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ELEMENTOS DAS ESTRUTURAS
MISTAS AÇO-CONCRETO
ELEMENTOS DAS ESTRUTURAS
MISTAS AÇO-CONCRETO
Autores:
FICHA CATALOGRÁFICA
Gilson Queiroz
Q3e Queiroz, Gilson Doutor em Engenharia Metalúrgica e de Minas - UFMG, Brasil / Innsbruck, Áustria
Elementos das estruturas mistas aço-concreto / Professor Adjunto do Departamento de Engenharia de Estruturas
Gilson Queiroz, Roberval José Pimenta . - Belo da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais
Horizonte : Editora O Lutador, 2001.
336 p. il.
1.Estruturas de aço. 2.Concreto. 3.Pimenta, Ro Roberval José Pimenta
berval José Pimenta. I.Título.
Mestre em Engenharia de Estruturas - UFMG, Brasil
Membro do Conselho de Administração e Consultor Técnico
CDU 669.14
da CODEME Engenharia S.A. e da MetForm S.A.
693.5
Elaborada por Rinatdo de Moura Faria - CRB6 - n° 1006
Colaboração:
Luciene Antinossi Cordeiro da Mata
Doutoranda em Engenharia de Estruturas - UFMG, Brasil
Engenheira de Projetos
USIMINAS MECÂNICA S.A.
Belo Horizonte
Novembro de 2001
Criação da Capa e Ilustrações
LUCIENE ANTINOSSI CORDEIRO DA MATA
Diagramação
IDM COMPOSIÇÃO E ARTE
Revisão APRESENTAÇÃO
GILSON QUEIROZ
ROBERVAL JOSÉ PIMENTA
LUCIENE ANTINOSSI CORDEIRO DA MATA
Projeto Editorial
EDITORA O LUTADOR
"Sistemas estruturais em aço e em concreto têm sido utilizados na construção civil
há aproximadamente 150 e 100 anos, respectivamente. A partir da década de 60, os
sistemas mistos e híbridos vêm se desenvolvendo, ampliando deforma considerável
as opções de projeto e construção. Na verdade, tais sistemas fornecem uma gama
quase ilimitada de soluções entre os casos extremos, o que, em última análise, é si
nônimo de liberdade de concepção. Espera-se, assim, que este livro contribua para
alargar os horizontes de profissionais e estudantes envolvidos com a área de enge
nharia estrutural."
Os autores
Belo Horizonte
Novembro de 2001
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem
ao GSCM - Grupo Siderúrgico da Construção Metálica: AÇOMINAS, COSIPA, CSN,
CST e USIMINAS, nas pessoas de Ronaldo do Carmo Soares, Roberto Inaba, Sidnei
Palatnik, Emerson Duarte de Faria e Paulo César Arcoverde Lellis,
pelo reconhecimento do trabalho, pelo valioso suporte financeiro e pelo esforço de
dicado à revalorização da engenharia;
ao Eng. Gabriel Márcio Janot Pacheco e ao Arq. Pedrosvaldo Caram dos Santos,
pela contribuição decisiva na viabilização deste livro e pelo incentivo ao longo do
processo;
aos colegas de trabalho do Departamento de Engenharia de Estruturas da UFMG, da
CODEME Engenharia S.A., da MetForm S.A. e da USIMINAS MECÂNICA S.A.,
pela permissão de acesso aos respectivos acervos e pela espontaneidade das suges
tões e contribuições.
PREFACE
The use of composite steel-concrete structural elements and systems has been
growing steadily in the USA, Europe and the Far East over the past 40 years, since
composite beams became the most economical and efficient floor system in multi-
story buildings. Thus it is a great pleasure to see this book appearing in Brazil, a
booming country where efficient structural systems are needed for multi-story
housing, offices and education. This book, co-authored by Prof. Gilson Queiroz, Eng.
Roberval José Pimenta and Eng. Luciene Antinossi Cordeiro da Mata, not only
summarizes the most advanced aspects of composite construction but also makes
great efforts at making it relevant to the Brazilian engineering community. The
authors have a clear understanding of the topics and present the materiais in a well-
organized and logical fashion. The book is self-contained and provides ali the
necessary information on materiais and mechanics required to understand composite
members and their design. The treatment of composite columns and connections, two
criticai topics often ignored in textbooks, is particularly noteworthy. Similarly, the
treatment of service and fire conditions is outstanding. The book is ideal as a text
either for a semester course in composite construction for advanced structural
engineering students or for practitioners wishing to expand their technical horizons.
The authors are to be congratulated for their thoroughness in covering ali aspects of
composite construction as well as for the clarity of the presentation.
Roberto Leon
Professor, Structural Engineering, Mechanics and Materials
Geórgia Institute of Technology, Atlanta, USA
NOTAÇÃO
LETRAS ROMANAS MAIÚSCULAS
A área
Aa área da seção de aço
Ac área da seção de concreto
Ac e área da seção de concreto à temperatura 0 do concreto
Acs área da seção transversal do conector
AfB área das mesas do perfil de aço à temperatura 0 dasmesas
AJV fator de massividade
A área da seção transversal da fôrma de aço
Ap' área da seção transversal da fôrma de aço, correspondente à largura bo
Ai área da armadura
As e área da armadura à temperatura 0 da armadura
As' área da fôrma de aço sujeita à compressão
A" área da fôrma de aço sujeita à tração
Asl área da armadura longitudinal
Aw0 área da alma do perfil de aço à temperatura 9w da alma
BI fator de amplificação de esforços solicitantes de Ia. ordem relativos,
com os nós da estrutura contidos horizontalmente
B2 fator de amplificação de esforços solicitantes de Ia. ordem relativos à
translação dos nós
C resultante das tensões de compressão, diâmetro do conector, rigidez
rotacional
Cb coeficiente relativo à flambagem lateral por torção
Cm coeficiente usado na flexão composta
Cred fator de redução para a resistência do conector
E módulo de elasticidade do aço
Ea módulo de elasticidade do aço
Ec módulo de elasticidade do concreto
Ec' módulo de elasticidade do concreto para cargas de longa duração
E cm módulo de elasticidade secante do concreto M" capacidade de resistência plástica ao momento negativo na outra extre
(EI) rigidez à flexão da seção de concreto à temperatura elevada midade da laje ou viga
(El) rigidez à flexão das mesas do perfil de aço à temperatura elevada capacidade de resistência plástica ao momento positivo;
<V
(EI) rigidez à flexão da armadura à temperatura elevada momento de cálculo da laje ou viga simplesmente apoiada,
(EI) rigidez à flexão da alma do perfil de aço à temperatura elevada M resistência nominal da viga de aço ao momento fletor
rigidez efetiva à flexão à temperatura elevada momento fletor de cálculo
(EI)
F força, ação M . momento fletor devido às ações de cálculo aplicadas antes da resistência
F tensão crítica de flambagem do concreto atingir 0,75fck
cr
C módulo transversal de elasticidade do aço K momento fletor devido às ações de cálculo aplicadas após a resistência
G módulo transversal de elasticidade do aço do concreto atingir 0,75fck
a
H força horizontal, diâmetro da cabeça do conector de cisalhamento momento fletor de cálculo, obtido por análise de primeira ordem, corres
altura de referência da alma em função do TRRF pondente apenas ao efeito dos deslocamentos horizontais da estrutura
n,
i momento de inércia M
n
resistência nominal da viga mista ao momento fletor
i momento de inércia da armadura em relação ao eixo de menor resistência Mn momento fletor de cálculo, com os nós da estrutura impedidos de se des
do pilar misto locarem horizontalmente
constante de torção de Saint Venant da seção de aço M resistência plástica de cálculo ao momento fletor da fôrma, considerando
p
K coeficiente de flambagem, relação de rigidez entre laje e viga, rigidez a seção efetiva
rotacional da ligação M resistência plástica de cálculo ao momento fletor da fôrma de aço, redu
p
coeficiente de redução da resistência característica do concreto de densi zida pela presença da força normal
K,s força normal, resultante~de tensões normais
dade normal em temperatura elevada N
coeficiente de redução da resistência característica do concreto de baixa Nc resistência de cálculo da seção de concreto à plastifícação total pela for
densidade em temperatura elevada ça normal, resistência do concreto à compressão na flexão
coeficiente de redução do módulo de elasticidade do aço em temperatura resistência de cálculo à compressão na flexão da seção de concreto aci
N,
elevada ma da fôrma
coeficiente de redução do módulo de elasticidade do aço da armadura em Nci carga crítica de flambagem elástica por flexão
KE,
função do TRRF n" carga crítica de flambagem elástica por flexão
KL comprimento efetivo de flambagem N carga crítica de flambagem elástica por flexão na situação de incêndio
coeficiente de redução da tensão de escoamento dos aços laminados em força normal de cálculo, obtida por análise de primeira ordem, correspon
temperatura elevada dente apenas ao efeito dos deslocamentos horizontais da estrutura
coeficiente de redução da tensão de escoamento do aço da armadura em N valor da força normal para o qual se admite momento devido à imperfei
K, ção inicial do pilar igual a zero, resistência nominal à força normal
função do TRRF
K coeficiente de redução da tensão de escoamento dos aços trefilados em n.S
resistência nominal à força excêntrica
temperatura elevada N força normal de cálculo, com os nós da estrutura impedidos de se deslo
vão, comprimento, altura do andar entre centros das vigas carem horizontalmente
L distância do centro da carga concentrada ou linear ao apoio mais próxi N resistência de cálculo à tração da fôrma de aço
P
p
mo
N
piji
capacidade de resistência plástica da seção mista à compressão axial em
L vão de cisalhamento situação de incêndio
s
L distância entre o apoio da viga e uma seção genérica x N
pifi.c
capacidade de resistência plástica da seção de concreto à compressão axial
X
M momento fletor em situação de incêndio
capacidade de resistência plástica ao momento negativo em uma extremi N capacidade de resistência plástica das mesas do perfil de aço à compres
pif<J
dade da laje ou viga são axial em situação de incêndio
N capacidade de resistência plástica da armadura à compressão axial em b largura, largura efetiva da laje
pi.fi.-
situação de incêndio b' largura média das nervuras da fôrma de aço
N
ptfi.w
capacidade de resistência plástica da alma do perfil de aço à compressão K largura média das nervuras para fôrmas trapezoidais ou a largura mínima
axial em situação de incêndio das nervuras para fôrmas reentrantes
N
p
resistência de cálculo da armadura ba dimensão da abertura transversal às nervuras
cargas nocionais ben largura efetiva da laje mista para resistir ao cisalhamento vertical
resistência de cálculo de um conector b" largura efetiva da laje mista para resistir ao momento fletor e ao
resistência característica de um conector cisalhamento longitudinal
Q coeficiente relativo à flambagem local largura da mesa da seção de aço
Q„ somatório das resistências nominais individuais dos conectores de largura da mesa inferior da seção de aço
cisalhamento entre a seção de momento máximo e a seção adjacente de largura da mesa superior da seção de aço
momento nulo largura da carga concentrada ou linear na direção paralela ao vão da laje
R carga de um conector de cisalhamento, reação de apoio largura de distribuição da carga concentrada ou linear
Rn resistência nominal largura limite
r[ resistência última largura entre duas nervuras consecutivas
s" espaçamento entre parafusos na direção da força largura da carga concentrada ou linear, perpendicularmente ao vão da laje
T resultante das tensões de tração, altura mínima da cabeça do conector de espessura de concreto, rigidez rotacional
cisalhamento altura da seção de aço, diâmetro
fator de amplificação de esforços solicitantes de Ia. ordem relativos à distância do centro de gravidade da seção da viga de aço até a face supe
translação dos nós rior desta viga
força cortante altura da seção de concreto
força de cisalhamento longitudinal do sistema misto distância do centro de gravidade da fôrma à face superior da laje
resistência de cálculo por unidade de comprimento de lajes mistas ao excentricidade, braço de alavanca, base dos logaritmos neperianos, dis
cisalhamento longitudinal tância do centro de gravidade da fôrma à sua face inferior
resistência ao cisalhamento dos conectores na fôrma braço de alavanca
resistência de cálculo de lajes mistas à punção distância da linha neutra plástica da fôrma à sua face inferior
força cortante máxima de cálculo nos apoios, por unidade de comprimen f tensão resistente
to
Jbck resistência característica do concreto à compressão biaxial
resistência de cálculo por unidade de comprimento de lajes mistas ao resistência última do concreto à compressão
fe
cisalhamento vertical
Jcd resistência de cálculo do concreto à compressão
w módulo resistente
4 resistência característica do concreto à compressão
w carga total resistência característica à compressão do concreto à temperatura 6
/,ck.í
/, resistência última do concreto à tração
LETRAS ROMANAS MINÚSCULAS
L resistência característica do concreto à tração
l limite de resistência do aço à tração
altura da parte comprimida da laje de concreto, distância entre as vigas, limite de escoamento do aço
distância da face do elemento de apoio até o primeiro conector, maior tensões de escoamento do aço à temperatura 6 (mesa) e 6w (alma)
distância, na direção das nervuras, entre a borda da abertura e o apoio f limite de escoamento do aço da fôrma
correspondente da laje f
J ys limite de escoamento do aço da armadura
distância da armadura adicional à face superior da laje, menor distância, Jys.e tensão de escoamento do aço da armadura à temperatura 0
na direção das nervuras, entre a borda da abertura e o apoio correspon Jysd resistência de cálculo do aço da armadura
dente da laje gabarito de furacão da cantoneira
altura da alma u,,uru3 distâncias da armadura à fôrma de aço,
altura de concreto acima da fôrma distância do eixo da barra da armadura mais externa à face do concreto
altura da fôrma metálica u
cr
perímetro crítico de punção
altura de concreto acima da fôrma, largura do elemento de apoio, parale uJA fator de massividade da seção protegida tipo contorno
lamente à armadura Us distância do eixo da armadura à face do concreto
espessura média equivalente da laje mista w largura da laje onde deve ser colocada a armadura de distribuição
altura da fôrma metálica wk abertura aceitável das fissuras
distância da linha neutra plástica ao centro de gravidade da seção xn comprimento de viga, a partir do apoio, sujeito a momento negativo
valor correspondente ao dobro da altura da região comprimida da alma, y distância da armadura à face superior da viga de aço, distância entre as
com a seção plastificada pelo momento fletor, sem descontar a altura de forças de compressão e tração na flexão da laje mista
filete de solda de composição, altura da fôrma metálica yc distância do centro de gravidade da parte comprimida da seção da viga
altura de centro a centro das mesas da viga de aço de aço até sua face superior
altura total da laje incluindo a fôrma y, distância do centro de gravidade da parte tracionada da seção da viga de
Hjl
altura de parte da alma do perfil de aço que deve ser desprezada em situ aço até sua face inferior
ação de incêndio
distância da linha neutra da seção plastificada até a face superior da viga
inferior, inicial
de aço
coeficiente devido ao decréscimo da tensão de tração, rigidez, soma da
espessura da mesa com o raio de curvatura, constante para o cálculo das parâmetro que leva em conta a distância da armadura à fôrma de aço
lajes mistas ao cisalhamento longitudinal
coeficiente que leva em conta a distância do conector à borda da fôrma
LETRAS GREGAS
K coeficiente empírico da mesa do perfil de aço em função do TRRF
ky coeficiente empírico da fôrma de aço
A alongamento, deslocamento
í comprimento
dimensões da seção transversal da fôrma metálica
a coeficiente que define a altura da região comprimida da alma na seção
i,,i2js
m constante para o cálculo das lajes mistas ao cisalhamento longitudinal plastificada, relação entre propriedades da seção mista e da seção de aço,
n número de conectores, relação modular, número de parafusos coeficiente que leva em conta o efeito Rüsch, coeficiente para a determi
número de conectores de cisalhamento por nervura nação do momento fletor de cálculo na região de abertura de lajes mistas
carga distribuída
a coeficiente devido à distribuição das tensões de flexão na seção transver
q
sal
<?„ resistência nominal do conector
r raio de giração
deslocamento, flecha, relação entre resistências de cálculo à plastificação
deslizamento relativo do conector de cisalhamento, parcela de resistência total por força normal da seção de aço e da seção mista
s
a cisalhamento do concreto
deslocamento vertical adicional devido à deformação lenta
sc espaçamento longitudinal dos conectores
contraflecha da viga, flecha calculada para o carregamento de longa du
espessura, parcela de resistência a cisalhamento da armadura e da fôrma, ração sem a consideração da deformação lenta
t
deformação, coeficiente auxiliar
tempo
espessura da mesa -c.e
deformação específica do concreto em temperatura elevada
espessura da mesa inferior deformação última da armadura envolvida pelo concreto
espessura da mesa superior diâmetro, coeficiente de segurança da resistência, curvatura
fi
coeficiente de resistência do concreto
parcela de resistência a cisalhamento da fôrma
t espessura da alma
coeficiente de resistência ao cisalhamento longitudinal
Vi
peso específico do aço
u/A fator de massividade da seção não-protegida
distância do eixo da barra da armadura mais externa à face interna da peso específico do concreto, coeficiente de segurança
mesa de aço
grau de interação da laje mista ou da viga mista, taxa de armadura equi L cantoneira
valente da fôrma de aço N associado à força normal
nível de carga em situação de incêndio R resistente
<p rotação S solicitante
coeficiente de redução da rigidez da seção de concreto em temperatura a aço
elevada b flexão, parafuso
coeficiente de redução da rigidez das mesas da seção de aço em tempera c concreto, compressão, ligação, centro, corda, pilar, conector
tura elevada cr crítico
coeficiente de redução da rigidez da armadura em temperatura elevada cs, se conector de cisalhamento
coeficiente de redução da rigidez da alma da seção de aço em temperatu d de cálculo
ra elevada e efetivo, elástico
X índice de esbeltez ef efetivo
A parâmetro de esbeltez f mesa, fôrma, interação total
parâmetro de esbeltez relativo à flambagem lateral por distorção fi na situação de incêndio, mesa inferior
parâmetro de esbeltez f* mesa superior
h horizontal
Aí parâmetro de esbeltez na situação de incêndio i inferior
coeficiente de atrito k característico
coeficiente de Poisson, resistência ao fluxo para cada plano de m seção mista, médio, material de proteção contra incêndio
cisalhamento, coeficiente utilizado na determinação da rigidez inicial dos n nominal, negativo
conectores P plástico, positivo, fôrma, chapa
rotação, temperatura Pi plástico
temperatura de referência da mesa do perfil de aço em função do TRRF tf associado à ação da carga na viga biapoiada
temperatura no concreto r armadura
temperatura nas mesas do perfd de aço s armadura
temperatura na armadura t tração
temperatura na alma do perfil de aço tr seção transformada, seção mista
P fator de redução da resistência devido à flambagem, taxa de armadura, u último
peso específico do concreto w alma
P„ fator de redução para flambagem lateral por distorção x, y eixos da seção transversal
<T tensão normal y escoamento
o~. tensões principais
T tensão de cisalhamento ABREVIATURAS
tensão resistente de cálculo ao cisalhamento longitudinal
Rd
resistência básica ao cisalhamento AISC American Institute of Steel Construction
V relação entre momentos, fator de utilização em combinação de ações AISI American Iron and Steel Institute
ASCE American Society of Civil Engineers
ASTM American Society for Testing and Materials
ÍNDICES AWS American Welding Society
CISC Canadian Institute of Steel Construction
e em temperatura elevada CSSBI Canadian Sheet Steel Building Institute
G carga permanente ECCS European Convention for Constructional Steelwork
ISO International Standardization for Organization
LRFD Load and Resistance Factor Design
NBR Norma Brasileira Registrada
SCI Steel Construction Institute
SDI Steel Deck Institute
TRRF Tempo Requerido de Resistência ao Fogo ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
AGRADECIMENTOS
PREFACE
NOTAÇÃO
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
LI. Generalidades 27
1.2. Construções com Estruturas Mistas ou Híbridas 28
1.3. Projeto e Execução de Estruturas de Aço e de Concreto Armado 35
1.4. Conteúdo e Filosofia do Livro 35
1.5. Bibliografia 35
CAPÍTULO 2 INFORMAÇÕES BÁSICAS
2.1 Materiais 37
2.1.1. Concreto 37
2.1.1.1. Comportamento em ensaio de compressão 37
2.1.1.2. Comportamento em ensaio de tração 38
2.1.1.3. Propriedades 39
2.1.1.4. Limitações 40
2.1.1.5. Critérios de falha 40
2.1.1.6. Retração e deformação lenta 42
2.1.2. Aço 42
2.1.2.1. Comportamento em ensaio de tração 42
2.1.2.2. Comportamento em ensaio de compressão 42
2.1.2.3. Propriedades 43
2.1.2.4. Critérios de escoamento 44
2.2. Propriedades das Seções 45
2.2.1. Propriedades plásticas -.. 45
2.2.2. Propriedades elásticas 45
2.2.3. Relações largura-espessura da seção de aço 45
2.2.3.1. Mesas comprimidas de perfis I - Eurocode 4 (1992) 45 4.2.2.2. Interação parcial 93
2.2.3.2. Mesas comprimidas de perfis I - AISC- LRFD (1999) 46 4.2.3. Resistência última - propriedades elásticas da seção mista 98
2.2.3.3. Almas de perfis I - Eurocode 4 (1992) 47 4.2.4. Resistência última - cisalhamento vertical 99
2.2.3.4. Almas de perfis I - AISC- LRFD (1999) 48 4.3. Vigas Mistas Contínuas e Semicontínuas 99
2.3. Ações e Análise Estrutural 48 4.3.1. Largura efetiva da laje 100
2.3.1. Ações 48 4.3.2. Resistência última - propriedades plásticas da seção mista 101
2.3.2. Sistemas indeslocáveis e sistemas deslocãveis 48 4.3.3. Resistência última - propriedades elásticas da seção mista 103
2.3.3. Análise elástica 49 4.3.4. Análise global de vigas contínuas e semicontínuas 104
2.3.4. Análise rígido-plástica 49 4.3.4.1. Análise global elástica 105
2.3.5. Análise elasto-plástica 50 4.3.4.2. Análise rígido-plástica 106
2.3.6. Análise de pisos mistos 51 4.3.5. Diferenças entre os sistemas contínuo e semicontínuo 110
2.3.7. Efeitos da retração e da deformação lenta 52 4.3.6. Flambagem lateral por distorção m
2.3.8. Análise dinâmica 52 4.4. Vigas Mistas Treliçadas 117
2.3.8.1. Vibrações verticais de pisos 52 4.5. Armaduras Transversais Necessárias 121
2.3.8.2. Efeitos dinâmicos do vento 52 4.6. Estados Limites de Utilização 123
2.4. Estados Limites Últimos e de Utilização - Durabilidade 52 4.6.1. Deslocamento vertical excessivo 124
2.4.1. Estados limites últimos 52 4.6.2. Fissuração do concreto 128
2.4.2. Estados limites de utilização 53 4.6.3. Vibrações indesejáveis 131
2.4.3. Durabilidade 53 4.7. Exercícios 132
2.5. Bibliografia 54 4.8. Bibliografia 145
CAPÍTULO 3 CONECTORES DE CISALHAMENTO CAPÍTULO 5 LAJES MISTAS
3.1. Introdução 57 5.3. Introdução 149
3.2. Comportamento da Ligação ao Cisalhamento na Interface 5.2. Verificação da Fôrma de Aço antes da Cura do Concreto 151
Aço-Concreto 57 5.3. Verificação da Laje após a Cura do Concreto 152
3.3. Tipos Usuais de Conectores - Resistências Nominais 59 5.3.1. Estados limites últimos 154
3.3.1. Conectores tipo pino com cabeça ( "stud bolts" ) 60 5.3.1.1. Resistência ao momento fletor 154
3.3.1.1. O processo de soldagem - materiais utilizados 61 5.3.1.2. Resistência ao cisalhamento longitudinal 158
3.3.1.2. Resistência nominal 64 5.3.1.3. Verificação ao cisalhamento vertical e à punção 168
3.3.2. Conectores em perfil U laminado 64 5.3.2. Estados limites de utilização 170
3.3.3. Outros tipos de conectores 65 5.4. Ações a Serem Consideradas 171
3.4. Conectores de Cisalhamento em Fôrmas de Aço ( "steei deck" ) 66 5.5. Verificação para Cargas Concentradas ou Lineares 172
3.5. Cálculo da Resistência por meio de Ensaios 69 5.6. Aberturas em Lajes Mistas 175
3.6. Detalhes Construtivos 71 5.7. Disposições Construtivas 179
3.7. Exercício 73 5.8. Exercícios 179
3.8. Bibliografia 82 5.9. Bibliografia 188
CAPÍTULO 4 VIGAS MISTAS CAPÍTULO 6 PILARES MISTOS
4.1. Generalidades 85 6.1. Generalidades 191
4.2. Vigas Mistas Biapoiadas 86 6.2. Tipos de Pilares Mistos Previstos - Limitações 192
4.2.1. Largura efetiva da laje 86 6.3. Disposições Construtivas 193
4.2.2. Resistência última - propriedades plásticas da seção mista 88 6.4. Procedimentos conforme NBR 14323 (1999) 194
4.2.2.1. Interação completa 88 6.4.1. Limitações adicionais às do item 6.2 194
6.4.2. Análise estrutural - imperfeições 195 7.2.4.1. Ligação da mesa inferior 228
6.4.3. Cisalhamento na superfície de contato aço-concreto, fora das 7.2.4.2. Ligação da alma 229
regiões de introdução de carga 197 7.3. Propriedades Fundamentais da Ligação Mista Completa 233
6.4.4. Resistência à força cortante 198 7.3.1. Rigidez inicial 233
6.4.5. Resistência à força normal de compressão 198 7.3.2. Resistência última a momento - Flambagem por distorção 235
6.4.5.1. Resistência da seção à plastificação total 198 7.3.3. Capacidade de rotação 236
6.4.5.2. Razão de contribuição do aço 199 7.4. Capacidade de Rotação Necessária 236
6.4.5.3. Parâmetros de esbeltez 200 7.4.1. Influência da interação parcial e do processo de construção
6.4.5.4. Imperfeições da barra 200 na rotação necessária 239
6.4.5.5. Resistência do pilar à compressão axial 200 7.5. Interação Momento Fletor - Força Cortante 240
6.4.6. Resistência à flexão composta 201 7.6. Análise de Vigas Mistas Semicontínuas 240
6.4.7. Resistência de cálculo da seção mista à plastificação total pelo 7.6.1. Fase inicial (concretagem) - construção não-escorada 240
momento fletor 203 7.6.2. Fase final (sistema misto) - construção não-escorada 241
6.4.7.1. Seção mista genérica, duplamente simétrica 203 7.6.2.1. Flechas e momentos fletores nominais (cargas após a cura) 241
6.4.7.2. Determinação de M (JM e da posição da linha neutra plástica 205 7.6.2.2. Esforços solicitantes de cálculo 241
6.5. Procedimentos conforme AISC-LFRD (1999) 205 7.6.2.3. Verificações necessárias do sistema misto 242
6.5.1. Limitações adicionais às do item 6.2 205 7.7. Exercício 242
6.5.2. Cisalhamento na superfície de contato aço-concreto, fora das 7.8. Bibliografia 255
regiões de introdução de carga 206
6.5.3. Resistência à força cortante 206 CAPÍTULO 8 SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS
6.5.4. Resistência à força normal de compressão 206 HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS
6.5.5. Resistência à flexão composta 207
8.1. Tipos de Sistemas Resistentes a Cargas Horizontais 259
6.6. Regiões de Introdução de Cargas 208 8.1.1. Sistemas que não dependem essencialmente da rigidez à
6.6.1. Generalidades 208
flexão das ligações entre vigas e pilares 259
6.6.2. Introdução de carga 208 8.1.2. Sistemas que dependem essencialmente da rigidez à flexão
6.7. Exercícios 211
das ligações entre vigas e pilares 259
6.8. Bibliografia 218 8.2. Disposição, em Planta, de Sistemas Resistentes a Cargas Horizontais 260
8.3. Exigências Relativas a Sistemas Resistentes a Cargas Horizontais 262
CAPÍTULO 7 LIGAÇÕES MISTAS 8.3.1. Recomendações do CISC (1994) 262
7.1. Conceito - Classificação de Ligações 219 8.3.1.1. Resistência mínima 262
7.2. Caracterização das Ligações Mistas - Comportamento dos 8.3.1.2. Limitação da.relaçao entre as respostas de segunda e de
Componentes Básicos 222 primeira ordem 263
7.2.1. Largura efetiva 223 8.3.1.3. Comprimento de flambagem de pilares 263
7.2.2. Comportamento das barras da armadura 223 8.3.2. Recomendações do AISC-LRFD (1999) 263
7.2.2.1. Rigidez inicial 223 8.3.2.1. Sistemas que dependem essencialmente da rigidez à flexão
7.2.2.2. Resistência última 224
das ligações entre vigas e pilares 263
7.2.2.3. Capacidade de deformação 224 8.3.2.2. Sistemas que não dependem essencialmente da rigidez à
7.2.3. Comportamento dos conectores de cisalhamento na região de flexão das ligações entre vigas e pilares 264
momento negativo 225 8.4. Análise de Segunda Ordem Aproximada 266
7.2.3.1. Rigidez inicial 225 8.4.1. Método proposto pela NBR 8800 (1986) 266
7.2.3.2. Resistência última 226 8.4.2. Método do fator de amplificação proposto pelo CISC (1994) 266
7.2.3.3. Capacidade de deformação 227 8.4.3. Método proposto pelo AISC-LRFD (1999) para sistemas
7.2.4. Comportamento da ligação metálica 228 que dependem da rigidez à flexão das ligações entre vigas e pilares 266
8.4.4. Ábacos para a determinação do comprimento de flambagem 268
8.5. Exercício 268
8.6. Bibliografia 272
CAPÍTULO 9 ESTRUTURAS HÍBRIDAS
9.1. Introdução 273 CAPITULO 1
9.2. Pilares de Concreto 274
9.3. Paredes Diafragmas - Núcleos de Concreto 279 INTRODUÇÃO
9.4. Sistemas Verticalmente Híbridos 286
9.5. Lajes Mistas em Estruturas de Concreto Armado 289
9.6. Bibliografia 293
1.1. Generalidades
CAPÍTULO 10 VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM
SITUAÇÃO DE INCÊNDIO
De maneira geral, a denominação estrutura de concreto armado ou estrutura de aço
refere-se à solução utilizada para vigas e pilares, uma vez que as lajes sempre têm o
10.1. Introdução 295 concreto como componente, independentemente do tipo de estrutura. Fundações não
10.2. Vigas Mistas 298 estão no escopo deste livro, mas, podem conter elementos de concreto armado (sapa
10.3. Lajes Mistas 301 tas, blocos, tubulões, estacas, etc) e/ou de aço (grelhas, estacas, ancoragens, etc), tam
10.4. Pilares Mistos 308 bém independentemente do tipo de estrutura.
10.4.1. Pilares totalmente envolvidos por concreto 309
30.4.2. Pilares parcialmente revestidos por concreto 310 Atualmente, denomina-se sistema misto aço-concreto àquele no qual um perfil de aço
10.4.3. Pilares tubulares preenchidos com concreto 318 (laminado, dobrado ou soldado) trabalha em conjunto com o concreto (geralmente
10.5. Exercícios 320 armado), formando um pilar misto, uma viga mista, uma laje mista ou uma ligação
10.6. Bibliografia 331 mista. A interação entre o concreto e o perfil de aço pode se dar por meios mecâni
cos (conectores, mossas, ressaltos etc), por atrito, ou, em alguns casos, por simples
aderência e repartição de cargas (como em pilares mistos sujeitos apenas a força nor
mal de compressão). Uma estrutura mista é formada por um conjunto de sistemas
mistos. Os sistemas mistos são normalmente empregados na construção de pontes e
edificações.
A utilização de sistemas mistos amplia consideravelmente a gama de soluções em
concreto armado e em aço. Para exemplificar, em um pilar de concreto armado não
cintado, a taxa de armadura permitida fica entre 0,8% e 6% (NBR 6118, 1978). Isto
corresponde a uma contribuição do aço entre 77% e 61%, na resistência de cálculo
de um pilar puramente comprimido (para concreto com resistência característica à
compressão de 30Mpa e armadura com limite de escoamento de 500 MPa). Nos pi
lares mistos, essa contribuição pode ficar entre 20% e 90% (Johnson, 1994), com a
possibilidade de se usarem diferentes tipos de perfil de aço e de aço estrutural, bem
como diferentes disposições construtivas. Outro exemplo é o das vigas mistas, onde
perfis metálicos de alma cheia podem ser interligados a uma laje apoiada sobre eles
ou em sua parte inferior (neste caso formando pisos de baixa altura - ^slimfloorr).
Também para vigas mistas, diferentes tipos de perfil de aço e de aço estrutural po-
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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 30 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 31
Figura 1.5. Estrutura híbrida, com pilares mistos, pisos mistos esbeltos Cslimfloors")
e ligações mistas; a estabilidade horizontal é proporcionada por núcleo de concreto
armado.
Figura 1.6. Estrutura de edifício, com pilares de aço. lajes mistas, vigas mistas e liga
ções mistas; estabilidade horizontal por coniraventamentos de aço.
Figura 1.7. Estrutura de edifício, com pilares de aço. lajes maciças, c vigas mistas;
estabilidade horizontal por contraventamentos de aço.
Figura 1.8. Estrutura híbrida, com pilares de aço, vigas mistas, laje mista e núcleo de
concreto.
Figura 1.3. Pilar misto
Figura 1.4. Ligação mista viga/pilar Figura 1.5. Sistema híbrido para edifício - exemplo 1
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 32 CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 33
Figura 1.8. Sistema híbrido para edifício - exemplo 4
Fisuai 1.6. Edifício com elementos mistos - exemplo 2
Figura 1.9. Estrutura híbrida, com pilares de aço e mistos, vigas mistas, laje mista e
núcleo de concreto.
Figura 1.9. Sistema híbrido para edifício - exemplo 5
Figura 1.7. Edifício com elementos mistos - exemplo 3
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 34 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 35
Figura 1.10. Estrutura híbrida, com pilares de concreto armado c viga de aço soldada 1.3. Projeto e Execução de Estruturas de Aço e de Concreto Armado
com seção transversal em caixão trape/.oidal.
Considera-se que o usuário deste livro já esteja familiarizado com o projeto e a exe
cução de estruturas de aço e de concreto armado, incluindo as ligações inerentes aos
dois tipos de estruturas. Particularmente, são utilizadas, no texto, as recomendações
das normas brasileiras:
NBR 8800: 1986. "Projeto e Execução de Estruturas de Aço de Edifícios";
NBR 6118: 1978. "Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado";
NBR 14323: 1999. "Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Si
tuação de Incêndio".
Como bibliografia básica para estruturas de aço e de concreto armado, citam-se:
Queiroz, G. 1993. "Elementos das Estruturas de Aço". Belo Horizonte.
Sussekind, J. C. 1983. "Curso de Concreto". 2 Volumes. Editora Globo.
1.4. Conteúdo e Filosofia do Livro
Inicialmente são fornecidas informações básicas sobre sistemas mistos e estruturas
híbridas, incluindo propriedades de materiais, análise estrutural, estados limites apli
cáveis etc. A seguir, são abordados os conectores de cisalhamento e os quatro siste
mas mistos básicos: lajes mistas com forma metálica incorporada, vigas mistas, pila
Figura 1.10. Sistema híbrido para ponte - exemplo 1 res mistos e ligações mistas. Finalmente, trata-se da estabilidade horizontal de
edificações com estruturas mistas ou híbridas, das ligações entre os diferentes tipos
Figura 1.11. Estrutura híbrida, com pilares de concreto armado e vigas mistas forma de elementos nas estruturas híbridas e da resistência de sistemas mistos a incêndio.
das por uma treiiça com a corda superior embutida na laje do tabuleiro. Pretende-se, com este material, mostrar as possibilidades de ampliação do campo de
soluções estruturais baseadas em elementos de aço ou de concreto armado. Salienta-
se que a criação de novos sistemas mistos e a pesquisa nesta área continuam de for
ma acelerada em diversos países, inclusive no Brasil.
Como filosofia básica, sempre que um assunto já for objeto de Norma Técnica Brasi
leira existente, parte-se do procedimento desta norma, com comentários; a seguir,
apresentam-se os procedimentos de outras normas relevantes.
1.5. Bibliografia
Johnson, R. P. 1994. "Composite Structures of Steel and Concrete - Volume 1: Beams,
Slabs, Columns and Frames for Buildings". Blackwell Scientific Publications, 2nd.
Edition.
Meyer, K. F. 1999. "Pontes Rodoviárias e Ferroviárias - Estruturas Metálicas, Volu
me 1 - Projeto.
Figura 1.11. Sistema híbrido para ponte - exemplo 2
CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO 36
NBR 14323: 1999. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Dimensionamento
de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio". Rio de Janeiro.
NBR 6118: 1978. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução
de Obras de Concreto Armado". Rio de Janeiro.
NBR 8800: 1986. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução
de Estruturas de Aço de Edifícios". Rio de Janeiro.
CAPITULO 2
Queiroz, G. 1993. "Elementos das Estruturas de Aço". Belo Horizonte.
INFORMAÇÕES BÁSICAS
Sussekind, J. C. 1983. "Curso de Concreto". 2 Volumes. Editora Globo.
2.1. Materiais
2.1.1. Concreto
O concreto é um material frágil, composto basicamente de uma argamassa (cimento,
agregados miúdos, água e aditivo) e de agregados graúdos, contendo um grande nú
mero de microfissuras (principalmente nas regiões de contato entre a argamassa e os
agregados graúdos), mesmo antes de ser sujeito a cargas externas.
2.1.1.1. Comportamento em ensaio de compressão (Chen & Han, 1988)
Geralmente observam-se três estágios em ensaios de compressão axial de corpos de
prova de concreto (Figura 2.1):
- o primeiro estágio corresponde a tensões inferiores a 30% da resistência última à
compressãof. Neste estágio as fissuras existentes no concreto antes do carrega
mento permanecem praticamente inalteradas, resultando em um comportamento
elástico linear. Assim, o limite de elasticidade é usualmente tomado igual a 0,3f.
- o segundo estágio corresponde a tensões entre 30% e 75% de/c, quando as fissuras
entre os agregados graúdos e a argamassa começam a aumentar em comprimento,
largura e quantidade e, posteriormente, algumas fissuras em superfícies de agrega
dos vizinhos começam a se unir formando fissuras na argamassa. O material co
meça, então, a apresentar comportamento não linear, porém, a propagação de
fissuras é estável até 0,15f, aproximadamente. O valor 0,7T5f\ caracteriza o início
de propagação instável de fratura.
- o terceiro estágio corresponde a tensões acima de 0,75f, quando ocorre fratura ins
tável, com falha progressiva do concreto causada por fissuras através da argamas
sa. O padrão regular de deformação pode mudar, com o aparecimento de deforma
ções localizadas. Finalmente, macrofissuras formam-se paralelamente à direção da
carga, causando o colapso do corpo de prova.
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 38 CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 39
2.1.1.3. Propriedades
a
fc
Deformação J{
- Peso específico do concreto normal - yc = 24 kN/m3 (podendo diminuir, usualmen
Deformação
transversal
te até 17 kN/m3, quando são usados agregados leves);
/ longitudinal
- Coeficiente de dilatação térmica à temperatura ambiente - 105/°C\
1.0
- Resistência característica à compressão, correspondente a um quantil de 5% - (fck)
Y 0.8 / obtida por meio de ensaios de corpos de provas cilíndricos ou cúbicos, com faixa
usual de 20 a 40 MPa (para corpos de provas cilíndricos) em sistemas mistos;
i 0.6 / - Resistência característica à tração (frk) - também obtida por meio de ensaios - na
ausência de ensaios de tração, o valor de/ít pode ser determinado em função de/ci
para diferentes quantis (Eurocode 4, 1992):
fk =0,3(fck )2UT] (quantil de 50%) (2.1)
i i i __I L -1 fc»
0.002 0.000 - 0.002 ~e
Figura 2.1. Diagrama tensão-deformação do concreto para compressão uniaxial ftk =0,39(fck rJT) (quantil de 95%) (2.2)
2.1.1.2. Comportamento em ensaio de tração (Chen & Han, 1988) ftk =0,21( fck )2/37] (quantil de 5%) (2-3)
A Figura 2.2 mostra um resultado típico de ensaio de tração. Em geral, o limite de Nas expressões anteriores, fá e. frk são em MPa e T] é dado por:
elasticidade fica em torno de 60% a 80% da resistência última à tração^. Acima des
te limite, as microfissuras entre argamassa e agregados graúdos começam a crescer.
A propagação instável de fissuras começa muito cedo, resultando em um comporta t] =o,3+o; (yc em kN/m3) (2.4)
mento bastante frágil. A interface entre argamassa e agregados tem resistência à tra
ção significantementc inferior à da argamassa, e esta é a principal causa da baixa re
sistência à tração do concreto. Módulo de elasticidade secante E - utilizado na análise elástica e também obtido
c
por meio de ensaios - na ausência de ensaios, o valor do módulo de elasticidade
secante pode ser determinado em função defck por meio de expressões válidas para
cargas de curta duração (para concreto com menos de 28 dias, o valor de/cft a ser
usado nas expressões a seguir deve ser reduzido correspondentemente):
Ec=42(fck)1/2(yc)3/2 (NBR 8800, 1986 e AISC-LRFD, 1993) (2.5)
Comprimento: 40 mm
(*, \in
E=9500(fck +8) 1/3 (Eurocode 4, 1992) (2.6)
J4,
Nas expressões (2.5) e (2.6), fck e Ec são em MPa, Jc em kN/m3.
A(p.m) Na Tabela 2.1 apresentam-se os valores de Ec (em MPa) determinados pelas duas
expressões anteriores para concreto normal e alguns valores de/rf (corpos de prova
Figura 2.2. Diagrama tensão-alongamento do concreto para tração
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 40 CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 41
cilíndricos). A expressão para o módulo de elasticidade da NBR 6118 apresenta re - para ot < 0, o2 > 0 e o3 = 0: g2 = g!(ctl, ff fj (2.9)
sultados considerados muito elevados e está sendo alterada na revisão desta norma.
(a falha é por fissuração no plano perpendicular a <J2)
Tabela 2.1. Valores de E
- para oj < 0, o2 < 0 e <J} = 0: fflS^a2'fc'fJ (2.10)
fc (MPa) 15 20 25 30 35 40
(a falha é por esmagamento)
Ec (Eq.2.5) 19100 22100 24700 27000 29200 31200
-a
Ec (Eq. 2.6) 27000 28800 30500 31900 33300 34500 trissetor
- Coeficiente de Poisson (v) - O valor nominal do coeficiente de Poisson é de 0,2 -
quando se considera que o concreto tracionado está fissurado, este coeficiente pode
ser tomado igual a zero.
2.1.1.4. Limitações
9 = 60°
meridiano de compressão
- Deformação limite na compressão uniaxial (NBR 6118): 0,2% a 0,35% (dependen
do da variação das deformações na seção transversal - para evitar ruptura por es-
magamento);
- Deformação limite na tração uniaxial (NBR 6118): 1% na região adjacente à arma
dura tracionada - para evitar fissura com abertura excessiva.
Figura 2.3. Critério de William & Warnke
2.1.1.5. Critérios de falha
Na expressão (2.10),/^ é o valor de <J1 ou a2 que provoca falha para g=<j2<0. O
Quando o concreto é sujeito a estados multiaxiais de tensões, existem critérios de valor de/fc. é da ordem de 1,15 a l,2fr. As funções gl e g2 podem ser determinadas
falha que permitem determinar se o concreto falha por esmagamento ou fissuração, com base na bibliografia (Chen & Han, 1988).
dentre os quais o critério de William & Warnkc (1975). Em um sistema de referência
no qual as coordenadas são os valores das tensões or o2, or o critério de William &
Warnke corresponde a uma superfície com eixo igualmente inclinado em relação aos
três eixos coordenados, conforme se mostra na Figura 2.3. A resistência do concreto
à compressão triaxial (concreto confinado), que pode ser dezenas de vezes superior à
resistência à compressão uniaxial, fica evidenciada na figura.
Aplicando-se este critério ao caso particular de solicitação biaxial, obtêm-se as se
guintes condições de falha (Figura 2.4), onde as tensões o~;, o2, a, não estão necessa
riamente na ordem decrescente:
- para <r; > 0, o7 > 0 e a3 = 0: o", = f ou a2 = ft (2.7)
(a falha é por fissuração no plano perpendicular à tensão que atingiu o limite)
- para ol > 0, o2 < 0 e <j3 = 0: o, = g,(cr2,f, , fj (2.8)
(a falha é por fissuração no plano perpendicular a <7;) Figura 2.4. Estados de tensão biaxiais
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 42 CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 43
2.1.1.6. Retração e deformação lenta à estricçao, que ocorre antes da ruptura de corpos de prova tracionados, a área real da
seção de um corpo de prova comprimido cresce com o aumento da carga,
A retração do concreto c uma redução de volume causada pela perda de água por a
evaporação, que ocorre nas regiões próximas à superfície. A deformação lenta é uma
redução de volume de regiões sujeitas à compressão por um período longo de tem curva b
po. A compressão força o deslocamento de água do interior da região comprimida
para a superfície, onde se dá a evaporação. As deformações correspondentes a am
bos os fenômenos afetam as respostas de uma estrutura, devendo ser consideradas
na análise. A retração, quando contida, causa tensões de tração no concreto e
fissuração.
2.1.2. Aço
O aço é basicamente uma liga ferro-carbono com alguns elementos adicionais, po
dendo ter suas propriedades mecânicas alteradas por meio de conformação mecânica
ou tratamento térmico. É um material dúctil, com deformações de ruptura da ordem
de 5% a 40%, calculadas com base na variação de comprimento de corpos de prova Figura 2.5. Diagramas tensão-deformação dos aços
específicos (deformações convencionais). Nas estruturas mistas aço-concreto o aço
é empregado nos perfis, nas barras de armadura, nos conectoresde cisalhamento, nos 2.1.2.3. Propriedades
parafusos e nas fôrmas metálicas incorporadas ao concreto em lajes mistas. Perfis e
chapas das fôrmas são produtos laminados; barras de armadura e fios de aço podem - Peso específico - Ja= 77 kN/m3;
ser laminados ou trefilados, aços de conectores e parafusos são tratados termicamen-
te. - Coeficiente de dilatação térmica à temperatura ambiente - I,2xl05/°C;
2.1.2.1. Comportamento em ensaio de tração (Queiroz, 1993) - Limite nominal de escoamento por tração e por compressão (f) e limite nominal
de resistência à tração (fj - obtidos por meio de ensaios de tração de corpos de
Em um ensaio de tração, o aço pode apresentar dois tipos básicos de comportamen provas definidos em normas específicas, com faixas usuais de:
to, com ou sem patamar de escoamento, conforme ilustrado na Figura 2.5. Os aços 250 a 350 MPa - fy para aços de perfis estruturais;
dos perfis estruturais, aços laminados de armadura e aços das chapas para fôrmas 380 a 500 MPa - fu para aços de perfis estruturais;
têm patamar de escoamento (curva a); aços trefilados de armadura e aços de 250 a 600 MPa -fy para aços de armadura (NBR 7480, 1996);
conectores não têm. (curva b). Quando não existe patamar de escoamento, define-se 280 a 350 MPa -fy para aços de chapas para fôrmas metálicas;
um limite de escoamento convencional/, igual à tensão correspondente a uma de 415 MPa ~fu para aços de conectores;
formação residual de 0,2% no descarregamento. De maneira geral, no diagrama ten-
são-deformação há sempre um trecho de comportamento elástico linear e um trecho Módulo de elasticidade E - também obtido por meio de ensaios de tração - valor
de encruamento (após o escoamento), até que seja atingida a resistência últimafu. de E pode ser tomado aproximadamente igual a 205000 MPa para todos os aços;
2.1.2.2. Comportamento em ensaio de compressão Módulo transversal de elasticidade G - obtido por meio de ensaios de torção - o va
lorde Gpode sertomado aproximadamente igual a 78800 MPa para todos osaços;
No ensaio de compressão, o comportamento do aço é similar ao observado no ensaio
de tração, até o escoamento e início do encruamento. Não existe uma resistência últi Coeficiente de Poisson (v) • obtém-se v = 0,3 para todos os aços, por meio da
ma à compressão (como na tração), havendo um crescimento ilimitado da resistência, relação:
como se mostra nos trechos tracejados das curvas a e b da Figura 2.5. Contrariamente _E
G =•
2(l+vj (2.11)
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 44 CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 45
2.1.2.4. Critérios de escoamento 2.2. Propriedades das Seções
Quando o aço é sujeito a estados multiaxiais de tensões, os dois critérios de escoa 2.2.1. Propriedades plásticas
mento mais utilizados são o de Tresca e o de von Mises, apresentados a seguir (o~;,
o2, (T{ não estão necessariamente na ordem decrescente). Para determinação de resistências últimas de peças mistas, com perfis de aço de se
ção compacta (Classes 1 ou 2), sujeitas às ações de cálculo, (mesmo quando for feita
análise elástica - item 2.3.3), usam-se propriedades plásticas das seções, obtidas a
Tresca: maxttOi -<J2\,<T2 -d"?\,\G3 -02\]<fy (2.12)
partir de diagramas de blocos de tensões na seção do perfil de aço e na seção de con
creto armado. Admite-se que o limite de escoamento seja atingido em toda a seção
de aço (em tração e/ou compressão) e nas barras da armadura. Para esta hipótese, é
von Mises:
f2
[(<JS ~G2f +{o2 -03f+{°3 ~0}f]/2<fy (2.13) necessário que os perfis de aço consigam atingir a plastificação total sem sofrer qual
quer tipo de flambagem local, levando-se em conta a influência do concreto na con
tenção dos elementos da seção (item 2.2.3.1). Admite-se também que o concreto atinja
Em um sistema de referência no qual as coordenadas são os valores das tensões <yp uma tensão uniforme de compressão de 0,85fk, sendo o coeficiente 0,85 devido ao
o", o" , o critério de von Mises corresponde a uma superfície cilíndrica com eixo efeito de Riisch, que leva em conta algumas diferenças entre a situação do concreto
igualmente inclinado em relação aos três eixos coordenados e com raio igual a no corpo de prova e na peça real (estado de tensões, duração da carga etc). A resis
f -\(2/3) (Figura 2.6). Um ponto dentro da superfície cilíndrica representa um tência do concreto à tração é sempre desprezada.
estado de tensões que não provoca escoamento, o qual ocorre para estados de tensão 2.2.2. Propriedades elásticas
associados aos pontos da superfície.
Para determinação de deslocamentos e tensões em sistemas mistos sujeitos às ações
Superfície de von Mises nominais, no regime elástico, usam-se propriedades elásticas das seções transforma
das. Tais propriedades são obtidas a partir da redução das larguras dos componentes
de concreto, por meio da razão modular E/E,. É necessário que o limite de escoa
Eixo hidrostático
mento (em tração e/ou compressão) não seja atingido na seção de aço nem nas barras
da armadura. Para isto, os perfis de aço têm que atingir o início de escoamento sem
sofrer qualquer tipo de flambagem local, levando-se em conta a influência do con
creto na contenção dos elementos da seção. Énecessário também que a tensão 0,85fck
(compressão) não seja atingida no concreto. O concreto em tração quase sempre é
desprezado (hipótese de concreto fissurado), mas, algumas vezes é considerado (hi
pótese de concreto não-fissurado). Para levar em conta a deformação lenta, causada
pelas cargas de longa duração, reduz-se o módulo secante do concreto Ec (item
2.1.1.6) no cálculo da razão modular.
2.2.3. Relações largura-espessura da seção de aço
Figura 2.6. Critério de von Mises 2.2.3.1. Mesas comprimidas de perfis I - Eurocode 4, 1992 (Figura 2.7)
Aplicando-se o critério de von Mises ao estado de cisalhamento simples (o"; = x , - Para que a seção plastificada tenha capacidade de rotação suficiente para permitir
a =0, a =-x) ,obtém-se x- fy/-Í3; assim, fy/^3 éolimite de escoamento por a formação das rótulas subsequentes (Classe 1):
cisalhamento conforme o critério de von Mises. Pelo critério de Tresca obtem-se/^/2
para este limite.
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 46 CAPITULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 47
Observação:
/ v/2 A dimensão c é igual à metade da largura da mesa.
Perfis soldados (Figura 2.7-b) -<0,30 (2.14)
t
2.2.3.3. Almas de perfis I - Eurocode 4, 1992 (Figura 2.8)
( „ \1/2 Na Figura 2.8 o sinal positivo refere-se a tensões de compressão.
Perfis laminados (Figura 2.7-a) - < 0,34 (2.15)
t
fy - Para que a seção plastificada tenha capacidade de rotação suficiente para permitir
a formação das rótulas subsequentes (Classe 1):
- Para que a seção mista consiga atingir íi plastificação total (Classe 2):
/2
quando a > 0,5 (2.19)
( \l/2 t ' (13a--1)
Perfis soldados (Figura 2.7-b) ~<0,34 (2.16)
t
/2
quando a < 0,5 (2.20)
( „ V/2 t a
Perfis laminados (Figura 2.7-a) -<0,37 (2.17)
t
- Para que a seção mista consiga atingir a plastificação total (Classe 2):
HH quando a > 0,5
/2
(2.21)
f t (l3a-l)
±
Eixo de flexão

n
quando a < 0,5 (2.22)
t a
Observação:
(a) Perfil laminado (b) Perfil soldado
Para vigas mistas contínuas ver comentários sobre outras normas no Capítulo 4.
Figura 2.7. Mesas comprimidas de perfis I
+fv
Observação:
Para vigas mistas contínuas ver comentários sobre outras normas no Capítulo 4. ah
d
2.2.3.2. Mesas comprimidas de perfis I - AISC-LRFD (1999)
- Para que a seção plastificada tenha capacidade de rotação suficiente para permitir
-fy
a formação das rótulas subsequentes (Classes 1 e 2):
(a) Perfil laminado (b) Perfil Soldado (c) Dist. tensões alma
/ V/2 Figura 2.8. Almas de perfis I
E
Perfis soldados e laminados <0,38 (2.18)
t
v'-,
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 48 CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 49
2.2.3.4. Almas de perfis I - AISC-LRFD (1999) prezíveis. Quando estes efeitos não forem desprezíveis, o sistema é tratado como
deslocável. Um sistema deslocável pode ser pouco ou muito deslocável, dependendo
- Para que a seção plastificada tenha capacidade de rotação suficiente para permitir da relação entre as cargas verticais atuantes (nele e nos sistemas dele dependentes
a formação das rótulas subsequentes (Classes 1 e 2, flexão pura): horizontalmente) e os valores destas cargas que provocariam sua instabilidade elásti
ca. Se tal relação for baixa, o sistema é pouco deslocável; caso contrário, o sistema é
f v/2
muito deslocável. Usualmente a relação 1/10 é o limite entre os dois casos.
Perfis soldados e laminados ^3,76 E
(2.23)
J>, 2.3.3. Análise elástica
Observação:
A dimensão h é o dobro da altura da região comprimida da alma, com a seção Pode ser utilizada tanto para combinações de ações nominais (verificação de estados
plastificada pelo momento fletor (sem descontar altura de filete de solda de composi limites últimos) quanto para combinações de ações de cálculo (verificação de esta
ção). dos limites de utilização). O sistema analisado pode ser deslocável ou indeslocável.
E necessário que as tensões obtidas na análise, com base nas propriedades elásticas
2.3. Ações e Análise Estrutural das seções e para combinações de ações nominais, fiquem abaixo dos limites de
escoamento nos aços do perfil e da armadura, e de aproximadamente 0,4fck no con
Na análise estrutural, deve ser dada devida atenção aos estágios da construção, in creto. E necessário também, para combinações de ações nominais, que ligações semi-
cluindo efeitos das ações na estrutura puramente de aço (na fase anterior à de rígidas entre as peças estruturais (Capítulo 7) tenham relação momento-rotação basi
concretagem e na fase de concretagem) e na estrutura mista (após a cura do concre camente linear até o nível respectivo dos esforços solicitantes obtidos. Alternativa
to e retirada dos eventuais escoramentos). mente, pode-se definir uma rigidez secante, que deve ser calibrada com o nível de
solicitação da ligação.
O efeito da retração do concreto pode ser desprezado para verificação de estados li
mites últimos, no caso de sistemas mistos de edifícios, exceto quando as barras tive Uma ligação considerada rígida, segundo o Eurocode, deve ter resistência pelo me
rem seção transversal Classe 3 ou 4. nos 20% superior à da peçaque se liga a outra por meio desta ligação (soldas de pe
netração total, com eletrodo adequado, são consideradas adequadas).
Também no caso de edifícios, não é necessário considerar efeitos de temperatura para
verificação de estados limites últimos, exceto no caso de incêndio ou algum outro Ligações parcialmente resistentes (Capítulo 7) devem ter capacidade de rotação
caso onde tal consideração seja especificada. suficiente (duetilidade) para que não sofram colapso brusco quando a estrutura é
sujeita a ações de cálculo. A rotação da ligação pode ser determinada utilizando-se
2.3.1. Ações uma relação momento-rotação linear correspondente às ações de cálculo, e deve fi
car suficientemente abaixo da respectiva capacidade de rotação (Capítulo 7).
As ações, as combinações de ações, os coeficientes de ponderação e os fatores de
combinação dependem do tipo de construção analisado. Para cálculo de estruturas Os efeitos dos deslocamentos devem ser considerados, estabelecendo-se o equilíbrio
mistas de edifícios, por exemplo, aplicam-se as prescrições da NBR 8800 tanto para da estrutura na posição deformada (efeitos de segunda ordem); caso a estrutura seja
estados limites últimos quanto para estados limites de utilização. Uma descrição mais indeslocável ou pouco deslocável, esta consideração é feita entre os nós considera
detalhada sobre ações, classificação de ações, comportamento estatístico das ações dos indeslocáveis.
etc. pode ser encontrada na bibliografia (Ellingwood et ai 1980, Queiroz 1993).
2.3.4. Análise rígido-plástica
2.3.2. Sistemas indeslocáveis e sistemas deslocáveis
A análise rígido-plástica, também denominada análise limite (Chen & Han, 1988),
Um sistema é denominado indeslocável, em análise estrutural, quando a translação baseia-se na redistribuição plástica de momentos na estrutura, até que um mecanis
horizontal de seus nós for impedida. Em uma construção, um sistema é tratado como mo de rótulas plásticas seja formado. É necessário que as rótulas plásticas tenham
indeslocável quando os efeitos dos deslocamentos horizontais de seus nós forem des- condições de serem formadas e que as primeiras a se formar tenham capacidade de
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 50 CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 51
sofrer rotação até que se formem as demais. Para isto, é necessário que os perfis de Ligações parcialmente resistentes (Capítulo 7) devem ter capacidade de rotação sufi
aço tenham seções transversais com relações adequadas largura-espessura dos ele ciente para que não sofram colapso brusco quando a estrutura é sujeita a ações de
mentos (item 2.2.3). É necessário também que o aço estrutural apresente patamar de cálculo. A rotação da ligação pode ser determinada utilizando-se sua curva momen-
escoamento. to-rotação na análise e deve ficar suficientemente abaixo da respectiva capacidade
de rotação (Capítulo 7).
Em estruturas mistas, consideram-se rótulas pásticas apenas nas vigas ou nas liga
ções, devido à insuficiência de informações disponíveis sobre capacidade de rotação Normalmente não é necessário considerar os efeitos de plasticidade alternada em vi
de pilares. gas e pórticos de edifícios.
Aplicam-se as mesmas observações do item 2.3.3 a respeito de ligações rígidas. As Os efeitos de grandes deslocamentos (como, por exemplo, os efeitos de segunda or
ligações parcialmente resistentes devem ter capacidade de rotação suficiente para que dem) devem ser considerados; caso a estrutura seja indeslocável ou pouco deslocável,
se formem as rótulas plásticas subsequentes. esta consideração é feita entre os nós considerados indeslocáveis.
A análise rígido-plástica só é aplicável para verificação de estados limites últimos 2.3.6. Análise de pisos mistos
(combinações de ações de cálculo) e para sistemas indeslocáveis ou pouco deslocá-
veis, uma vez que os deslocamentos ficam indeterminados. No caso de sistemas pou Já foi mostrado (Mazilli, 1995; Ribeiro, 1997 e Coradi, 1997) que quando painéis de
co deslocáveis, os pórticos não podem ter mais de dois andares. laje são apoiados nas quatro bordas sobre vigas, a teoria usual das chameiras plásti
cas só se aplica quando as vigas forem suficientemente rígidas em relação às lajes.
Normalmente não é necessário considerar os efeitos de plasticidade alternada em vi Por exemplo, para uma laje quadrada simplesmente apoiada em quatro vigas iguais
gas e pórticos de edifícios. de borda, e estas apoiadas em pilares nos cantos, define-se a relação de rigidez entre
laje e viga (Mazilli, 1995):
Para verificação de estados limites de utilização (combinações de ações de cálculo),
a análise rígido-plástica deve ser complementada por uma análise elástica (sempre tJLE„
K =
(2.24)
que possível) ou elasto-plástica. [12(l-vz)(EI)]
onde:
2.3.5. Análise elasto-plástica
/ = espessura da laje;
É o tipo de análise mais genérico, aplicável a qualquer situação, porém, o mais traba L = vão da viga;
lhoso. Baseia-se na teoria geral da plasticidade e leva em conta a plastificação pro Ec,V = módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson, respectivamente, do con
gressiva da estrutura após a fase elástica. Devido à sua complexidade, ela é simplifica creto;
da, não se levando em conta os problemas de flambagem local. Dessa forma, torna- EI = rigidez da viga.
se também necessário que os perfis de aço tenham seções transversais com relações
Na expressão (2.24), à medida que a relação K diminui, a laje toma-se flexível em
adequadas largura-espessura dos elementos, para que as rótulas plásticas possam se
relação às vigas e, para K<1, as vigas podem ser consideradas indeslocáveis, sendo
formar e, se for o caso, para que tenham capacidade de sofrer rotação até que se for
aplicável a teoria das chameiras plásticas; por outro lado, à medida que a relação K
mem as demais (item 2.2.3).
aumenta, a laje tende a funcionar como laje cogumelo, apoiando-se cada vez mais só
nos pilares.
Em estruturas mistas, consideram-se rótulas plásticas apenas nas vigas ou nas liga
ções, devido à insuficiência de informações disponíveis sobre capacidade de rotação
Assim, para simplificar a análise, é importante a utilização de lajes apoiadas apenas
de pilares.
em duas bordas paralelas, com reações desprezíveis nas outras duas bordas. Numa
laje comum isto demanda uma relação de vãos superior a 2 e vigas de apoio (nas
Uma ligação considerada rígida deve ter resistência pelo menos 20% superior à da
bordas maiores) com rigidez adequada em relação à laje (Ribeiro, 1997). Lajes mis
peça que se liga a outra por meio desta ligação, segundo o Eurocode.
tas com forma metálica incorporada e lajes pré-moldadas (como as alveolares) são
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 52 CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 53
normalmente apoiadas apenas em duas bordas, devido à sua característica ortotrópica - perda de equilíbrio da estrutura ou de parte dela, considerada como um corpo rígi
(com rigidez predominante em uma direção). do;
- deformação excessiva, ruptura, ou perda de estabilidade da estrutura ou de qual
2.3.7. Efeitos da retração e da deformação lenta quer parte dela, incluindo a ligação entre o concreto e o perfil de aço, ligações em
geral, apoios e fundações.
A deformação livre de uma peça de concreto por retração, em ambientes secos, é da
ordem de 3xl04 (Johnson, 1994). Se a retração for restringida (por exemplo por um Os estados limites podem também ocorrer somente no concreto armado ou nos perfis
perfil de aço ligado ao concreto por conectores), a deformação fica abaixo daquele de aço (por exemplo, durante a concretagem) e, nestes casos, aplicam-se os critérios
valor, surgindo tensões de tração na peça de concreto e de compressão na região do relevantes das normas correspondentes (NBR 6118, 1978 e NBR 8800, 1986).
perfil adjacente ao concreto. Tais tensões, entretanto, desenvolvem-se lentamente,
sendo assim reduzidas pela deformação lenta do concreto. O aumento dos desloca 2.4.2. Estados limites de utilização
mentos da estrutura devidos à retração (flechas, por exemplo) pode ser significativo.
Estados limites de utilização correspondem a situações além das quais critérios de
O efeito da deformação lenta pode ser levado em conta reduzindo-se artificialmente serviço especificados não são mais atendidos. Basicamente, os estados limites de uti
o módulo de elasticidade secante Ec do concreto. Normalmente utiliza-se EJ3 para lização incluem:
determinar as respostas da estrutura correspondentes ao grupo de cargas de longa - deformações ou deslocamentos que prejudicam a aparência ou o uso efetivo da
duração e Ec para as de curta duração. estrutura (incluindo o funcionamento adequado de máquinas ou instalações) ou
causam danos a acabamentos e elementos não-estruturais;
2.3.8. Análise dinâmica - vibrações que causam desconforto a pessoas, danos ao edifício ou ao seu conteú
do, ou que limitam sua eficiência funcional;
Normalmente as análises dinâmicas, quando necessárias, são feitas no regime elástico. - fissuração do concreto, que pode prejudicar a aparência, a durabilidade ou a estan-
queidade da parte afetada;
2.3.8.1. Vibrações verticais de pisos - dano ao concreto devido a compressão excessiva, que pode reduzir a durabilidade;
- escorregamento na interface aço-concreto, quando ele se toma grande o bastante
Tais vibrações podem ser causadas por máquinas vibratórias, pelo caminhar de pes para invalidar verificações de projeto para outros estados limites de utilização nos
soas e por atividades do tipo dança, ginástica etc. Para a determinação das cargas quais os efeitos de escorregamento são desprezados.
dinâmicas, das freqüências de excitação e dos critérios de aceitação das acelerações,
ver, por exemplo, o livro "Floor Vibrations Due to Human Activity" (Murray, 1997). 2.4.3. Durabilidade
2.3.8.2. Efeitos dinâmicos do vento Para garantir uma duração adequada da estrutura, os seguintes fatores devem ser con
siderados:
Para a determinação dos efeitos dinâmicos do vento em estruturas de edifícios c de - o uso da estrutura;
pontes, ver, por exemplo, a Norma Brasileira (NBR 6123, 1988) e a publicação do - os critérios de desempenho requeridos;
CECM-ECCS (1987). - as condições ambientais previstas;
- a composição, as propriedades e o desempenho dos materiais;
2.4. Estados Limites Últimos e de Utilização - Durabilidade - a forma das peças e o detalhamento estrutural;
- a qualidade da mão de obra e o nível de controle;
2.4.1. Estados limites últimos - as medidas de proteção específicas;
- a manutenção prevista durante a vida útil desejada.
Estados limites últimos são aqueles associados ao colapso parcial ou total da estru
tura, que pode colocar em risco a segurança de pessoas. Basicamente, os estados li As condições ambientais externas e internas devem ser estimadas no estágio de pro
mites últimos incluem: jeto, para que se possa avaliar sua significância em relação à durabilidade, e para que
medidas adequadas possam ser tomadas para a proteção dos materiais.
CAPÍTULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 54 CAPITULO 2 - INFORMAÇÕES BÁSICAS 55
2.5. Bibliografia NBR 7480: 1996. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Barras e Fios de Aço
Destinados a Armaduras para Concreto Armado" . Rio de Janeiro.
AISC-LRFD 1993. "Load and Resistance Factor Design Specification for Structural
Steel Buildings". 4rd. Edition. American Institute of Steel Construction. Inc. Chica NBR 8800: 1986. Associação Brasileira de Normas Técnicas "Projeto e Execução de
go, IL. Estruturas de Aço de Edifícios". Rio de Janeiro.
AISC-LRFD 1999. "Load and Resistance Factor Design Specification for Steel Queiroz, G. 1993. "Elementos das Estruturas de Aço". Belo Horizonte.
Buildings, Manual of Steel Construction - Load and Resistance Factor Design". 3rd.
Edition. American Institute of Steel Construction. Inc. Chicago, IL. Ribeiro, S. E. C. 1997. "Análise Não-Linear de Sistemas Mistos pelo Método dos
Elementos Finitos, visando a Obtenção de Larguras Efetivas e Carregamentos de Vi
CECM - ECCS. 1987. "Comitê Technique 12 - Vent - Recommandations pour le gas no Estado Limite Último". Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenha
Calcul des Effets du Vent sur les Constructions". ria de Estruturas da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Chen, W. F.; Han, D. J. 1988. "Plasticity for Structural Engineers". Springer - Verlag William, K. J.; Warnke, E. P. 1975. "Constitutive Model for the Triaxial Behavior of
New York Inc. Concrete", International Association of Bridge and Structural Engineers, Seminar on
Concrete Structure Subjected to Triaxial Stresses, Paper III-1, Bergamo, Italy, May,
Coradi, P. E. L. 1997. "Análise pelo Método dos Elementos Finitos de Pisos Mistos IABSE Proc. 19.
em Aço e Concreto para Determinação de Deslocamentos". Dissertação de Mestrado,
Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da Universidade
Federal de Minas Gerais.
Ellingwood, B.; Galambos, T. V.; Mac Gregor, F. G.; Cornell, C. A. 1980.
"Development of a Probability Bascd Load Critcrion for American National Standard
A58" - National Bureau of Standards, Washington.
Eurocode 4. ENV 1994-1-1:1992. "Design of Composite Steel and Concrete
Structures - Partl-1: General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European
Committee for Standardization.
Mazilli, A. R. P 1995. "Influência da Flexibilidade das Vigas c das Lajes nos Esfor
ços das Estruturas de Concreto Armado". Tese de Doutorado, Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, Engenharia de Estruturas.
Murray, T. M.; Allen, D. E., Ungar, E. E. 1997. AISC- American Institute of Steel
Construction. Steel Design Guide Series. "Design Guide #11 - Floor Vibrations Due
to Human Activities".
NBR 6118: 1978. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução
de Obras de Concreto Armado". Rio de Janeiro.
NBR 6123: 1988. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Forças Devidas ao
Vento em Edificações". Rio de Janeiro.
CAPITULO 3
CONECTORES DE CISALHAMENTO
3.1. Introdução
O comportamento de estruturas mistas é baseado na ação conjunta entre o perfil de
aço e o concreto armado. Para que isto ocorra, é necessário que na interface aço-
concreto desenvolvam-se forças longitudinais de cisalhamento. A aderência natural
entre os dois materiais e as forças de atrito presentes não são normalmente levados
em conta no cálculo, embora possam atingir valores bastante elevados. Ensaios em
estruturas mistas mostram que, para baixos valores de carga, a maior parte do
cisalhamento longitudinal é desenvolvida na interface por aderência química entre a
pasta de cimento e a superfície do aço. No entanto, continuando-se o carregamento,
percebe-se que, para cargas mais elevadas, ocorre o rompimento desta aderência e
que, uma vez rompida, esta não pode mais ser restaurada. Os valores de carga em
que ocorre a quebra da adesão química são bastante variáveis, dependendo de fato
res tais como: fator água-cimento, desenvolvimento de fissuras, retração do concre
to, tensões devidas à variação de temperatura, falhas locais de contato entre o con
creto e o aço devidas a problemas durante a execução, entre outros. Nota-se também
um rompimento prematuro desta adesão química em ensaios dinâmicos ou nos quais
ocorrem ciclos de carregamento e descarregamento, levando a uma baixa
confiabilidade do sistema. Desta forma, exceto em vigas totalmente envolvidas por
concreto, pilares mistos e fôrmas de aço com cantos reentrantes, como se verá no
Capítulo 5, torna-se impraticável levar em conta estes fenômenos no cálculo de sis
temas mistos. Enecessário, portanto, o uso de conectores de cisalhamento para trans
mitir o cisalhamento na interface aço-concreto, conforme disposto na NBR 8800
(1986), AISC-LRFD (1993) e Eurocode 4 (1992) .
3.2. Comportamento da Ligação ao Cisalhamento na Interface Aço-Concreto
A ação mista é desenvolvida quando dois elementos estruturais são interconectados
de tal forma a se deformarem como um único elemento. Tome-se, por exemplo, o
sistema da Figura 3.1-a, formado por uma viga de aço biapoiada, suportando uma
laje de concreto em sua face superior.
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 58 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 59
a superfície inferior da laje , por outro lado, está sujeita a tensões de tração e se alon
ga; haverá desta forma um deslizamento relativo entre as superfícies na região de
contato. Nota-se a formação de dois eixos neutros independentes, um no centro de
gravidade do perfil de aço e outro no centro de gravidade da laje de concreto, Figura
3.1-b. O momento total resistente é dado pela soma das resistências individuais:
^Misoi=MlaJe+Mviga (3.1)
Considere-se agora que os dois elementos estejam interligados por conectores de ri
gidez e resistência infinitas para que possam deformar-se como um único elemento.
Desenvolvem-se forças horizontais que tendem a encurtar a face inferior da laje e
simultaneamente a alongar a face superior da viga, de tal forma que não haja
deslizamento relativo entre o aço e o concreto. Pode-se assumir que as seções planas
(a) Comparação de vigas fletidas sem ação mista e com ação mista permanecem planas e o diagrama de deformações apresenta apenas uma linha neu
tra. O momento resistente torna-se (Figura 3.1-c):
c- + c 2Mmi. =Te = Ce>2ZM isol (3-2)
Esta situação é conhecida como interação completa ou ação mista total.
Quando a interligação não for suficientemente rígida ou resistente, ter-se-á um caso
»T intermediário onde haverá ainda duas linhas neutras, porém não independentes; sua
posição dependerá do grau de interação entre os dois sistemas, Figura 3.1-d. Haverá
um deslizamento relativo entre as superfícies, menor que o ocorrido na situação não-
_ e se orre gamenlo ^ i escorregamento mista. Este caso é denominado interação parcial ou ação mista parcial e, como se
Sem verá no Capítulo 4, é o mais utilizado em vigas mistas, por razões de ordem econô
LN(lajc) esco rregamenlo _ _ LN(laje) mica.
_ _ _ _ LN(kçSo mista)
_ _ ' LN(viga) Além das forças de cisalhamento longitudinais, nas vigas mistas, os conectores es
' LN(viga) tão também sujeitos a forças verticais que tendem a separar os dois elementos com
ponentes do sistema misto. Estas forças são muito menores que as forças de
cisalhamento longitudinais, não sendo normalmente necessário calculá-las na práti
ca, pois os conectores usuais possuem dispositivos que garantem resistência sufici
ente às mesmas (Johnson, 1994). Para outros tipos de conectores, o Eurocode 4
(b) Nenhuma interação (c) Interação total (d) Interação parcial (1992) recomenda tomar uma força correspondente a um décimo da resistência ao
cisalhamento.
Figura 3.1. Sistema misto - flechas e variação de deformação na viga
3.3. Tipos Usuais de Conectores - Resistências Nominais
Não existindo qualquer ligação ou atrito na interface, os dois elementos se deforma
rão independentemente, cada qual suportando um quinhão da carga imposta. Ao se A determinação analítica do comportamento de conectores é extremamente comple
deformar, cada superfície da interface estará submetidaa diferentes tensões: enquanto xa; por isto torna-se necessária a utilização de ensaios. A principal e mais relevante
a superfície superior da viga apresenta tensões de compressão e portanto se encurta, característica no cálculo dos conectores de cisalhamento é a relação entre a força de
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 60 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 61
cisalhamento transmitida e o deslizamento relativo entre as superfícies de contato
dos elementos componentes de um sistema misto (Figura 3.2). Esta relação, expres
sa pela curva carga-deslizamento, pode ser determinada diretamente por meio de en
saios de vigas mistas em escala natural ou, o que é mais comum, de ensaios padroni
zados pelas normas de cálculo, conforme se verá adiante. Uma vez obtida a curva,
pode-se determinar a resistência de cálculo (resistência nominal) dos conectores en
saiados bem como classificar seu comportamento quanto à ductilidade. Para os tipos
usuais de conectores, estas características já foram determinadas e estão padroniza
das pelas normas.
Carga por
conector, kN
100 -
Figura 3.3. Conector tipo pino com cabeça
A soldagem ("stud welding") envolve os mesmos princípios básicos e aspectos
metalúrgicos de uma solda por arco elétrico convencional, em que um arco elétrico
50
controlado é usado para fundir a extremidade do pino ou do eletrodo com o metal
base, resultando em uma solda de excelente qualidade, mais resistente que o próprio
pino. O Capítulo 4 da especificação americana Dl.l da AWS (American Welding
Society, 2000) trata deste tipo de soldagem e suas recomendações são utilizadas em
diversos países, inclusive no Brasil, para qualificar o procedimento, os materiais uti
8 10 lizados, os soldadores e os equipamentos utilizados e sua regulagens.
Deslizamento, mm
3.3.1.1. O processo de soldagem - materiais utilizados
Figura 3.2. Curva carga-deslizamento típica para conector
de 19,1 mm em uma laje mista Os elementos utilizados no processo de soldagem consistem do próprio pino e de
uma cerâmica especial, que tem por finalidade conter o material fundido e servir de
Conectores dúcteis são aqueles com capacidade de deformação suficiente para justi proteção para o arco elétrico. O pino, juntamente com a cerâmica, é introduzido em
ficar a suposição de comportamento plástico ideal da ligação ao cisalhamento longi uma pistola automática ligada a um equipamento de soldagem específico para este
tudinal do elemento misto considerado. Na prática, se os conectores são considera processo, que por sua vez estará ligado a uma fonte de força capaz de disponibilizar
dos dúcteis, o espaçamento dos conectores cm uma viga mista pode ser uniforme até 3000 amperes para os diâmetros usuais de pinos. O processo é iniciado ao se en
mente distribuído ou, no caso de interação parcial, pode ser adotada a teoria plástica costar a base do pino no material-base e apertar o gatilho da pistola (Figura 3.4).
no cálculo da resistência da seção mista. Não está previsto na NBR 8800 ou no AISC- Neste momento, abre-se o arco elétrico com o afastamento automático do pino de
LRFD o uso de conectores não-dúcteis. uma distância adequada do ponto onde será soldado. O arco é mantido por um perío
do de tempo suficiente para que uma parte do pino e do material-base atinjam o pon
3.3.1. Conectores tipo pino com cabeça ("stud bolts") to de fusão, quando então a pistola, automaticamente, empurra o pino na direção da
poça de fusão e, ao mesmo tempo, corta a corrente elétrica (Figura 3.5). Quando o
O conector tipo pino com cabeça é o mais utilizado na prática. Desenvolvido na material fundido se solidificar, o processo de soldagem estará completo, a pistola será
década de 40 pela Nelson Stud Welding, consiste de um pino especialmente proje então retirada do pino e quebrar-se-á a cerâmica. Todo este processo leva apenas al
tado para funcionar como um eletrodo de solda por arco elétrico e ao mesmo tem guns segundos. Na base do pino é colocada uma pequena quantidade de material es
po, após a soldagem, como conector de cisalhamento (Figura 3.3), possuindo uma pecial, um fluxo sólido, com a finalidade de estabilizar o arco e proteger a solda da
cabeça com dimensões padronizadas para cada diâmetro, conforme mostra a Tabela ação corrosiva do oxigênio durante o processo, conforme Figura 3.6.
3.1.
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 62 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 63
Tabela 3.1. Dimensões e tolerâncias de conectores de cisalhamento usuais
(AWSD1.1, 2000)
H ,
r
T
Figura 3.6. Fluxo sólido localizado na base do conector
(Nelson Stud Welding Process)
Existe uma relação entre o diâmetro do pino e a espessura da chapa onde será solda
do. Para que a solda não danifique o material-base, a espessura não deve ser inferior
àquela da Tabela 3.2. Entretanto, para que a resistência total do pino seja alcançada,
rcn a espessura não deve ser inferior a 40% do diâmetro do pino. Esta relação é exigida
nas normas ao se soldar pinos nos perfis de aço, exceto se a solda for realizada so
Diâmetro Tolerâncias de Diâmetro da Altura mínima bre a mesa, diretamente na posição correspondente à alma de um perfil I.
comprimento cabeça do da cabeça do
conector conector
(H) (T)
O aço utilizado na fabricação dos pinos é o ASTM A-108 graus 1010 a 1020, produ
(C) (L)
zido com resistência à tração mínima de 415 MPa e limite de escoamento não inferi
[poli mm] mm] [mm} [mm] [mm] or a 345 MPa (ver Tabela 3.3). Para que estes aços atinjam estas propriedades, pode
+0,00 ser necessário tratar termicamente os pinos; no caso, temperar e revenir.
5/8" 15,9 ±1.6 31,7 ±0,4 7,1
-0,25
3/4" 19,1
+0,00
±1,6 31,7 + 0,4 9,5 Tabela 3.2. Espessuras mínimas de chapas de aço para a solda por
-0,38 arco elétrico do conector (Nelson Stud Welding Process)
+0.00
7/8" 22,2 ±1,6 34,9 ± 0,4 9,5
-0,38 Diâmetro Espessura mínima do
do conector material-base
[poli [mm] [mm]
5/8" 15,9 3,75
3/4" 19,1 4,75
7/8" 22,2 6,30
Figura 3.4. Processo de colocação do conector com a pistola
Tabela 3.3. Propriedades mecânicas requeridas para os aços de conectores
(Nelson Stud Welding Process)
(AWSDl.1,2000)
Resistência à tração 415 MPa
Limite de escoamento
345 MPa
(0,2% offset)
Alongamento
mínimo de 20 %
(% em 50mm)
Redução de área mínimo de 50 %
Figura 3.5. Processo de soldagem (Nelson Stud Welding Process)
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 64 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 65
3.3.1.2. Resistência nominal Na NBR 8800, esta expressão é limitada a concretos com peso específico superior a
22 kN/m e com resistência característica à compressão fck superior a 20 MPa e infe
De acordo com a NBR 8800 (1986) e com o AISC-LRFD (1993), a resistência no rior a 28 MPa.
minal a cisalhamento de pinos com cabeça é dada pelo menor entre os dois valores:
(3.3)
RH=0Mcs4ZiÃ
(3-4)
Rn-Ks-h
onde:
/ - resistência característica do concreto à compressão, não podendo ser toma
do valor superior a 28 MPa (NBR 8800, 1986);
A = área da seção transversal do conector;
f = limite de resistência à tração do aço do conector;
E = módulo de elasticidade do concreto.
O Eurocode 4 (1992) apresenta expressões semelhantes para o cálculo da resistência Figura 3.7. Conectores em perfil U laminado
nominal, porém com fatores um pouco mais a favor da segurança (0,37 no lugar de
0,5 na equação 3.3 e 0,80 no lugar de 1,0 na equação 3.4). No AISC não existe a
3.3.3. Outros tipos de conectores
limitação na resistência característica à compressão do concreto. Este tipo de conector
é considerado dúctil se o seu comprimento após a soldagem for igual ou superior a 4
vezes o seu diâmetro. Por este motivo, esta relação é obrigatória na NBR 8800 e no Outros tipos de conectores podem ser utilizados, como por exemplo, os mostrados
AISC-LRFD. No Eurocode 4, que prevê o uso de conectores não-dúctcis, permitem- na Figura 3.8, extraída do Eurocode 4. São denominados conectores de bloco, assim
se conectores com relação comprimento-diâmetro a partir de 3. definidos se forem suficientemente rígidos para que, na ruína, a pressão de contato
no concreto possa ser assumida como uniformemente distribuída. Para tal, algumas
relações entre a altura e a espessura destes conectores devem ser obedecidas. Os va
3.3.2. Conectores em perfil U laminado
lores destas relações e as expressões para o cálculo da resistência nominal podem
Um outro tipo de conector, em desuso nos países industrializados, mas ainda utiliza ser encontrados no Capítulo 6 do Eurocode 4, 1992: "Shear Connection in Beams
for Buildings,\
do no Brasil, é o perfil U laminado padrão americano (Figura 3.7). Os mais utiliza
dos são os C3x4.1 , C4x5.4 e C5x6.3 , instalados com uma das mesas apoiada sobre
o perfil de aço e com o plano da alma perpendicular ao eixo longitudinal do perfil.
São normalmente soldados ao perfil de aço e sua resistência nominal, conforme a
NBR 8800 e o AISC-LRFD , é dada por:
Rn =0,0365 (if+0,5tw)Lc (3.5)
onde: Figura 3.8. Outros tipos de conectores (Eurocode 4, DRAFT 2000)
tr = espessura da mesa do conector em mm, tomada a meia distância entre a bor
da livre e a face adjacente da alma;
= espessura da alma do conector em mm; Outro tipo, que vem ganhando popularidade crescente na Europa, é o conector da
= comprimento do conector em mm. Hilti HVB, preso ao perfil metálico por meio de fixadores a pólvora (Figura 3.9).
CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 66 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 67
Esta forma de ligação possui a vantagem de não necessitar de energia na obra para
sua colocação, ao contrário da ligação dos pinos com cabeça que requer uma grande
fonte de energia elétrica. Para maiores detalhes e determinação da resistência, ver
Catálogo da HiltL
xti
Figura 3.9. Conector da Hilti HVB
3.4. Conectores de Cisalhamento em Fôrmas de Aço ( "steei deck" )
Vigas mistas podem ser construídas utilizando-se, basicamente, três tipos de lajes:
moldadas "in loco", prc-moldadas e mistas. A ligação ao cisalhamento longitudinal
de lajes mistas com o perfil de aço pode ser realizada de duas maneiras, ambas com
conectores tipo pino com cabeça. Figura 3.10 (ou, alternativamente, com conectores
HVB, Figura 3.11): furando-se previamente a fôrma de aço e ajustando-a nos pinos
Figura 3.11. Conectores tipo HVB em fôrmas de aço (SCI-78, 1990)
já soldados diretamente na viga de aço, ou soldando, no campo, os pinos através da
fôrma de aço. Este último procedimento é o mais comum na maioria dos países, le
Existem certas limitações e cuidados especiais que devem ser tomados ao se utilizar
vando a uma forma de construção rápida e eficiente. Pode-se utilizar também uma
conectores em vigas com fôrma de aço incorporada. O comportamento de conectores
variação do primeiro procedimento, executando-se os furos na fôrma, após a sua fi
xação nas vigas, por meio de furadeiras com brocas de coroa circular.
colocados dentro das nervuras das fôrmas de aço é muito mais complexo que o dos
colocados em lajes maciças, sendo influenciado pelos fatores:
- direção das nervuras em relação ao eixo das vigas,
- largura média e altura das nervuras,
- diâmetro e altura dos pinos,
- número de pinos colocados dentro de cada nervura,
- distância dos pinos em relação à face da nervura e
- posição dos pinos em relação ao centro das nervuras e à direção da força de
cisalhamento ("excentricidade").
As interações entre estes parâmetros ainda são objeto de estudos de diversos pesqui
sadores e não foram completamente esclarecidas. Parece claro, todavia, que os
parâmetros mais importantes são a relação entre as alturas do pino e da fôrma, o nú
mero de conectores dentro de cada nervura e a "excentricidade" (Figura 3.12). Estes
fatores podem provocar uma redução da resistência nominal dos conectores, dada nas
normas por um coeficiente de redução a ser aplicado na fórmula de cálculo de pinos
em lajes maciças. Este coeficiente de redução é para ser aplicado apenas na primeira
expressão do cálculo da resistência (equação 3.3).
Figura 3.10. Conectores tipo pino com cabeça em fôrmas de aço (SCI-78, 1990)
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 68 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 69
A soldagem de conectores através da fôrma de aço ("through-deck stud welding")
deve obedecer a uma série de recomendações adicionais dadas pela AWS D1.1 e pe
los fabricantes, uma vez que tal tipo de soldagem não é pré-qualificado por esta
especificação. Desta forma, no início de cada novo trabalho, deve-se atender ao pro
cesso de qualificação do procedimento e da regulagem dos equipamentos para cada
situação (por exemplo, diferentes espessuras, distância da fonte de energia ao ponto
de aplicação dos pinos, quantidade de zinco nas chapas etc). Para maiores detalhes,
ver Capítulo 7 da AWS Dl.l e catálogos de fabricantes.
3.5. Cálculo da Resistência por meio de Ensaios
Quando se deseja determinar as propriedades de um determinado conector ou de um
Posição de menor Posição de maior
tipo de conector que não esteja previsto nas normas, podem-se utilizar ensaios pa
resistência resistência dronizados denominados "push tests'\ Nestes ensaios, de acordo com o Eurocode 4,
utiliza-se o dispositivo conforme mostrado na Figura 3.13-a. Caso a laje em que se
Figura 3.12. Influência da excentricidade vai utilizar o conector não seja maciça, como, por exemplo, lajes mistas, as dimen
sões da laje, do perfil de aço e da armadura devem ser escolhidas de forma a repre
Os fatores de redução são inteiramente baseados em ensaios e experiência e diferem sentar adequadamente a situação real.
quanto à direção das nervuras em relação ao eixo das vigas. No caso de fôrmas com
nervuras colocadas perpendicularmente às vigas, a redução é dada pela seguinte fór A preparação dos protótipos deve seguir rigorosamente o previsto pela norma, que
mula da NBR 8800 e do AISC-LRFD: busca retratar da maneira mais fiel possível os procedimentos usuais na prática. Além
disto, algumas providências devem ser tomadas para que resultados confiáveis pos
sam ser obtidos. Em especial, podem-se citar dois: primeiro, para que os resultados
0,85 (3.6) não sejam afetados pela aderência química entre o perfil de aço e o concreto, a su
Cred - -1,0 <1,0
hf h, perfície de contato deve ser engraxada; segundo, a resistência à compressão do con
creto na ocasião do ensaio deve ser inferior (70% ± 10%) à resistência característica
(fck) do concreto a ser utilizado na prática. Durante a execução do ensaio, para cada
onde ncs < 3 c h < 75 mm. Os termos estão definidos na Figura 3.14. Em outras nor incremento de carga, medem-se o deslizamento relativo e a separação transversal en
mas, há pequenas diferenças nestes fatores. Por exemplo, no Eurocode 4, o fator 0,85 tre as superfícies de contato. A Figura 3.2 mostra uma curva carga-deslizamento tí
é substituído por 0,7, ncs< 2 e h< 85 mm. pica para este tipo de ensaio. Geralmente, esta curva pode ser expressa por relações
do tipo:
Para fôrmas colocadas com nervuras paralelas às vigas de aço, o fator de redução
torna-se:
R = RJ1- e~As )B (3.8)
Cr,,=0,6 7 ^-1,0 <1,0 (3.7)
hf h, onde Rué a resistência última, s é o deslizamento relativo e A e B são constantes de
ajuste da curva. Segundo Viest et ai (1997), estas constantes podem ser tomadas
Recentemente, diversas pesquisas e ensaios mostraram que o fator de redução para iguais a 18 e 0,4 , respectivamente. Entretanto, outros autores fornecem diferentes
nervuras transversais, calculado pela expressão acima, é contra a segurança em al valores para tais parâmetros (Bode & Schanzenbach, 1989; Lebet, 1987; Aribert &
gumas situações, especialmente quando existe apenas um conector em cada nervura. Abdel-Aziz, 1985 e Ollgard et ai, 1971).
Assim, até que estudos mais conclusivos sejam realizados, recomenda-se modificar
o limite superior de 1,0 para 0,75 na equação (3.6) (Easterling et ai., 1993; Kemp, São necessários no mínimo três ensaios em protótipos nominalmente idênticos para
1996 e AISC-LRFD, 1999). se obter a resistência e a capacidade de deslizamento características, desdeque o des-
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 70 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 71
vio de qualquer ensaio não seja superior a 10% da média de todos os ensaios. Caso
isto não ocorra, pelo menos mais três ensaios devem ser realizados. A avaliação da
resistência e da capacidade de deslizamento características é então realizada por meio
de análise estatística apropriada.
3.6. Detalhes Construtivos
As recomendações dadas a seguir são necessárias para que os conectores de
cisalhamento possam desempenhar adequadamente sua função e para que sejam vá
lidas as expressões de cálculo das resistências dos conectores e das seções dos ele
mentos estruturais mistos. Algumas são obrigatórias na NBR 8800 (1986), outras são
obrigatórias no AISC-LRFD (1993), no Eurocode 4 (1992) ou em outras normas, en
quanto outras são decorrentes da experiência prática.
Corte B-B - A colocação dos conectores em fôrmas de aço deve obedecer às prescrições dadas
na Figura 3.14.
(a) Disposição convencional para laje maciça - A face inferior da cabeça dos pinos, que resiste às forças verticais que tendem a
separar o concreto do perfil de aço, deve estar acima da armadura do concreto.
P
- Deve-se ter pelo menos 10 mm de concreto acima da superfície superior da cabe
ça do conector.
- A espessura da chapa de aço onde serão instalados os conectores deve ser sufici
ente para propiciar a soldagem e a transferência da resistência total dos conectores;
no caso de pinos com cabeça, este espessura deve ser no mínimo 0,4 vezes o diâ
metro do pino, exceto se este for soldado na posição correspondente à alma do
perfil.
- A distância entre a face do conector e a extremidade da chapa não deve ser inferi
or a 20 mm.
Corte C-C - A espessura de concreto acima da fôrma de aço deve ser no mínimo 50 mm.
- O comprimento do pino acima da fôrma deve ser no mínimo 40 mm.
- O espaçamento mínimo entre os conectores tipo pino com cabeça deve ser de 6
vezes o diâmetro do pino na direção do eixo do perfil e de 4 vezes na direção per
pendicular; no caso de lajes mistas o espaçamento pode ser reduzido para 4 vezes
em qualquer direção.
(b) Disposição para laje mista - O espaçamento máximo é de 5 vezes a espessura total da laje ou 800 mm, o que
for menor.
Figura 3.13. "Push tests"
CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 72 CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 73
- A posição dos pinos em relação ao centro das nervuras ("excentricidade") deve 3.7. Exercício
ser do lado mais próximo ao apoio (posição de maior resistência), de acordo com
a Figura 3.12; nesta posição a maior quantidade de concreto na frente do conector Calcular a resistência nominal qn do conector tipo pino com cabeça ("stud bolt")
garante uma maior resistência. 0 = 19,1 mm (3/4") para diferentes valores de fck pelas normas NBR8800, AISC-
LRFD e Eurocode 4. Considerar as diferentes situações mostradas nas Figuras
Não se deve soldar através da fôrma nas seguintes situações: através de mais de 3.15, 3.16 e 3.17.
uma espessura de fôrma de aço; quando a chapa for revestida com pintura; quando
a camada de zinco que reveste a chapa for superior a 375 g/m2. Quando uma des 3/4" x 3"
tas condições ocorrer, devem-se soldar os pinos através de furos na chapa da fôr
ma.
- a. j - " * t — - t o j ' r —. '"-Mi"" p"V 4 « -»ir-i»»i •>."•-i.-V
' nin. 50
i
1 iif<=75
UJ
min. 50
i .11 I"
W 360 x 32,9
min. 50 . .n
, mm. 40
ü%V- "*-ntf , ... ,.
Im .&s%i^[!; *•* Vi*. Figura 3.15. Laje maciça
bf
min. 50
min. 50
c=75
min. 50
'VAI. -
W 360 x 32,9
LJZLJ
t
Figura 3.14. Lajes de concreto com fôrmas de aço incorporadas (NBR8800, 1986) Figura 3.16. Laje mista com nervuras longitudinais à viga
T
CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 74 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 75
Tabela 3.4. Resistências nominais do conector na laje maciça
(NBR 8800, 1986 e AISC-LRFD, 1993)
Rn
R„
Calculado em
Adotado
função do^
[MPa] fkNl íkN]
20 95 95
25 112 112
28 122 119
30 129 119
40 160 119
Figura 3.17. Laje mista com nervuras transversais à viga
Observação:
Observação: respeitadas as disposições construtivas dadas no item 3.6.
A NBR 8800 (1986) limita a resistência característica do concreto em fck < 28 MPa .
Resolução: Assim, não se deve considerar as resistências nominais dos conectores relativas ao
concreto com resistência característica acima deste valor. No AISC-LRFD (1993) não
Laje maciça - (ver Figura 3.15) existe esta limitação.
(a) NBR 8800 (1986) e AISC-LRFD (1993) (b) Eurocode 4 (1992)
- Para fck = 20 MPa: - Verificações iniciais: _ = = 4 —»a = 0 2 =0,2[4 + l]=l
d 3/4" d
n<i>2 3,14(1,91)2 2
A,,=-— --2,86 cm2 - Para /. = 20 MPa:
V/2 í?4^/2
J/2,,, J/2
Ec=42(fck)ul(ycfíi 1/2, -w x3/2
=42(20 )ul(24fíl =22084 MPa =2208 kN/cm Ec=9500(fck+8) = 9500(20 +8)1/3\ — = 28848 MPa
24 1 24
= 2885 kN/cm2
\0,5AcsylfckEc =0,5x2,86x^12x2208 =95,03 kN =95kN
R<
\acJu =2,86x41,5 =118,69 kN =119 kN 10,37Acs ^fck Ec =0,37x2,86x^2x2885 =80,38 kN =80kN
R<
" [0,8Acsfu =0,8x2,86x41,5 =94,95 kN~95kN
.-. Rn = 95 kN
:. Rn=80kN
Resolvendo-se as expressões acima parafck = 25, 30 e 40 MPa obtém-se Ec = 2469,
Resolvendo-se as expressões acima para/ci = 25, 30 e 40 MPa obtém-se Ec = 3047,
2705 e 3123 MPa e R = 112, 119 e 119 kN, respectivamente (ver Tabela 3.4). 3194 e3453 MPa eRn =92, 95 e 95 kN, respectivamente (ver Tabela 3.5)/
m
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 76 CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 77
N
m Tabela 3.5. Resistências nominais do conector na laje maciça mente quando existe apenas um conector em cada nervura. Assim, até que estudos
m (Eurocode 4, 1992) mais conclusivos sejam realizados, recomenda-se modificar o limite superior de 1,0
para 0,75 (Easterling et ai, 1993; Kemp, 1996 e AISC-LRFD, 1999).
M Rn
Rn
u Calculado em
m Adotado Salienta-se que a limitação de Cred <0,75 aplica-se apenas à resistência do conector
função dofcA
tal [MPal [kN] IkNl calculada pela expressão (3.3) e está sendo extrapolada para a NBR 8800 (1986).
20 80 80
m
- 1 conector por nervura: n = 1 < 3 e h< 75 mm
25 92 92
\m (, ',\
30 104 95 0,85
tat Cred ~ -1,0 <0,75
40 124 95 v J j "f
M
tal 0,85(137 5x25,4
Laje mista - (ver Figuras 3.16 e 3.17) Cred - -1,0 \=1,08>0,75
ta H\ 75 75
N (a) NBR 8800 (1986) e AISC-LRFD (1993) ••CrpH=075
Ni - Steel Deck - MF 75 (MetForm) - 2 conectores por nervura: n = 2 < 3 e h< 75 mm
ta! 0,85 137 5x25,4
Nervuras longitudinais à viga (ver Figura 3.16): ^red - -1,0 \=0,76 >0,75
N 42 75 75
119 + 155
tal = 137 mm > 50 mm (dimensões retiradas do catálogo da Metform) :.Creà=0,75
*/=" 2
taj
Multiplicando-se os coeficientes Cred encontrados anteriormente pelos valores das
tal lj250-(l55-119)]+250_ resistências Rn da Tabela 3.4, obtêm-se os novos valores das resistências mostrados
= 232 mm > 50 mm
M na Tabela 3.6.
tal
h t- =75 mm < 75 mm Tabela 3.6. Resistências nominais do conector na laje mista com Steel Deck
M (NBR 8800, 1986 e AISC-LRFD, 1993)
tal
Consideram-se atendidas as disposições construtivas dadas no item 3.6.
Laje mista com Steel Deck - MF 75
W (u , >
Nervuras Nervuras
longitudinais à viga transversais àviga
tal C„,=0,6 — 1,0 <1,0
1 conector por 2 conectores por
tai y1', nervura nervura
Rn Rn Rn
tal
Cred-0,6^V-^~1.0\-l,29>l,0
75 ){ 75
[MPa] [kN] [kN] [kN[
tai 20 95 71 71
tai .:Cred=l,0 25 112 84 84
tal 28 119 92 92
Nervuras transversais à viga (ver Figura 3.17):
ta! 30 119 97 97
Conforme item 3.4, diversas pesquisas e ensaios mostraram que o fator de redução
taj calculado pela equação (3.6) é contra a segurança em algumas situações, especial- 40 119 119 119
tal
•ww
CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 78 CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 79
- Polydeck 59S (Haironville) Tabela 3.7. Resistências nominais do conector na laje mista com Polydeck
(NBR 8800, 1986 e AISC-LRFD, 1993)
Nervuras longitudinais à viga (ver Figura 3.16):
Laje mista com Polydeck 59S
(210-84) +58 Nervuras Nervuras
bf=- —92 mm > 50 mm (dimensões do catálogo da Haironville)
longitudinais à viga transversais à viga
1 conector por 2 conectores por
nervura nervura
, , [250-{l47-84)]+250 „lrt fck Rn Rn Rn
b/~- v n = 219mm>50mm [MPal íkNl [kNl ÍkNl
20 95 71 71
25 112 84 84
hf = 59 mm < 75 mm
28 119 92 92
Consideram-se atendidas as disposições construtivas dadas no item 3.6.
30 119 97 97
40 119 119 119
K.
CrpA=0,6 fí -1,0 <1,0
h h
v -f j •f
(b) Eurocode 4 (1992)
219 5x25,4
Crpli =0,6 -1,0 = 2,57 > 1,0
59 - Steel Deck - MF 75 (MetForm)
y5? ,
••Cr^=l,0 Nervuras longitudinais à viga (ver Figura 3.16):
Nervuras transversais à viga (ver Figura 3.17): CTeã =0,6
V ^-1,0 <1,0
- 1 conector por nervura: ncs - 1 < 3 e h< 75 mm \ J /
0,85 V 232 \( 5x25,4
Cred ~ ^-1,0 <0,75 Cr,d=0,6 -1,0 = 1,29 > 1,0
75 75
V } J
••Cre/i=l,0
0,85 92 5x25,4
Cred - -1,0 \= 1,53 > 075
V7 ,-59 59 Nervuras transversais à viga (ver Figura 3.17):
Segundo o Eurocode 4 (DRAFT 2000) existe uma limitação para os limites superio
••CrpA=075
res, sendo de 0,85 para n.t = 1 e 0,70 para ncs = 2.
- 2 conectores por nervura: n = 2 < 3 e h < 75 mm - 1 conector por nervura: n - 1 < 2 e h< 85 mm
0,85 92_ 5x25,4 f, \
Cred ~ 1,0 \=1,08> 0,75 0,70
f2 59 59 Cred - -1,0 <0,85
:.Crpii=0,75
VO
Multiplicando-se os coeficientes Cred encontrados anteriormente pelos valores das 070(137 5x25,4
Cred ~ -1,0 = 0,89 > 0,85
resistências Rn da Tabela 3.4, obtêm-se os novos valores das resistências mostrados vr 75 75
na Tabela 3.7.
:.C„d=0,85
CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 80 CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO
- 2 conectores por nervura: n = 2 < 2 e h < 85 mm Nervuras transversais à viga (ver Figura 3.17):
- 1 conector por nervura: ncs = I < 2 e h,< 85 mm
0,70
Cred ~ ^-1,0 <070
\ J J 070 K
Cred ~ 1,0 <0,85
0,70(137 \(5x25,4 v;/,
Cred ~ 1,0 = 0,63 < 070
42 {75 75
0,70(92\(5x25,4 ,\
•••Cred=0,63
Multiplicando-se os coeficientes Cnd encontrados anteriormente pelos valores das :.Cr/tlf=0,85
resistências R da Tabela 3.5, obtêm-se os novos valores das resistências mostrados
na Tabela 3.8.
- 2 conectores por nervura: n = 2 < 2 e h < 85 mm
Tabela 3.8. Resistências nominais do conector na laje mista com Steel Deck í, \
0,70
(Eurocode 4, 1992) Cred - -1,0 <0,70
Laje mista com Steel Deck- MF 75 v1',
Nervuras Nervuras
longitudinais à viga transversais àviga „ _ 0,70 (92 5x25,4
-1,0 \= 0,89 >070
1 conector por 2 conectores por
nervura nervura

'red
7T[ 59 59
Rn Rn Rn
[MPa] |kN| [kNl [kN] :.Crpd=070
20 80 68 50
Multiplicando-se os coeficientes C[ed encontrados anteriormente pelos valores das
25 92 78 58
resistências Rn da Tabela 3.5, obtêm-se os novos valores das resistências mostrados
30 95 88 66 na Tabela 3.9.
40 95 95 78
Tabela 3.9. Resistências nominais do conector na laje mista com Polydeck
(Eurocode 4, 1992)
- Polydeck 59S (Haironville)
Laje mista com Polydeck 59S
Nervuras longitudinais à viga (ver Figura 3.16): Nervuras Nervuras
longitudinais à viga transversais à viga
1 conector por 2 conectores por
K nervura
CreH=0,6 -1,0 <1,0 nervura
Rn Rn Rn
v J J [MPa] [kNl [kN] [kN]
20 80 68 56
219\( 5x25,4
C red = 0,6\- -1,0 \=2,57 > 1,0 25 92 78 64
59 59
30 95 88 73
40 95
.:Cred=l,0 95 87
CAPÍTULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 82 CAPITULO 3 - CONECTORES DE CISALHAMENTO 83
3.8. Bibliografia Kemp, A. R.; Trinchero, P. E. 1996. "Horizontal Shear Failures Around Connectors
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T-
CAPITULO 4
VIGAS MISTAS
4.1. Generalidades
Constituídas de um perfil de aço suportando uma laje de concreto apoiada na mesa
superior e a ela ligada por meio de conectores, vigas mistas aço-concreto têm sido
consideradas o sistema estrutural mais eficiente para suportar as cargas gravitacionais
de pisos de edifícios, devido, principalmente, à facilidade de construção e à redução
de peso da viga de aço. Reduções de peso da ordem de 20 a 40% podem ser atingidas
em sistemas bem dimensionados, tirando-se partido dos dois materiais básicos com
ponentes, o aço e o concreto. Por estas razões, vigas mistas aço-concreto constituem
o sistema de piso mais utilizado em edifícios. No limite, o sistema atingirá o ponto
de máxima eficiência quando a linha neutra estiver localizada em uma posição tal
que permita que as tensões de compressão na flexão sejam resistidas apenas pelo
concreto e o perfil de aço seja responsável por resistir às tensões de tração.
Originalmente, as vigas mistas eram construídas com lajes planas moldadas "m loco",
utilizando-se fôrmas removíveis. Porém, nos países industrializados, a partir dos anos
60, na América do Norte, e do final dos anos 70, na Europa, o sistema com fôrma de
aço incorporada, ou laje mista, foi ganhando popularidade e é hoje o sistema de laje
mais difundido naqueles países. As vantagens e desvantagens deste sistema serão vis
tas no Capítulo 5.
Duas situações de construção são possíveis com vigas mistas: o sistema escorado e o
não-escorado. No sistema escorado, toda a_carga_é^resistida pelo sistema misto, sen
do necessário que a viga seja escorada até que o concreto atinja resistência suficien-
te para que a ação mista possa ser desenvolvida. No sistema não-escorado, a viga de
aço, trabalhando isoladamente, é dimensionada para resistir ao peso próprio do con
creto fresco, juntamente com outras cargas de construção, aplicadas antes que o con
creto adquira resistência adequada. A viga de aço é calculada assumindo-se que es
teja lateralmente travada pela fôrma, se esta possuir rigidez suficiente e estiver ade
quadamente ligada a ela, como é o caso de fôrmas de aço com nervuras transversais
ao eixo da viga. Nos demais casos, as vigas são tratadas como lateralmente destrava-
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 86 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 87
das entre apoios ou entre pontos de ligação de vigas que nela se apoiam. O cálculo tícia b, de modo tal que a área GHJK seja a mesmaque a área ACDEF, a teoria con
de vigas de aço isoladas não faz parte do escopo deste livro, devendo-se para isto vencional de flexão simples pode ainda fornecer o valor correto da máxima tensão.
consultar outras fontes (Queiroz, 1993). Pesquisas baseadas na teoria da elasticidade mostram que a relação b/Bé muito com
plexa e depende da relação de B com o vão L, do tipo de carregamento, das condi
Tradicionalmente, os perfis I laminados (ou soldados, no caso do Brasil) têm sido ções de contorno, da posição da seção ao longo do vão, entre outras variáveis
utilizados para suportar a laje de concreto, com ligações rotuladas nos apoios. Toda (Johnson, 1994).
via, algumas variações têm sido utilizadas para atender as crescentes demandas dos
sistemas construtivos modernos, difíceis de serem alcançadas com o sistema tradici
k onal, como por exemplo, maior facilidade de passagem de dutos, redução da altura
h entre pavimentos, aumento da rigidez e da freqüência própria do piso, entre outros.
Neste capítulo, além do sistema convencional, estudar-se-á duas variações: vigas mis
li tas contínuas (ou semicontínuas) e vigas mistas treliçadas.
ft
4.2. Vigas Mistas Biapoiadas
l>
l> As mais simples e econômicas ligações de apoio de vigas, como as cantoneiras de
alma ou chapa simples, têm pouca rigidez e resistência à flexão. Sendo assim, torna-
P
se mais conveniente assumir que as vigas construídas com este tipo de ligação sejam
I' calculadas como simplesmente apoiadas. Tais vigas possuem as seguintes vantagens
I» em relação às calculadas como contínuas (Johnson, 1994):
- normalmente, apenas uma pequena parte da alma fica sujeita à compressão e a mesa
h comprimida é travada pela laje; assim, a resistência da viga não é limitada pela
li flambagem do perfil de aço, global ou local;
- a alma fica sujeita a estados de tensão menos severos; torna-se maior a possibili Figura 4.1. Largura efetiva b (Johnson, 1994)
l>
dade de se executar furos para a passagem de dutos;
It - os momentos fletores e as forças cortantes são estaticamente determinados e não As normas fornecem expressões simplificadas^para ç^cálculo_da largura efetiva, sen
são influenciados pela fissuração, retração ou deformação lenta do concreto; do considerado suficientemente preciso, no cálculo de edifícios, assumi-la igual a
l> L/8 para cada lado da linha de centro do perfil, não devendo este valor ser maior que
- não há interação entre os comportamentos de vãos adjacentes;
• - os momentos transmitidos aos pilares são baixos ou quase nulos; ajngtade da distância à viga adjacente. A NBR 8800 (1986) recomenda uma largura
li - a fissuração do concreto é menor, já que está sujeito à tração apenas nos apoios ligeiramente menor para vigas de borda, com lajes em apenas um lado e tem ainda
(devido à tendência de continuidade); uma outra limitação baseada na espessura total da laje. Ensaios e análises indicam,
li entretanto, que a espessura da laje não tem influência significativa, de maneira que
- a análise estrutural e o dimensionamento são rápidos e simples.
li não há base racional para tal limitação (Viest et ai, 1997). O AISC-LRFD (1993) e o
4.2.1. Largura efetiva da laje
Eurocode 4 (1992) possuem apenas limitações baseadas no espaçamento das vigas,
11 no comprimento do vão e na distância até a face da laje. A largura efetiva da laje de
>' O sistema de piso com vigas mistas consiste essencialmente de uma série de vigas T concreto é igual à soma das larguras efetivas para cada lado da linha de centro da
paralelas com mesa larga e delgada. Apresença de deformações de cisalhamento no viga, cada qual não sendo superior a:
II
plano da laje de concreto faz com que as seções não mais permaneçam planas, pro - um oitavo do vão da viga, medido de centro a centro dos apoios;
li
vocando uma variação das tensões normais ao longo da largura da mesa ("shear lag"). - metade da distância até a linha de centro da viga adjacente;
Kl A tensão é maior imediatamente sobre a viga, decrescendo à medida que se vai dis - distância até a face da laje.
tanciando da linha de centro, como mostrado na Figura 4.1. Assim, a contribuição da
mesa de concreto não é totalmente efetiva,levandoao conceito de larguracolaborante O cálculo de vigas mistas envolve a avaliação de seu desempenho considerando-se
ou largura efetiva. Na Figura 4.1, se a largura real Bfor substituída pela largura fic vários estados limites, relacionados com:
W 1
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 89
- a resistência última da seção mista; gitudinal, compreendida na largura efetiva, e^éa resistência nominal ao escoamen
- a resistência última da seção de aço, durante a construção, caso o sistema seja não- to da armadura.
escorado e
- a avaliação da flecha máxima do piso, seu comportamento à vibração e o estado
de fissuração sob cargas de serviço, realizando-se a análise do elemento misto tan
to como elemento individual quanto como parte do sistema de piso como um todo o*
i,
U
etc.
<^
•Ti
00
1'
4.2.2. Resistência última - propriedades plásticas da seção mista 2 »>
A presençada laje de concreto em contato com a mesa superiorda viga impede que a
J— ^
esta possa sofrer flambagem local ou mesmo flambagem lateral com torção. Pode-se 5 •o
assumir então que a mesa superior de vigas mistas simplesmente apoiadas é Classe h
1 ou, de acordo com a denominação do AISC-LRFD, é compacta, independente M
o
mente da relação b / tf Como a mesa inferior está tracionada, caso a alma também t-
p» to
<j
seja compacta, isto é, possua relação h/tw<3,50^E/fy conforme NBR 8800 00
o
T —
ã
. :W p rrj>.-- • <
(h/tw<3,76JE/ fy , no AISC-LRFD), o perfil é todo compacto, podendo-se calcu 3 s
u? a a
lar a resistência da seção transversal considerando a distribuição plástica das ten
sões, como mostrado na Figura 4.2. A resistência plástica é independente da se Sn"
>,
3a
o'
qüência de carregamento da viga, não importando se o sistema de construção é es
O
corado ou não-escorado (ver Figura 4.3 e Bode, 1998). Ensaios realizados em vigas
mistas mostram que a capacidade real a momento de uma seção mista submetida a u U ,-1
í-
momento fletor positivo (como é o caso de vigas biapoiadas) pode ser calculada de 00
maneira bastante satisfatória considerando-se que a seção de aço esteja totalmente s'T 2 -
3 S
escoada e a laje de concreto esteja sob a tensão de 0,85fck em toda a espessura e
largura efetivas, confirmando a suposição da distribuição plástica de tensões na se C" •su
-J
ção transversal (Viest et ai, 1997). !>.
4.2.2.1. Interação completa
Na análise plástica da seção, a resistência à compressão da laje é dada por 0,85frkAc, J3
|
onde A é a área da laje de concreto na largura efetiva e a resistência à tração do per
fil de aço é dada por Af , sendo A a área do perfil. Em lajes maciças moldadas "in
loco", a área do concreto é tomada como o produto da espessura pela largura efetiva
l 1
1 11
da laje (bt). Em lajes mistas com nervuras transversais ao eixo da viga, apenas a es- •
Ü
u
M
pessura do concreto acima da fôrma deve ser levada em contano_cálculo_da_áreai_ no
caso de nervuras paralelas ao eixo da viga, o concreto dentro das nervuras pode ser •o •o
levado em conta, desde que esteja submetido à compressão. A armadura longitudinal _o •o
não contribui de forma significativa para a capacidade de compressão da laje, sendo
normalmente desprezada; caso se deseje levar em conta sua participação, pode-se
adicionar a parcela Asf s à resistência do concreto, onde Aj é a área da armadura lon Figura 4.2. Distribuição de tensões em vigas mistas sob momento fletor positivo
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 90 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 91
^7
a- '-
A resistência ao momento fletor é calculada por:
0M„=0 Afy\di+hf+tc-- (0 = 0,9) (4.2)
a <~
b)Linha neutra na mesa superior - quando (0,7)0,85fcfAc< (0,9)Af_, resulta que toda
a resistência à compressão da laje foi desenvolvida e a linha neutra localiza-se na
viga de aço. Caso (0,7)0,85fckAc > (0,9)(A - 2blf)f , a linha neutra está na mesa
superior e sua posição medida em relação à face superior da viga é dada por:
-J,9Afy-(0,7)0,85fckAc
y (0,9)2bffy (4.3)
A resistência ao momento fletor é calculada por:
#*„=0 C-(d-yt-yc) + C -+ hf+d-yt (<p = 0,9) (4.4)
Deslocamento vertical
Figura 4.3. Relação momento-deslocamento em função do tipo de construção onde:
(Bode, 1998)
A capacidade de resistência ao momento fletor pode ser avaliada, igualando-se as cJ-^llo,85fckbtc (4-5)
forças de tração e compressão na seção, assumindo-se que a resistência à tração do (0,9)
concreto seja zero. Três posições da linha neutra plástica, considerando-se interação
completa ou total, são possíveis e ilustradas na Figura 4.2 (NBR 8800, 1986 e AISC- C'= -(Afy-C) (4.6)
LRFD, 1993): linha neutra plástica na laje, na mesa superior e na alma.
a) Linha neutra na laje de concreto - quando (0,7)0,85fckA> (0,9)Afy, a linha neutra c) Linha neutra na alma - quando (0,7)0,85fclAc<(0,9)(A - 2bl)f, a linha neutra si
situa-se na laje de concreto para que a resistência da laje à compressão seja redu tua-se na alma, a uma distância da face superior da viga igual a:
zida ao valor da resistência do perfil à tração. A espessura da laje que está subme
tida à compressão é dada por: (0,9)Afy -(07P,85fckAc -(0,9)2bftffy
y=tf + (4.7)
Tí/-. (0,9)2twfy
(0,9)Afy <Z-:
( t
a = (4.1)
(0,7)0,85fckb
Nas expressões (4.1) a (4.7):
d = altura da seção de aço;
onde: "' )'\ ;)'".• ^ d] = distância do centro de gravidade da seção da viga de aço até a face superior
b = largura efetiva da laje e os coeficientes de resistência 0,7 e 0,9 referem-se res desta viga;
pectivamente ao concreto e ao aço.
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 92 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 93
Capítulo 3), há uma transferência de carga ao longo da viga de tal modo que se possa
y = distância da linha neutra da seção plastificada até a face superior da viga de assumir, na carga última, que cada conector esteja submetido ao mesmo quinhão de
aço; esforço. A quantidade calculada de conectores (ri) deve ser disposta de cada lado da
= distância do centro de gravidade da parte comprimida da seção da viga de seção de momento fletor máximo, podendo-se usar espaçamento uniforme entre esta
yc
aço até sua face superior; seção e as seções de momento nulo. Todavia, na região compreendida entre uma se
y,
= distância do centro de gravidade da parte tracionada da seção da viga de aço ção com carga concentrada e a seção adjacente de momento nulo (ambas situadas do
até sua face inferior; mesmo lado, relativamente à seção de momento máximo), o número de conectores
- espessura da mesa superior da viga de aço; não deve ser inferior a ri :
lf
tr = espessura da laje de concreto;
t = espessura da alma; M'd-<pbMí
ri = n
= altura da fôrma metálica;
[Md-<t>bMa] (4.8)
Af,
= produto da área da seção da viga de aço pela tensão de escoamento;
A~f
s J ys
= produto da área da armadura pela tensão de escoamento. onde:
= momento fletor de cálculo no ponto da carga concentrada (inferior ao mo
A resistência ao momento fletor pode ser calculada pela mesma expressão da alínea mento máximo);
b, refazendo-se os cálculos de y( e de yc. Somente nesta situação, o Eurocode 4 (1992) = resistência de cálculo ao momento fletor da viga de aço isolada, baseada
impõe limitações em relação à alma. Para que esta seja classificada como Classe 2, a no estado limite FIA, conforme Anexo D da NBR 8800 (1986);
parte comprimida não deve ser superior a 38twe, onde £=^235/ fy . M, = momento fletor máximo de cálculo;
= número de conectores de cisalhamento a serem colocados de cada lado da
seção de momento fletor máximo.
Ressalta-se que, no caso do AISC-LRFD, não se consideram os coeficientes de resis
tência do aço (0,9) e do concreto (0,7), nas expressões das alíneas a,b e c. Quando o número de conectores for inferior ao necessário para desenvolver a força
V^, tem-se a situação de interação parcial ou incompleta. Como visto no Capítulo 3,
Em todos os casos acima, está-se tratando de interação completa, ou seja, os esta situação apresenta duas linhas neutras, cujas posições são interdependentes, em
conectores de cisalhamento são capazes de resistir à totalidade da força de função do grau de interação entre os dois materiais.
cisalhamento longitudinal Vh do sistema misto, calculada pela teoria plástica como o
menor entre os dois valores 0,85fcAc e Afy. Tanto a NBR 8800 quanto o AISC-LRFD 4.2.2.2. Interação parcial
calculam a quantidade de conectores necessários sem a introdução de qualquer coefi
ciente de resistência. O número de conectores é definido pela força de cisalhamento A Figura 4.4 mostra, para interação parcial, as posições das linhas neutras na viga
longitudinal, calculada como o menor valor entre Afy e 0,85btJck dividido pela resis mista, assim como a distribuição plástica das tensões, desprezando-se a resistência à
tência nominal dos conectores. O coeficiente de resistência (<j>) é introduzido apenas tração do concreto, conforme formulação do Eurocode 4 (1992). O grau de interação
no final, reduzindo o momento nominal; este coeficiente é tomado igual a 0,9 na NBR rj pode ser expresso pela relação entre o somatório das resistências dos conectores e
8800 e 0,85 no AISC-LRFD. O Eurocode 4 adota um procedimento diferente, apli a força total de cisalhamento, ou seja:
cando a cada material seu respectivo coeficiente de resistência; a força de
cisalhamento longitudinal é, pois, calculada como o menor valor entre (Afy)/l,l e
(0,85btJJ/l,5. Aquantidade de conectores é obtida pela divisão deste valor pela re n (4.9)
sistência nominal dos conectores, reduzida pelo coeficiente de resistência, tomado
como 1,25.
A altura da parte comprimida da laje pode ser calculada pela seguinte expressão:
Em vigas mistas sujeitas a carregamento uniformemente distribuído, o fluxo elástico
Mn
de tensões de cisalhamento que define a transferência de cisalhamento entre a laje e a =
a viga de aço é linear, sendo nulo no centro do vão, aumentando até atingir o máxi 0,85b (4.10)
mo no apoio da viga. Para valores de carga além do limite elástico dos conectores, 1,5
caso estes sejam dúcteis, ou seja, possuam capacidade suficiente de deformação (ver
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 94 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 95
^M=r\d}+^-^Uvhy^h- (4.11)
m=T(dl+h!)-T^-C} ht+- -C
,,ya+fh+tf
(4.12)
onde:
C/' = 2bftf (4.13)
1,1
Cw" = T-r\Vh-Cf" (4.14)
Os demais termos estão definidos na Figura 4.4.
A curva em linha cheia da Figura 4.5 mostra uma relação típica entre a razão M/M
e o grau de interação 77, ondeMn é a resistência em interação parcial eM a resistên
cia em interação total. Quando t] for igual a 1,0 tem-se o caso de interação total e o
momento resistente é máximo; quando r\ for igual a zero, não se tem mais sistema
misto e a resistência é igual à do perfil de aço isolado M .
Figura 4.4. Resistência da seção mista Classe 1 ou 2 ao momento positivo
Um diagrama como mostrado na Figura 4.6 pode ser construído, colocando-se no eixo
(Johnson, 1994)
das ordenadas o momento resistente do sistema misto e no eixo das abscissas a dis
Nas expressões (4.9) e (4.10), Eq é a soma total das resistências dos conectores, do tância Lx, medida entre o apoio da viga e uma seção genérica. Neste diagrama, utili
zado para dimensionar a viga mista, o momento resistente é calculado levando-se em
ponto de momento máximo ao ponto de momento nulo, levando-se em conta os coe
ficientes de resistência. De acordo com Johnson (1994), a distância da linha neutra
conta o grau de interação em cada seção da viga, avaliado a partir do número de
conectores presentes no comprimento Lx. Isto significa que, no ponto de máximo
da laje à face da mesma, a', é superior à altura da parte comprimida da laje, como
momento, temos o ponto de máxima interação considerada para o sistema.
mostrado na Figura 4.4. No cálculo de estruturas de concreto armado, é normalmente;
assumido que a relação a/a' está compreendida entre 0,8 e 0,9, enquanto que, para
vigas mistas, supõe-se que as duas dimensões sejam iguais. Esta suposição é tomada
no intuito de simplificar a análise e, embora menos exata e contra a segurança, não
influencia significativamente no cálculo da resistência. Vale dizer que a resistência
calculada considerando a-a' c apenas ligeiramente superior ao valor considerado
"exato".
A posição da segunda linha neutra (no perfil de aço) depende do equilíbrio entre a
força de tração e a de compressão, podendo estar localizada na mesa superior ou na
alma. Se 0,85abfjl,5 > (A-2bftf)f/l,l , a linha neutra está na mesa superior; caso
contrário, localiza-se na alma. A capacidade de resistência a momento é calculada
n 1.0
pelo equilíbrio de momentos na seção, expressa pelas seguintes fórmulas, para a po
sição da segunda linha neutra na mesa e na alma, respectivamente (Johnson, 1994): Figura 4.5. Método para interação parcial (Johnson, 1994)
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 96 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 97
A NBR 8800 e o AISC-LRFD dão expressões mais diretas para a determinação do
momento (ver Figura 4.2):
<t>Mn=<p C(d-ys-yc) +C\tc-~ +hf+d-yt (4.16)
onde:
C= L,qn (4.17)
(0,9) Hn
JLqn = é o somatório das resistências nominais (sem levar em conta qualquer coefi
ciente de resistência) individuais dos conectores de cisalhamento, situados en
tre a seção de momento máximo e a seção adjacente de momento nulo;
a = espessura comprimida da laje de concreto.
Figura 4.6. Variação da resistência ao momento ao longo de um vão
Tem-se a e C dados, respectivamente, pelas expressões (4.18) e (4.19):
O dimensionamento da viga mista nesta situação é bastante complexo. É necessário
que cmcada ponto o momento resistente não seja inferior ao momento atuante. Como
exemplo, suponha-se o caso de uma viga mista biapoiada, sujeita a carregamento £<?„
uniformemente distribuído, com interação parcial de 80% (ri = 0,80) no meio do vão. a = (4.18)
0,85bfck
A curva ABC representa a resistência de cada seção ao longo do vão, variando de um
valor igual à resistência do perfil de aço isolado (#T) para Lx= 0 até o máximo va
lor <j)M , calculado com a máxima interação em Lx = L/2. Note-se que a curva de re
C = -(Afy-C) (4-19)
sistência situa-se abaixo do valor 0Mw, referente à interação total ou completa. A
curva do momento atuante, neste caso parabólica, é construída por aproximações su
cessivas, variando-se o valor da carga, até o ponto em que tangencie a curva da resis Para o dimensionamento, basta simplesmente que o momento nominal, reduzido pelo
tência; temos então o maior valor de carga que pode ser resistida pelo sistema. A partir coeficiente de resistência (</> = 0,9 na NBR 8800 e 0,85 no AISC-LRFD) seja igual
daí, aumentando-se a carga, acontece a ruína do sistema, causada, neste modelo, por ou superior ao máximo momento de cálculo atuante. É necessário novamente ressal
cisalhamento longitudinal ao longo do comprimento entre este ponto, que ocorre no tar que, no caso do AISC-LRFD, não se consideram os coeficientes de resistência do
meio ou próximo ao meio do vão, e o apoio da viga. Análise semelhante pode ser aço (0,9) e do concreto (0,7).
feita para outras condições de carregamento, como, por exemplo, duas cargas con
centradas nos terços do vão da viga, conforme mostrado na mesma Figura. Limites mínimos para o grau de interação são dados nas diversas normas. Estes limi
tes são introduzidos com a finalidade de assegurar capacidade suficiente de deforma
Como pode ser visto, este modelo de cálculo é bastante complexo para ser usado no ção dos conectores. No Eurocode 4 os limites são os seguintes, em função do vão da
cotidiano dos escritórios de projeto. Do lado da segurança e a título de simplificação, viga L:
a curva ABC da Figura 4.5 é substituída no Eurocode 4 pela retaAC e a resistência a
momento torna-se então igual a: L<5,0m rj >0,4
5,0 m<L<25,0m rf > 0,25 + 0.03L
M=<pMa+ri((t>Mlot-<j)Ma) (4.15) L > 25,0 m r\ >1,0
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 98 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 99
Na NBR 8800, o limite independe do vão da viga, devendo o grau de interação ser onde:
igual ou superior a 0,5. No AISC-LRFD não é exigido nenhum limite, mas é reco M . e Mt = momentos fletores devidos às ações de cálculo aplicadas, respectiva
mendado que não seja utilizado grau de interação inferior a 0,25. mente antes e depois da resistência do concreto atingir 0,75fck;
= módulo resistente inferior da seção da viga de aço;
A maior parte das vigas mistas de piso é calculada utilizando-se interação parcial. Há W. = módulo resistente inferior da seção mista.
duas razões principais:
- a redução da resistência devida à interação parcial, mesmo no método simplifica A primeira parcela refere-se à tensão devida às cargas impostas antes da cura do con
do, é menor que a redução no número de conectores, isto é, uma redução de 50% creto e, portanto, diz respeito à viga de aço isolada. A segunda parcela refere-se à
no número de conectores, por exemplo, reduz a resistência em apenas cerca de tensão do. sistema misto e deve ser calculada com base nas propriedades da seção
20%; mista transformada, obtida pela homogeneização teórica da seção, desprezando-se a
- no sistema de construção não-escorado, a seção de aço selecionada para resistir às resistência à tração do concreto. Se o sistema for escorado, somente a segunda parce
cargas durante o processo de construção, isto é, antes da resistência do concreto la deverá ser considerada. A seção transformada é obtida pela redução da largura efe
atingir 0,75fk, normalmente não necessita de interação completa para resistir ao tiva do concreto, dividindo-a pela relação n = E/Ec, sendo Ec o módulo de elasticida
carregamento como sistema misto, exceto se as cargas forem muito elevadas. de do concreto. O valor de n deve levar em conta o efeito da deformação lenta do
concreto; depende, portanto, do carregamento ser de curta ou longa duração.
O custo unitário (R$/kg) do conector instalado é superior ao custo unitário do perfil Simplificadamente, o Eurocode 4 permite que a deformação lenta seja levada em con
de aço; por isto, deve-se sempre analisar se é economicamente eficiente o aumento ta, dividindo-se o módulo de elasticidade do concreto por 2. Maiores detalhes sobre
do número de conectores em um sistema misto. A partir de um certo grau de interação, o efeito de deformação lenta serão vistos adiante.
a colocação de conectores adicionais visando reduzir o peso do perfil, buscando eco
nomia, pode, ao contrário, aumentar o custo final do sistema. A experiência vem de- 4.2.4. Resistência última - cisalhamento vertical
monstrando que graus de interação da ordem de 70% a 90% são bastante interessan-
tes do ponto de vista econômico. Ensaios em vigas mistas têm demonstrado que uma parte do cisalhamento vertical é
resistida pela laje de concreto. Contudo, a quantificação da contribuição da laje é de
4.2.3. Resistência última - propriedades elásticas da seção mista difícil avaliação, devido à dificuldade de se prever seu comportamento, que é influ
enciado pelo grau de fissuração do concreto, pelo efeito de continuidade nos apoios
A resistência de vigas de Classe 3 na NBR 8800 (1986): e pelos detalhes da ligação. Simplificadamente, é então assumido na análise que o
cisalhamento vertical é resistido somente pela seção de aço, exatamente da mesma
forma como seria se a viga não fosse mista. Esta simplificação vale tanto para vigas
(3,50^E/fy<h/tw<5,60^JE/fv) simplesmente apoiadas quanto para vigas contínuas ou semicontínuas. Para detalhes,
ou não-compacta no AISC-LRFD (1993): consultar Queiroz (1993).
(376^E/fy <h/tH.<5,76^E/fy ) 4.3. Vigas Mistas Contínuas e Semicontínuas
é limitada pela máxima tensão na seção de aço, calculada pela teoria elástica, deven-
do-se levar em conta o método de construção, escorado ou não-escorado, e os efeitos Vigas mistas contínuas são definidas como aquelas com mais de dois apoios, sendo o
de deformação lenta do concreto. Em vigas de edifícios, segundo o Eurocode 4, os perfil de aço contínuo sobre os apoios internos ou ligado ao perfil do vão adjacente
efeitos de retração e temperatura na resistência ao momento fletor podem ser despre por meio de ligações rígidas e de resistência total (ver Capítulo 7). Estas ligações
zados. No método elástico deve-se fazer a superposição das tensões resultantes das podem ser convencionais, ou seja, apenas entre os perfis de aço, ou podem ser mis
cargas de cálculo impostas ao sistema antes e depois do concreto atingir a resistência tas, onde a laje de concreto é parte integrante da ligação. Quando estas ligações, con
de 0,75f[k. Deve-se ter: vencionais ou mistas, são semi-rígidas ou de resistência parcial, o sistema é denomi
nado semicontínuo. No passado, o sistema semicontínuo não era praticamente usado,
pela falta de conhecimento suficientemente desenvolvido do comportamento de liga
M„,
W„
+^tf,
W,
(<}>=0,9) (4.20) ções semi-rígidas ou de resistência parcial em vigas mistas. Nos últimos tempos, po
rém, diversas ligações têm sido intensivamente estudadas pelos pesquisadores, levan-
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 100 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 101
do ao desenvolvimento de métodos de cálculo bastante satisfatórios e ao aumento Io pode ser aproximado, no cálculo, por um comprimento igual a um quarto da
expressivo do uso deste sistema. semi-soma dos vãos adjacentes ao apoio. Desta forma, a largura efetiva de vigas
mistas contínuas nas regiões de momento negativo com lajes de ambos os lados é
As vantagens do sistema contínuo (ou semicontínuo) em relação ao simplesmente dada por:
apoiado, de acordo com Johnson (1994), são:
- para um dado limite de flecha, podem ser usadas maiores relações vão/altura da (L} + L2)_(L,+L2)
seção; b =2x0,25 (4-21)
8 16
- a fissuração da superfície superior do concreto pode ser controlada de forma mais
adequada, melhorando o desempenho de pisos com acabamentos mais rígidos;
- o sistema é menos suscetível a vibrações, por possuir freqüência natural mais ele onde L{ e L2 são os comprimentos dos vãos das vigas adjacentes. Se L{ for igual a
vada;
L2, resulta que b é igual a L/8, que é a metade da largura efetiva de vigas mistas
- reduções consideráveis de peso, e conseqüentemente de custo, podem ser obtidas simplesmente apoiadas. No AISC-LRFD a largura efetiva é a mesma tanto para mo
mento positivo quanto para momento negativo e exatamente igual à de vigas mistas
em sistemas bem dimensionados.
simplesmente apoiadas. A rigor, a NBR 8800 não prevê o caso de vigas mistas sub
metidas a momento negativo; nestas regiões a resistência deve ser tomada como a
A principal desvantagem, além do uso de ligações mais complexas e onerosas, é a
da viga de aço isolada. No entanto, caso seja de interesse do projetista, devem-se
maior dificuldade da análise e do cálculo estrutural. Os momentos fletores e as for
ças cortantes não são estaticamente determinados, havendo interações de comporta utilizar os procedimentos de outra norma, de formulação semelhante à da NBR
8800.
mento entre os vãos. Além disto, a rigidez e a resistência à flexão variam ao longo
do vão, devido à fissuração do concreto nas regiões de momento negativo. A
4.3.2. Resistência última - propriedades plásticas da seção mista
fissuração do concreto em vigas contínuas é influenciada pelo sistema de construção
(escorado ou não-escorado), pela seqüência de concretagem e pelos efeitos de tem
O cálculo da resistência a momento fletor positivo é idêntico ao de vigas biapoia
peratura e retração. Estes fenômenos, juntamente com o efeito de deformação lenta
das, já tratado no item 4.2. Para as regiões de momento negativo, o método de cál
do concreto, dificultam a determinação precisa da flecha e da distribuição de momen
culo é determinado pela classificação da seção; para as seções compactas, no AISC-
tos ao longo da viga. É recomendado (Johnson, 1994) então que o cálculo, sempre
LRFD e as de Classe 1 e 2 no Eurocode 4, não sujeitas a flambagem lateral com
que possível, seja baseado em análise de resistência última (que pode ser verificada
distorção, podem ser utilizadas propriedades plásticas na determinação da resistên
mais facilmente por ensaios) ao invés de em análises puramente elásticas.
cia última. Para as demais Classes devem ser utilizadas propriedades elásticas. Ao
contrário das regiões de momentos positivos, a mesa comprimida não está em con
4.3.1. Largura efetiva da laje
tato com o concreto; portanto, a classificação da mesa comprimida depende da rela
ção b/t para um dado tipo de aço. Na classificação da alma, a presença da armadura
Em vigas contínuas, além das regiões de momento positivo, cujo comportamento já
longitudinal da laje aumenta significativamente a parte da alma submetida à com
foi estudado no item 4.2, ocorrem momentos negativos sobre os apoios internos.
pressão, podendo mudar sua classificação de Classe 1 ou 2 para Classe 3 ou 4. Este
Nestas regiões, apenas o perfil de aço e a armadura longitudinal da laje contribuem
fato levou ao desenvolvimento, no Eurocode 4, do conceito de "alma efetiva" que
para a resistência e a rigidez da viga, devido ao concreto estar invariavelmente
significa a substituição de almas em Classe 3 por uma alma equivalente em Classe
tracionado. A largura efetiva em zonas de momento negativo define a região da laje
2, pela eliminação (em cálculo) de uma parte da região central de sua parte compri
onde a contribuição da armadura longitudinal pode ser considerada; este valor, to
mida (ver Johnson, 1994). O AISC-LRFD exige que o perfil seja compacto e que
davia, varia consideravelmente de norma para norma. No Eurocode 4 (1992) a lar
esteja adequadamente travado de modo a evitar a ocorrência de flambagem lateral
gura efetiva das lajes, independentemente de estarem submetidas a momento positi
com torção (na realidade, flambagem lateral com distorção neste caso). Em relação
vo ou negativo, é dada por lo/8 para cada lado do eixo longitudinal da viga, onde Io
é o comprimento do trecho da viga submetido somente a momento positivo ou ne à alma, isto significa que a parte comprimida não pode ser maior que 1,88JE/ fy
gativo, ou seja, entre pontos de momento nulo. Nas regiões de momento positivo,
este comprimento pode ser tomado, no cálculo, como aproximadamente 0,7L para (175JE/ fy , na NBR 8800). Nesta situação, a parte comprimida deve ser calcula
os vãos internos e 0,8L para os vãos externos. Já nas regiões de momento negativo, da com a distribuição plástica de tensões.
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 102 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 103
Teoricamente, é possível que a linha neutra plástica relativa a momento negativo possa [Afy -(0,85/0,9)AJys-2bftffy ]
estar, assim como em momento positivo, também em três posições: na laje, na mesa y = tf + (4.26)
superior e na alma. Entretanto, na prática, a quantidade de armadura longitudinal que 2twfv
é colocada sobre os apoios não é suficiente para deslocar a linha neutra para fora da
alma. Desta forma, somente esta situação será aqui considerada; a posição da linha
neutra e o valor do momento resistente são dados então pelas seguintes expressões, (4.27)
respectivamente (AISC-LRFD, 1993): (0,9)
O número de conectores que devem ser colocados na região de momento negativo
(Afy-AJys-2bftffy)
y = tf + (4.22) deve ser calculado utilizando-se a resistência dos conectores conforme Capítulo 3 e a
2twfv força máxima de cisalhamento longitudinal, tomada igual a Asfv Segundo o AISC-
LRFD, estes conectores devem ser colocados entre o apoio da viga e o ponto de
inflexão mais próximo. A posição do ponto de inflexão varia para cada caso de car
Mn=r(d-yi-y<.) +T{d+d-yc) (4.23)
regamento e para cada relação entre momento positivo e momento negativo, exigin
do várias verificações adicionais. Para simplificar este procedimento, o Eurocode 4
T = AJ„ (4.24) permite que o número de conectores necessários ao momento negativo seja adiciona
do ao número necessário ao momento positivo e a quantidade total seja colocada en
tre o apoio da viga e o ponto de máximo momento positivo.
T =-(Afy^T) (4.25)
Tanto o Eurocode 4 quanto o AISC-LRFD exigem que vigas mistas sujeitas a mo
mento negativo sejam calculadas utilizando interação completa. Segundo Johnson
onde: (1994) são muitas as razões para este aparente conservadorismo, podendo-se citar:
v = distância do centro de gravidade da parte comprimida da seção da viga de aço - a adoção de algumas simplificações contrárias à segurança (para o cálculo dos
até sua face inferior; conectores), tais como a não consideração da resistência à tração do concreto, o
v - distância do centro de gravidade da parte tracionada da seção da viga de aço encruamento da armadura e a presença de telas soldadas;
até sua face superior; - a resistência dos conectores no concreto tracionado é suposta igual à resistência
a' = distância do centro de gravidade da armadura à face superior da viga de aço. em concreto comprimido; esta suposição é ligeiramente contra à segurança.
Nas expressões acima, A é a área da armadura compreendida na largura efetiva, ex 4.3.3. Resistência última - propriedades elásticas da seção mista
cluindo-se a área relativa às telas soldadas, colocadas normalmente em lajes mistas
para controle de fissuração e efeitos de temperatura. As telas soldadas são usualmen Quando não for atendida alguma das condições impostas para que seja permitido o
te desconsideradas porque podem não, ser suficientemente dúcteis para se assegurar uso de propriedades plásticas, devem ser usadas propriedades elásticas. Da mesma
que não se rompam antes que a carga última da viga seja atingida. A armadura longi forma que na região de momento positivo, deve-se considerar o sistema de constru
tudinal, além de ter sua capacidade de resistência totalmente desenvolvida no com ção, escorado e não-escorado e desprezar o concreto tracionado. Neste caso, entre
primento do trecho submetido ao momento negativo (as normas exigem interação tanto, não faz sentido a consideração do efeito de deformação lenta, porque a seção
completa), deve ser devidamente ancorada por aderência no concreto comprimido. No mista possui apenas elementos de aço.
caso de cálculo pelo AISC-LRFD, o valor do momento resistente nominal deve ser
multiplicado por <p=0,85. Caso se queira adaptar o cálculo para os padrões da NBR O cálculo da resistência é feito da mesma forma que na região de momento positivo.
8800, recomenda-se a adoção das larguras efetivas conforme preconizado pelo Não é necessário proceder-se à homogeneização da seção, pela ausência de concreto
Eurocode 4, tanto para o momento negativo como para o positivo; o coeficiente de na seção mista e pela pequena diferença entre os módulos de elasticidade dos aços
resistência pode ser tomado igual a 0,90. As expressões (4.22) e (4.24) devem ser da armadura e do perfil (inferior a 3%) que é usualmente desprezada. A linha neutra
modificadas para: elástica normalmente encontra-se na alma do perfil.
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 104 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 105
4.3.4. Análise global de vigas contínuas e semicontínuas 4.3.4.1. Análise global elástica
Até esta subseção, temos tratado de vigas mistas contínuas e semicontínuas submeti O método elástico é permitido nas normas para análise de todos os estados limites,
das a momento positivo ou negativo, no que se refere à resistência da seção transver últimos e de utilização, independentemente da classificação da seção. Para facilitar a
sal. A determinação dos esforços solicitantes, para serem comparados com a resis análise, as normas, notadamente o Eurocode 4, fornecem indicações simplificadas
tência da seção, deve ser feita por análise global da estrutura ou subestrutura. No caso para a determinação dos valores de rigidez à flexão ao longo do comprimento da
de vigas mistas simplesmente apoiadas, a determinação dos esforços solicitantes é viga. Podem ser usados dois modelos, o não-fissurado e o fissurado. No modelo não-
imediata, uma vez que o sistema é estaticamente determinado. Em sistemas contínuos, fissurado, a rigidez é tomada igual a EIS constante ao longo do vão, independente
a questão é bem mais complexa, principalmente quando se refere ao método baseado mente se a viga está submetida a momento positivo ou negativo, onde /, é o momen
na teoria elástica-linear, válido para todos os estados limites e todas as Classes de to de inércia da seção mista transformada, obtida pela homogeneização da seção,
seção. A determinação das solicitações e a sua distribuição dependem da geometria assumindo que o concreto tracionado não esteja fissurado. No modelo fissurado, a
do sistema, da rigidez dos elementos estruturais e sua variação ao longo do vão e entre rigidez à flexão deve ser tomada igual a EI2 na região dos apoios, com comprimento
os vãos adjacentes, do tipo e da forma do carregamento, do sistema e da seqüência igual a 15% do vão para cada lado, onde /; é o momento de inércia da seção mista
de construção, entre outros. Dois outros métodos são normalmente permitidos nas transformada, obtida pela homogeneização da seção, desprezando a resistência à tra
normas, porém com limitações de utilização e níveis de complexidade diferentes en ção do concreto, incluindo, porém, a armadura longitudinal. No restante do compri
tre si. O mais simples entre os três métodos é a análise rígido-plástica, também co mento da viga, a rigidez deve ser tomada igual a EIr De acordo com Johnson-
nhecida como método das rótulas plásticas. O terceiro método é a análise elasto-plás Anderson (1993), esta "regra dos 15%" representa de maneira satisfatória a influên
tica (e sua variação mais simplificada, a análise elástica-perfeitamente-plástica), bem cia da fissuração do concreto próximo aos apoios e por isto é usada ao invés da de
mais complexa c trabalhosa, necessitando de dados sobre o comportamento da estru terminação exata do ponto de inflexão, cuja posição é dependente da forma do carre
tura e das ligações ao longo da história do carregamento, assim como de ferramentas gamento, da combinação das cargas c da relação I/I2.
computacionais sofisticadas, normalmente não disponíveis no cotidiano do cálculo
estrutural. Serão aqui estudados apenas os dois primeiros métodos, o elástico e o rí- No sistema de construção não-escorado, a análise global elástica deve levar em conta
gido-plástico. A Tabela 4.1 mostra estes métodos usuais de análise global associados os efeitos separados das ações aplicadas antes e depois da cura do concreto, ou seja,
aos tipos de ligação utilizados para cada sistema (simplesmente apoiado, contínuo e na viga de aço isolada e na seção mista, respectivamente. Em seções Classe 4, de
semicontínuo). pouco interesse prático, deve-se ainda considerar de maneira adequada os efeitos de
retração do concreto (ver Eurocode 4).
Tabela 4.1. Hipóteses de projeto (Eurocode 4, DRAFT 2000)
Após se processar a análise elástica, os momentos obtidos podem ser redistribuídos
Tipo de Sistema Método de Análise Tipos de Ligações para levar em conta, de forma aproximada, "os efeitos dafissuração do concreto, do
Global
comportamento inelástico dos materiais e daflambagem local dos elementos de aço"
Simplesmente Estaticamente Rotulada, aço
apoiado determinado
(Eurocode 4, 1992). Esta redistribuição consiste em se aumentar ou diminuir os mo
Contínuo Elástico Rígida, aço mentos determinados na análise para um dado caso de carregamento, mantendo-se,
Rígida, mista porém, o equilíbrio entre as ações aplicadas (incluindo as reações) e os esforços in
Rotulada, aço ternos, no caso, os momentos fletores e as forças cortantes. Os momentos são reduzi
Rígido-plástico Resistência total, aço
Resistência total, mista
dos nas seções onde são mais elevados (usualmente nos apoios internos) ao mesmo
Rotulada, aço tempo em que se aumentam os momentos de sinal oposto (usualmente na região pró
Semicontínuo Elástico Semi-rígida, aço xima ao centro do vão). A redistribuição dos momentos sobre os apoios está limitada
Semi-rígida, mista às percentagens dadas na Tabela 4.2, conforme a Classe da seção mista (consideran
Rígida, aço
do o sinal do momento) e de acordo com o modelo adotado (fissurado ou não-
Rígida, mista
Rotulada, aço fissurado). Para seções Classes 1 e 2, os momentos das regiões próximas ao centro
Rígido-plástico Resistência parcial, aço do vão podem ser reduzidos, aumentando-se os momentos sobre os apoios em até 10%
Resistência parcial, mista para o método não-fissurado e 20% para o método fissurado. Todas estas limitações
Rotulada, aço
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 107
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 106
são dadas pelo Eurocode 4, considerando o início da flambagem local dos elementos • quando a capacidade de rotação não for calculada, as seções devem ser Classe 1
de aço em compressão. (Eurocode 4 e NBR 8800) ou compacta (AISC-LFRD);
• os perfis de aço devem ser simétricos em relação ao plano da alma.
São ainda exigidas outras limitações importantes. Os valores máximos permitidos de A capacidade de rotação pode ser determinada por análise racional ou ensaios ou
redistribuição dados na Tabela 4.2 podem ser aplicados para a seção mista e para o ainda por uma combinação adequada de análise e ensaios;
perfil de aço isolado de Classes 1 e 2; para os de Classe 3 e 4, a redistribuição é A capacidade de rotação pode ser assumida como suficiente quando forem obede
permitida apenas para a seção mista, não sendo aceita para o perfil de aço isolado. A cidas as prescrições a seguir;
redistribuição também não é permitida nos apoios adjacentes a balanços, onde os Todas as seções ao longo do comprimento (excetuando-se os pontos de formação
momentos são determinados por equilíbrio e não podem ser modificados. de rótulas plásticas) devem serClasse 1 (NBR 8800 e Eurocode 4) ou 2 (Eurocode
4) ou compacta (AISC-LFRD);
Tabela 4.2. Limites de redistribuição de momentos negativos, em percentagem do Um vão qualquer não pode ter comprimento 50% maior que o comprimento de um
valor inicial do momento fletor a ser reduzido (Eurocode 4, 1992) vão adjacente e um vão de extremidade não pode ter comprimento 15% maior que
o comprimento do vão adjacente (Eurocode 4);
A viga não deve ser sujeita a flambagem lateral por distorção, ou seja, o vão des-
Classe da seção transversal na 1 2 3 4 travado não deve exceder o limite apropriado de cada norma;
região de momento negativo Não podem ser usados aços com tensão de escoamento mínima especificada supe
Para modelo não-fissurado 40 30 20 10
rior a 450 MPa (AISC-LRFD) ou superior a 355 MPa (Eurocode 4) ou que tenha
Para modelo fissurado 25 15 10 0 tensão de ruptura inferior a 1,25 vezes a tensão de escoamento (NBR 8800);
Caso mais da metade da carga de cálculo esteja concentrada em um comprimento
não superior a um quinto do vão, no ponto de formação de rótula plástica, com a
4.3.4.2. Análise rígido-plástica lajede concreto emcompressão, não podem existir tensões de compressão em mais
de 15% da altura total da seção; esta limitação não se aplica caso esta rótula plás
Mesmo com as simplificações adotadas, o método elástico é ainda bastante trabalho tica seja a última a se formar (Eurocode 4).
so e não consegue esgotar a capacidade de resistência de vigas contínuas ou
semicontínuas de Classe 1 (Eurocode 4 e NBR 8800) ou compactas (AISC-LRFD). rígido-plástica
O método rígido-plástico é bem mais simples e permite que se calcule, mesmo que
de forma aproximada, a resistência última do sistema como um todo, proporcionando
um dimensionamento econômico, pela redução do peso e/ou altura dos perfis. Este
método é baseado na suposição de que a resposta da barra ao momento aplicado é elástica perfeitamente plástica
perfeitamente rígida (sem qualquer deformação) ou perfeitamente plástica (rotação
elasto-plástica
sob momento constante), conforme pode ser visto na Figura 4.7. Na mesma Figura
são mostradas curvas típicas momento-curvatura correspondentes aos outros méto
dos de análise plástica.
A utilização do método, entretanto, tem várias limitações. Algumas delas do Eurocode Curvatura
4, outras do AISC-LRFD c outras da NBR 8800, diferentes entre si, como se segue.
Figura 4.7. Curvas momento-curvatura para vários tipos de análises
- Nos pontos de formação de rótulas plásticas:
O método das rótulas plásticas consiste em assumir-se que, ao atingir a distribuição
• deve-se ter travamento lateral adequado;
plástica de tensões, uma seção transversal da viga comporta-se como uma rótula per
• a capacidade de rotação deve ser suficiente para permitir o desenvolvimento das
feita. À medida que sucessivas rótulas vão se formando, o sistema estrutural vai se
rótulas plásticas;
modificando até o ponto de formação de um mecanismo de colapso. O princípio dos
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 108 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 109
trabalhos virtuais pode ser aplicado para se obter a carga que provoca este mecanis Tabela 4.3. Análise limite de vigas contínuas e semicontínuas (SCI-143, 1995)
mo em uma dada estrutura. Considera-se que, ao atingir esta carga, a viga sofra um
deslocamento virtual ô; por equilíbrio, o trabalho externo realizado pela carga no
Cargas Momentos Condição de colapso Região de momento negativo
deslocamento virtual deve ser igualado ao trabalho interno de deformação (dissipa-
ção de energia) do momento plástico ao girar de um pequeno ângulo. Carga uniform.
Momento em
distribuída
ambos apoios
AC + AC < Mn ^- = 0,5
Considere-se o sistema da Figura 4.8: L Mn
Trabalho externo = Trabalho interno
M„=^ Momento em
MBBH),5Ma. 1-
Mr
< Mo ^ =0,25^-
Wô = 2M6 + M(26) um apoio 8M,oj L Mfí
W(0L)/2 = 2MB +m"(20)
W = 8M/L 3 Pontos de
p
Carga
Momento em
AC + AC < M, X-^ =0,25^L
ambos apoios L M0
W,
W„L x. 0,25MCÍ
L/2 L/2 Mn = Momento em
um apoio
MÜB + 0,5MCC < M0 L (0,25MCC+0,75M0)
M pn,a A—•—4 Mpn,b 2 Pontos de
Carga
Momento em
ambos apoios
Mpp + M,c< M0 ^21 =0,33^-
L M0
Mpp -J- o
W„L Momento em
0.33M,
Mn = MDD + 0,33MCC<M0
um apoio L (0,33MCC+M0)
Figura 4.8. Mecanismo plástico
1 Ponto de
Carga
Momento em
ambos apoios
M„„ + AC < M, ^ =0,5*^-
Uma vez confirmada a capacidade de rotação, pode-se admitir que os momentos e L M0
conseqüentemente o mecanismo de colapso de um vão sejam independentes das ações W„L Momento em
x. 0,5Mrr
nos vãos adjacentes, da variação da rigidez e do sistema de construção. Pode-se de Ma = Mop + 0,5Mcc<Ma
4 um apoio L (0,5MCC+M0)
monstrar que o mecanismo de colapso de uma viga contínua sujeita a carga unifor
memente distribuída é atingido quando a seguinte inequação for satisfeita:
Na Tabela 4.3 tem-se:
Mcc = resistência a momento da ligação mista para vigas semicontínuas ou resis
M
pp
0.5(Mpiia+Mp^)<M0 (4.28) tência da viga mista no apoio para vigas contínuas;
x = comprimento de viga, a partir do apoio, sujeito a momento negativo.
onde:
w„
M
pp
= resistência plástica da viga a momento positivo;
M = resistência plástica da viga a momento negativo na extremidade a; Mpn,b
pn.ii
M pn.b - resistência plástica da viga a momento negativo na extremidade b; Mpn,a=Mpn,b
M„ = momento da viga se ela fosse simplesmente apoiada.
A análise rígido-plástica de vigas contínuas, submetidas a vários tipos de carregamen
Mpn,b
to, é apresentada na Tabela 4.3, juntamente com a determinação dos pontos de
Mpn,b> Mpn,a
inflexão, definindo o comprimento da região de momento negativo. Os mecanismos
de colapso são ilustrados na Figura 4.9.
Figura 4.9. Mecanismos de rótulas plásticas de viga contínua
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 111
110
4.3.5. Diferenças entre os sistemas contínuo e semicontínuo
As principais desvantagens são a maior dificuldade de análise e a necessidade de
comprovação experimental e teórica do comportamento das ligações, que reduzem o
Os sistemas ditos contínuos são aqueles em que as ligações são capazes de desenvol campo de aplicação do sistema.
ver a capacidade de resistência das vigas, ou seja, são ligações de resistência total,
Momento Limite inferior da Totalmente
como usualmente denominadas. Nos sistemas semicontínuos, as ligações resistem
rotação para uma resistente
apenas a uma certa fração da capacidade da viga; estas ligações são denominadas de ligação dúctil
resistência parcial. Maiores detalhes sobre a classificação das ligações e suas propri
edades serão apresentados no Capítulo 7.
Capacidade de Mp Parcialmente
momento da resistente
Na análise rígido-plástica de sistemas contínuos, nas regiões de momento negativo, viga
as rótulas plásticas são formadas nas vigas, ao contrário dos sistemas semicontínuos,
onde as rótulas plásticas são formadas necessariamente nas ligações. Assim sendo, Rigidez iniciai
em sistemas semicontínuos, é obrigatório que se comprove, "a príori", que as liga
ções possuam capacidade de rotação suficiente para formar a rótula plástica e manter
a capacidade de resistência ao momento até que se desenvolva o mecanismo final de
colapso. Não é permitido que sejam atingidos estados limites não-dúcteis como, por
exemplo, instabilidades locais ou globais ou rupturas de parafusos e de armaduras. Rotação (rad)
Para uma dada ligação, uma combinação adequada de ensaios e análises teóricas é
necessária para que se determine seu comportamento, representado pela curva mo- Figura 4.10. Comportamento momento-rotação para uma ligação adequada
mento-rotação. As três características mais importantes que definem esta curva são: para construção semicontínua
- a rigidez, dada pela inclinação da curva;
- a resistência, dada pelo valor do pico de momento da curva; 4.3.6. Flambagem lateral por distorção
- a duetilidade ou a capacidade de rotação que é dada pela máxima rotação que a
ligação pode suportar sem perda significativa de resistência. Em vigas, cujas mesas (exceto nos apoios) não estão impedidas de se deslocar late
ralmente, pode ocorrer o fenômeno da flambagem lateral por torção, conforme o com
A Figura 4.10 mostra a curva momento-rotação de uma ligação adequada para ser primento do trecho destravado. Pode, na prática, ocorrer em vigas que não estão tra
utilizada em sistemas semicontínuos analisados pelo método rígido-plástico. No caso vadas lateralmente pela laje ou mesmo em vigas que suportam laje de concreto, du
de uma dada ligação não possuir capacidade de rotação suficiente ou não for possí rante a fase de construção. Entretanto, após a cura do concreto, a laje impede que
vel demonstrar que possua esta capacidade, pode-se analisar o sistema pelo método ocorra este tipo de instabilidade, desde que haja ligação suficiente entre o topo da
elástico-linear, embora do ponto de vista econômico possa não ser uma alternativa viga e o concreto, como é o caso dos conectores de cisalhamento em vigas mistas.
interessante.
Na região de momentos negativos de uma viga contínua, a laje impede a torção da
As principais vantagens do sistema semicontínuo em relação aos sistemas simples viga, mas a mesa comprimida recebe restrição lateral apenas por intermédio da alma,
mente apoiado c contínuo são: que é um elemento flexível. Assim sendo, a mesa pode deslocar-se lateralmente se a
- melhor aproveitamento das seções mistas, tanto na região de momentos positivos alma deformar-se por flexão, como mostrado na Figura 4.11. Este fenômeno é conhe
quanto na região de momentos negativos, levando a uma economia significativa cido por flambagem lateral por distorção.
de material;
- redução dos custos das ligações em relação ao sistema contínuo; A deformada consiste, segundo Johnson (1994), de uma meia-onda não-senoidal de
- aumento da rigidez e das características relativas à vibração em relação ao sistema cada lado do apoio da viga (onde, obrigatoriamente, deve haver travamento lateral),
simplesmente apoiado; extendendo-se por quase toda a região de momento negativo. Há evidências, nos en
- redução da região de momento negativo, reduzindo conseqüentemente a probabili saios, de que a flambagem local pode precipitar a iniciação da flambagem lateral,
dade de flambagem lateral por distorção (ver item seguinte). embora, no cálculo, estes efeitos sejam considerados em separado. A flambagem lo-
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 112 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 113
cal é considerada na análise via classificação dos elementos comprimidos das seções onde M é a resistência nominal (plástica) ao momento negativo, conforme equação
e ocorre quando a relação entre a largura da mesa e sua espessura for alta, enquanto (4.23), pu é o fator de redução para flambagem lateral por distorção, obtido das cur
que a flambagem lateral é evitada pela redução da resistência ao momento negativo vas de flambagem aeedo Eurocode 3 (1993) (ou NBR 8800, 1986), para os perfis
próximo aos apoios e ocorre quando aquela relação for baixa (Johnson, 1994). laminados e soldados, respectivamente, em função do parâmetro Xu dado por:
h = (4.30)
onde:
-10,5
2 \
krL
ACr=kcQ-
cr c L GIt + EIafy (4-31)
L\ J
IT = constante de torção de Saint Venant da seção de aço;
/ = momento de inércia da mesa inferior com relação ao eixo y;
fu I ^
k=-
K2 |(/« +/flyJ (4.32)
4 A„
(c) Torção (d) Distorção + K
(b)
Ix = momento de inércia da seção mista com relação ao eixo x (=1J\
^ax e L = momentos de inércia da seção de aço com relação aos seus eixos
baricêntricos:
F ^1" - f— F
válido para perfis de aço bissimétricos, onde:
(e) Mecanismo "U" invertido
AL
e =•
Figura 4.11. Flambagem lateral (4.33)
Aayc(A-Aa)
O Eurocode 4 (1992) propõe um método de cálculo deste fenômeno, no caso de exis
| As dimensões ^e^ e os demais termos são mostrados na Figura 4.12.
tir uma série de vigas paralelas, ligadas à mesma laje de concreto, como é usual em
estruturas de edifícios. A tendência da mesa comprimida (no caso, a inferior) de des
O termo k é a rigidez do "U" invertido, por unidade de comprimento, dada por:
locar-se lateralmente é resistida pela flexão da alma, atuando conjuntamente com a
mesa superior e a laje, formando um "U" invertido com a viga adjacente, como mos
trado na Figura 4.11. O momento resistente é dado pela seguinte expressão:
*.=.*'** (4.34)
kj+k2
Mn=PitMt (4.29)
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 114 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 115
onde: Os cálculos podem ser simplificados, conforme o Eurocode 4 (1992), para seções
bissimétricas, calculando-se X{I pela seguinte fórmula, ligeiramente a favor da segu
rança:
4 EL
k,= (4-35)
10.25
fy h (t ^
K = 5,0 /+.'»*' (4-37)
k,=
Et.
(4.36)
4bftf ECA
2 4hs(l-va2)
sendo que: O AISC-LRFD (1993) e a NBR 8800 (1986) não fornecem quaisquer indica
ções relativas à instabilidade lateral por distorção. No cálculo de vigas contínu
Aa = área do perfil de aço; as ou semicontínuas por estas normas, a verificação deste fenômeno pode ser
a" = área da seção mista tranformada; feita calculando-se o momento crítico utilizando o método e a expressão dados
EL = rigidez à flexão da seção mista fissurada por unidade de largura da laje de pelo Eurocode 4 e, a partir daí, prosseguir com a metodologia própria de cada
concreto e / sendo tomado como o menor dos seguintes valores:
norma.
• valor no meio do vão, para momento positivo;
• valor em um apoio interno, para momento negativo; Outra forma mais simplificada, porém mais conservadora, de calcular-se a resistên
a = distância centro a centro entre as vigas (ver Figura 4.12); cia da viga à flambagem lateral por distorção é dada por "Guide to Stability Design
K = espessura da alma da viga; Criteria for Metal Structures" - 5a Edição (1998). O método consiste em calcular a
h\ = altura entre eixos das mesas da viga; a resistência à flambagem lateral por torção da viga, utilizando-se as equações da NBR
v - coeficiente de Poisson do aço. 8800, 1986 (ou AISC-LRFD, 1993), substituindo-se, todavia, a expressão de cálculo
do Cb por:
4-V2
M, M,
Ch=3,0 (4.38)
M, (M0+Mj)
onde:
M = momento na extremidade que provoca a maior tensão de compressão na mesa
inferior;
Ml = momento na outra extremidade;
M c
= momento no centro do vão;
*Neste termo, deve-se tomar M= 0 , caso Ms seja positivo.
O valor de Cb, calculado na expressão (4.38) deve ser usado em conjunto com o
Figura 4.12. Mecanismo "U" invertido maior momento negativo da viga, no caso MQ, utilizando-se todo o vão da viga como
comprimento destravado.
O coeficiente C4 é obtido da Tabela 4.4 para vigas contínuas e da Tabela 4.5 para
vigas semicontínuas.
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 116
7 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 117
Tabela 4.4a. Coeficiente C para vigas contínuas (Eurocode 4, 1992) Tabela 4.5. Coeficiente C4 para vigas semicontínuas (ECCS, 1999)
VIGAS COM CARREGAMENTO ENTRE APOIOS
t pn,a i" pn.b
Condições de
Diagrama de
Ci
carregamento e
apoio
momento fletor
V =0,50 y =0,75 V =1,00 y =1.25 y=l,50 y =1,75 y -2,00 i(i =2,25 y =2,50
-yMr
1 ÜE llll
-yMr -ij>M pn,b
v "íCr-í^
11,1111,1 19,0 17,5 16,5 15,7 15,2
-*M, Ròlula plástica (:j /
41,5 30,2 24,5 21.1
(^•f- ^±S
X
V
\
*"f;--r-'-/-™" 33,9 22,7 17,3 14,1 13,0 12,0 11,4 10,9 10,6 yMpp
.nTíinn,
•X^r* 2S,2 18.0 13,7 11,7 10,6 10,0 9.5 9,1 8,y
MOMENTOS IGUAIS NAS EXTREMIDADES
w = í-—
1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,1
WPp
21,9 13,9 11.0 9.6 8,8 8,3 8,0 7,8 7,6
•••-.L/
c4 21,9 24,0 26,7 29,5 32,7 34,2
28,4 21,8 18,6 16,7 15,6 14,8 14,2 13,8 13,5 MOMENTOS DESIGUAIS NAS EXTREMIDADES
' i— —t-1
\ 'r r
Wpni
w = - =—
1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,1
Wpp
N /i 12,7 9,8 8,6 8,0 7,7 7,4 7,2 7,1 7,0
\l/ C4 para ^p"-- =0,75 26,5 29,0 32,0 35,0 38,0 39,8
WpnJ,
C4 para Wp** =05o 30,5 33,9 37,0 40,4 44,3 45,7
Tabela 4.4b. Coeficiente C para vigas contínuas (Eurocode 4, 1992)
Capara ^^ =0 32,4 36,5 42,6 47,6 51,8 53,5
Wpn.b
VIGAS SEM CARREGAMENTO ENTRE APOIOS
Condições de c.
Diagrama de
carregamento e
apoio
momento fletor
y=0,00 y-0,25 y-0,50 y =0,75 y=l,00
4.4. Vigas Mistas Treliçadas
~~fVÍ 11,1 9,5 8,2 7,1 6,2 Vigas mistas treliçadas são uma opção interessante para o projetista quando o vão
ultrapassa o limite normalmente aceito como econômico para os sistemas em que se
utilizam perfis laminados ou soldados. Este limite, embora possa variar considera
11,1 12,8 14,6 16,3 18,1 velmente conforme o caso, é usualmente considerado estar situado na faixa entre 75
(?- v) Vm
e 20 metros. São também consideradas quando existem restrições severas de altura
interpavimentos, onde sua habilidade em acomodar a passagem de dutos de ventila
ção, de ar condicionado e demais instalações torna-a uma opção bastante atrativa,
sendo, em alguns casos, a única alternativa possível. Vale dizer que as treliças mistas
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 118 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 119
são utilizadas apenas quando suas vantagens podem ser exploradas eficazmente. Na tros modos menos dúcteis, como a flambagem de diagonais comprimidas ou a ruína
Tabela 4.6 são listados alguns edifícios construídos com treliças mistas no Canadá, dos conectores de cisalhamento. Pesquisas nos Estados Unidos e no Canadá indi
nos Estados Unidos e no Brasil. cam perda significativa de duetilidade caso estes modos de colapso não sejam evita
dos; para tanto, aqueles autores sugerem que se dimensionem as diagonais e os
Tabela 4.6. Edificações com vigas mistas treliçadas (adaptado de Viest et ai, 1997) montantes, os conectores de cisalhamento e as ligações com cargas correspondentes
ao escoamento da corda inferior multiplicadas pela relação/Vy\ Este procedimento,
Número de Vão Espaçamento contudo, não é universalmente aceito, sendo estes elementos dimensionados usual
Edifício Cidade
Ano andares (m) (m)
1,5
mente de maneira convencional, pela máxima força desenvolvida pelas cargas de
Btiterprise Poços de Caldas 17 9,0
1995 cálculo atuantes.
Concessionária Rio Rio de Janeiro 3 12,0 2,4
1996
Jacarepaguá
1992 BCE Place 11 Toronto 44 14,0 3,0 A análise de treliças mistas, assim como de outras vigas mistas não-escoradas, é di
1991 1000 De La Gauchetiere Montreal 47 14,9 3,0 vidida em duas fases, a de construção e a final, antes e depois de o concreto atingir a
1990 CBCE Place, Canada Trust Toronto 55 14,0 3,0 resistência de 0,75fck, respectivamente. A fase de construção não apresenta nenhuma
1990 Hamilton Centre Regina 15 11,0 3,0 novidade, sendo idêntica ao dimensionamento de treliças comuns e não será aqui
1984 303 W Madison Chicago 27 15,2 3,0 objeto de maiores referências. Lembramos apenas que a corda superior é dimen
1983 City Corp. Plaza Los Angeles 40 13,7 4,6 sionada nesta fase, com as cargas de construção, já que não participa usualmente da
Edmonton 29 11,9 3,0 fase mista.
1983 Principal Plaza
Denver 56 13,1 3,0
1978 Republic Plaza
Edmonton 29 10,7 3,0 A Figura 4.13 ilustra o modelo de cálculo da fase mista e o equilíbrio de forças, as
1978 Edmonton Centre 3
Chicago 109 22,9 4,6 sumindo interação completa. A resistência ao momento é dada por:
1974 Sears Tower
Hamilton 26 12,5 1,5
1973 Stelco Tower
Fourth Financial Center Wichita 10 24,4 4,6
1973
18,3 1,0
Mn=Acifvé (4.39)
Worid Trade Centcr New York 110
1972
O método de análise de vigas treliçadas mistas é essencialmente o mesmo de vigas onde e' representa a distância entre o centro de gravidade da corda inferior e o cen
mistas tradicionais, com a diferença de que a força cortante é resistida por tração- tro de gravidade do concreto em compressão e Atí a área da corda inferior. O valor do
compressão nas diagonais e montantes, como em qualquer treliça convencional. O coeficiente de resistência deve ser tomado igual ao de viga mista convencional. A
momento fletor é resistido por forças de tração na corda inferior e compressão na laje espessura de concreto em compressãopode ser calculada pela expressão seguinte, não
de concreto, sendo que. pela própria geometria do sistema, a linha neutra plástica si devendo, contudo, exceder a espessura efetiva de concreto t:
tua-se normalmente na laje de concreto ou, no limite, na corda superior da treliça. E
usual em projeto desprezar-se a contribuição da corda superior na resistência última Acif
ciJy
do sistema, sendo considerada apenas durante a fase de construção, onde suporta, a = <tr
(4.40)
0,85fckb
como corda comprimida, o peso do concreto fresco easobrecarga de construção. Tem
também a função de transmitir o cisalhamento longitudinal da treliça de aço para a
laje de concreto, via conectores soldados em sua face superior. Da mesma forma que nas vigas mistas convencionais, a força cortante deve ser resis
tida apenas pelo perfil de aço. Em outras palavras, deve-se fazer análise convencio
A norma canadense (CISC, 1994) é uma das poucas normas a mencionar explicita nal isostática da treliça de aço para se determinar as forças nas diagonais e montan
mente condições específicas para ocálculo e dimensionamento de treliças mistas, por tes, responsáveis pela resistência à força cortante, tanto na fase de construção quanto
causa do uso intenso deste sistema naquele país. Outras publicações interessantes na fase final. Note-se que este procedimento conservador despreza qualquer contri
podem ser citadas: Viest et ai (1997), SCI-083 (1992) eChien &Ritchie (1984). buição da laje de concreto e das cordas. Este modelo de treliça isostática é também
utilizado para se calcular os deslocamentos verticais na fase inicial, antes da cura do
Alguns autores recomendam (Viest et ai, 1997), para garantir a duetilidade, que o concreto.
modo de ruína de treliças mistas seja o escoamento da corda inferior, evitando ou
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 120 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 121
11 0,85fck Corda superior de aço
largura efetiva b ;CG do concreto na compressão / Valores fictícios 1 e a
Cordasuperior de concreto(usar I e A transformados)
a/2 CG. da laje
Nota: a<tc \j- 0 13 15 17 20 22 24 27 \ 29 31 34 36 38 41 43
C = 0,85fckab
39 42/^44
CG. da corda
LNP
19 26 do aço
' Corda inferior de aço
Figura 4.15. Técnica de modelamento de viga mista treliçada para análise
! i estrutural detalhada (Chien & Ritchie, 1984)
4.5. Armaduras Transversais Necessárias
T= Acify
CG do aço na tração As forças de cisalhamento longitudinal, transferidas pelos conectores na interface aço-
concreto (ver Capítulo 3), provocam tensões de tração no concreto da laje que devem
ser resistidas por armaduras colocadas transversalmente à viga. O cálculo desta ar
Figura 4.13. Equilíbrio de forças da seção da viga mista treliçada madura pode ser feito utilizando-se o modelo de treliça de Mõrsch, análogo ao cálcu
lo de estribos em estruturas de concreto armado. Considere-se o esquema da Figura
Caso existam, as excentricidades nos pontos de interligação das linhas de trabalho
4.16, onde As representa a armadura por unidade de comprimento da viga e V é a
induzem momentos secundários nas barras, devendo ser apropriadamente levadas em
força de cisalhamento transmitida por unidade de comprimento. Esta força é resistida
conta na análise. Alguns autores permitem que sejam desprezadas no cálculo das
pelas diagonais comprimidas AC e AE, que formam um ângulo de aproximadamente
diagonais e montantes, sendo os momentos totalmente resistidos pelas cordas. Neste
45° com o eixo da viga. Por equilíbrio, as forças de compressão em C e E são
caso, a viga pode ser modelada por barras contínuas nas cordas, mantendo-se as
contrabalançadas pela força de tração na armadura e compressão longitudinal no con
diagonais e os montantes birrotulados nas extremidades, ligados excentricamente às
creto, de mesmo valor em módulo. Levando-se em conta a resistência do concreto ao
cordas, como mostrado na Figura 4.14.
cisalhamento e as forças de tração na armadura e na fôrma de aço (se esta for contí
nua e disposta com as nervuras transversais ao eixo da viga), o modelo fornece, após
algumas aproximações, a seguinte equação, derivada da expressão original do
Eurocode 4 (1992) para cada plano de cisalhamento:
v=s + t=0,04Acvfck+AJys+tsd <0,2Acvfck +0,6t,lsd (4.41)
Figura 4.14. Viga mista treliçada com cordas contínuas e diagonais onde:
birrotuladas com excentricidade
s = (0,04Acvfck ) = parcela de resistência a cisalhamento do concreto;
O cálculo dos estados limites de utilização na fase mista pode ser feito com o auxílio
do modelo mostrado na Figura 4.15. A corda superior é modelada juntamente com a t = (Asfys +tsd ) = parcela de resistência da armadura e da fôrma;
laje de concreto, transformada em elemento equivalente de aço, ligadas rigidamente = Af;
entre si por pequenas barras com momento de inércia e área suficientemente grandes, A = área média de cisalhamento do concreto por unidade de comprimento da viga,
simulando os conectores de cisalhamento. As diagonais e os montantes são modela calculada conforme as superfícies potenciais de ruptura dadas na Figura 4.17;
dos usualmente por barras birrotuladas nas cordas, consideradas normalmente contí As = área da armadura transversal por unidade de comprimento da viga, não deven
nuas. As excentricidades, caso existam, devem ser adequadamente consideradas no do ser inferior a 0,2% da área efetiva de concreto da laje, neste caso tomada
modelo. igual a A ;
A = área da fôrma por unidade de comprimento da viga.
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 122 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 123
A limitação do valor máximo é para se evitar o esmagamento do concreto na
diagonal comprimida. No caso de se utilizar concreto de baixa densidade, as parcelas
devidas à resistência do concreto devem ser multiplicadas por r) = 0,3 + 0,7p / 24,
onde p é o peso específico do concreto em kN/m3. Quando a fôrma de aço não for
contínua, mas estiver devidamente ancorada na mesa da viga por meio de conectores
de cisalhamento, pode-se ainda assumi-la como parteda armadura transversal contri
buindo com a seguinte parcela, para cada interseção da fôrma com a área de
cisalhamento:
kèdtuf
P->yp <Af
- ' pJ yp (4.42)
onde:
k$ = 1+ a/d , sendo a>2d igual à distância do centro do conector à borda da fôrma;
d = diâmetro do conector;
sc = espaçamento longitudinal dos conectores.
até o meio
do vão
Figura 4.17. Superfícies típicas de falha ao cisalhamento
(Eurocode 4, DRAFT 2000)
4.6. Estados Limites de Utilização
O procedimento usual de cálculo de uma estrutura baseia-se inicialmente nos estados
Figura 4.16. Modelo de treliça para armadura transversal (Johnson, 1994) limites últimos. Posteriormente, seu comportamento sob os estados limites de utiliza
ção deve ser verificado, modificando-se, se necessário, o dimensionamento dos per
A NBR 8800 (1986) exige que a área da armadura transversal não seja inferior a fis. As conseqüências de um comportamento inadequado sob os estados limites de
0,5% da área da seção de concreto. Este valor é extremamente elevado e conser utilização são menos sérias que aquelas ligadas aos estados limites últimos. Enquan
vador, não sendo usualmente observado nos projetos executados. Na prática, uti to estes são referentes à segurança da estrutura, pois dizem respeito ao colapso estru
liza-se o valor calculado pelas expressões acima, mantendo-se um mínimo de tural, aqueles estão ligados ao comportamento da estrutura e à função da edificação
0,2% no caso de lajes maciças ou de lajes mistas com nervuras longitudinais ao para a qual foi projetada. Isto não quer dizer que a verificação da estrutura para os
eixo da viga e de 0,1% no caso de lajes mistas com nervuras transversais (CISC, estados limites de utilização não seja importante. Ao contrário, em alguns casos, o
1994). comportamento inadequado da estrutura pode dificultar, restringir ou mesmo
inviabilizar o seu uso. Segundo a NBR 8800 (1986), "A ocorrência de um estado li-
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 124 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 125
mite de utilização pode prejudicar a aparência, a possibilidade de manutenção, a caso, calculam-se inicialmente os momentos e as tensões de tração na fibra superior
durabilidade, a funcionalidade e o conforto dos ocupantes de um edifício, bem como sobre os apoios utilizando-se o modelo não-fissurado; caso a tensão calculada ultra
causar danos a equipamentos e materiais de acabamento vinculados ao edifício". passe 0,15fck, a rigidez deve ser reduzida para EI2 em 15% do comprimento do vão de
Citam-se, como exemplos, a ocorrência de vibrações severas do piso de uma sala de cada lado do apoio (modelo fissurado). Uma nova distribuição de momentos é então
cirurgia, impedindo que seja utilizada como tal, e o deslocamento lateral excessivo determinada, reanalisando-se a viga.
da estrutura de um edifício, que pode comprometer o revestimento externo, permitin
do a infiltração de água de chuva para dentro da edificação. O efeito de "shear lag" é considerado pela adoção das larguras efetivas, sob momen
tos positivos e negativos. O efeito da deformação lenta do concreto é considerado
Os estados limites mais comuns, no caso de vigas mistas, são: deslocamento vertical pelo aumento da relação entre ps módulos de elasticidade do aço e do concreto (rela
excessivo (flechas), vibrações indesejáveis e fissuração excessiva do concreto. Na ção modular), utilizado para homogeneizar a seção mista. O Eurocode 4 (DRAFT
determinação dos esforços solicitantes para o cálculo dos estados limites aplicáveis a 2000) fornece uma equação que leva em conta o tipo da ação e a idade do concreto,
cada caso, pode-se utilizar análise elástica-linear, com as cargas e as combinações de no momento do carregamento e no instante em que se deseja calcular o deslocamen
ações apropriadas (raras, freqüentes e quase-permanentes), de acordo com a NBR to (ver Eurocode 4 para maiores detalhes). Na prática, tomam-se dois valores para a
8681 (1984). relação modular n: o primeiro, igual a E/Ec, para cargas de curta duração e o segun
do, igual a 3E/Ec, para cargas de longa duração. O procedimento mais usual, entre
4.6.1. Deslocamento vertical excessivo tanto, é a utilização de apenas um valor, igual a 2E/Ec, válido para qualquer tipo de
cargas usuais de edifícios, exceto nos locais destinados a depósitos com cargas ele
Os deslocamentos verticais são usualmente calculados para a combinação rara de vadas, onde se deve utilizar o primeiro procedimento ou mesmo o procedimento mais
ações. Para uma viga com mais de uma ação variável independente, a combinação é: exato do Eurocode 4 (DRAFT 2000).
O momento de inércia da seção mista deve ser obtido pela homogeneização teórica
1FGI+FQI+ J.(¥,jF&) (4.43) da seção, como exposto no item 4.2. No caso de interação parcial, deve ser usado um
momento de inércia dado por (NBR 8800, 1986):
onde:
F(} = ação permanente; Ief=*a+JTr(*lr-Ie) (4.44)
Ql
= ação variável principal;
- demais ações variáveis;
- fatores de utilização, para o cálculo do valor freqüente da ação, que variam onde:
de 0,2 a 0,7, conforme o tipo da ação. = momento de inércia efetivo da seção mista transformada;
Ia = momento de inércia da seção de aço;
Para o caso comum de edifícios, existe apenas uma ação variável e a combinação sim = 2Zq = somatório das resistências nominais individuais "q " dos conectores
plifica-se para Fü + FQ. Adeterminação dos deslocamentos, como já foi dito, é usual de cisalhamento situados entre a seção de momento máximo e a seção adja
mentefeita por análiseelástica-linear e deve levar em consideração o sistema de cons cente de momento nulo;
trução, a fissuração do concreto, os efeitos de "shear lag", o escorregamento longitu = momento de inércia da seção mista transformada;
dinal, caso a interação não seja completa, e o efeito da deformação lenta do concre v, = força de cisalhamento longitudinal.
to.
A fissuração do concreto na região de momento negativo pode ser levada em conta No cálculo de vigas semicontínuas, o comportamento da ligação na história do carre
de duas maneiras: pela redistribuição de momentos ou pela redução do momento de gamento é parte integrante da análise. Também em relação aos estados limites de uti
inércia. No primeiro caso, calculam-se os momentos utilizando-se o modelo não- lização, o comportamento da ligação desempenha um papel preponderante, interes
fissurado (ver seção 4.3.4.1) com rigidez Ell ao longo da viga; os momentos negati sando, neste caso, a rigidez sob cargas de serviço. Dependendo do modelo de cálcu
vos sobre os apoios devem então ser reduzidos em 70%, aumentando-se concomi- lo, pode-se utilizar a rigidez inicial ou a rigidez secante. Estes conceitos podem ser
tantemente os momentos positivos de forma a se manter o equilíbrio. No segundo ilustrados com auxílio da Figura 4.18.
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 126 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 127
1J :"
Tabela 4.7. Valores limites recomendados para deslocamentos verticais
íi-; (Eurocode 3, 1993)
Ü
Valores limite
Condições
<W h
>y ^ser °u Rotação
Coberturas em geral L/200 L/250
Figura 4.18. Rigidez inicial, secante e tangente Coberturas que freqüentemente transitam pessoas para
manutenção L/250 L/300
Outro tópico que merece ser comentado é o deslocamento vertical devido à retração
Pisos em Geral L/250 L/300
do concreto. Este efeito pode ser considerado desprezível em vigas contínuas e Pisos e coberturas que suportam elementos sujeitos a
semicontínuas e na maioria dos casos de vigas biapoiadas. Somente quando a relação fissuração, divisórias ou outros acabamentos frágeis ou
entre o vão e a altura total da viga (incluindo a laje) exceder a 20 e a deformação partições não-ílexíveis L/250 L/350
Pisos suportanto pilares (a menos que o deslocamento tenha
específica de retração livre do concreto (£cj) exceder 0,04%, segundo o Eurocode 4, a sido considerada na análise global para o estado limite
retração influencia de forma significativa o cálculo do deslocamento vertical. Note- último) L/400 L/500
se que os valores típicos de £v em ambiente seco para concreto normal e de baixa
densidade são 0,0325% e 0,05%, respectivamente. Em outras condições de ambiente, Onde o deslocamento pode influenciar a aparência da
construção L/250
os valores modificam-se para 0,02% e 0,03%. Caso haja interesse neste assunto, po -
dem-se consultar Johnson & Anderson (1993), CISC (1994), Piccard & Beaulier
Tabela 4.8. Valores máximos recomendados para deslocamentos (NBR 8800, 1986)
(1991) c Eurocode 4 (1992).
Sobrecarga Barras biapoiadas de pisos c coberturas, suportando
Uma vez calculado o deslocamento vertical máximo, deve-se compará-lo com os va construção e acabamentos sujeitos à
fissuração _1_
lores máximos recomendados pelas normas, escolhidos conforme as funções previs do vão
360
tas para a estrutura e os materiais a ela vinculados. O Eurocode 4 recomenda não
1
exceder os valores dados no Eurocode 3 (1993), conforme Tabela 4.7. A NBR 8800 Sobrecarga Idem, não sujeitos à fissuração.. do vão
300
recomenda que apenas o deslocamento devido à sobrecarga deva ser limitado, con
forme os valores dados na Tabela 4.8. Vento Deslocamento horizontal do edifício, relativo à base,
devido a todos os efeitos da altura
400
do edifício
Na Tabela 4.7 tem-se:
ô0 = contraflecha da viga, estando esta descarregada (estágio 0); Vento Deslocamento horizontal relativo entre dois pisos
consecutivos, devido à força horizontal total no andar
Sl = variação da flecha da viga devido às cargas permanentes imediatamente após entre os dois pisos considerados, quando fachadas c
o carregamento (estágio 1); divisórias (ou suas ligações com a estrutura) não
absorverem as deformações da
5 = variação da flecha da viga devido ao carregamento variável adicionando-se estrutura
da altura do
quaisquer deslocamentos devidos à deformação lenta do concreto (estágio 2); 500
andar
ô . =8. + 5,-5fí.
mas I 2 II
Vento Idem, quando absorverem.. da altura do
400
andar
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 128 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 129
Algumas normas (NBR 8800 e CISC, por exemplo) exigem limitações de tensões sob onde:
cargas de serviço. Embora não sejam um estado limite por si só, podem no entanto a = coeficiente devido à distribuição das tensões de flexão na seção transversal,
invalidar um método de análise como, por exemplo, o método elástico-linear para o variando entre 0,4 e 0,9;
cálculo dos deslocamentos, se as tensões sob cargas de serviço ultrapassarem o limi = coeficiente devido ao decréscimo da tensão de tração, tomado normalmente
te elástico. A NBR 8800 exige que a viga obedeça à seguinte limitação, no caso de igual a 0,8;
construção não-escorada: = tensão de tração efetiva no concreto no momento em que se espera que ocor
fM
ra a fissuração, usualmente tomada igual a 3 N/mm2;
o. = máxima tensão permitida na armadura, imediatamente após a fissuração; este
^w„ +^<0,9h valor depende do diâmetro das barras da armadura, não devendo exceder a:
(4.45)
w„. y \0,5
a s!<416wk 0,6[ f,>ck (4.47)
A expressão acima é a mesma utilizada pela análise elástica dos itens 4.2.3 e
4.3.3, com a diferença de que, neste caso, os momentos são calculados com car onde iv,éa abertura aceitável das fissuras (em condições normais, igual a 0,3 mm) e
gas nominais, enquanto que, naquele caso, utilizam-se cargas de cálculo. Esta ex d é o diâmetro das barras da armadura. Caso se utilize concreto de baixa densidade,
pressão (com o fator 0,9) é considerada conservadora e, por não representar um / deve ser multiplicado por r\ (ver item 4.5). O valor de a. é calculado por meio da
estado limite, não deveria ser obrigatória na NBR 8800. Sugere-se então a opção seguinte expressão:
de que possa ou não ser utilizada, dependendo do tipo de análise escolhida. Caso
/
a opção seja por análise puramente elástica, deve-se utilizá-la para que a análise ce.
não seja invalidada, trocando-se, todavia, o fator 0,9 por 1,0, com o objetivo de 1+ (4.48)
diminuir seu conservadorismo. Ou então, como sugere Johnson (1994), deve-se 2yc
considerar na análise dos deslocamentos o escoamento da seção de aço, caso este
onde os termos sao definidos na Figura 4.19.
seja atingido.
4.6.2. Fissuração do concreto
Este estado limite deve ser obrigatoriamente verificado apenas quando a durabilida
de da estrutura ou sua aparência possam ser prejudicadas. Nos ambientes internos dos
edifícios, a durabilidade não é afetada pela fissuração do concreto; similarmente,
quando pisos elevados são utilizados, a fissuração não é visualmente importante (SCI- Eixo neutro
elástico
121, 1994). Entretanto, é prática corrente controlar-se a fissuração, mantendo-a em
valores aceitáveis, mesmo nestes casos. Os procedimentos a seguir são baseados nas
Figura 4.19. Definição dos termos para o cálculo do coeficiente ac
recomendações do Eurocode 4 (1992).
Onde se deseja controlar a fissuração, a quantidade de armadura não deve ser infe Os valores típicos de p situam-se entre 0,4% e 0,7%, bastante superiores ao valor
rior a um valor mínimo, no intuito de se distribuir uniformemente as fissuras na re mínimo de 0,15% preconizado pela NBR 6118. Quando a quantidade de armadura
gião de momentos negativos ou de tendência de continuidade, como no caso dos apoi necessária para resistir ao momento negativo for superior ao valor mínimo dado pe
os de vigas birrotuladas. O percentual mínimo, p, é dado por:
las expressões acima, deve-se aplicar o método dado pelo Eurocode 4, como se se
gue. Os esforços solicitantes (incluindo a força na armadura) devem ser calculados
por análise elástica-linear, utilizando-se combinações quase-permanentes de ações.
A, Pode ser utilizado tanto o modelo fissurado quanto o não-fissurado. Caso a opção seja
xl00% = aA x!00% (4.46)
P =
o\ pelo modelo não-fissurado, aplicam-se as cláusulas de redistribuição de momento,
modificando os valores máximos para 15%, no caso de seções de Classe 1 e 2 e para
10% no caso de outras seções.
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 130 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 131
As combinações quase-permanentes de ações, no caso de edifícios são dadas por: Tabela 4.10. Tensão máxima nas barras de armadura (Eurocode 4, 1992)
Dimensão máxima da barra (mm) 6 8 10 12 16 20 25 32
1 ^ + Z(W2jFoj) (4.49) Abertura de fissura para projeto Tensão máxima no aço, os ou os, (N/mm')
í=í }=2
W/t = 0,3 mm 450 400 360 320 280 240 200 160
onde:
y/2 = fatores de utilização, para a combinação quase-permanentc de ações, com
wk = 0,5 mm 500 500 500 450 380 340 300 260
valores variando de 0,2 a 0,6 , conforme o tipo de sobrecarga considerada.
De posse dos momentos negativos, calculam-se as tensões atuantes nas armaduras 4.6.3. Vibrações indesejáveis
((7f), desprezando-se a resistência à tração do concreto. O efeito "tension stijfening"
na mesa de concreto de uma seção mista aumenta a tensão de tração relevante para o A NBR 8800 exige: "Vigas de apoio de pisos de grandes áreas que não possuam
controle de fissuração para um valor que pode ser calculado pelas seguintes expres paredes divisórias ou outras formas de amortecimento, onde vibrações transientes
sões: devidas ao caminhar de pessoas possam ser inaceitáveis, deverão ser dimensionadas
levando-se em consideração tal tipo de vibração". Exige também que sejam verifi
cados os efeitos devidos a equipamentos, veículos e atividades humanas que possam
O", =<jse +
a A,.
(4.50) produzir vibrações contínuas, tais como a dança e ginástica aeróbica, dentre outras,
não só sob estados limites de utilização, mas também sob estados limites últimos,
inclusive fadiga.
AI
a =
(4.51)
AJu A análise de pisos submetidos a vibrações é bastante complexa, possuindo compo
nentes psicológicos e culturais, além daqueles relacionados com o fenômeno físico
onde: em si. Há comumente nas normas apenas recomendações gerais e modelos de análi
•> clm
- resistência média à tração do concreto que pode ser tomada igual afct/10, se bastante simplificados, insuficientes, na maioria das vezes, para se obter um
não sendo necessário tomar valores inferiores a 2,5 N/mm2; dimensionamento satisfatório da estrutura. Recomenda-se a utilização de bibliografi
Al = área efetiva da laje na região de momento negativo considerada; as especializadas, entre as quais, a publicação conjunta do AISC-LRFD e do CISC:
As - área da armadura compreendida na área A.; "Design Guide #11 - Floor Vibrations Due to Human Activities" (1997) e o "Design
A, I - área e momento de inércia da seção mista, desprezando o concreto tracionado; Guide on the Vibration of Floors" (1989), publicado pelo SCI. Estas publicações for
A I - área e momento de inércia da seção de aço isolada. necem indicações e métodos bastante satisfatórios e são baseadas não apenas na di
nâmica clássica, mas também em ensaios e na observação de centenas de pisos com
Com os valores calculados por meio da expressão acima, calculam-se os espaçamentos desempenhos considerados adequados e não-adequados pelos clientes.
máximos recomendados das barras das armaduras, com o auxilio da Tabela 4.9 e da
Tabela 4.10. Se a tensão <7 for superior à tensão de escoamento da armadura, a seção A análise detalhada da vibração de pisos está fora do escopo deste livro. Entretanto,
deve ser reprojetada. algumas indicações podem ser fornecidas para uma análise preliminar do piso. Reco
menda-se que, em pisos com pouco amortecimento, submetidos ao caminhar das pes
Tabela 4.9. Espaçamento máximo de barras (Eurocode 4, 1992) soas, a freqüência própria não seja inferior a 4 Hz. Em pisos com nível de amorteci
mento um pouco mais elevado, pode-se diminuir este limite, mas, em nenhuma hipó
Tensão gs no açoN/mm1 <160 200 240 280 320 360 400
tese, deve-se dimensionar pisos com freqüência própria inferior a 3 Hz. Como regra
geral, pisos com pouco amortecimento são aqueles com pouco ou nenhum revesti
H>t = 0,3 mm 250 200 160 110 Ver Tabela 4. i 0
Espaçamento mento sobre a laje, sem a presença de divisórias, como é o caso de garagens de veí
máximo entre
culos em edifícios. Em pisos submetidos a atividades rítmicas, como danças, concer
barras {mm)
wk —0,5 mm 250 250 250 250 200 140 80 tos de música rítmica e ginástica aeróbica, a freqüência própria deve-se situar em faixa
superior a 6 Hz.
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 132 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 133
4.7. Exercícios 4.7.1. Exercício 1
As vigas V e V da Figura 4.20 pertencem a um sistema de piso misto. Nesta mesma Verificar a viga Vl considerando-se que seja simplesmente apoiada. Considerar
Figura mostram-se as cargas atuantes nas vigas Vl e V2 e na Figura 4.21 mostra-se a interação total e interação parcial, se for possível.
seção transversal destas vigas.
Dados: Solução:
- q = carga permanente aplicada antes da cura = 6,25 kN/m;
- q = sobrecarga de construção aplicada antes da cura = 2,5 kN/m; (a) Verificação da viga para as cargas antes da cura - considera-se que a fôrma de
- q2 = carga permanente aplicada depois da cura = 3,75 kN/m; aço impede a flambagem lateral com torção
- q = sobrecarga de utilização aplicada depois da cura = 25,0 kN/m;
- construção não-escorada; <t>MB = 14730 kNcm
- concreto de peso normal, comfck = 20 MPa;
- aço das vigas com / - 250 MPa e/n = 400 MPa; 7 0^
- considera-se que as vigas atendem ao critério de resistência à força cortante; M, = [{6,25)xL3 +(2,5)xUp— = 69,67 kNm = 6967 kNcm - a viga é adequada
8
- o deslocamento vertical das vigas principais é desprezível, neste caso.
para as cargas aplicadas antes da cura.
(b) Verificação da viga mista:
Vl V2 Vl
(b.l) Cálculo da largura efetiva - viga interna simplesmente apoiada
3 x 7 m = 21 m ^„„ 7000
b = menor entre 2500;—— | = 1750 mm
qlp.qls
h {300-2x9,5) E
qlp, q2s = 35,1 < 3,50 100,2 - OK
250
Jy ,
- é possível utilizar-se distribuição plástica na seção.
A
^W
Vi JT
^^
V2 ~K
^^
VI ~~A
^^
Figura 4.20. Sistema contínuo de piso misto e cargas atuantes nas vigas V, e V2 (b.2) Verificar se (0,7^,85fckAc>( 0,9 )Afy
0,7x0,85x2,0x175x7,0 = 1457,75 kN > 0,9x56,68x25 = 1275,30 kN - a linha neutra
encontra-se na laje de concreto.
(b.3) Altura comprimida da laje:
(0,9)Afy _ (Q,9)x56,68x25
a =
LJM
(0,7)),85fckb ~{0,7)x0,85x2xl75 ~6'12 cm
Figura 4.21. Seção transversal das vigas Vl e V2
'•""SWV
ti"':
.) •
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 134 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 135
ÍH
,);• (b.4) Resistência ao momento fletor
i
H, C = -(56,68x25-1207)= 105 kN
(b.4.1) Interação completa
30 6,12
4>M„=<pAfv d,
>i +hf +t,, —
t»/ T'r = 0,9x56,68x25x + 7,5 + 7,0- ^an 1207
2 2 2 a = —5,2 cm
^-0,85bfrk —0,85 xl 75x2,0
0,9 0,9
M ;;
§Mn = 33719 kNcm
; : - Momento fletor de cálculo Verificar se {07)0,85abfckAc >(0,9)(A - 2bftf )fy
\7fr
u ! M, = [{6,25+ 3,75)xl,4 +(25,0)xl,5]-^— =315,44 kNm = 31544 kNcm - a viga mista 0,7x0,85x5,2x175x2,0 = 1083 kN >0,9x( 56,68 -2x18x0,95 )x25 = 562 kN - a segun
o
é adequada para interação completa da linha neutra encontra-se na mesa superior.
- Número de conectores - (56,68x25-1207)
y = —• —-——— = 0,23 cm
(2x18x25)
. Interação completa -^ co menor valor entre (56,68x25 e 0,85x2,0x175x7,0)
n-j
V,h = 1417 kN y —°>23 - Qf
nu 12 cm
íí :!
!í : !
qt é o menor entre:
í !• '• i 0,23x18x1— -0,12
i
[0,5AJ fckEcm )in,ACJJ=I0,5x2,84x(2,0x2210)1/2 e 2,86x41,5] 30 2 ;?JÇ9
5 í . i y, - — / v _x •' =13,82 cm
' 2 {56,68-0,23x18}
q^ = 94,4 kN - será considerado Cred = 0,75 - portanto qn = 71,0 kN
_ 1417 _ í 52
n= „"""" -19,96 - tomar n = 20 conectores de cada lado do ponto de momento má (pMn=0,9x 105x{30 -13,82 - 0,23)+1207x\ 7,0 —— +7,5 +30-13,82

ximo, neste caso, o centro do vão.
= 32010 kNm
(b.4.2) Verificação para interação parcial
4>Mn = 32010 kNm > Md = 31544 kN - OK - a viga mista com interação parcial de
85% é adequada às solicitações.
<pMn=ò C(d-yi-yc)+C tc--- + hf+d-y,
(b.5) Verificação da tensão na mesa inferior
C'= -(Afy-C) Mgl M{
MS' H, Mi~<0,9fv ou, para ser menos conservador, —— h -<f„
K Wtr y W„ Wfr y
1207
M C= Dq - 17x71,0 = 1207 kN - considerando 17 conectores - 77- = 0,85
1417 ,, , 100x6,25x7,02
M >= _: '— = 382s kNcm
h
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 137
136
- Cálculo da flecha depois da cura - só carga permanente (carga de longa duração)
w lOOx 3,75 + 25,0 x7,0z ,^Mt%I
M, = —-— —t—i— - 17609 kNcm
1 8 . Considerando de curta duração
I li
M - Interação completa
5x0,0375x700"
b~An - = 0,16 cm
>il dp 384x20500x36560
W = 579,81 cm'
a
Ml
W = 1090,74 cm" . Considerando de longa duração
Mi
MJ
•{878 17609 _ 5 x 0,0375 x7004
lü •+ -22,75 kN/cm2 = 0,9x25 = 22,5 kN/cm2 òjn = = 0,22 cm
579,81 1090,74 dp 384x20500x26209
- Interação parcial . Efeito da deformação lenta no deslocamento
MÍ W = 1026,66 cm* SM = 0,22-0,16 = 0,06 cm
- Cálculo daflecha depois da cura - só sobrecarga (assumindo-se que seja de cur
^878 17609
' •+ - = 23,75 kN/cm2 > 22,5 kN/cm2, porém < 25,0 kN/cm2 ta duração)
Mi 579,81 1026,66
Ml A viga mista com interação parcial não atende a este critério, conforme especificado sds-
5x0,25x700^
384x20500x36560
- 1,04 cm
Mi na NBR 8800. Entretanto, dentro do critério menos conservador, a viga mista seria
>!' adequada quanto à limitação de tensões na mesa inferior.
- Verificações
Ml (c) Verificação ao estado limite de deslocamento excessivo
Conforme o Eurocode 3, ao deslocamento vertical da sobrecarga, deve-se somar o
ÍH
deslocamento provocado pela carga permanente, devido apenas à deformação lenta.
• !í 5qÜ
5 = . sobrecarga + def. lenta - <S2 = <S„as + ôMdl = 1,04 + 0,06 = 1,10 cm = L/636 < L/350 -
>0 384 EI O
OK
*0
1 = 8697,14 cm4

a
. carga
a
total - 5mm = 1,10 + 0,22 + 1,04 = 2,36 cm = L/297 < L/250 - OK
I - 36560 cm4
Ir
para interação completa e carregamento de curta duração (n = E/Ec) Observações:
M 1) Pode-se demonstrar que a viga com interação parcial também é adequada à veri
I = 26209 cm4
ficação ao estado limite de deslocamento vertical excessivo - deixado a cargo do
Ir
para interação completa e carregamento de longa duração (n = 3E/Ec) leitor;
2) Caso se queira, pode-se dar contraflecha na viga no valor de aproximadamente
(d) Cálculo da flecha antes da cura - só carga permanente 85% da flecha de carga permanente; neste caso igual a 10 mm.
5x0,0625 x7004
N S^ = - = 1,10 cm
384x20500x8697,14
T
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 138 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 139
I'
i| 4.7.2. Exercício 2 f
J cie
= 3,0 MPa
Calcular a armadura necessária para o controle de fissuração nos apoios internos das
vigas V/ e V,. Considerar barras com diâmetro de 12,5 mm. p=0,77x0x8x -^-\l00%=072%
256 )
='A N
xlOO%
Solução: v*,
(a) Cálculo da armadura mínima para controle de fissuração A = 0,0072 t b = 0,0072x7,0x87,5 = 4,42 cm2
s c
- colocar 4 barras de 12,5 mm @ 200 mm -A =4,91 cm2
Mi 'A A J cie
xl00%=a± x/00% 4.7.3. Exercício 3
P =
VA-, <X,
Considerando-se que as vigas Vl e V2 formam um sistema contínuo e que a sobrecar
1 ga de utilização seja aumentada em 50%, calcular os esforços solicitantes, conside
«,. =
rando-se análise elástica com redistribuição de momentos, segundo o método não-
fissurado. Considerar sobre os apoios internos uma armadura composta de 6 barras
I 2»> de diâmetro 12,5 mm de aço CA-50.
Solução:
, L 700
/, - _ = _— = 575 cm . rcfcrente a região de momento negativo
8 8 (a) Verificação da Classe da seção mista em momento negativo
O
(11,0 + 25 )x87,5x7,0 - Posição da linha neutra plástica
y0=( 11,0 +25)- , ' —^^x =12,01 cm
7,0x87,5+ 56,68x
20500 }
n 2210 1 0,85
56,68x25 - 7,36x50 - 2x18x0,95x25
ip 0,9
y=0,95 + = 6,31 cm abaixo do topo
11 !
(2x0,8x25)
a,. = t - = 0,77
da mesa superior
1+-70
2x12,01
h = 30- 6,31 - 0,95 = 22,74 cm
p
í: = 0,8
Mf ho 227,4 205000~\
1/2
0.5
-E- =—— = 28,43 < 175x = 50,11 - OK para Classe 2 - adaptando o
<ys! <416w,
),6\ íJck
0,61
tw 8,0 250 J
Ms critério do AISC-LRFD para a NBR 8800.

= 0,3 mm - considerando ambiente nao-agressivo
205000
y/2
180 =9,47<0,38x = 10, 88 - OK para Classe 2
Mi 20 f5 2tf 2x9,5 250 )
Ml
rjc, =416x3,0 ' I-TT-Z j =256 MPa - considerando barras de 12,5 mm
12,5
Ml
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 140 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 141
A seção atende ao critério de Classe 2 pela NBR 8800. Desta forma, de acordo com 4.7.4. Exercício 4
a Tabela 4.2, pode-se fazer redistribuição de momentos de até 30%, considerando-se
o modelo não-fissurado (adaptando-se o critério do Eurocode 4 à NBR 8800). Verificar se o perfil e a armadura são adequados para atender aos estados limites
últimos, considerando-se os esforços solicitantes da análise do exercício anterior.
(b) Análise global elástica - modelo não-fissurado Calcular o número de conectores para interação completa na região de momento ne
gativo e na região de momento positivo. Verificar também o estado limite de
- Carregamento de cálculo - qd = l,4x(6,25 + 3,75) + l,5x(25,0xl,3) = 62,75 kN/m fissuração nos apoios.
Deve-se lembrar que no método não-fissurado não há variação de momento de inér Solução:
cia ao longo do comprimento da viga. Assim, considerando-se o carregamento igual (a) Cálculo da resistência ao momento fletor negativo
em todos os vãos, a distribuição elástica dos momentos é dada na Figura 4.22. Com
a carga de cálculo de 62,75 kN/m, o momento negativo sobre os apoios é v = 6,31 cm
M = 30747 kNcm , o momento positivo nos vãos externos é Md] = 24598 kNcm e
no vão interno é Aí., = 7687 kNcm.
az $Mn=T(d-yt-yc) + T(a+d-yc)
Mnd = 30747 kNcm Mnd = 30747 kNcm
(5,36+0,95)
5,36x0,8x
0,95
±=1,11 cm
(18x0,95 + 5,36x0,8)
Mdl = 24598 kNcm Md2 = 7687 kNcm Mdl = 24598 kNcm
(22,74 + 0,95)
22,74x0,8x
Figura 4.22. Distribuição elástica dos momentos 0,95
± = 6,58 cm
(18x0,95 + 22,74x0,8)
Fazendo-se a redistribuição de 30% (Figura 4.23):
Mnâ = (1 - 0,3)x30747 = 21523 kNcm 0 85
T=~—AJys =0,944x7,36x50 = 348 kN
M, = 7687 + 0,3x30747 = 16911 kNcm
M 2 = 28426 kNcm - fazendo-se o equilíbrio entre a carga de cálculo e o momento
T'=^(Afy -T)=~(56,68x25-348)=535 kN
negativo reduzido.
(j)Mn = 0,9x[535x(30 - 1,11 - 6,58) + 348x(ll,0 + 30- 6,58)] = 21523 kNm
Mnd = 21523 kNcm Mnd = 21523 kNcm
<j)Mn = 21523 kNcm = Md = 21523 kNcm - a seção é adequada ao momento negativo
Vl V2 VI
(b) Cálculo da resistência ao momento positivo
Ik
Mpl = 28426 kNcm MP2 = 16911 kNcm Mpl = 28426 kNcm - Tramo externo
, 0,8L 0,8x700
Figura 4.23. Redistribuição dos momentos b =—— = . =140 cm
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 142 CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 143
(j)Mn = 0,9x35504 - 31954 kNcm > Md = 28426 kNcm - a seção atende ao momento Considere-se, a título de ilustração, que não exista sobrecarga no vão central (hipóte
H positivo se a favor da segurança). Pela análise global elástica com 30% de redistribuição, o
momento negativo sobre o apoio passa a ser de 13163 kNcm e o momento no centro
- Tramo interno do vão interno passa de positivo para negativo com valor de 4588 kNcm.
0,7L 0,7x700
b =_^ = = 122,5 cm C = 8,7 - por interpolação da Tabela 4.4a com y = -^rz^r ~ ^>54
4 4 8575
-,0,25
(})Mn = 0,9x33685 = 30317 kNcm > Md= 16911 kNcm - a seção atende ao momen 0,8x29,05 25 29,05\(0,95
l,=5,0 1+ = 0,56
to positivo 4x18x0,95 20500x8,7 0,8 18
u (c) Verificação à flambagem por distorção - método simplificado do Eurocode 4
adaptado à NBR 8800 \ = 0,56 > 0,4
- Tramo externo p = 0,808 (extraído da Tabela 4 - curva c da NBR 8800)
-,0,25
( f - \ 2/. vi <pMn = 0,808x21523 = 17390 kNcm > Mnd = 13163 kNcm - OK
, +.'A fy
K = 5,0
4bftf EC4
íi \ J v'"/ v f , (d) Cálculo dos conectores
- Região de momento negativo
h = 30-0,95 = 29,05 cm
It
V=Af = 7,36x50 = 368 kN
21523
C, = 38 - por interpolação da Tabela 4.4a com w = =0,56
F F Y 38434 qn = 71 kN
368 í-, ... *
n — —— — j,Z- utilizar o conectores
~\0,25
0,8x29,05 25 ^2r29,05 \3(0,95^
h = 5,0\ 1+ = 0,27 -,C
4x18x0,95 20500x38 0.8 18 — Região de momento positivo
:'r
k[( - 0,27 < 0,4 - nao ocorre flambagem lateral com distorção. / h
. Tramo externo , '*" iC^0"
- Tramo interno
Vhéo menor entre (56,68x25 e 0,85x2,0x140x7,0)
Vh = 1417 kN
H 21523
C, = 20 - por interpolação da Tabela 4.4a com \lf = -—— = 0,56
' 38434 1417 inn
n = — -19,9 - utilizar 20 conectores
n0,25 71
0,8x29,05 ( 25 V ( 29,05 Í( 0,95^
4=5,0 1+ = 0,37
4x18x0,95 {20500x20 )I0,8 I[~^" . Tramo interno
Vh é o menor entre (56,68x25 e 0,85x2,0x122,5x7,0)
X = 0,37 < 0,4 - não ocorre flambagem lateral com distorção. V=
h
1417kN
CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 144 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 145
1417
A = 56,68 + 7,36 = 64,04 cm2
= 19,9- utilizar 20 conectores
71
AI 64,04x13100
a = = 1,70
AJa 56,68x8697,14
Observação:
Nas regiões de momento positivo, fazendo-se uma comparação entre os momentos
resistentes e os de cálculo, percebe-se que se pode reduzir o número de conectores, ,,„ 0,4x0,25x612,5
<7S -13,72 + =18,62 kN/cm2 = 186,2 MPa
fazendo-se interação parcial. Os cálculos dos momentos resistentes em interação par 1,7x7,36
cial são deixados como exercícios propostos ao leitor.
500
(e) Verificação ao estado limite de fissuração excessiva °ss < fs<* =~T7^
1,15 =435 MP<* - ok
p
• min
= 0,72% A smin
= 4,42 cm2 Da Tabela 4.8 para abertura de fissuras wt = 0,3 mm, o espaçamento das barras não
deve ser superior a 200 mm. Considerando espaçamento uniforme:
A (/ = 7,36 cm2 > A^.n - é necessário fazer a verificação baseada nos esforços e = 875/6 = 145,8 mm < 200 mm - OK - utilizar 6 barras de 12,5 com espaçamento
solicitantes. de 750 mm.
- Combinação quase-permanente de ações - considerando y/ = 0,6 (a favor da se 4.8. Bibliografia
gurança) - aplicadas apenas na seção mista
AISC-LRFD 1993. "Load and Resistance Factor Design Specification for Structural
qs = 3,75 + 0,6x25 = 18,75 kN/m Steel Buildings". 4rd. Edition. American Institute of Steel Construction. Inc Chica
go, IL.
- Análise global elástica com redistribuição de 15% (seção Classe 2)
M = 7810 kNcm AISC-LRFD 1999. "Load and Resistance Factor Design Specification for Steel
Buildings, Manual of Steel Construction - Load and Resistance Factor Design". 3rd.
M.,cv Edition. American Institute of Steel Construction. Inc. Chicago, IL.
CT =•
Bode, Helmut. 1998. " Euro-Verbundbau, Konstruktion und Berechmung" , Werner
I = 13100 cm' Verlag, Düsselforf.
y = 23,01 cm
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Systems". Canadian Institute of Steel Construction. Canada.
7810x23,1
CISC: 1994. Canadian Institute of Steel Construction. "Handbook of Steel
Construction". 7th. Edition.
0AfctmAc
O* =<T + Eurocode 3. ENV 1993-1-1:1993. "Design of Composite Steel Structures - Part 1-1:
a A,
General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European Committee for
Standardization.
fck
f = maior entre (—-—
Jc,m 10 e 2,5 N/mm2) = 2,5 N/mm2 = 0,25 kN/cm2
I Eurocode 4. DRAFT EN 1994-1-1:2001. "Design of Composite Steel and Concrete
I
Structures - Partl-1: General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European
A = 87,5x7,0 = 612,5 cm2 Committee for Standardization. April. 2000.
CAPÍTULO 4 - VIGAS MISTAS 146 CAPITULO 4 - VIGAS MISTAS 147
Eurocode 4. ENV 1994-1-1:1992. "Design of Composite Steel and Concrete SCI-143. 1995. Lawson, R. M.; Gibbons, C. "Moment Connections in Composite
» Structures - Partl-1: General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European Construction: ínterim Guidance for End-Plate Connections". The Steel Construction
>l Committee for Standardization. Institute. Ascot.
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M Galambos, T. V. 1998. "Guide to Stability Design Criteria for Metal Structures". 5a. Viest , I.M.; Colaco, J. R; Furlong, W. F; Griffis, L. G.; Leon, R. T.; Wyllie, L.A.
M Edição. John Willey & Sons, Inc. 1997. "Composite Construction Design for Buildings". New York. ASCE.
Johnson, R. P. 1994. "Composite Structures of Steel and Concrete - Volume 1:
M"! Beams, Slabs, Columns and Frames for Buildings". Blackwell Scientific Publications,
M í 2nd. Edition.
M tf Johnson, R. P.; Anderson. D. 1993. "Designer's Handbook to Eurocode 4 - Part 1.1:
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Murray, T. M.; Allen, D. E., Ungar, E. E. 1997. AISC- American Institute of Steel
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M to Human Activities".
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SCI-142. 1989. Wyall, T. A. 1989. "Design Guide on the Vibration of Floors". The
Steel Construction Institute. Ascot.
1
í .
CAPITULO 5
LAJES MISTAS
5.1. Introdução
Lajes mistas são aquelas em que a fôrma de aço é incorporada ao sistema de susten
tação das cargas, funcionando, antes da cura do concreto, como suporte das ações
ii
permanentes e sobrecargas de construção e, depois da cura, como parte ou toda a ar
madura de tração da laje. São também chamadas de lajes com fôrma de aço incorpo
rada, cujo dimensionamento é tratado pela NBR 14323 (1999) "Dimensionamento de
Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio'", no Anexo C. Este anexo é
composto basicamente de duas partes: a primeira trata do dimensionamento das lajes
mistas em temperatura ambiente e a segunda do dimensionamento em situação de
incêndio, ou seja, em temperatura elevada. Aplica-se às situações onde as cargas atu
antes são consideradas predominantemente estáticas, incluindo edifícios industriais
cujos pisos podem ser submetidos a cargas móveis. Segundo este anexo, aplica-se
ainda às situações em que as cargas atuam repetitiva ou abruptamente, produzindo
li efeitos dinâmicos, desde que se assegure que o comportamento misto aço-concreto
não fique comprometido durante a vida útil da edificação.
It
Em lajes mistas, ainda segundo a NBR 14323 (1999), denomina-se comportamento
misto aço-concreto aquele que passa a ocorrer após a fôrma de aço e o concreto te
rem sido combinados para formar um único elemento estrutural. A fôrma de aço deve
M ser capaz de transmitir o cisalhamento longitudinal na interface aço-concreto por meio
de (Figura 5.1):
- ligação mecânica por mossas nas fôrmas de aço trapezoidais;
- ligação por atrito devido ao confinamento do concreto nas fôrmas de aço com can
tos reentrantes.
Conforme já tratado anteriormente no Capítulo 3, não é permitido que a aderência
química natural entre o aço e o concreto seja considerada na transmissão do
cisalhamento longitudinal. Outros meios para garantir o comportamento misto, além
dos descritos acima, podem ser usados, desde que devidamente assegurados por en
saios ou por uma combinação adequada de análise e ensaios. Dentre estes meios,
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 150 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 151
pode-se citar a utilização de conectores de cisalhamento tipo pino com cabeça, com As principais desvantagens são:
partilhados com a viga mista suporte da laje. - necessidade de utilização de forros suspensos, por razões estéticas;
- maior quantidade de vigas secundárias, caso não se utilize o sistema escorado e/ou
fôrmas de grande altura, devido à limitação dos vãos antes da cura do concreto.
Ocálculo de lajes mistas envolve a análise do sistema tanto na fase de construção,
que neste caso significa a verificação da fôrma trabalhando isoladamente para sus
1 . i i" 1" *• « tentar o peso do concreto fresco e a sobrecarga de construção, quanto na fase final
ou mista, após a resistência do concreto ter atingido 0,75fck , quando então diversos
estados limites devem ser verificados, destacando-se ocisalhamento longitudinal. Vale
dizer que, dentre os possíveis modos de colapso do sistema de lajes mistas, o estado
mossas limite de ruína por cisalhamento longitudinal é o que ocorre com mais freqüência,
para não dizer na quase totalidade dos casos. Apresença de nervuras faz com que as
a) Fôrma trapezoidal lajes mistas sejam consideradas um sistema que efetivamente trabalha em apenas uma
direção, tanto na fase de construção quanto na fase mista.
A fôrma de aço é de espessura bastante delgada, por razões de ordem econômica,
usualmente entre 0,75 mm e 1,20 mm, revestida com uma camada de zinco, em um
processo contínuo denominado galvanização a quente. Neste processo deposita-se
uma camada de zinco da ordem de 260 g/m2, correspondendo a aproximadamente 0,04
c/J mm a 0,05 mm de espessura, considerando ambas as faces da chapa. Como esta es
pessura de zinco é considerada pelo mercado na espessura nominal das chapas, resul
taque uma espessura nominal de 0,80 mm de aço zincado, por exemplo, significa um
núcleo de aço de 0,75 mm e um revestimento total, de ambos os lados da chapa, de
0,05 mm de zinco. Devido a estes valores reduzidos de espessura, os índices de'es
b) Fôrma reentrantc beltez dos elementos componentes da seção transversal, medidos pelas relações entre
as larguras dos trechos planos e a espessura da chapa, são muito elevados, fazendo
Figura 5.1. Lajes com fôrma de aço incorporada com que as tensões que provocam a flambagem local sejam inferiores à tensão de
escoamento do aço. A seção está então sujeita a sofrer flambagem local no regime
As lajes com fôrma de aço incorporada, juntamente com as vigas mistas, constitu elástico, caracterizando-se, na fase de construção, como de Classe 4 ou esbelta. O
em o sistema de piso mais utilizado nos países mais desenvolvidos e vêm ganhan cálculo de seções Classe 4 é bastante complexo, envolvendo usualmente o método
do popularidade crescente cm nosso país. Dentre as vantagens do sistema com la iterativo, de aproximações sucessivas. ANBR 14323 permite que estas seções sejam
jes mistas, destacam-se as seguintes (Catálogo da MetForm): calculadas por Norma Brasileira específica (em aprovação, 2000) ou por normas ou
- dispensa de escoramento; especificações estrangeiras. Dentre estas são citadas as especificações do AISI
- redução de desperdício de material; (American Iron and Steel Institute, 1991) e do Eurocode 3 (Parte 1.3, 1996).
- facilidade de instalação e maior rapidez construtiva;
- facilidade de passagem de dutos e de fixação de forros; 5.2. Verificação da Fôrma de Aço antes da Cura do Concreto
- redução ou mesmo eliminação da armadura de tração na região de momentos
positivos; De acordo com a NBR 14323 (1999), deve ser utilizada análise global elástica na de
- maior segurança do trabalho, por funcionar como plataforma de serviço e de pro terminação dos esforços solicitantes não só para os estados limites de utilização, mas
teção aos operários que trabalham nos andares inferiores; também para os estados limites últimos. Tanto a Norma Brasileira quanto o Eurocode
- praticidade de execução, uma vez que a fôrma fica incorporada ao sistema, não 4 permitem, no cálculo de fôrmas contínuas, a consideração de rigidez uniforme ao
havendo a etapa de desforma. longo do comprimento, mesmo quando ocorrer flambagem local em partes compri-
"flll
CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 152 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS
153
midas da seção. Quando isto ocorre, partes da seção deixam de ser efetivas, reduzin de cargas concentradas ou lineares de grande valor, as lajes poderão ser calculadas
do o momento de inércia do perfil naqueles locais. A consideração de rigidez unifor como contínuas e as armaduras sobre os apoios neste caso terão a função de resistir."
me é uma hipótese simplificadora a favor da segurança, por aumentar o valor do ao momento negativo. A análise global poderá ser elástica ou plástica, conforme a
momento sobre os apoios, usualmente o ponto crítico do sistema. Não sendo adotada NBR 6118. Também no cálculo em temperaturas elevadas, as lajes mistas são assu
esta simplificação, o cálculo deve ser feito por aproximações sucessivas, consideran midas trabalhando de maneira contínua, sendo objeto de estudo no Capítulo 10.
do, para cada incremento de carga, os valores de rigidez das seções efetivas. Este
processo, apesar de bastante trabalhoso, leva a uma redistribuição dos momentos so Tabela 5.1. Tabela de cargas e vãos máximos
bre os apoios da ordem de 5% a 15% (Johnson-Andcrson). (Steel Deck, Catálogo da MetForm, 2000)
A presença das mossas na seção transversal pode reduzir a resistência à flexão da
fôrma, devendo ser devidamente considerada no cálculo. A geometria e a disposição Momento de Vãos da laje mista (mm)
Espessura
Altura total Peso próprio inércia laje
das mossas podem ser tais que não permitam o desenvolvimento pleno das tensões da laje (mm)
Steel Deck 2S00 3500...
(mm)
(kN/m2) mista
longitudinais máximas nos elementos, devendo parte da seção ser desconsiderada no (10* mmVm) Carga sobreposta máxima
cálculo, a menos que possa ser comprovado em ensaios que isto não seja necessário. (kN/m2)
0,80 2,27 10,66 6,79 2,37
Laje de
130 0,95 2,28 11,34
O cálculo da fôrma de aço sob os estados limites últimos não envolve considerações forro 8,36 3,26
1,25 2,32 12,74
de seções mistas e não será objeto de maiores comentários. Envolve basicamente o 11,50 5,03
dimensionamento de seções de aço formadas a frio e deve obedecer às prescrições da 0,80 2,50 13,17 7,54 2,63
Norma Brasileira específica (em aprovação) ou normas estrangeiras (ver item 5.1). É 140 0,95 2,52 13,99 9,28 3,62
necessário ressaltar que apenas a espessura do núcleo de aço deve ser considerada 1,25 2,55 15,68 12,76 " 5,59
nos cálculos, tanto antes da cura quanto depois da cura do concreto. Recomenda-se 0,80 2,74 16,06 8,28 2,90
também consultar Yu (2000), Rhodes (1991) e Manual Técnico da MetForm (2000). 150 0,95 2,75 17,04 10,20 3,98
1,25 2,79 19,05 14,02 6,15
Nesta fase, o único estado limite de utilização que deve ser verificado, de acordo com 0,80 2,97 19,35 9,03 3,17
a NBR 14323 (1999), é o deslocamento máximo da fôrma sob seu peso próprio e o 160 0,95 2,99 20,51 11,11 4,35
peso do concreto fresco (não inclui a sobrecarga de construção). Recomenda-se que
1,25 3,02 22,90 15,28 6,71
não exceda L/180 ou 20 mm, o que for menor, onde L é o vão teórico da fôrma na
0,80 3,21 23,07 9,77 3,43
direção das nervuras. Laje de
170 0,95 3,23 24,44 12,03 4,71
piso
Usualmente, os fabricantes fornecem, sob a forma de Tabelas, a capacidade de carga 1,25 3,26 27,24 16,54 7,27
da fôrma para um dado vão ou, o que é mais comum, o vão máximo admissível da 0,80 3,44 27,25 10,52 3,70
fôrma para um dado carregamento (Tabela 5.1). 180 0,95 3,46 28,84 12,94 5,07
1,25 3,50 32,10 17,80 7,83
5.3. Verificação da Laje após a Cura do Concreto 0,80 3,68 31,92 11,26 3,96
190 0,95 3,70 33,75 13,86 5,44
A área da seção transversal da fôrma, necessária para sustentar as cargas na fase de 1,25 3,73 37,52 19,06 8,39
construção, de acordo com Johnson (1994), é freqüentemente mais do que suficiente
0,80 3,91 37,10 12,00
para suprir a necessidade de armadura inferior da laje mista. Por isto, é usual proje 4,23
200 0,95 3,93 39,19
tar-se as lajes como simplesmente apoiadas. Embora as lajes sejam consideradas sim 14,78 5,80
1,25
plesmente apoiadas, o concreto é obviamente contínuo, necessitando dacolocação de 3,97 43,51 20,00 8,94
armaduras negativas adicionais sobre os apoios. Estas armaduras têm por objetivo
controlar a fissuração do concreto nestas regiões e serão objeto de análise na seção Observação: demais informações no Catálogo da MetForm.
5.3.2. Quando as cargas ou os vãos forem extraordinariamente altos ou na ocorrência
CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 154 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS
155
t. 5.3.1. Estados limites últimos
A resistência de lajes mistas deve ser suficiente para que possam suportar as cargas
de cálculo aplicadas, assegurando-se que nenhum estado limite último seja atingido.
Os estados limites que devem ser verificados são baseados nos seguintes modos de n perímetro critico
colapso, ilustrados na Figura 5.2 (NBR 14323, 1999): área Carregada
li
.A
Vão de
Cisalhamento
Figura 5.2. Seções críticas Corte A-A
Figura 5.3. Perímetro crítico para punção
- Seção critica 1- flexão: resistência ao momento fletor. Este estado limite pressu
põe interação completa entre a fôrma e o concreto e pode ser crítico se o vão de Na determinação da área efetiva de aço da fôrma, a ser considerada como parte inte
cisalhamento (ver definição adiante) for suficientemente grande. grante da armadura, deve-se desprezar a largura correspondente às mossas, a menos
- Seção crítica 11 - cisalhamento longitudinal. Acarga máxima na laje é determina que possa ser comprovado, por meio de ensaios, que uma área maior seja efetiva para
da pela resistência ao cisalhamento longitudinal, não sendo possível atingir-se a resistir às forças longitudinais de tração.
resistência última ao momento fletor. Caracteriza-se como ação mista de interação
parcial, sendo usualmente o estado limite crítico de lajes mistas. Atítulo de simplificação econsistência com ocálculo de vigas mistas, pode-se assu
- Seção crítica III - cisalhamento vertical. Este estado limite pode ser crítico somente mir um bloco uniforme de compressão, ao invés do tradicional parábola-retângulo
em casos especiais, por exemplo, em lajes espessas de vão curto, sujeitas a cargas adotado pela NBR 6118. Assim sendo, a resistência de cálculo ao momento positivo
elevadas. pode ser calculada pelas seguintes expressões, para linha neutra acima e abaixo da
- Função - ver Figura 5.3 adiante. Este estado limite pode ser crítico se operímetro da face superior da fôrma, respectivamente (ver Figuras 5.4 e 5.5):
área carregada e aespessura da laje forem pequenos e se a carga for muito elevada.
5.3.1.1. Resistência ao momento fletor 0,85 fd
BJMtiüiin _N=f
a
d -
De acordo com a NBR 14323, a resistência de cálculo ao momento fletor deverá ser 1
+
y 4Mn
calculada conforme as prescrições da NBR 6118. Para tal, algumas considerações e --I
Npa
ajustes precisam ser feitos. Inicialmente, deve-se lembrar que afôrma de aço é parte i
fyp/1,15
integrante da armadura de tração para resistir ao momento positivo, devendo-se con
siderar a armadura adicional, se houver. Na região de momentos negativos, a contri
buição da fôrma à parcela de compressão na flexão poderá ser levada em conta so Figura 5.4. Distribuição de tensões para momento positivo - linha neutra
mente se for contínua sobre os apoios, ou se estiver devidamente ancorada na mesa acima da fôrma metálica
superior da viga por meio de conectores tipo pino com cabeça (ver item 4.3 do Capítulo
anterior). Énecessário também observar outras considerações, como descrito a seguir.
t: j CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 156 CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 157
0,85fcd 0,85fcd
Ncf
Ncf=hcb(0,85fcd) (5-7)
a.J =Vm„
fcd ='
fck
fyp/1,15 X 1,4 (5-8)
fyp/l,I5
CG. da f5rma mctálica
LNP da forma metálica
K = altura da laje sobre a fôrma de aço;
Figura 5.5. Distribuição de tensões para momento positivo - linha neutra K = altura total da laje, incluindo a fôrma e o concreto;
na fôrma metálica
e = distância do centro de gravidade da área efetiva da fôrma à sua face inferior;
e„ = distância da linha neutra plástica da seção efetiva da fôrma à sua face inferior
$Mn=Npa(dp-0,5a) (5.1) Nos cálculos acima, na determinação das propriedades da seção efetiva da fôrma, a
presença favorável do concreto, dificultando a flambagem local, pode ser levada em
<pMn=Ncfy + Mpr (5.2) conta, conforme prescreve o Eurocode 4, alterando-se os limites de classificação da
seção. Segundo esta especificação, nos elementos comprimidos, pode-se utilizar uma
onde:
largura efetiva não superior a duas vezes os valores dados para alma de Classe 1.
fyyp
Usando-se este critério, a largura efetiva não deve ser superior a:
NPa=A, (5.3)
1,15
792e
t (13a-l) quando a > 0,5
d = distância da face superior da laje ao centro de gravidade da área efetiva da fôr-
si
ma;
a - espessura do bloco de compressão do concreto, dada por: d ^72e
quando a < 0,5.
t a
a=-^—
0,85fcdb
(5.4)
onde:
a = relação entre a parte comprimida e a largura total do elemento;
A tf = área efetiva da fôrma (correspondente a 1000 mm de largura) e a tensão
p yp de escoamento do aço da fôrma, respectivamente; £ =^235/fy (femMPa)
y
h - largura considerada da laje, tomada como 1000 mm.
Na região de momento negativo, deve-se levar em conta a forma das nervuras na
N
y = h,-0,5hc-e +(e -e) cf
(5-5)
determinação da área comprimida do concreto e sua distância ao eixo da armadura.
N pa Por simplicidade, pode-se considerar a nervura com forma retangular equivalente,
onde uma dimensão é dada pela altura da nervura e a outra determinada de forma tal
M = resistência plástica ao momento fletor da fôrma de aço, reduzida pela presen- que ambas as áreas de concreto dentro das nervuras tenham o mesmo valor. Com
pr ça da força normal, dada por: esta consideração, pode-se calcular a resistência ao momento negativo pela seguinte
expressão:
N
cf $Mn=Npsy
Mpr=l,25Mpa 1— <M pa (5-6) (5.9)
N pa
onde:
M = resistência plástica ao momento fletor da fôrma, considerando a seção efetiva
pa (usualmente fornecida pelo fabricante) multiplicada pelo coeficiente de resis
tência <p =0,9;
N -Asfys (5.10)
ps 1,15
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 158 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS
159
y = /ir-c-0,5íí (5.11)
a = espessura da parte comprimida do concreto dentro das nervuras, dada por:
(5.12)
\0,85fcdb)tí
os demais termos são definidos na Figura 5.6.
A*.
et r
ht
Seção A-A
Figura 5.7. Momento resistente aproximado
Figura 5.6. Geometria simplificada da fôrma
íntroduzindo-sc as constantes empíricas me k, obtidas por meio de ensaios, vem:
O cálculo dado pelas expressões acima é válido para linha neutra plástica na fôrma
de aço. Teoricamente, a linha neutra poderia estar localizada acima da fôrma, mas VL,=bdpm +kbdpLs (5.14)
na prática, a quantidade de armadura não é suficiente para tanto e por isto esta situ
ação não será aqui considerada. Dividindo-se ambos os lados da equação por L, introduzindo o coeficiente de resis-
tência e arranjando-se, tem-se finalmente:
5.3.1.2. Resistência ao cisalhamento longitudinal
m
4>v = $slbd. + k
O desenvolvimento de métodos de cálculo da resistência ao cisalhamento longitudi i_v s J
(5.15)
nal de lajes mistas data da década de 60. O mais utilizado, desenvolvido por Schuster
(1970) e denominado internacionalmente de "método m-k", é um método semi- Esta equação é dada pela NBR 14323 para o cálculo da resistência ao cisalhamento
empírico com os fundamentos dados a seguir. longitudinal, dada em newton, relativa a 1000 mm de largura. Deve-se então consi
derar bigual a 1000 mm, tomar as demais unidades de comprimento em milímetro e
Considere-se a situação de uma laje simplesmente apoiada carregada com duas car as constantes mc kem N/mm e N/mm2, respectivamente. Segundo a Norma Brasilei
gas concentradas de mesmo valor a uma distância Ls do apoio, como mostra a Figura ra, o coeficiente de resistência <pd deve ser tomado igual ao valor estabelecido na
5.7. O momento fletor máximo é dado por M=VLs. É evidente na figura que o mo norma ou especificação usada nos ensaios para obtenção das constantes me k, não
mento resistente é M=Ty e que a força de tração T é limitada pela resistência ao devendo, entretanto, serem utilizados valores superiores a 0,80.
cisalhamento longitudinal, na superfície formada pelo semi-perímetro superior da
seção transversal da fôrma e o vão de cisalhamento Ls, e pelo atrito nos apoios. Pode- No Eurocode 4, esta equação foi ligeiramente modificada, introduzindo os parâmetros
se assumir, sem introduzir erro significativo, que o braço de alavanca seja substituí Ap e bjunto à constante m, para torná-la de mesma dimensão que a constante k. Des
do por d , sendo d a distância entre a face superior da laje e o centro de gravidade ta forma, a equação modifica-se para:
da fôrma e que a superfície seja aproximada por bLr onde atua uma tensão média de
cisalhamento longitudinal. Com estas considerações, pode-se dizer que o momento mAl
+ k
resistente é proporcional a d e à área bLs, somados a uma parcela relacionada ao bL,
atrito nos apoios. Tem-se então que: ^,/«=K>- (5.16)
1,25
M=VLX « (FílSr!tn + bLJd, (5.13)
h!.M
m\ CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 160 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 161
IMI:
Os ensaios são normalmente baseados no aparato mostrado na Figura 5.8, onde as
Nij cargas concentradas são aplicadas por um macaco hidráulico e as deformações e os
íl:ÍjÍ
deslocamentos são registrados para cada incremento de carga até que se atinja o co
lapso do sistema. As dimensões dos protótipos são escolhidas de maneira que o co
li;k! lapso aconteça sempre por cisalhamento longitudinal, caracterizado pelo aparecimen
to de uma fissura maior sob as linhas de carga e um deslizamento relativo entre a
fôrma e o concreto de grande proporção, visível a olho nu, conforme mostra a Figu
n-\-
ra 5.9. O comportamento da laje durante o ensaio pode ser ilustrado pelas Figuras
5.10 e 5.11, relativas aos gráficos carga-flecha e carga-deslizamento, respectivamente.
•«r
rr
»('•
M' /^>
u u
I í
(a)
Mí:
L
>>:•
!!••: (a)
» s '
í-
li '
)i
I
(b)
(b) Figura 5.9. Deslizamento longitudinal relativo entre a fôrma e o concreto,
Figura 5.9. Ensaio de laje mista - esquema de aplicação de cargas (Melo, 1999) na extremidade (Melo, 1999)
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS
hf 162 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 163
ini
res de 1/Ls e no eixo das ordenadas os valores de VJ(bd). As constantes me k são
então obtidas com o auxílio de regressão linear, onde m é a inclinação da reta etéa
ittf. interseção da reta com o eixo das ordenadas. A Figura 5.12, juntamente com a Tabe
lill:
la 5.2, utilizados na determinação das constantes do Steel Deck MF-75 de espessura
—m-
- Prot. 7 0,80 mm da MetForm S.A. (Melo, 1999 e Lavall et ai - Relatório de Ensaio, 1999),
||i* ilustram o procedimento descrito. Este procedimento, de acordo como CSSBI (1988)
M - Canadian Sheet Steel Building Institute, exige que os desvios entre os valores cal
!;lf
culados com o auxilio das constantes e os valores experimentais não podem ser supe
- S. Fiss.
riores a 15%. Caso esta condição não seja cumprida, os valores áe m e. k devem ser
reduzidos em 5%. Ainda de acordo com estaespecificação, o coeficiente de resistên
cia deve ser tomado igual a 0,70. Uma outra verificação deve ser feita antes de se
•L/360 adotar estes valores para determinar a resistência de cálculo. No intuito de se evitar
um aumento expressivo das deformações verticais devido ao escorregamento sob car
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 gas de serviço, os valores de me knão devem ser superiores àqueles para os quais a
capacidade de carga em serviço corresponda à carga de escorregamento inicial (con
Flecha no meio do vão (mm) siderado como 0,5 mm) dos protótipos ensaiados, dividida por 1,20. As outras nor
Figura 5.10. Gráfico carga -flecha no meio do vão (Melo, 1999) mas adotam procedimentos semelhantes ao do CSSBI, com modificações adequadas
para compatibilizá-los com as prescrições específicas de cada norma.
90 - Observar que a NBR 14323 utiliza a expressão (5.15), mas recomenda procedimento
de ensaio para determinação dos coeficientes m, k conforme Eurocode 4 ou outras
80 -
especificações estrangeiras; deve ficar claro que a análise dos resultados, bem como
70 - a definição e a determinação dos parâmetros (inclusive m, k) devem ser adaptadas.
_
60 - 600 T
+ 15%
s
^
50 i
ra 500
t = 0.80 mm
È? 40
m m = 152,14
O k = 0,001697
30 1 400 --
-15%
20 \>r Protótipo 7 300-
10 I i Protótipo 1
0 1
„ 1 > 200
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 100
Deslizamento relativo de extremidade (mm)
0 4 1 1 1 1 1_ h__ |
Figura 5.11. Gráfico carga - deslizamento relativo de extremidade (Melo, 1999) 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50
X = (1/L')*103
Uma vez obtidas as cargas máximas alcançadas pelos protótipos, deve-se somá-las
ao peso próprio da laje e do aparato de carga, normalizando-as para uma dimensão
de 1000 mm, para se determinar a capacidade de carga do sistema naquelas condi Figura 5.12. Resistência última nominal ao cisalhamento longitudinal para os
ções (VJ. Os dados são então agrupados, lançando-se no eixo das abscissas os valo- protótipos com t = 0,80 mm (Melo, 1999)
CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 164 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 165
II il
Irij Tabela 5.2. Resultados finais da análise de regressão linear dos protótipos no colapso te. Estas restrições, tanto a da NBR 14323 quanto a mais liberal do Eurocode 4, de
im| (Melo, 1999) acordo com Campos et ai (2001) e Campos (2001), é bastante a favor da segurança.
Segundo estas referências, a carga última encontrada nos ensaios de protótipos com
Y Resultado da %
Protótipo
X
vu/vHl esta condição foi cerca de 770% maior que a carga em protótipos simplesmente apoi
(x IO"3) (xl0°) Regressão (kN/m) de desvio.
ados e aproximadamente 140% superior à carga determinada com a redução do vão
2,22 329 32,4 1,032 -3,233
irfj 1 de cálculo para 90% do vão real. Embora estes resultados mostrem que os valores da
2 1,67 259 26,9 0,986 1,407 resistência de cálculo dos tramos externos de lajes mistas contínuas podem ser au
IMÍ 0,988 1,198 mentados, as referências não propõem métodos alternativos de cálculo, devido ao
3 3,33 515 m= 152,14 58,8
\t\: pouco número de ensaios realizados. Além disso, os ensaios foram realizados ape
4 3,33 510 /:= 0,001697 68,4 0,997 0,260
nas com carregamento simétrico.
tií- 1,103 -10,345
5 1,11 155 24,7
Iti fissuras.
6 0,67 119 15,9 0,869 13,059
deslizamento
Mi' 7 2,22 541 45,9 0,882 11,766
Hh 8 1,67 420 39,6 0,875 12,539
M 9 3,33 682 m = 208,63 83,2 1,023 -2,282 q.L = 2V
7,990
m m n íttt
10 3,33 759 £ = 0,039194 97,9 0,920
1,11 38,6 1,112 -11,226
ii i; il 231
12 0,67 174 27,3 0,972 2,835 área 1
\m
\r\r
Com o auxílio da equação (5.15), pode-se determinar, para qualquer situação, a resis
MM tência ao cisalhamento longitudinal de lajes mistas, uma vez disponíveis as constan Ls Ls
\tk\ tesm e k. As tabelas de carga fornecidas pelos fabricantes das fôrmas são obtidas por L
este processo, onde os valores referem-se usualmente às cargas líquidas nominais, isto
IM é, já deduzido o peso próprio da laje e aplicados os coeficientes de resistência e das Figura 5.13. Vão de cisalhamento para um carregamento genérico
IM ações nos cálculos da tabela. O vão de cisalhamento L é tomado como a distância
1M-
entre o ponto de aplicação de carga c o apoio mais próximo, no caso de duas cargas O Eurocode 4 fornece um outro método de cálculo da resistência ao cisalhamento
concentradas simétricas. Para carregamento uniformemente distribuído, o vão Lj é longitudinal para os sistemas com comportamento dúctil. É o chamado método da
ÍM tomado como L/4, sendo L o vão teórico da laje. Para outras situações de carrega interação parcial, semelhante ao método mais exato de cálculo de vigas mistas com
Mi mento, L pode ser aproximado como sendo a distância entre uma carga equivalente interação parcial. A única diferença reside no modo de cálculo da transmissão do
de valor igual à máxima força cortante e o apoio mais próximo. Esta distância é cal cisalhamento na interface aço-concreto onde, no caso de vigas mistas, existem méto
IMr culada igualando-se as áreas sob os diagramas de força cortante do carregamento real dos analíticos para a determinação da resistência dos conectores tipo pino com cabe
IH-i e do carregamento equivalente (ver Figura 5.13). No Eurocode 4 (DRAFT 2000), um ça, enquanto, no caso de lajes mistas, a determinação da capacidade das mossas e do
»M método mais simples é apresentado: o vão de cisalhamento é calculado dividindo-se sistema como um todo de transmitir cisalhamento é totalmente baseada em ensaios,
o máximo momento pela maior reação de apoio. não existindo até o presente momento nenhum método normalizado. O comportamen
to dúctil de uma laje mista é caracterizado no Eurocode 4 quando a carga final
IM Quando a laje for calculada como contínua, permite-se, para os tramos internos, o alcançada pelo sistema superaem pelo menos 10% o valor da carga no momento em
}.|; uso de um vão simples equivalente, igual à distância entre os pontos de inflexão, na que o escorregamento entre o aço e o concreto atingir 0,5 mm. Caso contrário, o sis
determinação do vão de cisalhamento. Para tramos externos, deve-se utilizar o vão tema é caracterizado como frágil, sendo o método m-k a única alternativa oferecida
real. Estas recomendações são dadas na NBR 14323 (1999) e no Eurocode 4 (1992). por esta especificação. Mesmo assim, o sistema é penalizado, devendo os valores
Contudo, o Eurocode 4 (DRAFT 2000) permite a consideração de um vão equiva máximos de capacidade alcançados nos ensaios, na determinação das constantes
••4i lente igual a 90% e 80% do vão real, para tramos externos e internos respectivamen empíricas, serem reduzidos em 20%.
Mi
hl
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 166 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 167
M
M A determinação da capacidade de carga no método de interação parcial consiste em
M se calcular um momento resistente dado pela equação (5.17), semelhante à equação
(5.2), trocando-sc N por /V e mudando-se a expressão de y:
U1
in; $Mn=Ncy + Mpr (5.17)
Irtl y=h,-0,5a-e +(e -e)
N,
(5.18)
llii. N pa
!Mí; onde:
ilíi
Nc=rlíMbLx + ^R<Nc. (5.19)
•tf:
M„
III = tensão resistente de cálculo ao cisalhamento longitudinal;
Mi = distância do ponto em que será determinada a resistência ao apoio mais pró Ne
T} =
ximo; Ne
lií
= coeficiente de atrito, a ser tomado igual a 0,5;
Mi' = reação de apoio. Figura 5.14. Determinação do grau de interação parcial ao cisalhamento
Mf por meio de ensaios
O procedimento de cálculo segue os mesmos passos do método utilizado para vigas
Mí mistas e pode ser ilustrado pela Figura 5.14, semelhante à apresentada no item 4.2.2.2 O método da interação parcial, apesar de bastante mais trabalhoso que o método
lu do Capítulo 4. Também neste caso, em nenhum ponto o momento de cálculo pode m-k, permite que se incluam, na análise, armaduras adicionais para auxiliar na resis
superar a resistência calculada pela expressão acima. tência ao momento positivo bem como tirar proveito da presença de conectores de
M'
cisalhamento nas extremidades dos vãos da fôrma, utilizados pelas vigas mistas, su
M O valor de t u. Ri/
„, é determinado com os resultados dos ensaios. Para cada protótipo é portes da laje. No caso de armaduras adicionais, isto é realizado pela adição de mais
calculada uma expressão para o momento resistente, por intermédio da equação uma parcela nas equação (5.17), a saber:
(5.17), modificando-se a expressão de /V. para Nc=T}Ncf , onde ?]éo grau de interação
da laje mista, usando-se, contudo, os valores realmente medidos nos ensaios (M[m). <pMn=Ncy + Mpr+Npsy (5.17a)
De posse desta expressão, normalizada ao dividi-la pela máxima capacidade da laje,
supondo interação completa (equação 5.2, com os valores reais, medidos no ensaio, onde:
(M RJ, determina-se o grau de interação da laje (rj) naquela situação, seguindo o ca
minho A—>B—>C (Figura 5.14). Calcula-se então o valor de T para cada protótipo N =-^- (5.21)
ps 1,15
com:
í?*c•/ y = d-0,5a (5.22)
T„ - (5.20)
à(Ls^Lo)
A ef = área e tensão de escoamento da armadura adicional, respectivamente;
a' = distância da armadura adicional à face superior da laje;
onde L é o comprimento do balanço da laje testada.
o a = espessura da área comprimida do concreto.
A resistência característica zuRk deve ser tomada como o menor valor de r obtido em A consideração da contribuição de conectores de cisalhamento nas extremidades é
todos os protótipos ensaiados, reduzido em 10%. ZuRd é obtido pela divisão da resis feita com as equações (5.17) a (5.19), modificando-se esta última para:
tência característica pelo coeficiente de resistência igual a 1,25.
Nc=ruMbLx+pJi + Vld<Ncf (5.19a)
NJ; CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 168 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 169
iMil onde = largura média das nervuras para fôrmas trapezoidais ou a largura mínima das
tmli V,id = resistência ao cisalhamento dos conectores na fôrma, obtida em ensaios ou,
nervuras para fôrmas reentrantes (Figura 5.15);
= largura entre duas nervuras consecutivas;
na ausência destes, determinada pela expressão:
= distância, em milímetros, da face superior da laje ao centro de gravidade da
ii-ij; vid =M'P/
pJ yp (5.23)
fôrma;
= perímetro crítico de punção, conforme a Figura 5.16;
|l'lí!
= espessura de concreto acima da fôrma de aço;
I:
ondek = 1 +a/d <4,0 , sendo a> 2d igual à distância do centro do conector à borda
= área da seção transversal da fôrma de aço, correspondente à largura b
da fôrma, d o diâmetro do conector, / a espessura da chapa da fôrma e/ a tensão de
IHí' (=Ab/b);
escoamento do aço da fôrma.
= resistência básica ao cisalhamento, de acordo com a Tabela 5.3;
mi;
= coeficiente de resistência do concreto, igual a 0,70.
Aparentemente, o método da interação parcial separa explicitamente os efeitos da li
IV <
gação mecânica, providenciada pelas mossas, do efeito do atrito nos apoios conside
•Il:! rados, respectivamente, pela tensão de cisalhamento zuRd e pelo coeficiente ft. A ri
m;; gor, todavia, estes efeitos ainda não estão completamente separados, pois na deter
minação da tensão de cisalhamento zuRd , ainda está embutido algum resquício do atri
to sobre os apoios, embora, na prática este valor seja pequeno. Também, ao tomar o
valor de ji =0,5 , valor inferior ao que se obtém nos ensaios, o Eurocode 4 está le
vando em conta que parte do atrito já foi considerada na determinação da tensão de
M
cisalhamento. Em Calixto et ai (1998), propõe-se um método alternativo em que a
Mi separação entre estes efeitos é realizada de maneira mais completa, levando a resul
Mi tados que representam melhor a realidade dos ensaios.
T
Mi
5.3.1.3. Verificação ao cisalhamento vertical e à punção
Segundo a NBR 14323 , a resistência de cálculo ao cisalhamento vertical 0Vv, relati L
va a 1000 mm de largura e a resistência de cálculo à punção, provocada por uma car
ga concentrada <pV, ambas em newton, podem ser determinadas pelas seguintes ex
pressões, respectivamente:
[l000^bodpzRdkv(l,2 +4On)\ Figura 5.15. Dimensões da fôrma de aço e da laje de concreto
0VV = (5.24)
<pV=<PcucrhezRàkv( l,2 + 40r,) (5.25)
perímetro crítico Ucr
onde:
7] = —?— < 0,02 (5.26)
b0dp Corte A-A
k=l,6 P—>1,0 (5-27)
1000
Figura 5.16. Perímetro crítico para punção
lEIjj
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 170 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 171
Nv
M Tabela 5.3. Valores de zRd em função de/d - usar teoria elástica convencional, considerando que as seções planas permanecem
m planas e as tensões são proporcionais às deformações em cargas de serviço;
- a seção deve ser homogeneizada pela transformação da área de aço da fôrma em
(MPa) (MPa) área equivalente de concreto, com base na relação dos módulos de elasticidade;
NJi 20 0,375 - o momento de inércia a ser usado nos cálculos deve ser tomado como a média
entre os da seção fissurada e não-fissurada.
MÍi 25 0,450
liiíj 30 0,500 A Figura 5.10 mostra que este procedimento conduz a resultados satisfatórios para
cargas de curta duração, como são as cargas aplicadas nos ensaios, O ASCE 9 (1991)
tUt! 35 0,550 exige que se leve em conta também os efeitos de deformação lenta do concreto, por
40 0,625 meio da consideração de um deslocamento vertical adicional, dado por:
ÜV-
l|!U' 5.3.2. Estados limites de utilização °adic - °0 2-1,2 >0,6Ô( (5.27)
A/'
Í;L
De acordo com a NBR 14323, dois estados limites de utilização devem ser verifica
(I dos na situação depois da cura do concreto, a saber: estado limite de fissuração ina onde:
ti, ceitável do concreto e deslocamento vertical excessivo. Para lajes calculadas como S0 = flecha calculada para o carregamento de longa duração sem a consideração
simplesmente apoiadas, devem ser colocadas armaduras nas duas direções, para com da deformação lenta;
Mi
bater os efeitos de retração e temperatura, extendendo-sc por toda a superfície da laje, AJ = área da fôrma de aço sujeita à compressão;
Mí com área não inferior a 0,1% da área do concreto acima da face superior da fôrma, As" = área da fôrma de aço sujeita à tração.
colocada, preferencialmente, a 20 mm abaixo do topo da laje. No Eurocode 4, o valor
V1 •
desta armadura mínima é bastante superior, devendo ser de 0,2% e 0,4%, se a laje for O efeito da deformação lenta pode também ser levado em conta adotando-se, do lado
t r não-escorada ou escorada, respectivamente. Este nível de exigência é considerado ex da segurança, o procedimento simplificado do Eurocode 4, da mesma maneira que
í , cessivo na prática da América do Norte, onde a armadura mínima exigida é de mesmo para vigas mistas, dividindo-se por 2 o módulo de elasticidade do concreto.
valor que a da Norma Brasileira, de acordo com a especificação canadense, ou mesmo
inferior, no caso dos Estados Unidos (0,075%, conforme a especificação do SDI - 5.4. Ações a Serem Consideradas
Steel Deck Institute). Atenção especial é exigida pela NBR 14323 quanto à possibili
dade de fissuração da laje nos locais onde possa haver continuidade estrutural, como A NBR 14323 especifica de maneira bastante clara quais as ações que devem ser
M
por exemplo, nas ligações de vigas secundárias com vigas principais c em torno dos consideradas no cálculo de lajes mistas, tanto na fase antes da cura quanto na fase
pilares (ver item 4.6.2 do Capítulo 4). Em qualquer caso, entretanto, c'aso o ambiente depois da cura, já com a ação mista desenvolvida.
seja demasiadamente corrosivo, é de praxe que a laje seja calculada como contínua e
o controle de fissuração, nesta situação, seja adequadamente verificado pela norma ou Na fase antes da cura, esta norma determina que se considerem as seguintes cargas:
especificação apropriada. Conforme a Norma Brasileira, o estado limite de fissuração - pesos próprios do concreto fresco, da fôrma de aço e da armadura;
do concreto em regiões de momento negativo, que ocorre na região sobre os apoios - sobrecarga de construção;
em lajes contínuas, deve ser verificado segundo as prescrições da NBR 6118. - efeito de empoçamento, caso a flecha ultrapasse um certo valor, dado mais adiante.
Quanto ao deslocamento vertical máximo (flecha máxima), a NBR 14323 recomen A sobrecarga de construção deverá ser tomada como o mais nocivo dos seguintes
da que não seja superior a 1/350 do vão teórico da laje na direção das nervuras, con valores:
siderando-se apenas o efeito da sobrecarga. A Norma Brasileira, todavia, é omissa - uma carga uniformemente distribuída de no mínimo 1,0 kN/m2;
em relação à maneira de se calcular a flecha, não dando qualquer indicação de qual - uma carga linear de 2,2 kN/m, perpendicular à direção do vão, na posição mais
valor de momento de inércia deve-se tomar para determinar o máximo deslocamento desfavorável; esta exigência é válida somente para verificação ao momento fletor.
vertical da fôrma sob este carregamento. O CSSBI (1988) e o ASCE 9 (1991) suge
rem o seguinte procedimento: Outra exigência da Norma Brasileira é de que seja levada em conta a seqüência de
CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 172 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 173
concretagem na determinação dos esforços solicitantes. Com isto, cada estado limite Diagramas de carregamento Diagramas de carregamento Diagramas de carregamento
deve ser determinado considerando situações específicas. Por exemplo, para se de e momentos lietores e Rechas e reações de apoio
terminar o máximo momento negativo, deve-se considerar o carregamento máximo Vão Biapoiado Vão Biapoiado Vao Biapoiado
atuando em todos os vãos, enquanto para o momento positivo, o carregamento deve
^^
ser parcial. A Figura 5.17 mostra as seqüências que devem ser adotadas para se de
terminar os máximos esforços solicitantes para cada estado limite a ser verificado. M,=0,25PL+0,188W,L? ^^ W,
^^w,
U- __p
O valor do deslocamento vertical limite para que seja necessária a consideração do A_ 0,0130WiLJ
El ^"O.SÍW.+WjJL
efeito de empoçamento é de 1/250 do vão teórico da fôrma. Caso o deslocamento
M.=0,125(1,5W, + W2)l!
calculado para o carregamento do peso próprio da fôrma, somado aos pesos da ar
madura e do concreto fresco seja superior a este valor, deve-se acrescentar uma car Viga contínua de Viga contínua de Viga contínua de
ga equivalente a uma espessura de concreto igual a 70% do valor do deslocamento. '///////'Ml dois f*"105 dois tramos dois iramos
M,=0,203PL+0,096W.IÍ
Já para os estados limites últimos, após a cura do concreto, a NBR 14323 exige que
todo o carregamento seja sustentado pelo sistema misto, inclusive o peso próprio da V//////> 77777777777m
laje, independentemente deste carregamento já ter sido considerado na verificação L
.. 1
de resistência da fôrma, na fase de construção. Em relação às combinações, a norma M.=0,096(W,+W,)[; A - O.M54W,L<
EI P[U=0,375(ft;+W!)L
exige ainda: "Aí combinações de ações deverão serfeitas de acordo com a NBR W/////7////, P„=1,250(W1+W2)L
8800, considerando-se a combinação de ações durante a construção para o
dimensionamento da fôrma de aço antes da cura do concreto". M=0,125(W,+W,)i:
Viga continua de Viga contínua de Viga contínua de
5.5. Verificação para Cargas Concentradas ou Lineares ires iramos três tramos Ires tramos
Conforme já dito no item 5.1, as lajes mistas são um sistema que trabalha essencial
mente em apenas uma direção. Com isto, sua capacidade de sustentar cargas lineares
ou concentradas, oriundas de alvenarias ou de rodas de veículos, por exemplo, é re Wf^//^^/77777?7^
lativamente limitada, fazendo com que se deva dar atenção especial a este tipo de 1 P„
A - Q.Q069W,L
solicitação. Na ocorrência de cargas concentradas ou lineares a serem sustentadas El
P„=!,10(^+WJ)L
diretamente pela laje, sem a presença de vigas sob elas, a NBR 14323 fornece algu
mas regras e exigências baseadas em análise, ensaios e experiência prática, como a M,=0,H7(W,+WJ)l3
seguir. NOTAS:
P = carga linear de 2,2 kN/m
Para a situação das cargas concentradas ou lineares paralelas às nervuras, pode-se W, = peso da laje + peso da fôrma
Wj = carga de construção de 1,0 kN/m'
considerá-las como distribuídas em uma largura bm, medida imediatamente acima do L = comprimento do vão
topo da fôrma, dada por (ver Figura 5.18):
Figura 5.17. Seqüência de concretagem (SDI, 1995)
bm=bp+2(hc+hf) (5.28)
No caso de cargas lineares perpendiculares às nervuras, pode-se utilizar a mesma fór
mula, tomando-se como b o comprimento da carga.
onde:
b = largura da carga concentrada ou linear, perpendicularmente ao vão da laje; Uma vez considerada a carga distribuída na largura bm, deve-se determinar a largura
h = espessura de concreto acima da fôrma; efetiva da laje que irá resistir àsua ação. Esta largura não deve ser tomada maior que
h = espessura do revestimento da laje, se houver. os seguintes valores:
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 175
1"! 174
<<> 11
A limitação de a largura efetiva não ser superiora bma não se aplica para cargas line
armadura ares perpendiculares às nervuras e não é necessária em qualquer situação quando
houver uma armadura de distribuição com área igual ou superior a 0,2% da área de
concreto acima da fôrma. A armadura de distribuição tem como finalidade assegurar
a distribuição das cargas concentradas ou lineares na largura efetiva. Esta armadura
91'.
deve-se estender transversalmente em toda a largura efetiva, sendo devidamente an
corada e calculada, conforme as prescrições da NBR 6118, para um momento trans
versal dado por (ver Figura 5.19):
(bemonbev)
MA=P (5.33)
15w
onde:
•I1 Figura 5.18. Distribuição das cargas concentradas ou lineares
w = largura onde deve ser colocada a armadura, tomada como:
Ih
a) para momento fletor e cisalhamento longitudinal: L
li» w = —+ b (5.34)
- em lajes de vão simples e tramos externos de lajes contínuas:
li* •
P = carga concentrada ou, no caso de carga linear paralela ao vão, igual a qbl ;
ii.
<b.,
b{ = largura da carga concentrada ou linear na direção paralela ao vão da laje, não
hem=bm+2Lp L
(5.29)
se devendo tomar valor superior a L\
fM
q = valor da carga linear por unidade de comprimento.
- no caso de tramos internos de lajes contínuas:
Caso a armadura não seja suficiente para resistir a este momento, a largura efetiva
deve ser tomada como bm. Para carga linear perpendicular ao vão, pode-se adotar como
' L N armadura de distribuição a armadura mínima nominal de 0,1%.
b,m=bm+lJ3L <b„ (5.30)
L
v J 5.6. Aberturas em Lajes Mistas
b) para cisalhamento vertical: Sendo necessária a execução de aberturas em lajes mistas, algumas precauções de
vem ser seguidas para que o desempenho do sistema não fique comprometido. Os
procedimentos a seguir são baseados no Manual Técnico da MetForm: "Noções de
1—"- <K
Utilização e Dimensionamento do Steel Deck MF-75" e nas recomendações dadas em
bev=bm+Lp (5.31)
SDI (1995), ECCS (1993) e SCI-300 (2000).
As aberturas são classificadas em pequenas aberturas e grandes aberturas. Pequenas
onde:
aberturas são aquelas cuja maior dimensão não ultrapassa 200 mm, não sendo neces
L = distância do centro da carga ao apoio mais próximo;
sária a consideração de qualquer reforço para a laje mista. Exige-se apenas que a dis
L - vão teórico da laje na direção das nervuras;
tância entre os centros das aberturas não seja inferior a duas vezes sua maior dimen
b é dada pela seguinte expressão, em milímetro:
são. Se as aberturas estiverem localizadas em uma região dentro da largura efetiva de
vigas mistas, a distância mínima entre as aberturas deve ser aumentada para cinco
vezes sua maior dimensão. As pequenas aberturas podem ser executadas após a
bmax=2700 (5.32) concretagem da laje, usando-se, caso sejam circulares, máquinas perfuratrizes com
hc+hp
coroa diamantada.
«1(1
i»|Í CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 176 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 177
"I
Ml, _
MA = 4<*bg
(5-35)
16
Itiji-
ii|i: onde:
itii q = carga atuante na laje, por unidade de área;
As linhas curvas
a = maior distância, na direção das nervuras, entre a borda da abertura e o apoio
representam
correspondente da laje;
mi distribuições b = dimensão da abertura transversal às nervuras acrescida de um valor correspon
de força dente a duas vezes o espaçamento entre as nervuras da fôrma.
H\U
As barras da armadura transversal não devem ser espaçadas de mais de 150 mm. A
•li armadura longitudinal deve ser calculada para um momento dado por:
II
H a qa b
MA =
(5.36)
itj
Ml
onde:
llih
j
(a2-d2 )
a = l-
llj: aL
(5-37)
li|' P(bero OU bev)
i momento em relação ao menor eixo = a' = menor distância, na direção das nervuras, entre a borda da abertura e o apoio
11; 15w
correspondente da laje;
ii * L = vão da laje mista.
Figura 5.19. Armadura de distribuição
nj-
n i As aberturas são classificadas como grandes quando uma dimensão ultrapassa
200 mm, não devendo, entretanto, ser superior a 600 mm. Não devem ser executadas
m
após a concretagem, a menos que se garanta que o equipamento de corte não vá pro fôrma recortada
após a concretagem
u\ vocar o comprometimento da ação mista entre a fôrma e o concreto. O procedimento
mais usual é de se providenciar, antes da concretagem, barreiras físicas no contorno
M| da abertura, por meio de fôrmas de madeira, chapas de aço de pequena espessura ou
h i isopor, para impedir a entrada do concreto naquela região. Após a cura do concreto,
i
!r a fôrma de aço é recortada, formando-se então a abertura desejada (Figura 5.20). No
caso de grandes aberturas, torna-se necessária a colocação de armaduras de reforço
para que a resistência da laje não fique comprometida. Este reforço consiste, usual
mente, de armaduras longitudinais e transversais em torno da abertura. A armadura
transversal deve-se estender, de cada lado da abertura, por pelo menos uma distância
correspondente a duas vezes o espaçamento entre as nervuras da fôrma, acrescida do
comprimento de ancoragem, conforme mostra a Figura 5.21, sendo calculada para Figura 5.20. Abertura na laje
resistir a um momento igual a:
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 178 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 179
absorvendo os esforços atuantes na região da abertura, sendo apoiados nas regiões
adjacentes, reforçadas pela armadura longitudinal. Na hipótese de uma dimensão ser
superior a 600 mm, deve-se providenciar a colocação de vigamento secundário para
apoio da laje no contorno da abertura.
5.7. Disposições Construtivas
Para que sejam válidos os procedimentos apresentados neste Capítulo, é necessário
que sejam obedecidas algumas recomendações e disposições construtivas, de acordo
com as prescrições da NBR 14323:
- a espessura de concreto sobre a fôrma deverá ser de no mínimo 50 mm;
- a dimensão do agregado graúdo não deverá exceder o menor entre os seguintes
valores: 0,40 hc, bJ3, 31,5 mm;
Figura 5.21. Armaduras adicionais na laje - a largura mínima de apoio deverá ser a necessária para evitar que se atinjam os
estados limites aplicáveis à situação, tais como o enrugamento da alma da fôrma
A armadura longitudinal deve-se estender até aos apoios da laje, sendo devidamente ou o esmagamento do apoio, não sendo permitidos valores inferiores a 75 mm para
ancorada nos vãos adjacentes. A largura da laje a ser levada em conta nos cálculos apoio em aço ou concreto e 100 mm para apoio em outros materiais. Todavia, nas
deve ser tomada como a distância correspondente ao espaçamento entre duas nervuras extremidades da fôrma, estes valores poderão ser reduzidos para.,50 mm e 70 mm,
da fôrma. Tanto no caso da armadura transversal quanto no da longitudinal, não é respectivamente;
recomendado utilizar-se diâmetros superiores a 10 mm. Recomenda-se que estas ar - O revestimento da chapa de aço da fôrma deverá ser adequado ao ambiente em
maduras sejam colocadas dentro das nervuras, no caso do reforço longitudinal c a que se encontra a estrutura. Recomenda-se como revestimento mínimo a
20 mm acima da fôrma, para o reforço transversal. galvanização com 260 g/m2 de zinco, considerando-se ambas as faces. Em casos
de ambientes agressivos em que a galvanização simples for insuficiente para man
O Manual Técnico da MetForm propõe ainda um modelo mais simples, a favor da ter a integridade da fôrma durante a vida útil da estrutura, recomenda-se que a
segurança, onde a área transversal da fôrma que foi recortada para a formação da chapa galvanizada seja pintada;
abertura é compensada integralmente com a colocação de uma armadura longitudi - Recomenda-se, como espessura mínima, 0,80 mm para a chapa galvanizada.
nal de cada lado da abertura, com uma área total dada por:
5.8. Exercícios
(5.38) 5.8.1. Exercício 1
Seja a laje mista da Figura 5.22. A fôrma utilizada é o Steel Deck MF-75 de espes
onde:
sura 0,8 mm, aço ZAR-280 (f = 280 MPa), com altura total igual a 150 mm (75 mm
Ap = área da fôrma de aço na largura correspondente a 1000 mm;
+ 75 mm). Pede-se calcular sua capacidade de carga, considerando um vão isostático
b = largura da abertura na direção transversal às nervuras; de 2,5 m, carregamento uniformemente distribuído e concreto com/d = 20 MPa.
f e/ = tensões de escoamento da fôrma e da armadura, respectivamente.
A armadura transversal pode ser considerada com área igual a 20% da área da arma
dura longitudinal, composta por pelo menos três barras de diâmetro 6,3 mm, espaça
das de 150mm. Opcionalmente, a armadura transversal pode ser substituída por per
fis U, laminados ou formados a frio, embutidos no concreto, que trabalharão a flexão,
Figura 5.22. Laje mista
IN
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 181
!M 180
li
Solução:
II! V. = -^ = 19,30 kN/m
(a) Verificação ao momento fletor " 2
tií
èM = N (d - 0,5a) - linha neutra acima da fôrma
íl
q = 2x —J— = 15,44 kN/m2
1:1 i 28 2,5
N = ll,12x = 270,7 kN
p" 1,15
(c) Verificação ao cisalhamento vertical
l;lj (11,12 cm2 é a área da seção transversal da fôrma, considerando-se 1,0 m de largura,
fornecida pelo fabricante) [l00O<t>cbodpzRdkv (1,2 +40n)]
Qy =
K
n: d t = 112,5 mm (fornecido pelo fabricante)
m zRd = 0,375 MPa - Tabela 5.3
N.pa
li; a - bg = 137 mm - fornecido pelo fabricante
(0,85fcdb)
N bn =274 mm - fornecido pelo fabricante
Mí 270,7
= 2,23 cm < 7,5 cm - confirma que a linha neutra está acima
m
0,85x2,0.'°° A' = 1U2x IWo = U2 cm2
M 1,4
tE da fôrma
AP 1,52
n ^77-7^^7
(pMti = 270J (11,25 - 0,5x2,23) = 2743,5 kNcm = 27,43 kNm (b0dp) (13,7x11,25)\=o,oi < 0,02
h
M.=^= 27,43 kNm
8 àp 112,5
k„ = (},6 - T7^ ; =1,6- ~r—~ = 1,49 > 1,0
1000 1000
a 21',4
' q = 8x—^—= 35,11 kN/m2
,- Í2.5)2 <pVv =
[1000x0,7x137x112,5x0,37x1,49(1,2 +40x0,01)]
— -^ JJ = 35201 N/m
\, (b) Verificação ao cisalhamento longitudinal
0V = 35,20 kN/m
+ k
0V=^K
V= =^= 35,20 kN/m
d 2
2,5
L = = 0,625 m = 625 mm
4 2x35,2
q = ——-- = 28,16 kN/m2
H 2,5
m = 152,14
k = 0,001697 Conclusão:
152,14 Como era de se esperar, o cisalhamento longitudinal foi o estado limite determinante
<pV = 0,7x1000x112,5 + 0,001697 = 19303 N/m = 19,30 kN/m no cálculo da capacidade de carga da laje, igual a 15,44 kN/m2 nesta situação. Con-
625
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 182 CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 183
Mi
«li siderando, conforme NBR 6118, os coeficientes das ações iguais a 1,4, tanto para a
If carga permanente quanto para a sobrecarga, e o peso próprio da laje igual a a
2,74 kN/m2 (fornecido pelo fabricante), temos: " (aL)
II;
II 15,44_
q =
- 2,74 = 8,28 kN/m2 de carga máxima nominal que pode ser imposta à laje, a' = 1000- ^=800 mm
ll> 1,4 2
It
exatamente igual à que consta no catálogo da Metform, fabricante da fôrma.
II! De acordo com a NBR 14323, o coeficiente de ação da sobrecarga deve ser tomado
a=lA>f-°*2)=0,677
(1,3x2,5)
"ji
II

igual a 1,5. Desta forma, a carga máxima sobreposta dependerá da relação entre os
valores de carga permanente e sobrecarga.
0,677x15,44xl,3zx0,948
Md = = 4,19 kNm , de cada lado da abertura
n 5.8.2. Exercício 2
H
Calcular as armaduras necessárias para que se mantenha a capacidade de carga da laje (c) Cálculo das armaduras - conforme NBR 6118
Hlil do exemplo anterior, considerando a existência de uma abertura quadrada de 400 mm Longitudinal - devem-se colocar as barras dentro das duas primeiras canaletas da
de lado, cujo centro encontra-se a 1000 mm de um apoio. Considerar aço CA-50.
"Üi Solução:
fôrma, de cada lado da abertura. Estas barras poderão ser posicionados a 35 mm da
face inferior da fôrma. Tomar 2 x 274 mm como largura de cálculo.
Como a maior dimensão da abertura não ultrapassa 600 mm, porém, é superior a Com o momento de cálculo igual a 4,19 kNm, chcga-sc a uma armadura
lljij 200 mm, pode-se utilizar o reforço com armaduras. A = 0,86 cm2, correspondendo a uma barra de 8,0 mm em cada canaleta.
llü I
(a) Cálculo do momento transversal Transversal - as barras deverão ser posicionadas, de cada lado da abertura, a 20 mm
;| I' í acima da fôrma, com um espaçamento, não superior a 150 mm. Tomar 2x274 mm
Í.JH como largura de cálculo.
M
Md-^
d 16
Com o momento de cálculo igual a 1,13 kNm, chega-se a uma armadura
•M<: q = 15,44 kN/m2 At= 0,49 cm2, correspondendo a duas barras de 6,3 mm espaçadas de 150 mm.
400 5.8.3. Exercício 3
li : a = 2500 -1000 - —— = 1300 mm
No exercício 1, verificar a resistência da laje a uma carga concentrada de cálculo
b =400 + 2x274 = 948 mm igual a 20 kN, aplicada no centro do vão, em uma área igual a 200x200 mm2. Verificar
para os estados limites de cisalhamento longitudinal, cisalhamento vertical e punção.
15,44x1,3x0,948' Solução:
Md = = 1,13 kNm , de cada lado da abertura
16
H (a) Cálculo da largura efetiva
(b) Cálculo do momento longitudinal
b =b + 2{h + h.)
aqa2ba b = 200 +2(75 + 0) = 350 mm , desprezando o revestimento da laje
Md =
K
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 184 CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS 185
w
ei| - Cálculo do perímetro crítico u - Figura 5.3
b = b +2L
'i-h" < b para cisalhamento longitudinal ucr = 4x200 + 4(dp - hj + 2nhc = 800 + 4(112,5 - 75) + 2x3,1416x75 = 1421 mm
M| v ! J
lli (1,2 +40x0,01)
(j)V = 0,70x1421x75x0,375x1,49x —— = 66,7 kN
lilfij = 2700
K
= 2700
75
= 1350 mm
1000
K + h, (75 + 75)
<pPn=<pVp=667kN> Pd -OK
MM
:J
l!jí 1250 Observação:
bem = 350 + 2x1250 ?-—^ |= 1600 mm >b =1350 mm
i4;i O estado limite crítico foi cisalhamento longitudinal com 0/>n =26,24 kN .
Deve-se tomar b = 1350 mm.
5.8.4. Exercício 4
Ni
( L A Considere-se a laje mista contínua da Figura 5.23 (Steel deck MF-75, espessura de
b = h + L 1- p < b - para cisalhamento vertical
L 0,8 mm e altura total de 160 mm). Pede-se verificar sua resistência (somente
•f
cisalhamento longitudinal), nos tramos interno c externo, a um carregamento de cál
lillj culo, uniformemente distribuído, igual a 20,0 kN/m2 (peso próprio da laje incluído),
l»|| 1250 considerando análise global elástica, sem redistribuição de momentos.
b = 350 + 1250x 1- = 975 mm < b
2500
wíi
(b) Cisalhamento longitudinal
3 x 2400 = 7200
titl
L 2500
\m\ = 1250 mm Figura 5.23. Laje mista contínua
2 2
Mi
Solução:
Ni 15214 s
(pV[ =0,7xl350xlI2,5x ' +0,001697 = 13120 N = 13,12 kN Para uma viga contínua de três tramos, com carregamento uniforme, a distribuição
Ni 1250
de momentos é dada na Figura 5.24. O momento positivo máximo nos tramos exter
l«j nos é 9,22 kNm e no tramo interno é 2,88 kNm. O momento negativo máximo ocorre
Hf| <pPn = 2x<pVt = 2x13,12 = 26,24 kN > Pd - OK nos apoios e é igual a 11,52 kNm. Com estes momentos, no tramo interno, a distân
cia entre os pontos de inflexão é igual a 1074 mm.
M- (c) Cisalhamento vertical
11,52 kNm 11,52 kNm
||H.
0V = 35,20 kN - para uma largura de 1000 mm - do exercício 1
l-li-
<f>Vv = 0,975x35,20 = 34,3 kN - para a largura efetiva de 975 mm
u<;
<pPn = 2x<pVv = 2x34,3 = 68,60 kN > Pd - OK 9,22 kNm 9,22 kNm
(d) Punção
i;i,j
$V=<$>cucrhzRdkv (1,2 + 407]) Figura 5.24. Diagrama de momentos fletores
tal 187
186 CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS
CAPÍTULO 5 - LAJES MISTAS
hi!
(a) Tramo externo L = 1211 =268,5 mm
4
ií i De acordo com a NBR 14323, no cálculo do cisalhamento longitudinal no tramo
m
externo, deve-se utilizar o vão real. Assim: 152,14
(J>Vl = 0,7x1000x122,5 + 0,001697 = 48734 N/m = 48,73 kN/m
268,5
0V, = 0j( bd l(m/L) + kl
IM
24
L = — = 0,600 m = 600 mm v = 2L =48,73 kN/m
4 2
|i;i| m = 152,14 _ 2x48,73 _nQj5 kN/m2 > q =20,0 kN/m2 - adequada ao carregamento
k = 0,001697 1,074
Illi
0V/= 0,7x1000x122,5
152,14 \()00í697 = 21889 N/m = 21,89 kN/m Considerando agora a prescrição do Eurocode 4(DRAFT 2000) de se tomar 80%
600 I
do vão, têm-se:
Ni y = $L =21,89 kN/m L =0isx M- =0,480 m=480 mm
2
4
t
= 2x21^9_ =}8 24 kN/m2 < 2Qfi kN/mi _inadequada ao carregamento
|M y 2,4 152'34-\+0,001697 = 27325 N/m = 27,33 kN/m
\ <j>V. = 0,7x1000x122,5 480 )
|. Caso fosse considerada uma redução de 10% no comprimento do vão extremo, per
in mitida pelo Eurocode 4, ter-se-ia:
Ml V = =^- =27,33 kN/m
L _ o9k 1£ =(1540 m= 540 mm á 2
In ' ' 4
hi
152,14 2x27,33 _28 ^ m/m2 > =20,0 kN/m2 - adequada ao carregamento
<pV, = 0,7x1000x122,5 + 0,001697 = 24305N/m = 24,31 kN/m
ir
540 q 0,8x2,4
|l*
|l Observação: t _ , „ ,
V = 3L =24,31 kN/m Agrande diferença encontrada neste exemplo entre as recomendações do Eurocode
d 2 4(DRAFT 2000) eda NBR 14323 (1999) está no fato de que arecomendação do
Eurocode 4 é válida para qualquer situação de carregamento, sendo que a situação
2x24,31 _ 22 5} kN/m2 > = 20t0 kN/m2 _adequada ao carregamento deste exemplo é bastante favorável. Caso ocarregamento fosse apenas no vao cen
q 0,9x2,4 ' " tral a distância entre os pontos de inflexão seria de 7559 mm e a capacidade de
M carga seria de 30,36 kN/m2, aproximando-se bastante do valor do Eurocode 4.
(b) Tramo interno
Considerando o vão igual à distância entre os pontos de inflexão, tem-se
L = 1074 mm. Assim:
KM;
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 189
l"l
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Eurocode 4. ENV 1994-1-1:1992. "Design of Composite Steel and Concrete Construction Institute. Ascot.
Structures - Partl-1: General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European
Committee for Standardization.
CAPITULO 5 - LAJES MISTAS 190
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Institute, Canton-Ohio.
Yu, Wei-Wen. 2000. "Cold Formed Steel Design". 3rd. Edition. John Willey & Sons,
Inc.
CAPITULO 6
PILARES MISTOS
6.1. Generalidades
Pilar misto é uma peça sujeita a compressão pura ou compressão e flexão, formada
por um perfil de aço envolvido por concreto ou por um tubo de aço (circularou retan
gular) preenchido com concreto, construída de forma que aço e concreto trabalhem
em conjunto, sem escorregamento relativo significativo na superfície de contato.
Mesmo quando se considera que um pilar é puramente comprimido, ele é sujeito a
momentos fletores devidos a imperfeições iniciais (curvaturas e excentricidades) não
previstas. Estes momentos fletores e também os já previstos na análise (associados a
translações dos nós ou a cargas transversais ao eixo do pilar) são alterados pelos efei
tos de segunda ordem (efeitos da força normal de compressão na estrutura deforma
da). De maneira geral, o colapso de um pilar sujeito a compressão e flexão dá-se por
plastificação da seção transversal crítica devido ao efeito combinado da força de
compressão e do momento (com efeitos de imperfeições iniciais e de segunda ordem
incluídos). Considera-se que as seções planas permaneçam planas e que ocorra
interação completa entre aço e concreto até a plastificação total da seção.
Na Figura 6.1, a curva de interação entre Me Néo lugar geométrico dos pares M-N
que provocam a plastificação total da seção e a curva a representa o carregamento
gradativo do pilar até o colapso por plastificação da seção transversal crítica.
Devido à deformação limite do concreto sujeito à compressão pura ser de 0,2% (Ca
pítulo 2), é importante que o aço do perfil atinja o escoamento para uma deformação
inferior a esta, para evitar que o concreto entre em colapso prematuramente e deixe
de conter o perfil contra flambagem global ou local. Assim, a tensão de escoamento
do perfil deve ser limitada em:
( fvy 'tnax
)max = 205000 x 0,002 = 410 MPa (6.1)
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 192 CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 193
concreto (Figura 6.3-b), tubo de aço (com seção retangular ou circular) preenchido
por concreto (Figuras 6.3-c e 6.3-d). Em todos os casos, a solicitação prevista é flexão
oblíqua composta (compressão mais flexão biaxial). A seção do pilar misto deve ser
duplamente simétrica e constante ao longo do comprimento do pilar. O perfil I de
aço pode ser laminado ou soldado e o tubo pode ser extrudado ou soldado (ealandrado
no caso de seção circular, composto de chapas no caso de seção retangular ou pode
ser perfilado a frio). Existem outras limitações aplicáveis aos pilares mistos, depen
dendo da norma de dimensionamento (itens 6.4.1 e 6.5.1).
b = b
Figura 6.1. Colapso do pilar
Como se viu no Capítulo 2 , a tensão de escoamento máxima usual é de 350 MPa. xf- x i—
Quanto à flambagem de barras da armadura, devem ser atendidas as recomendações
das normas para cálculo de estruturas de concreto armado.
Na Figura 6.2 mostra-se uma comparação entre os diagramas tensão-deformação do
concreto e dos aços da armadura e do perfil, para compressão pura. (a) (b)
(c) (d)
; Figura 6.3. Tipos de pilares mistos
0,2%
Figura 6.2. Diagramas tensão-deformação ] 6.3. Disposições Construtivas
6.2. Tipos de Pilares Mistos Previstos - Limitações a) A concretagem de um pilar misto pode ser feita antes ou depois de sua monta
gem; quando feita depois, deve ser comprovado que o pilar puramente metálico,
Neste Capítulo são previstos 3 tipos de pilares mistos: perfil I de aço totalmente resiste às cargas de construção e que o comportamento final do pilar misto não é
envolvido por concreto (Figura 6.3-a), perfil I de aço parcialmente envolvido por afetado pela seqüência construtiva.
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 194 CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 195
b) O projeto de armaduras longitudinais e transversais, inclusive seu espaçamento, . perfil I parcialmente envolvido por concreto (Figura 6.3-b),
cobrimento de concreto e distância livre entre as barras da armadura e o perfil
de aço, deve obedecer às prescrições da norma de concreto armado (por exem f \1/2
E
plo, NBR6118, 3978; ACI, 1995; Eurocode 2, 1992) e da NBR 14323. A <7i47 (6.4)
Jy ,
c) Nos casos das Figuras 6.3-a e 6.3-b, devem existir armaduras longitudinais e
transversais para garantir a integridade do concreto durante a solicitação do pi . tubo retangular cheio de concreto (Figura 6.3-c),
lar; telas soldadas podem ser usadas para garantir tal integridade, mas, não po
dem ser consideradas na delerminação da resistência do pilar.
t
(6.5)
d) No caso de tubos preenchidos com concreto (Figuras 6.3-c e 6.3-d), normalmen J>J
te nenhuma armadura é necessária, salvo na situação de incêndio.
. tubo circular cheio de concreto (Figura 6.3-d),
e) O eixo de um pilar misto descarregado não pode apresentar desvio de linearidade r \
maior do que 1/1000 do comprimento do pilar entre seções contidas lateralmente. E
- < 0,103
t
(6.6)
6.4. Procedimentos Conforme NBR 14323 (1999) Jy ,
Observação:
6.4.1. Limitações adicionais às do item 6.2 De acordo com o Eurocode 4, 1992 (base da NBR 14323), se a armadura longitudi
nal for desprezada na determinação da resistência do pilar e este for um pilar interno
- O parâmetro de esbeltez X não pode ser superior a 2,0 (X é definido no item de um edifício de apartamentos ou de escritórios, a seguinte armadura pode ser con
6.4.5.3); siderada adequada:
-- A relação entre as resistências de cálculo da seção de aço e da seção mista, para o - barras longitudinais com diâmetro mínimo de 8 mm e espaçamento máximo de 250
estado limite de plastificação total por força normal (denominada õ), deve ficar mm;
entre 0,2 e 0,9 (item 6.4.5.2); - barras transversais (estribos) com diâmetro mínimo de 6 mm e espaçamento máxi
- Para o caso da Figura 6.3-a, os valores limites de c e c (espessuras do concreto mo de 200 mm;
externo ao contorno do perfil) são: - (no caso de armaduras constituídas de telas soldadas, os diâmetros mínimos po
dem ser reduzidos para 4 mm);
c - <<• <0 4b (6.2)
6.4.2. Análise estrutural - imperfeições
C
'•min• <C
—t'_v < 0 ?/i
—w'-"\- (6.3)
Como já mencionado no Capítulo 2, não se considera a formação de rótulas plásti
cm'm =40 mm ou b/6 (o que for maior) cas em pilares mistos. Assim, para tais pilares, considera-se comportamento elásti
co, ainda que a análise da estrutura seja elasto-plástica ou rígido-plástica. Os efeitos
(podem ser usadas espessuras maiores do que os limites superiores, desde que haja de segunda ordem devem ser sempre considerados, tanto na barra, quanto na estru
ancoragem adequada por meio de armaduras adicionais; mas os excessos de es tura como um todo. A rigidez do pilar a ser considerada na análise é a rigidez efeti
pessura não podem ser usados na determinação da resistência do pilar); va à flexão (EI) , definida a seguir.
A área da seção transversal da armadura longitudinal usada na determinação da
li resistência do pilar deve ficar entre 0,3% c 4% da área da seção transversal do
IP : concreto (caso o limite de 4% seja excedido, apenas 4% devem ser usados na de (El\=EJa+EsIs+0,l {E. '" (6.7)
terminação da resistência do pilar); J<-,
Para evitar flambagem local do perfil I ou do tubo, as seguintes relações limites onde:
devem ser obedecidas: Ea, Es, Ec = módulos de elasticidade do aço do perfil, do aço da armadura e do
concreto, respectivamente (Capítulo 2);
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 196 CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 197
mjij 7o, 7, 7r = momentos de inércia das seções transversais do perfil, da armadura e do onde:
concreto não-fissurado, respectivamente, em relação ao eixo de flexão con C = coeficiente definido no item 8.4.3 do Capítulo 8 para sistemas indeslocáveis
siderado; ou no item 5.6 da NBR 8800 (1986) para sistemas deslocáveis e indeslocáveis;
':• y = coeficiente de segurança = 1,35. N = carga de flambagem elástica por flexão;
(C e N são relativos ao eixo de flexão considerado).
Caso o valor do parâmetro de esbeltez A, calculado conforme item 6.4.5.3 sem a
II
influência dos efeitos de longa duração, exceda o valor de Xmax dado na Tabela 6.1
e, adicionalmente, MSd /(dNSd)<2, sendo d a altura da seção mista no plano de 6.4.3. Cisalhamento na superfície de contato aço-concreto, fora das regiões de
"i flexão considerado, a influência dos efeitos de longa duração deve ser levada em introdução de carga
conta, substituindo-se o valor de Er em (6.7) por £.', dado por:
A distribuição de tensões de cisalhamento na interface aço/concreto pode ser deter
0,5N G,Sd minada com base nas propriedades elásticas da seção não-fissurada, levando-se em
£„ =E, 1-
(6.8) conta os efeitos da seqüência de construção e da deformação lenta. Caso as tensões
• i
N Sd de cálculo assim obtidas excedam as resistências de cálculo rRd dadas a seguir, cor
onde: respondentes ao atrito e à aderência, devem ser usados conectores de cisalhamento
IIHJ: Ns</ = força normal de cálculo; para o excesso:
llllj A' - parcelas permanente e quase permanente de N - para perfis I totalmente envolvidos por concreto: 0,6 MPa;
m (Observação: no projeto de revisão do Eurocode 4, DRAFT 2000, o valor anterior
Tabela 6.1. Valores de X, foi reduzido de 0,6 MPa para 0,3 MPa);
- para tubos preenchidos por concreto: 0,4 MPa;
Sistemas indeslocáveis Sistemas deslocáveis
Perfis t total ou parcialmente
- para mesas em perfis I parcialmente envolvidos por concreto: 0,2 MPa;
0,8 0,5 - para almas em perfis I parcialmente envolvidos por concreto: zero.
envolvidos por concreto
Perfis tubulares preenchidos por
concreto
0,8/(1-0) 0,5/(1-5) (Observação: de acordo com o Eurocode 4, DRAFT 2000, no caso de perfis I par
III : cialmente envolvidos por concreto, fletidos em relação ao eixo Y, Figura 6.3-b,
despreza-se a resistência correspondente ao atrito e à aderência, devendo ser usa
Na Tabela 6.1, õ é a relação entre as resistências de cálculo da seção de aço e da dos conectores de cisalhamento).
M seção mista, para o estado limite de plastificação total por força normal (item
6.4.5.2). Quando os conectores necessários são instalados na alma de um perfil I parcialmen
te ou totalmente envolvido por concreto, a expansão lateral do concreto comprimi
Imperfeições geométricas e estruturais devem ser consideradas na análise. Para as do pelos conectores é contida pelas mesas do perfil (Figura 6.4), resultando em for
IM imperfeições da estrutura como um todo (por exemplo, desvio de prumo da estrutura ças de atrito que se somam à resistência do conector. Esta resistência adicional, por
de um edifício), ver o item 8.3 do Capítulo 8. linha de conectores, pode ser tomada igual a fiPRd/2 em cada mesa, sendo fX o
IIl|!
coeficiente de atrito e PBJ a resistência de cálculo de um conector (Capítulo 3). O
III Os efeitos de segunda ordem dentro do comprimento do pilar podem ser determina
coeficiente \x pode ser considerado igual a 0,5 ou 0,55 para mesas com espessura
dos, de forma aproximada, multiplicando-se o maior momento fletor de cálculo MSd não inferior a 10 mm ou 75 mm, respectivamente. A utilização desta resistência adi
III1
no pilar, obtido na análise de segunda ordem da estrutura, pelo coeficiente k dado por:
IM
cional só é permitida se a distância entre as faces internas das mesas não for supe
C, rior a 300 mm, 400 mm ou 600 mm, para os casos de um, dois ou três conectores por
li I k=-r = >1 linha, respectivamente (Figura 6.4). Esta resistência adicional não é prevista pela
NvSd
tu 1- (6.9) NBR 14323.
N.,
J-i
ii i
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 199
onde:
A ,A ,A = áreas das seções transversais do perfil de aço, do concreto e da arma
.-•• é** dura, respectivamente;
/.,/, = limites de escoamento dos aços do perfil e da armadura, respectiva
mente;
fck = resistência característica do concreto à compressão;
L ^300 J 1. " <400 | <600 <p , 0 , 0 = coeficientes de segurança dos materiais correspondentes, iguais a 0,9,
0,7 e 0,85, respectivamente;
a = 0,85 para perfis I parcial ou totalmente envolvidos por concreto e 1,0
» l-HJws .»..J;f.- '«qV* h?!^IS> para tubos preenchidos com concreto.
-V^J». -WS!".!
t Para tubos de seção circular preenchidos com concreto, pode-se levar em conta o
aumento de resistência do concreto devido ao confínamento, desde que o valor de X
(item 6.4.5.3) não exceda 0,5 e, no caso de flexão composta, o valor do momento de
Figura 6.4. Resistência adicional de conectores
cálculo MSd seja inferior a 0,ldNSd, sendo d o diâmetro externo do tubo e NSd a força
6.4.4. Resistência à força cortante
normal de cálculo. Neste caso pode-se determinar a resistência de cálculo N jRd como
a seguir:
Pode-se considerar a força cortante agindo apenas no perfil de aço, atendendo-se às
recomendações da norma de estruturas de aço (NBR8800, 1986), ou que seu efeito Npl,Rd =T\2<PaAafy+($CAJck) + <PSAJVS
s* sJ ys (6.11)
seja dividido, por meios adequados, entre o perfil de aço e o concreto, atendendo-sc
às recomendações das normas de estruturas de aço (NBR8800, 1986) e de concreto onde:
armado (NBR6118, 1978). Na segunda alternativa, a armadura transversal requerida
t = espessura da parede do tubo.
para a força cortante deve ser soldada na alma do perfil ou deve passar através desta
alma. podendo também ser usados conectores quando a flexão for relativa ao eixo Para A/w = 0, r\2 = jjw e r// = t1ii):
de maior resistência. Do lado da segurança, despreza-se a contenção da(s) alma(s)
do perfil de aço pelo concreto na determinação da resistência do perfil à força cor J]20=0,25{3+2X) (6.12)
tante; no caso de perfis I parcial ou totalmente envolvidos por concreto a alma pode
ser considerada contida se h/tw í 124J235/fy , com/, em MPa. ri10=4,9-I8,5X +17$f>0 (6.13)
Quando a força cortante de cálculo que se supõe atuar no perfil de aço for superior Para 0 < A/_. < O.ldN.- tem-se:
Sd Sd
à metade da resistência de cálculo do perfil à plastificação pela força cortante, é-ne
cessário considerar sua influência sobre a resistência ao momento fletor e à força 10M Sd
normal, por meios adequados (ver item 4.4.3 do Eurocode 4, 1992). ri2=rn20 + (l-V2o) (6.14)
dN Sd
6.4.5. Resistência à força normal de compressão
10M Sd
Vi =mo i - (6.15)
6.4.5.1. Resistência da seção à plastificação total dN Sd
A resistência de cálculo da seção mista à plastificação total pela força nonnal é dada
por: 6.4.5.2. Razão de contribuição do aço
Npi.Rd =<PaAJy +<PcaAcfck +$sAsfys (6.10)
A razão 5 de contribuição do aço é definida por:
CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 201
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 200
p = fator de redução devido à flambagem, dado pela NBR 8800, função da curva
ô =
kaAJy) de flambagem (item 6.4.5.4) e do parâmetro de esbeltez A (item 6.4.5.3).
N pl,Rd (6.16)
Significados dos termos do segundo membro conforme item 6.4.5.1. 6.4.6. Resistência à flexão composta
6.4.5.3. Parâmetro de esbeltez
Quando atuam no pilar força normal de compressão e momento fletor, utiliza-se o
diagrama de interação indicado na Figura 6.5, que é uma simplificação da curva re
O parâmetro de esbeltez X é dado por: presentativa dos pares força normal-momento fletor, os quais provocam, em conjun
to, a plastificação da seção (Figura 6.1). No diagrama da Figura 6.5:
J/2
N pl.K - NSd é a força normal de cálculo;
X=
N„
(6.17) - MRd é a resistência de cálculo a momento fletor do pilar sujeito a NSd; por seme
lhança de triângulos:
onde:
NplK = resistência nominal da seção mista à plastificação total pela força normal Mpi,Rd(Npt,Rd-NSd) .,
(determinada conforme item 6.4.5.1, com os coeficientes tya, $c e <p tomados Moa
Rd =—ÍLrz—-—rn—=Mpi,Rd v-d (6.20)
iguais a 7);
(Npl,Rd-Nc)
N = carga de flambagem elástica por tlexão: onde:
N pl.Rd = resistência de cálculo da seção mista à plastificação total pela força nor
Nc=k
2 {EI\ mal (item 6.4.5.1);
(KLf (6.18)
= resistência de cálculo do pilar misto à compressão axial (item 6.4.5.5);
= resistência de cálculo da seção mista à plastificação total pelo momento
KL = comprimento efetivo de flambagem (ver Capítulo 8); fletor, com NSd igual a zero ou igual a Nc (item 6.4.7.1);
(El)e = rigidez efetiva à flexão, conforme itern 6.4.2. N = resistência de cálculo da seção de concreto à plastificação total pela força
normal:
6.4.5.4. Imperfeições da barra
Nc =<t>caAcfck (significados dos termos conforme item 6.4.5.1) (6.21)
Para levar em conta as imperfeições da barra, utilizam-se as seguintes curvas de
flambagem, da NBR 8800 (1986): Mmd = momento devido à atuação de NRd na imperfeição inicial do pilar, incluin
- curva a, para perfis tubulares preenchidos com concreto; do efeito de segunda ordem, considerado implicitamente por meio das cur
- curva b, para perfis I total ou parcialmente revestidos de concreto, para flambagem vas de flambagem (item 6.4.5.4); por semelhança de triângulos:
em torno do eixo X (Figura 6.3);
- curva c, para perfis I total ou parcialmente revestidos de concreto, para flambagem
em torno do eixo Y (Figura 6.3). M NRd
mpa -
_Mpl,Rd{Xpi,Rd-XRd)_
r- —-—t M i Rd flk (6.22)
6.4.5.5. Resistência do pilar à compressão axial
n
N = valor da força normal para o qual se admite momento devido à imperfei
A resistência de cálculo do pilar misto à compressão axial, levando-se em conta a ção inicial do pilar igual a zero:
flambagem, é:
NRd=PMpi.Rd (6.19)
1+^
onde: M2 (6.23)
N=NRd
^ wd ~ conf°rme expressão (6.10) ou (6.11), a que for aplicável;
ml
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 202 CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 203
"1
M/M2 = relação entre o menor e o maior momentos na extremidade do pilar, posi Com (6.27), (6.25), (6.22) e (6.20), obtém-se:
tiva para curvatura reversa; deve-se tomar M/M2 = -1 quando o momento
wl em alguma seção intermediária for superior em valor absoluto a M{ e M2, e Mpi.RdfikÍNsj-N^
Uí| também no caso de balanços. kMSd<0,9 MpiiRdlid — (6.28)
{NRd-Nn)
-\
Ȓl Nsd( t
e, finalmente:
4 Npl.Rd
«I
NRd ^^£ ("jw-JO (0,9MpLiRd) d (6.29)
Ha B/Í\r
Ui|
lti{ N
; Observações:
a) Se Nsd for inferior a 7Vn, a primeira parcela da expressão (6.29) é nula;
n||< N„ b) Qualquer um dos coeficientes fik e fid deve ser tomado igual a 7 quando for mai
4 Mm MN!td MM MpURd" MRd or do que 7;
c) Para o caso de momentos fletores atuando nos dois planos principais do pilar, a
•III Figura 6.5. Diagrama de interação expressão (6.29) é expandida como a seguir, devendo a primeira parcela ser de
'«! terminada em cada um dos dois planos, tomando-se o maior dos dois resultados
Para /V\., igual a /VDJ, o lpilar misto não resiste a nenhum momento adicional a M„nj.
•lf| Sd c Rd
Assim, o momento fletor de cálculo kMSd que pode atuar simultaneamente com NRJ é
NRd obtidos:
igual a zero: VÁNSd-Nn) ] kxMxM ^ kyMy,Sd
kMSll =0 (ponto A) (6.24) tou-AÜ [0,9Mx_plM) (0,9My,pLRd) ^Vd (6.30)
•li!
onde: d) No Eurocode 4 é dispensada a aplicação do coeficiente de segurança adicional
iM k - coeficiente dado pela expressão (6.9); (0,9) na segunda e na terceira parcelas da expressão (6.30), desde que a expres
lltl MSd = momento fletor de cálculo, incluindo efeitos de segunda ordem e imperfei são (6.29) seja verificada, com este coeficiente, em cada um dos dois planos;
ções de montagem (Capítulo 8). e) Em qualquer situação deve-se ter Nsd igual ou inferior a NRd em ambos os planos
M
principais, mesmo quando, em um deles, M%d for nulo;
Para qualquer valor de Nsd entre 7Vn e NRd, admite-se uma redução linear do valor de
M„nj, de forma que: 6.4.7. Resistência de cálculo da seção mista à plastificação total pelo momento
lüj! NRd '
fletor
H(l M
ww(%-wj
(6.25)
ii( NRd~~ K,-/vJ (pontoB) 6.4.7.1. Seção mista genérica, duplamente simétrica
"* Neste caso, obtém-se: Considere-se a seção mista genérica, duplamente simétrica, indicada na Figura 6.6,
Hl sujeita apenas ao momento fletor M lRd, com NSd igual a zero (M !Rd e NSd definidos
kMsd ^ MRd ~MNRd (trecho BC) (6.26) no item 6.4.6). Admita-se que a região externa da seção compreenda o perfil de aço
"I
(Para NSJ igual ou inferior a Nn, tem-se M'NRd igual a zero) e a armadura, a região interna o concreto, e que a linha neutra plástica seja BB, a
"i uma distância hn do centro de gravidade da seção.
»t> A NBR 14323, com base no Eurocode 4, utiliza um coeficiente de segurança adicio
nal de 0,9 na expressão (6.26): Quando a linha neutra plástica é deslocada de BB para a posição simétrica CC, a
"! região de aço entre BB e CC passa de uma força de tração igual a Ra2 para uma força
"I kM^<0,9\MRd-M NRd (6.27) de compressão de mesmo valor absoluto, o que corresponde a uma variação da força
4
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 204
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 205
h;
H- normal de 2Ra2. A região de concreto entre BB e CC passa de uma força nula para Conclui-se que, para NSd igual a TV, a resistência de cálculo da seção mista ao mo
in uma força de compressão igual a Rc2. Assim, a força normal na seção mista passa de mento fletor é igual a M jRd correspondente a Nsd nula (Figura 6.5).
zero para:
H*
6.4.7.2. Determinação de M lRd e da posição da linha neutra plástica
\v Nc=2Ra2+RV2 (6.31)
11! Para a determinação de M IRd e da posição da linha neutra plástica, consideram-se as
Com esse deslocamento da linha neutra plástica, as variações das tensões são simé
seguintes tensões de cálculo na seção mista (significados dos termos conforme item
Hí tricas em relação ao eixo DD e, consequentemente, o momento na seção não se alte
6.4.5.1):
ra, pernanecendo igual a M IRd.
0a/ - no perfil de aço (tração e compressão);
<pjs - na armadura (tração e compressão);
<Pc afck - no concreto (só compressão).
A posição da linha neutra plástica é obtida estabelecendo-se que a força NSd resul
tante das tensões normais é igual a zero. Localizada a linha neutra plástica, determi
na-se a resistência de cálculo ao momento fletor, M , DJ.
Para desenvolvimento de fórmulas detalhadas, ver, por exemplo, os itens B.2.7.4 e
B.2.7.5 da NBR 14323 (que contém alguns erros de digitação) ou o Anexo C do
Eurocode 4, 1992 (que também contém erros de digitação).
ííf 6.5. Procedimentos conforme AISC-LRFD (1999)
Figura 6.6. Seção mista duplamente simétrica
6.5.1. Limitações adicionais às do item 6.2
Por outro lado, com os índices numéricos associados às zonas (1), (2) e (3) da Figu
ra 6.6, índices a e c para para aço e concreto, respectivamente, têm-se as seguintes - O índice de esbeltez X= KL/rm não pode ser superior a 200 e, para análise plástica,
relações entre as forças resistentes (valores absolutos), o parâmetro de esbeltez %c não pode ser superior a 1,5K (K é o parâmetro de
devido à simetria: flambagem, L é o comprimento destravado do pilar, rm e Xc são definidos à frente).
- No caso de análise rígido-plástica ou elasto-plástica (ver também o item 2.3 do
Kl ~ Ra3 Kl ~ Kj (6.32) Capítulo 2), a força normal de compressão de cálculo no pilar não pode ultrapas
Ni
sar 0,85<J>cNlR ou 0,75$cN[R, em sistemas indeslocáveis ou deslocáveis, respecti
e, para a linha neutra plástica em BB:
vamente (0c é o coficiente de segurança, conforme item 6.5.4, e NlR é a resistên
cia nominal da seção mista à plastificação total pela força normal).
Ral + Kl = Ra2 + Ro3 (6.33)
- Não é previsto o caso de perfil I de aço parcialmente envolvido por concreto (Fi
Com (6.33) e (6.32), conclui-se que: gura 6.3-b).
- A área da seção transversal do perfil I (Figura 6.3-a) ou do tubo (Figuras 6.3-c e
6.3-d) deve ser igual ou superior a 4% da área total da seção transversal mista.
l«f Ra2 = Kl ~ Rc3 (6.34)
- Barras longitudinais da armadura, consideradas na resistência do pilar, não podem
M Portanto, Nc dado por (6.31) fica: ser interrompidas nas regiões de bases, emendas ou ligações com vigas.
\é - O espaçamento entre as barras longitudinais e transversais de contenção do con
Nc=Rcl+Rc2+Rc3 (6.35) creto (Figura 6.3-a) não pode ser superior a dois terços da menor dimensão da
h\ seção transversal do pilar misto e a área da seção transversal destas barras não
i i* isto é, Nc é a resistência de cálculo da seção de concreto à plastificação total pela pode ser inferior a 1,8 cm2 vezes seu espaçamento em metros.
força normal, dada pela expressão (6.21). - O cobrimento mínimo de concreto (Figura 6.3-a), para qualquer barra de armadu
Ml
ra, deve ser de 38 mm.
CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 206 CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 207
- A resistência característica do concreto à compressão (fck) deve ficar entre 27 e J/2
55 MPa para concreto normal, e não deve ser inferior a 28 MPa para concreto KL f,my
X = (6.41)
com agregados leves.
J\
- Os limites de escoamento do aço estrutural e do aço da armadura não podem ser
superiores a 380 MPa.
'A " 'A "
- No caso de tubo preenchido com concreto (Figuras 6.3-c e 6.3-d), a espessura Jmy ~ Jy c1Jys +C21
2Jck (6-42)
mínima da parede deve ser b.[fJ(3E)]m para tubos de seção retangular (b. é a lar V^V v*.,
gura externa para a parede considerada) e d [fJ(8E)]m para tubos de seção circu
lar (d é o diâmetro externo). ' A. ^
Em=Ea+c3Ec (6.43)
6.5.2. Cisalhamento na superfície de contato aço-concreto, fora das regiões de VA",
introdução de carga onde:
KL = comprimento de flambagem do pilar;
Quando a relação entre a força normal de compressão de cálculo e a resistência de r = raio de giração relevante do perfil de aço, porém, no caso de perfil I
cálculo correspondente for inferior a 0,3, determina-se a quantidade necessária de totalmente envolvido por concreto, não menos do que 0,3 vezes a dimen
conectores considerando-se o pilar misto como se fosse viga mista, isto é, conside são da seção no plano de flambagem;
rando-se a força normal igual a zero e mantendo-se o momento fletor. Quando aque A ,A A = áreas das seções transversais do perfil de aço, do concreto e da arma
la relação for igual ou superior a 0,3, não é necessário prever conectores fora das dura, respectivamente;
regiões de introdução de carga. = limites de escoamento dos aços do perfil e da armadura, respectiva
/ /
i? mente;
6.5.3. Resistência à força cortante fck = resistência característica do concreto à compressão;
E = módulo de elasticidade do aço do perfil (Capítulo 2);
Pode-se considerar a força cortante agindo apenas no perfil de aço, atendendo-se às E = módulo de elasticidade do concreto, conforme a NBR8800 (Capítulo 2);
recomendações da norma de estruturas de aço (NBR8800, 1986), ou que seu efeito cf, c2, c3 = coeficientes numéricos, iguais, respectivamente, a 1,0, 0,85, 0,4 para
seja dividido entre o perfil de aço e o concreto, atendendo-se às recomendações das tubos preenchidos por concreto e 0,7, 0,6, 0,2 para perfis I totalmente
normas de estruturas de aço (NBR8800, 1986) e de concreto armado (NBR6118, envolvidos por concreto.
1978). Do lado da segurança, despreza-se a contenção da(s) alma(s) do perfil de aço
pelo concreto. 6.5.5. Resistência à flexão composta
6.5.4. Resistência à força normal de compressão Quando atuam no pilar força normal de compressão e momentos fletores em relação
aos eixos X e Y (Figura 6.3), as seguintes condições devem ser atendidas:
A resistência de cálculo à força normal de compressão é dada por tycNK, sendo:
>«•
M y,Sd
(pc = 0,85 (coeficiente de segurança) (6.36) N Sd 'Sd M x.Sd
<1,0
>0,2 (6.44)
se
0c*« <S>CNR \9 hMx,pl,R hMy,pl,R
NR = AFer (6.37)
para X <1,5 F , = (0,658°) fmy (6.38) % N Sd
M x.Sd M y.Sd
<0,2 <1,0 (6.45)
se
<I>CNR 2<j>cNR hMx,pl,R $bMy,Pi,R
'0,877 x
para A. > 7,5 F = L (6.39) onde:
0
NSd = força normal de compressão de cálculo;
0 = (Xf (6.40) <j>cNR = resistência de cálculo à força normal de compressão (item 6.5.4);
<p = coeficiente de segurança da resistência ao momento fletor = 0,90;
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 208 CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 209
M ... e M ç. = momentos fletores de cálculo, incluindo efeitos de segunda ordem Não é necessário prever conectores no caso de introdução de carga por chapas de
1. extremidade, se a interface completa entre a seção de concreto e a chapa de extremi
e imperfeições; na determinação dos efeitos de segunda ordem por
li* métodos aproximados, as cargas críticas de flambagem elástica de dade ficar permanentemente em compressão, levando-se em conta a deformação len
vem ser calculadas pela expressão seguinte: ta e a retração. Caso isto não ocorra, é necessário verificar a introdução de carga,
}»' conforme os parágrafos seguintes (Eurocode 4, DRAFT 2000).
A,/,my
tf, - (6.46)
" 1 Se as cargas forem introduzidas somente na seção do perfil de aço ou na seção de
onde:
concreto, devem ser previstos conectores de cisalhamento na região de introdução.
li* Aa,fmv, Xr - conforme item 6.5.4; Para pinos com cabeça soldados nas almas de perfis I, aplica-se a resistência adicio
|n M<,í'J.«""'euV,/>!,K - resistências últimas aos momentos fletores correspondentes, na au nal por linha de conectores, igual a \iPRd/2 em cada mesa, conforme item 6.4.3 (a
sência de força normal, determinadas com base na distribuição plásti NBR 14323 não prevê esta resistência adicional).
ca de tensões na seção transversal mista; considera-se apenas o con
creto comprimido (com uma tensão de 0,85fck), o perfil de aço e as Para seções parcialmente carregadas, como na Figura 6.7-a, as cargas podem ser pro
barras da armadura sujeitos às tensões de escoamento corresponden pagadas por meio de uma inclinação de 7:2,5 através da espessura da chapa de ex
tes (tanto na região comprimida quanto na tracionada). Se tremidade. A tensão de cálculo no concreto, na área carregada após a propagação,
Nsd/(<f)cNR)>0,3, não é necessário usar conectores para desenvol não pode ultrapassar a resistência de cálculo dada por (6.47) para tubos circulares e,
para os demais casos, pela NBR 8800 (pressão de contato sobre apoios de concreto).
ver o comportamento misto, mas, se Níd /(<PCNR)<0,3, devem ser
usados conectores da mesma forma que para Nsd /(<PcNR)=0 . Para tubos circulares preenchidos com concreto, o efeito do confinamento pode ser
considerado na introdução de carga, conforme previsto no Item 6.4.5.1, utilizando-
6.6. Regiões de Introdução de Cargas se os valores de r\} e r/3 para X = 0.
6.6.1. Generalidades Se um tubo circular preenchido com concreto for carregado apenas parcialmente, por
exemplo por chapas de gusset através do perfil ou por enrijecedores, como mostrado
Forças e momentos aplicados por barras ou placas ligadas às extremidades de um na Figura 6.7, a resistência local do concreto GcRd sob a chapa de "gusset" ou sob o
pilar misto, ou entre tais extremidades, devem ser distribuídas entre o aço e o con enrijecedor, correspondente aos esforços solicitantes da seção de concreto, é dada por:
creto levando-se em conta a resistência a cisalhamento na interface dos dois materi
1/2
ais. Deve-se prever um caminho definido da carga de forma a evitar um nível de fcO A, AJ{cd
o c,Rd = /,cd 1+ (6.47)
escorregamento que invalidaria as hipóteses de cálculo. A A,
ck
V • /
6.6.2. Introdução de carga onde:
f.efk = resistência de cálculo e resistência característica do concreto à compres
Devem ser previstos conectores de cisalhamento nas regiões de introdução de carga são, respectivamente;
e nas regiões de mudança de seção, quando as resistências de cálculo à tensão de f„ = resistência de referência, igual a 30 MPa;
cisalhamento T„,, dadas no item 6.4.3, forem excedidas. As tensões de cisalhamento A = área da seção transversal de concreto do pilar;
devem ser determinadas a partir da variação dos esforços solicitantes dentro do com A, = área carregada sob a chapa de gusset ou sob o enrijecedor.
primento de introdução de carga, com base na teoria plástica. Se as cargas forem
Se Ac/ Aj exceder 25, faz-se Ac/A} igual a 25.
introduzidas somente na seção de concreto, os valores resultantes de uma análise
elástica considerando-se deformação lenta e retração devem ser levados em conta. Para tubos circulares preenchidos com concreto, a armadura longitudinal pode ser
levada em conta mesmo quando ela não estiver em contato direto com as chapas de
O comprimento de introdução de carga deve ser tomado igual ou inferior a 2d, sen extremidade, se a distância livre entre a armadura e a chapa não exceder 25 mm (Fi
do d a menor dimensão da seção transversal do pilar misto (diâmetro do tubo para gura 6.7.a).
pilar de seção circular).
CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 210 CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 211
Nsd
-'-S *
.r*-H u\ A
B
.V_ _
^ *£'$*& B
L .V.
A
eg -
GtUd
I
t
Nc
t t
Nci Sevã0 B"B
11111 f t o,^fy, Figura 6.8. Áreas de concreto ligadas e não-ligadas diretamente ao perfil
I I
6.7. Exercícios
6.7.1. Exercício 1
Verificar o pilar misto dado na Figura 6.9 pelo procedimento da NBR 14323. O pilar
é birrotulado nos planos ZX e ZY e suas extremidades são contidas à torção. Consi
Corte A-A Corte B-B derar que a armadura atende às exigências dos itens 6.3 e 6.4.1, porém, não considerá-
la na determinação da resistência do pilar.
(a) (b)
Dados:
Figura 6.7. Perfil tubular preenchido com concreto, parcialmente carregado Pd = 3000 kN, f = 300 MPa, fA = 25 MPa (peso normal)
(dimensões da seção e propriedades extraídas de Queiroz & Prestes, 2001)
No caso de perfis I parcialmente envolvidos por concreto (Figura 6.3-b), o concreto Solução:
deve ser contido por armadura transversal e um caminho claro de transmissão de
carga entre aço e concreto deve ser estabelecido. A armadura transversal deve ser (a) Esforços solicitantes de cálculo
ancorada no perfil de aço, através de furos, soldando-se as barras na alma ou por
meio de conectores. NVA
Sd
= P d = 3000 kN Mx.Sd
ç = 3000x7,5 = 22500 kNcm M y,Sd
_, = 0
No caso de perfis I totalmente envolvidos por concreto, quando a carga for (b) Propriedades da seção
introduzida só no aço ou só no concreto, a armadura transversal deve ser projetada
para o cisalhamento longitudinal que resulta da transmissão de força normal (TV ; na - seção de aço
Figura 6.8) das partes de concreto diretamente ligadas ao perfil por conectores para A = 137,4 cm2 I = 33400 cm4 I ay = 11435 cm4
as partes de concreto sem esta ligação direta (como as partes de concreto hachuradas
I* na seção transversal na Figura 6.8). O cálculo da armadura transversal deve ser ba - seção de concreto
seado em um modelo de treliça, assumindo-se um ângulo de 45° entre as diagonais A = 352 - 137,4 = 1088 cm7
c
Iai
= 354 - 33400 = 91650 cm4
comprimidas de concreto e o eixo da barra. I = 354- 11435 = 113600 cm4
y.
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 213
CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 212
KL = 600 cm (planos ZX e ZY)
1" - eixo X
n2x818,8xl06
N = = 22450 kN
600'
V/2
6434
6000 T-í-l 22450 = 0,535
} i - eixo Y
n2x400,6xl06
N = =10980 kN
6002

Figura 6.9. Pilar misto -_ ( 6434 V^ = 0,765
X~ (10980
(c) Resistência da seção mista à plastificação total pela força normal
(f) Cargas de longa duração
- nominal
- no plano de flexão
Npl,R
= A f + a A f= 137,4x30 + 0,85x1088x2,5 = 6434 kN
aJy cJ rk
- de cálculo X= 0,535 < 0,8 (Tabela 6.1)
Npl.Rd = "a
QAf + ôTc aAf\ = 0,9x137,4x30 + 0,7x0,85x1088x2,5 = 5328 kN
<r y rJ ík portanto, não é necessário levar em conta o efeito das cargas de longa duração.
(d) Rigidez efetiva à flexão (cargas de curta duração) (g) Exigências do item 6.4.1:
{ TP \ Jmax =0,765 < 2,0 -OK
(El\=EJa+0,8
J'J 5= (M./,) _(0,9x137,4x30)
E = 42y[L5(fJ'p- = 42x24s-5(25)m = 24690MPa = 2469 kN/cm2 N pl.Rd 5328
- eixo X
0,2 <5< 0,9 - OK
(EI)e = 20500x33400 + 0,8(2469/1,35)x91650 = 818,8x10o kNcm2
( V/2 \l/2
- eixo Y , J 20500 Y
^ =11=21,9 <1,47
(EI)e = 20500x11435 + 0,8(2469/1,35)x113600 = 400,6x10o kNcm2 tf 1,6
Jy , =1A\w) =38A "0K
(e) Parâmetros de esbeltez (cargas de curta duração) (h) Resistência de cálculo à compressão axial:
.1/2
- (N.,„\
pl.R
X=
V e J
j Para curva c e Xmax = 0,765 (flambagem em torno de Y), obtém-se (NBR 8800,
N=K'
j 1986): p = 0,677
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 215
CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 214
IH .:NRd = 0,677x5328 = 3610 kN > 3000 kN - OK (j) Flexão normal composta relativa ao eixo X
li - equação de interação
(i) Resistência de cálculo à plastificação total pelo momento fletor relativo ao eixo
(li X (com base no Anexo C do Eurocode 4): (Nsd-Nn)i kMM
''tC^PC^' pi.
M f = 0,9x30 = 27 kN/cm2
= (Xp!lRd-NRd)
J yd
d: k (Xp!.Rd-Xc)
f = 0,7x0,85x2,5 = 1,49 kN/cm2
Ir J cd
NRd = PNP,Rd
1* Za=bt((d-tf)+(d-2tfr -f
|n para flambagem em torno do eixo X tem-se curva b e X = 0,535, donde:
0,8
l> = 35x1,6(35 - 1,6) + (35 - 2xl,6fx —= 2073 cm3 p = 0,87 (NBR 8800, 1986)
Observação: o expoente 2 está colocado errado no Eurocode 4 (1992). .-. NRd = 0,87x5328 = 4635 kN
352
H Z = 35x 2073 = 8646 cm3 (5328-4635)
4 = 0,187 < 1,0 -OK
•'• V y = (5328-1621)

I* - supondo que a linha neutra plástica corte a alma
I*: Zm = twh2
k Zcn = (b- tj h2 N = N
Rd 4 =4635^-—1
4
=o< TVsd - OK
I*
h«= [2bfcd+2tw(2fyd-fcd)\ k= j=
1-
'Nsd"
Nc = Afrd = 1088x1,49 = 1621 kN v e /j
1621 C =0,6- 0,4(-l) = 1,0 > 0,4 - OK
• h = 8,61 cm
•"• " [2x35x1,49 +2x0,8x( 2x27-1,49)]
.'.* = = 1,154 > 1,0 - OK
3000
7-
31,8 22450
hn < —r- = 15,9 cm - OK (a linha neutra plástica corta a alma, como suposto)
LI . = -r-t
(Kpl,Rd-NSd)r = 7-
(5328-3000)
~ = 0,628 < 1
:.Zan = 0,8x8,612 = 59,3 cm3 OK
...Z™ = (35 - 0,8)x8,612 = 2535 cm3 d (Npijut-tfcJ (5328-1621)
1,49 voltando à equação de interação,
:.MplRd = (2073 - 59,3)x27 + (8646 - 2535)x = 58923 kNcm
CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 216
CAPITULO 6 - PILARES MISTOS 217
||F
\n
(3000-0) 1,154x22500 „.,. , n/~„, ní^ (c) Parcelas dos esforços solicitantes a serem transferidas do aço para o concreto
IM n }S7^-- l- + -J7 —^ = 0,611<\ld =0,628 - OK (Chung e Narayanan, 1994):
' (4635-0) (0,9x58923)
N a,Rd
6.7.2. Exercício 2 *U = Nsd TVpi.Rd
l>' Para a seção transversal do exemplo 1, considerar que uma força Pd de 600 kN seja
introduzida conforme indicado na Figura 6.10. Projetar a ligação entre o aço e o con NaRd = <!>aAf = resistência de cálculo da seção de aço à plastificação total pela força
creto para garantir que as resistências de cada um destes componentes não seja ex normal de compressão;
cedida. Desprezar as resistências por aderência e por atrito.
|H
•'• Ncs.Sd = NJ! ~Ô)= 60°(1 ~ 0>696) = 182'4 kN
Solução: (8 conforme item g do exercício 6.7.1)
li
\U (a) Verificação da alma do pilar e da solda de ligação entre alma e mesa
IM P = 600 kN, atuando em uma altura de 2x350 = 700 mm, conforme item 6.6.2;
d 1-
M a.Rd
a.Sd Sd
M pl.Rd
M =600(10 + 1,6) = 6960 kNcm, atuando em uma altura de 600 + 2x16 = 632 mm.
|M Com os esforços solicitantes de cálculo e propriedades de seção baseadas nas alturas MaRd = (Za - ZaJfyd = contribuição da seção de aço para a resistência de cálculo da
Ir* anteriores, verifica-se localmente a alma e a solda, pelos procedimentos da NBR seção mista à plastificação total pelo momento fletor;
8800. É necessário superpor as tensões de cisalhamento devidas a Pd com as devidas
l>*
à força cortante no pilar. (Za - ZJf = (2073 - 59,3)x27 = 54370 kNcm (item / do exercício 6.7.1)
**
, , 54370
III
•••M^=16500\1-1^23 = 1275 kNcm
(d) Conectores:
III"
Dispondo-se 8 conectores $3/4" conforme mostrado na Figura 6.10, têm-se as seguin
• »• tes forças de cálculo (verticais) nos mesmos:
Corte A-A
li.
I*' devido à força normal P = !^L =22,8kN
QNd o
7275
- devido ao momento fletor 7-V „. = —• — = 77,7 kN
Figura 6.10. Introdução de carga J *Md 18x2x2
(b) Esforços solicitantes de cálculo introduzidos no pilar na região da ligação: -força resultante
w =p = 600 kN
Pfd = 22,8 + 17,7 = 40,5kN < Prk = 71 kN - OK
Sd d
(P conforme item 7.7 - f do Capítulo 7).
!*=• Msd = 600(10 + -—) = 16500 kNcm
CAPÍTULO 6 - PILARES MISTOS 218
6.8. Bibliografia
ACI 318-95. 1995- "Buiíding Code Requiremcnts for Reinforced Concrete and
Commentary'\ ACI Committee 318. American Concrete Institute. Detroit.
AISC-LRFD 1999. "Load and Resistance Factor Design Specification for Steel
Buildings, Manual of Steel Construction - Load and Resistance factor Design". 3rd.
Edition. American Institute of Steel Construction. Inc. Chicago, IL.
CAPITULO 7
Chen, W. R; Han, D. J. 1988. "Plasticity for Structural Engineers". Springer - Verlag
I
New York Inc.
LIGAÇÕES MISTAS
h Eurocode 2. ENV 1992-1-1:1992. "Design of Concrete Structures - Partl-1: Gene
( ral Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European Committee for
Standardization. 7.1. Conceito - Classificação de Ligações
li Eurocode 4. DRAFT EN 1994-1-1:2001. "Design of Composite Steel and Concrete Uma ligação é denominada mista quando a laje de concreto participa da transmissão
II-
Structures - Partl-1: General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European de momento fletor de uma viga mista para um pilar ou para outra viga mista no vão
Committee for Standardization. April. 2000. adjacente (quando o suporte das duas vigas mistas for um pilar, ele pode participar
da distribuição de momentos no nó). Quando o momento na viga for negativo, a ar
Eurocode 4. ENV 1994-1-1:1992. "Design of Composite Steel and Concrete madura da laje é tracionada, e quando ele for positivo, a laje é comprimida (por
Structures - Partl-1: General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European exemplo devido ao efeito do vento cm pórticos deslocáveis).
Committee for Standardization.
Neste livro somente serão abordadas ligações mistas sujeitas a momento negativo,
NBR 14323: 1999. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Dimensionamento em sistemas indeslocáveis, e que não transmitem momento para o pilar (momentos
de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio". Rio de Janeiro. auto-equilibrados em duas vigas adjacentes ao suporte).
ll>. NBR 6118: 1978. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução A análise de sistemas deslocáveis com ligações mistas entre vigas e pilares ainda é
de Obras de Concreto Armado". Rio de Janeiro. objeto de pesquisas, devido a alguns problemas não resolvidos, tais como a relação
momento-rotação da ligação mista no descarregamento, a degeneração de rigidez da
NBR 8800: 1986. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução ligação após ciclos de carregamento e descarregamento, a inexistência de um proce
de Estruturas de Aço de Edifícios". Rio de Janeiro. dimento de análise estrutural que possa ser aplicado em projetos e que inclua o com
portamento elasto-plástico da ligação de forma adequada etc. (Mata, 2001 e Maleck
Queiroz, G.; Prestes, J. A. S. 2001. "Pilares Parcialmente Revestidos de Concreto ". 2000).
|f; I Congresso Internacional da Construção Metálica, IV Seminário Internacional, O
Uso de Estruturas Metálicas na Construção Civil . São Paulo, SP. As ligações podem ser classificadas com base na rigidez ou na resistência, de acor
do com o método de análise da estrutura. A classificação baseada na rigidez está
SCI-142 1994. K. F Chung; R. Narayanan. "Composite Column Design to Eurocode relacionada à análise elástica e a classificação pela resistência diz respeito à análise
llüi 4". The Steel Construction Institute. Ascot. plástica. Evidentemente, se a análise for elasto-plástica, ambos os tipos de classifi
cação são pertinentes. Quanto à rigidez, as ligações são classificadas em rotuladas,
»*• semi-rígidas e rígidas, enquanto que, de acordo com a resistência, são classificadas
M- em rotuladas, de resistência parcial e de resistência total.
N
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 220 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 221
As ligações rotuladas são aquelas projetadas de forma tal que não sejam capazes de
desenvolver ou transmitir momentos significativos que possam afetar a resistência
das barras às quais estejam ligadas. Devem ser capazes não apenas de transmitir as
forças calculadas (cortante ou, eventualmente, normal) mas também de suportar as
rotações resultantes da análise (elástica ou elasto-plástica) ou, em termos de resis
tência, devem ter capacidade de rotação suficiente para permitir o desenvolvimento
das rótulas plásticas previstas nas barras sob o carregamento de cálculo (Eurocode
3, 1992).
As ligações classificadas como rígidas são aquelas cuja deformação (rotação relati
va entre a viga e o pilar) é pequena o suficiente para não influenciar na distribuição
das forças e momentos internos da estrutura ou mesmo em seu deslocamento verti
cal ou horizontal. As ligações que não atendem aos critérios das ligações rotuladas
ou rígidas devem ser classificadas como semi-rígidas. O comportamento das ligações
semi-rígidas, representado pela relação momento-rotação, deve ser suficientemente
conhecido de modo a permitir que se controle o grau de interação entre as barras
ligadas. As ligações rígidas ou semi-rígidas devem ser projetadas para transmitir as
forças e os momentos calculados na análise.
Figura 7.1. Ligação mista com chapas simples soldadas no pilar e
Quando uma dada ligação for capaz de desenvolver resistência igual ou superior à parafusadas na alma e na mesa inferior da viga
da viga, diz-se que esta ligação é de resistência total; caso contrário, esta ligação é
classificada como de resistência parcial. Neste último caso, deve ser demonstrado
experimentalmente, ou por uma combinação adequada de análise teórica e ensaios,
que a ligação possui capacidade de rotação suficiente para que se formem as rótulas
plásticas previstas nas barras, mantendo sua resistência ao momento até que se de
senvolva o mecanismo final de colapso. Não podem ser atingidos estados limites não-
dúcteis como, por exemplo, instabilidades locais ou globais ou rupturas de parafu
sos e de armaduras (ver também Capítulo 4).
Normalmente uma ligação mista c obtida a partir de uma ligação metálica flexível
(classificada como rotulada) ou semi-rígida, aumentando substancialmente sua rigi
dez e sua resistência a momento. Como conseqüência, podem-se reduzir a rigidez e
a resistência que seriam exigidas da viga mista com as ligações metálicas originais.
Nas Figuras 7.1 a 7.4 mostram-se alguns exemplos de ligações mistas, sendo que,
em todas elas o elemento suporte pode ser um pilar ou uma viga. As ligações mos
tradas nas Figuras 7.3 e 7.4 foram estudadas por Leon, gerando manuais de projeto
publicados pelo AISC (Leon et ai, 1996) e pela ASCE (1998).
m
De maneira geral, uma ligação mista tem grande rigidez inicial; não tem, todavia, a
mesma resistência a flexão da viga mista suportada por ela, sendo, portanto, uma li
it gação de resistência parcial. Ligações de resistência parcial devem ter capacidade de Figura 7.2. Ligação mista com chapa de extremidade com altura total
rotação suficiente para não sofrerem colapso antes que a viga atinja uma determina ("flush endplate")
da situação prevista (por exemplo, formação de mecanismo plástico).
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 222 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 223
Este método consiste em dividir a ligação em seus componentes básicos, como por
exemplo, as armaduras, os conectores de cisalhamento, os elementos de ligação, os
parafusos, entre outros. O procedimento pode ser expresso em três passos, como a se
guir:
a) identificação dos componentes básicos relevantes da ligação, definidos como
aqueles que contribuem e influenciam efetivamente no comportamento da liga
ção. Uma vez identificados, devem ser agrupados conforme sua resposta à soli
citação: tração, compressão, flexão e cisalhamento. Cada um destes componen
tes ou grupo de componentes é representado por uma mola translacional (ou, em
=^M^ certos casos, rotacional);
b) determinação das propriedades estruturais de cada um dos componentes, com
base em curvas força-deslocamento derivadas de modelos mecânicos de diferen
tes níveis de sofisticação, validados por resultados de ensaios e simulações nu
Figura 7.3. Ligação mista com cantoneiras parafusadas na alma (duas por viga) méricas. A resistência última, a rigidez inicial e a capacidade de deformação são
e na mesa inferior da viga secundária
as propriedades mais importantes;
c) combinação das propriedades dos componentes para a determinação das caracte
rísticas da ligação como um todo, obtidas com a associação, em série ou em pa
ralelo, das molas representativas de cada componente ou grupo de componentes,
levando-se em conta o equilíbrio e a compatibilidade de deslocamentos.
Neste trabalho, os componentes foram divididos em três grupos: a armadura, os
<> -> conectores de cisalhamento e a ligação metálica. No caso da armadura, a largura efe
tiva da laje de concreto na região de momento negativo determina quais barras par
ticipam da ligação mista.
^M^ ±=*
7.2.1. Largura efetiva
Esta largura pode ser tomada, da mesma forma que nas vigas mistas contínuas -
Figura 7.4. Ligação mista com cantoneiras de assento parafusadas na Capítulo 4, como (L0] + LtJ/8 de cada lado da viga mista, onde LQ! e L são os
viga principal e na mesa inferior da viga secundária comprimentos dos trechos de momento negativo nas duas vigas mistas adjacentes.
Itl
Para vigas de borda, a largura efetiva do lado externo é igual ao balanço da laje ou
7.2. Caracterização das Ligações Mistas - Comportamento dos Componentes (LQ{ + L02)/8, o que for menor. Além de respeitar a largura efetiva, quando o supor
Básicos te for um pilar, deve-se também dispor as barras da armadura de forma que seu
centro de gravidade, de cada lado da linha de centro das vigas mistas adjacentes,
De acordo com o ECCS (1999), as características da relação momento-rotação de fique a uma distância de 0,7bc a 2,5br desta linha de centro (Eurocode 4, DRAFT
uma ligação mista que devem ser incluídas na análise global da estrutura podem ser 2000), sendo bc a largura do pilar na direção transversal às barras.
determinadas de diversas maneiras, entre elas:
- ensaios; 7.2.2. Comportamento das barras da armadura
h - cálculos por elementos finitos;
- métodos analíticos aproximados. 7.2.2.1. Rigidez inicial
N Dentre os diversos métodos analíticos aproximados, cita-se o método dos componen , P 2ASES
tes, adotado pelo Eurocode 3 (1993) e que conduz a resultados bastante satisfatórios. r~~ô~~~h— (ECCS, 1999) (7.1)
N
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 224 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 225
onde:
A = área da seção transversal da armadura longitudinal dentro da largura efetiva a
da mesa de concreto; i+
h = largura do elemento de apoio, paralelamente à armadura; 2y0
E = módulo de elasticidade do aço da armadura.
hc = espessura da laje, excluídas regiões dentro de formas metálicas;
Observação: = distância vertical entre os centros de gravidade da mesa de concreto e da
y0
Na expressão (7.1) considera-se apenas o trecho mais solicitado da armadura, entre seção mista (sem armadura), ambas não-fissuradas;
o centro do apoio e o primeiro conector; o efeito "tension stiffening" (enrijecimento
da armadura produzido pelo concreto que a envolve) é desprezado.
M
4
M 7.2.2.2. Resistência última A c
= área da mesa de concreto;
n E = módulo de elasticidade do concreto (Capítulo 2, expressões 2.5 e 2.6)
*W,A (7.2) (significado dos demais termos na Figura 7.5).
k onde: Salienta-se que, para garantir um comprimento de introdução razoável, o primeiro
li f - limite de escoamento do aço da armadura; conector deve localizar-se, no mínimo, a 200 mm da linha de centro do apoio.
P = resistência última da armadura.
7.2.3. Comportamento dos conectores de cisalhamento na região de momento
Ir 7.2.2.3. Capacidade de deformação negativo
7.2.3.1. Rigidez inicial
Aus=Lesmu, com L= ^ + a (Bode et ai, 1997) (7.3)
onde: A rigidez inicial depende do número de conectores na região de momento negativo.
£ = deformação última da armadura envolvida pelo concreto (Figura 7.5);
P nk
h = dimensão da seção do elemento de apoio na direção paralela à armadura; k=- =^^ (ECCS, 1999) (7.5)
a = distância da face do elemento de apoio até o primeiro conector. 8 a
onde:
Osrl n = número de conectores na região de momento negativo;
BSmu = Z!ty-$tA£sr+h SU C yy, (ECCS, 1999) (7-4) k = 1000 kN/cm para conectores com diâmetro 0=3/4", em lajes maciças ou em
lt!' f ys
lajes com forma metálica para as quais Cred calculado pela expressão (3.6) (Ca
pítulo 3), sem a limitação de 0,75, não for inferior a 7.
/3( = tomado igual a 0,4 para cargas de curta duração;
h* 8 =0,8 para barras deformadas de alta duetilidade;
a =
v-(v-lXd + y)
Ae =
PE*
D2AS
Jctnfâc PES
o* 1+ -il/2
p A E< \^+l)nkscLsDl
l"t f = resistência média do concreto à tração (Capítulo 2, expressão 2.1); EL
IMÍ
227
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 226 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS
li II 7.2.3.3. Capacidade de deformação
armadura envolvida
Jlí pelo concreto
Na Figura 7.6, o ponto Acorresponde ao início do escoamento do conector de
lir cisalhamento mais solicitado. Ovalor correspondente da força na armadura, FjA\ e
Ir oescorregamento entre aextremidade da laje e aextremidade da viga, sw, podem
ser calculados, uma vez que as rigidezes iniciais ksc de um conector e kc do grupo de
)>
conectores são conhecidas.
armadura
isolada
)c Momento
M
a<
lll
in

Rotação
Figura 7.5. Diagrama do comportamento idealizado tensão-deformação,
Hl
da armadura tracionada envolvida pelo concreto
in
Figura 7.6. Curva aproximada do grupo de conectores
d, v = conforme Figuras 7.1 a 7.4;
Otrecho elástico da origem até oponto A, na Figura 7.6, é considerado válido até um
Ll = distância da extremidade da viga à seção de momento nulo;
valor máximo da força no conector mais solicitado igual a 0,7Ptk. Assim, tem-se:
D = distância do centro de gravidade do perfil metálico ao centro de gravidade
da armadura; 0,7Prl
s(A) = (7.7)
= momento de inércia do perfil metálico.
|l* 7.2.3.2. Resistência última
Com arigidez kc do conjunto de conectores na região de momento negativo (expres
!*t
são 7.5), obtém-se:
A resistência última também depende do número de conectores na região de momento
negativo. Se a quantidade destes conectores for insuficiente na região mencionada,
l»t fica comprometida a resistência última da ligação mista. Assim, a resistência dos Fs(A>=kcstA> (7'8)
)it; conectores deve ser igual ou superior à da armadura (interação completa):
Oponto Bcorresponde àforça máxima na armadura. Assim, para interação total:
Pu=nPrk>Es(B>=AJys (7.6)
(7.9)
•(B) _
= AJ
s J ys
N onde:
M = resistência característica de um conector. Oescorregamento s<B> da extremidade, devido ao comportamento elasto-plástico dos
conectores de cisalhamento entre A e B, pode ser considerado igual a:
N
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 228 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 229
(B)
F.
s<B> =2s(A) (ECCS, 1999) (7.10) kt!=^-<2,5
v(A.)
O escorregamento s,H> é considerado como valor limite para os conectores, determi
1,51 P2
nando, assim, sua capacidade de deformação. <2,5
*«=•
Na expressão (7.10) a rigidez secante no ponto B \FJB>/s(B>) é tomada igual à
db = diâmetro dos parafusos;
metade da rigidez inicial \F*A>fs<A>)- = limites de resistência à tração dos aços estruturais da cantoneira e da
Jul' J</2
mesa inferior, respectivamente;
7.2.4. Comportamento da ligação metálica = limite de resistência à tração do aço dos parafusos;
Kb
dm = 1,6 cm (diâmetro de referência);
A deformação da alma do pilar entre as mesas inferiores das vigas adjacentes não s = espaçamento entre parafusos na direção da força;
será abordada; havendo enrijecedores como na Figura 7.1, tal deformação é geral PI' P2
= espessuras da cantoneira e da mesa inferior da viga, respectivamente.
mente desprezível. As ligações metálicas das Figuras 7.1 e 7.2 não serão abordadas
neste trabalho. Para cálculo de ligações do tipo mostrado na Figura 7.2, recomen b) Resistência última
dam-se duas publicações: "Joints in Steel Construction - Composite Connections"
(SCI-213, 1998) e "Design of Composite Joints for Buildings" (ECCS, 1999). P=nPub<l,5fvA, (7.12)
7.2.4.1. Ligação da mesa inferior (Figuras 7.3 e 7.4)
onde:
a) Rigidez inicial P , = resistência última de um parafuso, levando em conta o corte do parafu
Considera-se que a folga entre os parafusos e os furos tenha desaparecido na fase so e o esmagamento das chapas com rasgamento entre furos (NBR 8800,
de concretagem, sem escoramento. Desprezando-se a rigidez à flexão da aba da 1986);
cantoncira, tem-se, conforme o Anexo J do Eurocode 3 (1994), a seguinte rigi /eA.
Jy f
= limite de escoamento e área da seção da mesa inferior, respectivamen
dez inicial: te.
k: =
c) Capacidade de deformação
1 7 7 A bibliografia é contraditória quanto à capacidade de deformação de uma liga
+ •+ • (7.11) ção parafusada com as chapas comprimidas. Atualmente estão sendo realizados
kpi kp2 K ensaios da situação específica da ligação da mesa inferior da viga mostrada nas
onde: Figuras 7.3 e 7.4 (Queiroz & Mata, 2001). Um limite seguro para o deslocamen
n = número de parafusos; to horizontal da extremidade da mesa inferior da viga é de 4 mm, com base na
Tabela 6 do relatório CE/VP1-ST 96/15, de Rex & Easterling (1996).
kp}=24kskt!dhful
kp2=24ksk!2dbfu2 7.2.4.2. Ligação da alma (Figura 7.3)
, _ 16fubdb2 a) Rigidez inicial
H ~ ; Considera-se que a rigidez inicial das duas cantoneiras tenha sido completamente
esgotada na fase de concretagem, sem escoramento, com plastificação das
cantoneiras. Assim, na fase final de ligação mista, as cantoneiras da alma defor
k = + 0,375 < 1,25 (parâmetro associado ao rasgamento entre furos; mam-se para as cargas aplicadas após a cura, sem acréscimo de sua solicitação (ri
4d,
gidez nula).
não existe rasgamento entre furo e borda em juntas comprimidas);
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 230 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 231
b) Resistência última
A linha neutra da seção plastificada da ligação pode ficar abaixo das cantoneiras AÍ0=/> — h
da alma ou dentro da altura das mesmas (item 7.3.3).
4 2- °A5)
O mecanismo de colapso presente na cantoneira da alma (Figura 7.8) mostra as
No primeiro caso, a solicitação resultante no par de cantoneiras é uma força ho duas chameiras plásticas formadas ao longo da altura. Uma está localizada ao
rizontal excêntrica; a intensidade e o ponto de aplicação desta força (Figura 7.7- longo da extremidade da curvatura de concordância e a outra em uma linha incli
a) podem ser determinados pelo processo dado em Chen et ai (1992). Esta situa nada ao longo da altura da cantoneira. O efeito da força cortante na flexão deve
ção deve ser evitada, porque resulta em solicitação muito elevada da ligação da ser considerado, dado que a distância entre as duas chameiras plásticas em qual
mesa inferior. quer seção horizontal é pequena quando comparada com a espessura da
cantoneira. Observando-se a Figura 7.8, a equação de trabalhos virtuais para este
No segundo caso, a solicitação resultante no par de cantoneiras é um momento, mecanismo, em qualquer seção arbitrária y, pode ser expressa por:
com tração acima da linha neutra plástica e compressão abaixo (Figura 7.7-b); a
intensidade e o ponto de aplicação da tração podem ser determinados pelo pro 2Mpye=Vpygy0 (7.16)
cesso dado em Chen et ai (1992). A compressão, igual à tração, é a resultante Substituindo-se (7.15) e (7.16) em (7.13), obtém-se:
das tensões de compressão na região comprimida (ver limitação após a expres
são 7.21). V
py
V
py
= 1 (7.17)
Vo Vn
'
onde:
= momento fletor e força cortante por unidade de comprimento, res
pectivamente, que provocam a plastificação, agindo separadamente;
M e V = momento fletor e força cortante por unidade de comprimento, res
py py
pectivamente, que provocam a plastificação, agindo em conjunto;
= espessura da aba da cantoneira.
A solução para a força cortante plástica, V , obtida da equação (7.17), tem uma
distribuição não-linear ao longo da altura das cantoneiras da alma, como mostra
do na Figura 7.9. O valor máximo, V,, está na parte inferior das chameiras, y =
0, e o valor mínimo, Vu, está na margem superior, v = d(.
Processo de Chen et ai (1992) adaptado para linha neutra plástica dentro da
altura das cantoneiras (Figura 7.7-b) Com a distribuição das forças V dada pela expressão (7.17), pode-se obter sua
Para a região tracionada da cantoneira da alma, a resistência última pode ser resultante V , em duas cantoneiras e o ponto de aplicação desta resultante (Figu
obtida pelo procedimento das chameiras plásticas de Chen et ai (1992), com a ras 7.8 e 7.9):
IM linha neutra posicionada em função das capacidades de deformação da armadu
ra, dos conectores e da ligação inferior. Para se obter a resistência do mecanismo VpW=2íVpydy (7.18)
mostrado na Figura 7.8, parte-se da equação de interação de Drucker:
». Vp^=2\vPyydy (7.19)
|r M
py py
A posição da resultante das tensões de compressão (Figura 7.9) pode ser obtida
= 1 (7.13)
M V,
pelas expressões (7.20) e (7.21), para distribuição elástica e distribuição elasto-
It- plástica de tensões, respectivamente.
lu
ls;
Vn=^tL
'0 (Critério de Tresca) (7.14)
yc para VpW^fytLdc (7.20)
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 232 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 233
chameiras plásticas onde:
V pw
a = — 1
fytLdc
/ = limite de escoamento do aço das cantoneiras;
tL ~ espessura das cantoneiras.
A resistência última do par de cantoneiras a momento é, então:
Mu' = Vpw(y, + yc) (7.22)
~*f FT r- cantoneiras da alma
tensões de compressão
Figura 7.9. Distribuição da força cortante plástica e das tensões de
compressão nas cantoneiras da alma
c) Capacidade de deformação
Considera-se que as cantoneiras da alma tenham capacidade de deformação su
Corte A-A
perior às dos demais elementos da ligação, não reduzindo, assim, a capacidade
Figura 7.8. Mecanismo de colapso formado nas cantoneiras da alma, de rotação da ligação completa.
com a linha neutra plástica dentro da altura das cantoneiras
7.3. Propriedades Fundamentais da Ligação Mista Completa
(2 + 2a-al)
yc = fytLdc' para fJLdc<Vpw<2fytLdi
' y-L-c (7.21) 73.1. Rigidez inicial
3Vr
(se V > 2 j>y*l~c
t d a ligação deve ser alterada) Mostram-se na Figura 7.10 as molas consideradas na determinação da rigidez do
conjunto, para o caso em que na cantoneira da alma atua apenas um momento.
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 234
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 235

m
Figura 7.10. Modelo para a rigidez do conjunto da ligação mista Figura 7.11. Modelo para os deslocamentos dos componentes da ligação mista
Com As, ái e s iguais ao alongamento da armadura, deslocamento na ligação infe Obtém-se também a posição da linha neutra elástica da ligação, que deve ficar den
rior e escorregamento entre a laje e o perfil metálico, respectivamente, tem-se (Figu tro da altura das cantoneiras da alma:
ra 7.11):
(d + y)
Wf (7.28)
A^ AJÍ s-í (7.23)
donde:
Fr = F:=Fc (7.24)
(d + y)
M=Fr(d + y) + cO (7.25) yiNF. ~
(7.29)
O 1 /1
+ - + —
A rotação das seções extremas da viga e da laje, consideradas paralelas, é dada por: [' l*' *i *JJ

A^+At+s
Kl °- d+y <7-26) 7.3.2. Resistência última a momento - flambagem por distorção
Com as equações (7.23) a (7.26), obtém-se a rigidez inicial da ligação:
A resistência última da ligação mista a momento dada a seguir é baseada nas seguin
tes condições:
M (d + y) a) os conectores na região de momento negativo e os elementos envolvidos na li
+ c
r1 1 1^ (7.27) gação mesa inferior-cantoneira têm resistência nominal e de cálculo, respectiva
— + -+ —
|í kr k; k. mente, superiores à das barras de armadura (ver item 7.7 - exercício); a solda
inferior de composição do perfil tem resistência de cálculo a cisalhamento igual
(Neste caso a rigidez rotacional c, das cantoneiras da alma, está sendo considerada ou superior à da alma;
nula).
Mi
Ir
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 236 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 237
b) o perfil metálico tem seção compacta (Classe 1 ou 2 conforme Eurocode 4 - ver tos mostrada na Figura 7.12-c, e com base no método da carga unitária, a parte elás
Capítulo 2, item 2.2.3, com posição da linha neutra plástica determinada para a tica da rotação necessária da ligação é dada por:
seção mista sujeita a momento negativo);

c) nas cantoneiras da alma atua apenas momento (a linha neutra plástica, determi
nada por (7.32), fica dentro da altura destas cantoneiras); 0re=\'olM(x)Mi(x)^_^MÍ11
El(x) io EI(x){ L)
(7.33)
n
d) a resistência a momento não é reduzida pela flambagem por distorção da viga
mista junto à ligação (ver Capítulo 4). onde:
H
Atendidas tais condições,
Qre = componente elástica da rotação;
>*
EI(x) = rigidez à flexão da viga mista;
n Mu=fvAJd + y)+M'u (7.30) L = vão da viga;
ii
onde: M(x) = momento fletor devido ao carregamento real;
M'u = resistência última a momento das cantoneiras da alma (equação 7.22). M(x) = momento fletor devido ao momento unitário aplicado na seção extrema.
7.3.3. Capacidade de rotação Para calcular a parte plástica da rotação necessária da ligação deve-se conhecer a
relação momento-curvatura da viga mista na região de momento positivo, para mo
A capacidade de rotação da ligação é determinada pela expressão (7.26), atribuindo- mento superior ao momento de escoamento. Tal relação pode ser expressa por (Li &
se aos deslocamentos seus valores limites: Lawson, 1996):
,0.2
M-M
k + A.i + s
(B)
„,.,» = —
è(M) M + 5,7
^idTMy
— M
—- —
y
(7.34)
(d +y) (7.31) Y EI [ {hcj EI EI Mp-M y
onde:
Am = valor dado por (7.3)
Aui =4 mm (item 7.2.4.1-c) M = momento atuando na seção mista (M y^ M < Mp);
s,B> = valor dado por (7.10)
0( M ) = curvatura da viga correspondente ao momento M;
A locação da linha neutra plástica é obtida a partir da equação (7.28): £7
= rigidez à flexão da viga mista na região de momento positivo;
d = altura da viga de aço;
(d +yKi
(7.32) K = altura total da mesa de concreto;
My = momento correspondente ao início de escoamento;
In
7.4. Capacidade de Rotação Necessária (Mata & Queiroz, 2001) Mp = momento plástico da viga mista.
)ií
li A resistência última da ligação mista é menor que o momento plástico da viga mista;
Mostra-se na Figura 7.12-e a distribuição da curvatura da viga mista, onde a parte
sendo assim, a própria ligação tem que garantir a rotação necessária para o desenvol
plástica é a parte hachurada. De acordo com o método da carga unitária, aparte plás
In vimento do momento plástico positivo da viga. A capacidade de rotação disponível
tica da rotação necessária pode ser calculada a partir da integração da curvatura:
}h foi vista no item 7.3.3. Li & Lawson (1996) apresentam um método para a determina
l>-
ção da capacidade de rotação necessária, para construção escorada, resumido a seguir. 0* =íaÚ<l>(M )-^\M,(x)dx
li! Para uma viga cujo momento positivo de cálculo aproxima-se do momento plástico
M M -My (7-35)
da seção, a rotação necessária nos apoios apresenta uma componente elástica (Figu 7-*
I" QrP =tl 5.7
~Mp~My
ra 7.12-d) e outra plástica (Figura 7.12-f). De acordo com a distribuição de momen- EI EI L
IM
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 239
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 238
N c) quando todos os parâmetros são os mesmos, o carregamento com cargas concen
tradas nos terços do vão exige a maior eocarregamento com carga concentrada
no meio do vão a menor rotação no apoio; o carregamento uniformemente distri
lb M'r,pii.üii]iiii!iTrrnn'íimiiniiuiir,OM" buído exige um valor intermediário;
I- ^- -í d) quando um momento na ligação for zero, arotação necessária pode ser maior ou
menor que aexigida quando ambas as ligações forem sujeitas ao mesmo momen
(a) viga equivalente de um vão (e) distribuição de curvatura
to, dependendo do carregamento;
e) quando todos os parâmetros forem constantes, inclusive a relação vão/altura da
/ rotação total necessária viga, a altura do perfil metálico tem pouca importância.
Li &Lawson (1996) apresentam tabelas e ábacos para determinação da capacidade
Ni (b) deformação total (f) deformação plástica de rotação necessária, com base no procedimento descrito.
7.4.1. Influência da interação parcial e do processo de construção na rotação
Mpl necessária
No processo descrito anteriormente não se comenta sobre o grau de interação entre a

laje e o perfil metálico. Queiroz et ai (2001) mostraram que, quando se utiliza
interação parcial na região de momento positivo, acapacidade de rotação necessária
(c) diagrama de momentos (g) momento unitário na ligação da ligação é inferior a que se obteria na interação total.
M](x)=l-x/L Couchman &Way (1999) apresentam correções das rotações necessárias determina
das pelo processo anterior, para considerar diferentes relações entre o momento po
sitivo máximo e o momento de plastificação total e também para aplicá-las ao caso
de construção não-escorada. No caso de construção não-escorada, grande parte da
carga permanente é suportada pela viga de aço isolada, provocando um aumento na
(d) deformação elástica (h) diagrama de momentos devidos a M ,= 1 curvatura e na deformação da viga na região de momento positivo. Segundo esta re
I»': ferência, este fato leva a um aumento na capacidade de rotação necessária das liga
Figura 7.12. Método para determinação da capacidade de rotação necessária ções em'torno de 40%, embora também aumente acapacidade de rotação disponível
(Li et ai, 1996) em cerca de 70%. As Tabelas 7.1 e 7.2 apresentam rotações necessárias para cons
truções escoradas e não-escoradas, respectivamente, para momento positivo máximo
onde:
variando de 0,95 Mp a 0,85 Mp.
6rp = componente plástica da rotação;
pi Tabela 7.1. Capacidade de rotação necessária para construções escoradas,
av e bY = distâncias dadas na Figura 7.12-e.
In- utilizando aço com/ = 275 MPa (Mneg /Mp >0.3)
Aplicando-se a formulação acima a diferentes situações, conclui-se que: Rotação necessária (mrad)
a) quanto maior a tensão de escoamento do aço e também quanto mais o momento Carregamento L/D
N positivo se aproxima do momento de plastificação, maior a deformação e, assim, 0,95Mp 0,90Mp 0,85Mp
llr maior curvatura é necessária para atingir o escoamento; 20
UDL 25 40 28
b) a rotação necessária na ligação diminui significativamente com o aumento da re
lação entre os momentos na ligação mista e no vão e aumenta com a relação 2PL 20 46 32 23
vão/altura da viga mista;
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 240 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 241
Tabela 7.2. Capacidade de rotação necessária para construções não-escoradas, sistência de cálculo da viga metálica ao momento fletor deve ser igual ou superior
utilizando aço com f = 275 MPa (Mneg /Mp >0.3) ao momento fletor de cálculo.
I* Rotação necessária (mrad)
Carrregaraento L/D
7.6.2. Fase final (sistema misto) - construção não-escorada
0,95Mp 0,90Mp 0,85Mp
7.6.2.1. Flechas e momentos fletores nominais (cargas após a cura)
UDL 25 56 39 28
2PL 20 64
As flechas e os momentos fletores nominais das vigas mistas semicontínuas são deter
45 32
minados, em princípio, utilizando-se análise elástica de um sistema como o mostrado
na Figura 7.13, onde as molas rotacionais sobre os suportes têm a metade da rigidez
Nas Tabelas 7.1 e 7.2:
dada pela equação (7.27), por se tratarde duas molas em série, uma para cada ligação.
L = vão da viga;
D = altura da viga metálica;
UDL = carga uniformemente distribuída;
J L
2PL - duas cargas concentradas nos terços do vão da viga.
-á& _*& &
7.5. Interação Momento Fletor - Força Cortante
1—-% 1
Supõe-se que as forças normais nas duas vigas adjacentes sejam nulas. Deve ser Figura 7.13. Sistema para análise elástica
verificada a interação entre os efeitos do momento e da força cortante na ligação mis
ta. No caso da Figura 7.3, as cantoneiras da alma transmitem aforça cortante para o As flechas assim determinadas devem ser superpostas com as determinadas na fase
suporte e contribuem também para a resistência da ligação a momento (com a linha de concretagem, para comparação com as admissíveis.
neutra cortando as cantoneiras). Assim, os parafusos e todos os elementos envolvidos
na ligação da alma devem ser verificados para o efeito combinado destas duas solici A maior tensão normal no aço, obtida pela superposição das tensões na viga metáli
tações. ca (fase de concretagem) e na viga mista (fase final), devidas aos momentos fletores
nominais, deve ser inferior ao limite de escoamento do material.
No caso da Figura 7.4 a ligação da mesa inferior é que transmite a força cortante
para o suporte, estando também sujeita a uma força horizontal produzida pelo mo O momento nominal obtido na ligação mista deve ser inferior a (2/3) da resistência
mento na ligação. Tal ligação deve, portanto, ser verificada para o efeito combinado última desta ligação a momento.
das duas solicitações.
Caso pelo menos uma das duas últimas condições não seja atendida, a determinação
Todas as verificações locais necessárias, inclusive a flambagem da alma da viga de das flechas não pode ser feita por análise elástica.
vido àcarga local no apoio (no caso da Figura 7.4), fogem ao escopo deste livro, por
serem típicas de estruturas puramente de aço (ver, por exemplo, Queiroz, 1993). 7.6.2.2. Esforços solicitantes de cálculo
7.6. Análise de Vigas Mistas Semicontínuas Quando o perfil de aço da viga tiver seção compacta (Classe 1 ou 2 conforme Euroco
de 4, com posição da linha neutra plástica determinada para a seção mista sujeita a
7.6.1. Fase inicial (concretagem) - construção não-escorada momento negativo), pode-se determinar os esforços solicitantes de cálculo aplicando-
se as ações de cálculo de antes e de depois da cura no sistema misto. Consideram-se
Adeterminação de flechas e de momentos fletores (nominais e de cálculo) na viga as ligações sujeitas às respectivas resistências de cálculo a momento (item 7.3.2). As
puramente metálica pode ser feita considerando-se as ligações como flexíveis (mo sim, o momento fletor de cálculo, em uma seção qualquer de abscissax, é dado por:
mento nulo), no caso da Figura 7.4. Nos demais casos, pode-se considerar as vigas
como semicontínuas ou, a favor da segurança, como simplesmente apoiadas. A re (L-x)
M Sd =MSd.q -^uMgam-esq ~ ^ uMgam-dir (7.36)
L
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 242 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 243
onde: Dados:
- momento fletor de cálculo, função de x - determinar (Msd)n - ql = carga nominal aplicada antes da cura = 6,25 kN/m;
= momento fletor de cálculo na viga biapoiada, função de x; -qld
= carga de cálculo aplicada antes da cura = 9 kN/m;
Srf.fl
- resistências últimas das ligações mistas esquerda e direi = carga nominal aplicada nas vigas Vj depois da cura = 18 kN/m;
uMgam-esq ' u.iigam d
ta, respectivamente, conforme item 7.3.2; = carga de cálculo aplicada nas vigas V} depois da cura = 26 kN/m;
-a2d
fít. 0 = coeficiente de segurança = 0,85 (= 1/1,15, conforme Eurocode 4 e NBR = carga nominal aplicada na viga V2 depois da cura = 10 kN/m;
6118, para barras de armadura); = carga de cálculo aplicada na viga V2 depois da cura = 14 kN/m;
taj x = abscissa da seção, a partir do apoio esquerdo. - construção não-escorada;
m As forças cortantes são dadas por: - concreto de peso normal, com/c(. = 20 MPa;
- aço das vigas com/v = 250 MPa e/u = 400 MPa;
<p{m«,Mgam-esq ,)
u,ligam-di
(7.37) - armadura composta de 4 barras de diâmetro 16 mm, aço CA 50, com £u = 8%;
Vsd=VSdtq + L - mesa inferior ligada a uma cantoneira (Figura 7.15) por meio de 4 parafusos
sendo:
ASTM A325, com o plano de corte passando pela rosca; o espaçamento entre
V - força cortante de cálculo, função de x - determinar (VSJ
Sd'máx
parafusos na direção da força é de 75 mm e o aço da cantoneira tem/H = 485 MPa;
V = força cortante de cálculo na viga biapoiada, função de x. - os conectores de cisalhamento têm diâmetro de 3/4", havendo interação total não
só na zona de momento negativo quanto na de momento positivo;
Sm 7.6.2.3. Verificações necessárias do sistema misto - o primeiro conector fica a 700 mm da face da viga de apoio;
- as vigas de apoio têm uma largura de 250 mm.
|i?t
a) Deve ser comprovado que a capacidade de rotação das ligações mistas é igual ou
superior à capacidade de rotação necessária.
||L
b) A viga mista deve ser verificada para os efeitos do momento fletor positivo de Vl V2 Vl
ta? cálculo e da força cortante de cálculo; adicionalmente, para o caso da Figura 7.4,
deve-se verificar a flambagem local da alma devida à reação de apoio. A resis
tência de cálculo ao momento fletor positivo deve ser tomada igual ou inferior a
<f>({3 M), sendo (j> ocoeficiente de segurança e/jum fator (tomado igual a 0,9 ou
0,85) que leva cm conta a impossibilidade de se atingir a plastificação total. 3 x7 m = 21 m
c) A ligação mista deve ser verificada para a superposição de sua resistência de q2, q2d q2, q2d
cálculo a momento com a força cortante de cálculo (item 7.5). q3, q3d
1
)ir d) Para garantir que a flambagem por distorção da viga não reduza a resistência de
ql ,qld
cálculo a momento da ligação mista, deve-se considerar um tramo sem sobrecar
ga, caso a análise seja elástica. ixn na
|M:
7.7. Exercício Vl V2 Vl
As vigas V e V da Figura 7.14 formam um sistema semicontínuo, devido à existên
cia de ligação mista (do tipo ilustrado na Figura 7.4) entre ambas sobre o apoio (con
siderado indeslocável verticalmente). Nesta Figura também mostram-se as cargas Admitindo-se que o perfil metálico isolado das vigas Vj e V2 seja suficiente para a
|l^ atuantes nas vigas V, e V2, estando a viga V2 sem sobrecarga, e na Figura 7.15 mos fase de concretagem, que a alma destas vigas tenha sido verificada para flambagem
tra-se a seção transversal destas vigas junto ao apoio. local devida à reação de apoio e que a ligação da mesa inferior seja suficiente para
resistir a tal reação, determinar:
• <i
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 244
CAPITULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 245
|i |j
Mil - alma (ver posição da linha neutra plástica para momento negativo no item d)
- a flecha da viga Vl para cargas nominais aplicadas antes e após a cura, desprezan
Ir: do a deformação das vigas principais (análise elástica); cch = 300 - 55,1 - 9,5 = 235,4 mm, donde:
235,4
- a rotação relativa entre as vigas V, e V2 para cargas nominais aplicadas após a cura, a = 0,838
desprezando a deformação das vigas principais (análise elástica); 281
Ji !
- a capacidade de rotação da ligação mista (no estado limite último); h 28! = 35,1, < 715,4JE7Ty - = 446
—= (desprezando as soldas)
II.! t 8 (13x0,838-1) K F
II'! - q momento fletor positivo de cálculo na viga Vp para a superposição das cargas de
II •
cálculo aplicadas antes e após a cura; ±=2x235A ti
t 8 py
li - a resistência de cálculo da viga V2 à flambagem por distorção.
atende às exigências de Classe 2 tanto pelo Eurocode 4 (1992) quanto pelo AISC-
í .
LRFD (1999).
Conclui-se que a seção atende às exigências da Classe 2.
180
(b) Larguras efetivas da laje (conforme Capítulo 4, item 4.3.1)
- região de momento positivo
• viga V,
2x0,8x700
= 140 cm < 250 cm
8
• viga V2
2x0,7x700
- 122,5 cm < 250 cm
190 - região de momento negativo
Figura 7.15. Seção junto ao apoio 2x(0,25x700+ 0,25x700)
———— - = 87,5 cm < 250 cm
Solução:
(c) Momentos de inércia
(a) Classe da seção do perfil soldado (conforme Capítulo 2, item 2.2.3)
£ =22700 MPa (Capítulo 2, Tabela 2.1)
- mesas
Ec' = ~y- = 11050 MPa = 1105 kN/cm2 (Capítulo 4, item 4.6.1)
C-t =^
9,5 =9,47<0,34^=0,34Í205B=9
py * V 25 *'" 74
- seção de aço
atendem às exigências de Ciasse 2 tanto pelo Eurocode 4 (1992) quanto pelo AISC- Io = 8697cm4
LRFD (1999). A = 56,7cm2
ta
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 246 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 247
ta
n - área da armadura - capacidade de deformação
m A US = LeSfflll
4k x(1,6 f
250
L = — + a = + 100 = 225 mm > 200 mm - OK
ta-
- viga V!, região de momento positivo
Irrl - 27396 cm4 (linha neutra a 27,54 cm da face inferior)
*U = £n - fl^ + S0 l-^-l£
f
su -O
~sy
ys
- viga V2, região de momento positivo
lir2 = 26096 cm4 (linha neutra a 26,68 cm da face inferior) f ys 50
= 2,44x10
£*y " Er 20500
- região de momento negativo (15% do vão, conforme Capítulo 4, item 4.3.4.1)
. armadura sem concreto
ft = 0,4
I = I3460cm4 (linha neutra a 18,23 cm da face inferior) Jctnfàc
***= (PES)
. concreto sem armadura (neste caso, com E c = E cm')
v
Lm = °>3<3Jm = 0,3(20)2'3 = 2,21 MPa = 0,221 kN/cm2
I = 29584 cm4 (linha neutra a 28,99 cm da face inferior)
1
a = r
M (d) Resistências plásticas últimas (com a resistência do concreto corrigida pelo fator K
0,7/0,9 .conforme NBR 8800, e a resistência da armadura corrigida pelo fator 1+
0,85/0,9)
(2y0)
M h = 7 cm
c
- seção de aço 7
M pa = 655x25 = 16375 kNcm y0 = 30 + 7,5 + 7 - 28,99 - - = 12,01cm
- viga Vr região de momento positivo 1
.:a = r = 0,774
M j = 35500 kNcm (linha neutra a 29,87 cm da face inferior) 7
7+
(2x72,07)
- viga V2, região de momento positivo
Mp2 = 33680 kNcm (linha neutra a 29,69 cm da face inferior) 8,04
P = = l,33xl02
- vigas V] e V2, região de momento negativo (armadura dentro da largura efetiva)
4 (87,5x7-8,04)
Mn= 24440 kNcm (linha neutra a 5,57 cm da face superior do perfil de aço) 0221x0774 =6t274xW,
.-.Ae = i-2
(I,33xl0~zx20500)
(e) Barras da armadura
S =0,i
- rigidez inicial
fctnP-c \ 1, +, PEs N /0,221x0,774 ~í, 1,33xl0~220500
' 1+ - = 14,44 kN/cm2
. 2ASE. 2x8,04x20500 . _,nn .... 1,33x10
-2
2210
k = —s—?- = : = 13190 kN/cm
k. 25
14,44
- resistência última .:e = 2,44xl0-3 - 0,4x6,274x10'4 + 0,8 1- (0,08 - 2,44x10-') = 0,0463
smu 50
P u =f A = 50x8,04 = 402 kN
J ys s
.:A = 225x0,0463 = 10,42 mm
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 248 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 249
i ! (f) Conectores de cisalhamento 6x7000
- rigidez inicial .:k = —rrzz-= 3780 kN/cm
i
c 1,587
I> nksc
k = —- - resistência última
|t < c a
P u = nP rk = 6x71 = 426 kN > 402 kN -OK
Considerando-se conectores <p3/4", tem-se:
>; j nP > f A = 402 kN - capacidade de deformação
rk J vi s
(A)r(B)
onde: 2s'n>F,
M Ptk = menor de \0,5AJfckFJm, Acs fj (Capítulo 3) s<B> =
F,
(A)
líl 7rxf7,97)2 3
^ _ • = 2,õo c/n 07Prk 0,7x71
ií * ,AI 2L = _ 0 Q4QJ c
ksc 1000 '
i /m = 415 MPa = 41,5 kN/cm2
Fw = kjA> = 3780x0,0497 = 187,9 kN
r. .-. Pri - menor de [0,5x2,86x(2x2210)m, 2,86x41,5] = 95 kN FÍBI
s
= fJ ys As = 402 kN
>í Considerando Cml = 0,75 , tem-se que: m 2x0,0497x402 nij2
7\ =0,75 x 95% 71 kN
rk
.:s'B) = ——
187,9
= 0,213 cm = 2,13 mm
ií' 402
:.n > ——-- 5,67 —> usar n = 6 (g) Ligação inferior
i^
- rigidez inicial
k = WOOkN/cm (supondo que o primeiro membro da equação 3.6 seja igual ou su
x • perior a /) n
k =7 x
{v-lld + y) 7
+
7
+
7

a = v-
[D,(f +í)l kpt kp2 kb
M -il/2
(^+l}ikscLl(Ds)2 n = 4
V = kpi = 24 ks kti,dj ,
bJ ul
(£/J
L, =0,15x700 = 105 cm (item 4.3.4.1 do Capítulo 4)
li k = + 0,375 <1,25
30 4d,
D = —- + 77 = 2ócm
8 = 75 mm
8697 d= 1" = 25,4mm
«=t^t
D2, A, =(262x8,04)
= 1,6
75
.\ k = + 0,375 = 7,775 < 7,25 - OK
1/2 (4x25,4)
(1,6+ I)x6xl000x105x26-
.:v = = 2,492
20500x8697
K, = —T~ * 2,5
(2,492 -l\30 +ll)_
;.a = 2,492- = 7,587 t , = 72,5 mm
[26(7,6 +7)]
d = 1,6 cm = 76 mm
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 250 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 251
prevalece, portanto:
7,5x72,5
W .-. k, = ——— = 1,172 < 2,5 -OK P ub = 176 kN
"16
fal = 485 MPa = 48,5 kN/cm2 Pu< 4x176 = 704 kN
p" < 1,5x25x0,95x18 = 641 kN
u
.: k , = 24x1,113x1,172x2,54x48,5 = 3857 kN/cm
prevalece, portanto:
P = 641 kN
K2 = 24KkadJ* u
Hii' l,5tf>2 - capacidade de deformação
HI! h *,'2 - "7^-
d
< 2,5 A . = 4 mm
m
t , - 9,5 mm
/»^ (h) Rigidez inicial da ligação mista
7,5x9,5
.-.*,= — = 0,897 < 2,5 - OK M (d +yf (30 +llf
16 7 7 1
I 1 1
— + — + — •+ - +
f^ = 400 MPa = 40,0 kN/cm2 73790 4650 3780

mi .: k , = 24x1,113x0,891x2,54x40,0 = 2418 kN/cm M
P?
— =3027000 kNcm/rad
0
MfJdJ
K= dr
(i) Flecha da viga V! para cargas nominais aplicadas antes e após a cura
Kl f = 825 MPa = 82,5 kN/cm2 (ASTM A325, diâmetro 1")
- antes da cura (viga biapoiada)
.-. k, -
16x82,5x2,542
——
„-,..„
= 5323 kN/cm
L6 5x6,25xl0~2x7004
ô,= = 1,1 cm
384x20500x8697
finalmente,
—após a cura (viga semiconttnua).
k = = 4650 kN/cm
' 1 1 1
— + +
O modelo para. análise é dado na Figura 7.16.
3857 2418 5323
N
Itr(.)a= 13460 cm^ Itr(_ja= 13460 cm4
- resistência última
P = nP <1,5 f Ar Altrr 27396 cm4 ~K Itr2= 26096 cm4 A ™r'i= 27396 cm^
nx(2,54f 5950
P <0,42A f, = 0,42 x x82,5 = 176 kN (corte - NBR 8800, 1986) 5950 1050 1050 4900 1050 1050
M Pub < a dbt 2fu2 (esmagamento com rasgamento entre furos - NBR 8800, 1986) Figura 7.16. Modelo para análise
Ni'
a= —-0,55 =^-0,55= 2,4 <3,0 - OK A ligação da Vl com a V2 é modelada como se mostra na Figura 7.17, sendo a cons
M db 25,4 tante de mola rotacional C igual à metade da rigidez M/0 determinada no item h,
N .: P ub < 2,4x2,54x0,95x40,0 = 232 kN
devido à associação cm série:
M
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 252 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 253
(pode-se mostrar que esta capacidade de rotação é superior à capacidade necessária,
3027000
C = = 1513500 kNcm/rad dada pela soma das expressões 7.33 e 7.35)
Tabela 7.3. Deslocamentos e rotações após a cura
__^%_ semicontfnua continua
^/^/ " ™
I.
^2
Mf Figura 7.17. Ligação entre Vj e V2
As cargas aplicadas são de 18 kN/m nas vigas Vj e 70 &V/m nas vigas Vy Após aná
l( f
lise obtém-se a flecha da viga V{: Viga Viga
semicontínua contínua
5I{ - 0,792 cm (se a viga fosse contínua, a flecha seria de 5 = 0,686 cm) Flecha da 1, 5/; = 0,792 cm Ôc = 0,686 cm
Rotação da Vj (py = 2,843 mrad 9c = 1,793 mrad
-flecha total
Rotação da V2 tp2 = 0,278 mrad <pc = 7,793 mrad
pi 8= Sl+ ôn= 1,1 + 0,792 = 1,892 cm Rotação relativa 9í - 9? = 2,565 mrad 0
fui
m (j) Rotação relativa entre as vigas Vj e V2 para cargas nominais aplicadas após a cura
(1) Momento fletor positivo de cálculo na viga Vr para a superposição das cargas
Após a análise realizada no item /, obtém-se: de cálculo aplicadas antes e após a cura
Ir - rotação da viga V sobre o apoio interno - carga de cálculo na viga V(
(pl = 2,843 mrad qid + q2d = 9 + 26 = 35 kN/m
H
- rotação da viga V2 sobre o mesmo apoio - resistência última da ligação mista a momento
(p2 = 0,278 mrad Mu =fyAfd + y) = 50x8,04x(30 + 11) = 16480 kNcm = 164,8 kNm
- rotação relativa entre as vigas Vl e V2 sobre o mesmo apoio - controles
N (pj - <p2 = 2,565 mrad . conectores
nP.rk =426kN>f A = 402 kN
J ys s
- OK
I» (se a viga fosse contínua, a rotação das duas vigas sobre o mesmo apoio seria de
N ç>r = 1,793 mrad) . ligação inferior
0,65P = 0,65x641 = 417kN > 0,85f A = 0,85x402 = 342 kN - OK
>« Os resultados dos itens i ej estão ilustrados na Tabela 7.3.
N - momentos fletores de cálculo
(k) Capacidade de rotação da ligação mista (no estado limite último)
|u ^Mu,ligam-esq(L~x)
MSd=MSd,q -m».ligam-dir
N k+A«W*>)j0.42 +4+2J3)= omrad =40mrad L
»« (d + y) (300 +110)

CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 254 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 255
/7\
35*' Mj.Rd 0,85x16480
m ^M = 35 * ! W í ' = 702,5x-77,5xi CÁ = 27,5 (Tabela 6.1 do ECCS, 1999, usando
(3M pi.Rd 25765
= 0,54
L V27
dM Sd -\0.25
= 102,5-35x = 0^x = 2,928 m 0,8x29,05 25 29,05 \* 0,95
dx Xlt=5,0\l + = 0,316
4x18x0,95 l 20500x27,5 0,8 18
M.. = 102,5(2,928) - !7,5(2,928)2 = 150,1 kNm
p = 0,943 (Tabela 4 da NBR 8800, 1986, usando curva c - perfil soldado)
Observar que AíiVjm(U 6 bem inferior à resistência de cálculo da viga mista V a momen
to fletor positivo (0,9x0,85x35500 = 27160 kNcm = 271,6 kNm, onde o coeficiente Mn = p M n(sendo M na resistência da viga mista à plastificação total pelo momen
0,85 leva em conta a impossibilidade de se atingir a plastificação total na região de to fletor negativo - considera-se apenas a armadura sem o concreto)
momento positivo). Esta viga foi analisada no Capítulo 4 como biapoiada e, com a
4 ligação mista, o peso do perfil metálico poderia ser reduzido substancialmente.
M pn = 24440kNcm = 244,4 kNm
N Mn = 0,943 x 244,4 = 230,5 kNm
to (m) Resistência de cálculo da viga V2 à flambagem por distorção M = 230,54 kNm > M = 164,8 kNm - OK
n u
N :| - momento fletor positivo de cálculo na viga V2
i
Portanto, a flambagem por distorção não reduz a capacidade da ligação mista.
N'f Qu + q3d = 9 + 14 = 23 kN/m
7.8. Bibliografia
ftf, 0,85(I64,8)(7-x)
-0,85(l64,8Íl - |=80,5x-77,5x2 -140,1
23x"
Ms* = 2*1 ASCE 1998. Task Committee on Design Criteria for Composite Structures in Steel
NÓ and Concrete. "Design Guide for Partially Restrained Composite Connections".
M M,A = 0,775 kNm. Journal of Structural Engineering, Oct., pp. 1099-1114.
ta P (MplJ = 0,85x0.9x33680 kNcm = 25765 kNcm Bode, H.; Kronenberger, H. J.; Michaeli, W. 1997. "Composite Joints - Furthcr Ex
ta perimental Results". Conference Report, International Conference Composite
-processo aproximado do Eurocode 4, 1992 (Capítulo 4 - item 43.6) Construction - Conventional and Innovative. Innsbmck, Áustria, pp. 433-438.
ta
ta Consideram-se atendidas as exigências c, f g, i (supõe-se que a alma da viga seja Chen, W.F.; Lorenz, R. F.; Kato, B. 1992. "Semi-Rigid Connections in Steel Frames
Ml; enrijecida no apoio), j, do item 4.6.2 do Eurocode 4 (1992), bem como a exigência - Council on Tall Buildings and Urban Habitat". New York: Mc-Graw Hill, Inc.
(6) do item B.I.2 desta mesma norma.
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~[0,25
Ml r . \
Connections". The Steel Construction Institute.
4=5,0 2+M* fy 2'h V
Ml f 4bftf EC,
;L Ou Couchman, G. H.; Way, A. 1999. "Ductility Requirements for Composite
|il Connections". The Steel Construction Institute. Journal of Constructional Steel
Nj tw = 0,8 cm Research, May.
ht = 30-0,95 = 29,05 cm
b = 18 cm
Easterling, W. S.; Rex, C. O. 1996. Behavior and Modeling of Single Bolt Lap Plate
UM tf= 0,95 cm Connections. Report No. CE/VPI-ST 96/15. Blacksburg, Virgínia, USA: Virgínia
Polytechnic Institute and State University.
nÍ f =25 kN/cm2
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 256 CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES MISTAS 257
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truturas Metálicas na Construção Civil. São Paulo, SP.
m
pn-

m.
m\
ml
*v CAPÍTULO 8
m\
mi SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS
mi HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS
*
8.1. Tipos de Sistemas Resistentes a Cargas Horizontais
N;
8.1.1. Sistemas que não dependem essencialmente da rigidez à flexão das
ligações entre vigas e pilares
n{
n! Tais sistemas compreendem os pórticos contraventados (Figura 8.1-a), as paredes
diafragmas ("shear walls" - Figura 8.1-b) e os núcleos de concreto armado (Figura
8.1-c). As ligações entre as vigas e os pilares nos casos das Figuras 8.1-a e 8.1-b
podem ser rígidas, semi-rígidas ou flexíveis, sendo as mais usuais as flexíveis. Em
>M qualquer caso, porém, devem ter resistência a forças normais nas vigas, provenien
lii
tes de carregamentos aplicados e/ou considerações de resistência e rigidez mínimas
(robustez estrutural - itens 8.3 e 8.4).

l«!
Jit
l>
lií
I'
I'
1* (a) (b) (c)
|ií Figura 8.1. Sistemas que não dependem de ligações rígidas
|r;
8.1.2. Sistemas que dependem essencialmente da rigidez à flexão das ligações
entre vigas e pilares
1H
Tais sistemas compreendem os pórticos em geral, com ligações rígidas ou semi-rígi
•! das entre vigas e pilares (Figura 8.2). As ligações devem resistir a força cortante,
CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 260 CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 261
momento fletor e força normal transmitidos pelas vigas, provenientes de carregamen Na Figura 8.4, os pórticos com ligações rígidas respondem a cargas na direção Y e,
tos aplicados e/ou considerações de resistência e rigidez mínimas (itens 8.3 e 8.4). em conjunto, à torção. Os pórticos contraventados (ou as paredes diafragmas) res
No caso do uso de ligações semi-rígidas, é necessário conhecer a relação entre mo pondem a cargas na direção X e, em conjunto, à torção.
mento e rotação da ligação.
pórticos
rígidos
•H
LEGENDA:
—:— contraventamento ou parede diafragma
Figura 8.2. Sistemas que dependem de ligações rígidas ou semi-rígidas
Figura 8.4. Situação típica 2
8.2. Disposição, em Planta, de Sistemas Resistentes a Cargas Horizontais Na Figura 8.5, os núcleos de concreto respondem a cargas nas direções X e Y e, tan
to separadamente quanto em conjunto, à torção.
Normalmente procura-se dispor os sistemas resistentes a cargas horizontais, em plan
ta, de forma a otimizar a rigidez à torção do edifício (ver também Capítulo 9, item
•li 9.3), em conformidade com a arquitetura. As Figuras 8.3 a 8.6 mostram algumas, si
"l-í tuações típicas. Observa-se que, na determinação dos efeitos de segunda ordem, as
cargas verticais do núcleo de concreto, das paredes diafragmas e de todos os pilares
•M devem ser consideradas, inclusive dos pilares que não fazem parte do sistema resis Y
núcleo de
núcleo de
tente às cargas horizontais. A laje é sempre considerada como diafragma horizontal, concreto
X _
concreto
interligando todos os pilares (com auxílio das ligações das vigas), paredes diafrag
mas e núcleos de concreto. Figura 8.5. Situação típica 3
llj
Na Figura 8.3, o núcleo de concreto armado responde a cargas nas direções X e Y, Na Figura 8.6, os contraventamentos na direção X respondem a cargas na direção X
bem como à torção. Os pórticos contraventados (ou as paredes diafragmas) respon e, em conjunto, à torção. Os contraventamentos na direção Y respondem a cargas na
w-
dem a cargas na direção Y e ambos, em conjunto, à torção (com eficiência, devido à direção Y e, em conjunto, à torção. Observa-se que as posições dos contraventa
nu sua posição nas extremidades). mentos são as mais eficazes para torção.
i«t

T
Mt V "[ 1
1
!
lií
X
.

Ml
Y núcleo de
Mi concreto
X
Mr
LEGENDA: LEGENDA:
Wi -• contraventamento ou parede diafragma ——- contraventamento ou parede diafragma
br
Figura 8.3. Situação típica 1 Figura 8.6. Situação típica 4
Ml
CAPITULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 262 CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 263
8.3. Exigências Relativas a Sistemas Resistentes a Cargas Horizontais des aplicadas em forma de binário, produzindo torção (neste caso, a direção de
cada uma das duas forças deve passar pelo ponto de aplicação da resultante da
A consideração dos efeitos de segunda ordem na análise elástica de sistemas resisten metade correspondente de 2ZPpd).
tes a cargas horizontais sujeitos aos carregamentos reais não é suficiente para que se b) Nas bases dos pilares devem ser aplicadas forças horizontais iguais e contrárias
considere o comprimento de flambagem de pilares igual à distância entre as linhas de às reações provocadas pelas cargas horizontais fictícias.
centro das vigas (K = 1). É necessário que sejam levadas em conta, na análise de se c) As alterações de forças normais nos pilares, provenientes das forças fictícias,
j gunda ordem, as imperfeições da estrutura, diretamente ou por meio de cargas fictíci podem ser superiores às alterações reais, correspondentes às imperfeições da
as denominadas cargas nocionais, simultaneamente com os carregamentos reais construção (por exemplo, perda de prumo). Assim, tais alterações poderiam ser
(ASCE, 1997). Além disto, a utilização de equações de interação (como as do AISC- reduzidas ou até mesmo desprezadas (ASCE, 1997).
LRFD, 1999) e de propriedades plásticas das seções no dimensionamento, juntamente d) Apesar das cargas nocionais não serem superpostas com os carregamentos reais,
«H com a análise elástica da estrutura, pode conduzir a erros consideráveis nas previsões seus valores dados por (8.1) são suficientes para que não haja erros considerá
de resistência última. Para reduzir a grandeza de tais erros, é necessário limitar a rela veis contra a segurança.
bic
ção entre o carregamento vertical crítico, que provocaria a flambagem elástica do sis
tema e o carregamento vertical atuante na estrutura ou, correspondentemente, limitar 8.3.1.2. Limitação da relação entre as respostas de segunda e de primeira
a relação entre as respostas de segunda e de primeira ordem (ASCE, 1997). ordem
•li
A NBR 8800 permite que seja usado K = 1 (e até K < 1 quando for feita análise O CISC estabelece que a relação entre as respostas de segunda e de primeira ordem
mi
elástica de segunda ordem) sem levar em conta a superposição das imperfeições com não pode ultrapassar 1,4, a menos que se demonstre que as tensões normais de cál
•jí os carregamentos reais e, além disto, não limita a relação entre as respostas de se culo nas barras da estrutura, levando-se em conta as tensões residuais, são inferiores
gunda e de primeira ordem; assim, ela deve ser revisada. à tensão de escoamento.
Nt
•O A seguir apresentam-se as recomendações do CISC (1994) e do AISC-LRFD (1999). 8.3.1.3. Comprimento de flambagem de pilares
llj
8.3.1. Recomendações do CISC (1994) Atendidas as condições dadas em 8.3.1.1 e 8.3.1.2, o CISC permite que o compri
SM
mento de flambagem de pilares seja tomado igual à distância entre as linhas de cen
fclj 8.3.1.1. Resistência mínima tro das vigas (K = 1), tanto para sistemas que não dependem da rigidez à flexão das
>•! ligações entre vigas e pilares quanto para os que dependem.
As resistências de cálculo de sistemas resistentes a cargas horizontais devem ser
>« iguais ou superiores aos esforços solicitantes de cálculo provenientes de todas as 8.3.2. Recomendações do AISC-LFRD (1999)
II'
combinações de cálculo de cargas gravitacionais e de cargas horizontais reais (como
as do vento) ou fictícias (associadas a imperfeições de análise e construção), inclu 8.3.2.1. Sistemas que dependem essencialmente da rigidez à flexão das ligações
III indo-se os efeitos de segunda ordem. As cargas horizontais fictícias (cargas entre vigas e pilares
Ml nocionais) em cada nível de piso, para esta finalidade, são dadas por:
Ml O AISC-LRFD (1999) exige que se faça análise de segunda ordem de tais sistemas,
Phr =0,005 IP,pd (8.1) não sendo necessário, entretanto, superpor o efeito de imperfeições com os carrega
Ul
onde: mentos reais ou aplicar cargas nocionais na estrutura. Em compensação, o compri
M9 EP = soma de todas as cargas verticais de cálculo (carga permanente e sobrecar mento de flambagem dos pilares deve ser obtido por análise de estabilidade, sendo
ga) atuantes no piso onde se aplica Pbr; normalmente maior do que a distância entre as linhas de centro das vigas (K > 1).
Mi
Alternativamente, o AISC-LRFD apresenta um ábaco para a determinação aproxi
|ti
Observações: mada do parâmetro de flambagem K (estruturas deslocáveis). O AISC-LRFD não li
III a) As forças Pbr devem ser aplicadas todas no mesmo sentido, para cada direção mita a relação entre as respostas de segunda e de primeira ordem, entretanto, à con
horizontal analisada; se necessário, elas podem ser divididas por dois e as meta- sideração de K > 1 evita erros significativos nas previsões de resistência última.
Ii>
H:j
IM:
CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 264 CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 265
IM
N 8.3.2.2. Sistemas que não dependem essencialmente da rigidez à flexão das mento de flambagem do pilar igual à distância entre estas contenções. Distin-
ni ligações entre vigas e pilares guem-se dois casos:
in - contenção relativa (Figura 8.7-a);
Neste caso, o AISC-LRFD dispensa a análise de segunda ordem e permite o uso de - contenção nodal (Figura 8.7-b).
IM K = 1 para os pilares, desde que as condições a, b e c a seguir sejam atendidas.
lnf A contenção relativa controla o movimento de uma extremidade do comprimen
a) As resistências de cálculo das barras e ligações devem ser iguais ou superiores aos to desbravado L com relação ao movimento da outra extremidade. A contenção
|i r esforços solicitantes de cálculo provenientes de todas as combinações de cálculo nodal controla especificamente o movimento do nó correspondente, seminteração
\n de cargas gravitacionais, cargas horizontais reais (como as do vento) ou fictícias com os nós adjacentes.
(associadas a imperfeições de análise e construção). As cargas horizontais fictícias
lií
(cargas nocionais) em cada nível de piso, para esta finalidade, são dadas por:
íi
Pd
Phr = 0,004 EPtPd (8.2)
M
sendo:
2ZPpd = soma de todas as cargas verticais de cálculo (carga permanente e sobrecar
ga) atuantes no piso onde se aplica Pbr;
M
M: Observações:
Iguais às observações a, b, c, d do item 8.3.1.1, substituindo-se (8.1) por (8.2) na
observação d.
li
b) A rigidez horizontal de um andar qualquer, associada ao efeito da força cortante Jk
no andar, não pode ser inferior a (AISC-LRFD, 1999):
Pd IPd Pd Pd
!•» hr=2^r;
<f>L (8.3) (a) (b)
Figura 8.7. Contenções de pilares
onde:
SPd - soma de todas as forças normais de cálculo atuantes nos pilares (e outros A contenção lateral relativa deve resistir a uma força horizontal:
elementos suportes de cargas verticais) no andar analisado;
<p = 0,75; Phbr = 0,004Prld (8.4)
L = altura do andar entre centros das vigas.
e ter uma rigidez horizontal:
Observação:
Devem ser feitas também as verificações de rigidez associadas às cargas reais, tais (8.5)
como limite de deslocamento horizontal no topo da edificação e limite de desloca
K - 2 <$>L
mento relativo entre dois andares consecutivos (distorção).
A contenção nodal deve resistir a uma força horizontal :
c) As contenções laterais de pilares individuais ao longo de seu comprimento de
vem ter resistência e rigidez suficientes para que se possa considerar o compri- /V = 0,01PÂ (8.6)
CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 266 CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 267
e ter uma rigidez horizontal: os pilares sujeitos à flexão composta, para as ligações e para as vigas, incluindo efei
„P,
tos de segunda ordem, podem ser determinados pelo seguinte processo aproximado:
d
A,= (j)L (8.7)
MAd = B,M + B.M. (8.8)
I nl 2 li
Nas equações (8.4) a (8.7): onde:
0 = 0,75-, M = momento fletor de cálculo, com os nós da estrutura impedidos de se desloca-
Pd - força normal de cálculo no pilar; rem horizontalmente (usando-se, na análise, contenções horizontais fictícias em
L = distância entre os nós contidos lateralmente. cada andar);
Observação: Mk = momento fletor de cálculo, obtido por análise de primeira ordem, correspon
Quando L for menor do que /„ , onde L é o maior comprimento de flambagem que o dente apenas ao efeito dos deslocamentos horizontais dos nós da estrutura (ou
pilar poderia ter para resistir a Pd, pode-se usar L em lugar de L, nas equações (8.5) seja, efeito das reações das contenções fictícias aplicadas em sentido contrário);
e (8.7).

> 1 (8-9)
B,=
8.4. Análise de Segunda Ordem Aproximada 1--2-
N„
8.4.1. Método proposto pela NBR 8800 (1986)
N = carga crítica de flambagem elástica no plano considerado (dada pela expres
são 6.18 no caso de pilares mistos), com o comprimento de flambagem KL de
No Anexo L da NBR 8800 é apresentado um método iterativo para determinação
terminado na estrutura com os nós contidos horizontalmente (ver item 8.4.4 -
aproximada dos efeitos de segunda ordem associados às translações dos nós da es
ábaco de estruturas indeslocáveis)
trutura. Os efeitos associados às curvaturas dos pilares entre dois pisos consecutivos
P = força normal de cálculo
não são considerados nesse método, mas, sim, em uma das equações de interação
C = coeficiente baseado em análise elástica de primeira ordem, com os nós da
dadas pela norma para flexão composta. m
estrutura contidos horizontalmente, dado por:
8.4.2. Método do fator de amplificação proposto pelo CISC (1994)
para barras não sujeitas a cargas transversais entre os nós contidos horizontal
mente, no plano de flexão,
Tal método consiste na aplicação de um fator de amplificação U2 aos esforços
solicitantes associados aos deslocamentos horizontais dos nós da estrutura (devidos (M ^
Cm = 0,6 - 0,4 >0,4 (8.10)
a cargas verticais assimétricas e cargas horizontais), determinados por meio de aná M
lise elástica de primeira ordem. O coeficiente U2 é determinado da mesma forma que v ' J
o coeficienteB2 definido no item 8.4.3 e pode-se mostrar que o resultado obtido com sendo:
sua aplicação corresponde ao limite do que seria obtido com o método iterativo dado
M
pela NBR 8800. Pelas razões já mencionadas no item 8.3, o coeficiente U2 não pode - = relação entre o menore o maior momentos nas extremidades do trecho entre
ultrapassar 1,4. M
as contenções horizontais, positiva quando a curvatura da barra for reversa e
Os efeitos associados às curvaturas dos pilares entre dois pisos consecutivos são negativa quando a curvatura for simples.
contemplados na equação apropriada de interação para flexão composta.
- para barras sujeitas a cargas transversais entre os nós contidos horizontalmente,
8.4.3. Método proposto pelo AISC-LRFD (1999) para sistemas que dependem no plano de flexão, Cm deve ser determinado por análise apropriada ou podem
da rigidez à flexão das ligações entre vigas e pilares ser usados os valores 0,85 ou 1,0, para barras com impedimento de rotação em
ambas as extremidades ou sem tal impedimento, respectivamente.
Quando for feita análise elástica de uma estrutura, os momentos de cálculo M , para
CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 268 CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 269
do contraventamento indicadas na Figura 8.8 atendem às exigências de resistência
1
B2 = (8.11) estabelecidas pelo CISC, 1994 (neste exemplo, por simplicidade, as vigas e os pila
Aok Y Z?d res serão considerados infinitamente rígidos para força normal). Todas as ligações
1-
L llff. são rotuladas. As diagonais são de aço, com/y igual a 250 MPa e com a seção
indicada na Figura 8.8. A área líquida efetiva da seção transversal das diagonais é
onde: igual à área bruta.
£Pd = soma das forças normais de cálculo em todos os pilares e outros elementos
resistentes a cargas verticais, no andar considerado;
Aoh - deslocamento horizontal relativo entre os pisos acima e abaixo do andar con
siderado, determinado por análise de primeira ordem;
ZHd = soma de todas as forças horizontais que produzem Aoh no andar considera
do;
L = altura do andar entre centros das vigas.
Observações:
a) O processo descrito pode também ser aplicado a sistemas contraventados, sendo
que, para determinação de forças normais, substitui-se Md, Mnt e Mu por N N e
Nh, respectivamente, e faz-se S; = 1, na expressão (8.8).
b) Deve-se usar B] = 1 na expressão (8.8), para a determinação de Md em pilares
mistos dimensionados conforme a NBR 14323 (Capítulo 6, item 6.4), devido à
utilização do coeficiente k dado pela expressão (6.9).
8.4.4. Ábacos para a determinação do comprimento de flambagem
O Anexo I da NBR 8800, a exemplo do AISC-LRFD, apresenta ábacos para a deter
minação do comprimento efetivo de flambagem em pórticos contínuos (com ligações +
rígidas entre vigas e pilares), juntamente com as condições para sua aplicabilidade.
Atendidas tais condições:
Seção A-A
a) o ábaco correspondente à situação em que os nós são contidos horizontalmente
pode ser usado apenas para a determinação de N, na expressão (8.9);
A - 19 cm2
b) o ábaco correspondente à situação em que os nós não são contidos horizontal
rx = ry = 6,4 cm
mente é usado para a determinação do comprimento de flambagem de pilares em
sistemas que dependem da rigidez das ligações entre vigas e pilares, quando não
se superpõe o efeito de imperfeições com os carregamentos reais e não se apli
cam cargas nocionais na estrutura.
8.1. Exercício
Considerar que o edifício da Figura 8.4 tenha 12 andares típicos com pé direito de
3,2 m. Utilizando análise de segunda ordem simplificada, verificar se as diagonais
Figura 8.8. Exercício
CAPÍTULO 8- SISTEMAS RESISTENTES ACARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 270 CAPÍTULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 271
•I
•t A carga vertical total de cálculo, introduzida em cada nível, é de 7140 kN, atuan - deslocamento horizontal relativo no andar i (Figura 8.9)
•i do 140 kN em cada nó de junção de duas diagonais do contraventamento. Consi
derar vento na direção X, com cargas de cálculo de 0,5 kN/m2 e 0,25 kN/m2, uni (JVft/J/(£A)" (ll,42i)x512/(20500x19)
•I A. = = (0,0192Í) cm
formemente distribuídas nas fachadas de barlavento e sotavento, respectivamente. oh cosa cosa (400/512)
•í A largura externa destas fachadas é de 12,4 m. Desprezar o peso próprio das
ili diagonais. Ah = 12x0,0192 = 0,231 cm
•4 Solução:
mi (a) Forças horizontais
IN
- fictícias, em cada nível (expressão 8.1)
II fl
II í Pbr = 0,005ZPpd = 0,005x7140 = 35,7 kN 17,85i
Figura 8.9. Deslocamento relativo
II íl t
- devidas ao vento, em cada nível (por simplicidade, do lado da segurança, consi-
III derar-se-á a carga no topo igual às dos demais níveis) (c) Análise de segunda ordem pelo processo dado no item 8.4.3
II I| Hpd = (0,5 + 0,25)xl2,4x3,2 = 29,8 kN < Pbr Bs = l
II | 1
Assim, para cada sistema de contraventamento tem-se uma força horizontal de cál B2=^
»! culo de 35,7 / 2 = 17,85 kN cm cada nível. A força cortante horizontal é igual a Aoh]lPd (0,0192iY7140i" (l-0,012i)
1-
M
(35,7i/2)=(l7,85i)kN, por andar, em cada sistema de contraventamento, sendo t o L IV, 320 X357i)_
ii f número do andar contado de cima para baixo.
II: B2max = 1,17 < 1,4 (limitação do CISC) - OK
|H
(b) Análise de primeira ordem - Força normal de cálculo na diagonal mais solicitada (compressão)
- comprimento da diagonal
N,d = 1x112 + 1,17x137 = 272 kN
ii'
ld= (42 + 3,22)m = 5,12m
II! (d) Verificação de resistência (conforme NBR 8800)
li: - forças normais Nn; (item 8.4.3) nas diagonais (compressão) (É suficiente fazer a verificação à compressão, uma vez que a área líquida efetiva da
ii; seção transversal das diagonais é igual à área bruta).
(l40/2)x5,I2
i Nni= ^^j =112 kN
i
^^=40 =U8^=l,38l2-°™=40
ti
- forças normais N[t (item 8.4.3) nas diagonais (tração ou compressão) t 3 V/v V 25
11 (l7,85i/2)x5,12 .:Q = 1
N = ±-i ^_= (ll,42i) kN
i
KL Qfy" 1x512 1x25
M
Nhmax= 11,42x12 = 137 kN
X^Íy r E
--U1
n\ 6,4 20500
= 0,89
I
n
CAPITULO 8 - SISTEMAS RESISTENTES A CARGAS HORIZONTAIS, EM EDIFÍCIOS 272
ti •
N Para curva a tem-se p = 0,67, resultando:
li
<pNn = 0,9pQAf = 0,9x0,67x1x19x25 = 286 kN > Nd = 272 kN - OK
8.1. Bibliogradia
CAPITULO 9
AISC-LRFD 1999. "Load and Resistance Factor Design Specification for Steel
Buildings, Manual of Steel Construction - Load and Resistance Factor Design". 3rd.
Edition. American Institute of Steel Construction. Inc. Chicago, IL. ESTRUTURAS HÍBRIDAS
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CISC: 1994. Canadian Institute of Steel Construction. "Handbook of Steel
Estruturas híbridas são definidas como um sistema que mistura soluções utilizando
Construction". 7th. Edition.
mais de um material estrutural. De maneira ampla, um edifício estruturado em aço é,
na verdade, um sistema híbrido, devido à presença invariável de lajes de concreto no
NBR 8800: 1986. Associação Brasileira de Normas Técnicas "Projeto e Execução sistema .de piso. Porém, em um conceito mais restrito, denominam-se estruturas hí
de Estruturas de Aço de Edifícios". Rio de Janeiro. bridas somente aquelas em que o sistema principal é composto por uma mistura de
elementos de materiais diferentes, neste caso, elementos de aço ou mistos, associa
dos a elementos de concreto armado ou protendido. Entende-se aqui como sistema
estrutural principal os pilares, as vigas e os elementos resistentes a cargas horizon
tais, como os pórticos, os contraventamentos, as paredes diafragmas e os núcleos de
rigidez. Mesmo neste conceito restrito, são muitas as variações de estruturas híbri
das utilizadas na construção de edifícios, podendo-se destacar as coberturas e os pi
sos construídos com vigas de aço apoiados em pilares e cortinas de concreto e os
edifícios com estrutura de aço e/ou mistas, estabilizados por núcleos ou paredes dia
fragmas de concreto armado. Uma variação destes últimos é o caso em que o siste
ma de estabilidade é composto por paredes diafragmas ligadas rigidamente entre si
por vigas de aço, atuando em conjunto com pórticos ou contraventamentos
construídos com elementos de aço ou mistos. Outro sistema de interesse é o vertical
mente híbrido, em que a estrutura é executada com um material em alguns andares e
com outro nos demais.
O objetivo deste capítulo não é fornecer métodos ou roteiros de cálculo deste tipo
de estrutura e sim sugerir, mostrar e comentar alguns detalhes construtivos e de liga
ção entre os elementos de aço e os de concreto, não havendo a intenção de se esgo
tar o assunto. Sempre que possível, os detalhes e soluções sugeridos são ilustrados
com exemplos que foram efetivamente empregados na prática. Quando for pertinen
te, serão tratados também alguns aspectos de natureza econômica.
ki.1
CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 274 CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 275
9.2. Pilares de Concreto arruela de chapa grossa
No Brasil, o emprego de pilares de concreto para sustentar um vigamento metálico
de uma cobertura ou mesmo de um piso é bastante corriqueiro. O baixo custo direto
dos pilares de concreto armado executados "in loco", aliado à grande rigidez nas duas
direções e ao excelente desempenho cm situação de incêndio faz com que esta solu
ção seja muito popular na construção de galpões industriais com grandes
espaçamentos entre os pilares internos ou com cargas de incêndio elevadas. A me
nor velocidade de construção da estrutura de concreto deve ser compensada pela si-
multaneidade dos eventos de execução dos pilares e da fabricação da estrutura de
aço. A principal desvantagem é a diferença de precisão entre as estruturas de con
creto moldadas "in loco" e as de aço, que deve ser adequadamente considerada nos
furo alargado
detalhes de ligação entre os elementos. Podem-se também utilizar pilares de concre
to pré-moldado, cujas tolerâncias de execução são bem mais restritivas. Neste caso,
o aumento do custo direto é compensado pela melhor qualidade e maior velocidade
de execução.
Na Figura 9.1 tem-se uma solução padrão de apoio de vigas de cobertura em pilares
de concreto. Podem ser utilizados dois detalhes que têm apresentado bons resultados
para absorver os desvios de execução, conforme mostra a Figura 9.2. O primeiro,
aumentando-se o diâmetro dos furos na chapa de base das vigas, normalmente de
10 mm a 20 mm além do diâmetro do chumbador, colocando-se uma chapa com furo
de diâmetro padronizado para servir de arruela, com espessura de 6,3 mm a 12,5 mm,
conforme o diâmetro (Figura 9.2-a). O segundo, colocando-se, antes da concretagem,
um molde de isopor em volta de parte do chumbador que ficará em contato com o
concreto, conforme Figura 9.2-b. Após a concretagem, o molde é retirado, forman
do-se uma cava, em torno da parte superior do chumbador, que será utilizada para
ajustar as dimensões entre eixos dentro das tolerâncias exigidas pela estrutura de aço.
(b)
Figura 9.2. Detalhes para absorver desvios de execução
No caso em que o sistema estrutural híbrido for constituído por pórticos rígidos, ou
seja, as vigas de aço e os pilares de concreto são rigidamente ligados entre si, pode
ser utilizado o detalhe mostrado na Figura 9.3. Esta solução, embora com um deta
lhe de ligação mais elaborado e de custo mais alto, pode conduzir a resultados bas
tante satisfatórios, principalmente quando os pilares não forem de grande altura e a
viga for de grande vão.
Figura 9.1. Detalhe de apoio de viga em pilar de concreto
H
CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 276 CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 277
Ni
M
*!

(a) Vista geral tios pilares de concreto

Mj
MI;
\n\
(bi Vista das vigas e laje mistas
Figura 9.3. Detalhe de vigas de aço e pilar de concreto rigidamente ligados Figura 9.4. Edifício com pilares de concreto, vigas e laje mistas
IM Em algumas situações de edifícios baixos, de um a três pavimentos, as grandes dis
tâncias entre os pilares e a intensa movimentação interna dificultam o emprego de
pilares de aço, devido à impossibilidade da utilização de sistemas contraventados de
estabilidade c ao alto custo, nesta situação, do sistema de pórticos rígidos ou de pila
res de aço em balanço. Este é o caso de edifícios de estacionamento de vãos supe
riores a 12,0 m, em que se torna economicamente atrativo o uso de pilares de con
creto armado moldado "in loco'''' ou pré-moldado. Utilizam-se os pilares em balanço,
engastados nas bases, suportando o vigamento de aço, normalmente calculado como
vigas mistas simplesmente apoiadas ou, alternativamente, como vigas mistas
semicontínuas. Na Figura 9.4 mostra-se um edifício de estacionamento em que foi
usada esta solução. No edifício de estacionamento da Figura 9.5, não apenas os pila
res, mas também as vigas principais são de concreto armado; as vigas secundárias e
Figura 9.5. Edifício com pilares e vigas principais de concreto
a laje são mistas.
N CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 278 CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 279
A Figura 9.6 ilustra uma solução bastante empregada na ligação entre as vigas de 9.3. Paredes Diafragmas - Núcleos de Concreto
aço e os pilares de concreto. Durante a execução da fôrma e a colocação da armadu
ra do pilar, são posicionados insertos metálicos, compostos deuma chapa de aço com Paredes diafragmas e núcleos em concreto armado podem ser convenientemente usa
chumbadores soldados na face que ficará cm contato com o concreto, para transmitir dos na região de escadas e elevadores como sistema de estabilidade e para resistir às
as forças verticais das vigas para os pilares. Deve-se levar em conta, no cálculo des forças horizontais da edificação. As paredes diafragmas são usualmente em forma
tes insertos, a tendência de continuidade entre as vigas e os pilares, somada às ex de C ou I, interligadas por vigas de grande rigidez. Quando estas paredes formam
centricidades inevitáveis presentes na ligação. Para isto, os chumbadores localiza uma caixa, mesmo com aberturas devidas a portas ou outras passagens, o sistema é
dos na parte superior dos insertos devem ser capazes de resistir a esforços horizon conhecido como núcleo de rigidez e funciona basicamente como uma barra em ba
tais de tração. Antes da montagem da estrutura, são soldadas nos insertos as lanço, engastada na base. No jargão da engenharia de estruturas de aço, utiliza-se
cantoneiras com furos alongados para apoio das vigas. Se a viga for semicontínua, livremente a denominação núcleo de concreto em ambas as situações. Os núcleos de
deve-se soldar ainda a cantoneira da mesa inferior. rigidez são usados extensivamente, tanto em estruturas convencionais de concreto
armado quanto em estruturas de aço, consistindo este último caso um sistema híbri
do. O campo de aplicação econômica de sistemas híbridos com núcleo de rigidez está
na faixa de 20 a 40 pavimentos, podendo atingir 60 pavimentos, utilizando-se con
creto de elevado desempenho. Em algumas situações pode ser a única solução viá
vel, como no caso de edifícios de média altura, em torno de 15 a 25 pavimentos,
onde a relação entre a altura e a menor dimensão em planta da edificação for superi
or a 7. Neste sistema, onde as cargas horizontais são totalmente resistidas pelo nú
•*J
cleo, o restante da estrutura pode ser convenientemente executado com ligações sim
ples a cisalhamento, simplificando sobremaneira a análise, o cálculo, o detalhamento
Corte A-A e a execução da estrutura. Entretanto, o cronograma físico deve ser adequadamente
ajustado para que a diferença na velocidade de execução entre a estrutura de aço e
conector pino com cabeça
de concreto não prejudique o andamento da obra, reduzindo ou mesmo eliminando a
vantagem da utilização deste sistema. Numa primeira versão, o núcleo de concreto é
executado na frente, enquanto a estrutura de aço está sendo fabricada. Conforme
especificado no cronograma físico, a montagem da estrutura iniciar-se-á somente
quando parte ou todo o núcleo já estiver concluído. As Figuras 9.7 e 9.8 mostram
edifícios em que parte do núcleo foi executada antes do início da montagem da es
trutura de aço.
Numa outra versão do sistema, conforme descreve Taranath (1988), são utilizados
=^ pilares metálicos de montagem dentro das paredes do núcleo, que podem servir, além
do propósito original de suporte para as vigas durante a montagem, também como
parte do sistema de resistência às cargas verticais após a concretagem das paredes.
Estes perfis de aço, enclausurados dentro do concreto, têm capacidade de somar sua
resistência à do concreto armado, se forem providos de conectores capazes de resis
viga de aço tir ao esforço longitudinal de cisalhamento, funcionando efetivamente como pilares
mistos (ver Capítulo 6). Se forem colocados nas extremidades da parede de concre
to, podem também participar efetivamente da resistência ao momento fletor, funcio
nando como mesas de compressão e tração, enquanto o concreto, além de absorver
-pilar de concreto parte das forças de tração e compressão na flexão, resiste aos esforços de
cisalhamento (Viest et ai, 1997).
Figura 9.6. Detalhe de ligação de vigas de aço e pilares de concreto
CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 281
CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS IUBR1DAS 280
trabalho de subida da fôrma para os próximos níveis seja facilitado, são deixadas
aberturas temporárias na laje em torno do núcleo (ver Figura 9.9). É necessário di
zer que este método requer um alto grau de controle na seqüência de construção para
que sejam evitadas interferências entre os trabalhos de montagem da estrutura e a
execução das paredes de concreto. É necessária também a utilização de contraventa
mentos provisórios nos níveis em que as paredes do núcleo ainda não foram
concretadas e também naqueles onde já estejam concretadas, mas o concreto ainda
não tenha atingido resistência adequada para estabilizar a estrutura de aço. Utilizam-
se usualmente mãos-francesas de cantoneiras nas ligações entre vigas e pilares de
aço, como mostrado na Figura 9.10. As mãos-francesas são posteriormente removi
das, exceto aquelas que são concretadas juntamente com as paredes do núcleo.
aberturas temporárias na laje paredes diafragmas
em concreto armado
vigas de grande rigide
IM
1*1
[li Figura 9.7. Edifício com núcleo de concreto - exemplo 1
M
*s i
!r
pilares de montagem
estrutura de aço
lajes mistas (Steel Deck)
Figura 9.9. Detalhe de aberturas temporárias na laje em volta do núcleo de concre
to, mostrando os pilares de montagem e vigas de grande rigidez (Taranath, 1988)
Figura 9.8. Edifício com núcleo de concreto - exemplo 2 O dimensionamento dos pilares de montagem depende do número de pavimentos
entre o nível em que se processam os trabalhos de montagem e o nível em que o
Com a presença destes pilares, a montagem da estrutura de aço prossegue de manei núcleo já tenha sido concretado. O número mais usual, no Brasil, é de oito pavimen
ra convencional até atingir um nível conveniente, quando então se iniciam os traba tos: enquanto quatro pavimentos estão sendo montados, outros quatro, logo abaixo,
lhos de concretagem do núcleo, utilizando-se técnicas convencionais de trabalhos de estão em trabalhos de fôrma e concretagem sobre outros já obviamente prontos. Aten
fôrma. É muito comum nesta situação a utilização de fôrmas trepantes e, para que o ção especial deve ser dada à possibilidade de flambagem dos pilares nesta fase, es-
M| CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 282 CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 283
nf| pecialmcnte aqueles participantes do sistema de contraventamento provisório. Após Esta modalidade construtiva é bastante interessante por aliar a economia proporcio
mil a concretagem das paredes e a subida das fôrmas trepantes, procede-se à concretagem nada pelo núcleo de rigidez à rapidez de execução da estrutura de aço. As torres da
das faixas de laje deixadas abertas, completando-se a integração entre o diafragma Figura 9.12 foram construídas utilizando-se esta modalidade de construção.
M!j horizontal (laje + vigas mistas) e o núcleo de rigidez. Os vários estágios da seqüência
m( construtiva das paredes diafragmas, de acordo com Taranath (1988) são mostrados Ainda de acordo com Taranath (1988), o comportamento estrutural dos sistemas hí
esquematicamente na Figura 9.11. bridos com núcleo de concreto não apresenta novidades, não sendo diferente de um
edifício de concreto armado em que as forças horizontais são resistidas pelo núcleo
|i;í de rigidez. Todavia, é preciso reconhecer a probabilidade de inexistência de rigidez
aberturas temporárias adequada à torção em sistemas híbridos estabilizados apenas com núcleo de concre
Hlí para concretagem
to, ao contrário de construções em concreto armado, em que a rigidez à torção é ine
uri rente ao sistema. Em muitas situações, portanto, é prudente prever a colocação de
li v pórticos rígidos ou contraventados na periferia da edificação para aumentar a rigi
contraventamento
provisório dez do sistema.
concretagem da laje
(máx. 4 andares)
Ml
estrutura completa
li i
In
MJ Figura 9.10. Seqüência de concretagem de estruturas mistas, mostrando os
Mi contraventamentos provisórios (Taranath, 1988)
MJ
Mj . •jCr- . 3
D .Nfiijã*
n
1. concretagem da laje
IU 2. concretagem do núcleo abaixo
3. subida da fôrma e concretagem do
M
núcleo acima
M 4. preenchimento das aberturas
temporárias para concretagem
l!
M
Figura 9.12. Edifício com núcleo de concreto e com pilares de montagem
M
Nos sistemas com núcleo de rigidez, a única ligação não-convencional é entre as pa
li
redes do núcleo e as vigas de aço. Vários modelos de ligação têm sido desenvolvi
M dos, sendo o mais usual, principalmente quando se utilizam fôrmas deslizantes, a
Figura 9.11. Estágios da seqüência construtiva das paredes diafragmas chapa vertical embutida no concreto, presa por conectores de cisalhamento tipo pino
M
(Taranath, 1988)
U
CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 284 CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 285
H
com cabeça, como mostrado na Figura 9.13. Nesta chapa é soldada uma chapa sim Uma variação do sistema pode ser considerada quando a edificação não possuir nú
ples ou cantoneiras, com furos alongados para absorver os desvios de execução. É cleos suficientemente largos para resistir à totalidade das forças horizontais. Nestes
prática corrente aumentar as dimensões da chapa embutida para compensar possí casos, é prevista a suplementação da rigidez lateral do núcleo pela utilização de pór
veis desalinhamentos e falta de prumo das paredes de concreto. Nos sistemas com ticos rígidos ou contraventados localizados no interior ou na periferia do edifício. A
pilares de montagem, a ligação viga-pilar é totalmente convencional (ligação sim utilização de pórticos rígidos é bastante interessante nesta situação, por causa da
ples a cisalhamento). Ver Figura 9.15. interação entre os diferentes modos de deformação deste sistema e do núcleo de con
creto. Enquanto o núcleo de concreto é mais rígido e mais eficiente nos andares in
feriores, a situação é inversa para os pórticos rígidos. Esta situação requer atenção
ao projeto do diafragma horizontal para que as forças horizontais, ao longo da altura
llf B-'íi
p . ,t\Ví
T
.viga do edifício, sejam gradualmente transferidas dos pórticos para o núcleo de rigidez
(Viest et ai, 1997). Na Figura 9.7 é mostrado um edifício onde foi utilizado este sis
tema.
In
Quando o núcleo for composto por diversas paredes separadas mas próximas entre
si, pode ser interessante a utilização de vigas de aço de grande rigidez fazendo a
l't •i- interação estrutural entre elas (Figura 9.9). A ligação entre estas vigas com os pila
In res de montagem é uma ligação típica a cisalhamento com cantoneiras de alma ou
furo alongado
parede diafragma
chapa simples, por exemplo. A capacidade necessária de resistência a momento na
face da parede diafragma é desenvolvida pelo cisalhamento entre o concreto e os
\ conectores soldados nas mesas superiores e inferiores das vigas (Taranath, 1988),
parede diafragma como mostrado na Figura 9.15.
|n
Figura 9.13. Detalhe de ligação viga-parede diafragma (Taranath, 1988)
Na ligação entre a laje.e o núcleo, deve ser prevista a colocação de dispositivos para
transmitir as forças horizontais do diafragma, formado pelo sistema de piso, às pare conectores pinos com cabeça
des do núcleo. Embora outros sistemas sejam utilizados, o mais comum é a coloca superiores e inferiores
ção de armaduras, devidamente ancoradas, ligando a laje à parede. Ver Figura 9.14. viga de piso
parede diafragma
conectores pino
com cabeça chapa de extremidade
pitar de montagem
P1016@15C=2OO
150
Figura 9.14. Detalhe de ligação da laje com a parede diafragma Figura 9.15. Detalhe de ligação entre as vigas de grande rigidez e a parede
por meio de armaduras diafragma mostrando a ligação com o pilar de montagem (Taranath, 1988)
CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 286 CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 287
9.4. Sistemas Verticalmente Híbridos 1
São sistemas caracterizados pela utilização de estruturas com diferentes materiais
em diferentes pavimentos, isto é, em alguns níveis a estrutura é construída com um
material e, nos demais, com outro material. São bastante comuns edifícios executa
dos com concreto nos andares inferiores, principalmente nos subsolos, e com aço nos
andares superiores, como mostrado na Figura 9.16.
/ pilar de aço
l
concretagem posterior
t\
*!•
i
ir parede diafragma
=n WJÊmXÊÈÊBÊÊM
ai
I» WÊÊÈ ' ' flEi
Figura 9.16. Edifício com estrutura de concreto nos andares inferiores
As transferências de carga dos pilares de aço para os pilares de concreto podem ser
feitas por meio de detalhes convencionais de apoio em concreto armado, como mos
tra a Figura 9.17. No caso de transição do sistema de estabilidade, como a transição Figura 9.18. Detalhe de transição entre pilar de aço e parede diafragma
de um pórtico rígido ou conlraventado para uma parede diafragma, pode-se sugerir
(Taranath, 1988) o detalhe da Figura 9.18. A solução consiste em soldar conectores
A solução verticalmente híbrida com estrutura de aço nos andares inferiores e estru
de cisalhamento no perfil de aço do pilar e envolvê-lo com concreto armado, um ou tura de concreto nos demais é menos comum. Pode ser uma solução economicamen
dois andares acima do nível de transição. As forças axiais e os momentos fletores
H
te atraente quando a ocupação nos andares inferiores exigir grande velocidade de
são então gradualmente transferidas do pilar de aço para a parede de concreto. construção, como por exemplo, um centro comercial, e nos andares superiores hou
h ver exigências específicas para que sejam construídos com concreto. Um exemplo é
pilar de aço o uso de lajes cogumelos, bastante interessante no caso de ocupação residencial. O
l!
edifício mostrado na Figura 9.19 é um exemplo de uso deste sistema. Neste edifício,
a estrutura híbrida é também caracterizada pelo uso de núcleo de rigidez em concre
to armado. No nível de transição dos pilares de concreto para os pilares de aço, o
detalhe mostrado na Figura 9.20 pode ser sugerido. Consiste em se prolongar o pilar
pilar de concreto de aço um ou dois níveis acima do nível de transferência. Conectores de cisalhamento
tipo pino com cabeça são soldados nos pilares de aço para transferir a força axial do
pilar de concreto para o pilar de aço.
Figura 9.17. Detalhe convencional de apoio de pilar de aço em pilar de concreto
Ei
|b|| CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 288 CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 289
9.5. Lajes Mistas em Estruturas de Concreto Armado
Esta solução consiste em se utilizar lajes com fôrma de aço incorporada em estrutu
M
ras convencionais de concreto armado, consistindo em mais um sistema híbrido. A
metodologia apresentada a seguir é baseada em Calixto et ai (2000) e Silva (2000).
Nestes trabalhos foram analisados os aspectos construtivos, assim como o comporta
mento estrutural e a resistência última do sistema após a cura do concreto. O proces
so construtivo é baseado na hipótese de que a concretagem das lajes e das vigas de
apoio seja feita em uma única etapa, por ser este o processo usual de construção de
estruturas de concreto armado. O programa de testes consistiu de ensaios estáticos
de lajes com vãos simples apoiadas em vigas de extremidade de concreto armado.
Estes ensaios fizeram parte de um programa mais amplo de avaliação do comporta
mento e da resistência da laje mista, envolvendo continuidade estrutural, restrição
de extremidade dada por conectores de cisalhamento, concreto de baixa densidade e
outros tipos de aço, com diferentes tipos de revestimento, entre outros fatores. Este
conjunto de ensaios forneceu dados suficientes para a avaliação dos detalhes cons

trutivos, do comportamento e da resistência desse elemento como parte do sistema
híbrido laje mista-estrutura de concreto armado.
A Figura 9.21 mostra o detalhe utilizado na confecção dos protótipos, sugerido para
utilização na prática. Note-se que o steel deck não penetra na viga de concreto, apoi-
ando-se, nas extremidades, em um beirai deixado na fôrma de madeira e em
t escoramentos intermediários, caso sejam necessários, conforme o vão da laje. Como
Figura 9.19. Edifício com estrutura de concreto sobre estrutura de aço o steel deck não penetra nas vigas, a transferência do esforço da fôrma de aço para
ii
as vigas é feita com a colocação de uma armadura adicional no interior das nervuras
da fôrma, ancorada dentro da viga de concreto, como mostrado na Figura 9.22. O
item 4.1.6.2 da NBR 6118 para o cálculo da ancoragem em apoios extremos deter
mina que o esforço a ser transferido corresponda à força cortante de cálculo no apoio.
Conseqüentemente, a área necessária de armadura é dada por:
V
A.. = u! (9.1)
f ysd
h
onde:
A = área da armadura necessária;
s
Vt = força cortante máxima de cálculo no apoio;
f
•> ysd
= tensão de escoamento de cálculo da armadura, igual a/
y
/1,15.
Do lado da segurança, sugere-se que no lugar da força cortante de cálculo seja utili
zada a capacidade máxima de cálculo da laje mista. Para tanto, basta simplesmente
Figura 9.20. Detalhe dos pilares de transição calcular a reação máxima da laje escolhida, considerando-a biapoiada, baseada na
I't
CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 290 CAPÍTULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 291
tabela de cargas fornecida pelo fabricante da fôrma. A este valor de carga, normal Na Figura 9.23 e na Tabela9.1, pode-se notar que os resultados obtidos com os pro
mente fornecido como carga nominal sobreposta (isto é, já descontado o peso pró tótipos apoiados em vigas de concreto são praticamente iguais aos obtidos com os
prio da laje), deve ser somado o peso próprio da laje, multiplicando-se o resultado apoiados em aço (ver Capítulo 5). Assim, de acordo com os estudos realizados, o
tu pelo coeficiente de ação apropriado, neste caso, igual a 1,4. Este valor de capacida Steel Deck MF-75, com os detalhes mostrados e com a armadura de ligação calcula
de é dado para uma largura de 1000 mm. Para se calcular a armadura a ser colocada da com o procedimento apresentado, pode ser aplicado em estruturas de concreto
em cada nervura basta multiplicar este valor por b/1000, onde b é distância entre duas armado, utilizando-se os demais procedimentos executivos e as tabelas de carga de
nervuras consecutivas em mm. Caso a laje seja calculada como contínua, deve-se lajes mistas de maneira convencional, como se estas se apoiassem em vigamento
colocar também armaduras negativas sobre os apoios, de acordo com os procedimen metálico. Vale lembrar que esta afirmação é válida apenas para o Steel Deck MF-75.
tos do Capítulo 5. Para outros tipos de fôrma, pode ser necessário não só um outro programa adequado
de ensaios, como também a utilização de detalhes diferentes dos mostrados, para sua
^1 aplicação segura em estruturas de concreto armado.
ii|í
i*i
3 • *
* -K'Tc
1650
1800
i*i
til
lȒ Corte A-A
Mi
i• u-i
r-
l«| Nll - 206.3-I 2NL1
1
[ 63
i
tí! 820
N12- 205.0 -80 2NL2
U1
63
;3 :
Sleel Deck Steel Deck
•J! Corte A-A
fôrma da Viga
If
TELA Ql 13
5!
1 I
It-
(b) Figura 9.22. Detalhe das armaduras utilizadas nos protótipos (Calixto et ai, 2000)
li
Figura 9.21. Protótipos utilizados nos ensaios (Calixto et ai, 2000)
11 CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 292 CAPITULO 9 - ESTRUTURAS HÍBRIDAS 293
hf
llj: 9.6. Bibliografia
Regressão linear
600 + 15%
Apoio em vigas de aço
y = 152,13 x + 0,00169 Calixto, J. M. F.; Lavall, A. C. C; Silva, H. J. F; Campos, P. C. 2000. "Aplicação
de Lajes Mistas com Steel Deck MF-75 em Edificações de Concreto Armado". Re
|aí 500
latório de Ensaio. Pesquisa Tecnológica. Laboratório de Análise Experimental de
Regressão linear
Estruturas (LAEES). Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Enge
Apoio em vigas de aço
400 • y = 164,03 x -0,0109 +' - 15% nharia da Universidade Federal de Minas Gerais.
\n
m NBR 6118: 1978. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução
300 de Obras de Concreto Armado". Rio de Janeiro.
m
m, Silva, H. J. F. 2000. "Análise do Sistema de Lajes Mistas com Fôrma de Aço Incor
200
porada Aplicado a Estruturas Prediais em Concreto Armado". Dissertação de
Mestrado, Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da
• Resultados anteriores Universidade Federal de Minas Gerais.
300
(Calixto et ai, 2000)
D Resultados desta etapa
Taranath, B. 1988. "Structural Analysis & Design of Tall Buildings". Mc-Graw Hill.
O United States of America.
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
X Viest , I.M.; Colaco, J. P.; Furlong, W. F; Griffis, L. G.; Leon, R. T.; Wyllie, L.A.
1997. "Composite Construction Design for Buildings". New York. ASCE.
Figura 9.23. Regressão linear dos resultados dos ensaios (Calixto et ai, 2000)
X Y Resultado da vus %
Protótipo *us'*ul
(xlOJ) (xlO3) regressão (kN/m) de desvio
1 2,22 329 32,8 1,044 4,417
t> 2 1,67 259 27,3 0,999 -0,074
3 3,33 515 59,3 0,997 -0,271
n 3,33
4 510 69,1 1,007 0,674
l! 5 1,11 155 25,1 1,123 12,287
m - 152,92 kN/m
6 0,67 119 16,3 0,892 -10,822
It
PISA 1,67 272 k = 0,00382 kN/m mm 25,5 0,951 -4,869
li P2SA 1,67 270 25,5 0,957 -4,334
P1SC 1,11 178 24,1 0,978 -2,243
h
P2SC Ui 156 24,4 1,112 11,247
I: PISE 2,22 351 30,1 0,979 -2,057
P2SE 2,22 348 30,4 0,989 -1,118
t ;
Tabela 9.1. Resultados da análise de regressão linear da capacidade última de
todos os protótipos testados - deck = 0,80 mm (Calixto et ai, 2000)
M
14
M
Mi
Mf CAPÍTULO 10
*'*• VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM
Ui SITUAÇÃO DE INCÊNDIO
H-

js; 10.1. Introdução
l*5 Na ocorrência de um incêndio, o aumento de temperatura, em conseqüência da ação
|ít térmica, provoca em todos os materiais uma redução de resistência e rigidez, bem
como o aparecimento de solicitações adicionais àquelas normalmente presentes à
temperatura ambiente. Segundo Silva (2000): "ação térmica é a ação na estrutura
)í í descrita por meio do fluxo de calor, por radiação e por convecção, provocada pela
tgt diferença de temperatura entre os gases quentes do ambiente em chamas e os compo
nentes da estrutura". Ainda segundo este autor, o principal parâmetro de um incên-
' ' dio, relativo ao estudo das estruturas, é a curva que fornece a temperatura dos gases
JS | em função do tempo de incêndio. Tradicionalmente, devido à dificuldadede se mode
la lar a curva de elevação de temperatura dos gases em um incêndio real, visto que esta
varia de situação para situação, tem-se adotado uma curva-padrão, com a qual os en-
II ? saios experimentais e as análises são executados e comparados. As curvas-padrão
|i r mais utilizadas são as da ISO-834 (1994) e da ASTM E-l 19 (2000), muito semelhan
tes entre si, como se pode notar na Figura 10.1. A curva de um incêndio real (ou natu-
1 ral, quando construída a partir de ensaios ou modelos matemáticos aferidos por ensaios) é
\i i, significativamente diferente das curvas-padrão, possuindo um ramo descendente, re-
( ferente à fase de resfriamento, ao contrário das curvas padronizadas que são sempre
ascendentes. Um exemplo de comparação entre a curva de um dado incêndio natural e
I': a curva-padrão da ISO-834 pode servisto naFigura 10.2, extraída de Silva (2000).
ir.
A Norma Brasileira NBR 14432 (2000) "Exigências de Resistência ao Fogo de Ele
mentos Construtivos de Edificações" estabelece as condições, relativas aos elemen-
| í tos estruturais, que devem ser atendidas pelas edificações para que, na ocorrência de
11. incêndio, seja evitado o colapso da estrutura. Os critérios estabelecidos nesta norma
baseiam-se na elevação de temperatura dos elementos estruturais considerando as
' ^' condições de exposição ao incêndio-padrão. O incêndio-padrão, de acordo com a
|} i norma, é a elevação padronizada de temperatura em função do tempo, proposta pela
ISO-834, dada pela seguinte expressão:
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 296 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 297
H
M e =0o+^5to5r«í + ;; (10.1) duzem-se progressivamente com a elevação de temperatura. A NBR 14323 (1999)
"Dimensionamento de Estruturas deAço de Edifícios em Situação de Incêndio" for
nece tabelas de fatores de redução das propriedades mecânicas para ambos os mate
H onde:
riais. Estes fatores são definidos como a relação entre os valores das propriedades
í - tempo, em minutos;
M 6g = temperatura do ambiente antes do início do aquecimento,tomada igual a 20 "C;
para uma dada temperatura e os relativos à temperatura de 20 "C. Nas Figuras 10.3 e
10.4 são mostradas as variações das propriedades tensão de escoamento e módulo de
H 0: = temperatura dos gases no instante t.
elasticidade dos aços laminados e trefilados e da resistência característica à compres
>»* Temperatura(°C) são dos concretos normal e de baixa densidade. Esta norma fixa ainda os critérios
|ifi para o dimensionamento em situação de incêndio não só de elementos estruturais de
aço, mas, também de elementos mistos aço-concreto, a saber: vigas mistas, pilares
n! mistos e lajes mistas.
Iiíi
l,M
|iil
120 240 360 480 Tempo (min)
Figura 10.1. Comparação entre as curvas da ISO-834 e da ASTM El 19
)M (Silva, 2000)
Temperatura (°C)
IM
ISO-834
incêndio natural 200 400 600 800 1000 1200
Temperatura [ °C]
Tempo (min)
|3; Figura 10.3. Variação dos fatores de redução para o limite de escoamento e o
NOTAS:
grau de ventilação - 0,06 m
módulo de elasticidade do aço com a temperatura (NBR 14323, 1999)
|3i 2
carga de incêndio - 188 MJ/m
VpcI=1160J/rrry'''2oC O objetivo deste Capítulo é estudar o comportamento e determinar a capacidade de
resistência destes elementos mistos à temperatura elevada, de acordo com os méto
Figura 10.2. Comparação entre a curva da ISO-834 e a de incêndio natural dos e critérios analíticos simplificados da Norma Brasileira, complementados, quan
(Silva, 2000) do necessário ou quando for ilustrativo, com a metodologia adotada por normas ou
especificações estrangeiras. Alerta-se que estes métodos, embora simples e de fácil
A exposição dos elementos estruturais aos gases quentes e à radiação provenientes aplicação, podem não ser os mais econômicos quando envolverem materiais de pro
do incêndio provoca uma queda de resistência e de rigidez da estrutura pela teção. Nestas situações, sugere-se consultar os especialistas da área. Pressupõe-se que
degcnerescencia das propriedades de seus materiais componentes quando sujeitos a o leitor tenha-se familiarizado com o comportamento e os métodos de dimensiona
altas temperaturas. As propriedades mecânicas tanto do aço quanto do concreto re- mento dos elementos mistos à temperatura ambiente, assim como tenha conhecimento
Ni
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 298 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 299
H
ht
suficiente dos conceitos relativos ao fenômeno de incêndio em uma edificação, à
>< segurança das estruturas e ao dimensionamento de estruturas de aço em situação de
incêndio. Recomenda-se a leitura e o estudo de Silva (2000) "Estruturas de Aço em
kit Situação de Incêndio".
»i
M
Fator de redução
M
>'l
Figura 10.5. Divisão da viga de aço para distribuição de temperatura
M (NBR 14323, 1999)
O fator de massividade u/A ou uJA, respectivamente para seções não-protegidas e
com proteção tipo contorno, deve ser calculado pelas seguintes expressões:
|m|: - para a mesa inferior:
« ou iW*+'^
A A (bfitfi)
|lii - para a mesa superior:
Ml • sobreposta por laje maciça
PM 600 800 1200
E ou u>nJbfi+2tfi>
Temperatura [ C] A A (bfsifs)
• sobreposta por laje mista (com fôrma nervurada)
Figura 10.4. Variação dos fatores de redução para a resistência característica à
compressão do concreto com a temperatura (NBR 14323, 1999)
- OU -ZL = 2—J- —-
A A (bfstfs)
10.2. Vigas Mistas
O valor da temperatura em cada elemento em função do tempo requerido de resis
O dimensionamento de vigas mistas simplesmente apoiadas em situação de incêndio tência ao fogo (TRRF), fornecido pela NBR 14432 considerando a classificação da
por método simplificado é tratado no Anexo Ada NBR 14323. É limitado a vigas I edificação, deve ser determinado pelos itens 8.5.1.1 e 8.5.1.2 da NBR 14323 se a
que tenham sido dimensionadas à temperatura ambiente de acordo com a NBR 8800, viga não for protegida e se tiver proteção tipo contorno, respectivamente. Para a alma,
não sujeitas a flambagem local em regime elástico, isto é, de Classe 1, 2 ou 3. a temperatura pode ser tomada igual à temperatura da mesa inferior. No caso de pro
teção tipo caixa, a distribuição de temperatura na viga pode ser considerada unifor
Na determinação da distribuição de temperatura na seção transversal da viga de aço me e a elevação de temperatura deve ser determinada também de acordo com as pres
não-protegida ou com proteção tipo contorno, esta deve ser dividida em três partes crições do item 8.5.1.2 da NBR 14323.
(a mesa inferior, a alma e a mesa superior), de acordo com a Figura 10.5, conside
rando-se a temperatura uniforme em cada elemento. Considera-se que não haja trans A distribuição de temperatura na laje pode ser obtida, em função do TRRF, dividin
ferência de calor entre os elementos nem entre a mesa superior e a laje de concreto. do-se a espessura efetivada laje em um máximo de 14 fatias, obtendo-se a variação
de temperatura em cada uma com o auxílio da Tabela 10.1. Ressalta-se que normal
mente não é necessário dividir a laje em um número tão grande de fatias; obtém-se
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 300 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 301
»!
li! boa precisão com no máximo 5 a 7 fatias. Para as lajes maciças, a espessura efetiva
m é tomada como a espessura real da laje; no caso de lajes mistas considera-se uma oncreto
espessura média equivalente dada por: õrma de aço
M
H hef=hl+h2 (h+h) (10.2)
2(l, + L)
»'•
»• i í onde as dimensões são definidas na Figura 10.6. Se l3 for maior que 21p a espessura Figura 10.6. Dimensões da seção transversal da laje
efetiva deverá ser tomada igual a hr Considera-se que a distribuição de temperatura (NBR 14323, 1999)
« seja uniforme em toda a largura efetiva da laje.
IK Uma vez obtidas as distribuições de temperatura nos elementos componentes da se
Tabela 10.1. Variação de temperatura na altura das lajes de concreto ção transversal, a resistência de cálculo ao momento fletor pode ser determinada pela
IM (NBR 14323, 1999) teoria plástica, levando-se em conta a redução das propriedades do aço e do concre
m i to com a elevação de temperatura pela introdução dos fatores de redução, conforme
mencionado no item 10.1, obtidos de acordo com a Seção 4 da NBR 14323. À tem
fatia 14 ___
peratura elevada, o valor do coeficiente de resistência 0 é tomado igual a 1,0. Para
faria 13.
simplificar o procedimento, considera-se uma temperatura uniforme equivalente (0eq>)
m ; falia 12^ na laje dada por:
falia 11-^"
1ru ~±_
14 i ^y í \
1 n
r__ ..:
h\ 'eq
(10.3)
i r
fatia 2
falia 1 ^V" onde:
m|
&cj = temperaturas em cada fatia;
Mt ej = espessuras de cada fatia;
l!j Fatia
j
Altura
y Temperatura 9C (°C) para TRRF de
n = número de fatias.
Mi (mm)
30 min 60 min 90 min 120 min Com estes parâmetros determinados, torna-se simples a determinação da resistência
ííí 1 <5 535 705 754 754
de cálculo ao momento fletor, utilizando-se as mesmas equações dadas no Capítulo
2 5 a 10 470 642 738 754
111 3 10 a 15 415 581 681 754
4, fazendo-se os coeficientes de resistência iguais a 1,0 e acrescentando-se os fato
4 15 a 20 350 525 627 697 res de redução apropriados KyQ na tensão nominal de escoamento do aço (f) e K
H| 5 20 a 25 300 469 571 642 (°u Kcb.e no caso de concreto de baixa densidade) na resistência característica do con
II j 6 25 a 30 250 421 519 591
creto à compressão (fj. A resistência de cálculo à força cortante deve ser obtida con
7 30 a 35 210 374 473 542
IM 8 35 a 40 180 327 428 493
siderando-se a viga isolada, com a temperatura da alma determinada acima.
9 40 a 45 160 289 387 454
IM 10 45 a 50 140 250 345 415 10.3. Lajes Mistas
11 50 a 55 125 200 294 369
IK
12 55 a 60 110 175 271 342
13 60 a 80 80 140 220 270
A verificação de lajes mistas sem material de proteção em situação de incêndio é
14 >80 60 100 160 210 feita com os requisitos do item C.3 do Anexo C da NBR 14323, quando expostas ao
pi incêndio na face inferior, desprezando-se, a favor da segurança, os efeitos de restri
aí 1) A altura efetiva h para laje de concreto com fôrma
de aço incorporada deve ser obtida na Subseção ção à deformação axial. Considera-se que as lajes mistas, calculadas à temperatura
C.3.1.2 do Anexo C;
2) No caso de laje maciça de concreto, a altura hif é ambiente conforme as Seções Cl e C.2 deste Anexo, possuam uma resistência ine
igual à espessura da laje t . rente de no mínimo 30 min, desde que seja verificado o critério de isolamento térmi-
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 302 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 303
M co. Considera-se também, pela presença da fôrma de aço, previamente satisfeito o - a resistência à tração do concreto e a resistência da fôrma de aço são ignoradas;
critério de estanqueidade. Estes conceitos são definidos na NBR 14323 e na NBR - são desprezados os efeitos de restrição axial.
14432. Segundo estas normas, isolamento térmico é a capacidade da laje de impedir
M a ocorrência, na face não exposta ao incêndio, de incrementos de temperatura supe A Norma Brasileira permite que a capacidade de resistência ao carregamento aplica
hí riores a 140°C, na média dos pontos de medida, ou superiores a 180°C, em qualquer do à temperatura elevada seja calculada com base na análise plástica global e que a
ponto de medida. Estanqueidade é a capacidade de impedir a ocorrência de rachadu- laje possa ser considerada contínua, mesmo que, à temperatura ambiente, tenha sido
Mf
ras ou outras aberturas, através das quais podem passar chamas e gases quentes ca calculada como simplesmente apoiada. Como mostrado no Capítulo 4, o mecanismo
llr pazes de ignizar um chumaço de algodão. Estes dois critérios são fundamentais para plástico de colapso é atingido em um sistema contínuo submetido a carregamento
Mf se garantir a segurança das pessoas na ocorrência de um incêndio e são exigidos em uniformemente distribuído quando a seguinte inequação for satisfeita, para momen
todas as normas na verificação dos elementos de compartimentação, entendendo-se tos negativos aproximadamente iguais:

a laje como elemento de compartimentação vertical, impedindo a propagação do in ,( + ) r(~)
IM cêndio de um andar para outro. Garantindo-se o isolamento térmico pela laje, impe M[+,ílv+0,5(M[-'uv,a+M{-,uv,b)>M0 (10.4)
lilj de-se que as pessoas no andar imediatamente superior àquele em que haja a ocorrên onde:
cia do incêndio sejam afetadas pelas altas temperaturas.
M<f'uv = capacidade de resistência plástica ao momento positivo;
Para que seja atendido o critério de isolamento térmico, a espessura efetiva da laje M'~'uv,a ~ capacidade de resistência plástica ao momento negativo em uma extremi
H h calculada pela equação (10.2) não deverá ser inferior ao valor dado na Tabela
dade da laje;
10.2, em função do tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF). Quando for uti M< 'uv.b = capacidade de resistência plástica ao momento negativo na outra extremi
iin
dade da laje;
lizado concreto de baixa densidade, os valores dados na Tabela podem ser reduzidos
MQ =jnomento de cálculo supondo a laje simplesmente apoiada.
IlH em 10%.
:»!• Tabela 10.2. Espessura efetiva mínima (NBR 14323, 1999) Com base na inequação acima, podem ser formuladas as condições de ruína para cada
1C
sistema estático a ser escolhido, considerando-se a laje simplesmente apoiada ou
Espessura efetiva contínua, com armaduras resistentes ao momento positivo, ao momento negativo ou
It TRRF mínima a ambos. A Figura 10.7 ilustra os mecanismos de colapso para sistemas somente com
II
(min) hef armadura positiva (sem armadura negativa), somente com armadura negativa (sem
(mm)
armadura positiva) e com ambas, positiva e negativa. Da Figura, percebe-se que, em
I 30 60 sistemas somente com armaduras positivas, o único sistema estático possível é o
í' 60 80 biapoiado, e que, nos sistemas contínuos, nas lajes de extremidade, só é possível o
li 100
sistema com armaduras positivas e negativas, podendo-se dispensar a armadura po
90
sitiva nas lajes internas. Ressalta-se que o sistema contínuo sem armaduras positivas
120 120 nos vãos internos funciona como vigas "Gerber".
Acapacidade de resistência ao momento fletor positivo é calculada considerando que
Na determinação da capacidade de resistência, a NBR 14323 parte das seguintes pre o concreto em compressão está livre da ação do incêndio, podendo-se tomar suas
missas:
propriedades mecânicas à temperatura ambiente. As propriedades da armadura deve
- a laje foi calculada, à temperatura ambiente, de acordo com os critérios dos itens rão ser calculadas com os fatores de redução para a tensão de escoamento dos aços
Cl e C.2 do Anexo C (ver capítulo 5); trefilados Kyo&, dados naTabela 10.3 em função da temperatura da armadura. A tem
- caso a laje tenha sido calculada como simplesmente apoiada, utilizou-se armadura peratura da armadura pode ser obtida da Tabela 10.4, em função do TRRF, usando-
nas duas direções com área não inferior a 0,1% da área de concreto acima da face se o seguinte parâmetro:
superior da fôrma, colocada a 20 mm abaixo do topo da laje; 1 1 1 1
- considera-se previamente atendido o critério de isolamento térmico; + -r^=x +
- supõe-se que o incêndio ocorra sempre abaixo da laje; z X^j) XP2) V«i) (10.5)
h
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 304 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 305
onde ur h„ us são distâncias em milímetros da armadura àfôrma de aço, como espe Tabela 10.3. Fatores de redução para o aço (NBR 14323, 1999)
cificado na Figura 10.8. Os valores de w, e u2 não podem ser inferiores a 50 mm e o Temperatura Fator de redução para o Fator de redução para Fator de redução para
valor de u, não pode ser inferior a 35 mm. Após este processo, a capacidade de re do aço limite de escoamento o limite de escoamento o módulo de
sistência é calculada com as equações de resistência ao momento fletor positivo da e„ dos dos elasticidade de
das no Capítulo 5, inserindo-se o fator de redução Kyn6 que multiplica a tensão de aços laminados aços trefilados todos os tipos
a quente de aço
escoamento da armadura e fazendo-se os coeficientes de resistência iguais a 1,0. CO Ky,Q ^.w.e *£.e
Condiçõès^deicolapso í
""Sistèmáfestático
t2 20 1,000 1,000 1,0000
100 1,000 1,000 1,0000
Sem
M+uv<q- 200 1,000 1,000 0,9000
armadura ou 300 1,000 1,000 0,8000
negativa
£ M.
Ml.
q>8-
400
500
1,000
0,780
0,940
0,670
0,7000
0,6000
600 0,470 0,400 0,3100
700 0,230 0,120 0,1300
Ll 800 0,110 0,110 0,0900
M. M++0,45Muv<q—
900 0,060 0,080 0,0675
1000 0,040 0,050 0,0450
^
ou
1100 0,020 0,030 0,0225
Armadura
(8M+UV+3,6MW) 1200 0,000 0,000 0,0000
negativa e
positiva
Ik M, q> Nota: Para valores intermediários da temperatura do aço, pode ser feita interpolação linear
V
M, M, M„v + Muv < q Tabela 10.4. Temperatura da armadura (NBR 14323, 1999)
ou
i
^à^ q>
TRRF
(min)

Temperatura
da armadura
(°C)
Ü 60 9S = 1175 -350 z < 810°C, para z < 3,3
M, M, Muv<q-
Sem
90 6S = 1285 -350 z < 880°C, para z < 3,6
armadura ou
positiva 120 0S = 1370 -350 z < 930°C, para z < 3,8
^^ Muv-0 ^^ q>bl?
Baseado em um extenso programa de pesquisa, a ECCS (2001) propôs um novo
método de cálculo simplificado de lajes mistas em situação de incêndio, em que a
Figura 10.7. Condições de colapso para lajes (NBR 14323, 1999) resistência da fôrma ao momento positivo é levada em conta na análise. Este método
foi proposto baseado em um extenso estudo paramétrico com modelos avançados de
cálculo, validados por ensaios de lajes de vãos simples e contínuos em situação de
incêndio em escala natural. Neste trabalho, apresentam-se comparações entre os re
sultados obtidos com o método proposto e aqueles obtidos com os modelos numéri
cos avançados, chegando-se às seguintes conclusões:
- os métodos de cálculo que não levam em conta a contribuição da fôrma de aço na
forma de aço
resistência ao momento positivo, como os propostos pela NBR 14323 e pelo
Eurocode 4, são excessivamente a favor da segurança, mesmo para TRRF mais
Figura 10.8. Posição geométrica da armadura (NBR 14323, 1999) elevados;
M
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 306 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 307
M
- o método proposto fornece resultados que se aproximam bastante daqueles obti Tabela 10.5. Fatores de redução para o concreto (NBR 14323, 1999)
m dos com modelos numéricos avançados.
»'í Temperatura Fator de redução Fator de redução Deformação
Para maiores detalhes, ver ECCS (2001): "Model Code on Fire Engineering". do concreto para a resistência para a resistência correspondente ao
>M ec característica à característica à limite de resistência do
compressão do compressão do concreto de densidade
10 A resistência ao momento negativo poderá ser calculada presumindo-se que a arma
concreto de concreto de normal à temperatura
dura negativa esteja livre da ação do incêndio, não sendo necessário considerar os densidade normal baixa densidade ec
W fatores de redução das propriedades. Semelhantemente ao cálculo à temperatura CO Kc& *cb,e ScAXltf
Hf! ambiente, a forma das nervuras deve ser levada em conta podendo, da mesma ma
20 1,000 1,000 2,5
neira, ser aproximada por um retângulo. A resistência à compressão do concreto,
100 0,950 1,000 3,5
reduzida pelo efeito da alta temperatura por meio do fator de redução KcQ (ou Kcb^ 200 0,900 1,000 4,5
IM
.obtido da Tabela 10.5, poderá ser obtida por integração através da espessura da laje. 300 0,850 1,000 6,0
)il Simplificadamente, a favor da segurança, a laje poderá ser considerada de espessura 400 0,750 0,880 7,5
500 0,600 0,760 9,5
M uniforme igual à espessura equivalente calculada pela equação (10.2). A variação da 0,450
600 0,640 12,5
temperatura através da espessura da laje dividida em fatias poderá ser calculada com 700 0,300 0,520 14,0
H» base na Tabela 10.1, em função do TRRF, podendo-se reduzir os valores em 10%, 800 0,150 0,400 14,5
caso se utilize concreto de baixa densidade. A capacidade de resistência ao momen 900 0,080 0,280 15,0
lií
1000 0,040 0,160 15,0
ii I
to fletor negativo é então determinada igualando-se a força de compressão no con 1100 0,010 0,040 15,0
creto à força de tração na armadura, dada por AJs. A força dacompressão é calcu 1200 0,000 0,000 15,0
Hf lada fazendo-se aproximações sucessivas, acrescentando-se progressivamente a re Nota: Para valores intermediários da temperatura do concreto, pode ser feita interpolação linear
ti í sistência de cada fatia até que o valor calculado iguale-se à força de tração na arma
dura. Vale lembrar que a temperatura varia de fatia para fatia e conseqüentemente o
!i t A NBR 14323 propõe ainda um método alternativo em que, para cada TRRF, os cri
valor de KrB (ou K[bt) e da resistência à compressão. O momento resistente é calcu
'n lado pela expressão: térios de estanqueidade, isolamento térmico e de resistência podem ser considerados
previamente atendidos se a espessura de concreto acima da fôrma não for menor que
II
0M„ = Z NcA os valores dados na Tabela 10.6. O método alternativo só é considerado válido se a
(10.6)
it i=l laje mista for calculada à temperatura ambiente de acordo com as exigências da NBR
D
onde: 14323 e se for apoiada em viga mista, calculada conforme a NBR 8800 à temperatu
ra ambiente e conforme a NBR 14323 à temperatura elevada para um TRRF igual
ir Nci -Kcei(0,85fck )tcibci = resistência à compressão do concreto de cada fatia da ou superior ao da laje. Deve-se ainda atender a todas as exigências referentes aos
ii laje detalhes construtivos tanto da laje mista quanto da viga mista, de acordo com os
Capítulos 5 e 4, respectivamente.
u Kc$i = fator deredução daresistência característica à compressão do concreto de cada
fatia, em função da temperatura da fatia;
u A resistência de lajes mistas a temperaturas elevadas pode ser aumentada com o uso
fck = resistência característica do concreto à compressão;
1! de materiais de proteção, com o objetivo de diminuir a transferência de calor para a
tci = espessura de cada fatia;
laje. Podem ser usados os seguintes meios de proteção:
It bc. = largura de cada fatia;
- pulverização de fibras na face inferior da laje;
e. = distância do centro de cada fatia ao eixo da armadura.
n i
- colocação de forros suspensos.
Os forros suspensos devem ser projetados e executados de forma a garantir que, du
O Manual Técnico da Metform, baseado no SCI-56 (1991), propõe um método para
rante a ocorrência do incêndio, sua integridade seja mantida por tempo suficiente para
h se calcular a resistência ao momento negativo pela integração através da espessura
que possam cumprir adequadamente sua função de proteção. A NBR 14323 não pro
da laje, levando-se em conta a forma das nervuras e a variação da temperatura em
I! põe nenhum método de projeto ou de execução para garantir que os forros sejam
faixas seguindo-se o contorno da fôrma. Este procedimento conduz a resultados me
II nos conservadores que o método mais simplificado apresentado acima.
*
p
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 308 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 309
adequados. Sugere-se consultar outras fontes, como por exemplo, BS 5950 - Parte 8 As hipóteses adotadas para a elaboração das tabelas são:
(1990) ou manuais de fabricantes. - o incêndio é limitado a somente um pavimento;
- o pilar está submetido a temperatura uniforme ao longo do comprimento, entendi
Tabela 10.6. Espessura mínima do concreto acima da fôrma de aço do aqui como a altura interpavimento;
(NBR 14323, 1999) - o pilar é contínuo, rigidamente ligado aos pilares imediatamente acima (caso exis
ta) e imediatamente abaixo (incluindo a ligação à fundação) do pavimento em con
Espessura mínima
sideração;
TRRF do concreto
- o comprimento de flambagem do pilar, à temperatura elevada, é tomado como 0,5
(min) (mm)
vezes seu comprimento de flambagem à temperatura ambiente.
Densidade normal Baixa densidade
Em algumas tabelas, os resultados apresentados dependem do nível de carga em situ
60 90 65
ação de incêndio (r/), definido como sendo a relação entre o valor da força de cálculo
90 100 75 no pilar, calculada com as combinações de ações para os estados limites últimos, em
situação de incêndio, conforme item 6.2 da NBR 14323, e o valor da resistência de
120 110 85
cálculo à temperatura ambiente, calculada conforme o Anexo B da NBR 14323 (ver
Capítulo 6), com as exigências adicionais dadas a seguir. Os resultados são válidos
Em ambos os meios listados pela Norma Brasileira, o critério de resistência ao car tanto para cargas axiais como para cargas excentricamente aplicadas no pilar.
regamento é considerado atendido, se for verificado, com as propriedades fornecidas
pelos fabricantes, que a temperatura da fôrma de aço não ultrapassa 350"C. Este va As exigências adicionais dadas na norma para a utilização das tabelas são:
lor é considerado muito conservador pelos especialistas sendo, provavelmente, - na determinação da resistência de cálculo à temperatura ambiente cf>Nn, deve-se
antieconômica sua utilização. Deve-se, sempre que possível, utilizar o método pro tomar como comprimento de flambagem o comprimento real do pilar, exceto no
posto pela NBR 14323 para cálculo sem material de proteção, mas, se por qualquer caso dos pilares do último pavimento, onde se deve tomar 1,4 vezes o comprimento
razão for imprescindível a utilização de materiais de proteção, sugere-se que a veri real;
ficação da laje seja feita baseada em ensaios. Os especialistas da área e os fabrican - os pilares não poderão ter comprimento maior que 30 vezes a menor dimensão
tes de materiais de proteção poderão orientar o método mais adequado. externa da seção transversal escolhida.
- a excentricidade da carga, caso exista, deve ser levada em conta na determinação
Na verificação da espessura mínima para se atender o critério de isolamento térmi da resistência, neste caso denominada <t>NnS;
co, as camadas do material de proteção e do revestimento da laje poderão ser leva - é permitida a interpolação linear entre todos os parâmetros físicos das tabelas apre
das em conta, transformando-as em espessura equivalente de concreto, calculada em sentadas, exceto os marcados com um traço (-).
função do coeficiente de condutividade térmica dos materiais.
São previstos três tipos de pilares mistos: totalmente envolvidos por concreto, parci
10.4. Pilares Mistos almente revestidos por concreto e tubulares preenchidos com concreto.
A NBR 14323, no Anexo B, trata do dimensionamento em situação de incêndio de 10.4.1. Pilares totalmente envolvidos por concreto
pilares mistos diretamente expostos ao fogo, nas quatro faces, ao longo de todo o
seu comprimento, utilizando-se o método tabular. O método tabular consiste de uma Neste caso, em função do TRRF, para que o pilar dimensionado à temperatura ambi
série de tabelas em que, conforme o tempo requerido de resistência ao fogo, são ente tenha resistência suficiente à temperatura elevada, é necessário apenas que as
exigidas dimensões mínimas da seção transversal, do cobrimento de concreto dos dimensões da seção transversal e os cobrimentos do perfil de aço e da armadura não
perfis de aço e da armadura, assim como taxas mínimas de armadura em relação à sejam inferiores aos valores mínimos exigidos na Tabela 10.7. São previstas duas
área de concreto. Além disto, o pilar misto deve ser executado, obedecendo-se os soluções alternativas: uma, aumentando-se os cobrimentos e diminuindo-se as dimen
detalhes construtivos fornecidos pela norma. O método tabular fornece resultados do sões mínimas da seção e outra, diminuindo-se os cobrimentos mínimos e aumentan
lado da segurança quando comparados com os resultados de ensaios ou de modelos do-se as dimensões da seção, a critério do projetista. A armadura longitudinal míni
avançados de cálculo. ma deve consistir de quatro barras de diâmetro 72,5 mm, devendo-se atender aos
CAPITULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 310 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 311
percentuais estabelecidos na norma para dimensionamento à temperatura ambiente te 1.2, deve ser resolvida por meio de cálculos simplificados, opção permitida por
w (ver Capítulo 6). As dimensões e o espaçamento das barras dos estribos devem ser ambas as normas. Na proposta de revisão do Eurocode 4, parte 1.2, de acordo com
It: especificados de acordo com a NBR 6118. ECCS (2001): "Model Code on Fire Engineering", a Tabela 10.8 pode ser utilizada
H
sem verificações adicionais se Ô(ver Capítulo 6) não for superior a 0,4. Caso esta
Tabela 10.7. Dimensões mínimas da seção transversal, cobrimento mínimo de condição não se verifique, ou se queira utilizar cálculos simplificados, pode-se utili
ir concreto da seção de aço e distâncias mínimas dos eixos das barras da zar o método proposto pelo Eurocode 4, Parte 1.2, adaptado à NBR 8800, válido ape
armadura à face do concreto (NBR 14323, 1999) nas para flambagem em tomo do eixo de menor resistência, como descrito a seguir.
it
llti
bc Tabela 10.8. Dimensões mínimas da seção transversal, distâncias mínimas dos
.1
i: eixos das barras da armadura à face do concreto e taxas tjt (NBR 14323, 1999)
I i • "t
t
bf
f Tempo requerido de resistência Ac-_j tli tw
a incêndio
í •: •- «• \ 3L_ - TRRF-
í
T^ As^o818ffl Ifinim ni llllillll lli-
(min) X) n-siMi-nn:! ii iiuêmlio
U-,\
-t-» - IK itr-
30 60 90 120
1 (•• ÍIIJ
1.1. Dimensões mínimas de dce bc(mm) 150 180 220 300
U_L_us i
1.2. Cobrimento mínimo de concreto para 40 50 50 75
seção de aço estrutural c (mm) "lÜ" ! í.!l •iii 120
1.3. Distâncias mínimas dos eixos das barras (20) 30 30 40 1. Dimensões mínimas daseção transversal para o nível decarga
da armadura us (mm) nfi = 0,3
1.1. Dimensões mínimas ded e bf(mm) 160 260 300 300
2.1. Dimensões mínimas de dc e bc(mm) 200 250 350
1.2. Distâncias mínimas dos eixos das barras da armadura 40 40 50 60
M, (mm)
2.2, Cobrimento mínimo de concreto para 40 40 50
Relações mínimas entreas espessuras da almae da mesa tjtf
-
U. 0,6 0,5 0,5 0,7
seção de aço estrutural c (mm) 2. Dimensões mínimas daseção transversal para o nível decarga
2.3. Distâncias mínimas dos eixos das barras (20) (20) 30
riff = 0.5
da armadura ux (mm) 2.1. Dimensões mínimas dede fy(mm) 200 300 300
2.2. - Distâncias mínimas dos eixos das barras da armadura 35 40 50 -
us (mm)
10.4.2. Pilares parcialmente revestidos por concreto 23. Relações mínimas entreas espessuras daalmae da mesaW 0,6 0,6 0,7
3\ Dimensões mínimas daseção transversal para o nível decarga
Estes tipos de pilares são classificados, para cada TRRF, em função do nível de car T\6 = 0,7
3.1. Dimensões mínimas ded e bf(mm) 250 300
ga em situação de incêndio r\ . São exigidas dimensões mínimas das seções trans 3.2.: Distâncias mínimas dos eixos das barras da armadura 30 40
versais e do cobrimento da armadura e uma relação mínima entre as espessuras da
- -
us (mm)
alma e da mesa, para níveis de carga r\ = 0,3 , r\ = 0,5 e r/ = 0,7, conforme a ;3Í3§ Relações mínimas entreas espessuras daalmae da mesatji( 0,6 0,7
Tabela 10.8 , sendo permitida interpolação linear entre estes valores.
Na determinação de Nn = r)fíNn, em combinação com a Tabela 10.8, as taxas de ar As seguintes limitações devem ser atendidas:
madura maiores que 6% (o excesso) e menores que 1% não podem ser levadas em - KL < 13,5bf,$ed/bf < 3
conta. A Tabela 10.8 não fornece a quantidade de armadura necessária para que o pi - KL < 10,0bf, se d/b > 3
- 300 < d < 1100
lar dimensionado à temperatura ambiente tenha resistência adequada em situação de
- 300 < b < 500
incêndio. Esta omissão, não só da Norma Brasileira mas também do Eurocode 4, Par
M
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 312 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 313
M
Kuj onde: onde os coeficientes de redução (p e a (pce são dados na Tabela 10.9 e os subscritos
)itt KL = comprimento de flambagem do pilar em situação de incêndio; em pilares referem-se, respectivamente, às mesas, à alma, à armadura e ao concreto à tempera
mf contínuos pode ser tomado igual a 0,5 vezes o comprimento de flambagem tura elevada.
em temperatura ambiente;
i»; Tabela 10.9. Coeficientes de redução para o cálculo da rigidez efetiva
d e b = dimensões da seção transversal (ver Tabela 10.8).
(Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994)
Como à temperatura ambiente, a capacidade de resistência à compressão axial do TRRF <P*e <p«fi <Pí.e 9*8
pilar em situação de incêndio é dada por:
!»! 30 min 1,0 1,0 0,8 1,0
In $NnJl=(}>pNp}J[ (10.7) 60 min 0,9 1,0 0,8 0,9
llt
90 min 0,8 1,0 0,8 0,8
II onde:
p = coeficiente de redução devido à flambagem, conforme curva c da NBR 8800; 120 min 1,0 1,0 0,8 1,0
I!
<p = coeficiente de resistência, igual a 1,0 em situação de incêndio;
|l N = capacidade de resistência plástica à compressão axial em situação de incên- A carga de flambagem elástica e o parâmetro de esbeltez na situação de incêndio
pt.fi
dio. são calculados, respectivamente, por:
|l
li
A seção mista pode ser dividida em suas partes componentes para o cálculo da capa (EI),'ef,8
Ne.fi =*' (10.10)
li cidade plástica à temperatura elevada: o perfil de aço, separado em alma e mesas, o (Kir
concreto e a armadura. A capacidade plástica é dada portanto por:
N
pi.fi
I* = Npi.fi.f +NPt,fi,w + Npt.fi.s+Npt,fix (10.8) xQ = (10.11)
N e.fi
It onde:
H Em função do TRRF, as temperaturas das partes componentes da seção transversal
N
pt.fi.f
-Aj-0fyB é a capacidade plástica das mesas;
do pilar misto e, conseqüentemente, as tensões de escoamento e os módulos de elas
N pl.fi.w = AwfifyfQ é a capacidade plástica da alma; ticidade dos aços do perfil e da armadura, a resistência característica à compressão e
o módulo de elasticidade do concreto são calculados. Com estas propriedades deter
N pl.fi.s ~ As0fys£ é a capacidade plástica da armadura; minadas, são calculadas a área efetiva ao incêndio, a resistência plástica e a rigidez
à flexão, como descrito a seguir (ver Figura 10.9).
N pl.fi.c -Ac8fcke é a capacidade plástica do concreto;
Ai = área das mesas a ser considerada, à temperatura 0 da mesa;
Ko = área da alma a ser considerada, à temperatura 6w da alma;
\s = área da armadura a ser considerada, à temperatura 0 da armadura;
A,e = área do concreto a ser considerada, à temperatura 0c do concreto;
3y.e = tensões de escoamento do aço à temperatura 6 (mesa) e 6w (alma);
4» = tensão de escoamento do aço da armadura à temperatura 0;
= resistência característica à compressão do concreto à temperatura 0.
A rigidez efetiva à flexão à temperatura elevada é dada por;
(EI)effi=q>fjB(EI)gj+<Pwfi(El)giW+<pífi(El)tííS+<pcfi<EI)6x Figura 10.9. Seção transversal reduzida para o cálculo estrutural em incêndio
(10.9)
(Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994)
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 314 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 315
A temperatura média das mesas pode ser determinada por:
0f=00+kt fy,0=fy,l-0J6 Ml (10.17)
(10.12) d
V
onde:
A/V = fator de massividade em m~!, com Am = 2(d+bJ em m e V = dbf em m2;
Npi,fi.w=K.efy,e =tjd-2tf -2hwJl )fyff (10.18)
m ' y
00 = temperatura em °C dada na Tabela 10.10;
k{ = coeficiente empírico dado na Tabela 10.10.
(EI)Q:W=E(d-2tf-2K}fi)- desprezível (10.19)
12
Tabela 10.10. Temperatura e coeficiente empírico para o cálculo da
temperatura média na mesa do perfil (Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994)
onde Ht é dado na Tabela 10.11, em função do TRRF.
k,
TRRF
(°Q (m°C) Tabela 10.11. Altura Hi para o cálculo das propriedades da alma do perfil
30 min 550 9,65
(Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994)
60 min 680 9,55
TRRF
(mm)
90 min 805 6,15
30 min 350
120 min 900 4,65
60 min 770
90 min 1100
Com o valor de 0,., podem-se calcular f a, N ,rr e (EI)„r
120 min 1250
fyfi = fyKy,9 (10.13)
Assim como na alma, uma parte do concreto deve ser desprezada nos cálculos, con
Npi.fi.f=Af.ofy,e=2bf!ffy.e (10.14) sistindo de uma camada de espessura bc dada em mm pela Tabela 10.12 em função
do TRRF. A temperatura média do concreto é dada na Tabela 10.13, em função do
TRRF e do fator de massividade. A resistência característica à compressão e os de
tfbf mais valores são dados por:
(Eíh,f -EKEq (10.15)
fckfi ~fck^c,8 (10.20)
onde K ee KEg são tirados da Tabela 10.3.
Nplfix=0,86AcfífcKÔ=0,86[(d-2tí-2bc^)(bf-tw-2bcJi)-As]fckte (10.21)
De acordo com este método, uma parte da alma, de altura 2/z deve ser desprezada.
Esta parte e os demais valores aplicáveis são dados por: f , A
ipf'2bcJ'
(EI)e,c
JckjB
{d~2tf-2bcr) 12
-Is (10.22)
V ''<* J
hwfi=0,5(d-2tf) 1- 1-0,16 ÜL (10.16)
d
onde / é o momento de inércia da armadura em relação ao eixo de menor resistência
do pilar misto.
CAPÍTULO 1Q - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 316 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 317
IFI
Tabela 10.12. Espessura de concreto a ser desprezada (Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994)
Ift; U=^UjU} (10.26)
TRRF
(mm) u = distância do eixo da barra da armadura mais externa à face interna da mesa
30 min 4,0 de aço, conforme Figura 10.9;
u = distância do eixo da barra da armadura mais externa à face do concreto, con
60 min 15,0
forme Figura 10.9.
90 min 0,5(AJV) + 22,5
Tabela 10.14. Fator de redução K para o limite de escoamento/ das barras de
120 min 2,0(AJV) + 24,0 armadura (Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994)'
\v U
Tabela 10.13. Temperatura média no concreto em função do fator da seção A /V 50 55 60
(Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994) TRRF^^\(™m) 40 45
30 min 1 1 1 1 1
TRRF- 30 min TRRF-; 60 min TRRF ==90 min TRRF = 120 min
AJV 0c.r AJV AJV AJV 60 min 0,789 0,883 0,976 1 1
0c, eft,
(nc') (°Q (V) (°C) (ml) CO (m"1) (°C) 90 min 0,314 0,434 0,572 0,696 0,822
4 136 4 214 4 256 4 265
120 min 0,170 0,223 0,288 0,367 0,436
23 300 9 300 6 300 5 300
46 400 21 400 13 400 9 400 Uma vez calculada a capacidade de resistência à compressão axial $NnJ., deve-se
compará-la com o valor de N Se for superior, o pilar com a armadura calculada é
-
-
50 600 33 600 23 600 adequado para aquele TRRF. Caso contrário, deve-se aumentar a área da armadura
- - -
-
54 800 38 800
ou as dimensões do pilar até que a capacidade de resistência se iguale ou fique supe
rior ao valor N Caso o pilar seja submetido à compressão excêntrica, a capacidade
-
- - - - - 41 900 de resistência (j>Nn s deve ser obtida por:
- - -
- - -
43 1000
<PNn,fi,õ=<PNn,fi (10.27)
<t>Nn
Para a armadura, a tensão de escoamento, a capacidade plástica e a rigidez são da
das pelas seguintes expressões: Tabela 10.15. Fator de redução K para o módulo de elasticidade E das barras de
armadura (Eurocode 4 - Parte 1.2, 1994)
Jys.9 "-y.tlys (10.23)
Npl,fi.s =Asfys,0 (10.24) 45 50 55 60
TRRF^^^O™11) 40
(El^s=KEtlEls (10.25) 30 min 0,830 0,865 0,888 0,914 0,935
60 min 0,604 0,647 0,689 0,729 0,763
onde:
Kyi e KEi são dados nas Tabelas 10.14 e 10.15, respectivamente, em função do TRRF 90 min 0,193 0,283 0,406 0,522 0,619
e da distância média geométrica (u) do eixo das barras da armadura às bordas do
120 min 0,110 0,128 0,173 0,233 0,285
concreto, dada por:
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 318 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 319
m
Para que o cálculo simplificado seja válido, devem ser ainda obedecidas as seguin - as taxas de armaduras superiores a 3% (o excesso) não serão consideradas no cál
It, tes disposições construtivas: culo;
u
- o concreto entre as mesas da seção de aço deve ser ligado à alma por meio de - quanto à resistência do concreto, poderão ser considerados os mesmos valores
estribos soldados ou que atravessem a alma ou por meio dc estribos e conectores adotados no cálculo à temperatura ambiente;
l*í tipo pino com cabeça soldados à alma, conforme mostra a Figura 10.10; - para as armaduras, deverá ser usado o aço CA-50.
\t - o espaçamento entre os estribos ao longo do comprimento do pilar não deve exce
der 500 mm, devendo-se também atender às prescrições da NBR 6118; Tabela 10.16. Dimensões mínimas da seção transversal, taxas mínimas de armadura
li
- Para seções dc aço com altura superior a 400 mm, a disposição das armaduras e e distâncias mínimas entre os eixos das barras da armadura à face do perfil
II : dos estribos deve ser conforme Figura 10.11. (NBR 14323, 1999)
!(
f
B
í
B
- •" ?' o
I "•f^^t VI
Tempo requerido de
•'..»• •o
f resistência a incêndio
-TRKF-
f
Figura 10.10. Pilar com d < 400 mm
(min)
Seção de aço: (b/t) > 25 ou (d/t) > 25
30 60 90 120
Dimensões mínimas da seção transversal para o nível de
carga r\fl = 0,3
1.1 Dimensões mínimas de d e b ou diâmetro minimo d (mm) 160 200 220 260
1.2 Taxa mínima da armadura As/ (Ac + AJ cm % 0 1,5 3,0 6,0
1.3 Distâncias mínimas dos eixos das barras da armadura 30 40 50
us(mm)
Dimensões mínimas da seção transversal para o nível de
carga r\fl = 0.5
2.1 Dimensões mínimas de d e b ou diâmetro mínimo d (mm) 260 260 400 450
2.2 Taxa mínima da armadura As/ (Ac + AJ em % 0 3,0 6,0 6,0
2.3 Distâncias mínimas dos eixos das barras da armadura 30 40 50
us (mm)
Dimensões mínimas da seção transversal para o nível de
carga % = 0,7
Figura 10.11. Pilar com d > 400 mm 3.1 Dimensões mínimas de d e b ou diâmetro mínimo d (mm) 260 450 550
3.2 Taxa mínima da armadura As/ (Ac + AJ em % 3,0 6,0 6,0
3.3 Distâncias mínimas dos eixos das barras da armadura (25) 30 40
10.4.3. Pilares tubulares preenchidos com concreto us (mm)
Para estes pilares, a NBR 14323 fornece o método tabular baseado na Tabela 10.16
As seguintes disposições construtivas devem ser obedecidas:
em função do TRRF e do nível de carga r\ No cálculo de <pN = r}JVn, em combi - o espaçamento dos estribos ao longo do comprimento do pilar não poderá exceder
nação com a Tabela 10.16, aplicam-se as seguintes regras:
15 vezes o menor diâmetro das barras da armadura longitudinal do concreto;
- independentemente das características mecânicas do aço dos perfis tubulares, não
- os perfis tubulares deverão ser executados com furos de no mínimo 20 mm locali
podem ser considerados valores superiores a 250 MPa como tensão de escoamento;
zados no topo e na base do pilar em cada andar, não devendo, entretanto, o
nao pGuem ser consiucrauos vaiorcs ue espessura uâ pareue uos perus tubulares
espaçamento entre eles ser superior a 5 m.
superiores a 1/25 de b ou d, o que for menor;
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 320 CAPITULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 321
III
10.5. Exercícios (b) Verificação da resistência
It;
10.5.1. Exercício 1
III - Determinação da carga de cálculo na ocorrência de incêndio conforme NBR
14432
It!
Verificar em situação de incêndio a laje mista da Figura 10.12 para um TRRF de
n 90min, de acordo com o método de cálculo simplificado da NBR 14323 (1999). Con qfi = 1,2x3,5 + 0,6x3,0 = 6,0 kN/m2
M
siderar 5 tramos de 2,5mde vão e resistência a momento positivo apenas nos tramos
externos.
(c) Cálculo da resistência ao momento positivo
If
IF Dados:
- Cálculo da temperatura da armadura
- fôrma - steel deck MF-75 de 0,80 mm de espessura;

- carga permanente = 3,5 kN/m2 ; 1111
\i - sobrecarga (garagem de veículos leves) = 3,0 kN/m7 ;
- armaduras:
z w"D w"D W"7j
í!
• tela soldada Q-l 13 (1,13 cmVm em cada direção), colocada a 20 mm da face su ul = 66 mm u2 = 69 mm u; = 35 mm
If perior da laje;
I • uma barra de aço CA-50 de 6,3 mm de diâmetro, dentro de cada canaíeta, a
t
35 mm da face inferior da laje nos vãos de extremidade;
- concreto: /. - 20 MPa;
I z = 2,424
i Observação: os dados da fôrma foram retirados do catálogo do fabricante.
. Para TRRF = 90 min tem-se, da Tabela 10.4:
0s= 1285 - 350x2,424 = 437 "C
. Interpolando-se a Tabela 10.3 com 0 = 437 °C, tem-se que K „ = 0,84
Figura 10.12. Laje mista
A = =0,72 cm em 1,0 m de laie
0,274 J
Solução:
N , = 0,72x0,84x50 = 30,24 kN
(a) Verificação ao critério de isolamento térmico
- Espessura equivalente 30,24
a = — - = 0,18 cm
(0,85x2,0x100)
Kf^+hz^kl <pMnfi = 30,24x(7,5 + 6,5 - 3,5 - 0,18/2) = 314,8 kNcm = 3,148 kNm
2(h + l3)
(d) Cálculo da resistência ao momento negativo
(15,5 + 11,9)
hef =6,5 +7,5 10,25 cm = 102,5 mm > 100 mm (Tabela 10.2) - OK - Força de tração na armadura
?í / í U J I Q I
N _ = 1,13x60 = 67,80 kN
m CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 322 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 323
IH
- Força de compressão nas fatias (de 5 mm) da laje -Tabela 10.1 (e) Cálculo das cargas
It'
- Tramos internos
li|ü ^ci = Ke.i(°'85fckKA.i 8x4,773
II! afí =• = 6,11 kN/m2 > qr- OK
2,5'
It
. Ia fatia - desprezada
Ir . 2a fatia - Tramos externos
li _ 8x( 3,148 + 0,45x4,773)
0 = 738 °C Kc62 = 0,24 interpolando a Tabela 10.5 = 6,78 kN/m2 > qr, - OK
lf 2,52
Ir Nl2 = 0,24x0,85x2,0x0,5x100 = 20,40 kN
I
. 3a fatia 10.5.2. Exercício 2
9c = 681 °C KeA3 = 0,33 interpolando a Tabela 10.5 Repetir o exercício anterior, considerando que a tela soldada seja modificada para
Q - 92 e, na região de momento positivo dos tramos internos, seja rebaixada de tal
Nci = 0,33x0,85x2,0x0,5x100 = 28,05 kN forma a ficar a 20 mm acima da fôrma (ou seja, a 45 mm da face superior da laje).
Considerar também que 60% da área da tela soldada esteja posicionada sobre as
. 4a fatia nervuras (distância média maior que 50mm da face exposta ao incêndio) e que 40%
esteja na região entre nervuras (distância de 20 mm da face exposta ao incêndio).
01 = 627 °C Kr$í = 0,41 - interpolando a Tabela 10.5
Solução:
N (.4ã = 0,41x0,85x2,0x0,5x100 = 34,85 kN
' (a) Cálculo da resistência ao momento negativo
ZN > N
psfi
- Força de tração na armadura
—Cálculo da espessura necessária da 4afatia NPs,f, = 0,92x60 = 55,2 kN
- Força de compressão nas fatias (de 5 mm) da laje - Tabela 10.1
N A= 67,80 - 20,40 - 28,05 = 19,35 kN
c.4
Nci=KCteti(0,85fck)tc:ibci
5x(19,35) ^
e = — 2,8 mm . Ia fatia - desprezada
(34,85)
. 2a fatia
- Cálculo do momento
0= 738 °C K fí = 0,24
<l>Mnf!2 = 20,4x(10,25 - 2,0 - 0,5 - 0,5/2) = 153,0 kNcm Nc2 = 0,24x0,85x2,0x0,5x100 = 20,40 kN
<t>MnJj3 = 28,05x(10,25 - 2,0 - 0,5 - 0,5 - 0,5/2) = 196,4 kNcm . 3a fatia
$MaJii4 = Í9,35x(10,25 - 2,0 - 0,5 - 0,5 - 0,5 - 0,28/2) = 127,9 kNcm 0=681 "C
t
K a, = 0,33
C tf, J
ÒM r = 153,0 + 196,4 + 127,9 = 477,30 kNcm = 4,773 kNm Nc3 = 0,33x0,85x2,0x0,5x100 = 28,05 kN
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 325
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 324
(c) Cálculo das cargas
. 4a fatia
- Tramos internos
= 627 °C Kc$4 = 0,41
N = 0,41x0,85x2,0x0,5x100 = 34,85 kN 8x( 1,76 + 3,946 ) _ ,n . .„ 2 ^
a =—— r1 - = 7,30 kN/m2 > q., - OK
fi 2,52
ZN . > N psfi
Tramos externos
- Cálculo da espessura necessária da 4a fatia
N = 55,20 - 20,40 - 28,05 = 6,75 kN 8x( 3,148+ 0,45x3,946) 2 ^
a =—— -x - = 6,30 kN/m2 > q - OK
5x(6,75)
£ = -———=1,0 mm
(34,85) 10.5.3. Exercício 3
- Cálculo do momento Calcular a resistência à temperatura elevada do pilar misto parcialmente revestido
com concreto da Figura 10.13 pelo método tabular da NBR 14323 para TRRF de 60
<bMnfil =20,4x(10,25 -2,0 -0,5 -0,5/2) =153,0 kNcm min, de 90 min e de 120 min e por cálculo simplificado conforme Eurocode 4, adap
tado à NBR 8800, para um TRRF de 60 min.
èM = 28,05x(W,25 - 2,0 - 0,5 - 0,5 - 0,5/2) = 196,4 kNcm
Dados:
^ =6,75x(10,25 - 2,0 - 0,5 - 0,5 - 0,5 - 0,10/2) =45,2 kNcm - concreto comfck = 30 MPa
- aço com / = 300 MPa
ÔM =153 0+ 196,4 + 45,2 = 394,6 kNcm = 3,946 kNm - armadura com 16 barras de 16 mm
- perfil I - 400x300x8,0x8,0
(b) Cálculo da resistência ao momento positivo nos tramos internos - comprimento = 4000 mm
- condições de vinculação = contínuo acima e abaixo
Da Tabela 10.1, com e = 20 mm, tem-se Qs = 0 = 627 °C e com e = 50mm, tem-se
e = e = 345 °c.
Interpolando a Tabela 103 K a = 0,32 e K „= 1,00 para 0 = 627 °C e
.-._ „yo
0 = 345 °C, respectivamente
imente.
N>,J! = (0,60x1,0 + 0,40x0,32)x60x0,92 = 0,728x60x0,92 =40,19 kN xf-
40,19
= 0,24 cm
(0,85x2,0x100)
$Mn: =40,19x(6,5 -2,0 -0,24/2) =176 kNcm =1,76 kNm Figura 10.13. Pilar misto parcialmente revestido de concreto
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 326 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 327
Solução: (d) Cálculo à temperatura ambiente
/ = 3600 cm4
(a) Verificações das limitações impostas ao método de cálculo à temperatura am a
biente:
I = 1628 cm4
s
A seção é duplamente simétrica. / = 303x40/12 - 3600 - 1628 = 84772 cm4
b/t = 300/8 = 37,5 < l,47(20500/30)m = 38,4 - OK
(EI)ef = 20500x3600 +^-^——| +20500x1628 =2,43x10* kNcm2
100x32,16
p = = 2,87 %
\[ 40-0,8x2)(30-0,8)] N_ ='^3xlCf
400'
1% < p<4% OK
N = 78,72x30 + 0,85x(40 - 0,8x2)x(30 - 0,8)x3,0 + 32,16x50 = 6829 kN
NIIM
pl.Rd
= 0,9Af
Jy
+ 0,7xO,85xA c f.
Jck
+ 0,85A
'
f
s J ys
1/2
N lo= 0,9x78,72x30 + 0,7x0,85x(40 - 0,8x2)x(30 - 0,8)x3,0 + 0,85x32,16x50
pl.Rd 6829 \
X= =0,67
14980
Npl.Rd
tUA = 2125 + 2001 + 1367 = 5493 kN
0,2 < 8=2125/5493 = 0,39 < 0,9 - OK p = 0,74 - curva c da NBR 8800
X < 2,0 (ver item d adiante) - OK (})Nn = 0,74x5493 = 4065 kN
o pilar misto pode ser calculado à temperatura ambiente pelo método da NBR 14323. (e) Verificação à temperatura elevada
(b) Verificações das limitações impostas ao método tabular - Método tabular
Ô = 0,39 < 0,40 - OK de bf> 300 mm tjt = 1,0 > 0,7 ut =60 mm
1% < p < 6% - OK TRRF = 120 rjft = 0,3 <j>NnJi = 0,3x4065 = 1220 kN
/ < 350 Mpa - OK - o pilar pode ser verificado à temperatura elevada pelo mé TRRF =90 r)fi = 0,5 <j)Nnfi = 0,5x4065 = 2033 kN
todo tabular
TRRF < 60 r}fi = 0,7 <pNnJi = 0,7x4065 = 2846 kN
(c) Verificações das limitações impostas ao cálculo simplificado
- Método de cálculo simplificado
KL = 0,5x4000 = 2000 mm < 13,5x300 = 4050 mm - OK
. Resistência das mesas'
300 mm<d = 400 mm < 1100 mm - OK
300 mm = b = 300 mm < 500 mm - OK - o pilar pode ser verificado à temperatura (0,4 + 0,3)
ef=o0+kt = 680 + 9,55 - 791 °C
elevada pelo método de cálculo simplificado. kV ; (0,4x0,3)
j|f! CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 328 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 329
Da Tabela 10.3: KyB = 0,12. e Kte = 0,09 eee = 6,33xl03 - interpolando a Tabela 10.5
fyd=fyKy9 = 30x0,12 =3,6 kN/cm2 fckja =fckKc,e = 3,0x0,83 = 2,5 kN/cm2
Npi,fi,c =O,86Ac0fck# =0,86[(d-2tf -2bcJt )(bf -tw-2bcJt )-As }fck#
NpLfiJ=Af#fy#=2bftffy# = 2x30x0,8x3,6 = 173 kN
Nplfic = 0,86x[(40 - 2x0,8 - 2xí,5)x(30 - 0,8 - 2x1,5) - 32,16]x2,5 = 1925 kN
(EI)q{= EKEq *-&- =20500x0,09x°'8x3° =6,64x10o kNcm2
6 6 Jck,e i \{bf-2brry
(EIh,= [d-2tf-2bcJl, Kf <•*> -1.
. Resistência da alma V L'" j
H = 770 mm =77 cm Tabela 10.11
2,5
(40-2x0,8-2x1,5]
(30-2xl,5f
(EI)e,= -3
-1628
6,33x10 12
hwJs=0,5(d-2t}) l-Jl-0,16
d
(EI)qc= 2,22xl07 kNcm2
h, = 0,5(40-2x0,8) 1-Al-0,16 = 3,2 cm . Resistência da armadura
u = 60mm Kyt = 1,0 e KEt = 0,763 (Tabelas 10.14 e 10.15, respectivamente)
H< \=30\l-O,16x[— \= 25,0 kN/cm2 fysS =Ky!fys = 1,0x50 = 50 kN/cm2
Npl.fi,» =Kfifyfi = *J d - 2tf ~2K.fi )fyjB NPi,fi.s=AsfysJB = 32,16x50 = 1608 kN
Npi.fi.w =0,8x(40-2x0,8-2x3,2)x25 = 640 kN
(EI)qs=KEiEIs =0,763x20500x1628 = 2,52x107 kNcm2
t 3
(EI)BiW = E(d-2tf-2hWtfiy desprezível
12 N .. = 173 + 640 + 1925 + 1608 = 4346 kN
p',n
. Resistência do concreto <pfg=0,9 <pCiB = 0,8 <pte= 1,0 - Tabela 10.9
(0,4 + 0,3) _,
A /V =2x = 11,67 m (EI)efe = (0,9x0,66 + 0,8x2,22 + I,0x2,52)xl07 = 4,89 xlO7
(0,4x0,3)
b „ = 15,0 mm -Tabela 10.12
N n=
(KL)2
0cl =322°C - interpolando a Tabela 10.13
n2x4,89xl07
Kc6 = 0,83 - interpolando a Tabela 10.5 Nn = -— =72066 kN
fi (200f2
N CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 330 CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 331
It.n
- Cargas de cálculo
|ti: f 4346 V/2
x= = 0,60
N 12066 %= 0,2 qdfí = 1,2x1100 + 0,2x1500 = 7620 kN < 2033 kN - OK
mi
p = 0,78 - curva c da NBR 8800 i//2 = 0,4 qdfi = 1,2x1100 + 0,4x1500 = 1920 kN < 2033 kN - OK
|íi:[
|H I <PNnJi = <t>PNp,fi y2 = 0,6 qdfi = 1,2x1100 + 0,6x1500 = 2220 kN > 2033 kN - não OK
>i|.| Conclusão:
ÓN 6 = 1,0x0,78x4346 = 3390 kN
»[ Para um TRRF de 90 min, o pilar seria adequado, em situação de incêndio, com as
Observação: combinações utilizando-se \p2 = 0,2 e \y2 = 0,4 , ou seja, se pertencesse a um edifí
Pelo cálculo simplificado, a resistência do pilar foi superior à calculada pelo método cio residencial ou de escritório ou a um shopping center, por exemplo. Entretanto,
I i
tabular (3390 kN > 2846 kN). não seria adequado para um edifício-garagem ou para um depósito (iy2 = 0,6).
í !
1| 10.5.4. Exercício 4
10.6. Bibliografia
í í
Supondo que estivesse submetido a 1100 kN de carga permanente e a 1500 kN dc
sobrecarga, verificar se o pilar é adequado para um TRRF de 90 min, utilizando-se o ASTM E-U9-00a: 2000. American Society Testing and Materials. "Standard Test
método tabular. Considerar que o pilar pertença a um edifício residencial ou de es Methods for Fire Tests of Building Constructions and Material". West Conshohocken
critório (\y2 = 0,2), a um shopping center (i//"2 = 0,4) ou a um edifício-garagem (USA).
(¥2 = 0,6).
BS 5950 - Parte 8: 1990. British Standards Institution - BS 5950: "Structural Use of
Observação: recomenda-se ao leitor consultar a NBR 14432 para verificar cm que Steelwork in Building - Part 8: Code of Practice for Fire Resistant Design".
situação o TRRF de 90 min se aplica a estas três categorias de edifícios.
' 3 ECCS: 2001. European Convention for Constructional Steelwork. Technical
Solução: Committee No. 3 - "Model Code on Fire Engineering". No. 111. lst. Edition.
Brussels: European Committee for Standardization.
(a) Verificação à temperatura ambiente
Eurocode 4. ENV 1994-1-1:1992. "Design of Composite Steel and Concrete
- Resistência Structures - Partl-1: General Rules and Rules for Buildings". Bruxelas: European
Do exercício anterior, a resistência de cálculo do pilar é 4065 kN Committee for Standardization.
- Carga de cálculo ISO-834: 1994. International Standardization for Organization. "Fire-Resistance Tests
- Elements of Building Construction". Genève.
A carga de cálculo à temperatura ambiente é qd = 1,4x1100 + 1,5x1500 = 3790 kN
- OK, o pilar é adequado à temperatura ambiente. Manual Técnico da MetForm: "Noções de Utilização e Dimensionamento do Steel
Deck MF-75". 2000.
(b) Verificação à temperatura elevada
NBR 14323: 1999. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Dimensionamento
- Resistência de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio". Rio de Janeiro.
Do exercício anterior, a resistência do pilar para TRRF = 90 min é 0A/ = 2033 kN NBR 14432: 2000. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Exigências de Re
sistência ao Fogo de Elementos Construtivos de Edificações". Rio de Janeiro.
CAPÍTULO 10 - VERIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS MISTAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO 332
iní
NBR 6118: 1978. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução
«I de Obras de Concreto Armado". Rio de Janeiro. AÇO MINAS GERAIS - ACOMINAS
in; Gerência de Desenvolvimento de Perfis Estruturais
NBR 8800: 1986. Associação Brasileira de Normas Técnicas. "Projeto e Execução Rua Alexandre Aliperti, 340
de Estruturas de Aço de Edifícios". Rio de Janeiro. Água Funda CEP: 04156-110, São Paulo - SP - Brasil
Tel: (11) 5078-2990
in
Fax: (11) 5078-2995
II! SCI-56. 1991. Newman, G.M. "The Fire Resistance of Composite Floors with Steel ACOMINAS Homepage: http://www.acominas.com.br
Decking". 2nd. Edition. The Steel Construction Institute. Ascot. E-mail: acocivil@acominas.com.br
II)
COMPANHIA SIDERÚRGICA PAULISTA - COSIPA
,i Silva, V P. 2001. "Estruturas de Aço em Situação de Incêndio". Editora Zigurate,
Núcleo do Aço na Construção
São Paulo, SP. Av. do Café, 277 - Torre B - 8o. andar
f !
CEP: 04311-000, São Paulo - SP - Brasil
'í Tel: 55 11 5070 8930 / 8897 / 8868
COSIPA Fax: 55 11 5070 8877
li Homepage: http://www.cosipa.com.br
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I i COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL - CSN
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i I
Gerência de Marketing - Construção Civil
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•S-CSN Tel: 55 11 3049 7100
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lt|i
li •!
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Fax: 55 31 3238 1973
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\
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