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02 EDUCAÇÃO
INCLUSIVA E OS
MARCOS LEGAIS
CURSO DE FORMAÇÃO SINESP
( POLÍTICAS DE INCLUSÃO )
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SUMÁRIO
3. INTRODUÇÃO
13. SIMULADO
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No módulo II
apresentaremos a legislação (marcos lamentados pelo MEC. Logo no início
legais) que norteia a inclusão do estu- dessa páginas encontramos2:
dante com deficiência na rede regular
de ensino, em todas as etapas da edu- O direito das crianças à educação am-
cação básica: dispositivos legais inter- para-se na Constituição da Repúbli-
nacionais e federais. Temos por fina- ca Federativa do Brasil, de 1988, que
lidade, além de relacionar os marcos garante o acesso e a permanência na
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Disponível em http:// legais, promover a discussão entre os escola regular a todos os brasileiros e
portal.mec.gov.br/index. princípios dessa legislação e o cotidiano brasileiras, sem discriminação.
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t&view=article&id=17009 desses educandos no espaço escolar.
A Constituição inovou o ordenamento
Vale recordar o título do curso – Polí- jurídico ao assegurar o acesso à edu-
ticas de inclusão, onde estão? – aten- cação infantil (...), como dever de Esta-
tando para o fato de que a legislação do, evidenciando de forma inequívoca o
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NOTA TÉCNICA CONJUN- vigente no Brasil, tanto na esfera fede- caráter educativo das instituições. Res-
TA 02/2015 MEC/SECADI/ ral, quanto nas demais esferas contem- saltando esse direito, a Emenda Cons-
DPEE-SEB/DICEI
plam a inclusão de todos os estudantes titucional no. 59, de 11 de novembro de
na escola regular, assim como sua per- 2009, deu nova redação aos incisos I e
manência. Entretanto, sua participação VII, do art. 208 da Constituição, preven-
e aprendizado, estão, de fato, garanti- do a obrigatoriedade da educação bá-
dos na legislação? É sobre essas ques- sica a partir dos quatro aos dezessete
tões que iremos refletir, tomando por anos de idade.
base, leis, decretos, portarias, planos e
resoluções. No mesmo sentido, O Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA – rea-
Há no portal do Ministério da Educa- firma as conquistas constitucionais,
ção e Cultura (MEC) uma página dedi- supracitadas e, no Art. 53, inciso V, as-
cada exclusivamente, ao que é por eles segura às crianças o acesso à escola
denominado Educação Especial1, a qual pública mais próxima de sua residência
apresenta e destaca programas, mate- (...).
riais e os marcos políticos legais, regu-
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A mudança trazida por esses preceitos
legais rompe com uma história de se-
gregação, assistencialismo e filantropia,
ancorando uma nova concepção edu-
cacional das crianças com deficiência,
além de conferir novo papel ao Estado.
2. ASPECTOS HISTÓRICOS E
NORMATIVOS DA INCLUSÃO
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA3
A escola historicamente se caracteri- de distinção dos estudantes em razão
zou pela visão da educação que delimita de características intelectuais, físicas,
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Disponível em http://
a escolarização como privilégio de um culturais, sociais e linguísticas, entre
portal.mec.gov.br/index. grupo, uma exclusão que foi legitima- outras, estruturantes do modelo tra-
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da nas políticas e práticas educacionais dicional de educação escolar. A educa-
lias=16690-politica-na- reprodutoras da ordem social. A partir ção especial se organizou tradicional-
cional-de-educacao-es-
pecial-na-perspectiva-
do processo de democratização da es- mente como atendimento educacional
-da-educacao-inclusiva- cola, evidencia-se o paradoxo inclusão/ especializado substitutivo ao ensino
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g=dezembro-2014-pdf&I-
exclusão quando os sistemas de ensino comum, evidenciando diferentes com-
temid=30192 universalizam o acesso, mas continuam preensões, terminologias e modalida-
excluindo indivíduos e grupos consi- des que levaram à criação de institui-
derados fora dos padrões homogenei- ções especializadas, escolas especiais
zadores da escola. Assim, sob formas e classes especiais. Essa organização,
distintas, a exclusão tem apresentado fundamentada no conceito de norma-
características comuns nos processos lidade/anormalidade, determina formas
de segregação e integração, que pres- de atendimento clínico-terapêuticos
supõem a seleção, naturalizando o fra- fortemente ancorados nos testes psi-
casso escolar. cométricos que, por meio de diagnósti-
cos, definem as práticas escolares para
A partir da visão dos direitos huma- os estudantes com deficiência.
nos e do conceito de cidadania funda-
mentado no reconhecimento das dife- No Brasil, o atendimento às pessoas
renças e na participação dos sujeitos, com deficiência teve início na época do
decorre uma identificação dos meca- Império, com a criação de duas institui-
nismos e processos de hierarquização ções: o Imperial Instituto dos Meninos
que operam na regulação e produção Cegos, em 1854, atual Instituto Benja-
das desigualdades. Essa problematiza- min Constant – IBC, e o Instituto dos
ção explicita os processos normativos Surdos Mudos, em 1857, hoje denomi-
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nado Instituto Nacional da Educação ção especial no Brasil, que, sob a égi-
dos Surdos – INES, ambos no Rio de de integracionista, impulsionou ações
Janeiro. No início do século XX é fun- educacionais voltadas às pessoas com
dado o Instituto Pestalozzi (1926), ins- deficiência e às pessoas com super-
tituição especializada no atendimento dotação, mas ainda configuradas por
às pessoas com deficiência mental; em campanhas assistenciais e iniciativas
1954, é fundada a primeira Associação isoladas do Estado. Nesse período, não
de Pais e Amigos dos Excepcionais – se efetiva uma política pública de aces-
APAE; e, em 1945, é criado o primeiro so universal à educação, permanecen-
atendimento educacional especializado do a concepção de “políticas especiais”
às pessoas com superdotação na So- para tratar da educação de estudantes
ciedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. com deficiência. No que se refere aos
estudantes com superdotação, apesar
Em 1961, o atendimento educacional do acesso ao ensino regular, não é or-
às pessoas com deficiência passa a ser ganizado um atendimento especializa-
fundamentado pelas disposições da do que considere as suas singularida-
Lei de Diretrizes e Bases da Educação des de aprendizagem.
Nacional – LDBEN, Lei nº 4.024/61, que
aponta o direito dos “excepcionais” à A Constituição Federal de 1988 traz
educação, preferencialmente dentro do como um dos seus objetivos funda-
sistema geral de ensino. mentais “promover o bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo,
A Lei nº 5.692/71, que altera a LDBEN cor, idade e quaisquer outras formas de
de 1961, ao definir “tratamento especial” discriminação” (art.3º, inciso IV). Define,
para os estudantes com “deficiências no artigo 205, a educação como um di-
físicas, mentais, os que se encontram reito de todos, garantindo o pleno de-
em atraso considerável quanto à ida- senvolvimento da pessoa, o exercício da
de regular de matrícula e os superdo- cidadania e a qualificação para o tra-
tados”, não promove a organização de balho. No seu artigo 206, inciso I, es-
um sistema de ensino capaz de atender tabelece a “igualdade de condições de
aos estudantes com deficiência, trans- acesso e permanência na escola” como
tornos globais do desenvolvimento e um dos princípios para o ensino e ga-
altas habilidades/superdotação e acaba rante como dever do Estado, a oferta
reforçando o encaminhamento dos es- do atendimento educacional especiali-
tudantes para as classes e escolas es- zado, preferencialmente na rede regular
peciais. de ensino (art. 208).
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SIMULADO
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3. A inclusão escolar de alunos com deficiên- IV O atendimento educacional será feito em
cia em escolas regulares tem suscitado debates classes, escolas ou serviços especializados,
entre profissionais, tanto da área de educação, sempre que, em função das condições espe-
como de saúde. Sabe-se que é um direito ga- cíficas dos alunos, não for possível a sua inte-
rantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa- gração nas classes comuns de ensino regular.
ção Nacional (Lei n. 9.394/96), a oferta da edu-
cação especial enquanto dever constitucional V A oferta de educação especial, dever cons-
do Estado, devendo ter início na Educação In- titucional do Estado, tem início com a educa-
fantil, na idade de zero a seis anos. Entretanto, ção fundamental.
mesmo com esse direito garantido, parece es-
casso o processo de atenção a essa faixa etá-
ria, apesar da política de inclusão caminhar no Sobre as proposições é CORRETO afirmar:
sentido da universalização. Retomando a LDB
9.394/96, sobre a educação especial, analise as a) Todas as proposições são falsas.
proposições: b) Somente as proposições II, III e IV são ver-
dadeiras.
I Entende-se por educação especial, para os c) Todas as proposições são verdadeiras.
efeitos desta Lei, a modalidade de educação d) Somente a proposição V é falsa.
escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos portadores
de necessidades especiais.
014 GABARITO: 1 - B ; 2 - A ; 3 - D
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