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Deiglys Borges Monteiro Ciência dos Materiais

Aula 12
• Objetivo:

– Apresentar curva tensão deformação:


• Verdadeira;
• Verdadeira corrigida;
– Definir: Ductilidade, Tenacidade, Dureza,
Resiliência, Fluência.
– Apresentar principais tipos de ensaios para
obtenção de propriedades e avaliação de
comportamento mecânico.
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• Ductilidade:
– Capacidade de um material se deformar até a sua
falha;
• Materiais dúcteis: apresentam deformação plástica
elevada;
• Materiais frágeis: não apresentam deformação plástica
significativa (F°F°) ou não se deformam plasticamente
(vidro).

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• Ductilidade: curva TensãoxDeformação
– Área sob a curva representa o quão dúctil um
material é:
• Material dúctil (vermelho);
• Material Frágil (azul).

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• Ductilidade:
– Calculada por dois métodos:
• Alongamento percentual;
• Redução de área percentual;
– Valores não são coincidentes. Apenas indicam
entre dois ou mais materiais qual apresenta maior
ductilidade.

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• Ductilidade:
– Alongamento percentual:
𝑙𝐹 − 𝑙0
𝐴𝐿% = ( ) × 100
𝑙0
– Redução de área percentual:
𝐴0 − 𝐴𝑓
𝑅𝐴% = ( ) × 100
𝐴0
em que:
lF = comprimento final
l0 = comprimento inicial
A0 = área inicial
Af = área final

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• Ductilidade:
– Sofre influência da:
• Temperatura (vide figura). Exemplo: Aço baixo carbono:
– Em temperatura ambiente: dúctil;
– Em baixas temperaturas: frágil;
• Velocidade de aplicação do carregamento (impacto);
• Microestrutura;
• Presença de defeitos (poros, trincas, concentradores de
tensão, etc). Exemplo:
– Cerâmicas;
– F°F°.

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• Ductilidade: curva TensãoxDeformação
– Influência da temperatura e alteração do
comportamento para um mesmo material.

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• Ductilidade:
– É sensível também à:
• Tratamentos térmicos (têmpera e revenimento,
recozimento, etc);
• Tratamentos mecânicos (encruamentos);
• Deformações anteriores;
– OBS: módulo de elasticidade não é afetado por estes
mecanismos ou tratamentos.

– Aplicações importantes: materiais estruturais


• Apresentam deformação plástica prévia antes de falhar.

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• Ductilidade: curva TensãoxDeformação
– Influência de deformações anteriores (p. ex.:
encruamento).

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• Tenacidade:
– Capacidade do material armazenar energia até o
momento de sua falha: medido em [Pa]=[J/m³]
• Material tenaz tem boa resistência e boa ductilidade ao
mesmo tempo.
– Sofre influência de:
• Geometria;
• Tipo, modo e velocidade de carregamento;
– Carregamento estático;
– Carregamento dinâmico: taxa de deformação, presença de
entalhes e outros concentradores de tensão.
– Aplicações: guard-rails, zonas de deformação
controlada (automóveis), etc.

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• Dureza:
– Medida da resistência de um material a uma
deformação plástica localizada:
• Pequenas marcas;
• Riscos;
– Diversos modos de medir e escalas:
• Escala de Mohs (primeira escala, variando de 1 a 10);
• Vickers (HV);
• Rockwell A, B e C (HRA, HRB, HRC) e Rockwell superficial A,
B, C;
• Brinell (HB);
• Knoop (microdureza) (HK);
• Shore (borrachas e elastômeros).

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• Dureza:

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• Dureza:
– Conversão entre escalas (vide figura):
• PODE apresentar erros significativos, NÃO sendo uma
prática recomendada;
– Método de medição varia em função:
• Material (maciez/dureza, ductilidade/fragilidade, etc);
• Equipamento utilizado (capacidade);
• Habilidade do operador.

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• Dureza:

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• Dureza:
– Medição sofre influência de:
• Proximidade de pontos para ensaio: encruamento;
• Uso correto dos penetradores ou indentadores;
• Posicionamento da amostra no equipamento;
• Geometria da amostra (altura, largura, etc...);
– Ensaio não destrutivo:
• Uso em peças de produção bastante comum.

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• Dureza: características principais
– Rockwell: dureza medida pela diferença de
penetração existente entre uma carga inicial e
uma carga principal (maior);
– Brinell: carga constante aplicada por um tempo
específico (entre 10-30s);
– Vickers: uso de microcargas (1 a 1000g);
– Knoop: idem a Vickers porém mais adequada a
materiais frágeis.

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• Resiliência:
– Capacidade do material armazenar energia sob a
forma de deformação elástica quando sob
carregamento e de devolvê-la ao sofrer
descarregamento:
• Contabilizada até o limite de escoamento (vide figura);
• Representada como a área sob a curva na região
elástica;
• Medida em [J/m³] = [Pa].

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• Resiliência:
– Boa resiliência:
• Alto e e baixo E;
– Módulo de resiliência;
• Apresenta uma medida da resiliência
de um material;
𝜎𝑒 2
𝑈𝑅 =
2𝐸

– Aplicações: molas
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• Curva Tensão x deformação verdadeira:
– Utiliza para cálculo da tensão a Área Instantânea:
• Dificuldade de se obter a área instantânea;
• Resistência do material não se reduz, apenas aumenta!;
• Aparente redução da resistência se deve ao uso da área
inicial (facilmente obtida);
𝐹 𝑙𝑖
𝜎𝑉 = 𝜖𝑉 = ln
𝐴𝑖 𝑙0
em que:
Ai = área instantânea
li = comprimento instantâneo

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• Curva Tensão x deformação verdadeira:
– Caso particular: para deformações que não
apresentem alteração de volume, pode-se
relacionar a tensão x deformação verdadeira com
a tensão x deformação de engenharia.
𝜎𝑉 = 𝜎(1 + 𝜖) 𝜖𝑉 = ln(1 + 𝜖)

– OBS: equações válidas até o início da estricção.

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• Curva Tensão x deformação corrigida:
– Após a estricção se iniciar, o material se deforma de modo
não-uniforme, isto é, há alteração líquida no volume do
material.
• As equações deixam de serem válidas e necessitam ser corrigidas;
• Equação varia de acordo com o material;
• Alguns metais e ligas seguem a equação:
𝜎𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑐𝑡 = 𝐾𝜖𝑉 𝑛
em que:
K = constante para o material
n = constante para o material

• Aspecto das curvas é apresentado na figura.

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• Curva Tensão x deformação corrigida:

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• Curva Tensão x deformação corrigida:

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• Fluência:
– Deformação que ocorre em materiais quando
expostos a tensões mecânicas estáticas em “altas
temperaturas”:
• Provoca deformação plástica de um material mesmo que o
mesmo não apresente tensão acima da tensão limite de
escoamento, levando-o a falha (varia conforme o elemento);
• Dependente do tempo;
• É provocado pelo escorregamento dos planos cristalinos
devido a altas temperaturas e carregamentos aplicados por
um longo tempo;
• Processo particularmente importante para elementos
sujeitos a “altas temperaturas” (rotores e pás de turbinas,
trocadores de calor, linhas de vapor de alta pressão, etc).

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• Fluência:
– Fenômeno observado em todos tipos de
materiais:
• Metais e Cerâmicas: importante para temperaturas
superiores a ~40% da temperatura de fusão do mesmo;
– Varia conforme o material;
• Polímeros amorfos (inclusive borrachas e plásticos):
especialmente sensíveis a deformação por fluência.

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• Fluência:
– Taxa de fluência em R.P.: depende da tensão (relação empírica)
𝜖𝑟 = 𝐾1 𝜎 𝑛
– Taxa de fluência em função da temperatura e da tensão
−𝑄𝑓
𝜖𝑟 = 𝐾2 𝜎 𝑛 𝑒 ( 𝑅𝑇 )

em que:
K1 e n = são constantes para o material;
K2 e Qf = são constantes para o material;
Qf = energia de ativação da fluência

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• Relação Tensão x Temperatura x Tempo

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• Ensaios:
– Possibilitam levantar propriedades e características
dos materiais;
– Realizados em condições controladas:
• Garantia da repetibilidade e reprodutibilidade do teste:
qualquer amostra pode ser ensaiada e os resultados
comparados;
• Obedecem rigidamente normas (ASTM, ASME, SAE, DIN,
ABNT-NBR, etc...);
• Possibilidade de simular condições encontradas pelos
materiais em suas aplicações (em alguns casos) ou
levantamento de correlações que o permitam.

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• Ensaios:
– Principais tipos:
• Tração: vide vídeos
– Ensaio mais versátil, fácil e utilizado;
– Possibilita levantamento de propriedades e avaliar o
comportamento de ampla gama de materiais em condições
distintas: ductilidade, tenacidade, resistência, rigidez,
resiliência, etc.
– Corpo de prova tracionado em equipamento adequado;
– Condições variáveis: velocidade do ensaio, temperatura, etc.
– Materiais que apresentam dificuldades de ensaio: frágeis
(vidros, por exemplo).

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• Ensaios:
– Principais tipos:
• Compressão: vide vídeos
– Mesmos resultados do ensaio de tração: adequado para
materiais que apresentam comportamento em compressão
muito diferente em relação ao seu comportamento em tração.
– Cuidados especiais para evitar atrito entre ferramenta e corpo
de provas (resultados falsos);
– Exemplo: cerâmicas em geral, F°F°, etc.

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• Ensaios: tração e compressão
– Corpos de prova normalizados

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• Ensaios: tração

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• Ensaios:
– Principais tipos:
• Flexão: vide vídeos
– Adequado para materiais que não podem ser adequadamente
ensaiados por tração (cerâmicas e materiais frágeis como
vidro):
– Ensaio em 2 pontos e 3 pontos, conforme material e
características a serem avaliadas;
• Impacto (Charpy): vide vídeos
– Simulação de cargas dinâmicas e energia que pode ser
armazenada pelo material antes de sua falha (tenacidade);
– Comporta ensaios em diferentes temperaturas.

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• Ensaios: flexão

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• Ensaios: impacto

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• Ensaios:
– Principais tipos:
• Dureza
– Adequado para materiais que não podem ser adequadamente
ensaiados por tração (cerâmicas e materiais frágeis como
vidro):
– Ensaio em 2 pontos e 3 pontos, conforme material e
características a serem avaliadas;
• Fadiga
– Simulação de cargas dinâmicas e energia que pode ser
armazenada pelo material antes de sua falha (tenacidade);
– Comporta ensaios em diferentes temperaturas.

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• Ensaios: dureza e fadiga cíclica

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• Ensaios:
– Outros tipos:
• Fluência:
– Determinação da relação tempo x temperatura x carga que
iniciam o processo;
– Tempo para o processo se completar;
– Identificação das 3 fases da fluência;
– Identificação de materiais adequados para suportar condições
de aplicações em alta temperatura x cargas e por longos
períodos de tempo.

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• Ensaios: dureza e fadiga cíclica

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• Ensaios:
– Outros tipos:
• Temperabilidade (Jominy):
– Adequado para materiais que não podem ser adequadamente
ensaiados por tração (cerâmicas e materiais frágeis como
vidro):
– Ensaio em 2 pontos e 3 pontos, conforme material e
características a serem avaliadas;
• Vicat (polímeros);
• Análise Térmica Dinâmico-Mecânica - DTMA
(polímeros).

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• Ensaios: Jominy

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• Referências:
[1] CALLISTER Jr., W. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2006.
[2] CALLISTER Jr., W. Fundamentos da ciência e engenharia de materiais: uma
abordagem integrada. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
[3] SHACKELFORD, J.F.; Ciência dos Materiais. 6 ed. São Paulo. Pearson. 2008.
[4] Ensaio de dobramento para materiais; CIMM; Disponível em:
http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6596-ensaio-de-dobramento-
para-materiais-frageis#.VUZTnfmrS00, acesso em 03/05/2015
[5] Laboratório de estruturas e materiais Prof. Fernando L. Lobos B. Carneiro; Galeria
de fotos; Disponível em: http://wwwp.coc.ufrj.br/~eduardo/labest.htm, acesso em
03/05/2015.
[6] Bancada Jominy; Disponível em:
http://cursos.unisanta.br/mecanica/labmec/metralografia40.htm, acesso em
03/05/2015.
[7] O teste Jominy, CIMM; Disponível em:
http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6445-o-teste-
jominy#.VUZYhfmrS00, acesso em 03/05/2015.

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