CONTEXTO HISTÓRICO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NO BRASIL: normas e
diretrizes
A história da educação do Brasil se confunde com a história do período da
colonização que foi marcada pela exploração, violência e privilegio de um pequeno existente e sustentado pela exploração da maioria. Com a colonização brasileira foi que se iniciou o processo educacional no Brasil quando percebeu- se a diferença de culturas entre o branco, o índio e o europeu e ficou evidente o maior nível europeu colocando os outros dois grupos abaixo no quesito educação (RIBEIRO, 1986, p. 24). Os europeus que era quem formava a política no Brasil na época da colonização foi que instituíram a educação exercida pelos jesuítas. A educação nessa época era algo totalmente banalizado para e pelos mais pobres pois a economia do país girava em torno da agricultura realizada por mão de obra escrava ou seja só aos latifundiários ou senhores feudais interessava e seria de fato útil a educação naquele momento (PILETTI, 1991, p. 34). Após o Marquês de Pombal ir contra os jesuítas que eram em desacordo com o governo português e por esse motivo foram expulsos da colônia iniciou se um novo modelo de educação já que a partir dessa expulsão já não eram mais os jesuítas os educadores houve a reforma pombalina onde os estudos passaram a não ser mais só sobre Jesus mas a servir o interesse imperial também (PILETTI, 1992 p. 36). Durante o período imperial houve um crescimento na educação no Brasil por influência de acontecimentos importantes como a chegada da família real e logo depois a independência do país trazendo a necessidade de uma educação mais desenvolvida com outros critérios como a implantação do nível superior porém foi um crescimento que só distanciou as classes sociais evidenciando o descaso como os mais pobres na educação (PILETTI, 1991, p. 41). O sistema educacional do Brasil sofreu uma dualidade saindo de uma educação totalmente voltada para elite e tentando se organizar para atender as outras classes sociais, entre 1889 e 1930 houve a necessidade de reformar o modelo educacional proposto na primeira república, porem as tentativas de mudanças feitas nesse período não surtiram efeito significativo pois utilizava das mesmas bases da velha republica (ROMANELLI, 1978, p. 43). Em 1934 com o surgimento da constituição que pregava a organização do ensino no Brasil o governo passou a ter novas responsabilidades a respeito da educação tendo ela que fazer parte do planejamento e norma das leis do país, a partir daí a educação começa a ter uma importância frutífera pois ela agora vem com um planejamento, organização, fiscalização, controle de resultados antes não existentes (PILETTI, 1991, p 82). Segundo Romanelli (1979, p. 147-148), o manifesto sugere-se em que se deve representar na ação do Estado, com o direito à gratuidade, reconhecendo pertencer ao cidadão o direito primordial a educação e ao Estado o dever de assegurar de forma que ela seja igual, contudo, tende-se ser única para todos que procuram a escola pública, é evidente que esse direito só pode ser assegurado a todas as camadas sociais se a escola for gratuita. Durante o período em que o Brasil foi governado pelos militares a educação que mesmo já vinda de várias mudanças na intenção de torna-la cada vez mais abrangente e democrática acaba se distanciando ainda mais desse objetivo pois foi uma época marcada pela repressão das minorias sendo assim a classe que continuou usufruindo da educação de qualidade foi a elite deixando as outras classes com menos instrução educacional (GHIRALDELLI, 1994, p. 81).
A Lei nº 5.692/71 reformulou o ensino de 1º e 2º graus; foi aprovada sem
participação popular, promoveu mudanças como: 1º grau de 8 anos dedicado à educação geral; o 2º grau (3 a 4 anos) obrigatoriamente profissionalizante; até 1982, aumentou o número de matérias obrigatórias em todo o território nacional, as disciplinas mais reflexivas deixaram de serem ministradas no 2º grau (REVISTA EDUCAÇÃO PÚBLICA, 2018).
A partir de 1985 com o fim da época ditatorial no Brasil começamos a ter
uma educação menos elitista e mais igualitária, mudanças essas que ocorrem até os dias de hoje sempre tendo como objetivo diminuir a distância entre as classes sociais através da educação, como: creches pré-escolares, valorização do professor e ensino fundamental gratuito (ARANHA, 1996, p. 222). Tem se conhecimento que o processo é vagaroso, que precisa- se de políticas públicas mais atuantes para alcançar um sistema educacional democrático, é necessário que se pressione cada vez mais o Estado para que a educação não estacione e continue procurando meios de equiparar o ensino (ARANHA, 1996, p. 223). 2.1 A relevância das equipes multiprofissionais na política de educação
O espaço escolar é um dos ambientes mais explorados pelo ser humano
desde a primeira infância até a idade adulta nele é impossível não perceber a existência de sentimentos e necessidades diferentes, o ser em encontro com ele mesmo e com o mundo do outro, limites estabelecidos, metas a serem cumpridas ou seja é um local de quebra de paradigmas e surgimento de soluções a cada desafio que vai existindo (NAGEL, 2015). Para atender todas essas pluralidades do ser humano existe a necessidade cada vez maior de ter equipes multidisciplinares nas instituições de ensino pois o trabalho pedagógico não se limita ao professor ao contrario se estende a outras áreas profissionais como psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista e com o passar avanços nos estudos voltados para a melhoria da qualidade de ensino a tendência é que a quantidade de áreas profissionais envolvidas na educação só aumentem (SANTOS, 2008) Para que exista qualidade de aprendizado a instituição escolar precisa entender que cada aluno está inserido em um contexto social diferente de outro, então se o pedagogo está direcionado para a questão da aprendizagem, o psicólogo atua na construção do ser enquanto sua existência, o assistente social que é um profissional de importância impar da escola só não equiparada ao professor fica responsável por traçar estratégias para solucionar problemas que estejam vindo a prejudicar o caminhar e alcance de metas do aluno (LIBÂNEO, 2004, p. 44) A rotina escolar é recheada de diversidades, plurais e também de particularidades, logo no objetivo de se ter um ensino de qualidade a formação de equipes multidisciplinares no ambiente escolar está o núcleo familiar, é de suma importância a participação da família no processo de ensino. Com a lei n 8.069/90 que aprova o Estatuto da Criança e do Adolescente o Estado confirma sua obrigação de ter políticas públicas voltadas para a garantia de um desenvolvimento humano feito com bases dignas e harmoniosas (SOUZA, 2009). O ambiente pedagógico é um local onde muitos conflitos são gerados e até mesmo naturalizados pois é um ambiente onde pessoas com faixas etárias, religiões, crenças, raças, posicionamentos políticos, classes sócias diferentes se veem convivendo em um mesmo ambiente, logo só o pedagogo não seria capaz de abranger todas as necessidades para promover uma educação de forma igualitária a todos esses grupos. A competência para a harmonizar essa convivência vem mais do assistente social do que do pedagogo (SANTOS, 2008, p. 44) A presença de uma equipe com vários profissionais de diferentes áreas inseridos no projeto educacional traz benefícios dentro e fora de sala de aula, trabalhando o indivíduo com seus anseios e frustrações desde cedo, inserindo assim na sociedade adultos com autoconhecimento maior e mais capazes de lidar com suas dificuldades e dos outros (BRECKENFELD; ROMANOWSKI, 2012). Santos (2012, p. 12), afirma que “o trabalho do Serviço Social na Educação volta-se com o objetivo de atender as demandas provenientes da questão social que atravessa o cotidiano do campo educacional”, vindo ao encontro das necessidades da escola nos dias atuais, operando em equipe em conjunto com os profissionais da equipe multiprofissional, professores, pedagogos e demais funcionários da Educação. Nesse sentido “o assistente social poderá identificar os problemas sociais, econômicos e culturais no campo educacional e, logo, trabalhar com um método preventivo destes, com o intuito de evitar que o ciclo se repita novamente” (SANTOS, 2008, p. 44). Conforme Schneider e Hernandorena (2012, p.9)
O desafio profissional está em encontrar novas estratégias de ação. As
práticas interdisciplinares e intersetoriais devem convergir para a construção de redes de apoio, tanto em sua dimensão afetiva (solidárias, familiar, etc.), como em sua dimensão social no que tange aos serviços socioassistenciais, como também os serviços das demais políticas públicas, auxiliando-os e colocando-os em condição de igualdade decisória, profissionais e usuários.
Hoje existem projetos de leis para que a presença de equipes
multidisciplinares passe a ser obrigatórias na rede estadual de ensino, já que atualmente a maioria dos ambientes escolares que dispõe desses profissionais fazem parte da rede privada de educação. A inserção de várias áreas profissionais no âmbito escolar é de necessária para que a escola cumpra seu papel perante a sociedade da formação de cidadãos ajudando os indivíduos na construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa (LIBÂNEO, 2004, p. 192) REFERÊNCIAS
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______. História da Educação. 2ª ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 1996.
BRECKENFELD, E. J. N.; ROMANOWSKI, J. P. O pedagogo escolar do Paraná:
limites e possibilidade de sua profissionalidade no Sistema de Ensino Público Estadual. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE, 13, 2012.
GHIRALDELLI Jr., Paulo. História da Educação. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção Magistério, 2º grau. Série formação do professor).
LIBANEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia:
Editora Alternativa, 2004.
NAGEL, L. H. A educação dos alunos (ou filhos) da pós-modernidade. Maringá:
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PILETTI, Claudino. Filosofia da Educação. 9ª ed. São Paulo: Ática, 1977.
______. História da Educação no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1986.
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Brasil. Educação Pública. Rio de Janeiro - RJ, 2018. 05 p.
RIBEIRO, M. L. S. História da Educação Brasileira: A Organização Escolar. 3a.
Edição. São Paulo, Editora Morais, 1981.
ROMANELLI. Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 17ª ed.
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SANTOS, A. M. dos. As contribuições do Serviço Social para a realidade escolar do
Brasil. Brasil Escola, 2008.
SANTOS, A. M. dos. Serviço Social na educação: reflexões acerca das
contribuições do assistente social para o fortalecimento da gestão escolar. In: SCHNEIDER, G. M.; HERNANDORENA, M. do C. A. (Org.) Serviço Social na educação: perspectivas e possibilidades. Porto Alegre: CMC, 2012. p. 11-28.
SOUZA, M. P. R. de. Psicologia Escolar e Educacional em busca de novas
perspectivas. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), v. 13, n. 1, p. 179-182, jan./jun. 2009.