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POBREZA, ACESSO À RENDA E A HISTÓRIA DA PRAINHA - REFERENCIAL

TEÓRICO E FICHAMENTOS

O presente documento reúne o referencial teórico obtido até o momento para a


proposta didática que será desenvolvida ao longo do segundo bimestre nas aulas de
Humanidades em fichamentos. O tema geral do bimestre, determinado pelo Estado, é Pobreza
e Acesso à Renda. Propomos que a pobreza e o acesso à renda sejam pensados pelo viés do
abandono governamental e do conceito de periferia, assim como o seu surgimento. Para tal, o
tema será relacionado de forma interdisciplinar ao livro O Cortiço, que está sendo lido pelos
estudantes nas aulas de Português. Com o objetivo de trazer a discussão para a realidade mais
próxima da história local, trabalharemos notícias e registros sobre o bairro Santo Antônio,
popularmente conhecido como Prainha. A Prainha é o primeiro bairro de Mariana, mas não
recebe a mesma prioridade que outros bairros em infraestrutura e recursos fundamentais.
Este documento pretende ser um guia apenas para a professora e para os residentes,
apoiando a elaboração de materiais didáticos como a apresentação de PowerPoint que
acompanha o arquivo [Não conseguimos inserir a apresentação no relatório devido ao
tamanho do arquivo]. Os fichamentos estão divididos em 4 tópicos: Legislação e Deveres do
Estado; Contextualização com o livro O cortiço, de Aluísio Azevedo; História da Prainha e
situação atual; Questionamentos propostos.

➔ Legislação e Deveres do Estado

ARZABE, Patrícia Helena Massa. Pobreza, Exclusão Social e Direitos Humanos: O Papel do
Estado. Direitos Humanos na Internet. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/direitos/dhesc/phelena.html>. Acesso em: 20 de abril de 2023.

“O salário mínimo nacional, hoje em torno do equivalente a US$ 65,00 não basta a
suprir minimamente as necessidades de alimentação de uma família vivendo em área urbana,
menos ainda se lembrarmos que, por norma constitucional inscrita no artigo 7º, IV da
Constituição Federal, seu valor deveria bastar para satisfazer as necessidades de alimentação,
moradia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.”

A Constituição Federal promulgada em 1988 ergue no artigo 3º a igualdade, em várias


de suas manifestações, como objetivo fundamental da República.
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

A Constituição estabelece os direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à


propriedade, em todas as suas formas e meios descritos no artigo 5º; os direitos sociais como a
educação, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, à proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, como previsto nos artigos 6º a 9º e em todo o Título
VIII -Da Ordem Social (arts. 193 a 222). A Constituição também impõe aos agentes
econômicos a obrigatoriedade de operar conforme os objetivos fundamentais mencionados,
como decorre do artigo 170 e incisos III, VII e VIII. Quanto ao Poder Público, a Constituição
explicitamente atribui no artigo 23, inciso X, competência comum à União, Estados, Distrito
Federal e Municípios "combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos".

O artigo 23 determina caber aos três níveis da Federação não somente implementar
medidas de redução ou alívio da pobreza, mas adotar e perseguir políticas efetivas que
combatam as causas que a provocam, assim como os fatores que favorecem a marginalização,
aliando a isso o dever de promover a integração social dos setores desfavorecidos.

No âmbito internacional, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948


estabelece que os direitos econômicos, sociais e culturais são indispensáveis à dignidade da
pessoa e ao livre desenvolvimento da personalidade e que sua realização constitui direito de
cada membro da sociedade (art. XXII). A Declaração prevê os direitos ao trabalho, ao lazer e
ao repouso, à saúde e à instrução, sempre contextualizados para o livre desenvolvimento da
personalidade das pessoas. É interessante notar que seu texto não coloca o trabalho como
única forma de 'redenção' social, mas como um dos meios de proteção social. A leitura dos
artigos XXIII e XXV o demonstram claramente:
Art. XXIII - 1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Toda pessoa que trabalha tem o direito a uma remuneração justa e satisfatória, que
lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana,
e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

Art. XXV - 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a
sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos
e os serviços sociais indispensáveis, o direito à segurança, em caso de desemprego, doença,
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em
circunstâncias fora de seu controle.

➔ Contextualização com o livro O cortiço, de Aluísio Azevedo

O Cortiço é um romance do escritor brasileiro Aluísio de Azevedo, publicado em 1890


e faz parte do movimento naturalista do Brasil. A obra retrata a vida das pessoas simples em
um cortiço do Rio de Janeiro. Com um teor crítico, é uma excelente representação da
realidade brasileira do século XIX.

BAHIA, Ryanne F. Monteiro. Quando a Pobreza Toma Corpo: análise sociológica de O


Cortiço, de Aluísio de Azevedo. Baleia na Rede - Estudos em arte e sociedade. Vol. 9, n. 1,
p. 248-268, 2012.

O discurso político da época em que o livro foi escrito bradava que “a principal virtude
do bom cidadão é o gosto pelo trabalho, e este leva necessariamente ao hábito da poupança,
que, por sua vez, se reverte no conforto para o cidadão” (CHALHOUB, 1996, p.21). Deste
ponto de vista, o pobre não poderia ser um bom cidadão, posto que, se vive em dificuldades e
não tem conforto é por que não teria trabalhado ou poupado suficiente para isso.
A noção de que a pobreza do indivíduo era suficiente para torná-lo um malfeitor em
potencial trouxe grandes consequências para o país. Uma dessas consequências consistiria no
tratamento truculento que a ação policial teria reservado às comunidades carentes. Outra seria
a potencialização do racismo, haja vista que a população até recentemente escrava, adensaria
a população pobre e desocupada.
A vertente naturalista, ao mesmo tempo em que denuncia as condições precárias em
que essas pessoas sobrevivem, expressa o determinismo do meio sobre o homem. O
comportamento reprovável dos moradores é explicado pelas condições materiais e sociais em
estes vivem. Como ser polido onde não é disponibilizada instrução? Como ser asseado onde
não há condições sanitárias satisfatórias, mulheres e homens convivendo em um espaço
insuficiente, insalubre e inadequado?
No livro e na história, os pobres, moradores dos cortiços, eram estigmatizados,
responsabilizados pelas doenças que aplacavam a cidade do Rio de Janeiro, tal como a febre
amarela, como se o pobre escolhesse não ter condições adequadas de higiene. Erving
Goffman (1988) lembra que a palavra estigma era utilizada para referir-se a alguém que era
marcado, identificado socialmente como ser indesejável por motivo de alguma falta moral
cometida.
Para os pobres do século XIX, havia uma classificação binária: ou se era laborioso ou
vagabundo. É essa também a perspectiva em O Cortiço. Bertoleza, escrava supostamente
alforriada; que trabalhava de sol a sol e economizava em tudo que podia, assim como o
imigrante portugues Jerônimo, que não faltava ao trabalho, acordava cedo, coordenava os
trabalhos dos companheiros e exercia sobre os mesmos intensa vigilância, eram exemplos
perfeitos de trabalhadores. Do lado contrário, está Rita Baiana, que jamais deixava de
divertir-se ao invés de trabalhar. E sempre que recebia algum dinheiro, seja de algum amante,
seja de algum serviço informal como a lavagem de roupas, gastava-lhe logo. A personagem só
trabalhava quando estava sem condições materiais de sobrevivência.
A inculcação da ideologia do trabalho produziu o estigma social do pobre como
responsável por sua penúria. Refletindo sobre a contemporaneidade, podemos observar que a
ideologia da disciplina do trabalho, observada no juízo de valor feito acerca de personagens
como Jerônimo e Rita Baiana, produziu, por sua vez, uma culpabilização da pobreza, e
posteriormente, uma criminalização da mesma. Um estigma que deixou vestígios fortes na
sociedade brasileira é a associação imediata entre pobre morador de áreas inadequadamente
urbanizadas, frequentemente desprovidas de um Estado Social atuante e a marginalidade dos
moradores. No período em que a obra O Cortiço foi escrita e o período ao qual ele se refere
coincidem; essas habitações eram os cortiços, atualmente temos as favelas e periferias.
A semelhança entre ambos se encontra principalmente por meio da inclusão perversa
de seus moradores no chamado submundo: prostituição, violência e subempregos, bem como
na ausência de uma estrutura urbana adequada, entre outros aspectos.
Esse estigma se torna manifesto nas práticas policiais em relação aos moradores. Não
se entra legalmente em um cortiço, se invade; sendo os maus tratos para com a população
periférica recorrentes. Em O Cortiço, Aluísio descreve uma cena na qual ocorre um conflito
entre moradores. O dono, João Romão, manda chamar a polícia, cuja presença causava pavor
aos residentes dos cortiços.
Não entra a polícia! Não deixa entrar! Agüenta! Agüenta!
- Não entra! Não entra! Repetiu a multidão em coro.
E todo o cortiço ferveu que nem panela ao fogo.
[...] Não entra! Não entra!
E berros atroadores respondiam às pranchadas, que lá fora se repetiam ferozes. A
polícia era o grande terror daquela gente, por que, sempre que penetrava em
qualquer estalagem, havia grande estrupício: à capa de evitar e punir o jogo e a
bebedeira, os urbanos invadiam os quartos, quebravam o que lá estava, punham tudo
em polvorosa. Era uma questão de ódio velho. (AZEVEDO,1995. p. 122-123).

O receio que os moradores tinham das autoridades policiais era justificado pela
experiência sempre traumática em sua relação com os profissionais da área de segurança, uma
vez que não havia respeito entre as partes. A polícia não adentrava nesses territórios para
proteger a população pobre, mas para puni-la, mantendo-a sob constante suspeita. Trata-se de
um exemplo clássico de criminalização da pobreza. O pobre aparece não como aquele que
deve ser protegido, mas como aquele de quem se deve ser protegido.
Em O Cortiço, a população pobre é sempre alvo de vigilâncias e coerções
permanentes, sendo, ao mesmo tempo, disciplinada, impelida a incorporar um ethos do
trabalho.

➔ História da Prainha e situação atual

MARTINS, Pedro Henrique M. P. HISTÓRIA E EDUCAÇÃO: A Configuração Histórica


do Bairro Santo Antônio e Seus Reflexos na Escola Municipal Wilson Pimenta Ferreira.
Mariana, 2014. 43 p. Monografia (Bacharelado em História). Instituto de Ciências Humanas e
Sociais - Universidade Federal de Ouro Preto.

O bairro Santo Antônio – ou Prainha, como é conhecido na cidade de Mariana – se


caracteriza por uma formação histórica distinta. Diferentemente dos outros bairros que o
circundam, como Rosário, São Gonçalo e Centro, o bairro Santo Antônio não possui
características da arquitetura típica do século XVIII em suas casas e sua configuração urbana
difere totalmente das construções barrocas encontradas no centro da cidade.
Entretanto, mesmo sem as características do Centro Histórico, o bairro Santo Antônio
mantém ligações com a história de Minas Gerais dos séculos XVIII e XIX, principalmente no
que tange à questão da extração do ouro. Seria um engano, contudo, acreditar que as
características do bairro, como se encontram nos dias atuais, têm relações diretas com a
exploração do ouro, que ocorreu no século XVIII.
Constata-se que esta relação existe, porém esta não se dá de forma automática,
conforme imaginamos ao primeiro contato. Com base nas pesquisas de campo, na bibliografia
e na leitura documental, afirmamos que o processo de ocupação daquela comunidade se
relaciona muito mais com a atividade mineradora do ferro (FISCHER, 1993) – que teve a
exploração de caráter industrial iniciada por volta da segunda metade do século XX – do que
com a atividade mineradora do ouro, iniciada no início do século XVIII.
Coloca-se esta desconstrução, logo de início, devido ao fato de aquela região abrigar
uma das primeiras construções religiosas de Minas Gerais, a Capela de Santo Antônio, cuja
fundação data, aproximadamente, do final do século XVII, além de, equivocadamente,
relações serem estabelecidas entre a comunidade que ali vive nos dias atuais e a Capela
(Tedeschi, Oliveira & Sena, 2006).
Esta desconstrução se faz necessária, pois a falta de pesquisa e os ‘achismos’ que
circundam nos falares dos guias turísticos em Mariana, muitas vezes, apontam para uma
relação ‘direta’ entre aquela comunidade e o que foi a extração do ouro no século XVIII.
Afirma-se que a relação existe, mas não é automática como imaginamos à primeira vista, ou
seja, essa relação não se caracteriza como uma herança direta. Imaginar aquela comunidade,
ali instalada, como fruto dos primeiros ocupantes daquele espaço no século XVIII é um
equívoco, pois estaríamos esquecendo os mais de 300 anos de transformação do espaço e dos
movimentos migracionais nesta região. Observemos como Souza Júnior (2003, p. 57) expõe
esse processo:
Quase tão rápida quanto a ocupação do centro urbano da cidade, foi sua desocupação.
A crise do ouro leva parte da população da cidade a trocar a vida urbana pela vida rural.
Inúmeros donos de lavras de ouro vão buscar outras searas para investirem o acumulado com
a extração do metal.
Dessa forma, pensar de maneira imediata é altamente precipitado, pois, adotando-se
essa chave de leitura do referido espaço, estamos abandonando séculos e séculos de
transformações.
A relação existente entre o bairro Santo Antônio e a atividade do ouro se configura de
maneira não linear, diacrônica. Esta diacronia existe pelo fato de as pessoas que ali residem,
em sua maioria, terem começado a ocupar aquele espaço expressivamente no final dos anos
1970 e no início dos anos 1980, além de serem naturais de outras localidades. E atentemos:
quando falamos em ‘localidades’, muito cuidado deve-se tomar, principalmente pelo fato de
aquele bairro abrigar, atualmente, pessoas provenientes de outras áreas de Mariana, como os
distritos longínquos do Centro Histórico, e de outras cidades do Brasil e de Minas Gerais.
Souza Júnior (2003, p. 68) explica, em sua Dissertação, o perfil migracional dos moradores de
bairro das periferias de Mariana:
Neste período, observa-se o incremento da ocupação da chamada ''cidade nova'' e o
surgimento de vários bairros periféricos nas cercanias da cidade e nas regiões
ribeirinhas ao Ribeirão do Carmo, chamadas “prainhas”. Esses bairros, bastante
insalubres, foram fruto de uma ocupação “desordenada” do espaço, levada a efeito
durante a década de 1980, por políticas clientelísticas muito comuns na região. De
acordo com pesquisa anterior (Souza Júnior, 2000), constatamos que os dois bairros
mais pobres do município, Cabanas e Santo Antônio (Prainha), têm sua população
formada quase que em sua maioria por pessoas vindas da zona rural ou de pequenos
municípios da região, 59 e 60%, respectivamente. Nesses bairros, os números quanto
a renda, violência e escolaridade também não são favoráveis
.
Reafirmando: acreditar que aquela comunidade, ali instalada, tenha relação direta com
as primeiras lavras auríferas do século XVIII é um equívoco. Acredita-se que, para melhor
análise do bairro, duas vertentes de interpretação devem ser tomadas. A primeira vertente,
com base na análise do lugar, configura-se como recorte espacial; a outra vertente tem um
viés sociológico, na medida em que se baseia no ciclo migratório dos moradores presentes
naquele espaço.
O espaço do bairro Santo Antônio como uma problemática
Analisando-se o espaço onde a comunidade do bairro Santo Antônio está situada,
primeiramente constatamos uma ocupação do espaço não planejada (Souza Júnior, 2003). A
área onde se situa o bairro, que se caracteriza por ser uma área de constantes alagamentos, não
se mostra propícia para moradia de pessoas e nem para um conforto mínimo de vivência
(Sobreira, 2001).
Esgoto a céu aberto e múltiplos problemas de urbanização são encontrados naquele
contexto. Vale lembrar que aquela área, durante muitos anos dos séculos XIX e XX, foi
explorada pela Companhia da Mina da Passagem sob maquinário pesado, com utilização de
dragas e tratores, o que ocasionou boa parte da transformação geomorfológica do espaço.
Em razão desta expressiva transformação do espaço, ocasionada pela extração
‘industrial’ do ouro nos séculos XIX e XX, a área onde se situa o bairro hoje lembra as
características de uma área litorânea ou de ‘praia’, justificando então a outra designação para
o bairro, também chamado popularmente de Prainha.
De acordo com FISCHER (1993), as transformações advindas da exploração industrial
do ouro naquela região foram determinantes para a configuração atual do espaço.
Hoje, vale ressaltar que a exploração do ouro que caracterizou parte do século XIX e
início do século XX difere totalmente da exploração que caracterizou o século XVIII, nesta
área analisada.
A exploração do ouro, na região que hoje conhecemos como bairro Santo Antônio, no
século XVIII, se caracterizou essencialmente pela mão de obra escrava, com técnicas
variadas, mas sem a utilização de maquinário pesado. Deve-se atentar à questão da atividade
extrativista do século XIX pelo fato de esta ter sido mais ‘agressiva’ ao meio ambiente, no
que tange à questão geomorfológica do espaço.
Além da atividade extrativista do ouro, que perpassou vários séculos de modificação
estrutural naquele perímetro, existem as intempéries naturais, que são características daquele
espaço. Ou seja, são independentes de qualquer atividade antrópica. Vale ressaltar que o
bairro Santo Antônio está inserido em planície aluvial; sendo assim, corre riscos de
inundações e outros problemas advindos das cheias do Ribeirão do Carmo (Sobreira, 2001).
A questão geográfica do bairro é importantíssima para um entendimento conjunto da
sua história. Suas características atuais nos provam o que representaram anos e anos de
descaso do poder público no que concerne ao gerenciamento daquela região. O bairro Santo
Antônio se configura como um documento a céu aberto e, para todos os ângulos em que é
fixada sua análise, novas conclusões e problemáticas são levantadas.

➔ Questionamentos propostos:

1) Qual o papel do Estado no combate à pobreza e sua relação com o acesso à


renda da população?
2) Qual a trajetória histórica da pobreza no bairro Prainha e o perfil étnico racial
dos seus moradores?
3) Como o abandono governamental se manifesta no Bairro da Prainha?
4) De que forma isso influencia na qualidade de vida dos moradores?
5) Por que o patrimônio histórico do bairro é negligenciado?
6) Qual a relação entre a história do bairro Santo Antônio, o perfil étnico racial
dos moradores e a negligência do governo com o bairro?
7) Nesse sentido, o Estado/a prefeitura tem cumprido sua função?
8) Existem semelhanças entre o que é retratado no livro O Cortiço e o Brasil
atual?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARZABE, Patrícia Helena Massa. Pobreza, Exclusão Social e Direitos Humanos: O Papel do
Estado. Direitos Humanos na Internet. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/direitos/dhesc/phelena.html>. Acesso em: 20 de abril de 2023.
BAHIA, Ryanne F. Monteiro. Quando a Pobreza Toma Corpo: análise sociológica de O
Cortiço, de Aluísio de Azevedo. Baleia na Rede - Estudos em arte e sociedade. Vol. 9, n. 1,
p. 248-268, 2012.
MARTINS, Pedro Henrique M. P. HISTÓRIA E EDUCAÇÃO: A Configuração Histórica
do Bairro Santo Antônio e Seus Reflexos na Escola Municipal Wilson Pimenta Ferreira.
Mariana, 2014. 43 p. Monografia (Bacharelado em História). Instituto de Ciências Humanas e
Sociais - Universidade Federal de Ouro Preto.

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