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Vicente
O Auto da Barca da Glória, pertencente à Trilogia das Barcas juntamente
com Auto da Barca do Inferno e Auto da Barca do Purgatório. Foi escrito por
Gil Vicente em 1519, inspirado na Divina comédia, de Dante.
Cena I - v. 1 a 147
O Diabo pergunta à Morte porque que é que esta só lhe traz gente humilde e
simples, "os ricos e honrados não aparecem!". Entra, então, a primeira
personagem, um conde próspero. O Diabo acusa-o de ter gozado bem a vida.
Apesar de denunciar todos os vícios do Conde, este está predestinado a ser
absolvido, como todas as outras personagens, pois pertence à classe dos mais
altos dignatários das instituições civis e eclesiásticas.
Segue-se o Rei, que também irá prosseguir para o Inferno, uma vez que
pecou, não respeitando os humildes:
Porque fostes adorado
sem pensar que éreis da terra,
como os grandes mui irado,
dos pequenos descuidado.
Cena VI - v. 530 a 629 Entra o Arcebispo, que em vida tratara mal os pobres e
desamparados, explorando-os monetariamente. É, por isso, enviado para o
Barca do Inferno.
Entra o Cardeal, que não é perdoado pelo Diabo, que o chama de "Vossa
Pertinência".