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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO
CIVIL
FORTALEZA
2018
BRUNO CAVALCANTE MOTA
JACKELINE SOUSA ALMEIDA
MARCOS MAIA DOS SANTOS
RAYSSA DE SOUSA CARNEIRO
FORTALEZA
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5
2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 6
3. METODOLOGIA................................................................................................... 6
4. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS, DIMENSIONAMENTO E
LANÇAMENTO ESTRUTURAL ................................................................................ 7
5. APLICAÇÕES DOS MODELOS PARA ANÁLISE DA ESTRUTURA .......... 9
5.1. Modelo de Viga Contínua................................................................................ 9
5.1.1. Análise da viga V14 ................................................................................... 9
5.1.2. Análise da viga V23 ................................................................................. 19
5.2. Modelo de viga contínua com apoios elásticos com rigidez equivalente aos
pilares......................................................................................................................... 30
5.2.1. Análise da viga V14 ................................................................................. 30
5.2.2. Análise da viga V23 ................................................................................. 32
5.3. Modelos de pórtico plano indeslocável......................................................... 44
5.3.1. Análise do Pórtico da Viga V14 ............................................................... 44
5.3.2. Análise do Pórtico da Viga V23 ............................................................... 47
5.4. Modelo de pórtico plano deslocável ............................................................. 50
5.4.1. Análise do pórtico da viga V14 ................................................................ 50
5.4.2. Análise do pórtico da viga V23 ................................................................ 54
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................... 58
6.1 Viga contínua sem engastamento elástico com os pilares e viga contínua com
engastamento elástico com os pilares ...................................................................... 58
6.2 Pórticos deslocáveis e Pórticos indeslocáveis ................................................... 58
7. Considerações Finais ............................................................................................ 61
Referências .................................................................................................................... 62
1. INTRODUÇÃO
O Método dos Deslocamentos consiste em um método de análise estrutural bastante
utilizado para análise e dimensionamento de estruturas complexas. O método dos
deslocamentos, também conhecido como método da rigidez, usa a rigidez dos elementos para
formar um sistema de equações, relacionando os deslocamentos com as cargas que atuam na
estrutura.
O Método dos Deslocamentos considera os três grupos de condições básicas da
Análise Estrutural: condições de equilíbrio, condições de compatibilidade entre deslocamentos
e deformações e condições impostas pelas leis constitutivas dos materiais. Entretanto, em
oposição ao Método das Forças, o Método dos Deslocamentos resolve o problema na ordem
inversa: os esforços nas barras da estrutura são obtidos com base nos deslocamentos e nas
matrizes de rigidez de cada elemento isolado, ou seja, neste método determinam-se inicialmente
os deslocamentos e indiretamente, a partir destes, os esforços.
Um princípio utilizado no método é a Superposição de Efeitos, envolvendo as ações
externas, que são conhecidas, e uma estrutura cineticamente estática, artificialmente criada para
alterar o modelo original, de tal modo que seus deslocamentos sejam nulos. O primeiro passo é
determinar o número de deslocabilidades, de nós desconhecidos ou graus de liberdade e
construir a estrutura restringida (com seu carregamento externo, incluindo efeitos de
temperatura e deslocamentos de apoio) proporcionando um número correspondente de vínculos
artificiais, na qual todos os deslocamentos de nós são nulos. O segundo passo é analisar a
estrutura restringida, para valores unitários de deslocamentos dos nós desconhecidos, e
determinar as ações pertinentes, que são as ações correspondentes aos nós desconhecidos, ações
de extremidade e reações de apoio. Ao final da análise determinam-se as deslocabilidades e
com a utilização do Princípio da Superposição determinam-se os esforços seccionais da
estrutura.
O presente trabalho tem como objetivo se utilizar do Método dos Deslocamentos
para analisar a estrutura de um edifício, realizando cálculos manuais e comparando-os com a
solução do software Ftool que também se utiliza do método em sua programação Além disso
será discutida a análise de um pórtico sujeito a diferentes condições de apoio, ou seja, a estrutura
será analisada por quatro modelos distintos: o de viga continua, de viga contínua com apoios
elásticos para simular a rigidez dos pilares, o de pórtico plano indeslocável e o de pórtico plano
deslocável com seus respectivos esforços e flechas. Ao final de todo esse processo serão feitas
as devidas comparações das soluções obtidas
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2. OBJETIVOS
Realizar a análise estrutural das vigas V14 e V23 do projeto apresentado no Anexo
A -Planta Baixa do Bloco 707, aplicando o Método dos Deslocamentos sob o modelo de viga
contínua, de viga contínua com engates elásticos para os pilares e comparar com os valores
obtidos na aplicação das vigas analisadas em pórtico plano indeslocável e pórtico plano
deslocável.
3. METODOLOGIA
No método dos deslocamentos as incógnitas iniciais são os deslocamentos dos nós
oriundos da discretização da estrutura em análise e escolhidos de maneira adequada. Seus
resultados são obtidos através da solução de um sistema de equações algébricas lineares de
equilíbrio. Os deslocamentos são nomeados como um grau de liberdade, e sua quantificação
grau de indeterminação cinemática.
Designaremos por indeterminação cinemática o número de restrições (vínculos)
necessárias para eliminar os deslocamentos dos nós da estrutura. Por outras palavras, diremos
que o grau de indeterminação cinemática é a soma dos graus de liberdade independentes, de
todos os nós da estrutura, inclusive os apoios.
A metodologia para a análise de uma estrutura pelo método dos deslocamentos inicia-
se com a determinação do grau de indeterminação cinemática e escolhe-se um sistema de
coordenadas de modo a poder-se identificar a posição e a direção dos deslocamentos dos nós.
Em seguida são introduzidas forças de restrição que impedem os deslocamentos dos nós (as
forças são do mesmo tipo, sentido e direção dos deslocamentos impedidos).
Depois determinam-se as forças de restrição somando as forças de fixação dos
extremos das barras convergentes nos nós, tais forças devem impedir os deslocamentos para
qualquer tipo de ação externa quer sejam cargas, variações de temperatura, deslocamentos
prescritos, etc. Estas ações podem ser consideradas separadamente ou em conjunto.
Se na estrutura que está a ser analisada existir aí algum deslocamento prescrito, por
exemplo, um assentamento de apoio, as forças de restrição correspondentes ao impedimento
deste deslocamento devem ser consideradas nesta etapa. Determina-se ainda nesta fase os
esforços internos nas barras correspondentes as forças de restrição. Depois segue-se para a
análise da estrutura considerada deformada de tal modo que numa das coordenadas
generalizadas o deslocamento seja unitário e nulo em todas as outras. As forças necessárias para
levar a estrutura a esta configuração são então calculadas sendo o procedimento repetido para
cada uma das restantes coordenadas as generalizadas (restrições impostas inicialmente).
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Logo em seguida são determinados os deslocamentos necessários para eliminar as
forças de restrição, aplicando a sobreposição dos efeitos para os diversos deslocamentos
impostos e igualando às forças de restrição, por fim, os esforços na estrutura original são obtidos
adicionando aos esforços na estrutura restringida os esforços originados pelos deslocamentos
calculados anteriormente.
A equação de equilíbrio do método tem três constituintes: a matriz de rigidez que é
constituída por seus coeficientes de rigidez, um vetor de deslocamentos e um vetor de forças
externas. Vale ressaltar que devido a independência entre os deslocamentos e considerando
que os vínculos na estrutura impedem o deslocamento de corpo rígido, a matriz de rigidez é não
singular, conduzindo, então, a uma única solução. O produto da matriz de rigidez pelo vetor de
deslocamentos representa as forças restitutivas elásticas desenvolvidas na estrutura deformada,
equilibrando as forças nodais combinadas, no caso o vetor de forças. Tais forças atuam em
configuração deformada entretanto as equações de equilíbrio são desenvolvidas na
configuração deformada assumindo a hipótese da análise com pequenos deslocamentos. Para
as barras retas de seção transversal constante e considerando nulo o efeito das deformações
devido ao esforço cortante os coeficientes de rigidez da estrutura são determinados pela soma
dos coeficientes de rigidez da barra.
A relação de rigidez das estruturas, podem desse modo ser representadas pela
combinação linear 𝑓 = 𝑢𝑘, onde f é o vetor de forças, u é o vetor de deslocamentos e k é a
matriz de rigidez.
O concreto utilizado na edificação possui fck = 30 MPa, o edifício se
encontra na cidade de Fortaleza, e foram consultadas as normas NBR 6118 – Estruturas de
Concreto Armado e NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações
Nesse trabalho utilizou-se a NBR 6118 e a NBR 6120, que estabelecem os limites
para que a estrutura a ser dimensionada seja segura e adequada para o uso. Seu início se deu na
locação estrutural (vigas, lajes e pilares), seguindo para determinação das dimensões das peças
estruturais e por fim a determinação das cargas atuantes para as lajes e as vigas.
Vale ressaltar que para essa etapa do projeto consideramos o cálculo de
dimensionamento das peças, dessa maneira as dimensões das vigas, das lajes e dos pilares já
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foram determinadas anteriormente e a partir dessas informações começamos a etapa de
determinação dos esforços. As dimensões das peças tornaram-se viáveis por não permitir a
deformação excessiva, seja por efeitos de carregamento (considerando a fluência), seja para
garantia de conforto visual e atendimento de características de vibrações.
Algumas considerações foram feitas para o lançamento da estrutura, como no
dimensionamento da escada que teve sua carga substituída pela carga de uma laje maciça de
mesma área da escada em planta, com espessura das lajes vizinhas. Foi feito uso de pilares
parede na caixa do elevador. Outro critério foi a padronização da base das vigas (20cm) devido
os poucos casos de necessidade de valores menores que 20 cm. As alvenarias de dimensões
consideráveis foram suportadas pela adição de vigas na sua base. As cargas de paredes nas lajes
de extremidade foram divididas entre elas e a laje a cima ou a baixo, dependendo de sua posição.
Nas salas de aula e áreas de circulação, foram utilizados pisos de alta resistência em
placas de 50x50 cm. Nos banheiros, foram utilizadas cerâmicas esmaltadas, 34 x 34 cm, PEI 4.
No forro das áreas de circulação e banheiros, foram utilizados forro em gesso acetonado com
acabamento em pintura acrílica. Nas salas de aula, serão utilizados forro em placas moduladas
de isopor autoextinguivel (isoterm ou similar) pintada em fábrica.
Já para as cargas acidentais e permanentes consultou-se a NBR 6120 - Cargas para
o cálculo de estruturas de edificações, onde:
Cargas Acidentais: 3 kN/m² pra salas de aula/corredor e 2 kN/m² para banheiro
Piso de alta resistência 50 x50: 1,5 kN/m²
Para condições de apoio nas lajes e processo de vinculação foram usados os 3
critérios: no mínimo a mesma espessura, e 2/3 de Lx e Ly.
Para a obtenção da carga nas vigas utilizou-se o Método das Charneiras Plásticas.
Esse método consiste em dividir a laje em áreas de influência de cada uma das vigas que servem
de apoio para a placa, multiplicar as cargas distribuídas sobre a laje (levando em conta o peso
próprio, paredes, revestimento e sobrecarga) pela área de influência e dividir o resultado pelo
comprimento da viga obtendo assim, uma carga por unidade de comprimento.
As linhas de ruptura, usadas para a formação do polígonos responsáveis pela
determinação das áreas de influência, são traçadas segundo o processo abaixo:
Formam ângulos de 45° entre apoios de mesmo tipo;
Ângulos de 60° a partir do apoio considerado engastado, caso o outro for
simplesmente apoiado;
8
Ângulos de 90° a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.
9
Tabela 1. Dimensões da viga 14.
Dimensões da viga 14
b (cm) 0.20
h (cm) 0.65
Onde,
αE =1,0
𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎
Com a definição das propriedades, foi analisada a viga 14 sem o apoio elástico. Para
facilitar a solução, as cargas do trecho em balanço foram transferidas para o apoio extremo da
direita, como mostrar a Figura 3, onde diferente da V14 com o apoio elástico, aqui também
10
surge uma força pontual no ponto A devido ao carregamento distribuído existente anterior a
ele.
Nesse caso é considerado o efeito dos esforços gerados na estrutura devido às cargas
externas, enquanto os apoios estão restringidos à rotação, de forma que os elementos virtuais
suportem todo o momento ao qual a estrutura é submetida, simulando um engasgamento
perfeito. Os momentos anti-horários são positivos.
Figuras 5 a 8. Sistema Principal da viga V14 com cargas e seus efeitos
11
Barra 1:
𝑀 56,4640
𝑀𝐵2 = = = 28,232 𝐾𝑁𝑚
2 2
𝑀𝐴 = 56,4640𝐾𝑁𝑚
𝑅𝐴 = 129,5387 𝐾𝑁
𝑅𝐵 = 95,5864 𝐾𝑁
Barra 2:
𝑞𝐿 9,414𝑋 2,1490
𝑅𝐵 = 𝑅𝐶 = = = 10,1153 𝐾𝑁
2 2
12
Barra 3:
−𝑀 −53,6895
𝑀𝐶2 = = = −26,8447 𝐾𝑁𝑚
2 2
𝑀𝐷 = 53,7 𝐾𝑁𝑚
𝑅𝐶 = 96,0358 𝐾𝑁
𝑅𝐷 = 124,5513𝐾𝑁
Nessa etapa, é considerada apenas uma rotação unitária no apoio B para gerar as
reações na viga.
13
Figuras 9 a 12. Sistema Principal com θ1=1,0 e seus efeitos.
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio B a estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura 10 abaixo:
Barra 1:
K A =0
𝑅𝐵 = −𝑅𝐴
Barra 2:
14
Os coeficientes de rigidez são:
𝐾𝐵
𝐾𝐶 = = 114,3244 𝑋 103 𝐾𝑁𝑚
2
𝑅𝐶 = −𝑅𝐵
Nessa etapa, é considerada apenas uma rotação unitária no apoio C para gerar as
reações na viga.
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio C a estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura 14 abaixo:
15
Barra 2:
𝐾𝐶
𝐾𝐵 = = 114,3244 𝑋 103 𝐾𝑁𝑚
2
𝑅𝐶 = −𝑅𝐵
Barra 3:
16
3𝐸𝐼 3 𝑋 1,2284 𝑋 105
𝐾𝐶 = = = 48,17570 𝑋 103 𝐾𝑁𝑚
𝐿 7,6496
𝐾𝐷 = 0
𝑅𝐷 = −𝑅𝐶
θ1
k k12 β
[ 11 ] × [θ2 ] = − [ 10 ]
k 21 k 22 β20
θ1
276,7911 𝑋 103 114,323 𝑋 103 θ −131,4118
[ 3 ] × [ ] = − [ 132,5663 ]
2
114,322𝑋 103 276,821 𝑋 10
θ1
8,108786 × 10−4 𝑟𝑎𝑑
{ θ2 } = { }
−8,137662 × 10−4 𝑟𝑎𝑑
17
𝑀 = 𝑀 + ∑ θ𝑖 𝑀𝑖
𝑖
𝑀𝐴 = −56,5𝐾𝑁𝑚
𝑀𝐷 = −53,6895 𝐾𝑁𝑚
Figura 17. Diagrama de Momentos Fletores para a viga 14 sem apoio elástico
Para a determinação das reações verticais e diagrama do esforço cortante, foi usado:
𝑅 = 𝑅 + ∑ θ𝑖 𝑅𝑖
𝑖
𝑅𝐴 = 129,5387 + 6,297𝑋 103 . 8,108786 × 10−4 = 134,63 𝐾𝑁
18
Figura 18. Diagrama de Esforços Cortantes para a viga 14 sem apoio elástico.
Todo o procedimento descrito aqui para a V14 sem apoio elástico encontra-se
manualmente realizado no ANEXO VII deste trabalho, com os devidos diagramas também
realizados à mão. Na Tabela 3 encontra-se uma comparação entre os momentos fletores obtidos
manualmente e os encontrados no Ftool.
Tabela 2. Comparação dos resultados obtidos à mão e no Ftool para a V14 sem apoio elástico
APOIO MOMENTOS FLETORES (kNm) DIFERENÇA
À MÃO FTOOL (%)
A -56.464 -56.404 0
B -95.8 -95.99 0.2
C -97.14 -96.99 -0.15
D -53.689 -53.689 0
Fonte: A equipe
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Tabela 3. Dimensões da seção transversal da viga 23
Dimensões – Viga 23
b (cm) 20
h (cm) 65
Onde, αE =1,0
𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎
f ck
Onde, αi =0,8.0,2. 80 =0,875
20
Figura 20 – Viga 23 com carregamentos
Nesse caso é considerado o efeito dos esforços gerados na estrutura devido às cargas
externas, enquanto os apoios estão restringidos à rotação, de forma que os elementos virtuais
suportem todo o momento ao qual a estrutura é submetida, simulando um engasgamento
perfeito. Os momentos anti-horários são positivos.
a. Barra 1:
21
Figura 23. Caso 0 – Barra AB
𝑀𝐴 = 0
b. Barra 2:
𝑞𝐿 12,748 𝑋 2,149
𝑅𝐴 = 𝑅𝐶 = = = 13,7515 𝐾𝑁
2 2
c. Barra 3:
22
Figura 25. Caso 0 – Barra CD
−𝑀 −54,817895
𝑀𝐶2 = = = −27,4089 𝐾𝑁𝑚
2 2
𝑀𝐷 = 0
𝑅𝐶 = 213,8 𝐾𝑁
𝑅𝐷 = 198,5 𝐾𝑁
A partir dos momentos calculados, pode-se determinar o vetor forças da análise. Os
coeficientes para cada uma das restrições são:
𝑬𝒕𝒂𝒑𝒂 𝟏 (𝑺𝑷 + 𝜽𝟏 = 𝟏, 𝟎)
Nessa etapa, é considerada apenas uma rotação unitária no apoio B para gerar as
reações na viga.
23
Figura 26. Caso 1 – V23
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio B a estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura 27 abaixo:
a. Barra 1:
K A =0
𝑅𝐵 = −𝑅𝐴
24
b. Barra 2:
𝐾𝐵
𝐾𝐶 = = 114,3229 𝑋 103 𝐾𝑁𝑚
2
𝑅𝐶 = −𝑅𝐵
𝑬𝒕𝒂𝒑𝒂 𝟐 (𝑺𝑷 + 𝜽𝟐 = 𝟏, 𝟎)
Nessa etapa, é considerada apenas uma rotação unitária no apoio C para gerar as
reações na viga.
25
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio C a estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura abaixo:
Figura 31. Caso 2 - Deformada
a. Barra 2:
Figura 32. Caso 2 – Barra BC
𝐾𝐶
𝐾𝐵 = = 114,3229 𝑋 103 𝐾𝑁𝑚
2
𝑅𝐶 = −𝑅𝐵
b. Barra 3:
26
Figura 33. Caso 2 – Barra CD
𝐾𝐷 = 0
𝑅𝐷 = −𝑅𝐶
k11 k12 θ β
[ ] × [ 1 ] = − [ 10 ]
k 21 k 22 θ2 β20
27
A solução do sistema de equilíbrio resulta em:
𝐸 = 𝐸0 + ∑ 𝑑𝑖 𝐸𝑖
𝑖
𝑀 = 𝑀 + ∑ θ𝑖 𝑀𝑖
𝑖
𝑀𝐴 = 0
𝑀𝐷 = −54,817885 𝐾𝑁𝑚
28
Figura 34. Diagrama de Momento Fletor da V23 considerando viga contínua
Para a determinação das reações verticais e diagrama do esforço cortante, foi usado:
𝑅 = 𝑅 + ∑ θ𝑖 𝑅𝑖
𝑖
29
Abaixo contém a Tabela 4 com a comparação dos resultados obtidos à mão e no
Ftool para a V23 sem apoio elástico.
Tabela 4. Comparação dos resultados obtidos à mão e no Ftool para a V14 sem apoio elástico
APOIO MOMENTOS FLETORES (kNm) DIFERENÇA
À MÃO FTOOL (%)
A 0 0 0
B +10.4977 +10.52 0.21
C -249.6179 -249.53 -0.035
D -54.8178 -54.61 -0.4
Fonte: A equipe
5.2. Modelo de viga contínua com apoios elásticos com rigidez equivalente aos
pilares
30
Figura 36. Viga 14 simplificada para o método dos deslocamentos
Figura 37. Diagrama de Momentos Fletores para a V14 com apoio elástico.
31
Figura 38. Diagrama de Esforços Cortantes para a V14 com apoio elástico.
Tabela 6. Comparação dos resultados com e sem apoio elástico para a V14
APOIO MOMENTOS FLETORES (kNm) DIFERENÇA
COM APOIO SEM APOIO (%)
Adireito 91.5593 56.464 -38.33
Besquerdo 93.6694 95.8 2.27
Bdireito 60.0630 95.8 59.50
Cesquerdo 60.4077 97.14 60.81
Cdireito 94.0825 97.14 3.25
Desquerdo 90.1421 53.689 -40.44
Para modelar uma viga considerando a rigidez dos pilares na estrutura usam-se
molas com rigidez equivalente a dos pilares. O modelo de engastamento elástico parte do
pressuposto que não ocorre engastamento perfeito entre viga e Pilar, assim o pilar é modelado
como uma composição entre o apoio simples e uma mola de rotação com rigidez k. Essa rigidez
no caso de pórticos em que altura dos pilares é igual em todos os pavimentos é dada pela
seguinte equação:
𝑘 = 𝑘𝑠𝑢𝑝 + 𝑘𝑠𝑢𝑝
32
Onde:
k: coeficiente de elasticidade da mola equivalente a rigidez do pilar
Diferente do primeiro modelo para a análise da viga 23, onde apenas os apoios
intermediários foram restringidos, como consideramos o efeito da rigidez dos pilares é
necessário restringir à rotação também dos apoios extremos. Sendo assim, o sistema principal
é composto por quatro apoios restringidos, como mostra a Figura 39
33
Figura 40. Carregamento com balanço transferido
a. Barra 1
b. Barra 2
34
Figura 42. Etapa 0 – Barra BC
Nos casos seguintes impõe-se uma rotação unitária (1,0 rad) no sentido anti-horário
em cada nó restringido e analisa-se os esforços resultantes. A viga possui seção 20x15cm² e a
rigidez a flexão EI estimada e usada foi de 1,2284 × 105 𝑘𝑁𝑚². Com o auxílio da Tabela XX
determinou-se a matriz de rigidez da análise. Vale lembrar que a rigidez da mola equivalente
nos apoios devem ser consideradas nas análises, e dessa maneira farão parte da matriz de rigidez
da estrutura.
35
𝑬𝒕𝒂𝒑𝒂 𝟏 (𝑺𝑷 + 𝜽𝟏 = 𝟏, 𝟎)
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio A estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura 45.
Figura 45. Etapa 1 - Deformada
𝑬𝒕𝒂𝒑𝒂 𝟐 (𝑺𝑷 + 𝜽𝟐 = 𝟏, 𝟎)
36
Figura 46. Etapa 2
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio B a estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura 47.
37
𝑬𝒕𝒂𝒑𝒂 𝟑 (𝑺𝑷 + 𝜽𝟑 = 𝟏, 𝟎)
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio C a estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura 49.
𝑘31 = 0
2𝐸𝐼 2 × 1,2284 × 105
𝑘32 = = = 𝑘32 = 114322,9409 𝑘𝑁𝑚/𝑟𝑎𝑑
𝐿𝐵𝐶 2,149
4𝐸𝐼 4𝐸𝐼 4 × 1,2284 × 105 4 × 1,2284 × 105
𝑘33 = + + 𝑘3 = + + 67934,7135 =
𝐿𝐵𝐶 𝐿𝐶𝐷 2,149 7,6496
38
𝑘𝑁𝑚
𝑘33 = 360814,0193
𝑟𝑎𝑑
2𝐸𝐼 2 × 1,2284 × 105
𝑘34 = = = 𝑘34 = 32116,712 𝑘𝑁𝑚/𝑟𝑎𝑑
𝐿𝐶𝐷 7,6496
𝑬𝒕𝒂𝒑𝒂 𝟒 (𝑺𝑷 + 𝜽𝟒 = 𝟏, 𝟎)
Sob a ação dessa rotação unitária no apoio D a estrutura apresenta uma deformada
semelhante à da Figura 51
𝑘41 = 𝑘42 = 0
39
2𝐸𝐼 2 × 1,2284 × 105
𝑘43 = = = 𝑘43 = 32116,712 𝑘𝑁𝑚/𝑟𝑎𝑑
𝐿𝐶𝐷 7,6496
𝐸 = 𝐸0 + ∑ 𝑑𝑖 𝐸𝑖
𝑖
𝑀 = 𝑀 + ∑ θ𝑖 𝑀𝑖
𝑖
40
𝑀𝐴 = 27,7391 + 111416,9747(−3,93985 × 10−4 ) + 55708,4873(4,32394 × 10−4 ) +
0 × θ3 + 0 × θ4 = 𝑴𝑨 = 𝟕, 𝟗𝟑𝟎𝟓𝒌𝑵𝒎 (anti-horário)
41
4,4101
∑ M𝐵 𝑒𝑠𝑞 = 0 = 4,4101R A − 7,9305 − (17,115 × 4,4101 × ) + 1,5114 →
2
𝐑 𝐀 = 𝟑𝟗, 𝟏𝟗 𝐤𝐍 (para cima)
4,4101
∑ MA = 0 = −4,4101R B1 + (17,115 × 4,4101 × ) + 1,5114 − 7,9305 →
2
R B1 = 36,28 kN
2,149
∑ M𝐶 𝑒𝑠𝑞 = 0 = 2,149R B2 − (12,7980 × 2,149 × ) − 1,5114 + 160,056 →
2
R B2 = −60,02𝑘𝑁
2,149
M𝐵 𝑑𝑖𝑟 = −2,149R C1 + (12,7980 × 2,149 × ) − 1,5114 + 160,056 →
∑ 2
R C1 = 87,53𝑘𝑁
7,6496
∑ M𝐷 𝑒𝑠𝑞 = 0 = 7,6496R C1 − (46,9590 × 7,6496 × ) − 220,8284 + 159,1112
2
→ R C2 = 187,68𝑘𝑁
R B = R C1 + R C2 = 𝐑 𝑪 = 𝟐𝟕𝟓, 𝟐𝟏𝒌𝑵
7,6496
∑ M𝐶 𝑑𝑖𝑟 = −7,6496R C1 + (46,9590 × 7,6496 × ) − 220,8284 + 159,1112
2
→ R D1 = 171,54𝑘𝑁
∑ F𝑦 = 0 → 𝐑 𝐃 = 𝟐𝟐𝟒, 𝟔𝟎𝐤𝐍
42
Figura 53. Diagrama de Esforço Cortante da V23 considerando apoios elásticos
Tabela 9. Comparação dos resultados com e sem apoio elástico para a V23
APOIO MOMENTOS FLETORES (kNm) DIFERENÇA
COM APOIO SEM APOIO (%)
Adireito 7.9305 0 100
Besquerdo 1.5114 +10.4977 594.57
Bdireito 1.5115 +10.4977 594.57
Cesquerdo -160.0506 -249.6179 55.96
Cdireito -220.8284 -249.6179 13.04
Desquerdo -159.1112 -54.8178 65.54
43
5.3.Modelos de pórtico plano indeslocável
Pórticos indeslocáveis são pórticos em que o deslocamento de todos os nós depende
apenas da deformação axial de barras. Para este modelo utilizou-se o software Ftool para análise
do pórtico que contém as vigas consideradas e com a consideração de que este pórtico seja
deslocável, ou seja, não apresenta deslocamentos horizontais. Esta condição foi feita a partir do
acréscimo de um apoio na extremidade de cada viga do pórtico. Vale frisar que a edificação
tem 11 pavimentos-tipo e que se considerou que as cargas se repetem nos pavimentos de piso
e que somente 70% atua na cobertura.
44
Nas figuras seguintes encontram-se os diagramas de momentos fletores e cortantes
para o pórtico da viga V14. Ambos foram feitos para o pórtico com rigidez axial infinita. Para
comparar a viga V14 com o pórtico indeslocável foi escolhida uma viga intermediária no
pórtico da Figura 55, que é apresentada na Figura 56.
45
Figura 57. Diagrama de Esforço Cortante do Pórtico da Viga V14
46
5.3.2. Análise do Pórtico da Viga V23
O carregamento proposto para o pórtico em questão pode ser visto na Figura 59.
Figura 59. Carregamento do pórtico indeslocável da viga V23
47
Figura 60. Diagramas de momentos fletores do pórtico indeslocável da Viga V23 com rigidez
axial infinita
48
Figura 61. Diagramas de esforços cortantes do pórtico indeslocável da Viga V23 com rigidez
axial infinita
49
Figura 62. Deformação do pórtico indeslocável da Viga V23 com rigidez axial infinita
50
Figura 63. Carregamento do pórtico deslocável da viga V14
51
Figura 64. Diagrama de momentos fletores do pórtico deslocável da viga V14
52
Figura 66. Diagrama de Esforços Cortantes para o pórtico deslocável da V14
53
5.4.2. Análise do pórtico da viga V23
54
Figura 69. Diagramas de momentos fletores do pórtico deslocável da Viga V23
55
Figura 70. Diagramas de esforços cortantes do pórtico deslocável da Viga V23
56
Figura 71. Deformação do pórtico deslocável da Viga V23
57
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6.1 Viga contínua sem engastamento elástico com os pilares e viga contínua
com engastamento elástico com os pilares
Nos pórticos, é notado que os esforços nas vigas sofrem influência do carregamento
advindo dos pilares, fazendo com que os esforços não sejam constantes em todos os pavimentos
em cada seção, motivando a escolha de uma viga intermediária para comparação com a viga
resolvida por apoio elástico. Nas tabelas que se seguem, são comparados os momentos
58
encontrados para o caso da viga contínua com apoio elástico e para os pórticos deslocáveis e
indeslocáveis.
Tabela 10. Comparação entre os momentos da viga V14 com apoio elástico e pórtico
indeslocável.
Pontos Momentos (kNm)
Viga com Pórtico Diferença
engaste elástico indeslocável (%)
Aesquerdo 56.464 56.464 0
Adireito 91.5593 78.1878 -14.60
Besquerdo 93.6694 110.3139 17.77
Bdireito 60.063 70.236 16.94
Cesquerdo 60.408 70.175 16.17
Cdireito 94.0825 109.1848 16.05
Desquerdo 90.1421 78.1840 -13.26
Ddireito 53.689 53.689 0
Tabela 11. Comparação entre os momentos da viga V14 com apoio elástico e pórtico
deslocável.
Pontos Momentos (kNm)
Viga com Pórtico Diferença
engaste elástico deslocável (%)
Aesquerdo 56.464 56.464 0
Adireito 91.5593 79.029 -13.68
Besquerdo 93.6694 109.5823 16.99
Bdireito 60.063 70.578 17.51
Cesquerdo 60.408 69.832 15.60
Cdireito 94.0825 109.9157 16.83
Desquerdo 90.1421 77.3427 -14.20
Ddireito 53.689 53.689 0
59
O mesmo foi efetuado para o pórtico gerado pela V23. Os resultados da comparação
seguem abaixo.
Tabela 13. Comparação entre os momentos da viga V23 com apoio elástico e pórtico
indeslocável.
Pontos Momentos (kNm)
Viga com Pórtico Diferença
engaste elástico indeslocável (%)
Aesquerdo 0 0 0
Adireito 7.9305 7,93 0
Besquerdo 1.5114 1,51 0
Bdireito 1.5115 1,51 0
Cesquerdo -160.0506 -160,05 0
Cdireito -220.8284 -220,83 0
Desquerdo -159.1112 -159,11 0
Ddireito -57.82 -54,82 5.19
Tabela 14. Comparação entre os momentos da viga V23 com apoio elástico e pórtico
deslocável.
Pontos Momentos (kNm)
Viga com Pórtico Diferença
engaste elástico deslocável (%)
Aesquerdo 0 0 0
Adireito 7.9305 13,28 67.46
Besquerdo 1.5114 1,31 -13.32
Bdireito 1.5115 1,31 -13.32
Cesquerdo -160.0506 -150,3 -6.09
Cdireito -220.8284 -229,5 3.93
Desquerdo -159.1112 -147,31 7.42
Ddireito -57.82 -54,82 5.19
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Pode-se perceber que os valores encontrados para os esforços de momento fletor
para o modelo de viga contínua com engastamento elástico são praticamente iguais aos
encontrados pelo modelo de pórtico plano indeslocável, uma vez que as molas, presentes nos
apoios da viga, simulam a ligação da viga com a do pilar. Esta associação em um pórtico
funciona como estrutura de travamento que também trabalha como uma estrutura de
contraventamento, assemelhando-se ao contraventamento utilizado no modelo de pórtico
indeslocável.
Uma ressalva válida é que dependendo da viga escolhida para analisar no pórtico,
esses valores tendem a ter uma diferença um pouco maior, mas mesmo assim, ela não continua
tão grande ao ponto de não poder resolver a viga por meio do engaste elástico.
A partir dessas comparações é possível perceber que ao se admitir que as barras
(pilares e vigas) não sofrem deformações normais ao longo de seus eixos, quando são
comparadas as situações deslocáveis e indeslocáveis, a variação percentual entre os valores de
momento obtido são praticamente nulas na maioria dos nós, o que nos leva a perceber que essa
deslocabilidade lateral é muito dependente dessa propriedade.
7. Considerações Finais
Foi perceptível que o método dos deslocamentos é bastante efetivo para o cálculo
dos momentos fletores, reações de apoio e esforços cortantes, obtendo desprezíveis erros entre
o manual e o Ftool, demonstrando a importância do método na Teoria de Estruturas.
A partir da comparação entre os sistemas com apoios elásticos e inelásticos,
permitiu verificar que os apoios elásticos proporcionam uma redução dos momentos no
encontro das vigas com os pilares, podendo acarretar em custos mais econômicos quanto à
armadura, devido a solicitações menores na estrutura nesses pontos.
Quando os modelos de pórtico indeformável e deformável são comparados,
percebe-se um aumento da rigidez apresentada no modelo de pórtico indeformável,
promovendo uma distribuição mais uniforme dos momentos ao longo da viga.
Portanto, para uma análise mais real do que de fato ocorre em uma estrutura, é
preciso considerar a rigidez do pilar. Assim como, a NBR 6118/2014 que trata do projeto de
estruturas de concreto, não permite o uso direto de vigas contínuas, simplesmente apoiadas
sobre os pilares, sem que haja algumas correções quanto aos momentos encontrados quando
comparados aos de engastamento perfeito.
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Referências
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