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São Luís
2014
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São Luís
2014
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BANCA EXAMINADORA
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Profª.Ma. Jurema Pereira Franco (orientadora)
Faculdade Santa Terezinha – CEST
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1° Examinador
__________________________________________
2º Examinador
São Luís
2014
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AGRADECIMENTOS
(DITADO CHINÊS)
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RESUMO
O mundo dos negócios tem passado por diversas mudanças nos últimos tempos.
Essas mudanças têm obrigado as organizações a adotarem um conjunto de
medidas para poder enfrentá-las. Um dos setores empresariais que mais sofreu
mudanças foi o de Recursos Humanos, pois o efervescente ambiente industrial deu
vazão a relações trabalhistas conturbadas dando origem a vários estudos sobre o
comportamento das pessoas e suas implicações no trabalho culminando numa
valorização maior deste recurso, pelo menos na teoria, visando bons resultados para
as organizações, inclusive financeiros. Com o objetivo de identificar as contribuições
que o capital humano tem trazido para a produtividade das organizações no século
XXI, é que se descreve a evolução da Área de Recursos Humanos, a caracterização
do Capital Intelectual e Humano, aborda-se o Desenvolvimento Organizacional (DO)
e as contribuições que o capital humano tem trazido para a produtividade das
organizações. A metodologia utilizada para tal intento é uma pesquisa bibliográfica
de caráter exploratório em livros e artigos científicos que versam sobre a temática.
Os resultados obtidos com esta pesquisa evidenciaram que o investimento pelas
organizações em capital humano é algo que só tem evoluído, uma vez que esse
fator de produção tem sido considerado como o principal ativo da organização e é o
que garantirá sua competitividade e sobrevivência no futuro.
ABSTRACT
The business world is passing through several changes nowadays. These changes
compelled the organizations adopt a set of measures in order to face them. One of
the companies sectors that suffered the most was the Human Resources, for the
boiling industrial environment forced a troubled working relation, origining many
studies about people´s behavior and its implications on the job, culminating in
adeeper valorization of this resource, at least the orically, aiming good results to
organizations, including financially. With the purpose of identifying the contributions
that human capital has brought to the productivity of organizations in the XXI century,
is this Paper´s way to describe the evolution of the Human Resources area, the
characterization of the intellectual and human capital; it approaches the
organizational development and the contributions that human capital gave to
productivity of the organizations. The methodology used is a bibliographical research
of exploratory manner using books and scientific articles on this thematic. The results
obtained with such research evidenced the investment made by organizations in
human capital is something that evolved thoroughly, once this factor of production
has been considered as the main active of organizations and it is what will guarantee
its competitivity and its survival in the future.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 11
2 HISTÓRICO DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS – ARH..................... 13
2.1 No mundo.................................................................................................... 13
2.1.1 Escolas e teorias administrativas e suas contribuições para a evolução da
área de Recursos Humanos......................................................................... 15
2.1.1.1 A escola de Relações Humanas.................................................................. 15
2.1.1.2 Enfoque Comportamental ........................................................................... 16
2.1.1.3 O Modelo Japonês de Produção ................................................................. 18
2.1.1.4 Abordagem Sistêmica ................................................................................. 19
2.2 Evolução histórica da área de recursos humanos no Brasil .................. 20
3 CAPITAL INTELECTUAL X CAPITAL HUMANO ................................................ 24
3.1 A Era do Conhecimento............................................................................. 24
3.2 Capital Intelectual ...................................................................................... 25
3.3 Capital Humano......................................................................................... 29
4 DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL(DO)...................................... 33
4.1 Conceitos.................................................................................................... 35
4.2 Pressupostos básicos do DO................................................................... 36
4.3 Características do DO....................................................................................... 39
4.4 O processo de DO ..................................................................................... 41
4.5 Técnicas e métodos de intervenção em DO............................................ 43
4.6 Programas de DO...................................................................................... 45
4.6.1 Grade Gerencial (Managerial Grid).......................................................... 46
4.6.2 Sistemas de 1 a 4...................................................................................... 47
4.7 Objetivos do DO ........................................................................................ 48
4.8 Benefícios e limitações do DO................................................................. 49
5 CONTRIBUIÇÕES DO CAPITAL HUMANO PARA A ELEVAÇÃO DA
PRODUTIVIDADE ORGANIZACIONAL ..................................................... 51
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 56
REFERÊNCIAS............................................................................................ 58
11
1 INTRODUÇÃO
As fortes mudanças pelas quais o mundo dos negócios tem passado são
bem evidentes. A transição do processo de produção artesanal para o industrial, o
surgimento e aperfeiçoamento cada vez mais rápido das tecnologias da informação,
o comportamento do homem na organização e a globalização são fatores que
rodeiam esse mundo e fazem com que as organizações busquem mecanismos para
lidar com eles.
Essas mudanças não se limitam às suas estruturas organizacionais, nem
aos seus produtos ou serviços e nem tampouco ao seu mercado, elas afetam
principalmente seus padrões comportamentais ou culturais, suas políticas de
relacionamento e suas relações internas e externas. Não acontecem como um
evento isolado, mas sim como um processo evoluído e contínuo na vida das
empresas. Elas fazem parte de um processo sistêmico onde o empresário que
deseja sucesso nos negócios deve se atentar
Considerando essas rápidas e intensas transformações que atingem as
organizações, muitas são as incertezas e poucas são as certezas. Hoje, na busca
por uma vantagem competitiva, as tendências e os estudos incidem categoricamente
em um diferencial um tanto quanto difícil de administrar que é o capital humano. Se
antes, na era agrícola, a terra era o diferencial, e na era industrial esse diferencial
era o motor, hoje e futuramente a vantagem econômica é e será o conhecimento
humano.
É nesse contexto que este trabalho tem por objetivo geral identificar as
contribuições que o capital humano tem trazido para a produtividade das
organizações neste século. Para tanto, descreverá a evolução histórica de gestão de
pessoas, mostrando que investir em pessoas conduza empresa a elevar sua
produtividade e identificando práticas e técnicas que utilizam o capital humano da
organização para obter alto desempenho. Esta pesquisa ainda mostrará uma
organização que tem elevada produtividade conseguida através de investimentos na
sua estrutura e nas pessoas que ali trabalham.
O interesse pelo estudo da temática capital humano no século XXI se deu
em decorrência deste assunto ser uma das pautas da atualidade e por observar que
pessoas podem ser sim consideradas como a principal vantagem competitiva da
12
2.1 No mundo
A evolução pela qual tem passado a sociedade nos últimos 200 anos é
algo notório. São mudanças evidentes em várias áreas do conhecimento. Nas
organizações essas mudanças também se fazem presentes e a necessidade de se
sobressair sobre elas é um dilema enfrentado pelos gestores, no intuito de se tornar
mais competitivo em um mercado onde pequenos diferenciais tornam-se a moeda
que agrega valor ao negócio. Um dos setores da empresa que grandes mudanças
sofreu foi a área de Recursos Humanos, pois tem se tornado cada vez mais evidente
que pessoas podem ser consideradas como grande diferencial competitivo.
A evolução histórica da administração de recursos humanos, segundo
Pearson Education do Brasil (2010, p. 4), não pode ser dividida em etapas
claramente definidas. As mudanças foram ocorrendo naturalmente, como um modo
de pensar sendo substituído pouco a pouco por outro, ou mesmo com vários modos
de pensar simultâneos, coexistindo em vários pontos do planeta ou ainda em
diferentes pontos do mesmo país. Nesse sentido, Pearson Education do Brasil
(2010, p. 4) afirma que:
A revolução industrial foi um marco para área de RH, quando substituiu o
sistema artesanal pelo sistema fabril, onde a mecanização do processo
produtivo passou a realizar tarefas antes dependentes da força humana. A
forma de produção industrial passaria a ser fragmentada, cada operário
ficaria responsável por uma tarefa, e assim era possível produzir muito
mais.
Marras (2011, p. 5) explica que, esse novo cenário trabalhista fez surgir
agentes nas empresas, até então desconhecidos, como a figura do chefe de
pessoal, “capo delpersonale” ou “personnelchief”, como era chamado mundo a fora,
com a necessidade de contabilizar os registros dos trabalhadores, obviamente que
observando as horas trabalhadas, as faltas e atrasos no intuito de descontar do
pagamento dos trabalhadores.
Marras (2011, p. 5) afirma ainda que o chefe de pessoal possuía as
mesmas características, tanto na Itália quanto nos Estados Unidos e no Brasil. Uma
pessoa inflexível, seguidor das leis e de uma frieza tremenda na hora de demitir
alguém. Ele ressalta que as grandes organizações são as responsáveis pelas
primeiras mudanças, pois no intuito de conseguir otimizar os resultados produtivos
acabavam por patrocinar estudos e pesquisas na área acadêmica, fazendo com que
houvesse uma valorização de novas posturas de comando pelos profissionais de
gestão.
Começou a surgir, a partir de todos estes fatos, o interesse no estudo de
alguns fenômenos colaterais observados no campo da psicologia organizacional e
da sociologia no trabalho, principalmente no que diz respeito ao comportamento do
homem, dando surgimento a uma administração mais científica e menos empírica.
15
A ARH no Brasil começa a ter sua história contada no início do século XX,
quando cerca de 80% da população habitava o campo e apenas 20% a zona
urbana, principalmente do estado de São Paulo, onde a representatividade do
proletariado industrial era considerada tímida e fraca, uma vez que o peso da
economia era essencialmente agrícola. (GIL, 2012, p. 52).
21
matéria publicada por Thomas Stewart, na revista Fortune, com o título: Your
company’s most valuable asset: intellectual capital (Ativo mais valiosode sua
empresa: o capital intelectual).
Antunes (1999 apud Santos et al. 2008, p. 12) menciona que a ênfase
maior dada aos estudos feitos a partir de então se deu em torno de um dos
elementos que compõem o capital intelectual, o Capital Humano, que ao longo da
história, por volta do século XV, já era objeto de estudos feitos por economistas no
intuito de mensurar monetariamente o ser humano, mas nada em prol de sua
valorização e sim para estimar perdas com guerras e migrações.
Segundo a visão dos economistas, o ser humano é tido como capital
devido ser possuidor da capacidade de gerar bens e serviços através da sua força
de trabalho e do seu conhecimento, constituindo-se, portanto, em importante fonte
de acumulação de conhecimento e de crescimento econômico. (SANTOS, et al.
2008).
Motivo de vários estudos, o capital intelectual tem se mostrado um grande
desafio para algumas áreas do conhecimento científico, como Economia,
Contabilidade e Administração, uma vez que, sendo considerado um ativo intangível,
torna-se difícil atribuir-lhe o devido valor. Mesmo estando presente em todas as
organizações e se mostrando algo vital para sua sobrevivência, evidenciar o retorno
proporcionado por esse recurso não parece ser tarefa fácil.
É nesse difícil contexto que capital intelectual pode ser conceituado como
“uma combinação de ativos intangíveis, frutos das mudanças nas áreas da
tecnologia da informação, mídia e comunicação, que trazem benefícios intangíveis
para as entidades e que capacitam o funcionamento das mesmas”. (BROOKING,
1996, p. 12-13 apud SANTOS, et al. 2008, p. 10).
Santos (et al. 2008) citando Stewart (1998, p. 60) define capital intelectual
como “o conhecimento existente em uma organização e que pode ser usado para
criar uma vantagem diferencial”.
Já Nahapiet e Ghoshal (apud DEMO, 2008, p. 36) para definirem o capital
intelectual mencionam, primeiramente, que este é uma decorrência de algo maior, o
capital social, definido por eles como o “conjunto dos atuais e potenciais recursos
pertencentes a uma pessoa ou a uma unidade social, embutidos, derivados e
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mostradas; pessoas, clientes e estrutura, com ênfase maior nas pessoas, o, então,
capital humano.
valor à organização e torná-la mais ágil e competitiva, mas, para tal intento, a
organização precisa de quatro alavancadores:
1. Autoridade: dar poder às pessoas para que elas possam tomar decisões
sobre ações e recursos, ou seja, dar autonomia a elas. É o chamado
empowerment;
2. Informação: a organização deve fomentar o acesso à informação, sem impor
limites, dando as condições necessárias para que esta possa ser
disseminada e torná-la útil e produtiva, a fim de facilitar o processo de
tomada de decisão;
3. Recompensas: proporcionar incentivos compartilhados que promovam os
objetivos organizacionais. A recompensa funciona como um reforço positivo e
como um sinalizador do comportamento que a organização espera de seus
participantes;
4. Competências: desenvolver habilidades e competências em seus
funcionários ajuda-os a melhor utilizar a informação e a autoridade. É assim
de nascem os talentos humanos dentro da organização: definindo as
competências que ela precisa para alcançar seus objetivos.
Chiavenato (2009, p. 71-72) afirma, ainda, que a Era da Informação
mudou radicalmente o panorama organizacional, onde antes as pessoas eram tidas
como meros recursos, mão de obra, fonte de energia física ao trabalho, pelas
seguintes razões:
1. O trabalho está se tornando cada vez menos físico e cada vez mais mental.
As pessoas deixaram de ser fornecedoras de mão de obra e passaram a ser
fornecedoras de conhecimento;
2. As pessoas deixaram de ser meras commodities (matéria prima primária
produzida em grande quantidade) nas organizações e assumindo o seu
caráter pessoal e singular, em função das diferenças individuais;
3. O trabalho está deixando de ser individualizado e isolado para se transformar
em equipe, solidário. Hoje tornou-se mais importante trabalhar junto, em
equipe para se obter um efeito harmonioso e multiplicador;
4. Não basta só ter talentos na empresa, é necessário treiná-los e desenvolvê-
los constantemente, para se ter o retorno esperado;
32
4.1 Conceitos
4.3 Características do DO
4.4 O processo de DO
Por sua complexidade o processo de DO pode levar muito tempo para ser
projetado e implementado, e assim continuar indefinidamente. O mesmo é tido como
um processo planejado para mudar a forma em que organizações funcionam,
tentando sair de onde se encontra, implantando mudanças, indo em direção para
onde ela deveria estar (LOBOS, 1975, p. 22). Embora não haja um consenso entre
os autores estudados neste subcapítulo, sobre as etapas do DO, é possível resumir
as principais, conforme demonstrado na figura 1, segundo Chiavenato (2009), Lobos
(1975) e Davis e Newstrom (2011):
1. Diagnóstico inicial: o Consultor reúne-se com a alta gerência da empresa
para determinar a natureza dos problemas da empresa, desenvolver as
abordagens de DO com maiores probabilidades de sucesso e se assegurar
do integral apoio da direção.
2. Coleta e análise de dados: consiste na determinação dos dados necessários
e dos métodos utilizáveis para sua colheita dentro da organização. Podem ser
feitas entrevistas, pesquisas para determinar o clima organizacional e
problemas comportamentais. Inclui técnicas e métodos para descrever o
sistema organizacional e as relações entre os seus elementos ou
subsistemas.
3. Retorno e confronto de dados: grupos de trabalho são designados para
revisar os dados coletados, para mediar entre eles áreas de divergência e
estabelecer prioridades para a mudança.
42
Planejamento de ação
Avaliação e
Diagnóstico inicial e solução de
acompanhamento
problemas
empresa que aplica duas ou três etapas, provavelmente não alcance os resultados
esperados. Já o processo funcionando com todas as etapas seguidas, pode produzir
resultados bastante favoráveis.
4.6 Programas de DO
essa razão, o consultor ou agente de mudança pode, juntamente com a alta direção,
desenvolver um programa que vá ao encontro das necessidades específicas da
organização. Dois programas de DO amplamente utilizados e que produzem
resultados favoráveis são o Grid Gerencial (Managerial Grid) e o Sistemas de 1 a 4,
conforme explicam os autores Chiavenato (2009) e Davis e Newstrom (2011).
6 Estilo 5,5
O desempenho adequado da organização
Preocupação pelas
Baixa 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Baixa Preocupação com a produção Alta
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO (2009, p. 432)
4.6.2 Sistemas de 1 a 4
4.7 Objetivos do DO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Uma breve história brasileira das práticas de
recursos humanos. In:_____. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos,
ferramentas e procedimentos. 1. ed. 6. reimpr. São Paulo: Atlas, 2011.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papeis profissionais. 1. ed.
12. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012.
humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. 2. ed. 11. reimpr. São
Paulo: Atlas, 2009.
SANTOS, J. Luís dos; et al. Capital Intelectual: o principal recurso do novo milênio.
Revista de Negócios: Business Review, n. 6, set. 2008.