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Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto

Abril / 2006 ISBN 85-86686-36-0


Estruturas de Concreto Submetidas a Situações de Incêndio e a
Efeitos do Vento e Sismos
Trabalho SIMP0269 - p. 1827-1848

RECOMENDAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE


CONCRETO À FLEXÃO SIMPLES EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO
Recommendations to the fire design of concrete members under simple flexure load

Carla Neves Costa(1); Valdir Pignatta e Silva(2)


(1)
Engª Civil, M.Sc.,Doutoranda,Visiting Academic Staff (MACE-UMIST)
e-mail: carlac@usp.br
(1)
School of Mechanical, Aerospace and Civil Engineering, University of Manchester Institute of Science and
Technology, Manchester – U.K.
(2)
Professor Doutor
e-mail: valpigss@usp.br
(1),(2)
Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo
Av. Prof. Almeida Prado, trav. 2, n° 271.
CEP: 05508-900, Cidade Universitária, São Paulo – S.P., Brasil.
Tels.: +55 +11 3091- 5542 / 5562 Fax: +55 +11 3091-5181.

Resumo
Em situação de incêndio, as estruturas de concreto devem assegurar a capacidade de suporte para permitir a
fuga dos usuários e as ações de combate ao fogo em segurança e, minimizar a propagação do sinistro para
os compartimentos vizinhos. Normas específicas para projeto de estruturas de concreto em incêndio são
comuns nos países desenvolvidos. Em dezembro de 2004, foi publicada a NBR 15200 – “Projeto de
estruturas de concreto em situação de incêndio”, a qual fornece o método tabular e permite o uso de métodos
simplificados de dimensionamento para elementos de concreto, cujas dimensões são inferiores àquelas
recomendadas pelo método tabular. Neste trabalho são apresentadas particularidades do comportamento
estrutural de elementos de concreto armado sujeitos a flexão simples, as quais podem ser consideradas em
projeto. Adicionalmente, são apresentados os princípios de cálculo do método analítico norte-americano
adaptado às diretrizes nas normas brasileiras para avaliar a resistência ao fogo de vigas e lajes de concreto.
Palavras-Chave: concreto armado; incêndio; segurança; dimensionamento.

Abstract
Concrete structures must ensure the load bearing capacity to allow the evacuation of the users and the fire
fighting actions in safety, and to reduce the fire spreading to the neighbouring compartments. Standards for the
fire design of the concrete structures are usual in the developed countries. On December, 2004 the Brazilian
standard NBR 15200 – “Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio” (“Design of concrete
structures in fire condition”) was published, giving the tabular method and allowing the use of simplified methods
in the fire design of concrete members; nevertheless, there are neither specification nor detailing of any
simplified methods. This paper presents some aspects of the behaviour of concrete members under simple
flexure load which can play an positive rule in the fire design. In addition, the principles of the calculation of the
simplified method to assess the fire resistance of slabs and beams, proposed by PCI – Portland Cement
Association (U.S.A.), are presented as an alternative method to evaluate the fire resistance of slabs and beams.
Keywords: reinforced concrete; fire design; fire safety; calculation methods.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1827


1 Introdução
No passado, acreditava-se que o incêndio era obra do acaso e, a vítima, uma infortunada.
Hoje se sabe que o incêndio é uma ação controlável e, a vítima, quer por morte ou por
perda do patrimônio, é conseqüência da ignorância ou de ato criminoso.
O objetivo primário da segurança contra incêndio nas edificações é proteger a vida
humana. Entretanto, a proteção ao patrimônio, de objetivo secundário, tem sido requerida
em algumas edificações comerciais, pois os danos estruturais resultantes do sinistro
podem levar à paralisação das atividades econômicas e afetar a imagem das empresas,
onerando significativamente seus os proprietários.
Na última década, a proteção ambiental começou a ser considerada nos âmbitos da
segurança contra o incêndio, em países desenvolvidos, tais como a Austrália, a Nova
Zelândia (BARNETT (1994)) e o Reino Unido (BAILEY (2004)). Além dos danos
estruturais, os danos ao meio ambiente decorrentes do incêndio em edificações são
iminentes, uma vez que a emissão atmosférica dos produtos e subprodutos da combustão
pode poluir o ar e, a deposição das águas residuárias das ações de combate ao incêndio,
o solo e os mananciais.
No Brasil, pesquisas e normas relacionadas ao projeto de estruturas em situação de
incêndio são recentes. As normas NBR 14323:1999 – “Dimensionamento de estruturas de
aço de edifícios em situação de incêndio – Procedimento”, NBR 14432:2000 – “Exigências
de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento”, NBR
15200:2004 – “Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio” e diversas
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo apresentam
conceitos e diretrizes de cálculo, com base em normas internacionais.
Para situação normal de uso, o projeto de estruturas de concreto tem sido amplamente
discutido e pesquisado e, as relações teóricas e empíricas e os critérios de desempenho
são relativamente dominados pelos profissionais de Engenharia Civil.
Para a situação de incêndio, o projeto é mais complexo, uma vez que a temática envolve,
além das mesmas variáveis da Mecânica das Estruturas à temperatura ambiente, as
variáveis da Termodinâmica.
A publicação da NBR 15200 – “Projeto de estruturas de concreto em situação de
incêndio”, em dezembro de 2004, trouxe novas exigências para projeto de estruturas,
requerendo o uso de métodos de cálculo apropriados para avaliar a capacidade resistente
das edificações em função do tempo requerido de resistência ao fogo.
A NBR 15200:2004 recomenda o uso de três métodos para o dimensionamento: tabular1,
simplificado e geral. Os dois últimos não são detalhados na norma, permitindo ao
projetista a escolha de outros métodos citados pela literatura técnica internacional
(COSTA & SILVA (2005), COSTA et al. (2005b)).
O método tabular é o método prescritivo mais tradicional para o projeto de estruturas de
concreto em situação de incêndio (COSTA & SILVA (2003), COSTA & SILVA (2004)). As
características geométricas dos elementos estruturais mais usuais são organizadas em
tabelas, em função do tempo requerido de resistência ao fogo. Entretanto, o seu uso é
restrito aos elementos usuais, de geometria tabelada.
Elementos estruturais cujas formas ou dimensões não constam nessa tabelas requerem
aproximações obtidas por interpolação linear entre os dados tabelados, as quais nem

1
As origens do método tabular da NBR 15200:2004 são encontradas em COSTA & SILVA (2005a), COSTA
& SILVA (2005b) e COSTA et al. (2005b).

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1828


sempre oferecem resultados razoáveis e econômicos. Para essas situações, o método
simplificado mostra-se apropriado para o projeto em situação de incêndio.
Os princípios dos métodos simplificados mais utilizados na Europa têm sido adaptados a
normatização brasileira para o projeto de estruturas de concreto (COSTA (2002), COSTA
& SILVA (2002), COSTA et al. (2004) e COSTA & SILVA (2005)). Nem sempre esses
princípios levados em conta no projeto alguns aspectos positivos da reação da estrutura a
ação térmica.
Este trabalho tem o objetivo de apresentar particularidades do comportamento estrutural
de elementos sujeitos a flexão simples ao calor, as quais podem ser consideradas na
análise estrutural do projeto em situação de incêndio.
O método de dimensionamento de lajes e vigas idealizado pela PCI – Portland Cement
Industry (U.S.A.) e recomendado pelo ACI 216R (1989) também é apresentado.

2 Efeito do calor sobre os materiais


Durante o aquecimento, o concreto endurecido e o aço sofrem alterações na sua
microestrutura, em face da sua heterogeneidade, na presença do calor. Diversas reações
químicas se processam na microestrutura, afetando a integridade física da macroestrutura
(COSTA et al. (2002)).
Os efeitos da ação térmica sobre os materiais são traduzidos pela redução das
propriedades mecânicas em função da temperatura. Em projeto, esses efeitos são
considerados por meio de coeficientes redutores da resistência e do módulo de
elasticidade, variáveis em função da temperatura elevada. Portanto, é fundamental
conhecer a temperatura no interior de cada elemento de concreto, para aplicar tais
coeficientes em função da temperatura.
A NBR 15200:2004 fornece os coeficientes de redução da resistência e do modulo dos
materiais em função da temperatura, para o dimensionamento de estruturas de concreto
armado e protendido em situação de incêndio (Tabela 2.1).
Em face da baixa condutividade térmica do concreto, os efeitos do calor ficam
circunscritos às camadas externas dos elementos (BRANCO & SANTOS (2000) apud
COSTA et al. (2004)). A temperatura dentro dos elementos não se uniformiza em
aquecimentos de curta duração, típicos de incêndios. Por isso, o campo de temperaturas
de um elemento de concreto é caracterizado por isotermas distribuídas ao longo de sua
seção transversal.
Para determinar uma temperatura que represente a resistência efetiva do concreto,
diversos métodos simplificados têm sido propostos: alguns, com base no principio de
redução de área; outros, com base na temperatura de um local preestabelecido da seção
de concreto.
Para uma dada temperatura θ (°C), a redução da resistência do concreto endurecido é
determinada por meio do coeficiente redutor κc,θ (Tabela 2.1). O valor característico da
resistência em função da temperatura é determinado pela eq. 2.1 e, o valor de cálculo,
pela eq. 3.2.
fck,θ = κ c,θ ⋅ fck (2.1)

onde: fck,θ = resistência característica do concreto à compressão à temperatura elevada θ


(°C) [MPa];
κc,θ = coeficiente de redução da resistência à compressão do concreto em função
da temperatura θ (°C) [adimensional];

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fck = resistência característica do concreto à compressão à temperatura ambiente
[MPa].

fck
fcd,θ = κ c,θ ⋅ (2.2)
γc
onde: fcd,θ = resistência de cálculo do concreto à compressão à temperatura elevada θ
(°C) [MPa];
γc = coeficiente de minoração da resistência característica do concreto à
compressão em situação excepcional [adimensional], inferior ao normalmente utilizado à
temperatura ambiente.

A redução do módulo de elasticidade do concreto, em função da temperatura elevada é


considerada por meio do coeficiente redutor κcE,θ (Tabela 2.1, eq. 2.3).
E c,θ = κ cE,θ ⋅ E c (2.3)

onde: Ec,θ = módulo de elasticidade do concreto à temperatura elevada θ (°C) [GPa];


κcE,θ = coeficiente de redução do módulo de elasticidade em função da temperatura
θ (°C) [adimensional];
Ec = módulo de elasticidade do concreto à temperatura ambiente [GPa].

Tabela 2.1: Fatores de redução para a resistência κc,θ (concreto) e κs,θ (aço), e para o módulo de
elasticidade κcE,θ (concreto) e κsE,θ (aço) (NBR 15200:2004).
Concreto Aço
temperatura κs,θ κsE,θ
agregado silicoso agregado calcáreo
θ (°C) tração compressão
CA 50 CA 60
κc,θ κcE,θ κc,θ κcE,θ CA 50 CA 60 CA 50 e CA 60
20 1 1 1 1 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
100 1 1 1 1 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
200 0,95 0,90 0,97 0,94 1,00 1,00 0,89 0,90 0,87
300 0,85 0,72 0,91 0,83 1,00 1,00 0,78 0,80 0,72
400 0,75 0,56 0,85 0,72 1,00 0,94 0,67 0,70 0,56
500 0,6 0,36 0,74 0,55 0,78 0,67 0,56 0,60 0,40
600 0,45 0,20 0,6 0,36 0,47 0,40 0,33 0,31 0,24
700 0,3 0,09 0,43 0,18 0,23 0,12 0,10 0,13 0,08
800 0,15 0,02 0,27 0,07 0,11 0,11 0,08 0,09 0,06
900 0,08 0,01 0,15 0,02 0,06 0,08 0,06 0,07 0,05
1000 0,04 0,00 0,06 0,00 0,04 0,05 0,04 0,04 0,03
1100 0,01 0,00 0,02 0,00 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02
1200 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

A temperatura se uniformiza rapidamente nas seções transversais das barras das


armaduras, pois elas são muito finas e estão localizadas pontualmente na seção; assim
sendo, assume-se que a temperatura do aço é a mesma da isoterma que passa pelo
centro geométrico das barras.
De forma análoga ao concreto, a redução da resistência do aço em função da
temperatura elevada é determinada por meio do coeficiente redutor κs,θ (Tabela 2.1). O
valor característico da resistência em função da temperatura θ (°C) é determinado pela
eq. 2.4 e, o valor de cálculo, na eq. 2.5:

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f yk,θ = κ s,θ ⋅ f yk (2.4)

onde: fyk,θ = resistência característica do aço à temperatura θ (°C) [MPa];


κs,θ = coeficiente de redução da resistência do aço em função da temperatura θ
(°C) [adimensional];
fyk,20°C = resistência característica do aço à temperatura ambiente [MPa].

f yk (2.5)
f yd,θ = κ s,θ ⋅ f yd = = κ s,θ ⋅ f yk
γs
onde: fyd,θ = resistência de cálculo do aço em situação de incêndio, à temperatura elevada
θ (°C) [MPa];
fyd = resistência de cálculo do aço à temperatura ambiente [MPa];
γs = coeficiente de minoração da resistência característica do aço em situação
excepcional [adimensional], inferior ao normalmente utilizado à temperatura ambiente2.

Semelhante ao concreto, a redução do módulo de elasticidade do aço, em função da


temperatura elevada, é considerado por meio do fator de redução κsE,θ (Tabela 2.1). A
determinação do módulo de elasticidade em função da temperatura elevada θ (°C) é
determinada pela eq. [2.6]:
E s,θ = κ sE,θ ⋅ E s (2.6)
onde: Es,θ = módulo de elasticidade do aço à temperatura elevada θ (°C) [GPa];
κsE,θ = Coeficiente de redução do módulo de elasticidade em função da temperatura
θ (°C) [adimensional];
Es = resistência característica do concreto à compressão à temperatura ambiente
[GPa].

3 Efeito do calor sobre a estrutura


Devido à redução da resistência dos materiais, há redução da rigidez e da capacidade
resistente à flexão, cisalhamento, torção e estabilidade relacionada à esbeltez dos
elementos. As estruturas hiperestáticas estão sujeitas a esforços adicionais e, mesmo em
estruturas isostáticas, esforços de origem térmica podem se desenvolver, em função do
aspecto construtivo.
3.1 Indução a esforços adicionais
3.1.1 Restrição à dilatação térmica
Os elementos estruturais hiperestáticos estão sujeitos a esforços adicionais, quando
submetidos ao calor. Esses esforços são resultantes de tensões de origem térmica, ou de
alterações na resistência dos materiais aquecidos, ou ainda, devido a ambos. As tensões
de origem térmica são induzidas por gradientes de temperatura dentro dos elementos
estruturais.

2
A NBR 8681:2003 recomenda adotar γs = 1,0 na verificação da capacidade resistente em situações
excepcionais.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1831


Os elementos hiperestáticos apresentam
impedimentos à dilatação, entretanto,
alguns elementos isostáticos podem
oferecer restrições à dilatação térmica por
ter uma limitação de deslocamento da
estrutura (Figura 3.1), ou por razões
construtivas, uma vez que as vinculações Figura 3.1: Restrição à dilatação térmica
isostáticas ideais não são reproduzidas na (GOSSELIN (1987)).
prática.
Os elementos cuja dilatação térmica é limitada ou impedida pelos apoios, são
classificados de “restritos” (restrained), enquanto os elementos que possuem liberdade
para se dilatar e, por conseguinte, os deslocamentos e rotações são ilimitados, são
classificados de “irrestritos” (unrestrained) CRSI (2003).
Durante o incêndio, a face inferior das lajes e vigas é aquecida, enquanto a face superior
continua fria. Assim, a face inferior tende a se dilatar enquanto a face superior tende a
manter-se sem deformação. A dilatação diferencial entre as faces inferior e superior do
elemento induz esforços horizontais nos apoios.
A face inferior, aquecida, tende a “empurrar” as bordas inferiores da seção contra os
apoios, produzindo uma reação de compressão exercida sobre a região inferior da seção
do elemento. Por conseguinte, a reação de compressão tende a “empurrar” a parte
inferior da laje e induzir uma contra-flecha; por isso, na literatura técnica internacional
(ACI Committee 216 (1981); GUSTAFERRO (2000); ACI 216R (1989); LIM et al. (2004)),
a força de reação é chamada de “empurrão3”. A ação da força de reação é similar a de
uma força de protensão externa (ACI Committee 216 (1981); ACI 216R (1989);
GUSTAFERRO (2000)).
No inicio do incêndio, a força de reação dos apoios exerce compressão na seção do
elemento, próximo à base; à medida que a temperatura de concreto se eleva ao longo da
seção transversal, a linha de ação da força de reação se desloca progressivamente para
o topo, a ponto de se localizar acima do centro geométrico da seção do elemento
deformado (ACI Committee 216 (1981) e ACI 216R (1989); SELVAGGIO & CARLSON
(1967) apud GUSTAFERRO (2000), LIM et al. (2004)).
A movimentação da linha de ação deve-se a redução do gradiente térmico, à medida que
o aquecimento perdura. O efeito do gradiente térmico diminui quando a temperatura tende
a se uniformizar na seção, em aquecimentos de longa duração.
O grau de restrição à dilatação térmica dos elementos aumenta, com o aumento de
temperatura (GOSSELING (1987)); entretanto, a eficiência da restrição à dilatação
térmica está condicionada a posição da linha de ação da reação de compressão em
relação ao centro geométrico da seção transversal desses elementos. Nas lajes lisas, por
exemplo, a força de reação beneficia significativamente a resistência estrutural quando a
sua linha de ação encontra-se abaixo do centro geométrico da seção (LIM et al. (2004)).
Se a borda das lajes é provida de uma elevada taxa de armadura, a reação de
compressão dos apoios pode ser significativa, porém, bem inferior àquela calculada pelas
equações da Resistência dos Materiais, usando-se as propriedades elásticas e
coeficientes de dilatação térmica dos materiais (ACI Committee 216 (1981)).
Mesmo que os fenômenos de fluência e relaxação sejam significativos durante o incêndio,

3
Em inglês, a forca de reação de compressão e denominada “thrust”; a tradução livre do inglês para o
português e “empurrão”.

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a reação de compressão é grande o suficiente para aumentar sobremaneira a resistência
ao fogo do elemento, sobrepondo os efeitos de ambos (LIN & ABRAMS (1983) apud ACI
216R (1989)).
A maioria dos elementos de concreto moldados in loco, apresentam restrições à dilatação
térmica, sendo denominados pela literatura técnica internacional de “restritos”. Os
elementos pré-moldados e protendidos são mais difíceis de serem classificados como
“restritos” ou “irrestritos” e, por isso, as condições que afetam a restrição à expansão
térmica devem ser cuidadosamente verificada, caso a caso, qualquer que sejam as vigas
e lajes de piso ou cobertura envolvidas no conjunto estrutural4 (CMIFC (1985)).
O Annual Book of ASTM Standards Vol. 4.07 (1983) apud GUSTAFERRO (2000) e
CMIFC (1985) fornecem alguns critérios para identificar quais os elementos de concreto
oferecem ou não restrição à expansão térmica (Tabela 3.1). Esses critérios são
resultantes de investigações experimentais do Underwriters Laboratories’ Fire Resistance
Directory5 dos E.U.A. (CMIFC (1985)).

Tabela 3.1: Classificação da construção, quanto à restrição a dilatação térmica (ASTM Designation E119-83
apud GUSTAFERRO (2000) e CMIFC (1985)).
Estrutura Características do elemento estrutural Classificação
Vão único isostático de múltiplos compartimentos: irrestrito
ƒ Lajes de concreto, unidades pré-moldadas ou com forma de aço
Pilar-parede

incorporada.
Vão intermediário de múltiplos compartimentos: restrito
ƒ Sistemas de lajes de concreto moldadas in loco;
ƒ Concreto pré-moldado onde a dilatação térmica é resistida pelas
construções adjacentes.
Vigas firmemente fixadas aos elementos do arranjo estrutural (pórtico, por restrito
exemplo).
Arranjo estrutural de

Todos os tipos de lajes de piso ou cobertura, moldadas in loco (tais como lajes restrito
concreto (pórtico)

sobre vigas, lajes lisas e lajes nervuradas), onde o sistema de lajes é moldado
com os elementos do arranjo estrutural.
Interior e exterior de vãos de sistemas pré-moldado com fixação moldada in restrito
loco resultando em uma restrição equivalente àquela conseguida em vigas
moldadas in loco firmemente fixadas aos demais elementos do arranjo
estrutural.
Todos os tipos de lajes de piso pré-fabricadas e de cobertura, aonde a restrito
dilatação térmica é restrita pelo sistema estrutural de piso único ou cobertura.

A determinação realista da intensidade e da altura da linha de ação da reação de


compressão não é simples, principalmente em estruturas moldadas in loco. Em estruturas
pré-moldadas, é possível determinar a localização precisa da linha de ação da reação de
compressão em certos tipos de apoios, por exemplo, dentes Gerber (Figura 3.2).

4
Pórtico 2-D ou 3-D.
5
Underwriters Laboratories Inc. Disponível em: http://www.ul.com/ [acesso em 16.11.2005].

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Figura 3.2: Posição da linha de ação da força de reação de compressão de alguns tipos de apoios
(CARLSON et al. (1965) apud LIM (2003)).

Em algumas estruturas pré-moldadas e estruturas moldadas in loco, a posição da linha de


ação da força reação (“T”) varia em função do aquecimento (Figura 3.2), sendo difícil de
ser determinada analiticamente.
Como determinar esforços horizontais adicionais de origem térmica em elementos
projetados para a função estrutural a temperatura ambiente, como elementos isostáticos?
Como quantificar o grau de restrição térmica devido ao monolitismo entre uma laje e uma
viga, ou entre uma laje e um pilar, obtido no processo construtivo in loco? Como levar em
conta a contribuição das armaduras de borda e de ancoragem e ferragens adicionais, na
rigidez da ligação entre lajes e vigas durante o incêndio?
Para evitar equívocos, WADE (1991) apud BERNHART (2004) recomenda desprezar os
efeitos da restrição térmica em estruturas cuja localização da linha de ação da reação é
difícil de ser determinada, uma vez que requer uma analise experimental. Entretanto, para
lajes de concreto moldadas in loco, os nomogramas de ISSEN et al. (1970) apud LIM et
al. (2004) têm sido amplamente divulgados, para avaliar o efeito da restrição à dilatação
térmica (ACI Committee 216 (1981); ACI 216R (1989); GUSTAFERRO (2000)).
Os nomogramas de ISSEN et al. (1970) apud LIM et al. (2004) têm por base diversos
ensaios experimentais realizados a partir da década de 60, com o apoio da Portland
Cement Association (PCA) e do Fire Prevention Research Institute (FPRI), para
quantificar o grau de restrição térmica de elementos estruturais usuais (TROXELL (1961)
apud LIM et al. (2004)).
Com auxílio dos nomogramas (Figura 4.4), é possível determinar a intensidade da força
de reação de compressão dos apoios, necessária para evitar o colapso estrutural em
sistemas de lajes moldadas in loco de concreto armado e protendido, bem como a rigidez
das estruturas adjacentes, para prover o grau de restrição correspondente.

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O ACI 216R (1989) apresenta o método de ISSEN et al. (1970) apud LIM et al. (2004)
para o projeto de lajes de concreto armado e protendido classificadas como “restritas”
(Tabela 3.1) e menciona as recomendações do Concrete Reinforcing Steel Institute CRSI
(1980), para determinar a altura da linha de ação da força de compressão dos apoios para
lajes maciças de concreto moldadas in loco.

3.1.2 Redistribuição de esforços


Nas estruturas hiperestáticas, a continuidade dos apoios pode permitir a redistribuição de
esforços (Figura 3.3). Nos apoios, a reação de compressão exercida sobre a seção do
elemento, próximo à sua base, aumenta a intensidade dos momentos atuantes nesses
locais, i.e., os momentos negativos nos apoios aumentam enquanto os momentos
positivos no meio dos vãos diminuem.

pd θc,sup

ℓ ℓ θc,inf > θc,sup

x20 °C MR-

diagrama de momentos devido ao


carregamento externo

pontos de inflexão a temperatura ambiente


Md+ Md +

Mthermal,fi = momento devido à restrição à rotação contra a


curvatura induzida pelo gradiente térmico

diagrama de momentos devido à ação


térmica

Md_,fi = Mplastificação

x1
diagrama resultante de momentos (soma
dos efeitos do carregamento e da ação
térmica)
Md+,fi = Mplastificação pontos de inflexão em situação de incêndio Md+,fi = Mplastificação

Figura 3.3: Efeito do calor sobre o diagrama de momento fletor de uma viga contínua de dois vãos com
carregamento distribuído uniforme “p” sem o efeito da restrição a dilatação térmica.

Durante o incêndio, a armadura negativa se mantém fria, longe da face exposta ao calor,
enquanto a armadura positiva é aquecida e perde resistência com o aumento de
temperatura; por isso, a armadura negativa pode absorver a parcela de momento
adicional devido à redistribuição.
Geralmente, a redistribuição de momentos que ocorre durante o incêndio é suficiente para
escoar o aço da armadura negativa e reduzir o momento positivo solicitante.
O diagrama final dos momentos redistribuídos depende da quantidade relativa de
armaduras positivas e negativas existentes e da intensidade da ação térmica na
resistência à flexão dos momentos nos apoios e vãos (BUCHANAN (2001)).
Algumas precauções devem ser tomadas, para que a redistribuição de momentos se

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1835


proceda em segurança. Os apoios devem ser providos de armadura negativa suficiente
para absorver o acréscimo de momentos devido à redistribuição. Além disso, a armadura
negativa deve ter um comprimento de ancoragem necessário para cobrir o deslocamento
dos pontos de inflexão do diagrama de momentos (Figura 3.3). O ACI 216R (1989)
recomenda aumentar em 15% o comprimento de ancoragem sobre o vão considerado e
estender 20% da armadura negativa sobre todo o vão das vigas contínuas.
O Eurocode 2 (EN 1992-1-2:2004), no entanto, permite a redistribuição de momentos de
vigas e lajes hiperestáticas apenas para justificar a redução da distância entre o eixo das
armaduras e a face exposta ao calor, de elementos cujas dimensões seguem o método
tabular de dimensionamento.

4 Métodos simplificados de dimensionamento de estruturas de


concreto em situação de incêndio
Os métodos simplificados de dimensionamento de estruturas de concreto em citação de
incêndio são métodos analíticos de avaliação da capacidade de suporte dos elementos
estruturais. Esses métodos baseiam-se na Teoria das Estruturas ou são semi-empíricos,
envolvendo extrapolações de resultados experimentais com base na curva-padrão.
A semelhança dos métodos tabulares, os métodos simplificados também são prescritivos,
porque que baseiam-se em exigências prescritivas, normalmente parametrizadas em um
tempo-limite (os TRRF’s) ou uma temperatura-limite (a chamada “temperatura crítica”) da
estrutura que garante a “segurança”. Ultrapassando-se esses limites, o elemento
estrutural é considerado incapaz de cumprir a sua função de suportar as ações térmicas e
mecânicas, independente de outras variantes, por exemplo, o arranjo estrutural e a
eficiência da proteção ativa (COSTA & SILVA (2004)).
Os métodos prescritivos, recomendados em normas, baseiam-se no incêndio-padrão.
Assume-se um aquecimento padronizado para o incêndio, para facilitar a padronização da
recomendação normativa.
O incêndio-padrão é representado pelas curvas ISO 834 (1975) ou ASTM E-119 (2000),
também conhecidas por curva-padrão. Ambas as curvas são similares e não representam
uma situação real de incêndio, uma vez que as características do cenário do incêndio
podem variar de um compartimento para o outro (COSTA (2002), COSTA & SILVA
(2003), SILVA (2004)); contudo elas são usadas para facilitar os ensaios em série de
elementos construtivos para avaliar a sua resistência a fogo.
Os ensaios apoiados na curva-padrão permitem uma análise comparativa de resistência
ao fogo, entre elementos similares, sem a intenção de prognosticar a resistência de cada
um em um incêndio real (MILKE (1999)); mas, eles servem como indicadores qualitativos
de resistência em função da severidade do aquecimento (KHOURY (2000)).

4.1 Princípios de cálculo dos métodos simplificados


ALMAND et al. (1992) citam CULVER et al. (1973), OSSENBRUGGEN et al. (1973) e
UDDIN & CULVER (1975) como os primeiros pesquisadores a difundir princípios de
dimensionamento em situação de incêndio, com base nos mesmos modelos de cálculo
utilizados para projetos à temperatura ambiente.
CULVER et al. (1973), OSSENBRUGGEN et al. (1973) e UDDIN & CULVER (1975) apud
ALMAND et al. (1992) introduziram coeficientes de redução de resistência dos materiais
aos modelos de cálculo, para simular o efeito da temperatura elevada sobre o aço e o
concreto, diferenciando assim, o projeto à temperatura ambiente do projeto em situação
Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1836
de incêndio.
As normas norte-americanas (ACI 216R (1989) e NBCC6 (1990) apud HARMATHY
(1993)) e britânica (BS 8110-2 (1985)) indicam os princípios de CULVER et al. (1973),
OSSENBRUGGEN et al. (1973) e UDDIN & CULVER (1975) apud ALMAND et al. (1992)
na íntegra, para o projeto de elementos de concreto e, eventualmente, impõem
temperaturas-limite aos materiais.
O ACI 216R (1989) propõe desprezar a região de concreto de temperatura superior 760
ºC; tal procedimento não tem o mesmo significado da redução de área da seção dos
métodos de ANDERBERG e HERTZ (COSTA et al. (2004), COSTA & SILVA (2005a)). A
temperatura-limite de 760 ºC tem por base os ensaios de ABRAMS (1971) apud ACI
216R (1989).
ABRAMS (1971) apud ACI 216R (1989) aqueceu corpos-de-prova de resistência média a
compressão fcm = 27 MPa, a temperaturas de até 871 ºC, sob a tensão constante de 40%
de fcm. Os resultados demonstraram que a resistência do concreto se anula acima dos
760 ºC. Ressalta-se que esta característica pertence a um concreto com dosagem, tipo de
cimento e agregados, peculiares dos E.U.A. na década de 70.
A NBR 15200:2004 (Tabela 2.1) e o Eurocode 2 (EN 1992-1-2:2004) fornecem uma curva
de redução de resistência em função da temperatura elevada, segundo a qual, a
resistência do concreto endurecido é nula a 1200 ºC.
Adaptando o princípio de redução de área do ACI 216R (1989) às diretrizes da NBR
15200:2004, é razoável que a temperatura-limite para desprezar-se a região do concreto
seja 1200 ºC (Figura 4.1); contudo, tal premissa deve ser melhor avaliada.
Nos modelos simplificados, a resistência dos elementos estruturais é avaliada pelo
dimensionamento à flexão, considerando os efeitos da temperatura sobre os materiais,
visto não ser comum o colapso estrutural por cisalhamento em incêndio, de elementos
estruturais dimensionados adequadamente à temperatura ambiente (GUSTAFERRO
(1986) e LIN et al. (1988) apud HARMATHY (1993), BUCHANAN (2001)).
A resistência do elemento fletido é verificada quando os momentos atuante e resistente,
calculados para a situação de incêndio, satisfazem a inequação:
MRd,fi ≥ Md,fi (4.1)
onde: MRd,fi = valor de cálculo do momento fletor resistente em situação de incêndio [kN.m];
Md,fi = valor de cálculo do momento fletor atuante em situação de incêndio [kN.m].

Em situação de incêndio, assume-se que o concreto armado está solicitado no domínio 3


de deformação. Por simplicidade, admite-se que o diagrama de tensão-deformação do
concreto é o simplificado, retangular (ACI; BUCHANAN (2001); COSTA & SILVA (2005a);
COSTA (2002)).
O valor de cálculo do momento fletor resistente é determinado por equilíbrio de esforços
da seção de concreto armado, obtendo-se a eq. (4.2):

6
Supplement to the National Building Code of Canada (Associate Committee on the National Building Code
1990).

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1837


⎧ ⎛ a fi ⎞ (4.2)
⎪A s ⋅ f yd,θ ⋅ ⎜ d − ⎟ → momentos positivos
⎪ ⎝ 2 ⎠
MR,fi =⎨
⎪A ⋅ f ⋅ ⎛⎜ d − a fi ⎞⎟ → momentos negativos
⎪⎩ s yd ⎝ 2 ⎠
onde: MR,fi = momento fletor resistente da seção, em situação de incêndio;
d = altura útil da seção, correspondente à distância entre o centro geométrico da
armadura principal e a fibra mais comprimida [m].
afi = profundidade da zona comprimida de concreto em incêndio [m] (eq. 4.3).

A profundidade da zona comprimida de concreto da seção do elemento é calculada por:


f yd,θ ⋅ A s (4.3)
a fi =
0,85 ⋅ fcd,θ ⋅ b
onde: afi = profundidade da zona comprimida de concreto em incêndio [m];
As = área de aço da armadura inferior [m²];
b = largura da seção de concreto7 [m].

Devido à inércia térmica do concreto, a temperatura na seção do elemento não se


uniformiza dura o incêndio. Para estabelecer uma temperatura uniforme efetiva,
representativa da resistência real do concreto aquecido, o ACI 216R (1989) recomenda
usar a media aritmética entre as temperaturas limítrofes do bloco comprimido da seção,
admitindo-se que a profundidade máxima da zona comprimida seja 35% da altura útil da
seção de concreto armado (Figura 4.1).
A eq. (4.3) é apropriada para elementos de pequena altura como as lajes, que se
aquecem rapidamente e a região superior da seção pode atingir temperaturas suficientes
para reduzir a resistência do concreto nas seções dos momentos positivos e a resistência
do aço nas seções dos momentos negativos.
Geralmente, a zona comprimida do concreto nas seções de momento positivo e, a
armadura comprimida nas seções de momento negativo não perdem resistência durante o
incêndio, pois pertencem ao topo da seção do elemento, frio, longe da face exposta ao
calor. Por isso, a eq. 4.3 poderá ser simplificada pela eq. 4.4.
⎧ A s ⋅ f yd,θ (4.4)
⎪ → momentos positivos
⎪ 0,85 ⋅ f cd ⋅ b
a fi = ⎨
⎪ A s ⋅ f yd → momentos negativos
⎪ 0,85 ⋅ f cd,θ ⋅ b

onde: afi = profundidade da zona comprimida de concreto em incêndio [m];
As = área de aço da armadura inferior [m²];
b = largura da seção de concreto8 [m].

7
Para lajes, b = 1 m = 100 cm.
8
Para lajes, b = 1 m = 100 cm.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1838


θc,sup ≤ 100 ºC

0,4.xfi Fs ,fi = A s ⋅ fyd


xfi 0,8.xfi ≤ 0,35.d Fc ,fi = (b ⋅ 0 ,8 ⋅ x ) ⋅ 0 ,85 ⋅ fcd
θc,inf a 0,35.d
centro geométrico da seção d centro geométrico da seção
θc,inf a 0,35.d d
xfi
0,8.xfi ≤ 0,35.d Fc ,fi = (b ⋅ 0 ,8 ⋅ x ) ⋅ 0 ,85 ⋅ (κ c ,θ ⋅ fcd )
(
Fs ,fi = A s ⋅ κ s ,θ ⋅ fyd ) 0,4.xfi

θc,inf >> 100 ºC


θ c ,sup + θ c ,inf
θ c ,méd =
2

seção de concreto no vão seção de concreto nos apoios

Figura 4.1: Determinação da temperatura média do concreto na seção de concreto armado

O aumento do momento negativo e a redução da resistência à compressão do concreto


aquecido podem conduzir a ruptura frágil por esmagamento da seção; para evitá-la,
recomenda-se que a profundidade da zona comprimida9 seja no máximo 35% da altura
útil “d” da seção (BUCHANAN, 2001). A verificação é feita por:
A s ⋅ f yd,θ (4.5)
< 0,3
b ⋅ d ⋅ fcd,θ
onde: As = área de aço das armaduras aquecidas [m²];
φarmadura
d = hseção − cobrimento − φestribo − [m].
2

MILKE (1999) sugere, alternativamente, analisar a deflexão, admitindo-se uma flecha-


limite, na avaliação da capacidade resistente dos elementos de concreto sujeitos a flexão
l
simples. O ECCS (1983) recomenda que a máxima deflexão do vão seja , onde ℓ e o
30
comprimento do vão do elemento fletido aquecido.

4.2 Procedimentos de cálculo para dimensionamento à flexão simples


As equações algébricas para o cálculo do momento resistente em situação de incêndio
são análogas àquelas usadas pela mecânica das estruturas para a temperatura ambiente.
A adaptação da análise da resistência mecânica à temperatura ambiente para a situação
de incêndio, apresentada pelo ACI 216R (1989), foi verificada por ensaios laboratoriais
em escala real, apoiados pela Portland Cement Association (FLEISCHMANN (1995) apud
MILKE (1999)).

9
Para o diagrama de tensões simplificado (retangular) do concreto, pode-se assumir que a profundidade da
zona comprimida af = 0,8.xfi, onde xfi é a profundidade da linha neutra “x” em situação de incêndio.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1839


TRRF
b = largura da seção análise térmica
início h = altura da seção (temperatura dos materiais)
c1 = c + øestribo + ½.øprincipal

concreto aco
coeficiente κc,θ coeficiente κs,θ
resistências fck,θ e fcd,θ resistências fyk,θ e fyd,θ

características geométricas:
As, d, b

afi, xfi, MRd,fi

ou
aumentar “b” e “c1”

NÃO
lajes e vigas ou
redistribuição de momentos MRd,fi ≥ Md,fi
hiperestáticas

lajes isostáticas ou
efeitos da restrição térmica
e hiperestáticas
Ok!

Figura 4.2: Fluxograma de cálculo do dimensionamento de lajes e vigas em situação de incêndio.

Os procedimentos básicos de cálculo são (Figura 4.2):


1° determinar a distribuição de temperatura na seção transversal do elemento de
concreto, em função do TRRF estabelecido pela legislação vigente (NBR 14432:2000;
SILVA et al. (2005));
2° determinar a temperatura das barras da armadura;
3° determinar a temperatura efetiva do concreto;
4° determinar a redução das características mecânicas do aço e do concreto em função
da temperatura elevada;
5° desprezar a região do concreto com temperatura superior a 1200 ºC, na determinação
da altura efetiva “d”;
6° determinar o valor de cálculo do momento fletor resistente da seção de concreto, à
semelhança dos procedimentos de cálculo empregados para a situação normal,
porém, com as propriedades mecânicas dos materiais (concreto e aço) reduzidas em
função da temperatura;
7° comparar o valor de cálculo do esforço resistente em temperatura elevada ao valor de
cálculo do esforço atuante em situação excepcional (eq. 4.1).

Geralmente, a eq. 4.1 é satisfeita para os momentos negativos, mesmo quando há a


redistribuição de esforços e o efeito da restrição a dilatação térmica dos apoios. Por isso,
a segurança estrutural na seção dos apoios é verificada pela eq. 4.5, uma vez que o
aumento dos momentos negativos podem implicar em compressão excessiva na seção de
concreto, levando a ruptura frágil.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1840


4.2.1 Efeito da restrição à dilatação térmica
Quando a eq. 4.1 não é satisfeita, pode-se considerar a contribuição da restrição à
dilatação térmica na resistência das lajes de concreto moldadas in loco, e a redistribuição
de momentos na resistência das vigas contínuas. Tal procedimento é facultativo ao
projetista, para evitar mudanças das características geométricas dos elementos; ao optar-
se pelo aumento das dimensões da seção ou da distância entre o centro geométrico da
armadura e a face exposta ao calor (c1), e preciso recalcular a estrutura (Figura 4.2).
Para avaliar o grau de restrição à dilatação térmica e sua influência sobre a resistência
das lajes, SALSE & GUSTAFERRO (1971) apud ACI 216R (1989) e SALSE & LIN (1976)
apud ACI 216R (1989) comparam a ação da força “T” de reação de compressão dos
apoios à ação de uma “armadura fictícia” adicional, localizada na base da seção de
concreto. Tal analogia permite determinar a intensidade e o ponto de aplicação da força
“T”, de forma aproximada.
Com base no equilíbrio de esforços da seção, a contribuição da força “T” à resistência à
flexão na região de maior momento positivo é calculada pela eq. 4.1. Os procedimentos
de cálculo são (Figura 4.5):
1° determinar a posição (yT) da linha de ação da força “T” (Figura 4.3 e Tabela 4.1);
2° calcular a flecha no meio do vão (∆máx), correspondente ao carregamento definido pela
combinação de ações excepcionais apropriada a situação de incêndio;
3° calcular a intensidade da força “T” necessária para prover um momento negativo, que
reduza o momento positivo no meio do vão considerado (eq. 4.6);
T
4° calcular o parâmetro da força de reação , onde Ac é a área bruta da seção de
A c ⋅ Ec
concreto resistente à força de reação e Ec é o modulo de elasticidade10 do concreto a
temperatura ambiente;
Ac
5° calcular o parâmetro Z = , onde s é o perímetro aquecido da seção transversal de
s
concreto resistente à força “T”;
∆l
6° determinar o parâmetro de deformação por meio dos nomogramas da Figura 4.4;
l
∆l
7° determinar o deslocamento horizontal ∆ℓ, com base no parâmetro de deformação ,
l
onde ℓ é o comprimento do vão aquecido da laje;
8° verificar se os apoios ou as estruturas adjacentes possuem rigidez suficiente para
resistir à força de reação “T”, tendo por base o deslocamento horizontal ∆ℓ imposto.

MR d,fi = Md,fi − T ⋅ e (4.6)

onde: T = força de reação de compressão dos apoios sobre a seção da laje [kN];

10
Embora o módulo de elasticidade secante do concreto (Ecs) seja apropriado para análises elásticas nos
estados limites de serviço, o item “8.2.8 Módulo de elasticidade” da NBR 6118:2003 permite usá-lo, na
avaliação do comportamento de elemento estrutural isolado, como módulo de elasticidade único, à tração e
à compressão.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1841


e = distância entre a linha de ação da forca “T” e o centro geométrico da laje
deformada, na seção de maior deflexão do vão considerado (eq. 4.7) [m].

e = z 0 − ∆ m áx (4.7)
onde: z0 = distância entre a linha de ação da forca “T” e o centro geométrico da seção
transversal da laje indeformada (Figura 4.3) [m];
∆máx = maior flecha do vão considerado (Figura 4.3).

configuração inicial
configuração deformada

0,4.xfi
0,8.xfi Fc,fi
centro geométrico da laje
z0 ∆máx e = z0 - ∆máx
T
yT T
Fs,fi

Figura 4.3: Diagrama do corpo livre para uma laje de concreto armado isostática com restrição a dilatação
térmica.

Os valores da Tabela 4.1 provém de ensaios de Tabela 4.1: Altura da linha de ação da força “T”
lajes maciças de concreto moldado in loco, em relação à base de lajes de concreto
moldadas in loco (CRSI (1980) apud LIM
conduzidos por ISSEN et al. (1970) e LIN et al. (2003)).
(1983) apud LIM (2003), considerando o menor
grau de restrição. tempo (h) yT (mm)
2 25
3 32
4 38

O ACI 216R (1989) permite considerar o efeito positivo da restrição a dilatação térmica
apenas para lajes de concreto.

concreto leve concreto de densidade normal


(agregados silicosos ou calcareous)

armado
armado
T
∆l T ∆l
A c ⋅ Ec
l A c ⋅ Ec l

protendido

protendido

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1842


Figura 4.4: Nomogramas para determinar a intensidade da força de compressão devido à restrição à
dilatação térmica das lajes de concreto (ISSEN et al. (1970) apud ACI 216R (1989)).

e = z 0 − ∆ max ⎫ Md,fi − MRd,fi


⎬⇒Τ =
Md,fi = MRd,fi + T ⋅ e⎭ e
posição da linha de
início T
ação da força “T”
(Tabela 4.1) A c ⋅ Ec
Ac
Z=
s

∆l
l
(nomograma - Figura 4.3)

∆ℓ

aumentar “b” e “c1” e ou


recalcular a estrutura NÃO verificação:
os apoios e as estruturas adjacentes
aumentar a rigidez têm rigidez suficiente para
ou resistir ao deslocamento ∆ℓ?
dos apoios e
estruturas adjacentes
SIM

Ok!

Figura 4.5: Fluxograma de cálculo dos efeitos da restrição térmica no projeto de lajes isostáticas.

4.2.2 Redistribuição de momentos


Quando a eq. 4.1 não se verifica nas seções de momentos positivos tanto de lajes, como
de vigas hiperestáticas, a redistribuição de momentos se procede, assumindo-se que o
valor de cálculo do momento de plastificação dos apoios é igual ao valor de cálculo do
momento positivo resistente em situação de incêndio, do vão em análise.
O valor de cálculo do momento negativo resistente em situação de incêndio nos apoios é
determinado por:
⎛1 2 ⋅MRd+,fi ⎞ (4.8)
MRd _,fi = p d ⋅ l ⋅ ⎜ −
2 ⎟
⎜2 pd ⋅ l2 ⎟
⎝ ⎠
onde: MRd+,fi = valor de cálculo do momento positivo resistente em situação de incêndio
[kN.m];
MRd_,fi = valor de cálculo do momento negativo resistente em situação de incêndio
[kN.m];

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1843


pd = valor de cálculo do carregamento distribuído atuante [kN/m];
ℓ = comprimento do vão em análise [m].

A eq. (4.9) é utilizada para calcular o momento positivo resistente, pertencente a uma
seção “x1” qualquer da estrutura, a ser considerado na redistribuição.
p ⋅ l ⋅ x1 p d ⋅ x1 x
2 (4.9)
Mx = d − − MRd _,fi ⋅ 1 = MRd+,fi
1 2 2 l
onde: Mx1 = valor de cálculo do momento atuante em situação de incêndio na seção x1
qualquer da viga [kN.m];
x1 = distância entre a seção do valor de cálculo do momento resistente positivo e o
apoio de extremidade da viga [m].

Para vigas contínuas quaisquer, com carregamento uniforme distribuído, “x1” é a distância
entre o apoio de extremidade e o momento positivo máximo da viga (Figura 3.3). Quando
as vigas contínuas são simétricas, o cálculo da distância “x1” é simplificado (eq. 4.10).
⎧ l MRd _,fi (4.10)
⎪ − → vigas contínuas assimétricas
⎪2 p⋅l
x1 = ⎨
⎪ 2 ⋅ MRd+,fi
⎪⎩ → vigas contínuas simétricas
l

5 Combinação de ações
No dimensionamento, duas combinações de ações podem ser usadas: e a combinação
de ações excepcionais para o projeto em situação de incêndio conforme as NBR
8681:2003 e a estimativa simplificada da NBR 15200:2004, tendo por base a combinação
de ações normais (Tabela 5.1).
Na equação completa, o fator de redução para combinação excepcional das ações ψ0j =
ψ02, para a situação de incêndio é 70% do valor usado para quaisquer outras situações
excepcionais (Tabela 5.2).

Tabela 5.1: Combinação de ações e coeficientes de ponderação recomendados pelas brasileiras.


Coeficientes de ponderação
Combinação de ações Situação Norma
ações materiais
Fd = γ g ⋅ Fgk + γ q ⋅ Fq1k γg = γq = 1,4 γc = 1,4 normal NBR 6118:2003 e
γs = 1,15 NBR 8681:2003
Fd = γ g ⋅ Fgk + γ q ⋅ ψ 0 j ⋅ Fq1k γg = 1,2 γc = γs = 1,0 excepcional# NBR 8681:2003 e
γq = 1,0 NBR 15200:2004
ψ0j = ψ02 (Tabela 5.2)
Fd,i ≅ 0,7 ⋅ Fd = 0,7 ⋅ (γ g ⋅ Fgk + γ q ⋅ Fq1k ) γg = γq = 1,4 γc = 1,2 excepcional## NBR 15200:2004
γs = 1,0
∴ Fd,i ≅ 0,98 ⋅ Fd
#
Equação geral para o cálculo da combinação de ações em situação de incêndio.
##
Equação simplificada para o cálculo da combinação de ações em situação de incêndio, com base na equação geral para o cálculo de
ações normais. As ações excepcionais em situação de incêndio são estimadas em 70% das ações normais.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1844


Tabela 5.2: Fatores de redução para combinação excepcional das ações (NBR 8681:2003).

Condição do local ψ2,j


Locais em que não há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por
0,21
longos períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas (edifícios residenciais).
Locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos
0,28
períodos de tempo, ou de elevada concentração de pessoas (edifícios comerciais).
Bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens. 0,42
Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0

6 Análise térmica
O campo de temperaturas utilizado é função do tempo de aquecimento e está associado
às dimensões do elemento estrutural. O aquecimento considerado deve basear-se na
curva-padrão ISO 834 (1975) usada como referencia pela NBR 14432:2000 para
determinar os níveis de exigência ao fogo dos elementos construtivos em função da
ocupação do edifico.
O campo de temperaturas pode ser obtido por perfis de temperatura fornecidos pela
literatura técnica (ACI 216R (1989), HARMATHY (1993), EN 1992-1-2:2004) ou, por
programas de computador apropriados, por exemplo, o Super-TempCalc® – Temperature
Calculation and Design (FSD (2002)), para análise térmica bidimensional de transferência
de calor de elementos em concreto, aço e misto concreto-aço.

7 Conclusões
Os esforços adicionais induzidos pela ação térmica às estruturas hiperestáticas adicionais
podem trazer benefícios aumentando a resistência ao fogo das estruturas sujeitas a flexão
simples. Nas estruturas de concreto moldadas in loco, o monolitismo podem conferir uma
rigidez adicional suficiente para restringir a deformação térmica em estruturas isostáticas,
provendo um aumento de resistência.
Os efeitos benéficos da restrição à dilatação podem otimizar o projeto de lajes e vigas de
concreto em situação de incêndio, conduzindo a um dimensionamento econômico.
Entretanto, a segurança do dimensionamento depende da à rigidez das ligações dos
elementos e das ancoragens das armaduras, os quais devem ser preestabelecidos no
projeto a temperatura ambiente.
A norma NBR 15200:2004 permite o emprego de métodos simplificados para
dimensionamento. Com base na literatura norte-americana, um método simplificado
incluindo exemplos de aplicação, foi apresentado.

8 Agradecimentos
Ao CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e à CAPES –
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio dado a esta
pesquisa; à School of Mechanical, Aerospace and Civil Engineering of The University of
Manchester Institute of Science and Technology, Manchester – U.K., pela disponibilidade
de equipamentos necessários e biblioteca para edição deste texto.

9 Referências
ALMAND, K. H.; LIE, T. T.; LIN, T. D. Fire resistance of building elements. In: LIE, T. T.
Structural fire protection. New York: ASCE, 1992.
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (ACI Committee 216). Guide for determining the

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 1845


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Vol. 3, No. 2. ACI, Farmington Hills, 1981. [Report No. ACI 216R-81]
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (ACI). Guide for determining the fire endurance
of concrete elements. ACI 216R. ACI, Farmington Hills, 1989. [ACI 216R–89]
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Standard test methods for fire
tests of building construction and materials. E119-2000. ASTM, Philadelphia, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Ações e segurança nas
estruturas - Procedimento. NBR 8681. ABNT, Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Dimensionamento de
estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio – Procedimento. NBR 14323.
ABNT, Rio de Janeiro, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto de estruturas de
concreto em situação de incêndio. NBR 15200. ABNT, Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto de estruturas de
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Exigências de resistência ao fogo
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BAILEY, C. G. Structural fire design: core or specialist subject? The Structural
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BERNHART, D. The effect of support conditions on the fire resistance of a
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BUCHANAN, A. H. Structural for design fire safety. Chichester (U.K.): John Wiley &
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