Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/321012526
CITATIONS READS
0 1,534
4 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
All content following this page was uploaded by Abrahao Bernardo Rohden on 11 November 2017.
3. CURVAS GRANULOMÉTRICAS
4.1 Materiais
4.1.1 Cimento
O cimento empregado neste trabalho foi o CPV-ARI. A massa específica foi determinada
segundo a norma NBR NM 23 (ABNT, 2001) foi de 3,15 g/cm³. Este cimento atende as
exigências da NBR 5733 (ABNT, 1991) e foi escolhido por não apresentar adições e ser
recorrentemente empregado na dosagem de concretos para pisos industriais.
4.1.2 Superplastificante
O aditivo superplastificante utilizado na pesquisa foi o Tec-flow 8000 que é fabricado pela
Rheoset Indústria e Comércio de Aditivos.
4.1.3 Agregado miúdo
Foram utilizadas três areias naturais oriundas da região do Rio Itajaí-Açu. Estas areias são
comercializadas como areia grossa, areia média e areia fina. Para realizar a caracterização
das mesmas foram realizados os ensaios de composição granulométrica de acordo com a
NBR NM 248 (ABNT, 2003), a determinação da massa unitária de acordo com a NM 45
(ABNT, 2006) e a determinação da massa especifica de acordo com a NBR NM 52 (ABNT,
2002). Na figura 1 é apresentada a distribuição granulométrica dos agregados miúdos
empregados na pesquisa. De acordo com a NBR 7211 (ABNT, 2009) a areia fina não atende
a zona utilizável da norma em função da distribuição granulométrica. Por este motivo está
areia fina não é adequada para ser empregada na dosagem de concretos como único
agregado miúdo. Nesta ela é empregada juntamente com outros agregados miúdos. Já
areia média encontra-se na zona utilizável e a areia grossa é definida bastante próxima da
zona granulométrica ótima de acordo com os requisitos da norma.
Na tabela 1 são apresentadas as dimensões máximas características, os módulos de finura,
as massas específicas e as massas unitárias dos agregados empregados no estudo.
Zona Ótima
80
Areia Grossa
70
Areia Média
60 Areia Fina
50
40
30
20
10
0
0 1 2 3 4
Dimensão das particulas (mm)
Figura 1 – Distribuição granulométrica dos agregados miúdos empregados no estudo e as recomendações
da NBR 7211 (ABNT, 2009).
4.1.4 Agregado graúdo
Dois agregados graúdos foram utilizados sendo os mesmos comercializados como brita 1
e brita zero. Estes agregados foram britados tendo sido extraídos de um maciço de gnaisse.
A caracterização dos agregados graúdos foi realizada através do ensaio de granulometria
realizada de acordo com NBR NM 248 (ABNT, 2003), massa unitária no estado compactado
segundo as recomendações da NM 45 (ABNT, 2006) e massa específica determinada de
acordo com a NBR NM 53 (ABNT, 2009). Na figura 2 é representada a distribuição
granulométrica dos agregados graúdos.
100 Zona 4,74/12,5
Zona 9,5/25
Percentual retido acumulado
Brita 1
80 Brita 0
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25
Dimensão da peneira (mm)
Figura 2 – Distribuição granulométrica dos agregados graúdos empregados no estudo e as zonas
granulométricas da NBR 7211 (ABNT, 2009).
A brita zero apresenta distribuição granulométrica compreendida na zona granulométrica
4,74/12,5 atendendo a assim a NBR 7211 (ABNT, 2009). Já a brita 1 não está totalmente
compreendida na zona 9,5/25 principalmente pelo elevado percentual de material retido na
peneira de 12,5 mm, não atendendo assim aos limites de nenhuma zona granulométrica
ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 6
estabelecida na norma NBR 7211 (ABNT, 2009). Esse material por tanto não apresenta
características adequadas para ser empregado como único agregado graúdo. Neste
trabalho ele será empregado juntamente com a brita zero, fato este que minimiza essa
deficiência. Na tabela 2 são apresentadas a dimensão máxima característica, a massa
específica e a massa unitária dos agregados graúdos
Tabela 2 – Caracterização física dos agregados miúdos
Característica Brita 1 Brita zero
Dimensão Máxima Característica (mm) 19 12,5
Massa específica (g/cm³) 2,72 2,68
Massa unitária (g/cm³) 1,61 1,58
4.2 Métodos
O programa experimental foi elaborado tendo como objetivo avaliar a influência do
“esqueleto granular” no fenômeno de exsudação em traços de concreto utilizados em
pavimentos de concreto. Para tanto, foi adotado um único consumo de água, uma única
relação água/cimento e um único tipo de cimento. Como o consumo de água e a relação
água/cimento foram fixados no estudo o abatimento foi corrigido experimentalmente através
da adição de aditivo superplastificante.
A figura 3 demonstra esquematicamente o programa experimental empregado na pesquisa,
com um total de 6 combinações de traços de concreto, para as variáveis de resposta
correspondentes aos ensaios de resistência a compressão uniaxial (NBR 5739/94),
resistência a tração na flexão (NBR 12142/2010) e exsudação (NBR 15558/2008).
Consumo de água
190 kg/m³ Andreassen & Resistência à tração na
Andersen flexão - 28 dias (NBR
12142/91)
Fuller
Relação água/cimento
0,53
Bolomey Exsudação - estado
fresco (NBR 15558/08)
Referência
40
Volume de vazios (%)
35
30
80
60
40
0
0,01 0,1 1 10 100
Diametro das particulas (mm)
Figura 5 – Distribuição granulométrica do esqueleto granular dos traços referência e Tutikian e Dal Molin.
Na figura 6 é apresentado o modelo de Fuller e de Bolomey determinados através da
equação 1 e equação 4, respectivamente. Também é apresentado o esqueleto granular
ajustado dos dois modelos: Fuller – ajustado e Bolomey – ajustado. Os esqueletos
granulares foram ajustados a partir das distribuições granulométricas dos agregados
empregados na presente pesquisa de forma interativa buscando o menor desvio do modelo.
Este ajuste foi realizado de acordo com a rotina de otimização desenvolvida por Pereira e
Liborio (2009).
100
Percentual retido acumulado (%)
80
60
Fuller
40
Fuller - ajustado
20 Bolomey
Bolomey - ajustado
0
0,01 0,1 1 10 100
Diametro das particulas (mm)
Figura 6 – Distribuições granulométricas dos modelos de Fuller e Bolomey e ajustes realizados para os
agregados empregados.
80
60
Talbot-Richart
40
Talbot-Richart - ajustado
20 Andreassen Andersen
É importante destacar que o índice q uma das constantes nas equações 2 e 3 foi adotado
como sendo 0,5. Por este motivo o modelo ajustado de Andreassen e Andersen e o modelo
de Fuller obtiveram o mesmo ajuste, como apresentado na tabela 3. Com os ajustes
determinados para cada esqueleto granular calculou-se a partir das proporções
apresentadas na tabela 3 e a distribuição granulométrica de cada um dos materiais qual o
módulo de finura equivalente de cada esqueleto bem como qual o percentual de material
passante na peneira 0,150 mm. O Módulo de finura equivalente e o percentual de material
passante na peneira 0,150 mm também são apresentados na tabela 3.
5.1 Exsudação
Na figura 8 é apresentado os percentuais de água exsudada ao longo do tempo de cada
um dos traços estudados. O traço com o esqueleto granular determinado
experimentalmente, segundo o método Tutikian-Dal Molin, apresentou o menor percentual
de exsudação. É importante destacar que não existe nenhuma correlação direta entre o
modulo de finura nem tampouco com o percentual de partículas finas do agregado
estudadas.
4
3,63
Percentual de exsudação (%)
3 2,92
2,71
2,42
2 1,95
Tutikian-Dal Molin
Talbot-Richart
Andreassen-Andersen
1
Fuller
Bolomey
0,20
Referência
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Tempo em (min)
Figura 8 – Exsudação para os traços de concreto estudados.
O esqueleto granular determinado de acordo com o método proposto por Tutikian e Dal
Molin apresentou menor exsudação em função da maior proximidade dos grãos. Isso se
traduz num menor espaçamento entre os grãos o que diminui a intensidade do fenômeno.
Já os demais esqueletos granulares apresentam comportamento semelhantes entre si
apesar de terem diferenças expressivas entre as suas granulometrias.
Grupo 1 Grupo 2
40
30
20
10
7. AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPQ, ao PIBIC/FURB e a empresa Grace Construction Products pelo
apoio dado a esta pesquisa.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI 302. 1R-96 – Guide for Concrete Floor and
Slab Construction. ACI Committee 302, Michigan/USA, 1996.
____. NBR 7211: Agregados para concreto – Especificação. Rio de Janeiro, ABNT, 2009.
____. NBR 8953: Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por
grupos de resistência e consistência. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
____. NBR 15558: Concreto – Determinação da exsudação. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 14
____. NBR NM 23. Cimento Portland e outros materiais em pó: Determinação da massa
específica. ABNT, 2001.
____. NBR NM 53. Agregado graúdo: Determinação da massa específica, massa específica
aparente e absorção de água. Rio de Janeiro. ABNT, 2009.
TUTIKIAN, B. F.; HELENE, P. Dosagem dos Concretos de Cimento Portland. In: ISAIA,
G. C. Concreto: Ciência e Tecnologia, IBRACON, 2011.