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MATERIAIS ELÉTRICOS

Propriedades Mecânicas dos Materiais


Conceitos Gerais

Curso: Graduação em Engenharia Elétrica, 7◦ Semestre.


Professor Diego Habib S. Nolasco.
Doutor em Engenharia Elétrica

INSTITUTO
FEDERAL
Bahia
Campus
Vitória da Conquista

Vitória da Conquista, Abril de 2022.


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Propriedades Mecânicas dos Materiais
Os materiais de engenharia podem ser classificados como:

Metais Cerâmicos Polímeros Vidros Elastômeros


e ligas

Híbridos
ex: compósitos
Madeira

Os compósitos, são materiais formados pela união de materiais distin-


tos com o objetivo de se obter um produto de maior qualidade.
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Os materiais possuem propriedades mecânicas com características dis-


tintas, sendo que estas determinam suas respectivas utilizações em apli-
cações diversas.

Das principais propriedades mecânicas dos materiais aplicados


em engenharia, destacam-se:
Resistência mecânica;
Elasticidade;
Ductibilidade;
Fluência;
Resiliência;
Tenacidade;
Dureza.

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Resistência Mecânica
No campo da mecânica dos sólidos, resistência mecânica, é a força re-
sultante da aplicação de uma força sobre um material.
Na engenharia, a resistência mecânica de uma estrutura é a sua capaci-
dade de suportar as solicitações externas sem que estas venham a lhe
causar deformações plásticas.
Lembrando que: força ou carga (F) é uma grandeza física vetorial que
tende a tirar um corpo do seu estado de inércia ou tende a mudar sua
forma ou dimensões.
Instrumentos de medida: dinamômetro e célula de carga.

Unidade: Kgf ou N.

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Resistência Mecânica –> Tipos de Forças

Tração: aumenta a dimensão do corpo na linha de ação da carga;


Compressão: diminui a dimensão do corpo na linha de ação da
carga;
Cisalhamento: força cortante: duas paralelas de sentido contrário
em planos contíguos;
Torção: provoca deslocamento angular relativo de planos vizinhos,
transversais a um eixo;
Flexão:(tende a curvar um eixo longitudinal perpendicular à força.

F F
F F F

F F

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Resistência Mecânica –> Ensaio

Comportamento de resistência mecânica de um material sólido pode


ser determinado por um teste simples (ensaio) de tensão x deformação.

Tensão (σ)
- É a resposta interna de um corpo a uma carga ou força externa por
unidade de área.
- Mais adequado para caracterizar a resistência à ruptura de um mate-
rial do que a força (adequada para expressar a resistência de um objeto).
- A tensão nominal σ é expressa a razão entre a força aplicada pela área
da seção transversal do corpo de prova, como segue:

F
σ= (1)
A0

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onde,
* F –> é a carga instantânea aplicada em uma direção perpendicular à seção reta da
amostra;
* A0 –> é a área da seção reta original antes da aplicação da carga.

No Sistema Internacional (SI), a


unidade da tensão de engenharia,
chamada somente
de tensão, é o Newton por metro
quadrado (N/m²), que é
denominada Pascal (Pa), ou o seu
múltiplo, o megapascal (Mpa).

Nos Estados Unidos é usual a


unidade libras-força por
polegada quadrada, denominada
psi (1 MPa = 1N/mm² = 145 psi,
1 psi = 6,9 x 10-3 MPa).

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Tipos de tensões mais utilizados em ensaios: tração; compressão; cisal-
hamento.
O ensaio de tração é padronizado por normas técnicas, entre elas a
NBR-6152 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, e a
ASTM E 8M da American Society for Testing and Materials - ASTM, ambas
para materiais metálicos.
O resultado de um ensaio de tração é registrado na forma de um gráfico
ou diagrama relacionando a carga em função do alongamento.
Como as características carga deformação são dependentes do tamanho
da amostra (quanto maior a área da seção reta do corpo de prova, maior
a carga para produzir o mesmo alongamento).
O ensaio de tração pode ser utilizado para avaliar diversas propriedades
mecânicas dos materiais de grande importância em projetos de máquinas
e equipamentos mecânicos.

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Deformação (ε)
- É definida como a variação de uma dimensão qualquer desse corpo,
por unidade da mesma dimensão, quando submetido a um esforço
qualquer.
- A deformação de engenharia é definida de acordo com a expressão:

li − l0 ∆l
ε= = (2)
l0 l0
onde,
* l0 –> é o comprimento original da amostra antes da aplicação da carga;
* li –> é o comprimento instantâneo.
* ∆l = li − l0 –> representa a variação no comprimento a um dado instante.

- No SI, a unidade de deformação, é o metro por metro (m/m); logo, a


deformação é unidimensional (independente do sistema de unidades).

- Frequentemente, a deformação é expressa em porcentagem (%).


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Elasticidade: comportamento tensão (σ) - deformação (ε)

- A grande maioria dos materiais metálicos submetidos a uma tensão de


tração relativamente baixa apresentam uma proporcionalidade entre a
tensão aplicada e a deformação observada, conforme a relação:
σ =E·ε (3)
σ F · l0
E= = (4)
ε l0 · ∆l
- A Equação (3) foi obtida por meio de uma analogia com a lei de Hooke
(F = k · x) que descreve a equação de elasticidade de uma mola.
- A constante de proporcionalidade E, é denominada módulo de elasti-
cidade ou módulo de Young.
- A constante E indica a rigidez do material (resistência do material à
deformação elástica) e depende fundamentalmente das forças de lig-
ação atômica.
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- No SI, os valores de E são normalmente expressos em gigapascal (GPa),


devido serem valores muito elevados.
- Para a maioria dos metais típicos, a magnitude do módulo de elastici-
dade varia entre 45 GPa para o magnésio e 407 GPa para o tungstênio.
- Os valores dos módulos de elasticidade para os materiais cerâmicos
são muito elevados. Para os materiais poliméricos, os valores dos mó-
dulos de elasticidade são menores em relação aos metais, variando en-
tre 0,007 a 4 GPa.
- A diferença na magnitude do módulo de elasticidade dos metais, cerâmi-
cas e polímeros é consequência dos diferentes tipos de ligação atômica
existentes nessas três classes de materiais.
- Além disso, com o aumento da temperatura o módulo de elasticidade
tende a diminuir para praticamente todos os materiais, com exceção de
alguns elastômeros.

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De acordo com CALLISTER, 2002; ASKELAND & PHULÉ, 2003, o mó-
dulo de elasticidade para vários materiais é:

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Temperatura (°F)

Módulo de elasticidade (10 psi)


tungstênio
Módulo de elasticidade (GPa)

6
aço

alumínio

Temperatura (°C)
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O processo de deformação no qual a tensão e a deformação são propor-
cionais é chamado de deformação elástica.

Esquemático tensão-deformação
correspondente à deformação
elástica para ciclos de carga e
descarga.

A inclinação (coeficiente angular) do segmento linear no gráfico tensão-


deformação corresponde ao módulo de elasticidade E do material.
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O módulo de elasticidade pode ser considerado uma medida de rigidez
ou de resistência do material à deformação elástica; ou seja, quanto
maior esse módulo, menor será a deformação elástica resultante da apli-
cação de uma determinada tensão (maior rigidez).

O gráfico abaixo compara


o comportamento elástico
de um aço e do alumínio
à temperatura de 20°C.

Note que para uma dada


tensão, o alumínio
deforma elasticamente
três vezes
mais que o aço.

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- Para alguns materiais (ferro fundido cinzento, concreto e vários polí-
meros) a região elástica não é linear. Nesse caso, não é possível de-
terminar um módulo de elasticidade como visto anteriormente, assim,
utiliza-se um módulo tangencial ou um módulo secante.

Tagente
O módulo tangencial é descrito
como sendo a inclinação da
curva tensão-deformação
em um nível de tensão
específico.
Secante
O módulo secante representa a
inclinação de uma secante
traçada desde a origem até
algum ponto específico sobre a
curva.

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- A tensão e a deformação de cisalhamento também induz um compor-
tamento elástico, sendo proporcionais entre si por meio da relação:

τ =G·γ (5)
onde,
* G –> módulo de cisalhamento ou de elasticidade transversal; * τ –> tensão de
cisalhamento; * γ –> o ângulo de deformação.
Fonte: CALLISTER, 2002.

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Deformação elástica em escala interatômica


- Em uma escala atômica, a deformação elástica macroscópica é man-
ifestada como pequenas alterações no espaçamento interatômico e na
extensão de ligações interatômicas;
- Como consequência, a magnitude do módulo de elasticidade rep-
resenta uma medida da resistência à separação de átomos adjacentes
sendo proporcional a inclinação da curva força interatômica x sepa-
ração interatômica no ponto de equilíbrio:
 
dF
Eα (6)
dr r0
onde,
* F –> Força líquida; * E –> módulo de elasticidade;
* r –> distância interatômica; * r0 –> distância interatômica de equilíbrio.

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A curva da força x separação baseado nas ligações interatômicas dos


materiais.
+
atração
Força F

0
dF seperação interatômica r
dr r
o
repulsão

dF

dr r
o
_

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Anelasticidade
- Para a maioria dos materiais de engenharia existirá também uma com-
ponente da deformação elástica que é dependente do tempo;
- Por exemplo, ao se liberar uma carga, a deformação também não é
totalmente recuperada (a deformação não retorna imediatamente para
zero cessada a carga aplicada);
- Esse comportamento elástico dependente do tempo é conhecido por
anelasticidade, e ocorre devido aos processos microscópicos e atomís-
ticos dependentes do tempo que acompanham a deformação.
- Para os metais, a componente anelástica é normalmente pequena,
sendo frequentemente desprezada.
- Para alguns materiais poliméricos, todavia, a sua magnitude é signi-
ficativa e, neste caso, essa componente é conhecida por comportamento
viscoelástico.
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Deformação plástica

- Para a maioria dos materiais metálicos, o regime elástico se mantém


até deformações de aproximadamente 0,005;

- À medida que o material continua a ser deformado além desse ponto,


a tensão deixa de ser proporcional à deformação e, portanto, a lei de
Hooke não mais será obedecida;

- Neste momento ocorre uma deformação permanente e não recuperável


denominada deformação plástica;

- Para a maioria dos materiais metálicos, a transição do comportamento


elástico para o plástico é gradual, ocorrendo uma curvatura no ponto de
surgimento da deformação plástica, a qual aumenta mais rapidamente
com a elevação de tensão.

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σ
Gráfico esquemático do
comportamento tensão-
deformação em tração até a
região plástica, para um Exemplo
metal ou liga metálica. deformação plástica.

O mecanismo da
deformação plástica
apresentado no gráfico não
é válido para materiais
cristalinos e amorfos.

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- Do ponto de vista atômico, a deformação plástica ocorre devido à rup-


tura de ligações com os átomos vizinhos originais.

- Consequentemente, mesmo que a tensão causadora da deformação


seja removida, os átomos não retornarão às suas posições originais.

- No caso de sólidos cristalinos, a deformação ocorre segundo um pro-


cesso chamado de escorregamento (ou deslizamento), que envolve o
movimento de discordâncias.

- Em sólidos não-cristalinos, bem como em líquidos, o processo de de-


formação ocorre de acordo com um mecanismo de escoamento viscoso.

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Escoamento e limite de escoamento σe

- O fenômeno de escoamento, é a deformação irrecuperável de um de-


terminado corpo de prova.

- Limite de escoamento é a tensão máxima que o material suporta ainda


no regime elástico de deformação, se houver algum acréscimo de tensão
o material não segue mais a lei de Hooke e começa a sofrer deformação
plástica (deformação definitiva).

- A maioria das estruturas é projetada para assegurar que apenas uma


deformação elástica ocorrerá quando da aplicação de uma tensão.

- Portanto, é necessário que se conheça o nível de tensão onde a de-


formação plástica inicia, ou onde ocorre o fenômeno do escoamento no
intuito de evitar a deformação plástica.

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Alguns materiais, tais


como os aços, apresentam
um comportamento
tensão-deformação em
tração semelhante ao
mostrado no gráfico.

Note que a transição


elastoplástica é muito
bem definida, e ocorre de
uma forma abrupta,
conhecida por
fenômeno do pico de
escoamento descontínuo.

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De acordo com GARCIA et al., 2000; CALLISTER, 2002, segue o limite
de escoamento de alguns materiais aplicados em engenharia.

A magnitude da tensão limite de escoamento para um metal representa


uma medida da sua resistência à deformação plástica.
Esses valores variam entre 35 MPa para um alumínio de baixa resistên-
cia, até acima de 1400 MPa para aços de elevada resistência.
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Limite de resistência a tração σu

- Após o escoamento a tensão necessária para continuar o processo de


deformação plástica em materiais metálicos aumenta até alcançar um
valor máximo (M);

- A partir desse ponto, a tensão diminui até a fratura do material (F);

- O limite de resistência à tração é a tensão no ponto máximo da curva


tensão-deformação de engenharia, a qual corresponde à tensão máxima
que pode ser sustentada por uma estrutura sob tração.

- Os limites de resistência à tração podem variar desde 50 MPa para um


alumínio, até um valor de 3000 MPa para aços de elevada resistência.

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M
Após o escoamento a σu
tensão necessária para
continuar o processo de
F
deformação plástica em
materiais metálicos
aumenta até alcançar um

Tensão
valor máximo (M).

A partir desse ponto, a Metais


tensão diminui até a fratura
do material (F).

Deformação
O limite de resistência à tração é a tensão no ponto máximo da curva
tensão-deformação de engenharia, a qual corresponde à tensão máxima
que pode ser sustentada por uma estrutura sob tração.
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σ
Os limites de resistência
à tração podem variar
desde 50 MPa para um
alumínio, até um valor
de 3000 MPa para aços Tensão M
de elevada resistência.

Polímeros:
- grafite-epóxi 280 Gpa; Polímeros
- resinas epóxi 3,1 Gpa;
- Acrílicos 3,5 GPa.
Deformação

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Ductilidade

- A ductilidade é outra propriedade mecânica importante que repre-


senta a medida do grau de deformação plástica que o material suporta
até a fratura.
- Pode ser expressa quantitativamente tanto pelo alongamento per-
centual como pela redução de área percentual.
- Alongamento percentual AL% é a porcentagem da deformação plás-
tica no momento da fratura, expressa como:

lf − l0
AL% = · 100 (7)
l0
onde,
* lf –> comprimento da porção útil do corpo de prova no momento da fratura; * l0
–> comprimento útil original;
Frequentemente, os corpos de prova possuem l0 = 50 mm ou 2 pol.
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A redução de área percentual, RA%, também chamada de estricção
sendo expressa como:

Af − A0
RA% = · 100 (8)
A0
onde,
* Af –> área da seção reta transversal no ponto de fratura; * A0 –> área original da
seção reta transversal do corpo de prova;

- A maioria dos metais possui um grau moderado de ductilidade à tem-


peratura ambiente; contudo, alguns se tornam frágeis à medida que a
temperatura é reduzida.
- Um material que experimenta uma deformação plástica muito pe-
quena ou mesmo nenhuma quando da sua fratura é chamado de frágil.
- Os materiais frágeis são considerados como aqueles que possuem de-
formação de fratura inferior a aproximadamente 5%.
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σ frágil
A ductilidade dos
materiais é importante, dúctil
pois dá uma indicação
do grau segundo o qual
uma estrutura irá se
Tensão
deformar plasticamente
antes de fraturar, bem
como especifica o grau
de deformação
permissível durante
operações de fabricação.

ε
Deformação

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De acordo com CALLISTER, 2002 a tabela abaixo apresenta alguns val-


ores típicos para a tensão limite de escoamento (σe ), limite de resistência
à tração (σr ) e ductilidade de alguns metais comuns (AL%), à temper-
atura ambiente.

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Fluência
- É a deformação permanente de materiais quando estes são sujeitos a
cargas ou tensões constantes e está em função do tempo.
- A curva de fluência (deformação x tempo) pode ser dividida em três
estágios: primária; secundária e terciária.
- Estágio primária: é o segmento com a concavidade voltada para baixo,
apresenta valores de velocidade de deformação decrescente ao longo do
tempo até se atingir uma taxa constante.
- Estágio secundário: representada pelo segundo segmento, aproxi-
madamente reto e a velocidade de deformação. Neste caso poderá
considerar-se constante, devido ao equilíbrio existente entre os proces-
sos de endurecimento por deformação e recuperação.
- Estágio terciário: com a concavidade voltada para cima. Neste verifica-
se, uma crescente evolução da fluência até à rotura.
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ria
terciá
ria
secundá F1 - instável
ia
Deformação

ár
im
pr

F3 - estável

F1
F2 F2 - crescimento lento
F3
t0 tn Tempo
A figura apresenta exemplos de curvas de deformação por fluência,
para diferentes níveis de tensão F1, F3 e F4 .
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Exemplos de rotura por efeito de fluência.

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Resiliência
- É definida como a capacidade de um material absorver energia quando
é deformado elasticamente, e após o descarregamento recuperar essa
energia.
- A energia de deformação por unidade de volume exigida para ten-
sionar um material desde um estado com ausência de carga até a sua
tensão limite de escoamento é denominado de módulo de resiliência
(Ur ).
Z εe
Ur = σdε (9)
0
considere uma região de deformação elástica linear,

1 1  σe  σe2
Ur = σe εe = σe = (10)
2 2 E 2E
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onde,
* εe –> é deformação no momento do escoamento.

No SI, a unidade de resiliência é o joule por metro cúbico (J/m3 ), que é


equivalente ao Pascal (N/mm2 ).

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Tenacidade
- É a capacidade de um material absorver energia durante o impacto e
transformá-la em deformação plástica.
- O módulo de tenacidade (Ut ) é obtido a partir do cálculo da área total
abaixo da curva tensão x deformação.
σ fratura
frágil dúctil
Materiais com
boa ductilidade fratura
apresentarão alta
Tensão

tenacidade e
materiais frágeis
apresentam
baixa
tenacidade.

ε ε
Deformação Deformação
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Algumas vezes são usadas as seguintes aproximações:

materiais dúcteis

Ut ≈ σr εr (11)

materiais frágeis
2
Ut ≈ σr εr (12)
3
onde,
* σr –> é a tensão de ruptura; * εr –> é o alongamento correspondente a essa tensão
de ruptura.

Mesma unidade de resiliência, ou seja, joule por metro cúbico (J/m3 )


ou Pascal (N/mm2 ).

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Dureza

- Dureza é a resistência que um material apresenta ao risco ou a for-


mação de uma marca permanente, quando pressionado por outro ma-
terial ou marcadores padronizados.
- Pode-se definir também como sendo a propriedade de um material
que permite a ele resistir à deformação plástica (permanente), usual-
mente por penetração.
- O ensaio de dureza consiste na impressão de uma pequena marca na
superfície da peça, pela aplicação de pressão com uma ponta de pene-
tração.
- Existem vários tipos de ensaios de dureza:
–> dureza por risco (dureza Mohs);
–> dureza por rebote (dureza Shore);
–> dureza por penetração (dureza Brinell, Meyer, Vickers, Rockwell).
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Dureza por risco (ensaio de dureza de Mohs)
- É pouco utilizado nos materiais metálicos; sua aplicação é maior no
campo da mineralogia.
- Baseia-se no relacionamento do material analisado com outros mate-
riais na sua capacidade de riscar e ser riscado.

A dureza Mohs é o
tipo de ensaio por
risco mais
conhecido,
consistindo em
uma escala de 10
minerais padrões
organizados por
sua capacidade de
riscar um aos
outros.
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- A maioria dos metais situa-se entre os valores 4 e 8 da escala Mohs.


- Esse tipo de dureza, portanto, não serve para definir adequadamente
a dureza dos materiais metálicos.
Dureza por rebote (ensaio de dureza de Shore)
- É um ensaio dinâmico cuja impressão na superfície do material é cau-
sada pela queda livre de um êmbolo com uma ponta padronizada de
diamante.
- Utiliza uma barra de aço (êmbolo) de peso 2,5 N, com uma ponta
padronizada (arredondada) de diamante colocada dentro de um tubo
de vidro com um escala graduada de 0 a 140, tal barra é liberada de
uma altura padrão (256 mm).
- O valor da dureza é proporcional à energia consumida para formar a
marca no corpo de prova e representada pela altura alcançada no rebote
do êmbolo.
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- O material a ser testado deve ser firmemente apoiado para evitar vi-
brações que podem alterar a leitura;

- O êmbolo deve cair e retornar na direção vertical, portanto a superfície


a testar deve estar exatamente na direção horizontal.

- O impacto só deve ser feito uma vez sobre um mesmo ponto.

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Propriedades Mecânicas dos Materiais
Dureza por penetração
Ensaios de dureza de Brinell, Meyer, Vickers, Rockwell

- Os ensaios de penetração baseiam-se em produzir uma deformação


permanente na superfície de um material pela aplicação de uma carga,
durante um determinado intervalo de tempo, através de um penetrador.

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Propriedades Mecânicas dos Materiais

Carros novos:

- apresentam elevada
Carros antigos: tenacidade e transformam a
energia do impacto em
- apresentavam resistência e deformação plástica.
dureza elevadas e tenacidade
baixa, quase não amassavam
e transferiam a energia do
impacto ao motorista.

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Referencial Bibliográfico

[1] CALLISTER, W. D.; Ciência e Engenharia de Materiais - Intro-


dução. Quinta Edição, Editora LTC, 2000.
[2] PADILHA, A. F.; Materiais de Engenharia: Microestrutura e Pro-
priedades. Editora Hermus, 2000.

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Término Slide 1 - Introdução a Disciplina.
Término Slide 2 - Propriedades Gerais dos Materiais, Parte 1.
Término Slide 3 - Propriedades Gerais dos Materiais, Parte 2.
Término Slide 4 - Propriedades Mecânicas dos Materiais.
Contin. Slide 5 - Propriedades Magnéticas dos Materiais, Parte 1.

Materiais de aula disponibilizados no Google Drive Institucional:

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