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JUNHO DE 2020
MESTRADO EM ESTRUTURAS DE ENGENHARIA CIVIL 2019/2020
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
mestec@fe.up.pt
Editado por
Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado
o Autor e feita referência a Mestrado em Estruturas de Engenharia Civil - 2019/2020 -
Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Porto, Portugal, 2020.
Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus que iluminou o meu caminho durante toda a minha
jornada, e sem dúvidas sem Ele eu não teria sido capaz.
Quero agradecer também à minha família, aos meus pais que puderam me proporcionar a
oportunidade de estudar em uma universidade tão conceituada como é a Universidade do Porto,
principalmente na área de estruturas da Faculdade de Engenharia. Juntos à minha irmã, a quem eu
também agradeço, me deram bastante apoio durante todo o meu percurso acadêmico, em que pese a
distância física existente, sempre estiveram ao meu lado.
Gostaria de agradecer ao Professor Doutor José Miguel de Freitas Castro, meu orientador nesta
dissertação, por toda atenção dada durante este período, sempre solicito em tirar minhas dúvidas e um
grande incentivador para que este trabalho fosse concretizado.
Por último, mas não menos importante, agradeço aos meus amigos que também estiveram comigo me
dando suporte nos momentos difíceis, foram verdadeiros facilitadores na minha caminhada.
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
RESUMO
Esta dissertação foca-se na análise e dimensionamento de estantes industriais, principalmente na
influência das perfurações ao longo da secção transversal de perfis enformados a frio.
Começa-se a apresentar toda a metodologia definida pela norma EN 15512 [1] para elementos sem furos,
como por exemplo, as cargas que devem ser aplicadas, os tipos de combinação que a norma utiliza em
seus dimensionamentos, verificações de segurança, entre outros. De seguida, com recurso ao software
de análise não-linear, ABAQUS [2], foram modelados perfis metálicos sem furos a fim de validar os
resultados do programa com os obtidos através da norma. Posteriormente, foram modelados perfis com
perfurações, seguindo o mesmo processo de modelação validado anteriormente.
Com os resultados alcançados, foram feitas comparações entre o método de dimensionamento
recomendado pela EN 15512 [1] e o modelo em ABAQUS [2], onde foi possível constatar o caráter
conservativo da norma, principalmente no que concerne a elementos esbeltos, com a diferença entre as
capacidades resistentes das peças chegando a mais de 60% no pior caso. Já na comparação entre os
modelos de elementos finitos, com e sem furos, foi possível constatar que independente da esbelteza da
peça, as capacidades resistentes reduziram de maneira semelhante, cerca de 23% no pior caso. Já no que
diz respeito à estabilidade do perfil metálico a partir da disposição dos furos ao longo da secção
transversal, chegou-se à conclusão de que as estruturas com perfurações nos banzos são mais instáveis
do que os perfis com furos apenas na alma e com furos tanto na alma como nos banzos.
PALAVRAS-CHAVE: Estantes Industriais, Aço Enformado a Frio, Secções Perfuradas, Método dos
Elementos Finitos, Simulação Numérica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
ABSTRACT
This dissertation aims at a better understanding about the analysis and design of industrial storage racks,
mainly with regard to the influence of perforations along the cross section of steel profiles made from
cold-formed steel.
At first, the methodology presented by the EN 15512 [1] standard for elements without holes is shown,
for example, the loads that must be applied, the types of combinations that the standard uses in its design,
safety checks, among others. Then, with the use of non-linear software, ABAQUS [2], profiles without
holes were first modeled in order to validate the results of the program with those obtained by the
standard. Subsequently, profiles with perforations were analyzed, following the same modeling process
previously validated.
With the results achieved, comparisons were made between the design method recommended by the EN
15512 [1] and the model in ABAQUS [2], where it was possible to verify the conservative character of
the standard, especially with regard to slender elements, with differences between of compressive
resistance reaching more than 60% in the worst case. In the comparison between the finite elements
model, with and without holes, it was possible to verify that, regardless of the profile’s slenderness, the
capacity reduced in a similar way, around 23% in the worst case. With respect to the stability of the
profile from the arrangement of the holes along the cross section, it was concluded that profiles with
perforations in the flanges are more unstable than those with holes only in the web and those with holes
both in the web and in the flanges.
KEYWORDS: Industrial Shelving, Cold-Formed Steel, Perforated Sections, Finite Element Method,
Numerical Simulation
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... I
RESUMO .................................................................................................................................III
ABSTRACT .............................................................................................................................. V
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
1.1. ENQUADRAMENTO GERAL ................................................................................................. 1
1.2. OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO ......................................................................................... 2
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ........................................................................................... 3
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 53
5.1. CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 53
5.2. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................................. 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 55
ANEXOS................................................................................................................................ 57
A.1. SECÇÕES TRANSVERSAIS E DISPOSIÇÃO DOS FUROS ......................................................................... 57
A.2. PROPRIEDADES EFETIVAS PELO SCIA .............................................................................................. 58
A.3. DIMENSIONAMENTO DE ACORDO COM A EN 15512 ............................................................................ 58
A.3.1. ELEMENTOS TEÓRICOS COM SECÇÕES SEM FUROS.......................................................................... 58
A.3.2. ELEMENTOS EM ABAQUS ............................................................................................................. 62
A.4. RESULTADOS PARA OS PERFIS S275 E S235 .................................................................................... 65
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
ÍNDICE DE FIGURAS
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 - SECÇÕES TRANSVERSAIS UTILIZADAS ...............................................................................................21
TABELA 2 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS SOB COMPRESSÃO SIMPLES (EN 15512 X ABAQUS) ..................35
TABELA 3 - RELAÇÕES ENTRE ÁREAS (EN 15512 X ABAQUS) .........................................................................35
TABELA 4 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS, DE SECÇÃO CHEIA, SOB ENCURVADURA (EN 15512 X ABAQUS)
......................................................................................................................................................................37
TABELA 5 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS, DE SECÇÃO CHEIA, SOB ENCURVADURA TORSIONAL (EN 15512 X
ABAQUS) ....................................................................................................................................................39
TABELA 6 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS, DE SECÇÃO PERFURADA, SOB COMPRESSÃO SIMPLES .................42
TABELA 7 - RESULTADOS OBTIDOS PARA OS MODELOS DE 1,0 M COM FUROS ...................................................45
TABELA 8 - RESULTADOS OBTIDOS PARA OS MODELOS DE 2,2 M COM FUROS ...................................................50
TABELA 9 - RESULTADOS OBTIDOS PARA OS MODELOS DE 3,0 M COM FUROS ...................................................50
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Aeff,SF,EN15512 – Área efetiva da secção transversal, sem furos, sob compressão uniforme de acordo com
a EN 15512
Ag – Área bruta da secção transversal
E – Módulo de elasticidade
EN – Norma Européia
G – Módulo de distorção
kN – KiloNewton
ky – Fator de interação
kz – Fator de interação
L – Comprimento da coluna
l – Comprimento de encurvadura
LeT – Comprimento de encurvadura do membro sujeito a encurvadura por torção
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Mf,Rd – Momento resistente da secção transversal constituído somente das áreas efetivas dos banzos
Ncr – Força axial crítica para a encurvadura por flexão da secção transversal
Nc,Rd,ABAQUS – Resistência da secção transversal ao esforço axial obtida pelo software ABAQUS
NRd – Resistência de cálculo da secção transversal para uma tensão uniforme ou compressão1
t – Espessura
χmin – Menor valor para o fator de redução do modo de encurvadura analisado em torno do eixo y e z
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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INTRODUÇÃO
Com a primeira Revolução Agrícola, ainda nos primórdios da humanidade, os homens realizaram uma
transição de um modo de viver que consistia em tribos nómadas, caçadoras e coletoras para comunidades
agrícolas que viriam a se tornar cidades. Esta mudança gerou a necessidade de armazenar alimentos
buscando estar preparado para os tempos mais difíceis. Locais como celeiros passaram a ser utilizados
para armazenagem de grãos e sementes, tanto para consumo quanto para comércio.
Ao passar do tempo, com o avanço expansionista dos povos, surgiram outras utilidades para a
armazenagem. Impérios como o Romano e o Bizantino tiveram a necessidade de efetuar, para além de
um plano logístico, a construção de armazéns angariando abastecer os batalhões, em áreas de conflito,
com água, alimentos e armamentos.
A partir do desenvolvimento do comércio no sul da Europa, no norte da África e no oeste da Ásia, a
armazenagem evoluiu para o que é mais parecido com os tempos atuais. Foram edificados armazéns de
madeira, sempre próximos a zonas portuárias, para fazer frente ao pequeno poder de armazenamento
das lojas.
Nos séculos XVIII e XIX a Revolução Industrial, que consistiu num processo intenso de
industrialização, iniciado no Reino Unido e rapidamente disseminado por toda a Europa e pelos Estados
Unidos. Com a substituição de artesãos por máquinas capazes de fabricar numa escala bastante superior,
tornou-se imprescindível a construção de mais armazéns para guardar assim como os bens
manufaturados, também matérias-primas como carvão e minério de ferro, essenciais para o
funcionamento de todo o maquinário.
Para otimizar um processo que resultava em um custo de mão-de-obra elevado, devido à capacidade de
cada trabalhador conseguir carregar uma embalagem por vez, o que fazia com que o processo se tornasse
mais demorado, foi criada em 1915 a empilhadeira. Diante da sua capacidade de movimentar mais de
uma embalagem por vez, ainda que bastante pesadas, o problema se resolveu e, alguns anos depois,
surgiu o primeiro sistema de rack de paletes permitindo a armazenagem vertical dentro dos armazéns o
que proporcionou um aumento considerável na capacidade de armazenagem.
Com o avanço da tecnologia, o desenvolvimento de programas de cálculo cada vez mais precisos e a
eterna busca pela otimização do processo, grandes investimentos são realizados por empresas que
almejam a elaboração de estantes industriais com secções transversais o mais finas possíveis que sejam
capazes de suportar cargas elevadas com segurança, visando sempre o aumento na capacidade de
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
armazenamento. É neste cenário que desponta o aço enformado a frio, perfis metálicos de pequena
espessura adequados para resistir a cargas altas.
Após surgir no século XX, o aço enformado a frio ganhou cada vez mais utilidades ao passar dos anos.
Hoje é bastante utilizado na construção civil, automóveis, equipamentos, pontes, e em estantes
industriais. Algumas das suas vantagens frente a perfis laminados a quente são:
• Elevadíssima eficiência estrutural, obtida através da alta capacidade resistente aliada ao peso
reduzido dos perfis;
• Significativa optimização estrutural, o projetista tem a liberdade de utilizar qualquer forma de
secção transversal;
• Tensões residuais reduzidas, devido ao fabrico ser feito à temperatura ambiente.
Além destas vantagens apresentadas quando comparados aos perfis laminados a quente, os perfis de aço
enformado a frio também apresentam significativas vantagens quanto ao custo, são elas:
• Possibilidade de produção em grande escala;
• Rapidez de montagem e desmontagem;
• Facilidade de manutenção;
• Economia em transporte e manuseio;
• Utilização como material reciclável (elevada sustentabilidade).
Estes perfis metálicos, a que se faz referência acima, requerem atenção ao projetista por serem perfis
esbeltos e com paredes finas, o que faz com que estejam mais suscetíveis aos fenómenos de instabilidade
local: local de placa e distorcional. O modo local de placa acontece quando ocorrem deslocamentos de
flexão das paredes do perfil, já para o modo distorcional a deformação ocorrerá por distorção, quando
determinadas paredes deslocam-se quase que como corpos rígidos, fletindo as outras por
compatibilidade.
No que diz respeito ao dimensionamento deste tipo de estrutura, hoje existem em termos de normativas
na Europa a norma EN 1993-1-3 [3], Eurocódigo 3 Parte 1-3, que traz algumas mudanças referentes à
norma EN 1993-1-1 [4] por conta das peculiaridades dos elementos metálicos em aço enformado a frio.
Existe também a norma EN 15512 [1], responsável por tratar exclusivamente de sistemas de
armazenamento metálico. O constante aprimoramento de tais normas é buscado incessantemente por
pesquisadores visando sempre mais conhecimento para que seja possível dimensionar estruturas que
atendam as necessidades do mercado com a devida segurança.
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Uma primeira análise é feita para as secções sem furos seguindo o que estabelece a norma EN 15512
[1] e em seguida apresenta-se os modelos MEF produzidos, com e sem furos, no software ABAQUS
[2].
Depois de dimensionadas as secções conforme os diferentes métodos aplicados, é efetuado um estudo
paramétrico entre os resultados obtidos, para identificar a influência dos furos no dimensionamento de
tais peças assim como na resistência à encurvadura por compressão.
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
2
DIMENSIONAMENTO DE ESTANTES INDUSTRIAIS
2.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo apresentará as metodologias de dimensionamento previstas pela norma EN 15512 [1], que
busca estabelecer critérios de análise para os elementos que compõem as estantes industriais como as
colunas e as vigas.
A prática corrente consiste na utilização de normas reguladoras que indicam uma série de regras de
cálculo, já consolidadas, que são capazes de atender aos critérios de segurança necessários. Desta
maneira, a norma busca estabelecer as capacidades resistentes das secções transversais através das
propriedades efetivas do elemento. De tal modo, a EN 15512 [1] recomenda que sejam realizados
ensaios laboratoriais ou modelos de elementos finitos para o estudo do elemento perfurado, uma vez que
a norma EN 1993-1-3 [3] não prevê regras para a obtenção das propriedades efetivas de elementos
formados a frio com furos. Junto a estas capacidades resistentes são inseridas as ações que estão
impostas às estantes metálicas, dando seguimento ao dimensionamento da estrutura.
A EN 15512 [1] visa o dimensionamento de estruturas que não foram abrangidas no Eurocódigo 3 [5],
especificamente os sistemas de estantes metálicas do tipo “adjustable beam pallet rack” planeadas para
armazenar cargas unitárias e sujeitas a cargas estáticas. Portanto, não se aplica a outros tipos de sistemas
de armazenamento como: drive-in, drive-through ou cantilever. A Figura 1 apresenta estes diferentes
tipos de sistemas de armazenamento.
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
2.2. EN 15512
2.2.1. GENERALIDADES
As estantes industriais são estruturas construídas com o propósito de suportar uma carga, normalmente
estática, resultante da acomodação dos bens manufaturados, durante toda a cadeia produtiva. Elas são
constituídas por colunas, vigas e prateleiras, todos estas peças feitas de aço enformado à frio, além das
ligações especiais coluna-viga e elementos de contraventamento, que visam a estabilidade da estrutura
perante o fenómeno da encurvadura, conforme mostra a Figura 2. É apresentado na Figura 3 algumas
secções transversais mais comuns de serem encontradas na prática.
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Hoje, como consequência da pequena espessura, característica dos perfis em aço enformado a frio, e dos
furos ao longo da secção transversal do membro, fazem com que estes tipos de sistema estrutural sejam
classificados pela norma EN 1993-1-1 [4] como sendo de classe 4. Tal peculiaridade faz com que o
dimensionamento normalizado na mesma não seja aplicável para estes tipos de sistema como são para
colunas e vigas de estruturas convencionais. Neste cenário a norma EN 15512 [1] se transforma na
principal diretriz europeia para análise de esforços axiais e de flexão, para além de imperfeições globais
e locais. A norma ainda faz menção à norma EN 1993-1-3 [3], utilizada para a análise e o
dimensionamento de elementos de estrutura metálica constituída por elementos em aço enformado a
frio.
2.2.2. ESTADOS LIMITES
A norma determina que o dimensionamento da estrutura ou de parte da mesma deve ser feito seguindo
os estados limites apresentados abaixo:
a) Estado limite último;
b) Estado limite de serviço.
O estado limite último caracteriza-se pelo dimensionamento que vislumbra a maior capacidade de carga
possível, carga esta normalmente atingida através de:
a) Força (incluindo rotura, encurvadura e a transformação em mecanismo);
b) Estabilidade quanto aos esforços laterais;
c) Excessiva deformação local.
Já no caso do estado limite de serviço são estabelecidos, usualmente, limites de deformação e vibração
que asseguram a plena utilização e aparência do sistema estrutural.
2.2.3. AÇÕES
A norma estabelece a existência de ações permanentes, que consistem do peso próprio dos elementos
utilizados no sistema estrutural (colunas, vigas e contraventamentos) e ações variáveis que devem ser
analisadas caso a caso quanto a necessidade de serem consideradas para efeito de cálculo. Algumas das
ações variáveis mais comuns são:
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Nesta circunstância o acréscimo de carga vertical sugerido pela norma é de 100% da carga máxima na
situação mais desfavorável.
2.2.3.3. CARGAS HORIZONTAIS
De acordo com a norma as cargas horizontais devem ser aplicadas nas duas direções. Este tipo de carga
corresponde ao manejo dos bens na estante, tanto para armazenamento, quanto para remoção. Devido
aos diversos modos de realizar tal manuseio, a norma sugere diferentes cargas para cada situação, sendo
elas:
a) Para bens armazenados por máquinas operadas manualmente.
• Para estantes superiores a 3m, uma carga horizontal de 0,5 kN deve ser aplicada em
qualquer altura da estante.
• Para estantes superiores a 6m, deve ser aplicada uma carga horizontal equivalente a
0,25 kN no topo da estante ou uma carga de 0,5 kN a qualquer altura acima de 3m.
• Já no caso de estantes entre 3m e 6m, deve ser considerada uma carga que conduza o
dimensionamento ao seu pior caso entre os 2 citados anteriormente.
b) Para bens manuseados por máquinas automatizadas, a carga a ser considerada deve ser fornecida
pela empresa fabricante da máquina, porém, o valor não pode ser inferior a 0,25 kN.
c) Nos casos em que os bens são manualmente estocados e retirados, a carga horizontal
recomendada é de 0,25 kN.
2.2.3.4. CARGAS PROVENIENTES DE IMPERFEIÇÕES
A norma EN 15512 [1] permite que as cargas advindas das imperfeições das secções sejam representadas
por um sistema equivalente de forças horizontais. Estas forças devem ser aplicadas na altura de patamar
de cada viga, conforme apresentado na Figura 1.
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Onde:
Qu = peso da carga unitária
Apv deve ser superior a 0,25 kN, mas inferior a 5 kN.
b) Cargas acidentais horizontais
Para a situação onde os bens são estocados por um operador manuseando uma máquina, a carga acidental
horizontal (Aph) deve ser aplicada, a 0,4 m de altura da coluna, uma carga de 2,5 kN na direção
transversal e 1,25 kN na direção longitudinal da estante. Já para a situação onde uma máquina
automatizada realiza todo o procedimento, a carga a ser aplicada deve ser de 0,5 kN nas duas direções.
A norma ainda faz referência para que não sejam consideradas, no mesmo caso, as cargas referentes as
ações acidentais horizontais e as cargas horizontais.
2.2.4. COMBINAÇÕES DE AÇÕES PARA O ESTADO LIMITE ÚLTIMO
A norma EN 15512 [1] recomenda a utilização das equações a seguir, sendo a que resultar no maior
valor deve ser escolhida:
• Considerando apenas a ação variável mais desfavorável:
∑ γG Gk + γQ Q k,1 (2)
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Onde:
Gk é o valor característico da ação permanente;
Qk,i é o valor característico de uma das ações variáveis;
Qk,1 é o valor característico da ação variável mais desfavorável;
Ak é o valor característico da ação acidental;
γG é o fator parcial de segurança para ações permanentes;
γQ é o fator parcial de segurança para ações variáveis;
γA é o fator parcial de segurança para ações acidentais.
2.2.5. COMBINAÇÕES DE AÇÕES PARA ESTADO LIMITE DE SERVIÇO
Dentre as equações abaixo a que converter-se no maior valor deve ser selecionada:
• Considerando apenas a ação variável mais desfavorável:
∑ γG Gk + γQ Q k,1 (5)
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
𝑊𝑑 𝐿 2⁄ 𝛽
𝑀𝐸𝑑 = 𝛽𝑚 (1 − 3 𝜃 )
8 2𝐸𝐼𝑏 (7)
𝛽𝑚 (1 + )
𝑘𝑒 𝐿
Onde:
𝑘𝑏
𝑘𝑒 =
𝑘 ℎ (8)
1+ 𝑏
3𝐸𝐼𝑐
Em estantes de construção e carregamento regulares, quando considerada uma base móvel, temos:
𝑊𝑑 2∅𝑊𝑑 ℎ(3𝑛𝑠 − 1)
𝐹𝐸𝑑 = + 𝛽 (10)
2 4𝐿
Quando são estantes de construção e carregamento regulares, com base semirrígida, temos:
𝑊𝑑 2∅𝑊𝑑 ℎ(2𝑛𝑠 − 1)
𝐹𝐸𝑑 = + 𝛽 (11)
2 4𝐿
∅ é a imperfeição geométrica;
ns é o número de andares de vigas.
c) Dimensionamento à resistência com respeito a distorção na alma:
Para evitar rotura, distorção ou encurvadura na alma sujeita a reação do apoio ou a outra carga
transversal local aplicada através do banzo, o esforço transverso FEd deve satisfazer a seguinte regra:
FEd ≤ Fω, Rd (12)
Onde:
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
r I ∅ 2
∝ t 2 √Fyb E(1 − 0,1√ t ) [0,5 + √0,02 ta ] (2,4 + (90) )
(13)
Fω,Rd =
γM
Fw,Rd é a resistência transversal local da alma da secção transversal;
α é o coeficiente para a categoria relevante;
t é a espessura;
Fyb é a resistência básica de cedência;
r é o raio interno do canto;
Ia é capacidade efetiva de suporte para a categoria relevante;
Φ é a inclinação da alma referente aos banzos (em degraus).
d) Dimensionamento à resistência quanto ao esforço transverso:
O esforço transverso Vb,Rd deve ser determinado da seguinte forma, de acordo com a norma EN 1993-
1-3 [3]:
ℎ𝑤
𝑡𝑓
𝑠𝑖𝑛∅ 𝑏𝑣 (14)
𝑉𝑏,𝑅𝑑 =
𝛾𝑀
Onde:
fbv é o esforço transverso considerando encurvadura de acordo com a Tabela 6.1 presente na EN 1993-
1-3 [3];
hw é a altura da alma entre os eixos dos banzos.
e) Combinação entre esforço transverso, esforço axial e momento fletor:
Para o caso da combinação entre o esforço transverso VEd, esforço axial NEd e momento fletor MEd, será
necessário efetuar os cálculos a seguir atendendo a critérios da norma EN 1993-1-3 [3], caso o esforço
transverso atuante não seja menor ou igual a metade do esforço transverso resistente:
2
𝑁𝐸𝑑 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑀𝑓,𝑅𝑑 2𝑉𝐸𝑑
+ + (1 − )( − 1) ≤ 1 (15)
𝑁𝑅𝑑 𝑀𝑦,𝑅𝑑 𝑀𝑝𝑙,𝑅𝑑 𝑉𝑤,𝑅𝑑
Onde:
NRd é a resistência de cálculo da secção transversal para uma tensão uniforme ou compressão;
My,Rd é o momento resistente de cálculo da secção transversal;
Vw,Rd é a resistência de cálculo da alma ao esforço transverso;
Mf,Rd é o momento resistente da secção transversal constituído somente das áreas efetivas dos banzos;
Mpl,Rd é o momento plástico resistente da secção transversal.
f) Combinação entre momento fletor e carga pontual ou reação do apoio:
Combinação entre o momento fletor e um esforço transverso local devido a uma carga pontual ou a
reação do apoio de acordo com a norma EN 1993-1-3 [3]:
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
𝑀𝐸𝑑
≤1 (16)
𝑀𝑐,𝑅𝑑
𝐹𝐸𝑑
≤1 (17)
𝑅𝑤,𝑅𝑑
𝑀𝐸𝑑 𝐹𝐸𝑑
+ ≤ 1,25 (18)
𝑀𝑐,𝑅𝑑 𝑅𝑤,𝑅𝑑
Onde:
Mc,Rd é o momento resistente da secção transversal;
Rw,Rd é o valor apropriado da resistência da alma ao esforço transverso local.
g) Limite de deformação da viga para o estado limite de serviço
De acordo com a cláusula 11.2 da norma EN 15512 [1] a deformação vertical da viga não deve
ultrapassar o limite de L/200, onde L é o comprimento da viga.
5𝑊𝑠𝑒𝑟 𝐿3 0.8𝛽𝜃
∆𝑚𝑎𝑥 = 𝛽∆ (1 − ) (19)
384𝐸𝐼𝑏 2𝐸𝐼𝑏
𝛽∆ [1 + ]
𝑘 𝐿 𝑒
Onde:
Wser se refere ao carregamento na viga para o Estado Limite de Serviço
2.2.6.2. DIMENSIONAMENTO DAS COLUNAS
As regras de dimensionamento que serão expostas a seguir não são aplicáveis para elementos com
perfurações, para tais elementos a EN 15512 [1] recomenda que sejam realizados ensaios laboratoriais
ou que sejam produzidos modelos de elementos finitos, a fim de obter as resistências do elemento.
a) Verificação da secção transversal submetida somente à compressão:
𝑁𝐸𝑑 ≤ 𝑁𝑐,𝑅𝑑 (20)
𝑓𝑦 𝐴𝑒𝑓𝑓
𝑁𝑐,𝑅𝑑 = (21)
𝛾𝑀
Onde:
NEd é a força de compressão devido a carga de cálculo;
Nc,Rd é a resistência da secção transversal ao esforço axial;
Aeff é a área efetiva da secção transversal sob compressão uniforme;
γM é o fator de segurança parcial referente ao material de acordo com a Tabela 3 da EN 15512 [1];
Fy é a resistência à cedência.
b) Dimensionamento da resistência considerando encurvadura por compressão:
De acordo com a secção 9.4 da EN 15512 [1], a resistência de cálculo a encurvadura Nb,Rd, deve ser
determinada por:
χ𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦
𝑁𝑏,𝑅𝑑 = = χ𝑁𝑐,𝑅𝑑 (22)
𝛾𝑀
13
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
1
χ= ̅2
mas, χ ≤ 1 (23)
∅+√∅2 −𝜆
𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦 𝜆
𝜆̅ = √ = √𝛽1 (25)
𝑁𝑐𝑟 𝜆1
𝐴𝑒𝑓𝑓
𝛽1 = (26)
𝐴𝑔
𝐸
𝜆1 = 𝜋√ (27)
𝑓𝑦
𝜋𝐸𝐼𝑒𝑓𝑓
𝑁𝑐𝑟 = (28)
(𝐾𝐿)2
Onde:
Ag é a área bruta da secção transversal;
Ncr é a força axial crítica para a encurvadura por flexão da secção transversal;
λ é o índice esbelteza para o modo de encurvadura relevante para a análise = l/id
l é o comprimento de encurvadura
id é o raio de giração referente a secção bruta do eixo mais fraco;
α é o fator de imperfeição;
L é o comprimento da coluna;
E é o módulo de elasticidade;
K é fator do comprimento efetivo;
𝜆̅ é o índice de esbelteza referente a encurvadura por flexão.
c) Encurvadura por torção e flexo-torção:
Na cláusula 9.7.5 da norma EN 15512 [1], é demonstrado pelas equações a seguir, como deve ser feito
o dimensionamento perante a encurvadura ocasionado por torção ou flexo-torção. Os valores
encontrados para Ncr,T, Ncr,FT devem ser comparados ao Ncr, encontrado para elementos sujeitos a
encurvadura por compressão, e o menor entre os três valores deve ser o escolhido para dar
prosseguimento aos cálculos:
1 𝜋 2 𝐸𝐼𝑤
𝑁𝑐𝑟,𝑇 = 2 (𝐺𝐼𝑇 + 2 ) (29)
𝑖𝑜 𝐿𝑒𝑇
2
𝑁𝑐𝑟,𝑦 𝑁𝑐𝑟,𝑇 𝑁𝑐𝑟,𝑇 𝑦𝑜 2 𝑁𝑐𝑟,𝑇
𝑁𝑐𝑟,𝐹𝑇 = [1 + − √(1 − ) + 4( ) ] (30)
2𝛽 𝑁𝑐𝑟,𝑦 𝑁𝑐𝑟,𝑦 𝑖𝑜 𝑁𝑐𝑟,𝑦
𝑦𝑜 2
𝛽 =1−( ) (31)
𝑖𝑜
𝑖𝑜2 = 𝑖𝑦2 + 𝑖𝑧2 + 𝑦𝑜2 (32)
14
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Onde:
Ncr,T é a carga crítica para encurvadura por torção;
Ncr,FT é a carga crítica para encurvadura por flexo-torção;
Ncr,y é a carga crítica para encurvadura por flexão em torno do eixo y;
G é o módulo de distorção;
IT é a inércia à torção da secção bruta;
Iw é a inércia ao empenamento da secção bruta;
LeT é o comprimento de encurvadura do membro sujeito a encurvadura por torção.
Recomendações de dimensionamento para a combinação entre flexão e esforço axial:
a) Flexão e compressão axial:
Deve ser verificado o dimensionamento da secção transversal da coluna sujeito tanto a flexão quanto a
um esforço axial, através da seguinte equação:
𝑁𝐸𝑑 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑀𝑧,𝐸𝑑
+ + ≤1 (33)
𝑁𝑐,𝑅𝑑 𝑀𝑐,𝑦,𝑅𝑑 𝑀𝑐,𝑧,𝑅𝑑
Onde:
NEd é a força de compressão devida carga de cálculo;
Nc,Rd é a resistência da secção transversal ao esforço axial;
My,Ed é momento fletor de cálculo em torno o eixo y;
Mz,Ed é momento fletor de cálculo em torno o eixo z;
Mc,y,Ed é momento fletor resistente da secção transversal em torno o eixo y;
Mc,z,Ed é momento fletor resistente da secção transversal em torno o eixo z;
b) Flexão e compressão axial sem encurvadura lateral-torsional:
𝑁𝐸𝑑 𝑘𝑦 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑘𝑧 𝑀𝑧,𝐸𝑑
+ + ≤1
χ𝑚𝑖𝑛 𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑦 𝑓𝑦 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑧 𝑓𝑦 (34)
𝛾𝑀 𝛾𝑀 𝛾𝑀
Onde:
ky e kz são fatores de interação;
χmin é o menor valor para o fator de redução do modo de encurvadura analisado em torno do eixo y e z;
Weff,y é o módulo de flexão da secção transversal efetiva em torno do eixo y;
Weff,z é o módulo de flexão da secção transversal efetiva em torno do eixo z;
c) Flexão e compressão axial com encurvadura lateral-torsional:
𝑁𝐸𝑑 𝑘𝐿𝑇 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑘𝑧 𝑀𝑧,𝐸𝑑
+ + ≤1
χ𝑚𝑖𝑛 𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦 χ𝐿𝑇 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑦 𝑓𝑦 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑧 𝑓𝑦 (35)
𝛾𝑀 𝛾𝑀 𝛾𝑀
Onde:
15
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
16
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
2.2.6.4. ENSAIO À COMPRESSÃO DE UMA COLUNA – CHECAGEM DOS EFEITOS DA ENCURVADURA DISTORCIONAL
Este ensaio tem o propósito de determinar a influência do modo de encurvadura distorcional na
capacidade resistente ao esforço axial da secção transversal da coluna. Os extremos devem estar restritos
de tal forma que resistam a possíveis rotações, estas restrições não devem oferecer nenhuma resistência
adicional a distorção da secção-
O esforço axial deve ser transmitido através de um sistema de rolamentos tanto na base quanto no topo,
estes rolamentos devem estar posicionados no mesmo sentido em relação a secção transversal e devem
ser ajustados para que fiquem na posição que resulte na maior carga de rotura. Os resultados obtidos
devem ser corrigidos em relação a resistência à cedência do material e sua espessura.
17
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
18
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
3
MODELO DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA
3.1. INTRODUÇÃO
Seguindo a exigência feita pela norma EN 15512 [1] para o dimensionamento de secções transversais
com furos, este capítulo apresentará um modelo de análise não-linear realizado com elementos verticais
com e sem furos.
O principal objetivo é o de compreender melhor a influência dos furos na resistência do elemento, e o
por-quê de a norma exigir a modelação em elementos finitos ou a realização de ensaios laboratoriais
para estimar a capacidade resistente da peça perfurada.
É disposto na cláusula A.2.1.2 da EN 15512 [1] uma alternativa de ensaio à compressão de uma coluna
qualquer. A partir disso foi elaborado um modelo de elementos finitos, que buscou seguir à risca todas
as exigências da norma com o propósito de reproduzir em software o que seria um ensaio laboratorial.
Num primeiro momento foi modelado um perfil sem furos para que os resultados obtidos fossem
validados com o que é proposto pela norma EN 1993 1-3 [3], para além de permitir efetuar uma análise
de sensibilidade aos parâmetros envolvidos na modelação.
Neste contexto, foram produzidas análises não-lineares de elementos verticais com diferentes
disposições de furos ao longo de toda a secção transversal, de modo que fosse possível extrair do modelo
parâmetros que permitissem um melhor entendimento do efeito das perfurações no comportamento dos
elementos estruturais.
3.2. ABAQUS
O ABAQUS [2] é um software capaz de realizar análises não-lineares através do método dos elementos
finitos, preparado para resolver uma série de problemas de engenharia. O programa é composto por 3
principais produtos, são eles:
• ABAQUS/CAE – é o mais comum de ser utilizado para modelações;
19
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
20
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
LARGURA ESPESSURA Ag
CÓDIGO ALTURA (mm)
(mm) (mm) (mm2)
COLUNA I 74 69 2 490,58
COLUNA II 99 69 2 500,58
CHAPAS
100 100 30 10000
METÁLICAS I
CHAPAS
130 100 30 13000
METÁLICAS II
(c) Coluna com furos na alma e nos banzos (d) Modelo completo
21
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
(a) Pormenor da modelação dos furos na alma (b) Pormenor da modelação dos furos nos banzos
Fig. 8 - Pormenorização dos furos no elemento
As peças presentes na figura acima foram modeladas como casca do tipo S4R, assim é possível poupar
tempo computacional, por meio de elementos finos com menos elementos de malha, e apresentar
resultados bastante fiáveis.
3.3.2. DEFINIÇÃO DAS PROPRIEDADES DO MATERIAL
O material designado para a análise das colunas, AEF, possui um módulo de Young de 210 GPa e um
coeficiente de Poisson de 0,3 para caracterização do comportamento na zona elástica. Na caracterização
da zona plástica, o ABAQUS [2] trabalha com a curva de tensão e extensão verdadeira. Para as colunas,
foram assumidos três valores para tensão de cedência: 355 MPa, 275 MPa e 235 MPa. Para este estudo
foi assumido um endurecimento reduzido, portanto, foi utilizado uma extensão plástica de 0,0001 m
com uma pequena extensão plástica de 0,0001 de modo que fossem obtidos resultados que não levassem
em conta o endurecimento na fase plástica. Já para as chapas metálicas, foram consideradas uma
resistência última de 1 GPa sem extensão plástica, tendo como objetivo que os elementos fossem
bastante resistentes e que não sofressem deformações a partir da aplicação da força constante de
compressão. Além disto, ambos os materiais incluídos para análise foram considerados como
isotrópicos. Na Figura 8 consta como são incluídas as propriedades no ABAQUS [2].
22
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
23
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
24
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
seja selecionada a opção para que se leve em conta os efeitos não-lineares. Como critério para que a
análise seja interrompida é definido um deslocamento axial de 0,1L na direção em que a carga está
sendo aplicada.
25
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
26
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Para a discretização da malha dos elementos perfurados, fez-se necessária a partição de toda a peça
procurando separar as regiões com furos entre si, como pode ser observado nas figuras 13 e 14. O
objetivo de efetuar esta partição foi ir em busca de uma caracterização da malha o mais próxima
possível da regularidade, para que novamente fosse garantida a fiabilidade dos resultados obtidos
através dos modelos.
Fig. 14 - Modelo com furos na alma e nos banzos com a malha discretizada
(a) Pormenor da malha nas zonas com furos na alma (b) Pormenor da malha nas zonas com furos nos
banzos
Fig. 15 - Pormenorização da malha nas zonas do modelo com furos
27
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
28
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
29
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
sem furos. Com a secção transversal desenhada, o material e o tipo formação escolhidos, o programa é
capaz de fornecer ao projetista um documento com todas as propriedades do material como áreas e
inércias efetivas, módulos de flexão, etc. No Anexo A.2. estão os documentos gerados com as
propriedades das secções transversais sem furos, utilizadas neste estudo para o dimensionamento das
secções de acordo com o que é proposto pela EN 15512 [1]. Nas figuras 17 e 18 estão as propriedades
das secções estudadas.
30
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
31
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
32
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
4
Estudo Paramétrico
4.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo será feito um estudo paramétrico com o objetivo de, numa primeira fase, validar os
resultados obtidos através do modelo numérico desenvolvido em ABAQUS [2]. Para isso serão
comparados os valores alcançados através do modelo de dimensionamento proposto pela EN 15512 [1]
para colunas sem perfurações, com os resultados fornecidos pelo software SCIA Engineer [8].
Concluída a validação, se juntará à análise também, os resultados dos modelos com furos, que seguiram
rigorosamente a mesma estratégia de modelação. Estas comparações têm como objetivo obter um
melhor entendimento a respeito do comportamento do elemento com furos.
33
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
desenvolvimento de encurvadura global do elemento. Deste modo foi possível, dividindo a força
máxima apontada pelo programa pela tensão de cedência dos perfis, foi possível estimar a Aeff da
estrutura e compará-la com a teórica determinada com o software SCIA Engineer [8]. Assim como,
também, comparar a mesma força máxima fornecida pelo software com a obtida com base na EN 15512
[1]. As figuras 20 e 21 apresentam as deformadas e as curvas força x deslocamento dos perfis sem furos
de 0,25 m.
(a) Deformada do perfil 1 sem furos de 0,25 m (b) Deformada do perfil 2 sem furos de 0,25 m
Fig. 21 - Deformadas dos perfis sem furos de 0,25 m
100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)
34
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
120
100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)
Nas Tabela 2 estão os resultados encontrados a partir da norma EN 15512 [1] e dos perfis modelados no
software ABAQUS [2]. Enquanto que na Tabela 3 estão as relações entre os resultados obtidos.
Tabela 2 - Resultados dos elementos sob compressão simples (EN 15512 x ABAQUS)
Como pode ser observado, na Tabela 2, os valores de Aeff encontrados através da modelação numérica
foram bastante próximos aos utilizados para o dimensionamento de acordo com a norma EN 15512 [1]
a maior diferença foi encontrada para o perfil de secção transversal 2 com o valor de, aproximadamente,
4,85%. A relação entre as Aeff e Ag, mostrada na Tabela 3 também seguiu a mesma lógica e apresentou
valores parecidos, novamente sendo a secção transversal 2 a que apresentou a maior diferença, cerca de
7,5%.
4.2.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA
Desta maneira seguiu-se para a análise dos elementos com 𝜆̅ superior a 0,25, quando já existe o efeito
da encurvadura por compressão e se faz necessário a consideração do fator de redução χ. Levando em
35
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
conta os referidos efeitos, é hora de analisar as resistências, Nb,Rd, e os fatores de redução, χ, de peças
com 1,0 m de comprimento e 𝜆̅ próximo de 0,50. Nas figuras 22 e 23 estão, respetivamente, as
deformadas e as curvas força x deslocamentos dos perfis de 1,0 m.
(a) Deformada do perfil 1 sem furos de 1,0 m (b) Deformada do perfil 2 sem furos de 1,0 m
Fig. 23 - Deformada dos perfis sem furos de 1,0 m
100
80
60
40
20
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
Deslocamento (m)
36
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Como no caso da compressão pura, a Tabela 4 mostra que os resultados encontrados em ABAQUS [2]
novamente não estiveram distantes dos obtidos de acordo com a norma EN 15512 [1].
Tabela 4 - Resultados dos elementos, de secção cheia, sob encurvadura (EN 15512 x ABAQUS)
χABAQUS Nb,Rd,ABAQUS
Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,ABAQUS
Código 𝜆̅ χEN15512 χABAQUS / /
(kN) (kN)
χEN15512 Nb,Rd,EN15512
O fator de redução foi ligeiramente superior no software numérico, apresentando 3,5% para o tipo de
secção 1 e 2,5% para o tipo 2. Já as cargas de resistência para a secção do tipo 1 foi apenas 1,6% a mais
que a prevista em norma, enquanto que a da secção tipo 2, somente 2,5%.
4.2.3. ELEMENTOS SUJEITOS À ENCURVADURA TORSIONAL
Na Tabela 5, são apresentados os resultados obtidos para as peças que estão sob efeito da encurvadura
torsional, foram consideradas estruturas com um comprimento de 2,2 m e 3,0 m. Enquanto que nas
figuras 24 e 25 estão as deformadas e as curvas força x deslocamento dos perfis referidos acima.
37
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
(a) Deformada do perfil 1 sem furos de 2,2 m (b) Deformada do perfil 2 sem furos de 2,2 m
(c) Deformada do perfil 1 sem furos de 3,0 m (d) Deformada do perfil 2 sem furos de 3,0 m
Fig. 25- Deformada dos perfis sem furos de 2,2 m e 3,0 m
38
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
100
80
Força (kN)
60
40
20
0
0 0.03 0.06 0.09 0.12 0.15 0.18 0.21 0.24 0.27 0.3 0.33
100
80
60
40
20
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
L = 2.2m L = 3.0m Deslocamento (m)
Tabela 5 - Resultados dos elementos, de secção cheia, sob encurvadura torsional (EN 15512 x ABAQUS)
χ ABAQUS Nb,Rd,ABAQUS
Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,ABAQUS
Código 𝜆̅ χ EN15512 χ ABAQUS / /
(kN) (kN)
χ EN15512 Nb,Rd,EN15512
Para estes casos, os valores encontrados para a resistência Nb,Rd em ABAQUS [2] são bastante superiores
aos encontrados através do dimensionamento da norma. Os valores variam entre 16% a mais de
capacidade resistente para o modelo da secção transversal 1 de 2,2 m, a 69% a mais para o modelo da
39
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
secção transversal 2 com 3,0 m de comprimento. Esta diferença mais expressiva de valores vem de
fatores de redução, recomendados pela norma, mais rígidos que os encontrados por meio da modelação
numérica.
(a) Deformada do perfil 1 de 0,25 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 0,25 m com furos
40
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
(c) Deformada do perfil 1 de 0,25 com furos (d) Deformada do perfil 2 de 0,25 m com furos apenas
apenas na alma na alma
(e) Deformada do perfil 1 de 0,25 com furos (f) Deformada do perfil 2 de 0,25 m com furos apenas
apenas nos banzos nos banzos
Fig. 27 - Deformadas dos perfis de 0,25 m com os três tipos de disposição dos furos
100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)
FT FA FB
(a) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 1 de 0,25 m com furos
41
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)
FT FA FB
(b) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 2 de 0,25 m com furos
A Tabela 6 traz os modelos estudados do aço S355, com diferentes disposições de furos ao longo do seu
comprimento. Com ela foi possível tomar algumas notas importantes a respeito das relações entre as
perfurações e a capacidade resistente da peça.
Tabela 6 - Resultados dos elementos, de secção perfurada, sob compressão simples
Vretirada
VTotal VRetirado Aeff Nc,Rd Aeff / Aeff /
Código / VTotal
(mm3) (mm3) (mm2) (kN) Aeff,EN15512 Aeff,SF,ABAQUS
(%)
Os casos onde foram modelados furos tanto na alma quanto nos banzos, apresentando, portanto, um
maior volume retirado da estrutura, foram os que obtiveram as maiores reduções na área efetiva da
secção, cerca de 24% com uma diminuição de 5,41% no volume total para a secção transversal do tipo
1 e, aproximadamente 25% com 4,92% do volume total da peça retirado.
Outra relação importante a se notar foi entre os perfis com furos realizados apenas na alma e os perfis
com furos localizados apenas nos banzos. Apesar capacidades resistentes à compressão bastante
semelhantes, o volume retirado nos modelos FA é um pouco superior ao dobro do que foi retirado nos
modelos FB. Desta forma, é possível referir que no caso deste estudo as perfurações realizadas no banzo
42
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
influenciam mais nas áreas efetivas, consequentemente também na capacidade resistente da peça, Nc,Rd,
do que as perfurações realizadas na alma dos perfis.
4.3.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA
As estruturas apresentadas nas figuras 28 e 29 são de 1,0 m de comprimento e apresentam 𝜆̅ superiores
a 0,2 fazendo com que seja necessário levar em conta os efeitos da encurvadura na peça. Esta
consideração é feita com a utilização de fatores de redução χ para o cálculo do valor da resistência à
encurvadura, Nb,Rd.
(a) Deformada do perfil 1 de 1,0 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 1,0 m com furos
(c) Deformada do perfil 1 de 1,0 com furos apenas na (d) Deformada do perfil 2 de 1,0 m com furos apenas
alma na alma
43
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
(e) Deformada do perfil 1 de 1,0 com furos apenas (e) Deformada do perfil 2 de 1,0 m com furos apenas
nos banzos nos banzos
100
80
60
40
20
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
Deslocamento (m)
FT FA FB
(a) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 1 de 1,0 m com furos
44
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
100
80
60
40
20
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
Deslocamento (m)
FT FA FB
(b) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 2 de 1,0 m com furos
Fig. 30 - Gráficos Força x Deslocamento dos modelos de 1,0 m com perfurações
Na Tabela 7 estão os resultados dos perfis com furos obtidos a partir da modelação no software
ABAQUS [2] e as relações com os resultados dos perfis sem furos dimensionados de acordo com a
norma EN 15512 [1].
Tabela 7 - Resultados obtidos para os modelos de 1,0 m com furos
χ FX χ FX Nb,Rd Nb,Rd
Código χ Nb,Rd (kN) / / / /
χ EN15512 χ SF,ABAQUS Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,SF,ABAQUS
Através dos resultados apresentados na Tabela 7 é possível concluir que os fatores de redução, χ,
encontrados para os modelos sem furos foram bastante semelhantes aos alcançados nos modelos com
furos. Acontecendo a maior diferença quando comparado aos valores obtidos com a norma EN 15512
[1] para os modelos com furos nos banzos, com valores superiores a 6%.
Conforme esperado, as maiores diminuições na capacidade resistente, Nb,Rd, encontradas pela introdução
de furos na secção transversal do elemento, foram nos modelos com uma maior quantidade de volume
retirada. Os modelos que continham furos tanto na alma quanto nos banzos apresentaram uma redução
no Nb,Rd, quando comparados aos modelos sem furos, de um pouco mais que 20% tanto para os que
seguiram as regras de dimensionamento da norma EN 15512 [1] quanto com os obtidos em ABAQUS
[2]. Os modelos com furos apenas nos banzos, foram os que demonstraram uma menor redução nas
45
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
respetivas capacidades resistentes, menos de 10% inferior aos valores alcançados pelos modelos com
secção transversal cheia.
4.3.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA TORSIONAL
As peças que estiveram sujeitas aos efeitos da encurvadura torsional foram as com um 𝜆̅ superior a 1,
tendo os modelos estudados, respetivamente, 2,2 m e 3 m. Nas figuras abaixo são apresentadas as
deformações dos perfis e as curvas força x deslocamento obtidas a partir da modelação destes perfis
com furos conforme feito anteriormente.
(a) Deformada do perfil 1 de 2,2 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 2,2 m com furos
46
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
(c) Deformada do perfil 1 de 2,2 com furos apenas na (d) Deformada do perfil 2 de 2,2 m com furos apenas
alma na alma
(e) Deformada do perfil 1 de 2,2 com furos apenas (e) Deformada do perfil 2 de 2,2 m com furos apenas
nos banzos nos banzos
Fig. 31 - Deformadas dos perfis de 2,2 m com diferentes disposições de furos
(a) Deformada do perfil 1 de 3,0 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 3,0 m com furos
47
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
(c) Deformada do perfil 1 de 3,0 com furos apenas na (d) Deformada do perfil 2 de 3,0 m com furos apenas
alma na alma
(e) Deformada do perfil 1 de 3,0 com furos apenas (e) Deformada do perfil 2 de 3,0 m com furos apenas
nos banzos nos banzos
Fig. 32 - Deformadas dos perfis de 3,0 m com diferentes disposições de furos
48
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
(a) C1FX3552.2
80
60
40
20
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
Deslocamento (m)
FT FA FB
(b) C2FX3552.2
Fig. 33 - Gráficos Força x Deslocamento dos modelos de 2,2 m com perfurações
40
30
20
10
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Deslocamento (m)
FT FA
(a) C1FX3553.0
49
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
100
80
Força (kN)
60
40
20
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Deslocamento (m)
FT FA FB
(b) C2FX3553.0
Fig. 34 - Gráficos Força x Deslocamento dos modelos de 3,0 m com perfurações
Nas tabelas 8 e 9 estão os resultados dos perfis referidos acima, obtidos a partir da modelação no
software ABAQUS [2] e as relações com os resultados dos perfis sem furos dimensionados de acordo
com a norma EN 15512 [1].
Tabela 8 - Resultados obtidos para os modelos de 2,2 m com furos
χ FX χ FX Nb,Rd Nb,Rd
Código χ Nb,Rd (kN) / / / /
χ EN15512 χ SF,ABAQUS Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,SF,ABAQUS
χ FX χ FX Nb,Rd Nb,Rd
Nb,Rd
Código χ / / / /
(kN)
χ EN15512 χ SF,ABAQUS Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,SF,ABAQUS
50
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Com base nos resultados apresentados nas Tabelas 8 e 9 é possível efetuar duas observações que foram
constatadas para as peças de 1,0 e 0,25 m. Elas são referentes à capacidade resistente, Nb,Rd, os fatores
de redução, χ, e as disposições dos furos. Os perfis com furos apenas nos banzos apresentaram maior
resistência, com valores de Nb,Rd próximos aos obtidos com os perfis sem furos. Enquanto que as secções
com furos apenas na alma apresentaram os maiores fatores de redução, o que leva ao entendimento de
que são mais instáveis que as outras.
Na relação entre as capacidades resistentes dos elementos modelados em ABAQUS [2] com e sem furos,
é possível observar que para todos os comprimentos utilizados, foram reduzidas aproximadamente na
mesma proporção a capacidade resistente da peça sem furos para a perfurada, sendo assim, as diferenças
nas capacidades resistente são apenas dependentes das áreas efetivas. Já quando comparadas com os
valores obtidos através do método de dimensionamento proposto pela EN 15512 [1] fica nítido o teor
conservativo da norma apontando valores cada vez mais inferiores, aos encontrados através do software,
conforme as dimensões da peça aumentam.
51
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
52
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. CONCLUSÕES
Esta dissertação apresentou um estudo relativo à análise e dimensionamento de estantes industriais
metálicas. Foi possível constatar o teor conservativo associado às normas EN 15512 [1] e EN 1993-1-3
[3] no que diz respeito a peças sem furos com comprimentos maiores, esbeltezas normalizadas
superiores a 1, conduzindo a capacidades resistentes subdimensionadas.
Na análise da capacidade resistente dos elementos com e sem furos modelados em ABAQUS [2]
percebeu-se que apesar de diferentes comprimentos, que faz com que os valores referentes as esbeltezas
normalizadas mudem para cada perfil metálico em estudo, não houve uma diferença significativa entre
os resultados. Já quando comparadas aos elementos dimensionados de acordo com a norma, reafirmou-
se o caráter conservativo da norma com valores, novamente, cada vez mais distantes conforme o
comprimento das peças vai aumentando.
No caso das disposições dos furos na secção transversal, comprovou-se a sua relevância referente tanto
à capacidade resistente da peça, quanto à estabilidade. As peças com furos apenas nos banzos, mostraram
ser mais estáveis, estando associadas a um fator de redução à encurvadura inferior. A capacidade
resistente não mostrou ser diretamente proporcional ao volume retirado das secções, pois os modelos
com furos apenas na alma mostraram ser mais sensíveis as perfurações que os modelos com furos apenas
nos banzos.
Fica registada a importância de ensaios laboratoriais ou modelos numéricos em softwares, para o
dimensionamento das peças perfuradas já que sem estas abordagens fica inviável a estimativa das
propriedades efetivas dos perfis metálicos perfurados.
53
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
54
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Structural Design. European Committee for Standardization, Brussels, 2009.
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Standardization, Brussels, 2006.
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Committee for Standardization, Brussels, 2008.
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55
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
[18] Barreta, C.E.A.S. Interacção entre Instabilidade Local-de-Placa e Distorcional em Colunas de Aço
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[23] http://www.dpfiltersystems.com/pallet-racking/. 28/06/2020.
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
ANEXOS
A.1. SECÇÕES TRANSVERSAIS E DISPOSIÇÃO DOS FUROS
57
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
0,25
𝜆𝑦 = = 10
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6
10
𝜆̅ = × √0,97095 = 0,12896
76,40915
58
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Para o C2SF3550.25:
0,25
𝜆𝑦 = = 10
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6
10
𝜆̅ = × √0,97364 = 0,12914
76,40915
Para o C1SF3551.0:
1
𝜆𝑦 = = 40
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6
40
𝜆̅ = × √0,97095 = 0,51584
76,40915
1
𝜒= = 0,87713
0,68674 + √0,686742 − 0,515842
Para o C2SF3551.0:
59
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
1
𝜆𝑦 = = 40
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6
40
𝜆̅ = × √0,97364 = 0,51655
76,40915
1
𝜒= = 0,87681
0,68723 + √0,686742 − 0,516552
Para o C1SF3552.2:
2,2
𝜆𝑦 = = 88
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6
88
𝜆̅ = × √0,97095 = 1,13484
76,40915
1
𝜒= = 0,51471
1,30286 + √1,302862 − 1,134842
60
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Para o C2SF3552.2:
2,2
𝜆𝑦 = = 88
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6
88
𝜆̅ = × √0,97364 = 1,13641
76,40915
1
𝜒= = 0,87681
1,30491 + √1,304912 − 1,136412
Para o C1SF3553.0:
3,0
𝜆𝑦 = = 120
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6
120
𝜆̅ = × √0,97095 = 1,54752
76,40915
1
𝜒= = 0,32532
1,92648 + √1,926482 − 1,547522
61
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Para o C2SF3553.0:
3,0
𝜆𝑦 = = 120
25 × 10−3
210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103
526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6
120
𝜆̅ = × √0,97364 = 1,54966
76,40915
1
𝜒= = 0,87681
1,93016 + √1,930162 − 1,549662
62
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
177,79
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 500,82 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C2FT3550.25:
141,58
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 398,82 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C2FA3550.25:
159,64
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 449,69 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C2FB3550.25:
159,45
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 449,15 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C1SF3551.0:
150,70
𝜒= = 0,90772
166,02
Para o C2SF3551.0:
159,76
𝜒= = 0,89859
177,79
Para o C1FT3551.0:
117,32
𝜒= = 0,91094
128,79
Para o C2FT3551.0:
126,28
𝜒= = 0,89193
141,58
Para o C1FA3551.0:
129,54
𝜒= = 0,88508
146,36
Para o C2FA3551.0:
140,56
𝜒= = 0,88048
159,64
Para o C1FB3551.0:
138,08
𝜒= = 0,93323
147,96
Para o C2FB3551.0:
148,56
𝜒= = 0,93170
159,45
Para o C1SF3552.2:
101,29
𝜒= = 0,61011
166,02
63
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Para o C2SF3552.2:
144,62
𝜒= = 0,81343
177,79
Para o C1FT3552.2:
78,41
𝜒= = 0,60882
128,79
Para o C2FT3552.2:
107,94
𝜒= = 0,76240
141,58
Para o C1FA3552.2:
84,75
𝜒= = 0,57905
146,36
Para o C2FA3552.2:
118,96
𝜒= = 0,74518
159,64
Para o C1FB3552.2:
93,51
𝜒= = 0,63200
147,96
Para o C2FB3552.2:
129,99
𝜒= = 0,81524
159,45
Para o C1SF3553.0:
66,95
𝜒= = 0,40326
166,02
Para o C2SF3553.0:
102,52
𝜒= = 0,57664
177,79
Para o C1FT3553.0:
53,30
𝜒= = 0,41385
128,79
Para o C2FT3553.0:
80,67
𝜒= = 0,56978
141,58
Para o C1FA3553.0:
56,28
𝜒= = 0,38453
146,36
64
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Para o C2FA3553.0:
85,11
𝜒= = 0,53314
159,64
Para o C1FB3553.0:
63,36
𝜒= = 0,42822
147,96
Para o C2FB3553.0:
97,13
𝜒= = 0,60916
159,45
A.4. RESULTADOS PARA OS PERFIS S275 E S235
Resultados dos perfis S275 de 0,25 m:
Aeff,ABAQUS Nc,Rd,ABAQUS
Código
(mm2) (kN)
65
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Nc,Rd,ABAQUS 𝜒
Código
(kN)
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
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