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ENTRADA DO PÚBLICO
Louis: O que vocês estão olhando? Vocês acham que é errado? A igreja autorizou! O Estado
autorizou! A Família autorizou! Todos vcs sabem que esses indesejados são invisíveis… Escória
da Sociedade. Lixo do Mundo. Putas… Viados… Drogados… Filhas… mães e pais… crianças…
Crianças!!! Merecem ficar entre eles. Isolados, em colônia, na Colônia.
Hospital Psiquiátrico Colônia de Barbacena fundado em 1903 funcionou até 1994… Matou
mais de 60 mil pessoas… as vezes morriam 16 pessoas por dia… dia após dia…dia após dia… dia
após dia. A morte era certa. Como eles poderiam viver entre nós? Frequentando os mesmos
lugares que eu, que você? Você se sente confortável ao lado de uma puta? Não? Manda pro
Colônia. Você se sente confortável ao lado de um viado? Não? Manda pra Barbacena. E você…
se sente confortável ao lado de uma esposa traída?... de uma criança agitada?... de um usuário
de maconha?... de um preto?...de um pobre? de alguém que perdeu os documentos?... Manda
pro Hospital Psiquiátrico Colônia de Barbacena. Imagina só, sua amante caminhando com sua
indesejada prole na rua. O que sua esposa pensaria? Ou pior o que a sociedade iria pensar em
ver um casal do mesmo sexo andando de mãos dadas, ou um drogado, um drogado vivendo
livre como nós? O que leva um ser decente a querer viver com loucos? O que leva alguém a
loucura? Não… não somos más pessoas. Somos pessoas do bem…de bem. Somos todos uma
família. Pela pátria… pela Moral… Pelos costumes… Por Deus! Por Deus!
Theo: 34 anos.
Tiburcio: 34 anos.
Gui: 34 anos preso por conta da caneta de um delegado.
Liz: Culpado.
TodEs: CULPADO!
TodEs: (murmurando e criando o corpo de louco): Para por favor! para por favor.
TodEs: CULPADO!
Theo: 18hrs
Gui: 19h30
Fê: 20h
(Algumas pessoas se dirigem para frente das bacias com os elementos. Os outros formam as
posições de quatro cenas distintas. Marido e esposa. Pai e Delegado de Polícia. Homem e
Amante. Mãe e Padre. São quatro locais diferentes.)
Gabriel: Você pode cuidar da casa…Tem muita coisa para se fazer aqui.
Gabriel: (Gritando) Uma mulher! Uma vagabunda que se engraçou com um homem.
Gyovana/Mãe: Mas Padre… A menina só fica pelos cantos. Não conversa com ninguém. Ela
está triste como se a vida não valesse nada.
Filó: É quando as meninas deixam de ser meninas. E as mulheres que surgem dentro delas
passam a sentir determinadas coisas. Ela tem namorado?
Gyovana: Não… Quer dizer. Um rapazinho começou a se engraçar para o lado dela, mas o pai
já deu um basta. O menino era até boa gente.
Gyovana: Mas padre. Porque será que ela não tem vontade para nada, nem pra viver? Fica
trancada no quarto o dia inteirinho.
Filó: Você já pensou que isto pode ser um problema com a cabeça dela?
Theo/Pai: Não. Não seu Delegado. A lei é para todos. É um arruaceiro de merda e tem que
pagar pelas suas atitudes. Porra. Maconha?
Theo: (interrompe) Por portar maconha! Eu sei. Ele simplesmente envergonha a mim, a sua
mãe… e a irmã dele. O que ela vai pensar quando crescer e souber que tem um irmão… um
irmão drogado. Mas eu vou resolver isso.
Godoy: Mas eu tenho uma mulher… quero construir uma família. Você é só uma…
May: Sou uma o que?... Fala! Eu não posso ficar com esta criança sozinha. O que vão pensar de
mim. O que vão pensar de você?
Godoy: Ué… se embarraca com homem casado e não quer ser mal falada?
May: Olha aqui seu Filho da Puta! Se você quiser eu posso abrir o bico e…
May: Esta mulher nem pra te dar filho presta. Interna essa praga.
Gabriel/ Marido: (Gritando) É uma vagabunda sim… Só me faltava estar prenha. O que vão
falar de nós.
Gabriel: Mas ela quem deu moral para ele. Que menina que se preza, de família, fica
brincando em frente a um homem adulto.? A culpa é dela.
Theo: A culpa é dele. Vai ter que pagar pelos seus atos.
Gabriel: (dá um tapa na cara da mulher) Quem manda aqui sou eu. Ela envergonhou a nossa
família.Ela é uma vergonha.
Filó: Pense que ela pode estar assim por conta desse rapazinho. Pode envergonhar a sua
família.
Gyovana: Colônia?
(O Coro se junta e realiza movimentos coreografados. No ponto certo da música existe um jogo
de duplas… alguém tenta fugir e a outra pessoa a puxa pelas pernas… e isso se repete
sucessivamente e repetidas vezes. Ninguém quer ir à Colônia. Os corpos se cansam)
CENA 3 - Enfermeira
(No foco central uma atriz/enfermeira/Lara se arrumando para seu primeiro dia de trabalho.
O som de trem dá uma camada sonora. Enquanto os textos são ditos o coro de loucos fazem
movimentos)
Rafael: O antigo Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borba do Campo
amanheceu especialmente frio naquela segunda-feira de 1975. Uma espiada pela janela azul
de madeira indicava que a neblina típica dos meses de julho tomava conta da rua Demétrio
Ribeiro, no bairro Santo Antônio. Lá dentro da casa rosa, Marlene Laureano se preparava para
sair...
Theo: Filha de mãe italiana e pai descendente de índios, a moça de vinte anos estava
apreensiva. Antes das 5 horas da manhã, ela deixou o quarto e seguiu em direção a cozinha,
onde a mãe esquentava o leite no fogão à lenha... (Lara/enfermeira vai em direção a mãe
seguindo em direção a o lado esquerdo do palco... mãe entrega uma caneca de alumínio
vermelha)
(Coro de loucos se movimentam sempre para o lado oposto de onde vai a enfermeira)
Filó: Vestida com calça de linho roxo e blusa rosa de algodão, roupa que só usava em ocasiões
especiais, tomou o rápido café, despedindo-se em seguida...
Tibúrcio: Já na rua o ar gelado cortava o rosto da jovem. Fazia uns 8 graus, mas a sensação era
de temperatura negativa. O clima de temperaturas para os padrões brasileiros ainda é uma das
características de Barbacena, cidade encravada na Serra da Mantiqueira, o maciço rochoso de
Minas Gerais.
Guilherme: O barulho que o sapato de solado de aço fazia ao tocar as ruas de pedra
confirmava que Marlene tinha pressa. Trinta minutos de caminhada, e lá estava ela de frente
ao pontilhão que separava aquele lugar do resto da vila.
Godoy: Apesar do tamanho, o complexo não poderia ser visto do lado de fora, por causa da
muralha que cercava todo o terreno. Lá dentro, a dimensão daquele espaço asperamente
cinza, tomado por prédios com janelas amplas, porém gradeadas, impressionava. Marlene
ainda pôde perceber no pátio alguns bancos cinzentos. Ao final do trajeto, ela parou em frente
ao Afonso Pena, um dos sete pavilhões com cerca de 1.5000 metros quadrados. Fechada por
fora, a porta de madeira que dava acesso aos dormitórios começava a ser aberta.
Lara: Meu nome é Marlene Laureano da Silva e eu tinha apenas 20 anos quando conheci o
inferno na terra, o Colônia de Barbacena. Antes de entender tudo que eu iria presenciar pensei
que a aprovação naquele concurso como atendente psiquiátrica era uma benção, seria uma
baita ajuda pra minha família, mas isso foi antes, antes de eu entender o que era aquele lugar.
Apesar da minha pouca idade eu já vi sim muita maldade e escassez, mas absolutamente nada
se compara ao Colônia. Tudo naquele ambiente parecia um pesadelo, a fome dos internos, o
descaso com a sua saúde. Eu nunca vou esquecer aquela imagem das pessoas peladas se
arrastando no chão e bebendo água do esgoto.
No final do primeiro dia de trabalho, quando recebi a tarefa de lavar o pavilhão e colocar pra
secar o capim onde eles dormiam, eu tive a certeza de que não ficaria lá.
Cheguei em casa ainda em pânico com o que vi, mas quando minha mãe perguntou sobre meu
primeiro dia, eu não tive coragem de contar. Passei aquela primeira noite acordada dizendo
pra mim mesma que nunca mais pisaria lá. Eu pensei em desistir mas eu não queria
decepcionar meu país, numa família grande e simples como a nossa, passar num concurso era
impensável. Eu não podia sair dali. Então no dia seguinte eu voltei. E voltei no outro dia…e no
outro…e no outro… e no outro. Todo dia de trabalho revivendo esse pesadelo eu só pensava
na minha mãe dizendo:
Lara: Não! Não! Não!... Eu não quero isso… nunca quis. (Gritando) NÃO!
Lara: Um dia eu entrei e evitei pisar naqueles seres desfigurados, mas eram tantos, tantos…
tantos… que não havia como desviar. Só tive tempo de pensar que o mundo havia acabado e
não tinha sido avisada. Ainda com os pensamentos descoordenados avistei… lá longe… um
cadáver misturado entre os vivos. Observei quando dois homens de jaleco branco
embrulharam o morto no lençol, o décimo sexto naquele dia.
Pensando em ajudar, eu decidi que, com parte do meu salário, eu compraria latas de leite, e
fui guardando cada vez mais latas. Com as latas entocadas, consegui aos poucos levar algumas
até o Colônia, era óbvio que aquilo não iria salvar os internos, mas pelo menos as crianças não
morreriam de fome.
A cada momento vivido ali, eu sentia minhas forças indo embora e pedia socorro a Nossa
Senhora. Quando achei que já tinha visto toda maldade possível, as enfermeiras me
apresentaram a terapia de choque e eu só pensava em desespero: “Meu deus, eu não vou dar
conta. Eles vão morrer”. Eles vão morrer…eles vão morrer!!!! (Sai e se coloca na cena de
eletrochoque)
CENA 4 - ELETROCHOQUE
(Atores e atrizes se posicionam em frente as bacias… retiram as roupas… molham e a
penduram novamente… o som da água escorrendo é perceptível… )
Filó: Antonio Gomes da Silva, ou Cabo como era chamado, foi levado para o hospital aos vinte
e cinco anos. Por quê? Ele nunca soube. Cada um fala uma coisa. Dizem que o desemprego se
somou à "bebedeira", levando-o à prisão. Da prisão para o Colônia. Antes de entrar no
hospital, onde permaneceu por 34 anos, como um animal (Atores e atrzis fazem movimento de
coice no ar) foi classificado pelo seu sexo, idade e características físicas. Suas roupas foram
retiradas, seu cabelo raspado, passou por um banho gelado e foi levado ao Departamento B,
ao lado de outros homens. 34 anos!
Gabriel: 34 Anos!
Filó: 34 anos!
Theo: 34 Anos!
Filó: 34 anos por conta de uma bebedeira! 34 anos impostos pela caneta de um delegado!
TodEs: C.U.L.P.A.D.O!
Filó: 34 anos nu! Dos 34 anos, 21 ficou calado, porque ninguém sequer se importou em ouvir
sua voz. “Uai ninguém perguntou!”.
Filó: assinava os documentos com a digital, mesmo sabendo escrever. “Uai ninguém
perguntou!”.
Gui: 19h30
Fê: 20h
Filó: Cabo continuou acordando todas as noites com o suor umedecendo o pijama e sempre
com a mesma sensação de terror. O pesadelo do eletrochoque o mantinha prisioneiro do
Colônia. Recordava-se sempre do início das sessões, quando era segurado pelas mãos e pelos
pés para que fosse amarrado ao leito. Os gritos de medo eram calados pela borracha colocada
à força entre os lábios, única maneira de garantir que não tivesse a língua cortada durante as
descargas elétricas. Aplicado a seco. Sem anestesia. O que acontecia com ele depois da
sessão? Ele nunca soube. Perdia a consciência.
(Atores e atrizes pegam as pontas do tecido imersos na água… conectam ao Filó que reluta…
Retornam aos seus lugares… enquanto isso alguns atores e atrizes usam um equipamento de
choque…. Filó Dança até o fim da música).
CENA 5 - Grávidas
(Enquanto Liz e Gio retiram os nós de Filó… Um a um… o grupo de atores e atrizes estão
posicionados em frente as bacias e cantam. Inicia baixo e tranquilo e vai se tornando agressivo
e violento… A canção vai até colocar os tecidos vermelhos em Liz e Gio)
(Liz e Gio dizem o texto e ao decorrer vão pendendo com o corpo para frente… Os tecidos a
seguram)
Liz: Meu nome é Sueli Rezende, uma vez fui impedida de ser mãe, mas antes disso não me
permitiram ser filha. Desde pequena sofro com crises de epilepsia que me afastaram do
convívio dos meus pais. No grupo em que eu estudava tive que trocar favores sexuais por
merenda.
Gio: Meu nome é Geralda Siqueira, com 11 anos fui levada para trabalhar em uma casa de
família. O chefe da família era advogado e tinha um escritório no andar superior. Com 14 anos
eu era responsável por tudo lá e quando sobrava tempo brincava escondida com a boneca de
pano que eu mesma costurei. Um dia enquanto eu lavava o banheiro principal de casa, ele
chegou. Estava diferente. Seus olhos eram assustadores. Não falou nada, apenas me agarrou.
Começou beijando meu pescoço e me pressionando na porta.”
(Os atores que seguram as pontas do tecido começam a girar os panos como uma
engrenagem… Uma máquina que fabrica loucos)
Liz: (enquanto fala a dupla de atores se junta…e traz Liz para perto) Devolvi com violência toda
a crueldade que sofri. Agi sem piedade comigo mesma e com os outros. Usei grampos para
ferir os pulsos, enfiei um cabo de vassoura na vagina, arranquei meu próprio dente. A cada
sessão de eletrochoque, eu espalhava o mesmo terror que me era imposto. Fui espancada
várias vezes, inclusive pelas minhas colegas de pavilhão, e colocada nua na cela apesar do frio
que cortava a minha pele. (Vira de costas… segura o pano vermelho como se fosse o filho)
Gio: Eu estava tão assustada que eu não consegui gritar. Não consegui me mexer. Não
consegui fazer nada. Simplesmente não consegui. Depois eu tentei pedir ajuda as filhas dele e
elas me disseram:
Débora: Meu pai já fez isso comigo… Eu contei pra minha mãe mas ela não acreditou em mim.
Letícia: Ele já passou a mão em mim… aqui. (passa a mão nos lugares que o pai já violentou) E
eu contei pra minha mãe… meu pai não gostou e me trouxe pra cá.
Gyo: Meu pai me trancava no quarto… Eu fiquei com medo e contei pra minha mãe. Eu só
contei pra minha mãe.
May: Pai… não!!! Não faz isso comigo. Por favor! Pai… eu prometo que não vou contar pra
minha mãe!
(Todas as atrizes começam a pedir para parar com a violência… Enquanto isso os atores que
seguram a Gio se juntam e a puxam)
Gio: Um ano depois ele fez de novo. Na cozinha. Ele chegou, bateu a porta, puxou meu cabelo
e me jogou na mesa. Ele deitou por cima de mim e me estuprou. Pela segunda vez. Eu estava
machucada, minha alma estava destroçada, como se houvesse um milhão de gritos presos
dentro do meu peito, mas tenho que mantê-los presos lá dentro, para que gritar se não tem
ninguém para escutar? Pela primeira vez, eu desejei a morte, ele poderia ter a bondade de me
matar. (Se vira… e segura o tecido como se fosse uma criança)
(Todos os atores e atrizes apenas murmuram a canção… Liz e Gio se viram para frente
segurando as crianças nas mãos… Dois atores vão até elas…e tiram… imagem de cordão
umbilical)
CENA 6 - Projeção
(Atores e atrizes pegam tecidos transparentes que estão dispostos ao fundo e nas
laterais do palco. Se posicionam em dois coros nas bocas de cena - direita e esquerda.
Theo e Gabs pegam um tecido e estendem. Inicia uma projeção do documentário. O
documentário é longo e faz parte da encenação.)
Samuel/ INVANZIR: O cheiro não deixa dúvida de que estavam mortos há dias.
Samuel/ INVANZIR: O cheiro não deixa dúvida de que estavam mortos há dias.
May: Além daqueles trinta cadáveres, outros 1.823 corpos foram vendidos pelo
Colônia, entre 1969 e 1980, para 17 faculdades de medicina do Brasil.
CENA 8 - Fim
(Enquanto os corpos continuam dançando May diz o texto)
May: Barbacena não foi o início.
Rio de Janeiro, 18 de julho de 1841. Nesta data, há 181 anos, foi assinado pelo imperador D.
Pedro II o decreto da fundação do primeiro hospital psiquiátrico do Brasil, que serviu de asilo
para os "alienados", os quais já eram muito numerosos para as cadeias e para as enfermarias
das Santa Casa de Misericórdia darem conta.
Depois disso vieram outros, outros tantos que é possível se perder nas contas. O mesmo
horror continuou.
Os alienados, ao saírem do convívio social, deixavam de ser um estorvo para as suas famílias e
comunidade, e assim, eram facilmente esquecidos. Deixados para apodrecer no esgoto à céu
aberto que cortava o pavilhão, sentenciados à própria morte pelo azar de não nascerem como
lhes fora esperado.
Barbacena não foi o início, mas foi lá que renasceu uma esperança no Brasil.
Quase 100 anos após a fundação do nosso primeiro manicômio, veio ao país um homem
chamado Franco Basaglia, que inspirou uma revolta há muito silenciada. Ele carregava consigo
a revolucionária ideia de não tratar os invisíveis como mercadorias de lucro, mas sim como
seres dignos de viver em comunidade.
Os porões da loucura foram finalmente abertos, e o que conhecemos como a Reforma
Psiquiátrica começou a se instituir aos poucos. Hoje, 21 anos após a Lei da Reforma
Psiquiátrica ser aprovada, ainda vemos que o Holocausto brasileiro está longe de ser superado.
Uma notícia datada em abril de 2022 diz que o Ministério da Cidadania lançou um edital para
destinar cerca de R$ 10 milhões de reais a hospitais psiquiátricos em todo o Brasil, portaria
que descumpre a determinação da OMS, que visa tirar as pessoas das longas internações, do
isolamento, maus tratos e tortura.
Tragédias como a do Colônia nos colocam frente a frente com a intolerância social que
continua a produzir massacres: Candelária, Vigário Geral, Favela da Chatuba e Carandiru; que
recentemente completou 30 anos. Esses são apenas novos nomes para velhas formas de
extermínio. Ontem foram os judeus e os loucos, hoje os indesejáveis são os pobres, os negros,
os dependentes químicos, transexuais, prostitutas. Nascer fora da linha é uma sentença de
morte em vida.
(Após finalizar a fala cada pessoa diz o porque iria para a colônia nos dias atuais)
FIM