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CENTRO UNIVERSITÉRIO MAURÍCIO DE NASSAU CAMPOS DE MANAUS


ESTADO DO AMAZONA
CORSO DE ENGENHARIA CIVIL

UM ESTUDO DE CASO DO PROCESSO CONSTRUTIVO E DETALHAMENTO DE


LAJE PRÉ-MOLDADA TRELIÇADA UNIDIRECIONAL BIAPOIADAS COM
APLICAÇÃO DE NERVURAS TRANSVERSAIS NO BAIRRO NOVA CIDADE EM
MANAUS - AM

ELIANDRO JHONATAM SANTANA JOSÉ 01302614


MICHEL BENTES DE ALMEIDA 01301981
MAYZA LIMA DE ALMEIDA 01309858

MANAUS/AM
2

2020

MICHEL BENTES DE ALMEIDA,


MAYZA LIMA DE ALMEIDA, ELIANDRO JHONATAM SANTANA JOSÉ

UM ESTUDO DE CASO DO PROCESSO CONSTRUTIVO E DETALHAMENTO DE


LAJE PRÉ-MOLDADA TRELIÇADA UNIDIRECIONAL BIAPOIADAS COM
APLICAÇÃO DE NERVURAS TRANSVERSAIS NO BAIRRO NOVA CIDADE EM
MANAUS – AM

Trabalho apresentado ao curso de


graduação de Engenharia civil do Centro
Universitário Mauricio de Nassau/Uninorte do
Estado do Amazonas grupo ser educacional,
como requisito para obtenção de nota da
disciplina de TCC. Trabalho de Conclusão de
Curso, sob a orientação do Professor: Charlhes
Ribeiro de Brito
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MANAUS/AM
2020

INDICE

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................5
1.1 LOCALIZAÇÃO..........................................................................................5
2. OBJETIVOS..................................................................................................6
2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................6
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS.......................................................................7
2.3 JUSTIFICATIVAS........................................................................................7
3. METODOLOGIA............................................................................................8
3.1 CONCEITOS GERAIS QUANTO AS LAGES PRÉMOLDADAS...............8
3.1.1 LAJES PRÉMOLDADAS.........................................................................8
3.1.2 VIGOTAS TRELISÇADAS.......................................................................9
3.1.3 ARMAÇÃO TRELISÇADAS..................................................................10
3.1.4 ARMAÇÃO COMPLEMENTARES........................................................11
3.1.5 CAPA.....................................................................................................11
3.1.6 CONCRETO COMPLEMENTAR...........................................................12
3.1.7 ELEMENTOS DE ENCHIMENTO..........................................................13
3.2 CONCEITOS GERAIS DO SISTEMA DE ESCORAMENTO....................14
3.3 EXECUÇÃO DA LAJE .............................................................................15
3.3.1 PROCESSO DE EXECUÇÃO DO ESCORAMENTO............................16
3.3.2 POSICIONAMENTO DAS VIGOTAS E DOS BLOCOS DE
ENCHIMENTOS.........................................................................................................17
3.3.3 A APLICAÇÃO DE NERVURAS............................................................18
3.3.4 ARMADURAS DE DISTRIBUIÇÃO........................................................20
3.3.4.1 UTILIZAÇÃO DO EBAREC.................................................................21
3.3.4.2 O SEGUNDO EXEMPLO.....................................................................25
3.3.5 INSTALAÇÃO DAS ARMADURAS DE DISTRIBUIÇÃO.......................31
3.3.6 CONCRETAGEM DA LAJE....................................................................32
3.3.7 CURA DO CONCRETO...........................................................................34
4. RESULTADOS E DISCURÇÕES.................................................................35
5. CONCLUSÃO................................................................................................36
6. REFERENCIAL.........................................................................................36/37
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RESUMO

O presente trabalho discute e relata de forma ampla e detalhada a aplicação de


nervuras de travamento (nervuras transversais ) Esse trabalho tem como objetivo geral,
buscar-se reunir dados / informações com o propósito de analisar estruturalmente a
aplicação de nervuras de travamento em lajes pré-moldada unidirecional com vigotas
treliçada de concreto armado, determinando suas solicitações nos estados limites e últimos
e contribuir para o desenvolvimento do tema de lajes com tal sistema construtivo.
Esta pesquisa tem como principal objetivo o analise o processo construtivo de uma laje
pré-fabricada com vigotas treliçadas.

Palavra-chave: aplicação de nervura, analise, sistema construtivo.

Abstract

The present work discusses and reports in a wide and detailed way the application of

locking ribs (transverse ribs) This work has the general objective of seeking to gather

data / information in order to structurally analyze the application of locking ribs in pre-

slabs -unidirectional molding with reinforced concrete lattice joists, determining your
5

requests in the limit and last states and contributing to the development of the theme of

slabs with such a constructive system.

This research has as main objective the analysis of the construction process of a

prefabricated slab with lattice joists.

Key word: rib application, analysis, construction system.

1. INTRODUÇÃO

Lajes compostas de nervuras treliçadas pré-fabricadas é muito utilizada


hoje em dia no Brasil, e vem sendo amplamente utilizada em construções comerciais e
residenciais na sua grande maioria. Fazem parte do grupo dos pré-moldados e tem como
principal característica a praticidade no processo construtivo e na economia tanto
financeira como de matérias. E é notório que é crescente o emprego dessas lajes, assim
como os números de pesquisas relacionadas ao tal modelo de laje pré-moldadas.
Citamos o departamento de Engenharia de Estrutura da Escola de Engenharia de São
Carlos, que a partir do final dos anos 90, com Droppa Jr. (1999) que iniciou na instituição
algumas pesquisas sobre o assunto relacionado ao comportamento de lajes formadas
por vigotas dos tipos de concreto armado, protendidas e treliçadas.

Apesar da economia de sua facilidade de execução, a de uma grande parte da população


a inconfiabilidade no seu sistema construtivo por causa da flexão e pela aparência frágil
dos elementos vigotas e Eps (isopor), motivo pelo qual despertou o interesse no tema
deste trabalho que é: Um Estudo de Caso da Aplicação de Nervuras de Travamento
(nervuras transversais), Contra a Ação de Flexão (flechas) em lajes pré-moldadas
Treliçadas unidirecional biapoiada.
O estudo de caso tem como objetivo, demostrar que com a aplicação de duas
nervuras de travamento (nervuras transversais) pode-se diminuir a ação de flexão nas
6

cargas concentradas das lajes, mostrar as reações de momentos fletoras e rotoras com
e sem a aplicação das nervuras transversais e demostrar que é de extrema importância
que durante esse processo se tenham cuidados especiais.
antes do conceito das lajes treliçadas especificadamente, é relevante colocarmos
as definições de lajes, apresentando os principais tipos de lajes existentes e disponíveis
no mercado brasileiro.

Segundo a NBR 6118:2003, item 14.4.2.1, tem-se por definição estrutural que lajes ou
placas são “elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações normais a seu
plano. As placas de concreto são usualmente denominadas de lajes”.

Segundo GUIMARÃES (2010), afirma que as lajes são classificadas como elementos
estruturais planos com preenchimento horizontal e que possui duas grandes dimensões
que delimita a área de determinado compartimento. Esses elementos estruturais tem
como função receber as cargas provenientes da construção, e distribuí-las para os
apoios. A meio destas cargas estão a própria carga da laje e da estrutura, as cargas
acidentais e as cargas variáveis provocadas na laje pela utilização de carros, móveis,
pessoas e variados tipos de equipamentos.

Segundo BARROSO (2011), diz que a definição de laje em projeto é “a concepção


de espaço, este definido por um plano de apoio – a laje – sobre a qual iremos construir
e elaborar este espaço”.
Após definido destaca-se os principais tipos de lajes utilizados, que são: as lajes
maciças (convencionais) e as pré-moldadas.

ARAÚJO (2003), diz que as lajes maciças são placas com uniforme espessura,
sendo apoiada ao longo de suas extremidades. Esses apoios podem ser concebidos

por alvenarias ou por vigas, sendo muito utilizada onde os vãos são relativamente
pequenos em predominância nos edifícios residenciais.
As lajes pré-moldadas, elas são recomendadas quando se deseja vencer grandes
vãos sem o uso de pilares e vigas intermediárias.

Segundo a NBR 9062 (2001), diz que as lajes pré-moldadas pode ser definido
como elemento pré-fabricado, ou seja, elemento este que é executado industrialmente,
mesmo em instalações temporárias em canteiros de obra, sob condições rigorosas de
controle de qualidade, onde os elementos são produzidos em usina ou instalações
analogamente adequadas aos recursos para produção e que disponham de pessoal,
7

organização de laboratório e demais instalações permanentes para o controle de


qualidade, devidamente inspecionada pela fiscalização do proprietário.

Já CHAVES (2012), diz que as lajes pré-moldadas são constituídas por vigas pré-
fabricadas de concreto armado, nas quais se apoiam elementos de material leve. Esses
elementos podem ser lajotas de concreto, de cerâmica ou a mais utilizada de EPS. Sobre
as vigas pré-fabricadas e os elementos de material leve, aplica-se uma camada de
concreto, de modo a cobri-los completamente. Geralmente, são usadas para reduzir
tempo e mão de obra na edificação, pois esse modo de construção é um processo
construtivo rápido e econômico.

1.1 LOCALIZAÇÃO

O local de estudo desta deste trabalho, fica localizado no Conjunto Nova Cidade
na zona Norte de Manaus – Am, na Rua Lás Palmas n. 48, Cep: 69097-228,
proximidades da Praça de alimentação do nova cidade.
Figura 01

Fonte: google maps


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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Esse trabalho tem como objetivo geral, buscar-se reunir dados / informações com o
propósito de analisar estruturalmente a aplicação de nervuras de travamento em lajes pré-
moldada unidirecional com vigotas treliçada de concreto armado e com o enchimento em
EPs, determinando suas solicitações nos estados limites e últimos e contribuir para o
desenvolvimento do tema de lajes com tal sistema construtivo.
Esta pesquisa tem como principal objetivo analisar o processo construtivo de uma laje
pré-fabricada com vigotas treliçadas apresentando os resultados com e sem a aplicação
de nervuras transversais.

2.2 Objetivos específicos

 Escolher o projeto arquitetônico para dimensionamento estrutural, à flexão, de


lajes pré-moldadas.
 Levantamento biográfico técnico e científico sobre nervuras de travamento e
seus usos.
 Analisar os carregamentos e momentos suportados pelas nervuras de
travamento com as vigotas pré-moldadas em concreto armado pelos
modelos de cálculo e os deslocamentos previstos.
 Verificar os parâmetros da NBR 6118/2018 aplicada as lajes pré-moldadas.
 Definir métodos de cálculo (Ebarec ou outros) confrontando com os resultados
experimentas.
 Realizar ensaios experimentais da laje pré-moldada com a aplicação de
nervuras de travamento em vãos de 4,0 m e 5,0 m
• Identificar os principais problemas decorrentes do processo construtivo da
laje;
9

• Apresentar as principais vantagens;

• Relatar as etapas do processo construtivo da laje;

2.3 JUSTIFICATIVA

Apesar de sua expressiva presença nas obras, da economia, de sua facilidade de


execução, há, de uma grande parte da população a inconfiabilidade no seu sistema por
causa da ação de flexão e pela aparência frágil dos elementos vigotas e Eps (isopor),e
a pois uma pesquisa desenvolvida pelos autores deste trabalho, onde mostrou-nos que
a maioria dos entrevistados não tem confiança no sistema de lajes pré-moldada com os
elementos de vigotas e Eps. Motivando os autores a desenvolver um estudo que
apontasse uma solução para a problemática apresentada, pois mostrou-se necessário a
realização de estudo de caso da aplicação de Nervuras de travamento (nervuras
transversais), contra a Ação de Flexão em lajes pré-moldadas Treliçadas unidirecional bi
apoiada com enchimento em EPs. Com o objetivo de reduzir a flexão por cargas e
diminuição de flechas na laje, dando uma maior estabilidade no sistema.
Apresenta-se também que no momento as normas tratam separadamente os
elementos pré-fabricados das lajes nervuradas, de modo que não abordam
especificamente este tipo de laje. Isto deixa lacunas a serem exploradas e desafios a
serem solucionados no seu dimensionamento, THAISE F. MACHADO (2015).

3. METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho, foram feitos estudos em livros, revistas, artigos,
normas, trabalhos científicos e monografias, todos com temas relacionados ao assunto.
Logo em seguida foi feito um acompanhamento do processo construtivo de uma laje com
vigotas treliçadas onde por intermédio do acompanhamento foi possível traçar uma
sequência do processo de execução.

Fonte: Elaborada pelos autores

 Vigotas pré-fabricadas treliçadas


 Montagem do escoramento
 Posicionamento das placas treliçadas
 Posicionamento dos enchimentos
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 Posicionamento das nervuras de travamento


 Armaduras de distribuição e negativas
 Concretagem
 Cura do concreto

3.1 Conceitos gerais quanto às lajes pré-moldadas

3.1.1 Lajes pré-moldadas

De acordo com a NBR 6118 (2004) no item 14.7.7, afirma que as lajes pré-
moldadas são lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de
tração para momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser
colocado material inerte”. São formadas por uma parte pré-moldada de concreto armado
(as vigotas), por enchimentos (blocos cerâmicos ou poliestireno expandido-EPS), e uma
capa de concreto moldada no local, Com função de garantir a distribuição dos esforços
atuantes nos elementos, aumentar sua resistência à flexão e nivelar o piso.
Cunha (2012) afirma que os elementos de enchimento podem ser de blocos de
concreto, blocos cerâmicos ou blocos de poliestireno expandido. Já os elemento pré-
fabricado podem ser encontrados em concreto armado, concreto protendido e em forma
de treliça.
Esse tipo de laje é amplamente utilizado, já que seus elementos de enchimentos e
as vigotas, por serem pré-fabricadas, facilitam no processo de montagem e servem de
fôrma para a capa de concreto que é confeccionada no local da obra. Quando comparada
com as lajes maciças, essa característica também traz reduções na quantidade de
escoras utilizadas, proporcionando economia de material e de custo final.
Conforme citado, existem nas três tipos de elementos pré-fabricados. Porém, esse
estudo irá particularizar apenas os elementos de laje formados por vigotas treliçadas, por
estarem inseridos no objeto de estudo dessa pesquisa.

3.1.2 Vigotas treliçadas

Segundo a NBR 14859 -1, item 3.1.1, diz que as vigotas “são constituídas por
concreto estrutural, executadas industrialmente fora do local de utilização definitivo da
estrutura, ou mesmo em canteiros de obra, sob rigorosas condições de controle de
qualidade. Englobam total ou parcialmente a seção de concreto da nervura longitudinal.
Já CUNHA (2012) diz que as vigotas são formadas pela armação treliçada e pela
base de concreto, podendo ainda inserir armadura adicional dependendo do
carregamento e dimensionamento da laje. Ela irá ser o produto final que deverá ser
entregue pelo fabricante ao cliente, juntamente com os blocos de enchimento e um
projeto de montagem. Ela é dimensionada não somente para resistir aos esforços após
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a concretagem da laje, mais também deve ter a rigidez para resistir ao transporte e
montagem. A figura 1 representa o formato de uma vigota treliçada.

Figura 1. Demostra o formato de vigota treliçada.

Fonte docplayer.com.br

3.1.3 Armação treliçada

Segundo o Manual Técnicos de Lajes Treliçadas, “a armação treliçada é uma


estrutura metálica espacial prismática em que se utilizam fios de aço (CA60), soldados
por eletro fusão ou caldeamento, de modo a formar um elemento rígido composto de
duas treliças planas, inclinadas e unidas pelo vértice superior”.
Já a NBR 14862 (2002), diz que as armaduras treliçadas são armaduras de aço
pronta, pré-fabricada, em forma de estrutura espacial prismática, constituída por fios de
aço paralelos na base (banzo inferior), os quais resistem às forças de tração oriundas do
momento fletor positivo e um fio de aço no topo (banzo superior), que colabora como
armadura de compressão 8 durante a montagem e concretagem da laje treliçada, e pode
colaborar na resistência ao momento fletor negativo interligados por eletro fusão
(caldeamento) aos dois fios de aço diagonais (sinusoidais), com espaçamento regular
(passo).
Conforme o Manual técnico de Lajes treliçadas, as armaduras treliçadas iram
possuir, altura, base, passo saliência inferior, comprimento e diâmetro dos fios. A altura
(h) é a distância entre a superfície limite inferior (face inferior da saliência inferior) e a
superfície limite superior (banzo superior), perpendicular à base e no eixo da seção
treliçada, dada em mm. A base (b) é a distância entre as faces externas entre os fios que
compõem o banzo inferior, dada em mm, e mede entre 80 e 120 mm. Passo (p) é a
distância entre eixos dos nós entre os aços que compõem a armação treliçada, dada em
mm, e tem sempre 20 mm. A saliência inferior é a distância entre a face inferior do banzo
inferior e a superfície limite inferior da armação treliçada.

Geralmente, as armações são fabricadas em três comprimentos: 8, 10, e 12 metros,


pois a partir desses valores é possível obter os comprimentos de vãos mais comuns em
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projetos. Abaixo, será apresentada uma tabela para consulta, com as padronizações das
treliças e solicitações de treliças especiais.

Tabela 1 tabela de padronização

Fonte: docplayer.com.br
Na primeira coluna, mostra os variados tipos de modelos de treliças, diferenciados
pela altura (h) e pelas suas linhas: Leve (L), Média (M), Reforçada(R) e pesada (P). Na
segunda coluna, obedecendo os critérios da NBR 14862, especifica a treliça (TR)
discriminando novamente sua altura e na sequência o diâmetro dos seus fios.

3.1.4 Armaduras Complementares

Segundo a NBR 14860-1 (2002), item 3.1.3, diz que as armaduras


complementares são armaduras adicionadas na obra, quando dimensionadas e disposta
de acordo com o projeto da laje. Podem ser:

• Longitudinais: utilizada quando da impossibilidade de fazer a integração de toda a


armadura passiva na pré-laje;

• Transversais: são armaduras que irão compor as armaduras inferiores das nervuras
transversais de travamento (caso haja necessidade);

• De distribuição: são armaduras que são posicionadas na capa de concreto nas duas
direções transversal e longitudinal, com seção de no mínimo 0,9 cm²/m para aços CA
50, CA 60, contendo 3 barras por metro e tela soldada. Esse tipo de armadura tem como
funções: combater os efeitos da retração, consolidar a estrutura da nervura com a capa,
efetuar um controle da abertura de fissuras e efetivar a distribuição das cargas pontuais;
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• Superior de tração: são armaduras dispostas sobre os apoios nas extremidades das
pré-lajes, no mesmo alinhamento das nervuras longitudinais (NL) e posicionadas na
capa. Proporcionam a continuidade das nervuras longitudinais e destas com o restante
da estrutura, o combate à fissuração e a resistência ao momento fletor negativo, de
acordo com o projeto da laje;

• Outras; são utilizadas para atender às necessidades particulares de cada projeto,


especificadas caso a caso.

3.1.5 Capa

Conforme NBR 14860-1 (2002) diz que capa é “placa superior da laje cuja
espessura é medida a partir da face superior do elemento de enchimento, formada por
concreto complementar”.

3.1.6 Concreto complementar

Segundo a NBR 14859-1 (2002) diz que o concreto complementar é o concreto


adicionado na obra, com a resistência, trabalhabilidade e espessuras especificadas de
acordo com o projeto da laje e as especificações de execução. Deve ser:

• Complementação das pré-lajes para a formação das nervuras e das nervuras


transversais;

• Formação da capa;

Já o Manual Técnicos de Lajes treliçadas, diz que o concreto complementar é o


elemento que irá compor a mesa da nervura de maneira a resistir aos esforços de
compressão da laje em serviço e também em distribuir as cargas nas nervuras. Deve ter,
no mínimo 3 cm de altura, e em edifícios de múltiplos andares utilizando uma altura
mínima de 5 cm, este elemento pode absorver esforços de vento dando maior rigidez à
estrutura.
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Figura: 2 capa de concreto

Fonte: aecweb.com.br

3.1.7 Elementos de enchimento

SILVA (2012), diz que elementos de enchimentos são constituídos por materiais
inertes, maciços ou vazados, usualmente cerâmicos, de concreto ou poliestireno
expandido (EPS) e devem atender os requisitos da norma quanto ao desempenho,
propriedades e utilização. Estes são dispostos entre as vigotas com a função de substituir
parte do concreto da região tracionada e servir como fôrma para o concreto
complementar fresco, diminuindo o peso próprio da laje e o volume de concreto.
Apesar de não contribuir estruturalmente para a laje, a boa qualidade deste
material é de extrema importância principalmente durante a fase da montagem e
concretagem da laje. Já que os blocos de enchimentos serão os responsáveis por
transferir o peso do concreto ainda fresco às vigotas, que se apoiam sobre a linha de
escora. Por conta disto, torna-se essencial, traçar uma resistência mínima para este
material, de modo que não comprometa essa função. Segundo o Manual Técnico de
Lajes treliçadas, diz que a resistência dos elementos de enchimento deve ser tal que
suporte uma carga mínima de 1,0 KN ou 100 KG, o suficiente para suportar esforços de
trabalho durante a montagem e concretagem da laje.
Os blocos de enchimento mais utilizados na atualidade são os blocos cerâmicos
e os blocos de poliestireno expandido (EPS). O EPS possui o peso mais leve como
enchimento, porém o cerâmico tem um custo menor. Uma outra característica do EPS é
o alto grau de isolamento térmico e acústico. Esses materiais possuem em suas
extremidades laterais uma espécie de dente de encaixe, cuja função é de garantir o
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posicionamento de suas bordas nas vigotas. Assegurando que não ocorra o vazamento
de concreto. A grande maioria dos blocos de enchimentos possui chanfros na região dos
seus vértices superiores, no intuito de reforçar a área de concreto, e aumentar a
resistência das nervuras.
Os blocos de enchimentos irão possuir algumas alturas padronizadas que serão
aplicadas em função da altura total da laje pré-fabricada. Conforme tabela abaixo.

Tabela 2

Fonte: lajesalema.com.br

3.2 Conceitos gerais e técnicos do sistema de escoramento

Segundo a NBR 15696 (2009) diz que os escoramentos são “estruturas


provisórias com capacidade de resistir e transmitir às bases de apoio da estrutura do
escoramento todas as ações provenientes das cargas permanentes e variáveis
resultantes do lançamento do concreto fresco sobre as fôrmas horizontais e verticais, até
que o concreto se torne autoportante”. De modo geral, o principal objetivo dos
escoramentos é de garantir que não ocorra nenhum problema durante a concretagem.
O sistema de escoramento é montado por guias-mestre e pontaletes, podendo
ser metálicos ou de madeira, com cerca de 30 cm de cutelo, com base em 3 pernas ou
mais na divisão do vão. Sob as pernas são colocados reforços para que não penetrem
no chão (cunhas de madeira) mais antes o chão deve ser preparado, em nível e
compactado. A fim de se evitar recalques prejudiciais provocados no solo ou na base de
apoio do escoramento provocadas pelas cargas por este transmitidas. A NBR 15696
(2009) afirma que, deve-se prever o uso de lastro, piso de concreto ou pranchões, no
intuito de corrigir irregularidades e melhorar a distribuição das cargas, assim como
cunhas ou hastes reguláveis, para ajustes de níveis. Também são colocadas guias para
o contraventamento e uma tábua de espelho que transfere as cargas construtivas aos
pontaletes. A figura 03 apresenta a etapa de escoramento.
16

Figura 03

Fonte: tuper.com.br

Os escoramentos devem ter rigidez para assegurar o formato e as dimensões das


peças da estrutura projetada, respeitando minimamente as tolerâncias indicadas pela
norma NBR 14931. Eles devem também ser suficientemente estanques, de modo a
impedir a perda de pasta de cimento, admitindo-se como limite o surgimento do agregado
miúdo da superfície do concreto, conforme a norma NBR 15696 (2009).
Um ponto muito importante durante a execução dos escoramentos é a previsão
das contra flechas. Segundo a NBR 14859-1 (2002), diz que a contra flecha é o
deslocamento vertical intencional aplicado nas vigotas durante a montagem, por meio do
escoramento. Ela é utilizada como recurso para compensar as consequências
indesejáveis das deformações devidas à ação das cargas nas lajes. Geralmente, elas
são requisitas pelo fabricante das treliças ou conforme normas disponíveis em catálogos.

3.3 Execução da laje com vigotas treliçadas com a aplicação de bi nervuras de


travamento ou nervuras transversais (estudo de caso)

Neste tópico será apresentado o estudo de caso da execução da laje com


vigotas treliçadas e com a aplicação de duas nervuras de travamento com a finalidade
de reduzir a ação de flexão na laje executada em residência no bairro Nova cidade na
17

cidade de Manaus-AM. Detalhamentos do processo construtivo e as principais


vantagens que esse método construtivo pode nos oferecer concernentes ao objetivo do
projeto.
O processo de execução das lajes nervuradas treliçadas segue as normas da
NBR 14931 de execução do concreto igualmente as de laje maciça simples e também
as normas da NBR 9062 de execução de pré-moldados.

3.3.1 processos de execução do escoramento

Para esse processo de escoramento, os construtores optaram por utilizar


escoras metálicas e madeiras, tábuas e pernamancas, por serem mais econômicas e de
fácil utilização. Como a laje possuía um vão variando de (3,60m a 5m), foram utilizadas
apenas duas a três fileiras de pontaletes, respeitando as orientações do.
O primeiro passo consistiu em realizar o nivelamento das escoras reguláveis
garantindo o perfeito alinhamento e nivelamento do material uma vez que o piso já se
encontrava nivelado e concretado, e que permitisse as condições ideais para realizar a
montagem das escoras metálicas, sem que ocorresse a situação dos afundamentos dos
pontaletes no solo quando mal compactado. Para esse caso usou-se cunhas de madeira
como base para os pontaletes a fim de garantir a estabilização do mesmo.
Em seguida, deu-se início a montagem das escoras realizando todos os
processos de contraventamentos e travamentos dos pontaletes, impedindo qualquer
deslocamento que venha a ser gerado durante a concretagem da laje. Os construtores
se atentaram também em deixar uma altura adicional dos escoramentos no intuito de
possibilitar a execução das contra flechas necessárias para a laje. Segue abaixo figura
do processo de execução das escoras.
18

Figura 04, processo de execução das escoras

Fonte: Os Autores

3.3.2. Posicionamento das vigotas treliçadas e dos blocos de enchimento

Após o termino da montagem dos escoramentos, iniciou-se à colocação das


vigotas, apoiadas sobre a linha de escoramento. A colocação das vigotas deve seguir
as especificações sinalizadas em projeto, respeitando os espaçamentos e o sentido de
locação em relação ao vão. Para auxiliar na colocação, na grande maioria das vezes, é
usado o material de enchimento como conferência de gabarito, que foi exatamente o que
os construtores fizeram. O material de enchimento utilizado foi o EPS. Na medida em
que se colocava as vigotas, os blocos de enchimento eram igualmente colocados,
sempre no intervalo de duas vigotas. Após terminado as primeiras fiadas de blocos de
EPS era inserido uma outra vigota, que no mesmo instante era iniciado a colocação de
outra fiada, e assim seguia colocando a primeira fiada de cada carreira de mais uma
vigota correspondente ao vão até que o pano de laje seja completo por vigotas
espaçadas pelos blocos de enchimentos. A figura 05 ilustra esta etapa no processo.
19

Figura 05,vigotas espaçadas pelos blocos de enchimentos.

Fonte: Os autores

3.3.3 A APLICAÇÃO DE NERVURAS


As nervuras de travamento são nervuras transversais às vigotas treliçadas, e devem
ser feitas nas lajes nervuradas, ou lajes treliçadas unidirecionais, sempre que estas
ultrapassarem 4,00m de vão teórico. Têm a função de dar estabilidade lateral às
vigotas, travando o painel da laje e aumentando assim a rigidez do conjunto, reduzindo
vibrações e deformações na laje. Também são indicadas para distribuir eventuais
cargas concentradas sobre a laje.
20

Fonte: google

As nervuras de travamento devem ser executadas espaçando-se os EPs, respeitando-


se a sua largura e posição definidas no projeto estrutural ou projeto de montagem da
laje. A armadura a ser colocada nessas nervuras é de fundamental importância, e
também deve seguir as especificações de projeto. As linhas de escora podem servir de
fôrma para as nervuras, as quais se formarão após a concretagem da laje.
Figura: 6 linhas de escoras usadas como formas para nervuras.

Para termos uma ideia real da importância das nervuras transversais, e do que
acontece no conjunto estrutural da laje, realizou-se uma simulação utilizando o método
de grelhas. Com isso, podemos comparar as diferenças entre os deslocamentos de
uma laje sem nervuras de travamento e outra com 2 nervuras.

Para este exemplo, foi considerado um vão de 5.00m x 4.00m, com uma carga de 50
kgf / m² de revestimento e uma carga acidental de 50 kgf / m². A laje utilizada foi uma
LT20 (15+5), com enchimento em EPS, intereixo de 49cm e concreto C-25.

Os diagramas de deslocamentos obtidos foram os seguintes:


Figura 8, Lajes sem e com nervuras
21

Verificou-se que os deslocamentos máximos obtidos foram praticamente iguais (da


ordem de 1.9cm), mas conforme nos aproximamos dos apoios, temos uma grande
redução nas flechas na laje com nervuras, se comparada à laje sem nervuras. Além
disso, para este caso específico, tivemos uma redução de quase 15% na armadura das
nervuras principais se levarmos em conta a contribuição de nervura transversal.
Devemos lembrar que esse foi apenas um exemplo, utilizado a fim de exemplificar que
as nervuras de travamento implicam em alterações na distribuição de cargas e
deformações nas lajes. Essas diferenças na armadura e flechas dependem de diversos
fatores, como por exemplo, as cargas consideradas, as rigidezes dos apoios, a
quantidade e dimensão das nervuras, a relação entre os vãos, os intereixos etc.
Legenda esf, cortante Legenda deslocamento

3.3.4 Cálculos da Laje Sem Nervura aplicadas

3.3.4.1 Utilização do EBAREC


22

Utilizando um programa de cálculo estrutural EBAREC, foi feito dois exemplos


de cálculo primeiro um sem as nervuras transversais (nervuras de travamento), obtendo
os seguintes resultados:

Cobertura fck = 250.00 kgf/cm² E = 238000 kgf/cm² Peso Específico = 2500.00


kgf/m³
Lance 2 cobr = 2.50 cm

Momentos fletoras Momentos torsores

Cobertura fck = 250.00 kgf/cm² E = 238000 kgf/cm² Peso Específico = 2500.00 kgf/m³
Lance 2 cobr = 2.50 cm
23

ARMADURAS POSITIVAS (LAJE)


Momento positivo Momento negativo Arma
Armadur dura
Cisalhamento
a inferior superi
or
Direç Verifica Verifica Verifica Verificaç
Laje
ão ção ção ção ão axial
axial axial Flexã axial (tração)
Seção Flexão (compr Seção (compr
o
essão) (tração essão)
)
bw = 9.0
cm Md = As = 0.57
h= 256 cm²/N
12.0 cm (TR
kgf.m/N 06644 vsd = 0.25 tf/N
bf =
vrd1 = 0.60 tf/N
39.0 cm bw = 9.0 - 0.28
Modelo I vrd2
hf = As = cm cm²/N)
X = 3.91 tf/N
4.0 cm 0.57 h=
1ø6.3 c/N vsw = 0.00 tf/N
12.0 cm asw = 0.00
cm²/N (0.31
A's = cm²/N) cm²/m
0.00 fiss = 0.16
cm²/N mm
L1
bw = 9.0
cm Md =
h=
252 As = 0.69
12.0 cm
bf = kgf.m/N cm²/N
vsd = 0.64 tf/N
112.0 cm 1ø10.0
bw = 9.0 vrd1 = 0.60 tf/N
hf = cm c/N vrd2 = 3.12 tf/N
Y As =
4.0 cm h= (0.79 vsw = 0.00 tf/N
0.69 asw = 0.00
12.0 cm cm²/N)
cm²/N A's cm²/m
fiss =
=
0.00 0.03 mm
cm²/N

Dados das Lajes Sem Nervura

Cobertura fck = 250.00 kgf/cm² E = 238000 kgf/cm² Peso Espec = 2500.00 kgf/m³
Lance 2 cobr = 2.50 cm

Seção Cargas
(cm) (kgf/m²)
H ee ec enx eny eex eey Peso Acidental Paredes
Laje Tipo Total
Próprio Revestimento Outras
Treliçada 12 8.00 9.00 375.00 50.00 0.00 0.00
L1 150.96 250.96
1D 4.00 9.00 30.00 50.00
24

Resultados da Laje Sem Nervura

Cobertura fck = 250.00 kgf/cm² E = 238000 kgf/cm² Peso Espec = 2500.00 kgf/m³
Lance 2 cobr = 2.50 cm

Espessura Carga Mdx(kgf.m/m) Mdy(kgf.m/m) Flecha


Nome Asx Asy
(cm) (kgf/m²) (cm)
As = 0.57
cm²/N As =
(TR 0.69 cm²/N
-
L1 12 250.96 657 66 06644 - 0.28 (1ø10.0
1.68
cm²/N) c/N - 0.79
(1ø6.3 c/N - cm²/N)
0.31 cm²/N)

RESUMO DO AÇO - Lajes do pavimento Cobertura

Comp. Total (m) Peso + 10 %


Aço Diâmetro
(kg)
CA50 10.0 5.2 3.6

Vol. Área
Peso total (kg) concreto total de forma
(m³) total (m²)
CA50 3.6 1.1 0.00
C-25

Vigotas pré-moldadas - Lajes do pavimento Cobertura


25

Compr. Adic. Treliça Armadura adicional


Compr. (cm)
Laje Vigota Quant Compr. Compr. (cm) Gancho (cm) Tot
(cm) Tipo (cm) Armadura al(c
m)
L1 VT1a 12 410 3 TR 06644 416 1ø6.3 c/N 416 7 427

Armaduras treliça
bv Altura Base
Laje hv (cm) Treliça (mm) S (cm)
(cm) (cm) (cm)
øsup ødiag øinf
L1 12 3 TR 06644 6 8 6.0 4.2 4.2 20

3.3.4.2 O SEGUNDO EXEMPLO


O Segundo exemplo o calculo das lajes com nervuras transversais aplicadas.

Cálculos das Lajes Com Nervura

Cobertura fck = 250.00 kgf/cm² E = 238000 kgf/cm² Peso Espec = 2500.00


kgf/m³
Lance 2 cobr = 2.50 cm
26

ARMADURAS POSITIVAS (LAJE)


Momento positivo Momento negativo Arma
Cisal
Armadur dura
hame
a inferior superi
nto
Laj Dire or
e ção Verifica Verific Verifica Verific
ção ação ção ação
Seç Flex axial axial Seç Flexã axial axial
ão ão (compr (traçã ão o (compr (traçã
essão) o) essão) o)
bw = vsd =
9.0 0.11
cm Md = tf/N
h= As = 0.34 vrd1
78 =
12.0 cm²/N
cm kgf. 0.58
(TR tf/N
bf = m/N bw = 06644 Mod
39.0 As = 9.0 - 0.28
cm 0.14 elo I
cm vrd2
L1 X hf = cm²/N)
cm²/ h= =3.9
4.0 1ø5.0 c/N
N 12.0 1 tf/N
cm (0.20 vsw =
A's = cm
cm²/N) 0.00
0.00 fiss = tf/N
cm²/ 0.01 mm asw =
N 0.00
cm²/
m
bw = vsd =
9.0 Md = 0.04
As = 0.34
cm 78 cm²/N tf/N
h= kgf. vrd1
(TR =
12.0 m/N bw = 06644
cm 0.58
As = 9.0 - 0.28 tf/N
bf = cm
0.14 cm²/N) Mod
L2 X 39.0 h=
cm cm²/ elo I
1ø5.0 c/N
hf = 12.0 vrd2
N A's (0.20
cm =
4.0 = cm²/N) 3.91
cm 0.00 tf/N
fiss =
cm²/ vsw =
0.00 mm
N 0.00
tf/N
27

asw =
0.00
cm²/
m

bw = vsd =
9.0 0.11
cm tf/N
Md = vrd1
h= As = 0.34
78 cm²/N =
12.0 0.58
cm kgf. (TR tf/N
bf = m/N bw = 06644 Mod
39.0 As = 9.0 - 0.28 elo I
cm 0.14 cm
L3 X cm²/N) vrd2
hf = h=
cm²/ 1ø5.0 c/N 3.91
4.0 12.0 tf/N
N A's (0.20
cm cm vsw =
= cm²/N) 0.00
0.00 tf/N
fiss =
cm²/ 0.01 mm asw =
N 0.00
cm²/
m

Esforços cortantes Legenda deslocamento


28

Exemplo de laje com nervuras Exemplo de laje com nervuras

Momentos Fletores Momentos torsores

Dados das Lajes Com Nervura

Cobertura fck = 250.00 kgf/cm² E = 238000 kgf/cm² Peso Espec = 2500.00


kgf/m³
Lance 2 cobr = 2.50 cm
29

Seção Cargas (kgf/m²)


(cm)
H ee ec enx eex Peso Acidental Paredes
Laje Tipo Total
eny eey Próprio Revestimento Outras
Treliçada 8.00 9.00 30.00 50.00 0.00
L1 12 147.38 247.38
1D 4.00 50.00 0.00
Treliçada 8.00 9.00 30.00 50.00 0.00
L2 12 147.38 247.38
1D 4.00 50.00 0.00
Treliçada 8.00 9.00 30.00 50.00 0.00
L3 12 147.38 247.38
1D 4.00 50.00 0.00

Resultados da Laje Com Nervura

Cobertura fck = 250.00 kgf/cm² E = 238000 kgf/cm² Peso Espec = 2500.00


kgf/m³
Lance 2 cobr = 2.50 cm

Espessur Carga Mdx Mdy Flecha


Nom
a (cm) (kgf/m² (kgf.m/m (kgf.m/m Asx Asy (cm)
e
) ) )
As = 0.34
cm²/N
(TR 06644 - -
L1 12 247.38 129
0.28cm²/N) 0.99
(1ø5.0 c/N -
0.20cm²/N)
As = 0.34
cm²/N
(TR
06644 - -
L2 12 247.38 17
0.28 cm²/N) 1.00
(1ø5.
0 c/N - 0.20
cm²/N)
As =
0.34 cm²/N -
L3 12 247.38 129
(TR 06644 - 0.99
0.28 cm²/N)
30

(1ø5.0 c/N -
0.20 cm²/N)

Vigotas pré-moldadas - Lajes do pavimento Cobertura

Compr Treliça Armadura


. Adic. adicional
Laj Vigot Quan Compr (cm)
Compr Compr Ganch Tota
e a t . (cm) Armadur
Tipo . (cm) . (cm) o (cm) l
a
(cm)
L1 13 3 TR 6
1ø5.0
VT1a 170 0664 176 176 185
c/N
4
13 60 3 TR 66 66 6 75
1ø5.0
L2 VT2a 0664
c/N
4
L3 13 3 TR 6
1ø5.0
VT3a 170 0664 176 176 185
c/N
4

Armaduras
bv hv Altura Base S
Laje Treliça treliça (mm)
(cm) (cm) (cm) (cm) (cm)
øsup ødiag øinf
L1 12 3 TR 06644 6 8 6.0 4.2 4.2 20
31

L2 12 3 TR 06644 6 8 6.0 4.2 4.2 20


L3 12 3 TR 06644 6 8 6.0 4.2 4.2 20

A laje treliçada com enchimento em EPs, e sem a aplicação das nervuras de


transversais apresentou com resultado 656 kgf/m nos estudos dos cálculos do Ebarec,
e para atingirmos o objetivo do estudo fez-se o cálculo da laje treliçada com enchimento
em Eps, com a aplicação das duas (2) nervuras transversais obtendo o resultado
esperado da redução do momento fletor de 656 kgf/m, para 128 kgf/m uma significativa
redução como resultado de ganho em redução do momento fletor de 528 kgf/m, no
entanto, porém, baseado nos estudos dos cálculos aqui apresentados não recomenda-
se a aplicação de nervuras transversais nestas condições de sistema sob as seguintes
justificativas: ao aplicar as nervuras transversais (Nervuras de Travamento), a carga da
laje em sua totalidade concentrou-se nas nervuras transversais, não tanto distribuída nas
vigas laterais, o que através das nervuras com o peso concentrado ocasionou momentos
torsores autos nas vigas de 4 m das extremidades, e para compensar obrigou-se a
aumentar os dimensionamento das vigas que eram de 15 cm x 20 cm para 15 cm x 30
cm ou seja, ao aplicar as nervuras transversais a estrutura teve que ser aumentada
ocasionando também o aumento de matérias estruturais e consequentes financeiros na
ordem de 50 a 75 % do valor da obra o que tornaria economicamente inviável, sendo
que sem a aplicação das nervuras transversais a laje do sistema em estudo já suportava
as cargas, sem o aumento do momento torsor nas vigas que provocaria o aumento bem
maior da sessão e da armadura. Pois com a aplicação das nervuras só se teriam ganhos
na redução dos momentos fletores. No entanto a laje resistiriam as cargas nelas
aplicadas mesmo tendo um momento fletor entorno de 656 kgf/m.

3.3.5 Instalação das armaduras de distribuição e negativas

Com a laje totalmente preenchida com as vigotas e os blocos de enchimento, é


dado o momento para a colocação das ferragens de distribuição e as ferragens
negativas. Vale ressaltar que para esta etapa, é de suma importância que seja dada a
devida atenção às orientações e recomendações estipuladas pelo projeto estrutural. O
não cumprimento desta etapa, pode gerar problemas irreversíveis para a laje. O
responsável pela instalação (ferreiro), iniciou a etapa com a instalação das ferragens de
distribuição. O material utilizado foram telas pré-fabricadas de aço soldado, constituídas
por fios de aço CA-60 nervurado, material de alta resistência mecânica, sobreposto e
soldados entre si em todos os pontos de cruzamento, formando malhas quadradas. O
processo consistiu basicamente em colocar as ferragens no sentido transversal às
vigotas, tendo apenas o devido cuidado em posicionar as telas de modo que ficasse no
meio da capa. A figura 06 ilustra o processo de colocação das armaduras de distribuição.

Figura 06
32

Fonte: Os autores

Com as ferragens de distribuição instaladas, encerra-se essa etapa do processo


com a colocação das armaduras negativas. O procedimento é simples, porém deve-se
seguir rigorosamente as orientações de locação das armaduras (contidas no projeto
estrutural) para que ela seja colocada apenas nas regiões onde o momento negativo irá
atuar. Geralmente essas regiões são sobre vigas e na passagem de uma laje para outra.

3.3.6 Concretagem da laje

Nessa etapa é praticamente o encerramento do processo de montagem da laje.


É a etapa mais importante e delicada da obra, pois qualquer erro que tenha sido
executado nas atividades anteriores pode acarretar seríssimos problemas que podem
prejudicar a concretagem.
Antes da realização da concretagem foi realizado uma limpeza na laje
despejando água, de modo que fosse removido qualquer indício de partículas ou
resíduos existentes na laje. A água serve também para saturar os blocos e as nervuras,
para que no momento do despejamento do concreto, a nata do concreto não seja perdida
para esses elementos. Nessa etapa deve-se ter o cuidado para não jogar água
concomitantemente com o concreto, pois isso pode acarretar na modificação da
resistência característica do concreto.
Com a laje livre de impurezas e totalmente saturada é dada a partida para iniciar
a concretagem. O concreto foi espalhado preenchendo todos os espaços vazios,
33

principalmente nos encontros entre as vigas e os blocos de enchimento (EPS) garantindo


a solidez do conjunto. Foi fundamental o uso do vibrador, pois ele garantiu o total
adensamento do concreto na laje. As figuras 07 e 08 ilustram a etapa da execução da
concretagem.

Figura 07: EXECUÇÃO DA CONCRETAGEM

Fonte: Os autores
34

Figura: 08 EXECUSAO DA CONCRETAGEM

Fonte: Os autores

3.3.7 Cura do concreto

Após terminado a concretagem da laje, é iniciado o processo de cura do concreto.


A cura do concreto é a técnica que visa à hidratação do concreto com o objetivo de
diminuir os efeitos da evaporação prematura da água na estrutura concretada, que tem
como consequência o surgimento de fissuras e trincas. A NBR 14931/2004, diz que
enquanto não atingir o endurecimento satisfatório, o concreto deve ser curado e
protegido contra agentes prejudiciais para: evitar a perda de água pela superfície
exposta, assegurar uma superfície com resistência adequada e assegurar a formação
de uma capa durável. A norma NBR 14931/2004, fala também que para elementos
estruturais de superfície como as lajes, a cura deve ocorrer até que o concreto alcance
a resistência à compressão igual ou superior a 15Mpa.
O tratamento para cura da laje em estudo, durou algo em torno de dez dias.
Durante dez dias realizou-se o processo de hidratação da laje. Molhava-se a laje com
frequência no intuito de evitar o seu ressecamento. O procedimento era realizado duas
vezes ao dia, sempre respeitando os horários indicados que eram por volta das 8h e 15h.
.
35

Após realizado o tratamento de cura do concreto, o próximo passo é apenas


esperar que a laje atinja o seu período de cura total, que segundo a norma NBR 6118,
pode durar de 18 a 28 dias. Contados a partir da data de concretagem.

4. RESULTADOS E DISCUÇÕES

Diante do estudo apresentado e da análise realizada do processo construtivo da


laje, foi possível identificar as principais vantagens que a laje pré-moldada com vigotas
treliçadas pode nos proporcionar e as vantagens e desvantagens da aplicação das
nervuras transversais (Nervuras de Travamento) nas dimensões citadas neste estudo
que são:

• A redução do peso próprio da laje, redução do tempo gasto para executar a laje em
comparação com as lajes convencionais;
• Possui a capacidade de vencer grandes vãos com quantidade mínima de altura,
redução no uso de formas e escoras;
• Redução da mão de obra, facilidade de execução;
• Possui a capacidade de ser executada sem vigas, necessitando apenas de elementos
que evitem a punção de pilares;
• Possuem menores momentos em grandes vãos se comparadas com as lajes maciças;
• Redução nos momentos fletores permitindo uma maior instabilidade se aplicado as
nervuras transversais;

36

5. CONCLUSÃO

Nesse trabalho apresentou-se como principal objetivo analisar o processo


construtivo e detalhamento de uma laje pré-moldada com vigotas treliçada unidirecional
bi apoiada, e a aplicação de nervuras de travamento identificando os principais
problemas decorrentes de sua execução e apresentando as principais vantagens que
esse sistema construtivo nos proporciona.
Cito que foram explanados alguns conceitos de fundamentos referentes a lajes.
Como a exposição do que se refere a elementos de superfície planos sujeitos
principalmente a ações normais a seu plano. Que na maioria das vezes as lajes estão
classificadas como lajes maciças e lajes pré-moldadas.
As maciças, são as convencionais lajes de concreto armado, definidas como
placas com espessura uniforme, sendo apoiadas ao longo de suas extremidades. Já as
pré-moldadas, são as lajes constituídas por elementos pré-fabricados.
JÁ laje objeto de estudo para essa pesquisa, foi a laje pré-moldada com vigotas
treliçadas. Que conforme foi definido neste trabalho, é um tipo de laje formada por uma
vigota com armação treliçada, por blocos de enchimentos, por armadura de distribuição
e negativa e, por uma capa de concreto. Esse tipo de laje, é considerada um método
construtivo totalmente vantajoso e revolucionário, pois apresenta características que
beneficiam a obra como um todo.
Diante do que foi colocado neste trabalho, e levando em consideração o
acompanhamento realizado in-loco. Pode-se dizer, que as lajes com vigotas treliçadas é
uma opção de laje que oferece uma gama de benefícios para a sua obra.
Disponibilizando recursos que os métodos convencionais de lajes não oferecem.
Sendo assim, fica constatado no fim desta pesquisa, que o método construtivo
analisado apresentou ser a melhor solução técnica e econômica para esta modalidade,
por apresentar as maiores vantagens e facilidades construtivas.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto – procedimentos. Rio de Janeiro. ABNT, 2007.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9062: Projeto e


execução de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de Janeiro. ABNT, 1985.
37

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14859 – 1: Laje


pré-fabricada – requisitos – Parte 1; Lajes unidirecionais. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14862:


Armaduras treliçadas eletrossoldadas – requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14931: Execução


de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ARAUJO, José M. Curso de concreto armado. Editora Dunas. Rio Grande, 2003.

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BARROSO, M. C. Notas de aula – Curso técnico em Edificações. Instituto Federal de


educação, Ciência e Tecnologia, Rio Grande do Norte, 2011.

BORGES, J. U. Critérios de projeto de lajes nervuradas com vigotas pré-fabricadas.


Dissertação do mestrado, USP, São Paulo, 1997.

BRUMATTI, Dioni O. Uso de pré-moldados - Estudo e viabilidade. Monografia. Vitória:


Universidade Federal de Minas Gerais, 2008.

CHAVES, Roberto. Manual do construtor: para engenheiros, mestres de obras e


profissionais de construção em geral. Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia
de São Carlos – USP. São Carlos, 2012. 25

CAIO, Felipe. Análise comparativa entre sistemas estruturais de lajes maciças e


nervuradas treliçadas. Trabalho de Conclusão de Curso. Lajeado: Centro Universitário
UNIVATES, 2014.

CUNHA, M. O. Recomendações para projetos formados por vigotas com armação


Treliçada. 2012. 87f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de
Engenharia de são Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2012.

docplayer.com.br

Manual Técnico de Lajes Treliçadas. Disponível em: Acesso em: 01.05.2019

tuper.com.br

lajesalema.com.br

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