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ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE

ESTANTES INDUSTRIAIS EM ESTRUTURA


METÁLICA

CAIO MARCELO BEZERRA DA SILVA

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de


MESTRE EM ESTRUTURAS DE ENGENHARIA CIVIL

Orientador: Professor Doutor José Miguel de Freitas Castro

JUNHO DE 2020
MESTRADO EM ESTRUTURAS DE ENGENHARIA CIVIL 2019/2020
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
 mestec@fe.up.pt

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO


Rua Dr. Roberto Frias
4200-465 PORTO
Portugal
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Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado
o Autor e feita referência a Mestrado em Estruturas de Engenharia Civil - 2019/2020 -
Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Porto, Portugal, 2020.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de


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Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Aos meus Pais

“O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida


de alguém”
Dalai Lama
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus que iluminou o meu caminho durante toda a minha
jornada, e sem dúvidas sem Ele eu não teria sido capaz.
Quero agradecer também à minha família, aos meus pais que puderam me proporcionar a
oportunidade de estudar em uma universidade tão conceituada como é a Universidade do Porto,
principalmente na área de estruturas da Faculdade de Engenharia. Juntos à minha irmã, a quem eu
também agradeço, me deram bastante apoio durante todo o meu percurso acadêmico, em que pese a
distância física existente, sempre estiveram ao meu lado.
Gostaria de agradecer ao Professor Doutor José Miguel de Freitas Castro, meu orientador nesta
dissertação, por toda atenção dada durante este período, sempre solicito em tirar minhas dúvidas e um
grande incentivador para que este trabalho fosse concretizado.
Por último, mas não menos importante, agradeço aos meus amigos que também estiveram comigo me
dando suporte nos momentos difíceis, foram verdadeiros facilitadores na minha caminhada.

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

RESUMO
Esta dissertação foca-se na análise e dimensionamento de estantes industriais, principalmente na
influência das perfurações ao longo da secção transversal de perfis enformados a frio.
Começa-se a apresentar toda a metodologia definida pela norma EN 15512 [1] para elementos sem furos,
como por exemplo, as cargas que devem ser aplicadas, os tipos de combinação que a norma utiliza em
seus dimensionamentos, verificações de segurança, entre outros. De seguida, com recurso ao software
de análise não-linear, ABAQUS [2], foram modelados perfis metálicos sem furos a fim de validar os
resultados do programa com os obtidos através da norma. Posteriormente, foram modelados perfis com
perfurações, seguindo o mesmo processo de modelação validado anteriormente.
Com os resultados alcançados, foram feitas comparações entre o método de dimensionamento
recomendado pela EN 15512 [1] e o modelo em ABAQUS [2], onde foi possível constatar o caráter
conservativo da norma, principalmente no que concerne a elementos esbeltos, com a diferença entre as
capacidades resistentes das peças chegando a mais de 60% no pior caso. Já na comparação entre os
modelos de elementos finitos, com e sem furos, foi possível constatar que independente da esbelteza da
peça, as capacidades resistentes reduziram de maneira semelhante, cerca de 23% no pior caso. Já no que
diz respeito à estabilidade do perfil metálico a partir da disposição dos furos ao longo da secção
transversal, chegou-se à conclusão de que as estruturas com perfurações nos banzos são mais instáveis
do que os perfis com furos apenas na alma e com furos tanto na alma como nos banzos.

PALAVRAS-CHAVE: Estantes Industriais, Aço Enformado a Frio, Secções Perfuradas, Método dos
Elementos Finitos, Simulação Numérica

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

ABSTRACT
This dissertation aims at a better understanding about the analysis and design of industrial storage racks,
mainly with regard to the influence of perforations along the cross section of steel profiles made from
cold-formed steel.
At first, the methodology presented by the EN 15512 [1] standard for elements without holes is shown,
for example, the loads that must be applied, the types of combinations that the standard uses in its design,
safety checks, among others. Then, with the use of non-linear software, ABAQUS [2], profiles without
holes were first modeled in order to validate the results of the program with those obtained by the
standard. Subsequently, profiles with perforations were analyzed, following the same modeling process
previously validated.
With the results achieved, comparisons were made between the design method recommended by the EN
15512 [1] and the model in ABAQUS [2], where it was possible to verify the conservative character of
the standard, especially with regard to slender elements, with differences between of compressive
resistance reaching more than 60% in the worst case. In the comparison between the finite elements
model, with and without holes, it was possible to verify that, regardless of the profile’s slenderness, the
capacity reduced in a similar way, around 23% in the worst case. With respect to the stability of the
profile from the arrangement of the holes along the cross section, it was concluded that profiles with
perforations in the flanges are more unstable than those with holes only in the web and those with holes
both in the web and in the flanges.

KEYWORDS: Industrial Shelving, Cold-Formed Steel, Perforated Sections, Finite Element Method,
Numerical Simulation

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... I
RESUMO .................................................................................................................................III
ABSTRACT .............................................................................................................................. V

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
1.1. ENQUADRAMENTO GERAL ................................................................................................. 1
1.2. OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO ......................................................................................... 2
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ........................................................................................... 3

2. DIMENSIONAMENTO DE ESTANTES INDUSTRIAIS ............... 5


2.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
2.2. EN 15512 ........................................................................................................................ 6
2.2.1. GENERALIDADES.............................................................................................................................. 6
2.2.2. ESTADOS LIMITES............................................................................................................................ 7
2.2.3. AÇÕES ............................................................................................................................................ 7
2.2.3.1. CARGAS DOS BENS ....................................................................................................................... 8
2.2.3.2. CARGAS VERTICAIS ....................................................................................................................... 8
2.2.3.3. CARGAS HORIZONTAIS .................................................................................................................. 8
2.2.3.4. CARGAS PROVENIENTES DE IMPERFEIÇÕES .................................................................................... 8
2.2.3.5. AÇÕES DEVIDO AO IMPACTO (CARGAS ACIDENTAIS)......................................................................... 9
2.2.4. COMBINAÇÕES DE AÇÕES PARA O ESTADO LIMITE ÚLTIMO .................................................................. 9
2.2.5. COMBINAÇÕES DE AÇÕES PARA ESTADO LIMITE DE SERVIÇO............................................................. 10
2.2.6. ANÁLISE ESTRUTURAL .................................................................................................................... 10
2.2.6.1. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS ...................................................................................................... 11
2.2.6.2. DIMENSIONAMENTO DAS COLUNAS ............................................................................................... 13
2.2.6.3. ENSAIO À COMPRESSÃO DE UMA COLUNA SIMPLES ........................................................................ 16
2.2.6.4. ENSAIO À COMPRESSÃO DE UMA COLUNA – CHECAGEM DOS EFEITOS DA ENCURVADURA
DISTORCIONAL ......................................................................................................................................... 17

3. MODELO DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA ........................................... 19


3.1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 19
3.2. ABAQUS ...................................................................................................................... 19
3.3. MODELAÇÃO EM ABAQUS .................................................................................................... 20
3.3.1. MODELAÇÃO DAS PARTES............................................................................................................... 21
3.3.2. DEFINIÇÃO DAS PROPRIEDADES DO MATERIAL ................................................................................. 22
3.3.3. MONTAGEM DO MODELO................................................................................................................. 23
3.3.4. ETAPAS DA ANÁLISE ....................................................................................................................... 24

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

3.3.5. CARGAS E CONDIÇÕES DE BORDO ................................................................................................... 25


3.3.6. DISCRETIZAÇÃO DA MALHA ............................................................................................................. 26
3.3.7. INCLUSÃO DAS IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS .................................................................................. 28
3.4. PROPRIEDADES DAS SECÇÕES OBTIDAS COM O SOFTWARE SCIA ENGINEER ....................................... 29
3.4.1. DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES .............................................................................................. 29

4. ESTUDO PARAMÉTRICO .................................................................................... 33


4.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 33
4.2. VALIDAÇÃO DO MODELO .............................................................................................................. 33
4.2.1. ELEMENTOS SOB COMPRESSÃO SIMPLES......................................................................................... 33
4.2.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA .................................................................................. 35
4.2.3. ELEMENTOS SUJEITOS À ENCURVADURA TORSIONAL ........................................................................ 37
4.3. ANÁLISE DOS PERFIS METÁLICOS COM FUROS ........................................................................... 40
4.3.1. ESTRUTURA SOB COMPRESSÃO SIMPLES ......................................................................................... 40
4.3.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA TORSIONAL ................................................................. 46

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 53
5.1. CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 53
5.2. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................................. 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 55
ANEXOS................................................................................................................................ 57
A.1. SECÇÕES TRANSVERSAIS E DISPOSIÇÃO DOS FUROS ......................................................................... 57
A.2. PROPRIEDADES EFETIVAS PELO SCIA .............................................................................................. 58
A.3. DIMENSIONAMENTO DE ACORDO COM A EN 15512 ............................................................................ 58
A.3.1. ELEMENTOS TEÓRICOS COM SECÇÕES SEM FUROS.......................................................................... 58
A.3.2. ELEMENTOS EM ABAQUS ............................................................................................................. 62
A.4. RESULTADOS PARA OS PERFIS S275 E S235 .................................................................................... 65

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

ÍNDICE DE FIGURAS

FIG. 1 - SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO ................................................................................................................ 6


FIG. 2 - COMPONENTES DAS ESTANTES INDUSTRIAIS ............................................................................................ 6
FIG. 3 - SECÇÕES TRANSVERSAIS DE COLUNAS E VIGAS ....................................................................................... 7
FIG. 4 - FORÇAS HORIZONTAIS EQUIVALENTES ...................................................................................................... 9
FIG. 5 - ENSAIO À COMPRESSÃO DE UMA COLUNA ............................................................................................... 16
FIG. 6 - SECÇÃO TRANSVERSAL TIPO 1 ................................................................................................................ 20
FIG. 7 - PEÇAS MODELADAS PARA SIMULAÇÃO DA ANÁLISE À COMPRESSÃO DE UMA COLUNA ........................... 22
FIG. 8 - PORMENORIZAÇÃO DOS FUROS NO ELEMENTO ....................................................................................... 22
FIG. 9 - PROPRIEDADES DO MATERIAL.................................................................................................................. 23
FIG. 10 – RESTRIÇÕES APLICADAS AO MODELO................................................................................................... 24
FIG. 11 - ETAPAS DE ANÁLISE ............................................................................................................................... 25
FIG. 12 - CARGA E CONDIÇÕES DE BORDO ........................................................................................................... 26
FIG. 13 - MODELO SEM FUROS COM A MALHA DISCRETIZADA .............................................................................. 27
FIG. 14 - MODELO COM FUROS NA ALMA E NOS BANZOS COM A MALHA DISCRETIZADA ...................................... 27
FIG. 15 - PORMENORIZAÇÃO DA MALHA NAS ZONAS DO MODELO COM FUROS.................................................... 27
FIG. 16 - MODOS DE ENCURVADURA .................................................................................................................... 29
FIG. 17 - INSERÇÃO DAS IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS INICIAIS AO MODELO ..................................................... 29
FIG. 18 - PROPRIEDADES DA COLUNA 1 ............................................................................................................... 30
FIG. 19 - PROPRIEDADES DA COLUNA 2 ............................................................................................................... 31
FIG. 20 - CONFIGURAÇÃO DO CÓDIGO PARA IDENTIFICAÇÃO DOS MODELOS ...................................................... 33
FIG. 21 - DEFORMADAS DOS PERFIS SEM FUROS DE 0,25 M ............................................................................... 34
FIG. 22 - GRÁFICOS FORÇA X DESLOCAMENTO DAS PEÇAS SOB COMPRESSÃO SIMPLES .................................. 35
FIG. 23 - DEFORMADA DOS PERFIS SEM FUROS DE 1,0 M.................................................................................... 36
FIG. 24 - GRÁFICOS FORÇA X DESLOCAMENTO DAS PEÇAS COM ENCURVADURA .............................................. 37
FIG. 25- DEFORMADA DOS PERFIS SEM FUROS DE 2,2 M E 3,0 M........................................................................ 38
FIG. 26 - GRÁFICOS FORÇA X DESLOCAMENTO DAS PEÇAS SOB ENCURVADURA TORSIONAL ........................... 39
FIG. 27 - DEFORMADAS DOS PERFIS DE 0,25 M COM OS TRÊS TIPOS DE DISPOSIÇÃO DOS FUROS .................... 41
FIG. 28 - GRÁFICOS FORÇA X DESLOCAMENTO DAS PEÇAS SOB COMPRESSÃO SIMPLES .................................. 42
FIG. 29 - DEFORMADAS DOS PERFIS DE 1,0 M COM DIFERENTES DISPOSIÇÕES DE FUROS ................................ 44
FIG. 30 - GRÁFICOS FORÇA X DESLOCAMENTO DOS MODELOS DE 1,0 M COM PERFURAÇÕES.......................... 45
FIG. 31 - DEFORMADAS DOS PERFIS DE 2,2 M COM DIFERENTES DISPOSIÇÕES DE FUROS ................................ 47
FIG. 32 - DEFORMADAS DOS PERFIS DE 3,0 M COM DIFERENTES DISPOSIÇÕES DE FUROS ................................ 48
FIG. 33 - GRÁFICOS FORÇA X DESLOCAMENTO DOS MODELOS DE 2,2 M COM PERFURAÇÕES.......................... 49
FIG. 34 - GRÁFICOS FORÇA X DESLOCAMENTO DOS MODELOS DE 3,0 M COM PERFURAÇÕES.......................... 50
FIG. 35 - SECÇÕES TRANSVERSAIS 1 E 2, RESPETIVAMENTE ............................................................................. 57
FIG. 36 - DISPOSIÇÃO DOS FUROS ....................................................................................................................... 57
FIG. 37 - PROPRIEDADES EFETIVAS ..................................................................................................................... 58

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 - SECÇÕES TRANSVERSAIS UTILIZADAS ...............................................................................................21
TABELA 2 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS SOB COMPRESSÃO SIMPLES (EN 15512 X ABAQUS) ..................35
TABELA 3 - RELAÇÕES ENTRE ÁREAS (EN 15512 X ABAQUS) .........................................................................35
TABELA 4 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS, DE SECÇÃO CHEIA, SOB ENCURVADURA (EN 15512 X ABAQUS)
......................................................................................................................................................................37
TABELA 5 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS, DE SECÇÃO CHEIA, SOB ENCURVADURA TORSIONAL (EN 15512 X
ABAQUS) ....................................................................................................................................................39
TABELA 6 - RESULTADOS DOS ELEMENTOS, DE SECÇÃO PERFURADA, SOB COMPRESSÃO SIMPLES .................42
TABELA 7 - RESULTADOS OBTIDOS PARA OS MODELOS DE 1,0 M COM FUROS ...................................................45
TABELA 8 - RESULTADOS OBTIDOS PARA OS MODELOS DE 2,2 M COM FUROS ...................................................50
TABELA 9 - RESULTADOS OBTIDOS PARA OS MODELOS DE 3,0 M COM FUROS ...................................................50

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

SÍMBOLOS, ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS


AEF – Aço Enformado à Frio

Aeff – Área efetiva da secção transversal sob compressão uniforme


Aeff,SF,ABAQUS – Área efetiva da secção transversal, sem furos, sob compressão uniforme obtida pelo
software ABAQUS

Aeff,SF,EN15512 – Área efetiva da secção transversal, sem furos, sob compressão uniforme de acordo com
a EN 15512
Ag – Área bruta da secção transversal

Ak - Valor característico da ação acidental

Apv – Carga acidental vertical

E – Módulo de elasticidade

EN – Norma Européia

fbv – Esforço transverso considerando encurvadura


Fw,Rd – Resistência transversal local da alma da secção transversal

Fy – Resistência à cedência do material

Fyb – Resistência básica de cedência


Fu – Resistência última do material

G – Módulo de distorção

Gk – Valor característico da ação permanente

hw – Altura da alma entre os eixos dos banzos

Ia – Capacidade efetiva de suporte para a categoria relevante

id – Raio de giração referente a secção bruta do eixo mais fraco;

IT – Inércia à torção da secção bruta

Iw – Inércia ao empenamento da secção bruta

K – Fator do comprimento efetivo

kN – KiloNewton

kLT – Fator de iteração

ky – Fator de interação
kz – Fator de interação

L – Comprimento da coluna

l – Comprimento de encurvadura
LeT – Comprimento de encurvadura do membro sujeito a encurvadura por torção

MEF – Método dos Elementos Finitos

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Mc,Rd – Momento resistente da secção transversal


MEd – Momento de flexão devido a carga de cálculo

Mf,Rd – Momento resistente da secção transversal constituído somente das áreas efetivas dos banzos

Mpl,Rd – Momento plástico resistente da secção transversal


My,Rd – Momento resistente de cálculo da secção transversal

Ncr – Força axial crítica para a encurvadura por flexão da secção transversal

Ncr,FT – Carga crítica para encurvadura por flexo-torção


Nb,Rd – Resistência da secção transversal a encurvadura

Nb,Rd,ABAQUS – Resistência da secção transversal a encurvadura obtida pelo software ABAQUS

Nb,Rd,EN15512 – Resistência da secção transversal a encurvadura de acordo com a EN 15512


Nc,Rd – Resistência da secção transversal ao esforço axial

Nc,Rd,ABAQUS – Resistência da secção transversal ao esforço axial obtida pelo software ABAQUS

Nc,Rd,EN15512 – Resistência da secção transversal ao esforço axial de acordo com a EN 15512

Ncr,T – Carga crítica para encurvadura por torção

Ncr,y – Carga crítica para encurvadura por flexão em torno do eixo y

NRd – Resistência de cálculo da secção transversal para uma tensão uniforme ou compressão1

NEd – Força de compressão devido a carga de cálculo

r – Raio interno do canto

Rw,Rd – Valor apropriado da resistência da alma ao esforço transverso local

t – Espessura

Qu – Peso da carga unitária

Qk,1 – Valor característico de uma das ações variáveis

Qk,i – Valor característico da ação variável mais desfavorável

VRetirado – Volume retirado do elemento pelos furos

VTotal – Volume total do elemento


Vw,Rd – Resistência de cálculo da alma ao esforço transverso

Weff,y – Módulo de flexão da secção transversal efetiva em torno do eixo y

Weff,z – Módulo de flexão da secção transversal efetiva em torno do eixo z


Wser se refere ao carregamento na viga para o Estado Limite de Serviço
α – Fator de imperfeição

χ – Fator de redução relevante ao modo de encurvadura


χLT – Fator de redução para a encurvadura lateral-torsional

χmin – Menor valor para o fator de redução do modo de encurvadura analisado em torno do eixo y e z

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

γA – Fator parcial de segurança para ações acidentais


γG – Fator parcial de segurança para ações permanentes

γM – Fator parcial de segurança correspondente ao material

γQ – Fator parcial de segurança para ações variáveis


Φ – Inclinação da alma referente aos banzos (em degraus)
∅ – Coeficiente de imperfeição global
λ – Índice esbelteza para o modo de encurvadura relevante para a análise
𝜆̅ – Índice de esbelteza referente a encurvadura por flexão.

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

1
INTRODUÇÃO

1.1. ENQUADRAMENTO GERAL

Com a primeira Revolução Agrícola, ainda nos primórdios da humanidade, os homens realizaram uma
transição de um modo de viver que consistia em tribos nómadas, caçadoras e coletoras para comunidades
agrícolas que viriam a se tornar cidades. Esta mudança gerou a necessidade de armazenar alimentos
buscando estar preparado para os tempos mais difíceis. Locais como celeiros passaram a ser utilizados
para armazenagem de grãos e sementes, tanto para consumo quanto para comércio.
Ao passar do tempo, com o avanço expansionista dos povos, surgiram outras utilidades para a
armazenagem. Impérios como o Romano e o Bizantino tiveram a necessidade de efetuar, para além de
um plano logístico, a construção de armazéns angariando abastecer os batalhões, em áreas de conflito,
com água, alimentos e armamentos.
A partir do desenvolvimento do comércio no sul da Europa, no norte da África e no oeste da Ásia, a
armazenagem evoluiu para o que é mais parecido com os tempos atuais. Foram edificados armazéns de
madeira, sempre próximos a zonas portuárias, para fazer frente ao pequeno poder de armazenamento
das lojas.
Nos séculos XVIII e XIX a Revolução Industrial, que consistiu num processo intenso de
industrialização, iniciado no Reino Unido e rapidamente disseminado por toda a Europa e pelos Estados
Unidos. Com a substituição de artesãos por máquinas capazes de fabricar numa escala bastante superior,
tornou-se imprescindível a construção de mais armazéns para guardar assim como os bens
manufaturados, também matérias-primas como carvão e minério de ferro, essenciais para o
funcionamento de todo o maquinário.
Para otimizar um processo que resultava em um custo de mão-de-obra elevado, devido à capacidade de
cada trabalhador conseguir carregar uma embalagem por vez, o que fazia com que o processo se tornasse
mais demorado, foi criada em 1915 a empilhadeira. Diante da sua capacidade de movimentar mais de
uma embalagem por vez, ainda que bastante pesadas, o problema se resolveu e, alguns anos depois,
surgiu o primeiro sistema de rack de paletes permitindo a armazenagem vertical dentro dos armazéns o
que proporcionou um aumento considerável na capacidade de armazenagem.
Com o avanço da tecnologia, o desenvolvimento de programas de cálculo cada vez mais precisos e a
eterna busca pela otimização do processo, grandes investimentos são realizados por empresas que
almejam a elaboração de estantes industriais com secções transversais o mais finas possíveis que sejam
capazes de suportar cargas elevadas com segurança, visando sempre o aumento na capacidade de

1
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

armazenamento. É neste cenário que desponta o aço enformado a frio, perfis metálicos de pequena
espessura adequados para resistir a cargas altas.
Após surgir no século XX, o aço enformado a frio ganhou cada vez mais utilidades ao passar dos anos.
Hoje é bastante utilizado na construção civil, automóveis, equipamentos, pontes, e em estantes
industriais. Algumas das suas vantagens frente a perfis laminados a quente são:
• Elevadíssima eficiência estrutural, obtida através da alta capacidade resistente aliada ao peso
reduzido dos perfis;
• Significativa optimização estrutural, o projetista tem a liberdade de utilizar qualquer forma de
secção transversal;
• Tensões residuais reduzidas, devido ao fabrico ser feito à temperatura ambiente.
Além destas vantagens apresentadas quando comparados aos perfis laminados a quente, os perfis de aço
enformado a frio também apresentam significativas vantagens quanto ao custo, são elas:
• Possibilidade de produção em grande escala;
• Rapidez de montagem e desmontagem;
• Facilidade de manutenção;
• Economia em transporte e manuseio;
• Utilização como material reciclável (elevada sustentabilidade).
Estes perfis metálicos, a que se faz referência acima, requerem atenção ao projetista por serem perfis
esbeltos e com paredes finas, o que faz com que estejam mais suscetíveis aos fenómenos de instabilidade
local: local de placa e distorcional. O modo local de placa acontece quando ocorrem deslocamentos de
flexão das paredes do perfil, já para o modo distorcional a deformação ocorrerá por distorção, quando
determinadas paredes deslocam-se quase que como corpos rígidos, fletindo as outras por
compatibilidade.
No que diz respeito ao dimensionamento deste tipo de estrutura, hoje existem em termos de normativas
na Europa a norma EN 1993-1-3 [3], Eurocódigo 3 Parte 1-3, que traz algumas mudanças referentes à
norma EN 1993-1-1 [4] por conta das peculiaridades dos elementos metálicos em aço enformado a frio.
Existe também a norma EN 15512 [1], responsável por tratar exclusivamente de sistemas de
armazenamento metálico. O constante aprimoramento de tais normas é buscado incessantemente por
pesquisadores visando sempre mais conhecimento para que seja possível dimensionar estruturas que
atendam as necessidades do mercado com a devida segurança.

1.2. OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO


Este trabalho tem como principal objetivo realizar um estudo comparativo sobre o dimensionamento de
secções transversais sem furos e com diferentes disposições de furos.
Procura-se entender a exigência da norma EN 15512 [1] que determina que o dimensionamento de
estruturas de aço enformado à frio que contém furos ao longo da sua secção transversal, deve ser feito
através de ensaios experimentais realizados em laboratório de acordo com a própria norma ou por
software que seja capaz de realizar análises não-lineares avançadas com recurso ao método dos
elementos finitos (MEF).
Neste estudo são considerados oito tipos de secções transversais: uma sem furos e outras três com
diferentes localizações dos furos pela secção transversal, para cada uma destas há duas dimensões
diferentes de largura da secção transversal.

2
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Uma primeira análise é feita para as secções sem furos seguindo o que estabelece a norma EN 15512
[1] e em seguida apresenta-se os modelos MEF produzidos, com e sem furos, no software ABAQUS
[2].
Depois de dimensionadas as secções conforme os diferentes métodos aplicados, é efetuado um estudo
paramétrico entre os resultados obtidos, para identificar a influência dos furos no dimensionamento de
tais peças assim como na resistência à encurvadura por compressão.

1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO


Esta dissertação é constituída por cinco capítulos, para além das referências bibliográficas e anexos. Nos
primeiros capítulos destaca-se as diferentes metodologias utilizadas para o dimensionamento de estantes
industriais metálicas. Num segundo momento é feito um estudo paramétrico que visa comparar os
resultados obtidos através dos cálculos pré-definidos pela norma EN 15512 [1] e os valores alcançados
através do software de MEF, ABAQUS [2].
Apoiado desta partição por capítulos, é possível para o leitor um melhor acompanhamento de todo o
estudo realizado. Com isso, no primeiro capítulo foi feito uma pequena passagem histórica a respeito
dos sistemas de armazenamento e sua importância para com a sociedade, além de apresentar os objetivos
e a estrutura da dissertação.
No segundo capítulo encontram-se as regras de dimensionamento das estantes industriais de acordo com
a norma EN 15512 [1], identificam-se algumas limitações referentes a secções com furos que têm sido
alvo de investigações inclusive deste próprio estudo.
O capítulo três é dedicado às análises das secções transversais, principalmente as com furos, através do
desenvolvimento de modelos de elementos finitos elaborados em ABAQUS [2]. Neste capítulo é
demonstrado como foram construídos tais modelos e como o software procede com estas análises.
O quarto capítulo apresenta o estudo paramétrico desenvolvido a fim de comparar os resultados obtidos
através das recomendações teóricas sugeridas pela norma EN 15512[1] da secção sem furos modelada
no software de cálculo avançado SCIA Engineer, com os resultados alcançados pela modelação em
ABAQUS [2] das secções com e sem furos.
Por fim, no último capítulo, são apresentadas as conclusões obtidas neste estudo. Para além disso,
sugestões de estudos que podem ser feitos futuramente no dimensionamento de secções transversais
com furos feitas de aço enformado à frio, também são expostas neste capítulo.

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

4
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

2
DIMENSIONAMENTO DE ESTANTES INDUSTRIAIS

2.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo apresentará as metodologias de dimensionamento previstas pela norma EN 15512 [1], que
busca estabelecer critérios de análise para os elementos que compõem as estantes industriais como as
colunas e as vigas.
A prática corrente consiste na utilização de normas reguladoras que indicam uma série de regras de
cálculo, já consolidadas, que são capazes de atender aos critérios de segurança necessários. Desta
maneira, a norma busca estabelecer as capacidades resistentes das secções transversais através das
propriedades efetivas do elemento. De tal modo, a EN 15512 [1] recomenda que sejam realizados
ensaios laboratoriais ou modelos de elementos finitos para o estudo do elemento perfurado, uma vez que
a norma EN 1993-1-3 [3] não prevê regras para a obtenção das propriedades efetivas de elementos
formados a frio com furos. Junto a estas capacidades resistentes são inseridas as ações que estão
impostas às estantes metálicas, dando seguimento ao dimensionamento da estrutura.
A EN 15512 [1] visa o dimensionamento de estruturas que não foram abrangidas no Eurocódigo 3 [5],
especificamente os sistemas de estantes metálicas do tipo “adjustable beam pallet rack” planeadas para
armazenar cargas unitárias e sujeitas a cargas estáticas. Portanto, não se aplica a outros tipos de sistemas
de armazenamento como: drive-in, drive-through ou cantilever. A Figura 1 apresenta estes diferentes
tipos de sistemas de armazenamento.

(a) Adjustable beam pallet rack (b) Drive-in

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(c) Drive-through (d) Cantilever

Fig. 1 - Sistemas de armazenamento

2.2. EN 15512
2.2.1. GENERALIDADES
As estantes industriais são estruturas construídas com o propósito de suportar uma carga, normalmente
estática, resultante da acomodação dos bens manufaturados, durante toda a cadeia produtiva. Elas são
constituídas por colunas, vigas e prateleiras, todos estas peças feitas de aço enformado à frio, além das
ligações especiais coluna-viga e elementos de contraventamento, que visam a estabilidade da estrutura
perante o fenómeno da encurvadura, conforme mostra a Figura 2. É apresentado na Figura 3 algumas
secções transversais mais comuns de serem encontradas na prática.

(a) Estante industrial (b) Pormenor da ligação coluna-viga

Fig. 2 - Componentes das estantes industriais

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(a) Secções transversais de colunas (b) Secções transversais de vigas


Fig. 3 - Secções transversais de colunas e vigas

Hoje, como consequência da pequena espessura, característica dos perfis em aço enformado a frio, e dos
furos ao longo da secção transversal do membro, fazem com que estes tipos de sistema estrutural sejam
classificados pela norma EN 1993-1-1 [4] como sendo de classe 4. Tal peculiaridade faz com que o
dimensionamento normalizado na mesma não seja aplicável para estes tipos de sistema como são para
colunas e vigas de estruturas convencionais. Neste cenário a norma EN 15512 [1] se transforma na
principal diretriz europeia para análise de esforços axiais e de flexão, para além de imperfeições globais
e locais. A norma ainda faz menção à norma EN 1993-1-3 [3], utilizada para a análise e o
dimensionamento de elementos de estrutura metálica constituída por elementos em aço enformado a
frio.
2.2.2. ESTADOS LIMITES
A norma determina que o dimensionamento da estrutura ou de parte da mesma deve ser feito seguindo
os estados limites apresentados abaixo:
a) Estado limite último;
b) Estado limite de serviço.
O estado limite último caracteriza-se pelo dimensionamento que vislumbra a maior capacidade de carga
possível, carga esta normalmente atingida através de:
a) Força (incluindo rotura, encurvadura e a transformação em mecanismo);
b) Estabilidade quanto aos esforços laterais;
c) Excessiva deformação local.
Já no caso do estado limite de serviço são estabelecidos, usualmente, limites de deformação e vibração
que asseguram a plena utilização e aparência do sistema estrutural.

2.2.3. AÇÕES
A norma estabelece a existência de ações permanentes, que consistem do peso próprio dos elementos
utilizados no sistema estrutural (colunas, vigas e contraventamentos) e ações variáveis que devem ser
analisadas caso a caso quanto a necessidade de serem consideradas para efeito de cálculo. Algumas das
ações variáveis mais comuns são:

7
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

2.2.3.1. CARGAS DOS BENS


São cargas provenientes do peso dos bens a serem armazenados, estas cargas devem estar de acordo ao
proposto pela norma EN 15629 [6]. Para a consideração desta carga, pode-se assumir que a estante em
estudo esteja uniformemente carregada, desde que:
• O sistema de controle do armazém seja capaz de identificar cargas unitárias em excesso e
controlar sua distribuição por toda a estante;
• O peso considerado não ser inferior a 80% do peso máximo;
• Todas as vigas sejam projetadas para suportar a máxima carga;
• No caso das colunas, que sejam considerados para efeito de cálculo a situação mais desfavorável
onde considere-se o máximo de carga no lugar mais desfavorável à coluna.
2.2.3.2. CARGAS VERTICAIS
A norma EN 15512 [1], recomenda dois tipos de tratamento para a inclusão de cargas verticais ao
modelo estudado:
a) Bens estocados por equipamento mecânico.
Para o caso de os bens serem estocados via equipamento mecânico, deve ser considerada uma carga
vertical adicional para baixo equivalente a 25% da carga máxima localizada na posição mais
desfavorável, sobre as vigas, sobre os braços de apoio e sobre as conexões nos extremos das vigas.
b) Bens estocados manualmente.

Nesta circunstância o acréscimo de carga vertical sugerido pela norma é de 100% da carga máxima na
situação mais desfavorável.
2.2.3.3. CARGAS HORIZONTAIS
De acordo com a norma as cargas horizontais devem ser aplicadas nas duas direções. Este tipo de carga
corresponde ao manejo dos bens na estante, tanto para armazenamento, quanto para remoção. Devido
aos diversos modos de realizar tal manuseio, a norma sugere diferentes cargas para cada situação, sendo
elas:
a) Para bens armazenados por máquinas operadas manualmente.
• Para estantes superiores a 3m, uma carga horizontal de 0,5 kN deve ser aplicada em
qualquer altura da estante.
• Para estantes superiores a 6m, deve ser aplicada uma carga horizontal equivalente a
0,25 kN no topo da estante ou uma carga de 0,5 kN a qualquer altura acima de 3m.
• Já no caso de estantes entre 3m e 6m, deve ser considerada uma carga que conduza o
dimensionamento ao seu pior caso entre os 2 citados anteriormente.
b) Para bens manuseados por máquinas automatizadas, a carga a ser considerada deve ser fornecida
pela empresa fabricante da máquina, porém, o valor não pode ser inferior a 0,25 kN.
c) Nos casos em que os bens são manualmente estocados e retirados, a carga horizontal
recomendada é de 0,25 kN.
2.2.3.4. CARGAS PROVENIENTES DE IMPERFEIÇÕES
A norma EN 15512 [1] permite que as cargas advindas das imperfeições das secções sejam representadas
por um sistema equivalente de forças horizontais. Estas forças devem ser aplicadas na altura de patamar
de cada viga, conforme apresentado na Figura 1.

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Fig. 4 - Forças horizontais equivalentes

O parâmetro φ recomendado por norma é que seja superior ou igual a 1/500.


2.2.3.5. AÇÕES DEVIDO AO IMPACTO (CARGAS ACIDENTAIS)
a) Cargas acidentais verticais
No caso da estocagem ser feita através de uma operação manual de um maquinário, a carga acidental
manual (Apv) a ser utilizada deve ser de 5,0 kN. Já no caso de os bens serem estocados e retirados por
meio de máquinas automatizadas, a carga Apv a ser considerada deve ser:
Apv = 0,5 × Qu (1)

Onde:
Qu = peso da carga unitária
Apv deve ser superior a 0,25 kN, mas inferior a 5 kN.
b) Cargas acidentais horizontais
Para a situação onde os bens são estocados por um operador manuseando uma máquina, a carga acidental
horizontal (Aph) deve ser aplicada, a 0,4 m de altura da coluna, uma carga de 2,5 kN na direção
transversal e 1,25 kN na direção longitudinal da estante. Já para a situação onde uma máquina
automatizada realiza todo o procedimento, a carga a ser aplicada deve ser de 0,5 kN nas duas direções.
A norma ainda faz referência para que não sejam consideradas, no mesmo caso, as cargas referentes as
ações acidentais horizontais e as cargas horizontais.
2.2.4. COMBINAÇÕES DE AÇÕES PARA O ESTADO LIMITE ÚLTIMO
A norma EN 15512 [1] recomenda a utilização das equações a seguir, sendo a que resultar no maior
valor deve ser escolhida:
• Considerando apenas a ação variável mais desfavorável:

∑ γG Gk + γQ Q k,1 (2)

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

• Considerando todas as ações variáveis desfavoráveis que possam ocorrer simultaneamente:

∑ γG Gk + 0,9 ∑ γQ Qk,i (3)


i≥1

• Dimensionada para a carga acidental:

∑ γGA Gk + ∑ γQA Qk,i + γA Ak (4)


i≥1

Onde:
Gk é o valor característico da ação permanente;
Qk,i é o valor característico de uma das ações variáveis;
Qk,1 é o valor característico da ação variável mais desfavorável;
Ak é o valor característico da ação acidental;
γG é o fator parcial de segurança para ações permanentes;
γQ é o fator parcial de segurança para ações variáveis;
γA é o fator parcial de segurança para ações acidentais.
2.2.5. COMBINAÇÕES DE AÇÕES PARA ESTADO LIMITE DE SERVIÇO
Dentre as equações abaixo a que converter-se no maior valor deve ser selecionada:
• Considerando apenas a ação variável mais desfavorável:

∑ γG Gk + γQ Q k,1 (5)

• Considerando todas as ações variáveis desfavoráveis:

∑ γG Gk + 0,9γQ ∑ Q k,i (6)


i≥1

Os valores de γG e γQ são iguais a 1.0, valores obtidos na Tabela 2 da EN 15512 [1].


2.2.6. ANÁLISE ESTRUTURAL
O método de cálculo escolhido deve refletir o comportamento estrutural do sistema estrutural assim
como se antecipar ao efeito provocado pelas cargas. Para isso é necessária uma análise cuidadosa quanto
à resistência, deslocamento e instabilidade dos elementos, e resistência e rotações das ligações.

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

2.2.6.1. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS


a) Momento de cálculo para vigas:

𝑊𝑑 𝐿 2⁄ 𝛽
𝑀𝐸𝑑 = 𝛽𝑚 (1 − 3 𝜃 )
8 2𝐸𝐼𝑏 (7)
𝛽𝑚 (1 + )
𝑘𝑒 𝐿

Onde:
𝑘𝑏
𝑘𝑒 =
𝑘 ℎ (8)
1+ 𝑏
3𝐸𝐼𝑐

Wd é a carga total de cálculo imposta na viga;


L é o comprimento da viga;
H é a altura em que se encontra a viga;
kb é a rigidez do conector entre a viga e a coluna;
Ib é a inércia da viga;
Ic é a inércia do pilar.

b) Força de corte para vigas:


A força de corte para as vigas VEd deve ser determinado da seguinte maneira, de acordo com a EN 15512
[1]:
𝑉𝑐𝑟
𝛽= (9)
𝑉𝑐𝑟 −𝑉𝑒𝑑

VEd é a carga vertical de cálculo considerada na viga;


VCr é o valor crítico elástico da carga vertical para

Em estantes de construção e carregamento regulares, quando considerada uma base móvel, temos:
𝑊𝑑 2∅𝑊𝑑 ℎ(3𝑛𝑠 − 1)
𝐹𝐸𝑑 = + 𝛽 (10)
2 4𝐿
Quando são estantes de construção e carregamento regulares, com base semirrígida, temos:
𝑊𝑑 2∅𝑊𝑑 ℎ(2𝑛𝑠 − 1)
𝐹𝐸𝑑 = + 𝛽 (11)
2 4𝐿
∅ é a imperfeição geométrica;
ns é o número de andares de vigas.
c) Dimensionamento à resistência com respeito a distorção na alma:
Para evitar rotura, distorção ou encurvadura na alma sujeita a reação do apoio ou a outra carga
transversal local aplicada através do banzo, o esforço transverso FEd deve satisfazer a seguinte regra:
FEd ≤ Fω, Rd (12)

Onde:

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

r I ∅ 2
∝ t 2 √Fyb E(1 − 0,1√ t ) [0,5 + √0,02 ta ] (2,4 + (90) )
(13)
Fω,Rd =
γM
Fw,Rd é a resistência transversal local da alma da secção transversal;
α é o coeficiente para a categoria relevante;
t é a espessura;
Fyb é a resistência básica de cedência;
r é o raio interno do canto;
Ia é capacidade efetiva de suporte para a categoria relevante;
Φ é a inclinação da alma referente aos banzos (em degraus).
d) Dimensionamento à resistência quanto ao esforço transverso:
O esforço transverso Vb,Rd deve ser determinado da seguinte forma, de acordo com a norma EN 1993-
1-3 [3]:
ℎ𝑤
𝑡𝑓
𝑠𝑖𝑛∅ 𝑏𝑣 (14)
𝑉𝑏,𝑅𝑑 =
𝛾𝑀
Onde:
fbv é o esforço transverso considerando encurvadura de acordo com a Tabela 6.1 presente na EN 1993-
1-3 [3];
hw é a altura da alma entre os eixos dos banzos.
e) Combinação entre esforço transverso, esforço axial e momento fletor:
Para o caso da combinação entre o esforço transverso VEd, esforço axial NEd e momento fletor MEd, será
necessário efetuar os cálculos a seguir atendendo a critérios da norma EN 1993-1-3 [3], caso o esforço
transverso atuante não seja menor ou igual a metade do esforço transverso resistente:
2
𝑁𝐸𝑑 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑀𝑓,𝑅𝑑 2𝑉𝐸𝑑
+ + (1 − )( − 1) ≤ 1 (15)
𝑁𝑅𝑑 𝑀𝑦,𝑅𝑑 𝑀𝑝𝑙,𝑅𝑑 𝑉𝑤,𝑅𝑑

Onde:
NRd é a resistência de cálculo da secção transversal para uma tensão uniforme ou compressão;
My,Rd é o momento resistente de cálculo da secção transversal;
Vw,Rd é a resistência de cálculo da alma ao esforço transverso;
Mf,Rd é o momento resistente da secção transversal constituído somente das áreas efetivas dos banzos;
Mpl,Rd é o momento plástico resistente da secção transversal.
f) Combinação entre momento fletor e carga pontual ou reação do apoio:
Combinação entre o momento fletor e um esforço transverso local devido a uma carga pontual ou a
reação do apoio de acordo com a norma EN 1993-1-3 [3]:

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Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

𝑀𝐸𝑑
≤1 (16)
𝑀𝑐,𝑅𝑑
𝐹𝐸𝑑
≤1 (17)
𝑅𝑤,𝑅𝑑
𝑀𝐸𝑑 𝐹𝐸𝑑
+ ≤ 1,25 (18)
𝑀𝑐,𝑅𝑑 𝑅𝑤,𝑅𝑑
Onde:
Mc,Rd é o momento resistente da secção transversal;
Rw,Rd é o valor apropriado da resistência da alma ao esforço transverso local.
g) Limite de deformação da viga para o estado limite de serviço
De acordo com a cláusula 11.2 da norma EN 15512 [1] a deformação vertical da viga não deve
ultrapassar o limite de L/200, onde L é o comprimento da viga.

5𝑊𝑠𝑒𝑟 𝐿3 0.8𝛽𝜃
∆𝑚𝑎𝑥 = 𝛽∆ (1 − ) (19)
384𝐸𝐼𝑏 2𝐸𝐼𝑏
𝛽∆ [1 + ]
𝑘 𝐿 𝑒

Onde:
Wser se refere ao carregamento na viga para o Estado Limite de Serviço
2.2.6.2. DIMENSIONAMENTO DAS COLUNAS
As regras de dimensionamento que serão expostas a seguir não são aplicáveis para elementos com
perfurações, para tais elementos a EN 15512 [1] recomenda que sejam realizados ensaios laboratoriais
ou que sejam produzidos modelos de elementos finitos, a fim de obter as resistências do elemento.
a) Verificação da secção transversal submetida somente à compressão:
𝑁𝐸𝑑 ≤ 𝑁𝑐,𝑅𝑑 (20)
𝑓𝑦 𝐴𝑒𝑓𝑓
𝑁𝑐,𝑅𝑑 = (21)
𝛾𝑀
Onde:
NEd é a força de compressão devido a carga de cálculo;
Nc,Rd é a resistência da secção transversal ao esforço axial;
Aeff é a área efetiva da secção transversal sob compressão uniforme;
γM é o fator de segurança parcial referente ao material de acordo com a Tabela 3 da EN 15512 [1];
Fy é a resistência à cedência.
b) Dimensionamento da resistência considerando encurvadura por compressão:
De acordo com a secção 9.4 da EN 15512 [1], a resistência de cálculo a encurvadura Nb,Rd, deve ser
determinada por:
χ𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦
𝑁𝑏,𝑅𝑑 = = χ𝑁𝑐,𝑅𝑑 (22)
𝛾𝑀

13
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

1
χ= ̅2
mas, χ ≤ 1 (23)
∅+√∅2 −𝜆

∅ = 0,5[1 + 𝛼(𝜆̅ − 0,2) + 𝜆̅] (24)

𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦 𝜆
𝜆̅ = √ = √𝛽1 (25)
𝑁𝑐𝑟 𝜆1
𝐴𝑒𝑓𝑓
𝛽1 = (26)
𝐴𝑔

𝐸
𝜆1 = 𝜋√ (27)
𝑓𝑦

𝜋𝐸𝐼𝑒𝑓𝑓
𝑁𝑐𝑟 = (28)
(𝐾𝐿)2
Onde:
Ag é a área bruta da secção transversal;
Ncr é a força axial crítica para a encurvadura por flexão da secção transversal;
λ é o índice esbelteza para o modo de encurvadura relevante para a análise = l/id
l é o comprimento de encurvadura
id é o raio de giração referente a secção bruta do eixo mais fraco;
α é o fator de imperfeição;
L é o comprimento da coluna;
E é o módulo de elasticidade;
K é fator do comprimento efetivo;
𝜆̅ é o índice de esbelteza referente a encurvadura por flexão.
c) Encurvadura por torção e flexo-torção:
Na cláusula 9.7.5 da norma EN 15512 [1], é demonstrado pelas equações a seguir, como deve ser feito
o dimensionamento perante a encurvadura ocasionado por torção ou flexo-torção. Os valores
encontrados para Ncr,T, Ncr,FT devem ser comparados ao Ncr, encontrado para elementos sujeitos a
encurvadura por compressão, e o menor entre os três valores deve ser o escolhido para dar
prosseguimento aos cálculos:
1 𝜋 2 𝐸𝐼𝑤
𝑁𝑐𝑟,𝑇 = 2 (𝐺𝐼𝑇 + 2 ) (29)
𝑖𝑜 𝐿𝑒𝑇
2
𝑁𝑐𝑟,𝑦 𝑁𝑐𝑟,𝑇 𝑁𝑐𝑟,𝑇 𝑦𝑜 2 𝑁𝑐𝑟,𝑇
𝑁𝑐𝑟,𝐹𝑇 = [1 + − √(1 − ) + 4( ) ] (30)
2𝛽 𝑁𝑐𝑟,𝑦 𝑁𝑐𝑟,𝑦 𝑖𝑜 𝑁𝑐𝑟,𝑦

𝑦𝑜 2
𝛽 =1−( ) (31)
𝑖𝑜
𝑖𝑜2 = 𝑖𝑦2 + 𝑖𝑧2 + 𝑦𝑜2 (32)

14
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Onde:
Ncr,T é a carga crítica para encurvadura por torção;
Ncr,FT é a carga crítica para encurvadura por flexo-torção;
Ncr,y é a carga crítica para encurvadura por flexão em torno do eixo y;
G é o módulo de distorção;
IT é a inércia à torção da secção bruta;
Iw é a inércia ao empenamento da secção bruta;
LeT é o comprimento de encurvadura do membro sujeito a encurvadura por torção.
Recomendações de dimensionamento para a combinação entre flexão e esforço axial:
a) Flexão e compressão axial:
Deve ser verificado o dimensionamento da secção transversal da coluna sujeito tanto a flexão quanto a
um esforço axial, através da seguinte equação:
𝑁𝐸𝑑 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑀𝑧,𝐸𝑑
+ + ≤1 (33)
𝑁𝑐,𝑅𝑑 𝑀𝑐,𝑦,𝑅𝑑 𝑀𝑐,𝑧,𝑅𝑑
Onde:
NEd é a força de compressão devida carga de cálculo;
Nc,Rd é a resistência da secção transversal ao esforço axial;
My,Ed é momento fletor de cálculo em torno o eixo y;
Mz,Ed é momento fletor de cálculo em torno o eixo z;
Mc,y,Ed é momento fletor resistente da secção transversal em torno o eixo y;
Mc,z,Ed é momento fletor resistente da secção transversal em torno o eixo z;
b) Flexão e compressão axial sem encurvadura lateral-torsional:
𝑁𝐸𝑑 𝑘𝑦 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑘𝑧 𝑀𝑧,𝐸𝑑
+ + ≤1
χ𝑚𝑖𝑛 𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑦 𝑓𝑦 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑧 𝑓𝑦 (34)
𝛾𝑀 𝛾𝑀 𝛾𝑀
Onde:
ky e kz são fatores de interação;
χmin é o menor valor para o fator de redução do modo de encurvadura analisado em torno do eixo y e z;
Weff,y é o módulo de flexão da secção transversal efetiva em torno do eixo y;
Weff,z é o módulo de flexão da secção transversal efetiva em torno do eixo z;
c) Flexão e compressão axial com encurvadura lateral-torsional:
𝑁𝐸𝑑 𝑘𝐿𝑇 𝑀𝑦,𝐸𝑑 𝑘𝑧 𝑀𝑧,𝐸𝑑
+ + ≤1
χ𝑚𝑖𝑛 𝐴𝑒𝑓𝑓 𝑓𝑦 χ𝐿𝑇 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑦 𝑓𝑦 𝑊𝑒𝑓𝑓,𝑧 𝑓𝑦 (35)
𝛾𝑀 𝛾𝑀 𝛾𝑀
Onde:

15
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

kLT é o fator de interação;


χLT é o fator de redução para a encurvadura lateral-torsional.
d) Verticalidade:
Na cláusula 8.5.7.2 da EN 15512 [1] deixa claro o limite estabelecido da altura/350 para o máximo
deslocamento para fora do plano, em qualquer direção, de qualquer coluna. Tal controle deve ser
efetuado ainda antes de carregar a estrutura, para verificar se este requisito da norma é cumprido.
2.2.6.3. ENSAIO À COMPRESSÃO DE UMA COLUNA SIMPLES
Conforme a exigência feita pela EN 15512 [1] a respeito da realização de ensaios laboratoriais ou
modelos numéricos para o dimensionamento dos perfis com furos, a mesma traz em seu Anexo A
algumas recomendações de como deve ser procedido os ensaios à compressão das colunas. No capítulo
seguinte veremos que para o modelo numérico deve ser feito uma simulação do ensaio à compressão
indicado pela norma, seguindo todas as recomendações apontadas.
Este primeiro ensaio não deve ser utilizado para avaliar os efeitos da encurvadura distorcional, apenas
encurvadura local e influência das perfurações, seguindo as especificações mostradas na Figura 5.
a) O comprimento deve ser três vezes maior que o maior comprimento da parte plana (sem
considerar os enrijecedores intermediários). Deve incluir ao menos cinco níveis de perfurações;
b) Deve ser cortado normal ao eixo longitudinal, no meio entre duas sentidos de perfuração;
c) A base e o topo devem estar aparafusados ou soldados a cada extremo da coluna.
O esforço axial deve ser transmitido para as chapas metálicas da base e do topo por amortecedores
espessos o suficiente de modo que assegure que deformações dos amortecedores não influencie o
resultado do ensaio. Estes amortecedores de pressão devem ultrapassar ao menos 10 mm do perímetro
da secção da coluna.

Fig. 5 - Ensaio à compressão de uma coluna

16
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

2.2.6.4. ENSAIO À COMPRESSÃO DE UMA COLUNA – CHECAGEM DOS EFEITOS DA ENCURVADURA DISTORCIONAL
Este ensaio tem o propósito de determinar a influência do modo de encurvadura distorcional na
capacidade resistente ao esforço axial da secção transversal da coluna. Os extremos devem estar restritos
de tal forma que resistam a possíveis rotações, estas restrições não devem oferecer nenhuma resistência
adicional a distorção da secção-
O esforço axial deve ser transmitido através de um sistema de rolamentos tanto na base quanto no topo,
estes rolamentos devem estar posicionados no mesmo sentido em relação a secção transversal e devem
ser ajustados para que fiquem na posição que resulte na maior carga de rotura. Os resultados obtidos
devem ser corrigidos em relação a resistência à cedência do material e sua espessura.

17
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

18
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

3
MODELO DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA

3.1. INTRODUÇÃO
Seguindo a exigência feita pela norma EN 15512 [1] para o dimensionamento de secções transversais
com furos, este capítulo apresentará um modelo de análise não-linear realizado com elementos verticais
com e sem furos.
O principal objetivo é o de compreender melhor a influência dos furos na resistência do elemento, e o
por-quê de a norma exigir a modelação em elementos finitos ou a realização de ensaios laboratoriais
para estimar a capacidade resistente da peça perfurada.
É disposto na cláusula A.2.1.2 da EN 15512 [1] uma alternativa de ensaio à compressão de uma coluna
qualquer. A partir disso foi elaborado um modelo de elementos finitos, que buscou seguir à risca todas
as exigências da norma com o propósito de reproduzir em software o que seria um ensaio laboratorial.
Num primeiro momento foi modelado um perfil sem furos para que os resultados obtidos fossem
validados com o que é proposto pela norma EN 1993 1-3 [3], para além de permitir efetuar uma análise
de sensibilidade aos parâmetros envolvidos na modelação.
Neste contexto, foram produzidas análises não-lineares de elementos verticais com diferentes
disposições de furos ao longo de toda a secção transversal, de modo que fosse possível extrair do modelo
parâmetros que permitissem um melhor entendimento do efeito das perfurações no comportamento dos
elementos estruturais.

3.2. ABAQUS
O ABAQUS [2] é um software capaz de realizar análises não-lineares através do método dos elementos
finitos, preparado para resolver uma série de problemas de engenharia. O programa é composto por 3
principais produtos, são eles:
• ABAQUS/CAE – é o mais comum de ser utilizado para modelações;

19
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

• ABAQUS/STANDARD – é o solucionador de elementos finitos, de uma maneira geral, pela


utilização da integração implícita, bastante comum para problemas dinâmicos estáticos e de
baixa velocidade;
• ABAQUS/EXPLICIT – é também um solucionador de elementos finitos, mas desta vez, através
da integração explícita, comum em problemas altamente não-lineares como no caso em que se
estudam fases transitórias.
A operabilidade do programa consiste, resumidamente, numa primeira fase onde são elaboradas as
partes do elemento estrutural que vir á ser estudado, a determinação das propriedades, tanto do material
quanto da secção transversal, e a assemblagem das peças a fim de montar a estrutura final. Num segundo
momento é definido o tipo de análise requerido, assim como a disposição das cargas aplicadas no
modelo, as condições de bordo e à caracterização da malha. Por fim, é criado um (job), onde o software
reúne todas as informações fornecidas na elaboração do modelo e gera ficheiros de resultados. Com
estes ficheiros é possível realizar mudanças ou novas análises a qualquer momento.

3.3. MODELAÇÃO EM ABAQUS


Para a realização do estudo, foram definidos dois tipos de secções transversais, conforme tabela abaixo,
sendo que para cada tipo foram criadas secções sem furos e outras três secções com diferentes
disposições dos furos (com furos na alma e nos banzos, com furos apenas na alma e com furos apenas
nos banzos). Os desenhos das secções transversais assim como as especificações quanto aos furos se
encontram no Anexo A.1, na Figura abaixo segue um dos tipos de secção transversal estudados.

Fig. 6 - Secção transversal tipo 1

20
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Tabela 1 - Secções transversais utilizadas

LARGURA ESPESSURA Ag
CÓDIGO ALTURA (mm)
(mm) (mm) (mm2)

COLUNA I 74 69 2 490,58

COLUNA II 99 69 2 500,58

CHAPAS
100 100 30 10000
METÁLICAS I

CHAPAS
130 100 30 13000
METÁLICAS II

3.3.1. MODELAÇÃO DAS PARTES


O primeiro passo a ser feito foi a construção das partes que constituem o modelo do ensaio à
compressão de colunas, que são: coluna e as chapas metálicas, conforme apresentado na Figura 6 e 7.

(a) Chapa metálica I inferior (b) Chapa metálica I superior

(c) Coluna com furos na alma e nos banzos (d) Modelo completo

21
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Fig. 7 - Peças modeladas para simulação da análise à compressão de uma coluna

(a) Pormenor da modelação dos furos na alma (b) Pormenor da modelação dos furos nos banzos
Fig. 8 - Pormenorização dos furos no elemento

As peças presentes na figura acima foram modeladas como casca do tipo S4R, assim é possível poupar
tempo computacional, por meio de elementos finos com menos elementos de malha, e apresentar
resultados bastante fiáveis.
3.3.2. DEFINIÇÃO DAS PROPRIEDADES DO MATERIAL
O material designado para a análise das colunas, AEF, possui um módulo de Young de 210 GPa e um
coeficiente de Poisson de 0,3 para caracterização do comportamento na zona elástica. Na caracterização
da zona plástica, o ABAQUS [2] trabalha com a curva de tensão e extensão verdadeira. Para as colunas,
foram assumidos três valores para tensão de cedência: 355 MPa, 275 MPa e 235 MPa. Para este estudo
foi assumido um endurecimento reduzido, portanto, foi utilizado uma extensão plástica de 0,0001 m
com uma pequena extensão plástica de 0,0001 de modo que fossem obtidos resultados que não levassem
em conta o endurecimento na fase plástica. Já para as chapas metálicas, foram consideradas uma
resistência última de 1 GPa sem extensão plástica, tendo como objetivo que os elementos fossem
bastante resistentes e que não sofressem deformações a partir da aplicação da força constante de
compressão. Além disto, ambos os materiais incluídos para análise foram considerados como
isotrópicos. Na Figura 8 consta como são incluídas as propriedades no ABAQUS [2].

22
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(a) Propriedades elásticas (b) Propriedades plásticas


Fig. 9 - Propriedades do material

3.3.3. MONTAGEM DO MODELO


Para a montagem do modelo de análise, o primeiro passo foi realizar a assemblagem das chapas
metálicas com os extremos da coluna. Para que uma correta união entre as peças fosse assegurada, foram
incluídas restrições do tipo “tie”. Este tipo de restrição requer uma diferenciação, “master surface” e
“slave surface”, entre as superfícies que estão a ser ligadas, para este estudo as chapas metálicas foram
selecionadas como “master surface”. Após esta seleção o programa precisa saber em qual face será
aplicada esta superfície, e para isso o software solicita que o usuário escolha entre duas cores: castanho
e a púrpura, onde cada uma representa uma face, para este trabalho foi escolhida a cor púrpura. Para a
“slave surface”, apenas a parte da coluna, onde acontece o contato, foi selecionada.
Outro tipo de restrição também foi utilizado, “rigid body”, para que as placas metálicas ao receberem a
força concentrada aplicada apresentasse um comportamento uniforme por toda sua área. Para esta
restrição foi necessário selecionar cada uma das placas e um ponto para que servisse de referência. Para
isso foi criado um ponto exatamente no centro de cada uma das placas. A Figura 9 apresenta as restrições
aplicadas ao modelo.

23
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(a) Modelo sem furos

(b) Restrição do tipo “Tie” (c) Restrição do tipo “Rigid Body”


Fig. 10 – Restrições aplicadas ao modelo

3.3.4. ETAPAS DA ANÁLISE


Neste passo foram definidas as etapas a serem analisadas pelo software, para este estudo foram
definidas duas etapas: “Buckle” e “Static, Riks”, como ilustrado na Figura 10. A primeira tem a
finalidade de gerar como resultado os modos de encurvadura da peça em questão, estes modos serão
utilizados para a definição das imperfeições geométricas discutidas mais à frente neste documento.
Nesta etapa o usuário define quantos modos de encurvadura deseja e escolhe qual o método quer que o
programa utilize para encontrá-los.
A etapa chamada “static, riks” será a responsável pela análise não-linear do elemento em estudo, e ao
seu fim fornecerá os valores de resistência à compressão e deslocamento da peça. É importante que

24
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

seja selecionada a opção para que se leve em conta os efeitos não-lineares. Como critério para que a
análise seja interrompida é definido um deslocamento axial de 0,1L na direção em que a carga está
sendo aplicada.

(a) “Buckle” (b) “Static, Riks”

Fig. 11 - Etapas de análise

3.3.5. CARGAS E CONDIÇÕES DE BORDO


O presente estudo considerou uma carga concentrada aplicada no ponto criado no centro da placa
metálica superior, de modo que não houvesse excentricidade e consequentemente também não existisse
momento de primeira ordem. Na primeira etapa é aplicada uma carga unitária para que sejam calculados
os modos de encurvadura da peça. Para o passo seguinte, o valor da carga crítica gerado pelo programa
na etapa “buckle” é utilizado como o valor da carga de compressão.
Para atender a exigência da norma EN 15512 [1] para que não haja rotação nas placas de base e de topo,
foram definidas as seguintes condições de apoio:
• No topo, onde é aplicada a carga, apenas o deslocamento axial na direção z é permitido;
• Na base, são restringidos os deslocamentos e as rotações em todas as direções.
Na Fig. 11 é possível que o leitor veja como foram aplicadas estas definições no modelo.

25
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(a) Condição de bordo para o topo (b) Condição de bordo da base

(c) Carga aplicada para a etapa “buckle”

(d) Modelo sem furos


Fig. 12 - Carga e condições de bordo

3.3.6. DISCRETIZAÇÃO DA MALHA


Para este modelo foi escolhida a malha S4R com 4 nós e distância entre eles de 5mm. Tal malha foi
escolhida por ser um tipo de malha que interage bem com elementos de paredes finas como são as peças
metálicas em aço enformado a frio. Foi adotado o valor de 5mm de distância entre os nós, devido à não
realização de um estudo para a convergência da malha, entendeu-se que uma malha com tal distância
entre os nós atenderia à necessidade de detalhe requerida para a fiabilidade do modelo. A Figura 12
apresenta a discretização da malha no perfil metálico sem furos de 1 m.

26
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Fig. 13 - Modelo sem furos com a malha discretizada

Para a discretização da malha dos elementos perfurados, fez-se necessária a partição de toda a peça
procurando separar as regiões com furos entre si, como pode ser observado nas figuras 13 e 14. O
objetivo de efetuar esta partição foi ir em busca de uma caracterização da malha o mais próxima
possível da regularidade, para que novamente fosse garantida a fiabilidade dos resultados obtidos
através dos modelos.

Fig. 14 - Modelo com furos na alma e nos banzos com a malha discretizada

(a) Pormenor da malha nas zonas com furos na alma (b) Pormenor da malha nas zonas com furos nos
banzos
Fig. 15 - Pormenorização da malha nas zonas do modelo com furos

27
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

3.3.7. INCLUSÃO DAS IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS


A partir dos modos de encurvadura encontrados nos resultados da etapa “buckle”, Figura 15, foi
identificado qual o tipo de encurvadura predominante no modelo. Este modo variou em função do
comprimento da peça, alternando entre: global, distorcional e local.
A inclusão das imperfeições geométricas iniciais, Figura 16, é um procedimento que requer bastante
cuidado, visto que pequenas modificações na amplitude destas imperfeições trazem ao modelo uma
diferença considerável entre os resultados obtidos através do modelo numérico. Tendo conhecimento
disto, foi consultado o estudo de Pastor M.M. et al [7], que fez uma relação entre os resultados obtidos
pela inclusão de valores de amplitudes comumente utilizados para a modelação numérica, e os
angariados por meio de ensaios laboratoriais. A partir desta comparação foi possível ao autor constatar
quais os valores de amplitude ideais que tornariam em valores de resistência à compressão resultantes
do modelo numérico o mais próximo possível das resistências alcançadas através dos ensaios
laboratoriais. Nesta pesquisa foram atribuídas as amplitudes que apresentaram o ratio, entre os
resultados do modelo numérico e os obtidos pelos ensaios laboratoriais, os mais próximos possíveis de
1.
Para tanto, fez-se necessário a introdução por meio da opção “edit keywords” onde constam todas as
informações introduzidas no arquivo “input”, arquivo este que o programa utilizará para poder efetuar
a análise.

(a) Imperfeição local

28
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(b) Imperfeição distorcional (c) Imperfeição


global
Fig. 16 - Modos de encurvadura

Fig. 17 - Inserção das imperfeições geométricas iniciais ao modelo

3.4. PROPRIEDADES DAS SECÇÕES OBTIDAS COM O SOFTWARE SCIA ENGINEER


O software SCIA Engineer [8], desde 1974, busca apoiar o usuário na análise e no dimensionamento de
todos os tipos de estrutura. Sua vasta biblioteca de materiais, junto ao fato de conter diversas
normatizações incluídas no programa auxilia o utilizador para que possa seguir com a análise e o
dimensionamento de acordo com o que as regrais locais propõem. No caso deste estudo foram
selecionadas as normas europeias, visto que buscou-se seguir rigorosamente o recomendado pela norma
EN 1993 1-3 [1].
3.4.1. DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES
O software apresenta, entre as suas muitas funcionalidades, a possibilidade de o projetista poder
modelar, a partir de uma seleção prévia do material a ser utilizado, qualquer tipo de secção transversal

29
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

sem furos. Com a secção transversal desenhada, o material e o tipo formação escolhidos, o programa é
capaz de fornecer ao projetista um documento com todas as propriedades do material como áreas e
inércias efetivas, módulos de flexão, etc. No Anexo A.2. estão os documentos gerados com as
propriedades das secções transversais sem furos, utilizadas neste estudo para o dimensionamento das
secções de acordo com o que é proposto pela EN 15512 [1]. Nas figuras 17 e 18 estão as propriedades
das secções estudadas.

Fig. 18 - Propriedades da coluna 1

30
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Fig. 19 - Propriedades da coluna 2

31
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

32
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

4
Estudo Paramétrico

4.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo será feito um estudo paramétrico com o objetivo de, numa primeira fase, validar os
resultados obtidos através do modelo numérico desenvolvido em ABAQUS [2]. Para isso serão
comparados os valores alcançados através do modelo de dimensionamento proposto pela EN 15512 [1]
para colunas sem perfurações, com os resultados fornecidos pelo software SCIA Engineer [8].
Concluída a validação, se juntará à análise também, os resultados dos modelos com furos, que seguiram
rigorosamente a mesma estratégia de modelação. Estas comparações têm como objetivo obter um
melhor entendimento a respeito do comportamento do elemento com furos.

4.2. VALIDAÇÃO DO MODELO


Para uma melhor compreensão dos dados que serão apresentados, foram elaborados códigos para cada
um dos elementos estudados. A classificação do código segue a seguinte ordem: nome do elemento, tipo
da secção transversal, disposição dos furos (SF – sem furos, FT – furos na alma e nos banzos, FA – furos
apenas na alma, FB – furos apenas nos banzos), classe do aço (S355, S275 e S235), comprimento da
peça (0.25 m, 1.0 m, 2.2 m e 3.0 m). Segue exemplo abaixo:

Fig. 20 - Configuração do código para identificação dos modelos

4.2.1. ELEMENTOS SOB COMPRESSÃO SIMPLES


Para o processo de validação do modelo, num primeiro momento foi considerada uma coluna com 0,25
m de comprimento para que a esbelteza normalizada da peça fosse inferior a 0,2 de modo a evitar o

33
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

desenvolvimento de encurvadura global do elemento. Deste modo foi possível, dividindo a força
máxima apontada pelo programa pela tensão de cedência dos perfis, foi possível estimar a Aeff da
estrutura e compará-la com a teórica determinada com o software SCIA Engineer [8]. Assim como,
também, comparar a mesma força máxima fornecida pelo software com a obtida com base na EN 15512
[1]. As figuras 20 e 21 apresentam as deformadas e as curvas força x deslocamento dos perfis sem furos
de 0,25 m.

(a) Deformada do perfil 1 sem furos de 0,25 m (b) Deformada do perfil 2 sem furos de 0,25 m
Fig. 21 - Deformadas dos perfis sem furos de 0,25 m

C1SF3550.25 - Força x Deslocamento


180
160
140
120
Força (KN)

100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)

(a) Curva Força x Deslocamento do perfil C1SF3550.25

34
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C2SF3550.25 - Força x Deslocamento


200
180
160
140
Força (KN)

120
100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)

(b) Curva Força x Deslocamento do perfil C2SF3550.25


Fig. 22 - Gráficos Força x Deslocamento das peças sob compressão simples

Nas Tabela 2 estão os resultados encontrados a partir da norma EN 15512 [1] e dos perfis modelados no
software ABAQUS [2]. Enquanto que na Tabela 3 estão as relações entre os resultados obtidos.
Tabela 2 - Resultados dos elementos sob compressão simples (EN 15512 x ABAQUS)

Aeff,EN15512 Nc,Rd,EN15512 Aeff,ABAQUS Nc,Rd,ABAQUS


Código 𝜆̅EN15512
(mm2) (kN) (mm2) (kN)

C1SF3550.25 0,12896 476,33 169,10 467,66 166,02

C2SF3550.25 0,12914 526,33 186,85 500,82 177,79

Tabela 3 - Relações entre áreas (EN 15512 x ABAQUS)

Código Aeff,EN15512/Ag Aeff,ABAQUS/Ag Aeff,ABAQUS /AEN15512

C1SF3550.25 0.97095 0.95328 0.98180

C2SF3550.25 0.973639 0.92645 0.95153

Como pode ser observado, na Tabela 2, os valores de Aeff encontrados através da modelação numérica
foram bastante próximos aos utilizados para o dimensionamento de acordo com a norma EN 15512 [1]
a maior diferença foi encontrada para o perfil de secção transversal 2 com o valor de, aproximadamente,
4,85%. A relação entre as Aeff e Ag, mostrada na Tabela 3 também seguiu a mesma lógica e apresentou
valores parecidos, novamente sendo a secção transversal 2 a que apresentou a maior diferença, cerca de
7,5%.
4.2.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA
Desta maneira seguiu-se para a análise dos elementos com 𝜆̅ superior a 0,25, quando já existe o efeito
da encurvadura por compressão e se faz necessário a consideração do fator de redução χ. Levando em

35
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

conta os referidos efeitos, é hora de analisar as resistências, Nb,Rd, e os fatores de redução, χ, de peças
com 1,0 m de comprimento e 𝜆̅ próximo de 0,50. Nas figuras 22 e 23 estão, respetivamente, as
deformadas e as curvas força x deslocamentos dos perfis de 1,0 m.

(a) Deformada do perfil 1 sem furos de 1,0 m (b) Deformada do perfil 2 sem furos de 1,0 m
Fig. 23 - Deformada dos perfis sem furos de 1,0 m

C1SF3551.0 - Força x Deslocamento


160
140
120
Força (KN)

100
80
60
40
20
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
Deslocamento (m)

(a) Curva Força x Deslocamento do perfil C1SF3551.0

36
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C2SF3551.0 - Força x Deslocamento


180
160
140
120
Força (KN) 100
80
60
40
20
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
Deslocamento (m)

(b) Curva Força x Deslocamento do perfil C2SF3551.0


Fig. 24 - Gráficos Força x Deslocamento das peças com encurvadura

Como no caso da compressão pura, a Tabela 4 mostra que os resultados encontrados em ABAQUS [2]
novamente não estiveram distantes dos obtidos de acordo com a norma EN 15512 [1].
Tabela 4 - Resultados dos elementos, de secção cheia, sob encurvadura (EN 15512 x ABAQUS)

χABAQUS Nb,Rd,ABAQUS
Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,ABAQUS
Código 𝜆̅ χEN15512 χABAQUS / /
(kN) (kN)
χEN15512 Nb,Rd,EN15512

CSF13551.0 0,51583 0,87713 148,32 0,90772 150,70 1.03488 1.01605

CSF23551.0 0,51655 0,87681 163,83 0,89859 159,76 1.02484 0.97516

O fator de redução foi ligeiramente superior no software numérico, apresentando 3,5% para o tipo de
secção 1 e 2,5% para o tipo 2. Já as cargas de resistência para a secção do tipo 1 foi apenas 1,6% a mais
que a prevista em norma, enquanto que a da secção tipo 2, somente 2,5%.
4.2.3. ELEMENTOS SUJEITOS À ENCURVADURA TORSIONAL
Na Tabela 5, são apresentados os resultados obtidos para as peças que estão sob efeito da encurvadura
torsional, foram consideradas estruturas com um comprimento de 2,2 m e 3,0 m. Enquanto que nas
figuras 24 e 25 estão as deformadas e as curvas força x deslocamento dos perfis referidos acima.

37
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(a) Deformada do perfil 1 sem furos de 2,2 m (b) Deformada do perfil 2 sem furos de 2,2 m

(c) Deformada do perfil 1 sem furos de 3,0 m (d) Deformada do perfil 2 sem furos de 3,0 m
Fig. 25- Deformada dos perfis sem furos de 2,2 m e 3,0 m

38
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C1SF1355 - Força x Deslocamento


120

100

80
Força (kN)

60

40

20

0
0 0.03 0.06 0.09 0.12 0.15 0.18 0.21 0.24 0.27 0.3 0.33

L = 2.2m L = 3.0m Deslocamento (m)

(a) C1SF355 sob encurvadura torsional

CSF2355 - Força x Deslocamento


160
140
120
Força (kN)

100
80
60
40
20
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
L = 2.2m L = 3.0m Deslocamento (m)

(b) C2SF355 sob encurvadura torsional


Fig. 26 - Gráficos Força x Deslocamento das peças sob encurvadura torsional

Tabela 5 - Resultados dos elementos, de secção cheia, sob encurvadura torsional (EN 15512 x ABAQUS)

χ ABAQUS Nb,Rd,ABAQUS
Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,ABAQUS
Código 𝜆̅ χ EN15512 χ ABAQUS / /
(kN) (kN)
χ EN15512 Nb,Rd,EN15512

CSF13552.2 1,13485 0,51471 87,04 0,61010 101,29 1.18533 1.16372

CSF23552.2 1,13641 0,51380 96,00 0,81343 144,62 1.58316 1.50646

CSF13553.0 1,54751 0,32532 55,01 0,40326 66,95 1.23958 1.21705

CSF23553.0 1,54966 0,32459 60,65 0,57664 102,52 1.77652 1.69035

Para estes casos, os valores encontrados para a resistência Nb,Rd em ABAQUS [2] são bastante superiores
aos encontrados através do dimensionamento da norma. Os valores variam entre 16% a mais de
capacidade resistente para o modelo da secção transversal 1 de 2,2 m, a 69% a mais para o modelo da

39
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

secção transversal 2 com 3,0 m de comprimento. Esta diferença mais expressiva de valores vem de
fatores de redução, recomendados pela norma, mais rígidos que os encontrados por meio da modelação
numérica.

4.3. ANÁLISE DOS PERFIS METÁLICOS COM FUROS


4.3.1. ESTRUTURA SOB COMPRESSÃO SIMPLES
Com os resultados obtidos na fase anterior, buscou-se reproduzir a mesma modelação utilizada para os
elementos sem furos e perceber como a existência de furos agem nas características dos elementos.
Assim como foi feito na análise anterior, foram comparados os elementos de 𝜆̅ inferiores a 0,2. Nas
figuras 26 e 27 estão as deformadas e as curvas força x deslocamentos dos perfis de 0,25 m com
diferentes disposições de furos.

(a) Deformada do perfil 1 de 0,25 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 0,25 m com furos

40
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(c) Deformada do perfil 1 de 0,25 com furos (d) Deformada do perfil 2 de 0,25 m com furos apenas
apenas na alma na alma

(e) Deformada do perfil 1 de 0,25 com furos (f) Deformada do perfil 2 de 0,25 m com furos apenas
apenas nos banzos nos banzos
Fig. 27 - Deformadas dos perfis de 0,25 m com os três tipos de disposição dos furos

C1FX3550.25 - Força x Deslocamento


160
140
120
Força (kN)

100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)

FT FA FB

(a) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 1 de 0,25 m com furos

41
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C2FX3550.25 - Força x Deslocamento


180
160
140
120
Força (kN)

100
80
60
40
20
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Deslocamento (m)

FT FA FB

(b) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 2 de 0,25 m com furos

Fig. 28 - Gráficos Força x Deslocamento das peças sob compressão simples

A Tabela 6 traz os modelos estudados do aço S355, com diferentes disposições de furos ao longo do seu
comprimento. Com ela foi possível tomar algumas notas importantes a respeito das relações entre as
perfurações e a capacidade resistente da peça.
Tabela 6 - Resultados dos elementos, de secção perfurada, sob compressão simples

Vretirada
VTotal VRetirado Aeff Nc,Rd Aeff / Aeff /
Código / VTotal
(mm3) (mm3) (mm2) (kN) Aeff,EN15512 Aeff,SF,ABAQUS
(%)

C1FT3550.25 122645 6642,20 362,79 128,79 5,41 0.76164 0.77576

C1FA3550.25 122645 4474,50 412,28 146,36 3,65 0.86553 0.88158

C1FB3550.25 122645 2167,07 416,79 147,96 1,77 0.87503 0.89122

C2FT3550.25 135145 6642,20 398,82 141,58 4,92 0.75774 0.79633

C2FA3550.25 135145 4474,50 449,69 159,64 3,31 0.85439 0.89791

C2FB3550.25 135145 2167,07 449,15 159,45 1,64 0.85336 0.89683

Os casos onde foram modelados furos tanto na alma quanto nos banzos, apresentando, portanto, um
maior volume retirado da estrutura, foram os que obtiveram as maiores reduções na área efetiva da
secção, cerca de 24% com uma diminuição de 5,41% no volume total para a secção transversal do tipo
1 e, aproximadamente 25% com 4,92% do volume total da peça retirado.
Outra relação importante a se notar foi entre os perfis com furos realizados apenas na alma e os perfis
com furos localizados apenas nos banzos. Apesar capacidades resistentes à compressão bastante
semelhantes, o volume retirado nos modelos FA é um pouco superior ao dobro do que foi retirado nos
modelos FB. Desta forma, é possível referir que no caso deste estudo as perfurações realizadas no banzo

42
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

influenciam mais nas áreas efetivas, consequentemente também na capacidade resistente da peça, Nc,Rd,
do que as perfurações realizadas na alma dos perfis.
4.3.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA
As estruturas apresentadas nas figuras 28 e 29 são de 1,0 m de comprimento e apresentam 𝜆̅ superiores
a 0,2 fazendo com que seja necessário levar em conta os efeitos da encurvadura na peça. Esta
consideração é feita com a utilização de fatores de redução χ para o cálculo do valor da resistência à
encurvadura, Nb,Rd.

(a) Deformada do perfil 1 de 1,0 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 1,0 m com furos

(c) Deformada do perfil 1 de 1,0 com furos apenas na (d) Deformada do perfil 2 de 1,0 m com furos apenas
alma na alma

43
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(e) Deformada do perfil 1 de 1,0 com furos apenas (e) Deformada do perfil 2 de 1,0 m com furos apenas
nos banzos nos banzos

Fig. 29 - Deformadas dos perfis de 1,0 m com diferentes disposições de furos

C1FX3551.0 - Força x Deslocamento


160
140
120
Força (kN)

100
80
60
40
20
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
Deslocamento (m)
FT FA FB

(a) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 1 de 1,0 m com furos

44
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C2FX3551.0 - Força x Deslocamento


160
140
120
Força (kN)

100
80
60
40
20
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
Deslocamento (m)
FT FA FB

(b) Curvas força x deslocamento dos perfis da secção 2 de 1,0 m com furos
Fig. 30 - Gráficos Força x Deslocamento dos modelos de 1,0 m com perfurações

Na Tabela 7 estão os resultados dos perfis com furos obtidos a partir da modelação no software
ABAQUS [2] e as relações com os resultados dos perfis sem furos dimensionados de acordo com a
norma EN 15512 [1].
Tabela 7 - Resultados obtidos para os modelos de 1,0 m com furos

χ FX χ FX Nb,Rd Nb,Rd
Código χ Nb,Rd (kN) / / / /
χ EN15512 χ SF,ABAQUS Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,SF,ABAQUS

C1FT3551.0 0,91094 117,32 1.03855 1.00355 0.79099 0.77850

C1FA3551.0 0,88508 129,54 1.00906 0.97506 0.87338 0.85959

C1FB3551.0 0,93323 138,08 1.06396 1.02810 0.93096 0.91626

C2FT3551.0 0,89193 126,28 1.01724 0.99259 0.77080 0.79044

C2FA3551.0 0,88048 140,56 1.00419 0.97985 0.85796 0.87982

C2FB3551.0 0,93170 148,56 1.06260 1.03685 0.90679 0.92990

Através dos resultados apresentados na Tabela 7 é possível concluir que os fatores de redução, χ,
encontrados para os modelos sem furos foram bastante semelhantes aos alcançados nos modelos com
furos. Acontecendo a maior diferença quando comparado aos valores obtidos com a norma EN 15512
[1] para os modelos com furos nos banzos, com valores superiores a 6%.
Conforme esperado, as maiores diminuições na capacidade resistente, Nb,Rd, encontradas pela introdução
de furos na secção transversal do elemento, foram nos modelos com uma maior quantidade de volume
retirada. Os modelos que continham furos tanto na alma quanto nos banzos apresentaram uma redução
no Nb,Rd, quando comparados aos modelos sem furos, de um pouco mais que 20% tanto para os que
seguiram as regras de dimensionamento da norma EN 15512 [1] quanto com os obtidos em ABAQUS
[2]. Os modelos com furos apenas nos banzos, foram os que demonstraram uma menor redução nas

45
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

respetivas capacidades resistentes, menos de 10% inferior aos valores alcançados pelos modelos com
secção transversal cheia.
4.3.2. ELEMENTOS SOB EFEITOS DA ENCURVADURA TORSIONAL
As peças que estiveram sujeitas aos efeitos da encurvadura torsional foram as com um 𝜆̅ superior a 1,
tendo os modelos estudados, respetivamente, 2,2 m e 3 m. Nas figuras abaixo são apresentadas as
deformações dos perfis e as curvas força x deslocamento obtidas a partir da modelação destes perfis
com furos conforme feito anteriormente.

(a) Deformada do perfil 1 de 2,2 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 2,2 m com furos

46
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(c) Deformada do perfil 1 de 2,2 com furos apenas na (d) Deformada do perfil 2 de 2,2 m com furos apenas
alma na alma

(e) Deformada do perfil 1 de 2,2 com furos apenas (e) Deformada do perfil 2 de 2,2 m com furos apenas
nos banzos nos banzos
Fig. 31 - Deformadas dos perfis de 2,2 m com diferentes disposições de furos

(a) Deformada do perfil 1 de 3,0 m com furos (b) Deformada do perfil 2 de 3,0 m com furos

47
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

(c) Deformada do perfil 1 de 3,0 com furos apenas na (d) Deformada do perfil 2 de 3,0 m com furos apenas
alma na alma

(e) Deformada do perfil 1 de 3,0 com furos apenas (e) Deformada do perfil 2 de 3,0 m com furos apenas
nos banzos nos banzos
Fig. 32 - Deformadas dos perfis de 3,0 m com diferentes disposições de furos

48
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C1FX3552.2 - Força x Deslocamento


90
80
70
60
Força (kN) 50
40
30
20
10
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
Deslocamento (m)
FT FA FB

(a) C1FX3552.2

C2FX3552.2 - Força x Deslocamento


140
120
100
Força (kN)

80
60
40
20
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
Deslocamento (m)
FT FA FB

(b) C2FX3552.2
Fig. 33 - Gráficos Força x Deslocamento dos modelos de 2,2 m com perfurações

C1FX3553.0 - Força x Deslocamento


70
60
50
Força (kN)

40
30
20
10
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Deslocamento (m)
FT FA

(a) C1FX3553.0

49
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C2FX3553.0 - Força x Deslocamento


120

100

80
Força (kN)
60

40

20

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Deslocamento (m)
FT FA FB

(b) C2FX3553.0
Fig. 34 - Gráficos Força x Deslocamento dos modelos de 3,0 m com perfurações

Nas tabelas 8 e 9 estão os resultados dos perfis referidos acima, obtidos a partir da modelação no
software ABAQUS [2] e as relações com os resultados dos perfis sem furos dimensionados de acordo
com a norma EN 15512 [1].
Tabela 8 - Resultados obtidos para os modelos de 2,2 m com furos

χ FX χ FX Nb,Rd Nb,Rd
Código χ Nb,Rd (kN) / / / /
χ EN15512 χ SF,ABAQUS Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,SF,ABAQUS

C1FT3552.2 0,60882 78,41 1.18284 0.99790 0.90085 0.77411

C1FA3552.2 0,57905 84,75 1.12500 0.94911 0.97369 0.83671

C1FB3552.2 0,63200 93,51 1.22788 1.03590 1.07433 0.92319

C2FT3552.2 0,76240 107,94 1.48385 0.93727 1.12438 0.74637

C2FA3552.2 0,74518 118,96 1.45033 0.91610 1.23917 0.82257

C2FB3552.2 0,81524 129,99 1.58669 1.00223 1.35406 0.89884

Tabela 9 - Resultados obtidos para os modelos de 3,0 m com furos

χ FX χ FX Nb,Rd Nb,Rd
Nb,Rd
Código χ / / / /
(kN)
χ EN15512 χ SF,ABAQUS Nb,Rd,EN15512 Nb,Rd,SF,ABAQUS

C1FT3553.0 0,41385 53,30 1.27213 1.02626 0.96892 0.79612

C1FA3553.0 0,38453 56,28 1.18201 0.95355 1.02309 0.84063

50
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C1FB3553.0 0,42822 63,36 1.31630 1.06190 1.15179 0.94638

C2FT3553.0 0,56978 80,67 1.75538 0.98810 1.33009 0.78687

C2FA3553.0 0,53314 85,11 1.64250 0.92456 1.40330 0.83018

C2FB3553.0 0,60916 97,13 1.87671 1.0564 1.60148 0.94743

Com base nos resultados apresentados nas Tabelas 8 e 9 é possível efetuar duas observações que foram
constatadas para as peças de 1,0 e 0,25 m. Elas são referentes à capacidade resistente, Nb,Rd, os fatores
de redução, χ, e as disposições dos furos. Os perfis com furos apenas nos banzos apresentaram maior
resistência, com valores de Nb,Rd próximos aos obtidos com os perfis sem furos. Enquanto que as secções
com furos apenas na alma apresentaram os maiores fatores de redução, o que leva ao entendimento de
que são mais instáveis que as outras.
Na relação entre as capacidades resistentes dos elementos modelados em ABAQUS [2] com e sem furos,
é possível observar que para todos os comprimentos utilizados, foram reduzidas aproximadamente na
mesma proporção a capacidade resistente da peça sem furos para a perfurada, sendo assim, as diferenças
nas capacidades resistente são apenas dependentes das áreas efetivas. Já quando comparadas com os
valores obtidos através do método de dimensionamento proposto pela EN 15512 [1] fica nítido o teor
conservativo da norma apontando valores cada vez mais inferiores, aos encontrados através do software,
conforme as dimensões da peça aumentam.

51
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

52
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

5
CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1. CONCLUSÕES
Esta dissertação apresentou um estudo relativo à análise e dimensionamento de estantes industriais
metálicas. Foi possível constatar o teor conservativo associado às normas EN 15512 [1] e EN 1993-1-3
[3] no que diz respeito a peças sem furos com comprimentos maiores, esbeltezas normalizadas
superiores a 1, conduzindo a capacidades resistentes subdimensionadas.
Na análise da capacidade resistente dos elementos com e sem furos modelados em ABAQUS [2]
percebeu-se que apesar de diferentes comprimentos, que faz com que os valores referentes as esbeltezas
normalizadas mudem para cada perfil metálico em estudo, não houve uma diferença significativa entre
os resultados. Já quando comparadas aos elementos dimensionados de acordo com a norma, reafirmou-
se o caráter conservativo da norma com valores, novamente, cada vez mais distantes conforme o
comprimento das peças vai aumentando.
No caso das disposições dos furos na secção transversal, comprovou-se a sua relevância referente tanto
à capacidade resistente da peça, quanto à estabilidade. As peças com furos apenas nos banzos, mostraram
ser mais estáveis, estando associadas a um fator de redução à encurvadura inferior. A capacidade
resistente não mostrou ser diretamente proporcional ao volume retirado das secções, pois os modelos
com furos apenas na alma mostraram ser mais sensíveis as perfurações que os modelos com furos apenas
nos banzos.
Fica registada a importância de ensaios laboratoriais ou modelos numéricos em softwares, para o
dimensionamento das peças perfuradas já que sem estas abordagens fica inviável a estimativa das
propriedades efetivas dos perfis metálicos perfurados.

5.2. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS


Este estudo não teve a oportunidade de levar os elementos de estudo para que fossem testados em
laboratório. Portanto, seria interessante que um estudo futuro pudesse realizar os testes destas peças e
correlacionar os resultados obtidos com os apresentados nesta dissertação

53
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Para o dimensionamento de peças perfuradas, torna-se necessário o desenvolvimento de estudos


adicionais com base em modelos numéricos e ensaios laboratoriais de outros tipos de secções
transversais para que se possa traçar correlações que sejam capazes de levar à obtenção das propriedades
efetivas destas secções por via de fórmulas, que termine com a obrigatoriedade da utilização de modelos
numérico e ensaios laboratoriais para tal.
Os resultados obtidos neste estudo e em outros poderiam estabelecer correlações entre si, e a partir disto
estabelecer um critério semelhante ao do fator de redução χ para que tornar-se possível a realização do
dimensionamento conforme a norma determina e no fim fazer a redução da capacidade resistente a partir
da quantidade de furos e de sua disposição.
Seria também interessante realizar análises de convergência da malha em ABAQUS [2], para que
fosse possível estabelecer uma dimensão máxima da malha para obtenção de resultados fiáveis. Neste
estudo, devido a limitações computacionais, não foi viável a realização de tal estudo, levando a
consideração de 5 mm de distância entre os nós, conforme referido no Capítulo 3.

54
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Structural Design. European Committee for Standardization, Brussels, 2009.
[2] ABAQUS. ABAQUS/CAE. Version 6.14. Dassault Systèmes. http://www.simulia.com/. Março 2020.
[3] CEN. EN 1993-1-3, Eurocode 3 – Design of Steel Structures. Part 1-3: General Rules –
Supplementary Rules for Cold-formed Members and Sheeting. European Committee for
Standardization, Brussels, 2006.
[4] IPQ. NP EN 1993 1-1, Eurocódigo 3 – Projecto de Estruturas de Aço. Parte 1-1: Regras Gerais e
Regras para Edifícios. Instituto Português da Qualidade, Caparica, 2010.
[5] CEN. EN 1993, Eurocode 3 – Design of Steel Structures. European Committee for Standardization,
Brussels, 2004.
[6] CEN. EN 15629, Steel Static Storage Systems – Specification of Storage Equipment. European
Committee for Standardization, Brussels, 2008.
[7] Pastor, M.M., Casafont, M., Bonada, J. Roure, F. Imperfection Amplitudes for Nonlinear Analysis of
Open Thin-walled Steel Cross-sections Used in Rack Column Uprights. Thin-walled Structures,
03/2014, 28-41, Silvestre N., Barcelona.
[8] SCIA. SCIA Engineer. Version 19.1. Nemetschek Group. http://www.scia.net/. Maio 2020.
[9] Moen, C. Direct Strength Design of Cold-formed Steel Members with Perforations. Dissertação de
Doutoramento, Johns Hopkins University, 2008.
[10] Zhao, X., Chong, R., Qin, R. An Experimental Investigation into Perforated and Non-perforated
Steel Storage Rack Uprights. Thin-walled Structures, 03/2017, 159-172, Silvestre N., Xangai.
[11] Bernuzzi, C., Simoncelli, M. EU and US Design Approaches for Steel Storage Pallet Racks with
Mono-symmetric Cross-section Uprights. Thin-walled Structures, 04/2017, 181-204, Silvestre N.,
Milão.
[12] Bernuzzi, C., Maxenti, F. European Alternatives to Design Perforated Thin-walled Cold-formed
Beam-columns for Steel Storage Systems. Journal of Constructional Steel Research, 07/2015, 121-136,
Parke G.A.R., Young B., Ziemian R., Milão.
[13] Bernuzzi, C. European and United States Approaches for Steel Storage Pallet Rack Design. Part
1: Discussions and General Comparisons. Thin-walled Structures, 12/2015, 308-320, Silvestre N.,
Milão.
[14] Bernuzzi, C., Draskovic, N., Simoncelli, M. European and United States Approaches for Steel
Storage Pallet Rack Design. Part 2: Practical Applications. Thin-walled Structures, 12/2015, 321-341,
Silvestre N., Milão.
[15] Cardoso, F.S., Rasmussen, K.J.R. Finite Element (FE) Modelling of Storage Rack Frames. Journal
of Constructional Steel Research, 11/2016, 1-14, Parke G.A.R., Young B., Ziemian R., Sydney.
[16] Elias, G.C., Neiva, L.H.A., Sarmanho, A.M.C., Alves, V.N., Castro, A.F.B. Ultimate Load of Steel
Storage Systems Uprights. Engineering Structures, 09/2018, 53-62, Gould P.L., Ouro Preto.
[17] Martins, S.C. Estudo de Ligações por Encaixe em Estantes Industriais Convencionais. Dissertação
de Mestrado, Universidade de Aveiro, 2015.

55
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

[18] Barreta, C.E.A.S. Interacção entre Instabilidade Local-de-Placa e Distorcional em Colunas de Aço
Enformadas a Frio de Secção em Z. Dissertação de Mestrado, Universidade Técnica de Lisboa, 2011.
[19] Yun, X., Gardner, L. Stress-strain Curves for Hot-rolled Steels. Journal of Constructional Steel
Research, 06/2017, 36-46, Parke G.A.R., Young B., Ziemian R. Londres.
[20] https://www.amh1979.com/blog/2019/6/25/history-of-pallet-racking. 12/06/2020.
[21] http://negocios.maiadigital.pt/hst/sector_actividade/armazenagem/caracterizacao/esboco.
12/06/2020.
[22] https://chinarack.en.made-in-china.com/. 28/06/2020.
[23] http://www.dpfiltersystems.com/pallet-racking/. 28/06/2020.

56
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

ANEXOS
A.1. SECÇÕES TRANSVERSAIS E DISPOSIÇÃO DOS FUROS

Fig. 35 - Secções Transversais 1 e 2, respetivamente

(a) Secção transversal 1 (b) Secção Transversal 2


Fig. 36 - Disposição dos furos

57
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

A.2. PROPRIEDADES EFETIVAS PELO SCIA

(a) Secção Transversal 1 (b) Secção Transversal 2


Fig. 37 - Propriedades Efetivas

A.3. DIMENSIONAMENTO DE ACORDO COM A EN 15512

A.3.1. ELEMENTOS TEÓRICOS COM SECÇÕES SEM FUROS


Para o C1SF3550.25:

0,25
𝜆𝑦 = = 10
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6

10
𝜆̅ = × √0,97095 = 0,12896
76,40915

355 × 103 × 476,33 × 10−6


𝑁𝑐,𝑅𝑑 = = 169,10 𝑘𝑁
1.0

58
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Para o C2SF3550.25:
0,25
𝜆𝑦 = = 10
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6

10
𝜆̅ = × √0,97364 = 0,12914
76,40915

355 × 103 × 526,33 × 10−6


𝑁𝑐,𝑅𝑑 = = 186,85 𝑘𝑁
1.0

Para o C1SF3551.0:
1
𝜆𝑦 = = 40
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6

40
𝜆̅ = × √0,97095 = 0,51584
76,40915

∅ = 0,5 × [1 + 0,34 × (0,51584 − 0,2) + 0,515842 ] = 0,68674

1
𝜒= = 0,87713
0,68674 + √0,686742 − 0,515842

𝑁𝑏,𝑅𝑑 = 0,87713 × 169,10 = 148,32 𝑘𝑁

Para o C2SF3551.0:

59
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

1
𝜆𝑦 = = 40
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6

40
𝜆̅ = × √0,97364 = 0,51655
76,40915

∅ = 0,5 × [1 + 0,34 × (0,51655 − 0,2) + 0,516552 ] = 0,68723

1
𝜒= = 0,87681
0,68723 + √0,686742 − 0,516552

𝑁𝑏,𝑅𝑑 = 0,87681 × 186,85 = 163,83 𝑘𝑁

Para o C1SF3552.2:
2,2
𝜆𝑦 = = 88
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6

88
𝜆̅ = × √0,97095 = 1,13484
76,40915

∅ = 0,5 × [1 + 0,34 × (1,13484 − 0,2) + 1,134842 ] = 1,30286

1
𝜒= = 0,51471
1,30286 + √1,302862 − 1,134842

60
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

𝑁𝑏,𝑅𝑑 = 0,51471 × 169,10 = 87,04 𝑘𝑁

Para o C2SF3552.2:
2,2
𝜆𝑦 = = 88
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6

88
𝜆̅ = × √0,97364 = 1,13641
76,40915

∅ = 0,5 × [1 + 0,34 × (1,13641 − 0,2) + 1,136412 ] = 1,30491

1
𝜒= = 0,87681
1,30491 + √1,304912 − 1,136412

𝑁𝑏,𝑅𝑑 = 0,51380 × 186,85 = 96,00 𝑘𝑁

Para o C1SF3553.0:
3,0
𝜆𝑦 = = 120
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

476,33 × 10−6
𝛽= = 0,97095
490,58 × 10−6

120
𝜆̅ = × √0,97095 = 1,54752
76,40915

∅ = 0,5 × [1 + 0,34 × (1,54752 − 0,2) + 1,134842 ] = 1,92648

1
𝜒= = 0,32532
1,92648 + √1,926482 − 1,547522

61
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

𝑁𝑏,𝑅𝑑 = 0,32532 × 169,10 = 55,01 𝑘𝑁

Para o C2SF3553.0:
3,0
𝜆𝑦 = = 120
25 × 10−3

210 × 106
𝜆1 = 𝜋 × √ = 76,40915
355 × 103

526,33 × 10−6
𝛽= = 0,97364
540,58 × 10−6

120
𝜆̅ = × √0,97364 = 1,54966
76,40915

∅ = 0,5 × [1 + 0,34 × (1,54966 − 0,2) + 1,549662 ] = 1,93016

1
𝜒= = 0,87681
1,93016 + √1,930162 − 1,549662

𝑁𝑏,𝑅𝑑 = 0,51380 × 186,85 = 96,00 𝑘𝑁

A.3.2. ELEMENTOS EM ABAQUS


Para o C1SF3550.25:
166,02
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 467,66 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C1FT3550.25:
128,79
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 362,79 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C1FA3550.25:
146,36
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 412,28 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C1FB3550.25:
147,96
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 416,96 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C2SF3550.25:

62
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

177,79
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 500,82 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C2FT3550.25:
141,58
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 398,82 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C2FA3550.25:
159,64
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 449,69 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C2FB3550.25:
159,45
𝐴𝑒𝑓𝑓 = × 106 = 449,15 𝑚𝑚2
355 × 103
Para o C1SF3551.0:
150,70
𝜒= = 0,90772
166,02
Para o C2SF3551.0:
159,76
𝜒= = 0,89859
177,79
Para o C1FT3551.0:
117,32
𝜒= = 0,91094
128,79
Para o C2FT3551.0:
126,28
𝜒= = 0,89193
141,58
Para o C1FA3551.0:
129,54
𝜒= = 0,88508
146,36
Para o C2FA3551.0:
140,56
𝜒= = 0,88048
159,64
Para o C1FB3551.0:
138,08
𝜒= = 0,93323
147,96
Para o C2FB3551.0:
148,56
𝜒= = 0,93170
159,45
Para o C1SF3552.2:
101,29
𝜒= = 0,61011
166,02

63
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Para o C2SF3552.2:
144,62
𝜒= = 0,81343
177,79
Para o C1FT3552.2:
78,41
𝜒= = 0,60882
128,79
Para o C2FT3552.2:
107,94
𝜒= = 0,76240
141,58
Para o C1FA3552.2:
84,75
𝜒= = 0,57905
146,36
Para o C2FA3552.2:
118,96
𝜒= = 0,74518
159,64
Para o C1FB3552.2:
93,51
𝜒= = 0,63200
147,96

Para o C2FB3552.2:
129,99
𝜒= = 0,81524
159,45
Para o C1SF3553.0:
66,95
𝜒= = 0,40326
166,02
Para o C2SF3553.0:
102,52
𝜒= = 0,57664
177,79
Para o C1FT3553.0:
53,30
𝜒= = 0,41385
128,79
Para o C2FT3553.0:
80,67
𝜒= = 0,56978
141,58
Para o C1FA3553.0:
56,28
𝜒= = 0,38453
146,36

64
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Para o C2FA3553.0:
85,11
𝜒= = 0,53314
159,64
Para o C1FB3553.0:
63,36
𝜒= = 0,42822
147,96
Para o C2FB3553.0:
97,13
𝜒= = 0,60916
159,45
A.4. RESULTADOS PARA OS PERFIS S275 E S235
Resultados dos perfis S275 de 0,25 m:
Aeff,ABAQUS Nc,Rd,ABAQUS
Código
(mm2) (kN)

C1SF2750.25 470,15 129,29


C2SF2750.25 508,84 139,93
C1FT2750.25 365,49 100,51
C2FT2750.25 405,67 111,56
C1FA2750.25 414,07 113,87
C2FA2750.25 456,65 125,58
C1FB2750.25 419,75 115,43
C2FB2750.25 458,36 126,05

Resultados dos perfis S235 de 0,25 m:


Aeff,ABAQUS Nc,Rd,ABAQUS
Código
(mm2) (kN)

C1SF2350.25 471,62 110,83


C2SF2350.25 512,94 120,54
C1FT2350.25 367,02 86,25
C2FT2350.25 409,53 96,24
C1FA2350.25 415,02 97,53
C2FA2350.25 459,36 107,95
C1FB2350.25 421,06 98,95
C2FB2350.25 462,34 108,65

Resultados dos perfis S275 de 1.0 m:

65
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

Nc,Rd,ABAQUS 𝜒
Código
(kN)

C1SF2751.0 122,14 0,90772


C2SF2751.0 131,79 0,94183
C1FT2751.0 93,05 0,92578
C2FT2751.0 102,87 0,92211
C1FA2751.0 105,20 0,92386
C2FA2751.0 115,52 0,91989
C1FB2751.0 110,53 0,95755
C2FB2751.0 121,38 0,96295

Resultados dos perfis S235 de 1.0 m:


Nc,Rd,ABAQUS 𝜒
Código
(kN)

C1SF2351.0 106,12 0,95750


C2SF2351.0 115,33 0,95678
C1FT2351.0 80,45 0,93275
C2FT2351.0 89,90 0,93412
C1FA2351.0 91,81 0,94135
C2FA2351.0 101,11 0,93664
C1FB2351.0 95,66 0,96675
C2FB2351.0 105,62 0,97211

Resultados dos perfis S275 de 2.2 m:


Nc,Rd,ABAQUS 𝜒
Código
(kN)

C1SF2752.2 92,08 0,71220


C2SF2752.2 122,46 0,87515
C1FT2752.2 69,35 0,68998
C2FT2752.2 90,74 0,81337
C1FA2752.2 76,84 0,67480
C2FA2752.2 102,13 0,81327
C1FB2752.2 83,03 0,71931

66
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C2FB2752.2 108,86 0,86363

Resultados dos perfis S235 de 2.2 m:


Nc,Rd,ABAQUS 𝜒
Código
(kN)

C1SF2352.2 84,96 0,76658


C2SF2352.2 107,75 0,89389
C1FT2352.2 63,11 0,73171
C2FT2352.2 80,41 0,83552
C1FA2352.2 70,94 0,72737
C2FA2352.2 91,17 0,84456
C1FB2352.2 75,51 0,76311
C2FB2352.2 95,84 0,88210

Resultados dos perfis S275 de 3.0 m:


Nc,Rd,ABAQUS 𝜒
Código
(kN)

C1SF2753.0 62,46 0,48310


C2SF2753.0 94,75 0,67712
C1FT2753.0 49,59 0,49338
C2FT2753.0 72,82 0,65274
C1FA2753.0 52,62 0,38453
C2FA2753.0 78,30 0,62351
C1FB2753.0 58,76 0,50905
C2FB2753.0 87,88 0,69718

Resultados dos perfis S235 de 3.0 m:


Nc,Rd,ABAQUS 𝜒
Código
(kN)

C1SF2353.0 59,74 0,53902


C2SF2353.0 88,65 0,73544
C1FT2353.0 46,86 0,54330
C2FT2353.0 67,15 0,69774
C1FA2353.0 50,17 0,51441

67
Análise e Dimensionamento de Estantes Industriais em Estrutura Metálica

C2FA2353.0 73,26 0,67865


C1FB2353.0 55,74 0,56331
C2FB2353.0 81,04 0,74588

68

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