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REFEITURA MUNICIPAL DE PREFEITURA DE JACUNDÁ

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
JACUNDÁ -PARÁ
CAPA DO PROCESSO

PROTOCOLO
DATA Nº DO PROCESSO Nº DE FOLHAS
31/08/2022 09/2010 14

.CAMARA DE LEGISLAÇÃO E NORMAS, CÂMARA E COMISSÃO DE ENSINO


FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO ESPECIAL
Interessado: Sistema Municipal de Educação
Município: Jacundá - Pará
Assunto: Atualiza a Resolução número 003/2010 que Regulamenta o atendimento na
modalidade de Educação Especial, no Município de Jacundá -Pará.
Relatora: Ducilene Alves de Souza e Maria Laudice dos Santos Araújo
Anexos: Resolução nº 003/2010
TRAMITAÇÃO
PREVISÃO
Resolução lida, analisadas pelas Câmara de Legislação e Normas e Comissão de
Educação Especial em 05/05/2010. Aprovada em plenária em 06/05 e em 17/06/2010 e
21/06/2010

CONCLUSÃO DAS CÂMARAS: LEGISLAÇÃO E NORMAS , CÃMARA DE


ENSINO FUNDAMENTAL E COMISSÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL E
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Proposta aprovada em 06/05/2010 e 21/06/2010 VER DATAS
CONCLUSÃO DO PLENÁRIO DO C.M.E. DE JACUNDÁ aprovada por unanimidade
em 21/06/2010
Conselheiros:
- Nilva Alves da Silva
- Aparecida Cirlene Cabral
- Cristiane Ferreira Aguiar
- Sidcélia Lima Vermelho
- Janes Rodrigues da Silva
- Vanildo Pereira da Cruz
- Janivalda Maria leite
- Maria de Nazaré Dias da Silva
- Nilva dos Santos Lima
- Geane de Deus Viana
- Maria Assunção Dutra do Nascimento

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- Odete Pereira Sampaio
- Silvana Barnabé Esteves Vieira
- ALexandrino Rodrigues Lima
-Rosimália Silva Santos
-Elias Gomes dos Santos
- Francilene Rocha Lima
- Ilza de Fátima Ferreira Oliveira
- Janes Rodrigues da Cruz
- Leia Rodrigues de Sousa
- Marey Ruth Guerra Dengo
- Maria Valcileia Araújo de Lima Oliveira
- Natercia Pimentel Pinto
- Nilda da Piedade Damasceno
- Seydavila Monteiro de Almeida

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REFEITURA MUNICIPAL DE JACUNDÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
JACUNDÁ –PARÁ

Resolução CME nº 03/2010 Jacundá – Pará, VER DATA

Atualiza a Regulamentação da Educação Especial na


Perspectiva da Educação Equitativa, Inclusiva e
com aprendizado ao longo da vida nas Escolas
Municipais de Jacundá/PA

O Conselho Municipal de Educação, no uso de suas atribuições legais, fundamentado na


Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, na Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação inclusiva de 2007, no Parecer do CNE/CEB nº
17/2001, na Resolução do CNE/CEB nº 2 de 2001, na Resolução do CNE nº 4/2009, no
Decreto 5626/2005,Decreto nº 6.571/2008, Resolução CNE nº 4/2009, na Resolução do
CEE nº 01/2010, nas resoluções do CME nº 03/2009 e 09/2009, na Lei 12.319/ Decreto
8.368/2014, na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015– Estatuto da Pessoa com Deficiência,
na Lei 12,764, de 27 de dezembro de 2012, / Lei 13.632/2018, na Lei 14.191, de 2021, e
Lei nº 14.254 de 30 de novembro de 2021.na Lei Municipal nº 2.629 de 21 de março de
2019, que regulamenta o Serviço Público Municipal de Transporte Escolar no município,
cria a Comissão Municipal de Transporte Escolar e dá outras providências, na Política
Nacional de Educação Especial: equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida.
Instituída pelo Decreto 10.502 de 30 de setembro de 2020

RESOLVE:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1°. Atualizar as diretrizes municipais para o atendimento da Educação Especial na


Perspectiva da Inclusão, com base nas Diretrizes da Política Nacional de Educação
Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao longo da vida, que deverão ser

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observadas para o atendimento educacional dos estudantes matriculados da rede municipal
de ensino de Jacundá.

Art. 2º - A Educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurado sistema


educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo da vida, de forma a
alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem. (alterado pela Lei 13.145/2015)

Art. 3º - A Escola deverá prever em seu Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar
a oferta da modalidade de Educação Especial através do Atendimento Educacional
Especializado (AEE), respeitando as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica e promovendo a inclusão dos alunos com necessidades educacionais
especiais em suas classes comuns, adequando o currículo às necessidades educacionais
específicas especiais dos alunos, visando atendimentos individuais ou grupais, contando
inclusive, com o apoio dos serviços do Atendimento Educacional Especializado, através
das salas de Recursos Multifuncionais.

Parágrafo Único - O acesso ao atendimento educacional especializado aos alunos com


necessidades educacionais especiais tem início na educação infantil e estende-se ao longo
da vida. ( Lei nº 13.632, de 2018)

Art. 4º- A matrícula do estudante público-alvo da Educação Especial é compulsória,


sendo vedada a possibilidade de negativa de vaga, conforme legislação vigente.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS E RESPOSABILIDADES

Art. 5º - Entende-se por educação especial na perspectiva da inclusão, para os efeitos desta
Resolução, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, na perspectiva de educação inclusiva, para educandos com deficiência
transtorno global do neudesenvolvimento (incluindo Transtorno do Espectro Autista e
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), Transtornos específicos de

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aprendizagem e altas habilidades/superdotação, objetivando ao exercício pleno de sua
cidadania e garantindo metodologias e alternativas de atendimento.

Art. 6º- São princípios da política municipal de educação especial: equitativa, inclusiva e
com aprendizado ao longo da vida:

I. Educação como direito para todos em um sistema educacional equitativo e


inclusivo
II. Aprendizado ao longo da vida.
III. Ambiente escolar acolhedor e inclusivo.
IV. Desenvolvimento pleno das potencialidades do educando.
V. Acessibilidade ao currículo e aos espaços escolares.
VI. Participação de equipe multidisciplinar no processo de decisão da família ou do
educando quanto à alternativa educacional mais adequada.
VII. Garantia de implementação de classes bilíngues de surdos e surdocegos.
VIII. Atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento/ Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH),
Transtornos específicos de aprendizagem, altas habilidades ou superdotação, no
território municipal, incluída a garantia da oferta de serviços e de recursos da
educação especial aos educandos indígenas, quilombolas e do campo.
IX. Qualificação para professores e demais profissionais da educação.

Art. 7º - É de responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação, garantir por meio da


Política de Educação Especial: equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida:

I. Garantia dos direitos constitucionais de educandos com deficiência, transtorno do


espectro autista, transtornos globais do desenvolvimento/ Transtorno de Déficit de
Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtornos específicos de aprendizagem,
altas habilidades ou superdotação.
II. Garantia de um departamento de Educação Especial para atender a demanda dos
alunos.
III. Garantia de uma equipe de multiprofissionais para compor o departamento de
Educação Especial (Psicopedagogo, psicólogo educacional, psicomotricista,

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terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo), para atender a demanda dos alunos da
Educação Especial.
IV. Ensino de excelência aos educandos da educação especial, em todas as etapas,
níveis e modalidades da educação, em um sistema educacional equitativo, inclusivo
e com aprendizado ao longo da vida, sem a prática de qualquer forma de
discriminação ou preconceito.
V. Acessibilidade a sistemas de apoio adequados, consideradas as suas singularidades
e especificidades.
VI. Oferta de Serviço de Atendimento Educacional Especializado aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou
superdotação matriculados em escolas regulares inclusivas, escolas especializadas,
escolas bilíngues de surdos e classes especializadas;
VII. Recursos humanos, técnicos, tecnológicos e materiais para a oferta de
atendimento educacional especializado a todos os educandos da educação especial;
VIII. Adequada operacionalização da PNEE 2020 e tornar possível o alcance de
suas finalidades e seus objetivos;
IX. Apoio às unidades escolares em todas as ações que promovam a equidade, a
inclusão e o atendimento educacional especializado;
X. A organização e o funcionamento dos serviços da educação especial de maneira
acessível, flexível, multifuncional, equitativa, inclusiva e com foco no aprendizado
ao longo da vida, comprometidos com o sucesso acadêmico de todos os educandos,
com respeito e valorização tanto da singularidade quanto da diversidade na escola;
XI. A garantia e igualdade de condições para o acesso, a permanência e o êxito na
aprendizagem de todos os educandos;
XII. A participação na construção das diretrizes e dos procedimentos para identificação,
cadastramento e atendimento, na educação básica, de educandos com altas
habilidades ou superdotação, a fim de fomentar a execução de políticas públicas
destinadas ao desenvolvimento das suas potencialidades
XIII. A melhoria permanente da qualidade da educação, mediante políticas de
formação e valorização dos profissionais que atuam nas escolas regulares
inclusivas, bilíngues ou especializadas, a fim de que adquiram conhecimentos sobre
práticas pedagógicas equitativas e inclusivas e sobre o princípio do aprendizado ao
longo da vida, acompanhando e avaliando a formação continuada para aferir sua
efetividade nos processos de ensino e no atendimento educacional especializado;

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XIV. Parcerias com Instituições de Ensino Superior, com outros setores
governamentais e com organizações da sociedade civil para cumprimento das
finalidades da educação equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida;
XV. Criar e instituir o centro multidisciplinares para apoio, pesquisa e assessoria,
integrados por profissionais de diversas áreas, incentivando a articulação com
instituições acadêmicas, para apoiar o trabalho da educação especial; como
alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação na própria rede de ensino, independentemente do apoio às instituições
conveniadas.
XVI. Garantia da não-exclusão de educandos sob alegação de deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e das altas habilidades ou superdotação
bem como a eliminação de atitudes de discriminação e preconceito;
XVII. O incentivo a formação profissional atualizada com o mundo 4.0 (on-line e
metodologias ativas de aprendizagem) na educação especial, para atuação em
espaços regulares e específicos, formais e não formais.
XVIII. Garantir acessibilidade no ambiente escolar bem como nos espaços de atendimento
educacional especializado, com a oferta de todos os recursos e serviços necessários
ao desenvolvimento dos educandos;
XIX. Incluir, na formação dos profissionais da educação (professores, técnicos e
gestores), conteúdos gerais e específicos da educação especial e conhecimentos de
gestão dos sistemas educacionais equitativos, inclusivos e com foco no aprendizado
ao longo da vida para melhoria das práticas e resultados dos educandos da
educação especial nas escolas regulares inclusivas, nas escolas especializadas e nas
escolas bilíngues de surdos;
XX. Incluir nos processos formativos para profissionais da educação, saberes e recursos
da comunidade, principalmente na perspectiva do aprendizado ao longo da vida e
sua interface com a educação especial;
XXI. Incentivar e promover a qualificação de professores para atuação na educação
especial, com cursos tais como:
· licenciatura em educação especial;
· especialização em educação especial;
· pós-graduação stricto sensu em educação especial ou áreas afins;
· cursos de formação continuada em educação especial;

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· cursos de formação inicial ou continuada na área da educação bilíngue de
surdos ou da pedagogia bilíngue de surdos;
XXII. Priorizar, nos cursos de formação continuada da área de educação especial, os
professores do atendimento educacional especializado;
XXIII. Qualificar professores das escolas regulares inclusivas para atuação na perspectiva
da educação inclusiva, equitativa e com foco no aprendizado ao longo da vida;
XXIV. Promover a formação inicial e continuada de professores de Libras e de Língua
Portuguesa como segunda língua;
XXV. Promover a formação de profissionais da educação para atuação na educação
bilíngue de surdos;
XXVI. Promover, em parceria com instituições de ensino superior, a formação inicial e
continuada de tradutores-intérpretes de Libras e Língua Portuguesa;
XXVII. Garantir condições de tempo e espaço para a formação docente, dentro da
jornada de trabalho dos profissionais, sem que as atividades de formação
atrapalhem ou inviabilizem o atendimento aos educandos; e
XXVIII. Promover cursos de capacitação para profissionais de apoio escolar e
acompanhantes especializados.

Art. 8º - Será de responsabilidade das Unidades de Ensino:

I. Propiciar educação com padrão de qualidade, pautada nas potencialidades dos


educandos e na valorização de suas singularidades;
II. Direcionar as ações educacionais para potencializar o aprendizado, o
desenvolvimento e a efetiva participação do estudante para o alcance das
finalidades, das metas e dos objetivos da educação especial;
III. Mobilizar a comunidade escolar com a participação dos educandos (quando
possível) da educação especial para a elaboração e a atualização dos projetos
pedagógicos e para o desenvolvimento de práticas equitativas e inclusivas;
IV. Assegurar a elaboração, o acompanhamento e a avaliação do Plano de
Desenvolvimento Individual e Escolar do estudante da educação especial, por meio
de atuação colaborativa entre as equipes escolares;
V. Identificar, o mais cedo possível, o estudante que demanda serviços e recursos da
educação especial, preferencialmente por meio de processo avaliativo
biopsicossocial escolar, coordenado por equipe pedagógica ou multiprofissional e

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interdisciplinar, podendo envolver nesse processo profissionais de outros setores e
instituições especializadas da comunidade;
VI. Organizar estratégias e a disponibilização de recursos para que o estudante da
educação especial tenha a máxima participação nas atividades escolares;
VII. Garantir a identificação, a matrícula, o atendimento e a verificação do aprendizado
dos educandos com altas habilidades ou superdotação, a partir das evidências de
aprendizagem que demonstrem graus de adiantamento na leitura e/ou nos cálculos,
na educação infantil, ou nas matérias curriculares da educação básica, de maneira a
promover o desenvolvimento das suas potencialidades e o acesso aos níveis mais
elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
cada um;
VIII. Organizar o trabalho pedagógico de forma que os tradutores-intérpretes de Língua
Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa e aos guias-intérpretes tenham condições
adequadas de atuação, o que inclui, dentre outras, o acesso antecipado aos materiais
necessários no contexto da tradução-interpretação e nos horários de planejamento
junto com os professores regentes;
IX. Incentivar a família a contribuir para mudanças que promovam o desenvolvimento
e a melhoria contínua do trabalho realizado na escola e no atendimento educacional
especializado;
X. Acompanhar a atuação do professor do atendimento educacional especializado no
apoio aos processos de ensino-aprendizagem, no que tange à oferta de serviços e
recursos de atendimento educacional especializado;
XI. Promover a atuação articulada e colaborativa entre professores da educação
especial e professores regentes das classes regulares inclusivas, potencializando o
processo de ensino-aprendizagem e seus resultados;
XII. Oferecer matrícula aos educandos surdos, surdocegos, com deficiência auditiva,
com outras deficiências associadas e com altas habilidades ou superdotação, que
optarem pela educação bilíngue de surdos, em classe bilíngues de surdos. Para
esses, onde não houver escolas bilíngues de surdos, a matrícula deve ser garantida
em classes bilíngues de surdos, preferencialmente em escolas-polo;
XIII. Garantir classes bilíngues de surdos com enturmação de educandos surdos
sinalizantes e professores comprovadamente proficientes em Língua Brasileira de
Sinais;

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XIV. Ofertar a disciplina de Libras na educação básica, como componente curricular
obrigatório na educação bilíngue de surdos, em escolas bilíngues de surdos e/ou
classes bilíngues de surdos;

Parágrafo único. A inclusão escolar referida no caput envolve não somente princípios e
diferenciadas, de serviços e recursos condizentes com as necessidades de cada aluno,
procedimentos para inserção, eliminando-se barreiras e bloqueios para o acesso, mas,
sobretudo, mudanças atitudinais, relativamente à postura do educador e dos grupos sociais,
garantindo a permanência nas classes regulares, aperfeiçoando e otimizando a educação em
benefício dos alunos com e sem necessidades educacionais especiais.

CAPÍTULO III
DO PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, EQUITATIVA, INCLUSIVA E
COM A PRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

Art. 9º - Os alunos público-alvo da Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com


Aprendizado ao longo da vida são aqueles que durante o processo educacional necessitam
de apoio multidisciplinar/multiprofissionais, de recursos pedagógicos e metodológicos
educacionais específicos, diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens
correspondentes à sua idade, por apresentarem:

I. Deficiência, conforme definido pela Lei nº 13.146 de 6 de junho de 2015 – Estatuto


da Pessoa com Deficiência. Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (Brasil, 2015). São
barreiras educacionais e escolares as que, pela interação com o impedimento
individual de longo prazo, podem comprometer a efetiva aprendizagem do estudante,
seu desenvolvimento e sua plena participação nos espaços escolares:

a) Auditivo: impedimento relativo a significativa perda auditiva bilateral ou surdez, o


qual demanda a adoção do ensino bilingue para educandos surdos e com deficiência
auditiva que optem pela Libras, para os educandos que não optarem pelo uso da

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Libras, para os educandos que fazem uso da tecnóloga assistivas ou os surdos
oralizados.
b) Auditivo-visual: impedimento referente às perdas sensoriais significativas dos
surdocegos, as quais são associadas à baixa-visão/cegueira e perda auditiva/surdez e
demanda a utilização de sistemas tais como o braile, a língua de sinais tátil, o tadoma,
o alfabeto datilológico, a comunicação háptica e recursos e serviços específicos para
acessibilidade ao currículo, orientação e mobilidade.
c) Físico-motor: impedimento referente às funções e estruturas corporais que afetam a
mobilidade, o movimento e/ou a fala, com demanda para o uso de sistemas
comunicacionais, recursos pedagógicos e de tecnologia assistiva para acessibilidade ao
currículo e os espaços escolares.
d) Intelectual: impedimento referente aos déficits nas funções intelectuais e no
comportamento adaptativo, manifestados nos domínios conceitual, social e prático da
vida.
e) Mental: impedimento referente aos transtornos mentais (psicológicos ou psiquiátricos)
que justifique a oferta de serviços de atendimento educacional especializado,
considerando a possibilidade de articulação dos sistemas de ensino com a área da
saúde e com outras que se fizerem necessárias
f) Múltiplos: Associação de dois ou mais impedimentos de longo prazo, a partir dos
quais são requeridos apoios, serviços e recursos para acessibilidade ao currículo e ao
espaço escolar.
g) Visual: impedimento referente à baixa visão ou à cegueira, o qual demanda o uso de
códigos, como o sistema Braille, além de recursos e serviços de acessibilidade ao
currículo, orientação e mobilidade.

I. Educandos com altas habilidades ou superdotação- que apresentem


desenvolvimento ou potencial elevado em qualquer área de domínio, isolada ou
combinada, criatividade e envolvimento com as atividades escolares.

II. Educandos com Transtornos Globais do Desenvolvimento/ Transtornos do


Neurodesenvolvimento, são caracterizados por déficits no desenvolvimento que
trazem prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico/pedagógico e,
posteriormente, profissional. Inclui-se nesse grupo educandos com:

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a) Transtorno do Espectro Autista, conforme definido pela lei n° 12.764, de 27 de
dezembro de 2012;

b) Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), conforme


definido pela lei 14.254, de 30 de novembro de 2021.

III. Transtornos Específicos de Aprendizagem: é uma condição neurológica


(interna) que afeta a aprendizagem e o processamento de informações. Ao contrário da
dificuldade de aprendizagem, o transtorno específico da aprendizagem é persistente.
Os mais comuns são:

a) Dislexia ou Transtorno de Leitura: um transtorno do


neurodesenvolvimento que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem.

b) Discalculia ou Transtorno de Matemática - aplica-se para os bloqueios de


aprendizagem envolvendo números e cálculos.

c) Disgrafia ou Transtorno de Escrita- o transtorno de aprendizagem que


provoca problemas na escrita.

Art. 10º – Será assegurado aos educandos com Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) e transtornos específicos de aprendizagem os mesmos direitos
legais inerentes à pessoa com deficiência. (Lei 14.254/2021)

Parágrafo único: nas atividades avaliativas dever-se-ão utilizar recursos pedagógicos


alternativos, tais como: extensão do tempo de prova, prova oral, adaptação no formato das
provas, utilização de recursos tecnológicos (exemplo a calculadora), materiais concretos,
recursos humanos de apoio, local silencioso longe da sala de aula, dentre outras opções que
se fizerem necessárias.

CAPÍTULO IV
DAS DIRETRIZES

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Art. 11º - A rede municipal de educação, organizará a implementação das diretrizes por
meio da presente resolução, contemplando:

I- Educação bilingue de surdos: modalidade da educação escolar que promove a


especificidade linguística e cultural dos educandos surdos, deficientes auditivos e
surdocegos que optarem pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras, por meio de
recursos e de serviços educacionais especializados, disponíveis em escolas bilíngues
de surdos e em classes bilíngues de surdos nas escolas regulares inclusivas, a partir da
adoção da Libras como primeira língua e como língua de instrução, comunicação,
interação e ensino, e da língua portuguesa na modalidade escrita como segunda língua.
(incluído pela lei nº 14.191, de 2021). (PNEE pág. 39)

II- Política Educacional Equitativa – conjunto de medidas planejadas e


implementadas com vista a orientar as práticas necessárias e diferenciadas para que
todos tenham oportunidades iguais e alcancem os seus melhores resultados, de modo a
valorizar o máximo cada potencialidade, e eliminar ou minimizar as barreiras que
possam obstruir a participação plena e efetiva do estudante na sociedade. (PNEE pág.
41)

III- Política Educacional inclusiva – conjunto de medidas planejadas e


implementadas com vistas a orientar as práticas necessárias para desenvolver, facilitar
o desenvolvimento, supervisionar a efetividade e reorientar, sempre que necessário, as
estratégias, os procedimentos, as ações, os recursos e os serviços que promovem a
inclusão social, intelectual, profissional, política e os demais aspectos da vida humana,
da cidadania e da cultura, o que envolve não apenas as demandas do estudante, mas,
igualmente, suas potencialidades, suas habilidades e seus talentos, e resulta em
benefício para a sociedade como um todo. (PNEE pág. 41)

IV- Política De Educação Com Aprendizado Ao Longo Da Vida – conjunto


de medidas planejadas e implementadas para garantir oportunidades de
desenvolvimento e aprendizado ao longo da existência do estudante, com a percepção
de que a educação não acontece apenas no âmbito escolar, e de que o aprendizado
pode ocorrer em outros momentos e contextos, formais ou informais, planejados ou
casuais, em um processo ininterrupto. (PNEE pág. 42)

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V- Classes Especializadas – classes organizadas em escolas regulares inclusivas, com
acessibilidade de arquitetura, equipamentos, mobiliário, projeto pedagógico e material
didático, planejados com vistas ao atendimento das especificidades do público-alvo ao
qual são destinadas, e que devem ser regidas por profissionais qualificados para o
cumprimento de sua finalidade. (PNEE pág. 43)

VI. Classes Bilíngues de Surdos – classes com enturmação de educandos surdos, com
deficiência auditiva e surdocegos, que optam pelo uso da Libras, organizadas em
escolas regulares inclusivas, em que a Libras é reconhecida como primeira língua e
utilizada como língua de comunicação, interação, instrução e ensino, em todo o
processo educativo, e a língua portuguesa na modalidade escrita é ensinada como
segunda língua. . (PNEE pág. 43)

VII. Escolas Regulares Inclusivas – instituições de ensino que oferecem atendimento


educacional especializado aos educandos da educação especial em classes regulares,
classes especializadas ou salas de recursos. . (PNEE pág. 44)

VIII. Planos De Desenvolvimento Individual e Escolar – instrumentos de


planejamento e de organização de ações, cuja elaboração, acompanhamento e
avaliação envolvam a escola, a família, os profissionais do serviço de atendimento
educacional especializado, e que possam contar com outros profissionais que atendam
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação. (PNEE pág. 45)

CAPÍTULO V
DOS SERVIÇOS E DOS RECURSOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 12º – A rede municipal de educação deverá assegurar a oferta dos seguintes serviços
e recursos para Educação Especial a fim de garantir a educação equitativa e inclusiva:

I- Salas de atendimento educacional especializado para educandos com deficiência


intelectual, mental e transtornos globais do desenvolvimento/Transtornos do

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Neurodesenvolvimento (incluindo Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do
Déficit de Atenção com Hiperatividade.
II- Salas de atendimento a alunos com transtornos específicos de aprendizagem
III- Centro de atendimento educacional especializado (CAEE)
IV- Serviço de capacitação de profissionais da educação e de atendimento às pessoas
com surdez.
V- Materiais didático-pedagógicos adequados e acessíveis ao público-alvo desta
Política Nacional de Educação Especial.
VI- Salas de recursos.
VII- Serviços de atendimento educacional especializado para crianças de zero a
três anos.
VIII- Tecnologia assistiva. (PNEE 64-81)
Art. 13º - O estabelecimento de ensino regular de qualquer nível ou modalidade garantirá
em sua proposta pedagógica o acesso e o atendimento a alunos com necessidades
educacionais especiais.
Art. 14º - A escola regular, ao construir e implementar sua proposta pedagógica,
deverá promover a adequação e organização de classes comuns e implantar os
serviços e apoios pedagógicos especializados por meio do Atendimento Educacional
Especializado - AEE.
Art. 15º - Será garantido que todos os espaços escolares possuem acessibilidade nas
edificações, com a eliminação de barreiras arquitetônicas nas instalações, no
mobiliário e nos equipamentos, conforme normas técnicas vigentes;
Art. 16º - Será garantida a flexibilização e adaptação curricular, em consonância com a
proposta pedagógica da escola. A flexibilização, bem como as adaptações curriculares,
deverão ser elaboradas pela equipe docente e pedagógica, com orientações dos
profissionais do AEE e referendado em conselho de classe.
Art. 17º - Será assegurado projeto de enriquecimento curricular e de aceleração para
superdotados;

SEÇÃO I
DA OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Art. 18º - Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço gratuito ao


público-alvo da Educação Especial, em todos os níveis, etapas e modalidades, de modo a

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complementar e suplementar, no contraturno, para que cada estudante tenha assegurado
sua aprendizagem nas escolas regulares inclusivas. (Art. 2º do PNEE pág. 36).

Art. 19º - Fica assegurado aos estudantes público-alvo da educação especial equitativa,
inclusiva e com aprendizado ao longo da vida a oferta do Atendimento Educacional
Especializado (AEE).

Art. 20º - São objetivos do Atendimento Educacional Especializado:

I. Promover condições de acesso, participação e aprendizagem escolar no ensino


regular e garantir serviços de apoio especializado, de acordo com as necessidades
individuais dos estudantes.
II. Garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular
III. Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as
barreiras no processo de ensino e aprendizagem.
IV. Assegurar condições de continuidade de estudos nos demais níveis, anos de
escolaridade e modalidades de ensino.
V. Construir recursos de acessibilidades educacionais.

Parágrafo único: consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que


asseguram condições de acesso ao currículo dos estudantes, promovendo a utilização dos
materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos de
comunicação e dos demais serviços.

§1º Este serviço abrange as ações pedagógicas realizadas pelo profissional especializado
para colaborar no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de cada estudante
da educação especial bem como para apoiar os professores regentes no planejamento de
atividades pedagógicas e no uso de materiais adaptados e acessíveis.

Art. 21º - O Serviço de Atendimento Educacional Especializado promove acessibilidade


ao currículo, considerando as singularidades e especificidades dos educandos da educação
especial.
§ 1º. O referido Serviço exige profissionais qualificados e deve contar com recursos
técnicos, tecnológicos, humanos e materiais, garantindo acessibilidade curricular em todas

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as etapas, níveis e modalidades de educação aos educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento/ Transtornos do neurodesenvolvimento (TEA e TDAH),
Transtornos específicos da aprendizagem e altas habilidades ou superdotação.

Parágrafo único: Integram o Serviço de Atendimento Educacional Especializado: Ensino


do Sistema Braille; Ensino das técnicas de cálculo no Soroban; Ensino das técnicas de
orientação e mobilidade; Ensino do uso de recursos ópticos e não ópticos para educandos
cegos ou com baixa visão; Comunicação alternativa e aumentativa – CAA; Tecnologia
assistiva; Informática acessível; Programas de enriquecimento curricular para educandos
com altas habilidades ou superdotação; Estratégias para o desenvolvimento de processos
cognitivos; e Serviço de atendimento educacional especializado aos educandos surdos,
com deficiência auditiva ou surdocegos, que não optam pela educação bilíngue.
(PNEE art. 7° pág. 76-78)

Art. 22º - O agrupamento dos alunos com necessidades educacionais especiais nas classes
comuns e no atendimento educacional especializado far-se-á pela equipe pedagógica da
escola, sob a orientação da Secretaria municipal de Educação, obedecendo às seguintes
recomendações:
I – distribuição dos alunos com necessidades educacionais especiais pelas várias classes,
considerando o ano escolar em que forem classificados, o desenvolvimento social,
afetivo e a faixa etária, de modo que todos os alunos se beneficiem da educação
para a diversidade.
II - O número de alunos por turma obedecerá a portaria de matrícula do município.
III – Será permitida a enturmação de alunos com diferentes deficiências somente após
avaliação da Equipe de multiprofissionais.

Art. 23º - A avaliação do desempenho escolar do aluno deve envolver os professores de


sala de aula, o atendimento educacional especializado, a equipe técnica pedagógica da
escola e a colaboração da família, registrando-se os resultados em relatório próprio,
visando constatar e acompanhar os avanços acadêmicos alcançados, prevendo:
I – Intervenções pedagógicas, conforme proposta do Projeto Político-pedagógico,
que visa programa de ação elaborado para o aluno;
II – Competências, habilidades e conhecimentos adquiridos no decurso de sua
escolarização;

17
Art. 24º - As escolas de ensino regular deverão garantir condições para o prosseguimento
de escolaridade dos alunos com necessidades educacionais especiais, cabendo-lhes
observar:
§ 1º Esgotadas as possibilidades de progressão regular na educação básica, ao aluno
com grave deficiência intelectual ou múltiplas que não apresentar os resultados de
escolarização mínimos previstos no regimento escolar da instituição de ensino,
deverá esta viabilizar em campo próprio do histórico escolar acompanhado de
certificação das competências adquiridas ao longo do processo.

§ 2º Junto ao histórico escolar do aluno deverá ser descritas, em relatório, as


habilidades e competências adquiridas, seguindo-se do encaminhamento para novas
alternativas educacionais, como: a Educação de Jovens e Adultos, a Educação
Profissional e/ou a inserção no mundo do trabalho, dentre outras.

Parágrafo Único – Ao ser transferido o aluno deve receber da escola o Histórico


Escolar acompanhado de seu portifólio assinado pelo professor regente de sua turma e
do coordenador pedagógico da escola, para ser enviado, em caráter confidencial,
quando necessário, à Escola que o receberá.

Art. 25º - Ao aluno com deficiência intelectual ou múltiplas deficiências será prevista
temporalidade flexível do ano letivo, principalmente nas séries finais do Ensino
Fundamental, permitindo assim a conclusão em maior tempo do que o previsto para a série
regular/etapa escolar.

Art. 26º - Aos alunos que apresentarem altas habilidades /superdotação será prevista
conclusão da série regular/etapa escolar em menor tempo, nos termos dos artigos 24, inciso
V da Lei 9394/96, permitida aceleração ou avanços progressivos de estudos, ultrapassadas
barreiras de séries ou etapas, sem prejuízo da ordem pedagógica do curso correspondente,
sendo obrigatória a comprovação da terminalidade do curso para fins de certificação.

Art. 27º - As situações de aprendizagem apresentadas pelos alunos, serão avaliadas pelo
professor e pela equipe pedagógica da escola por meio de relatório contínuo e sistemático,
em suas várias dimensões no âmbito institucional, inclusive na família, visando identificar

18
as necessidades educacionais especiais e subsidiar a tomada de decisão quanto ao
atendimento especializado a ser ofertado.

Art. 28º - O diagnóstico oriundo das avaliações procedidas pelo professor e pela equipe
pedagógica, relativamente às necessidades especiais dos educandos, norteará as ações
pedagógicas que deverão ser implementadas, bem como complementadas pela escola, que
poderá contar com a colaboração de outros profissionais das áreas da saúde e assistência
social.

Art. 29º - Ao professor de sala comum, a Secretaria Municipal de Educação deverá


assegurar formação continuada, para atendimento aos alunos com necessidades
educacionais especiais.
SEÇÃO II
DA OFERTA DO CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO (CAEE)

Art. 30º - O sistema municipal de educação implantará o Centro de Atendimento


Educacional Especializado – CAEE. PNEE art. 7º pág. 67)
§ 1º. O CAEE é o espaço onde podem funcionar Serviços de Atendimento Educacional
Especializado com salas de recursos específicas ou multifuncionais, de acordo com as
demandas identificadas.

Art. 31º - Serão oferecidos atendimentos para todas as áreas da educação especial, na
forma de um Centro de Atendimento Educacional Especializado

Art. 32º - No CAEE será assegurado a lotação de uma ou mais equipes pedagógicas
compostas por professores efetivos da rede municipal de ensino e equipes
multidisciplinares (psicopedagogo clínico e institucional, psicólogo escolar,
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicomotricista, assistente social).

Art. 33º - Manter parceria com a Secretaria de Saúde para viabilizar atendimento com
neurologista infantil, psiquiatra, oftalmologista e demais profissionais para atender aos
alunos que deles necessitarem, mediante encaminhamento escolar, em parceria com a
família.

19
DO
ATENDIMENTO EM CLASSES HOSPITALARES E ATENDIMENTO
PEDAGÓGICO DOMICILIAR

Art. 34º - Compete a rede municipal de ensino garantir o atendimento educacional ao


aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou
domiciliar por tempo prolongado conforme definido em LDB, nº 9.394/96, artigo 1º, art.
4º-A, artigo 13 e 14, da Resolução n.º 2/01 do Conselho Nacional de Educação, Lei n.º
13.716, de 24 de setembro de 2018 e Guia de estratégias e orientações para a organização
de classes hospitalares e de atendimento pedagógico domiciliar, MEC, 2002.

Art. 35º - O atendimento educacional hospitalar e o atendimento pedagógico domiciliar


devem estar vinculados aos sistemas de educação como uma unidade de trabalho
pedagógico das Secretarias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Educação, como
também às direções clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam.

Art. 36º - Compete a Secretaria de Educação, atender à solicitação dos hospitais para o
serviço de atendimento pedagógico hospitalar e domiciliar, a contratação e capacitação dos
professores, a provisão de recursos financeiros e materiais para os referidos atendimentos.

Art. 37º - O alunado das classes hospitalares é aquele composto por educandos
matriculados nos sistemas de ensino cuja condição clínica ou cujas exigências de cuidado
em saúde interferem na permanência escolar ou nas condições de construção do
conhecimento ou, ainda, que impedem a frequência escolar, temporária ou permanente.

Art. 38º - As Classes hospitalares deverão ser projetadas com o propósito de favorecer o
desenvolvimento e a construção do conhecimento para crianças, jovens e adultos, no
âmbito da educação básica, respeitando suas capacidades e necessidades educacionais
especiais individuais. Elas devem prever:

I - Uma sala para desenvolvimento das atividades pedagógicas com mobiliário adequado e
uma bancada com pia são exigências mínimas. Instalações sanitárias próprias, completas,

20
suficientes e adaptadas são altamente recomendáveis e espaço ao ar livre adequado para
atividades físicas e ludo-pedagógicas.
II - Além de um espaço próprio para a classe hospitalar, o atendimento propriamente dito
poderá desenvolver-se na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento, uma vez que
restrições impostas ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim
requeiram.
III - O atendimento pedagógico poderá também ser solicitado pelo ambulatório do hospital
onde poderá ser organizada uma sala específica da classe hospitalar ou utilizar-se os
espaços para atendimento educacional.
IV – Devem ser disponibilizados recursos pedagógicos e tecnológicos que propiciarão as
condições mínimas para que o educando mantenha contato com colegas e professores de
sua escola, quando for o caso.

Art. 39º - O alunado do atendimento pedagógico domiciliar compõe-se por aqueles alunos
matriculados nos sistemas de ensino, cuja condição clínica ou exigência de atenção integral
à saúde, considerados os aspectos psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas
condições de construção do conhecimento, impedindo temporariamente a frequência
escolar.

I - Compete a Secretaria de Educação em parceria com os serviços de saúde e de


assistência social providenciar a adaptação do ambiente domiciliar, mobiliário e/ou
equipamentos adaptados de acordo com as necessidades do educando, como: cama
especial, cadeira e mesa adaptadas, cadeira de rodas, eliminação de barreiras para
favorecer o acesso a outros ambientes da casa e ao espaço externo, etc.
II – Adaptar os recursos e instrumentos didático-pedagógicos e tecnológicos, tais como:
jogos e materiais de apoio pedagógico disponibilizados ao educando pelo professor e que
possam ser manuseados e transportados com facilidade;

Art. 40º - O atendimento pedagógico ao educando em classes hospitalares ou em


atendimento domiciliar deverá ser orientado pelo processo de desenvolvimento e
construção do conhecimento correspondentes à educação básica, exercido numa ação
integrada com os serviços de saúde.

21
Art. 41º - A oferta curricular ou didático-pedagógica deverá ser flexibilizada, de forma que
contribua com a promoção de saúde e ao melhor retorno e/ou continuidade dos estudos
pelos educandos envolvidos.

Art. 42º - Compete às Secretarias Estaduais e Municipais de Educação:

I - O acompanhamento das classes hospitalares e do atendimento pedagógico domiciliar.


II - A definição e implementação de procedimentos de coordenação, avaliação e controle
educacional que devem ocorrer na perspectiva do aprimoramento da qualidade do processo
pedagógico.
III - O acompanhamento deve considerar o cumprimento da legislação educacional, quanto
à execução do Documento Curricular Referência de Jacundá – DCR-JA, o processo de
melhoria da qualidade dos serviços prestados, as ações previstas na proposta pedagógica, a
qualidade dos espaços físicos, instalações, os equipamentos e a adequação às suas
finalidades, a articulação da educação com a família e a comunidade.

Art. 43º – Compete ao Centro de Atendimento Educacional Especializado – CAEE, em


parceria com a escola de educação básica onde o aluno encontra-se matriculado:
I – Coordenar o professor responsável pelo atendimento do aluno em classes hospitalares
ou atendimento domiciliar.
II - Conhecer a dinâmica e o funcionamento peculiar dessas modalidades, assim como
conhecer as técnicas e terapêuticas que dela fazem parte ou as rotinas da enfermaria ou dos
serviços ambulatoriais e das estruturas de assistência social citadas anteriormente, quando
for o caso.
III - Articular-se com a equipe de saúde do hospital, com a Secretaria de Educação e com a
escola de origem do educando, assim como orientar os professores da classe hospitalar ou
do atendimento domiciliar em suas atividades e definir demandas de aquisição de bens de
consumo e de manutenção e renovação de bens permanentes.

Art. 44º – Compete ao professor que irá atuar em classe hospitalar ou no atendimento
pedagógico domiciliar:
I – Ter formação pedagógica preferencialmente em Educação Especial ou
em cursos de Pedagogia ou licenciaturas;

22
II - Ter noções sobre as doenças e condições psicossociais vivenciadas pelos educandos e
as características delas decorrentes, sejam do ponto de vista clínico, sejam do ponto de
vista afetivo.
III - Estar capacitado para trabalhar com a diversidade humana e diferentes vivências
Culturais;
III – Identificar as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de
frequentar a escola;
IV – Definir e implementar estratégias de flexibilização e adaptação curriculares.
V - Propor os procedimentos didático-pedagógicos e as práticas alternativas necessárias ao
processo ensino-aprendizagem dos alunos.
VI – Ter disponibilidade para o trabalho em equipe e o assessoramento às escolas quanto à
inclusão dos educandos que estiverem afastados do sistema educacional, seja no seu
retorno, seja para o seu ingresso.
VII – Registrar e informar a escola quanto a regularidade (frequência) do atendimento
educacional ao aluno em classe hospitalar ou atendimento domiciliar.
VIII - Adequar e adaptar o ambiente às atividades e os materiais, planejar o dia-a-dia da
turma ou do aluno atendido.
IX – Acompanhar e registrar as aprendizagens do aluno quanto às atividades propostas e
objetivo de aprendizagem e desenvolvimento e ou habilidades a serem alcançadas.
X – Fornecer à escola de origem do aluno as informações quanto à frequência, relatórios,
conceito e notas.

CAPÍTULO IV
DOS ATORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 45º - Para a consecução dos objetivos da educação especial equitativa, inclusiva e
com aprendizado ao longo da vida, as instituições escolares da Rede Municipal de Ensino
de Jacundá manter disponibilizará, colaborativamente, diversos profissionais:

SEÇÃO I

23
DA COORDENAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR

Art. 46º - A Coordenação da Educação Especial na Secretaria Municipal de Educação


deverá ser lotada por professores do quadro efetivo. Devendo ter como base de sua
formação inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área em curso de especialização em Educação Especial com
carga horária igual ou superior a 360 horas.

Art. 47º - A rede municipal de ensino deverá prover a formação de equipe


multiprofissional (fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicomotricista, psicopedagogo
clínico, psicólogo escolar e assistente social) que formarão o Departamento de Educação
Especial, para atender às peculiaridades do público alvo da educação especial equitativa,
inclusiva e com aprendizado ao longo da vida, afim de avaliar e intervir, minimizando
prejuízos do processo de desenvolvimento intelectual, social e emocional dos alunos com
transtorno específicos de aprendizagem.

Art. 48º - A Equipe Multiprofissional de Educação Especial realizará a avaliação para


identificação dos alunos com deficiência, transtornos do neurodesenvolvimento,
transtornos específicos de aprendizagem e altas habilidades/superdotação, para que seja
encaminhado para laudo médico com profissional da saúde habilitado para tal.

Art. 49º - A equipe multiprofissional realizará intervenções, minimizando os prejuízos de


ordem física, intelectual, emocional e comportamental, tendo em vista o alcance dos
objetivos da educação inclusiva.

SEÇÃO II
GUIAS INTÉRPRETES DE LIBRAS E PROFESSORES BILÍNGUES

Art. 50º - A rede municipal de ensino assegurará a contratação de guia-intérpretes quando


houver demanda de alunos com surdo-cegueira.

24
§1º. O Guia-Intérprete é o profissional que realiza a guia-interpretação, assegurando a
comunicação, a interação e a informação às pessoas surdocegas, por meio da Língua
Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa, da Língua de Sinais Tátil, do alfabeto
datilológico, do Sistema Braille, do Tadoma, da comunicação háptica e de outros recursos
e serviços específicos para acessibilidade ao currículo, à orientação e à mobilidade,
inclusive com descrição de espaços, pessoas e situações, visando ao acesso ao currículo e à
locomoção do estudante no ambiente escolar. (PNEE. Pág. 82)

§ 2º- O Guia-Intérprete deverá ter cursos na área e experiência para atuação com
surdocegos, preferencialmente com formação em curso de pós-graduação em guia-
interpretação. (PNEE. Pág. 83)

Art. 51º - A rede municipal de ensino assegurará a contratação professores bilíngues em


Libras e língua portuguesa e tradutor-intérprete de Libras e Língua Portuguesa, conforme
demanda de matrícula de alunos surdos.

I. Professores bilíngues em Libras e língua portuguesa são aqueles


comprovadamente proficientes na Língua Brasileira de Sinais e são capazes de
atuar nos espaços escolares sem a mediação de intérpretes de Libras na relação
professor-aluno e no acesso ao conteúdo. Os professores bilíngues são aptos a
utilizar a Libras como língua de comunicação, interação, instrução e ensino aos
educandos surdos, com deficiência auditiva sinalizantes e surdocegos, surdos com
outros impedimentos e surdos com altas habilidades ou superdotação, que optem
pela Libras. (PNEE pág. 83).

Atribuição: Deve atuar em regência de classe e de creche às séries finais do ensino


fundamental ministrando aulas teóricas e práticas em Língua de Sinais, em
observância às políticas e diretrizes educacionais da Educação Especial do
Município de Jacundá

Deve ter como formação:


- Prólibras (certificado de Proficiência em Libras)
-Licenciatura em Letras/Líbras

25
- Licenciatura em Pedagogia bem como as demais graduação com pós graduação em Língua
Brasileira de Sinais
- Licenciatura e especialização em Libras
- Licenciatura e curso de formação em instrutor de Libras

2. Tradutor-intérprete de Libras e Língua Portuguesa: é o profissional que realiza a


tradução e a interpretação da Língua Portuguesa para a Língua Brasileira de Sinais e
vice-versa, de forma simultânea ou consecutiva, em formato escrito ou visual, de modo
a mediar e promover acesso a conteúdos, informações e comunicação, em todos os
espaços e atividades escolares, garantindo o direito linguístico dos surdos. O serviço
desse profissional deve ser disponibilizado a todos os educandos surdos ou com
deficiência auditiva sinalizantes, quando necessário, e em todos os espaços
educacionais, nessas etapas de ensino, educandos surdos, com deficiência auditiva e
surdocegos que utilizam a Língua Brasileira de Sinais e optam pela educação bilíngue,
têm o direito de participar de classes bilíngues, com professores bilíngues.(PNEE pág.
84-85)

Atribuições do tradutor-intérprete de Libras e Língua Portuguesa


I. Efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e surdos-cegos,
surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-versa;
II. Interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as atividades didático-
pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis
fundamental, médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos conteúdos
curriculares;
III. Atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos concursos
públicos;
IV. Atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-afins das instituições de
ensino e repartições públicas; e
V. Prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou policiais.

(Lei nº 12.319/2010)

Art. 52º - Para atuar como tradutor-intérprete de Libras e Língua Portuguesa na


educação básica, o profissional deve ter formação em:
I. No mínimo o ensino médio completo, e certificado de proficiência

26
II. Ensino médio completo com capacitação mínima de180h, ofertada por instituição
credenciada pelo MEC.
III. Para interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem
possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação
em Libras
(lei 13.146/2015)
SEÇÃO III
DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL/ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO

Art. 53º - A rede municipal de ensino deverá manter a lotação de professores efetivos para
o cargo de professor de Educação Especial com ênfase no Atendimento Educacional
Especializado AEE.

Art. 54º - Garantir professor itinerante para Atendimento Educacional Especializado aos
alunos do campo, quando comprovada a inexistência de espaço físico adequado à
instalação de Sala de Recursos, na unidade escolar, ou em escola mais próxima.

Parágrafo único: Esse profissional atua no atendimento educacional especializado aos


educandos, na orientação de professores regentes, nas salas de recursos específicas ou
multifuncionais, nas classes das escolas regulares inclusivas, especializadas ou bilíngues,
nos centros especializados, no contraturno ou turno escolar, de maneira local ou itinerante.
Alguns, como os professores de braille, por exemplo, atuam em diversos desses espaços
citados. Os professores da educação especial devem atuar em parceria e articulação com as
equipes de profissionais das escolas e interdisciplinares para que atinjam mais elevados
resultados nos processos de desenvolvimento e aprendizagem dos educandos. (PNEE pág.
83)
Art. 55º - São atribuições do professor do atendimento educacional especializado:
a) Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de
acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos
alunos público-alvo da educação especial;
b) Elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado,
avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade;

27
c) Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos
multifuncional;
d) Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e
de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em
outros ambientes da escola;
e) Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias
e na disponibilização de recursos de acessibilidade;
f) Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de
acessibilidade utilizados pelo aluno;
g) Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as tecnologias
da informação e comunicação, a comunicação alternativa e aumentativa, a
informática acessível, o soroban, os recursos ópticos e não ópticos, os
softwares específicos, os códigos e linguagens, as atividades de orientação e
mobilidade entre outros; de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos, promovendo autonomia, atividade e participação.
h) Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando
a disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas
atividades escolares.
i) Promover atividades e espaços de participação da família e a interface com
os serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros.

Art. 56º - Os professores da educação especial devem ter a seguinte formação:


I. Formação inicial em educação especial;
II. Formação inicial para a docência e especialização em educação especial ou
educação bilíngue de surdos;
III. Formação inicial para a docência e pós-graduação stricto sensu em educação
especial ou áreas afins; ou
IV. Formação inicial para a docência e formação continuada em
educação especial.
(PNEE pág. 83)

SEÇÃO IV

28
PROFISSIONAIS DE APOIO ESCOLAR/ACOMPANHANTE ESPECIALIZADO

Art. 57º - A rede municipal de ensino deve assegurar profissionais de apoio escolar ou
acompanhante especializado aos educandos que necessitam desse profissional:

I. Profissional de Apoio Escolar (cuidador): pessoa que exerce atividades de


alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em
todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária. Se aplica a alunos
com deficiência física/paralisia cerebral, deficiências múltiplas, que
possuam mobilidade reduzida e necessitem de apoio para realizar atividades
de alimentação, higiene e locomoção. atua em todas as atividades escolares
nas quais se fizer necessária. (Artigo 3º, parágrafo XIII da Lei
13.146/2015).

SÃO ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE APOIO (CUIDADOR):

a) Colaborar nas atividades de vida diária dos alunos com deficiência: locomoção,
higiene, alimentação e comunicação;
b) Realizar o acompanhamento dos alunos com deficiência nos dias letivos e horários
estabelecidos pela unidade escolar;
c) Atuar junto ao aluno com deficiência em todas as dependências da escola que se
fizerem necessárias;
d) Quando necessário, acompanhar o aluno nas atividades extraclasse, de modo a
resguardar a integridade física, saúde e bem-estar do aluno com deficiência garantindo
assim, o direito a educação daqueles que não realizam essas atividades com autonomia e
independência;
e) Colaborar junto ao processo de interação do aluno com deficiência na escola;
f) Participar das atividades pedagógicas propostas pelo professor e dos momentos de
rotina escolar: entrada e saída, recreios, intervalos, educação física, passeios extraclasse, e
quando se fizer necessário, acompanhar o aluno ao banheiro;
g) Respeitar o desenvolvimento, limitações, ritmo e especificidades do aluno com
deficiência;

29
h) Levar ao conhecimento da equipe pedagógica qualquer informação que possa
interferir no aprendizado, bem-estar, saúde, convivência e permanência do aluno com
deficiência no espaço da escola;
i) Participar das formações, reuniões, seminários, grupos de estudos e outros eventos
correlatos, propostos pela unidade escolar e/ou Departamento de Educação
Especial/SEMED;
j) Em caso de acidente, moléstia ou evento que indique a necessidade de atendimento
médico, providenciar o imediato chamamento de socorro especializado, adotando as
rotinas gerais de primeiros socorros recomendadas pelas autoridades de saúde,
comunicando o fato à gestão da unidade escolar;
k) Seguir as orientações destinadas ao profissional cuidador, contidas no plano de
atendimento individualizado do(s) aluno(s), quando houver;
l) Estimular a autonomia dos alunos com deficiência no desenvolvimento das
atividades;
m) Atuar de forma articulada com os professores do ensino comum, sala de recurso
multifuncional, equipe gestora, entre outros profissionais do contexto escolar;
n) E vedada a administração de medicação que não seja por via oral, nem orientada por
prescrição do profissional da área de saúde, assim como procedimento de complexidade
técnica;
o) Manter sigilo sobre as informações a que tem acesso em função de sua atividade;
p)Prestar auxílio individualizado aos estudantes que não realizam as atividades com
independência. Esse apoio ocorre conforme as especificidades apresentadas pelo estudante,
relacionadas à sua condição de funcionalidade e não à condição de deficiência;
q) Ajudar a receber e a entregar o/os aluno/os para os pais/responsáveis
r) Aguardar o pai e/ou responsável para entregar o estudante após o termino da aula;
s) O profissional de apoio deve atuar de forma articulada com os professores da Educação
Especial, da sala de aula comum, da Sala de Recursos Multifuncionais, entre outros
profissionais no contexto da escola;
t) O profissional de apoio após orientação e entrega de material pedagógico, por parte do
(a) professor (a) pedagogo(a), deve auxiliar o estudante no cumprimento de atividades na
sala de aula; Elaborar registros diários sobre o acompanhamento do aluno especial durante
sua permanência nas dependências da escola;
u) Realizar os registros de desempenho do aluno, tendo em vista o acompanhamento e a
avaliação do desenvolvimento;

30
Parágrafo único: Na ausência do aluno, o profissional de apoio escolar deve permanecer
na escola, auxiliando outros alunos especiais ou o profissional do atendimento educacional
especializado;

NÃO SÃO ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE APOIO ESCOLAR


(CUIDADOR)
a. Substituir o professor regente da sala comum e/ou professor do AEE, em
atividades ou responsabilidades referentes à sua profissão;
b. Desenvolver atividades educacionais diferenciadas da proposta do professor
regente ao aluno público alvo da educação especial, nem se responsabilizar
pelo ensino deste aluno;
c. Fazer o trabalho do professor, elaborando atividades ou avaliações. Entretanto
ele, em parceria com o professor, deve realizar as adaptações necessárias para
que o aluno tenha acesso ao conhecimento.

FORMAÇÃO MÍNIMA EXIGIDA PARA O PROFISSIONAL DE APOIO


ESCOLAR (CUIDADOR): Curso de Ensino Médio completo e curso de qualificação na
área de atuação.

II. ACOMPANHANTE ESPECIALIZADO/APOIO ESPECIALIZADO – Em


caso de comprovada a necessidade, a pessoa com Transtorno do Espectro Autista
incluída nas classes comuns de ensino regular, terá direito a um acompanhante
especializado/apoio especializado, conforme legislação vigente. (parágrafo único
do artigo 3º da lei 12.764/2012/ artigo 4º § 2º do Decreto n° 8.368/2014/ art. 58
parágrafo § 1º da LDB 9393/96) parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.764, de
2012.

ATRIBUIÇÕES DO ACOMPANHANTE ESPECIALIZADO/APOIO


ESPECIALIZADO PARA EDUCANDOS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO
AUTISTA:

a) Mediar e facilitar o processo de inclusão da criança, ajudando-a em suas


dificuldades, seja de socialização e/ou aprendizagem.

31
b) Ajudar o aluno a compreender as regras sociais e oferecer ferramentas para
expressar de forma adequada seus sentimentos e emoções.
c) Oferecer suporte psicológico e educacional, orientando professores e
familiares, para que todos saibam acolher e oferecer às crianças e
adolescentes um ambiente saudável.
d) Mediar as interações do aluno com os professores e colegas, facilitar a
participação nas atividades pedagógicas e sociais, oferecendo ferramentas que
permitam o entendimento do aluno daquele contexto e também segurança
para sua participação de forma autônoma.
e) Auxiliar a criança também nas rotinas diárias nos diversos ambientes
escolares, gerando autoconhecimento, maior autonomia e possibilidades de
desenvolver ao máximo o potencial do aluno.
f) Ajudar o aluno (a) a responder as demandas escolares
g) Contribuir para que os objetivos escolares sejam alcançados
h) Trabalhar com foco na independência da criança em relação as tarefas
escolares
i) Treinar habilidades, de maneira que alguns comportamentos inadequados
sejam diminuídos e outros comportamentos adequados sejam aumentados.
j) Bloquear estereotipias da criança, o que gera irritação, gritos e choros.
k) Ensinar a criança a brincar de maneira funcional
l) Viabilizar o bloqueio do comportamento sem função e o reforço de
comportamentos mais adequados.
m) Possibilitar que a criança desenvolva habilidades de interação, ensinando
brincadeiras sociais e a comunicação entre pares.
n) Treinar e estimular habilidades que envolvem cuidados pessoais, o uso do
banheiro, o se alimentar sozinho, etc.
o) Possibilitar que a criança se comunique de maneira adequada e aumentar a
fluência verbal da criança.

Art. 58º - O Acompanhante especializado/Apoio especializado deve ter formação em:

32
a) Licenciatura para a docência adicionado de cursos de capacitação tendo em vista a
especificidade e peculiaridades do aluno.
b) Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para
a integração desses educandos nas classes comuns.(LBD 9394/96 art. 59, paragrafo
III)
c) Formação e capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com
transtorno do espectro autista, (art. 2º, inciso VII da Lei nº. 12.764/12).
Parágrafo único: A avaliação da necessidade do profissional de apoio escolar e
acompanhante especializado será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar, mediante solicitação da escola (via ofício e relatório anexado à
solicitação), considerando: (Lei 13.146, art. 2º § 1º)

1. Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;


2. Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais
3. A limitação no desempenho das atividades; e
4. A restrição de participação

A necessidade de permanência desse profissional deve ser constantemente avaliada pela


equipe escolar/equipe multiprofissional e coordenação de Educação Especial da SEMED,
tendo em vista que quando não houver mais necessidade o profissional seja retirado, no
sentido de tornar o estudante cada vez mais autônomo.

Art. 59º – Assegurar a experiência profissional como um dos critérios para contratação
e/ou lotação do Profissional de Apoio Escolar (Cuidador) e do Profissional de Apoio
Especializado.

CAPÍTULO VII
DA GARANTIA DO TRANSPORTE ESCOLAR

Art. 60º – Garantir o Serviço Público Municipal de Transporte Escolar para alunos da
Educação Especial (Cidade e Campo) matriculados na pré escola e ensino fundamental de
escolas do município, quando comprovada que pais ou responsáveis não têm condições de
levar o educando à escola.

33
Art. 61º – Garantir um profissional de apoio (monitor), dentro dos transportes escolares
para garantir a segurança dos alunos durante seu translado;

Art. 62º - Garantir capacitação na área de educação especial para o monitor que atenderá o
público alvo da educação especial no transporte escolar.

Art. 63º - Das normativas para o transporte escolar dos alunos da educação especial:
I. Para o veículo:
a) O veículo do Serviço Público Municipal de Transporte Escolar deverá está sob
cobertura de seguro civil e obrigatório, caracterizado, licenciado e equipado, na
forma exigida pelo Código Nacional de Trânsito e outras normas pertinentes.
b) Apresentar vistoria semestral nos veículos que realizam o transporte escolar
expedida por engenheiro mecânico devidamente registrado no CREA.
c) Estar em perfeitas condições de uso, higienização e manutenção adequada, com
todos os dispositivos de segurança exigidos pela legislação pertinente ao ART. 136
do Código de Transito Brasileiro.
d) Possuir rampas, para facilitar o acesso e garantir o direito de mobilidade do
educando.
II – Para o Condutor:
a) Possuir habilitação adequada para o transporte escolar na categoria D, com prazo de
validade vigente.
b) Possuir idade superior a 21 anos.
c) Não ter cometido nenhuma inflação grave ou gravíssima, ou ser reincidente em
inflações médias durante os doze últimos meses.
d) Ter relação atualizada dos alunos transportados, contendo o nome idade, nomes e
telefones dos pais ou responsáveis, fornecida pela Secretaria Municipal de
Educação SEMED ou pela Direção da Unidade Escolar onde estão matriculados
e) Ser gentil e conduzir o veículo ou embarcação com prudência.

III – Para o Monitor:


a) Possuir idade superior a 18 anos;
b) Ter concluído o ensino médio;

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c) Gozar de idoneidade moral, assiduidade, disciplina, eficiência e bom procedimento
com os alunos;
d) Deixar o aluno em segurança dentro da escola, sempre aos cuidados de algum
profissional do estabelecimento.
e) Ter atenção com todos os alunos dentro do transporte, priorizando aqueles que mais
necessitarem de atenção.
f) Cuidar para que os alunos estejam sentados e em segurança, evitando possíveis
situações indesejadas dentro do transporte.

CAPÍTULO VIII
DA AVALIAÇÃO E DO MONITORAMENTO

Art. 64º - São mecanismos de avaliação e de monitoramento da Política Nacional de


Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida, que
direciona o trabalho a ser realizado com os alunos da Educação Especial.

I – Indicadores que permitam identificar os pontos estratégicos na execução da


Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao
Longo da Vida e os seus resultados esperados e alcançados;

II – Censo Escolar;

III - planos de desenvolvimento individual e escolar;

IV – Plano de Ensino Individualizado;

V – Ficha avaliativa diagnóstica;

VI – Relatório inicial e final;

Art. 65º - Os mecanismos de avaliação e de monitoramento de que tratam os incisos I ao


VII do caput do art.__ serão base para reflexão e ação dos professores da sala regular de
ensino e para o Atendimento Educacional Especializado.

Art. 66º - Cabe ao Conselho Municipal de Educação a autorização de funcionamento e a


fiscalização das salas de recursos e centros de atendimento educacional especializado.

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Art. 67º - Os casos omissos serão submetidos à apreciação e decisão do Conselho
Municipal de Educação.

Art. 68º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

_________________________________________________
Nilva Alves da Silva
Presidente do Conselho Municipal de Educação

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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www.planalto.gov.br >. Acesso em: 25 Jun. de 2022.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm. Acesso em 22 de
maio de 2022

_______. Lei Nº 12.796. Diretrizes e bases da educação nacional, formação dos profissionais da
educação, 2013

36
_______. Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica; Secretaria de Educação
Continuada. Alfabetização, Diversidade e Inclusão; Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC; SEB; DICEI, 2013.

_______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. 2017.

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PNEE: Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da
Vida/ Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação – Brasília; MEC. SEMESP. 2020.

_______. Lei nº 13.716, de 24 de setembro de 2018. Para assegurar atendimento educacional ao


aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou 110 |
Política Nacional de Educação Especial domiciliar por tempo prolongado. Disponível em: . Acesso
em: maio de 2022.

_______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e
dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: maio de 2022.

_______. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: . Acesso em: junho 2022.

_______. Decreto nº 8.368, de 2 de dezembro de 2014. Regulamenta a Lei nº 12.764, de 27 de


dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: .. Acesso em: maio de 2022.

_______. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispóe sobe a educação especial, o


atendimento especializado e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: abril de 2022.

______.Lei Municipal nº 2.629 de 21 de março de 2019, que regulamenta o Serviço Público


Municipal de Transporte Escolar no município, cria o Comissão Municipal de Transporte
Escolar e dá outras providências.

_______. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: . Acesso em: maio. 2019.

37
_______. Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência
(Guatemala/1999). Disponível em: . Acesso em: ago. 2019.

_______. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de


abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da 108 | Política
Nacional de Educação Especial Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm. > Acesso em:
set.2019

_______.Lei nº 13.632, de 6 de março de 2018. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,


para dispor sobre educação e Aprendizagem ao Longo da vida. Disponível em: . Acesso em: set.
2020.

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