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Univesidade Estadual do Oeste do Paraná

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas


Curso de Engenharia Civil

PROJETO DE EDIFICAÇÃO COM MEZANINO ANEXA AO LEME


UTILIZANDO PERFIS DE AÇO FORMADOS A FRIO

Gustavo Santos Vanz

Cascavel
Ano letivo 2023
Gustavo Santos Vanz

PROJETO DE EDIFICAÇÃO COM MEZANINO ANEXA AO LEME


UTILIZANDO PERFIS DE AÇO FORMADOS A FRIO

Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual do


Oeste do Paraná, como parte dos requisitos para obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Orientador: Mateus Couri Petrauski

Cascavel
Ano letivo 2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
1.1. OBJETIVOS.........................................................Erro! Indicador não definido.
1.2. JUSTIFICATIVA ................................................Erro! Indicador não definido.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 7
2.1. AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL ................................................. 7
2.3.1 Aços Carbono e Aços de baixa liga ......................................................... 8
2.2. CONSIDERAÇOES SOBRE O USO E DIMENSIONAMENTO DE
PERFIS FORMADOS A FRIO ................................................................................. 9
2.3.2 Uso de perfis formados a frio................................................................... 9
2.3.3 Dimensionamento de Perfis Formados a Frio ...................................... 10
2.3. CONCEPÇÃO E ANÁLISE ESTRUTURAL ............................................. 15
2.3.4 Pórticos planos ........................................................................................ 16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 17
1. INTRODUÇÃO

O uso e fabricação de perfis de aço, sejam eles laminados , soldados ou moldados a


frio, tem possibilitado a execução de uma ampla variedade de estruturas no Brasil, seja no
setor agroindustrial em galpões metálicos, nas obras públicas com a construção de aeroportos
e rodoviárias, como também na construção civil em edificações residenciais.
A escolha do tipo da estrutura em elementos de aço é vantajosa e atrativa devido a
redução do tempo de montagem, flexibilidade e agilidade na construção e aumento da área
útil da edificação. (PRAVIA, 2013).
Ao adotar a solução de uma estrutura em aço para uma edificação, deve-se levar em
conta o tipo de perfil que irá constituir a estrutura. O perfil a ser determinado para o cálculo e
execução da edificação levará em conta, principalmente, o dimensionamento de uma estrutura
de baixo custo e com o menor peso possível, diminuindo a quantidade de materiais a serem
fabricados e, por consequência, as cargas permanentes que serão transmitidas as fundações.
(BAPTISTA, 2014).
Em vista da exigente demanda do mercado por rapidez e economia nas construções de
edificações em aço dentro do setor do agronegócio, por exemplo, os perfis formados a frio
tem se tornado cada vez mais viáveis no cenário brasileiro, devido a sua facilidade de
fabricação, de manuseio e de transporte e diminuindo o custo de sua montagem. Estes
elementos podem ser projetados para atender a necessidade de grande área útil dentro de
aviários, moegas graneleiras e armazenamento de grãos, constituindo tesouras, mezaninos,
pilares, vigas de travamento com um sistema treliçado e terças de cobertura utilizando um
perfil com baixa espessura e peso. (PIGNATTA E SILVA 2008).
Entretando, ao trabalhar com perfis de aço formados a frio, é necessário conhecer
detalhadamente o seu comportamento estrutural para ser realizado o correto
dimensionamento. Dado que são perfis de seção aberta, com baixa rigidez a torção, podem
ocorrer problemas de instabilidade local, deformações excessivas e baixo limite de resistência
devido a esse esforço, que pode tornar crítica a estrutura caso a mesma não seja projetada com
soluções técnicas que minimizem este efeito. Além disso, ao se projetar uma estrutura de aço
que possui menor momento de inércia, deve ser dada elevada importância ao cálculo e
estimativa da força do vento, que são intensificadas a depender da região. Estas forças são as
que mais irão exigir da estrutura feita em aço, do qual possui maior deslocabilidade horizontal
em comparação a estruturas feitas em concreto, por exemplo. (PIGNATTA E SILVA 2008).
Portanto, para o assunto deste trabalho, com objetivo de proteger um equipamento de
colheitadeira, atualmente exposto ao ambiente externo do LEME – Laboratório de Estruturas
e Materiais de Engenharia (UNIOESTE), foi concebida uma edificação com mezanino
utilizando perfis de aço formados a frio. A edificação foi projetada de forma que possa
constituir um ambiente de aprendizado para o curso de Engenharia Agrícola, sendo uma
edificação com fechamentos laterais e portão, acrescido de um mezanino que possibilitará
uma visão superior do equipamento.

1.1. OBJETIVOS

Este trabalho possui como objetivo geral entregar uma solução completa para a construção da
edificação dentro do ambiente da UNIOESTE, com projetos executivos e planilha orçamentária da
obra.

Dentro do objetivo geral, o presente trabalho possui os seguintes objetivos especificos:


• Realizar projeto arquitetônico básico da edificação;
• Realizar projeto estrutural utilizando perfis de aço formados a frio;
• Realizar projeto luminotécnico e de instalações elétricas para a edificação;
• Dimensionar os elementos de fundação da edificação, obtendo informações da
resistência do solo na região do LEME, por meio de dados disponíveis na literatura ou
ensaios SPT;
• Realizar planilha orçamentária da obra.

1.2. JUSTIFICATIVA

O uso de coberturas metálicas com perfis formados a frio se tornaram muito comuns no
município de Cascavel (PR), tanto em edificações comerciais com mezanino, como também
para galpões industriais. Portanto, um estudo dirigido e desenvolvimento de projeto de uma
edificação com esse material pode contribuir para o avanço tecnológico dentro do mercado.

Como já dito, o foco do projeto é proteger um equipamento de colheitadeira externo ao


LEME da UNIOESTE. Este equipamento possui um alto valor e deve receber um tratamento
especial dentro do campus, evitando que plantas cresçam ao seu entorno e que a chuva
desgaste o material do equipamento, do qual se trata de uma estrutura metálica também. Uma
edificação construída ao seu entorno e com acesso a um mezanino, além de evitar que
patologias e danos ao seu funcionamento aconteçam ao longo do tempo, irá melhorar as
condições de aprendizado para o curso de Engenharia Agrícola ao trabalharem e
desenvolverem pesquisas com este equipamento.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo será abordado os principais conceitos e fundamentos que serão usados para
o dimensionamento de elementos estruturais de aço para galpões, tendo como base as
considerações e instruções normativas da ABNT NBR 8800:2008, os perfis abordados para o
projeto deste galpão se concentram em perfis formados a frio. Será abordado também uma
revisão sobre as formas de avaliação de soluções estruturais para galpões em aço.

2.1. AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL

De acordo com FAKURI (2016), algumas das principais vantagens da utilização do


aço como material estrutural, seja em elementos puramente de aço, seja naqueles mistos
de aço e concreto, são elas:

a) Elevada Resistência: O aço é caracterizado por apresentar uma alta relação


entre resistência e peso específico. Devido a essa propriedade, os elementos
estruturais feitos de aço possuem seções transversais com dimensões
menores em comparação a elementos feitos de outros materiais.
b) Elevada ductilidade: Os aços estruturais são caracterizados por sua elevada
ductilidade, o que significa que eles são capazes de deformar-se
significativamente (geralmente entre 15% e 40%) antes de atingir a ruptura.
c) Alto grau de confiança: O aço é um material homogêneo e isotrópico, o que
significa que suas propriedades mecânicas são consistentes e não variam
com a direção. Essa característica confere ao aço um alto grau de
confiabilidade em termos de comportamento estrutural. Como resultado, o
coeficiente de ponderação da resistência utilizado nos cálculos estruturais
para o aço é significativamente menor em comparação ao do concreto.
d) Rapidez de execução: Devido à natureza das peças pré-fabricadas que
compõem a estrutura metálica e suas dimensões precisas, a montagem pode
ser realizada com rapidez significativa, sem ser prejudicada por condições
climáticas, como chuvas.
2.3.1 Aços Carbono e Aços de baixa liga

Os aços-carbono são caracterizados por não conterem elementos de liga e podem ser
classificados em baixo, médio e alto carbono. Entre esses, os de baixo carbono (C ≤
0,30%) são os mais indicados para aplicações na construção civil. Alguns exemplos
relevantes são (SILVA, 2012):

a) ASTM-A36: É o aço mais utilizado na fabricação de perfis soldados, como


chapas com espessura igual ou superior a 4,57 mm. Sua especificação é
fornecida pela American Society for Testing and Materials.
b) NBR 6648/CG-26: Trata-se de um aço especificado pela ABNT e amplamente
utilizado na fabricação de perfis soldados, sendo bastante similar ao ASTM-
A36.
c) ASTM A572/Gr50: Esse aço é empregado na fabricação de perfis laminados.
d) NBR 7007/MR-250: É um aço para fabricação de perfis laminados que
apresenta similaridade com o ASTM A-36.
e) ASTM-A570: Considerado o aço mais utilizado na produção de perfis formados
a frio, como chapas com espessura menor ou igual a 5,84 mm.
f) NBR 6650/CF-26: Especificado pela ABNT, esse aço é utilizado na fabricação
de perfis estruturais formados a frio e apresenta semelhanças com o ASTM-
A570.

Na figura 1, são apresentados os valores de resistência ao escoamento (fy) e resistência


à ruptura (fu) dos aços mencionados.

Tabela 1: Principais tipos de produtos siderúrgicos laminados de utilização estrutural


(SILVA, 2012)
2.2. CONSIDERAÇOES SOBRE O USO E DIMENSIONAMENTO DE PERFIS
FORMADOS A FRIO

2.3.2 Uso de perfis formados a frio

O processo de dobragem a frio de chapas metálicas de aços dúcteis permite


transformá-las em perfis de chapas dobradas. Esse processo é realizado em prensas
especiais que possuem gabaritos para limitar os raios internos de dobragem a valores
mínimos especificados. Esses valores são definidos para evitar a ocorrência de fissuras
no aço durante a dobra (PFEIL, 2008).

A Norma ABNT NBR 6355:2003 – “Perfis Estruturais de Aço Formados a


Frio”, padroniza uma série de perfis formados com chapas de espessuras entre 1,50 mm
a 4,75 mm, indicando suas características geométricas, pesos e tolerâncias de
fabricação. No entanto, ao utilizar chapas finas, geralmente com espessura inferior a 3
mm, na fabricação desses perfis, surgem problemas de instabilidade estrutural que não
existem em perfis laminados. Existem diversos tipos de perfis que podem ser
produzidos, muitos deles possuindo apenas um eixo de simetria ou nenhum. Alguns
perfis são simples, enquanto outros são mais complexos, como os ilustrados na Figura 4
(PFEIL, 2008).

Figura 3: Exemplos de perfis soldados (PFEIL, 2008)

A instabilidade das barras de seção transversal aberta, formadas por chapas finas
de aço, é um fator importante a ser considerado no dimensionamento estrutural. Os
estados limites últimos dessas barras estão frequentemente relacionados à instabilidade
local, distorcional ou global. É necessário distinguir a flambagem da flexão composta,
pois em elementos estruturais reais, na presença de imperfeições, não ocorre um ponto
de bifurcação que caracteriza a flambagem. No entanto, como as imperfeições
costumam ser pequenas, os modos de deformação das barras de aço se assemelham aos
modos de flambagem teóricos (SILVA E PIGNATTA, 2008).

O uso de perfis formados a frio começou a ganhar popularidade no Brasil na


década de 1960, quando algumas empresas buscaram equipamentos para processos de
dobramento a frio. No entanto, sua maior divulgação ocorreu a partir da publicação da
norma NBR 14762:2001. Esses perfis oferecem estruturas mais leves em comparação
com outros tipos de perfis, apresentando uma relação mais alta de inércia/peso. Isso
resulta em menor consumo de material e, consequentemente, redução nos custos finais
de construção (NOGUEIRA, 2009).

2.3.3 Dimensionamento de Perfis Formados a Frio

Segundo SILVA E PIGNATTA (2008), no dimensionamento de perfis de chapa


dobrada, compostos por elementos de chapas finas com alta relação largura/espessura, é
necessário verificar a ocorrência de flambagem local. Em estruturas de aço
convencionais, como perfis laminados ou soldados, é possível evitar a flambagem local
ao utilizar uma classe de perfis com relação largura/espessura reduzida. Os elementos
planos da seção transversal dos perfis de chapa dobrada podem sofrer deformação
localizada (flambagem) quando submetidos à compressão axial, compressão com
flexão, cisalhamento, entre outros. Ao contrário da flambagem de barras, a flambagem
local não resulta necessariamente na perda da capacidade de suporte do perfil, mas
apenas em uma redução da sua rigidez global em resposta à deformação.

Figura 4: Flambagem local (SILVA E PIGNATTA, 2008)

Além disso, as chapas de aço possuem uma considerável capacidade resistente


mesmo após a ocorrência da flambagem local. Sua resistência máxima é alcançada
apenas quando as fibras mais comprimidas atingem a resistência de escoamento do aço.
Isso implica que o dimensionamento adequado desses elementos requer uma análise não
linear. No entanto, é comum substituir essa análise por expressões diretas derivadas de
teorias simplificadas e calibradas empiricamente. Atualmente, a norma brasileira NBR
14762:2001, que aborda o dimensionamento de perfis formados a frio, recomenda o uso
do método das larguras efetivas.

2.3.3.1. Método das larguras efetivas

Segundo a ABNT NBR 14762 (2010) calcula-se a largura efetiva de uma chapa
comprimida conforme os casos descritos a seguir:
a) para elementos AA indicados na 2 e os elementos AL na 3, sem inversão
no sinal da tensão (𝜓 ≥ 0) emprega-se a Equação 1 ou 2, conforme:
- para λp ≤ 0,673:
(
𝑏𝑒𝑓 = 𝑏
(1)
- para λp > 0,673:
0,22
𝑏 (1 − ) (
𝜆𝑝
𝑏𝑒𝑓 = (2)
𝜆𝑝

b) para os elementos AL indicados na tabela 8 com inversão de sinal


(𝜓 < 0) emprega-se as Equação 3 ou 4, conforme for o caso:
- para λp ≤ 0,673:
(
𝑏𝑒𝑓 = 𝑏𝑐
(3)
- para λp > 0,673:
0,22
𝑏𝑐 (1 − )
𝜆𝑝 (4)
𝑏𝑒𝑓 =
𝜆𝑝

Onde:
bef é a largura efeitiva;
b é a largura do elemento;
bc é a largura da região comprimida do elemento;
λp é o índice de esbeltez reduzido do elemento, calculado pela Equação 5.

𝜎 0,5 𝑏/𝑡 (
𝜆𝑝 = ( ) =
𝜎𝑐𝑟 0,95(𝑘𝐸/𝜎)0,5 (5)
Para λp ≤ 0,673 a largura efetiva é a própria largura do elemento.
σcr é a tensão convencional de flambagem elástica do elemento, dada pela Equação 6.

𝜋²𝐸 (
𝜎𝑐𝑟 = 𝑘
12(1 − 𝑣 2 )(𝑏/𝑡)² (6)
Onde:
t é a espessura do elemento;
k é o coeficiente de flambagem local do elemento;
v é o coeficiente de Poisson do aço, adotado igual a 0,3;
σ é a tensão normal de compressão.
Apresenta-se a seguir as Tabelas 1 e 2, que possuem para elementos AA e AL,
respectivamente, as equações necessárias para o emprego do método das larguras
efetivas.
Tabela 1: Largura efetiva e coeficientes de flambagem local para
elementos AA (Adaptado de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2010)
Caso Exemplos Equações
𝜎

𝑏𝑒𝑓 𝑏𝑒𝑓
2 2 k=4
A

𝜎2
𝜎1 𝜎2 0≤𝜓= < 1,0
𝜎1
𝑏𝑒𝑓,1 = 𝑏𝑒𝑓 /(3 − 𝜓)
B 𝑏𝑒𝑓,1 𝑏𝑒𝑓,1 𝑏𝑒𝑓,2 = 𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑒𝑓,1
𝑘 = 4 + 2(1 − 𝜓) + 2(1 − 𝜓)³
𝑏

𝜎1

𝜎2
𝑏𝑐 𝜎2
−0,236 < 𝜓 = <0
𝜎1
C 𝑏𝑒𝑓,1 = 𝑏𝑒𝑓 /(3 − 𝜓)
𝑏𝑒𝑓,2
𝑏𝑒𝑓,2 = 𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑒𝑓,1
𝑏𝑒𝑓,1
𝑘 = 4 + 2(1 − 𝜓) + 2(1 − 𝜓)³ A
𝑏

𝜎1
𝜎2
𝑏𝑐 𝜎2
𝜓= ≤ −0,236
𝜎1
𝑏𝑒𝑓,2 𝑏𝑒𝑓,1 = 𝑏𝑒𝑓 /(3 − 𝜓)
D 𝑏𝑒𝑓,2 = 0,5𝑏𝑒𝑓
𝑏𝑒𝑓,1
Sendo 𝑏𝑒𝑓,1 + 𝑏𝑒𝑓,2 ≤ 𝑏𝑐
𝑏 𝑘 = 4 + 2(1 − 𝜓) + 2(1 − 𝜓)³

Nota 1: O sinal (-) indica compressão.


Nota 2: Nos casos B e C a parte tracionada deve ser considerada totalmente efetiva
Tabela 2: Largura efetiva e coeficientes de flambagem local para
elementos AL (Adaptado de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2010)
Caso Exemplos Equações
𝜎

𝑏𝑒𝑓
A k = 0,43

𝜎1
𝜎2

B 𝑏𝑒𝑓 0 ≤ 𝜓 = 𝜎2 /𝜎1 < 1,0


𝑘 = 0,578/(𝜓 + 0,34)
𝑏

𝜎1

𝑏𝑐 𝜎2

C −1 ≤ 𝜓 = 𝜎2 /𝜎1 < 0
𝑏 𝑘 = 1,7 − 5𝜓 + 17,1𝜓²
𝑏𝑒𝑓

D −1 ≤ 𝜓 = 𝜎2 /𝜎1 ≤ 1,0
𝑘 = 0,57 − 0,21 + 0,07𝜓²

Nota 1: O sinal (-) indica compressão


Nota 2: No caso C a parte tracionada deve ser considerada totalmente efetiva
2.3. CONCEPÇÃO E ANÁLISE ESTRUTURAL

A seleção do sistema estrutural que sustentará o edifício é de extrema importância


para o resultado final da obra em termos de peso das estruturas, facilidade de fabricação,
rapidez de montagem e custo total da estrutura. Quando é possível utilizar
contraventamentos verticais para proporcionar estabilidade às cargas horizontais, como
a pressão do vento, é viável projetar o restante da estrutura de maneira mais simples,
com um maior número de conexões flexíveis e aproveitando ao máximo as vigas mistas.
Isso resulta em uma estrutura mais leve e mais fácil de montar (BELLEI, 2011).
O sistema estrutural de um galpão em aço é composto por uma série de elementos
que trabalham juntos para fornecer resistência, estabilidade e suporte à estrutura. A
figura a seguir ilustra como são dispostos os elementos de estrutura e de fechamento de
um galpão em aço:

Figura 1: Esquema tridimensional de um galpão metálico (PFEIL, 2008)

A análise estrutural busca determinar os esforços internos, como os esforços axiais e


de flexão, as reações nos apoios, os deslocamentos e as acelerações resultantes das
cargas aplicadas a uma estrutura específica. Essa análise pode ser realizada de diferentes
formas: estática ou dinâmica, linear ou não linear geométrica, elástica ou elasto-plástica.
(PRAVIA, 2013).

2.3.4 Pórticos planos

Existem diferentes opções para a composição de pórticos planos transversais em


galpões de uso geral. Um pórtico típico é composto por duas colunas e uma viga de
cobertura, e as soluções estruturais variam principalmente na composição dessas
colunas e vigas. A combinação das soluções influencia a transmissão de momentos
fletores e a continuidade entre os elementos estruturais (NOGUEIRA, 2009).
A definição do tipo de vinculação das colunas com a fundação também é importante
no projeto dos pórticos transversais. O tipo de vínculo afeta os esforços transmitidos
para as fundações e tem um impacto significativo no deslocamento horizontal da
estrutura. Pórticos engastados na base podem permitir uma redistribuição mais eficiente
dos esforços e um dimensionamento mais econômico, desde que o terreno de fundação
possa suportar os momentos flectores adicionais. Pórticos rotulados nas bases podem
ser mais econômicos em termos de fundações em terrenos de baixa capacidade de
suporte, mas resultam em maiores esforços na estrutura e maiores deslocamentos
horizontais em comparação com pórticos engastados (BELLEI, 2006).
A distância entre os pórticos transversais é outro parâmetro importante na definição
dos sistemas estruturais. Essa distância é determinada pela finalidade do galpão.
Quando não há restrições, escolhe-se o espaçamento que leva à maior economia no
custo total dos pórticos, terças e travessas. Espaçamentos menores beneficiam os
elementos secundários, pois reduzem as ações em cada pórtico, mas aumentam o
número de pórticos e bases. Por outro lado, espaçamentos maiores aumentam os
elementos secundários da cobertura, mas reduzem o número de pórticos e bases
necessários (NOGUEIRA, 2009).
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

SILVA E PIGNATTA. et al. Dimensionamento de perfis formados a frio conforme


NBR 14762 E NBR 6355. Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Siderurgia / Centro
Brasileiro da construção em aço. 2008. 122 p.
PRAVIA, Z. M. C et al.. Projeto e cálculo de estruturas de aço: Edifício industrial
detalhado. Elsevier. 2013. 238 p.
BAPTISTA, A. M. G. Verificação de Segurança de Perfis de Aço Enformado a Frio
com Secção em C. Faculdade de Ciências e Tecnologia e Universidade Nova de
Lisboa. 2014. 193p.
FAKURI, R.H. et al. Dimensionamento de elementos estruturais de aço e mistos de aço
e concreto. Pearson Education do Brasil. 2016. 514 p.
PINHEIRO, A.C.F.B. Estruturas metálicas: cálculos, detalhes, exercícios e projetos.
Ed. Blucher. 2016. 43 p.
ABNT NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios. 2 ed. Rio de Janeiro, 2008. 237 p
SILVA, Valdir. Dimensionamento de estruturas de aço. [s.n.], São Paulo: 2012. 150 p.
BELLEI, I. H et al. Edifícios de pequeno porte estruturados em aço. Instituto Aço
Brasil. Rio de Janeiro: 2011. 108 p.
NOGUEIRA, G. S. Avaliação de soluções estruturais para galpões compostos por perfis
de aço formados a frio. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Ouro Preto.
2009. 179 p.

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