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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

JOÃO MÁRCIO SALES SIQUEIRA

ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM ESTRUTURAS MISTAS DE CROSS


LAMINATED TIMBER E CONCRETO PARA PISOS DE EDIFICAÇÕES

Campinas
2023
JOÃO MÁRCIO SALES SIQUEIRA

ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM ESTRUTURAS MISTAS DE CROSS


LAMINATED TIMBER E CONCRETO PARA PISOS DE EDIFICAÇÕES

Dissertação de Mestrado apresentada à


Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Estadual de
Campinas como parte dos requisitos exigidos
para a obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil, na área de Estruturas e
Geotécnica.

Orientador: Prof. Dr. Nilson Tadeu Mascia


Coorientador: Prof. Dr. Gustavo Henrique Siqueira

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO


FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO
ALUNO JOÃO MÁRCIO SALES SIQUEIRA E
ORIENTADA PELO PROF. DR. NILSON TADEU
MASCIA.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO

ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM ESTRUTURAS MISTAS DE CROSS


LAMINATED TIMBER E CONCRETO PARA PISOS DE EDIFICAÇÕES

João Márcio Sales Siqueira

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Prof. Dr. (Nilson Tadeu Mascia)


Presidente e Orientador(a)/Universidade Estadual de Campinas

Prof. Dr. (José Luiz Miotto)


Universidade Estadual de Maringá

Prof. Dr. (Thomaz Eduardo Teixeira Buttignol)


Universidade Estadual de Campinas

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no


SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da
Unidade.

Campinas, 11 de Agosto de 2023


In memorian de minha avó paterna,
Eleusa Siqueira.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a DEUS por me dar forças nesta caminhada, bem


como por iluminar a minha mente nos momentos difíceis.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Nilson Tadeu Mascia, pela oportunidade e
paciência na minha orientação, por me deixar fazer parte do seu grupo de trabalho e
por ter acreditado em mim.
Ao meu coorientador, Prof. Dr. Gustavo Henrique Siqueira, pelas aulas
fundamentais de dinâmica das estruturas que, de uma forma ou de outra, sempre
deram resultados práticos importantes.
Aos meus colegas de laboratório, pelos momentos que passamos, em
especial aos funcionários Ricardo Vivam e Luciano Passos, que foram de fundamental
importância para a realização dos meus ensaios. Agradeço também a todos os
professores e funcionários da UNICAMP que contribuíram, de forma direta e indireta,
para o desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço aos colegas de pesquisa Ramon Vilela e Luciano Ferreira dos
Santos, por estarem prontos a me ajudar nas horas de dificuldade.
À Crosslam, pelo incentivo e apoio ao desenvolvimento desta pesquisa.
Aos meus Pais, pela vida e por estarem ao meu lado sempre.
À minha esposa Carla e ao meu filho João Pedro, pela paciência e pelo
incentivo a cada momento, que de certa forma ajudaram no desenvolvimento deste
trabalho.
Ao Grande amigo, Prof. Engenheiro Especialista Valmik Alvarado, pelo
incentivo e parceria nas atividades docentes.
“A persistência é o menor caminho do
êxito”.

Charles Chaplin
RESUMO

Para atender às necessidades das concepções estruturais das edificações com a


presença de estruturas cada vez mais esbeltas, são apresentados os sistemas mistos
de madeira e concreto, os quais são considerados alternativas econômicas e
ecológicas. Vantagens diretas do projeto de sistemas mistos incluem o aumento da
rigidez de componentes estruturais com seções transversais mais esbeltas, da
capacidade de resistência e do comprimento do vão das peças, além da redução no
peso dos sistemas integrantes. Para um melhor entendimento do comportamento
dinâmico de sistemas mistos de madeira e concreto, em particular, são consideradas
nesta pesquisa as peças com seção mista de Cross Laminated Timber (CLT) e
Concreto Armado. Para isso, é necessário o conhecimento de suas propriedades
mecânicas, como os módulos de elasticidade e resistência, as propriedades físicas,
como as densidades dos materiais, e as características geométricas, como a inércia
da seção transversal, bem como o módulo de deslizamento do sistema de conexão.
Esses parâmetros influenciam no comportamento dinâmico e em suas
vulnerabilidades aos movimentos de vibração, que muitas vezes geram desconforto
aos usuários, causando sensações de insegurança. Esses problemas estão
relacionados aos Estados Limites de Serviço: percepção da vibração ou incômodo.
Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo principal analisar o comportamento
dinâmico de painéis estruturais de seções mistas CLT e Concreto. A partir de
resultados experimentais, analíticos e numéricos, busca-se estabelecer relações,
através da frequência natural, que atendam os limites aceitáveis de vibrações em
função dos critérios nacionais e internacionais. Para o arranjo da estrutura, foram
utilizadas placas de CLT com cinco camadas de 160 mm de espessura,dispostas na
seguinte configuração (40L - 20T - 40L - 20T - 40L) mm, em que os valores 20 e 40
representam as espessuras das lamelas em mm, enquanto L e T indicam,
respectivamente, as direções longitudinal e transversal das camadas. A camada
superior foi feita com concreto com espessura de 70 mm, a qual foi definida em função
das dimensões do HBV®. Para analisar o sinal da vibração, foram definidos dois
diferentes modos de disposição dos acelerômetros, um na linha central (LC) e outro
na linha longitudinal (LL), sendo utilizados cinco acelerômetros em cada configuração,
com cinco diferentes configurações de conexão entre a CLT e o Concreto. A primeira
frequência natural de vibração, mais desfavorável para a estrutura, foi observada no
modelo experimental com parafusos inclinados mais entalhe, de 14,20 Hz na
configuração LC, e de 16,40 Hz no modelo com parafusos inclinados, para a
configuração LL. O modelo analítico apresentou uma frequência natural de vibração
da ordem de 15,91 Hz, frequência superior ao limite 8 Hz estabelecido pela NBR 7190
(ABNT, 2022). Esses resultados atendem com segurança os critérios normativos
estabelecidos pela norma brasileira e também pela norma da comunidade europeia.

Palavras-chave: Estruturas mistas. Análise dinâmica. Vibração. Método dos


elementos finitos. Estrutura de madeira (Construção civil).
ABSTRACT

To meet the needs of structural concepts of buildings with the presence of increasingly
slender structures, wood and concrete composite systems are presented, which are
considered an economical and ecological alternative. Direct advantages of the
composite system design include increases in structural component stiffness with
thinner cross sections, strength capacity, span length of parts and even reduction in
the weight of the constituent systems. For a better understanding of the dynamic
behavior of wood and concrete mixed systems, this research particularly considers
parts with a mixed section of Cross Lamintaed Timber (CLT) and Reinforced Concrete,
in which it is necessary to know their mechanical properties, such as, the modulus of
elasticity and resistance, the densities of the materials and the geometric ones, such
as the inertia of the cross-section, as well as the connecting system slip modulus.
These parameters influence the dynamic behavior, their vulnerabilities to vibration
movements, which often cause discomfort to users, causing feelings of insecurity,
These problems are related to the Serviceability Limit States: perception of vibration
or discomfort. In this context, this research has as main objective to analyze the
dynamic behavior of structural panels of mixed sections CLT and CONCRETE, and
from the experimental, analytical and numerical results, seeking the relationships,
through the natural frequency, which meet the acceptable limits of vibrations according
to national and international criteria. For the arrangement of the structure, CLT plates
with five layers of 160 mm thickness, disposed in the following configuration (40L - 20T
- 40L - 20T - 40L) mm, were used, where the values 20 and 40 are the thicknesses of
the layer in (mm), while L and T indicate, respectively, the longitudinal and transverse
directions of the layers. The upper layer with concrete with a thickness of 70mm, which
was defined according to the dimensions of the HBV®. To analyze the vibration signal,
two different modes of arrangement of the accelerometers were defined, the central
line (LC) and the longitudinal line (LL) using five accelerometers in each configuration,
with five different connection configurations between the CLT and the concrete. First
natural frequency of vibration, the most unfavorable for the structure, observed in the
experimental model of notch and inclined screws, of 14.20 Hz in the configuration (LC),
and of 16.40 Hz of model of inclined screws, for the configuration (LL). The analytical
model presented a natural frequency of vibration of the order of 15.91 Hz, frequency
higher than the 8 Hz limit established by NBR 7190 (ABNT, 2022). These results safely
meet the normative criteria established by the Brazilian standard and also by the
European community standard.

Keywords: Mixed structures. Dynamic analysis. Vibrations. Finite element method.


Wooden structure (Civil construction).
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 — Estrutura mista madeira e concreto. ...................................................... 25


Figura 2 — Diversas etapas para o processo de fabricação CLT. ............................ 30
Figura 3 — Configurações das camadas de lamelas da CLT. .................................. 31
Figura 4 — Edifício de ciências da terra (parte interna). .......................................... 33
Figura 5 — Edifício de ciências da terra (parte externa). ......................................... 34
Figura 6 — Edifício Mjøstårnet em Brumunddal, na Noruega. ................................. 35
Figura 7 — Edifício Brock Commons Building. ......................................................... 37
Figura 8 — Edifício comercial Ascent ....................................................................... 39
Figura 9 — Glulam e CLT utilizado nas estruturas ................................................... 40
Figura 10 — Viaduto construído com a madeira de Pinos radiata ............................ 41
Figura 11 — Escala modificada de Reiher e Meister. ............................................... 52
Figura 12 — Propriedades da seção transversal da direção perpendicular da viga no
painel de CLT com cinco camadas ............................................................................ 56
Figura 13 — Propriedades da seção transversal da direção paralela a viga no painel
de CLT com cinco camadas. ..................................................................................... 57
Figura 14 — Fluxograma para verificação de frequência em pisos (cEC5) .............. 58
Figura 15 — Fluxograma para verificação de frequência em pisos (rEC5) .............. 64
Figura 16 — Seção mista de CLT (componente 2) com Concreto (componente 1).. 67
Figura 17 — Diagrama de deformação da estrutura para ação total, parcial e sem
ação composta. ......................................................................................................... 69
Figura 18 — Componentes do movimento harmônico simples: (a) termo proporcional
para 𝑐𝑜𝑠𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 em função de u(0) (b) termo proporcional de 𝜔𝑡 em função 𝑢′(𝑜) (c)
movimento harmônico simples soma de (a) + (b). .................................................... 74
Figura 19 — Representação do movimento harmônico simples por rotação de vetor.
.................................................................................................................................. 77
Figura 20 — Representação de oscilações amortecidas pela projeção de um ponto
movendo-se em uma espiral da equação 𝑟 = 𝑢0𝑒 − 𝜉𝜔𝑡 .......................................... 80
Figura 21 — Teste de vibração livre para determinar o decremento logarítmico. ..... 81
Figura 22 — Rotação de 180° em torno do eixo 𝑥1. ................................................. 90
Figura 23 — Representação das espessuras em (mm) e o sentido das camadas dos
corpos de prova......................................................................................................... 94
Figura 24 — Painel CLT- Concreto da série E: HBV® a cada 200 mm. ................... 96
Figura 25 — Painel CLT- Concreto da série F: parafusos inclinados ....................... 97
Figura 26 — Painel CLT-Concreto tipo G: HBV® a cada 400 mm. ........................... 97
Figura 27 — Chapa expandida e HBV® de 90 mm de altura ................................... 98
Figura 28—Painel CLT- Concreto serie H: HBV® 90 mm a cada 400 mm + Entalhes.
.................................................................................................................................. 98
Figura 29 — Placa CLT-Concreto tipo I: Parafusos inclinados + Entalhes. .............. 99
Figura 30 — Representação das dimensões geométricas do parafuso utilizado na
conexão. .................................................................................................................... 99
Figura 31 — Configuração dos acelerômetros na disposição LC. .......................... 101
Figura 32 — Configuração dos acelerômetros na disposição LL. .......................... 102
Figura 33 — Amplificador de sinal .......................................................................... 103
Figura 34 — Condicionador de sinal ...................................................................... 103
Figura 35 — Acelerômetros uniaxiais piezoelétricos .............................................. 103
Figura 36 — Pulo para excitação do sinal. ............................................................. 104
Figura 37 — Representação do teste com os equipamentos ligados. .................... 104
Figura 38 — Exemplo de rotação para orientação das camadas. .......................... 106
Figura 39 — Geometria do painel da série G, com HBV a cada 400 mm, com a camada
de concreto oculta. .................................................................................................. 107
Figura 40 — Geometria do painel da série G, com HBV a cada 400 mm, com as
regiões de contato. .................................................................................................. 107
Figura 41— Solid 185 Geometria estrutural. .......................................................... 110
Figura 42 — Discretização do modelo numérico. ................................................... 110
Figura 43 — Primeira restrição de apoio ................................................................ 111
Figura 44 — Segunda restrição de apoio ............................................................... 111
Figura 45 —Painel com geometria dos ensaios simulada estática e dinamicante com
o ANSYS. (Dimensões em mm) .............................................................................. 112
Figura 46 — Direções ou eixos principais na madeira com respeito à direção das fibras
e anéis radiais de crescimento. ............................................................................... 113
Figura 47 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série E-LC. .............................................................................................................. 116
Figura 48 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série F. ..................................................................................................................... 117
Figura 49 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série G-LC. .............................................................................................................. 118
Figura 50 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série H-LC ............................................................................................................... 119
Figura 51 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série I-LC ................................................................................................................. 120
Figura 52 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série E na configuração LC. ..................................................................... 122
Figura 53 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série F na configuração LC. ..................................................................... 123
Figura 54 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série G na configuração LC. .................................................................... 124
Figura 55 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série H na configuração LC. .................................................................... 126
Figura 56 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série I na configuração LC. ...................................................................... 127
Figura 57 — Gráfico sobreposição de amplitude versus tempo configuração “LC”.
................................................................................................................................ 131
Figura 58 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo da placa
E03-LL. .................................................................................................................... 132
Figura 59 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série F. ..................................................................................................................... 133
Figura 60 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série G. .................................................................................................................... 134
Figura 61 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série H. .................................................................................................................... 135
Figura 62 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel
série I. ..................................................................................................................... 136
Figura 63 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série E configuração LL. .......................................................................... 137
Figura 64— Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série F na configuração LL. ..................................................................... 139
Figura 65— Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série G na configuração LL. ..................................................................... 140
Figura 66 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série H na configuração LL. ..................................................................... 141
Figura 67 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência
do painel série I na configuração LL. ....................................................................... 143
Figura 68 — Gráfico sobreposição de amplitude x tempo configuração “LL” ......... 146
Figura 69 — Formas de modos de vibração das simulações numéricas ANSYS... 149
Figura 70 — modos de vibração da estrutura sem a contribuição de concreto ...... 153
Figura 71 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (1)
vertical. .................................................................................................................... 167
Figura 72 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (2)
vertical. .................................................................................................................... 172
Figura 73 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (3)
horizontal. ................................................................................................................ 176
Figura 74 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (4)
horizontal. ................................................................................................................ 180
Figura 75 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (5)
horizontal. ................................................................................................................ 184
Figura 76 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (1)
vertical. .................................................................................................................... 188
Figura 77 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (2)
vertical. .................................................................................................................... 193
Figura 78 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (3)
vertical. .................................................................................................................... 197
Figura 79 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (4)
horizontal. ................................................................................................................ 201
Figura 80 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (5)
vertical. .................................................................................................................... 205
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 — Alguns detalhes dos materiais de madeira utilizados na edificação ..... 36


Quadro 2 — Detalhes das ligações do edifício Brock Commons Tallwood House ... 38
Quadro 3 — Resumo dos softwares utilizados para modelagem numérica em painéis
de CLT ..................................................................................................................... 109
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 — Parâmetros dinâmicos satisfatórios para lajes de pisos de CLT ............ 43


Tabela 2 — Valores propostos para taxas de amortecimento ................................... 44
Tabela 3 — Frequência crítica para vibrações verticais em alguns casos especiais de
estruturas submetidas a vibrações pela ação de pessoas ........................................ 53
Tabela 4 — Critérios de classificação do sistema de acordo com a rEC5 ................ 59
Tabela 5 — Escolhas de níveis de desempenho do piso para uso em edifícios
residenciais ............................................................................................................... 59
Tabela 6 — Fator 𝑘𝑒, 1 para calcular a frequência fundamental no caso de dois vãos
.................................................................................................................................. 60
Tabela 7 — Resistência à compressão do concreto ................................................. 94
Tabela 8 — Representação dos modelos de fixação dos conectores ....................... 95
Tabela 9 — Propriedades mecânicas e geométricas do parafuso auto atarraxante
................................................................................................................................ 100
Tabela 10 — Propriedades mecânicas do Pinus taeda........................................... 112
Tabela 11 — Equações para as relações elásticas em função do módulo de
elasticidade longitudinal .......................................................................................... 113
Tabela 12 — Correlações dos coeficientes de Poisson .......................................... 114
Tabela 13 — Valores calculados das propriedades mecânicas utilizadas no modelo
numérico.................................................................................................................. 114
Tabela 14 — Resumo dos picos de aceleração dos acelerômetros configuração linha
central ..................................................................................................................... 121
Tabela 15 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série E na configuração LC ..................................................................................... 123
Tabela 16 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série F na configuração LC ..................................................................................... 124
Tabela 17 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série G na configuração LC ..................................................................................... 125
Tabela 18 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série H na configuração LC ..................................................................................... 127
Tabela 19 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série I na configuração LC ...................................................................................... 128
Tabela 20 — Resumo da primeira frequência natural de vibração dos acelerômetros
configuração linha central ....................................................................................... 128
Tabela 21 — Cálculo da taxa de amortecimento do primeiro ao décimo terceiro ciclo
................................................................................................................................ 130
Tabela 22 — Resumo dos picos de aceleração dos acelerômetros configuração linha
longitudinal .............................................................................................................. 136
Tabela 23 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série E na configuração LL ...................................................................................... 138
Tabela 24 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série F na configuração LL ...................................................................................... 139
Tabela 25 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série G na configuração LL ..................................................................................... 141
Tabela 26 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série H na configuração LL ..................................................................................... 142
Tabela 27 - Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel
série I na configuração LL ....................................................................................... 143
Tabela 28 — Resumo da primeira frequência natural de vibração dos acelerômetros
configuração linha longitudinal ................................................................................ 144
Tabela 29 — Cálculo da taxa de amortecimento do primeiro ao décimo quinto ciclo
................................................................................................................................ 145
Tabela 30 — Rigidez efetiva à flexão 𝐸𝐼𝑒𝑓,unidades em 1012 MPa. 𝑚𝑚4. ............ 148
Tabela 31 — Eficiência da ligação, em %. .............................................................. 148
Tabela 32 — Frequências naturais e seus respectivos modos de vibração ANSYS
................................................................................................................................ 152
Tabela 33 — Frequências naturais e seus respectivos modos de vibração ANSYS sem
a contribuição da parcela do elemento concreto ..................................................... 154
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


cEC5 The current Eurocode 5, chapter on vibrations
CEN Comité Européen de Normalization
CLT Cross Laminated Timber
CMC Compósito Madeira Concreto
CSA Canadian Standards Association
CTBUH Council on Tall Buildings and Urban Habitat
CWC Canadian Wood Council
EC5 Eurocode 5, in use today
ELS Estado Limite de Serviço
FEA Análise de Elementos Finitos
FECFAU Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
FEM Método dos Elementos Finitos
FFT Fast Fourier Transform
FSC Forest Stewardship Council
GLT Glued Laminated Timber
Glulam Glued Laminated Timber
IBC International Building Code
LC Linha Central
LEED Leadership in Energy and Environmental Design
LES Laboratório de Estruturas da FECFAU-UNICAMP
LL Linha Longitudinal
LVL Laminated Veneer Lumber
MLC Madeira Lamelada Colada
MLCC Madeira Lamelada Colada Cruzada
NBR Norma Brasileira
NDS National Design Specification
OMA Operational Modal Analysis
PDEs Equações Diferenciais Parciais
PEFC Programme for the Endorsement of Forest Certification
PSL Parallel Strand Lumber
rEC5 The revised Eurocode 5, draft design method for the vibrational chapter
SCL Structural Composite Lumber
SDOF Single Degree of Freedom
SHM Movimento Harmônico Simples
TCC Timber-Concrete Composite
TRF Transformada Rápida de Fourier
UBC University of British Columbia
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
LISTA DE SÍMBOLOS

c constante de amortecimento
Cijkl tensor de constantes elásticas
(𝐸𝐼)𝐵 rigidez à flexão equivalente da placa na direção paralela da viga
(𝐸𝐼)𝐿 rigidez à flexão equivalente da placa na direção perpendicular da viga
𝜀̇ taxa de deformação
k constante elástica da mola
Lij cossenos diretores
m massa do sistema
n número de ciclos necessários para redução da amplitude
𝑛40 número de modos de primeira ordem, com frequências até 40 Hz
[S] matriz compliance
Sij componentes da matriz de flexibilidade, variando 𝑖 e 𝑗 de 1 a 6
Sijkl tensor compliance
𝑇 período de um oscilador harmônico
𝑎 limite do projeto para a deflexão do piso de madeira
𝑓 frequência de um oscilador harmônico
𝑣 velocidade causada por um impulso unitário
𝜉 taxa de amortecimento
𝜔 frequência natural
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 24

2 OBJETIVOS .............................................................................................. 27

2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 27

2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 27

3 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... 28

3.1 Construções em CLT ........................................................................................ 28

3.2 Exemplos de utilização de estruturas mistas CLT e Concreto .......................... 33

3.3 Análise dinâmica/vibrações .............................................................................. 41

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 47

4.1 Classificação das vibrações .............................................................................. 49

4.2 Ressonância ..................................................................................................... 49

4.3 Batimento 50

4.4 Critérios de conforto humano ............................................................................ 51

4.5 Norma brasileira – projeto e execução de obras em concreto armado ............. 52

4.6 Norma brasileira – projeto de estruturas de madeira ........................................ 53

4.7 Norma da comunidade europeia – projeto de estruturas de madeira ............... 54

4.8 Sistemas dinâmicos .......................................................................................... 70

4.9 Vibração livre amortecida ................................................................................. 77


4.10 Amortecimento subcrítico ................................................................................. 78

4.11 Método do decremento logarítmico................................................................... 80

4.12 A FFT ou Transformada rápida de Fourier ....................................................... 82

4.13 Método dos elementos finitos ........................................................................... 88

5 TEORIA DA ELASTICIDADE APLICADA A UM SÓLIDO ORTOTRÓPICO90

5.1 Material com simetria elástica em três planos .................................................. 90

6 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 93

6.1 Materiais utilizados ........................................................................................... 93

6.2 Concreto 94

6.3 Conectores........................................................................................................ 95

6.4 Configuração dos acelerômetros nos painéis de CLT-Concreto ..................... 100

6.5 Aquisição do sinal ........................................................................................... 102

6.6 Acelerômetros utilizados como sensores de resposta .................................... 103

6.7 Impulso para excitar o sinal ............................................................................ 104

6.8 Software Matlab para o tratamento de sinal ................................................... 105

6.9 Método para a análise de vibrações ............................................................... 105

6.10 Análise numérica ANSYS ............................................................................... 106

6.11 Elementos de contato ..................................................................................... 107

6.12 Malha utilizada ................................................................................................ 108


6.13 Vinculações..................................................................................................... 111

6.14 Simulação numérica dos ensaios experimentais ............................................ 112

6.15 Análise analítica .............................................................................................. 114

7 RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES ........................................... 115

7.1 Análise da aceleração versus tempo configuração linha central (LC)............. 115

7.2 Análise da frequência natural para a configuração linha central (LC) ............. 121

7.3 Cálculo do coeficiente de amortecimento configuração linha central (LC) ...... 129

7.4 Análise da aceleração versus tempo configuração linha longitudinal (LL) ...... 131

7.5 Análise da frequência natural para a configuração linha longitudinal (LL) ...... 137

7.6 Cálculo do coeficiente de amortecimento configuração linha longitudinal (LL)

145

7.7 Verificação das vibrações pela norma da comunidade europeia .................... 147

7.8 Controle de vibrações verificado de acordo com a limitação do vão .............. 147

7.9 Rigidez efetiva à Flexão .................................................................................. 147

7.10 Resultados análise numérica ANSYS ............................................................. 149

8 CONCLUSÕES ........................................................................................ 155

8.1 Considerações Finais ..................................................................................... 157

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 158

APÊNDICE A ................................................................................................. 167


APÊNDICE B ................................................................................................. 188

APÊNDICE C ................................................................................................. 209

APÊNDICE D ................................................................................................. 214

APÊNDICE E ................................................................................................. 218

APÊNDICE F.................................................................................................. 221


24

1 INTRODUÇÃO

O produto engenheirado de construção Cross Laminated Timber (CLT) é


usado principalmente na Europa, onde foi patenteado pelo engenheiro Pierre-Eugene
Gauthier em 1952 e aprimorado na Áustria no início dos anos 1990, com uma
utilização mais ampla na Europa a partir de 2000. Como resultado, muitas linhas de
produção de CLT foram implantadas no Canadá e, mais recentemente, na França,
com diferentes processos.
Em 2011, no Canadá, foi publicado um manual de CLT pela editora
FPInnovations para servir de diretriz aos projetos de estrutura em CLT
(KARACABEYLI; DOUGLAS, 2013).
Em 2015, no Canadá, o produto engenheirado CLT foi incorporado à norma
National Design Specification (NDS) para construção em madeira, que havia sido
publicada pela FPInnovations como uma diretriz para projetos de estrutura em CLT.
Além disso, o produto CLT foi incluído nas normas do International Building Code (IBC)
e na norma canadense CSA O86-14, para projetos de engenharia em madeira. Essas
ações abriram um caminho vital para engenheiros adotarem esse produto como um
material de construção de alto potencial e sustentável. Em 2017, a França e o Canadá
iniciaram o projeto Woodrise, uma rede global de pesquisa e desenvolvimento para
promover construções de edifícios altos de madeira (KARACABEYLI; GAGNON,
2019). Resistente e ecológico, o produto engenheirado CLT, constituído por madeira
de densidade média, tornou-se um dos produtos mais empregados em métodos
construtivos em madeira do mundo (PEREIRA; CALIL, 2019).
Também conhecido no Brasil como Madeira Lamelada Colada Cruzada
(MLCC), segundo a norma brasileira NBR 7190 (ABNT, 2022), o CLT é um material
industrializado composto por lamelas de madeira coladas e dispostas em camadas
ortogonais entre si. Embora possa ser produzido com diversas espécies vegetais,
atualmente sua manufatura tem sido realizada a partir do Pinus taeda e do Eucalytus
grandis, que, no Brasil, são espécies de madeira advindas de florestas plantadas.
Com o desenvolvimento do conhecimento a respeito dos materiais de
engenharia, fica evidente a necessidade de oferecer soluções competitivas para o
mercado da construção civil, com o objetivo de garantir segurança e estabilidade nas
estruturas.
25

Nesse sentido, a utilização de peças compostas, como uma peça de CLT-


Concreto, conforme ilustrado na Figura 1, visa otimizar o desempenho estrutural por
meio da união mecânica entre os componentes de madeira e concreto (CLOUSTON;
SCHREYER, 2006).

Figura 1 — Estrutura mista madeira e concreto.

Fonte: o autor.

Os sistemas mistos de madeira e concreto estão se tornando cada vez mais


populares, pois podem aproveitar melhor o desempenho dos materiais envolvidos.
Nesses sistemas, a madeira é posicionada na região de tração, enquanto o concreto
é usado na região de zona comprimida. Desse modo, pode-se obter um melhor
desempenho desses materiais em termos de resistência e rigidez (MIOTTO, 2011).
Dentre as diversas pesquisas sobre o comportamento estrutural de peças
de CLT-Concreto, é possível citar o trabalho de Mai et al. (2018). Nesse estudo, os
resultados de testes em laboratório demonstraram que as amostras de piso CLT-
Concreto apresentaram excelente desempenho estrutural em termos de capacidade
de resistência, de 3 a 5 vezes maior que o piso CLT convencional. Particularmente, o
desempenho de vibração desses pisos de estrutura mista também foi aprimorado,
evidenciando um uso notavelmente eficaz desses materiais.
Os problemas de vibração estão relacionados com os estados limites de
serviço, e é de grande importância seu estudo em estruturas de CLT-Concreto, a fim
de garantir segurança aos usuários. Busca-se, com isto, uma conscientização do uso
correto desses materiais e um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis para
a confecção de pisos, lajes e paredes das edificações que utilizam esses compósitos.
26

Nesse contexto, o presente trabalho visa avaliar o comportamento dinâmico


das placas de CLT-Concreto e suas vulnerabilidades em relação aos movimentos de
vibração, que muitas vezes geram desconforto aos usuários, causando a sensação
de insegurança.
27

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Esta pesquisa tem como foco estudar o comportamento dinâmico das


placas de CLT-Concreto, analisando os parâmetros de vibração com base no
conhecimento das propriedades físicas e mecânicas desse painel estrutural misto.
Serão considerados aspectos como densidade, módulo de elasticidade, eficiência das
ligações entre as conexões, resistência e propriedades geométricas da seção
transversal.

2.2 Objetivos específicos

São objetivos específicos deste trabalho:

a) Estabelecer as frequências naturais de amortecimento;


b) Avaliar se a estrutura estudada atende os limites de vibração
estabelecidos na literatura;
c) Estabelecer limites para os vãos das placas de CLT-Concreto, a fim
de evitar desconforto aos ocupantes das edificações;
d) Verificar se o modelo numérico é representativo e se equipara ao
modelo experimental no que diz respeito aos resultados de valores
de frequência natural.
28

3 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção será realizada uma revisão da literatura relacionada ao tema


deste trabalho, buscando sua fundamentação. Também serão apresentadas as
etapas do processo de fabricação do produto CLT, alguns modelos de edificações
concebidas com estruturas mistas de CLT-Concreto e a importância da verificação
das forças dinâmicas atuantes nessas estruturas.

3.1 Construções em CLT

A demanda pela utilização da madeira como principal material estrutural


aplicado na construção civil vem crescendo consideravelmente nos últimos anos
(RAMAGE et al., 2017).
A popularização da CLT ocorreu principalmente devido à facilidade de sua
produção, que destaca-se pela otimização da matéria-prima, montagem rápida, fácil
conexão entre as peças e processo produtivo automatizado. Tais características
levaram esse sistema construtivo a difundir-se com facilidade pelos países da Europa
Central, Japão, Nova Zelândia, Austrália, Canadá e Estados Unidos (CARETA; VIAL,
2018 apud ALMEIDA, 2022, p. 673).
Leskovar e Premrov (2021) apontam que, até 2013, a estratégia estrutural
dominante nas construções caracterizava-se pelo sistema de painéis maciços, com
paredes e lajes autoportantes em CLT. A mudança é evidente em edifícios mais
recentes. Esses, quando construídos inteiramente em madeira, podem combinar o
sistema CLT com Glued Laminated Timber (Glulam ou GLT), chamado em português
de Madeira Lamelada Colada (MLC).
Com a busca por alternativas de construção cada vez mais sustentáveis, e
o desenvolvimento de novas pesquisas e avanços tecnológicos, vêm crescendo o uso
de produtos à base de madeira engenheirada. Associados às práticas mais flexíveis
de construção, e com apelo renovado de sustentabilidade, produtos como a Madeira
Lamelada Colada (MLC), Laminated Veneer Lumber (LVL), Structural Composite
Lumber (SCL) e, finalmente, Madeira Lamelada Colada Cruzada (MLCC) ou Cross
Laminated Timber (CLT) são cada vez mais utilizados (BUCK et al., 2016). Em termos
de impacto ambiental, muitos pesquisadores mostraram que a madeira, ao longo de
29

sua vida útil, tem um potencial de aquecimento global menor em comparação a


produtos minerais, como o concreto e o aço (RÖCK et al., 2020).
O produto CLT é confeccionado com madeira engenheirada de excelência,
adequado para diferentes tipos de sistemas e estruturas. Seu método de fabricação
permite que as lamelas sejam coladas e trabalhadas em diversas formas e dimensões.
Possui excelentes propriedades de resistência e rigidez, com uma capacidade de
carga superior a de muitos outros materiais utilizados na construção civil. Por essa
razão, a CLT já está sendo utilizada na confecção de diferentes tipos de elementos
estruturais, principalmente placas e chapas, que compõem pisos e paredes.
O painel lamelado de madeira colada cruzada é composto por camadas de
lamelas de madeira seca em estufa. Empilhadas em direções ortogonais alternadas,
as camadas são coladas com adesivos estruturais de poliuretano, ou similares, e
prensadas para formar uma única placa, ou chapa, de madeira. Os painéis de CLT
são normalmente constituídos por um número ímpar de camadas, em geral, de três,
cinco, sete ou mais. Tal laminação proporciona ao painel de CLT um comportamento
mecânico mais homogêneo (MASCIA; VANALLI, 2012).
O posicionamento das lamelas é estrategicamente projetado para otimizar
as propriedades mecânicas do painel. É uma solução pré-fabricada eficiente e uma
ótima alternativa ao concreto e às alvenarias convencionais (SANBORN et al., 2019;
CHERRY et al., 2019 apud HIROSAWA et al., 2022, p. 1).
A laminação cruzada proporciona estabilidade dimensional, resistência e
rigidez, o que torna esse produto uma alternativa tecnicamente prática e
economicamente viável para construções, concorrendo plenamente com materiais
convencionais como concreto, alvenaria e aço em muitas aplicações (MASCIA;
VANALLI, 2012).
As propriedades mecânicas do produto variam de acordo com a direção
das fibras da madeira, seguindo a conceituação de um material ortotrópico linear, com
direções preferenciais de resistência longitudinal, radial e tangencial. Sua resistência
também pode variar em função do teor de umidade e do tempo sob carregamento
permanente (BORGSTRÖM; FRÖBEL, 2019).
Os painéis de CLT possuem excelentes propriedades térmicas e acústicas,
além de um alto nível de pré-fabricação e baixas emissões de carbono associadas ao
seu uso. No entanto, um piso composto apenas por esses painéis pode apresentar
30

problemas de vibração e manutenção devido ao seu peso leve e à sua baixa rigidez à
flexão (XU et al., 2023).
Os sistemas de piso compostos por painéis de CLT-Concreto apresentam
maior rigidez à flexão e maior massa, o que contribui para mitigar problemas de
vibração. Esses sistemas estão ganhando mais atenção em âmbito global (PANG et
al., 2022).
Conforme, Li, Wang e He (2020) avaliaram o desempenho sísmico de
quatro edifícios mistos, com diafragmas compostos por painéis de CLT e resistentes
paredes de concreto, foram construídos cinco protótipos de piso de CLT-Concreto em
escala real. O objetivo desse estudo era avaliar sua capacidade de resistência e
comportamento dinâmico de vibração. Os resultados indicaram que a estrutura mista
apresentou melhor desempenho em relação a um piso CLT convencional.
A Figura 2 ilustra as etapas de fabricação do produto CLT.

Figura 2 — Diversas etapas para o processo de fabricação CLT.

Fonte: adaptado de Borgström e Fröbel (2019, p. 17).


31

O número de camadas incorporadas na fabricação do painel de CLT


depende da espessura e dos requisitos estruturais. Portanto, pode ser feito de acordo
com as cargas estruturais exatas necessárias para cada peça de CLT. Os painéis são
fabricados com dimensões precisas de acordo com os projetos arquitetônicos,
levando em consideração aberturas de janelas, portas, instalações elétricas,
tubulações hidráulicas e ventilação. As configurações das camadas de lamelas de
CLT estão indicadas na Figura 3.

Figura 3 — Configurações das camadas de lamelas da CLT.

Fonte: Buck et al. (2016).

Uma razão para o desenvolvimento do produto CLT é a sua crescente


aplicação em edifícios altos. Tais construções exigem um nível maior de desempenho
dinâmico, levando ao uso de materiais maciços e sistemas mais eficazes, como a
madeira lamelada colada cruzada (CLT).
No entanto, na construção de edifícios mais altos em CLT, a estrutura tende
a se tornar mais flexível, sendo necessário entender seu comportamento dinâmico.
Deslocamentos que eram aceitáveis para pequenas alturas e vãos são ampliados em
grandes estruturas, o que pode causar incômodo aos ocupantes do edifício e danos
aos elementos não estruturais.
Para atender às necessidades estruturais das edificações cada vez mais
esbeltas, o sistema misto de madeira e concreto pode ser considerado uma alternativa
econômica e ecológica. Além de possuir alta resistência natural ao fogo e ao desgaste,
é relativamente econômico tanto em termos de materiais de construção quanto na
execução das obras. No entanto, essa vantagem econômica pode ainda não ser uma
realidade brasileira, pois a produção incipiente de CLT no país eleva o preço do
32

produto. Por outro lado, há a instalação de novas plantas para esse fim, como a fábrica
da Urbem no Brasil. Essa empresa também apresenta diversos guias rápidos com
importantes pontos a serem considerados na fase inicial de concepção de projetos.
Além da Urbem, a Crosslam também é pioneira no Brasil, atuando desde 2014 como
uma empresa especializada no desenvolvimento e entrega de soluções de engenharia
que devem reduzir os preços e viabilizar o sistema construtivo em CLT.
As vantagens diretas do projeto de sistema misto incluem: maior rigidez do
piso, possibilidade de maior comprimento do vão, e redução no peso dos sistemas de
piso. Esse sistema também fornece bom acabamento estético após a conclusão dos
elementos estruturais primários.
Segundo Miotto (2009), um sistema misto de madeira e concreto apresenta
um aumento da taxa de amortecimento vibracional, o que significa que os critérios
normativos referentes aos estados limites de serviço são atendidos com maior
facilidade. Dentre outras vantagens, o autor também destaca que, nesse sistema,
ocorre uma maior agilidade no sistema construtivo, a madeira pode receber
acabamentos e atuar como forro e pode-se considerar uma rigidez infinita no plano.
O projeto de estado limite é um conceito criado para projetar estruturas,
baseado em uma consideração semiprobabilística. Trata-se do estabelecimento de
regras e critérios para segurança e funcionamento das estruturas. Esse conceito tem
sido utilizado no lugar do método das tensões admissíveis e foi incorporado nos
códigos de normalização .
O princípio por trás do projeto de estado limite é considerar a possibilidade
de ocorrência simultânea de ações, admitindo várias combinações em que uma das
ações variáveis é tomada como ação principal e outra como secundária, conforme
previsto pela NBR 8681 (ABNT, 2003). Na análise estrutural, cargas mortas são
sempre consideradas como ações permanentes, ponderadas de acordo com seus
valores, conforme previsto pela NBR 6118 (ABNT, 2014). A influência de todas as
ações que podem ter efeitos significativos na segurança da estrutura deve ser
considerada, levando em consideração os possíveis estados limites últimos e de
serviço. O método do estado limite é baseado na avaliação de certos parâmetros de
projeto em relação ao uso estrutural e de segurança. Portanto, um estado limite define
o comportamento para o uso da estrutura por motivos de segurança, funcionalidade,
estética ou desempenho fora dos padrões especificados para seu uso normal, e
33

interrupção de operação devido à falha de um ou mais de seus componentes


(WAHRHAFTIG; MAGALHÃES; SIQUEIRA, 2020).

3.2 Exemplos de utilização de estruturas mistas CLT e Concreto

Como exemplo de edificação em CLT, pode ser citado o Edifício de


Ciências da Terra, localizado em Vancouver, Canadá, ilustrado nas Figuras 4 e 5. Um
dos maiores benefícios de construir um edifício de madeira maciça, em comparação
com outros tipos de estruturas, é a capacidade de pré-fabricar todo o projeto. Isso
resulta em economia de tempo e recursos financeiros, porque o processo de
instalação se torna mais eficiente. A redução de custos é alcançada pela combinação
dos custos de material e instalação, além dos benefícios associados ao uso de um
sistema pré-fabricado.

Figura 4 — Edifício de ciências da terra (parte interna).

Fonte: adaptado de Structurlam (2012).


34

Figura 5 — Edifício de ciências da terra (parte externa).

Fonte: adaptado de Structurlam (2012).

Com o intuito de promover e estimular práticas de construção sustentáveis,


esse edifício foi construído para atender aos padrões LEED Gold. LEED é a sigla de
Leadership in Energy and Environmental Design, que significa Liderança em Energia
e Design Ambiental. É um dos maiores edifícios de madeira em painéis e a maior
aplicação de CLT na América do Norte, com mais de 1.300 toneladas desse material.
De acordo com o conselho de edifícios altos e habitat urbano, Council on
Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH), o Mjøstårnet, com 85,4 m de altura, é o
edifício em madeira mais alto da Europa. Sua construção foi realizada em 2019,
conforme ilustra a Figura 6. O edifício de 18 andares se localiza em Brumunddal, na
Noruega, próximo ao lago de Mjøsa. Além disso, “Mjøstårnet” em norueguês significa
“a torre do lago Mjøsa”. Esse edifício contém apartamentos, escritórios, um hotel, uma
piscina, um restaurante e um terraço, edificado em uma área de 11.300 m² de
construção (ARCHDAILY, 2020).
35

Figura 6 — Edifício Mjøstårnet em Brumunddal, na Noruega.

Fonte: Ricardo Foto (2020).

Quadro 1 mostra alguns detalhes dos materiais de madeira utilizados na


edificação.
36

Quadro 1 — Alguns detalhes dos materiais de madeira utilizados na edificação

Paredes e pisos de madeira:

Paredes CLT;
Pisos de madeira;
Instalação de elementos pré-fabricados no local

Sistema do pergolado na cobertura:

O pergolado é uma grande estrutura de madeira


que se localiza na cobertura, onde é fixado um
deck em concreto no 18º andar

Qualidade da mobília e estética interna:

Trabalhabilidade para móveis de design;


Harmonia da estrutura de madeira, gesso e
texturas decorativas

Fonte: adaptado de Archdaily (2020).

A Figura 7 ilustra o edifício Brock Commons Tallwood House, que possui


53 m de altura, 18 andares e 15.120 m² de área construída. Concluído em 2016, esse
edifício foi destinado para moradia estudantil na University of British Columbia (UBC),
em Vancouver, Canadá, e hoje faz parte de um complexo residencial com 404
unidades. Sua estrutura é mista, sendo que a fundação, o piso térreo, os núcleos da
laje do segundo andar da escada e o poço do elevador são construídos em concreto
armado. Já a superestrutura é composta de pré-fabricados: os pisos são de painéis
de madeira lamelada cruzada (CLT) apoiados em madeira lamelada colada (MLC), e
as colunas são de Parallel Strand Lumber (PSL), com conexões feitas de aço (PILON;
TESHNIZI; LOPEZ, 2018).
37

Figura 7 — Edifício Brock Commons Building.

Fonte: Pilon, Teshnizi e Lopez (2018).


38

O Quadro 2 ilustra a edificação em 3D com alguns detalhes de suas


ligações.

Quadro 2 — Detalhes das ligações do edifício Brock Commons Tallwood House

3D - com a utilização dos materiais híbridos

Ligação típica entre o núcleo e o piso de


CLT

Detalhes das conexões de aço com os


pilares de PSL

Fonte: adaptado de Fast et al. (2016).


39

A Figura 8 ilustra o edifício comercial Ascent, projetado pelo estúdio


estadunidense Korb, localizado em Wisconsin, Estados Unidos. Com 86,6 m de altura
e 25 andares, o prédio foi certificado em 2022 como o edifício de madeira mais alto
do mundo. Apenas a base, o elevador e a caixa de escada foram construídos com
concreto, enquanto todo o restante é feito de CLT e MLC.

Figura 8 — Edifício comercial Ascent

Fonte: Korb and Associates Architects (2022).

A Figura 9 ilustra a parte interna do edifício. São utilizados como parte da


estrutura os produtos CLT e Glulam.
40

Figura 9 — Glulam e CLT utilizado nas estruturas

Fonte: Korb and Associates Architects (2022).

De acordo com o estúdio Korb, além de fornecer "estética biofílica", a


madeira utilizada no Ascent é capaz de sequestrar CO2 em quantidade equivalente à
remoção de 2.400 carros das estradas por um ano.
Em breve, com a ascensão dos edifícios de madeira, o Ascent terá a
concorrência de um edifício do estúdio dinamarquês Schmidt Hammer Lassen. Trata-
se de um bloco residencial com 100 m de altura, localizado na Suíça, que se tornará
o edifício de madeira mais alto do mundo quando for concluído em 2026.
Recentemente, as novas formas e concepções de projetos utilizando a
madeira permitem pensar na construção de pontes com esse material. Essas
iniciativas visam atender às mudanças nos requisitos funcionais para cumprir as
metas do Acordo Climático de Paris, pois ajudam a moderar o aumento dos níveis de
CO2 na atmosfera terrestre. Trata-se de uma solução viável que pode trazer um novo
nível de sustentabilidade para a infraestrutura rodoviária. O viaduto ilustrado na Figura
10 foi confeccionada com Pinus radiata e inaugurada em 15 de abril de 2009, na
cidade holandesa Sneek.
41

Por meio das novas tecnologias, a madeira pode competir com materiais
como plástico, metal e outros, proporcionando enormes benefícios em termos de
consumo de energia e impacto ambiental.

Figura 10 — Viaduto construído com a madeira de Pinos radiata

Fonte: Vnorte (2012).

3.3 Análise dinâmica/vibrações

As ações dinâmicas induzidas pelo homem, ou pela natureza, são forças


variáveis no tempo que provocam vibrações nas estruturas. Seja em magnitude,
sentido ou direção, essas variações induzem as estruturas a ficarem sujeitas às
acelerações, velocidades e deslocamentos, gerando forças de inércia e
amortecimento (DE SILVA, 2000).
As vibrações podem ser entendidas como movimentos oscilatórios de um
sistema em torno de um valor de referência. Ou seja, é possível escrever a equação
do movimento em função da posição de sua deformação elástica, sendo que a
amplitude do movimento oscilatório determina a magnitude da vibração, e sua taxa de
repetição determina a frequência com que o sistema vibra (LIMA; SANTOS, 2008).
Em edifícios de CLT, a avaliação da solicitação dos carregamentos
dinâmicos na estrutura requer uma estimativa da identificação das características
42

modais, como frequências, amortecimentos e modos próprios de vibração. Essa


identificação é de importância fundamental para analisar o comportamento dinâmico
da estrutura e compreender sua resposta em condições operacionais de testes in loco.
Além disso, ela ajuda a compreender a lacuna entre a resposta dinâmica,
possivelmente linear, do comportamento da carga de serviço e o comportamento não
linear sob excitação das forças horizontais, como ventos fortes e atividades humanas.
A diferença é muito maior em edifícios CLT do que em estruturas de concreto ou aço,
uma vez que a resistência do rolamento às ações laterais está concentrada nas
conexões (ALOISIO et al., 2020).
O problema se agrava quando são utilizadas espécies de madeira com
baixos módulos de elasticidade. Essa propriedade relaciona a deformação elástica
com a tensão, o que pode tornar os pisos suscetíveis à vibração (JIANG; CROCETTI,
2019).
Segundo Siqueira (2013), nas últimas décadas, o isolamento sísmico tem
sido utilizado em diversos países como uma tentativa de mitigar ou eliminar os danos
causados em elementos estruturais e sistemas durante terremotos severos. A ideia
principal dessa técnica é prolongar o período de vibração da estrutura, tornando-a
mais flexível. Isso busca reduzir os valores das forças transmitidas pelos pilares às
bases da edificação, tanto em edifícios como em pontes. O princípio do isolamento
sísmico é introduzir flexibilidade na base da estrutura no plano horizontal e, ao mesmo
tempo, introduzir elementos de amortecimento para restringir a amplitude de
movimento causada por um terremoto. O conceito de isolamento sísmico não é novo,
sua primeira patente foi registrada em 1909 (MAYES, 2001).
Nos diversos casos em que as estruturas apresentam vibrações excessivas
com atividades humanas, o efeito dinâmico é subestimado. Isso ocorre principalmente
com as ações dinâmicas moderadas, que muitas vezes são tratadas como ações
estáticas.
Em grande parte dos problemas de vibração, a média da taxa de
deformação raramente excede 𝜀̇ = 0,1𝑠 −1 , de forma que as mudanças nas
propriedades dos materiais são apenas moderadas. Um efeito maior ocorre quando 𝜀̇
varia de 1 a 10s-1 o que é típico no caso de forças de impacto.
Observa-se que a taxa de deformação é expressa em razão do tempo,
conforme a Equação (3.1) (BACHMANN; AMMANN, 1987).
43

𝑑𝜀 (3. 1)
𝜀̇ =
𝑑𝑡

Segundo RAO (2009), as vibrações podem ser entendidas como


movimentos periódicos que se repetem após um intervalo de tempo, compreendendo
a transferência alternada de energia potencial para energia cinética e de energia
cinética para potencial. As fontes de vibração podem ser naturais, causadas por
fenômenos da natureza, como terremotos e ventos fortes, ou causadas pelas
atividades humanas, oriundas da movimentação de pessoas, máquinas,
equipamentos industriais, tráfego, atividades da construção civil, entre outras.
As frequências naturais e as respectivas formas modais associadas a
essas frequências são inerentes a cada estrutura projetada. Elas dependem da
inércia, da rigidez e das propriedades de amortecimento desses elementos, bem como
da natureza da excitação, que representa os diferentes tipos, magnitudes e
acelerações de resposta. Isso significa que não existem regras de projeto comuns.
Até o momento, os padrões para estruturas de piso apenas fazem recomendações
para limites de frequência estimados, dependendo do material estrutural e do uso
fundamental do edifício em questão.
Suárez-Riestra et al. (2019) pressupõem que, para frequências naturais
superiores a 8 Hz, o componente de baixa frequência do caminhar humano tende a
produzir movimentos que podem ser considerados semiestáticos. O controle da
deflexão estática torna-se, portanto, um fator decisivo. Por outro lado, o impacto do
passo excita componentes de frequências mais altas e a resposta é determinada pela
rigidez, massa e razão de amortecimento. Segundo a NBR 7190 (ABNT, 2022), o
limite aceitável indica frequência superior a 8 Hz e deslocamento máximo de 15 mm.
Segundo Karacabeily e Douglas (2013), a frequência natural mínima para
placas em CLT, com uma massa entre 30 e 150 kg/m², deve ser superior a 9 Hz. A
Tabela 1 apresenta parâmetros satisfatórios para um bom desempenho de conforto
nos aspectos dinâmicos em lajes de piso de CLT.

Tabela 1 — Parâmetros dinâmicos satisfatórios para lajes de pisos de CLT


Amortecimento Massa por área Frequência natural de vibração
≅ 𝟏% 50 – 150kg/m² >9 Hz
Fonte: adaptado de Karacabeily e Douglas (2013).
44

A madeira da estrutura em CLT melhora o desempenho da resistência e


rigidez à flexão, colaborando com a diminuição dos deslocamentos. A composição
com o concreto contribui para melhorar o comportamento dinâmico da estrutura em
relação às vibrações, assim como o isolamento térmico e acústico. Além disso,
também funciona como forma para a laje de concreto (THILÉN, 2017).
A norma europeia Eurocode 5 (CEN, 2004) estabelece, para pisos em CLT,
uma taxa de amortecimento = 0,01. Ou seja, 1% deve ser assumido, a menos que
outros valores se mostrem mais apropriados.
No Instituto de Tecnologia Nelson Marlborough (NMIT), localizado em
Quebec, Canadá, Arup (2012), Franklin e Hough (2014), realizaram um trabalho sobre
verificação de vibrações. Nesse estudo, foi realizado um teste induzido por pisada,
utilizando um martelo de impacto em um piso de escritório composto por uma estrutura
mista de CLT-Concreto. O piso tinha as seguintes dimensões: 5 m de comprimento
por 3 m de largura. O estudo aponta uma faixa de amortecimento da ordem de 2,0%
a 3,0%.
A Tabela 2 apresenta alguns valores para a taxa de amortecimento, bem
como suas classificações.

Tabela 2 — Valores propostos para taxas de amortecimento


Taxa de
Categoria Considerações nas faixas de amortecimento
amortecimento
Valores mais baixos incluem pisos descobertos e um
Amortecimento leve 1-2% mínimo de mobiliário, os valores mais altos incluem
pisos com cobertura de concreto e móveis.
Valores mais baixos incluem pisos mistos de madeira
e concreto, pisos de madeira com uma fina camada
de concreto e móveis completos.
Amortecimento
2-4% Valores mais altos incluem pisos elevados com uma
moderado
fina camada de concreto, juntamente com sistemas
mecânicos e mobiliário completo, com móveis e
divisórias permanentes.
Esses incluem pisos de coberturas, tetos falsos,
Amortecimento forte 4-5% móveis, acessórios e/ou partições permanentes que
não consideradas de outra forma.
Geralmente, os pisos maciços de madeira não
Controle de
possuem mais de 5% de amortecimento, a menos
amortecimento 5%+
que seja adicionado um controle explícito de
explicito
amortecimento, como um amortecedor de massa.
Fonte: adaptado de WoodWorks (2021).
45

Para um bom desempenho dos elementos estruturais, é necessário um


bom entendimento das formas modais e de como a estrutura vibrará quando excitada.
Isso ajudará o engenheiro a projetar melhor a estrutura para aplicações de vibração e
ruído. Assim, a análise modal é uma ferramenta poderosa para auxiliar o projeto de
estruturas de edificações.
Como os métodos analíticos são baseados em simplificações de cálculo
definido, de diferentes parâmetros mecânicos e dinâmicos, como frequência natural,
deslocamento vertical, máxima velocidade vertical e aceleração, o desempenho da
vibração pode ser o ponto decisivo no projeto de elementos estruturais do piso. É
necessária atenção especial no caso de vãos longos e pesos leves, que condicionam
a escolha das dimensões dos elementos estruturais.
Conforme Xing e Liu (2009), na determinação de soluções exatas para
vibração livre de placas, a derivação da expressão matemática do modo de vibração,
que satisfaz as equações do problema de autovalor, é a questão mais difícil de ser
resolvida. Para isso, têm sido dedicados os maiores esforços na tentativa de alcançar
soluções aproximadas com grande precisão.
Os métodos analíticos muitas vezes derivam de investigações
experimentais em um número limitado de tipologias estruturais. Portanto, uma
extensão direta dessas abordagens, para diferentes tipos de pisos, deve ser
verificada. Com base nessas informações, é possível analisar o material com relação
à sua fragilidade quando submetido a condições extremas, observando seu
comportamento em diferentes situações.
Segundo Soeiro (2001), as definições que descrevem uma estrutura em
relação às suas características naturais são os fatores de amortecimento, as
frequências naturais e os modos de vibração, ou seja, suas propriedades dinâmicas.
Para a identificação dos parâmetros modais aplicados no presente
trabalho, que são obtidos a partir de dados experimentais, são calculadas as
frequências naturais de vibração, os modos de vibração e seus fatores de
amortecimento. Esses dados são coletados em pontos específicos. Para que isso
aconteça, é gerado um impacto na estrutura, e a sua resposta de vibração é obtida
por meio da leitura dos acelerômetros fixados em pontos estratégicos, localizados na
estrutura.
46

Essa técnica é conhecida como “Análise Modal Operacional”, ou


Operational Modal Analysis (OMA) em inglês. Para o tratamento de sinal e estimação
dos parâmetros, são desenvolvidos algoritmos específicos, que utilizam técnicas no
domínio da frequência ou no tempo (HOLANDA, 2012). A fim de facilitar a análise da
resposta do sistema, os sinais de entrada e saída são convertidos do domínio do
tempo para o domínio da frequência, a partir da Transformada Rápida de Fourier
(TRF), devido à facilidade de manipulação das equações neste domínio.
47

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O interesse pelos efeitos relacionados à vibração foi verificado com os


primeiros instrumentos musicais, provavelmente apitos e tambores. Desde então, os
pesquisadores têm aplicado engenhosidade e investigação crítica ao estudo do
fenômeno da vibração.
Galileu Galilei (1564-1642) é considerado o fundador da ciência
experimental moderna. Ele teve a ideia de estudar o comportamento de um pêndulo
simples ao observar os movimentos pendulares de uma lâmpada em uma igreja de
Pisa. Certo dia, ele começou a medir o período dos movimentos pendulares da
lâmpada com sua própria pulsação. Para seu espanto, constatou que o período era
independente da amplitude das oscilações. Isso o levou a realizar mais experimentos
com o pêndulo simples (RAO, 2009).
Sir Isaac Newton (1642-1727) publicou sua obra monumental, Philosophiae
naturalis principia mathematica, em 1686. Nessa obra, o autor descreveu a lei da
gravitação universal, bem como as três leis do movimento e outras descobertas. A
segunda lei do movimento é usada frequentemente em estudos sobre as vibrações
para derivar as equações de movimento de um corpo em vibração (RAO, 2009).
Brook Taylor (1685-1731) desenvolveu, em 1713, a teoria para solucionar
o problema dinâmico da corda e demonstrou o famoso teorema de Taylor para séries
infinitas. A frequência natural de vibração, obtida pela equação de movimento
derivada por Taylor, coincidia com os valores experimentais observados por Galileu.
A solução analítica da corda vibratória foi apresentada por Joseph-Louis Lagrange
(1736-1813) em suas memórias publicadas pela Academia de Turim (Turin Academy)
em 1759 (RAO, 2009).
Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783) estabeleceu um princípio muito
importante e amplamente utilizado na dinâmica das estruturas, conhecido como
“princípio de d’Alembert”. Através desse princípio, tornou-se possível desenvolver as
equações do movimento que governam o deslocamento de um sistema dinâmico. A
solução dessas equações fornece a resposta do sistema como uma função do tempo.
Esse princípio é geralmente a forma mais simples de escrever as equações de
movimento de um sistema dinâmico (RAO, 2009).
48

A teoria de vibração de placas, com as condições de contorno corretas, foi


estabelecida em 1850 por Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887) (RAO, 2009).
Stephen Timoshenko (1878-1972) apresentou uma teoria aperfeiçoada de
vibração de vigas, conhecida como a teoria de Timoshenko, que considera os efeitos
da inércia de rotação e da deformação por cisalhamento. Uma teoria semelhante foi
apresentada por D. R. Mindlin, em 1951, para análise de vibração de placas grossas,
que inclui os efeitos da inércia de rotação e da deformação por cisalhamento (RAO,
2009).
Walter Ritz, físico suíço nascido em 1878, e John William Strutt, Lord
Rayleigh, físico e matemático inglês nascido em 1842, desenvolveram um princípio
muito importante utilizado em dinâmica das estruturas, conhecido como o método de
Rayleigh-Ritz (PAULTRE, 2005).
O método de Rayleigh-Ritz utiliza uma interpolação para expressar o
deslocamento em cada ponto da estrutura em função do número de graus de liberdade
apresentados na estrutura. Esse método utiliza várias funções de interpolação de
deslocamento, chamadas de campos de deslocamento, que são funções de um
número finito de graus de liberdade do sistema, em inglês, number of degrees of
freedom system (DOFs), e que resultam em equações algébricas simultâneas.
A precisão dos resultados obtidos com o método de Rayleigh depende da
escolha da função de interpolação. Essa precisão aumenta com o número de DOFs
selecionados no método Rayleigh-Ritz.
O campo de deslocamento selecionado deve ser simples. Nele, os
polinômios são mais frequentes, enquanto as funções trigonométricas, seno e
cosseno, são menos frequentes, a fim de garantir a viabilidade do método. Além disso,
o campo de deslocamento deve ser completo, o que implica que os deslocamentos e
deformações (derivadas dos deslocamentos), presentes na expressão para o cálculo
da energia potencial, possam ser aproximados com o nível de precisão desejado. Isso
é possível desde que um número suficiente de termos seja usado na função de
interpolação.
49

4.1 Classificação das vibrações

As vibrações podem ser classificadas de várias maneiras. A seguir, são


apresentadas algumas das importantes classificações:

a) Vibração livre: quando um sistema, após uma perturbação inicial,


continua a vibrar por conta própria, a vibração resultante é conhecida
como vibração livre.
b) Vibração forçada: quando um sistema está sujeito a uma força externa,
a vibração resultante é conhecida como vibração forçada. Se a
frequência externa coincidir com uma das frequências naturais do
sistema, ocorre uma condição conhecida como ressonância, na qual o
sistema sofre oscilações, ocasionando falhas nas estruturas (RAO,
2009).
c) Vibração não amortecida e amortecida: se não houver perda de
energia, seja por atrito, dissipação ou qualquer resistência durante a
oscilação, essa vibração é classificada como não amortecida. Porém,
se houver alguma perda de energia, a vibração é chamada de
amortecida (RAO, 2009).
d) Vibração linear e não linear: se os elementos principais de um sistema
vibratório, constituídos por massa, mola e amortecedor, se
comportarem de forma linear, essa vibração é classificada como linear.
Porém, se o comportamento for não linear, a vibração é classificada
como não linear. Essas vibrações são regidas por equações diferenciais
lineares ou não lineares, utilizadas de acordo com a classificação da
vibração (RAO, 2009).

4.2 Ressonância

Rao (2009) menciona que a ressonância foi estabelecida por Galileu Galilei
em 1602, quando ele estudava pêndulos. No entanto, é importante ressaltar que o
cientista húngaro-americano Theodore von Kármán foi um dos primeiros a estudar o
50

conceito de ressonância. Galileu Galilei, Félix Bloch, Edward Mills Purcell e Jasper
Johns foram os cientistas que mais contribuíram para o estudo da ressonância.
O fenômeno da ressonância ocorre quando a frequência da força externa
coincide com a frequência natural do sistema, levando-o a sofrer oscilações
perigosamente grandes. Cada sistema físico é capaz de vibrar e possui uma ou mais
frequências naturais, que são características intrínsecas, mais precisamente,
relacionadas à maneira como foi construído.
Em estruturas civis, todo objeto possui uma frequência própria na qual ele
vibra. No entanto, cada objeto tem uma capacidade limite para absorver estímulos
externos. Por exemplo, considere a estrutura de um prédio que tem uma frequência
própria e está sujeita a estímulos externos, provocados por um terremoto. Se ocorrer
um tremor que dê início à vibração natural da estrutura, ela começará a vibrar em uma
dada frequência. Se o tremor acontecer com os mesmos intervalos de tempo que a
oscilação do prédio, as ondas de ressonância vão se somando, aumentando cada vez
mais as vibrações e podem chegar ao ponto de provocar sérios danos ao prédio, ou
até mesmo o seu colapso.
Um dos eventos mais importantes relacionados a esse assunto foi a queda
da ponte pênsil de Tacoma, cidade localizada no estado de Washington, Estados
Unidos, às margens do pacífico. O acidente ocorreu em 1940, três meses após a
inauguração da ponte, que tinha 2.800 m de comprimento. Após esse fato, foram
realizados vários estudos a respeito, viabilizando a compreensão das causas dessa
catástrofe e evitando a reincidência de outras semelhantes.
Pode-se citar também a ponte-passarela Millennium Bridge, em Londres,
cuja construção teve início no final de 1998, sendo inaugurada em maio de 2000. Por
apresentar problemas de instabilidade estrutural e vibrações, foi interditada dois dias
após a inauguração. Após a resolução dos problemas estruturais, a ponte foi reaberta
ao público somente em 22 de fevereiro de 2002.

4.3 Batimento

Esse fenômeno ocorre quando se tem dois movimentos harmônicos, os


quais possuem frequências próximas entre si que são somadas. A resultante desse
51

movimento é chamada de batimento, e isso acontece quando a frequência excitadora


está próxima da frequência natural do sistema.

4.4 Critérios de conforto humano

A utilização de estruturas cada vez mais leves, com elevados índices de


esbeltez, adotadas na concepção de projetos estruturais na construção civil, tende a
provocar um aumento das vibrações induzidas por ações humanas nos pisos. Esses
fatos estão se tornando cada vez mais frequentes.
A principal dificuldade tem sido a falta de conhecimento da maioria dos
profissionais na modelagem de problemas dinâmicos e na interpretação de seus
resultados.
Por essa razão é necessário que os engenheiros projetistas tenham
conhecimento dos efeitos das ações dinâmicas, que são responsáveis pela ocorrência
de vibrações nos elementos estruturais, a fim de minimizar esses efeitos. Existem
diversos critérios normativos que servem de suporte aos engenheiros projetistas,
calculistas e executores de obra, os quais seguem as recomendações prescritas nas
normas vigentes para atender à aceitabilidade das vibrações nos pisos de acordo com
os critérios de conforto humano.
Algumas especificações foram expostas pelo cientista Tredgold (1828) para
minimizar os efeitos indesejáveis de vibrações em pisos, sugerindo o aumento da
altura das seções das vigas para melhorar a sua rigidez. A partir de então, diversos
pesquisadores têm contribuído com estudos e pesquisas para estabelecer limites que
atendam às tolerâncias referentes ao conforto humano.
Reiher e Meister (1946) são responsáveis por desenvolver uma escala que
possibilita representar o nível de percepção e aceitabilidade humana de vibrações
permanentes. Essa escala foi calibrada em função dos deslocamentos, amplitudes e
frequências definidas através de ensaios experimentais. Durante esses testes, uma
turma de pessoas ficou em pé e foi submetida a vibrações permanentes, com
frequências variando de 1,0 Hz a 100 Hz e amplitudes de 0,01 mm a 10 mm.
Prosseguindo com a pesquisa, Lenzen (1996), realizou diversos estudos
em diferentes tipos de pisos em diversas edificações e percebeu que, modificando a
52

escala original de Reiher e Meister, ela poderia ser utilizada em pisos com
amortecimentos não superiores a 5%.
A escala modificada é ilustrada na Figura 11.

Figura 11 — Escala modificada de Reiher e Meister.

Fonte: Lenzen (1996).

4.5 Norma brasileira – projeto e execução de obras em concreto armado

A norma brasileira de estruturas de concreto armado, NBR 6118 (ABNT,


2014), prescreve que a análise das vibrações em estruturas usuais pode ser feita em
regime linear elástico. Com o objetivo de garantir um comportamento satisfatório das
estruturas sujeitas a vibrações, deve-se afastar ao máximo a frequência natural da
estrutura f da frequência crítica fcrit, que varia de acordo com a finalidade da respectiva
edificação.
53

A condição abaixo deve ser satisfeita:

𝑓 > 1,2𝑓𝑐𝑟𝑖𝑡 (4. 1)

O comportamento das estruturas sujeitas às ações dinâmicas cíclicas, que


originam vibrações, pode ser modificado por meio da alteração de alguns fatores,
como as ações dinâmicas, a frequência natural (por meio da mudança da rigidez da
estrutura ou da massa em vibração) e o aumento das taxas de amortecimento
estrutural. Na falta de valores determinados experimentalmente, são adotados os
valores indicados na Tabela 3 para 𝑓𝑐𝑟𝑖𝑡 .

Tabela 3 — Frequência crítica para vibrações verticais em alguns casos especiais de estruturas
submetidas a vibrações pela ação de pessoas
Caso 𝒇𝒄𝒓𝒊𝒕 𝑯𝒁
Ginásio de esportes e academia de ginástica 8,0
Sala de dança ou de concerto sem cadeiras fixas 7,0
Passarelas de pedestres ou ciclistas 4,5
Escritórios 4,0
Salas de concerto com cadeiras fixas 3,5
Fonte: ABNT (2014, p. 193).

No entanto, essa norma prescreve que, em casos especiais, nos quais suas
prescrições não possam ser atendidas, deve ser realizada uma análise dinâmica mais
acurada.

4.6 Norma brasileira – projeto de estruturas de madeira

Segundo a norma NBR 7190 (ABNT, 2022), em estruturas sujeitas à ação


de vibrações excessivas, devem ser empregadas providências construtivas para evitar
o aparecimento dessas vibrações na edificação. Nas estruturas em que haja
permanência e circulação de pessoas, vibrações que tragam desconforto aos usuários
devem ser evitadas.
Em casos específicos de pisos nos quais as pessoas andam regularmente,
como os pisos de escritórios e residenciais, a frequência natural de vibração dos
elementos estruturais deve ser igual ou superior a 8 Hz, com deslocamento máximo
de 15 mm.
54

4.7 Norma da comunidade europeia – projeto de estruturas de madeira

De acordo com a norma EN 1995-1-1 (CEN, 2004), para pisos residenciais


com uma frequência fundamental1 inferior a 8 Hz, é necessária uma investigação
especial. Já para pisos residenciais com uma frequência fundamental superior a 8 Hz,
devem ser satisfeitos os seguintes requisitos:

𝑤 (4. 2)
≤ 𝑎 𝑚𝑚/𝐾𝑁
𝐹

em que:
𝑤 é a deflexão vertical máxima instantânea, causada por uma força vertical
F estática concentrada, aplicada em qualquer ponto do piso, levando em
consideração a distribuição de carregamento;
𝑎 é o limite do projeto para a deflexão do piso de madeira sob a carga
pontual da unidade em (mm/kN).

No Reino Unido, a é proposto da seguinte forma:

𝑚𝑚 16500 𝑚𝑚 (
𝑎 = {1,8 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐿 ≤ 4000𝑚𝑚 𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐿 > 4000𝑚𝑚 (4. 3)
𝑘𝑁 𝐿1,1 𝑘𝑁

A velocidade causada por um impulso unitário, 𝑣 (1 Ns), deve satisfazer a


seguinte equação:

𝑣 ≤ 𝑏 (𝑓1𝜁−1) 𝑚/(𝑁𝑆 2 ) (4. 4)

em que:
b é a largura do piso em (m);
𝜁 é a taxa de amortecimento modal, dada como 𝜁 = 0,01 de acordo com a
EN 1995-1-1 (CEN, 2004), mas revisado como 0,02 no Reino Unido.

1 A frequência natural mais importante é a primeira, menor entre todas, designada por fundamental.
55

Para um piso retangular com dimensões gerais 𝑏 × 𝑙, simplesmente


apoiado ao longo de todas as quatro bordas, o valor 𝑣 pode ser obtido como:

4(0,4 + 0,6𝑛40 ) (4. 5)


𝑣= (𝑚/(𝑁𝑠 2 ))
𝑚𝑏𝑙 + 200

em que:
𝑙 é o comprimento do vão do piso em (m), 𝑛40 é o número de modos de
primeira ordem, com frequências de até 40 Hz.
Segundo Ohlsson (1991), o limiar de 40 Hz é um valor arbitrário. Valores
superiores a esse são insignificantes e não contribuem para o movimento total dos
modos de vibração podendo ser desprezados. O valor de 𝑛40 é dado pela equação a
seguir:

1/4 (4. 6)
40 2 𝑏 4 (𝐸𝐼)𝐿
𝑛40 = {(( ) − 1) ( ) }
𝑓1 𝑙 (𝐸𝐼)𝐵

em que:
(𝐸𝐼)𝐿 = rigidez à flexão equivalente da placa na direção perpendicular da
viga em Nm²/m;
(𝐸𝐼)𝐵 = rigidez à flexão equivalente da placa na direção paralela da viga
em Nm²/m;
𝑓1 deve ser satisfeito seguindo a equação:

𝜋 (𝐸𝐼)𝐿
𝑓1 = √ > 8𝐻𝑧 (4. 7)
2𝐿2 𝑚

em que:
m é a massa por unidade de área em (kg/m²).

A Figura 12 exibe as propriedades da seção transversal da direção


perpendicular da viga no painel de CLT com cinco camadas e as propriedades de
elasticidade associadas.
56

Figura 12 — Propriedades da seção transversal da direção perpendicular da viga no painel de CLT


com cinco camadas

𝐸1 , 𝐺1
𝐸⊥,2 , 𝐺⊥,2
𝐸3 , 𝐺3
𝐸⊥,4 , 𝐺⊥,4
𝐸5 , 𝐺5

Fonte: adaptado de Karacabeyli e Gagnon (2019).

Em que:
h = é a espessura do painel, em mm;
𝑏𝑦 = largura do painel no eixo de maior resistência;
n = número de camadas do painel;
𝑡𝑖 =espessura das lâminas na i-ésima camada, em mm;
𝑍𝑖 = distância entre o centro da i-ésima camada e a linha neutra, em mm;
𝐸𝑖 = módulo de elasticidade das laminações na i-ésima camada, em MPa;
= E, para as laminações das camadas longitudinais;
= E⊥, para as laminações das camadas transversais;
𝐺𝑖 = módulo de cisalhamento das laminações na i-ésima camada, em MPa;
= G, para laminações nas camadas longitudinais;
= G⊥, para laminações nas camadas transversais;
Acertar fontes
A Figura 13 ilustra as propriedades da seção transversal da direção
paralela a viga no painel de CLT com cinco camadas e as propriedades de elasticidade
referentes.
57

Figura 13 — Propriedades da seção transversal da direção paralela a viga


no painel de CLT com cinco camadas.

𝐺⊥,1
𝐸2 , 𝐺2
𝐺⊥,3
𝐸4 , 𝐺4
𝐺⊥,5

Fonte: adaptado de Karacabeyli e Gagnon (2019).

Em que:
h = é a espessura do painel, em mm;
𝑏𝑋 =largura do painel para o eixo de menor resistência, em mm;
n = número de camadas do painel;
𝑡𝑖 =espessura das lâminas na i-ésima camada, em mm;
𝑍𝑖 = distância entre o centro da i-ésima camada e a linha neutra, em mm;
𝐸𝑖 = módulo de elasticidade das laminações na i-ésima camada, em MPa;
= E, para as laminações das camadas longitudinais;
= E⊥, para as laminações das camadas transversais;
𝐺𝑖 = módulo de cisalhamento das laminações na i-ésima camada, em MPa;
= G, para laminações nas camadas longitudinais;
= G⊥, para laminações nas camadas transversais;
A Figura 14 ilustra o fluxograma de cálculo para verificação da primeira
frequência natural de vibração conforme as recomendações do Comitté Européen de
Normalization (CEN).
58

Figura 14 — Fluxograma para verificação de frequência em pisos (cEC5)

Fonte: adaptado de Schirén e Swahn (2019, p. 17).

Na revisão da norma da comunidade europeia , esse método foi investigado


por Schirén e Swahn (2019), que acrescentaram a verificação para níveis de
performance do piso. O limite de aplicabilidade para a revised Eurocode 5 (rEC5) é
que a frequência fundamental do piso deve ser de 4,5 Hz ou superior. O critério de
deflexão no current Eurocode 5 (cEC5) é mantido por coerência, e muda o nome do
critério de rigidez que é acompanhado por dois novos critérios: o critério de aceleração
e o critério de velocidade. O critério de aceleração é utilizado para pisos de baixa
frequência, com uma frequência fundamental de 4,5 a 8 Hz, enquanto o critério de
velocidade é utilizado para pisos de alta frequência, com uma frequência fundamental
acima de 8 Hz. Ambos resultam em fatores de resposta 𝑅.
A Tabela 4 apresenta os critérios de classificação do sistema de acordo
com a rEC5.
59

Tabela 4 — Critérios de classificação do sistema de acordo com a rEC5


Nível de performance do piso
Critério I II III IV V VI VII
Frequência
𝒇𝟏 [𝟒, 𝟓𝑯𝒛] ≥ 4,5
Critério de rigidez Não
𝒘𝟏𝒌𝑵 [𝒎𝒎] ≤ 0,25 0,5 0,8 1,2 1,6 aceitável
Não
Fator de Resposta R 4 8 12 16 24 32 aceitável
Critério de aceleração
Se 𝒇𝟏 < 𝟖 [𝑯𝒛]
𝒎 𝑅 × 0,005
𝒂𝒓𝒎𝒔 [ 𝟐 ] ≤
𝒔
Critério de velocidade
Se 𝒇𝟏 ≥ 𝟖 [𝑯𝒛]
𝒎 𝑅 × 0,0001
𝒗𝒓𝒎𝒔 [ ] ≤
𝒔
Fonte: adaptado de rEC5, apêndice H de Schirén e Swahn (2019, p. 12).

A Tabela 5 apresenta os níveis de desempenho do piso para uso em


edifícios residenciais.

Tabela 5 — Escolhas de níveis de desempenho do piso para uso em edifícios residenciais


Categoria de uso Escolha de qualidade Escolha base Escolha econômica
Residencial vários LEVEL I, II, III LEVEL IV LEVEL V
pavimentos
Residencial único LEVEL I, II, III, IV LEVEL V LEVEL VI
pavimento
Fonte: adaptado de rEC5, apêndice H de Schirén e Swahn (2019, p. 12).

A seguir, serão apresentadas as equações, de acordo com a rEC5, para a


verificação das vibrações em pisos de vão único ou múltiplos vãos. Esses pisos
possuem seções retangulares em planta e podem ser unidirecionais ou bidirecionais,
estendendo-se diretamente sobre suportes rígidos, principalmente sujeitos a
carregamento uniforme.
A frequência fundamental 𝑓1 do piso pode ser calculada pela Equação
(4. 8), na qual se deve considerar a rigidez efetiva aparente, levando em consideração
o cisalhamento e o módulo de deslizamento quando aplicável.

(4. 8)
𝜋 (𝐸𝐼)𝐿
𝑓1 = 𝑘𝑒,1 𝑘𝑒,2 √
2𝑙 2 𝑚
60

em que:
𝑓1 é a frequência fundamental, em (Hz);
𝑘𝑒,1 é um fator de multiplicação da frequência no caso de pisos de vão
duplo, conforme apresentado na Tabela 6. No caso de vão único, 𝑘𝑒,1 = 1.

Tabela 6 — Fator 𝑘𝑒,1 para calcular a frequência fundamental no caso de dois vãos
(𝟏) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2
𝒍𝟐
𝒍𝟏
𝒌𝒆,𝟏 1,0 1,09 1,16 1,21 1,25 1,28 1,32 1,36 1,41
Fonte: adaptado de rEC5, apêndice H de Schirén e Swahn (2019, p. 6).

(1) Em que 𝑙2 é o menor vão e 𝑙1 é o maior vão.

A raiz quadrada da média da aceleração deve ser calculada de acordo com


a Equação (4. 9):

0,4 𝛼 𝐹0 (4. 9)
𝑎𝑟𝑚𝑠 =
√2 2 𝜁 𝑀∗

em que:
𝑎𝑟𝑚𝑠 é a raiz quadrada da média da aceleração em (m/s²);
𝛼 é o coeficiente de Fourier, que depende da frequência fundamental
encontrada como 𝛼 = 𝑒 −0,4𝑓1 ;
𝐹0 é o carreamento vertical de uma pessoa caminhando, geralmente
considerado como 𝐹0 = 700𝑁;
𝜁 é a taxa de amortecimento;
𝑀∗ é a massa modal em (kg).

A massa modal pode ser calculada pela fórmula:


𝑚𝑏𝑙 Para piso apoiado em quatro (4. 10)
𝑀∗ = bordas
4

𝑚𝑏𝑙 Para piso apoiado em duas


𝑀∗ = bordas com deformação nas
2
outras duas

em que:
𝑚 é o peso próprio do piso em (kg/m²);
61

𝑙 é o comprimento do vão em (m);


b é a largura do piso em (m).
O fator de resposta para os critérios de aceleração é calculado pela
Equação (4. 11).

𝑎𝑟𝑚𝑠 (4. 11)


𝑅=
0,005

em que:
R é o fator de resposta;
𝑎𝑟𝑚𝑠 é calculada pela equação (4. 9) em (m/s²).
Para verificação com frequências maiores que 8 Hz, o critério de velocidade
deve ser utilizado. A velocidade deve ser calculada com base nas equações a seguir.
O impulso modal médio é calculado pela equação (4. 12):

42 𝑓𝑤1,43 (4. 12)


𝐼=
𝑓11,3

em que:
𝐼 é a média do impulso modal, em (Ns);
𝑓𝑤 é a frequência de caminhada, à qual pode ser atribuído o valor de 1,5 Hz;
𝑓1 é a frequência fundamental do piso em (Hz).
A velocidade fundamental de pico é calculada pela equação (4. 13):

𝐼 (4. 13)
𝑉1,𝑝𝑒𝑎𝑘 = 𝑘𝑟𝑒𝑑
𝑀∗

em que:
𝑉1,𝑝𝑒𝑎𝑘 é a velocidade fundamental de pico, em (m/s);
𝑘𝑟𝑒𝑑 é um fator de redução.
Para considerar o efeito dos modos de vibração mais altos na resposta do
piso, além do modo fundamental, a resposta de velocidade de pico deve ser
multiplicada pelo fator 𝑘𝑖𝑚𝑝 . Esse fator é calculado a partir da Equação (4. 14) e tem
um valor mínimo de 1,0.
62

0,25 (4. 14)


𝑏 (𝐸𝐼)𝐿
𝑘𝑖𝑚𝑝 = {0,48 ( 𝑙 ) ((𝐸𝐼) 𝑇 )
1

em que:
𝑘𝑖𝑚𝑝 é um multiplicador do impulso responsável pelos modos superiores de
vibração;
𝑙 é o vão do piso em (m);
b é a largura do piso em (m);
(𝐸𝐼)𝐿 é a rigidez à flexão efetiva aparente, em que (𝐸𝐼)𝑇 <(𝐸𝐼)𝐿 , em (Nm²/m);
(𝐸𝐼)𝑇 é a rigidez da seção transversal em (Nm²/m).
A resposta da velocidade total de pico é dada pela Equação (4. 15):

𝑉𝑡𝑜𝑡,𝑝𝑒𝑎𝑘 = 𝑘𝑖𝑚𝑝 𝑉1 𝑝𝑒𝑎𝑘 (4. 15)

em que:
𝑉𝑡𝑜𝑡,𝑝𝑒𝑎𝑘 é a velocidade total de pico em (m/s);
𝑘𝑖𝑚𝑝 é dado pela equação (4. 14);
𝑉1 , 𝑝𝑒𝑎𝑘 é dado pela equação (4. 13) em (m/s).
A raiz quadrada da média da velocidade é dada pela Equação (4. 16):

𝑉𝑟𝑚𝑠 = 𝛽 𝑉𝑡𝑜𝑡,𝑝𝑒𝑎𝑘 (4. 16)

em que:
𝑉𝑟𝑚𝑠 é a raiz quadrada da média da velocidade, em (m/s);
𝑉𝑡𝑜𝑡,𝑝𝑒𝑎𝑘 é a velocidade total de pico, em (m/s) dada pela equação (4. 15);
𝛽 = (0,65 − 0,01 𝑓1 ) × (1,22 − 11,0 𝜁) 𝜂;
𝑓1 é a frequência fundamental do piso em (Hz);
𝜁 é a taxa de amortecimento.
𝑠𝑒 1 ≤ 𝑘𝑖𝑚𝑝 ≤ 1,5 𝜂 = 1,52 − 0,55 𝑘𝑖𝑚𝑝
𝑠𝑒 𝑛ã𝑜 𝜂 = 0,69
O fator de resposta para os critérios de velocidade é calculado pela
Equação (4. 17):
63

𝑉𝑟𝑚𝑠 (4. 17)


𝑅=
0,0001

em que:
R é o fator de resposta;
𝑉𝑟𝑚𝑠 é calculada pela equação (4. 16) em (m/s²).
Para o critério de rigidez, a máxima flecha no meio vão deve ser calculada
pela Equação (4. 18):

𝐹 𝑙3
𝑊1𝑘𝑁 = (4. 18)
48 (𝐸𝐼)𝐿 𝑏𝑒𝑓

em que:
𝑊1𝑘𝑁 é a deflexão vertical máxima instantânea, causada por uma força
vertical;
𝐹1𝑘𝑁 é a força estática concentrada aplicada no meio do vão, em (mm);
𝑙 é o vão, em (m);
(𝐸𝐼)𝐿 é a rigidez à flexão efetiva aparente, em (Nm²/m).
A largura efetiva pode ser aproximada utilizando a Equação (4. 19):

𝑙 4 (𝐸𝐼) 𝑇
(4. 19)
𝑏𝑒𝑓 = 𝑚𝑖𝑛 {1,1 √ (𝐸𝐼)𝐿
𝑏

(𝐸𝐼)𝐿 é a rigidez à flexão efetiva na seção longitudinal, em (Nm²/m);


(𝐸𝐼)𝑇 é a rigidez à flexão efetiva na seção transversal, em (Nm²/m);

A Figura 15 ilustra o fluxograma de cálculo para a verificação da primeira


frequência natural de vibração, conforme as recomendações do Comitté Européen de
Normalization na rEC5.
64

Figura 15 — Fluxograma para verificação de frequência em pisos (rEC5)

Cálculo da deflexão concentrada Cálculo da primeira frequência


Checar o
Início em um ponto 𝑾𝟏𝒌𝑵 = Critério Natural 𝒇𝟏 =

𝑭 𝒍𝟑 de 𝝅

(𝑬𝑰)𝑳
𝒌𝒆,𝟏 𝒌𝒆,𝟐
𝟒𝟖 (𝑬𝑰)𝑳 𝒃𝒆𝒇 𝟐𝒍𝟐 𝒎

Verifica-se

Se 𝑓1 ≥ 8 𝐻𝑧
Cálculo da média do impulso
modal
Se 4,5 𝐻𝑧 ≤ 𝑓1 ≤ 8 𝐻𝑧
Se 𝑓1 ≤ 4,5 𝐻𝑧 𝟒𝟐 𝒇𝟏,𝟒𝟑
𝒘
Cálculo da média da raiz 𝑰=
O Método não é 𝒇𝟏,𝟑
𝟏
quadrada da aceleração.
aceitável Resposta da velocidade de
𝟎, 𝟒 𝜶 𝑭𝟎
𝒂𝒓𝒎𝒔 = pico
√𝟐 𝟐 𝜻 𝑴∗
𝑰
Fator de resposta: 𝑽𝟏,𝒑𝒆𝒂𝒌 = 𝒌𝒓𝒆𝒅
𝑴∗
𝒂𝒓𝒎𝒔
𝑹= Fator de multiplicação do
𝟎, 𝟎𝟎𝟓𝒎/𝒔²
impulso
0,25
𝑏 (𝐸𝐼)𝐿
𝑘𝑖𝑚𝑝 = {0,48 ( 𝑙 ) ((𝐸𝐼) 𝑇 )
1

Velocidade total de pico


Determina o
Nível de performance 𝑽𝒕𝒐𝒕,𝒑𝒆𝒂𝒌 = 𝒌𝒊𝒎𝒑 𝑽𝟏 𝒑𝒆𝒂𝒌
I-VII Cálculo da média da raiz
quadrada da velocidade.

𝑽𝒓𝒎𝒔 = 𝜷 𝑽𝒕𝒐𝒕,𝒑𝒆𝒂𝒌
Fator de resposta:
𝑽𝒓𝒎𝒔
𝑹=
𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟏𝒎/𝒔

Fonte: adaptado de Schirén e Swahn (2019, p. 21).


65

Segundo Karacabeyli e Gagnon (2019), para as estruturas mistas de CLT-


Concreto, o controle de vibrações também pode ser verificado de acordo com a
limitação do vão, respeitando as seguintes suposições:
a) a vibração é induzida por ações normais de caminhada, não por
atividades rítmicas;
b) os suportes das extremidades são fixados de forma simples e eficaz;
c) para o concreto, o peso é considerado na vertical.
Esse cálculo pode ser verificado pela Equação (4. 20):

(𝐸𝐼)0,264
𝑒𝑓𝑓
𝐿 ≤ 0,329 (4. 20)
𝑚0,206

em que:
L é o vão controlado por vibração de um piso de estrutura mista de CLT-
Concreto. Esse deve ser o espaço livre medido de face a face, entre os dois
suportes de extremidade;
m é a massa por unidade de comprimento da estrutura mista de CLT-
Concreto, considerando 1 m de largura, em (kg/m). Isso inclui a soma das
massas da contribuição do concreto com a parcela da CLT por 1m de
largura;
(𝐸𝐼)𝑒𝑓𝑓 é a rigidez de flexão composta, efetiva na direção da resistência
principal, considerando uma faixa de 1 m de largura, em (Nm2/m).
O método gama 𝛾, desenvolvido por Möhler (1956) e utilizado no Eurocode
5, foi adotado para calcular o (EI)eff de uma seção mista de CLT-Concreto. Esse valor
é calculado pela Equação (4. 21).

(𝐸𝐼)𝑒𝑓𝑓 = (𝐸𝐼)𝑐 + (𝐸𝐼)𝑡 + 𝛾𝑐 (𝐸𝐴)𝑐 𝑎𝑐2 + 𝛾𝑡 (𝐸𝐴)𝑡 𝑎𝑡2 (4. 21)

em que:
(𝐸𝐼)𝑡 é a rigidez de flexão do painel de CLT, em (Nm²/m). Somente as
camadas longitudinais devem ser consideradas;
(𝐸𝐴)𝑡 é o produto do módulo de elasticidade na longitudinal da CLT, pela
área da seção do painel por metro de comprimento;
66

(𝐸𝐴)𝑐 é o produto do módulo de elasticidade do concreto, por metro de


comprimento;
(𝐸𝐼)𝑐 é a rigidez à flexão do concreto, em (Nm²/m). Esse valor é calculado
de acordo com a Equação (4. 22):

3 (4. 22)
𝐸𝑐 𝑏𝑐 ℎ𝑐,𝑒𝑓𝑓
(𝐸𝐼)𝑐 =
12

em que:
𝐸𝑐 é o módulo de elasticidade do concreto, calculado de acordo com a
Equação (4. 23):

𝐸𝑐 = 106 × 4500√𝑓𝑐 ′ (4. 23)

em que:

𝑓𝑐 é a resistência à compressão com valores compreendidos entre 20 e 40
Mpa;
𝑏𝑐 é a largura da seção de concreto, calculada por 1 m de seção;
ℎ𝑐,𝑒𝑓𝑓 é a profundidade efetiva do concreto em compressão, medida em
(m), calculada a partir da Equação (4. 24):

ℎ𝑐,𝑒𝑓𝑓 = √𝑎2 + 𝑎(ℎ𝑡 + 2ℎ𝑐 + 2𝑡) − 𝑎 ≤ ℎ𝑐 (4. 24)

em que:
𝛾 (𝐸𝐴)𝑡
𝑎 = 𝛾𝑡 𝐸 ;
𝐶 𝑐 𝑏𝑐

𝛾𝑐 =1;
1
𝛾𝑡 = 𝜋2 +(𝐸 𝐴)𝑡
;
1+
𝐾 𝐿2

em que:
K é o módulo de deslizamento por unidade de comprimento na direção do
vão, em (N/m/m);
ℎ𝑡 é a espessura total do painel da CLT, em (m);
67

ℎ𝑐 é a espessura do concreto, em (m);


t é a espessura da camada intermediária entre a CLT e o concreto, utilizada
para isolamento acústico, medida em (m).
𝛼𝑐 é a distância entre o centroide e a seção de concreto, dada em (m). É
calculada pela Equação (4. 25):

𝛾𝑡 (𝐸𝐴)𝑡 𝑟 (4. 25)


𝛼𝑐 =
𝛾𝑐 (𝐸𝐴)𝑐 + 𝛾𝑡 (𝐸𝐴)𝑡

em que:
𝛼𝑡 é a distância entre o centroide e a seção da CLT, dada em (m), calculada
pela Equação (4. 26):

𝛾𝑐 (𝐸𝐴)𝑡 𝑟 (4. 26)


𝛼𝑡 =
𝛾𝑐 (𝐸𝐴)𝑐 + 𝛾𝑡 (𝐸𝐴)𝑡

em que:
ℎ𝑡 ℎ𝑐,𝑒𝑓𝑓
𝑟= + 𝑡 + ℎ𝑐 −
2 2

A Figura 16 ilustra a seção mista de CLT-Concreto, com o posicionamento


dos eixos neutros de cada uma de suas seções.

Figura 16 — Seção mista de CLT (componente 2) com Concreto (componente 1).

Fonte: adaptado de Karacabeyli e Gagnon (2019).


68

Sobre a Eficiência das conexões

Ballerini et al. (2002) propõem que a eficiência das conexões de cisalhamento pode
ser medida utilizando a seguinte relação:

𝐸𝐼𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝐸𝐼0 4. 27
𝛽 =
𝐸𝐼∞ − 𝐸𝐼0

em que:
𝛽 = é a eficiência da ligação das conexões entre as camadas;
𝐸𝐼𝑟𝑒𝑎𝑙 = é a rigidez à flexão experimental para uma conexão mecânica;
𝐸𝐼0 = é a rigidez à flexão teórica sem conexão entre as camadas;
𝐸𝐼∞ = é a rigidez à flexão teórica com conexão completa entre as camadas;

Quando o cisalhamento da conexão é muito rígido e eficiente 𝛾 → 1 , por outro


lado. quando o cisalhamento da conexão é muito flexível 𝛾 → 0 . A fim de limitar as
deflexões em estruturas compostas, os conectores de cisalhamento relativamente
rígidos devem ser utilizados. No entanto, a rigidez não é a única característica
desejável do cisalhamento entre a madeira e o concreto. A Figura 17 ilustra as
considerações das ações da conexão que atuam na estrutura.
69

Figura 17 — Diagrama de deformação da estrutura para ação total, parcial e sem ação composta e
as tensões normais na seção transversal.

Fonte: adaptado de Ballerini (2002).


70

4.8 Sistemas dinâmicos

Para certos sistemas mecânicos ou estruturais, sujeitos ao carregamento


dinâmico, seu comportamento em função do tempo, pode ser completamente definido
pela resposta de uma única coordenada (PAULTRE, 2005). Esses sistemas são
conhecidos como sistemas de grau de liberdade único, ou Single Degree of Freedom
(SDOF) em inglês. Os verdadeiros sistemas SDOF são extremamente raros na
prática. Frequentemente, são idealizações resultantes de simplificações das
propriedades de um sistema mecânico ou estrutural. Essas propriedades são massa,
rigidez e amortecimento.
Um sistema de massa-mola-amortecedor com 1 grau de liberdade,
oscilando livremente, apresenta seu movimento de equilíbrio dinâmico de acordo com
a teoria de dinâmica das estruturas de Paultre (2005), da seguinte forma:

𝑚𝑢′′ (𝑡) + 𝑐𝑢′ (𝑡) + 𝑘𝑢(𝑡) = 0 (4. 28)

na qual m é a massa, c é a constante de amortecimento e k é a constante


elástica da mola.
Rearranjando os termos da Equação (4. 28), tem-se:

𝑐 𝑢′ (𝑡) 𝑘𝑢(𝑡) (4. 29)


𝑢′′ (𝑡) + + =0
𝑚 𝑚

definindo-se:

𝑘 (4. 30)
𝜔2 =
𝑚

𝑐 (4. 31)
𝜉=
2√𝑘𝑚

sendo 𝜔 a frequência angular do sistema e 𝜉 a taxa de amortecimento.


Reescrevendo a Equação (4. 29), em função dos novos parâmetros, tem-
se:
71

𝑢′′ (𝑡) + 2𝜉𝜔𝑢′ (𝑡) + 𝜔2 𝑢(𝑡) = 0 (4. 32)

Uma solução particular para a Equação (4. 32) pode ser encontrada
considerando que a variável u, sua primeira derivada 𝑢̇ e sua segunda derivada 𝑢̈ são
de alguma forma linearmente dependentes, de modo que sua soma seja zero. Em
outras palavras, 𝑢′′ e 𝑢′ são múltiplos de u. Logo, a função exponencial tem
precisamente essa propriedade, e uma solução pode ser:

𝑢(𝑡) = 𝐶𝑒 𝑠𝑡 (4. 33)

A constante C tem dimensão L, e st não possui dimensão. Portanto, a


constante s tem dimensão 𝑇 −1 . Substituindo-se a Equação (4. 33) na Equação
(4. 32), tem-se:

(𝑠 2 + 2𝜉𝜔𝑠 + 𝜔2 )𝐶𝑒 𝑠𝑡 = 0 (4. 34)

Essa equação é válida para todos os valores se:

𝑠 2 + 2𝜉𝜔𝑠 + 𝜔2 = 0 (4. 35)

A resposta livre não amortecida é obtida com c = 0. A Equação (4. 35)


reduz-se a:

𝑠 2 + 𝜔2 = 0, (4. 36)

que tem as seguintes raízes:

𝑠 = ±𝑖𝜔 , 𝑖 = √−1 (4. 37)

Inserindo-se essas raízes na Equação (4. 33), obtém-se a solução geral da


Equação (4. 32) com ξ = 0.
72

𝑢(𝑡) = 𝐶1 𝑒 𝑖𝜔𝑡 + 𝐶2 𝑒 −𝑖𝜔𝑡 (4. 38)

A partir das fórmulas de Euler, tem-se:

𝑒 ±𝑖𝜃 =𝑐𝑜𝑠𝜃 ±𝑖𝑠𝑒𝑛𝜃

e a Equação (4. 38) pode ser reescrita como:

𝑢(𝑡) = (𝐶1 + 𝐶2 ) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑖(𝐶1 − 𝐶2 ) 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 (4. 39)

Se C1 e C2 são constantes de integração e ambos são números complexos,


uma vez que u (t) é real, C1 e C2 devem ser conjugados complexos, pois, se
𝐶1 = 𝑎 + 𝑖𝑏 e 𝐶2 = 𝑎 – 𝑖𝑏, então 𝐶1 + 𝐶2 = 2𝑎 e i(C1 −C2) = −2b, resultando, portanto, em
um valor real.
Pode-se reescrever a Equação (4. 39) como:

𝑢(𝑡) = 𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝐵 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 (4. 40)

Em que A e B são duas novas constantes arbitrárias reais de integração. A


velocidade pode ser expressa como:

𝑢′ (𝑡) = −𝜔𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 + 𝜔𝐵 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 (4. 41)

As constantes de integração A e B podem ser determinadas conhecendo o


deslocamento u (0) e a velocidade inicial 𝑢′ (0) no tempo t = 0. Substituindo essas
condições iniciais na Equação (4. 40) e na Equação (4. 41), e resolvendo para A e B,
obtém-se:

𝑢′ (0) (4. 42)


𝐴 = 𝑢(0), 𝐵=
𝜔

A Equação (4. 40) pode ser reescrita como:


73

𝑢′ (0) (4. 43)


𝑢(𝑡) = 𝑢(0) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝜔

O movimento harmônico simples (SHM) é definido pela soma de duas


funções harmônicas, conforme ilustrado na Figura 18 (a) e (b). O movimento é
ilustrado na Figura 18 (c). ω representa a frequência angular do sistema SDOF não
amortecido, também conhecido como oscilador harmônico. Como a solução é uma
função circular, ω também é chamado de frequência circular e representa uma
velocidade angular medida em radianos por segundo (rad/s).
74

Figura 18 — Componentes do movimento harmônico simples: (a) termo proporcional para 𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡
em função de u(0) (b) termo proporcional de 𝜔𝑡 em função 𝑢′ (𝑜) (c) movimento harmônico simples
soma de (a) + (b).

Fonte: adaptado de Paultre (2005).

A unidade de f é o Hertz (Hz), denotado por ciclo por segundo (cps):


1 Hz = 1 ciclo / s.
75

Um sistema SDOF sem amortecimento irá oscilar indefinidamente, em


movimento harmônico simples, quando a massa é liberada de um deslocamento
inicial. O período natural é o tempo T que o sistema leva para completar um ciclo de
oscilação, e é igual à diferença entre dois instantes sucessivos quando o
deslocamento e a velocidade se repetem. A unidade de T é o segundo (s).
Este período corresponde a um aumento de 2π no argumento da função
cosseno ou da função seno na Equação (4. 43), ou seja: ω (t + T) = ωt + 2π.
Consequentemente:

2𝜋 (4. 44)
𝑇= (𝑠)
𝜔

O número de ciclos que o oscilador descreve durante um segundo é


chamado de frequência natural f do sistema, e o inverso da frequência natural é o
período natural.

1 𝜔 (4. 45)
𝑓= = (𝐻𝑧)
𝑇 2𝜋

O termo natural, usado para qualificar as frequências e o período de um


oscilador harmônico, deriva do fato de que essas propriedades são intrínsecas ao
sistema.
Essas propriedades dependem exclusivamente da massa e da rigidez do
oscilador, e são constantes. Para um oscilador simples, elas não dependem das
condições iniciais.
Uma forma mais simples e instrutiva da Equação (4. 40) é substituir as
constantes arbitrárias A e B por duas novas constantes:

𝐴 = 𝐶 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑒 𝐵 = 𝐶 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (4. 46)

Substituindo as constantes na Equação (4. 40), obtém-se:

𝑢(𝑡) = 𝐶(𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 +𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 ) (4. 47)


76

Aplicando a propriedade trigonométrica de subtração de arcos, é possível


reescrever a Equação (4. 47) como:

𝑢(𝑡) = 𝐶 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝑡 − 𝜃) , (4. 48)

na qual as duas novas constantes arbitrárias C e θ estão ligadas a A e B


da seguinte forma:

(𝐶 𝑐𝑜𝑠 𝜃 )2 + (𝐶 𝑠𝑒𝑛𝜃 )2 = 𝐴2 + 𝐵2 (4. 49)

portanto:

𝐶 = √𝐴2 + 𝐵2 (4. 50)

𝐶 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝐵 (4. 51)


𝑡𝑔 𝜃 = =
𝐶 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝐴

Um movimento harmônico simples pode, portanto, ser representado


graficamente pela projeção no eixo real do plano variável complexo, ou plano Argand,
de um vetor de magnitude u (0), girando na frequência angular ω e formando com o
eixo real um ângulo ωt = θ, como ilustrado na Figura 19. Esse vetor rotativo é o
resultante de dois vetores com magnitudes u (0) e 𝑢′ (0) / ω, mantendo a posição
relativa fixa entre eles.
77

Figura 19 — Representação do movimento harmônico simples por rotação de vetor.

Fonte: Paultre (2005).

Os vetores de amplitude u (0) e 𝑢′ (0) / ω estão em ângulos retos e u (0)


com defasagens u (0) pelo ângulo θ.
Assim, pode-se reescrever a Equação (4. 48), da seguinte forma:

𝑢(𝑡) = 𝑢0 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝑡 − 𝜃) (4. 52)

4.9 Vibração livre amortecida

A resposta livre amortecida é obtida quando c ≠ 0. A solução da equação


característica (4. 28) resultará nas duas raízes a seguir:

(4. 53)
𝑠1 = −𝜉𝜔 + 𝜔√𝜉 2 − 1 , 𝑠2 = −𝜉𝜔 − 𝜔√𝜉 2 − 1

Quando o movimento harmônico resulta em 𝜉 = 0, as raízes s1 e s2 são


imaginárias. Para amortecimento diferente de zero, três tipos de movimento são
possíveis, dependendo da quantidade de amortecimento presente no sistema, ou do
valor de (𝜉 2 -1) sob o radical. Os movimentos são:

1. Oscilatório 0 < 𝜉 < 1 ∶ 𝑠1 𝑒 𝑠2 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑜𝑠;


78

2. Não Oscilatório 𝜉 = 1 ∶ 𝑠1 𝑒 𝑠2 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑖𝑠 ;


3. Não Oscilatório 𝜉 > 1 ∶ 𝑠1 𝑒 𝑠2 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑖𝑛𝑡𝑜𝑠.

4.10 Amortecimento subcrítico

O amortecimento é subcrítico quando 0 <ξ <1. Nesse caso, a partir da


Equação (4. 53), as raízes da equação característica são conjugadas complexas e
podem ser escritas como:

𝑠1 = −𝜉𝜔 + 𝑖𝜔𝐷 , 𝑠2 = −𝜉𝜔 − 𝑖𝜔𝐷 (4. 54)

na qual:

(4. 55)
𝜔𝐷 = 𝜔√1 − 𝜉 2

em que:
𝜔𝐷 é a frequência angular amortecida.
A solução geral é dada por:

𝑢(𝑡) = 𝐺1 𝑒 −𝜉𝜔𝑡+𝑖𝜔𝐷 𝑡 + 𝐺2 𝑒 −𝜉𝜔𝑡−𝑖𝜔𝐷𝑡 (4. 56)

que pode ser reescrita como sendo:

𝑢(𝑡) = 𝑒 −𝜉𝜔𝑡 (𝐺1 𝑒 𝑖𝜔𝐷𝑡 + 𝐺2 𝑒 −𝑖𝜔𝐷𝑡 ) (4. 57)

Considerando que u(t) é real, G1 e G2 são conjugados complexos.


Utilizando-se as fórmulas de Euler, análogo à Equação (4. 52), pode-se reescrever a
equação como:

𝑢(𝑡) = 𝑒 −𝜉𝜔𝑡 (𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝐷 𝑡 + 𝐵 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝐷 𝑡 ) (4. 58)

A velocidade é obtida por derivação de u(t):


79

𝑢′ (𝑡) = −𝑒 −𝜉𝜔𝑡 [(𝜉𝜔𝐴 − 𝜔𝐷 𝐵) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝐷 𝑡 + (𝜉𝜔𝐵 + 𝜔𝐷 𝐴) 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝐷 𝑡 ] (4. 59)

Para as condições iniciais as constantes de integração valem:

𝜉𝜔𝑢(0) + 𝑢′ (0) (4. 60)


𝐴 = 𝑢(0), 𝐵=
𝜔𝐷

Substituindo-se A e B na Equação (4. 58), o deslocamento u(t) pode ser


escrito como:

𝜉𝜔𝑢(0) + 𝑢′ (0) (4. 61)


𝑢(𝑡) = 𝑒 −𝜉𝜔𝑡 (𝑢(0)𝑐𝑜𝑠 𝜔𝐷 𝑡 + 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝐷 𝑡 )
𝜔𝐷

Da Equação (4. 58) a velocidade pode ser reescrita como:

𝜉𝜔𝑢′ (0) + 𝜔2 𝑢(0) (4. 62)


𝑢′ (𝑡) = 𝑒 −𝜉𝜔𝑡 (𝑢′ (0) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝐷 𝑡 − 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝐷 𝑡 )
𝜔𝐷

Em analogia com a derivada da Equação (4. 52), u(t) também pode ser
expresso como:

𝑢(𝑡) = 𝑢0 𝑒 −𝜉𝜔𝑡 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝐷 𝑡 − 𝜃) (4. 63)

A Figura 20 ilustra a representação de oscilações amortecidas pela


projeção de um ponto movendo-se em uma trajetória espiral.
80

Figura 20 — Representação de oscilações amortecidas pela projeção de um ponto movendo-se em


uma espiral da equação 𝑟 = 𝑢0 𝑒 −𝜉𝜔𝑡

Fonte: Paultre (2005)

4.11 Método do decremento logarítmico

O método do decremento logarítmico consiste em comparar pontos de (i)


períodos, em uma oscilação livre amortecida, de um sistema com um grau de
liberdade, a fim de encontrar a perda de amplitude para cada ciclo de oscilação.
O amortecimento em estruturas reais, de acordo com Paultre (2005),
geralmente não é do tipo viscoso simples, mas muitas vezes é expresso como um
amortecimento viscoso equivalente, obtido a partir de testes de resposta à vibração.
Uma medida de amortecimento é a redução da amplitude da resposta após um ciclo
de resposta livre.
81

Figura 21 — Teste de vibração livre para determinar o decremento logarítmico.

Fonte: Paultre (2005).

Na Figura 21 são ilustrados os deslocamentos u (t) e u (t + TD), medidos


no final de um intervalo de um ciclo durante a vibração livre. A razão desses dois
deslocamentos resulta em:

𝑢(𝑡) 𝑢0 𝑒 −𝜉𝜔𝑡 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝐷 − 𝜃) (4. 64)


=
𝑢(𝑡 + 𝑇𝐷 ) 𝑢0 𝑒 −𝜉𝜔(𝑡+𝑇𝐷) 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝐷 (𝑡 + 𝑇𝐷 ) − 𝜃)

Mas essa equação pode ser simplificada por:

𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝐷 (𝑡 + 𝑇𝐷 ) − 𝜃) =𝑐𝑜𝑠 ((𝜔𝐷 𝑡 − 𝜃) + 𝜔𝐷 𝑇𝐷 ) (4. 65)


=𝑐𝑜𝑠 ((𝜔𝐷 𝑡 − 𝜃) + 2𝜋) =𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝐷 𝑡 − 𝜃)

Portanto, a Equação (4. 64) torna-se:

𝑢(𝑡) 𝑒 −𝜉𝜔𝑡 (4. 66)


= −𝜉𝜔(𝑡+𝑇 ) = 𝑒 𝜉𝜔𝑇𝐷
𝑢(𝑡 + 𝑇𝐷 ) 𝑒 𝐷

Tomando-se o logaritmo de ambos os lados da Equação (4. 66), obtém-se:

1 𝑢(𝑡) (4. 67)


𝛿≡ 𝑙𝑛
𝑛 𝑢(𝑡 + 𝑇𝐷 )

Fazendo-se alguns ajustes algébricos, obtém-se:


82

1 (4. 68)
𝜉=
2
√1 + (2𝜋 )
𝛿

em que:
n é o número de ciclos necessários para redução da amplitude;
𝜉 é a taxa de amortecimento.

4.12 A FFT ou Transformada rápida de Fourier

A transformada rápida de Fourier é de fato um algoritmo extremamente


eficiente para calcular os coeficientes da transformada discreta de Fourier. Esse
algoritmo foi desenvolvido por Cooley e Tukey e é tão eficiente que revolucionou o
campo de aplicação da transformada de Fourier, tornando a análise no domínio da
frequência uma solução competitiva em relação aos métodos de domínio do tempo.
Uma técnica numérica que pode ser utilizada em rotinas de computadores,
e está disponível no Matlab® (MATHWORKS, 2019), é a transformada rápida de
Fourier ou Fast Fourier transform (FFT). Esse método é eficiente para a determinação
da resposta no domínio da frequência (COCHRAN et al., 1967, apud AROEIRA, 2018,
p. 33).
O objetivo para uma transformada discreta de Fourier de N pontos é avaliar
N coeficientes. O cálculo de um coeficiente requer N multiplicações complexas e
adição de N - 1 complexos. Ao calcular N coeficientes, deve-se considerar N²
complexo e multiplicações N (N - 1) adições complexas. O sucesso do algoritmo de
Cooley e Tukey reside na enorme redução do número de multiplicações complexas.
O algoritmo requer que N seja igual a 2𝛾 , em que γ seria um número inteiro.
Então se calcula a transformada de Fourier X (n) de um sinal discreto x (m) = x (tm),
m = 0, 1, 2, ..., N – 1 e a transformada inversa de Fourier x (m) de X (n), n = 0, 1, 2,
..., N - 1. O par das transformadas discretas de Fourier e sua inversa são expressos
pelas Equações (4. 69) e (4. 70):

𝑁−1
(4. 69)
̅𝑛 ) = ∆𝑡 ∑ 𝑝𝑚 𝑒 −𝑖(2𝜋𝑚𝑛/𝑁) ,
𝑃(𝑖𝜔 𝑛 = 0,1, … , 𝑁 − 1.
𝑚=0
83

𝑁−1
1 (4. 70)
𝑝𝑚 = ̅𝑛 )𝑒 −𝑖(2𝜋𝑚𝑛/𝑁) ,
∑ 𝑃(𝑖𝜔 𝑛 = 0,1, … , 𝑁 − 1.
𝑁∆𝑡
𝑛=0

𝑁−1
(4. 71)
𝑋(𝑛) = ∑ 𝑥(𝑚)𝑒 −𝑖(2𝜋𝑚𝑛/𝑁) , 𝑛 = 0,1, … , 𝑁 − 1
𝑚=0

𝑁−1
1 (4. 72)
𝑥(𝑚) = ∑ 𝑋(𝑛)𝑒 𝑖(2𝜋𝑚𝑛/𝑁) , 𝑚 = 0,1,∙∙∙, 𝑁 − 1
𝑁
𝑛=0

em que Δt é considerado como valor unitário.

Após o cálculo, é possível multiplicar o resultado da FFT por Δt, e sua


inversa resulta em 1 / Δt. No entanto, isso não é estritamente necessário. Desde que
se mantenha a convenção para ambas as transformações, apresenta-se apenas para
a transformação direta. Reescreve-se a Equação (4. 71) na seguinte forma:

𝑁−1
(4. 73)
𝑋(𝑛) = ∑ 𝑥(𝑚)𝑊𝑁𝑛𝑚 , 𝑛 = 0,1, … , 𝑁 − 1
𝑚=0

em que 𝑊𝑁 é chamado de fator de espiral da transformada discreta de


Fourier, e é expresso como:

𝑊𝑁 = 𝑒 −𝑖2𝜋/𝑁 (4. 74)

O termo 𝑊𝑁 é a enésima raiz do valor unitário, porque 𝑊𝑁𝑁 = 𝑒 −𝑖2𝜋 pode


ser interpretado como um número complexo, com módulo igual a 1, e com uma fase
de -1 / N rotações.
Duas características importantes do 𝑊𝑁 são fornecidas a seguir. O primeiro
é facilmente encontrado na Equação (4. 73) e expresso como:

(𝑛𝑚+𝑁/2) (𝑛𝑚) (4. 75)


𝑊𝑁 = −𝑊𝑁

e o segundo como:
84

(𝑛𝑚) (𝑛𝑚) 𝑚𝑜𝑑 (𝑁) (4. 76)


𝑊𝑁 = 𝑊𝑁

em que:
nm mod (N) é o resto da divisão de nm por N. Para exemplificar, reescreve-
se a Equação (4. 73) correspondente para N = 4, sendo 4 equações escritas como:

𝑁−1

𝑋(𝑛) = ∑ 𝑥(𝑚)𝑊𝑁𝑛𝑚 , 𝑛 = 0,1, … , 𝑁 − 1


𝑚=0
𝑋(0) = 𝑥(0)𝑊40 + 𝑥(1)𝑊40 + 𝑥(2)𝑊40 + 𝑥(3)𝑊40 [a]
𝑋(1) = 𝑥(0)𝑊40 + 𝑥(1)𝑊41 + 𝑥(2)𝑊42 + 𝑥(3)𝑊43
𝑋(2) = 𝑥(0)𝑊40 + 𝑥(1)𝑊42 + 𝑥(2)𝑊44 + 𝑥(3)𝑊46
𝑋(3) = 𝑥(0)𝑊40 + 𝑥(1)𝑊43 + 𝑥(2)𝑊46 + 𝑥(3)𝑊49

Essas equações também podem ser expressas na seguinte forma de


matriz:
𝑋(0) 𝑊40 𝑊40 𝑊40 𝑊40 𝑥(0) [b]
𝑋(1) 𝑊0 𝑊41 𝑊42 𝑊43 𝑥(1)
[ ] = 40 [ ] [b]
𝑋(2) 𝑊4 𝑊42 𝑊44 𝑊46 𝑥(2)
𝑋(3) [𝑊40 𝑊43 𝑊46 𝑊49 ] 𝑥(3)

em que:
𝑊4 e 𝑥 são possivelmente complexos (o sinal que representa uma função
de carregamento, obviamente tem valor real).
Multiplicações 𝑁 2 complexas e adições complexas N (N - 1) são, portanto,
necessárias para realizar a multiplicação da matriz acima.
Note que para:

𝑛𝑚 = 0, 𝑊40 = 𝑒 0 = 1;
𝑛𝑚 = 1, 𝑊41 = 𝑒 −𝑖𝜋/2 ;
𝑛𝑚 = 2, 𝑊42 = 𝑒 −𝑖𝜋 ;
𝑛𝑚 = 3, 𝑊43 = 𝑒 −𝑖3𝜋/2 ;
𝑛𝑚 = 4, 𝑊44 = 𝑒 −𝑖2𝜋 = 𝑒 0 = 1 = 𝑊40 ;
𝑛𝑚 = 5, 𝑊45 = 𝑒 −𝑖5𝜋/2 = 𝑒 −𝑖𝜋/2 = 𝑊41 .
85

Em conclusão, os valores de 𝑊𝑁𝑛𝑚 são cíclicos. Eles são repetidos após


nm = 3. Esta relação é dada pela Equação (4. 76):

𝑛𝑚 𝑚𝑜𝑑(𝑁) [c]
𝑊𝑁𝑛𝑚 = 𝑊𝑁

em que:
nm mod (N) é o resto da divisão de nm por N. Portanto, para N = 4, n = 2 e
m = 3, tem-se:

𝑊46 = 𝑊42 [d]

Levando-se em consideração a equação [c], pode-se escrever a equação


[b] da seguinte forma:

𝑋(0) 1 1 1 1 𝑥(0) [e]


𝑋(1) 1 𝑊41 𝑊42 𝑊43 𝑥(1)
[ ]= [ ]
𝑋(2) 1 𝑊42 𝑊40 𝑊42 𝑥(2)
𝑋(3) [1 𝑊43 𝑊42 𝑊41 ] 𝑥(3)

ou utilizando uma notação mais compacta:

𝑋 = 𝐹𝑋 [f]

A matriz de Fourier F é simétrica. Suas colunas são ortogonais. O termo na


𝑖𝑗
linha i e a coluna j é 𝑊4 . A linha zero e a coluna zero contêm 𝑊40 = 1.
No caso particular da matriz de Fourier para a equação [e], tem-se as
seguintes relações:

𝑊43 = −𝑊41 ; 𝑊42 = −𝑊40

A partir dos resultados mostrados no exemplo, a matriz de Fourier pode ser


expressa como:
86

1 1 1 ⋯ 1 (4. 77)
1 𝑊𝑁1 𝑊𝑁2 ⋯ 𝑊𝑁𝑁−1
𝐅N = 1 𝑊𝑁1 𝑊𝑁4 ⋯ 𝑊𝑁2(𝑁−1)
⋯⋯ ⋯⋯ ⋯⋯ ⋯⋯
(𝑁−1)2
[ 1 𝑊𝑁𝑁 1 𝑊𝑁2(𝑁−1) ⋯ 𝑊𝑁 ]

A fim de desenvolver o algoritmo FFT é preferível representar inteiros n e


m em formato binário. Para 𝑁 = 2𝛾 , n e m são representados com binários da seguinte
forma:

𝑛 = 2𝛾−1 𝑛𝛾−1 + 2𝛾−2 𝑛𝛾−2 + ⋯ + 𝑛0 , 𝑛 = 0,1, ⋯ , 𝑁 − 1 (4. 78)

𝑚 = 2𝛾−1 𝑚𝛾−1 + 2𝛾−2 𝑚𝛾−2 + ⋯ + 𝑚0 , 𝑚 = 0,1, ⋯ , 𝑁 − 1 (4. 79)

em que ni e mi são inteiros iguais a 0 ou 1. Usando esta notação, pode-se


reescrever a Equação (4. 73) na seguinte forma:

1 1 1
(4.80)
𝑋(𝑛𝛾−1, 𝑛𝛾−2,⋯, 𝑛0 ) = ∑ ∑ ⋯ ∑ 𝑥0 (𝑚𝛾−1 , 𝑚𝛾−2 , ⋯ , 𝑚0 )𝑊𝑁𝑃
𝑚0=0 𝑚1=0 𝑚𝛾−1=0

em que:
𝑥(𝑚) é representado por:

𝑥0 (𝑚𝛾−1 , 𝑚𝛾−2, … , 𝑚0 )

𝑝 = (2𝛾−1 𝑛𝛾−1 + 2𝛾−2 𝑛𝛾−2 + ⋯ 𝑛0 )(2𝛾−1 𝑚𝛾−1 + 2𝛾−2 𝑚𝛾−2 + ⋯ 𝑚0 ) (4. 81)

A razão para usar o zero subscrito ficará clara à medida que se desenvolve
o algoritmo, como 𝑊 𝑎+𝑏 = 𝑊 𝑎 𝑊 𝑏 , pode-se reescrever o termo Wp na Equação
(4.80), utilizando a seguinte forma:
87

(2𝛾−1 𝑛𝛾−1 +2𝛾−2 𝑛𝛾−2 +⋯+𝑛0 )(2𝛾−1 𝑚𝛾−1 ) (2𝛾−1 𝑛𝛾−1 +2𝛾−2 𝑛𝛾−2 +⋯+𝑛0 )(2𝛾−2 𝑚𝛾−2 ) (4. 82)
𝑊𝑝 = 𝑊 ×𝑊
(2𝛾−1 𝑛𝛾−1 +2𝛾−2 𝑛𝛾−2 +⋯+𝑛0 )𝑚0
×𝑊

O primeiro termo da Equação (4. 82) produz:

(2𝛾−1 𝑛𝛾−1 +2𝛾−2 𝑛𝛾−2 +⋯+𝑛0 )(2𝛾−1 𝑚𝛾−1 ) 𝛾


(2𝛾−2 𝑛𝛾−1 𝑚𝛾 −1) (4. 83)
𝑊 = 𝑊2 ×
𝛾 𝛾−3 𝛾 𝛾−1
𝑊2
(2 𝑛𝛾−2 𝑚𝛾 −1)
× ⋯ 𝑊2 (𝑛1 𝑚𝛾 −1)
× 𝑊2 (𝑛0 𝑚𝛾 −1)

Cada termo 𝑊 2𝛾 é dado por:

𝑁 (4. 84)
𝑊 2𝛾 = 𝑊 𝑁 = (𝑒 −𝑖2𝜋/𝑁 ) = 1

de onde obtém-se:

(2𝛾−1 𝑛𝛾−1 +2𝛾−2 𝑛𝛾−2 +⋯+𝑛0 )(2𝛾−1 𝑚𝛾−1 ) 𝛾−1 (4. 85)
𝑊 = 𝑊2 (𝑛0 𝑚𝛾 −1)

De maneira semelhante, o segundo termo produz:

(2𝛾−1 𝑛𝛾−1 +2𝛾−2 𝑛𝛾−2 +⋯+𝑛0 )(2𝛾−2 𝑚𝛾−2 ) 𝛾


(2𝛾−3 𝑛𝛾−1 𝑚𝛾 −2) (4. 86)
𝑊 = 𝑊2 ×
𝛾
(2𝛾−4 𝑛𝛾−2 𝑚𝛾 −2) 𝛾−1 𝛾−2
𝑊2 × ⋯ 𝑊2 (𝑛1 𝑚𝛾 −2)
× 𝑊2 (𝑛0 𝑚𝛾 −2)

a partir do qual, levando em consideração a Equação (4. 84), obtém-se o


seguinte:

(2𝛾−1 𝑛𝛾−1 +2𝛾−2 𝑛𝛾−2 +⋯+𝑛0 )(2𝛾−2 𝑚𝛾−2 ) 𝛾−2 (4. 87)
𝑊 = 𝑊2 (2𝑛1+ 𝑛0 )𝑚𝛾 −2

Considerando cada novo termo da Equação (4. 82) e adicionando outro


fator que não é igual a 1, de acordo com a condição em (4. 83), até o último termo que
não desaparece, a Equação (4.80) é, portanto, expressa como:
88

𝑋(𝑛𝛾−1, 𝑛𝛾−2,⋯, 𝑛0 ) (4.88)


1 1 1

= ∑ ∑ ⋯ ∑ 𝑥0 (𝑚𝛾−1 , 𝑚𝛾−2 , ⋯ , 𝑚0 )
𝑚0=0 𝑚1=0 𝑚𝛾−1=0
𝛾−1 (𝑛 𝑚 −1) 2𝛾−2 (2𝑛1+ 𝑛0 )𝑚𝛾 −2
× 𝑊2 0 𝛾 ×𝑊 ×⋯
𝛾−1 𝑛 𝛾−2 𝑛
× 𝑊 (2 𝛾−1 +2 𝛾−2 +⋯+𝑛0 ) 𝑚0

Realizando cada somatório separadamente, observando 𝑥1 , 𝑥2 , ..., 𝑥𝛾 e os


resultados intermediários para se obter:

1
𝛾−1 (𝑛 𝑚
𝑥1 (𝑛0 , 𝑚𝛾−2,⋯ 𝑚0 ) = ∑ 𝑥0 (𝑚𝛾−1 , 𝑚𝛾−2 , ⋯ , 𝑚0 ) 𝑊 2 0 𝛾−1 )

𝑚𝛾 −1=0

1
𝛾−2 (2𝑛 +𝑛 )𝑚
𝑥2 (𝑛0 , 𝑛1 , 𝑚𝛾−3,⋯ 𝑚0 ) = ∑ 𝑥1 (𝑛0 , 𝑚𝛾−2 , ⋯ , 𝑚0 ) 𝑊 2 1 0 𝛾−2

𝑚𝛾 −2=0

1
𝛾−1 𝑛 −1+2𝛾−2 𝑛 −2+⋯+𝑛 )𝑚
𝑥𝛾 (𝑛0 , 𝑛1 , 𝑛𝛾−1 ) = ∑ 𝑥𝛾−1 (𝑛0 , 𝑛1 , ⋯ , 𝑚0 ) 𝑊 (2 𝛾 𝛾 0 0

𝑚0 =0

da qual se tem a transformada de Fourier que se busca:

𝑋(𝑛𝛾−1 , 𝑛𝛾−2 , ⋯ , 𝑛0 ) = 𝑥𝛾 (𝑛0 , 𝑛1 , ⋯ , 𝑛𝛾−1 ) (4. 89)

4.13 Método dos elementos finitos

O método dos elementos finitos (FEM) foi desenvolvido na América e na


Europa para a indústria de aeronaves em 1950 (TURNER, 1956) e foi transformado
na década de 1960 em uma base matemática limitada para o método atual, baseado
em princípios variacionais (FRAEIJS DE VEUBEKE, 1965). O termo "método dos
elementos finitos” foi usado pela primeira vez por Clough, em 1960. A técnica tornou-
se cada vez mais popular entre engenheiros e analistas numéricos e estendeu-se para
problemas de aeroelasticidade (ZIENKIEWICZ, 1970).
A Análise de Elementos Finitos (FEA) é a simulação de qualquer fenômeno
físico por meio da técnica numérica chamada Método dos Elementos Finitos (FEM).
Os engenheiros utilizam o software FEA para reduzir o número de protótipos físicos e
89

experimentos, visando otimizar processos e desenvolver produtos melhores, de forma


mais rápida e econômica.
É necessário usar a matemática para compreender e quantificar de forma
abrangente qualquer fenômeno físico, como o comportamento estrutural, fluido,
transporte térmico, propagação de ondas e crescimento de células biológicas. A
maioria desses processos é descrita por meio de equações diferenciais parciais
(PDEs). Porém, para resolver essas equações em computadores, técnicas numéricas
têm sido desenvolvidas nas últimas décadas. Uma das mais proeminentes hoje é a
análise dos elementos finitos.
As equações diferenciais não apenas descrevem fenômenos naturais, mas
também fenômenos físicos encontrados na mecânica de engenharia. Essas equações
diferenciais parciais (PDEs) são equações complicadas que precisam ser resolvidas
para calcular as quantidades relevantes de uma estrutura, como tensões,
deformações, etc., a fim de estimar o comportamento estrutural sob uma determinada
ação. É importante saber que a FEA fornece apenas uma solução aproximada para o
problema e é uma abordagem numérica para obter o resultado real dessas equações
diferenciais parciais. A FEA é um método numérico usado para prever como uma peça
ou montagem se comporta sob determinadas condições.
As frequências naturais de uma estrutura e seus modos, devido à vibração,
podem ser simulados usando análise modal. A resposta do sistema sob uma
determinada ação pode ser simulada com análise harmônica. Os resultados são
parâmetros importantes para entender e modelar estruturas que estão sujeitas a
condições de carregamento dinâmico. Além disso, uma análise harmônica pode
mostrar a resposta de pico de um sistema sob uma carga em uma determinada faixa
de frequências, quando aplicada em edifícios, pontes, rotores ou motores.
90

5 TEORIA DA ELASTICIDADE APLICADA A UM SÓLIDO ORTOTRÓPICO

O comportamento mecânico das placas de CLT é complexo, principalmente


devido às direções ortogonais alternadas, pois suas propriedades variam de acordo
com a direção das fibras. Seus módulos de elasticidade são distintos nos eixos x, y e
z.
Sendo assim, será abordada uma revisão sucinta das equações que regem
o cálculo dos tensores, de acordo com a rotação de seus eixos. É mais fácil utilizar os
coeficientes do tensor compliance 𝑆𝑖𝑗 em vez dos coeficientes do tensor de constantes
de elasticidade 𝐶𝑖𝑗 , conforme será descrito no item 5.1.

5.1 Material com simetria elástica em três planos

Admitindo um sólido referido a um sistema de eixos coordenados 𝑥𝑖 ,


procede-se agora a uma rotação de 180° em torno do eixo 𝑥1 (um dos eixos de
simetria), conforme ilustrado na Figura 22.

Figura 22 — Rotação de 180° em torno do eixo 𝑥1 .

Fonte: Mascia (1991).

O plano 𝑥2 − 𝑥3 é de simetria elástica. Tem-se os seguintes cossenos


diretores, com i e j variando de 1 a 3 para lij:
91

1 0 0 O L11 vale 1 (5.1)


𝑙𝑖𝑗= [0 −1 0]
0 0 −1

Com o uso da transformação tensorial de 𝑆𝑖𝑗 para 𝑆11 , tem-se:

𝑆′11 = 𝑞1𝑚 𝑞1𝑛 𝑆𝑚𝑛 , (5. 2)

Com i,j m e n variando de 1 a 6, resultando em:

4 (5. 3)
𝑆′11 = 𝑙11 𝑆11 ,

devido às demais parcelas que contribuem para 𝑆′11 serem nulas. Assim:

𝑆′11 = 𝑆11 (5. 4)

De semelhante análise para os outros termos do tensor, conclui-se que:

𝑆14 = 𝑆24 = 𝑆34 = 𝑆56 = 0 (5. 5)

Efetuando semelhante rotação nos eixos 𝑥2 e 𝑥3 , um de cada vez, tem-se:

𝑆16 = 𝑆26 = 𝑆36 = 𝑆54 = 0 (5. 6)


𝑆15 = 𝑆25 = 𝑆35 = 𝑆56 = 0

sendo que 𝑆𝑖𝑗 fica com a seguinte forma:

𝑆11 𝑆12 𝑆13 0 0 0 (5. 7)


𝑆12 𝑆22 𝑆23 0 0 0
𝑆 𝑆32 𝑆33 0 0 0
𝑆𝑖𝑗 = 13
0 0 0 𝑆44 0 0
0 0 0 0 𝑆55 0
[0 0 0 0 0 𝑆66 ]

Nessa etapa, é possível expressar os coeficientes do tensor 𝑆𝑖𝑗 em termos


dos coeficientes elásticos usuais de engenharia, ou seja, através do módulo de
elasticidade longitudinal ou módulo de Young 𝐸𝑖 , do coeficiente de Poisson 𝜈𝑖𝑗 e do
92

módulo de elasticidade transversal ou de rigidez 𝐺𝑖𝑗 . Observa-se que para este caso i
e j variam de 1 a 3.Assim 𝑆𝑖𝑗 torna-se:

1 𝜈21 𝜈31 (5. 8)


− − 0 0 0
𝐸1 𝐸2 𝐸3
𝜈12 1 𝜈31
− − 0 0 0
𝐸1 𝐸2 𝐸3
𝜈13 𝜈23 1
− − 0 0 0
𝐸1 𝐸2 𝐸3
𝑆𝑖𝑗 =
1
0 0 0 0 0
𝐺12
1
0 0 0 0 0
𝐺23
1
0 0 0 0 0
[ 𝐺31 ]

em que, devido à simetria existente, pode-se escrever:

𝜈21 𝜈12 (5. 8)


− =−
𝐸2 𝐸1

ou genericamente:

𝜈𝑖𝑗 𝜈𝑗𝑖 (5. 9)


− =−
𝐸𝑖 𝐸𝑗
93

6 MATERIAIS E MÉTODOS

Nesta seção, serão abordados os materiais e os procedimentos


metodológicos utilizados para a realização da parte experimental e da análise
numérica e analítica da pesquisa, com o objetivo de verificar o comportamento
dinâmico das estruturas mistas em placas de CLT-Concreto.
Os ensaios foram realizados no Laboratório de Estruturas (LES) da
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) da Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP).

6.1 Materiais utilizados

Neste trabalho foram utilizados painéis de CLT produzidos industrialmente


pela empresa Crosslam. Esses painéis foram fabricados utilizando lamelas de
madeira da espécie Pinus taeda, as quais foram coladas com adesivo estrutural à
base de poliuretano (Purbond® HB S709).
Para o arranjo do painel de 160 mm de espessura, foram utilizadas cinco
lamelas dispostas na seguinte configuração: (40L - 20T - 40L - 20T - 40L) mm. Nessa
configuração, os valores 20 e 40 representam as espessuras das lamelas em (mm),
enquanto L e T indicam, respectivamente, as direções longitudinal e transversal das
lamelas. A camada superior de concreto, com uma espessura de 70 mm, foi definida
em função das dimensões do conector HBV®, para garantir proteção contra agentes
químico e físicos, bem como proteger a integridade da ligação entre os elementos de
CLT e concreto. Essa configuração é a mesma adotada nos ensaios de placas
realizados por Vilela (2020) e Santos (2021).
As configurações das espessuras e o sentido das camadas dos corpos de
prova são ilustrados na Figura 23.
94

Figura 23 — Representação das espessuras em (mm) e o sentido das camadas dos corpos de prova.

Fonte: o autor.

Observa-se que a massa específica aparente nominal da madeira de Pinus


taeda, informada pela Crosslam, é de 550 kg/m³, enquanto o valor médio de referência
apresentado pela NBR 7190 (ABNT, 2022) é de 645 kg/m³ para massa específica
aparente a 12% de umidade. Nos ensaios experimentais de painéis de CLT realizados
por Vilela (2020), a média do peso específico das camadas externas foi de 594 kg/m 3,
enquanto para as lamelas internas a média aritmética é de 554 kg/m³.

6.2 Concreto

Para o experimento, foi adotado o concreto de classe de resistência C30 e.


Para a verificação da resistência foram utilizados 3 corpos de prova de medidas
(10 cm x 20 cm), padrão cilíndrico, moldados de acordo com a NBR 5738 (ABNT,
2016) e rompidos conforme a NBR 5739 (ABNT, 2018). Os corpos de prova foram
rompidos após aos 28 dias de idade. Os valores são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7 — Resistência à compressão do concreto


CP-01 CP-02 CP-03 Média Desvio CV (%)
Força máxima de compressão-𝐹𝑚á𝑥
282,63 266,54 258,70 269,29 12,20 4,53
(kN)
Resistência à compressão-𝑓𝑐𝑘𝑗 (MPa) 35,99 33,94 32,94 34,29 1,55 4,52
Fonte: o autor.
95

Os valores de deformação Eci e do módulo de deformação secante Esc


foram calculados de acordo com as Equações (6.1), (6.2) e (6.3) da NBR 6118 (ABNT,
2014), e os valores obtidos foram 32792,29 MPa e 29044,95 Mpa. Considerou-se
αE = 1,0 (granito).

𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 ∙ 5600 ∙ √𝑓𝑐𝑘 Para 𝑓𝑐𝑘 de 20 a 50 Mpa – Grupo 1 (6.1)

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 ∙ 5600 ∙ 𝐸𝑐𝑖 (6.2)

em que:

𝑓𝑐𝑘 (6.3)
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ∙ ≤ 1,0
80

em que:
𝐸𝑐𝑖 e 𝑓𝑐𝑘 são dados em MPa;
𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica à compressão do concreto;
αE é o parâmetro em função da natureza do agregado que influencia o
módulo de elasticidade.

6.3 Conectores

Para a conexão da interface entre o concreto e a madeira foram utilizados


5 diferentes modos de fixação, e essas configurações são apresentadas na Tabela 8.
As dimensões de comprimento e largura são as medidas da geometria das placas de
CLT-Concreto utilizadas na realização dos ensaios.
Tabela 8 — Representação dos modelos de fixação dos conectores
Comprimento Largura
Série Conexão CLT-Concreto
(mm) (mm)
E HBV C/200 mm 3840 800
F Parafusos inclinados 3840 800
G HBV C/400 mm 3840 800
H HBV C/400 mm + entalhes 3840 800
I Parafusos inclinados + entalhes 3840 800
Fonte: adaptado de Vilela (2020).
96

Como essa pesquisa envolveu um grupo maior de pesquisadores da


Unicamp, a nomenclatura dos painéis (corpos de prova) iniciou-se pela série E, para
manter a interação dos resultados dos ensaios cos demais integrantes.

A seguir, são ilustradas as composições de E a I utilizadas nesta pesquisa.


A Figura 24 ilustra a disposição da configuração de conectores da série E:

Figura 24 — Painel CLT- Concreto da série E: HBV® a cada 200 mm.

Fonte: Vilela (2023b).

A Figura 25 ilustra os painéis da série F, indicando a posição dos parafusos


inclinados, a tela soldada e a camada de concreto em seu topo.
97

Figura 25 — Painel CLT- Concreto da série F: parafusos inclinados

Fonte: Vilela (2023b).

A Figura 26 ilustra os painéis de CLT-Concreto da série G, com uma


quantidade menor de conectores HBV® do que a série E. Esses painéis foram
confeccionados com duas linhas de chapas espaçadas em 400 mm uma da outra.

Figura 26 — Painel CLT-Concreto tipo G: HBV® a cada 400 mm.

Fonte: Vilela (2023b).

Os painéis da série H são compostos por chapas expandidas metálicas


desenvolvidas em parceria com a Crosslam, utilizando tecnologia nacional. O material
de sua composição é o aço SAE – 1020, que possui uma boa trabalhabilidade, sendo
esse um fator decisivo para a sua produção. A Figura 27 ilustra a chapa expandida e
o HBV®, ambos com 90 mm de altura.
98

Figura 27 — Chapa expandida e HBV® de 90 mm de altura

Fonte: Vilela (2023a).

Os Painéis da série H possuem os entalhes na madeira, com 30 mm de


rebaixo e 140 mm de largura. Esses entalhes têm o propósito de melhorar as
conexões de travamento entre a madeira e o concreto em circunstâncias de esforços
de cisalhamento. A Figura 28 ilustra os painéis da série H.

Figura 28—Painel CLT- Concreto serie H: HBV® 90 mm a cada 400 mm + Entalhes.

Fonte: Vilela (2023b).

Os Painéis da série I possuem os mesmos entalhes da série H, com 56


parafusos inclinados conforme ilustra a Figura 29.
99

Figura 29 — Placa CLT-Concreto tipo I: Parafusos inclinados + Entalhes.

Fonte: Vilela (2023b).

Os parafusos autoatarraxantes utilizados para a conexão são


confeccionados pela empresa Rothoblaas© e suas características geométricas são
apresentadas na Figura 30.

Figura 30 — Representação das dimensões geométricas do parafuso utilizado na conexão.

Fonte: Rothoblaas (2020, p. 184).


100

A Tabela 9 apresenta os valores das propriedades mecânicas e


geométricas desses parafusos especificadas pelo manual do fabricante:

Tabela 9 — Propriedades mecânicas e geométricas do parafuso auto atarraxante


Propriedades mecânicas e geométricas do Parafuso
Diâmetro nominal 𝒅𝟏 9,0 mm
Diâmetro da cabeça 𝒅𝒌 16,0 mm
Diâmetro do núcleo 𝒅𝟐 5,9 mm
Diâmetro da haste 𝒅𝒔 6,5 mm
Diâmetro do pré-furo (1) 𝒅𝒗 5,0 mm
Espessura da cabeça 𝒕𝟏 6,5 mm
Momento plástico característico 𝑴𝒚,𝒌 27244,1 Nmm
Parâmetro característico de resistência ao 𝒇𝒂𝒙,𝒌 11,7 N/mm²
arrancamento
Resistência característica à tração 𝒇𝒕𝒆𝒏𝒔,𝒌 25,4 kN
Resistência característica à tensão 𝒇𝒚,𝒌 1000 N/mm²
Fonte: Adaptado de Rothoblaas (2020, p.184).
(1) Pré-furação aconselhada para conectores de 𝑳 ≥ 𝟒𝟎𝟎𝒎𝒎

O modelo de parafuso utilizado no presente trabalho foi o VGS 9240, com


comprimento (L) de 240 mm e diâmetro (𝑑1 ) de 9 mm. Ele possui rosca simétrica,
passo rápido e ponta entalhada.

6.4 Configuração dos acelerômetros nos painéis de CLT-Concreto

Foram feitas duas configurações para a disposição dos acelerômetros a fim


de analisar o comportamento dinâmico em painéis de CLT-Concreto. A primeira foi
nomeada como Linha Central (LC), conforme ilustrado na Figura 31:
101

Figura 31 — Configuração dos acelerômetros na disposição LC.

Fonte: o autor.

Nessa configuração, observa-se que o acelerômetro piezo 4 está fixado na


madeira e o piezo 5 está fixado no concreto, ambos na horizontal.
Segue a identificação dos acelerômetros:
● acelerômetro piezoelétrico 1 “piezo 1 vertical’’;
● acelerômetro piezoelétrico 2 “piezo 2 vertical’’;
● acelerômetro piezoelétrico 3 “piezo 3 horizontal’’;
● acelerômetro piezoelétrico 4 “piezo 4 horizontal’’;
● acelerômetro piezoelétrico 5 “piezo 5 horizontal ’’.

A segunda disposição de configuração foi nomeada como Linha


Longitudinal (LL), conforme ilustrado na Figura 32:
102

Figura 32 — Configuração dos acelerômetros na disposição LL.


ac piezo 5
ac piezo 2

ac piezo 4

ac piezo 1

ac piezo 3

Fonte: o autor.

Nessa configuração, nota-se que o acelerômetro piezo 4 está fixado na


madeira e na posição horizontal, enquanto os demais acelerômetros estão fixados na
posição vertical.
Segue a identificação dos acelerômetros:
● acelerômetro piezoelétrico 1 “piezo 1 vertical’’;
● acelerômetro piezoelétrico 2 “piezo 2 vertical’’;
● acelerômetro piezoelétrico 3 “piezo 3 vertical’’;
● acelerômetro piezoelétrico 4 “piezo 4 horizontal’’;
● acelerômetro piezoelétrico 5 “piezo 5 vertical ’’.

6.5 Aquisição do sinal


103

Para aquisição de dados, foi utilizado um amplificador de medição universal


da marca HBM, modelo MX840 A, de 8 canais. Esse módulo fornece um conversor
analógico-digital de 24 bits e taxas de amostragem de 40 kS/s. Para condicionar o
sinal, foi utilizado o modelo 480B21 de 3 canais do fabricante PCB Piezotronics,
conforme ilustrado nas Figura 33 e 31.

Figura 33 — Amplificador de sinal Figura 34 — Condicionador de sinal

Fonte: o autor.

6.6 Acelerômetros utilizados como sensores de resposta

Foram utilizados três acelerômetros piezoelétricos uniaxiais, modelo


601A01 e dois acelerômetros piezoelétricos uniaxiais, modelo PR9365E/10, com faixa
de frequência de 0 a 100 Hz.
Os acelerômetros foram fixados em suas bases, que foram usinadas em
aço e, em seguida, fixadas no concreto com a utilização de gesso.
Os acelerômetros utilizados são ilustrados na Figura 35.

Figura 35 — Acelerômetros uniaxiais piezoelétricos


Modelo: 601A01 Modelo: PR9365E/10

Piezoelétricos (1,2 e 3) Piezoelétricos (4 e 5)


Fonte: o autor.
104

6.7 Impulso para excitar o sinal

Para excitar o sinal e conseguir gerar o efeito de vibração, para as duas


configurações apresentadas, foram realizados saltos no meio do vão sobre a
estrutura, com um peso corporal de 0,86 kN, conforme ilustrado na Figura 36.

Figura 36 — Pulo para excitação do sinal.

Fonte: o autor.

A Figura 37 ilustra o arranjo de ensaio para verificação dos acelerômetros,


com o objetivo de dar início aos ensaios.

Figura 37 — Representação do teste com os equipamentos ligados.

Fonte: o autor.
105

6.8 Software Matlab para o tratamento de sinal

Para o tratamento de sinal foi utilizado o software Matlab®, cujo nome é a

abreviação de MATrix LABoratory, que significa Laboratório de Matrizes. O Matlab®


é um programa de computador de uso específico, muito utilizado por engenheiros e
pesquisadores. Esse software facilita a implementação de rotinas de cálculos, que
seriam bem mais complexas caso fossem implementadas em C++ ou Fortran.
No Matlab®, existe uma extensa biblioteca com funções pré-definidas, o
que facilita as técnicas de programação. Por exemplo, o uso da Optimization
Toolbox™ fornece funções para localizar parâmetros que minimizam ou maximizam
objetivos, enquanto satisfazem as restrições. A caixa de ferramentas inclui
solucionadores para programação linear (LP), programação quadrática (QP),
programação não linear (PNL), mínimos quadrados lineares restritos, mínimos
quadrados não lineares e equações não lineares. Também é possível definir um
problema de otimização com funções e matrizes, ou especificar expressões de
variáveis que refletem a matemática subjacente. A versão utilizada no presente
trabalho foi a R2019a.

6.9 Método para a análise de vibrações

Para efetuar as análises de vibrações, foram utilizadas técnicas de análise


dinâmica experimental por meio de ensaios de impacto de vibrações.
Foi realizada uma Análise Modal Experimental (AME) com excitação
impulsiva sobre um painel de estrutura mista de CLT-Concreto, biapoiado, com o
objetivo de estimar suas frequências naturais e seus modos de vibração. Algumas das
hipóteses fundamentais dessa análise, devem ser consideradas:
a) A estrutura em teste pode ser descrita adequadamente por um modelo
discreto (INMAN, 2017);
b) A estrutura, além de apresentar comportamento linear, também deve
ser ensaiada de forma que a força aplicada não seja superior àquela
que limita o comportamento linear (INMAN, 2017).
106

A simulação numérica foi elaborada por meio do método de elementos


finitos, sendo modelada com o auxílio do software ANSYS.

6.10 Análise numérica ANSYS

Para a análise numérica utilizando o software ANSYS, foi criado um modelo


3D FEM da série G, com HBV® a cada 400 mm, para esta simulação considerou-se
o peso específico, as propriedades mecânicas e geométricas de acordo com os
ensaios experimentais. O objetivo dessa análise foi determinar as frequências naturais
e seus modos de vibração.
As seções utilizadas para modelar os painéis foram construídas com
camadas sobrepostas de materiais, que podem ser ortotrópicos. É possível atribuir
rotação às suas respectivas camadas, como ilustrado na Figura 38. No software, após
a elaboração de cada camada a qual foi atribuído o material e sua direção principal, o
programa cria uma matriz de rigidez para compatibilizar os deslocamentos, com os
seus esforços atuantes para cada elemento finito discretizado no modelo.

Figura 38 — Exemplo de rotação para orientação das camadas.

Orientação (1) Orientação (2)


Fonte: o autor.
107

A Figura 39 ilustra a geometria do painel da série G, com HBV® a cada 400


mm, com a camada de concreto oculta.

Figura 39 — Geometria do painel da série G, com HBV® a cada 400 mm, com a camada de concreto
oculta.

Fonte: o autor.

6.11 Elementos de contato

Para os elementos de contato foram utilizados o contato Frictionless, entre as


interfaces da madeira, concreto e HBV, e para as demais interfaces do painel foram
selecionados o contao bonded.
A Figura 40 mostra as superfícies das regiões de contato do painel analisado.

Figura 40 — Geometria do painel da série G, com HBV® a cada 400 mm, com as regiões de contato.

Fonte: o autor.
108

6.12 Malha utilizada

No Quadro 3, apresenta-se um resumo dos softwares utilizados para


modelagem numérica em painéis de CLT. Nele, é possível observar os parâmetros de
entrada, os elementos utilizados, os softwares adotados e o tipo de solicitação
estrutural. Nesse contexto, nota-se uma preferência dos autores pelos elementos
sólidos, com destaque para os elementos hexaédricos de 8 nós (SOLID45), que são
os mais simples, até os mais refinados, como os elementos sólidos hexaédricos de 27
nós (C327).
Para o modelo em questão, foi utilizado o elemento de malha SOLID185,
que é usado para a modelagem 3D de estruturas sólidas. Esse elemento é definido
por oito nós, com três graus de liberdade em cada nó, com translação nas direções x,
y e z. A localização dos nós para esse elemento é ilustrada na Figura 41.
O elemento SOLID185 de Geometria Estrutural Homogênea Sólida é
definido por oito nós com propriedades de material ortotrópico. O sistema de
coordenadas de elementos padrão está ao longo das direções globais. Pode-se definir
um sistema de coordenadas de elementos que formam a base para as direções de
material ortotrópico.
O modelo construído e discretizado possui 732138 nós e 387289
elementos. A discretização da malha foi analisada considerando as dimensões
máximas de 5 cm, e foi gerada de forma automática pelo software. Para cada
elemento finito utilizado como referência, foram consideradas análises de vibração até
o oitavo modo de vibração.
109

Quadro 3 — Resumo dos softwares utilizados para modelagem numérica em painéis de CLT
Parâmetros de
Autores Solicitação Software Modelo do material Elementos
entrada
Linear elástico
Sólidos
Compressão 𝐸𝐿 , 𝐸𝑅 , 𝐸𝑇 ortotrópico;
Salzmann hexaédricos
perpendicular Abaqus 𝐺𝐿𝑅 , 𝐺𝑅𝑇 , 𝐺𝐿𝑇 Contato nas áreas de
(2010) de 27 nós
ao plano Três 𝜈, µ apoio e
(C327)
carregamento
Linear elástico
ortotrópico;
Formulação
elastoplástica com
Bogensperger, Sólidos
Compressão 𝐸𝐿 , 𝐸𝑅 , 𝐸𝑇 endurecimento
Augustin e hexaédricos
perpendicular Abaqus 𝐺𝐿𝑅 , 𝐺𝑅𝑇 , 𝐺𝐿𝑇 isotrópico na
Schickhofer de 27 nós
ao plano Três 𝜈, µ direção perpendicular
(2011) (C327)
ao plano;
Contato nas áreas de
apoio e
carregamento
Elastoplástico linear
𝐸𝐿 , 𝐸𝑅 , 𝐸𝑇 ortotrópico;
Flexão fora-
Plasticidade de Hill Hexaédricos
He, Sun e Li do-plano; 𝐺𝐿𝑅 , 𝐺𝑅𝑇 , 𝐺𝐿𝑇
Ansys APDL com de 8 nós
(2018) Flexão de 4 seis 𝜈
endurecimento (SOLID45)
pontos 𝑓𝑡,0 , 𝑓𝑡,90
cinemático
multilinear
Linear elástico
Flexão fora- 𝐸𝐿 , 𝐸𝑅 , 𝐸𝑇 ortotrópico;
Baño, Godoy
do-plano; COMSOL 𝐺𝐿𝑅 , 𝐺𝑅𝑇 , 𝐺𝐿𝑇 Complemento Thin Sólidos
e Vega
Flexão de 4 Multiphysics Três 𝜈 Elastic Layer Tetraédricos
(2016)
pontos 𝐸𝑎𝑑𝑒, 𝐺𝑎𝑑𝑒, 𝜈𝑎𝑑𝑒, para a superfície
adesiva
Linear elástico
𝐸𝐿 , 𝐸𝑅 , 𝐸𝑇
Flexão fora- ortotrópico; Sólidos
Ansys 𝐺𝐿𝑅 , 𝐺𝑅𝑇 , 𝐺𝐿𝑇
Martínez et al. do-plano; Colagem perfeita hexaédricos
(Composite Três 𝜈, µ
(2018) Flexão de 4 entre camadas; de 20 nós
Module) parâmetros de
pontos Critério de falha de (SOLID185)
Tsai-Wu
Tsai-Wu
Flexão fora e
dentro do
plano; Sólidos
𝐸𝐿 , 𝐸𝑅 , 𝐸𝑇
Franzoni et al. Flexão e Linear elástico hexaédricos
Abaqus 𝐺𝐿𝑅 , 𝐺𝑅𝑇 , 𝐺𝐿𝑇
(2016) cisalhamento ortotrópico de 8 nós
seis 𝜈
em (C3D8)
volume
unitário
𝐸𝐿 , 𝐸𝑅 , 𝐸𝑇 : módulos de elasticidade da madeira serrada, na direção longitudinal, radial e tangencial,
respectivamente.
𝐺𝐿𝑅 , 𝐺𝑅𝑇 , 𝐺𝐿𝑇 : módulos de cisalhamento da madeira serrada, nos planos LR, LT e RT, respectivamente.
𝜈: coeficiente de Poisson da madeira serrada.
µ: coeficiente de fricção estática.
𝑓𝑡,0 : resistência à tração paralela às fibras da madeira serrada.
𝑓𝑡,90 : resistência à tração perpendicular às fibras da madeira serrada.
fv,ade: resistência ao cisalhamento da linha de cola.
𝐸𝑎𝑑𝑒, 𝐺𝑎𝑑𝑒, 𝜈𝑎𝑑𝑒, : propriedades elásticas do adesivo estrutural.
Fonte: adaptado de Mendes (2020, p. 32).
110

Figura 41— Solid 185 Geometria estrutural.

Fonte: Ansys (2009).

A Figura 42 ilustra a discretização do modelo numérico:

Figura 42 — Discretização do modelo numérico.

Detalhe-1

Detalhe-2

Detalhe-1 Detalhe-2

Fonte: o autor.
111

6.13 Vinculações

Para as condições de vinculação, utilizou-se o lado esquerdo do painel na face


inferior da primeira camada com vistas a reproduzir o apoio fixo, e foram restringidos
todos os graus de liberdade de rotação e translação, com deslocamento de zero (0)
mm em todas as direções conforme ilustra a Figura 43.
Figura 43 — Primeira restrição de apoio

Fonte: o autor.
A Figura 44 exibe a outra extremidade do painel para reproduzir o apoio móvel,e foram
restringidos todos os graus de liberdade, exceto a rotação do eixo Z e a translação do
eixo X.

Figura 44 — Segunda restrição de apoio

Fonte: o autor.
112

6.14 Simulação numérica dos ensaios experimentais

Para a simulação numérica dos ensaios experimentais dos painéis de


CLT-Concreto, em condições de contorno e geometria semelhantes às encontradas
nos ensaios, criou-se um modelo de geometria da série G, conforme ilustrado na
Figura 45:

Figura 45 —Painel com geometria dos ensaios simulada estática e dinamicante com o ANSYS.
(Dimensões em mm)

(a) Vista isométrica (b) seção transversal

(c) Vista Lateral


Fonte: o autor.

Para as propriedades físicas e mecânicas estabelecidas para a simulação


numérica dos ensaios dos painéis de CLT-Concreto, foram utilizados os valores
médios caracterizados no ensaio de flexão simples para o Pinus taeda, apresentados
na Tabela 10.

Tabela 10 — Propriedades mecânicas do Pinus taeda


Propriedades
𝐸𝑥 (𝑀𝑃𝑎) 14.029,19
𝜌(𝑘𝑔/𝑚³) camadas externas 594
𝜌(𝑘𝑔/𝑚³) camadas internas 554
Fonte: adaptado de Vilela (2020, p. 126).
113

Para compreender as propriedades mecânicas nas direções dos três eixos,


conforme ilustrado na Figura 46, tem-se os eixos longitudinal, que é paralelo às fibras;
o eixo radial, que é normal aos anéis de crescimento; e o eixo tangencial, que é
também perpendicular às fibras, mas tangencial aos anéis de crescimento radial.

Figura 46 — Direções ou eixos principais na madeira com respeito à direção das fibras e anéis
radiais de crescimento.

Fonte: adaptado de Green, Winandy e Kretschmann (1999).

Para correlacionar as propriedades mecânicas do módulo de elasticidade


longitudinal com as demais direções, radial e tangencial, e seus respectivos
coeficientes de Poisson, foram determinadas tais correlações com valores advindos
das equações apresentadas por Bodig e Jayne (1982), conforme descrito na
Tabela 11:

Tabela 11 — Equações para as relações elásticas em função do módulo de elasticidade longitudinal


Equações (GPa/GPa) 𝑹𝟐
𝐸𝐿 /𝐸𝑇 = −0,0174𝐸𝐿2 + 0,9927𝐸𝐿 + 11,103 0,9997
𝐸𝐿 /𝐸𝑅 = −0,136𝐸𝐿2 + 0,9886𝐸𝐿 + 3,0643 0,9990
𝐸𝐿 /𝐺𝐿𝑅 = −0,0236𝐸𝐿2 + 1,1473𝐸𝐿 + 1,1956 0,9999
𝐺𝐿𝑅 /𝐺𝑅𝑇 = 0,0248𝐸𝐿2 + 0,08665𝐸𝐿 + 16,811 0,9938
𝐺𝐿𝑅 /𝐺𝐿𝑇 = 0,00002𝐸𝐿2 + 0,0012𝐸𝐿 + 1,0544 0,9951
Fonte: adaptado de Bodig e Jayne (1982).
114

A Tabela 12 fornece a correlação dos coeficientes de Poisson:

Tabela 12 — Correlações dos coeficientes de Poisson


Poisson Pinus
𝜈𝐿𝑅 25,96 ∙ 10−6 𝐸𝐿
𝜈𝑅𝐿 34,95 ∙ 10−6 𝐸𝑅
𝜈𝐿𝑇 31,04 ∙ 10−6 𝐸𝐿
𝜈𝑇𝐿 25,96 ∙ 10−6 𝐸𝑇
𝜈𝑅𝑇 539,98 ∙ 10−6 𝐸𝑅
𝜈𝑇𝑅 620,04 ∙ 10−6 𝐸𝑇
Fonte: adaptado de Bodig e Jayne (1982, p.113).

A Tabela 13 apresenta os valores calculados dos módulos de elasticidade


transversal e longitudinal, bem como os coeficientes de Poisson, em suas respectivas
direções.

Tabela 13 — Valores calculados das propriedades mecânicas utilizadas no modelo numérico


Propriedades Bodig e Jayne (1982)
𝐸𝑥 (𝑀𝑃𝑎) 14029,29
𝐸𝑦 (𝑀𝑃𝑎) 989,00
𝐸𝑧 (𝑀𝑃𝑎) 645,00
𝜈𝑥𝑦 0,36
𝜈𝑧𝑦 0,53
𝜈𝑥𝑧 0,44
𝐺𝑥𝑦 (𝑀𝑃𝑎) 813,00
𝐺𝑧𝑦 (𝑀𝑃𝑎) 85,00
𝐺𝑥𝑧 (𝑀𝑃𝑎) 813,00
Fonte: o autor.

6.15 Análise analítica

A verificação das vibrações pela norma da comunidade europeia, para


analisar o critério de rigidez da estrutura , e a primeira frequência natural de vibração,
seguindo o fluxograma apresentado na Figura 15, e de acordo com a Tabela 5, será
obtido a classificação para o nível de desempenho da estrutura. Utilizando as
equações (4. 20) a (4. 26), Também será verificado o comportamento estrutural de
acordo com a limitação dada pelo vão.
115

7 RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES

Nesta seção, serão apresentados os resultados obtidos por meio dos


ensaios experimentais de vibração realizados nos painéis de CLT-Concreto. Os
resultados foram divididos em análises de gráficos de aceleração versus tempo,
amplitude versus frequência natural e cálculo da taxa de amortecimento. Essas
verificações foram analisadas nas configurações de linha central (LC) e linha
longitudinal (LL). Foi analisado o controle de vibração de acordo com os critérios
normativos estabelecidos pela norma brasileira e também pela norma da comunidade
europeia. Os resultados obtidos foram comparados com a simulação numérica
realizada no software ANSYS.

7.1 Análise da aceleração versus tempo configuração linha central (LC)

Para analisar o comportamento dinâmico dos diferentes tipos de painéis


em estudo, em relação à aceleração, foram elaboradas algumas rotinas no software
Matlab®, a fim de avaliar o resultado do sinal captado pelos seus acelerômetros.
Posteriormente, foram utilizadas rotinas de tratamento de sinal para avaliar o sinal no
domínio do tempo com a transformada rápida de Fourier. O domínio da frequência
também foi verificado para poder analisar o espectro de frequência e classificar a sua
aceitação perante as normas. Diante disso, foi possível plotar os gráficos de
aceleração versus tempo da configuração LC, apresentada no item 6.4. Os resultados
para o modelo de painel da série E, com HBV® a cada 200 mm, são ilustrados na
Figura 47.
116

Figura 47 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série E-LC.

Acelerometro-2

Acelerômetro-1
Acelerômetro-3

Acelerômetro-5

Acelerômetro-4
Fonte: o autor.

Nessa configuração, é possível observar que os acelerômetros 3, 4 e 5


estão na posição horizontal em relação aos acelerômetros 1 e 2. No entanto, é
possível observar que os valores de aceleração nesses acelerômetros estão da ordem
de 5,89 vezes menores que as acelerações apresentadas pelos acelerômetros 1 e 2,
que estão na posição vertical.
117

Para o modelo de painel da série F com parafusos inclinados, os resultados


são ilustrados na Figura 48.

Figura 48 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série F.

Fonte: o autor.

Nessa configuração é possível observar que os valores de aceleração


horizontal estão da ordem de 7,84 vezes menores que as acelerações apresentadas
pelos acelerômetros posicionados na vertical.
118

Para o modelo de painel da série G, com HBV® a cada 400 mm, os


resultados são ilustrados na Figura 49.

Figura 49 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série G-LC.

Fonte: o autor.

Nessa configuração, as acelerações verticais estão da ordem de 5,92


vezes maiores que as acelerações horizontais.
119

Para o modelo de painel da série H, com HBV® a cada 400 mm mais


entalhe, os resultados são ilustrados na Figura 50.

Figura 50 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série H-LC

Fonte: o autor.

Nessa configuração, é possível observar que os valores de aceleração


vertical estão da ordem de 6,83 vezes maiores que as acelerações horizontais.
120

Para o modelo de painel da série I, com parafusos inclinados mais entalhe,


os resultados são ilustrados na Figura 51.

Figura 51 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série I-LC

Fonte: o autor.

Nessa configuração, é possível observar que foram registradas as maiores


diferenças de aceleração em comparação com os painéis das demais séries
apresentadas. Os valores de aceleração vertical estão da ordem de 6,25 vezes
maiores que as acelerações horizontais.
121

A Tabela 14 ilustra o resumo dos resultados dos picos de aceleração


obtidos pelos acelerômetros na configuração de linha central dos gráficos de
aceleração versus tempo.

Tabela 14 — Resumo dos picos de aceleração dos acelerômetros configuração linha central
Configuração Linha Central
Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
Série
(1) (m/s²) (2) (m/s²) (3) (m/s²) (4) (m/s²) (5) (m/s²)
E HBV C/200mm 0,405 0,489 0,065 0,062 0,083
F Parafusos
0,486 0,651 0,083 0,0185 0,072
Inclinados
G HBV C/400mm 0,326 0,409 0,0375 0,061 0,069
H HBV C/400mm +
0,383 0,458 0,030 0,044 0,067
entalhes
I Parafusos
Inclinados + 0,363 0,438 0,047 0,0235 0,070
entalhes
Fonte: o autor.

Nesse resumo, é possível observar que o painel da série F apresenta a


maior aceleração vertical em comparação com os demais painéis, enquanto a
aceleração horizontal é a menor.

7.2 Análise da frequência natural para a configuração linha central (LC)

Para a análise da frequência natural do painel de configuração da série E,


com HBV® a cada 200 mm, foi utilizada uma função de tratamento de sinal FFT com

domínio da frequência desenvolvida no Matlab®. Foram plotados os gráficos de


amplitude versus frequência para cada um dos acelerômetros. A sobreposição dos
resultados dos gráficos do painel da série E, com HBV® a cada 200 mm, é ilustrada
na Figura 52.
122

Figura 52 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
E na configuração LC.

Fonte: o autor.

A Tabela 15 apresenta os resultados da primeira frequência natural da


estrutura em (Hz) versus amplitude em (cm) do painel série E. Além disso, é possível
notar as energias distribuídas ao longo de outras frequências naturais, como a
frequência de 28,71 Hz registrada pelo acelerômetro (3) posicionado na horizontal.
123

Tabela 15 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série E na


configuração LC
Configuração Linha Central
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
1,56 17,72 - - - -
1,93 - 17,72 - - -
0,19 - - 28,71 - -
0,25 - - - 17,87 -
0,33 - - - - 18,01
Fonte: o autor.

Para o modelo de painel da série F, com parafusos inclinados, o gráfico da


sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é ilustrado na Figura 53.

Figura 53 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
F na configuração LC.

Fonte: o autor.
124

A Tabela 16 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural


da estrutura em (Hz) versus amplitude em (cm) para o painel série F.

Tabela 16 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série F na


configuração LC
Configuração Linha Central
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
0,80 17,28 - - - -
1,04 - 17,28 - - -
0,164 - - 17,79 - -
0,096 - - - 17,65 -
0,164 - - - - 17,79
Fonte: o autor.

Para o modelo de painel da série G, com HBV® a cada 400 mm, o gráfico
da sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é ilustrado na Figura
54.

Figura 54 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
G na configuração LC.

Fonte: o autor.
125

Além disso, é possível notar as energias distribuídas ao longo de outras


frequências naturais como a de 28,85 Hz do acelerômetro (2) e 34,13 do acelerômetro
(3) posicionados na horizontal.
A Tabela 17 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural
da estrutura em (Hz) versus a amplitude em (cm) para o painel da série G.

Tabela 17 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série G na


configuração LC
Configuração Linha Central
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
0,70 16,84 - - - -
0,92 - 16,84 - - -
0,067 - - 15,67 - -
0,18 - - - 16,99 -
0,24 - - - - 16,84
Fonte: o autor.

Para o modelo de painel da série H, com HBV® a cada 400 mm mais


entalhe, o gráfico da sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é
ilustrado na Figura 55.
126

Figura 55 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
H na configuração LC.

Fonte: o autor.

A Tabela 18 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural


da estrutura em (Hz) versus amplitude em (cm) do painel da série H.
127

Tabela 18 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série H na


configuração LC
Configuração Linha Central
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
0,96 19,18 - - - -
1,21 - 19,18 - - -
0,15 - - 19,33 - -
0,096 - - - 18,89 -
0,22 - - - - 18,31
Fonte: o autor.

Para o modelo de painel da série I, com parafusos inclinados mais entalhe,


o gráfico da sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é ilustrado
na Figura 56.
Figura 56 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
I na configuração LC.

Fonte: o autor.
128

A Tabela 19 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural


da estrutura em (Hz) versus amplitude em (cm) do painel da série I.

Tabela 19 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série I na


configuração LC
Configuração Linha Central
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
1,11 17,43 - - - -
1,35 - 17,43 - - -
0,23 - - 14,20 - -
0,070 - - - 16,99 -
0,255 - - - - 18,31
Fonte: o autor.

A Tabela 20 apresenta um resumo dos resultados obtidos pelos


acelerômetros na configuração LC.
Tabela 20 — Resumo da primeira frequência natural de vibração dos acelerômetros configuração
linha central
Configuração Linha Central
Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
Série
(1) (Hz) (2) (Hz) (3) (Hz) (4) (Hz) (5) (Hz)
E HBV C/200mm 17,72 17,72 18,84 16,99 16,84
F Parafusos
17,21 17,43 18,23 17,65 18,23
Inclinados
G HBV C/400mm 16,84 16,84 15,67 16,99 16,84
H HBV C/400mm +
19,18 19,18 18,60 18,60 18,31
entalhes
I Parafusos
Inclinados + 17,43 17,43 14,20 16,99 18,31
entalhes
Fonte: o autor.

Nesse resumo, os acelerômetros (1) e (2) estão posicionados na vertical,


enquanto os demais estão posicionados na horizontal. Pode-se observar que a
configuração com parafusos inclinados mais entalhe da série I resultou na menor
frequência natural de vibração, de 14,20 Hz. Esse acelerômetro, que está posicionado
na horizontal, possui a frequência mais crítica para o sistema analisado.
129

7.3 Cálculo do coeficiente de amortecimento configuração linha central (LC)

O valor da taxa de amortecimento não é uma característica global de toda


estrutura. Ele pode variar, pois depende das propriedades mecânicas e geométricas
da estrutura. Além disso, pode haver algumas imprecisões se a magnitude da
excitação causada à estrutura for muito baixa, não sendo suficiente para excitá-la por
completo.
Com a utilização das equações do decremento logarítmico (3.47) e (3.48),
foram calculados os coeficientes de amortecimento da placa série E, com HBV® a
cada 200 mm, e configuração LC. Para isso, foram analisados os gráficos de
amplitude versus tempo, ilustrados no Apêndice A do presente trabalho, nos quais
foram observados os valores de pico das ondas utilizados nos cálculos desses
coeficientes.
130

Utilizando os valores observados nas Figuras do Apêndice A, e as


equações (3.47) e (3.48), foi realizada uma rotina no Matlab®, com o valor de n
variando de 1 até 13, sendo n o número de ciclos. Os resultados são apresentados na
Tabela 21.

1 𝑢(𝑡) (4. 67)


𝛿 ≡𝑙𝑛 𝑙𝑛
𝑛 𝑢(𝑡 + 𝑇𝐷 )

1 (4. 68)
𝜉=
2
√1 + (2𝜋 )
𝛿

Tabela 21 — Cálculo da taxa de amortecimento do primeiro ao décimo terceiro ciclo


Taxas de amortecimento com os deslocamentos dos picos de ondas configuração LC
Piezo (1) Piezo (2) Piezo (3) Piezo (4) Piezo (5)
vertical vertical horizontal horizontal horizontal
𝜉 (ciclo 1) 0,0357 0,0386 0,1891 0,1306 0,1327
𝜉 (ciclo 2) 0,0858 0,0851 0,0219 0,0272 0,0349
𝜉 (ciclo 3) 0,0490 0,0485 0,0690 0,0494 0,0708
𝜉 (ciclo 4) 0,0411 0,0409 0,0612 0,0427 0,0561
𝜉 (ciclo 5) 0,0362 0,0361 0,0647 0,0609 0,0537
𝜉 (ciclo 6) 0,0351 0,0350 0,0468 0,0414 0,0413
𝜉 (ciclo 7) 0,0343 0,0340 0,0406 0,0511 0,0363
𝜉 (ciclo 8) 0,0342 0,0336 0,0391 0,0382 0,0347
𝜉 (ciclo 9) 0,0331 0,0323 0,0398 0,0415 0,0348
𝜉 (ciclo 10) 0,0321 0,0326 0,0413 0,0283 0,0337
𝜉 (ciclo 11) 0,0309 0,0311 0,0383 0,0676 0,0380
𝜉 (ciclo 12) 0,0297 0,0290 0,0430 0,0842 0,0315
𝜉 (ciclo 13) 0,0288 0,0286 0,0357 0,0332 0,0315
Fonte: o autor.

Diante do exposto na Tabela 21, para a configuração LC, foi adotado como
valor médio de referência para o coeficiente de amortecimento o valor de 0,0287,
considerando os acelerômetros posicionados na vertical. Esse valor está dentro da
média dos valores citados na literatura, conforme apresentado na Tabela 2 do
presente estudo.
131

A Figura 57 ilustra a sobreposição dos resultados dos gráficos de amplitude


versus tempo do painel série E, com HBV® a cada 200 mm. A legenda mostra um
resumo dos valores das taxas de amortecimento, conforme apresentados na Tabela
21.

Figura 57 — Gráfico sobreposição de amplitude versus tempo configuração “LC”.

Fonte: o autor.

7.4 Análise da aceleração versus tempo configuração linha longitudinal (LL)

Para a configuração da linha longitudinal (LL) dos acelerômetros, com o


painel da série E, com HBV® a cada 200 mm, e com a captação do sinal obtida pelos
acelerômetros, foi possível plotar os gráficos de aceleração versus tempo, conforme
ilustrados na Figura 58.
132

Figura 58 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo da placa E03-LL.

Fonte: o autor.

Acelerômetro - 1 Acelerômetro - 5

Acelerômetro - 2
Acelerômetro - 3 Acelerômetro - 4

Fonte: o autor.

Nessa configuração, é possível observar que o acelerômetro (4) está na


posição horizontal em relação aos acelerômetros (1), (2), (3) e (5). Além disso,
observa-se que as acelerações verticais estão da ordem de 7,5 vezes maiores que a
aceleração horizontal.
133

Para o modelo de painel da série F com parafusos inclinados, os resultados


são ilustrados na Figura 59.

Figura 59 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série F.

Fonte: o autor.

Nessa configuração, as acelerações verticais estão da ordem de 12,0


vezes maiores que a aceleração horizontal.
134

Para o modelo de painel da série G, com HBV® a cada 400 mm, os


resultados são ilustrados na Figura 60.

Figura 60 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série G.

Fonte: o autor.

Nessa configuração, o pico de aceleração do acelerômetro (2) está da


ordem de 27,0 vezes maior que a aceleração horizontal do acelerômetro (4).
135

Para o modelo de painel da série H, com HBV® a cada 400 mm mais


entalhe, os resultados são ilustrados na Figura 61.

Figura 61 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série H.

Fonte: o autor.

Nessa configuração, é possível observar que a aceleração de pico do


acelerômetro (2), posicionado na vertical, em relação ao acelerômetro (4), posicionado
na horizontal, é da ordem de 9,6 vezes maior.
Para o modelo de painel da série I parafusos inclinados mais entalhe, os
resultados são ilustrados na Figura 62.
136

Figura 62 — Gráficos de sobreposição de figuras aceleração versus tempo painel série I.

Fonte: o autor.

Nessa configuração, é possível observar que o acelerômetro (4) está da


ordem de 13 vezes menor que as acelerações verticais.
A Tabela 22 apresenta o resumo dos resultados dos picos de aceleração
obtidos pelos acelerômetros na configuração LL, nos gráficos de aceleração versus
tempo.

Tabela 22 — Resumo dos picos de aceleração dos acelerômetros configuração linha longitudinal
Configuração Linha Longitudinal
Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
Série
(1) (m/s²) (2) (m/s²) (3) (m/s²) (4) (m/s²) (5) (m/s²)
E HBV® C/200mm 0,5288 0,540 0,324 0,072 0,29
F Parafusos
0,408 0,472 0,217 0,0399 0,284
Inclinados
G HBV® C/400mm 0,395 0,461 0,211 0,017 0,287
H HBV® C/400mm
0,482 0,549 0,272 0,0569 0,277
+ entalhes
I Parafusos
Inclinados + 0,413 0,424 0,224 0,032 0,253
entalhes
Fonte: o autor.
137

Nesse resumo, é possível observar que o painel da série H apresenta a


maior aceleração vertical em comparação com os demais painéis, e o painel da série
G a menor aceleração horizontal.

7.5 Análise da frequência natural para a configuração linha longitudinal (LL)

Para a análise da frequência natural das placas modelo E, com HBV® a


cada 200 mm, foi utilizada uma função de tratamento de sinal FFT desenvolvida no
Matlab®. Foram plotados os gráficos de amplitude versus frequência para cada um
dos acelerômetros, conforme ilustra a Figura 63.

Figura 63 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
E configuração LL.

Fonte: o autor.
138

A Tabela 23 apresenta os resultados da primeira frequência natural da


estrutura em (Hz) versus a amplitude em (cm) do painel série E. Além disso, é possível
notar as energias distribuídas ao longo de outras frequências naturais, como a de
28,85 Hz do acelerômetro (3), posicionado na vertical.

Tabela 23 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série E na


configuração LL
Configuração Linha Longitudinal
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
1,43 17,43 - - - -
1,52 - 17,43 - - -
0,83 - - 17,43 - -
0,16 - - - 17,87 -
0,82 - - - - 17,43
Fonte: o autor.

Para o modelo de painel da série F, com parafusos inclinados, o gráfico da


sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é ilustrado na Figura 64.
139

Figura 64— Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
F na configuração LL.

Fonte: o autor.

A Tabela 24 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural


da estrutura em (Hz) versus a amplitude em (cm) do painel da série F.

Tabela 24 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série F na


configuração LL
Configuração Linha Longitudinal
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
0,65 17,72 - - - -
0,80 - 17,28 - - -
0,35 - - 17,28 - -
0,069 - - - 16,40 -
0,43 - - - - 17,28
Fonte: o autor.
140

Para o modelo de painel da série G, com HBV® a cada 400 mm, o gráfico
da sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é ilustrado na
Figura 65.

Figura 65— Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
G na configuração LL.

Fonte: o autor.

A Tabela 25 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural


da estrutura em (Hz) versus a amplitude em (cm), do painel da série G.
141

Tabela 25 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série G na


configuração LL
Configuração Linha Longitudinal
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
0,97 17,43 - - - -
1,08 - 16,55 - - -
0,53 - - 17,43 - -
0,084 - - - 17,57 -
0,64 - - - - 17,43
Fonte: o autor.

Para o modelo de painel da série H, com HBV® a cada 400 mm mais


entalhe, o gráfico da sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é
ilustrado na Figura 66.

Figura 66 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
H na configuração LL.

Fonte: o autor.
142

A Tabela 26 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural


da estrutura em (Hz) versus a amplitude em (cm) do painel da série H.

Tabela 26 — Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série H na


configuração LL
Configuração Linha Longitudinal
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
1,35 19,18 - - - -
1,52 - 19,33 - - -
0,72 - - 19,33 - -
0,21 - - - 16,55 -
0,74 - - - - 17,43
Fonte: o autor.

Para o modelo de painel da série I, com parafusos inclinados mais entalhe,


o gráfico da sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência é ilustrado
na Figura 67.
143

Figura 67 — Gráficos de sobreposição dos resultados de amplitude versus frequência do painel série
I na configuração LL.

Fonte: o autor.

A Tabela 27 apresenta os resultados obtidos da primeira frequência natural


da estrutura em (Hz) versus a amplitude em (cm) do painel da série I.

Tabela 27 - Apresentação dos resultados de amplitude versus frequência do painel série I na


configuração LL
Configuração Linha Longitudinal
Amplitude Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
(cm) (1) (2) (3) (4) (5)
Frequência Frequência Frequência Frequência Frequência
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
0,87 17,57 - - - -
0,96 - 17,28 - - -
0,52 - - 17,13 - -
0,059 - - - 17,57 -
0,60 - - - - 17,28
Fonte: o autor.
144

A Tabela 28 apresenta um resumo dos resultados obtidos pelos


acelerômetros na configuração LL.

Tabela 28 — Resumo da primeira frequência natural de vibração dos acelerômetros configuração


linha longitudinal
Configuração Linha Longitudinal
Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro Acelerômetro
Série
(1) (Hz) (2) (Hz) (3) (Hz) (4) (Hz) (5) (Hz)
E HBV® C/200mm 17,57 17,57 17,57 17,87 17,57
F Parafusos
17,28 17,72 17,21 16,40 17,21
Inclinados
G HBV C/400mm 17,43 16,55 17,43 17,57 17,43
H HBV C/400mm +
19,33 19,33 19,33 18,75 17,43
entalhes
I Parafusos
Inclinados + 17,28 17,28 17,13 18,60 17,28
entalhes
Fonte: o autor.

Nesse resumo, apenas o acelerômetro (4) está posicionado na horizontal,


enquanto todos os demais estão na vertical. Pode-se observar que a configuração
com parafusos inclinados da série F obteve a menor frequência natural de vibração,
16,40 Hz. Essa configuração possui a frequência mais crítica entre as séries
analisadas. Dentre os painéis estudados, os que apresentaram melhor desempenho
em relação ao comportamento das vibrações foram os painéis da série HBV®, com
comportamentos muito semelhantes nas configurações HBV® C/400 mm e HBV®
C/200 mm. Observou-se que o entalhe confeccionado no painel de CLT-Concreto
melhorou ainda mais seu desempenho, saltando de 16,55 Hz para 19,33 Hz, um
ganho de 16,8%. No entanto, todos os valores de frequência natural dos painéis
encontrados foram superiores aos recomendados pela NBR 7190 (ABNT, 2022).
145

7.6 Cálculo do coeficiente de amortecimento configuração linha longitudinal


(LL)

De maneira análoga, foram calculados os coeficientes de amortecimento


da placa da série E, na configuração LL, com HBV® a cada 200 mm. Para isso, foram
analisados os gráficos de amplitude versus tempo, ilustrados no Apêndice B , de cada
um dos cinco acelerômetros, assim como os valores de pico que foram utilizados nos
cálculos.
De maneira análoga ao item 7.2, foram calculados os decrementos
logarítmicos do primeiro até o décimo terceiro ciclo, com o valor de n variando de 1 a
13, sendo n o número de ciclos. Os resultados são apresentados na Tabela 29.

Tabela 29 — Cálculo da taxa de amortecimento do primeiro ao décimo quinto ciclo


Taxas de amortecimento com os deslocamentos dos picos de ondas configuração LL
Piezo (1) Piezo (2) Piezo (3) Piezo (4) Piezo (5)
vertical vertical vertical horizontal vertical
𝜉 (ciclo 1) 0,1157 0,1154 0,1175 0,1497 0,1020
𝜉 (ciclo 2) 0,0460 0,0460 0,0476 0,0819 0,0471
𝜉 (ciclo 3) 0,0407 0,0406 0,0410 0,0394 0,0394
𝜉 (ciclo 4) 0,0740 0,0723 0,0733 0,0358 0,0679
𝜉 (ciclo 5) 0,0394 0,0391 0,0395 0,0241 0,0398
𝜉 (ciclo 6) 0,0379 0,0375 0,0387 0,0366 0,0385
𝜉 (ciclo 7) 0,0463 0,0454 0,0473 0,0291 0,0455
𝜉 (ciclo 8) 0,0420 0,0418 0,0429 0,0259 0,0415
𝜉 (ciclo 9) 0,0343 0,0340 0,0353 0,0422 0,0345
𝜉 (ciclo 10) 0,0353 0,0358 0,0354 0,0295 0,0331
𝜉 (ciclo 11) 0,0434 0,0429 0,0419 0,0281 0,0422
𝜉 (ciclo 12) 0,0339 0,0339 0,0335 0,0190 0,0327
𝜉 (ciclo 13) 0,0303 0,0298 0,0298 0,0429 0,0294
Fonte: o autor.

Diante do exposto na Tabela 29, para a configuração LL, foi adotado como
valor médio de referência para o coeficiente de amortecimento o valor de 0,0298,
considerando os acelerômetros posicionados na vertical. Esse valor está dentro da
média dos valores estabelecidos na literatura, conforme apresentado na Tabela 2 do
presente estudo.
A Figura 68 ilustra a sobreposição dos resultados dos gráficos de amplitude
versus tempo do painel da série E, com HBV® a cada 200 mm, na configuração LL.
146

Figura 68 — Gráfico sobreposição de amplitude x tempo configuração “LL”

Fonte: o autor.
147

7.7 Verificação das vibrações pela norma da comunidade europeia

Após a solução das equações apresentadas no capítulo 4, verificou-se o


critério de rigidez da estrutura, seguindo o fluxograma apresentado na Figura 15 e de
acordo com a Tabela 4 de classificações. Obteve-se um valor de 0,204 mm de
deflexão, classificando o painel como nível 1, considerado aceitável. Em seguida, foi
verificada a primeira frequência natural de vibração, obtendo um valor de 15,91 Hz.
Como esse valor calculado é maior que 8 Hz, verifica-se o valor da velocidade de pico,
que foi de 2,89 mm/s. Com esse valor, encontrou-se a resposta R de 12,98,
classificando-se como nível 3 e considerado aceitável. A solução detalhada encontra-
se no Apêndice C deste trabalho.

7.8 Controle de vibrações verificado de acordo com a limitação do vão

Após a solução das equações apresentadas no capítulo 4, verificou-se o


critério de rigidez da estrutura e, utilizando as equações (4. 20) a (4. 26), obteve-se
um vão limite de 6,48 m. No ensaio experimental, utilizando as mesmas configurações
geométricas, o vão entre apoios foi de 3,48 m. neste modelo foi possível observar que
o módulo de deslizamento (K), que está associado com a rigidez, influência
diretamente no comportamento vibracional, A solução detalhada pode ser encontrada
no Apêndice D deste trabalho.

7.9 Rigidez efetiva à Flexão

A rigidez efetiva à flexão é a propriedade mecânica do elemento estrutural


composto, que associa deformações a tensões provenientes de esforços de flexão.
De acordo com Vilela (2023) em sua pesquisa de Doutorado, com os mesmos painéis
aqui analisados, tais valores foram calculados para as (séries E a I). E os resultados
estatísticos de média, desvio padrão e coeficiente de variação são apresentados na
Tabela 30.
148

Tabela 30 — Rigidez efetiva à flexão 𝐸𝐼𝑒𝑓, unidades em 1012 MPa. 𝑚𝑚4 .


Corpo de Prova Série E Série F Série G Série H Série I
1 9,28 — 6,82 8,72 7,19
2 10,27 — 10,81 7,70 —
3 — 5,93 — 8,84 9,69
4 12,15 5,83 7,63 — 6,67
Média 𝒙̅ 10,57 5,88 8,42 8,42 7,85
Desvio Padrão (𝒔𝒅) 1,4 0,08 2,11 0,63 1,61
C.V. (%) 13,8 1,3 25 7,4 20,6
Fonte: adaptado de Vilela (2020)

A rigidez à flexão teórica do CLT- Concreto para uma conexão rígida foi
estabelecida como 𝐸𝐼∞ = 13,38 × 1012 MPa.𝑚𝑚4 .

Para o estado teórico sem conexão, a rigidez efetiva à flexão foi estabelecida
como 𝐸𝐼0 = 3,413 × 1012 MPa. 𝑚𝑚4 . Estes valores estão detalhados nos Apêndices
(E) e (F) da presente pesquisa.

Para determinar a eficiência da ligação foi utilizada a Equação (4. 27), com isto,
foi possível produzir a Tabela 31, que apresenta os valores da eficiência das ligações,
sua média, desvio padrão, coeficiente de variação.

Tabela 31 — Eficiência da ligação, em %.


Corpo de Prova Série E Série F Série G Série H Série I
1 58,88 — 34,20 53,26 37,91
2 68,81 — 74,22 43,03 —
3 — 25,28 — 54,46 62,99
4 87,66 24,27 42,33 — 32,70
Média 𝒙̅ 71,78 24,77 50,25 50,25 44,53
Desvio Padrão (𝒔𝒅) 11,94 0,50 17,27 5,13 13,22
C.V. (%) 16,63 2,02 34,37 10,21 29,69

Fonte: o autor.

Nesta tabela, pode -se observar que a série F ficou mais distante da eficiência
rígida teórica, tendo a média da sua eficiência igual a 24,77%, já a série E destaca-se
com uma eficiência de 71,78 %.

Após estas análises, verificou-se o controle de vibração para as duas condições


extremas de conexões, uma ligação teórica rígida e a outra sem a contribuição dos
conectores, e foram obtidos os valores de 24,17Hz, e 12,20 Hz, respectivamente. Isto
mostrou a importância da eficiência das conexões, e a sua influência nos resultados
que referem à parte de vibrações. A solução detalhada pode ser encontrada no
Apêndice G do presente trabalho.

Para a Série G, a média da eficiência das ligações foi de 50,25%, com uma
frequência natural de vibração de 15,91 Hz. Deste modo, há uma diferença entre a
frequência rígida teórica, e a frequência da série G com HBV a cada 400mm, da ordem
de 8,26 Hz, o que representa 51,92% em termos de frequência natural.
149

7.10 Resultados análise numérica ANSYS

A partir dos resultados da análise numérica utilizando o método dos


elementos finitos, com o auxílio do software comercial ANSYS, foi possível simular o
comportamento da vibração natural da estrutura e estimar as frequências naturais e
os oito primeiros modos de vibração, via composição da matriz de massa do sistema.
Os resultados são ilustrados na Figura 69 O modelo de configuração é referente à
série G, com HBV® a cada 400 mm.

Figura 69 — Formas de modos de vibração das simulações numéricas ANSYS.


(continua)

(a) Primeiro modo

(b) Segundo modo


150

Figura 69 — Formas de modos de vibração das simulações numéricas ANSYS.


(continua)

(c) Terceiro modo

(d) Quarto modo

(e) Quinto modo


151

Figura 69 — Formas de modos de vibração das simulações numéricas ANSYS.


(conclusão)

(f) Sexto modo

(g) Sétimo modo

(h) Oitavo modo


Fonte: o autor.
152

Considerando os resultados obtidos, observou-se que o primeiro modo de


vibração flexional possui uma frequência de 18,138 Hz, sendo o mais importante
deles. Ele apresenta uma participação modal nas direções “x”, “y”, e “z” da ordem de
0,90, 0,89 e 0,97, respectivamente. Valores nos quais atua a aceleração da estrutura
na direção de análise. São aceitáveis, para análise dinâmica linear, valores nos quais
a massa cumulativa do sistema seja de pelo menos 80% na direção predominante da
vibração de excitação em que foi analisada.
A Tabela 32 apresenta os resultados do processamento numérico do
modelo estrutural para os oito modos de vibração elaborados no ANSYS.

Tabela 32 — Frequências naturais e seus respectivos modos de vibração ANSYS


Modo Frequência angular Frequência natural Período natural
𝑟𝑎𝑑 F[Hz] T[s]
𝜔[ ]
𝑠
1° 113,964 18,138 0,055133
2° 315,403 50,198 0,019921
3° 345,135 54,93 0,018205
4° 374,710 59,637 0,016768
5° 624,222 99,348 0,010066
6° 652,132 103,79 0,009635
7° 800,164 127,35 0,007852
8° 807,389 128,5 0,007782
Fonte: o autor.

Na Tabela 32 é possível observar que as simulações com o peso


específico, estabelecido de acordo com os ensaios experimentais, geraram
frequências naturais maiores que 8 Hz. Conforme a ordem do modo de vibração
aumenta, observa-se uma ampliação da diferença entre as frequências naturais. Isso
demonstra que a simulação do primeiro modo de vibração é a mais crítica e, quando
se encontram frequências naturais abaixo de 8 Hz, um estudo mais criterioso das
propriedades dinâmicas deve ser efetuado. Contudo, exige-se que as demais
frequências naturais sejam avaliadas, a fim de serem dimensionadas em intervalos
aceitáveis, que não coincidam com as probabilidades de ocorrência de ressonância.
153

Notou-se que a parcela de concreto tem uma contribuição significativa para


o aumento da rigidez na estrutura. No entanto, há um acréscimo de peso na peça
composta. Para quantificar a parcela de contribuição do concreto na placa, foi
realizado um modelo numérico apenas com o painel da CLT. A Figura 70 mostra os
modos de vibração da estrutura sem a contribuição do concreto.

Figura 70 — modos de vibração da estrutura sem a contribuição de concreto

(a) Primeiro modo (b) Segundo modo

(c) terceiro modo (d) Quarto modo

(e) Quinto modo (f) Sexto modo

(g) Sétimo modo (h) Oitavo Modo

Fonte: o autor.
154

A Tabela 33 traz os valores do resultado da simulação numérica sem


considerar a parcela de 7 cm de concreto. A primeira frequência natural de vibração
foi de 14,32 Hz, o que representa uma redução de 3,81 Hz em relação à estrutura com
a presença do concreto. Contudo, as frequências naturais não tiveram modos de
vibração inferiores a 8 Hz, sendo seu primeiro modo limitante, flexional, de 14,32 Hz
e o terceiro modo, torcional, de 44,14 Hz.

Tabela 33 — Frequências naturais e seus respectivos modos de vibração ANSYS sem a contribuição
da parcela do elemento concreto
Modo Frequência angular Frequência natural Período natural
𝑟𝑎𝑑 F[Hz] T[s]
𝜔[ ]
𝑠
1° 90,016 14,32 0,0698
2° 241,66 38,41 0,0260
3° 277,34 44,14 0,022655
4° 432,04 68,76 0,014543
5° 508,307 80,90 0,012361
6° 560,09 89,14 0,011218
7° 627,56 99,88 0,010012
8° 852,99 135,76 0,007366
Fonte: o autor.

Os resultados verificados na literatura demonstram que a abordagem no


nível do componente pode ser um método viável e confiável para reproduzir o
comportamento cíclico dos sistemas de conexão do painel CLT-Concreto,
estendendo-se também ao nível local, desde que o comportamento de cada
componente individual seja calibrado adequadamente (FRANCO, 2019).
155

8 CONCLUSÕES

Com base neste trabalho, cujo objetivo foi analisar o comportamento


dinâmico de peças estruturais em CLT-Concreto a partir de resultados de ensaios
experimentais, métodos analíticos e numéricos utilizando o software ANSYS, podem
ser elencadas as seguintes conclusões:

a) Foi obtida uma redução no pico da amplitude do modo de vibrar


relacionado à primeira frequência natural do modelo numérico, de
18,138 Hz, na estrutura de CLT-Concreto de 26,59%, quando
comparada com a mesma estrutura sem a contribuição da parcela de
concreto.
b) Verificou-se que a parcela de concreto tem uma contribuição
significativa para o aumento da rigidez na estrutura; contudo, há um
acréscimo de peso na peça composta pela presença do concreto.
Entretanto, é possível realizar uma análise na geometria para limitar o
máximo vão que a estrutura pode alcançar com segurança, não
somente pela limitação da flecha, mas também pelos critérios de análise
numérica.
c) Da análise experimental, foi possível observar que as frequências das
vibrações horizontais foram as mais críticas em comparação com as
verticais. A menor frequência natural, de 14,20 Hz, foi obtida na
configuração da linha central, com parafusos inclinados mais entalhe,
da série I. Na configuração da linha longitudinal, observou-se que a
menor frequência, de 16,40 Hz, ocorreu nos acelerômetros
posicionados na horizontal da série F, com parafusos inclinados, sendo
essa frequência a mais desfavorável.
d) As peças com entalhes +HBV® apresentaram um desempenho
superior de 17,87% em relação ao comportamento de vibrações quando
comparadas aos modelos com parafusos inclinados.
e) A diferença entre o modelo numérico e o experimental com as mesmas
características da série G, com HBV® a cada 400 mm, foi de 9,59%. A
156

frequência obtida no modelo numérico foi de 18,138 Hz enquanto no


experimental foi de 16,55 Hz.
f) Para o modelo analítico, obteve-se um valor de 0,204 mm de deflexão,
classificando-se como nível 1 e sendo aceitável de acordo com a norma
da Comunidade Europeia. Após a verificação da rigidez, calculou-se a
primeira frequência natural de vibração, obtendo um valor de 15,91 Hz,
o qual é muito próximo do valor experimental de 14,20 Hz.
g) Para a Série G, a média da eficiência das ligações foi de 50,25%, com
uma frequência natural de vibração de 15,91 Hz. A diferença entre a
frequência rígida teórica, e a frequência da série G com HBV a cada
400mm, foi da ordem de 8,26 Hz. O que representa 51,92% em termos
de frequência natural, sendo possível observar, que quanto melhor for
a eficiência da ligação em termos de rigidez, melhor é o comportamento
estrutural em termos de vibrações.
h) De forma analítica, o controle de vibração, de acordo com a limitação
do vão apresentado no item 7.8, foi de 6,48 m de distância entre os
apoios, em comparação com os 3,84 m utilizados no experimento desta
pesquisa, com uma solicitação de capacidade em relação ao vão de
59,25%.

Observa-se que, se o objetivo de uma verificação dinâmica de uma


estrutura for o de eliminar um determinado modo de vibrar que coincide com o modo
de sua frequência natural, essa frequência de excitação que gera o fenômeno da
ressonância. Assim, o sistema físico passa a vibrar com amplitudes cada vez maiores,
chegando ao ponto de a estrutura sofrer sérios danos, ou até mesmo colapsar. Para
evitar essa aproximação, é recomendável verificar a estrutura, seja por meio de
métodos analíticos, experimentais ou numéricos, que viabilizem com segurança e
evitem os problemas causados pelas vibrações nas estruturas.
Diante do exposto no presente trabalho, conclui-se que a estrutura
analisada atende de forma segura aos requisitos propostos pelas normas nacionais e
internacionais de vibração.
157

8.1 Considerações Finais

A análise do comportamento das vibrações nos painéis de CLT-Concreto


torna-se relevante no cenário atual da construção civil, onde a concepção com
estruturas esbeltas vem sendo cada vez mais utilizada. Isso torna de suma
importância realizar verificações do controle de vibrações.
Nesse sentido, uma possibilidade seria aproveitar os conhecimentos
adquiridos na vertente teórica e experimental desta pesquisa e dar seguimento
estudando-se os módulos de pisos vinculados com as paredes nos sistemas de
painéis de CLT-Concreto, simulando o impacto de pés dos usuários e até mesmo o
impacto de uma multidão. Isso proporcionaria uma compreensão abrangente desse
sistema promissor de piso e ampliaria o conhecimento técnico e científico dessa
composição, deixando claro o sistema estrutural para aplicação em edificações que
utilizam esse modo construtivo.
158

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167

APÊNDICE A

As Figura 71 a 75 ilustram os valores de pico para oito ciclos de


amortecimento. Esses valores foram utilizados para o cálculo da taxa do coeficiente
de amortecimento na configuração linha central do acelerômetro (1), posicionado na
vertical, sendo que “Ac-Piezo-1” refere-se ao acelerômetro 1 e assim sucessivamente.
Figura 71 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (1) vertical.
(continua)

ciclo 1 n =1
Figura 71 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (1) vertical.
(continua)
168

ciclo 2 n =2

ciclo 3 n =3
Figura 71 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (1) vertical.
(continua)
169

v
ciclo 4 n =4

ciclo 5 n =5
170

Figura 71 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (1) vertical.
(continua)

ciclo 6 n=6

ciclo 7 n=7
171

Figura 71 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (1) vertical.
(conclusão)

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 1

Fonte: o autor.
172

A Figura 72 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 2, posicionado na
vertical.

Figura 72 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (2) vertical.
(continua)

ciclo 1 n=1

ciclo 2 n=2
173

Figura 72 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (2) vertical.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
174

Figura 72 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (2) vertical.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
175

Figura 72 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (2) vertical.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 2

Fonte: o autor.
176

A Figura 73 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 3, posicionado na
horizontal.

Figura 73 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (3) horizontal.
(continua)

ciclo 1 n=1
177

ciclo 2 n=2

Figura 73— Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (3) horizontal.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
178

Figura 73 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (3) horizontal.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
179

Figura 73 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (3) horizontal.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 3

Fonte: o autor.
180

A Figura 74 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 4, posicionado na
horizontal.

Figura 74 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (4) horizontal.
(continua)

ciclo 1 n=1

ciclo 2 n=2
181

Figura 74 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (4) horizontal.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
182

Figura 74 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (4) horizontal.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
183

Figura 74 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (4) horizontal.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 4

Fonte: o autor.
184

A Figura 75 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 5, posicionado na
horizontal.

Figura 75 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (5) horizontal.
(continua)

ciclo 1 n=1

ciclo 2 n=2
185

Figura 75 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (5)


horizontal.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
186

Figura 75 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (5) horizontal.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
187

Figura 75 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LC” acelerômetro (5) horizontal.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 5

Fonte: o autor.
188

APÊNDICE B

Figura 76 a Figura 80, ilustram os valores de pico para oito ciclos de


amortecimento. Esses valores foram utilizados para o cálculo da taxa do coeficiente
de amortecimento na configuração linha lonitudinal do acelerômetro (1), posicionado
na vertical, sendo que “Ac-Piezo-1” refere-se ao acelerômetro 1 e assim
sucessivamente.

Figura 76 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (1) vertical.
(continua)

ciclo 1 n=1
189

ciclo 2 n=2

Figura 76 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (1) vertical.
(continua)

ciclo 3 n=3
190

ciclo 4 n=4

Figura 76 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (1) vertical.
(continua)
191

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
192

Figura 76 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (1) vertical.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 1
Fonte: o autor.
193

A Figura 77 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 2, posicionado na
vertical.

Figura 77 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (2) vertical.
(continua)

ciclo 1 n=1

ciclo 2 n=2
194

Figura 77 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (2) vertical.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
195

Figura 77 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (2) vertical.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
196

Figura 77 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (2) vertical.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 2

Fonte: o autor.
197

A Figura 78 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 3, posicionado na
vertical.

Figura 78 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (3) vertical.
(continua)

ciclo 1 n=1

ciclo 2 n=2
198

Figura 78 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (3) vertical.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
199

Figura 78 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (3) vertical.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
200

Figura 78 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (3) vertical.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 3

Fonte: o autor.
201

A Figura 79 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 4, posicionado na
horizontal.

Figura 79 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (4) horizontal.
(continua)

ciclo 1 n=1

ciclo 2 n=2
202

Figura 79 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (4) horizontal.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
203

Figura 79 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (4) horizontal.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
204

Figura 79 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (4) horizontal.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 4

Fonte: o autor.
205

A Figura 80 ilustra os valores de pico que foram utilizados para o cálculo


da taxa do coeficiente de amortecimento para o acelerômetro 5, posicionado na
vertical.

Figura 80 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (5) vertical.
(continua)

ciclo 1 n=1
206

ciclo 2 n=2
Figura 80 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (5) vertical.
(continua)

ciclo 3 n=3

ciclo 4 n=4
207

Figura 80— Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (5) vertical.
(continua)

ciclo 5 n=5

ciclo 6 n=6
208

Figura 80 — Gráficos de amplitude versus tempo configuração “LL” acelerômetro (5) vertical.
(conclusão)

ciclo 7 n=7

ciclo 8 n=8

ACELERÔMETRO - 5

Fonte: o autor.
209

APÊNDICE C
210
211
212
213
214

APÊNDICE D
215
216
217
218

APÊNDICE E
219
220
221

APÊNDICE F
222
223
224

APÊNDICE G
225

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