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Notas de Aula

Engenharia e
Tecnologia da
Madeira
- 2ª versão (08/2013) -

Cláudio H. S. Del Menezzi


Prof. Adjunto – Engº. Florestal
Nota ao Leitor
O presente material tem como objetivo principal compilar as
notas de aula elaboradas e apresentadas nas disciplinas
ministradas pelo professor, visando facilitar a consulta e o
acompanhamento pelos alunos.
Não se pretende esgotar a temática e, portanto, a presença nas
aulas e a consulta à bibliografia são imprescindíveis para o
aprofundamento e o entendimento dos assuntos tratados, ou seja,
o conteúdo é propositadamente incompleto.
Críticas e sugestões são muito bem vindas e podem ser enviadas
para o endereço eletrônico: cmenezzi@unb.br

Conteúdo Pg.
1. Madeira: Material de Engenharia................................ 1-14
2. Propriedades Físicas da Madeira............................... 15-27
3. Princípios de Resistência dos Materiais..................... 28-40
4. Propriedades Térmicas da Madeira............................ 41-48
5. Propriedades Elétricas da Madeira............................. 49-55
6. Propriedades Elásticas da Madeira............................ 56-68
7. Propriedades de Resistência da Madeira................... 69-76
8. Microestrutura e Resistência da Madeira................... 77-89
9. Fatores Influentes nas Propriedades Mecânicas........ 90-98
10. Determinação de Propriedades da Madeira............... 99-108
11. Processos Construtivos com Madeira........................ 109-118
12. Madeira Laminada Colada (MLC).............................. 119-139
13. Avaliação Não Destrutiva da Madeira....................... 140-160
14. Controle de Qualidade na Construção com Madeira.. 161-168
Madeira: Material de
Engenharia

Causas da discriminação da madeira


como material para Engenharia
 uso de forma empírica e tradicional;
 insuficiência das informações tecnológicas;
 falta de preocupação com novas técnicas
produtivas;
 relacionam o uso da madeira a devastação das
florestas;
 problemas culturais;
 currículo escolar insuficiente;
 falta de normas técnicas;
 falta de mão de obra especializada;

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


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Problemas ???
 Degradação biológica;
 Ação de fogo;
 Defeitos:
 Naturais
 Secagem / Teor de umidade
 Processamento;
 Material higroscópico: capacidade da madeira
em atrair as moléculas de água.
 Material ortotrópico: propriedades não variam
numa mesma direção, mas de uma direção para
outra

Defeitos naturais

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


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DESAFIOS DA ENGENHARIA
Muitos desses aspectos são facilmente superados
• uso de tecnologia
• uso de preservativos de madeira;
• programas de secagens adequados;
• retardante de fogo;
• utilização de equipamentos adequados no
processamento;

Características Comuns
– fonte renovável;
– preço relativamente baixo;
– facilidade de desdobro;
– excelente relação resistência/peso;
– excelente desempenho em altas temperaturas ;
– peças de madeira podem ser fácil e seguramente
unidas com pregos, adesivos e parafusos;
– facilidade de ligações e emendas;
– trabalhável com ferramentas simples;
– grande variedade de padrões (acabamentos);
– fácil absorção de tintas, vernizes, stains e outros
produtos;
– absorve choques e vibrações;
– bom isolante térmico e boa absorção acústica.

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Bodig & Jayne (1993)

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"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"
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"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"
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Cunha (2004) Lopes e Ino (2004)

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Propriedades Físicas
da Madeira

Característica do Material
• Isotropia x Anisotropia
ORTOTROPIA = distinção nos 3 eixos
estruturais

Lg
Rd

Tg

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Principais Propriedades
• Resistência
– relativa à resistência oferecida pela madeira frente às ações
mecânicas
• Rigidez
– relativa à resistência oferecidas pela madeira à deformação e à
distorção em resposta às ações mecânicas
• Umidade
– relativa à massa de água presente na madeira
• Densidade
– relativa à massa de madeira presente em determinado volume
de madeira

Resistência e Rigidez  Propriedades Mecânicas


Densidade e Umidade  Propriedades Físicas

Definições
• Densidade ()
– relação entre a massa e o volume de um
corpo (g/cm3; kg/m3)
– madeira: TU é relevante
– tipos: bas, ap (NBR7190/97), sat, seca
• Specific gravity
– relação entre a densidade seca da madeira e
densidade da água a 4ºC
– adimensional

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Relevância
• Propriedades da madeira
• Processamento primário e secundário
• Estruturas de madeira
• Produção industrial
• Transporte
• Viabilidade técnica

POROSIDADE

  
v   1  0   100
  mad 

mad = 1,45 – 1,54


v = 95% - 10%

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Madeira Juvenil
Mad. Madeira Adulta • formada nos 1os anos
Juv.
• ocorrente em folhosas
Ângulo microfibrila

Grã espiralada
e coníferas
Contração LG
TU natural
Espessura parede celular

Contração transversal
Comprimento fibra
Massa específica

Mad. Madeira Adulta


Resistência

Juv.
USDA (1999)

Variação Radial da Densidade (Bodig & Jayne, 1993)


1. Aumento da medula – casca
2. Alta medula – diminue – aumenta até casca
3. Aumenta até certo ponto – constante
4. Redução da medula - casca

1 Coníferas, Folhosas
3

4 Folhosas

Medula Casca

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Variação Longitudinal da Densidade (Bodig & Jayne,
1993)
1. Redução base  topo
2. Redução até certo ponto  aumento topo
3. Aumento topo  base

3 Folhosas

1 Coníferas

Base Topo

• Combinação das variações radial e longitudinal da


densidade da madeira

Variação longitudinal
e radial da massa
específica de yellow
poplar
Altura (ft)

Haygreen e Bowyer (1996)

Anéis de Crescimento

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Módulo de Ruptura (psi)
Densidade (g/cm3)

Variação longitudinal da densidade e do MOR


para douglas-fir (conífera) (Panshin & De Zeeuw, 1970)

Conceitos Básicos
• Higroscopicidade
– capacidade da madeira em atrair as moléculas
de água
• Natureza da água na madeira
– água capilar ou livre
• relativo às forças de tensão superficial
– água higroscópica ou aderida
• fenômeno químico
• Ponto de saturação das fibras (PSF)
– ponto onde toda a água capilar foi removida,
restando apenas a água higroscópica

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Conceitos Básicos
• Teor de umidade de equilíbrio (TUE)
– teor de umidade da madeira em função da
condições ambientais (TºC; UR%)
– outros fatores: história de exposição, extrativos,
efeito Barkas

onde:
M = TUE (%)
h = UR (%/100)
T = temperatura (ºC)

TUE - Brasil
Martins et al. (2001)

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Localização da água na madeira

Haygreen e Bowyer (1996)

Adsorção da água na madeira

Adsorção
polimolecular
e
monomolecular
Haygreen e Bowyer (1996)

Sítios de
adsorção (OH-)

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Localização dos sítios

- Moléculas H2O

OH

+ +

H2O Região Amorfa Região Cristalina

Haygreen e Bowyer (1996)

 3U %  12  
f 12  fU % 1  
 100 
TU x Propriedades Mecânicas  2U %  12  
E12  EU % 1  
 100 
ABNT (1997)

Tração //
Propriedade (MPa)

Flexão

Comp //

Comp

Tração
USDA (1999)

Teor de Umidade (%)

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Fenômeno da Histerese

TUE AD
H  0,85
TUE DES

USDA (1999)

Histerese x Movimentação dimensional

 30  TU 
   total   
 30 

TUE+

Inchamento recuperável
TUEf
Del Menezzi (2004)

TUEi

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Efeito do
teor de
umidade
sobre a
densidade
da madeira
 1  TU 
TU   0   
 1  0,84   0  TU 

Tsoumis (1998)

Determinação do TU
• Secagem em estufa a 103ºC ± 2ºC
– disposição da amostra em estufa com
ventilação forçada até peso constante (Ps)
– mais preciso x mais lento

BASE SECA BASE ÚMIDA

 P  Ps   P  Ps 
TU   u   100 TU   u   100
 Ps   Pu 
Pu = 1000g
Ps = 300g TU  233% TU  70%

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Movimentação Dimensional

 Li  L f 
 R     100
 Li 
ABNT (1997)

Galvão e Jankowski (1988)

 Li  L f 
 I     100
 Li 
ABNT (1997)

Lg
Tg
Estrutura da
parede celular
Rd
S1 → 50º - 70º
S2 → 10º - 30º
S3 → 60º - 90º

Haygreen e Bowyer (1996)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 26
Movimentação dimensional -
Painéis reconstituídos
IEH
IET
IETC
EF
EI

(A) Antes exposição (B) Após exposição (C) Após secagem

IET  IE H  IETC

Recuperável
TEST. T1 T2 T3

Del Menezzi (2004)


Não-recuperável

T4 T5 T6

Molhabilidade
Medição do ângulo de contato
formado pela gota de um
líquido e superfície da madeira

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 27
Princípios de
Resistência dos
Materiais

Ações são causas que provocam esforços ou


deformações nas estruturas (permanentes,
variáveis, excepcionais)

Solicitações são esforços internos que


tendem a resistir às ações externas que
tendem a deformar a peça

Momento Fletor
Normais

Momento Torsor
Tangencial

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 28
1 Permanentes
• São aquelas aç
ações que apresentam pequena variaç
variação
durante toda a vida de estrutura
peso pró
próprio
sobrecargas fixas

2 Variáveis
• São aç
ações que apresentam variaç
variação significativa
durante toda a vida de estrutura

cargas dinâmicas
ventos

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3 Excepcionais
• São aquelas aç
ações que apresentam baixa frequência
de ocorrência, e de duraç
duração extremamente curta

desastres naturais

Carregamento
• Conjunto de ações que tem probabilidade não
desprezível de ocorrer simultaneamente

Permanente
Longa duração
DURAÇÃO Média duração
Curta duração
Instantânea

Normal
TIPOS Especial
Excepcional
Construção

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 30
C D
PLANOS DE RESISTÊNCIA
.

.
A B Compressão e Tração
O plano de resistência formado pelo
quadrado ABCD faz um ângulo
de 90º com a carga aplicada
NORMAIS

Cisalhamento
O plano de resistência formado pelo
quadrado ABCD faz um ângulo
de 0º com a carga aplicada
C D
TANGENCIAL

A B

MOMENTO FLETOR
Momento
Resistência
fc,0
f
ft,0 v,0
Momento
Fletor

y Rc

y
x x LN
h
y
y
Rt

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 31
Esforços e Tensões Atuantes - Vigas
P

R R
“A força cisalhante (V) ao
Vmáx.
longo do eixo da peça
equivale à diferença entre
a reação (R) e a carga
atuante (P) no ponto
considerado”
VM S
 at  (MPa )
bI

Mf

R
“O momento fletor (Mf)
ao longo do eixo da peça
Mfmáx. equivale à diferença entre
o momento da reação
Mf (MR) e o momento da
 fat  y (MPa ) carga atuante (MP) no
I ponto considerado”

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 32
Propriedades Geométricas

• Centro de Gravidade (CG)


• Momento de Inércia (I)
• Raio de Giração (i)
• Esbeltez ()

Excentricidade - Colunas

M  N e
Moliterno (1981)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 33
Estabilidade Lateral - Vigas

Pfeil e Pfeil (2003)

Equilíbrio

X  0
y
F1

F3 4
Y  0
A
1
x x
2
F2

F3
3 M  0
y

“O ponto A estará em equilíbrio no plano se a


resultante de todas as forças agindo sobre ele
for igual a zero”

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 34
O ponto A da figura abaixo
está em equilíbrio?

Tipos de Carga
P (kgf)
Concentrada

Distribuída
q (kgf/m)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 35
Apoio Móvel
• impede movimento y
• permite movimento x
• permite rotação

Apoio Fixo
TIPOS • impede movimento y
DE • impede movimento x
APOIO • permite rotação

Apoio Engastado
• impede movimento y
• impede movimento x
• impede rotação

HIPOESTÁ
HIPOESTÁTICA
• n.º
n.º incó
incógnitas < eq.
eq. equilí
equilíbrio
• RA e RB

ISOESTÁ
ISOESTÁTICA
• n.º
n.º incó
incógnitas = eq.
eq. equilí
equilíbrio
• HA, RA e RB

HIPERESTÁ
HIPERESTÁTICA
• n.º
n.º incó
incógnitas > eq.
eq. equilí
equilíbrio
• MA, HA, RA e RB

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 36
Equilíbrio b  2n  3
2

1 3 2
4 5
1 4 3
6
n=4
b = 5 (6)
4
4 8
2 6
7
1 5 9 13
1 3 11 8
2 3 6 5 10 7 12

n=8
b = 13 (13)

Equilíbrio

2 2 3
n=4
b = 5 (4)
1 5
3

1 4
4

1º caso: barra redundante


2º caso: isoestática/indeformável
3º caso: hipoestática/deformável

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 37
Reta
Simples
Oblíqua
Tipos
de
Solicitações Flexotração
Composta
Flexocompressão

1. Reta q 2. Oblíqua
q
y qy
qx

x x y  x q x  qSen
q y  qCos
x
y
y
3. Flexocompressão

q 4. Flexotração
q

ER   C   M

ER   T   M

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 38
Identificando as solicitações...

Identificando as solicitações...

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 39
Identificando as solicitações...

Identificando as solicitações...

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 40
Propriedades
Térmicas da Madeira

Propriedades Térmicas
• Expansão ()
• Condutibilidade ()
• Calor específico (c)
• Difusibilidade ()
• Poder calorífico (H)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 41
Expansão Térmica ()
• variação dimensional em função da variação da
temperatura da madeira (cm/cm/ºC)
• importância relativa  variação em função do TU
• anisotropia
 Lg (3,7 a 9,5x10-6) < Rd (6,3 a 22x10-6) < Tg (29 a 72,7x10-6)
 vidro (9x10-6); aço (11x10-6); alumínio (24x10-6);
• relação linear  f (densidade?, temperatura)

l 2  l1 d
d
l1 
t

Efeito da densidade

Kollmann e Cotê (1968)

Kollmann e Cotê (1968)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 42
Condutibilidade Térmica ()
• quantidade de energia que atravessa um corpo em
determinado tempo, por área, quando existe um t entre
as superfícies
• importância  isolamento térmico
• anisotropia
 Lg: 0,191-0,289 kcal/m.h.ºC
 Rd: 0,104-0,151 kcal/m.h.ºC
 Tg: 0,09-0,14 kcal/m.h.ºC
 Subst. mad: 5,62 kcal/m.h.ºC (//) e 0,362 kcal/m.h.ºC ()

onde:
Qe Q = calorias (cal)

t  A  t 2  t1 
e = espessura (cm)
t = tempo (s)
a = área (cm2)
t2, t1 = temperatura das superfícies (ºC)

  A  0  B
onde:
A = 1,39
B = 0,165
0 = densidade seca

  (1,39  0,028  TU 1 )   0  0,165 onde:


TU1 < 40%
TU2 > 40%
  (1,39  0,038  TU 2 )   0  0,165
Kollmann e Cotê (1968)

  0,177   12  0,0205 onde:


 = densidade 12% (0,2-0,8)
Tsoumis (1991)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 43
Efeito da densidade e do TU

Kollmann e Cotê (1968)

Tratamento térmico - OSB


Temperatura
(ºC)
250

200

150 2ª Fase

100 3ª Fase 190ºC


220ºC

50 1ª Fase
Del Menezzi (2004)

Tempo (s)
0
0 200 400 600 800 1000 1200

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 44
Gradiente temperatura (t)
 T/  t (ºC/s)
2,0
190ºC

1,6 220ºC

1,2

0,8

0,4

0,0 Tempo (s)


0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200

H/tA (cal/s.cm2 )
0,25
y = -0 ,000041x 2 + 0,020865x - 2,478602
R2 = 0,959
190ºC
220ºC
Relação entre
0,20
fluxo de calor e
0,15
gradiente de
0,10
temperatura
0,05 y = -0,000022x 2 + 0,009852x - 0,949560
R2 = 0,899

0,00  = 4,4 a 8,2x10-5 cal/cm.s.ºC


320 300 280 260 240 220 200 180 160 140
(1ª Fase)
0,04
190ºC
0,04
y = - 0,000003x 2 + 0,000591x - 0,00 2107
R2 = 0,927
220ºC  = 6 x 10-6 cal/cm.s.ºC
(2ª Fase)
0,03

0,03

0,02

0,02

0,01
y = -0 ,000003x 2 + 0,000519x - 0,004173
R2 = 0,935
0,01

 t/l (ºC/cm)
0,00
200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 45
Calor específico (c)
• quantidade de energia necessária para elevar em 1ºC, um
corpo de 1g
• não há efeito da densidade
• baixa variação
 c0 = 0,266 + 0,00116t  0-106º
106ºC  0,317 a 0,337 cal/g.º
cal/g.ºC

onde:
Q Q = calorias (cal)
c
m  t 2  t1 
m = massa (g)
t2 = temperatura final (ºC)
t1 = temperatura inicial (ºC)
TU = teor de umidade (TU/100)

TU  0,324
cTU 
1  TU

Calor específico x TU

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 46
Difusividade Térmica ()
• medida da taxa de mudança de temperatura de um corpo
em função da mudança da temperatura ambiente
• sensação térmica ao toque
• valores usuais
  = 0,161x10-6 m2/s

 onde:
  = condutividade térmica

c
c = calor específico
 = densidade

Condutividade Térmica Calor Específico

Alumínio 173 Madeira 0,39

Aço 38,3 Concreto 0,25

Concreto 1,55 Alumínio 0,22

Tijolo 0,62 Tijolo 0,2

Madeira 0,1 Aço 0,12

0 50 100 150 200 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5


kcal/m.h.ºC kcal/kg.ºC

Valores Comparativos (Tsoumis, 1991)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 47
Valores Comparativos (Wang et al., 2001)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 48
Propriedades Elétricas
da Madeira

Propriedades Elétricas

• Resistividade (R)
• Condutibilidade (1/R)

• Constante dielétrica (k ou )
• Fator de potência (P)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 49
Resistividade Elétrica (R)
• resistência oferecida à passagem da corrente elétrica
quando exposta a um gradiente de voltagem (.cm)
• importância  isolamento e medição da umidade
• relação  f (umidade, temperatura, densidade?)
• anisotropia  Lg: Rd: Tg  0,50:0,55:1,0
• TU < PSF  3x1017 - 3x1018 .cm
– porcelana: 3x1014 .cm
– parafina: 1x1016 .cm
• TU > PSF  105 - 106 .cm
– cobre: 1,72x10-6 .cm
– ferro: 10x10-6 .cm
– água destilada 5x10-5 .cm

Efeito da
umidade
log R   a  TU  c
Kollmann e Cote (1968)

a  0,2
c  11,5

USDA (1999)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 50
Efeito da temperatura

 R  TºC

 5000 
 0,8 
R  10  T 

onde:
T = temperatura em Kelvins

Kollmann e Cote (1968)

Constante Dielétrica (k)


• relação entre a capacitância (CMD) de um capacitor usando
um material como dielétrico e a capacitância (CEL) do
mesmo capacitor usando o espaço livre como dielétrico
(ensaios)
• valores:
– vácuo: 1 água: 81
– madeira (//): 3 a 5 madeira (): 2 a 3
• variação: f (TU, densidade, eixo)
– 10%: 2,7 a 3,5 20%: 4,0 a 5,4
– >PSF: 81
– 0,4-0,6 g/cm3: 1,8 a 2,2
– Tg < Rd < Lg

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 51
Efeito do TU e
do eixo estrutural

Ay e Sahin (2004)

 Beech
 Poplar
 Alder

Ay e Sahin (2004)

Efeito da densidade
Poplar:
Poplar: 0,363 g/cm3 (75,8% vazios)
Alder: 0,475 g/cm3 (68,3%)
Alder:
Beech:
Beech: 0,658 g/cm3 (56,1%)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 52
Efeito conjunto
da densidade e do TU
TU (Kollmann e Cotê,
Cotê, 1968)

Fator de Potência Dielétrica (P)


• um dielétrico absorve e armazena energia quando
colocado em um campo elétrico, que depende de k;
• retirando-se o campo elétrico, o dielétrico dissipa
toda essa energia para meio, entretanto parte da
energia é dissipada na forma de calor
• relação entre a energia dissipada e a energia
absorvida (k)
• variação (0-1): 0,01 (seca, baixa) – 0,95 (úmida –
alta)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 53
Medidores Elétricos de TU
• Vantagens
– medições rápidas
– muitas repetições
– não-destrutiva (NDT)
– equipamentos portáveis
• Desvantagens
– menor precisão
– não aplicável acima PSF
– sem precisão < 6% TU
– necessidade de regulagem

Modelos

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 54
Resistência
Capacitância Nac.
Capacitância Imp.

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 55
Propriedades
Elásticas da Madeira

Propriedades Elásticas
• Expressa a resistência à distorção e à
deformação de uma peça de madeira
quando aplicada uma carga; expressa
a rigidez de uma peça
• A madeira possui 12 variáveis elásticas
• Módulo de Elasticidade (E) 3
• Módulo de Rigidez (G)  3
• Coeficiente de Poisson ()  6

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 56
Curva de Tensão x Deformação

rup σ LP  E  γ LP
σ LP
E  tgα
D γ LP
lp lp C

A 

lp rup 

Funções
Propostas
para
descrever
Tensão x
Deformação

Bodig e Jayne (1993)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 57
Módulo de Elasticidade (E)
• indica a resistência à deformação de uma peça
em função de tensões normais  EC = ETR
• EM  momento fletor

A

E

P L
L   
L A L

Módulos de Elasticidade
EL ET ER

Módulo de Elasticidade em Flexão (EM)


P

p  L3 p  L3 onde:
   EM  P: carga
48  E M  I 48    I L: vão
I: momento de inércia
Bodig e Jayne (1993)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 58
Módulo de
Elasticidade
Dinâmico (Ed)

Ross et al. (2005)

Del Menezzi (2004)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 59
• Valores E e G para
madeira sólida
– EL:ER:ET  20:1,6:1
– GLR:GLT:GRT  10:9,4:1
– EL:GLR  14:1 ou 16:1
– EC:EM  1:0,85 (coní
(conífera)
– EC:EM  1:0,90 (folhosa)

 2U %  12  
E12  EU % 1  
 100 
ABNT (1997)
USDA (1999)

Coeficiente de Poisson ()


• relação entre a deformação transversal e a axial
x2

L1 L2
1  2 
x1 x2
x1
2
12 
1
L1

L2
P
Coeficientes de Poisson
LR RL RT
RT LT TL
• 1º índice: eixo de aplicaç
aplicação da tensão
• 2º índice: eixo da deformaç
deformação lateral

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 60
• Coeficientes para
madeira sólida
 < 1  < //
T
 RT   0,684   R   T
R

USDA (1999)

Flambagem
• Carga crítica, a partir da qual a coluna perde seu
 2 EI equilíbrio retilíneo (Euler)
Pcr 
l2
Pat < Pcr  equilíbrio estável – posição reta
Pat = Pcr  equilíbrio neutro – posição retílínea e flexionada
Pat > Pcr  equilíbrio instável – posição retílínea e flexionada

3 2 E   40  Peça curta
0  40    0  Peça intermediá ria
8 c
0    140  Peça longa

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Reologia
• nenhum material é totalmente elástico  f (t)
• estuda a deformação dos corpos em função do
tempo


Histerese

Bodig e Jayne (1993)


r

• Fluência
 f  atn
–  (cte)
cte)  
– Fluência relativa (FR)
– Módulo de fluência (MF)

Dt 
FR( t )  MF ( t ) 
D0 t
onde:
Dt: flecha no tempo t
D0: flecha após carregamento (t=0)
: tensão aplicada
t: deformação no tempo t

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Laufenberg (1987)
McNatt (1985)

Fluência

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


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Fluência
OSB
• Aumenta com o  UR

• OSB  menor deformação


Pritchard et al. (2001a)

OSB

• Relaxamento
–  (cte)
cte)  
– painé
painéis aglomerados

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Fadiga e Fluência (Pritchard et al. 2001)

Pritchard et al. (2001a)

Fadiga • Número de ciclos  UR 

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Fadiga....
• Processo de mudança estrutural permanente,
localizada e progressiva que ocorre em
materiais sujeitos a tensões e deformações
flutuantes ou não, que pode culminar em
rachaduras ou em completa ruptura após um
determinado tempo ou suficiente número de
flutuações.

Histórico
• George Louis Le Clerc (1743), arquiteto naval: “a
capacidade da madeira de suportar carga indefinidamente
depende do nível de tensão aplicado”
• Dr. Fokker (1914), engenheiro: “é desconhecida fadiga em
madeira adequadamente seca” “a madeira é imune à
fadiga”
• Série de rupturas em serviço de aviões Fokker; atribuídas a
outros fatores;
• Substituição da madeira por metal na fabricação de carros
(Ford) e outras estruturas de madeira
• Apenas a partir da II Guerra Mundial a pesquisa em fadiga
de madeira tornou-se mais pronunciada

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 66
Fatores Influentes
• Variáveis de carregamento
– Frequência (Hz)
– Forma do ciclo (“waveform”)
– Carga reversível (-) ou não (+)
– Nível de tensão (%)
– Tipo de ensaio (compressão, tração, flexão,
cisalhamento)
– Taxa de variação (R)
– Cíclico ou não

 Mínima
R
 Máxima

1
F
t

Carregamento reversível aplicado


à 100% da tensão máxima por ciclo

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Forma do ciclo
• Importante fator
governando taxa de tensão
e período de residência do
pico de tensão
• A-B: taxa de tensão
• B-C: período de residência

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 68
Propriedades de
Resistência da
Madeira

Principais Propriedades
 Compressão paralela (fc,0)
 Compressão normal (fc,90)
 Tração paralela (ft,0)
 Tração normal (ft,90)
 Cisalhamento paralelo (fv,0)
 Cisalhamento normal (fv,90)
 Flexão (fM)
 Dureza
Fendilhamento

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 69
• Compressão
 Resistência oferecida por uma peça de madeira a uma
ação no sentido de reduzir seu comprimento
 Importante no dimensionamento de colunas, apoios,
assoalhos, vigas, ligações, etc.
 Pode ser de 3 tipos:

Paralela (0º) = fc,0

Perpendicular (90º) = fc,90


Inclinada () = fc,

• Equações

Prup
f c ,0  ( MPa )
A
P2%res
f c , 90  ( MPa )
A
f c , 0  f c , 90
f c ,  ( MPa )
f c , 0 Sen 2  f c , 90Cos 2
 lp
Ec ,0  ( MPa )
 lp

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 70
fc,90

fc,0

fc,0 fc,

• Tração
– Resistência oferecida pela peça de madeira a uma
ação no sentido de aumentar seu comprimento
– Importante no dimensionamento de ligações por
entalhes (rebaixamento), emendas e de barras
inferiores em treliças

Paralela (0º) = ft,0

Perpendicular (90º) = ft,90

Prup Prup
f t ,0  ( MPa ) f t , 90  ( MPa )
A A

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ft,0

ft,0

• Cisalhamento
– Resistência ao deslizamento entre camadas
adjacentes de fibras
– Importante no dimensionamento de vigas e ligações
por entalhes (folga)

Paralela (0º) = fv,0

Prup
f v ,0  ( MPa )
A

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Visualização do cisalhamento em um viga de
madeira (esquemática)
Sem carga

Rodrigues (2002)

Carregada

Deslocamento das camadas


Haygreen e Bowyer (1996)
em função da carga

• Flexão
– Expressa a máxima carga que uma peça de
madeira pode suportar quando submetida à uma
carga com o objetivo de flexioná-la
– Aparecem compressão, tração e cisalhamento
– Importante no dimensionamento de vigas e colunas

Momento
Resistência
fc,0
fv,0
ft,0
Momento
Fletor

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Momento
Resistência
fc,0
f
ft,0 v,0
Momento
Fletor

 Flexão ocorre em torno de um dos eixos da peça


x x  Ocorre deslocamento vertical
 Ocorrem tensões
• compressão paralela e perpendicular (apoio)
y • tração paralela
• cisalhamento paralelo

Fc

y
Mc  Fc  y
LN

h
Mt  Ft  y
y

Ft

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Mf  Mr
p l
Fc = c x A
 Fc  y   Ft  y 
4
 b  h bh
y = h/3
F  
2 2 4
bh
Fc  Ft 
2

p  l bh h
y = h/3  
4 2 3
6 pl

Ft = t x A 4bh2
pl
MOR  1,5 2
bh

Rodrigues (2002)

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"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"
Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 76
Microestrutura e
Resistência da
Madeira

Mirian de Almeida Costa


Doutoranda

Relação estrutura x componentes


químicos
• Os componentes químicos responsáveis pelas
propriedades mecânicas podem ser analisados
em 3 níveis diferentes:

• Nível macroscópico (celular)


• Nível microscópico (parede celular)
• Nível molecular (polímeros)

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Nível Macroscópico
• Leva-se em consideração:
– Comprimento das fibras
– Diferenças no crescimento celular
(lenho primaveril e tardio, lenho de
reação, cerne, alburno, teor de
minerais e resina, extrativos, etc.)
– Anatomia celular
– Padrão no crescimento da árvore

• SANTOS, S.R.; SANSÍGOLO, C.A. (2007) Influência da


densidade básica da madeira de clones de Eucalyptus
grandis x Eucalyptus urophylla na qualidade da polpa
branqueada.

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


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Nível Macroscópico
• Tecidos lenhosos são formados por
células que têm funções específicas
• Lenho primaveril: células de paredes
finas que agem como condutoras e
suporte
• Lenho tardio: células de paredes
grossas que agem como suporte
• Cada uma delas é uma fibra, são
maiores nas coníferas (3,5mm) que nas
folhosas (1-1,5mm)

Micrografia eletrônica mostrando estrutura celular


do lenho primaveril (esquerda) e do lenho tardio
(direita). Fonte: Rowell&Winandy, 2005.

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Nível Macroscópico
• Os tecidos são unidos por um adesivo fenólico:
lignina
• O parênquima longitudinal e radial promovem
suporte lateral, além de distribuir as tensões

Cubo de folhosa (esq.) e de conífera (dir.). Fonte: Rowell&Winandy, 2005.

Nível Microscópico
• A madeira é considerada um sistema complexo
• Cada componente complementa o outro
• A performance é devido ao conjunto e não a cada
um separadamente

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 80
• Cada região da parede celular possui
composição e atributos diferentes.
• Em coníferas:
– LM + parede primária: 8,4% lignina, 1,4%
hemiceluloses, 0,7% celulose
– Camada S1: 10,5% lignina, 3,7%
hemiceluloses, 6,1% celulose
– Camada S2: 9,1% lignina, 18,4%
hemiceluloses, 32,7% celulose
– Camada S3: quase nada de lignina, 5,2%
hemiceluloses, 0,8% celulose

Composição e orientação
• Muitas pontes de H que ligam as moléculas de
celulose resultam em forte ligações laterais  região
cristalina (~60%);
• Regiões cristalinas são mais resistentes que regiões
amorfas, e estão distribuídas na parede celular;
• A orientação (ângulo) das fibrilas é diferente para cada
camada da parede celular;
• É um importante parâmetro estrutural que determina
as propriedades mecânicas da madeira;
• Em geral, o ângulo das fibrilas em S2 é entre 14 e 19°,
tão baixo que evita que a madeira inche e retraia na
direção longitudinal (0,1-0,3%), além da maior
resistência à tração

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 81
Composição química da parede celular de Pinus sylvestris.
Fonte: Rowell et al, 2005.

• Lignina é um material fenólico hidrofóbico que


entremeia os carboidratos, unindo os componentes
celulares.
• É responsável (em partes) pela rigidez da madeira e
é importante na exclusão da umidade em CHOs
sensíveis à água.

Micrografia eletrônica da parede de


uma fibra delignificada de conífera
(x16.000). Fonte: Rowell&Winandy,
2005.

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 82
Propriedades dos polímeros

• As propriedades físicas e químicas da


celulose, hemiceluloses e lignina têm
papel importante na resistência da
madeira
• Porém estudamos os polímeros
separadamente, eles podem estar mais
associados do que se imagina

Celulose

• É uma cadeia de anéis de anidro-D-


glicopiranose ligados.
• Quanto maior a cadeia e mais polimerizada,
mais resistente é a célula portanto mais
resistente é a madeira.
• A celulose pode ser formada por 5.000 a
10.000 unidades
• Celulose é resistente às tensões por causa
das ligações covalentes nos anéis de pirose,
e as pontes de H distribuem as tensões

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 83
Hemicelulose

• Formadas por unidades de CHOs de 6


carbonos (D-glucose, D-galactose, D-
manose) e de 5 carbonos (L-arabinose e D-
xilose)
• Menos polimerizadas que a celulose porém
mais ramificada e não forma fibras
• São encontradas próximo às regiões amorfas e
associadas à lignina

Modelos propostos por Kerr e Goring (1975) e


Larsen et al (1995) do arranjo da celulose,
hemiceluloses e lignina na camada S2 da parede
celular. Fonte: Rowell&Winandy, 2005.

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 84
Lignina
• Polímero fenólico complexo em 3 dimensões,
não é linear como a celulose nem ramificada
como as hemiceluloses
• É o composto mais hidrofóbico da célula,
“protegendo” as ligações hidrogenadas dos
CHOs da ação da água
• Madeira seca delignificada tem quase a mesma
resistência da madeira seca normal, mas
madeira úmida delignificada tem só 10% da
resistência de uma madeira úmida normal

Relação componentes químicos


x resistência

Gráfico típico de tensão-


deformação com as 3 áreas
de comportamento mecânico:
A – região elástica (relação
constante)
B – viscoelástica
Ba: parcialmente viscoelástica
Bb: parcialmente viscoplástica
C – região plástica

Rowell&Winandy, 2005.

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 85
Abaixo do limite proporcional

• Nível molecular:
• Aplicação da carga: as pontes de H deslizam, quebram e se
rearranjam;
• Ligações C-C e C-O são retorcidas dentro dos anéis

• Nível microscópico:
• As microfibrilas deslizam uma sobre as outras
• As camadas da parede celular ficam distorcidas uma em relação às
outras porém não de forma permanente

• Nível macroscópico:
• Existe distorção entre as células, mas não é permanente uma vez
que as tensões são propagadas e distribuídas
• Quando o limite proporcional se aproxima, as tensões não
conseguem mais ser distribuídas de forma linear

Polissacarídeos
sob tensão de
cisalhamento.

Alongamento do polissacarídeo sob tração.

Rowell&Winandy, 2005.

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 86
Acima do limite proporcional

• Nível molecular:
• Limite de rearranjo das pontes de H é atingido; ligações
covalentes C-C e C-O são quebradas, reduzindo as moléculas;
redução da polimerização é irrecuperável

• Nível microscópico:
• Tensões aumentam na região cristalina, ocorrendo microfraturas
nas microfibrilas; separação das camadas da parede celular é
iminente

• Nível macroscópico:
• Fibras deformam um em relação às outras, posição original é
impossível; fibras se separam ou se partindo em 2 partes ou se
separando umas das outras.

3.2 Acima do limite


proporcional

• Nível molecular:
• Clivagem das ligações covalentes C-C e C-O
• Distribuição das tensões entre as moléculas é impossível

• Nível microscópico:
• Paredes celulares deformam sem tensões adicionais e
não conseguem propagá-las, rompendo-se

• Nível macroscópico:
• Ruptura do material está relacionada com a ruptura das
células e com a separação das células adjacentes

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 87
Relação Estrutura x Resistência

• Nível Molecular:
• Na região A, a resistência é elástica porque a estrutura
polimérica é flexível,absorvendo energia sem quebrar
ligações covalentes
• Na região B, ocorrem clivagens entre C-C e C-O, que
não são recuperáveis
• Na região C, deformação elástica acaba e é puramente
plástica, com crescente deformação sem adição de
tensão. Ruptura da celulose cristalina, desintegração
molecular da madeira

• Nível Microscópico:
• A matriz fenólica é mais resistente que a matriz de
carboidratos, por isso é onde as primeiras rupturas
ocorrem
• Abaixo do limite proporcional, existe a transferência de
tensões entre as camadas S1-S2-S3
• Acima do limite, ocorre a separação entre as camadas
S1-S2 e por fim da S2-S3

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 88
• Nível Macroscópico:
• A carga é aplicada e as rachaduras são propagadas
pelo sistema de células em todas as direções
• Na direção tangencial, os anéis concêntricos de lenhos
primaveril e tardio agem como elementos de
transferência de tensão elástica
• Na direção radial, são os raios que têm essa função

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 89
Fatores Influentes
nas Propriedades
Mecânicas

Fatores Influentes
• Estrutura Celular
• Massa Específica Internos - Organização
• Defeitos Naturais
• Umidade
• Temperatura
• Biodeterioração Externos - Condições de Uso

• Tratamento
• Tempo de Carga

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 90
Fatores Internos
• Caracteres Anatômicos
• Densidade
• Madeira de Reação
Ambiente + Genótipo
• Madeira Juvenil
• Grã
• Nós

Ambiente
Genótipo
Topografia do terreno
Fisiologia (cerne/alburno),
(mad. reação) época do
tipo de lenho (juvenil, inicial e
abate, sítio, práticas
tardio) e forma de crescimento
silviculturais e taxa de
crescimento

Densidade
fM
fM

f  a  Db
Resistência (f, 1000 psi)

fc,0 log f  log a  b  log D


b = 1 a 2,25

fc,0
Panshin & De Zeeuw (1970)

fc,90

fc,90

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 91
Caracteres Anatômicos
• influenciam diretamente 
• fibras e traqueídeos têm a
maior influência (%)
• vasos são frágeis (, Ep)
• parênquima axial tb são
frágeis
• parênquima radial –
complexo (relação com
fibras mais espessas)

Defeitos Naturais
Nós
• interrupção da continuidade
• desvio de grã
USDA (1999)

Grã
• anisotropia
• espiralada, ondulada, diagonal
USDA (1999)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 92
Madeira Juvenil
• formada nos 1os anos Mad. Madeira Adulta
Juv.
• ocorrente em folhosas

Ângulo microfibrila
e coníferas

Grã espiralada
Contração LG
TU natural
Anéis de Crescimento

Espessura parede celular

Contração transversal
Comprimento fibra
Massa específica
Mad. Madeira Adulta

Resistência
Juv.
USDA (1999)

Inclinação da Grã
300

250 Equação de Hankinson


f 0  f 90
f 
200 f 0 Sen   f 90Cos 2
2
Resistência

150

100

50
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Ângulos

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 93
Fatores Externos
• Teor de umidade
• Temperatura
• Apodrecimento
• Dano por Insetos
Condições de Uso
• Tratamentos
Químicos
• Intemperismo
• Tempo de Serviço

Teor de Umidade
Propriedade (MPa)

PSF

Teor de Umidade (%)


USDA (1999)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 94
• Relação estimada do efeito do TU

Rowell (2005)
 3U %  12  
f12  fU % 1  
 100 

ABNT (1997)
 2U %  12  
E12  EU % 1  
 100 

Temperatura
• efeito temporário (reversível) ou permanente
• redução da rigidez da matriz (Tg)
• degradação térmica dos componentes químicos
Módulo de Ruptura (%, 25ºC)

Água
Vapor
USDA (1999)

Tempo de Aquecimento (h)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 95
Intemperismo 24
MOR

21
• efeito das condições 18

MOR (MPa)
climáticas (abióticos) 15
12
• fatores químicos e físicos 9
6
3
0
T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6

Não exposto
MOE Exposto
2400

2100

1800
MOE (MPa)

1500

Thompson (2005)
1200

900

600
T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6

Tempo de Serviço
• efeito pouco conhecido – mais pronunciado em prop. físicas

110
Valor de Referência

100
Propriedade Relativa (%)

90
Após 180
anos de
80 uso

70
Bektas et al. (2004)

60

50
Compressão (//) MOR Cisalhamento Dureza

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 96
Tratamento Químico
• radiação gama
– ruptura da cadeira de
celulose
– degradação da parede
celular
– redução da cristalinidade
de celulose

Divos e Bejo (2006)

Biodeterioração
• mancha mariposa: causa bacteriana
muito comum na madeira de tepa
(Laurelliopsis philipiana) no Chile
MacLemore et al. (1999)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 97
• mortalidade natural, causa
Tempo de Declínio abiótica: muito comum em
yellow-cedar (Chamaecyparis
nootkatensis)

Green et al. (2002)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 98
Determinação de
Propriedades
Mecânicas

Normas de Ensaios
 Regulam os procedimentos para ensaios fí físicos,
mecânicos, bioló
bioló gicos e etc. de um determinado produto
 Objetivos: comparaç
comparação e repetiç
repetição
 Exemplos: ASTM (EUA), NBR (Brasil), EN (Europa),
COPANT (Amé
(Américas)

Normas de Qualidade
 Determinam requisitos e caracterí
características desejá
desejáveis para
um determinado produto
 Cará
Caráter voluntá
voluntário, embora por vezes seja impositivo
 Objetivos: garantir padrão e seguranç
segurança
 Exemplos: ANSI, CSA e associaç
associações de produtores
(PNQM)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 99
Normas ABNT - Madeira
• Madeira - amostragem  NBR14660 (2004)
• Madeira Serrada - dimensões  NBR14807 (2002)
• Madeira Serrada - terminologia  NBR12551 (2002)
• Madeira Serrada - eucalipto  NBR14806 (2002)
• Estruturas de Madeira  NBR7190 (1997)
coníferas  NBR12297 (1991),
• Madeira Serrada - coní
NBR 11700 (1991), NBR 11869 (1991)
• Madeira Serrada - folhosas  NBR9487 (1986)
Painéis compensados  NBR 9531-
• Painé 9531-35 (2002), NBR
9485-
9485-89 (2002)

Propriedades – NBR7190/97
Umidade
 3U %  12  
Densidade básica e aparente (bas, ap) f12  fU % 1  
 100 
Retração e inchamento (r, i)
 2U %  12  
Compressão paralela e normal (fc,0, fc,90) E12  EU % 1  
 100 
Tração paralela e normal (ft,0, ft,90)
Resistência de flexão (fM)
Cisalhamento paralelo e normal (fv,0, fv,90)
Dureza paralela e normal (fH0, fH90)
Cisalhamento normal Flexão (fM)
Resistência ao impacto à flexão (fbw)
Cisalhamento e tração normal à linha de cola (fgv,0, fgt,90)
Resistência de emendas coladas (fgt,0)
Resistência ao embutimento paralelo e normal (fe,0, fe,90)
Fendilhamento (fs,0)
Módulos de Elasticidade: Ec0, Ec90, Et0, EM

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 100
Caracterização – NBR 7190/97
• Caracterização completa
• Caracterização simplificada
• Caracterização mínima

Propriedade Completa Mínima Simplificada


fc0
fc90
ft0
ft90
fv0
fe0
ap
bas
Ec0
Ec90

Relações entre
as propriedades -
Caracterização
Simplificada

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 101
Amostragem
• Lote de madeira serrada volume < 12 m3;
• Retirada aleató
aleatória de CPs isentos de defeitos distanciados (a) a
pelo menos 5x a menor dimensão transversal (b) do CP, mas nunca
inferior a 30 cm
• Simplificada: 6 CPs e Completa:  12 CPs

h
5b
a ou
30 cm

região retirada CP
b
a

Valores Característicos (fk)


• Resultados colocados em ordem crescente: f1 
f2 ...  fn
• Desprezar o valor mais alto se n. CP é ímpar;
• Não tomar fk com valor inferior a f1 e nem a 0,7
do valor médio

 f1  f 2  ... f n 
 1 
fk   2  2
 f n  1,1
 n
1 2 
 
 2 
onde:
n = número de corpos de prova
x = valores obtidos no ensaio

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 102
• valores com 5% de
probabilidade de não
serem atingidos
f k  f m 1  1,645 

Espécies Estudadas

f k  f m 1  1,645  0,18   0,70 f m

Coeficientes de Modificação

KMOD,1

 w c  1,4
 w t  1,8
 w v  1,8

KMOD,2
(1) e (2): até 75%
(3) e (4): >75%

KMOD,3
Gesualdo (2003)

fk
f d  K MOD
w

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 103
Compressão Paralela (fc,0 e Ec,0)
• propriedade mais importante da NBR7190/97
• demais propriedades estão relacionadas a esta
• dimensão do corpo-
corpo-de-
de-prova (CP): 5 x 5 x 15 cm (l c) ou l  1,8 e
(l x l x c)
c= 3 x l

• velocidade de carregamento: 10 MPa


• mediç
medição deformaç
deformação em duas faces
opostas

• fc,0 e Ec,0

ABNT (1997)

Fc 0,máx  50%   10%


f c ,0  Ec ,0 
A  50%   10%

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 104
Compressão Perpendicular (fc,90 e Ec,90)
• determinado pela tensão necessá
necessária à deformaç
deformação residual
especí
específica de 2 por 1000;
• dimensão do corpo-
corpo-de-
de-prova (CP): 5 x 5 x 10 cm (l c)
(l x l x c)
• velocidade de carregamento: 10 MPa/min;
MPa/min;

ABNT (1997)

ABNT (1997)

Fc 90  50%   10%
f c ,90  Ec ,90 
A  50%   10%

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 105
Tração Paralela (ft,0 e Et,0)
• determinaç
determinação da resistência e da rigidez;
• corpo-
corpo-de-
de-prova de seç
seção cilí
cilíndrica ou retangular
• velocidade de carregamento: 10 MPa/min;
MPa/min;

ABNT (1997)

Ft 0,máx  50%   10%


f t ,0  E t ,0 
A  50%   10%

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 106
Tração Perpendicular (ft,90)
• determinaç
determinação da resistência
• dimensão do corpo-
corpo-de-
de-prova: figura abaixo
• velocidade de carregamento: 2,5 MPa/min;
MPa/min;

ABNT (1997)

Ft 90,máx
f t , 90 
A

Cisalhamento Paralelo (fv,0)


• determinaç
determinação da resistência
• dimensão do corpo-
corpo-de-
de-prova: figura abaixo
• velocidade de carregamento: 2,5 MPa/min;
MPa/min;

Fv 0 ,máx
f v ,0 
A

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 107
Flexão (fM e EM)
• determinaç
determinação da resistência e da rigidez
• dimensão do corpo-
corpo-de-
de-prova (CP): 5 x 5 x 105 cm (b c)
(b x h x c)
• velocidade de carregamento: 10 MPa/min;
MPa/min;
• carga concentrada aplicada no meio do vão (L = 21 x h)

Fu  L
f M  1,5
b  h2

EM 
F M , 50%  FM ,10%  L3
v50%  v10%   4bh3

ABNT (1997)

Classificação de Peças
• 1a: inspeç
inspeção visual e classificaç
classificação mecânica
• 2a: ausência de simultaneidade visual/mecânica
• No mí
mínimo caracterizaç
caracterização simplificada para enquadramento nas
classes de resistência (abaixo)
ABNT (1997)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 108
Processos
Construtivos com
Madeira

Processos Construtivos
 Oferecer estrutura com segurança adequada
para antecipar as condições de carregamento
 Dar forma e arranjar a estrutura de modo a
acomodar outros elementos da construção
mais facilmente
 Obedecer códigos e normas de construção de
instituições reguladoras
 Definir estrutura completa com o menor custo
dentro das condições disponíveis

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 109
Colunas
Peças solicitadas à compressão no sentido
de seu eixo longitudinal

Disposições Construtivas...
Simples
Seções
Contínuas
Compostas
Descontínuas
Pfeil e Pfeil (2003)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 110
Elementos Justapostos Contínuos

Pfeil e Pfeil (2003)

Pfeil e Pfeil (2003)

Elementos com ligações descontínuas

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 111
Vigas
Peças sujeitas a ações que tendem a fletí-la, onde o
esforço solicitante principal é o MOMENTO FLETOR

Reta
Simples
Oblíqua
Tipos
de
Flexão Flexo-tração
Composta
Flexo-compressão

Disposições
Construtivas...
Seções Simples
Seções Compostas
Pfeil e Pfeil (2003)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 112
Racionalização na Construção
 redução do volume de material, empregando
material mais bem classificado;
 usar peças em dimensões padrão,
usualmente em estoque no mercado;
 utilizar peças pré-montadas e/ou já
preparadas para o uso;
 reduzir a complexidade do desenho;
 aproveitar materiais, produtos e métodos
construtivos disponíveis localmente;
 utilizar experiências próprias e/ou dos
construtores;

Critérios de Classificação
• Índice de industrialização
• Elementos empregados
• Peso dos elementos
• Disposição dos elementos estruturais
• Finalidade da obra
• Material dominante
• Dimensões dos elementos
• Lugar de realização dos elementos

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 113
• Tradicionais
– baixa preocupaç
preocupação com a racionalizaç
racionalização da utilizaç
utilização
– ex: construç
construção em madeira maciç
maciça empilhada
• Contemporâneas
– estruturas hierarquizadas: elementos portantes de
grandes vãos, independência entre estrutura e
vedaç
vedação; pilares e vigas de grandes dimensões
– estruturas nervuradas: não existe hierarquia entre os
elementos estruturais; numerosos elementos de
pequenas dimensões; ligaç
ligações principalmente
pregadas; ex: sistema “ballon-
ballon-frame”
frame” e “plataform-
plataform-
frame”
frame”
– estruturas em painé
painéis: mesmo princí
princípio do nervurado,
com painé
painéis pré
pré-fabricados mais elaborados

Pré-fabricação
redução do tempo de construção
racionalização da mão-de-obra e dos
materiais
utilização de produtos industrializados
melhor controle de qualidade
simplificação do processo construtivo
usos mais usuais: treliças, vigas madeira
laminada colada (MLC), fechamentos
laterais, assoalhos

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 114
Treliça convencional
Partel e Dias (2000)

Partel e Dias (2000)


Treliça pré-fabricada

Painéis Estruturais
Moreira et al. (2004)

Painel de partículas
orientadas (OSB)

Vigas
em I
Moreira et al. (2004)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 115
Fechamento
Lateral
Melo et al. (2000)

Madeira maciça (tábuas)

Carrasco e Costa (2004)


MLC

Madeira Bruta
• utilização da madeira em sua forma natural
• aproveitamento da beleza estética
• necessidade de um bom controle de qualidade
(defeitos naturais)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 116
Cunha (2004) Lopes e Ino (2004)

Estruturas Mistas
• conjugação da madeira com outros materiais
(concreto, aço)
• possibilidade de utilização mais racional dos
materiais
• explorar potencialidades e minorar limitações

Nicolas et al. (2004)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 117
Madeira (MLC)
-concreto
Carrasco et al. (2004)

Madeira-aço

Batista e Demach (2004)

Madeira roliça
-concreto
Segundinho e Mathiesen (2004)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 118
Madeira Laminada
Colada (MLC)

 Compostos produzidos a partir da união


colada de lâminas de madeira por meio da
utilização de resinas e aditivos

 Compensados - tropical/pinus
 Painéis de Lâminas Paralelas (LVL)
 Parallel Strand Lumber (PSL)
 Laminated Strand Lumber (LSL)
 Oriented Strand Lumber (LSL)
 Madeira Laminada Colada (MLC)
 Painéis Colados Lateralmente (PCL)
 Sarrafeados

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 119
Colagem de “laminas” de madeira de até 50 mm
dispostas paralelamente entre si  longitudinal,
lateral e topo

Histórico
 Usado primeiramente na Suiça (Basel) em 1893 – Auditório
 Patenteado  HERTZER SYSTEM
 1ª Guerra Mundial: novos adesivos  interesse para edificação e
aviação
 2ª Guerra Mundial: adesivos mais resistentes  uso em pontes e
outras aplicações exteriores (uso preservativo)
 Explosão na utilização nos EUA e Europa a partir de 1960
 1ª norma para MLC  AITC (1963)

Conceito

 Madeira laminada colada (glued laminated timber / glulam)

• Peças estruturais formadas por duas ou mais peças de madeira


(tábuas) unidas por adesivo

http://lisboa.geradordeprecos.info/EMV/EMV110.html
http://calilmadeiras.com/tecnologia‐mlc/

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 120
Histórico
• Um dos mais antigos produtos engenheirados de madeira colada;

• Origem na Suíça no início do século XIX;

• 1906 – aparecimento da cola de caseina;

• Substituição das ligações metálicas de dobradiças e parafusos por


colas (Otto Hetzer);

• 1940 – aparecimentos das colas sintéticas – ascensão.

Empresas no Brasil
• ESMARA Estruturas de Madeira Ltda, foi fundada em 1934, em
Curitiba-PR
• 1954, outra empresa de mesmo nome foi fundada em Viamão-RS
• PRÉ-MONTAL Estruturas de Madeira Ltda (PREMON), fundada em
Curitiba-PR, em 1977
• EMADEL Estruturas de Madeira Ltda, fundada em Araucária-PR,
em 1981
• BATTISTELLA Indústria e Comércio Ltda, situada em Lages-SC
• Atualmente existem pequenas empresas na região Sudeste,
principalmente em Minas Gerais, na região metropolitana de Belo-
Horizonte, onde estão produzindo peças de MLC com madeira de
Eucalyptus grandis
• Catalana Artefatos de Madeira Ltda em Catalão GO, madeira de
Pinus
• ArtPine em São Carlos SP, madeira de Pinus

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 121
http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007_05_01_archive.html http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007_05_01_archive.html
http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007_05_01_archive.html

http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007_05_01_archive.html
http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007_05_01_archive.html

http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007_05_01_archive.html http://thiagoolivieri.blogspot.com/2010/10/holzbau-madeira-laminada-colada.html

http://thiagoolivieri.blogspot.com/2010/10/holzbau-madeira-laminada-colada.html
http://thiagoolivieri.blogspot.com/2010/10/holzbau-madeira-laminada-colada.html

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 122
http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007/10/essing‐bridge‐ponte‐curva‐em‐ http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007/10/essing‐bridge‐ponte‐curva‐
madeira.html em‐madeira.html

http://edsm.blogspot.com/2004/02/vamos‐pensar‐um‐pouco‐mais‐em.html
http://edsm.blogspot.com/2004/02/vamos‐pensar‐um‐pouco‐mais‐em.html

http://www.esmara.com.br/ http://www.esmara.com.br/

http://www.esmara.com.br/ http://www.esmara.com.br/

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 123
Vantagens
• Dimensão: pode ser composta por várias lâminas de madeiras,
com dimensões variadas; grandes estruturas podem ser
dimensionadas, utilizando peças de madeiras de dimensões
comerciais; oferece a possibilidade de produzir grandes vãos,
diferentemente da madeira sólida.
• Arquitetura: a possibilidade de criar arcos 
e  peças  curvas;  com  isso,  uma  gama  de 
efeitos  estruturais  que  podem  ser 
compostos.  A  taxa  de  curvatura  é
controlada pela espessura das lâminas de 
madeira. Os elementos estruturais podem 
ser projetados com sua seção transversal 
variando  ao  longo  de  seu  comprimento 
em função da resistência solicitada. 

MIOTTO (2005)

• Defeitos da madeira: diminuição da presença de defeitos oriundos


da secagem da madeira, como rachaduras e empenos, comuns em
peças de madeiras de grandes dimensões.

• Qualidade de peças: possibilita a utilização de peças de madeira


menos resistentes, de qualidade inferior nas regiões onde ocorrem
menores solicitação e de maior resistência nos bordos das vigas,
podendo, assim, aumentar o número e combinações da montagem
da MLC e homogeneizar o comportamento das peças.

• Resistência: Boa resistência quanto a ação do fogo, em função de


sua seção transversal robusta; alta resistência a agentes corrosivos.

• Impacto ao meio ambiente: por poder utilizar peças de madeiras


de menor qualidade, de diferentes dimensões e de várias espécies,
a utilização da MLC possibilita que espécies de madeiras
alternativas sejam utilizadas, diminuindo a pressão de seleção que
ocorre com poucas espécies comerciais, e gerando alternativas
para o uso da madeira serrada.

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 124
Desvantagens
• Processo de fabricação das peças: é mais oneroso e demorado,
necessitando de equipamentos especiais para a montagem,
colagem, treinamento de funcionários, utilização de adesivos para a
consolidação das peças e a modificação da planta da fábrica, os
quais não são necessários para a produção de madeira serrada.
Outro fator importante é o transporte das peças, que por possuírem
dimensões especiais, dificultam a sua locomoção.

http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2007_05_01_arc
NATIONAL (2007) hive.html

P
R
O
C
E
S
http://calilmadeiras.com/tecnologia‐mlc/processo‐producao/

S

P
R
O
D
U
T
I
V
O

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 125
Matthiesen e Góes (2004)

Matthiesen e Góes (2004)

Matthiesen e Góes (2004)


Matthiesen e Góes (2004)

Pravia et al. (2004)

Aspectos técnicos da construção
 Escolha da madeira

• Densidade: 0,40 a 0,75 g/cm³, densidade superiores


apresentam dificuldade para colagem, em função de uma baixa
penetração do adesivo;
• Baixo coeficiente de retração;
• NBR 7190, madeiras do gênero Pinus são indicadas por
possuírem densidade em torno de 0,50 g/cm³.

 Teor de umidade
• 7 a 14% de umidade, em função do adesivo utilizado;
• Diferenças no teor de umidade entre as lâminas devem ser
evitadas e não deve ser maior do que 5%;
• Diferença significativa entre os teores de umidade das lâminas
adjacentes, poderão ocorrer contração e inchamento das
lâminas, ocasionando delaminações, em função das tensões
internadas geradas.

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 126
 Espessura das lâminas (tábuas)

• O uso de tábuas de maior espessura é mais econômico porque se


terá menor consumo adesivo, menor número de horas trabalhadas
e economia do material;
• ASTM D 3737 admite um valor de ate 50 mm ± 0,30 mm;
• A norma brasileira NBR 7190 considera um valor máximo de 30
mm;
• A norma adotada para o dimensionamento é um fator determinante
para a produção das lâminas, bem como para um melhor
racionamento do uso da madeira.

 Classificação das lâminas

• ASTM D 3737, a qualidade das lâminas influencia


significativamente a resistência de vigas. Uma classificação previa
das lâminas de madeiras utilizadas no processo de produção
poderá garantir um produto de melhor qualidade e estabilidade;

• Utilizando-se as lâminas de maiores resistências nas regiões das


bordas externas da viga e as de menor qualidade próximas à linha
neutra, a resistência e a rigidez dos elementos estruturais serão
aumentadas;

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 127
• A  classificação  das  lâminas  deve  ser  realizada  visualmente  e 
mecanicamente através de métodos como o Sistema MSR (Machine Stress 
Rating), Vibração Transversal, Stress Wave e Ultrassom;

• Associando as informações das características visuais da madeira com as 
de  módulo  de  elasticidade,  pode‐se  melhorar  substancialmente  o 
desempenho das estruturas;

• MATOS (2000) definiu as seguintes categorias:
 1a categoria: MOE  10528 ≥ MPa
 2a categoria: 8496 MPa ≤ MOE < 10528 Mpa
 3a categoria: 6666 MPa ≤ MOE < 8496 Mpa
 Refugo: MOE < 6666 MPa

 Tratamento

• As tábuas empregadas no processo de fabricação devem ser


tratadas antes da colagem, utilizando produtos como o CCA
(Arsenato de Cobre Cromatado) ou o CCB (Borato de Cobre
Cromatado), sendo os mesmos aplicados em autoclave sob a
aplicação de pressão / vácuo.

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 128
 Fabricação das emendas

Emendas de topo

• Fácil execução, porém são as menos eficientes;

• São as mais simples emendas longitudinais e, apesar de não


desperdiçarem madeira, apresentam baixíssima resistência
mecânica.

Emendas biseladas

•Surgiram como uma boa alternativa para suprir as limitações de


resistência das emendas de topo;

•Contudo, do ponto de vista de produção, este tipo de emenda é muito


dispendioso, uma vez que, para atingir uma boa proporção da
resistência da madeira maciça, é necessário que o corte do bisel
apresente uma baixa inclinação;

•Isto faz com que este processo gere um consumo excessivo de


madeira e adesivo, além das dificuldades inerentes ao corte do bisel e
montagem das lâminas, como alinhamento e prensagem, prejudicando
a velocidade de produção.

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 129
Emendas dentadas

•As emendas dentadas foram desenvolvidas com o objetivo de


substituir as emendas biseladas;
•Recomenda-se a utilização desse tipo de emenda por parte dos
produtores de MLC, devido ao fato da mesma reunir condições de boa
resistência e de praticidade de produção;
•A geometria da emenda é um dos fatores que mais fortemente
influenciam a resistência da colagem desse sistema;
•A performance da colagem está altamente relacionada com a
geometria do finger joint. Esses parâmetros são interdependentes, de
forma que a mudança de uma das dimensões ocasionará mudança
nas outras, dificultando a investigação dos efeitos sobre a resistência
de quaisquer dos elementos

SERRANO (2009)

• Os parâmetros geométricos da união dentada são comprimento do


dente (L), largura do dente (p), largura da ponta do dente (b) e
inclinação (α);
• o parâmetro geométrico com maior influência na resistência da
emenda é a largura da ponta do dente, quanto menor for essa
dimensão mais resistente será a emenda dentada;
• comprimento dos dentes, quanto maior o comprimento maior o
módulo de ruptura.

L
MIOTTO (2005))

Parâmetros geométricos das emendas dentadas (SERRANO, 2009)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 130
 Processo de colagem

• Aplicação do adesivo

• Prensagem – através de
grampos, esse sistema utiliza
os princípios mecânicos e
hidráulicos

• A pressão de colagem varia


segundo a densidade da
madeira

NATIONAL (2007)
• Densidade ≤ 0,5 g/cm3 - 0,7
MPa
• Densidade > 0,5 g/cm³ - 1,2
MPa

• Tempo de prensagem: 6 a 24

NATIONAL (2007) NATIONAL (2007)

MIOTTO (2005)
MIOTTO (2005)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 131
Adesivos empregados
• Para a correta escolha do adesivo a ser utilizado na confecção de
vigas é preciso levar em consideração principalmente o meio a que
a estrutura estará inserida, ou seja, temperatura e teor de umidade;

• Segundo a NBR 7190 (1997) – Projeto de Estruturas de Madeira, o


adesivo utilizado para a produção de vigas deve ser a prova d´água.
Outro fator que deve ser considerado na escolha do adesivo é se a
permanência da estrutura ficará abrigada na edificação, ou exposta
à variação das condições atmosféricas, tais como alternância de sol
e chuva;

• As resinas que mais frequentemente são utilizadas para uso


estrutural em madeiras são: a resina fenólica e suas modificações,
bem como as resinas fenol resorcinol para uso exterior, e
atualmente se está fazendo uso das resinas de poliuretano.

Ensaios
• A Norma Técnica Brasileira de estruturas de madeira (NBR
7190/97) estabelece três ensaios para a caracterização da madeira
para MLC: o cisalhamento na linha de cola (fgv,0), a tração normal à
linha de cola (fgt,90) e a resistência de emendas dentadas e
biseladas (fgt,0);

• Uma resistência mínima de 90% do valor da resistência da madeira


utilizada deverá ser encontrada para que o adesivo seja utilizado no
processo de fabricação da MLC.

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 132
• A resistência ao cisalhamento na lâmina de cola paralelo às fibras
da madeira laminada colada (fgv,0) é dada pela máxima tensão de
cisalhamento que pode atuar na lâmina de cola de um corpo-de-
prova prismático, sendo dada por:

Fv0,máx. =  é a  máxima 
força  aplicada  ao 
corpo‐de‐prova;

Agv,0 =  é a  área  inicial 


da  lâmina  de  cola  do 
corpo‐de‐prova,  em 
um  plano  paralelo  às 
fibras.
ABNT (1997)

• A resistência da lâmina de cola à tração normal da madeira


laminada colada (fgt,90) é dada pela máxima tensão de tração que
pode atuar em um corpo-de-prova alongado com trecho central de
seção transversal uniforme, sendo dada por:

Ft90,máx. =  é a  máxima 
força  de  tração 
normal  aplicada  ao 
corpo‐de‐prova;

Ag90 =  é a  área  inicial 


da  lâmina  de  cola 
tracionada do  trecho 
alongado do corpo‐de‐
prova.

ABNT (1997)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 133
• A resistência das emendas dentadas e biseladas à tração paralela às fibras 
da madeira laminada colada (fgt,0) é determinada convencionalmente pela 
razão entre a máxima força de tração aplicada a um corpo‐de‐prova 
alongado e a área Agt,0 do trecho da emenda.

Ft0,máx. =  é a  máxima 
força  de  tração 
aplicada  ao  corpo‐de‐
prova;

Agt,0 =  é a  área  inicial 


da  seção  transversal 
tracionada do  trecho 
central  do  corpo‐de‐
prova;
Ft0 =  é a  resistência  à
tração  paralela  à
tração às fibras.
ABNT (1997)

União entre as peças de madeira


• Ligação de topo;
• Ligação biselada
. Recomendado: 1:10
• Ligação dentada (finger joints)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 134
Disposições Construtivas
Pfeil e Pfeil (2003)
Pfeil e Pfeil (2003)

USDA (1999)

Tipos de MLC
 Combinação – Flexão
 forma mais usual da MLC
 utilização de peças de menor qualidade
 disposição segundo os esforços solicitantes
 Prevista NBR 7190 (1997)

MOE = Homogênea
MOR = Tração

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 135
 Combinação – Compressão
 utilização da MLC como coluna
 esforço no sentido paralelo
 disposição homogênea

 Combinação – Curvatura
 utilização em pórticos
 curvatura – raio 100 a 125x espessura
 utilização de contraflecha

 Combinação – Inclinação
 corte de seções da MLC – borda comprimida
 requisitos arquitetônicos

Disposição para
maior resistência e
rigidez

Emenda de topo (finger-joint)

Disposição para compensar


tensões em função da umidade
Altura
USDA (1999)

Largura

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 136
Avaliação Não-
Destrutiva das
Lâminas

Metriguard (2005)

Dimensionamento
 NBR 7190 (1997) – ligaç
ligações coladas em juntas longitudinais
 o crité
critério bá
básico é que (cisalhamento)

f lc  f v , 0
 cálculo de MLC é idêntico ao de uma peç
peça de madeira maciç
maciça

Longsdon (1999)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 137
Góes e Matthiesen (2004)

Eficiência
da Linha
de Cola
fg
Ef (%)   100
fk
Góes e Matthiesen (2004)

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 138
Dimensionamento
 Ligaç
Ligação colada - não definido para peç
peças fletidas - traç
tração usar fator de
reduç
redução da seç
seção

Ares    Aef
  0,9 ( finger )
  0,85 (cunha )
  0 ( topo )

RD  S D (Red )
Longsdon (1999)

Dimensionamento

 peç
peças curvas - limitaç
limitação r em até
até 125x e (coní
(coníferas) e 100x (folhosas)
2
e
 reduç cálculo (kmod3)
redução da resistência de cá kmod 3  1  2000  
r
3 M
 verificaç
verificação de tensões radiais (C ou T) r 
2 rbh

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 139
Avaliação Não
Destrutiva da Madeira
(NDT)

Segundo ABENDI…

• Ensaios Não Destrutivos (END)


são técnicas utilizadas na inspeção
de materiais e equipamentos sem
danificá-los, sendo executados nas
etapas de fabricação, construção,
montagem e manutenção

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 140
• Constituem uma das principais ferramentas do
controle da qualidade de materiais e produtos,
contribuindo para garantir a qualidade, reduzir os
custos e aumentar a confiabilidade da inspeção.

• São largamente utilizadas nos setores


petroquímico, químico, aeronáutico, aeroespacial,
siderúrgico, naval, eletromecânico, papel e
celulose, entre outros; contribuem para a
qualidade dos bens e serviços, redução de custo,
preservação da vida e do meio ambiente, sendo
fator de competitividade para as empresas que
os utilizam. (www.abende.org.br)

Materiais homogêneos

Emissão acústica
Ultra-som
Radiografia

Termografia

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 141
Conceito... (segundo cientistas da madeira)

“é a ciência de identificação das


propriedades físicas e mecânicas de
um dado material sem alterar a sua
capacidade de uso final, e usar essa
informação para o uso em aplicações
apropriadas do material”

Pellerin e Ross (2002)

Ensaios não destrutivos


• END de madeiras e subprodutos
assume um importante papel, pois
permite obter e analisar o maior
número de informações sobre o
material, objetivando não apenas
maior precisão dos resultados, como
também estabelecer critérios práticos
de classificação, caracterização e
manutenção do material

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 142
END - Madeiras
• Visual • Químicos
– Cor – Composição (NIR)
– Presença de defeitos – Presença de
• Físicos preservativos
– Resistência elétrica • Mecânicos
– Emissão acústica – Rigidez à flexão
– Propagação de ondas – Resistógrafo
– Vibração – Pylodin
– Raio-X

Histórico - NDT
• Jayne (1959): propôs que a armazenagem e a
dissipação da energia em materiais à base de madeira
poderiam ser mensuradas;
• Em nível microscópico, a orientação e composição das
fibras controlam o nível de energia armazenada, a qual
pode ser observável pelo como uma frequência de
oscilação na vibração ou na velocidade de transmissão
do som;
• A taxa de decaimento da vibração ou a atenuação das
ondas de tensão são medidas usadas para medir o nível
de dissipação da energia;
• 1º Simpósio => 1964 (EUA)
• 16º Simpósio => 2009 (China)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 143
Cruz et al. (2004)

Moreira et al. (2004)

Chahud et al. (2000)

Nogueira e Estulano (2000)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 144
"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"
Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 145
Métodos NDT

Situação no Brasil
Perfuração
Análise de Imagem
Colorimetria Aplicada
Ondas de Tensão

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 146
NDT Madeira - Brasil
• Grupos de pesquisa: UnB, LPF, USP/São
Carlos, Unicamp, UFPR, UNESP;
• Restrita ao nível pesquisa e desenvolvimento;
• Não há relato de utilização em nível industrial
madeireiro, exceto na determinação de TU de
tábuas, lâminas e polpa e papel;
• NBR 7190 (1997) sendo revisada para incluir
ondas de tensão e vibração transversal;
• NBR 15521 (2007): ultra-som para folhosas

Perfuração
• Utilizados para inspeção de estruturas e
árvores em pé; principalmente
biodeterioração interna;
• Detectam a presença de vazios e
permitem estimar a espessura do material
residual;
• Dois principais métodos: resistência à
perfuração (elétrico) e sonda de
perfuração/trado de incremento (manual);

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 147
http://www.youtube.com/watch?v=7qxl
U-36PCk

Medidor de resistência à
perfuração (Ross et al. 2004)

Sonda manual para retirada de


amostras (Ross et al. 2004)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 148
Análise de Imagens
• Empregado para a seleção de toras,
classificação de tábuas, descolorações,
detecção de defeitos internos; nós e
bioterioração; determinação da densidade;

• Consiste do processamento e análise da


imagem gerada seja por meio de uma
câmera (externa) ou por raio-x (interna);

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 149
Densitometria por raio-x (Moya e
Tomazello Filho, 2009)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 150
Imagens de raio-X para
determinação da densidade
horizontal de painéis inteiros
de madeira (Chen et al. 2009)

Determinação de área e
orientação de strands em OSB
(Nishimura et al. 2002)

DEF 1: Porosidade <2,5% DEF 2: 2,5-3,5% DEF 3: >3,5%

Análise de imagem aplicada à qualidade de rolhas de cortiça (Lopes & Pereira, 2000)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 151
Colorimetria
• Consiste na medição dos parâmetros
colorimétricos do material para determinação
exata da cor;
• Utiliza espectrofotômetros ou colorímetros,
portáteis ou não;
• Sistema mais utilizado é o CIELAB (1976);
• Empregado para agrupar peças de madeira
pela cor;
• Controle de qualidade de madeira tratada
termicamente

Parâmetros colorimétricos…
100
C  a *2  b *2

 b*
h*  arctan  
 a*

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 152
Parâmetros colorimétricos e estabilidade dimensional de painéis OSB
(Del Menezzi, 2008)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 153
Estimativa do ganho em estabilidade dimensional em função das alterações
Colorimétricas de painéis OSB (Del Menezzi, 2008)

(cont.) estimativa do ganho em estabilidade dimensional em função das alterações


Colorimétricas de painéis OSB (Del Menezzi, 2008)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 154
• Estimativa das
propriedades de
flexão de seis
(n=120) madeiras
tropicais (Santos, 2007)

• A análise dentro da
espécie (n=20) não
permitiu adequada
estimativas das
propriedades (Santos,
2007)

• Correlação entre propriedades de flexão e


parâmetros colorimétricos (Del Menezzi et al. 2008)
Variable EM fM SPL
Density 0,866** 0,914** 0,893**
EMd 0,954** 0,929** 0,938**
Wv 0,264** 0,081ns 0,192*
C* -0,040ns -0,009ns -0,069ns
L* -0,709** -0,637** -0,743**
a* 0,398** 0,316** 0,389**
b* -0,115ns -0,072ns -0,140ns
h -0,286** -0,220* -0,295**

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 155
• Utilização de parâmetros colorimétricos e acústicos para a estimativa das
propriedades de flexão estática de seis madeiras tropicais (Del Menezzi et al. 2008)
Predictor Coefficient (i)** Std.
Property Model 0** R2
Density wv L* h a* Error
1 -2472.0 18494.73 ns ns ns ns 0.750** 2268.48
EM
2 -30333.9 19614.00 6.329 ns ns ns 0.898** 1456.07
1 -41.0 204.28 ns ns ns ns 0.835** 19.29
2 -197.4 210.56 0.036 ns ns ns 0.878** 16.69
fM
3 -204.9 219.56 0.041 ns ns -2.435 0.885** 16.23
4 -38.8 224.96 0.035 ns -1.622 -6.618 0.895** 15.59
1 -17.0 118.39 ns ns ns ns 0.797** 12.69
2 -159.1 124.09 0.032 ns ns ns 0.897** 9.09
SPL
3 -54.6 106.51 0.019 -0.577 ns ns 0.913** 8.38
4 -62.6 101.06 0.017 -0.868 0.550 ns 0.920** 8.09

Predictor Coefficient (i) Std.


Property Species 0 R2
Density wv a* C* Error
ns
Freijó 2648,7 13258,3* ns ns ns 0,302* 1137,16
EM Pau-marfim -18683,8** ns 7,64** ns ns 0,535** 859,43
Ipê 2082,3ns ns ns ns 804,98* 0,285* 886,98
Freijó -194,1* 180,50** ns ns ns 0,641** 6,73
fM Pau-marfim -179,1* ns 0,79** ns ns 0,459** 10,29
Sucupira -830,4ns 1061,22* ns ns ns 0,199* 24,78
Freijó 24,42ns 66,36* ns ns ns 0,208* 7,31
Pau-marfim -28,18ns ns 0,03** ns ns 0,331** 4,24
SPL Sucupira 224,48** 15,92* ns ns ns 0,221* 9,77
Ipê 222,23** ns ns -11,78** ns 0,336** 8,60
Cumaru 212,99** ns ns ns -3,28* 0,232* 6,15

Ondas de Tensão
• Baseia-se na teoria de propagação de ondas
unidirecionais em uma barra homogênea e
elástica;
• Pode ser utilizado para
– estimativa de propriedades mecânicas
– avaliação do grau de ataque biológico
– classificação de laminas e de madeira

V: Cte

E = v2 ρ

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 156
Esquema de funcionamento do
Stress Wave Timer (Silveira, 2007)

Stress wave timer 239A


Início da contagem de
tempo

Fim da contagem de
tempo

Acelerômetros

L v2  D
v 6
( m / s ) E   10 5
( N / mm 2
)
t 10
M d
g
Onde:
L = distância entre os acelerômetros, m
t = tempo de propagação da onda, s
D = densidade de madeira, kg/m3;
g = aceleração da gravidade, m/s2;

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Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 157
• Efeito do tratamento térmico sobre as
propriedades de painéis OSB (Del Menezzi et al. 2007)

• Estimativa de propriedades de flexão de


painéis OSL e LSL (Ferraz et al. 2009)
• Para a utilização em materais compostos a
técnica pode ter limitações, como por exemplo
em painéis OSB;

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 158
25000
y = 1,0496x - 2726,9

20000
R2 = 0,9109** • Estimativa de
propriedades de
EM (MPa)

15000
flexão de madeiras
tropicais por meio da
10000 técnica de ondas de
tensão (Del Menezzi et al.
2010)
5000
5000 10000 15000 20000 25000

250
y = 0,0107x - 29,827
200 R2 = 0,8632**
fM (MPa)

150

100

50
5000 10000 15000 20000 25000
EMd

Espécie Propriedade Equação R2 F EPE


EM =  (vo) EM = -18683,8 + 7,647 vo 0,535 20,68** 859,4

fM =  (vo) fM = -179 + 0,079 v-o 0,459 15,26** 10,3

Pau-marfim Plim =  (vo) Plim = -1165,6 + 0,854 vo 0,381 11,06** 131,2

Pmáx =  (vo) Pmáx = -6151,9 + 2,609 vo 0,476 16,37** 329,6

Tlim =  (vo) Tlim = -28,1 + 0,025vo 0,331 8,92** 4,2


EM =  (Ed) EM = -459,3 + 0,886 Ed 0,427 13,41** 1030,6
Freijó
fM =  (Ed) fM = -18,7 + 0,009 Ed 0,614 28,65** 6,8

Cedro Pmáx =  (vo) Pmáx = -593,7 + 0,757vo 0,205 4,64* 241,7


fM =  (Ed) fM = -148,7 + 0,019 Ed 0,481 16,70** 19,9

Plim =  (Ed) Plim = -453,6 + 0,220 Ed 0,402 12,11** 278,1


Sucupira
Pmáx =  (Ed) Pmáx = -4897,8 + 0,598 Ed 0,478 16,46** 648,1

Tlim =  (Ed) Tlim = -10,0 + 0,007 Ed 0,394 11,69** 8,6

fM =  (Ed) fM = 60,6 + 0,006 Ed 0,248 5,94* 12,6


Cumaru
Pmáx =  (Ed) Pmáx = 2058,0 + 0,189 Ed 0,234 5,50* 382,9

• (cont.) Estimativa de propriedades de flexão de madeiras tropicais


por meio da técnica de ondas de tensão (Del Menezzi et al. 2010)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 159
• Avaliação não
destrutiva de
painéis LVL com
emendas em
bisel (Santos, 2008)

18500 18500

18000 18000

17500 17500
Em (N/mm 2)

17000 17000

16500 y = 0,7864x + 3212 16500 y = 5,1355x - 8347,4


R2 = 0,5861 R2 = 0,476
16000 F=18,41** 16000 F=11,81**

15500 15500
16000 16500 17000 17500 18000 18500 19000 4750 4800 4850 4900 4950 5000 5050 5100
Emd (N/mm 2 ) Vo (m/s)

• Estimativa de propriedades de flexão de painéis LVL de Pinus


kesyia por meio da técnica de ondas de tensão (Souza, 2009)

• Inspeção não
destrutiva do
prédio OCA II, UnB
(Teles et al., 2008)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 160
Controle de Qualidade
na Construção com
Madeira

Qualidade...
• Transcendental
– caracterí
característica, propriedade ou estado de um
produto; observá
observável, mas não descrita
• Produto
– relativa às melhores caracterí
características de um produto
• Valor
– produto atende conformidades a um custo aceitá
aceitável
• Fabricação
– produç
produção dentro das especificidades
• Cliente
– grau de adequaç
adequação ao uso final do produto;
demanda que se pretende satisfazer

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 161
Qualidade (ISO 8402)
• “É a totalidade de peculiaridades e das
características de um produto ou serviço
relacionadas com a capacidade de
satisfazer necessidades declaradas ou
implícitas”

Estética
Madeira Construção
Durabilidade
Estrutura Manutenção
Segurança

Características do produto...
 leve em comparação a outros materiais
 muito boa resistência relativa
 apresenta baixa dilatação térmica
 fraco condutor de calor, som e eletricidade
 absorve choques e vibrações
 utilização de ligações de modo fácil e seguro
 aceita muito bem acabamentos
 fácil trabalhabilidade
 defeitos podem ser detectados facilmente

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 162
Limitações...
 alta higroscopicidade
 apresenta anisotropia (ortotropia)
 propriedades não são alteradas facilmente
 apresenta dureza limitada
 material orgânico sujeito à biodeterioração
 material combustível

É possível contornar ou minorar cada uma destas


limitações através da utilização de madeiras e produtos
diversificados bem como por meio de processos
construtivos mais adequados

• Defeitos Naturais
USDA (1999)
USDA (1999)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 163
• Defeitos Processamento

Empenamentos

Encurvamento

Arqueamento

Torcimento
Martins (1988)

Encanoamento

Biodeterioração

USDA (1999)

USDA (1999)

Rachaduras

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 164
Selos de Qualidade

Apresentam as
caracterí
características
do produto relativas a:
resistência, uso, norma
e dimensões

Normas ABNT - Madeira


• Madeira - amostragem  NBR14660 (2004)
• Madeira serrada - dimensões  NBR14807 (2002)
• Madeira serrada - terminologia  NBR12551 (2002)
• Madeira serrada - eucalipto  NBR14806 (2002)
• Estruturas de Madeira  NBR7190 (1997)
coníferas  NBR12297 (1991),
• Madeira serrada - coní
NBR 11700 (1991), NBR 11869 (1991)
• Madeira serrada - folhosas  NBR9487 (1986)
Painéis compensados  NBR 9531-
• Painé 9531-35 (2002), NBR
9485-
9485-89 (2002)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 165
Fichas de
Verificação de
Materiais

Braga e Shimbo (2000)

Fichas de
Verificação de
Execução

Braga e Shimbo (2000)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 166
Braga e Shimbo (2000)
Fichas de
Inspeção de
Serviços
Executados

Valle et al. (2004)

Chahud et al. (2000)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 167
Cruz et al. (2004)

Moreira et al. (2004)

Chahud et al. (2000)

Nogueira e Estulano (2000)

"Princ. de Eng. e Tec. da Madeira"


Prof. Cláudio Del Menezzi (EFL/UnB) 168

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