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I – EMENTA
Reconceptualizacao de gestão do ensino numa dimensão política, social e pedagógica. Gestão democrática
articulando educação, escola e ensino. Modelos de gestão, planejamento e desenvolvimento. Gestão
participativa. Projeto Político Pedagógico. Políticas de Gestão do ensino no Ceará. Gestão de processos não
escolares.
II – COMPETÊNCIAS ESPECIFICAS
❖ Conhecer e identificar os processos educativos, a relação professor, escola, aluno e seu contexto
social. Os modelos de gestão, planejamento e desenvolvimento.
III – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
DATAS CONTEÚDOS / ATIVIDADES
Apresentação da ementa da disciplina: Gestão dos Processos Educativos; Falando um pouco
13/11 sobre Gestão Educativa; Discussões sobre a disciplina a ser cursada. Estudo do artigo cientifico:
Segunda Gestão democrática da educação; A democratização da educação básica: O que vem a ser isso?;
14/11 Estudo do artigo cientifico sobre: Inter- relação entre escola e comunidade; Protagonismo da
Terça comunidade na escola; Participação da familia; Escola democrática e não democrática: uma
comparação; Realização de um resumo critico sobre o referido artigo.
16/11 Estudo do artigo cientifico sobre: Integração escola e comunidade: uma realidade possivel.
Quinta (Pág.: 13/14). Realização de um fichamento sobre o artigo.
20/11 Estudo do artigo cientifico sobre: Motivação do aluno no processo Ensino e aprendizagem;
Segunda amotivação e o aluno; Conceituando as motivações intrinsecas e extrinsicas. Realização de um
resumo critico sobre o referido artigo.
21/11 Estudo do artigo cientifico sobre: Afinal, quem manda aqui? Poder e liderança na sala de aula;
TErça Transtorno ou distúrbio de aprendizagem?; Videos; Realização de um resumo critico sobre o
referido artigo.
22/11 Estudo do artigo cientifico sobre: Crianças com dificuldade de aprendizagem. Realização de um
Quarta fichamento sobre o artigo.
23/11 Estudo do artigo cientifico sobre: A gestão escolar relativa ao processo docente educativo e o
Quinta papel orientador do gestor; Realização de um resumo sobre o artigo.
27/11 Estudo do artigo cientifico sobre: Piaget, Vygostsky, Freire e a contrução do conhecimento na
Segunda escola; Como se da a construção do conhecimento? Realização de um resumo critico sobre o
referido artigo.
28/11 Estudo do artigo cientifico sobre: Como pode o professor facilitar a construção do
Terça conhecimento?; Diferenças entre o ensino tradicional e o ensino construtivista. Reunião das
equipes para elaboração do projeto de intervenção.
Trabalhando Projeto-intervenção:
➢ Sabendo um pouco mais sobre o projeto-intervenção;
29/11 ➢ O que pode ser objeto do Projeto-intervenção?;
Quarta ➢ Atividade proposta;
Obs.: Pesquisa em campo. Cada equipe irá visitar uma referida escola.
"É mais fácil governar uma cidade ou um país o do que educar uma criança. É
mais fácil dirigir uma empresa com mulheres de funcionários do que formar um
pensador. É mais fácil consertar milhares de máquinas supercomplexas do que
transformar um ser humano impulsivo e impaciente em alguém tolerante e calmo."
Augusto Cury
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Disciplina: Lped 32 – Gestão dos Processos Educativos
Professor: Felype Abreu
Às unidades escolares públicas de educação básica que os integram, progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e
financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público (LDB – Art15).
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Como elementos constitutivos dessa forma de gestão podem ser apontados: participação, autonomia,
transparência e pluralidade (ARAÚJO, 2000). E como instrumentos de sua ação, surgem as instâncias diretas
e indiretas de deliberação, tais como conselhos e similares, que propiciam espaços de participação e de criação
da identidade do sistema de ensino e da escola. Assim, a gestão democrática da educação “trabalha com atores
sociais e suas relações com o ambiente, como sujeitos da construção da história humana, gerando participação,
corresponsabilidade e compromisso” (BORDIGNON; GRACINDO, 2001, p. 12).
Analisando as quatro facetas da democratização da educação, o acesso à escola; a garantia de permanência
do estudante na escola; a qualidade do ensino e a Gestão Democrática, qual delas você considera a que se
encontra mais frágil na sua escola? Por quê?
Democratização da educação, nesse sentido, vai além das ações voltadas para a ampliação do atendimento escolar.
Configura- se como uma postura que, assumida pelos dirigentes educacionais e pelos diversos sujeitos que participam do
processo educativo, inaugura o sentido democrático da prática social da educação.
O princípio da gestão democrática está inscrito na Constituição Federal e na LDB, sendo assim, ele deve ser
desenvolvido em todos os sistemas de ensino e escolas públicas do país.
Ocorre, contudo, que como não houve a normatização necessária dessa forma de gestão nos sistemas de
ensino, ela vem sendo desenvolvida de diversas formas e a partir de diferentes denominações: gestão
participativa, gestão compartilhada, cogestão, etc. E é certo que sob cada uma dessas denominações,
comportamentos, atitudes e concepções diversas são colocados em prática.
O termo aqui adotado é a gestão democrática por entendermos que este termo coloca em prática o espírito da
Lei, por destacar a forma democrática com que a gestão dos sistemas e da escola devem
ser desenvolvidas.
Assim, a gestão democrática é um objetivo e um percurso. É um objetivo porque trata-se de uma meta
a ser sempre aprimorada e é um percurso, porque se revela como um processo que, a cada dia, se avalia
e se reorganiza.
Parece óbvio lembrar que uma gestão democrática traz, em si, a necessidade de uma postura democrática. E
esta postura revela uma forma de encarar a educação e o ensino, onde o Poder Público, o coletivo escolar e a
comunidade local, juntos, estarão sintonizados para garantir a qualidade do processo educativo. Então, seria
possível identificar os elementos que fazem parte desse processo?
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Quais elementos identificam uma gestão democrática?
A gestão democrática na escola e nos sistemas de ensino torna-se um processo de construção da cidadania
emancipada. Para tanto, e segundo Araújo (2000), são quatro os elementos indispensáveis a uma gestão
democrática: participação, pluralismo, autonomia e transparência. A realidade mostra uma série de formas
e significados dados ao sentido de participação na escola. Alguns exemplos identificam participação como
simples processo de colaboração, de adesão e de obediência às decisões da direção da escola. Nesses casos,
as decisões são tomadas previamente e os objetivos da participação também são delimitados antes dela
ocorrer, segundo Bordignone Gracindo (2000). Perdem-se, dessa forma, duas condições básicas para uma
efetiva participação:
1) O sentido público de um projeto que pertence a todos.
2) O sentido coletivo da sua construção, que oferece iguais oportunidades a todos, nas suas definições.
Assim, a participação adquire caráter democrático e torna-se propiciadora da ação comprometida dos
sujeitos sociais. Dessa forma, a participação requer a posição de governantes, não de meros
coadjuvantes, ou seja, requer espaços de poder. Portanto, ela só é possível em clima democrático.
A participação é, portanto, condição básica para a gestão democrática: uma não é possível sem a outra.
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Uma das questões a serem enfrentadas na gestão democrática é o respeito e a abertura de espaço para o
“pensar diferente”. É o pluralismo que se consolida como postura de “reconhecimento da existência de
diferenças de identidade e de interesses que convivem no interior da escola e que sustentam, através do debate
e do conflito de ideias, o próprio processo democrático” (ARAÚJO, 2000 p. 134). Nota-se, que a maior
resistência encontrada a essa postura pluralista está, em grande parte, na consequente distribuição de poder
que ela enseja. Nesse sentido, ratificando a ideia da necessidade de desconcentração do poder, Bobbio (1994
p.15) esclarece que “uma sociedade é tanto melhor governada, quanto mais repartido for o poder e mais
numerosos forem os centros de poder que controlam os órgãos do poder central”. Vale considerar que “o
conceito de autonomia está etimologicamente ligado à ideia de autogoverno, isto é, à faculdade que os
indivíduos (ou as organizações) têm de se regerem por regras próprias” (BARROSO, 1998). Escola autônoma
é, portanto, aquela que constrói o seu PP de forma coletiva, como
estratégia fundamental para sua emancipação (dimensão micro) e para
a transformação social (dimensão macro). Assim, a autonomia precisa
ser conquistada a partir da democratização interna e externa da escola,
politizando o espaço escolar e propiciando o desenvolvimento de duas
facetas importantes da autonomia escolar: a autonomia da escola e a
autonomia dos sujeitos sociais (ARAÚJO, 2000). Como outro elemento
fundamental da gestão democrática, a transparência está
intrinsecamente ligada à ideia de escola como espaço público. Face ao
predomínio da lógica econômica em todos os setores sociais, em
especial na educação, garantir a visibilidade da escola frente à sociedade, torna-se uma questão ética. Quase
como um amálgama dos elementos constitutivos da gestão democrática, a transparência afirma a dimensão
política da escola. Sua existência pressupõe a construção de um espaço público vigoroso e aberto às
diversidades de opiniões e concepções de mundo, contemplando a participação de todos que estão envolvidos
com a escola (ARAÚJO, 2000 p.155)
Autogoverno é o domínio sobre as decisões políticas do Estado-membro, exercido pelas autoridades locais com
independência em relação às autoridades da ordem central.
Na descrição dos elementos constitutivos da gestão democrática, fica evidente um conceito transversal a todos
eles: o de democratização da educação (GRACINDO, 2003). E ele se torna o fio condutor e a base de
reflexão/ação da gestão democrática, isto é, participação, pluralismo, autonomia e transparência não se
instauram sem a cultura democrática. Agregado à postura de democratização da educação, outro conceito
permeia todas as reflexões desenvolvidas: a ideia de escola como espaço público. Isto é, sem o sentido público,
a escola não viabilizará participação, pluralismo, autonomia e transparência.
Assim, pode-se afirmar que em última instância, a cultura/postura democrática e o sentido público da
prática social da educação são alicerces da gestão democrática.
Ocorre que todos esses elementos e alicerces da gestão democrática necessitam de uma base concreta para
sua viabilização: os espaços de encontro, discussão e trocas. Dentre esses múltiplos espaços destacam-se: os
conselhos deliberativos e consultivos, os grêmios estudantis, as reuniões, as assembleias e as associações. A
partir desses espaços de prática democrática são deliberados e construídos os caminhos que a escola deve
percorrer. E o retrato dessa caminhada será revelado no Projeto Político-pedagógico (PP) da escola.
INSTRUMENTOS E ESTRATÉGIAS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Como o conselho escolar pode ajudar na gestão democrática?
Como é sabido, o Brasil possui profundas desigualdades econômicas, culturais e políticas que geraram (e
continuam gerando) segregação de grupos sociais e a negação da cidadania a um enorme contingente de
brasileiros. Essa realidade, no entanto, não pode ser aceita passivamente por seus cidadãos e requer, do
Estado, o estabelecimento de políticas públicas voltadas para a redução dessas enormes diferenças e para a
inclusão social. Com a redemocratização do país, em meados de 1980, o Brasil começa a se organizar,
utilizando-se de mecanismos democráticos que já havia experimentado em épocas anteriores e de novos
mecanismos, construídos nesse momento de reconquista democrática. Nesse movimento de redemocratização
do país, a sociedade exige também a democratização da educação. E esta se faz não somente com a garantia
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de acesso e permanência dos estudantes na escola, mas também, com a delimitação de espaços para o
exercício democrático, como vimos em item anterior.
A gestão democrática é uma prática prevista na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) e no Plano Nacional de Educação (PNE). É uma forma de exercitar a democracia participativa,
podendo contribuir para a própria democratização da sociedade.
Assim, dentre os muitos espaços possíveis de participação da sociedade, a escola torna-se
instrumento importante para o desenvolvimento da democracia participativa. Surge, então, a gestão
democrática da educação, como uma construção coletiva da sociedade, que favorece o exercício da
cidadania consciente e comprometida com os interesses da maior parte da população brasileira.
O Conselho Escolar, entre outros mecanismos, tem papel decisivo na gestão democrática da escola, se for
utilizado como instrumento comprometido com a construção de uma escola cidadã. Assim, constitui-se como
um órgão colegiado que representa a comunidade escolar e local, atuando em sintonia com a administração
da escola e definindo caminhos para tomar decisões administrativas, financeiras e político-pedagógicas
condizentes com as necessidades e potencialidades da escola. Desta forma, a gestão deixa de ser prerrogativa
de uma só pessoa e passa a ser um trabalho coletivo, onde os segmentos escolares e a comunidade local se
congregam para construírem uma educação de qualidade e socialmente relevante. Com isso, divide-se o poder
e as consequentes responsabilidades. A composição, funções, responsabilidades e funcionamento dos
Conselhos Escolares devem ser estabelecidos pela própria escola, a partir de sua realidade concreta e
garantindo a natureza essencialmente político-educativa do Conselho Escolar, que se expressa no “olhar”
comprometido que desenvolve durante todo o processo educacional, com uma focalização privilegiada na
aprendizagem. Sua atuação, desta forma, se volta para: o planejamento, a aplicação e a avaliação das ações
da escola. Com o objetivo de desenvolver um acompanhamento responsável, ético e propositivo do processo
educativo na escola, e visando uma educação emancipadora, o Conselho Escolar deve estar atento a alguns
aspectos extremamente relevantes desse processo, compreendendo que:
a) O projeto de educação que a escola vai desenvolver, dando sentido às suas ações, deve ser discutido,
deliberado e seguido por todos.
b) O sentido de pluralidade nas relações sociais da escola, com respeito às diferenças existentes entre os
sujeitos sociais, deve ser a marca do processo educativo.
c) A unidade do trabalho escolar deve ser garantida utilizando- se o Projeto Político-pedagógico da escola como
instrumento para impedir a fragmentação das ações.
d) O sentido de qualidade na educação não pode ser uma simples transposição deste conceito do mundo
empresarial para a escola, isto é, na educação, esse sentido necessita estar referenciado no social e não no
mercado.
e) A escola como um todo é responsável pelo sucesso ou pelo fracasso do estudante, partilhando a
responsabilidade pelo desenvolvimento da prática educativa.
f) A aprendizagem é decorrente da construção coletiva do conhecimento e não se basta à transmissão de
informações.
g) Na avaliação da aprendizagem do estudante, cabe verificar mais do que o produto da aprendizagem, cabe
analisar todo o processo no qual ele se desenvolveu. Assim, devem ser considerados: o contexto social; a
gestão democrática; a ação docente; e as condições físicas, materiais e pedagógicas da escola. h) O tempo
pedagógico precisa ser utilizado da melhor forma possível, organizando-o de acordo com as peculiaridades e
necessidades da escola.
i) A escola, como equipamento social público, deve ser transparente nas suas ações.
j) Os espaços de participação nas decisões da escola devem ser ampliados cada vez mais, seja no processo
de escolha de dirigentes, seja nas deliberações acerca das questões financeiras, pedagógicas e
administrativas.
k) A solidariedade e a inclusão social são princípios fundamentais da escola.
Com esses cuidados e tendo a dimensão da importância da gestão democrática da educação, na
democratização mais ampla da sociedade, o Conselho Escolar dá uma contribuição altamente relevante para
que a educação desenvolvida pela escola possa ser instrumento para a emancipação dos sujeitos sociais e
para o cumprimento de seu papel social, que, em última instância, visa à construção de uma sociedade justa,
solidária e igualitária.
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Sua escola possui um Conselho Escolar? Em caso positivo, faça uma pesquisa junto à Secretaria da
escola para identificar quando ele começou a funcionar, quem o compõe, de que forma seus
componentes são escolhidos e quais são suas responsabilidades. Caso não exista Conselho Escolar,
faça uma pesquisa entrevistando um aluno, um professor, um membro da direção, um funcionário e um
pai de aluno. Pergunte como eles imaginam que deve ser um Conselho Escolar.
Diferenciar esses dois tipos de concepção do termo qualidade parece ser fundamental para a prática social da
educação, pois para cada um desses sentidos são estabelecidas concepções diferentes de educação e,
consequentemente, formas diferenciadas de gestão. A qualidade com sentido mercantil é identificada, por
Gentilli (1994), como uma “nova retórica conservadora no campo educacional”, a partir de um discurso
utilitarista que reafirma a postura que nega o processo educativo emancipador para a maioria da sociedade.
Quando essa concepção se implanta no campo da educação, o “produto” torna-se o aspecto mais relevante da
prática social da educação, induzindo o desenvolvimento de uma “gestão de resultados”. Esta forma de gestão
passa, então, a propor “modelos” e “fórmulas” para o processo educativo que, aparentemente, viabilizam o
sucesso escolar. Como exemplo, surge a “Qualidade Total” e todas as suas vertentes, que desenvolvem
padrões elitistas e excludentes ditados pelo “mercado”. Esses padrões acabam por fazer com que a educação
contribua para aumentar as desigualdades existentes no Brasil, pois, como bem assinalou Gentilli (1994) “a
partir dos novos padrões delineados em relação ao imbricamento entre educação e setor produtivo, o fosso
entre as desigualdades já existentes tende a alargar”. Essa lógica implantada no seio do processo educacional
contribui para a adesão de muitos dirigentes educacionais à gerência para a qualidade total que, tal como Paiva
(1994) alertou, pauta-se na produtividade e na competitividade, indicando a gestão empresarial como fórmula
a ser aplicada à gestão da educação; optando pelo pragmatismo como aspecto fundamental dos objetivos
educacionais; e indica a supremacia da avaliação de produtos. Nessa ótica, a escola passa a assumir-se como
uma empresa que, por sua nova natureza, não identifica a educação como direito, nem age para propiciar a
inclusão de todos em sua “linha de montagem”, uma vez que naturaliza a exclusão daqueles que não se
adaptam ao “processo produtivo” que desenvolve. O sentido de qualidade referenciada no social, por outro
lado, possui uma outra lógica que o sustenta. Sua base é decorrente do desenvolvimento de relações sociais
(políticas, econômicas e culturais) contextualizadas e sua gestão, diferentemente da anterior, contribui para o
fortalecimento da escola pública, construindo uma relação efetiva entre democratização e qualidade. A
qualidade na educação, com esse significado, busca construir a emancipação dos sujeitos sociais. Para tanto,
desenvolve conhecimentos, habilidades e atitudes que irão encaminhar a forma mediante a qual o indivíduo vai
se relacionar com a sociedade, com a natureza e consigo mesmo, a partir da concepção de mundo, sociedade
e educação que possui.
Assim, a qualidade referenciada no social, e não no mercado, contribui com a formação dos sujeitos
como cidadãos no mundo. Nesse sentido, a qualidade social está intimamente ligada à transformação
da realidade e não à sua manutenção.
A educação escolar compreendida como instrumento para a transformação social é conhecida como educação
emancipadora. Ela, como Rodrigues (1986, p. 81) bem assinalou: possibilita a todos a compreensão elaborada
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da realidade social, política e econômica do momento vivido pelos educandos; o desenvolvimento de suas
habilidades intelectuais e físicas para a intervenção nessa realidade, e a posse da cultura letrada e dos
instrumentos mínimos para o acesso às formas modernas do trabalho [...].
A educação emancipadora rompe com qualquer padrão de qualidade estabelecido a priori, em decorrência do
próprio desenvolvimento das relações sociais, não cabendo, portanto, “modelos” ou “fórmulas” que padronizam
a prática educativa. Pode-se identificar, contudo, alguns atributos de uma escola cuja qualidade se referencia
no social (BORDIGNON; GRACINDO, 2000):
a) Pluralista, porque admite e respeita correntes de pensamento divergentes.
b) Humanista, por identificar o sujeito histórico como foco do processo educativo.
c) Consciente de seu papel político como instrumento para a emancipação e desalienação dos trabalhadores,
condição para a transformação social.
Importante ressaltar que a escola, ao assumir a qualidade social, está atenta ao desenvolvimento
do ser social em todas as suas dimensões: no econômico (inserção no mundo do trabalho); no
cultural (apropriação, desenvolvimento e sistematização da cultura popular e cultura universal); no
político (emancipação do cidadão).
Se a finalidade última da educação é a formação de cidadãos, então, a qualidade da educação precisa estar
voltada para esse fim e necessita sustentar-se em um tipo de gestão que propicie o exercício da cidadania,
promovendo a participação de todos os segmentos que compõem a escola, além da comunidade local externa,
ou seja, deve se sustentar na gestão democrática.
Como foram apontados anteriormente, os diferentes sentidos de qualidade na educação aqui apresentados –
a qualidade referenciada no mercado e a qualidade referenciada no social – encaminham formas também
diferenciadas de práticas educativas. Como exemplo elucidativo, pode-se ressaltar, também, a questão da
avaliação. No processo de avaliação da escola, o sentido de qualidade mercantil tende a identificar a educação
como mercadoria, em que o produto da educação quase sempre é apresentado pelas notas escolares,
tornando-se o foco privilegiado das avaliações. De outro lado, o sentido de qualidade social gera uma dimensão
de avaliação processual e mais abrangente que procura identificar os diversos aspectos que concorrem no
processo educativo, tais como: o contexto social onde a escola está inserida; as condições da escola para uma
aprendizagem relevante; os mecanismos utilizados na gestão democrática; a atuação do professor no processo
educativo; e, finalmente, o desempenho escolar dos estudantes, estes, percebidos neste contexto.
Compreendendo, por fim, a educação como um direito do cidadão, portanto não excludente, e viabilizada por
uma gestão democrática, pode-se vislumbrar a atuação do Conselho Escolar como um instrumento capaz de
mediar o alcance da qualidade social na prática social da educação.
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Disciplina: Lped 32 – Gestão dos Processos Educativos
Professor: Felype Abreu
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pela escola, buscar saber quais as possíveis necessidades que a escola possa vir a ter e tentar supri-las (tais
necessidades podem estar relacionadas à estrutura física, à carência de materiais, entre outras), ajuda nos
eventos da instituição escolar, hortas comunitárias, ações voltadas ao meio ambiente etc. Podemos perceber,
portanto, que a comunidade local possui uma gama de meios para se inserir na escola de forma a contribuir
com a educação, tanto colaborando com a gestão, atuando nos conselhos e desempenhando outros papeis
que poderão surgir no decorrer das atividades propostas sejam elas pedagógicas ou de qualquer outro caráter.
A participação da família
Não há como falar da atuação da comunidade extraescolar nas questões ligadas à educação sem citar a
importância da participação da família. De acordo com Nelson Dacio Tomazi (2010, p. 20), “O ponto de partida
é a família (...). É o espaço onde aprendemos a obedecer a regras de convivência, a lidar com a diferença e a
diversidade”. A partir de tal concepção percebemos que é na família que começam as primeiras formas de
educação, logo quando o aluno adentra ao ambiente escolar ele já traz em si uma bagagem adquirida na
convivência familiar, portanto a escola precisa da participação dos familiares no decorrer do desenvolvimento
de suas atividades, pois o trabalho em conjunto da família com escola demonstra ser uma das estratégias mais
eficazes para o bom andamento das atividades escolares, sem falar que, a partir do momento em que os
familiares participam de forma ativa na escola, fica mais fácil envolver toda a comunidade, afinal a família é a
célula vital de uma sociedade. A família pode ser concebida, ainda, como uma ponte que liga escola e
comunidade. A escola não pode ser uma realidade distante da família e não deve ser vista pelos familiares
simplesmente como algo obrigatório e exigido por um sistema, mas sim deve ser concebida como um alicerce
fundamental para a construção de uma sociedade digna, pois, atualmente a família tem sido uma grande pedra
de tropeço quando vai de contramão à educação, afinal lidar com questões familiares no ambiente escolar é
algo delicado e torna-se ainda mais difícil quando a família torna-se alheia à escola. É importante ressaltar que
a participação da família contribui para a educação, também, na ótica das mudanças ocorridas na sociedade e
que vem transformando gradativamente o modelo de família que conhecemos. A família, que é uma construção
social e sofre influência dos valores e padrões de sua época, atualmente passa também por grandes
transformações, que vão desde os novos arranjos familiares, delineando famílias monoparentais, homoafetivas,
reconstituídas por novas uniões e coabitações dos filhos, frutos das diversas uniões, até mudanças nos papeis
familiares. Essas mudanças são formas contemporâneas de exercício da maternidade e da paternidade, cujos
papeis já não são rigidamente preestabelecidos como cuidadores e provedores, respectivamente. Ambos, pai
e mãe, podem ocupar funções diversas (FERREIRA, 2012, p. 17). A escola deve estar a par de tantas
mudanças na família e só conseguirá fazê-lo se houver um contato mais próximo com o ambiente familiar e
conseguir atrair os familiares até o meio escolar. Essas várias transformações podem, por consequência,
interferir negativamente nas práticas educacionais, por isso a escola precisa obter um amplo conhecimento a
respeito da realidade das famílias que compõem a comunidade local. Nas palavras de Augusto Cury (2008, p.
21) “Antigamente uma família estruturada era uma garantia de que os filhos desenvolveriam uma personalidade
saudável”. Nota-se que hoje em dia essa concepção mudou, pois mesmo num ambiente familiar saudável
algumas pessoas podem desenvolver problemas variados e vice-versa. Por isso, a escola deve buscar inteirar-
se a cerca do que ocorre no ambiente familiar do público que atende, pois dessa forma muitos problemas
poderão ser resolvidos e evitados. A participação dos familiares na escola pode acontecer de diferentes
maneiras. Talvez uma das mais importantes formas de atuação da família no espaço escolar seja através do
acompanhamento escolar, pois é bem melhor trabalhar numa escola onde os pais estão preocupados com o
rendimento educacional de seus filhos (é importante ressaltar que esta preocupação deve ser voltada não
somente ao êxito nas notas, mas sobretudo, no comportamento do educando, na metodologia utilizada pelos
professores, pela atuação da gestão, dentre outros fatores). O
voluntariado também pode ser uma alternativa para a família
se inserir no espaço escolar, assim como, também buscar
inteirar-se sobre o cotidiano da escola, visando sempre o
acompanhamento e colaboração com a educação. Ressalta-
se que a família possui grande importância no que diz respeito
à participação na escola, bem como tem influência sobre
vários aspectos da educação e desempenha um importante
papel no tocante à relação da comunidade com a escola.
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A realidade social de hoje exige a necessidade de uma escola que desempenhe um caráter participativo, ou
seja, que seja aberta a todos independentemente se estes estão inseridos ou não no quadro de funcionários
da escola. Precisa-se de uma escola que seja realmente necessária, tendo em vista todos os fatores que influem
diretamente na educação e que possa desempenhar em primeiro lugar a construção da cidadania e não
somente as exigências pedagógicas e administrativas. Dessa forma, podemos perceber que a escola pode
caracterizar-se como democrática e não democrática a partir de suas ações, envolvendo a gestão, as questões
pedagógicas, seu relacionamento com a família e com a comunidade, dentre outros. Percebe-se que a escola
democrática possui como uma de suas principais características a construção da democracia “(...) a escola
necessária é uma escola democrática e que prepara os indivíduos para a democracia” (RODRIGUES, 2003, p.
60). Além dessa construção estimula-se também o exercício do caráter democrático, que se dá em atitudes tais
como tomadas de decisões em conjunto, participação na construção do PPP, atuação no Conselho Escolar,
opiniões a cerca do melhoramento do espaço escolar tanto físico como institucional, entre outros aspectos.
Podemos destacar a escola democrática da seguinte maneira: Como lugar de pessoas e de relações, é também
um lugar de representações sociais. Como instituição social ela tem contribuído tanto para a manutenção como
para a transformação social. Numa visão transformadora ela tem
papel essencialmente crítico e criativo (GADOTTI, 2007. p. 11). A
escola democratrizadora busca manter os aspectos do estado
social que promovem o bem-estar da sociedade e a cidadania e
tenta transformar as situações que dificultam a melhoria da
sociedade, afinal a educação deve buscar um bom
desenvolvimento do âmbito social como um todo e não somente
tornar a escola uma mera transmissora de conteúdos e regras
morais. A escola democrática é, pois, aquela que permite a
manifestação de várias contradições que perpassam a escola e
que, na sua forma de organização, permite o aprendizado a
respeito da natureza dos conflitos e das contradições existentes
na sociedade de hoje (RODRIGUES, 2003, p. 60) Nota-se que a
escola democrática precisa desempenhar diversas funções, tendo
em vista a formação crítico-reflexiva de seus alunos a cerca dos mais diversos temas que permeiam o meio em
que estão inseridos, bem como deve estimular o respeito mútuo às diferenças, buscando possíveis soluções
para os conflitos que surgem na comunidade e na escola por meio das práticas educacionais que a instituição
escolar promove imbuída pela prática da democracia. Em contraponto, existem em atuação ambientes
educacionais onde a participação, a autonomia e a colaboração não se tornam prioritárias e não acontecem
rotineiramente. Daí percebemos a formação de uma escola não democrática que caminha no sentido oposto
ao de uma escola que possui práticas democratizadoras. Uma escola não democrática está sujeita a deixar-se
permear pela cultura burocrática que existe nos sistemas institucionais brasileiros, dessa forma a realidade
local, as necessidades emergentes da comunidade, as opiniões e anseios dos demais interessados na
educação ficam de lado, pois a burocracia do sistema, geralmente não contempla estes fatores, logo a escola
corre o risco de ser uma instituição que cumpre apenas exigências e que não se torna sensível aos problemas
e outros aspectos que a norteiam e interferem significativamente no processo de ensino aprendizagem. Um
dos fatores que mais contribuem para que haja um ambiente escolar não democrático é a atuação da gestão.
Quando a direção da escola age de forma autoritária, todas as ações escolares estão sujeitas à vontade da
administração, portanto não há uma participação mais ampla e como consequência, a escola passa a tornar-
se uma reprodutora da vontade da gestão, não dando tanta importância às opiniões e possíveis contribuições
dos demais agentes que possam colaborar com o melhor desenvolvimento da educação. A partir dessa
realidade, corre-se o risco de haver um ambiente de trabalho desagradável que desembocará em
consequências negativas tanto em sala de aula como fora dela. (...) numa organização autoritária, é comum o
conflito entre chefia e liderança. E que, frequentemente, o conflito é administrado por um ato burocrático ou
legalista da chefia. (...) Em nível de escola, são exemplos os atos
administrativos que resultam na expulsão de alunos, demissão de
professores, proibição da presença de pais em reuniões e assim por
diante (ibidem, p. 61). É notável como uma escola que atua de forma
não democrática tem atitudes que prejudicam o bom andamento da
educação e coloca em risco a promoção da cidadania e do
melhoramento do convívio comunitário. Quando a direção da escola
possui atitudes autoritárias, pode-se concluir com mais convicção
que, consequentemente, a escola assumirá uma posição que não
condiz com a construção e a prática da democracia, voltados
especificamente ao âmbito escolar e que posteriormente, se refletirá na comunidade local e na sociedade como
um todo. Essa forma de se conduzir uma instituição educacional pode estar relacionada ao descaso com a
educação, à falta de preparação da gestão, que por vezes é simplesmente indicada por interesses políticos,
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pelo comodismo por parte dos profissionais e, principalmente da família que vem se tornando um dos fatores
que mais dificultam o trabalho na área da educação, sem esquecer-se de mencionar a preocupação exagerada
em cumprir as exigências burocráticas. Vejamos no quadro a seguir, as informações obtidas através de
pesquisa de caráter observador e de coleta de dados realizada nas unidades de educação municipais Escola
Municipal Professora Maria Marlene Brito Rocha e Escola Municipal Zilda Gonçalves e na escola da rede
estadual de ensino Unidade Escolar Artur Gonçalves de Sousa, ambas no município de Lagoa de São Francisco
- PI, que demonstram a diferenciação que há entre uma escola democrática e uma escola não democrática:
Gestão sensível aos fatores sociais que interferem A gestão demonstra pouca preocupação com as
na escola, buscando parcerias com outros órgãos questões sociais, comodismo e mero
para o auxílio nas atividades. cumprimento de obrigações.
Participação dos alunos nas decisões da escola e Pouca ou nenhuma participação dos alunos nas
maior satisfação em relação à metodologia dos decisões da escola, insatisfação em relação à
professores. estrutura física e à gestão.
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educação possa dar passos mais largos, principalmente tendo gestão e comunidade mais comprometidas com
uma educação de qualidade.
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que a administração escolar tem primordial colaboração em relação à busca da relação e integração da
comunidade com a escola.
Só a partir de uma real interação da escola com a comunidade se conseguirá trabalhar em meio às
transformações sociais contínuas, outro fator que influi na educação e que se inter-relaciona diretamente com
o meio comunitário, principalmente tendo em vista os efeitos da globalização. “No interior de nossa própria
cultura, sem sair de nossa própria cidade, nem de nosso próprio bairro, um belo dia observamos nosso ambiente
e nos damos conta de que tudo mudou (...)” (ESTEVES 2004, apud SOUZA, 2009, p. 5). Dessa forma, faz-se
necessário que se tenha plena consciência da importância de se haver a relação de reciprocidade positiva da
comunidade com a escola. Não há, portanto, uma receita pronta que discrimine os passos a serem seguidos
para que se alcance a integração do espaço escolar com o espaço comunitário, o que se pode evidenciar são
alternativas possíveis que possam promover essa interação, principalmente quando os trabalhos são guiados
por uma gestão essencialmente democrática que agregue em si os valores e práticas do agir democrático,
direcionando-os para o âmbito escolar na expectativa da relação colaborativa com a comunidade. De fato, a
questão da gestão democrática não se torna algo fácil de colocar em vigor nas unidades educacionais e,
principalmente atrair a comunidade para a escola por meio desse tipo de gestão, porém é de bom tom ressaltar
que isso não é algo impossível e que, todas as possibilidades que levem à progressão da educação devem ser
levadas em consideração e tentadas sem exitar. (...) alguns princípios da organização do trabalho pedagógico
e da gestão escolar ancorados numa perspectiva democrática são sustentados a partir: da autonomia das
escolas e da comunidade educativa, envolvimento da comunidade escolar no processo escolar, formação
continuada para o desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes da comunidade escolar, avaliações
compartilhadas e relações assentadas na busca de objetivos comuns (LIBÂNIO, 2004 apud GARBIN e
ALMEIDA, 2007, p. 7).
Nota-se que há nortes que nos direcionam à efetivação dessa inter-relação da escola com a comunidade e que,
a partir daí poderão ser avistados novos horizontes que visem a inteira colaboração comunitária no âmbito
escolar a partir de uma gestão que seja de caráter democrático e busque constantemente a evolução da
educação, trabalhando em conjunto com todos os interessados nos efeitos e resultados dos processos
educativos, especialmente a comunidade. As instituições escolares devem, também, buscar aproximar-se da
realidade comunitária, pois muitas vezes espera-se apenas que a comunidade busque participar, quando não
há um estímulo à essa participação, ressalta NOGUEIRA (apud DIDONÊ, 2013, p. 11) “A escola deve se
misturar e se contaminar com o bem e o mal das comunidades”. Com essa postura, a escola começa a adquirir
a cara do espaço comunitário e como consequência, a comunidade se sentirá mais incentivada a estarem mais
presente e atuante na escola. Uma estratégia que a gestão democrática pode utilizar para tornar a integração
da escola com a comunidade uma realidade possível seria promover formações para os interessados em atuar
nas mais diferentes funções da escola, desde a atuação nos Conselhos Escolares até o mais simples
voluntariado, dessa maneira a comunidade, além de interessar-se mais pela escola, estaria capacitada para
agir dentro do espaço escolar, colaborando e transformando-o de forma positiva e começando a acabar com
as barreiras que possam haver entre escola e comunidade e que não devem existir para que se assegure uma
educação de qualidade e que, impulsionada pela gestão democrática, seja promotora da cidadania.
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Disciplina: Lped 32 – Gestão dos Processos Educativos
Professor: Felype Abreu
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Hierarquia das Necessidades de Maslow
Na base da pirâmide, encontram-se as necessidades fisiológicas, como moradia, alimento, roupa. Tendem a
ser mais intensas, enquanto não forem satisfeitas; são as necessidades básicas para a subsistência. À medida
que essas necessidades são satisfeitas, a motivação direciona-se para outra necessidade e passa a dominar
o comportamento da pessoa. Assim o é para todos os níveis da pirâmide. A seguir, vem à necessidade de
segurança. Esta é essencialmente, a necessidade de estar livre do medo, de perigo físico e da privação das
necessidades fisiológicas básicas, pensa no futuro. Dito de outro modo é a necessidade de autopreservação.
Satisfeitas as necessidades fisiológicas e de segurança, surge a social ou de participação. Como o homem é
um ser social, precisa ter um grupo de convívio em que é aceito e desempenha um papel. Porém, esse papel
não é qualquer um, surge então à necessidade de estima, tanto a autoestima como o reconhecimento pelos
outros. A satisfação dessa necessidade produz sentimentos de confiança em si mesmo, de prestígio, de poder,
de controle. Quando não satisfeita pode produzir comportamento destrutivo ou imaturo para chamar atenção.
O indivíduo pode se tornar rebelde, pode negligenciar seu trabalho ou discutir com os companheiros.
Finalmente, vem à necessidade de auto realização que é essencialmente o sentimento de maximizar seu
próprio potencial, seja qual for. Um músico precisa tocar música, um poeta precisa escrever, um jogador de
futebol precisa jogar. A maneira como se expressa pode mudar no decorrer da vida. Um atleta que deixa de sê-
lo e deseja ser técnico, por exemplo. É importante notar que essa pirâmide não se aplica universalmente, mas
pode ser empregada em muitos casos. Outra questão é a de que as necessidades não precisam ser satisfeitas
totalmente antes de surgir outro nível de satisfação. O que ocorre é que há áreas de contato entre elas. A
pirâmide tem como característica importante a visão de um indivíduo contemplado em seu todo, daí a
importância de sua aplicabilidade na escola. Uma criança cujos sentimentos de segurança e senso de pertencer
estão ameaçados por divórcio pode ter pouco interesse em aprender a dividir frações (WOOLFOLK, 2000).
A MOTIVAÇÃO E O ALUNO
Segundo Burochovitch & Bzuneck (2004, p. 20) “não se pode contar ainda com uma teoria geral compreensiva
nem da motivação humana nem mesmo da motivação do aluno”. O tema motivação ligado à aprendizagem
está sempre em evidência nos ambientes escolares, impelindo professores a se superar ou fazendo-os recuar,
chegando à desistência nos casos mais complexos. Porém, ela tem um papel muito importante nos resultados
que os professores e alunos almejam. Hoje já se sabe que a motivação é algo visceral, um sentimento, ou se
tem ou não se tem. Isso não quer dizer que não se possa fazer nada para que as pessoas consigam vivenciá-
la. Conforme Bzuneck (2000, p. 10) “toda pessoa dispõe de certos recursos pessoais, que são tempo, energia,
talentos, conhecimentos e habilidades, que poderão ser investidos numa certa atividade”. Os mesmos autores
afirmam ainda que “na vida humana existe uma infinidade de áreas diferentes e o assunto da motivação deve
contemplar suas especificidades” (BZUNECK, 2000, p. 10). Cabe, aqui, fazer uma diferenciação entre interesse
e motivação. As coisas que interessam, e por isso prendem a atenção, podem ser várias, mas talvez nenhuma
possua a força suficiente para conduzir à ação, a qual exige esforço de um motivo determinante da nossa
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vontade. O interesse mantém a atenção, no sentido de um valor que deseja. O motivo, porém, se tem energia
suficiente, vence as resistências que dificultam a execução do ato.
Quando se considera o contexto específico de sala de aula, as atividades do aluno, para
cuja execução e persistência deve estar motivado, têm características peculiares que as
diferenciam de outras atividades humanas igualmente dependentes de motivação, como
esporte, lazer, brinquedo, ou trabalho profissional (BZUNECK, 2000, p. 10).
Quantas vezes o professor prepara uma atividade que ele achou que prenderia a atenção de seus alunos, que
os levaria adiante, que os faria buscar as informações que eram necessárias, porém, ao executá-la, não
conseguiu o envolvimento que esperava deles.
A motivação do aluno, portanto, está relacionada com trabalho mental situado no contexto específico das salas
de aula. Surge daí a conclusão de que seu estudo não pode restringir-se à aplicação direta
dos princípios gerais da motivação humana, mas deve contemplar e integrar os
componentes próprios de seu contexto (BROPHY, 1983 apud Bzuneck 2000, p. 11)
Nem sempre os alunos percebem o valor dos trabalhos escolares, pois, muitas vezes,
não conseguem compreender a relação existente entre a aprendizagem e uma aspiração
de valor para a sua vida. O que faz com que eles não se envolvam no trabalho. Para Burochovitch & Bzuneck
(2004, p. 13) “a motivação tornou-se um problema de ponta em educação, pela simples constatação de que,
em paridade de outras condições, sua ausência representa queda de investimento pessoal de qualidade nas
tarefas de aprendizagem”. E, ainda, “à medida que as crianças sobem de série, cai o interesse e facilmente se
instalam dúvidas quanto à capacidade de aprender certas matérias” (BUROCHOVITCH & BZUNECK 2004, p.
15). Quanto mais avançada as séries, os problemas tendem a ser mais complexos e profundos, por terem
raízes naqueles que se originaram nas séries iniciais e por sofrerem influência das novas exigências dos
diferentes tipos de disciplinas, aliadas às características evolutivas do aluno (BUROCHOVITCH & BZUNECK,
2004, p.15). Do ponto de vista humanístico, motivar os alunos significa encorajar seus recursos interiores, seu
senso de competência, de autoestima, de autonomia e de auto realização. Na motivação aqui vista,
competência não é atributo de quem faz bem feito, mas sim de quem consegue despertar-nos outros a vontade
de fazer bem feito. Competência relaciona a habilidade técnica (melhor maneira de fazer o seu trabalho) e a
habilidade comportamental. Para Burochovitch & Bzuneck (2004, p. 17) “níveis excessivamente elevados de
motivação rapidamente acarretam fadiga”. Complementa ainda que “em termos quantitativos, a motivação ideal
no contexto das tarefas escolares não pode ser fraca, mas também não deve ser absolutamente a mais alta”
(2004, p. 18).
A motivação deve receber especial atenção e ser mais considerada pelas pessoas que mantêm contato com
as crianças, realçando a importância desta esfera em seu desenvolvimento. A motivação é energia para a
aprendizagem, o convívio social, os afetos, o exercício das capacidades gerais do cérebro, da superação, da
participação, da conquista, da defesa, entre outros. Pais, educadores e especialistas que lidam com as crianças
podem levar em conta a construção motivacional na infância, antevendo as suas decorrências futuras, tais
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como a autopercepção e o hábito de desenvolver a motivação intrínseca, reduzindo a necessidade de buscar
motivação extrínseca para a realização de alguma tarefa. Para Burochovitch & Bzuneck (2004, p. 37) a
motivação intrínseca proporciona a sensibilidade no aluno de que “a participação na tarefa é a principal
recompensa, não sendo necessárias pressões externas, internas ou prêmios por seu cumprimento”. Este tipo
de desenvolvimento requer acompanhamento, contato e participação. Os afetos devem estar presentes, uma
vez que são fonte fundamental de motivação, além das informações que se fazem presentes em cada situação.
Boa dose de paciência e vontade complementam o arsenal de instrumentos necessários ao adulto para que
colabore quanto ao desenvolvimento motivacional da criança. A motivação intrínseca do aluno não resulta de
treino ou de instrução, mas pode ser influenciada principalmente pelas ações do professor. Embora não se
desconsiderem as crenças, conhecimentos, expectativas e hábitos que os estudantes trazem para a escola, a
respeito da aprendizagem e da motivação, o contexto instrucional imediato, ou seja, a sala de aula torna-se
fonte de influência para o seu nível de envolvimento Os professores facilitadores da autonomia de seus alunos
nutrem suas necessidades psicológicas básicas de autodeterminação, de competência e de segurança. Para
que isso ocorra, eles oferecem oportunidade de escolhas e de feedback significativos, reconhecem e apoiam
os interesses dos alunos, fortalecem sua auto regulação autônoma e buscam alternativas para levá-los a
valorizar a educação, em suma, tornam o ambiente de sala de aula principalmente informativo. De que maneira
os adultos compreendem a motivação na infância? Que tipo de acompanhamento é oferecido à criança, visando
o seu desenvolvimento global e, particularmente o desenvolvimento da motivação? Que respostas relacionadas
à motivação podem ser esperadas de um adulto que pouco desenvolveu a sua capacidade motivacional
intrínseca na infância? Ao compreender aspectos da motivação neste período da vida, facilita ao adulto o
entendimento sobre que tipo de ajuda poderá oferecer à criança, desde que haja um compromisso nesta
relação. A sua presença é fundamental. A criança se sente motivada a executar muitas tarefas em virtude do
reconhecimento e impressões daqueles com quem convive, na tentativa de demonstrar a sua evolução e as
conquistas que realiza. Os bons motivos serão sempre a chave para o desenvolvimento natural da criança,
além de gerar harmonia entre os elementos internos e externos, parte de nossa própria natureza humana. A
motivação intrínseca é compreendida como sendo uma propensão inata e natural dos seres humanos para
envolver o interesse individual e exercitar suas capacidades, buscando e alcançando desafios ótimos
(BUROCHOVITCH & BZUNECK , 2004, p. 39). A motivação infantil tem lugar de destaque no desenvolvimento
de nossa espécie. Não é algo que deva ser fonte de preocupação posterior. É no aqui e agora que as coisas
acontecem. Esta oportunidade pode passar, e então, criar dificuldades em outro momento. Colaborar já é
motivo de boa qualidade no convívio atual e especial preparação para o futuro
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Disciplina: Lped 32 – Gestão dos Processos Educativos
Professor: Felype Abreu
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desejo do outro. Uma vez que possamos propor uma troca (do tipo: você faz o que
mando e eu realizo o seu desejo – dando-lhe dinheiro, por exemplo), que satisfaça
a necessidade do outro, podemos exercer poder sobre ele. O poder compensatório
se alimenta do patrimônio e da influência política. O terceiro tipo de poder é o
condicionado, que se fortaleceu com o avanço do conhecimento. O instrumento
operacional do poder condicionado é a intervenção na crença do outro. É o poder
da mídia e das religiões. Esse poder se alimenta de conhecimento e de habilidade
de influência. É o mais complexo de se exercer, pois nos exige habilidade de
argumentação e de influência. Pude observar ao longo desses últimos dez anos
que o professor insiste no uso de um tipo de poder cujo instrumento operacional já
se extinguiu. Falo, por exemplo, de ameaças absurdas, que jamais se concretizam ou punições que o professor
não tem o poder de realizar. Eis a tentativa de usar um poder (condigno) na ausência de seu instrumento
operacional. Outro comportamento bem frequente em minhas observações é o excesso de trocas, no afã de
satisfazer a necessidade dos alunos (Faça isso que eu libero mais cedo. Quem entregar o trabalho no dia ganha
um ponto extra, etc.). Esse comportamento frequente pode enfraquecer o instrumento operacional do poder
(compensatório) e deixar o professor prisioneiro da “barganha”. Com relação ao poder condicionado, tenho
assistido a inúmeras tentativas inócuas de professores tentando influenciar a crença dos alunos através de
discursos enfadonhos, o que descaracteriza completamente o exercício desse tipo de poder. Em síntese, temos
observado um professor perdido no exercício do poder em sala de aula. A liderança pode ser definida como a
forma de exercício do poder. Os conceitos mais consagrados de liderança destacam três elementos essenciais:
influência, comunicação e objetivo. Liderança é a
capacidade de influenciar pessoas por meio da
comunicação, canalizando seus esforços para a
consecução de um objetivo. Não há liderança consciente,
sem a clara percepção do nosso poder de influenciar e do
nível de nossa habilidade de comunicar diretamente o que
queremos. Muito menos conseguimos liderar sem que os
objetivos sejam compartilhados entre líderes e liderados. A
compreensão do ato de liderar torna-se essencial para o
professor, a partir do momento em que seu principal papel
passa a ser o de promover aprendizagens significativas,
que só ocorrem através de uma conexão mental realizada
de forma não arbitrária. É o aluno quem cria significado, a partir da construção de um sentido psicológico
atribuído ao conteúdo, que cada vez mais precisa ser negociado ao invés de simplesmente apresentado. Diante
disso, parece-nos que a pergunta do título ressoa com mais sentido: afinal, quem manda na sala de aula?
Referências Bibliográficas: GALBRAITH, J. K. Anatomia do poder. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 1999. FURLANI, Lúcia Maria
Teixeira. Autoridade do professor: meta, mito ou nada disso? 3. ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991.
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Disciplina: Lped 32 – Gestão dos Processos Educativos
Professor: Felype Abreu
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Pode ser percebida pela professora e diagnosticada por profissionais
especializados já na pré-escola. Pode ser evitada tomando-se cuidado em
respeitar o nível cognitivo da criança e permitindo que esta possa interagir
com o conhecimento: observar, compreender, classificar, analisar, etc. O
diagnóstico e a intervenção das dificuldades de
aprendizagem envolvem interdisciplinaridade em pelo menos três áreas:
neurologia, psicopedagogia e psicologia, para possibilitar a eliminação de
fatores que não são relevantes e a identificação da causa real do problema.
Alguns sintomas podem ajudar os profissionais da escola a perceberem os
sinais da Dificuldade de Aprendizagem, a partir da pré-escola e durante todo
trajeto escolar da criança:
- Persistentes problemas na área da Linguagem: de articulação, aquisição lenta de vocabulário, restrito
interesse em ouvir histórias, dificuldade em seguir instruções orais, soletração empobrecida, dificuldade em
argumentar, problemas em redigir e resumir, etc.;
- Problemas com a Memória: dificuldades na aprendizagem de
números, dos dias da semana, em recordar fatos, em adquirir
novas habilidades, em recordar conceitos, na memória imediata e
de longo tempo, etc;
- Atenção: dificuldade em concentrar-se em algo que não seja de
seu interesse pessoal, de planejar, de autocontrole, impulsividade, atenção inconstante, etc.;
- Problemas com a Motricidade: problemas na aquisição de comportamentos de autonomia (ex. amarrar os
cordões do tênis); relutância para desenhar; problemas grafo-motores da escrita (forma da letra, pressão do
traço, etc.); escrita ilegível, lenta ou inconsistente; relutância em escrever;
- Lentidão na aquisição das noções de espaço e tempo, domínio pobre de conceitos abstratos; dificuldade na
planificação de tarefas; dificuldades na realização de tarefas acadêmicas, provas, etc; dificuldade de aquisição
de novas aprendizagens cognitivas; problemas sociais.
TRANSTORNO OU DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
DIS + TURBARE = alteração violenta da ordem natural da aprendizagem
No Transtorno de aprendizagem, há a presença de uma disfunção neurológica, que pode envolver
imaturidade, lesões específicas do cérebro, fatores hereditários e ou disfunções químicas. Devido à forma
irregular que as habilidades mentais se desenvolvem, aparecem discrepâncias marcantes entre a capacidade
e a execução nas tarefas acadêmicas.
São características marcantes dos Distúrbios de Aprendizagem:
- início do comportamento ou atraso sempre na infância;
- o transtorno está sempre ligado à maturação biológica do sistema nervoso central;
- curso estável;
- as funções afetadas incluem geralmente a linguagem, habilidades viso-espaciais e/ou condições motora;
- há uma história familiar de transtornos similares e fatores genéticos têm importância na etiologia (conjunto de
possíveis causas) em muitos casos.
Segundo estimativas da Organização Psiquiátrica Americana, a
prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, variam entre 2 a
10% na população, dependendo da natureza da averiguação e das
definições aplicadas e estes podem persistir até a idade adulta. Os
principais Transtornos de Aprendizagem são os de Leitura e Escrita,
de Cálculo, o Transtorno do Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade
e o Transtorno não Verbal de Aprendizagem. O diagnóstico desses
Transtornos deve ser realizado por profissionais especializados e
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experientes, em uma equipe multiprofissional que garanta também o planejamento e a intervenção objetivando
minimizar os efeitos de tais distúrbios sobre a vida da criança. Essa equipe deve ter necessariamente a
presença de um psicopedagogo, profissional habilitado em trabalhar com as questões da Aprendizagem e que
partirá de seus conhecimentos transdisciplinares, para trabalhar e promover o desenvolvimento de estratégias
cognitivas de aprendizagem, de estudo, as operações mentais para a realização das tarefas de cunho
pedagógico, aumentar a autoestima e a motivação intrínseca da criança, etc. É possível encontrarmos crianças
cujo rendimento escolar apresenta-se empobrecido frente aquele esperado por seus pais e professores e que
não apresentam transtornos de aprendizagem, porém o fraco desempenho na aprendizagem nunca deve ser
desconsiderado ou minimizado, pois representa o ponto de partida para o diagnóstico da dificuldade e do
transtorno no aprender. Se uma criança chama a atenção de seu professor pela problemática que apresenta
para aprender e se esta dificuldade não demonstrou ter ligação com a prática pedagógica usada, a avaliação
desse profissional deve necessariamente ser levada aos pais, no sentido de alertá-los a procurarem um trabalho
especializado na área da aprendizagem. O psicopedagogo tem formação multidisciplinar e informação
suficiente, para após avaliar a criança, a encaminhar para outra especialidade se assim for necessário. E, no
mínimo, no final da avaliação psicopedagógica, os pais já terão afastado a maior parte das possibilidades de
diagnósticos prováveis em dificuldades e transtornos de aprendizagem. Por Maria Irene Maluf (Especialista em
Psicopedagogia e em Educação Especial / Editora da revista Psicopedagogia da ABPp /Profª convidada do
Instituto Sedes Sapientiae / Coordenadora/SP do Curso de Especialização em Neuropedagogia do Instituto
SaberCultura - www.irenemaluf.com.br)
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Disciplina: Lped 32 – Gestão dos Processos Educativos
Professor: Felype Abreu
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escola que pressupõe a liberdade de decidir no processo educativo e não nos gabinetes burocráticos. (Borges,
2008, p.83)
O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar todos os problemas da
escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais,
professores e funcionários. Isso, na maioria das vezes, decorre do fato de o gestor centralizar tudo, não
compartilhar as responsabilidades com os diversos atores da comunidade escolar. Na prática, entretanto, o que
se dá é a mera rotinização e burocratização das atividades no interior da escola, e que nada contribui para a
busca de maior eficiência na realização de seu fim educativo; (Paro, 2008, p.130)
O gestor escolar deve ser um líder pedagógico que apoia o estabelecimento das prioridades, avaliando,
participando na elaboração de programas de ensino e de programas de desenvolvimento e capacitação de
funcionários, incentivando a sua equipe a descobrir o que é necessário para dar um passo à frente, auxiliando
os profissionais a melhor compreender a realidade educacional em que atuam, cooperando na solução de
problemas pedagógicos, estimulando os docentes a debaterem em grupo, a refletirem sobre sua prática
pedagógica e a experimentarem novas possibilidades, bem como enfatizando os resultados alcançados pelos
alunos. No entanto abordaram-se vários aspectos referentes à função do gestor na escola pública, como o
caráter burocrático no qual se encontra tão envolvido, a parte burocrática à qual são condicionadas, faltando-
lhe, muitas vezes, tempo para cuidar da parte pedagógica, a colocação de sua função pedagógica em segundo
plano, as relações de poder que se estabelecem a sua importância como articulador pedagógico e mediador
entre a escola e os segmentos da comunidade escolar e local, bem como a importância do exercício da
liderança. Espera-se, demonstrar, como as funções mencionadas são essenciais ao gestor, caso a escola
queira democratizar a gestão da escola pública e avançar na melhoria da qualidade do ensino e,
consequentemente, na qualidade de vida dos educandos, tornando a sociedade mais humana e justa.
Observou-se que esse problema é tratado por muitos profissionais nos últimos cinco anos, além de estarmos
conscientes de algumas dificuldades que tem nossa escola referente ao planejamento pedagógico, e tomando
em conta que o pedagogo principal da escola é o gestor. Aonde a responsabilidade maior em conduzir todo
este processo está voltada para sua pessoa. Decidir aplicar dois instrumentos de medição (questionário), a
uma amostra de professores e de gestores com objetivo de medir as ações dos gestores em um determinado
número de escolas.
OS INSTRUMENTOS MEDIRAM CARACTERISTICAS E QUALIDADES, QUE SE IDENTIFIQUEM COM:
• EXPERIÉNCIAS PEDAGÓGICAS DO GESTOR E DE CADA
PROFESSOR.
• CONHECIMENTO DO GESTOR E DOS PROFESSORES
SOBRE O PAPEL DO GESTOR NA ESCOLA NO CAMPO DO
PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO.
• NÍVEL DE CONSCIENTIZAÇÃO DOS PROFESSORES E DO
GESTOR COM RESULTADOS ÓTIMOS DE UM BOM
PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO.
• NÍVEL DE PRIORIDADE QUE Os PROFESSORES DÃO AO
TRABALHO DO GESTOR NO PROCESSO PEDAGÓGICO.
• POLÍTICA DE PREPARAÇÃO PRÉVIA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PARA OS GESTORES.
As instituições de educação deveriam destinar recursos para uma política eficiente de preparação destinada
aos gestores com isso se evitariam transtornos que muitas vezes que gestores despreparados causam ao
sistema educacional. É desejável que os candidatos à eleição ao cargo de gestor tenham formação profissional
específica e competência técnica, incluindo liderança, capacidade de gestão e conhecimento de questões
pedagógico-didáticas. (Libâneo, 2005, p332)
Analise de resultado
Gestor: A maioria admite não ter recebido nenhum treinamento ou preparação para exercer a função de gestor.
Mostram-se opiniões que sua participação no planejamento pedagógico é importante mais que não precisa ser
um líder pedagógico e acredita não ser necessária a troca com os docentes de métodos e técnicas pedagógicas.
Além disso, afirma permitir a aplicação de novas técnicas e ideias no enriquecimento do processo ensino
aprendizagem, e fica disposto a fazer mudanças fundamentadas para melhorar o trabalho da escola, como por
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em ordem questões administrativas, financeiras e principalmente pedagógicas. As contradições existentes são
inúmeras, isso mostra o seu despreparo para assumir um cargo de gestor escolar. Professores: Constatou- se
a grande preocupação dos professores em relação à questão pedagógica, mais especificamente ao
planejamento, se reconhece tempo é insuficientes segundo os professores para desenvolver um trabalho de
qualidade, relatam que há um distanciamento entre o gestor escolar e o planejamento pedagógico, alguns
professores relatam que nunca houve a participação do gestor escolar durante tal ação, os docentes acreditam
que o gestor deve exercer papel importante no planejamento pedagógico, ou seja, um líder pedagógico onde
professores e gestor devem reunir-se e trocarem ideias, métodos e técnicas pedagógicas e permitir sua
aplicação com o objetivo de obter resultados positivos no processo ensino aprendizagem e melhorar o trabalho
da escola em todas as suas dimensões. Seguem os resultados obtidos nas pesquisas no qual se pode observar
que existem paradoxos e contradições em relação ao papel do gestor e as questões pedagógicas que precisam
ser quebradas ousando construir um projeto de escola que reflete as (novas) utopias da educação, construindo
assim uma gestão democrática e participativa. Consideramos que todo gestor precisa de algum tipo de
preparação prévia antes de assumir o cargo de gestor antes mesmo que se cogite a possibilidade de se assumir
o cargo. Esta preparação deveria fazer parte das políticas educacionais da secretaria de educação ou de outra
entidade responsável em executar tal tarefa. É muito importante observar a divergência que há entre os
professores e gestor quanto ao trabalho docente e o planejamento pedagógico. É notável a afirmação do gestor
quando ele diz que não deve ser um líder pedagógico em contrapartida 100% dos docentes acreditam que o
gestor deve ser o líder natural da escola. Considerarmos que o papel do gestor é muito importante para o bom
funcionamento da escola. Portanto deve haver um processo de seleção muito sério na escolha dos gestores.
Para concluir deve-se frisar que o gestor escolar deve ser o principal pedagogo, e o maior responsável pelo
processo ensino aprendizagem, pois é a pedra angular do edifício educativo que o coletivo docente deve
construir dia a dia na escola.
Entendemos que a participação do gestor é fundamental em todas as áreas: administrativa, financeira
e principalmente pedagógica. O diretor é, sem dúvida, a "autoridade máxima na escola e o responsável
último por ela" (Paro 1995, p. 89)
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Disciplina: Lped 32 – Gestão dos Processos Educativos
Professor: Felype Abreu
TRABALHO EM GRUPO
PROJETO-INTERVENÇÃO
Esses pressupostos fundamentam a metodologia adotada na construção da proposta de formação e nas várias
atividades que lhe serão propostas ao longo de sua formação. Inúmeras pesquisas sobre formação continuada
de professores já demonstraram a necessidade de que os espaços formativos, especialmente aqueles
destinados a profissionais que estão em serviço, tomem como ponto de partida a sua prática na escola. Essa
afirmação, todavia, embora pertinente, nem sempre foi compreendida adequadamente, levando muitas vezes
a formações de caráter extremamente pragmático, centradas no “como fazer”, ou limitadas às questões
imediatas do cotidiano escolar. Nessas perspectivas, a teoria é considerada supérflua e secundária, afirmando-
se a primazia da prática como lugar por excelência da formação de educadores. Embora não discordemos da
importância da prática, observamos, como nos lembra Vazquez (1977), que se a teoria em si não transforma o
mundo, pode contribuir para sua transformação, desde que assimilada por aqueles que vão fazer, com seus
atos reais, efetivos, essas transformações. O Projeto-intervenção, tal como o propomos, deve ser compreendido
e desenvolvido como ação conjunta, partilhada entre o diretor e o coletivo da escola. Logo, não se trata da
elaboração solitária de um projeto para, posteriormente, outros executarem. Trata-se, ao contrário, de um
projeto que desde sua proposição, passando pela elaboração e desenvolvimento, ocorre no e com o coletivo
da escola. Desse modo, podemos criar formas e modos de concretizar/vivenciar os princípios da gestão
democrática na escola não como intenção proclamada, mas como práxis criadora.
SABENDO UM POUCO MAIS SOBRE O PROJETO-INTERVENÇÃO...
O Projeto-intervenção, como o próprio título alude, fundamenta-se nos pressupostos da pesquisa-ação. Tem
como base a ideia de uma relação dialética entre pesquisa e ação, supondo ainda que a pesquisa deve ter
como função a transformação da realidade. No campo educacional, essa modalidade de pesquisa é bastante
enfatizada, devido à relevância de seu caráter pedagógico: os sujeitos, ao pesquisarem sua própria prática,
produzem novos conhecimentos e, ao fazê-lo, apropriam-se e ressignificam sua prática, produzindo novos
compromissos, de cunho crítico, com a realidade em que atuam. Nesse tipo de pesquisa, a prática é
compreendida como práxis. Tanto pesquisador como pesquisados estão diretamente envolvidos em uma
perspectiva de mudança.
Ainda de acordo com o autor, o que qualifica uma pesquisa como sendo “pesquisa-ação” é a presença efetiva
de uma ação por parte das pessoas ou grupos implicados no problema proposto como alvo de intervenção.
Nesse tipo de pesquisa, os pesquisadores desempenham um papel ativo na resolução dos problemas
identificados, no acompanhamento e na avaliação das ações desenvolvidas para sua realização. Dois objetivos
são atribuídos à pesquisa-ação: a) objetivo prático: relacionado ao tipo de problema que a pesquisa pretende
resolver ou contribuir para sua resolução e b) objetivo de conhecimento: obter informações, aumentar o
conhecimento sobre determinado tipo de problemática. Em síntese, para Thiollent (2005, p. 18), a pesquisa-
ação se caracteriza:
a) por uma ampla e explícita interação entre pesquisadores e pessoas implicadas na situação investigada;
b) desta interação resulta a ordem de problemas a serem pesquisados e das soluções a serem encaminhadas
sob forma de ação concreta;
c) o objeto de investigação não é constituído pelas pessoas e sim pela situação social e pelos problemas de
diferentes naturezas encontradas nessa situação;
d) o objetivo da pesquisa-ação consiste em resolver ou, pelo menos em esclarecer os problemas da situação
observada;
e) há, durante o processo, um acompanhamento das decisões, das ações e de toda a atividade intencional dos
atores da situação;
f) a pesquisa-ação não se limita a uma forma de ação (risco de ativismo). Pretende-se aumentar o conhecimento
dos pesquisadores e o conhecimento, ou o ‘nível de consciência’, das pessoas e dos grupos considerados.
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Esses pressupostos da pesquisa-ação fundamentam o que aqui estamos designando como Projeto-
intervenção: uma pesquisa centrada na realidade da escola, envolvendo sua comunidade, com vistas a uma
transformação. Certamente que, na definição do problema, objeto de pesquisa e de intervenção, deverá ser
considerados fatores como uma boa delimitação do problema, o tempo para seu desenvolvimento, as pessoas
envolvidas e a contribuição para a comunidade escolar.
O que pode ser objeto do Projeto-intervenção?
Seguindo os pressupostos teórico-metodológicos e objetivos deste curso, seu Projeto-intervenção pode ter
como objeto:
a) a construção do Projeto Político-Pedagógico de sua escola, caso está ainda não o tenha elaborado;
b) a reelaboração do Projeto Político-Pedagógico de sua escola, caso está já o tenha;
c) uma problemática considerada relevante por sua comunidade escolar, estreitamente vinculada com o Projeto
Político-Pedagógico ou com o âmbito da gestão da escola Tomando, então, como referência os pressupostos
da pesquisa-ação, em especial considerando seu potencial transformador, sugerimos que a definição do que
será o objeto do Projeto-intervenção seja resultado de debates e acordo entre você e sua instituição escolar.
Essa “negociação” é importante, pois a exemplo da pesquisa-ação, também no Projeto-intervenção, procura-
se forjar uma experiência de pesquisa em que o pesquisador é também parte do universo pesquisado. É por
essa vinculação estreita entre teoria prática com a realidade cotidiana da escola e do seu trabalho como gestor
que esta sala denomina-se Projeto Vivencial. No Projeto-intervenção, a elaboração do projeto e o seu
desenvolvimento são processos simultâneos. Logo, não se faz um projeto para aplicá-lo depois; ao contrário, a
elaboração inicial do próprio projeto é aberta, ou seja, vai sendo modificada na medida em que a intervenção
vai ocorrendo. Do mesmo modo, seus resultados já são apropriados pela comunidade pesquisada no próprio
decorrer de seu desenvolvimento. Exemplificam bem este tipo de pesquisa muitos projetos de formação
continuada de professores, em que o objeto de formação já se constitui no próprio processo formativo, ou a
própria elaboração do Projeto Político Pedagógico, por exemplo, quando os diferentes momentos de seu
desenvolvimento já implicam ou promovem ações transformadoras.
ATIVIDADE PROPOSTA
Considerando que o objeto do Projeto-intervenção deve estar estreitamente vinculado ao Projeto Político-
Pedagógico da escola, sugerimos abaixo três situações orientadoras ao seu trabalho. Discuta com seus colegas
de grupo e escolha uma das opções abaixo, considerando aquela que melhor expressa à situação de sua
escola.
Lembre-se: o Projeto-intervenção deve ser elaborado em grupo. Por isso, é importante que o grupo discuta e
chegue a um acordo sobre o foco do mesmo. Priorize um foco que seja comum às escolas envolvidas.
Observação importante: o seu grupo deve escolher apenas uma das opções abaixo e realizá-la em todas
as suas etapas.
Opção 1: a escola já tem PPP
Tomando como referência o PPP de sua escola, elabore uma análise crítica do mesmo observando os
seguintes aspectos: a) como foi sua elaboração? Quem participou? Como está organizado? Que concepções
o orientam? Tem objetivos apresentados? Quais foram estes? Foi implementado? Como foi esse processo?
Que resultados foram obtidos a partir de sua implementação? Foi avaliado? Como? Identifique necessidades,
discuta com seus colegas e com o coletivo da escola apresentando uma proposição inicial para seu Projeto-
intervenção.
Opção 2: a escola ainda não tem PPP
Se sua escola não tem PPP, converse com seus colegas – equipe dirigente, professores, estudantes, famílias,
funcionários – coletando suas opiniões acerca da construção do mesmo, sua importância para a gestão da
escola. Como síntese dessas discussões, em consonância com a comunidade escolar, poderá ser apresentada
uma proposta de intervenção que vise à construção do PPP.
Opção 3: outra problemática, vinculada ao PPP ou à gestão da escola
Se o foco de seu estudo e de sua intervenção não for a elaboração ou reelaboração do PPP, você pode abordar
outra questão relacionada ao mesmo, ou à gestão da escola, considerada relevante pela comunidade escolar.
Nesse caso, converse com a comunidade escolar, discuta as problemáticas relevantes, definindo aquela que
será objeto de intervenção.
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