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ARTIGO REFERENTE À DISCIPLINA MECÂNICA DOS

SÓLIDOS: VASOS DE PRESSÃO


Bianca Fontenele Lemos
Edilliane Nogueira Caldas

Resumo
O presente trabalho visa estudar vasos de pressão utilizando o software MDSolids.
A proposta é analisar um vaso de pressão cilíndrico, com o intuito de impedir uma possível
falha em sua estrutura, à partir dos dados relativos à deformação.
Palavras-chave: Vasos de pressão. MDSolids.

1 INTRODUÇÃO

Os vasos de pressão são estruturas fechadas contendo líquidos ou gases sob


pressão, onde as pressões internas diferem das externas. Quando eles possuem paredes finas,
em geral, a razão do raio r em relação à espessura da parede t é maior que 10. Quando suas
paredes são espessas, devem ser estudados através de modelos sólidos tridimensionais. Os
vasos de pressão podem assumir diversas formas como esféricas, cilíndricas, elipsoidais ou
uma combinação entre elas.
O vaso de pressão estudado, consiste em um vaso cilíndrico com uma seção
transversal circular visando determinar a deformação que o vaso poderá sofrer de modo que
sua pressão interna deva ser reduzida para que o sistema não entre em colapso.

2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Dada a estrutura abaixo, que consiste em um vaso cilíndrico de aço contendo


combustível volátil sob pressão, e com um extensômetro posicionado no ponto A para
registrar a deformação longitudinal no tanque, fez-se a implementação computacional do
mesmo. Com auxílio do software MDSolids, a análise do sistema tencionando determinar as
tensões e deformação, foi realizada.

Figura 1 – Problema proposto

Sabendo que a tensão de cisalhamento é 84 Mpa, o fator de segurança é 2,5 e que


EAço = 205 GPa e νaço = 0.30, os cálculos necessários foram efetuados a seguir.
84𝑀𝑃𝑎
𝜏 max = = 33,6𝑀𝑃𝑎
2,5
𝜏𝑚𝑎𝑥
𝐸𝑚𝑎𝑥 = ∗ (1 − 2𝑣) = 6,56 𝑥10−5
𝐸

Após as configurações iniciais, precisa-se determinar alguns parâmetros de


entrada no software. Para obtenção dos resultados, os valores referentes ao raio do vaso e à
espessura das paredes do vaso, foram determinados arbitrariamente. Os parâmetros são
mostrados na figura abaixo:

Figura 2 – Parâmetros de cálculo

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao inserir os dados no software, pode-se analisar o comportamento do vaso de


pressão. Os resultados são dados em forma de texto.
Para tensão de cisalhamento máxima:
“A tensão de cisalhamento máxima absoluta na superfície externa de um vaso de
pressão cilíndrico fechado ocorre em uma direção fora do plano. Essa tensão de cisalhamento
é dada por max = pr/2t. Podemos definir essa tensão de cisalhamento igual à tensão de
cisalhamento permitida para o material e resolver a pressão interna máxima permitida no
cilindro. Portanto, a pressão é p = 2max t/r = 2(33,60 MPa)(20,00 mm)/(120,00 mm) = 11,20
MPa.”
Chega-se à resposta que a tensão máxima é de 11,20MPa.
Tensões normais na parede do cilindro:
“Usando um raio interno de r = 120,00 mm, uma espessura de parede de t = 20,00
mm e uma pressão interna de p = 11,20 MPa, a tensão do arco neste cilindro é h = pr/t =
(11,20 MPa) (120,00 mm) / (20,00 mm) = 67,20 MPa. A tensão axial paralela ao eixo
longitudinal do cilindro fechado é a = pr/2t = (11,20 MPa) (120,00 mm) / (2 × 20,00 mm) =
33,60 MPa. ”
Chega-se à resposta que a tensão máxima na parede do cilindro é 33,60MPa.
Deformações na parede do cilindro:
“As tensões na parede do cilindro devido à pressão interna representam uma
situação interessante. Quando projetamos um vaso de pressão, geralmente falamos em termos
de pressão manométrica, em vez de pressão absoluta. Do lado de fora do cilindro, a pressão
manométrica é zero. Como não há pressão atuando na direção radial, a tensão normal na
direção radial na superfície externa da parede do cilindro é zero. As tensões na superfície
externa do cilindro atuam inteiramente no plano da parede (isto é, nas direções circunferencial
e longitudinal); portanto, a parede está em um estado de estresse biaxial. Devemos usar a Lei
de Hooke para estresse biaxial para calcular as deformações normais. Usando E = 250.000
GPa e 0,3 = 0,3000, a deformação circunferencial é h = (1/E) (h – a) = (1 / 250.000 GPa)
(67,20 MPa - 0,3000 × 33 , 60 MPa) = 228,48  mm / mm, e a deformação na direção axial é
h = (1/E) (h – a) = (1 / 250.000 GPa) (33,60 MPa - 0,3000 × 67,20 MPa) = 53,76
mm/mm. A deformação na direção radial (causada pelo efeito de Poisson) é r = –(/E) (a +
+ h) = - (0,3000 / 250.000 GPa) (33,60 MPa + 67,20 MPa ) = -120,96  mm / mm.
“Chega-se à resposta que a deformação na direção radial (causada pelo efeito de
Poisson) é de -120,96  mm/mm.
A pressão interna cria uma tensão de compressão igual na direção radial na
superfície interna do cilindro (isto é, sr = –p). Como existem tensões normais em três direções
na superfície interna do cilindro (direções longitudinal, circunferencial e radial), a parede é
submetida a um estado de tensão triaxial. Levando em conta isso a deformação na direção
radial (causada pelo efeito de Poisson) é de -165,76  mm/mm. Observa-se que a diferença entre
as deformações nas superfícies externa e interna é relativamente pequena, e essa diferença
diminui à medida que a proporção de raio interno para espessura de parede (r / t) aumenta. Por
causa disso, o efeito da pressão na superfície interna do cilindro é, às vezes, negligenciado
quando se calculam as deformações no cilindro.
Além disso, tem-se o círculo de Mohr, que é mostrado na figura abaixo:

Figura 3 – Círculo de Mohr


4 CONCLUSÃO

O presente trabalho possibilitou a visualização do comportamento de uma


estrutura onde pode-se identificar possíveis situações de risco referentes à vasos de pressão,
permitindo ao leitor uma melhor compreensão dos sistemas a serem analisados. Além disso,
pode-se observar que software estudado permite a implementação de estruturas de maneira
bastante simples.

5 REFERÊNCIAS

HIBBELER, R. C. - Resistência dos Materiais, Prentice Hall., São Paulo 2004.


GERE, JAMES M. - Mecânica dos Materiais, Pioneira Thomson Learning Ltda, São Paulo
2003.

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