598025 7209373 Formação Furnas arenito caulínico depressões secas com sumidouros;
GEO-21 598153 7209410 Formação Furnas arenito caulínico grande depressão úmida, possível antiga furna
assoreada;
GEO-22 598181 7209330 Formação Furnas arenito caulínico cinco depressões secas orientadas na direção
N80W;
GEO-23 599977 7209731 Fm. Furnas e Magm. S. dique de diabásio e dique N80W pouco possante (cerca de 5 m) mas
Geral arenito muito extenso
GEO-24 600185 7207587 Itararé/Furnas arenito rosado/caulínico contato estrutural (falha) Grupo Itararé/Formação
Furnas; fraturas N80E;
GEO-25 600878 7208383 Formação Furnas arenito caulínico primeira ponte de aceiro sobre arroio
GEO-26 600969 7208699 Grupo Itararé arenito rosado/amarelado em ruptura no contato Itararé/Furnas
GEO-27 600564 7209364 Formação Furnas arenito caulínico marcante estratificação cruzada
GEO-28 600399 7209424 Formação Furnas arenito caulínico lapas estranhamente sem pinturas rupestres;
marcas onduladas;
GEO-29 599983 7210687 Formação Furnas arenito caulínico cachoeira no Rio Quebra-Perna; evidências de
dissolução;
GEO-30 601332 7210299 Formação Furnas arenito caulínico muro de pedras;
GEO-31 599634 7207095 Grupo Itararé argila (diamictito?) rocha muito alterada; antiga área de empréstimo
com erosão (recuperação);

ANEXOS 23
QUADRO A.4.1 - DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS VISITADOS NOS TRABALHOS DE CAMPO
conclusão
ID LONGITUDE LATITUDE UNIDADE(S) LITOTIPO(S) OBSERVAÇÕES

GEO-32 600518 7209546 Formação Furnas arenito caulínico lapas estranhamente sem pinturas rupestres;
relevo ruiniforme;
GEO-33 600231 7209683 Formação Furnas arenito caulínico concreções ferruginosas ao longo de fraturas;
GEO-34 600350 7209303 Formação Furnas arenito caulínico marcante poligonação;
GEO-35 600604 7209385 Magmatismo Serra Geral dique de diabásio bloco de diabásio muito alterado no leito de
drenagem com controle estrutural;
GEO-36 600720 7209566 Formação Furnas arenito caulínico segunda ponte de aceiro sobre arroio
GEO-37 601626 7208790 Grupo Itararé argila (solo hidromórfico) pequena barragem em reservatório estratégico
de água
GEO-38 602138 7208149 Grupo Itararé arenito rosado/amarelado concreções ferruginosas;
GEO-39 602281 7208012 Grupo Itararé arenito rosado relevo ruiniforme; bloco com pedestal
(cogumelo);
GEO-40 602877 7207776 Grupo Itararé arenito rosado
GEO-41 603637 7208626 Fm. Ponta Grossa/Fm. folhelho/arenito caulínico diabásio muito alterado, provável dique N80W;
Furnas
GEO-42 602065 7206097 Formação Ponta Grossa folhelho e siltito cinzas corte na rodovia
GEO-43 602776 7205890 Magm. Serra Geral/Gr. diabásio/arenito rosado corte na rodovia; dique N50W subvertical,
Itararé possança 1,30 m;
GEO-44 599086 7207600 aluvião quaternário argila arenosa, cascalho arroio a caminho da capela;
GEO-45 604021 7208773 Formação Furnas arenito caulínico fraturas N55W no leito do arroio (até 5/m);
GEO-46 603609 7208347 Formação Ponta Grossa folhelho fósseis de braquiópodes, bioturbações
GEO-47 602600 7208304 Grupo Itararé arenito rosado fraturas N70-75W, impressionante encaixe da
drenagem
GEO-48 602135 7207523 Grupo Itararé arenito rosado blocos rochosos com equilíbrio instável sobre o
terreno
GEO-49 602312 7207288 Grupo Itararé diamictito
GEO-50 602624 7206708 Grupo Itararé arenito rosado
GEO-51 602309 7207015 Grupo Itararé arenito rosado
GEO-52 599116 7207186 Grupo Itararé variegado nas escavações do antigo cartódromo, argila,
silte, areia muito alterados
GEO-53 599103 7206865 Grupo Itararé arenito rosado rocha no leito do Rio Guabiroba a jusante da
barragem
GEO-54 599661 7206204 aluvião quaternário área da planície de inundação, com deposição
superficial de finos (fotos)
GEO-55 599023 7210260 Formação Furnas arenito caulínico grande furna controlada por estrutura WNW,
com depressão úmida no interior
GEO-56 598546 7209559 Grupo Itararé siltito argiloso grande área de empréstimo de cascalho
(diamictito?) (concreções limoníticas)
GEO-57 598700 7209849 Grupo Itararé diamictito parte superior da grande área de empréstimo de
GEO-56
GEO-58 597218 7212208 Grupo Itararé siltito argiloso área de empréstimo de cascalho (concreções
(diamictito?) limoníticas) na Faz. Capão Grande
GEO-59 597649 7212040 Grupo Itararé arenito, conglom.,
diamictito

24
ANEXO 5 - MAPA DE VEGETAÇÃO

ANEXOS 25
26
595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA


PLANO DE MANEJO
VEGETAÇÃO

7211000
7211000

7210000
7210000

Furnas

7209000
7209000

Lagoa

7208000
7208000

Dourada

7207000
7207000

Arenitos

7206000
7206000

1:30000

500 0 500 1000 1500


Metros

595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

CONVENÇÕES VEGETAÇÃO DADOS TÉCNICOS


Aceiros PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA
Hidrografia Estepe Higrófila
Trilhas Transição Estepe - Savana Sistema de Projeção UTM
PLANO DE MANEJO
Estradas Pavimentadas
Floresta Ombrófila Mista Aluvial VEGETAÇÃO
Floresta Ombrófila Mista Montana Datum Vertical: Imbituba (SC)
Estradas s/ Pavimentação Formações Pioneiras de Influência Fluvial Datum horizontal: SAD-69
RFFSA Refúgios Vegetacionais Rupestres
Infraestrutura Origem da Quilometragem UTM "Equador e Meridiano 51º W Gr"
acrescidas as constantes 10.000 e 500 km respectivamente.
ANEXO 6 - MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E VEGETAÇÃO

ANEXOS 29
30
595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA


PLANO DE MANEJO
MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLOS E VEGETAÇÃO
7211000

7211000
7210000

7210000
Furnas
7209000

7209000
Lagoa
7208000

7208000
Dourada
7207000

7207000
Arenitos

N
CONVENÇÕES
7206000

7206000
1:30000 Hidrografia
Estradas Pavimentadas
Estradas s/ Pavimentação
500 0 500 1000 1500 RFFSA
Metros

595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO VEGETAÇÃO DADOS TÉCNICOS


Adensamento com Araucaria
Adensamento com Araucaria e Eucalyptus
Invasão de Eucalyptus removido (2002) Estepe Higrófila PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA
Invasão de Pinus Transição Estepe - Savana PLANO DE MANEJO
Água
Área de empréstimo - invasão de Pinus
Ocupação urbana Floresta Ombrófila Mista Aluvial Sistema de Projeção UTM
Plantio de Araucaria e Eucalyptus Floresta Ombrófila Mista Montana
MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLOS E VEGETAÇÃO
Campo roçado Datum Vertical: Imbituba (SC)
Plantio de Eucalyptus Formações Pioneiras de Influência Fluvial
Cultivo agrícola abandonado
Plantio de Pinus Refúgios Vegetacionais Rupestres Datum horizontal: SAD-69
Cultivo agrícola abandonado - invasão de Pinus
Plantio de Pinus com Araucaria
Edificações Origem da Quilometragem UTM "Equador e Meridiano 51º W Gr"
Plantio de Pinus removido (2002)
Edificações - estrada Plantio ornamental com espécies exóticas
Estágio inicial de floresta Transição para Floresta Ombrófila Mista Montana
acrescidas as constantes 10.000 e 500 km respectivamente.
Estágio inicial de floresta - invasão de Pinus
ANEXO 7 - MAPA DE TALHÕES DE REMOÇÃO DE PINUS

ANEXOS 33
34
595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA


PLANO DE MANEJO
ESPÉCIES EXÓTICAS
7211000

7211000
Þ

Þ
7210000

7210000
Furnas
Þ ÞÞÞÞ
Þ
Þ
Þ

Þ
7209000

7209000
ÞÞ
ÞÞ
Þ
ÞÞ
Lagoa
ÞÞ
7208000

7208000
Dourada
Þ
Þ Þ
Þ Þ Þ
ÞÞ
Þ ÞÞ
ÞÞ Þ
Þ

7207000
7207000

ÞÞÞÞ
Þ Þ
ÞÞ
Þ Arenitos

N
7206000

7206000
1:30000

500 0 500 1000 1500


Metros

595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

CONVENÇÕES ESPÉCIES EXÓTICAS DADOS TÉCNICOS


Plantio de Araucaria e Eucalyptus
Hidrografia Þ Espécies exóticas
Plantio de Eucalyptus PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA
Trilhas Adensamento com Araucaria
Adensamento com Araucaria e Eucalyptus Plantio de Pinus PLANO DE MANEJO
Estradas Pavimentadas Plantio de Pinus com Araucaria Sistema de Projeção UTM
Estradas s/ Pavimentação Cultivo agrícola abandonado
Plantio de Pinus removido (2002)
ESPÉCIES EXÓTICAS
Cultivo agrícola abandonado - invasão de Pinus Datum Vertical: Imbituba (SC)
RFFSA Plantio ornamental com espécies exóticas
Estágio inicial de floresta Datum horizontal: SAD-69
Estágio inicial de floresta - invasão de Pinus
Origem da Quilometragem UTM "Equador e Meridiano 51º W Gr"
Invasão de Eucalyptus removido (2002)
Invasão de Pinus acrescidas as constantes 10.000 e 500 km respectivamente.
ANEXO 8

TABELAS DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS

SÍTIOS AMOSTRADOS POR GRUPO ZOOLÓGICO ESTUDADO

36
ANEXOS 37
QUADRO A.8.1 - AVALIAÇÃO DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS AMOSTRADOS PARA A FAUNA DE MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS DO PEVV
o
N. SÍTIO NOME DO SÍTIO RELEVÂNCIA(1) CONSERVAÇÃO(2) OBSERVAÇÕES(3)

1 Platô da fortaleza irrelevante bom Raros ambientes para a fauna de macroinvertebrados


2 Campo seco máxima ótimo Rio de águas límpidas com abundante fauna de macroinvertebrados em diferentes estágios
de desenvolvimento
3 Mata da fortaleza pequena médio Lagoa de origem antrópica com fauna pobre de macroinvertebrados
4 Campo da capela
5 Represa pequena médio Ambiente de menor diversidade de macroinvertebrados, apenas uma família (Baetidae)
6 Várzea abaixo dos arenitos média bom Pequeno arroio de águas límpidas com uma comunidade pequena de macroinvertebrados
7 Capão dos arenitos
8 Arenitos média bom Arroio de águas claras, lóticas no qual a comunidade de macroinvertebrados é bem diversificada,
composta por indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento
9 Campo úmido média bom Pequenos arroios que abrigam uma comunidade pobre de macroinvertebrados
10 Floresta Ciliar do rio Quebra Perna máxima ótimo Um dos melhores ambientes para a comunidade de macroinvertebrados, rio extenso com
águas límpidas e comunidade de macroinvertebrados bastante variada, apresentando
indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento
11 Agricultura IAPAR pequena médio Pequeno arroio com comunidade pequena de macroinvertebrados
12 Reflorestamento IAPAR máxima ótimo Pequenos arroios e lagoas, com abundância de macrófitas os quais representam ambientes
propícios ao desenvolvimento de uma variada comunidade de macroinvertebrados em
diferentes estágios de desenvolvimento
13 Floresta do IAPAR máxima ótimo Pequenos remansos e lagoas com uma comunidade variada de macroinvertebrados em
diferentes estágios de desenvolvimento
14 Furnas máxima ótimo Pequeno remanso e a lâmina d’água da Furna, nos quais a comunidade de
macroinvertebrados é variada e composta por indivíduos em diferentes estágios de
desenvolvimento
15 Lagoa Dourada máxima ótimo Ambientes com fauna de macroinvertebrados bastante variada, composta por indivíduos em
diferentes estágios de desenvolvimento
16 Várzea do rio Gabiroba máxima ótimo Ambiente de águas lóticas com macrófitas, os quais favorecem a presença de uma variada
comunidade de macroinvertebrados, composta por indivíduos em diferentes estágios de
desenvolvimento
17 Fazenda Cambiju Moss e Rivadávia (entorno sul) máxima ótimo Pequenos arroio, rios e várzeas nos quais a comunidade de macroinvertebrados é bastante
variada, sendo composta por indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento
18 Fazenda Capão Grande (entorno noroeste)
19 Buraco do Padre (entorno norte) máxima ótimo Rio de águas límpidas, bastante oxigenadas, apresentando uma comunidade de
macroinvertebrados bastante diversifica, com indivíduos em diferentes estágios de
desenvolvimento
20 Fazenda Barrozinho (entorno norte)
21 Observações oportunísticas máxima ótimo Rios, arroios e lagoas diversificados nos quais a comunidade de macroinvertebrados é igualmente
diversificada e apresenta indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento

(1) Relevância: está relacionada à riqueza de espécies, bem como a presença de espécies raras e ameaçadas para cada grupo estudado. Os sítios foram classificados segundo a seguinte escala de relevância:
(irrelevante), (pequena), (média), (grande) e (máxima);
(2) Estado de conservação: está relacionado ao nível de integridade da fauna com relação ao que se poderia observar no sítio. A presença de processos de degradação como erosão, assoreamento, supressão de
espécies ou contaminação biológica, caça, pesca, entre outros foram considerados na avaliação cuja escala é a seguinte: (péssimo), (ruim), (médio), (bom), (ótimo);
(3) Observações: foram discriminadas espécies ou características que justifiquem o enquadramento dos sítios nas diferentes categorias de relevância e conservação.
QUADRO A.8.2 - AVALIAÇÃO DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS AMOSTRADOS PARA A FAUNA DE PEIXES DO PEVV

N.o SÍTIO NOME DO SÍTIO RELEVÂNCIA


(1)
CONSERVAÇÃO
(2)
OBSERVAÇÕES
(3)

1 Platô da fortaleza
2 Campo seco
3 Mata da fortaleza
4 Campo da capela
5 Represa média péssimo Indicação de recuperação de hábitat retornando ao estado natural anterior ao barramento.
Alteração de fauna por interferência antrópica
6 Várzea abaixo dos arenitos grande bom Existe levantamento prévio de espécies que deveriam estar presentes na localidade da
represa CHIAVENATO (1993).
7 Capão dos arenitos
8 Arenitos
9 Campo úmido máxima bom Espécies relevantes: Characidium sp (espécie nova), Rhamdiopsis sp., Astyanax scabripinnis
paranae
10 Floresta Ciliar do rio Quebra Perna máxima bom Espécies relevantes: Characidium sp (espécie nova), Thrycomycterus cf. castroi, Astyanax
scabripinnis paranae
11 Agricultura IAPAR
12 Reflorestamento IAPAR
13 Floresta do IAPAR
14 Furnas máxima bom Astyanax sp. (espécie nova) endêmica
15 Lagoa Dourada grande médio Muitas espécies presentes. Migradoras e residentes
16 Várzea do rio Gabiroba grande médio Local propício para reprodução e desenvolvimento
- Lagoa Tarumã
17 Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia (entorno sul)
18 Fazenda Capão Grande (entorno noroeste) grande bom Meandro de entrada do rio Quebra Perna no PEVV
19 Buraco do Padre (entorno norte) grande bom Nascentes e cabeceiras do rio Quebra Perna
20 Fazenda Barrozinho (entorno norte)

(1) Relevância: está relacionada à riqueza de espécies, bem como a presença de espécies raras e ameaçadas para cada grupo estudado. Os sítios foram classificados segundo a seguinte escala de relevância:
(irrelevante), (pequena), (média), (grande) e (máxima);
(2) Estado de conservação: está relacionado ao nível de integridade da fauna com relação ao que se poderia observar no sítio. A presença de processos de degradação como erosão, assoreamento, supressão de
espécies ou contaminação biológica, caça, pesca, entre outros foram considerados na avaliação cuja escala é a seguinte: (péssimo), (ruim), (médio), (bom), (ótimo);
(3) Observações: foram discriminadas espécies ou características que justifiquem o enquadramento dos sítios nas diferentes categorias de relevância e conservação.
QUADRO A.8.3 - AVALIAÇÃO DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS AMOSTRADOS PARA A FAUNA DE ANFÍBIOS DO PEVV

N.o SÍTIO NOME DO SÍTIO RELEVÂNCIA


(1)
CONSERVAÇÃO
(2)
OBSERVAÇÕES
(3)

1 Platô da fortaleza grande médio Presença de gado compromete o solo e contamina a água
2 Campo seco grande bom Relevância refere-se aos córregos e pequenas áreas de estepe higrófila
3 Mata da fortaleza grande bom Anurofauna desconhecida. Alteração florestal
4 Campo da capela irrelevante péssimo Alta antropização
5 Represa irrelevante péssimo Espécies generalistas. Alta antropização
6 Várzea abaixo dos arenitos grande ruim Influência da represa compromete a integridade da várzea
7 Capão dos arenitos grande ruim Pequenos cursos de água assoreados pelo uso da trilha
8 Arenitos média bom Várzea acima da piscina
9 Campo úmido grande ótimo Maior área de espete higrófila dentro de uma U.C. estadual
10 Floresta ciliar do rio Quebra Perna grande ruim Assoreamento compromete sítios reprodutivos de anuros
11 Agricultura IAPAR grande ruim Presença ambiente lacustre com vegetação hidrófila
12 Reflorestamento IAPAR pequena ruim Área de monocultura
13 Floresta do IAPAR grande bom Anurofauna desconhecida
14 Furnas média ruim Alta antropização
15 Lagoa Dourada máxima bom Anurofauna desconhecida, água limpa, floresta aluvial
16 Várzea do rio Gabiroba – Lagoa Tarumã máxima bom Anurofauna desconhecida, água limpa, ambiente único
17 Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia (entorno sul) grande bom Floresta aluvial do rio Tibagi
18 Fazenda Capão Grande (entorno noroeste) grande bom Capão e várzea.
19 Buraco do Padre (entorno norte) grande bom Ambiente único
20 Fazenda Barrozinho (entorno norte) grande bom Capão e córregos

(1) Relevância: está relacionada à riqueza de espécies, bem como a presença de espécies raras e ameaçadas para cada grupo estudado. Os sítios foram classificados segundo a seguinte escala de relevância:
(irrelevante), (pequena), (média), (grande) e (máxima);
(2) Estado de conservação: está relacionado ao nível de integridade da fauna com relação ao que se poderia observar no sítio. A presença de processos de degradação como erosão, assoreamento, supressão de
espécies ou contaminação biológica, caça, pesca, entre outros foram considerados na avaliação cuja escala é a seguinte: (péssimo), (ruim), (médio), (bom), (ótimo);
(3) Observações: foram discriminadas espécies ou características que justifiquem o enquadramento dos sítios nas diferentes categorias de relevância e conservação.
QUADRO A.8.4 - AVALIAÇÃO DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS AMOSTRADOS PARA A FAUNA DE LEPIDÓPTEROS DO PEVV
N.o SÍTIO NOME DO SÍTIO RELEVÂNCIA
(1)
CONSERVAÇÃO
(2)
OBSERVAÇÕES
(3)

1 Platô da fortaleza grande bom Copaeodes castanea é a espécie mais importante observada, mas outras poderiam ser,
desde que as observações tivessem sido feitas mais tarde, ou seja, entre 10:00 e 14:00
horas, quando as borboletas são mais ativas.
2 Campo seco grande bom Embora não tenham sido observadas espécies relevantes, o aspecto vegetal sugere que seja
uma área importante para a fauna lepidopterológica. A área de mata de galeria é muito
reduzida, podendo, no entanto, servir de pequeno corredor de fauna típica.
3 Mata da fortaleza grande médio As espécies mencionadas para o campo são características
4 Campo da capela máxima médio Aricoris monotona, uma espécie bastante rara do sudeste brasileiro, foi observada em
fevereiro de 2001.
5 Represa
6 Várzea abaixo dos arenitos máxima bom Euptychia ocelloides e Euptychia sp. 2 são características.
7 Capão dos arenitos máxima ótimo Adelotypa malca, uma espécie bastante escassa, foi observada. A área está aparentemente
bem conservada, sugerindo proteger muitas espécies.
8 Arenitos máxima bom Staphylus ascalon e Cymaenes warreni, duas espécies de distribuição geográfica limitada no
Paraná, são ocupantes da trilha.
9 Campo úmido máxima brejo: ótimo, campo: A espécie Euptychia ocelloides indica a presença de um campo úmido íntegro. Esta é a
ruim melhor área dos campos naturais, incluindo o brejo, pois é a localidade típica de duas
espécies pelo consultor descritas, e outras espécies novas mencionadas na lista.
10 Floresta ciliar do rio Quebra Perna média bom Presença de Vidius fido.
11 Agricultura IAPAR pequena ruim Tendo em vista tratar-se de um reflorestamento com um pequeno subosque, por enquanto é
de pouca importância.
12 Reflorestamento IAPAR pequena ruim Tendo em vista tratar-se de um reflorestamento com pequeno subosque, por enquanto é de
pouca importância.
13 Floresta do IAPAR máxima mata: ótimo; Esta é a melhor área florestada do Parque Estadual de Vila Velha
reflorestamento: ruim
14 Furnas irrelevante ruim Área pequena e irrelevante devido à falta de vegetação natural. Nada de interessante foi
observado; as borboletas eram todas passageiras.
15 Lagoa Dourada média ruim Não foram observadas borboletas relevantes devido ao ambiente degradado pelo grande
número de turistas.
16 Várzea do rio Gabiroba – Lagoa Tarumã pequena ruim Com exceção de Thespieus xarina, não foram observadas espécies interessantes.
17 Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia (entorno sul) pequena ruim Com exceção de um exemplar de Copaeodes castanea, nada de relevante foi observado.
18 Fazenda Capão Grande (entorno noroeste) campo: média; floresta: campo: médio; floresta Na floresta não foram feitas observações relevantes, no entanto, como a sua integridade
máxima bom não está alterada, supomos que muitas espécies de lepidópteros possam ocorrer.
19 Buraco do Padre (entorno norte) máxima bom Como a área de floresta está bem conservada, também a diversidade de lepidópteros deve
estar bem conservada.
20 Fazenda Barrozinho (entorno norte)

(1) Relevância: está relacionada à riqueza de espécies, bem como a presença de espécies raras e ameaçadas para cada grupo estudado. Os sítios foram classificados segundo a seguinte escala de relevância:
(irrelevante), (pequena), (média), (grande) e (máxima);
(2) Estado de conservação: está relacionado ao nível de integridade da fauna com relação ao que se poderia observar no sítio. A presença de processos de degradação como erosão, assoreamento, supressão de
espécies ou contaminação biológica, caça, pesca, entre outros foram considerados na avaliação cuja escala é a seguinte: (péssimo), (ruim), (médio), (bom), (ótimo);
(3) Observações: foram discriminadas espécies ou características que justifiquem o enquadramento dos sítios nas diferentes categorias de relevância e conservação.
QUADRO A.8.5 - AVALIAÇÃO DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS AMOSTRADOS PARA A FAUNA DE AVES DO PEVV

continua
o (1) (2) (3)
N. SÍTIO SÍTIO RELEVÂNCIA CONSERVAÇÃO OBSERVAÇÕES

1 Platô da fortaleza grande péssimo Sítio com 32 espécies registradas dentre as quais destacam-se Caprimulgus longirostris e
Eleothreptus anomalus. Os principais impactos observados foram o pastoreio e o fogo.
2 Campo seco máxima bom Sítio com 46 espécies registradas dentre as quais destacam-se Penelope obscura, Asio
flammeus, Culicivora caudacuta, Heteroxolmis dominicana e Cistothorus platensis. O
principal impacto observado foi a presença de plantas invasoras.
3 Mata da fortaleza grande bom Sítio com 69 espécies registradas sendo três exclusivas. Dentre os registros destacam-se:
Odontophorus capueira e Campylorhamphus falcularius. Os principais impactos observados
foram a proliferação de cipós e o fogo.
4 Campo da capela média ruim Sítio com 24 espécies registradas dentre as quais destaca-se Culicivora caudacuta. Os
impactos observados foram erosão e plantas invasoras.
5 Represa irrelevante péssimo Sítio com 34 espécies registradas sendo seis exclusivas. Dentre os registros destacam-se:
Phalacrocorax brasilianus, Ardea cocoi, Butorides striatus, Platalea ajaja. O principal impacto
observado foi a presença da represa.
6 Várzea abaixo dos arenitos máxima péssimo Sítio com 37 espécies registradas sendo uma exclusiva. Dentre os registros destaca-se:
Laterallus leucopyrrhus. Os principais impactos observados foram o alagamento pela
represa, fogo, plantas invasoras, assoreamento, lixo e poluição sonora.
7 Capão dos arenitos grande médio Sítio com 88 espécies registradas sendo quatro exclusivas. Dentre os registros destacam-se:
Penelope obscura, Chaetura cinereiventris e Euphonia pectoralis. Os principais impactos
observados foram o turismo, cipó, fogo e poluição sonora.
8 Arenitos máxima ruim Sítio com 88 espécies registradas sendo quatro exclusivas. Dentre os registros destacam-se:
Penelope obscura, Caprimulgus longirostris, Streptoprocne biscutata e Cistothorus platensis.
Os principais impactos observados foram o turismo, plantas invasoras e lixo.
9 Campo úmido máxima médio Sítio com 21 espécies registradas sendo uma exclusiva. Dentre os registros destacam-se:
Harpyhaliaetus coronatus e Culicivora caudacuta. Os principais impactos observados foram
assoreamento, fogo e plantas invasoras.
10 Floresta ciliar do rio Quebra Perna grande ruim Sítio com 23 espécies registradas sendo uma exclusiva. Dentre os registros destaca-se
Amaurospiza moesta. Os principais impactos observados foram a construção de ponte e o
lixo.
11 Agricultura IAPAR pequena péssimo Sítio com 17 espécies registradas sendo uma exclusiva. Dentre os registros destaca-se
Eleothreptus anomalus. Os principais impactos observados foram a presença de estrada,
plantas invasoras e mecanização do solo.
12 Reflorestamento IAPAR média péssimo Sítio com oito espécies registradas dentre as quais destaca-se Penelope obscura. Os
principais impactos observados foram a presença de plantios de exóticas e assoreamentos.
13 Floresta do IAPAR grande bom Sítio com 68 espécies registradas sendo três exclusivas. Dentre os registros destacam-se
Penelope obscura, Amazona vinacea e Campylorhamphus falcularius. Os principais impactos
observados foram a presença de plantios de nativas e estradas.
QUADRO A.8.5 - AVALIAÇÃO DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS AMOSTRADOS PARA A FAUNA DE AVES DO PEVV

conclusão
o (1) (2) (3)
N. SÍTIO SÍTIO RELEVÂNCIA CONSERVAÇÃO OBSERVAÇÕES

14 Furnas grande ruim Sítio com 81 espécies registradas sendo duas exclusivas. Dentre os registros destacam-se
Buteo brachyurus, Penelope obscura, Amazona vinacea, Streptoprocne biscutata e
Cypseloides fumigatus. Os principais impactos observados foram o ajardinamento excessivo,
plantas invasoras e infra-estrutura excessiva.
15 Lagoa Dourada média ruim Sítio com 38 espécies registradas sendo duas exclusivas. Dentre os registros destaca-se
Penelope obscura. Os principais impactos observados foram o turismo, lixo, assoreamento e
desbastamento excessivo de floresta.
16 Várzea do rio Gabiroba – lagoa Tarumã máxima péssimo Sítio com 43 espécies registradas sendo uma exclusiva. Dentre os registros destacam-se
Cairina moschata, Rallus nigricans e Porzana albicollis. Os principais impactos observados
foram a presença de pescadores, lixo e plantas invasoras.
17 Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia (entorno sul) pequena péssimo Sítio com 68 espécies registradas sendo quatro exclusivas. Dentre os registros destacam-se
Laterallus leucopyrrhus, Caprimulgus longirostris, Eleothreptus anomalus, Heteroxolmis
dominicana, Gubernetes yetapa e Anthus nattereri. Os principais impactos observados foram
agricultura, fogo, assoreamento e plantas invasoras.
18 Fazenda Capão Grande (entorno noroeste) grande ruim Sítio com 78 espécies registradas sendo quatro exclusivas. Dentre os registros destacam-se
Penelope obscura, Cariama cristata e Cyanocorax caeruleus. Os principais impactos
observados foram pastoreio, agricultura e plantas invasoras.
19 Buraco do Padre (entorno norte) média ruim Sítio com 53 espécies registradas sendo uma exclusiva. Dentre os registros destacam-se
Penelope obscura e Streptoprocne biscutata. Os principais impactos observados foram
turismo e plantas invasoras.
20 Fazenda Barrozinho (entorno norte) grande péssimo Sítio com 63 espécies registradas sendo duas exclusivas. Dentre os registros destacam-se
Penelope obscura, Rallus nigricans, Laterallus leucopyrrhus, Alectrurus tricolor, Cistothorus
platensis. Os principais impactos observados foram agricultura, pastoreio, assoreamento e
plantas invasoras.
21 Observações oportunísticas média ruim Sítio com 82 espécies registradas sendo cinco exclusivas. Dentre os registros destacam-se
Buteo brachyurus, Harpyhaliaetus coronatus, Penelope obscura, Asio flammeus,
Eleothreptus anomalus, Cypseloides senex e Heteroxolmis dominicana. Os principais
impactos observados foram turismo, estrada e plantas invasoras.

(1) Relevância: está relacionada à riqueza de espécies, bem como a presença de espécies raras e ameaçadas para cada grupo estudado. Os sítios foram classificados segundo a seguinte escala de relevância:
(irrelevante), (pequena), (média), (grande) e (máxima);
(2) Estado de conservação: está relacionado ao nível de integridade da fauna com relação ao que se poderia observar no sítio. A presença de processos de degradação como erosão, assoreamento, supressão de
espécies ou contaminação biológica, caça, pesca, entre outros foram considerados na avaliação cuja escala é a seguinte: (péssimo), (ruim), (médio), (bom), (ótimo);
(3) Observações: foram discriminadas espécies ou características que justifiquem o enquadramento dos sítios nas diferentes categorias de relevância e conservação.
QUADRO A.8.6 - AVALIAÇÃO DE RELEVÂNCIA E CONSERVAÇÃO DOS SÍTIOS AMOSTRADOS PARA A FAUNA DE MAMÍFEROS DO PEVV
o 1 2 3
N. SÍTIO NOME DO SÍTIO RELEVÂNCIA CONSERVAÇÃO OBSERVAÇÕES
1 Platô da fortaleza grande médio Habitat único, vulnerável por estar na divisa do PEVV. Sinais de pisoteio por gado, no campo
e nos capões.
2 Campo seco máxima bom Formação predominante imprescindível à conservação das espécies de áreas abertas
características do PEVV. Ameaçado pela erosão e pelo fogo.
3 Mata da fortaleza máxima bom Exploração antiga, mas ainda com espécies florestais importantes, como o bugio.
4 Campo da capela máxima bom Formação predominante imprescindível à conservação das espécies de áreas abertas
características do PEVV. Ameaçado pela erosão e pelo fogo.
5 Represa pequena péssimo Supressão de ambiente importante, prejudicando a dinâmica da várzea, em área contígua.
6 Várzea abaixo dos arenitos grande médio Importante, mas alterada, principalmente na margem da BR-376. Ameaçada pelo fogo.
7 Capão dos arenitos grande médio Vulnerável por estar no limite do PEVV
8 Arenitos grande bom Trilhas e visitação
9 Campo úmido máxima bom Importante para todas as espécies que freqüentam as áreas abertas. Também ameaçado
pelo fogo.
10 Floresta Ciliar do rio Quebra Perna grande médio Corredor de fauna importante para a ligação das áreas florestais
11 Agricultura IAPAR pequena péssimo Supressão de ambiente. Em recuperação. Freqüentado por espécies de mamíferos,
principalmente pela proximidade com o capão do IAPAR (sitio 13)
12 Reflorestamento IAPAR média péssimo Por ser uma área com espécies arbóreas, ainda abriga algumas espécies de mamíferos.
Também freqüentado por espécies exóticas, como Sus scrofa.
13 Floresta do IAPAR máxima bom Floresta importante para manutenção de espécies florestais, fazendo ligação com outras
áreas de floresta.
14 Furnas grande médio Entorno bastante alterado e elevador para visitação descaracterizam este sítio. Importante
como abrigo para morcegos.
15 Lagoa Dourada grande médio Área isolada de outras áreas naturais do PEVV. Faixa de mata ciliar bastante estreita.
16 Várzea do rio Gabiroba – Lagoa Tarumã grande ruim Vulnerável pela proximidade da BR-376 e falta de controle e de fiscalização. Observados
indícios de atividades de pesca e de caça.
17 Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia (entorno sul) grande médio Como entorno do PEVV é importante. Aparentemente só a área de várzea encontra-se mais
conservada. Presença de animais domésticos descaracteriza as áreas de campo e os
capões. Queimadas no campo natural.
18 Fazenda Capão Grande (entorno noroeste) grande médio Entorno importante, contígua ao PEVV, amplia o potencial do parque para espécies com
área de vida grande. O campo encontra-se bastante alterado pela presença de animais
domésticos.
19 Buraco do Padre (entorno norte) média médio Visitação intensa. Aparentemente poucas espécies de mamíferos.
20 Fazenda Barrozinho (entorno norte) grande médio Entorno importante, contígua ao PEVV, amplia o potencial do parque para espécies com
área de vida grande. O campo encontra-se alterado pela atividade agrícola.

(1) Relevância: está relacionada à riqueza de espécies, bem como a presença de espécies raras e ameaçadas para cada grupo estudado. Os sítios foram classificados segundo a seguinte escala de relevância:
(irrelevante), (pequena), (média), (grande) e (máxima);
(2) Estado de conservação: está relacionado ao nível de integridade da fauna com relação ao que se poderia observar no sítio. A presença de processos de degradação como erosão, assoreamento, supressão de
espécies ou contaminação biológica, caça, pesca, entre outros foram considerados na avaliação cuja escala é a seguinte: (péssimo), (ruim), (médio), (bom), (ótimo);
(3) Observações: foram discriminadas espécies ou características que justifiquem o enquadramento dos sítios nas diferentes categorias de relevância e conservação.
ANEXO 9

RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO –

FLORESTA E SUB-BOSQUE

ANEXOS 47
48
SÍTIO 3 – MATA DA FORTALEZA

TABELA A.9.1 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA – PLANTAS
ARBÓREAS (LOCAL: SÍTIO 3 – MATA DA FORTALEZA) REFERENTES A ESPÉCIES
DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND. 2
n/ha % % % m /ha % % %
Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. 18 112,50 5,57 62,50 3,65 16,987 30,22 35,80 39,45
Cipó 47 293,75 14,55 75,00 4,38 1,25 2,22 16,77 21,15
Árvores mortas 27 168,75 8,36 100,0 5,84 3,50 6,23 14,59 20,42
Esenbeckia grandiflora Mart. 25 156,25 7,74 75,00 4,38 0,85 1,51 9,25 13,63
Ocotea grandifolia Mez. 13 81,25 4,02 62,50 3,65 3,13 5,57 9,59 13,24
Ocotea porosa (Nees) L. Barroso 3 18,75 0,93 37,50 2,19 3,49 6,23 7,15 9,34
Ocotea sp. 6 37,50 1,86 37,50 2,19 2,96 5,27 7,12 9,31
Myrcia rostrata DC. forma gracilis 15 93,75 4,64 50,00 2,92 0,93 1,66 6,30 9,22
Coussarea contracta Benth. & Hook. f. 15 93,75 4,64 50,00 2,92 0,55 0,99 5,63 8,55
Cyathea sp. 16 100,00 4,95 25,00 1,46 0,95 1,70 6,65 8,11
Casearia decandra Sw. 7 43,75 2,17 75,00 4,38 0,77 1,37 3,54 7,92
Cinnamomum sellowianum Kosterm. 3 18,75 0,93 37,50 2,19 2,56 4,55 5,48 7,67
Myrcia multiflora DC. 10 62,50 3,10 50,00 2,92 0,82 1,47 4,56 7,48
Sebastiania commersoniana (Baill.) Smith & Downs 8 50,00 2,48 50,00 2,92 0,90 1,60 4,07 6,99
Campomanesia guazumaefolia Blume 9 56,25 2,79 37,50 2,19 0,80 1,42 4,21 6,39
Psychotria sp. Linn. 2 9 56,25 2,79 50,00 2,92 0,37 0,66 3,44 6,36
Guamirim-folha-ondulada 8 50,00 2,48 37,50 2,19 0,95 1,69 4,17 6,36
Casearia obliqua Spreng. 8 50,00 2,48 50,00 2,92 0,33 0,58 3,06 5,98
Vernonia discolor Less. 2 12,50 0,62 25,00 1,46 2,12 3,78 4,40 5,86
Matayba elaeagnoides Radlk. 2 12,50 0,62 25,00 1,46 2,08 3,71 4,33 5,79
Ilex paraguensis A.St. Hil. 5 31,25 1,55 50,00 2,92 0,23 0,42 1,96 4,88
Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 4 25,00 1,24 50,00 2,92 0,07 0,13 1,37 4,29
Roupala brasiliensis Kl. 4 25,00 1,24 37,50 2,19 0,46 0,82 2,06 4,25
Myrsine umbellata (Martius) Mez. 3 18,75 0,93 37,50 2,19 0,44 0,78 1,71 3,90
Ilex theezans Mart. 3 18,75 0,93 37,50 2,19 0,35 0,62 1,55 3,74
Piptadenia sp. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 1,51 2,68 2,99 3,72
Campomanesia xanthocarpa O. Berg 2 12,50 0,62 25,00 1,46 0,83 1,48 2,10 3,56
Marlierea sp. 5 31,25 1,55 12,50 0,73 0,48 0,85 2,40 3,13
Cupania vernalis Camb. 2 12,50 0,62 12,50 0,73 0,94 1,67 2,29 3,02
Ocotea puberula Nees. 2 12,50 0,62 25,00 1,46 0,46 0,82 1,44 2,90
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 3 18,75 0,93 25,00 1,46 0,26 0,46 1,39 2,85
Jacaranda puberula Cham. 2 12,50 0,62 25,00 1,46 0,34 0,61 1,23 2,69
Casearia sylvestris Sw. 2 12,50 0,62 12,50 0,73 0,62 1,11 1,73 2,46
Prunus brasiliensis Cham. & Schlecht 2 12,50 0,62 25,00 1,46 0,19 0,34 0,96 2,42
Psychotria sp. Linn. 1 4 25,00 1,24 12,50 0,73 0,09 0,16 1,40 2,13
Erythrina falcata Benth. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,56 0,99 1,30 2,03
Solanum sp. (Tourn.) Linn. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,50 0,88 1,19 1,92
Guamirim 1 2 12,50 0,62 12,50 0,73 0,15 0,26 0,88 1,61
Myrcia 2 2 12,50 0,62 12,50 0,73 0,06 0,10 0,72 1,45
Persea major (Nees) Kopp. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,22 0,39 0,69 1,42
Schefflera angustifolia Merril. 2 12,50 0,62 12,50 0,73 0,03 0,06 0,68 1,41
Guamirim 2 2 12,50 0,62 12,50 0,73 0,03 0,06 0,68 1,41
Alchornea triplinervia (Spr.)M.Arg. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,16 0,29 0,60 1,33
Canela 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,12 0,21 0,52 1,25
Psychotria vellosiana Benth. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,11 0,20 0,51 1,24
Vitex megapotamica (Spreng.) Mold. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,11 0,20 0,51 1,24
Myrcia arborescens Berg. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,09 0,17 0,48 1,21
Solanum pseudo-quina A. St. Hil. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,09 0,16 0,47 1,20
Dicksonia sellowiana 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,08 0,14 0,45 1,18
Zanthoxylum rhoifolium Lam. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,08 0,13 0,44 1,17
Dalbergia brasiliensis Vogel 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,05 0,09 0,40 1,13
Cedrela fissilis Vell. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,04 0,07 0,38 1,11
Ilex brasiliensis Loes. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,04 0,07 0,38 1,11
Cipó-de-estribo 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,02 0,04 0,35 1,08
Annona cf. cacans 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,02 0,03 0,34 1,07
Maytenus robusta Reiss. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,02 0,03 0,34 1,07
Myrsine ferruginea Spreng. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,01 0,03 0,34 1,06
cf. Acacia 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,01 0,02 0,33 1,06
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 1 6,25 0,31 12,50 0,73 0,01 0,02 0,33 1,06
TOTAL 323 2019 100,0 ---- 100,0 56,18 100,0 200,0 300,0

FONTE: Ziller, 2000


Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta; FR – freqüência
relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 49
TABELA A.9.2 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
ARBÓREAS (LOCAL: SÍTIO 3 – MATA DA FORTALEZA) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)

Araucariaceae 1,69 112,50 5,57 62,50 5,00 16,99 30,22 35,80 40,80
Lauraceae 11,86 181,25 8,98 87,50 7,00 12,94 23,03 32,00 39,00
Myrtaceae 16,95 350,00 17,34 100,00 8,00 5,14 9,15 26,49 34,49
Cipós 3,39 300,00 14,86 87,50 7,00 1,27 2,26 17,12 24,12
Rubiaceae 6,78 181,25 8,98 87,50 7,00 1,13 2,01 10,99 17,99
Árvores mortas 1,69 168,75 8,36 100,00 8,00 3,50 6,23 14,59 22,59
Flacourtiaceae 5,08 106,25 5,26 100,00 8,00 1,72 3,06 8,33 16,33
Rutaceae 3,39 162,50 8,05 75,00 6,00 0,93 1,65 9,70 15,70
Sapindaceae 5,08 31,25 1,55 25,00 2,00 3,04 5,40 6,95 8,95
Aquifoliaceae 5,08 56,25 2,79 62,50 5,00 0,62 1,10 3,89 8,89
Euphorbiaceae 3,39 56,25 2,79 50,00 4,00 1,06 1,88 4,67 8,67
Cyatheaceae 1,69 100,00 4,95 25,00 2,00 0,95 1,70 6,65 8,65
Asteraceae 1,69 12,50 0,62 25,00 2,00 2,12 3,78 4,40 6,40
Myrsinaceae 3,39 25,00 1,24 50,00 4,00 0,46 0,81 2,05 6,05
Moraceae 1,69 25,00 1,24 50,00 4,00 0,07 0,13 1,37 5,37
Mimosaceae 3,39 12,50 0,62 25,00 2,00 1,52 2,70 3,32 5,32
Proteaceae 1,69 25,00 1,24 37,50 3,00 0,46 0,82 2,06 5,06
Meliaceae 3,39 25,00 1,24 37,50 3,00 0,30 0,53 1,77 4,77
Fabaceae 3,39 12,50 0,62 25,00 2,00 0,61 1,08 1,70 3,70
Solanaceae 3,39 12,50 0,62 25,00 2,00 0,58 1,04 1,66 3,66
Bignoniaceae 1,69 12,50 0,62 25,00 2,00 0,35 0,61 1,23 3,23
Rosaceae 1,69 12,50 0,62 25,00 2,00 0,19 0,34 0,96 2,96
Araliaceae 1,69 12,50 0,62 12,50 1,00 0,03 0,06 0,68 1,68
Verbenaceae 1,69 6,25 0,31 12,50 1,00 0,11 0,20 0,51 1,51
Dicksoniaceae 1,69 6,25 0,31 12,50 1,00 0,08 0,14 0,45 1,45
Annonaceae 1,69 6,25 0,31 12,50 1,00 0,02 0,03 0,34 1,34
Celastraceae 1,69 6,25 0,31 12,50 1,00 0,02 0,03 0,34 1,34
TOTAL 100,00 2019,0 100,0 --- 100,0 56,21 100,0 200,0 300,0

FONTE: Ziller, 2000


Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

TABELA A.9.3 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA – SUB-
BOSQUE (LOCAL: SÍTIO 3 – MATA DA FORTALEZA) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

Esenbeckia febrifuga (St.Hil.) A. Juss. 9 3600,0 24,32 100,00 16,67 0,08 17,53 41,86 58,52
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 6 2400,0 16,22 100,00 16,67 0,10 20,91 37,13 53,79
Mollinedia clavigera Tul. 5 2000,0 13,51 80,00 13,33 0,10 20,32 33,84 47,17
Myrcia rostrata DC. forma gracilis 4 1600,0 10,81 60,00 10,00 0,12 24,87 35,68 45,68
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 2,34 5,04 8,37
Myrcia cf. obtecta (Berg) Kiaerskou 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 2,34 5,04 8,37
Myrciaria cauliflora Berg. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 2,34 5,04 8,37
Maytenus alaternoides Reiss. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 2,34 5,04 8,37
Psychotria leiocarpa Cham. & Schlecht. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 2,34 5,04 8,37
Casearia sylvestris Sw. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 0,58 3,29 6,62
Casearia lasiophylla Eichl. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 0,58 3,29 6,62
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,01 0,58 3,29 6,62
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (1) 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,00 0,58 3,29 6,62
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,00 0,58 3,29 6,62
Cupania vernalis Camb. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,00 0,58 3,29 6,62
Casearia sp. 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,00 0,58 3,29 6,62
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (3) 1 400,0 2,70 20,00 3,33 0,00 0,58 3,29 6,62
TOTAL 37 14800 100,0 ---- 100,0 0,48 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

50
TABELA A.9.4 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA – SUB-
BOSQUE (LOCAL: SÍTIO 3 – MATA DA FORTALEZA) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)

Rubiaceae 11,76 2800,0 18,92 100,00 18,52 0,11 23,25 42,17 60,68
Myrtaceae 17,65 2400,0 16,22 80,00 14,81 0,14 29,55 45,76 60,68
Rutaceae 5,88 3600,0 24,32 100,00 18,52 0,08 17,53 41,86 60,38
Monimiaceae 5,88 2000,0 13,51 80,00 14,81 0,10 20,32 33,84 48,65
Flacourtiaceae 17,65 1200,0 8,11 40,00 7,41 0,01 1,75 9,86 17,27
Sapindaceae 11,76 800,0 5,41 40,00 7,41 0,01 1,17 6,57 13,98
Solanaceae 11,76 800,0 5,41 40,00 7,41 0,01 1,17 6,57 13,98
Celastraceae 5,88 400,0 2,70 20,00 3,70 0,01 2,34 5,04 8,74
Meliaceae 5,88 400,0 2,70 20,00 3,70 0,01 2,34 5,04 8,74
Lauraceae 5,88 400,0 2,70 20,00 3,70 0,00 0,58 3,29 6,99
TOTAL 100,00 14800 100,0 ---- 100,0 0,48 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

TABELA A.9.5 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 3 - MATA DA FORTALEZA) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Esenbeckia grandiflora Mart. 8 1600,00 11,27 80,00 11,27 0,0368 17,41 28,68 39,95
Psychotria hancorniaefolia Benth. 8 1600,00 11,27 80,00 11,27 0,0113 5,36 16,62 27,89
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 5 1000,00 7,04 50,00 7,04 0,0156 7,37 14,41 21,45
Paullinia carpopoda Cambess. 4 800,00 5,63 40,00 5,63 0,0199 9,45 15,08 20,72
Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 3 600,00 4,23 30,00 4,23 0,0127 6,03 10,25 14,48
Solanum pseudo-quina A. St. Hil. 2 400,00 2,82 20,00 2,82 0,0171 8,11 10,93 13,74
Mollinedia clavigera Tul. 3 600,00 4,23 30,00 4,23 0,0085 4,02 8,24 12,47
Psychotria suterella Muell. Arg. 2 400,00 2,82 20,00 2,82 0,0113 5,36 8,17 10,99
Acacia recurva Bentham 3 600,00 4,23 30,00 4,23 0,0042 2,01 6,23 10,46
Peperomia sp. Ruiz & Pav. (rajada) 3 600,00 4,23 30,00 4,23 0,0042 2,01 6,23 10,46
Pharus glaber H. B. & K. 3 600,00 4,23 30,00 4,23 0,0042 2,01 6,23 10,46
Passiflora actinia Hook. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0157 7,44 8,85 10,26
Miconia hyemalis A. St.Hil. & Naud. 2 400,00 2,82 20,00 2,82 0,0028 1,34 4,16 6,97
Desconhecida 3 2 400,00 2,82 20,00 2,82 0,0028 1,34 4,16 6,97
Olyra ciliatifolia Raddi 2 400,00 2,82 20,00 2,82 0,0028 1,34 4,16 6,97
Serjania sp. Vell 2 400,00 2,82 20,00 2,82 0,0028 1,34 4,16 6,97
Leandra refracta Cogn. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0057 2,68 4,09 5,50
Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0057 2,68 4,09 5,50
Trichilia triphyllaria C. DC. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0057 2,68 4,09 5,50
Miconia cf. tristes Wurd 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Miconia sellowiana Naud. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Scleria pterota Presl. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Asplenium divergens 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Desconhecida 4 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Desconhecida 5 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Grama preta 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Peperomia catharina Miq. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Olyra sp. Linn. (fina) 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Olyra sp.2 Linn. (média) 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Panicum sabulorum Lam. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Panicum stoloniferum Poir. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Pseudochinolaena polystachia 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Pteridófita estrelinha 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
Solanum inaequale Hornem. 1 200,00 1,41 10,00 1,41 0,0014 0,67 2,08 3,49
TOTAL 71 14200,0 100,0 ---- 100,0 0,2108 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 51
TABELA A.9.6 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 3 – MATA DA FORTALEZA) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)
Rubiaceae 8,82 3000,0 21,13 90,00 15,25 0,0382 18,08 39,21 54,46
Rutaceae 2,94 1600,0 11,27 80,00 13,56 0,0368 17,41 28,68 42,24
Poaceae 20,59 2000,0 14,08 60,00 10,17 0,0141 6,70 20,78 30,95
Sapindaceae 5,88 1200,0 8,45 60,00 10,17 0,0228 10,79 19,24 29,41
Melastomataceae 11,76 1000,0 7,04 40,00 6,78 0,0113 5,36 12,40 19,18
Solanaceae 5,88 600,0 4,23 30,00 5,08 0,0185 8,78 13,01 18,09
Ni 11,76 1000,0 7,04 40,00 6,78 0,0071 3,35 10,39 17,17
Moraceae 2,94 600,0 4,23 30,00 5,08 0,0127 6,03 10,25 15,34
Piperaceae 5,88 800,0 5,63 40,00 6,78 0,0057 2,68 8,31 15,09
Monimiaceae 2,94 600,0 4,23 30,00 5,08 0,0085 4,02 8,24 13,33
Mimosaceae 2,94 600,0 4,23 30,00 5,08 0,0042 2,01 6,23 11,32
Passifloraceae 2,94 200,0 1,41 10,00 1,69 0,0157 7,44 8,85 10,54
Meliaceae 2,94 200,0 1,41 10,00 1,69 0,0057 2,68 4,09 5,78
Celastraceae 2,94 200,0 1,41 10,00 1,69 0,0057 2,68 4,09 5,78
Cyperaceae 2,94 200,0 1,41 10,00 1,69 0,0014 0,67 2,08 3,77
Aspleniaceae 2,94 200,0 1,41 10,00 1,69 0,0014 0,67 2,08 3,77
Pteridophyllaceae 2,94 200,0 1,41 10,00 1,69 0,0014 0,67 2,08 3,77
TOTAL 100,00 14200,0 100,0 ---- 100,0 0,2112 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

52
SÍTIO 7 – CAPÃO DOS ARENITOS

TABELA A.9.7 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
ARBÓREAS (LOCAL: SÍTIO 7 – CAPÃO DOS ARENITOS) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.ind.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

NI 1 34 283,33 19,54 50,00 3,70 1,12 6,86 26,40 30,11


Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer 9 75,00 5,17 66,67 4,94 2,26 13,85 19,02 23,96
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 20 166,67 11,49 66,67 4,94 0,93 5,71 17,20 22,14
Árvores mortas 9 75,00 5,17 66,67 4,94 0,74 4,52 9,69 14,63
Ocotea porosa (Nees) L.Barroso 7 58,33 4,02 33,33 2,47 1,06 6,51 10,54 13,01
Cipó 9 75,00 5,17 50,00 3,70 0,36 2,22 7,40 11,10
Didymopanax morototoni (Aubl.) Decn 2 16,67 1,15 33,33 2,47 1,00 6,13 7,28 9,75
Limeira-do-mato 4 33,33 2,30 50,00 3,70 0,58 3,54 5,84 9,55
Mollinedia clavigera Tul. 7 58,33 4,02 33,33 2,47 0,48 2,93 6,95 9,42
Myrcia obtecta (Berg) Kiaerskou 5 41,67 2,87 66,67 4,94 0,23 1,39 4,26 9,20
Prunus brasiliensis Cham. & Schlecht 5 41,67 2,87 33,33 2,47 0,58 3,54 6,41 8,88
Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 7 58,33 4,02 50,00 3,70 0,16 1,01 5,03 8,73
Nectandra megapotamica Mez. 4 33,33 2,30 50,00 3,70 0,19 1,14 3,44 7,15
Bathysa meridionalis Presl. 4 33,33 2,30 16,67 1,23 0,57 3,51 5,81 7,04
Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. 2 16,67 1,15 16,67 1,23 0,71 4,35 5,50 6,73
Matayba elaeagnoides Radlk. 2 16,67 1,15 33,33 2,47 0,47 2,88 4,03 6,50
Acacia recurva Bentham 3 25,00 1,72 50,00 3,70 0,17 1,06 2,78 6,48
Campomanesia xanthocarpa O. Berg. 3 25,00 1,72 16,67 1,23 0,55 3,39 5,12 6,35
Myrcia rostrata DC. forma gracilis 3 25,00 1,72 33,33 2,47 0,29 1,77 3,49 5,96
Pithecoctenium echinatum (Jacq.) Baill. 2 16,67 1,15 33,33 2,47 0,34 2,06 3,21 5,68
Myrsine umbellata (Martius) Mez. 2 16,67 1,15 33,33 2,47 0,31 1,91 3,06 5,53
NI3 2 16,67 1,15 33,33 2,47 0,25 1,54 2,69 5,16
Piptocarpha angustifolia Dusén & Malme 2 16,67 1,15 33,33 2,47 0,24 1,46 2,61 5,08
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 3 25,00 1,72 33,33 2,47 0,13 0,80 2,52 4,99
Casearia obliqua Spreng. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,51 3,14 3,72 4,95
Aspidosperma sp. Mart. & Zucc. 2 16,67 1,15 33,33 2,47 0,21 1,27 2,42 4,89
Arecastrum romanzofianum Becc. 3 25,00 1,72 33,33 2,47 0,11 0,69 2,42 4,89
NI2 2 16,67 1,15 33,33 2,47 0,08 0,50 1,65 4,11
Jacaranda puberula Cham. 2 16,67 1,15 16,67 1,23 0,26 1,59 2,74 3,97
Guamirim-cascudo 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,34 2,10 2,68 3,91
Myrcia hatschbachii C.D. Legr. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,28 1,68 2,26 3,49
Casearia lasiophylla Eichl. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,19 1,19 1,76 3,00
Trema micrantha (L.) Blume 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,19 1,19 1,76 3,00
Trichilia clausseni C. DC. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,12 0,75 1,33 2,56
Vernonia discolor Less. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,08 0,47 1,04 2,28
Picramnia sp. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,07 0,44 1,02 2,25
Ilex paraguensis A.St. Hil. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,04 0,23 0,81 2,04
Casearia sylvestris Sw. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,03 0,19 0,76 1,99
Esenbeckia febrifuga (St.Hil.) A. Juss. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,03 0,17 0,74 1,98
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (1) 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,03 0,16 0,74 1,97
Ocotea puberula Nees. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,03 0,16 0,74 1,97
Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,00 0,00 0,58 1,81
Luehea divaricata Mart. 1 8,33 0,57 16,67 1,23 0,00 0,00 0,58 1,81
TOTAL 174 1450,0 100,0 ---- 100,0 16,32 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 53
TABELA A.9.8 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
ARBÓREAS (LOCAL: SÍTIO 7 – CAPÃO DOS ARENITOS) REFERENTES A FAMÍLIAS
DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA 2 VC VI
(n/ha) (%) (%) (m /ha) (%)
Ni 9,30 391,67 27,01 66,67 6,56 1,82 11,12 38,14 44,69
Lauraceae 9,30 175,00 12,07 100,00 9,84 3,53 21,67 33,74 43,57
Rubiaceae 6,98 233,33 16,09 83,33 8,20 2,08 12,76 28,85 37,05
Myrtaceae 11,63 108,33 7,47 100,00 9,84 1,69 10,34 17,81 27,64
Árvores mortas 2,33 75,00 5,17 66,67 6,56 0,74 4,52 9,69 16,25
Sapindaceae 4,65 41,67 2,87 50,00 4,92 0,60 3,68 6,55 11,47
Apocynaceae 4,65 33,33 2,30 33,33 3,28 0,92 5,62 7,92 11,19
Bignoniaceae 4,65 33,33 2,30 50,00 4,92 0,60 3,65 5,95 10,86
Araliaceae 2,33 16,67 1,15 33,33 3,28 1,00 6,13 7,28 10,56
Monimiaceae 2,33 58,33 4,02 33,33 3,28 0,48 2,93 6,95 10,23
Moraceae 2,33 58,33 4,02 50,00 4,92 0,16 1,01 5,03 9,95
Rosaceae 2,33 41,67 2,87 33,33 3,28 0,58 3,54 6,41 9,69
Flacourtiaceae 6,98 25,00 1,72 33,33 3,28 0,74 4,51 6,24 9,52
Mimosaceae 2,33 25,00 1,72 50,00 4,92 0,17 1,06 2,78 7,70
Asteraceae 4,65 25,00 1,72 33,33 3,28 0,31 1,93 3,65 6,93
Myrsinaceae 2,33 16,67 1,15 33,33 3,28 0,31 1,91 3,06 6,34
Arecaceae 2,33 25,00 1,72 33,33 3,28 0,11 0,69 2,42 5,70
Ulmaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,19 1,19 1,76 3,40
Meliaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,12 0,75 1,33 2,97
Simaroubaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,07 0,44 1,02 2,66
Aquifoliaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,04 0,23 0,81 2,45
Rutaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,03 0,17 0,74 2,38
Solanaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,03 0,16 0,74 2,38
Araucariaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,00 0,00 0,58 2,22
Tiliaceae 2,33 8,33 0,57 16,67 1,64 0,00 0,00 0,58 2,21
TOTAL 100,0 1450,0 100,0 ---- 100,0 16,32 100,0 200,0 300,0
Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

TABELA A.9.9 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA – SUB-
BOSQUE (LOCAL: SÍTIO 7 – CAPÃO DOS ARENITOS) REFERENTES A ESPÉCIES
DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.ind.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
NI 16 2666,67 16,84 50,00 8,82 0,12 28,05 44,89 53,71
Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 9 1500,00 9,47 41,67 7,35 0,04 9,55 19,02 26,37
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 8 1333,33 8,42 33,33 5,88 0,04 10,08 18,50 24,38
Esenbeckia febrifuga (St.Hil.) A. Juss. 9 1500,00 9,47 41,67 7,35 0,03 7,20 16,68 24,03
Myrcia cf. obtecta (Berg) Kiaerskou 6 1000,00 6,32 33,33 5,88 0,02 4,80 11,12 17,00
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 5 833,33 5,26 41,67 7,35 0,01 1,33 6,60 13,95
Mollinedia clavigera Tul. 3 500,00 3,16 25,00 4,41 0,03 6,34 9,50 13,91
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (1) 2 333,33 2,11 8,33 1,47 0,03 6,08 8,18 9,65
Geonoma schottiana Mart. 3 500,00 3,16 25,00 4,41 0,00 0,80 3,96 8,37
Casearia lasiophylla Eichl. 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,02 5,01 6,06 7,53
NI (SOLANACEAE) 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,02 5,01 6,06 7,53
Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. 3 500,00 3,16 16,67 2,94 0,00 0,80 3,96 6,90
Myrcia hatschbachii C.D. Legr. 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,01 1,33 3,44 6,38
Casearia sylvestris Sw. 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,01 1,33 3,44 6,38
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,01 1,33 3,44 6,38
Prunus brasiliensis Cham. & Schlecht 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,01 1,33 3,44 6,38
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (3) 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,01 1,33 3,44 6,38
Matayba elaeagnoides Radlk. 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,00 0,53 2,64 5,58
Cupania vernalis Camb. 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,00 0,53 2,64 5,58
Celtis triflora Ruiz, ex Miq. 2 333,33 2,11 16,67 2,94 0,00 0,53 2,64 5,58
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (2) 2 333,33 2,11 8,33 1,47 0,00 0,53 2,64 4,11
Myrcia rostrata DC. forma gracilis 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 1,07 2,12 3,59
Ocotea porosa (Nees) L.Barroso 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 1,07 2,12 3,59
Trichilia clausseni C. DC. 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 1,07 2,12 3,59
Miconia sp. (2) 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 1,07 2,12 3,59
Arecastrum romanzofianum Becc. 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 0,27 1,32 2,79
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 0,27 1,32 2,79
Acacia recurva Bentham 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 0,27 1,32 2,79
Dalbergia brasiliensis Vogel 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 0,27 1,32 2,79
Myrsine umbellata (Martius) Mez. 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 0,27 1,32 2,79
Mikania sp. F. W. Schmidt 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 0,27 1,32 2,79
Maytenus sp. 1 166,67 1,05 8,33 1,47 0,00 0,27 1,32 2,79
TOTAL 95 15833,0 100,0 ---- 100,0 0,41 100,0 200,0 300,0
Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

54
TABELA A.9.10 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA – SUB-
BOSQUE (LOCAL: SÍTIO 7 – CAPÃO DOS ARENITOS) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA 2 VC VI
(n/ha) (%) (%) (m /ha) (%)

Ni 3,13 2666,67 16,84 50,00 9,23 0,12 28,05 44,89 54,12


Moraceae 3,13 1500,00 9,47 41,67 7,69 0,04 9,55 19,02 26,71
Myrtaceae 9,38 1500,00 9,47 50,00 9,23 0,03 7,20 16,68 25,91
Rubiaceae 3,13 1333,33 8,42 33,33 6,15 0,04 10,08 18,50 24,65
Rutaceae 3,13 1500,00 9,47 41,67 7,69 0,03 7,20 16,68 24,37
Sapindaceae 9,38 1500,00 9,47 58,33 10,77 0,01 2,40 11,88 22,64
Solanaceae 9,38 1000,00 6,32 33,33 6,15 0,04 7,95 14,26 20,42
Flacourtiaceae 6,25 500,00 3,16 25,00 4,62 0,03 6,34 9,50 14,12
Monimiaceae 3,13 500,00 3,16 25,00 4,62 0,03 6,34 9,50 14,12
Arecaceae 6,25 666,67 4,21 33,33 6,15 0,00 1,07 5,28 11,43
Melastomataceae 6,25 333,33 2,11 16,67 3,08 0,03 6,08 8,18 11,26
Lauraceae 6,25 500,00 3,16 25,00 4,62 0,01 2,40 5,56 10,17
Apocynaceae 3,13 500,00 3,16 16,67 3,08 0,00 0,80 3,96 7,04
Rosaceae 3,13 333,33 2,11 16,67 3,08 0,01 1,33 3,44 6,52
Asteraceae 6,25 333,33 2,11 16,67 3,08 0,00 0,53 2,64 5,72
Ulmaceae 3,13 333,33 2,11 16,67 3,08 0,00 0,53 2,64 5,72
Meliaceae 3,13 166,67 1,05 8,33 1,54 0,00 1,07 2,12 3,66
Mimosaceae 3,13 166,67 1,05 8,33 1,54 0,00 0,27 1,32 2,86
Myrsinaceae 3,13 166,67 1,05 8,33 1,54 0,00 0,27 1,32 2,86
Fabaceae 3,13 166,67 1,05 8,33 1,54 0,00 0,27 1,32 2,86
Celastraceae 3,13 166,67 1,05 8,33 1,54 0,00 0,27 1,32 2,86
TOTAL 100,0 15833,0 100,0 ---- 100,0 0,42 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância

TABELA A.9.11 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 7 - CAPÃO DOS ARENITOS) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND. 2
(n/ha) (%) (%) (%) (m /ha) (%) (%) (%)

Mollinedia clavigera Tul. 4 1000,00 7,69 50,00 7,69 0,0408 23,56 31,25 38,94
Piper gaudichaudianum Kunth 3 750,00 5,77 37,50 5,77 0,0159 9,17 14,94 20,71
Psychotria hancorniaefolia Benth. 3 750,00 5,77 37,50 5,77 0,0159 9,17 14,94 20,71
Miconia cinerascens Miq. 2 500,00 3,85 25,00 3,85 0,0141 8,15 12,00 15,85
Fabaceae 3 750,00 5,77 37,50 5,77 0,0053 3,06 8,83 14,6
Acacia recurva Bentham 3 750,00 5,77 37,50 5,77 0,0053 3,06 8,83 14,6
Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 3 750,00 5,77 37,50 5,77 0,0053 3,06 8,83 14,6
Olyra ciliatifolia Raddi 3 750,00 5,77 37,50 5,77 0,0053 3,06 8,83 14,6
Celtis triflora Ruiz, ex Miq. 3 750,00 5,77 37,50 5,77 0,0053 3,06 8,83 14,6
Scleria pterota Presl. 2 500,00 3,85 25,00 3,85 0,0035 2,04 5,88 9,73
Asplenium divergens 2 500,00 3,85 25,00 3,85 0,0035 2,04 5,88 9,73
Paullinia carpopoda Cambess. 2 500,00 3,85 25,00 3,85 0,0035 2,04 5,88 9,73
Solanum inaequale Hornem. 2 500,0 3,85 25,00 3,85 0,0035 2,04 5,88 9,73
Leandra sabiaensis Brade 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0071 4,08 6,00 7,92
Psychotria leiocarpa Cham. & Schlecht. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0071 4,08 6,00 7,92
Esenbeckia grandiflora Mart. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0071 4,08 6,00 7,92
Leandra australis Cogn. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Leandra regnelli Cogn. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Melastomataceae fl verde 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Miconia pseudo-nervosa Cogn. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Ruellia sp. Plum. ex Linn. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Cipó de 2 folíolos 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Desconhecida 2 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Homolepis glutinosa F. O. Zuloaga & T. R. Sodesrtrom 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Merostachys sp. Spreng. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Bignoniaceae 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Panicum demissum Trin. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Pharus glaber H. B. & K. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Polypodium sp. Burm. F. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
Cardiospermum sp. Linn. 1 250,0 1,92 12,50 1,92 0,0018 1,02 2,94 4,87
TOTAL 52 13000,0 100,0 ---- 100,0 0,1737 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta; FR – freqüência
relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 55
TABELA A.9.12 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 7 - CAPÃO DOS ARENITOS) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)

Monimiaceae 3,33 1000,0 7,69 50,00 8,33 0,0408 23,56 31,25 39,58
Melastomataceae 20,00 1750,0 13,46 50,00 8,33 0,0283 16,31 29,77 38,10
Poaceae 16,67 1750,0 13,46 75,00 12,5 0,0124 7,13 20,60 33,10
Rubiaceae 6,67 1000,0 7,69 50,00 8,33 0,0230 13,25 20,94 29,28
Piperaceae 3,33 750,0 5,77 37,50 6,25 0,0159 9,17 14,94 21,19
Fabaceae 3,33 750,0 5,77 37,50 6,25 0,0053 3,06 8,83 15,08
Mimosaceae 3,33 750,0 5,77 37,50 6,25 0,0053 3,06 8,83 15,08
Moraceae 3,33 750,0 5,77 37,50 6,25 0,0053 3,06 8,83 15,08
Sapindaceae 6,67 750,0 5,77 37,50 6,25 0,0053 3,06 8,83 15,08
Urticaceae 3,33 750,0 5,77 37,50 6,25 0,0053 3,06 8,83 15,08
Cyperaceae 3,33 500,0 3,85 25,00 4,17 0,0035 2,04 5,88 10,05
Ni 6,67 500,0 3,85 25,00 4,17 0,0035 2,04 5,88 10,05
Aspleniaceae 3,33 500,0 3,85 25,00 4,17 0,0035 2,04 5,88 10,05
Solanaceae 3,33 500,0 3,85 25,00 4,17 0,0035 2,04 5,88 10,05
Rutaceae 3,33 250,0 1,92 12,50 2,08 0,0071 4,08 6,00 8,08
Achantaceae 3,33 250,0 1,92 12,50 2,08 0,0018 1,02 2,94 5,03
Bignoniaceae 3,33 250,0 1,92 12,50 2,08 0,0018 1,02 2,94 5,03
Polypodiaceae 3,33 250,0 1,92 12,50 2,08 0,0018 1,02 2,94 5,03
TOTAL 100,00 13000,0 100,0 ---- 100,0 0,1734 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

56
SÍTIO 10 - FLORESTA CILIAR DO RIO QUEBRA-PERNA

TABELA A.9.13 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 10 - FLORESTA CILIAR DO RIO QUEBRA PERNA) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

Acacia recurva Bentham 3 2000,00 13,64 100 13,64 0,0141 9,68 23,31 36,95
Myrciaria tenella Berg. 2 1333,33 9,09 66,67 9,09 0,0236 16,13 25,22 34,31
Commelina villosa C.B. Clarke, ex C 2 1333,33 9,09 66,67 9,09 0,0094 6,45 15,54 24,63
Oplismenus hirtellus Roem. & Schult 2 1333,33 9,09 66,67 9,09 0,0094 6,45 15,54 24,63
Pseudochinolaena polystachia 2 1333,33 9,09 66,67 9,09 0,0094 6,45 15,54 24,63
Mollinedia clavigera Tul. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0188 12,90 17,45 21,99
Setaria poiretiana Kunth. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0188 12,90 17,45 21,99
Elephantopus mollis H. B. & K. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Convolvulaceae 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Cyperus esculentus E. Mey 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Scleria pterota Presl. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Ocimum selloi Benth. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Aulonemia intermedia McClure & L. B. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Dryopteris dentata 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Oplismenus setarius Roem. & Schult. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
Begonia setosa Klotzsch. 1 666,67 4,55 33,33 4,55 0,0047 3,23 7,77 12,32
TOTAIS 22 14666,7 100,0 ---- 100,0 0,1458 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

TABELA A.9.14 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 10 - FLORESTA CILIAR DO RIO QUEBRA PERNA) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
Família %spp FA 2
VC VI
n/ha % % m /ha %

Poaceae 31,25 4666,67 31,82 100,00 17,65 0,0471 32,26 64,08 81,72
Mimosaceae 6,25 2000,00 13,64 100,00 17,65 0,0141 9,68 23,31 40,96
Myrtaceae 6,25 1333,33 9,09 66,67 11,76 0,0236 16,13 25,22 36,98
Comellinaceae 6,25 1333,33 9,09 66,67 11,76 0,0094 6,45 15,54 27,31
Monimiaceae 6,25 666,67 4,55 33,33 5,88 0,0188 12,90 17,45 23,33
Cyperaceae 12,5 1333,33 9,09 33,33 5,88 0,0094 6,45 15,54 21,42
Begoniaceae 6,25 666,67 4,55 33,33 5,88 0,0047 3,23 7,77 13,65
Aspidiaceae 6,25 666,67 4,55 33,33 5,88 0,0047 3,23 7,77 13,65
Compositae 6,25 666,67 4,55 33,33 5,88 0,0047 3,23 7,77 13,65
Convolvulaceae 6,25 666,67 4,55 33,33 5,88 0,0047 3,23 7,77 13,65
Lamiaceae 6,25 666,67 4,55 33,33 5,88 0,0047 3,23 7,77 13,65
TOTAL 100,0 14666,7 100,0 ---- 100,0 0,1459 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 57
SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR

TABELA A.9.15 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA - ARBÓREAS
(LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

Árvores mortas 24 200,00 12,12 100,00 6,59 2,75 14,59 26,71 33,30
Myrcia hatschbachii C.D. Legr. 16 133,33 8,08 100,00 6,59 1,33 7,04 15,12 21,71
Prunus brasiliensis Cham. & Schlecht 11 91,67 5,56 100,00 6,59 1,68 8,89 14,45 21,04
Myrcia obtecta (Berg) Kiaerskou 16 133,33 8,08 66,67 4,40 0,50 2,64 10,72 15,12
Myrsine umbellata (Martius) Mez. 9 75,00 4,55 66,67 4,40 1,11 5,88 10,43 14,82
NI 1 11 91,67 5,56 50,00 3,30 0,82 4,35 9,91 13,20
Cipó 11 91,67 5,56 83,33 5,49 0,37 1,98 7,53 13,03
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer 5 41,67 2,53 50,00 3,30 1,24 6,44 8,96 12,26
Casearia sylvestris Sw. 9 75,00 4,55 66,67 4,40 0,59 3,11 7,65 12,05
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 8 66,67 4,04 50,00 3,30 0,30 1,61 5,65 8,94
Jacaranda puberula Cham. 6 50,00 3,03 50,00 3,30 0,46 2,43 5,46 8,75
Limeira-do-mato 3 25,00 1,52 33,33 2,20 0,91 4,83 6,34 8,54
Ocotea porosa (Nees) L.Barroso 5 41,67 2,53 33,33 2,20 0,61 3,23 5,75 7,95
Mollinedia clavigera Tul. 8 66,67 4,04 33,33 2,20 0,19 1,00 5,04 7,24
Myrcia rostrata DC. forma gracilis 3 25,00 1,52 50,00 3,30 0,38 2,04 3,55 6,85
Vitex megapotamica (Spreng.) Mold. 5 41,67 2,53 16,67 1,10 0,47 2,48 5,01 6,11
Casearia lasiophylla Eichl. 2 16,67 1,01 33,33 2,20 0,43 2,28 3,29 5,48
Symplocos glanduloso-marginata Hoehne 3 25,00 1,52 16,67 1,10 0,53 2,82 4,34 5,43
Zanthoxylum rhoifolium Lam. 3 25,00 1,52 33,33 2,20 0,18 0,95 2,46 4,66
Schinus terebinthifolius Raddi 4 33,33 2,02 16,67 1,10 0,26 1,39 3,41 4,51
Ocotea puberula Nees 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,52 2,78 3,29 4,38
Persea major (Nees) Kopp. 3 25,00 1,52 33,33 2,20 0,12 0,65 2,17 4,37
Anadenanthera colubrina (Bentham) B. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,52 2,76 3,27 4,36
Ormosia arborea (Vell.) Harms 2 16,67 1,01 16,67 1,10 0,40 2,14 3,15 4,25
Didymopanax morototoni (Aubl.) Decn. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,39 2,07 2,57 3,67
Alchornea triplinervia (Spr.)M.Arg. 2 16,67 1,01 16,67 1,10 0,28 1,47 2,48 3,58
Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. 2 16,67 1,01 33,33 2,20 0,05 0,25 1,26 3,45
Casearia obliqua Spreng. 3 25,00 1,52 16,67 1,10 0,14 0,74 2,26 3,36
Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,33 1,73 2,23 3,33
Piptocarpha angustifolia Dusén & Malme 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,28 1,50 2,01 3,11
Luehea divaricata Mart. 2 16,67 1,01 16,67 1,10 0,10 0,53 1,54 2,64
Ilex theezans Mart. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,16 0,84 1,35 2,45
Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer. 2 16,67 1,01 16,67 1,10 0,06 0,31 1,32 2,42
Matayba elaeagnoides Radlk. 2 16,67 1,01 16,67 1,10 0,05 0,27 1,28 2,38
Roupala brasiliensis Kl. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,06 0,34 0,85 1,94
Rollinia rugulosa Schlecht 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,06 0,34 0,85 1,94
NI 2 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,06 0,29 0,80 1,90
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,04 0,23 0,73 1,83
NI 3 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,04 0,20 0,71 1,80
Dalbergia frutescens Britton 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,03 0,18 0,69 1,78
Dalbergia brasiliensis Vogel 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,02 0,12 0,63 1,73
Cinnamomum stenophyllum (Meissn.) K 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,02 0,12 0,63 1,73
Clethra scabra Pers. var. scabra Ba. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,02 0,08 0,59 1,69
Esenbeckia febrifuga (St.Hil.) A. Juss. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,02 0,08 0,59 1,69
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,00 0,00 0,51 1,61
Vochysia magnifica 1 8,33 0,51 16,67 1,10 0,00 0,00 0,51 1,60
TOTAL 198 1650,0 100,0 ---- 100,0 18,88 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta; FR – freqüência relativa;
DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

58
TABELA A.9.16 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
ARBÓREAS (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)

Myrtaceae 6,52 291,67 17,68 100,00 8,33 2,21 11,72 29,39 37,73
Árvores mortas 2,17 200,00 12,12 100,00 8,33 2,75 14,59 26,71 35,04
Lauraceae 10,87 125,00 7,58 83,33 6,94 2,49 13,23 20,80 27,75
Ni 8,70 200,00 12,12 83,33 6,94 1,29 6,83 18,95 25,89
Rosaceae 2,17 91,67 5,56 100,00 8,33 1,68 8,89 14,45 22,78
Flacourtiaceae 6,52 116,67 7,07 83,33 6,94 1,16 6,12 13,20 20,14
Rubiaceae 4,35 91,67 5,56 66,67 5,56 1,21 6,43 11,99 17,54
Myrsinaceae 2,17 75,00 4,55 66,67 5,56 1,11 5,88 10,43 15,98
Bignoniaceae 2,17 50,00 3,03 50,00 4,17 0,46 2,43 5,46 9,62
Fabaceae 6,52 33,33 2,02 50,00 4,17 0,46 2,45 4,47 8,63
Monimiaceae 2,17 66,67 4,04 33,33 2,78 0,19 1,00 5,04 7,82
Rutaceae 4,35 33,33 2,02 50,00 4,17 0,19 1,03 3,05 7,22
Verbenaceae 2,17 41,67 2,53 16,67 1,39 0,47 2,48 5,01 6,40
Symplocaceae 2,17 25,00 1,52 16,67 1,39 0,53 2,82 4,34 5,72
Anacardiaceae 2,17 33,33 2,02 16,67 1,39 0,26 1,39 3,41 4,80
Sapindaceae 4,35 25,00 1,52 33,33 2,78 0,09 0,50 2,01 4,79
Mimosaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,52 2,76 3,27 4,65
Araucariaceae 2,17 16,67 1,01 33,33 2,78 0,05 0,25 1,26 4,03
Araliaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,39 2,07 2,57 3,96
Euphorbiaceae 2,17 16,67 1,01 16,67 1,39 0,28 1,47 2,48 3,87
Apocynaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,33 1,73 2,23 3,62
Asteraceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,28 1,50 2,01 3,40
Tiliaceae 2,17 16,67 1,01 16,67 1,39 0,10 0,53 1,54 2,93
Aquifoliaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,16 0,84 1,35 2,74
Moraceae 2,17 16,67 1,01 16,67 1,39 0,06 0,31 1,32 2,71
Proteaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,06 0,34 0,85 2,23
Annonaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,06 0,34 0,85 2,23
Clethraceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,02 0,08 0,59 1,98
Meliaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,00 0,00 0,51 1,90
Vochysiaceae 2,17 8,33 0,51 16,67 1,39 0,00 0,00 0,51 1,89
TOTAL 100,0 1650,0 100,0 ---- 100,0 18,86 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 59
TABELA A.9.17 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA – SUB-
BOSQUE (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

Mollinedia clavigera Tul. 9 1058,82 6,34 35,29 5,08 0,08 15,74 22,08 27,17
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 11 1294,12 7,75 47,06 6,78 0,05 9,73 17,48 24,26
Myrcia cf. obtecta (Berg) Kiaerskou 8 941,18 5,63 35,29 5,08 0,05 10,19 15,82 20,91
Casearia sylvestris Sw. 8 941,18 5,63 29,41 4,24 0,03 5,76 11,39 15,63
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 9 1058,82 6,34 35,29 5,08 0,02 3,48 9,81 14,90
Matayba elaeagnoides Radlk. 7 823,53 4,93 41,18 5,93 0,01 2,15 7,08 13,01
Myrcia rostrata DC. forma gracilis 4 470,59 2,82 23,53 3,39 0,02 4,60 7,42 10,80
Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 5 588,24 3,52 23,53 3,39 0,02 3,31 6,83 10,22
Cupania vernalis Camb. 5 588,24 3,52 29,41 4,24 0,01 2,32 5,84 10,08
Myrsine umbellata (Martius) Mez. 4 470,59 2,82 17,65 2,54 0,02 4,60 7,42 9,96
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer 5 588,24 3,52 23,53 3,39 0,01 2,81 6,34 9,73
Myrcia hatschbachii C.D. Legr. 5 588,24 3,52 23,53 3,39 0,01 2,32 5,84 9,23
Sebastiania brasiliensis Spreng. 4 470,59 2,82 11,76 1,69 0,02 4,60 7,42 9,11
NI 4 470,59 2,82 17,65 2,54 0,01 2,65 5,47 8,01
Dalbergia brasiliensis Vogel 4 470,59 2,82 23,53 3,39 0,01 1,16 3,98 7,37
Zanthoxylum rhoifolium Lam. 4 470,59 2,82 23,53 3,39 0,00 0,66 3,48 6,87
Casearia obliqua Spreng. 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,02 3,27 4,68 6,38
Arecastrum romanzofianum Becc. 3 352,94 2,11 17,65 2,54 0,01 1,49 3,60 6,14
Roupala brasiliensis Kl. 3 352,94 2,11 11,76 1,69 0,01 1,49 3,60 5,30
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. 3 352,94 2,11 11,76 1,69 0,01 1,49 3,60 5,30
Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. 3 352,94 2,11 11,76 1,69 0,01 1,49 3,60 5,30
Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. 3 352,94 2,11 17,65 2,54 0,00 0,50 2,61 5,15
Cedrela fissilis Vell. 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,02 3,11 3,81 4,66
Daphnopsis cf. sellowiana 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,01 1,32 2,73 4,43
Mortas 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,01 1,32 2,73 4,43
Esenbeckia febrifuga (St.Hil.) A. Juss. 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,00 0,83 2,24 3,93
Acacia recurva Bentham 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,00 0,83 2,24 3,93
Dalbergia frutescens Britton 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,00 0,83 2,24 3,93
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,00 0,33 1,74 3,43
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (1) 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,00 0,33 1,74 3,43
Ocotea puberula Nees 2 235,29 1,41 11,76 1,69 0,00 0,33 1,74 3,43
Myrsine ferruginea Spreng. 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,66 1,37 2,21
Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,66 1,37 2,21
Anadenanthera colubrina (Bentham) B 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,66 1,37 2,21
Vitex megapotamica (Spreng.) Mold. 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,66 1,37 2,21
Rollinia rugulosa Schlecht 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,66 1,37 2,21
Psychotria leiocarpa Cham. & Schlecht. 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,66 1,37 2,21
Campomanesia xanthocarpa O. Berg 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,17 0,87 1,72
Geonoma schottiana Mart. 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,17 0,87 1,72
Maytenus alaternoides Reiss. 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,17 0,87 1,72
Vochysia magnifica 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,17 0,87 1,72
Casearia lasiophylla Eichl. 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,17 0,87 1,72
Solanum sp. (Tourn.) Linn. (3) 1 117,65 0,70 5,88 0,85 0,00 0,17 0,87 1,72
TOTAL 142 16706,0 100,0 ---- 100,0 0,47 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

60
TABELA A.9.18 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA – SUB-
BOSQUE (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)

Myrtaceae 9,30 2117,65 12,68 64,71 10,48 0,09 17,27 29,95 40,42
Sapindaceae 6,98 2470,59 14,79 64,71 10,48 0,04 7,95 22,73 33,21
Monimiaceae 2,33 1058,82 6,34 35,29 5,71 0,08 15,74 22,08 27,80
Rubiaceae 4,65 1411,76 8,45 52,94 8,57 0,05 10,39 18,84 27,41
Flacourtiaceae 6,98 1294,12 7,75 47,06 7,62 0,05 9,20 16,94 24,56
Lauraceae 4,65 823,53 4,93 35,29 5,71 0,02 3,15 8,07 13,79
Myrsinaceae 4,65 588,24 3,52 23,53 3,81 0,03 5,26 8,78 12,59
Fabaceae 4,65 705,88 4,23 35,29 5,71 0,01 1,99 6,21 11,93
Moraceae 2,33 588,24 3,52 23,53 3,81 0,02 3,31 6,83 10,64
Rutaceae 4,65 705,88 4,23 29,41 4,76 0,01 1,49 5,72 10,48
Euphorbiaceae 2,33 470,59 2,82 11,76 1,90 0,02 4,60 7,42 9,32
Ni 2,33 470,59 2,82 17,65 2,86 0,01 2,65 5,47 8,32
Arecaceae 4,65 470,59 2,82 23,53 3,81 0,01 1,66 4,47 8,28
Meliaceae 4,65 352,94 2,11 11,76 1,90 0,02 3,44 5,55 7,46
Mimosaceae 4,65 352,94 2,11 17,65 2,86 0,01 1,49 3,60 6,46
Apocynaceae 2,33 352,94 2,11 11,76 1,90 0,01 1,49 3,60 5,51
Asteraceae 2,33 352,94 2,11 11,76 1,90 0,01 1,49 3,60 5,51
Proteaceae 2,33 352,94 2,11 11,76 1,90 0,01 1,49 3,60 5,51
Araucariaceae 2,33 352,94 2,11 17,65 2,86 0,00 0,50 2,61 5,47
Solanaceae 4,65 352,94 2,11 17,65 2,86 0,00 0,50 2,61 5,47
Thymelaeaceae 2,33 235,29 1,41 11,76 1,90 0,01 1,32 2,73 4,64
Mortas 2,33 235,29 1,41 11,76 1,90 0,01 1,32 2,73 4,64
Celastraceae 4,65 235,29 1,41 11,76 1,90 0,00 0,83 2,24 4,14
Annonaceae 2,33 117,65 0,70 5,88 0,95 0,00 0,66 1,37 2,32
Verbenaceae 2,33 117,65 0,70 5,88 0,95 0,00 0,66 1,37 2,32
Vochysiaceae 2,33 117,65 0,70 5,88 0,95 0,00 0,17 0,87 1,82
TOTAL 100,0 16706,0 100,0 ---- 100,0 0,52 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 61
TABELA A.9.19 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR ATRÁS DAS FURNAS) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

Piper gaudichaudianum Kunth 4 1142,86 4,82 57,14 4,82 0,0263 9,49 14,31 19,13
Acacia recurva Bentham 4 1142,86 4,82 57,14 4,82 0,0202 7,30 12,12 16,94
Mollinedia clavigera Tul. 4 1142,86 4,82 57,14 4,82 0,0202 7,30 12,12 16,94
Myrcia rostrata DC. 4 1142,86 4,82 57,14 4,82 0,0202 7,30 12,12 16,94
Callea pinnatifida 5 1428,57 6,02 71,43 6,02 0,0101 3,65 9,67 15,70
Psychotria hancorniaefolia Benth. 5 1428,57 6,02 71,43 6,02 0,0101 3,65 9,67 15,70
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 3 857,14 3,61 42,86 3,61 0,0182 6,57 10,18 13,80
Aulonemia intermedia McClure & L. B 4 1142,86 4,82 57,14 4,82 0,0081 2,92 7,74 12,56
Leandra australis Cogn. 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0101 3,65 6,06 8,47
Blechnum lateralis 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Cipó parecido c/ Celtis 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Doryopteris sp 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Ichnanthus pallens Munro, ex Benth. 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Oplismenus hirtellus Roem. & Schult 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Oplismenus setarius Roem. & Schult. 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Pharus glaber H. B. & K. 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Pteridófita estrelinha 2 571,43 2,41 28,57 2,41 0,0040 1,46 3,87 6,28
Miconia cinerascens Miq. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0081 2,92 4,12 5,33
Miconia sp. Ruiz & Pav. (roxa) 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0081 2,92 4,12 5,33
Arbusto c/ 3 folíolos 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0081 2,92 4,12 5,33
Psychotria sp. Linn. 1 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0081 2,92 4,12 5,33
Psychotria sp. Linn. 2 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0081 2,92 4,12 5,33
Solanaceae 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0081 2,92 4,12 5,33
Tibouchina sp. Aubl. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Dryopteris dentata 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Cipó de 4 folíolos 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Cipó ervinha 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Cipó-de-folhas opostas 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Desconhecida 5 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Desconhecida 6 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Desconhecida 7 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Desconhecida 8 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Wittrockia ciatifolia 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Trepadeira pilosa 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Orchidaceae 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Peperomia sp. Ruiz & Pav. (rajada) 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Piper caldense C. DC. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Axonopus compressus Beauv. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Pseudochinolaena polystachia 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Polypodium sp. Burm. F. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Ipomoea purpurea Roth. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Rubus brasiliensis Mart. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Borreria sp. G.F.W. Mey 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Relbunium sp. Benth. & Hook. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Esenbeckia grandiflora Mart. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Serjania gracilis Radlk. 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Serjania sp. Vell 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Anemia phyllitides 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
Urtiguinha 1 285,71 1,20 14,29 1,20 0,0020 0,73 1,93 3,14
TOTAL 83 23714,17 100,0 ---- 100,0 0,2761 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

62
TABELA A.9.20 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR ATRÁS DAS FURNAS) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)

Rubiaceae 12,24 3428,57 14,46 100,00 11,48 0,0485 17,52 31,98 43,45
Poaceae 14,29 4000,00 16,87 100,00 11,48 0,0283 10,22 27,09 38,56
Ni 22,45 3714,29 15,66 85,71 9,84 0,0323 11,68 27,34 37,18
Piperaceae 6,12 1714,29 7,23 71,43 8,20 0,0303 10,95 18,18 26,37
Melastomataceae 8,16 1428,57 6,02 42,86 4,92 0,0283 10,22 16,24 21,16
Mimosaceae 2,04 1142,86 4,82 57,14 6,56 0,0202 7,30 12,12 18,68
Monimiaceae 2,04 1142,86 4,82 57,14 6,56 0,0202 7,30 12,12 18,68
Myrtaceae 2,04 1142,86 4,82 57,14 6,56 0,0202 7,30 12,12 18,68
Asteraceae 2,04 1428,57 6,02 71,43 8,20 0,0101 3,65 9,67 17,87
Blechnaceae 2,04 571,43 2,41 28,57 3,28 0,0040 1,46 3,87 7,15
Pteridophyllaceae 2,04 571,43 2,41 28,57 3,28 0,0040 1,46 3,87 7,15
Sapindaceae 4,08 571,43 2,41 28,57 3,28 0,0040 1,46 3,87 7,15
Solanaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0081 2,92 4,12 5,76
Convolvulaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Bromeliaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Orchidaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Aspidiaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Polypodiaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Rosaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Rutaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Schizaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
Urticaceae 2,04 285,71 1,20 14,29 1,64 0,0020 0,73 1,93 3,57
TOTAL 100,0 23714,26 100,0 ---- 100,0 0,2765 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

TABELA A.9.21 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR) REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0377 10,39 16,64 22,89
Myrcia rostrata DC. 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0377 10,39 16,64 22,89
Psychotria sp. Linn. 3 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0377 10,39 16,64 22,89
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0377 10,39 16,64 22,89
Mollinedia clavigera Tul. 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0236 6,49 12,74 18,99
Psychotria hancorniaefolia Benth. 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0236 6,49 12,74 18,99
Acacia recurva Bentham 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0094 2,60 8,85 15,10
Ichnanthus pallens Munro, ex Benth. 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0094 2,60 8,85 15,10
Oplismenus setarius Ro. & Sch. 2 1333,33 6,25 66,67 6,25 0,0094 2,60 8,85 15,10
Dalbergia frutescens Britton 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0188 5,19 8,32 11,44
Leandra australis Cogn. 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0188 5,19 8,32 11,44
Melastomataceae desc. 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0188 5,19 8,32 11,44
Desconhecida 10 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0188 5,19 8,32 11,44
Olyra ciliatifolia Raddi 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0188 5,19 8,32 11,44
Cipó 3 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Desconhecida 4 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Desconhecida 9 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Trepadeira de 4 folíolos 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Panicum demissum Trin. 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Pharus glaber H. B. & K. 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Psychotria suterella Muell. Arg. 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Esenbeckia grandiflora Mart. 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
Solanum sanctae-katharinae Dun. 1 666,67 3,13 33,33 3,13 0,0047 1,30 4,42 7,55
TOTAL 32 21333,35 100,0 ---- 100,0 0,3625 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 63
TABELA A.9.22 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR) REFERENTES A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
FAMÍLIA %spp FA VC VI
(n/ha) (%) (%) (m2/ha) (%)

Rubiaceae 17,39 4666,67 21,88 100,00 13,64 0,1037 28,57 50,45 64,08
Poaceae 21,74 4666,67 21,88 100,00 13,64 0,0471 12,99 34,86 48,50
NI 21,74 3333,33 15,63 100,00 13,64 0,0377 10,39 26,01 39,65
Melastomataceae 8,70 1333,33 6,25 66,67 9,09 0,0377 10,39 16,64 25,73
Moraceae 4,35 1333,33 6,25 66,67 9,09 0,0377 10,39 16,64 25,73
Myrtaceae 4,35 1333,33 6,25 66,67 9,09 0,0377 10,39 16,64 25,73
Monimiaceae 4,35 1333,33 6,25 66,67 9,09 0,0236 6,49 12,74 21,83
Mimosaceae 4,35 1333,33 6,25 66,67 9,09 0,0094 2,60 8,85 17,94
Fabaceae 4,35 666,67 3,13 33,33 4,55 0,0188 5,19 8,32 12,87
Rutaceae 4,35 666,67 3,13 33,33 4,55 0,0047 1,30 4,42 8,97
Solanaceae 4,35 666,67 3,13 33,33 4,55 0,0047 1,30 4,42 8,97
TOTAL 100,0 21333,3 100,0 ---- 100,0 0,3628 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

TABELA A.9.23 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 13 – CAPÃO DO IAPAR, MORRO ENTRE FURNAS E RIO QUEBRA PERNA)
REFERENTES A ESPÉCIES

DA DR FA FR DoA DoR VC VI
ESPÉCIE N.IND.
(n/ha) (%) (%) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)

Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer 4 2000,00 10,81 100,00 10,81 0,0817 21,36 32,17 42,98
Rudgea jasminioides Muell. Arg. 4 2000,0 10,81 100,00 10,81 0,0565 14,78 25,60 36,41
Mollinedia clavigera Tul. 3 1500,0 8,11 75,00 8,11 0,0424 11,09 19,20 27,30
Psychotria suterella Muell. Arg. 3 1500,0 8,11 75,00 8,11 0,0424 11,09 19,20 27,30
Myrcia rostrata DC. 2 1000,0 5,41 50,00 5,41 0,0534 13,96 19,37 24,77
Psychotria hancorniaefolia Bth. 3 1500,0 8,11 75,00 8,11 0,0212 5,54 13,65 21,76
Solanum pseudo-quina St. Hil. 3 1500,0 8,11 75,00 8,11 0,0106 2,77 10,88 18,99
Acacia recurva Bentham 2 1000,0 5,41 50,00 5,41 0,0071 1,85 7,25 12,66
Panicum demissum Trin. 2 1000,0 5,41 50,00 5,41 0,0071 1,85 7,25 12,66
Myrciaria tenella Berg. 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0141 3,70 6,40 9,10
Desconhecida 12 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0141 3,70 6,40 9,10
Scleria pterota Presl. 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Leandra australis Cogn. 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Asplenium divergens 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Desconhecida 11 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Desconhecida 13 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Olyra ciliatifolia Raddi 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Panicum stoloniferum Poir. 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Callea pinnatifida 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
Psychotria sp. Linn. 1 1 500,0 2,70 25,00 2,70 0,0035 0,92 3,63 6,33
TOTAIS 37 18500,0 100,0 ---- 100,0 0,3821 100,0 200,0 300,0

Legenda: N.ind. - número de indivíduos amostrados; DA - densidade absoluta; DR - densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

64
TABELA A.9.24 - RESULTADOS DE LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PARA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA -
HERBÁCEAS (LOCAL: SÍTIO 13 - CAPÃO DO IAPAR, MORRO ENTRE FURNAS E RIO QUEBRA PERNA) REFERENTES
A FAMÍLIAS

DA DR FR DoA DoR
Família %spp FA 2
VC VI
n/ha % % m /ha %

Rubiaceae 20,00 5500,00 29,73 100,00 14,29 0,1237 32,34 62,07 76,36
Moraceae 5,00 2000,00 10,81 100,00 14,29 0,0817 21,36 32,17 46,45
Myrtaceae 10,00 1500,00 8,11 50,00 7,14 0,0675 17,66 25,77 32,91
Monimiaceae 5,00 1500,00 8,11 75,00 10,71 0,0424 11,09 19,20 29,91
Poaceae 15,00 2000,00 10,81 75,00 10,71 0,0141 3,70 14,51 25,22
Ni 15,00 1500,00 8,11 75,00 10,71 0,0212 5,54 13,65 24,37
Solanaceae 5,00 1500,00 8,11 75,00 10,71 0,0106 2,77 10,88 21,59
Mimosaceae 5,00 1000,00 5,41 50,00 7,14 0,0071 1,85 7,25 14,40
Cyperaceae 5,00 500,00 2,70 25,00 3,57 0,0035 0,92 3,63 7,20
Melastomataceae 5,00 500,00 2,70 25,00 3,57 0,0035 0,92 3,63 7,20
Asteraceae 5,00 500,00 2,70 25,00 3,57 0,0035 0,92 3,63 7,20
Aspleniaceae 5,00 500,00 2,70 25,00 3,57 0,0035 0,92 3,63 7,20
TOTAL 100,0 18500,0 100,0 ---- 100,0 0,3823 100,0 200,0 300,0

Legenda: %spp. – percentagem de espécies por família; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência absoluta;
FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância relativa; VC – valor de cobertura; VI – valor de importância.

ANEXOS 65
66
ANEXO 10 - LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES EXÓTICAS

ANEXOS 67
68
NOME CIENTÍFICO NOME COMUM FAMÍLIA

Acacia decurrens Acácia Mimosaceae


Alnus sp. Betulaceae
Biota orientalis Cupressaceae
Callitris sp. Cupressaceae
Casuarina sp. Casuarina Casuarinaceae
Castanea sativa Castanheira-portuguesa Fagaceae
Chamaecyparys lawsoniana Cupressaceae
Cryptomeria japonica Taxodiaceae
Cunninghamia lanceolata Taxodiaceae
Cupressus lusitanica Cipreste Cupressaceae
Cupressus macrocarpa Cipreste Cupressaceae
Cupressus sempervirens Cipreste Cupressaceae
Cupressus torulosa Cipreste Cupressaceae
Eucalyptus alba Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus botryoides Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus citriodora Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus grandis Eucalipto Myrtaceae

NOME CIENTÍFICO NOME COMUM FAMÍLIA

Eucalyptus kirtoniana Eucalipto Myrtaceae


Eucalyptus longifolia Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus maculata Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus punctata Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus resinifera Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus robusta Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus rostrata Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus saligna Eucalipto Myrtaceae
Eucalyptus tereticornis Eucalipto Myrtaceae
Hovenia dulcis Uva-do-japão Rhamnaceae
Juniperus oxicedrus Cupressaceae
Juniperus virginiana Cupressaceae
Melia azedarach Cinamomo Meliaceae
Olea europaea Azeitona Oleaceae
Pinus banksiana Jack pine Pinaceae
Pinus contorta Lodgepole pine Pinaceae
Pinus densiflora Pinheiro-americano Pinaceae
Pinus echinata Shortleaf pine Pinaceae
Pinus eldarica Mediterranean eastern pine Pinaceae
Pinus elliottii Slash pine Pinaceae
Pinus halepensis Aleppo pine Pinaceae
Pinus jeffreyi Jeffrey pine Pinaceae
Pinus palustris Longleaf pine Pinaceae
Pinus patula Mexican weeping pine Pinaceae
Pinus pinaster Maritime pine Pinaceae
Pinus pinea Mediterranean stone pine Pinaceae
Pinus ponderosa Ponderosa pine Pinaceae
Pinus radiata Monterey pine Pinaceae
Pinus sylvestris Scotch pine Pinaceae
Pinus taeda Loblolly pine Pinaceae
Pinus thunbergii Japanese black pine Pinaceae
Quercus robur Carvalho europeu Fagaceae
Taxodium distichum Taxodiaceae
Thuya orientalis Tuia Cupressaceae
Thuya plicata Tuia Cupressaceae

ANEXOS 69
As espécies brasileiras plantadas experimentalmente são, segundo a

mesma fonte:

NOME CIENTÍFICO NOME COMUM FAMÍLIA

Araucaria angustifolia Pinheiro-do-paraná Araucariaceae


Aspidosperma polyneuron Peroba Apocynaceae
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae
Mimosa scabrella Bracatinga Mimosaceae
Ocotea porosa Imbuia Lauraceae
Parapiptadenia rigida Angico-vermelho Mimosaceae
Podocarpus sp. Pinho-bravo Podocarpaceae
Tabebuia alba Ipê-amarelo Bignoniaceae

70
ANEXO 11

TABELAS DAS ESPÉCIES CONHECIDAS PARA O PARQUE

ESTADUAL DE VILA VELHA POR GRUPO ZOOLÓGICO ESTUDADO

ANEXOS 71
72
QUADRO A.11.1 - MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Porifera co, vi X lot 10


Planariidae co, vi X X X lot 2, 19, 21
Oligochaeta co, vi X X lot 10, 17
Hirudidae co, vi X len 15, 16
Unionidae co, vi X len 10
Hyriidae
Diplodon co, vi X X len 15
Baetidae
Baetis co, vi X X X lot, len 2, 5, 8, 10, 11, 12, 15, 16, 19, 21
Baetodes co, vi X X X lot, len 13, 16, 17
Moribaetis co, vi X X X lot, len 5,16,21
Leptophlebidae
Traverella co, vi X X X lot, len 2, 13, 15, 21
Terpides co, vi X X X lot, len 2, 13, 15, 21
Euthyplociidae
Euthyplocia co, vi X X X lot 10
Libellulidae
Dythemis co, vi X X X lot, len 2, 11, 12,13, 14, 15, 16 17 19, 21
Gomphidae
Phylocycla co, vi X X X lot, len 2, 9, 10, 11, 17,19,21
Phylogomphoides co, vi X X X lot, len 2, 8, 9, 10,17,19,21
Aeshnidae
Aeshna co, vi X X X lot, len 2, 8, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 21
Coenagrionidae
Acanthagrion co, vi X X X lot, len 2, 8, 11, 12, 13, 15, 16 17, 19, 21
Ischnura co, vi X X X lot, len 2, 8, 13, 14, 15, 16 17, 19, 21
Telebasis co, vi X X X lot, len 2, 13, 15, 16 17, 19, 21
Megapodagrionidae
Megapodagrion co, vi lot, len 2, 12, 19, 21
Perlidae
QUADRO A.11.1 - MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Anacroneuria co, vi X X X lot 2, 19


Grypopterigidae co, vi X X X lot 2, 19
Corydalidae
Corydalus co, vi X X lot 10, 21
Sialidae co, vi X X X lot 10, 13, 19, 21
Corixidae co, vi X lot, len 13
Belostomatidae
Belostoma co, vi X X X lot, len 2, 8, 10, 12, 13, 14, 15,16, 17, 19, 21
Gelastocoridae
Nethra co, vi X X lot, len, var 3, 12
Naucoridae
Ambrysus co, vi X X X lot, len, var 2, 3, 6, 9, 12, 17, 19, 21
Limnocoridae
Limnocoris co, vi X X X lot, len, var 1, 2, 8, 10, 11, 12, 15, 17, 19, 21
Notonectidae
Buenoa co, vi X XX lot, len 8, 12, 13, 14, 16, 17, 19, 21
Ranatridae
Ranatra co, vi X len 15
Gerridae
Limnogonus co, vi X lot 6, 14
Veliidae
Rhagovelia X X X lot 2, 10, 13, 17, 21
Dytiscidae co, vi X X X lot, len 2, 3, 6, 9, 12, 14, 19
Gyrinidae
Androgyrus co, vi X X X lot, len 2, 6, 12, 14, 19, 21
Hydrophilidae
Berosus co, vi X X X lot, len 2, 8, 12, 13, 14, 17, 19, 21
Elmidae
Macrelmis co, vi X lot, len 10
Disersus co, vi X lot, len 10
QUADRO A.11.1 - MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
conclusão

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Ptilodactilidae
Anchytarsus co, vi X X X lot, len 2, 6, 14, 17, 19, 21
Dryopidae co, vi X X lot, len 10, 17
Hydropsychidae
Leptonenma co, vi X X X lot 2, 10, 19
Smicridae co, vi X X X lot 2,19
Leptoceridae
Oecetis co, vi X X X lot 2,10, 19
Marilia co, vi X X X lot 2, 19
Pyralidae co, vi X lot 19
Chironomidae co, vi X X X lot, len 1, 2, 3, 8, 10, 12, 14, 16, 17, 19
Culicidae co, vi X X X lot, len 12, 13, 16,17, 19
Simulidae co, vi X X X lot 2, 19
Hydracarina co, vi X X lot, len 3, 16
Aeglidae
Aegla castro co, vi X X X lot 10, 19,21
Palaemonidae
Macrobrachium co, vi X X X lot 10, 19,21
Hyallelidae
Hyallela co, vi X X X lot, len 2, 12, 17,19,

(1) Ambiente: (fla) floresta ombrófila mista aluvial, (flm) floresta ombrófila mista montana, (ess) estepe stricto sensu , (esh) campo higrófilo, (rvr) refúgios vegetacionais rupestres, (var) formação pioneira de influência fluvial
“várzeas”, (rio) rios e córregos, (rep) represas (lag) lagoas Tarumã e Dourada, (fur) furnas, (ant) antrópico, (aer) aéreo.
(2) Forma de registro: (co) coletada durante o trabalho, (re) registrada (registros visuais, auditivos, vestígios, etc.) durante o trabalho ou em outras épocas, (mu) registro obtido em coleções de museus, (li) registro obtido
por literatura, (en) registro feito por entrevista.
(3) Sítio de registro. (1) Platô da fortaleza, (2) Campo seco, (3) Mata da fortaleza, (4) Campo da capela, (5) Represa, (6) Várzea abaixo dos arenitos, (7) Capão dos arenitos, (8) Arenitos, (9) Campo úmido, (10) Floresta
ciliar do rio Quebra Perna, (11)- Agricultura IAPAR, 12- Reflorestamento IAPAR, 13- Floresta do IAPAR, 14- Furnas, 15- Lagoa Dourada, 16- várzea do rio Guabiroba – lagoa Tarumã, 17- Fazenda Cambijú Moss e
Rivadávia (entorno sul), 18- Fazenda Capão Grande (entorno noroeste), 19- Buraco do Padre (entorno norte), 20- Fazenda Barrozinho (entorno norte), 21- Observações oportunísticas, PEVV - registro bibliográfico para
o interior da unidade de conservação sem localização discriminada.
QUADRO A.11.2 - PEIXES REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3
Anostomidae
Leporinus striatus mu Lag 15
Characidae
Astyanax altiparanae lambari relógio co, um X X X Lag, rio, 15, 16
Astyanax scabripinnis lambari co, mu, re X X X Lag, rio 9, 10, 15, 17, 18, 19
Astyanax sp. lambari co, mu X X X Lag, rio, fur 15, 16, 17, 18, 19
Bryconamericus aff. exodon lambari co, mu X Lag, rio 15
Characidium sp. 1 co, mu, re X X X Lag, rio 9, 10, 15, 17, 18, 19
Characidium sp. 2 co, mu, re X X X Lag, rio 9, 10, 15, 17, 18, 19
Oligosarcus aff. menezesi saicanga mu Lag, rio 15
Salminus hilarii tabarana re, mu X X X Lag, rio 15
Prochilodontidae
Prochilodus lineatus corimba re, mu X X X Lag, rio 15
Erythrinidae
Hoplias malabaricus traíra re,mu X X X Lag 15
Calichthydae
Corydoras paleatus cascudinho re,mu Lag 15
Corydoras ehrhardt cascudinho re, mu Lag 15
Pimelodidae
Rhamdia quelen bagre comum mu Rio 15
Rhamdiopsis sp. co, mu X X Rio 9, 10, 15
Pimelodella aff. meelci co, mu X X Rio 15
Pseudopimelodus mangurus bagre sapo mu Rio 15
Thrichomycteridae
Thrichomycterus sp. co, mu X X X Rio 9, 10
Gymnotidae
Gymnotus carapo tuvira mu Rio 15
Cichlidae
Gephagus brasiliensis acará co, mu X X X Lag, rio 15, 16
Ciclassoma fascetum acará vovó co, mu X Lag 15, 16
(1) Ambiente: (fla) floresta ombrófila mista aluvial, (flm) floresta ombrófila mista montana, (ess) estepe stricto sensu , (esh) campo higrófilo, (rvr) refúgios vegetacionais rupestres, (var) formação pioneira de influência fluvial
“várzeas”, (rio) rios e córregos, (rep) represas (lag) lagoas Tarumã e Dourada, (fur) furnas, (ant) antrópico, (aer) aéreo.
(2) Forma de registro: (co) coletada durante o trabalho, (re) registrada (registros visuais, auditivos, vestígios, etc.) durante o trabalho ou em outras épocas, (mu) registro obtido em coleções de museus, (li) registro obtido
por literatura, (en) registro feito por entrevista.
(3) Sítio de registro. (1) Platô da fortaleza, (2) Campo seco, (3) Mata da fortaleza, (4) Campo da capela, (5) Represa, (6) Várzea abaixo dos arenitos, (7) Capão dos arenitos, (8) Arenitos, (9) Campo úmido, (10) Floresta
ciliar do rio Quebra Perna, (11)- Agricultura IAPAR, 12- Reflorestamento IAPAR, 13- Floresta do IAPAR, 14- Furnas, 15- Lagoa Dourada, 16- várzea do rio Guabiroba – lagoa Tarumã, 17- Fazenda Cambijú Moss e
Rivadávia (entorno sul), 18- Fazenda Capão Grande (entorno noroeste), 19- Buraco do Padre (entorno norte), 20- Fazenda Barrozinho (entorno norte), 21- Observações oportunísticas, PEVV - registro bibliográfico para
o interior da unidade de conservação sem localização discriminada.
QUADRO A.11.3 - ANFÍBIOS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3
Bufonidae
Bufo crucifer sapo-galinha mu ant
Bufo ictericus sapo-comum li ant
Hylidae
Aplastodiscus perviridis perereca-verde re X X var, rio 3, 6, 17
Hyla albopunctata perereca-de-pontos- brancos re, mu X X X var, lag 3, 5, 17
Hyla faber perereca-ferreira mu ant, lag
Hyla leptolineata perereca-listrada li esh, var, rio
Hyla microps perereca-malhada li esh
Hyla minuta perereca-pequena re, mu X X esh 11/13, 3, 8
Hyla prasina perere-verde re, mu X lag 17
Hyla sanborni perereca-pequena re, mu X esh, var, lag 17
Hyla semiguttata perereca co X X X rio, fla 2, 6, 17
Hyla semilineata perereca-dormideira mu
Hyla uruguaia perereca-de-cabeça-branca li esh
Gastrotheca microdisca perereca-marsupial li flm
Phyllomedusa tetraploidea perereca-macaco mu lag, ant
Scinax berthae perereca mu esh
Scinax aff.eringiophila perereca-marmorada co, re X X esh, var, ant 3, 8
Scinax gr. catharinae perereca-rizonha li var
Scinax fuscovarius perereca-das-casas mu ant, lag
Scinax perereca perereca-esverdeada li esh, lag, ant
Scinax squalirostris perereca-bicuda co, mu X esh, var 8
Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus rã-assobio li esh, ant
Leptodactylus gracilis rã-listrada mu esh, var
Leptodactylus ocellatus rã-comum re, mu X esh, var, rio, rep, lag, ant 3
Odontophrynus americanus rã-boi re, mu X var, ant 8
Physalaemus cuvieri rã-cachorro co, re, mu X esh, var, ant 1, 6
Physalaemus gracilis rã-chorona li esh, var, ant
Proceratophrys avelinoi rã-boi li var, fla
Proceratophrys boiei rã-de-chifres co fla Faz. Ponteio
Microhylidae
Elachistocleis ovalis rã-guardinha li esh, ant
(1) Ambiente: (fla) floresta ombrófila mista aluvial, (flm) floresta ombrófila mista montana, (ess) estepe stricto sensu , (esh) campo higrófilo, (rvr) refúgios vegetacionais rupestres, (var) formação pioneira de influência fluvial
“várzeas”, (rio) rios e córregos, (rep) represas (lag) lagoas Tarumã e Dourada, (fur) furnas, (ant) antrópico, (aer) aéreo.
(2) Forma de registro: (co) coletada durante o trabalho, (re) registrada (registros visuais, auditivos, vestígios, etc.) durante o trabalho ou em outras épocas, (mu) registro obtido em coleções de museus, (li) registro obtido
por literatura, (en) registro feito por entrevista.
(3) Sítio de registro. (1) Platô da fortaleza, (2) Campo seco, (3) Mata da fortaleza, (4) Campo da capela, (5) Represa, (6) Várzea abaixo dos arenitos, (7) Capão dos arenitos, (8) Arenitos, (9) Campo úmido, (10) Floresta
ciliar do rio Quebra Perna, (11)- Agricultura IAPAR, 12- Reflorestamento IAPAR, 13- Floresta do IAPAR, 14- Furnas, 15- Lagoa Dourada, 16- várzea do rio Guabiroba – lagoa Tarumã, 17- Fazenda Cambijú Moss e
Rivadávia (entorno sul), 18- Fazenda Capão Grande (entorno noroeste), 19- Buraco do Padre (entorno norte), 20- Fazenda Barrozinho (entorno norte), 21- Observações oportunísticas, PEVV - registro bibliográfico para
o interior da unidade de conservação sem localização discriminada.
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3

Papilionidae
Papilioninae
Leptocircini
Mimoides lysithous lysithous
Protesilaus helios
Protesilaus stenodesmus mu flo
Papilionini
Heraclides anchisiades capys
Heraclides astyalus astyalus pequeno caixão
Herac lides hectorides caixão de defunto vi X flo 1,13
Hercalides thoas brasiliensis caixão de defunto vi X flo, cam
Pterourus scamander scamander vi X flo 13,15
Troidini
Battus polydamas polydamas caixão de defunto vi X flo, cam 13
Battus polystictus polystictus mu,vi X flo,cam 4
Parides agavus vi X flo 7
Parides bunichus bunichus vi X flo 4
Parides proneus
Pieridae
Coliadinae
Anteos clorinde
Aphrissa statira statira borboletas de bando vi X flo, cam 4
Colias lesbia pyrrothea vi X X cam 11
Eurema albula albula vi X X X flo, cam 7,11,14,19
Eurema arbela arbela
Eurema deva deva vi X flo 18
Eurema elathea flavescens mu,co X X flo, cam 4, 7,11,12,13,18
Eurema phiale paula mu,co X X X cam 1,3,4,6,7,8,11,12,14,17,18,19
Phoebis argante argante gemma vi X X flo, cam 4,12,13,18
Phoebis neocypris neocypris
Phoebis philea philea vi X X X flo 1,6,9,11,12,13,15,18,19
Phoebis sennae marcellina mu,vi X X X flo 6,12,14,17,19
Pyrisitia leuce leuce vi X flo 11
Pyristia nise tenella mu,co X X X flo 7,11,13,14,15,17,19
Rhabdodryas trite banksi vi X X flo 1,13
Dismorphiinae
Dismorphia astyocha mu,vi X flo 6
Dismorphia melia
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3

Dismorphia thermesia
Enantia clarissa vi X flo 6,13
Pseudopieris nehemia nehemia co X X flo 6,7,13
Pierinae
Anthocharini
Hesperocharis erota
Hesperocharis lactea lactea
Pierini
Ascia monuste orseis borboleta da couve vi X flo 13
Catasticta bithys mu flo
Charonias theano theano
Glutophrissa drusilla drusilla
Leptophobia aripa balidia
Melete lycimnia petronia
Pereute antodyca
Pereute swainsoni
Pieriballia viardi molione
Tatochila autodice autodice
Theochila maenacte maenacte mu,vi X X var 6,17,18
Nymphalidae
Ithomiinae
Dircennini
Dircenna dero celtina mu,vi X X flo 6,13
Episcada carcinia mu,vi X flo 10
Episcada philoclea
Prittwitzia hymenaea hymenaea
Pteronymia carlia mu,vi X X flo 6,8,12,13
Godyridini
Pseudoscada erruca
Mechanitini
Mechanitis lysimnia lysimnia vi X X X flo 6,11,12,13,19
Thyridia psidii celtoides
Methonini
Methona themisto borboleta do manacá mu,vi X X flo 6,7,11,13
Napeogenini
Epityches eupompe mu,vi X X X flo 8,11,13,19
Ithomiini
Ithomia drymo vi X flo 13
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3

TRIBO a ser denominada


Aeria olena mu,vi X X X flo 6,7,8,10,13,18
Placidula euryanassa vi X flo 10
Danainae
Danaini
Anosia berenica plexaure co X cam 6
Danaus gilippus gilippus
Danaus plexippus erippus monarca vi X cam 11
Euploeini
Ituna ilione ilione vi X flo 12
Satyrinae
Elymniini
Manataria hercyna hercyna
Euptychiini
Carminda paeon co X X flo 13,19
Erichthodes narapa mu flo
Euptychia abretia vi X flo 6
Euptychia periphas mu,co X X X cam 1,2,3,4,8,9,11,17,18
Euptychia ocelloides mu,co X X X var 1,3,6,9,17
Euptychia sp. 1 co X cam 17
Euptychia sp. 2 co X X cam 2,6,9
Euptychia sp. 3 mu,co X cam 1
Euptychia sp. 4 co X cam 17
Euptychia sp. 6 mu cam
Euptychia sp. 7
Euptychia sp. 8 mu cam
Euptychia sp. 11 mu cam
Euptychia sp. 14 mu cam
Forsterinaria necys vi X flo 8
Forsterinaria quantius vi X X flo 6,13
Godartiana muscosa mu,vi X flo 8,13
Hermeuptychia hermes mu,vi X X X flo 3,4,7,8,10,11,12,13, 14, 15
Moneuptychia soter mu,co X flo 13
Pareuptychia interjecta co X flo 19
Pareuptychia summandosa vi X flo 7,13
Paryphthimoides ambigua mu flo
Paryphthimoides phronius co X X flo 6,7,8,11,12
Splendeuptychia hygina
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3

Taygetis acuta
Taygetis laches marginata
Taygetis tripunctata
Taygetis ypthima
Yphthimoides angularis
Yphthimoides castrensis co X flo 13
Yphthimoides ochracea mu,co X flo 17,18
Yphthimoides straminea mu
Yphthimoides sp. co X X flo 7,10,11,12,13,15,16
Zischkaia pacarus mu flo
Pronophilini
Eteona tisiphone austríaca
Praepedaliodes phanias
Pseudocercyonis glaucope glaucope
Brassolinae
Brassolini
Blepolenis batea batea
Brassolis astyra
Caligo martia
Catopblepia amphirhoe
Dynastor darius darius
Dynastor napoleon
Eryphanis reevesii
Opsiphanes cassiae crameri
Opsiphanes invirae amplificatus borboleta rape co X flo 6
Morphinae
Cytheritis aega
Cytheritis portis portis
Iphixibia anaxibia azul seda vi X flo 3
Pessonia catenaria azulão branco mu flo
Heliconiinae
Acraeini
Actinote carycina borboleta palha vi X X flo 6,7,11,12,13,14
Actinote catarina borboleta palha
Actinote melanisans borboleta palha vi X X flo 1,13,15
Actinote parapheles borboleta palha
Actinote surima surima borboleta palha mu,vi X cam 4,6,9,12
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3

Actinote sp .n.
Heliconiini
Agraulis vanillae maculosa mu,vi X X X flo 11,13,14,17
Dione juno juno vi X flo 11
Dione moneta moneta
Dryadula phaetusa mu,vi X cam 17
Dryas iulia alcionea vi X X X flo 2,3,4,6,9,11,12,13,14,18,19
Eueides aliphera aliphera abóbora vi X X flo 2,3,6,11,12,13
Eueides isabella dianasa
Euptoieta claudia hortensia mu cam
Euptoieta hegesia meridiana
Heliconius besckei vi X X X flo 4,6,7,8,13,18
Heliconius erato phyllis mu,vi X X X flo 1,6,7,8,11,12,13,15,-18,19
Heliconius ethilla narcaea vi X X X flo 1,3,6,7,11,12,13,15, 18,19
Heliconius ethilla polychrous
Heliconius sara apseudes
Philaethria wernikei vi X flo 1
Nymphalinae
Nymphalini
Hypanartia bella vi X X flo 13,17
Hypanartia lethe
Vanessa braziliensis mu,vi X X X cam 1,913,17,18,19
Vanessa carye
Vanessa myrinna vi X X cam 2,4,6,11,13
Anartia amathea roeselia alemã mu,vi X X X flo 2,4,6,7,9,11,12,13,-15,17
Anartia jatrophae jatrophae
Hypolymnas misippus
Junonia evarete mu,vi X X X cam 2,3,4,6,7,9,10,11,1,3,17,19
Siproeta epaphus trayja vi X X flo 4,11,13
Siproeta stelenes meridionalis
Chlosyne lacinia saundersi
Eresia lansdorfi vi X X flo 6,11,13
Ortilia dicoma
Ortilia ithra
Ortilia orthia
Tegosa claudina co X X X flo 4,6,7,8,11,13,17,18, 19
Tegosa orobia mu cam
Limenitidinae
Coeini
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3

Historis odius dious canoa amarela


Smirna blomfildia blomfildia
Biblidini
Biblis hyperia nectanabis boca de diabo vi X X X flo 1,13,19
Cybdelis phaesila co X flo 11,13
Eunica eburnea mu,vi X X X flo 3,4,6,7,10,11,12,13, 14,18,19
Eunica maja maja
Eunica tatila bellaria mu flo
Ectima thecla thecla co X X flo 8,13,15
Hamadryas amphinome amphinome assenta-pau de barriga mu,co X X flo 7,13
vermelha
Hamadryas epinome assenta-pau, estaladeira co X flo 13,14
Hamadryas februa februa assenta-pau, estaladeira co X X X flo 2,7,8,13,18
Hamadryas fornax fornax assenta-pau, estaladeira, co X flo 13
carijó de bnarriga amarela
Hamadryas iphthime iphthime assenta-pau, esttaladeira mu,co X flo 3
Epiphile huebneri mu,co X flo 13
Epiphile orea orea mu flo
Myscelia orsis ametistina real vi X flo 18
Temenis laothoe meridionalis vi X X X flo 3,6,13
Dynamine agacles agacles mu,vi X X X flo 1,3,6,7,11,13,14,18, 19
Dynamine artemisia artemisia co X X flo 13,18
Dynamine athemon athemaena mu,co X flo 13
Dynamine myrrhina vi X X X flo 13,14,18,19
Dynamine postverta postverta co X X X flo 11,13,14,18
Dynamine tithia tithia co X flo 7
Callidula pyrame pyrame flo
Diaethria candrena candrena oitenta e oito vi X X X flo 6,13,19
Diaethria meridionalis oitenta e oito mu flo
Limenitidini
Adelpha ampla mincia mu flo
Adelpha calliphana
Adelpha falcipennis
Adelpha gavina mu flo
Adelpha hyas radiata
Adelpha mythra mu,vi X X flo 13
Adelpha phylaca goyama
Adelpha serpa vi X flo 11
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3

Adelpha syma vi X X flo 4,6,11,12,13,14


Adelpha zea mu flo
Cyrestidini
Marpesia chiron marius
Marpesia petreus petreus
Charaxinae
Archaeoprepona amphimachus pseudomeander
Archaeoprepona demophon thalpius mu flo
Archaeoprepona demophoon antimache
Fountainea ryphea phidile
Hypna clytemnestra huebneri
Memphis hirta mu,vi X flo 6
Memphis moruus stheno vi X flo 13
Memphis otrere
Prepona proschion
Zaretys itys itylus
Apaturinae
Doxocopa kallina ametistina comum
Doxocopa laurentia laurentia ametistina comum vi X X flo 6,19
Doxocopa linda mileta
Doxocopa zunilda zunilda co X flo 13
Libytheinae
Libytheana carinenta carinenta
Riodinidae
Euselasiinae
Euselasia eucerus co X flo 12
Euselasia hygenius occulta vi X flo 19
Euselasia zara
Riodininae
Mesosemiini
Mesosemia sp. mu flo
Mesosemia friburgensis
Mesosemia moesia
Mesosemia odice mu,vi X X X flo 8,13,19
Mesosemia rhodia mu flo
Tribo a ser denominada
Napaea nepos orpheus
Riodinini
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO(3)
REGISTRO(1) 1 2 3

Brachyglenis drymo
Chorinea lycursus mu,vi X flo 7
Calephelis braziliensis co X cam 17
Chalodeta theodora theodora mu flo, cam
Dachetola azora
Charis cadytis
Lasaia agesilas agesilas vi X flo 7,13
Lepricornis sp. 1
Lepricornis sp. 2
Melanis aegates
Melanis erythras xeniades co X flo 13
Melanis smithiae
Panara soana trabalis co X flo 13
Rhetus periander eleusinus co X flo 13
Riodina lycisca lycisca mu,co X X flo 13,19
Symmachiini
Mesene pyrippe sanguilenta
Pirasca sagaris phrygiana vi X flo 12
Stichelia bocchoris suavis
Stichelia dukinfieldia mu,co X cam 6,7
Symmachia arion arion
Charitini
Anteros lectabilis
Apodemia castanea castanea
Calydia hiria
Emesis diogenia mu flo
Emesis fatima fatima
Emesis lucinda fastidiosa
Emesis ocypore zelotes mu,co X flo 17,19
Emesis russula mu,co X flo 13
Emesis sp. 1
Nymphidiini
Adelotypa bolena
Adeloptypa malca mu,co X flo 7
Adelotypa sp. 1 mu flo
Adelotypa sp. 2 mu flo
Lemoniini
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3

Aricoris monotona mu cam


Aricoris tutana mu cam
Audre sp. 1
Lemonias albofasciata mu cam
Lemonias stalachtioides sontella mu cam
Synargis regulus attilia
Synargis phillone
Lycaenidae
Polyommatinae
Elkalyce cogina
Hemiargus hanno mu,vi X X X flo 1,4,6,9,11,17
Leptotes cassius mu cam
Pseudolucia griqua mu cam
Theclinae
Eumaeini
Allosmaitia strophius mu flo
Arawacus bolima co X flo 19
Arawacus ellida
Arawacus meliboeus vi X X X flo 6,13,19
Arawacus tarania mu,co X cam 9
Arcas ducalis mu flo
Atlides cosa
Aubergina vanessoides mu,co X flo 1,2,3
Brevianta celelata
Calycopis bellera co X flo 19
Calycopis prox. bellera
Calycopis caulonia mu,co X X X flo 6,7,19
Calycopis gentilla co X flo 19
Calycopis sp. co X flo 13
Chlorostrymon telea mu flo
Contrafacia muattina mu flo
Contrafacia sp. 1 mu flo
Cyanophrys bertha
Cyanophrys herodotus
Cyanophrys remus mu flo
Dicya dicaea
Enos thara
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3
Erora biblia
Evenus regalis
Lamprospilus nubilum mu,co X flo 19
Lamprospilus taminella
Laothus phydela mu,vi X flo 6,13
Mithras prox. catrea
Michaelus jebus
Michaelus thordesa mu flo
Ministrymon azia mu flo
Ministrymon fostera
Nesiostrymon endela
Ostrinotes sophocles
Parrhasius orgia
Parrhasius polybetes
Parrhasius selika
Pseudolycaena marsyas
Rekoa malina
Rekoa palegon co X X flo 9,13
Strephonota elika
Strephonota jactator co X flo 3
Strephonota prox. legota mu
Strymon bazochii vi X cam 4
Strymon prox. bazochii
Strymon cestri mu flo
Strymon eurytulus mu cam
Strymon yojoa
"Thecla" thyrea
Thereus cithonius
Theritas deniva co X flo 19
Theritas triquetra
Hesperiidae
Pyrrhopyginae
Oxynetrini
Cyclopyge roscius roscius
Passovini
Granila paseas mu flo
Myscelus amystis epigona
Pyrrhopygini
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3

Pseudocroniades machaon machaon


Pyrrhopyge pelota
Sarbia antias mu cam
Pyrginae
Eudamini
Aguna asander asander
Astraptes alardus alardus
Astraptes anaphus anaphus
Astraptes aulus
Astraptes elorus
Astraptes fulgerator fulgerator vi X flo 7
Astraptes latimargo bifascia
Astraptes naxos mu,co X X flo 7,11
Autochton integrifascia mu flo
Autochton zarex
Celaenorrhinus eligius punctiger mu flo
Chioides catillus catillus mu,vi X X X cam 3,9,17
Epargyreus enispe enispe mu cam
Epargyreus pseudoexadeus
Epargyreus socus socus
Nascus phocus co X flo 13
Phanus australis mu flo
Phocides charon
Phocides pialia pialia
Phocides polybius phanias
Polygonus leo pallida mu flo
Polygonus savigny savigny mu flo
Polythrix octomaculata co X flo 13
Urbanus chalco
Urbanus dorantes dorantes mu,vi X X X flo 4,12,14,18
Urbanus esta
Urbanus evenus mu cam
Urbanus procne co X flo, cam 13
Urbanus proteus proteus mu,vi X X flo, cam 1,2,4,6,9,11
Urbanus simplicius vi X cam 12
Urbanus teleus vi X cam 11,12,13,16
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3
Urbanus virescens flo
Urbanus zagorus vi X X cam 6,17,18
Pyrgini
Achlyodes busirus rioja mu flo
Achlyodes mithridates thraso mu,vi X flo 12,13,14
Anisochoria subpicta
Bolla catharina
Camptopleura auxo mu flo
Carrhenes canescens pallida
Chiomara asychis autander mu cam
Chiomara basigutta mu,vi X cam 1,2
Cogia calchas mu cam
Cycloglypha thrasybulus thrasybulus
Cogia hassan evansi mu cam
Diaeus lacaena lacaena
Ebrietas anacreon anacreon
Gesta austera mu cam
Gesta heteropterus mu cam
Gindanes brebisson brebisson
Gorgythion begga begga mu,vi X X flo 12,17,19
Grais stigmaticus
Helias phalaenoides palpalis vi X flo 13
Heliopetes arsalte mu,vi X cam 2,3,4
Heliopetes laviana libra
Heliopetes leucola
Heliopetes omrina mu,vi X X X cam 2,6,9,17,18,19
Heliopetes randa mu flo
Milanion clito
Mylon maimon
Nisoniades bipuncta
Oechydrus chersis chersis
Polyctor polyctor polyctor
Pyrgus communis orcynoides mu,co X X X cam 13,17
Pyrgus oileus orcus mu,vi X X X cam 3,4,6,11,12,13,17,18,19
Pythonides lancea
Quadrus u-lucida mimus mu flo
Sostrata bifasciata bifasciata mu,vi X X X flo 3,8,13,19
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3
Staphylus ascalon mu,co X flo 8
Staphylus chlorocephala
Staphylus incisus mu flo
Theagenes dichrous mu flo
Timochares trifasciata trifasciata
Trina geometrina geometrina vi X flo 19
Viola minor mu cam
Viola violella mu cam
Xenophanes tryxus
Zera hyacinthinus servius mu flo
Zopyrion evenor evenor mu cam
Heteropterini
Dardarina castra mu cam
Hesperiini
Alera furcata
Anatrytone perfida mu flo
Anthoptus epictetus mu,co X X X flo 6,8,11,12,13,17
Arita mubevensis
Arita polistion mu flo
Arita sipariana mu flo
Artines satyr mu cam
Artines sp. n. mu,co X cam 9
Callimormus interpunctata mu,vi X X flo 7,8,13
Callimormus rivera vi X flo 11,12,13
Calpodes ethlius
Cobalopsis miaba mu,vi X flo 7,8,13
Cobalopsis nero vi X X flo 7,13
Cobalopsis sancoya mu flo
Conga chydaea mu flo, cam
Conga iheringii mu,vi X X cam 1,13
Conga immaculata vi X flo 13
Conga urqua mu,co X cam 1,9
Copaeodes castanea mu,co X X X cam 1,6,9,17
Copaeodes jean favor mu,co X cam 1,4,9,10
Corticea corticea vi X X flo 6,12,13
Corticea immocerinus mu X cam, var 1
Corticea noctis co X flo 12
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3
Corticea oblinita mu flo
Corticea obscura mu flo
Corticea sp. n. co X flo 6
Cumbre belli belli co X flo 1,6
Cymaenes distigma
Cymaenes gisca mu,co X flo 8,12
Cymaenes perloides co X flo 18
Cymaenes tripunctata vi X X flo 11,12
Cymaenes warreni mu,co X rup 8
Decinea decinea decinea mu flo
Decinea lucifer mu,co X flo 3,6,11
Decinea percosius mu,co X flo 6
Dion meda mu flo
Euphyes cherra mu cam
Euphyes leptosema mu flo
Eutychide physcella co X flo 19
Hansa devergens hydra mu flo
Hylephila ancora mu cam
Hylephila phyleus phyleus mu cam
Lento krexoides
Lerema duroca lenta
Lerodea erythrosticta mu rup
Lerodea eufala eufala mu flo, cam
Levina levina vi X flo 8
Lucida lucia lucia mu,vi X flo 11
Lucida ranesus vi X X X flo 6,11,12,13,17,19
Lucida schmithi mu,co X flo 19
Lycas argentea
Lychnuchoides ozias ozias
Lychnuchus celsus vi X flo 19
Miltomiges cinnamomea co X flo 19
Mnasitheus ritans
Mnasitheus sp. co X flo 19
Nastra lurida co X X flo 13,19
Nastra sp. 1 mu cam
Nastra sp. 2
Nastra sp. 3 mu cam
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3
Neoxeniades scipio scipio
Niconiades caeso
Niconiades merenda mu flo
Nyctelius nyctelius nyctelius vi X flo, cam 11,13
Nyctelius paranesis vi X flo 13
Orses itea vi X flo 13
Orthos orthos hyalinus mu,co X flo 13
Panoquina lucas mu,vi X flo 18
Panoquina ocola mu flo
Papias sp. n. co X flo 11
Paracarystus evansi
Parphorus pseudecorus
Penicula roppai
Perichares philetes aurina co X flo 8
Phemiades pohli pohli
Pheraeus argynnis
Pheraeus odilia odilia
Pheraeus perpulcher
Phlebodes sameda mu flo
Polites vibex catilina mu,vi X cam 8,11
Pompeius amblyspila co X cam 17
Pompeius dares mu,co X cam 9
Pompeius pompeius vi X cam 6
Pompeius sp. n 1. mu cam
Pompeius sp. n. 2. mu cam
Psoralis stacara
Pyrrhopygopsis socrates socrates
Quinta cannae
Remella remus co X flo 8
Sabina sabina
Saturnus saturnus servus mu flo
Sodalia coler co X X X flo 7,13,19
Synale elana elana mu cam
Synale hylaspes
Synale metella mu cam
Thargella evansi mu,co X X flo 8,13
QUADRO A.11.4 - BORBOLETAS CONHECIDAS DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, SENDO AS REGISTRADAS PARA O PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) MARCADAS NA COLUNA “FORMA DE REGISTRO”
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO (2) (3)


TAXA NOME COMUM AMBIENTE SÍTIO DE REGISTRO
REGISTRO(1) 1 2 3
Thespieus haywardi
Thespieus homochromus mu rup
Thespieus lutetia mu,vi X flo, cam 11
Thespieus xarina mu,co X cam 16
Thoon circellata co X flo 19
Tigasis fusca mu flo
Tisias lesueur
Vehilius celeus vetus mu,co X X cam 6,9,12,13
Vehilius clavicula mu,vi X X X flo 11,12,17
Vehilius inca mu,co X X cam 6,9,17
Vettius artona co X X X flo 8,11,13,18
Vettius diana diana mu flo
Vettius diversus diversus mu flo
Vettius fuldai mu flo
Vettius marcus marcus vi X flo 13
Vidius fido mu,co X cam 1,10
Vidius mictra mu,co X cam 9
Vidius nappa mu,co X X X cam 3,6,9,11,16,17
Vidius nostra nostra mu cam
Vidius similis mu,vi X cam 3
Vidius vidius mu cam
Vidius sp. n. 1 mu,co X cam 4
Vidius sp. n. 2 mu cam
Vinius letis mu,vi X cam 13
Virga riparia mu var
Xeniades chalestra corna mu cam
Xeniades orchamus orchamus mu flo
Zariaspes mys mu,vi X flo 11,12
Zenis jebus jebus
Zenis minos mu flo
(1) Ambiente: (fla) floresta ombrófila mista aluvial, (flm) floresta ombrófila mista montana, (ess) estepe stricto sensu , (esh) campo higrófilo, (rvr) refúgios vegetacionais rupestres, (var) formação pioneira de influência fluvial
“várzeas”, (rio) rios e córregos, (rep) represas (lag) lagoas Tarumã e Dourada, (fur) furnas, (ant) antrópico, (aer) aéreo.
(2) Forma de registro: (co) coletada durante o trabalho, (re) registrada (registros visuais, auditivos, vestígios, etc.) durante o trabalho ou em outras épocas, (mu) registro obtido em coleções de museus, (li) registro obtido
por literatura, (en) registro feito por entrevista.
(3) Sítio de registro. (1) Platô da fortaleza, (2) Campo seco, (3) Mata da fortaleza, (4) Campo da capela, (5) Represa, (6) Várzea abaixo dos arenitos, (7) Capão dos arenitos, (8) Arenitos, (9) Campo úmido, (10) Floresta
ciliar do rio Quebra Perna, (11)- Agricultura IAPAR, 12- Reflorestamento IAPAR, 13- Floresta do IAPAR, 14- Furnas, 15- Lagoa Dourada, 16- várzea do rio Guabiroba – lagoa Tarumã, 17- Fazenda Cambijú Moss e
Rivadávia (entorno sul), 18- Fazenda Capão Grande (entorno noroeste), 19- Buraco do Padre (entorno norte), 20- Fazenda Barrozinho (entorno norte), 21- Observações oportunísticas, PEVV - registro bibliográfico para
o interior da unidade de conservação sem localização discriminada.
QUADRO A.11.5 - RÉPTEIS OCORRENTES NA REGIÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA E REGIÕES PRÓXIMAS DOS MUNICÍPIOS DE PONTA GROSSA E PALMEIRA, NO ESTADO DO PARANÁ

continua
TAXA NOME COMUM PEVV ABUNDÂNCIA ESTIMADA AMBIENTE PREFERENCIAL

Chelidae
Hydromedusa tectifera cágado-pescoçudo baixa aquático (LO)
Platemys spixii cágado-preto X média aquático (LE)
Tropiduridae
Stenocercus azureus calanguinho baixa campo
Polychrotidae
Anisolepis grilli camaleãozinho X média mata
Anguidae
Ophiodes fragilis cobra-de-vidro X elevada mata
Ophiodes striatus cobra-de-vidro média desconhecido
Teiidae
Teius oculatus teiú baixa campo
Tupinambis merianae teiú X elevada todos
Gymnophthalmidae
Pantodactylus schreibersii lagartinho X média campo
Scincidae
Mabuya dorsivittata lagartixa-dourada X elevada campo
Gekkonidae
Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede X média urbano
Amphisbaenidae
Amphisbaena darwini cobra-de-duas-cabeças baixa desconhecido
Amphisbaena prunicolor cobra-de-duas-cabeças X baixa desconhecido
Amphisbaena mertensii cobra-de-duas-cabeças baixa desconhecido
Cercolophia robertii cobra-de-duas-cabeças baixa desconhecido
Anomalepididae
Liotyphlops beui cobra-cega elevada campo
Boidae
Epicrates cenchria salamanta X média campo
Colubridae
Atractus reticulatus cobra-tijolo X elevada campo
Chironius bicarinatus cobra-cipó X elevada todos
Chironius flavolineatus cobra-cipó X média campo
Clelia rustica muçurana baixa campo
Clelia quimi muçurana baixa campo
Ditaxodon taeniatus papa-pinto X baixa campo
Echinanthera cyanopleura cobrinha-cipó média mata
Erythrolamprus aesculapii falsa-coral baixa todos
QUADRO A.11.5 - RÉPTEIS OCORRENTES NA REGIÃO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA E REGIÕES PRÓXIMAS DOS MUNICÍPIOS DE PONTA GROSSA E PALMEIRA, NO ESTADO DO PARANÁ

conclusão
TAXA NOME COMUM PEVV ABUNDÂNCIA ESTIMADA AMBIENTE PREFERENCIAL
Gomesophis brasiliensis cobra-espada baixa aquático (LE)
Helicops infrataeniatus cobra-d'água elevada aquáticos
Helicops aff. modestus cobra-d'água X média aquáticos
Lygophis flavifrenatus cobra-de-listras X baixa campo
Lygophis meridionalis cobra-de-listras X baixa campo
Liophis almadensis cobra-de-capim X baixa campo
Liophis jaegeri cobrinha-verde média campo
Liophis miliaris cobra-d'água X elevada aquáticos
Liophis poecilogyrus cobra-de-capim X elevada todos
Lystrophis histricus boipevinha baixa campo
Mastigodryas bifossatus cobra-nova X média campo
Oxyrhopus clathratus falsa-coral média mata
Oxyrhopus rhombifer falsa-coral X elevada campo
Phalotris reticulatus cabecinha-preta X média campo
Philodryas aestivus cobra-verde X média campo
Philodryas olfersii cobra-verde X elevada todos
Philodryas patagoniensis papa-pinto X elevada campo
Pseudablabes agassizi papa-pinto baixa campo
Pseudoboa haasi muçurana baixa mata
Ptychophis flavovirgatus cobra-espada baixa aquático (LE)
Sibynomorphus neuwiedi dormideira X baixa mata
Sibynomorphus ventrimaculatus dormideira X média campo
Sordellina punctata cobra-d'água baixa aquático (LE)
Taeniophallus affinis cobrinha-cipó baixa desconhecido
Tantilla cf. melanocephala cabecinha-preta X média campo
Thamnodynastes hypoconia cobra-espada média desconhecido
Thamnodynastes strigatus cobra-espada X elevada todos
Tomodon dorsatus cobra-espada X elevada todos
Xenodon merremii boipeva X elevada campo
Elapidae
Micrurus altirostris coral verdadeira X média mata
Viperidae
Bothrops alternatus urutu X elevada campo
Bothrops itapetiningae quatiarinha baixa campo
Bothrops jararaca jararaca X elevada todos
Bothrops neuwiedi jararaca-pintada baixa campo
Crotalus durissus cascavel X elevada campo
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Tinamidae
Crypturellus obsoletus inhambu-guaçu re, li X X X flm 3, 7, 13
Rhynchotus rufescens perdiz re, li X X X ess 2, 4, 8, 14, 17, 20, 21
Nothura maculosa codorna-comum re, li X X X ess, ant 1, 2, 4, 17, 20, 21
Podicipedidae
Tachybaptus dominicus mergulhão-pequeno re rep, ant 5
Podilymbus podiceps mergulhão re X X rep, lag, ant 5, 16
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus biguá re rep, ant, aer 5
Ardeidae
Ardea cocoi socó-grande re X rep, ant 5
Casmerodius albus garça-branca-grande re, li X X X [var], rep, lag, ant, aer 5, 6, 16, 20
Egretta thula garça-branca-pequena re X X rep, lag, ant 5, 16
Bubulcus ibis garça-vaqueira re ant 21
Butorides striatus socozinho re rep, ant 5
Syrigma sibilatrix maria-faceira re,li X X X [fla], ess, rep, ant, aer 4, 6, 14, 15, 16, 17, 21
Threskiornithidae
Theristicus caudatus + curicaca re, li X X X flm, [ess], rvr, ant, aer 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Platalea ajaja colhereiro re rep, ant 5
Cathartidae
Sarcoramphus papa urubu-rei li [flm], [ess] PEVV
Coragyps atratus + urubu-de-cabeça-preta re,li X X X flm, [ess], rvr, ant, aer 1, 2, 3, 6, 8, 12, 14, 17, 18, 19, 20, 21
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha re,li X X X ess, ant, aer 2, 6, 8, 12, 14, 17, 18, 19, 20, 21
Anatidae
Amazonetta brasiliensis pé-vermelho re, li X X X [var], rep, lag, ant, aer 5, 6, 16, 17
Cairina moschata pato-do-mato re X lag 16
Accipitridae
Elanus leucurus peneira re, li X X X [fla], [flm], ess,aer 2, 4, 9, 11, 18
Buteo albicaudatus gavião-de-rabo-branco re X X X ess,aer 1, 2, 8, 20, 21
Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta re ant, aer 14, 21
1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 11, 12, 13, 14, 15, 17, 18, 19,
Rupornis magnirostris gavião-carijó re,li X X X fla, flm, ant, aer
20, 21
Buteogallus meridionalis gavião-caboclo re X X flm, ess, ant 4, 17, 20
Harpyhaliaetus coronatus águia-cinzenta re esh, ant 9, 21
Falconidae
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Micrastur ruficollis gavião-caburé re flm 13


Milvago chimachima carrapateiro re, li X X X fla, flm, ess, ant, aer 1, 3, 7, 8, 10, 13, 14, 16, 17, 18, 20, 21
Polyborus plancus caracará re, li X X X [fla], flm, [ess], rvr, ant, aer 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 14, 17, 18, 20, 21
Falco femoralis falcão-de-coleira re, li X X X ess,aer 2, 8, 21
Falco sparverius quiriquiri re, li X X ess, rvr, ant, aer 2, 8, 17, 18
Cracidae
Penelope obscura + jacuguaçu re, li X X X flm, rvr, ant 2, 3, 7, 8, 12, 13, 14, 15, 18, 19, 20, 21
Phasianidae
Odontophorus capueira* uru re, X flm 3
Rallidae
Rallus nigricans saracura-sanã re X var 16, 20
Aramides saracura* saracura-do-mato re, li X X fla, flm, var, ant 7, 13, 17, 18, 19, 20
Porzana albicollis sanã-carijó re, li X var 16, 17
Laterallus melanophaius pinto-d’água-comum re X ess, var 6, 9,
Laterallus leucopyrrhus pinto-d'água-avermelhado re X X var 6, 17, 20
Gallinula chloropus frango-d’água-comum re X X X rep, lag, ant 5, 6, 16
Cariamidae
Cariama cristata seriema re X ess 18
Jacanidae
Jacana jacana jaçanã re, li X X X [var], rep, lag, ant 5, 16
Charadriidae
Vanellus chilensis + quero-quero re, li X X X [ess], rep, lag, ant, aer 4, 5, 6, 14, 16, 17, 18, 20, 21
Scolopacidae
Gallinago paraguaiae narceja li X var 17, PEVV
Columbidae
1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18,
Columba picazuro asa-branca re, li X X X fla, flm, [ess], rvr,lag, ant, aer
19, 20, 21
Columba cayennensis pomba-galega re, li fla, [flm], rvr 10, 14
Zenaida auriculata avoante re, li X X X fla, flm, [ess], rvr, var, ant, aer 1, 5, 6, 8, 10, 11, 14, 16, 17, 18, 20, 21
Columbina talpacoti rola re, li X X X [flm], ess, var, ant 5, 6, 8, 14, 16, 17, 20, 21
Scardafella squammata fogo-apagou re X X flm, ant 13, 14, 17, 21
Leptotila verreauxi juriti re, li X X [fla], flm, ess, ant 6, 7, 8, 17, 18, 19, 20, 21
Leptotila rufaxilla gemedeira re, li [fla], flm 7
Leptotila sp. juriti re X X flm, ess, ant 3, 7, 13, 20, 21
Psittacidae
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha re, li X X X [fla], flm, [rvr], ant, aer 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 13, 14, 18, 19, 20, 21
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Pionus maximiliani maitaca-de-maximiliano re, li X X X flm, ant, aer 1, 3, 7, 8, 13, 14, 17, 18, 20, 21
Amazona vinacea* papagaio-de-peito-roxo re flm, ant 13, 14
Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato re, li X X fla, flm, rvr, ant 3, 8, 9, 10, 13, 14, 15, 18, 19, 20
Crotophaga ani anu-preto re X X var, ant 16, 17, 18, 20, 21
Guira guira anu-branco re, li X X flm, ess, var, ant 17, 18, 19, 20, 21
Tapera naevia saci re, li X [fla], [ess] 3, 7, 14, 21
Dromococcyx pavoninus peixe-frito-pavonino li [flm] PEVV
Tytonidae
Tyto alba suindara re X X ess, rvr, ant 8, 11, 21
Strigidae
Otus choliba corujinha-do-mato li [flm], [rvr] PEVV
Otus sp. corujinha re X ess 21
Speotyto cunicularia + buraqueira re, li X X ess, var, ant 4, 6, 17, 21
Strix hylophila* coruja-listrada re X flm 3, 13
Asio stygius [+] mocho-diabo li [ess] PEVV
Asio flammeus mocho-dos-banhados re X ess 2, 21
Nyctibiidae
Nyctibius griseus urutau re flm 3, 13
Caprimulgidae
Lurocalis semitorquatus tuju re, li flm, [ess], [rvr], ant, aer 13, 14
Podager nacunda corucão re X ess, ant 5, 21
Nyctidromus albicollis curiango li [flm], [ess] PEVV
Caprimulgus longirostris + bacurau-da-telha re X X X rvr, ant 1, 8, 17
Eleothreptus anomalus curiango-do-banhado re X X ess, ant 1, 11, 17, 21
Apodidae
Streptoprocne zonaris + andorinhão-de-coleira re, li X X X ess, rvr, var,rio, ant, aer 7, 8, 10, 11, 13, 14, 17, 18, 19, 21
1, 2, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 19,
Streptoprocne biscutata + andorinhão-de-coleira-falha re X X X ess, rvr, var, ant, aer
20, 21
Cypseloides senex + andorinhão-velho-da-cascata re rvr,rio, aer 21
Cypseloides fumigatus andorinhão-preto-da-cascata re rvr, ant, aer 7, 8, 14
Chaetura cinereiventris andorinhão-de-sobre-cinzento re aer 7
Trochilidae
Phaethornis sp. rabo-branco re, X flm 2, 21
Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta re, li X fla, [ess], rvr, ant 2, 10, 17, 18
Stephanoxis lalandi* beija-flor-de-topete re, li X [fla], flm, [ess] 15
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
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TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Chlorostilbon aureoventris besourinho-de-bico-vermelho re, li [fla], [flm], ant 14


Thalurania glaucopis* tesoura-de-fronte-violeta re, li X X [fla], flm, rvr 7, 8, 18
Leucochloris albicollis papo-branco re, li X X [fla], [flm], ant 12, 14, 17
Trogonidae
Trogon surrucura surucuá-de-peito-azul re, li X X [fla], flm 2, 3, 7, 18, 19
Alcedinidae
Ceryle torquata martim-pescador-grande re, li X [var], rep, lag, ant, aer 5, 16
Chloroceryle amazona martim-pescador-verde re, li X X [var], rep, ant, aer 5, 6
Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno re, li X fla, flm, [var], rep, ant 5, 10, 15
Bucconidae
Nystalus chacuru + joão-bobo re X X flm, ant 7, 21
Ramphastidae
Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde re, li X X X flm 1, 2, 3, 7, 13, 18, 19, 20
Picidae
Picumnus temminckii* pica-pau-anão-de-coleira re, li X [fla], flm, [rvr], ant 3, 7, 14
Picumnus nebulosus pica-pau-anão-carijó re, li X X [flm], ess, ant 3, 7, 14, 15, 16, 21
Colaptes campestris + pica-pau-do-campo re, li X X X [fla], ess, rvr, ant, aer 1, 2, 4, 8, 11, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado re, li X [fla], flm, rvr, ant 7, 8, 9, 13, 14
Piculus aurulentus* pica-pau-dourado re, li X X X flm 3, 7, 13, 15, 18
Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca re X X flm, ant 3, 8, 13, 18
Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela re X flm 18
Melanerpes candidus + birro re X X X fla, flm, ess, var, ant 2, 4, 8, 9, 10, 11, 14, 15, 17, 19, 21
Veniliornis spilogaster pica-pauzinho-verde-carijó re, li X X X fla, flm, ant 2, 3, 7, 8, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20
Thamnophilidae
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata re, li X X X [fla], flm 2, 3, 7, 13, 14, 15, 17, 18, 19
Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho re X ess, var 2, 6, 8, 16, 21
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa re, li X X flm 3, 7, 13, 14, 15, 18
cf. Drymophila malura* choquinha-carijó re X flm 3
Conopophagidae
Conopophaga lineata chupa-dente re, li X X [fla], flm 3, 7, 13, 15, 16
Furnariidae
Furnarius rufus + joão-de-barro re, li X X [ess], ant 5, 6, 8, 11, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Leptasthenura setaria* grimpeiro re, li X X X [fla], flm 3, 7, 13, 18, 19, 20
Synallaxis spixi joão-teneném re, li X X [fla], [flm], ess, var 6, 7, 15, 16, 17
Synallaxis ruficapilla* pichororé re, li X X [fla], flm 3, 7, 18
Synallaxis frontalis petrim li [flm] PEVV
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
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TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Synallaxis cinerascens joão-teneném-da-mata re, li X X fla, flm 3, 7, 10, 19


Certhiaxis cinnamomea curutié re X X X var, rep, ant 5, 6, 16, 17
Cranioleuca pallida arredio-pálido li [flm] PEVV
Cranioleuca obsoleta* arredio-meridional re, li X fla, flm 3, 7, 10, 15
Anumbius annumbi + cochicho re, li X X ess, ant 17, 19, 20, 21
Syndactyla rufosuperciliata trepador-quiete re, li X X X [fla], flm 3, 7, 8, 13, 14, 18, 20
Philydor rufus limpa-folha-testa-baia re, li X X X [fla], flm 3, 7, 13, 18
Heliobletus contaminatus* trepadorzinho re, li flm 7
Xenops rutilans bico-virado-carijó re X flm 8
Sclerurus scansor + vira-folhas re, li X X flm 3, 7
Lochmias nematura joão-porca re, li X fla, flm,rio 7, 19, 21
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde re, li X X [fla], flm 2, 3, 7, 9, 13
Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca re X flm 13
Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande re, li X X X fla, flm, [rvr] 3, 7, 9, 13, 16, 19, 20
Lepidocolaptes falcinellus* arapaçu-escamado re, li X X X [fla], flm 3, 4, 7, 8, 13, 15, 18, 19
Lepidocolaptes fuscus arapaçu-rajado re X X flm 3, 7
Campylorhamphus falcularius* arapaçu-de-bico-torto re X X flm 3, 13
Tyrannidae
Camptostoma obsoletum risadinha re, li X X X [fla], flm, ant 2, 3, 7, 8, 13, 14, 15, 17, 18, 19
Myiopagis caniceps maria-da-copa re X flm 18, 19
Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela re X var, ant 4, 6
Elaenia parvirostris guaracava-de-bico-pequeno re ant 7, 8, 14
Elaenia mesoleuca tuque re flm, ant 7, 8, 14
cf. Elaenia obscura tucão re X flm 2
Elaenia sp. guaracava li [fla], [flm] PEVV
Serpophaga nigricans joão-pobre re, li X X [fla], var, rep, lag, ant 5, 16, 20
Serpophaga subcristata alegrinho re, li X X fla, [flm], ess, ant 4, 7, 8, 10, 14, 16, 21
Culicivora caudacuta papa-moscas-do-campo re X X ess 2, 4, 9
Mionectes rufiventris abre-asa-de-cabeça-cinza li [fla], [flm] PEVV
Leptopogon amaurocephalus cabeçudo re X X flm 3, 7, 13, 15, 18
Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato re, li X X X [fla], flm 3, 7, 18
Todirostrum cinereum + relógio re var 6
Todirostrum plumbeiceps ferreirinho-de-cara-canela re, li X fla, [flm] 15
Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta re, li X X X flm 3, 7, 13, 18, 19
Platyrinchus mystaceus patinho re, li X [fla], flm 3, 7, 13
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
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FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Myiophobus fasciatus + filipe re, li X X fla, [flm], ess, esh, var 2, 6, 7, 9, 15, 21
Contopus cinereus papa-moscas-cinzento li [fla], [flm] PEVV
Lathrotriccus euleri + enferrujado re X flm 3, 7, 13
Pyrocephalus rubinus verão li [ess] PEVV
Xolmis cinerea maria-branca re, li X X ess, ant 4, 17, 18, 20, 21
Heteroxolmis dominicana noivinha-de-rabo-preto re, li X X X ess, ant 2, 17, 21
Knipolegus lophotes + maria-preta-de-penacho re, li X X X ess, rvr, ant 1, 2, 8, 14, 17, 20
maria-preta-de-garganta-
Knipolegus nigerrimus re, li X X X flm, ess, rvr, ant 1, 8, 14, 18, 19, 20
vermelha
Arundinicola leucocephala lavadeira-de-cabeça-branca re, li X var, rep, ant 5
Colonia colonus viuvinha re, li X [fla], [flm] 3
Alectrurus tricolor galito re, li X ess, var 20, PEVV
Gubernetes yetapa tesoura-do-brejo re X var 17
Satrapa icterophrys suiriri-pequeno re ant 14, 21
Hirundinea ferruginea gibão-de-couro re, li X X X [fla], ess, rvr 1, 2, 8
Machetornis rixosus bentevi-do-gado re, li X X ess, rep, ant 5, 14, 16, 18, 20, 21
Muscipipra vetula* tesoura-cinzenta re X flm 3
Myiarchus swainsoni irrê re, li [fla], flm, ant 3, 7, 13, 14
Pitangus sulphuratus + bentevi re, li X X X fla, flm, ess, rvr, var, rep, ant 1, 3, 5, 6, 7, 8, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Megarhynchus pitangua neinei re, li X X [fla], flm, ant 1, 3, 8, 13, 14
Myiodynastes maculatus bentevi-rajado re, li flm, ant 3, 7, 13, 14
Legatus leucophaius bentevi-pirata li [fla], [flm] PEVV
Empidonomus varius peitica re, li [fla], [flm], ant 14
Tyrannus savana tesoura re, li [fla], [flm], ess, rvr, ant, aer 7, 8, 13, 14, 21
Tyrannus melancholicus suiriri re, li X fla, flm, [ess], rvr, ant, aer 5, 7, 8, 13, 14, 15, 16, 21
Pachyramphus viridis caneleiro-verde re flm 13
Pachyramphus castaneus caneleiro re X X flm, ant 3, 7, 8, 13, 14, 21
Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto re, li X fla, flm 3, 7, 10, 13
Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-negro re, li flm 7, 13
Tityra cayana anambé-branco-de-rabo-preto li [flm] PEVV
Pipridae
Chiroxiphia caudata* tangará re, li X X X fla, flm 3, 7, 13, 15, 18, 19
Schiffornis virescens flautim re, li X X X [fla], flm 3, 7, 13, 18, 20
Cotingidae
Procnias nudicollis* araponga li [flm] PEVV
Hirundinidae
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FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco re, li X X ess, rvr, [var], rep, ant, aer 1, 8, 14, 17, 21
Phaeoprogne tapera andorinha-do-campo re X ess, ant, aer 18
Progne chalybea andorinha-doméstica-grande re X ess, ant, aer 5, 9, 21
Notiochelidon cyanoleuca + andorinha-pequena-de-casa re, li X X X ess, rvr, var, rep, ant, aer 1, 2, 4, 7, 8, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Alopochelidon fucata andorinha-morena re, li X ess 20, PEVV
Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serrador re, li X [flm], ess,aer 1, 16, 21
Corvidae
Cyanocorax caeruleus* gralha-azul re, li X [fla], flm 18, PEVV
Cyanocorax chrysops + gralha-picaça re, i X X X fla, flm, ess, rvr, ant 2, 3, 7, 8, 10, 13, 14, 17, 18, 19, 20
Troglodytidae
Cistothorus platensis corruíra-do-campo re X X ess 2, 8, 20
Troglodytes aedon corruíra re, li X X X fla, ess, esh, var, ant 2, 4, 6, 8, 9, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Muscicapidae – Turdinae
Turdus subalaris* sabiá-ferreiro re flm 3, 7, 13
Turdus rufiventris sabiá-laranjeira re, li X X X fla, flm, rvr, var, ant 2, 3, 6, 7, 8, 10, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21
Turdus leucomelas sabiá-barranco re X X flm, rvr, ant 7, 8, 13, 14, 15, 19, 20
Turdus amaurochalinus sabiá-poca re, li X X [fla], flm, ant 3, 7, 13, 15, 17, 18, 19
Turdus albicollis sabiá-coleira re, li X X X [fla], flm 7, 13, 18
Mimidae
Mimus saturninus sabiá-do-campo re, li X X X ess, rvr, ant 1, 4, 8, 14, 17, 18, 19, 20, 21
Motacillidae
caminheiro-de-barriga-
Anthus hellmayri + re X X X ess, ant 1, 2, 4, 17, 18, 20, 21
acanelada
Anthus lutescens caminheiro-zumbidor re X ant 17
Anthus nattereri caminheiro-grande re X ant 17
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis pitiguari re, li X X X fla, flm, ant 2, 3, 7, 8, 9, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 21
Vireo chivi juruviara re, li [fla], flm 3, 7
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado re X flm 19
Emberizidae – Parulinae
Parula pitiayumi mariquita re, li X X X fla, flm, rvr, ant 2, 3, 7, 8, 9, 10, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 20
Geothlypis aequinoctialis pia-cobra re X X X ess, esh, var, ant 5, 6, 9, 16, 17
Basileuterus culicivorus pula-pula re, li X X X fla, flm, ant 3, 7, 8, 9, 10, 13, 14, 15, 18, 19
Basileuterus leucoblepharus pula-pula-assobiador re, li X X X fla, flm, ant 2, 3, 7, 8, 10, 12, 13, 14, 15, 18, 19
Emberizidae – Thraupinae
Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto re, li X X X [fla], flm, ant 7, 8, 13, 14, 18, 19
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Tachyphonus coronatus tiê-preto re, li X X [fla], flm, rvr, ant 3, 7, 8, 11, 13, 14
Trichothraupis melanops tiê-de-topete re, li X X fla, flm 3, 7, 8, 10, 13, 15, 18
Thraupis sayaca sanhaço-cinzento re, li X X X fla, flm, ant 3, 6, 7, 13, 14, 15, 21
Stephanophorus diadematus sanhaço-frade re X flm, ant 14, 19
Pipraeidea melanonota viúva re, li X [fla], flm, ant 3, 7, 8, 14
Euphonia chlorotica fi-fi-verdadeiro re X flm, ant 14, 18
Euphonia chalybea* cais-cais re, li X X X flm, ant 7, 14, 18, 20
Euphonia pectoralis ferro-velho re X flm 7
Tangara preciosa saíra-preciosa re, li X X fla, flm, ant 3, 8, 10, 14, 18, 19, 21
cf. Dacnis cayana saí-azul re X ant 21
Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho re flm, ant 3, 7, 14
Tersina viridis saí-andorinha re, li X X [fla], flm, rvr, ant 7, 8, 14
Emberizidae – Emberizinae
Zonotrichia capensis tico-tico re, li X X X flm, ess, rvr, var, ant 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 11, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo-verdadeiro re, li X X ess, var, ant 1, 2, 4, 9, 17, 18, 20, 21
Haplospiza unicolor cigarra-bambu li [flm] PEVV
Donacospiza albifrons tico-tico-do-banhado re X ess, var 2, 21
Poospiza lateralis quete re, li X [fla], flm 7, 19
Sicalis citrina canarinho-rasteiro re X X X flm, ess, rvr, ant 1, 8, 17, 18, 19, 20, 21
Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro re, li X [ess], ant 14, 17, 18, 19, 21
Sicalis luteola tipio re, li X ess 1, 2, 4
Emberizoides herbicola canário-do-campo re, li X X X ess, var 1, 2, 8, 9, 16, 20, 21
Emberizoides ypiranganus canário-do-brejo re X X ess, esh, var 6, 9, 17, 20, 21
Embernagra platensis sabiá-do-banhado re, li X X ess, esh, var, ant 5, 6, 16, 17, 20, 21
Volatinia jacarina tiziu re, li X X ess 16, 21
Sporophila caerulescens coleirinho re, li [fla], ess, ant 14, 21
Sporophila bouvreuil caboclinho li [ess] PEVV
Sporophila hypoxantha caboclinho-de-barriga-vermelha li [ess] PEVV
Sporophila sp. re X var 20
Amaurospiza moesta negrinho-do-mato re X fla 10
Coryphospingus cucullatus tico-tico-rei re, li X [fla], [flm], ant 11
Emberizidae – Cardinalinae
Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro re, li X X [fla], flm 7, 13, 15, 21
Passerina glaucocaerulea azulinho re, li [ess], ant 21
Emberizidae – Icterinae
Cacicus haemorrhous guaxe re X X flm, ant 13, 14, 18, 19
QUADRO A.11.6 - AVES REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
conclusão

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Cacicus chrysopterus soldado re, li X X X flm, ant 13, 14, 15, 18, 19
Leistes superciliaris polícia-inglesa-do-sul re X X ess, var, ant 18, 20, 21
Pseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo re, li X X X ess, esh, var, ant, aer 4, 5, 6, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Gnorimopsar chopi + melro re, li X X X flm, ess, rvr, var, ant, aer 1, 2, 6, 8, 14, 17, 18, 20, 21
Molothrus bonariensis chopim re, li [ess], ant 21
Fringillidae
Carduelis magellanicus pintassilgo re, li X X X flm, ess, rvr, ant 1, 6, 7, 8, 11, 14, 16, 17, 20, 21
Passeridae
Passer domesticus pardal re X ant 17, 21
Estrildidae
Estrilda astrild bico-de-lacre re ant 21

Símbolos: “+”= espécie com reprodução confirmada na região de estudo, “*” = espécie endêmica do bioma Floresta Atlântica e “[ ]” = informação obtida na literatura.
(1) Ambiente: (fla) floresta ombrófila mista aluvial, (flm) floresta ombrófila mista montana, (ess) estepe stricto sensu , (esh) campo higrófilo, (rvr) refúgios vegetacionais rupestres, (var) formação pioneira de influência fluvial
“várzeas”, (rio) rios e córregos, (rep) represas (lag) lagoas Tarumã e Dourada, (fur) furnas, (ant) antrópico, (aer) aéreo.
(2) Forma de registro: (co) coletada durante o trabalho, (re) registrada (registros visuais, auditivos, vestígios, etc.) durante o trabalho ou em outras épocas, (mu) registro obtido em coleções de museus, (li) registro obtido por
literatura, (en) registro feito por entrevista.
(3) Sítio de registro. (1) Platô da fortaleza, (2) Campo seco, (3) Mata da fortaleza, (4) Campo da capela, (5) Represa, (6) Várzea abaixo dos arenitos, (7) Capão dos arenitos, (8) Arenitos, (9) Campo úmido, (10) Floresta ciliar
do rio Quebra Perna, (11)- Agricultura IAPAR, 12- Reflorestamento IAPAR, 13- Floresta do IAPAR, 14- Furnas, 15- Lagoa Dourada, 16- várzea do rio Guabiroba – lagoa Tarumã, 17- Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia
(entorno sul), 18- Fazenda Capão Grande (entorno noroeste), 19- Buraco do Padre (entorno norte), 20- Fazenda Barrozinho (entorno norte), 21- Observações oportunísticas, PEVV - registro bibliográfico para o interior da
unidade de conservação sem localização discriminada.
QUADRO A.11.7 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Marsupialia
Didelphidae
Didelphis sp. gambá re X X rep 5, 15
Didelphis albiventris gambá-orelha-br. mu; li
Didelphis marsupialis gambá-orelha-preta mu; li
Lutreolina crassicaudata cuíca-cauda-grossa mu; li
Marmosa microtarsus cuíca mu
Xenarthra
Dasypodidae
Cabassous sp. tatu-rabo-mole re X X X cam, flo 4, 12
Cabassous tatouay tatu-rabo-mole li
Dasypus novemcinctus tatu-galinha re, mu, li X X X cam, afl, var, flo 1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 17
Dasypus septemcinctus tatu-mulita li
Euphractus sexcinctus tatu-peba mu
Myrmecophagidae
Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira li
Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim mu
Chiroptera
Phyllostomidae morcegos fruteiros
Pygoderma bilabiatum mu, li
Sturnira lilium mu, li
Carollia perspicillata mu
Anoura geoffroyi mu, li
Desmodontidae m. hematófatos
Desmodus rotundus mu, li
Vespertilionidae m. borboletas
Myotis nigricans mu, li
Eptesicus brasiliensis mu
Mycronycteris megalotis mu
Histiotus velatus mu
Molossidae
Tadarida brasiliensis m. cauda livre mu
Primates
Cebidae
Alouatta fusca bugio-ruivo re, mu, li, en X X flo 3, 18
Cebus apella macaco-prego li
QUADRO A.11.7 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Carnívora
Canidae
Chrysocyon brachyurus lobo-guará re, mu, li X X X cam, afl 2, 8, 9, 17, 20, 21
Cerdocyon thous cachorro-do-mato re, mu, li X X X var, flo 6, 7, 10, 21
Pseudalopex gymnocercus graxaim re, mu, li X X X cam, var, afl 2, 6, 8, 18
Pseudalopex vetulus raposa-do-campo li
Spethos venaticus cachorro-vinagre mu
Procyonidae
Procyon cancrivorus mão-pelada re X X X rep, var, flo 5, 15, 17
Nasua nasua quati en, li X rep, var, flo 7, 20
Mustelidae
Galictis cuja furão mu
Eira barbara irara mu, li, en X flo 20
Lontra longicaudis lontra re, mu, li X flo 10
Felidae
Panthera onca onça-pintada en X flo 18, 20
Puma concolor suçuarana re, en, li X X cam, flo 2, 18, 20, 21
Leopardus pardalis jaguatirica li
Leopardus tigrinus gato-do-mato li
Leopardus sp. gato-do- mato re X X X cam, flo 3, 11, 13
Herpailurus yagouaroundi gato-mourisco li
Perissodactyla
Tapiridae
Tapirus terrestris anta li, en X cam, flo 8
Artiodactyla
Tayassuidae
Tayassu tajacu cateto re,en, li X X X flo, afl, cam 7, 8, 9, 11, 13, 20
Suidae
Sus scrofa (exótica) javali re, en X X X flo 12, 15, 16, 20
Cervidae
Mazama gouazoupira veado-catingueiro re, mu, li X X cam, afl, flo, var 1, 3, 11, 12, 16, 18
Mazama nana veado-bororó li, en X 18
Rodentia
Sciuridae
Sciurus ingrami serelepe re, um, li X flo 17, 19
Cricetidae ratos silvestres
QUADRO A.11.7 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO
continua

FORMA DE FASE DE CAMPO


TAXA NOME COMUM (1) AMBIENTE(2) SÍTIO DE REGISTRO
(3)
REGISTRO 1 2 3

Akodon serrensis mu, li


Bolomys lasiurus mu, li
Nectomys squamipes mu, li
Oryzomys flavescens mu, li
Oryzomys ratticeps mu, li
Oligoryzomys eliurus mu, li
Oligoryzomys nigripes mu, li
Oxymycterus roberti mu, li
Muridae
Rattus rattus (exótica) rato-de-casa mu, li
Caviidae
Cavia aperea preá re, mu, li X X rep, var 5, 6
Erethyzontidae
Sphiggurus villosus ouriço-cacheiro mu, li
Hydrochaeridae
Hydrochaeris hydrochaeris capivara re, li X X X rep, var 5, 6, 16
Myocastoridae
Myocastor coypus nutria re X
Agoutidae
Agouti paca paca mu, li
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae cutia en, li, mu X flo 18
Lagomorpha
Leporidae
Sylvilagus brasiliensis tapiti re, li X cam 17
Lepus capensis (exótica) lebre re, li, mu X X X cam 4, 8, 9

(1) Ambiente: (fla) floresta ombrófila mista aluvial, (flm) floresta ombrófila mista montana, (ess) estepe stricto sensu , (esh) campo higrófilo, (rvr) refúgios vegetacionais rupestres, (var) formação pioneira de influência fluvial
“várzeas”, (rio) rios e córregos, (rep) represas (lag) lagoas Tarumã e Dourada, (fur) furnas, (ant) antrópico, (aer) aéreo.
(2) Forma de registro: (co) coletada durante o trabalho, (re) registrada (registros visuais, auditivos, vestígios, etc.) durante o trabalho ou em outras épocas, (mu) registro obtido em coleções de museus, (li) registro obtido por
literatura, (en) registro feito por entrevista.
(3) Sítio de registro. (1) Platô da fortaleza, (2) Campo seco, (3) Mata da fortaleza, (4) Campo da capela, (5) Represa, (6) Várzea abaixo dos arenitos, (7) Capão dos arenitos, (8) Arenitos, (9) Campo úmido, (10) Floresta ciliar
do rio Quebra Perna, (11)- Agricultura IAPAR, 12- Reflorestamento IAPAR, 13- Floresta do IAPAR, 14- Furnas, 15- Lagoa Dourada, 16- várzea do rio Guabiroba – lagoa Tarumã, 17- Fazenda Cambijú Moss e Rivadávia
(entorno sul), 18- Fazenda Capão Grande (entorno noroeste), 19- Buraco do Padre (entorno norte), 20- Fazenda Barrozinho (entorno norte), 21- Observações oportunísticas, PEVV - registro bibliográfico para o interior da
unidade de conservação sem localização discriminada.
ANEXO 12 - AVIFAUNA

ANEXOS 109
110
TABELA A.12.1 - AVES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO REGISTRADAS NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PEVV) E ENTORNO,
MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, LESTE DO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL

ÂMBITO DE AMEAÇA
TÁXON NOME COMUM HÁBITO
Est(1) Nac(2) Int(3)

Harpyhaliaetus coronatus águia-cinzenta campestre X X X


Penelope obscura jacuguaçu florestal X
Laterallus leucopyrrhus pinto-d'água-avermelhado palustre X
Cariama cristata seriema campestre X
Amazona vinacea papagaio-de-peito-roxo florestal X X
Caprimulgus longirostris bacurau-da-telha rupestre X
Eleothreptus anomalus curiango-do-banhado campestre, palustre X
Streptoprocne biscutata andorinhão-de-coleira-falha aéreo X
Culicivora caudacuta papa-moscas-do-campo campestre, palustre X X
Heteroxolmis dominicana noivinha-de-rabo-preto campestre, palustre X
Alectrurus tricolor galito campestre, palustre X X
Anthus nattereri caminheiro-grande campestre X X X
Sporophila bouvreuil caboclinho campestre, palustre X
Amaurospiza moesta negrinho-do-mato florestal X

FONTES: (1) PARANÁ/SEMA (1995)


(2) Portaria n.o 1.522 de 19 de dezembro de 1989 do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
(3) BIRDLIFE INTERNATIONAL (2000)

ANEXOS 111
112
ANEXO 13 - ZONEAMENTO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

ANEXOS 113
114
595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA


PLANO DE MANEJO
MAPA DE ZONEAMENTO ZR12
7211000

7211000
ZR3

ZUC3 ZR9
ZE1 ZP2 ZHC
7210000

7210000
ZR10
Furnas ZUE2
ZR22
ZR11
ZR6
ZUI1 ZR4 Fortaleza
ZUE8 ZR14

ZR16
ZR5

7209000
7209000

ZR15 ZR7

ZUE7 ZR20 ZP3


ZR17
ZP6 ZUE6 ZUC2
ZUC1 ZR21 ZR19 ZR2
ZUE3 Lagoa

7208000
7208000

Dourada ZP5
ZP4
ZR1
ZR13
ZUE11 ZUT
ZP1 ZUI2
ZR18

ZUE12 ZUI6

7207000
7207000

ZUI3
ZUE9

ZR8 ZUE5
Arenitos ZUI5
ZP7

N
7206000

7206000
1:30000

500 0 500 1000 1500


Metros

595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

CONVENÇÕES ZONEAMENTO DADOS TÉCNICOS


VIAS Zona Primitiva - ZP
PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA
Rodovia Federal Hidrografia Zona de Recuperação - ZR
Sistema de Projeção UTM PLANO DE MANEJO
Edificações Zona de Uso Conflitante - ZUC
Ferrovia MAPA DE ZONEAMENTO
Zona de Uso Especial - ZUE Datum Vertical: Imbituba (SC)
Estradas Pavimentadas
Zona de Uso Extensivo - ZUE Datum horizontal: SAD-69
Estradas s/ Pavimentação Zona de Uso Intensivo - ZUI
Origem da Quilometragem UTM "Equador e Meridiano 51º W Gr"
Trilhas Zona de Uso Temporário - ZUT
Aceiros acrescidas as constantes 10.000 e 500 km respectivamente.
Zona Histórico-Cultural - ZHC
ANEXO 14 - PESQUISAS JÁ REALIZADAS NO PEVV

ANEXOS 117
118
PESQUISAS NO PEVV INSTITUIÇÃO/ÓRGÃO FINANCIADOR ANO
- Avaliação da importância da fragmentação, disponibilidade de alimento e UFPR 2003
predação na reprodução de Thamnophilus caerulescens no PEVV; Fernando Oscar Miñarro
- Ecologia da curicaca e a influencia da agricultura convencional sobre a Alexandre Lorenzetto 2003
fauna dos campos gerais no PEVV;
- Estudo florístico e fitossociológico da borda de um capão de Floresta UFPR / CNPq 2000 / 2003
Ombrófila Mista no PEVV; Fernando Matsuno Ramos
- Bromeliáceas dos campos gerais do estado do Paraná; UEPG 1999
Rosângela Capuano Tardivo
- Ecologia do curiango-do-banhado Eleothreptus anomalus no PEVV; CEO São Paulo / Fundação O Boticário 2001 / 2002
Dante Corrêa Buzzeti
- Sistemática morfologia e biologia de insetos da Ordem Himenóptera no Gabriel A R de Melo 2001
PEVV;
- Levantamento de fauna de abelhas dos campos do Parque UFPR 2003 / 2005
Gabriel Augusto Rodriguez de Melo
- Biodiversidade, citogenética e preservação dos peixes da bacia do Alto UEPG 1999
Tibagi: Sistemas de Furnas e Lagoa Dourada no PEVV; Prof: Roberto Ferreira Artoni
- Efeito do tamanho do habitat na taxa de predação em ninhos artificiais UFPR 12 meses
de aves no PEVV; Maximiliano Niedfeld Rodriguez
- Projeto Lobo – Guará Almir Pontes Filho 2001 a 2002
- Dinâmica populacional e historia natural de quatro colônias de UFPR 1999
Streptoprocne biscutata do leste do estado do Paraná; Mauro Pichorim
- Estudos de biologia do Lobo guará (Chrysocyon brachyurus) nos Méd. Vet. Rogério Ribas Lange
Campos Gerais e a coleta de vestígios de quaisquer animais carnívoros
dentro do PEVV
- Estudo da variabilidade genética dos grupos de Cyanocorax chrysops UEPG / UTP 2004 / 2005
(gralha picaça) residentes no Parque Kassiano Francisco Wisniewski de Almeida
- Pteridófitas do PEVV UFPR 2003 / 2004
Paulo Henrique Labiak
- Reconstituição da cobertura vegetal EMBRAPA / Concessionárias de Estradas Caminhos do Paraná 2003 / 2004
Leticia Penno de Sousa
- Deslocamento de aves entre fragmentos naturais no parque – uma Sociedade Fritz Muller de Ciências Naturais 2003 / 2004
proposta para a conservação de ambientes fragmentados Josiane Sabóia Gruber
ANEXO 15 - MAPA DE SOLOS

ANEXOS 121
122
595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA


PLANO DE MANEJO
MAPA DE SOLOS

7211000
7211000

7210000
7210000

Furnas
7209000

7209000
Lagoa

7208000
7208000

Dourada
7207000

7207000
Arenitos

7206000
7206000

1:30000

500 0 500 1000 1500


Metros

595000 596000 597000 598000 599000 600000 601000 602000 603000 604000

CONVENÇÕES SOLOS
Hidrografia AFLORAMENTO DE ROCHA
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA
ASSOCIAÇÃO - NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
Rodovia Federal LATOSSOLOS VERMELHOS
ASSOCIAÇÃO - NEOSSOLOS FLÚVICOS
ORGANOSSOLOS DADOS TÉCNICOS PLANO DE MANEJO
Ferrovia ASSOCIAÇÕES - NEOSSOLOS LITÓLICOS MAPA DE SOLOS
TIPOS DE TERRENOS Sistema de Projeção UTM
ASSOCIAÇÕES - CAMBISSOLOS HÁPLICOS
Estradas Pavimentadas ASSOCIAÇÕES - CAMBISSOLOS HÚMICOS Datum Vertical: Imbituba (SC)
Estradas s/ Pavimentação ASSOCIAÇÕES - GLEISSOLOS
Datum horizontal: SAD-69
GLEISSOLOS
Trilhas CAMBISSOLOS HÁPLICOS Origem da Quilometragem UTM "Equador e Meridiano 51º W Gr"
Aceiros CAMBISSOLOS HÚMICOS
acrescidas as constantes 10.000 e 500 km respectivamente.

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