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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA
JANUÁRIA/MG, BRASIL
2010
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA
JANUÁRIA/MG, BRASIL
2010
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Educação
Especialização em Educação Especial - Déficit Cognitivo e
Educação de Surdos
elaborado por
COMISSÃO EXAMINADORA:
_________________________________________
Prof. Dr. Reinoldo Marquezan - (Orientador)
_________________________________________
Profª. Ms. Tais Guareschi - (Parecerista)
_________________________________________
Profª. Ms. Vaneza Cauduro Peranzoni - (Parecerista)
JANUÁRIA/MG, BRASIL
2010
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Agradeço à Deus por conceder-me coragem
de não desistir de meus sonhos e dar-me
oportunidades de mostrar o que acredito ser
verdade, mesmo que ainda seja sem
esperanças. Aos meus familiares, pelo
incentivo e compreensão. Ao Professor Dr.
Reinoldo Marquezan, pela orientação.
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“Inclusão Escolar, não significa simplesmente
matricular o educando com necessidade especial em
classe comum, ignorando suas necessidades
específicas, mas significa dar ao professor e à escola
o suporte necessário à sua ação pedagógica”.
(MEC/SEESP,1.998)
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RESUMO
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ABSTRACT
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................09
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 24
ANEXOS
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INTRODUÇÃO
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O estudo foi realizado através da leitura de: livros dos teóricos como Perrenoud,
Bueno, Estrela, Fonseca, Garcia dentre outros; da legislação em vigor como, por exemplo, a
Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Declaração de
Salamanca .
Se quisermos que nossa sociedade seja acessível, que dela todas as pessoas com
necessidades especiais possam participar em igualdade de oportunidades, é preciso fazer
desse ideal uma realidade a cada dia. A ação de cada um de nós, profissionais da educação,
deve ser pensada e executada no sentido de divulgar os direitos, a legislação e programar
ações que garantam o acesso de todos.
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Capítulo I
No âmbito federal, podemos citar, dentre outras iniciativas, o inciso III do Art. 208 da
Constituição Brasileira que se refere ao atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência, “preferencialmente, na rede regular de ensino”; a Política Nacional de
Educação Especial (MEC/SEESP, 1994), onde o Ministério da Educação estabelece como
diretrizes da educação especial, apoiar o sistema regular de ensino para a inserção das pessoas
com necessidades especiais, e dar prioridade ao financiamento de projetos institucionais que
envolvam ações de integração. Esta mesma definição foi posteriormente reforçada na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96) e nas Diretrizes Nacionais para
a Educação Especial na Educação Básica. (Conselho Nacional de Educação/Câmara de
Educação Básica, 2001)
Portanto, não basta que uma proposta se torne lei para que a mesma seja
imediatamente aplicada. Inúmeras são as barreiras que impedem que a política de inclusão se
torne realidade na prática cotidiana de nossas escolas. Entre estas, a principal é o despreparo
dos professores de ensino regular para receber em suas salas de aula, geralmente repleta de
alunos com problemas de disciplina e aprendizagem, os alunos com necessidades especiais.
(BUENO, 1999)
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Vale ressaltar que a noção de escola inclusiva, cunhada a partir da famosa Declaração
de Salamanca1 (UNESCO, 1994), em nosso país, toma uma dimensão que vai além da
inserção de pessoas com necessidades especiais, pois estes não são os únicos excluídos do
processo educacional. É fato constatado que o nosso sistema regular de ensino, programado
para atender àquele aluno “ideal”, com bom desenvolvimento psicolingüístico, motivado, sem
problemas intrínsecos de aprendizagem e oriundos de um ambiente sócio-familiar que lhe
proporciona estimulação adequada, tem se mostrado incapaz. Incapaz para lidar com o
número cada vez maior de alunos que, devido a problemas sociais, culturais, psicológicos
e/ou de aprendizagem, fracassam na escola.
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Por educação inclusiva se entende o processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais
na rede regular de ensino.
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especiais nas escolas regulares. Os professores que já estão exercendo o magistério devem ter
os mesmos direitos assegurados, sendo oferecidas oportunidades para uma formação
continuada, inclusive em nível de especialização, conforme prevê o Plano Nacional de
Educação. (Lei n. 10.172/01)
Art.18 [...]
§ 4º. Aos professores que já estão exercendo o magistério devem ser oferecidas
oportunidades de forma continuada, inclusive em nível de especialização, pelas
instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A Educação inclusiva apesar de encontrar ainda, sérias resistências (legítimas ou
preconceituosas) por parte de muitos educadores, constitui sem dúvida, uma proposta que
busca resgatar valores sociais fundamentais, condizentes com as necessidades especiais no
sistema regular de ensino para que se efetive, possibilitando assim o resgate de sua cidadania
e ampliando suas perspectivas existenciais. Para isso, não basta a promulgação de leis que
determinem a criação de cursos de capacitação básica de professores, nem a obrigatoriedade
de matrícula nas escolas da rede pública, pois estas são, efetivamente, medidas essenciais,
porém não suficientes para uma proposta de tamanha relevância.
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Capítulo II
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Essas inter-relações expostas acima ficam implícitas nas abordagens sobre a formação
dos professores para a escola inclusiva, e mais, justificam a articulação dos conhecimentos e
competência dos professores com reestruturação da escola num esforço conjunto para
alcançar um ensino de qualidade a todos os alunos.
Com relação aos conhecimentos profissionais dos professores, Garcia (1999) divide
em três grupos:
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A escola pública, criada a partir dos ideais da Revolução Francesa como veículo
para inclusão e ascensão social, vem sendo em nosso país inexoravelmente um
espaço de exclusão, não só dos deficientes, mas de todos aqueles que não se
enquadram dentro do padrão imaginário do aluno “normal”. As classes especiais,
por sua vez, se tornaram verdadeiros depósitos de todos aqueles que, por uma razão
ou outra, não se enquadram no sistema escolar. (Glat, 2000, p.18)
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Neste contexto, a prática pedagógica do professor está impregnada pelo mito, pela
concepção, hoje considerada errônea, porém, por muito tempo ficou como verdade científica,
de que existem duas categorias qualitativamente distintas de alunos: “os normais”, que
freqüentam a escola regular e os “excepcionais”, que freqüentam a escola ou classe especial.
Ou seja, o professor ensina o aluno em processo de aprendizagem contínua, onde ele é
denominado normal, se surgir algum distúrbio de aprendizagem que fracasse esse processo, o
professor encontra-se diante de um sintoma de doença ou desequilíbrio, ou seja, uma
deficiência, portanto, o aluno não pertence ao seu universo de ensino.
Conseqüentemente, não é de se espantar que ainda não tenha havido uma efetiva
integração ou inclusão das pessoas com necessidades especiais no sistema regular de ensino.
O professor, no contexto de uma educação inclusiva precisa muito mais do que no passado, há
a necessidade de ser preparado para lidar com as diferenças, com a singularidade e a
diversidade de todas as crianças e não com um modelo de pensamento comum a todas elas.
Sabemos que muitos alunos têm suas necessidades educacionais interpretadas como
“especiais” por parte de professores mal preparados ou mal apoiados pelo sistema de ensino.
Este fato deve-se a que os círculos de formação de professores, em sua grande
maioria, possuem reduzida carga horária com informações sobre alunos com
necessidades educacionais especiais, tornando-se desta forma difícil, senão
impossível, que os professores consigam identificar e trabalhar eficientemente com
esses alunos em suas salas de aula . (Nogueira, 2000, p.36)
Fonseca (1995) acredita que é preciso preparar todos os professores com urgência,
para se obter sucesso na inclusão, por meio de um processo de inserção progressiva, assim
eles poderão aceitar e relacionar-se com os diferentes alunos e conseqüentemente, suas
diferenças e necessidades individuais. Porém, os professores só poderão adotar esse
comportamento se forem equipados com recursos pedagógicos, sua formação for melhorada,
lhe forem dados meios de avaliar seus alunos e elaborar objetivos específicos, se estiverem
instrumentados para analisar a eficiência dos programas pedagógicos, preparados para a
superação dos medos e superstições e sobretudo, contarem com uma orientação eficiente nesta
mudança de postura para buscar novas competências.
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Capítulo III
O professor pode e deve repensar a sua prática a partir de uma reflexão crítica sobre a
ação em sala de aula, segundo (AINSCOW, 1997), esse procedimento demonstra competência
fundamental à escola inclusiva, pois esta reflexão é base para a improvisação que, por sua
vez, permite ao professor encorajar uma participação ativa e ao mesmo tempo, ajudar a
personalizar para cada aluno a experiência da aula.
Perrenoud (2001) nos traz a reflexão sobre a dupla função do professor, no tratamento
da informação e do conhecimento: uma função didática de estruturação e gestão de conteúdos,
a piori; uma função pedagógica de gestão e regulamentação interativa dos acontecimentos em
sala de aula, em processo: isso traduz outro desafio, que é o da competência de adaptação:
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saber analisar, refletir em ação, justificar através da razão a prática pedagógica, tomar
conhecimento de sua prática
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5- Trabalhar em equipe
Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros (serviços para
escolares, bairro, associações de pais, professores de língua e cultura de origem).
Fazer entrevistas.
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Por isso se faz necessário a construção da prática coletiva, num espaço coletivo,
mediadas pelos atores envolvidos, onde é possível a reflexão da pratica visto que as respostas
são situacionais, relativas talvez. A profissionalização se dá a partir do momento em que o
professor reflete sobre a prática, explicando as razões e os motivos da ação docente. Isto pode
ser feito através de observação mútua, escrita, reflexão critica da atuação, a metacognição e
troca entre as representações e a pratica docente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema “Educação Inclusiva” tem sido muito discutido em nosso país e também no
exterior, tornado-se proposta de intervenção amparada pela legislação em vigor. Porém,
existem barreiras que impedem que a política de inclusão se torne realidade no cotidiano de
nossas escolas. Entre essas barreiras, podemos citar o despreparo dos professores do ensino
regular para receber em suas salas de aula alunos portadores de necessidades educacionais
especiais.
Podemos dizer que a formação dos professores é um aspecto que requer urgência na
pauta da imensa agenda da política nacional na área da educação inclusiva e das reformas no
sistema educacional impostas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 9394/96.
Vale ressaltar que a literatura sobre a educação inclusiva tem apontado que as atitudes
dos professores face aos alunos com necessidades especiais inseridos em suas salas de aula
dependem de muitos fatores, entre eles do tipo de sociedade em que se insere a escola, das
concepções e representações sociais relativas à deficiência, diferença, diversidade,
dificuldades de aprendizagem e dos recursos e mecanismos de financiamento das escolas.
Todos esses aspectos representam na nossa realidade razoáveis desafios e cabe salientar a
priori que a mudança na formação dos professores, embora seja uma condição necessária e
essencial, não será suficiente para que a educação inclusiva se concretize no Brasil.
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REFERÊNCIAS
AINSCOW, M. et al. Educação para todos: torná-la uma realidade: Caminhos para escolas
escolas inclusivas. Lisboa: Instituto de Inovação cultural. 1997
______. Lei número 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.
GLAT, R. Capacitação de Professores: Pré requisito para uma escola aberta à Diversidade,
Revista Souza Marque, Vol.1 16-23, 2000.
______. Construir as competências desde a escola. São Paulo: Artmed Editora. 1999.
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______. et. al. Formando professores profissionais: Quais estratégias? Quais competências.
2.ed.rev.Porto Alegre:Artmed Editora, 2001, p.12-65.
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ANEXOS
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RELATÓRIO
Aos dezenove dias do mês de maio do ano em curso, eu, Sílvia Regina Figueiredo
Santos Coutinho, estive na Escola Municipal Jardim das Rosas com o objetivo de conhecer o
funcionamento do AEE (Atendimento Educacional Especializado). Cheguei à escola às oito
horas, apresentei-me à Diretora, Elvira Mascarenhas, que me encaminhou à sala de AEE, o
qual fui recebida pela Professora Maria Nazaré, que por sua vez mostrou-me a sala que é
composta de:
Equipamentos de informática;
Televisão;
Jogos educativos;
Móveis adaptados ;
Tive oportunidade de acompanhar o trabalho com uma aluna do 3º ano, que é deficiente
físico, e tem dificuldade na coordenação motora e conseqüentemente na escrita, usa um
engrossador de lápis para facilitar.
Outro aluno do 2º ano apresenta dificuldades em concentrar naquilo que está fazendo.
Enquanto a professora está explicando, ele está com os olhos fixos no teto, parece está bem
longe, completamente alheio aos acontecimentos a sua volta.
A professora Maria Nazaré está fazendo um curso presencial em LIBRAS de 120 horas.
Ela diz: “É um curso interessante, que vai ser muito útil no meu trabalho”. Informou ainda
que está constantemente se capacitando, procurando aprimorar cada vez mais a sua prática, e
dessa forma está contribuindo na inclusão desses alunos, que de certa forma se sentem
excluídos.
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ENTREVISTA
2 – Como você tem trabalhado com alunos que tem necessidades especiais? Você faz um
plano especial, ou uma adaptação? R. Uso das duas formas. Dependendo da deficiência, faço
uma adaptação especial conforme sua necessidade.
3 – Você recebe algum suporte para trabalhar? Que tipo de suporte? R. Sim. Computadores,
televisão, vídeo, jogos pedagógicos comuns adaptados conforme a deficiência apresentada por
cada aluno.
A inclusão deve ser um processo diário. As escolas precisam ser espaços educativos, nas
quais essas crianças aprendam a ser críticas, com personalidade. Que aprendam a valorizar as
diferenças através da convivência com os demais.
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