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Personagens:

Bertoleza
João Romão
Miranda
Botelho
Henrique
Estela
Leocádia
Jerônimo
Piedade
Rita Baiana
Marido de Leocádia (BRUNO)
Firmo
Filho do dono de Bertoleza

Cena 1
João Romão esta trabalhando em um bar atendendo 2 clientes. Logo em seguida ele sai e vai
almoçar na casa de sua vizinha (Bertoleza). João está sentado na mesa e Bertoleza se aproxima
com um dinheiro na mão.
Bertoleza: Por favor senhor João , guarde minhas economias pois já fui assaltada uma vez.
João pega o dinheiro.
(uma voz fala: Com o dinheiro de Bertoleza João comprou umas terras a esquerda da venda.)
Cena 2
Cenário: frente da venda.
João chega com um papel na mão e entrega à Bertoleza.
João: Você agora não tem mais senhor, está livre!
Bertoleza comemora.
Cena 3
(uma voz fala: sem domingo nem dia Santo, João comprou boa parte da pedreira e pôs lá seis
homens a quebrar pedra e seis a fazer paralelepípedos e arrematou em leilão todo o espaço
entre ela e suas casinhas, onde logo começaria a construir o cortiço.)
Enquanto isso os personagens trabalham.
Cena 4:
Miranda e a família chegam à cidade.
(uma voz fala: Acaba de se mudar para o Casarão que fica ao lado do cortiço, um
comerciante português e sua família. A casa era boa mais faltava um quintal, então ele
procurou o vizinho para que ele vendesse 10 braças do terreno.)
João: O senhor perde o seu tempo e o seu latim! Não vendo uma polegada e ainda lhe compro
o espaço do fundo, se quiser me vender!
Miranda: Você é um teimoso! Pois não lhe deixarei erguer muro que tape as minhas janelas!
Vai se arrepender de não me vender o terreno! Passe bem! (Miranda se retira)
Cena 5
Cenário: a venda de João aumentou tornado-se um bazar. Miranda está na porta da casa
olhando o cortiço.
Miranda: (pensamento) O miserável nunca vestiu um paletó mas não precisa
aguentar nenhumazinha por causa do dote! Nem roer nenhum chifre! Fui uma besta!
Miranda entra em casa e junta-se à família que esta sentada na mesa para almoçar, logo
depois ele sai com Botelho, os dois estão parados na calçada conversando.
Miranda: Sei que a minha esposa não vale nada, mas pouco me importo! Sirvo-me dela como
de uma escarradeira.
Botelho: Faz bem, ela representa seu capital, e capital a gente nunca despreza!
Logo depois Estela sai acompanhada com Henrique, Botelho desconfia e os segue. Estela esta
beijando Henrique e Botelho vê.
Botelho: Isso é uma imprudência, com tantos quartos na casa! Assim como fui eu, podia ser
outra pessoa...
Estela: Nos não estávamos fazendo nada!
Botelho: Ah! Não!? Então desculpe... mas se estivessem para mim era o mesmo, pois é a coisa
mais natural do mundo! Da vida só se leva o que se come e...
Henrique: (interrompendo Botelho) Acredita seu Botelho, a gente...
Estela: (interrompendo Henrique) Basta!!!
Estela se retira
Henrique: Você jura que não fala a ninguém?
Botelho: Bobagem rapaz... Pra uma mulher que já passou dos trinta um rapazinho de sua idade
é ouro em pó! E você ainda faz um favor ao marido, enquanto a escova ela melhora o gênio!
Só não faça besteiras como a de hoje, nem se meta com a Zulmira! Falo porque sou seu amigo,
acho-o simpático e... Bonito!
Henrique sai correndo
Cena 6
Rita retorna ao cortiço e é recebida com alvoroço. Leocádia vai logo receber a amiga.
Rita: Ô Leocadinha, quem são aqueles Jururus no 35 ?
Leocádia: É Jerônimo e a Piedade, chegaram depois q você arribou. Boa gente!
Começa então uma festa para comemorar a chegada de Rita baiana, que deixa o vizinho
furioso.
Miranda furioso sai e começa a berrar.
Miranda: Vão gritar pra o inferno, com um milhão de raios! Ou vou chamar a policia!
Rita: (grita) O domingo fez-se pra se gozar.
A algazarra continua, Rita começa a dançar e Jerônimo resolve se juntar a festa.
Cena 7
João esta sentado no bazar lendo o Jornal em voz alta.
João: "... Miranda, atacadista de fazendas desta praça e residente no bairro de botafogo, foi
agraciado pelo governo português com título de barão do freixal..." ( ele da um murro na
mesa) Raios! Barão, pois sim!
Durante o dia João acompanha a comemoração do vizinho (passa uma cena de João olhando a
comemoração do vizinho de longe)
Cena 8 (RETIRAR DO ROTEIRO) (SUBSTITUIR POR CENA DE BRIGA DE JERONIMO E FIRMO)
Casa de Léonie ex moradora do cortiço esta recebendo Isabel e sua filha Pombinha. Isabel esta
tomando champanhe e fica bêbada então Léonie pede que a levem pra um quarto enquanto
isso ela alicia Pombinha que esta sozinha com ela na sala.
Léonie: E agora nós duas podemos ficar à vontade, minha flor! Sabes que sou louca por ti?
Léonie leva Pombinha para um quarto e fecha a porta a câmera fica fora do quarto mostrando
só a porta fechada.
Cena 9
Amanhece e Piedade sai de casa e vê Rita com uma trouxa na mão anda em direção a ela.
Piedade: Esta de mudança, vizinha?
Rita: E que tem você com isso? Meta-se lá com sua vida! Ora essa!
Piedade: Com minha vida é que te meteste tu, Cigana! Pensas que não sei quem
me maleficiaste o homem e agora carregas com ele? Que a má coisa te saiba, cabra do
inferno!
Rita: Hein? Repete, cutruca ordinária!
Rita pega uma pedrinha no chão e atira contra Piedade, Piedade tira o chinelo e segura com as
mãos.
Piedade: Hás de amargar o que o diabo não quis!...
Piedade caminha em direção a Rita e a acerta com o chinelo no rosto. As duas começam uma
briga.
Rita: Perua choca!
Piedade: cabra biraia
De repente um barulho, Rita deu um murro nas costas de Piedade que cai no chão.
Rita: toma pro teu tabaco, galinha podre! Toma pra não te meteres comigo, baiacu de praia!
Cena 10
Chega alguns homens na casa de João o mesmo os recebe.
Um dos homens diz: A Bertoleza está ai? Ela é a escrava fugida do meu pai.
João: Está aqui sim! Pensava que ela fosse livre!...
O rapaz: É minha escrava! Quer entregar-ma?
João: Imediatamente! Deve estar la dentro... Tenha a bondade de entrar...
João pede que os homens o acompanhe e eles o seguem ele os leva a cozinha onde
esta Bertoleza cozinhando que logo percebe do que se trata ao ouvir a voz do filho de seu
senhor.
Rapaz: Aquela é minha escrava! Prendam-na!
Em um ato de desespero Bertoleza pega uma faca e se mata, caindo no chão.

FIM!

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