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Nunes, C., & Martins, L. (2022).

Ensino Superior (1995-2018) – Das perdas e


retrocessos para a retomada da perspectiva da Educação Humanizadora. Revista
De Educação Da Unina, 3(3). https://doi.org/10.51399/reunina.v3i3.173

SOUZA, V. A. de; RICHTER, L. M.; SILVA, M. V.; SOUZA, R. A. Políticas públicas e


educação do campo. Revista Educação e Políticas em Debate, [S. l.], v. 12, n. 1, p.
5–12, 2022. DOI: 10.14393/REPOD-v12n1a2023-67674. Disponível em:
https://seer.ufu.br/index.php/revistaeducaopoliticas/article/view/67674. Acesso em: 2
abr. 2023.

GOERGEN, P. EDUCAÇÃO & SOCIEDADE E AS POLÍTICAS PÚBLICAS EM


EDUCAÇÃO. Educação & Sociedade, v. 40, n. Educ. Soc., 2019 40, p. e0215966,
2019.

SILVA, W. P. DA. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO SUPERIOR: O CASO


DO CARIRI CEARENSE. Educação & Sociedade, v. 43, n. Educ. Soc., 2022 43, p.
e238359, 2022.

BEHRING, E. R. Neoliberalismo, Ajuste Fiscal Permanente E Contrarreformas No


Brasil Da Redemocratização v. 1 n. 1 (2018): Anais do XVI Encontro Nacional de
Pesquisadores em Serviço Social., publicado em 21-05-2019, acesso 02 de
abr.2023.

ENSINO SUPERIOR – POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO


SUPERIOR

O tema discorrido nos próximos parágrafos, vem relatar o


compartilhamento de alguns autores no que tange Políticas Públicas voltadas às
Instituições de Ensino Superior (IES).
Para iniciar esse trabalho, se faz necessário recapitular um pouco da
história das IES. Tomando como preambulo o movimento neoliberal ao fim da década
de 70 que permeava o mundo e adentrava terras tupiniquins, isso mesmo, aquele
movimento que vem favorecer um pequeno grupo detentor do capital que explora
indiscriminadamente a classe trabalhadora. No trabalho de BEHRING, E. R. p.2

1
“O neoliberalismo é o corolário da reação burguesa à sua própria
crise e que tem como eixo central uma forte ofensiva sobre os trabalhadores,
tendo em vista a extração do mais valor em condições ótimas ao redor do
mundo, em especial nos países dependentes, em busca do diferencial de
produtividade do trabalho (Mandel, 1982) e onde a regra é a superexploração
da força de trabalho (Marini, 1973)”.

Partindo da “concepção histórica e política que considera a educação como


uma prática social condicionada, em última instância, pelas relações econômicas e
políticas dominantes” (NUNES, 2020a, p. 3), os trabalhos aqui analisados” NUNES,
César e MARTINS, L. F, “Ensino Superior (1995-2018) – Das Perdas E Retrocessos
Para A Retomada Da Perspectiva Da Educação Humanizadora, SOUZA, V. A. de;
RICHTER, L. M.; SILVA, M. V.; SOUZA, R. “Políticas Públicas E Educação Do
Campo”, GOERGEN, P. “Educação & Sociedade E As Políticas Públicas Em
Educação” e SILVA, W. P. DA. “Políticas Públicas Para A Educação Superior: O
Caso Do Cariri Cearense”. Todos são unânimes sobre a importância do governo
Fernando Henrique Cardoso para o início do desenvolvimento de políticas públicas
voltadas ao ensino superior no Brasil. De maneira análoga, o primeiro mandato de
Luiz Inácio Lula da Silva, onde podemos verificar um crescimento em maior escala em
investimentos para as IES. Ao repassar por esses acontecimentos, não poderia deixar
de relatar a vivência nesse processo.
A criação de novas Universidades Federais, a criação os Institutos Federais
de Educação Ciência e Tecnologia foram de fato marcantes no governo de “Lula”. Em
especial os IF’S (Institutos Federais), tinham como ponto chave atingir a população
menos favorecida nos rincões brasileiros. Ofertar educação profissional, técnica e
tecnológica, atendendo às demandas regionais e levando desenvolvimento nas
diversas localidades. Dessa forma destaco SILVA, W. P. p.5
As primeiras políticas públicas para o semiárido trouxeram
soluções de fora da região para os problemas do Nordeste, partindo do
princípio de que esse seria um território problema, que não possuía nem
produziria conhecimento. Eram políticas públicas que atuavam segundo um
paradigma de atuação no território, que ficaram conhecidas como políticas de
combate às secas.

2
As IES determinam grande influência nas regiões onde passam a atuar.
Melhora-se assim, as condições de vida daqueles que se oportunizam dessas
instalações e de políticas de incentivo do governo federal.
A partir daqui, descrevo algumas opiniões desses autores e as contraponho
caso necessite. Programas como REUNI. O Reuni foi regulamentado pelo Decreto n.
6.096, de 24 de abril de 2007, objetivando a reestruturação física e acadêmica das
unidades então existentes, a interiorização e, ainda, a criação de novas universidades
e institutos de educação superior em todo o país, tendo como contrapartida a melhoria
e o aperfeiçoamento da capacidade de atendimento das IES (SILVA, 2016). Mesmo o
autor relatando que tal programa estimulou o crescimento das IES a partir da iniciativa
privada, vejo isso de maneira natural. Assumir a total responsabilidade do ensino
superior em qualquer que seja o momento, requer planejamento a longo prazo, muito
investimento e, minimizando tudo o que poderia continuar relatando, o mais sensato
realmente seria compartilhar com a rede privada e receber parte desse investimento
em forma de bolsas de estudos e projetos de pesquisa e extensão. Assim acredito no
Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Financiamento Estudantil (Fies).
Destaco aqui o trabalho Políticas Públicas e Educação do campo. Poucos
são os que conhecem os programas políticos destinados a educação do campo. Tal
afirmação confirmo por trabalhar em uma instituição com cursos voltados ao campo.
Dificilmente pessoas fora dessa realidade possuem tal conhecimento. Assim trago
alguns desses programas como Projovem Campo/ Saberes da Terra, 2008; Procampo
- Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo,
2009; Pronera - Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, 2010;
Pronacampo - Programa Nacional de Educação do Campo, 2013; e Programa Escola
da Terra, 2013. Muitas dessas políticas materializam a luta em defesa dos princípios
da Educação do Campo.
Cada um dos programas do parágrafo anterior pode ser mais bem
conhecido no Editorial Políticas públicas e educação do campo.
Infelizmente a partir do golpe de Michel Temer em 2016, as políticas
neoliberalistas novamente entram em pauta e de maneira mais agravante e corroboro
com a citação de Tagliavini (2019):
A partir do golpe perpetrado contra a democracia brasileira,
em 2015/16, com o impedimento, por fútil justificativa, de uma

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Presidenta eleita pelo voto popular, e a ocupação do Estado
pelas lideranças das velhas oligarquias brasileiras, com o
suporte, no Congresso Nacional, das bancadas da bíblia, do boi
e da bala, e, em algumas situações, com a aparente conivência
do Poder Judiciário, a cada nova revisão dos textos, tínhamos
que continuar suprimindo os direitos (TAGLIAVINI, 2019, p.131).

Dessa forma, notamos o aumento virtuoso de ataques às instituições


públicas de ensino, um verdadeiro desmonte político e social, um retrocesso
perpetuado pelo governo de Jair Messias Bolsonaro como se comprova com SOUZA,
V. A. de; RICHTER, L. M.; SILVA, M. V.; SOUZA, R. p.8
Os primeiros atos político-administrativos assumidos pelo
governo em 2019 incidem diretamente sobre as políticas de Educação do
Campo, explicitando um alinhamento com o mercado e com um projeto de
esvaziamento das conquistas dos povos camponeses, indígenas,
quilombolas e extrativistas, dentre eles, destaca-se o Decreto nº 9.465, de 2
de janeiro de 2019 que trata da reestruturação do MEC e extingue a
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade –SECADI,
criada em 2004 com a finalidade principal de implementar políticas de
inclusão social e educacional destinadas aos grupos populacionais
historicamente excluídos.

Percebo assim, que as políticas públicas voltadas ao ensino superior


mesmo que influenciadas para detrimento do mercado financeiro, pode e deve
preceder um desenvolvimento social e intelectual. Também pode se preocupar com
sua regionalidade, ancestralidade, diversidade, gênero e cultura de um povo.
Obstante a isso, os detentores do “poder” continuam trabalhando para impedir que
tenhamos uma sociedade cada vez mais informada e empoderada de seus direitos e
conhecimentos. Faz-se necessário então, que as IES, principalmente as de ensino
público, continuem desenvolvendo seu papel de formação e informação à sociedade
que serve.

Wellington José C. Dos Santos – PPGE Mestrado em Educação - UFTM

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