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KAREN GANÉO
Campinas - SP
2023
FAVENI
Campinas - SP
2023
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
O QUE A LEI PREVÊ E O QUE A GENTE VÊ
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto no
trabalho”.
RESUMO - Tivemos um grande avanço dentro da política educacional brasileira nos levando a entender os
fenômenos sociais que estão ocorrendo. A transformação do conceito de Educação Especial transcende o
eixo legislativo. A maior evolução educativa no âmbito educacional, é apostar em uma Escola Inclusiva e
Integradora, onde a educação é para todos, segundo os princípios de igualdade e democracia. Temos uma
vasta documentação, com regime de Leis, como a Lei 9394, de 20 de dezembro de1996, lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, que nos leva a entender a nova a ideia desse tipo de escola, inclusiva, na
organização escolar brasileira. Com essa nova Educação para Todos a sociedade avança, derrubando os
preconceitos, formando uma sociedade mais justa.
2. DESENVOLVIMENTO
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia
de:
Capítulo 9
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
§3º - A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início
na educação infantil e estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o
parágrafo único do art. 60 desta Lei.
II. terminalidade específica para aqueles que não puderam atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
Sabemos que a legislação está avançando. Mas, será que estamos preparados
para que esse avanço ocorra de fato? E as instituições educacionais, estão prontas pra
receber esses alunos? O que é preciso? O que nos falta? Estamos caminhando a
passos de formiga e individualmente, diante de um avanço tão significativo.
É fato que, a pessoas com deficiência, por si só, se sinta diferente do grupo de
convívio social/escolar que está frequentando, diminuindo assim sua autoestima,
dificultando ainda mais sua aprendizagem. Muitas são as vezes onde os alunos "atípicos"
são rejeitados pelos colegas de sala na hora de fazer um trabalho em grupo, socializar
nos momentos de intervalo, ficando muitas vezes recolhido em um canto, fazendo
inclusive atividades diferentes do restante da sala.
Pensando no que a professora argumentou: “(...) longe dos colegas, para não se
machucar”. Será que é “para não se machucar” ou para não conseguir trabalhar com as
diferenças?
Essa exclusão na maioria das vezes não acontece somente na sala de aula entre
professores e alunos ditos “normais”, acontecem no âmbito escolar como um todo.
Será que essa inclusão está ocorrendo na realidade? Ou é preciso rever na sua
organização prática? A Lei está aí, o que nós, educadores, estamos fazendo para que ela
aconteça de fato? Mediante a justificativa de que a escola não está preparada, não
possui recursos financeiros, pessoas capacitadas para colocar em prática o exercício da
Educação Especial, não podendo assim se adaptar a exigência das pessoas com
deficiência, preferem não aceitar. Mesmo sabendo que as exigências dos recursos
financeiros dependem das dificuldades apresentadas por estas crianças, e a escola, por
sua vez, como consta na Lei, pode recorrer aos recursos necessários para esta inclusão.
Conforme LDB, Título VII, Dos Recursos Financeiros, Artigo 70 – incisos: I, II, III e VIII.
Temos que lidar com o próprio preconceito para conseguirmos lidar com as
angustias dos pais que “fazem pressão” diante da situação de inclusão, como se um
deficiente fosse um doente contagioso e que deve ser evitado. Indaga-se que, se a
inclusão é garantida por Lei, como pode um profissional da educação sair da faculdade
sem sequer saber do assunto? Despreparo da sociedade ou acomodação dos
profissionais que estão à frente de executar a Lei e o direito adquirido?
“Não basta acolher e promover a interação social. É preciso ensinar – aliás, como
a própria legislação prevê desde 1988, quando a Constituição foi aprovada. No lugar de
focar o atendimento clínico, segregando os alunos, a orientação correta é dar apoio aos
professores regente e permitir que eles e seus colegas especialistas trabalhem cada vez
mais em conjunto”. GURGEL, Thais – out. 2007.
A lei de Salamanca agiu de forma propulsora para que no Brasil pensa-se uma
maneira de obter uma educação para todos no sistema regular de ensino em concílio com
a nova Lei de Diretrizes e Base 9394/96 (LDB), ao trazer um sistema obrigatório de
educação básica para todos, estimulou a integração dos indivíduos com deficiência no
ensino regular.
A Declaração de Salamanca criam-se um cenário político e educacional acerca da
Inclusão com o objetivo de promover condições e oportunidades iguais das atividades
sociais e educacionais de pessoas com deficiências, ainda esmiuçando a ideologia de
uma Educação Inclusiva, Mrech (2000 apud LIMA 2004), salienta que para existir
verdadeiramente uma educação inclusiva se faz necessário haver condições de
acessibilidade dentro do espaço escolar, traçar objetivos diferenciados reconhecendo que
os alunos podem aprender juntos mesmo que possuam necessidades singulares, deve
também proporcionar aos professores suporte técnico na sala de ensino regular,
instigando-os a dinamizar de maneira criativa os conteúdos e a relação professor aluno.
Acreditando que o processo de ensino aprendizagem se dá do “todo para parte”, ou
seja, a criança quando entra na escola já possui um conhecimento prévio da sociedade
em que vive assim como nos lembra Paulo Freire (1997, pg11) “A leitura do mundo
precede a leitura da palavra”.
Trabalhar com a realidade do aluno é essencial para o seu desenvolvimento
cognitivo, para Bakhtin (2003), a língua é um fato social cuja existência funda-se nas
necessidades de comunicação; a linguagem está ligada a diversos campos da atividade
humana (Bakhtin, 2003), ou seja, podemos dizer que essa atividade humana está ligada a
diferentes esferas sociais, tais como a família, escola, igreja, trabalho, que produzem
diversos enunciados orais ou escritos, incluindo a utilização de imagens estáticas ou em
movimento.
De acordo com a pesquisa do IBGE, no censo demográfico de 2010, cerca de 24%
da população brasileira se reconhece como pessoa com deficiência, o que significa dizer
que em torno de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Assim, a
necessidade de novos profissionais capazes de realizares atendimentos especializados
educacionais, assim como é garantido por lei o pleno desenvolvimento numa escola
regular de ensino, de acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica, homologada na resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE)
em 15 de agosto de 2001. O objetivo é traçar os caminhos e estabelecer os meios legais
para garantir a inclusão dos alunos com deficência em toda a Educação Básica. E para
tanto, os sistemas de ensino e as escolas precisam se adequar em diferentes aspectos,
desde a estrutura física até os currículos.
A inclusão é uma revolução silenciosa que ensina a tolerância para todos aqueles
que estão diretamente ligados ao âmbito educacional. Para que ela realmente aconteça
toda a equipe tem que estar em sintonia e pensar em conjunto com a proposta
pedagógica, levando todos a conhecer melhor o assunto para não se tornar angustiante
para o professor receber o aluno com necessidade educacional especial e lidar com ele.
O trabalho em equipe leva todos os envolvidos com a educação no âmbito escolar a
desempenhar de maneira mais eficiente seu papel nessa área.
“Essa troca é importante para o professor ter ideia das habilidades e competências
com quais está lidando. Com isso, ele pode pensar em propostas colaborativas dentro de
sala e aperfeiçoar seus métodos pedagógicos. Cada aluno tem necessidades próprias.
Nenhuma deficiência é igual”, diz Daniela Alonso, consultora na área de inclusão e
selecionadora do Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10.
Quando se pensa em incluir uma criança com deficiência em uma classe regular de
ensino, exige-se um planejamento com cuidados especiais – PEI, Plano de Ensino
Individualizado. É preciso, em primeiro lugar, conhecer a criança e a família, buscando
informações adicionais com o profissional especializado que oferece atendimento a
criança com deficiência. Esse contato orienta tanto em saber como lidar com a criança,
quando na preparação dos materiais específicos que precisará em sala de aula. Para se
planejar uma aula inclusiva é necessário observar a educação de um modo mais amplo,
buscando a integração dos alunos nas atividades, não trazendo somente aulas prontas
com informação e reprodução. É de extrema importância considerar os conhecimentos
prévios dos alunos e envolvê-los com novas técnicas e recursos audiovisuais. Abordar
formas de integração que proporcionem diferentes níveis de compreensão para que todos
possam participar e interagir, trabalhos em grupo e trocas de informações em debates
e/ou discussões faz com que todas as crianças se sintam integradas e mais motivadas a
aprender. Quanto mais variados forem os instrumentos de aprendizagem, melhor. “É
bom ter em mente que, se o professor pensar só em imagens para traduzir os conceitos,
ele não penaliza apenas quem é cego, mas também quem senta no fundo da sala ou tem
mais facilidade em compreender verbalmente”, completa Mantoan.
Cada aluno, considerando aqui, típicos e atípicos, tem seu ritmo, forma,
necessidade e caminho próprios de estudo, compreendendo temas de formas diversas,
com base nisso, a avaliação deve ser de forma a perceber o progresso de cada aluno, na
sua individualidade, no processo de aprendizagem. O importante é perceber o que o
aluno acrescentou em seu conhecimento prévio e a forma como fez isso e não apenas a
reprodução de informações. O educador descobre pela observação diária, o que as
crianças aprenderam e a maneira pela qual trilham o saber. Assim, percebe as
capacidades de cada um e ganha pistas de como ampliá-las.
3. CONCLUSÃO
Entre as forças que estão no embate desta política não podemos deixar de
considerar a história nacional da educação das pessoas com deficiência (MAZZOTTA,
1996), que gerou um segmento social e econômico organizado em torno de escolas
particulares, filantrópicas e/ou organizações não governamentais que envolvem muitos
interesses, num peculiar processo de privatização; da mesma forma que temos que
considerar a história mais atual da educação básica, principalmente junto às pressões
sociais e econômicas para que o Brasil eleve seus índices de desenvolvimento escolar
(GOÉS & LAPLANE, 2007).
4. REFERÊNCIAS
Educação Inclusiva: contextos sociais, Peter Mittler, 264 págs., Editora Artmed.
Direitos da Pessoas com Deficiência, Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, 342 págs.,
Editora WVA.
Inclusão Escolar – O Que É? Por Que? Como Fazer?, Maria Teresa Eglér Mantoan, 96
págs., Editora Moderna.
MOÇO, Anderson. Não basta matricular. Nova escola, São Paulo, nº 239
Janeiro/Fevereiro 2011 Ed: Abril. Em http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/ Acesso
em 18 de Março 2011.
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