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NOME DA FACULDADE

EDUCAÇÃO DO CAMPO

EDUCAÇÃO INFANTIL E CURRÍCULO MULTISSERIADO NO CAMPO NA


PERSPECTIVA DA IDENTIDADE E DA CONQUISTA

SÃO ROQUE DO CANAÃ


2022
Educação Infantil e Currículo Multisseriado no Campo na Perspectiva da
Identidade e da Conquista
NOME DO CLIENTE 1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso . Declaro também que o mesmo
f oi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de f orma ilícita de nenhuma f onte além daquelas públicas consultadas e corretamente
ref erenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para f ins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus ef eitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se conf igure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços

RESUMO – A educação inf antil é concebida como um período de vivência da inf ância em que a criança é
produtora e produzida pela cultura, pressupondo uma educação/pedagogia do processo prático que
rompe com a escolarização tradicional e coloca a criança no f oco da ação educativa para promover
relacionamentos, atividades e recursos para o seu desenvolvimento, aprendizagem e conhecimento e
apropriação cultural e construção de conhecimento. Sob a identif icação e subjugação de preconceitos,
este estudo, f undamenta em princípio, de que a educação inf antil é um direito legítimo do homem do
campo. Por f im, podemos ver a relação do currículo multicultural como uma f erramenta altamente
inf luente para a f ormação de uma sociedade mais integrada.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Currículo. Educação do Campo.

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1 email do cliente
1. INTRODUÇÃO

A educação do campo tem sido objeto de diversos estudos no contexto


educacional brasileiro. Nesses estudos, notamos dificuldades na efetivação dos direitos
dos jovens à educação de qualidade nas escolas do Espírito Santo. A educação infantil
é um direito garantido a todas as crianças menores de 5 anos, sejam elas residentes
em áreas urbanas ou rurais.
Dias aponta que:
A apresentação de temas ambientais no ensino primário deveria se f azer com
ênf ase em uma perspectiva de ed ucação geral, dentro do marco, por exemplo,
das atividades de iniciação e junto com as atividades dedicadas à língua
materna, à matemática ou a expressão corporal e artística. O estudo do meio
ambiente deve recorrer aos sentidos das crianças (percepção do espaço, das
f ormas, das distâncias e das cores), e f azer parte das visitas e jogos. O estudo
do entorno imediato do aluno (casa, escola, caminho entre ambos) reveste-se
de muita importância (DIAS, 1992).
Do outro lado, a educação vem batendo recordes de má qualidade e
inacessibilidade.
De acordo com Silva:
Hoje com as alterações nos cenários políticos e econômicos que ocorreram
houve uma grande mudança de comportamento dentro da f amília e da
sociedade que acabam ref letindo também na relação escola e comunid ade.
Dentre estas mudanças podemos destacar a saída da mulher para o mercado
de trabalho para ajudar na renda f amiliar, a competitividade do mercado de
trabalho, a f alta de compromisso por parte dos educadores em promover
atividades extra-classe, a demarcação de limites de participação da f amília
dentro da escola por parte dos educadores e a f alta de interesse pela coisa
publica por parte da população. A classe social é um dos f atores que interf ere
diretamente na f orma de relacionamento entre escola e comunidade. (SILVA )

O capitalismo atrelado ao Estado e uma sociedade burguesa altamente


preconceituosa e individualista aponta cada vez mais a indiferença que essa minoria
tem em relação ao homem do campo que tende cada vez mais perder com relação a
educação.
De acordo com a revista capitalismo e educação:
Ao admitir esse princípio de totalidade do capital, podemos aceitar que este
interpenetra todas as demais f ormas de relações, tencionando -as e
conf ormando-as na perspectiva de submetê-las à lógica do valor1, dado ser
este (o valor) uma f orma específ ica e estruturante do capitalismo. Sendo assim,
as mudanças por ele processadas no método de produção, f avorecidas pela
introdução de novas tecnologias e/ou novas f ormas de organização, geram, por
conseguinte, novas demandas que impactam a dinâmica das relações nos
demais campos2 sociais. (Revista Capitalismo e Educação)
Ferraro reflete a respeito dessa exclusão ao indagar que:
Estaria a escola do campo, por meio das instituições f ormadoras, também
comprometida com certo tipo de sociedade que não essa a que se ref erem os
trabalhadores do campo? Sim, a considerar que ainda prevalece a concepção
tradicional de ensino, “f ruto de um sistema estruturado para manter o controle e
o poder nas mãos de uns poucos [...]” (FERRARO; RIBEIRO, 2001, p.73).
A visão de escola como formadora de cidadãos pensantes e que tem de
acrescentar em seu meio é fundamentada por pensadores como Neto.
Segundo ele:
Vivemos em uma sociedade que exige do cidadão um sujeito que saiba pensar,
saiba questionar, saiba duvidar, saiba raciocinar para que assim possa ser um
construtor e f ormador de conceitos e princípios nos aspectos políticos,
econômicos, culturais e educacionais. Porém essa nova ordem social
contemporânea nos leva a uma transf ormação que não têm se dado de maneira
direta e nem sem conf litos.

Para tanto, afirmo que uma educação do campo seja de fato uma proposta
efetivamente educacional é necessário a formação constante dos profissionais da
educação que pensem juntos esse projeto de impacto social.
Caso contrário, Todo o movimento seria apenas um reforço do que já se
encontra por aí nos municípios, que nada mais oferece aos seus alunos que uma
educação da cidade, alinhada aos interesses do homem da cidade, e que em nenhum
momento busca compreender a necessidade do campo.

2. A EDUCAÇÃO DO CAMPO E SEUS DESAFIOS

É muito comum que na sociedade o homem do campo seja visto como um ser humano
com um nível de conhecimento limitado carregado de pré-conceitos e machismo.
A ideia de que eles são atrasados os assombra e traz prejuízos a classe desde a época
da escravidão.
Assim como Martins, 1999 fala:
...assim, como a questão da escravidão [a questão agrária] estava nas próprias
raízes do estado monárquico no Brasil imperial. Tanto que o término d a
escravidão negra em grande parte decretou o término da monarquia. O tempo
da questão agrária é o tempo longo dos bloqueios, dificuldades e possibilidades
a que o Estado f aça uma revisão agrária de alcance histórico e estrutural, mais
contida ou mais ousa da (MARTINS, 1999, p. 101)

Conforme Ferreira:
A educação of ertada aos camponeses nas primeiras décadas do século XX,
visava apenas à alf abetização, direcionando os camponeses a aceitação dos
projetos e ideologias def endidas para o meio rural pelas oligarquias e
patronatos agrícolas. Desta f orma, algumas iniciativas de educação no meio
rural.

A educação rural vai se constituir numa ação “compensatória”, pois:


O ruralismo pedagógico surge com a intenção de assinalar a educação rural
com uma concepção pragmática e utilitária, enviesada por um projeto de nação
nascido num contexto histórico, político e social paternalista, coronelista e dos
grandes latif úndios, que enxergava o homem rural como um ser inf erior
(RAMAL, 2006, p 20)

Sendo assim, devido a particularidade dos sujeitos existentes no campo, é


necessário que a educação seja trabalhada a fim de contribuir para que a efetiva relação
entre o homem do campo e da cidade exista, e para que sua cultura e fonte de trabalho
seja respeitada.

3. PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E EDUCAÇÃO VOLTADA PARA O HOMEM


DO CAMPO

A Pedagogia da Pedagogia da Alternância pode se constituir como uma


metodologia que aproxima os conhecimentos tácitos e os conhecimentos científicos
favorecendo a formação e o desenvolvimento intelectu al e a emancipação dos que
vivem no campo é o que nos instiga.
Caliari em seu estudo busca destaca-la como uma prática cotidiana que afeta
diariamente as comunidades de ensino e também coloca outra possibilidade que é de
quando o conhecimento científico e o tácito se relacionam adequadamente desde as
trajetórias escolares integrando estes conhecimentos na perspectiva da totalidade o
que possibilitará a autonomia intelectual, ao mesmo tempo, num processo de
contradição atender o que é demandado pelo setor produtivo que é a capacidade de
criar novas soluções e desenvolver tecnologias.
O conceito de desenvolvimento humano impüca na relação de oportunidades
sociais geradas para assegurar a expansão do acesso a uma educação
quaüf icada, dos serviços de saúde condizentes comas necessidades da
população, aos espaços para olazer, àgarantia de absorção de f orça de
trabalho, à geração de espaços de expressão e à intervenção.
De acordo com o autor, Através da Pedagogia da Alternância a busca do
conhecimento emerge, se amplia e se consolida facilitando ao jovem/ família
camponesa alternarem e valorizarem aquilo que fazem, sabem e lhes pertence. É na
vinculação do conhecimento escolar com a ambiência familiar que os mesmos refletem
sobre seu meio e elaboram seus marcos de referências identitárias, possibilitando-os
manterem contato com as múltiplas dimensões dessa realidade, auxiliando-os na
formação de uma identidade cultural coletiva que ultrapassa barreiras geográficas de
seus espaços de pertencimento apesar de não se alterar a relação entre capital e
trabalho, a inserção e permanência se dá de forma mais qualificada.

4. O CIDADÃO DO CAMPO MERECE UMA EDUCAÇÃO QUE RECONHEÇA O


SEU ESPAÇO COMO UM AMBIENTE TRANSFORMADOR

Observa-se que o olhar social e político voltado para o homem do campo tem
surtido efeito dentro e fora das salas de aula. Na realidade em que atuo, na cidade de
São Roque do Canaã- ES, o Estado assumiu o componente curricular de Ciências
Agropecuária, a fim de fortalecer o vínculo entre os alunos e a realidade por eles vivida
fora da sala de aula. A escola utiliza junto ao professor titular, a realidade dos
estudantes para montar o currículo a ser seguido no decorrer do ano.
Neto ainda afirma que:
A escola deve possibilitar condições necessárias ao desenvolvimento do sujeito
- clima escolar, as relações intra e extra-escolares, as relações interpessoais,
currículo contextualizado - associadas à competência do prof essor no que
concerne à prática voltada para a abordagem da ética. A ação do prof essor é
indispensável para que se almeje os objetivos propostos nos documentos legais
que versam sobre a educação, para isso a f ormação desses prof issionais deve
ser composta por diretrizes que f azem com que essas dis cussões sejam
presentes em toda sua f ormação.

Por meio da Escola do Campo é possível desempenhar um trabalho voltado para


a realidade dos alunos. Trabalho este que envolve família e sociedade rural. Através da
educação podemos formar alunos aptos para serem críticos e viver numa sociedade
que atualmente exige muito de cada um. A educação trabalhada de acordo com a
realidade dos alunos que vivem no campo faz com que eles prossigam trabalhando no
campo.
Devemos pensar o mundo a partir do lugar que vivemos desta forma,
construímos nossas identidades, fortalecemos e formamos nossa cultura. Isto posto a
educação como fonte de valorização cultural seria um dos pontos para defesa desse
território onde se dá a produção e reprodução da vida.
O professor de Ciências Agropecuárias busca trabalhar com essas crianças
formas de retratar o convívio com seus pais, seus animais, lavouras, tudo através da
produção e releitura de histórias, textos, e desenhos de produção própria.
SILVA aponta que:
É impossível colocar à parte escola, f amília e comunidade, pois, se o indivíduo
é aluno, f ilho e cidadão ao mesmo tempo, a taref a de ensinar não compete
apenas à escola, porque o aluno aprende também através da f amília, dos
amigos, das pessoas que ele considera signif icativas, dos meios de
comunicação, do cotidiano. Sendo assim, é preciso que prof essores, f amília e
sociedade tenham claro que a escola precisa contar com o envolvimento de
todos.

As atividades permitem a esses alunos um momento de criatividade lúdico que


desafia a mente deles, e ao mesmo tempo os permite compartilhar com os colegas
acerca do tempo em que eles vivem em suas casas. Através desses relatos, o
professor vai construindo seu plano de ensino, a fim de enriquecer seu enredo para as
próximas aulas. Temos aqui uma escola mais atrativa, menos cansativa e distante da
realidade.
Conforme Silva:
Quando os educadores são oriundos da própria comunidade e permanecem
com mesmas características sociais de outrora, não se tornando opressores
dos alunos, há a possibilidade de uma interação positiva entre a comunidade e
a escola. O conhecimento da comunidade será válido e ef icaz contribuindo para
o crescimento necessário da população escolar. O educador comprometido
transmite seus conhecimentos e assume um trabalho lado a lado com os alunos
e a comunidade, contribuindo através desse seu ato para o desenvolvimento de
habilidade dos educandos, os quais participam mais ativamente e desenvolvem
melhor o seu cognitivo.

Concluo que o professor que recebe o desafio de atuar em uma escola do campo deve
ter em mente que muitos desafios deverão ser enfrentados no processo de ensino
nessas instituições, mas que o mesmo deve buscar meios de contribuir de forma
diferente para que a realidade dos estudantes do campo seja vista pelos de fora de
forma diferente. Com isso, quero dizer que o professor é o responsável por libertar esse
aluno da ideia de que o campo é lugar de gente ignorante, sem cultura, analfabetos,
mas sim composto por indivíduos dotados de conhecimento acerca da terra, dos
alimentos e produtos que ali serão produzidos.

5. CONCLUSÃO

Acredito que a Educação do Campo tem evoluído a cada dia, principalmente


após o surgimento dos Movimentos Sociais. O surgimento de homens comprometidos
na valorização do trabalho exercido pelo homem do campo, favorece e incentiva o
agricultor a entender mais sobre suas terras, e desperta o interesse nos jovens em
continuar no trabalho de suas famílias. Incentiva também na criação de Políticas
Públicas Justas e igualitárias.
O surgimento dessas novas Políticas que garantam o direito a Educação no
Campo tem incentivado na busca de inovação tanto da parte dos educadores, quanto
os gestores e comunidades, que já conseguem visualizar a escola ideal para o campo.
A Educação voltada para o homem do campo faz parte de um movimento de
educação histórico e crucial na História da Educação brasileira, pois é através da
educação que a cidade se relaciona com o meio rural, que é sua principal fonte de
alimento.
Assim, é necessário que os educadores busquem por conhecimento acerca da
realidade vivenciada por seus alunos, conhecendo suas comunidades, cultura, e as
demandas que o local tem a ofertar.
A criação de métodos educacionais que visam respeitar a realidade local dos
estudantes, propicia a experiência de enriquecimento das aulas e novas experiências
aos educandos.

REFERÊNCIAS

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo:


Gaia, 1992. 224p.
FERRARO, Alceu Ravanello; RIBEIRO, Marlene. Trabalho educação lazer:
construindo políticas públicas. Pelotas: Educat, 2001.

FERREIRA, Lucas Casimiro Soares et al. A Negação e a Importância da Educação


do Campo na Busca por Políticas Públicas.
NETO José de Caldas Simões; SOUZA, Francisco Roberto de; O Papel do Professor
na Formação de Sujeitos: Obstáculos e Desafios de uma Educação
Transformadora. Disponível em: <
https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2015/TRABALHO_EV045_MD1
_SA2_ID3332_26062015162052.pdf> acessado em 04 de maio de 2022.

RAMAL, Camila Timpani. Ruralismo pedagógico versus concepção de educação do


MST: abordagens divergentes de projetos de educação do campo no Brasil. 2016.
154 f. Tese (Doutorado em Educação Escolar) – Programa de pós-graduação em
Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Araraquara, 2016.

ROEDEL, Hiran; MARTINS, Isa Ferreira. Capitalismo e educação: novas conformações


na passagem para o século XXI. Espaço e Economia. Revista brasileira de
geografia econômica, n. 13, 2018.

SILVA, Elias; GOMES, Luzinete Santos; SANTANA, Valdir Henrique; ESCOLA E


COMUNIDADE: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA. Disponível em <
https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc10.pdf> acessado em 04 de
maio de 2022.

VIEIRA JUNIOR, P. A. et al. Geopolítica do alimento: o Brasil como fonte estratégica de


alimentos para a humanidade. Área de Informação da Sede-Livro científico (ALICE),
2019.

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