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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

PPGE3M - Programa de Pós-Graduação de Minas, Metalúrgica e de Materiais


Disciplina de Análise Instrumental – MMD 00013
Andréa Moura Bernardes

Ensaio de Dureza
Alunos: Jéverson de Castilhos
Julia Lucia Saldanha Bentancurt

Porto Alegre, 12 de Dezembro de 2018


TÓPICOS
HISTÓRICO DUREZA POR REBOTE
Shore
DEFINIÇÃO
DUREZA POR PENETRAÇÃO
ENSAIOS MECÂNICOS E Brinell, Rockwell e Vickers
PROPRIEDADES MECÂNICAS
MICRODUREZA
FINALIDADE, VANTAGENS E Knoop e Vickers
CLASSIFICAÇÃO
REFERÊNCIAS
FUNDAMENTOS
DÚVIDAS E SUGESTÕES
DUREZA POR RISCO
Mohs

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Ensaio de Dureza
HISTÓRICO
- Baseados em minerais naturais
Primeiros - Um material riscar outro mais macio
Ensaios de Dureza - Sistema qualitativo e arbitrário de dureza
- Escala Mohs 1822 (1 até 10) mais antiga

- Cobre recozido = Dureza Mohs 3


(risca o gesso e é riscado pela
fluorita)
- Martensita ≈ Dureza Mohs 7

Maioria dos metais entre 4 e 8

- Penetrador forçado contra a superfície de um material


Desenvolvimento - Controle de carga e taxa de aplicação
de Técnicas - Resultados em medidas de profundidade ou tamanho
de impressão
Quantitativas
- São relativas e não absolutas

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Ensaio de Dureza
DEFINIÇÃO
Eng. Metalúrgico Técnico de Usinagem

Dureza

Resistência à deformação
Eng. Mecânico plástica permanente Medida da resistência ao
Projetista corte do metal

Mineralogista

Conhecimento da resistência e
do tratamento térmico ou
Resistência à penetração de mecânico de um metal e da sua Medir a resistência ao risco que
um material duro no outro resistência ao desgaste um material pode fazer em outro

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Ensaio de Dureza
ENSAIOS MECÂNICOS E PROPRIEDADES MECÂNICAS

Ensaios mecânicos permitem a determinação de propriedades mecânicas que


se referem ao comportamento do material quando sob a ação de esforços e que
são expressas em função de tensões e/ou deformações

TENSÕES - representam a resposta interna aos esforços externos que


atuam sobre uma determinada área em um corpo - Resistência - Elasticidade
Estado de Equilíbrio de um Corpo Tensões Normais – Perpendicular a face - Plasticidade - Resiliência
- Tenacidade
(+) tração
(-) compressão
Tensões Cisalhantes – Atuando no plano
1° índice indica o plano o 2° a direção
(+) mesmo sentido do positivo da face
Mohr
(-) mesmo sentido do negativo da face
Estado de Tensões
3 normais (σx, σy, σz )
3 cisalhantes (Ƭxy = Ƭyx, Ƭxz = Ƭzx, Ƭyz = Ƭzy)

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Ensaio de Dureza
FINALIDADE, VANTAGENS E CLASSIFICAÇÃO
Obtenção de Informações do Produto
- Recebimento
- Controle Final
Finalidade Desenvolver Novas Informações sobre os Materiais
- Novos Materiais
- Novos Processos de Fabricação
- Novos Tratamentos

-Tornar a qualidade do produto mais uniforme


- Reduzir os tipos similares de materiais
- Orientar o projetista na escolha do material
-Normalização dos Materiais adequado
Vantagens - Permitir a comparação de resultados obtidos
-Métodos de Ensaios
em diferentes laboratórios
- Reduzir desentendimentos entre produtor e
consumidor

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Ensaio de Dureza
FINALIDADE, VANTAGENS E CLASSIFICAÇÃO
- Destrutivos – inutilização parcial ou total da peça –
Tração, Dureza, Fadiga, Fluência, Torção, Flexão,
Integridade Tenacidade à fratura
Geométrica e
Dimensional da - Não Destrutivos – não comprometem a integridade da
Peça peça - Raios X, Raios у, Ultra-som, Partículas magnéticas,
Líquidos penetrantes

Estáticos – carga aplicada de maneira lenta, induzindo a


Classificação uma sucessão de estados de equilíbrio (processo quase
Velocidade de estático) - Tração, Compressão, Dureza, Flexão e Torção
Aplicação da Carga Dinâmicos – carga aplicada rapidamente ou ciclicamente
– Fadiga e Impacto
Carga Constante – carga aplicada durante um longo
período – Fluência

Ensaios de Fornecem indicações do comportamento do material a um


Fabricação processo de fabricação – Estampabilidade, Dobramento...

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Ensaio de Dureza
FUNDAMENTOS

Dureza Depende

Diretamente das forças de ligação entre os


átomos, íons ou moléculas, assim como da
resistência mecânica
(Plásticos) as forças
Sólidos atuantes entre as moléculas
(Van der Waals) são baixas,
Moleculares
relativamente macios

Sólidos
São mais duros
Metálicos e devido a intensidade
Iônicos das forças de ligação

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Ensaio de Dureza
FUNDAMENTOS

Dureza Pode Ser Aumentada

a) Tratamentos especiais como a adição de soluto


b) Trabalho a frio
c) Endurecimento por precipitação ou tratamentos térmicos

a) b) c)

Sólidos de Ligação São os materiais conhecidos de maior


Covalente dureza

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR RISCO
- Pouco utilizado nos materiais metálicos
- Aplicação no campo da mineralogia

- Ordenada de 0 a 10 com minerais padrões


(diamante – dureza ao risco 10)
Escala Mohs - O mineral de maior dureza risca o anterior, e
assim sucessivamente, até o mais macio da
escala (talco – silicato de magnésio – dureza ao
risco 1)

- Pouco utilizado para materiais metálicos, pois


maioria encontra-se entre 4 e 8 desta escala.
- Intervalos entre os numero não é sempre igual.
- A dureza do material de teste fica entres dois
pontos consecutivos da escala.

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR REBOTE
- Barra de aço (êmbolo) de 2,5 N
Shore Equipamento - Ponta padronizada e arredondada de diamante
- Queda livre (altura padrão de 256 mm) de dentro
de um tubo de vidro (bulbo)
Cuidados -Tubo graduado de 0 a 140
- Impressão na superfície do material é pequena
Medida
Escleroscópio
-material deve ser firmemente apoiado
-embolo deve ternar na vertical
-superfície lisa e limpa
-somente um teste sobre mesmo ponto
Dureza = m.h/V
‐ Altura de queda (h) Vantagens: Desvantagens:
‐ Massa do embolo (m) - Sensível a superfície
- Leve e portátil
- tubo sempre vertical
‐ Volume da impressão (V) - Dureza de peças grandes
- ruim para materiais com
- Impressão pequena
pouca espessura ou duros

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR REBOTE
Durômetro -É A evolução do antigo escleroscópio.
Shore -O princípio de medição de queda de peso foi substituído por um sistema
de medição por MOLA

As diferentes escalas Shore criadas utilizando: Sem correlação


-7 diferentes de endentadores entre escalas
Equipamento -5 diferentes molas
-2 diferentes extensões do endentador
-2 diferentes especificações dos suportes

- Material submetido a uma pressão através de uma


mola calibrada que atua sobre o endentador (esférico ou
cônico).
- Um dispositivo fornece a profundidade de endentação.
O valor da dureza é dado pela profundidade da
penetração

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Brinell
Origem - James A. Brinell em 1900
Dureza Brinell - 1° Ensaio de penetração padronizado e
História
reconhecido industrialmente

Princípios - Imprimir uma esfera metálica na superfície do


material gerando uma “calota esférica”
- Expressa em tensão (Pa), permitindo estabelecer
Equações relações entre dureza e outras propriedades
mecânicas dos materiais

Representação

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Brinell
- Símbolo HB
Dureza Brinell Normas - NBR NM-187-1
HBS esfera de aço
HBW esfera de carboneto de tungstênio
Escolha da Carga - ASTM E10:2007a só admiti HBW
Garantir 136° - Carga e o Ø da esfera dependem do material, se
adequando ao tamanho, espessura e estrutura
Equação interna do C.P.
- NBR NM-187-1:1999 (Ø 10, 5, 2.5, 2, 1 mm)
- ASTM E10:2007a (Ø 10, 5, 2.5, 1 mm)

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Brinell
ASTM E10:2007a
Dureza Brinell
Carga Aplicada e Ø Esfera

- Acordar entre as partes da constante de carga

- Validação do resultado (0,24.D ≤ d ≤ 0,60.D),


se não ocorrer, selecionar outra constante e
determinar a nova carga

- Esfera de AÇO até 450 HB, 30 a 60 s


- Esfera de WC entre 450 à 650 HB, 10 a 15 s

- Medição em microscópio ou lupa graduada a


90°, resolução (0,01 mm), maior diferença
admitida de (0,1 mm)

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Brinell
Cuidados na
Dureza Brinell
Medição

Calotas Irregulares Bases Prismáticas

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Brinell
Dureza Brinell Correlação - LRT e
Dureza Brinell

HB > 380 a relação não deve ser aplicada, pois a dureza


passa a crescer mais rapidamente do que o LRT
σµ = LRT (MPa)
σµ = α . HB
α = constante experimental

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Brinell
Regra da Alavanca
Dureza Brinell Aço 1020 – Hipoeutetóide
Ferrita e Perlita

Limite de Resistência a Tração (σµ)


HB aço = % α . HB α + % P . HB P σµ = 3,60 . HB Manuais Técnicos (ASM)
HB aço = 0,74 . 80 + 0,26 . 240 σµ = 3,6 . 121,6 HB aço = 115
HB aço = 121,6 σµ = 437,76 MPa σµ = 414 MPa

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Rockwell
Dureza Origem - Indústria Rockwell USA em 1922
Rockwell História - Mais utilizado internacionalmente

- Utiliza-se da profundidade de impressão do penetrador


Princípios - Pré-carga e a carga suplementar
- ASTM E18:2007 - Recomenda esferas de WC – Filmes
finos e materiais extremamente moles esferas de AÇO
Equipamento

- Diamante esferocônico 120° e ponta r = 0,2 mm


- Esfera de aço endurecido ou WC, geralmente Ø
1,59 mm, existem outros diâmetros

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Rockwell
Dureza Carga
Rockwell Escala
Penetrador

Pré-carga – 98 N (10 kgf)

Pré-carga – 29 N (3 kgf)

- Eliminar a ação de eventuais defeitos


superficiais e ajustar na fixação do C.P.
- Causar pequena deformação permanente
- Eliminar erros causados pela recuperação
elástica do material

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Rockwell
Dureza - A profundidade de penetração é correlacionada pela máquina do ensaio, a
Leitura um número arbitrário, cuja leitura é feita diretamente na escala do
Rockwell equipamento, após a retirada da carga principal e mantendo-se a pré-carga

HRC48

Valor Escala
Escala Comum
Dureza Rockwell

15HRT

Escala Escala
Dureza Rockwell Superficial
Valor

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Rockwell
Dureza
Rockwell
BASICAMENTE
NBR NM-146-1:1998 (ABNT)
ASTM E18:2007 (ASTM)
Materiais Poliméricos ASTM D785:2003
-Escolha da escala (penetrador e cargas)
- Aplicação da pré-carga
- Aplicação da carga principal em tempo
específico
- Retirada da carga principal
- Leitura da medida
VANTAGENS
- Rapidez - Maior utilização de materiais duros
- Aplicável a todos os materiais (moles e duros) - Pequeno tamanho de impressão
- Exatidão e isenção de erros - Determinação de durezas superficiais com
- Não há necessidade de experiência pequena profundidade de penetração

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO - Rockwell
Dureza CUIDADOS
Rockwell - Medição de materiais desconhecidos, partir de escalas mais altas (penetrador de
diamante) seguido das mais baixas (penetrador de esfera)
- Penetrador e suporte limpos e bem-assentados
- Superfície limpa, seca, plana e perpendicular
- Não deve ocorrer impacto
- Espaçamento entre impressões:
4 x Ø da impressão (não menor 2 mm) NBR
3 x profundidade da penetração e 2,5 x Ø para distância de borda ASTM
Espessura do C.P. deve ser 10 x > h (diamante ASTM)
15 x > h (esférico NBR)
- Após troca ou remoção do penetrador, descartar as duas primeiras medições

Profundidade de Penetração – (h)

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO
- Desenvolvido por Smith e Sandland, em 1925.
Vickers - Considera a relação entre a carga aplicada com a área superficial da impressão.
- O tipo de penetrador permite medir qualquer valor de dureza (duros até dúcteis).
- Os valores de dureza obtidos independem da carga aplicada.

Características:

- Utiliza penetrador de diamante (indeformável) piramidal com


ângulo entre as faces opostas de 136 graus.
- A carga que varia entre 1 e 100 kgf
- Tempo de aplicação de carga entre 10 e 15 segundos.
- Formam-se duas diagonais de endentação na superfície do
material.

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO (VICKERS)

Cálculo

Representação 400 HV 20/15

dureza = 400;
carga = 20 kgf ;
tempo de aplicação =15 seg

Como o penetrador é indeformável, a dureza obtida


independe da carga utilizada.

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO
Microdureza - Algumas vezes é necessária a determinação de durezas de área muito
Vickers pequenas (superfícies cementadas, tratadas termicamente, etc)
- Considera‐se microdureza Vickers quando são utilizadas cargas inferiores a 1,0
kgf. Tornando a impressão do endentador microscópica.

Medidas: - O método de microdureza AUTOMATIZADO é


independente do operador e tem dado bons
resultados com grande confiabilidade além de
permitir uma análise mais completa do material,
adicionando mais recursos ao ensaio.
- O valor das áreas de impressão da
pirâmide não é fornecido pela maquina,
obtidas por meio de um microscópio Suwanprateeb (1998), realizou uma análise
(ensaio muito suscetível as medições do geométrica do penetrador Vickers
operador do microdurometro).
fórmula em função
da profundidade “h” HV =

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO
Vickers
Vantagens: Desvantagens:

• Procedimento mais demorado (regulagem de


• Escala contínua; velocidade);
• A deformação do penetrador é nula; • Preparação mais cuidadosa do que os outros
• Aplicável a todos os materiais, de métodos (normalmente polimento e ataque
qualquer dureza, finos e pequenos; metalográfico);
• Precisão de medida; • Ensaio menos econômico;
• Impressões pequenas; • Podem ocorrer irregularidades da impressão
• Mede durezas superficiais provocando erros de medição devido a:
(microdureza); ‐ Preparação inadequada do corpo de prova
• Fornece valores do modulo de originando uma superfície irregular ou faces não
elasticidade, curva tensão-deformação. paralelas;
‐ Anisotropia do material ensaiado.

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO
Vickers
Possíveis defeitos:
Embora as medidas das
diagonais sejam iguais, as áreas
de impressão são diferentes

Valores de dureza:
- Maior que o real no afundamentos.
- Menor que o real na aderência.

Correção alterando os
valores de carga do ensaio

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Ensaio de Dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO
Microdureza - É um ensaio de microdureza (cargas inferiores a 1 kgf).
Knoop - Utiliza o mesmo princípio da microdureza Vickers (mesmo equipamento),
mudando o formato do penetrador (impressão em que a relação entre a
diagonal maior e a menor é de 7:1).

-Por ser mais estreita a impressão, é indicada


para medida de camadas eletrodepositadas ou
endurecidas.
-A penetração é a metade da obtida com um
penetrador Vickers para uma mesma carga.

-Medida da dureza de vidros.


Aplicação:
-Medida de dureza de camada de tintas.

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Ensaio de Dureza
REFERÊNCIAS
1. CALLISTER. JUNIOR, William D.. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 5. ed. Rio de Janeiro:
Ltc - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2002. 589 p.

2. SOUZA, Sérgio Augusto de. ENSAIOS MECÂNICOS DE MATERIAIS METÁLICOS: FUNDAMENTOS


TEÓRICOS E PRÁTICOS. 5. ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 1982. 286 p.

3. GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime Alvares; SANTOS, Carlos Alexandre dos. Ensaios dos MATERIAIS. 2. ed.
Rio de Janeiro: Ltc - Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 2012. 365 p.

4. SCHAEFFER, Lirio. Conformação Mecânica. 2. ed. Porto Alegre: Imprensa Livre Editora, 2004. 167 p.

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Ensaio de Dureza
DÚVIDAS E SUGESTÕES

OBRIGADO!

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Ensaio de Dureza

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