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1 INTRODUÇÃO
No que tange a gestão empresarial, uma das questões de maior importância para o bom
desempenho da empresa é a tomada de decisão, compreendida por Marion (2009, p. 25) como
“vital para o sucesso do negócio”. Sob o olhar do autor, entende-se como tomada de decisão a
obtenção de dados, de informações fidedignas, como por exemplo: compra ou o aluguel de
maquinário, a precificação de produtos, dívidas de longo ou curto prazo, tamanho do volume
de estoque, redução de custos e demais atividades que possam impactar o bom andamento de
uma empresa. Marion (2009) destaca a importância da contabilidade como instrumento de
suporte para a administração no momento de tomada de decisões, uma vez que a coleta de
informações econômicas apresentadas por meio de demonstrativos e relatórios contribui de
forma determinante na tomada de decisões. Informações estas, que sob a visão de Martins
(2015), veem através da escrituração contábil, que tem como finalidade transcrever todas as
movimentações realizadas pela empresa, em livros próprios para acompanhar sua
contabilidade auxiliando o empresário na tomada de decisão.
Para Schnorr et al. (2008, p. 14), a escrituração contábil surge como objeto de
informação, fazendo dos relatórios contábeis peças inerentes à gestão empresarial,
independente do porte ou da singularidade jurídica da empresa. Em relação ao porte das
empresas, as microempresas conforme a Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006 é
o grupo que exerce atividade profissional econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços devidamente registrados no Registro de Empresas
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (BRASIL, 2006).As microempresas,
conforme relatório elaborado pelo SEBRAE (2016) apresentam indícios de falhas na parte
gerencial, onde o empresário apresenta dificuldades em gerir seus recursos financeiros
influenciando inclusive no fechamento dessas empresas. As causas que levam o fechamento
dessas empresas devem ser analisadas, e, portanto, a contabilidade através da escrituração
contábil é uma fonte para essa análise (SILVA, 2008). Dentro deste grupo de microempresas
destacam-se o ramo do comércio varejista de vestuário como foco deste artigo. Observou-se a
necessidade de explorar esse ramo do setor que se encontra em declínio nos últimos anos
conforme as informações da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de indústria Têxtil
(ABIT, 2016).
Diante das constatações dos autores, surge o seguinte problema de pesquisa: Como a
escrituração contábil influencia a tomada de decisão das microempresas do comércio varejista
de vestuário de Porto Alegre?
Desta forma, o objetivo geral deste artigo é analisar como a escrituração contábil
influencia a tomada de decisão das microempresas do comércio varejista de vestuário de Porto
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONTABILIDADE
Assim, de acordo com o autor Coelho (1997), todas as empresas devem ser orientadas
por um profissional de contabilidade, a manter sua escrituração de forma uniforme, inclusive
do livro Diário, tendo como finalidade o controle e gerenciamento do seu patrimônio.
O Livro Razão tem por objetivo nortear a movimentação de cada conta escriturada no
livro diário, sendo considerado opcional sob o ponto de vista legal, contudo, sob a ótica
contábil é considerado muito importante, pois é através das informações contidas nele que
será apurado os resultados das contas do patrimônio da empresa (SILVA, 2008). A partir das
informações relacionadas no livro razão, a contabilidade poderá elaborar um demonstrativo
auxiliar denominado balancete de verificação, onde poderá fazer o levantamento das contas,
com os seus referidos saldos, podendo verificar o uso correto das partidas dobradas, servindo
como norteador gerencial para tomada de decisão, pois as informações contidas nesse
demonstrativo são de fácil compreensão para gestor, além de facilitar a análise dos tributos
gerados facilitando assim, um planejamento tributário eficiente (BARROS, 2007).
Além dos livros citados acima como obrigatórios, perante a legislação do Simples
Nacional também estão previstos os livros auxiliares que deverão ser utilizados para
escrituração contábil, conforme previsto na resolução nº 10/2007 em seu art. 3º (CGSN,
2007). Estes livros estão definidos no Quadro 1:
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Livros Definições/Utilidade
Livro Caixa Deverá estar escriturada toda a sua movimentação financeira e bancária.
Livro Registro de Deverão constar registrados os estoques existentes no término de cada ano-
Inventário calendário, quando contribuinte do ICMS.
Modelo 1 ou 1-A, destinado à escrituração dos documentos fiscais relativos às
Livro Registro de entradas de mercadorias ou bens e às aquisições de serviços de transporte e de
Entradas comunicação efetuadas a qualquer título pelo estabelecimento, quando contribuinte
do ICMS.
Livro Registro dos Destinado ao registro dos documentos fiscais relativos aos serviços prestados sujeitos
Serviços Prestados, ao ISS, quando contribuinte do ISS.
Livro Registro de Destinado ao registro dos documentos fiscais relativos aos serviços tomados sujeitos
Serviços Tomados ao ISS;
Livro de Registro de Caso exigível pela legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.
Entrada e Saída de
Selo de Controle
Quadro 1: Utilidade dos livros auxiliares
Fonte: Adaptado Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (CGSN, 2007).
Após os registros dos livros, são extraídos os relatórios para compor as demonstrações
contábeis, conforme são abordados no próximo tópico.
empresa em diferentes aspectos, como a “estrutura do capital aplicado, natureza das fontes
desse capital, produtividade e rentabilidade dos mesmos capitais, capacidade de pagamento
entre outro” (ROCHA, 2005, p.91).
Por sua vez, Marion (2003, p. 14), destaca que a estrutura básica do Balanço
Patrimonial é dividida em duas partes: “o ativo que indica a natureza dos valores nos quais a
empresa aplicou seus recursos” estes podem ser dinheiro, estoque, créditos, bens de uso entre
outros. O passivo tem como objetivo explicar a origem dos recursos como “capital, lucro,
fornecedores, empréstimos bancários, etc.” (MARION, 2003, p.25). O autor ainda destaca que
na estrutura do passivo há o patrimônio líquido, compreendido como recursos, o valor
investido pelos sócios ou os valores gerados pelas operações da empresa, como lucros e
reservas (MARION, 2003, p.25).
O Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) é a peça contábil que apresenta os
resultados das operações da empresa, demonstrando se a organização obteve lucro ou prejuízo
(MARION, 2003). O DRE também tem como função vital exemplificar através de uma
“sequência lógica e ordenada” quais fatores que influenciaram os resultados do período, deste
modo, torna-se um instrumento de suma importância para a análise econômico-financeira e
uma fonte precisa de informações para a tomada de decisões no âmbito administrativo
(MARION, 2003, p. 32).
O Balanço Patrimonial busca identificar a situação do patrimônio da empresa em
períodos específicos, enquanto o Demonstrativo do Resultado do Exercício demonstra a
formação do resultado, lucro ou prejuízo durante o período (ROCHA, 2005).
A fim de identificar as informações relevantes para o gerenciamento da empresa, as
análises dos demonstrativos auxiliam os gestores a identificar a melhor oportunidade para
tomada de decisão. Para Coelho (1997), analisar as demonstrações contábeis baseia-se em
assemelhar os valores estabelecidos nas operações em determinados períodos de forma que se
possa ter um panorama do passado a fim de projetar e programar o futuro. Uma das fontes de
informações gerenciais é o Balanço Patrimonial, onde se pode fazer uma análise temporal de
cada período em que o demonstrativo foi elaborado, podendo assim fazer uma análise
financeira, de forma que serão extraídas diversas medidas de análises para atender o
andamento das operações da empresa (PADOVEZE, 2012). O DRE, em termos de análises
gerenciais tem como base as receitas e despesas, as medidas extraídas desse demonstrativo
permitem modelar o sistema de custos, formação do preço de venda, evidenciando sua
importância gerencial (PADOVEZE, 2012).
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2.3 MICROEMPRESAS
Toda empresa é gerida através de decisões, são elas que nortearam o seu
desenvolvimento. E, para entendermos suas características precisamos compreender seu
conceito.
Para Caravante; Caravante e Kloeckner (2005), tomar decisão é o método de eleger
um conjunto de escolhas. Sendo assim, quando o gestor toma uma decisão, ele reconhece uma
sucessão de alternativas que podem ser potenciais e viáveis e optam por aquelas que
consideram ser a mais indicada para resolver a situação.
Sobral e Peci (2008, p.98), destacam “a tomada de decisão é a parte essencial do
trabalho de um administrador”. Todos os dias, os gestores tomam muitas decisões a respeito
de vários assuntos, consequentemente essas decisões influenciam significativamente o
funcionamento da empresa (SOBRAL; PECI, 2008). Ainda conforme o autor, é a soma dessas
decisões que possibilita a empresa a solucionar seus problemas, e com isso se beneficiar das
oportunidades para atingir metas.
Ainda que se possa, de forma simplificada definir “tomada de decisão como uma
escolha entre alternativas” essa alegação não é suficiente para classificar o processo decisório
(SOBRAL; PECI, 2008 p. 102), assunto no qual será abordado no próximo capítulo.
O processo de tomada de decisão é constituído por seis etapas contínuas, essas etapas
visam auxiliar o gestor a fazer a melhor escolha, pois cada etapa influenciará a sua decisão,
mesmo que a avaliação seja para a solução de um problema ou para identificação de uma
oportunidade nenhuma etapa desse processo deve ser desprezada (SOBRAL; PECI, 2008).
Portanto, observar-se no Quadro 2 as etapas do processo decisório.
Monitorar e
Feedback
Os gestores precisam lidar diariamente com inúmeras situações, nas quais é necessário
tomar decisões, e de acordo com a característica da situação devem-se utilizar duas formas
diferentes de decisões, que são as decisões programadas e as não programadas, que vai
depender de informações exatas e verdadeiras da situação e o nível hierárquico em que as
decisões são tomadas (SOBRAL; PECI, 2008).
As decisões programadas, são aquelas em que as situações de decisão se diferenciam
conforme o nível em que elas se repetem, são situações praticamente rotineiras que acontecem
nas organizações e que os gestores já estão familiarizados com elas, nessas situações
geralmente os gestores recorrem aos procedimentos já utilizados anteriormente para tomar a
decisão (CARAVANTE; CARAVANTE; KLOECKNER, 2005). Ainda sob a visão dos
mesmos autores, as decisões não programas são aquelas que nunca ocorreram na organização,
são situação “singulares” que por consequência o gestor não tem parâmetros para tomar
decisões, necessitando coletar mais informações para avaliar as alternativas antes de tomar a
decisão (CARAVANTE; CARAVANTE; KLOECKNER, 2005, p. 450). Acompanharemos
no Quadro 3 uma comparação entre decisões programas e não programadas,
Decisões Programadas Decisões não programadas
Rotineiras; Singulares;
Classificação da decisão. Recorrentes; Inovadoras;
Programáveis; Especificas.
Genéricas.
Natureza da Decisão. Bem definida; Ambíguas;
Estruturada. Desestruturadas.
Condições estáticas Condições dinâmicas;
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É essencial que os gestores saibam distinguir os tipos de decisão, pois cada uma tem
sua peculiaridade que afeta positivamente ou negativamente a organização, contudo também é
importante que se entenda as condições em que as decisões são tomadas, no qual pode-se
destacar três condições: a de certeza, a de risco e a de incerteza (CARAVANTE;
CARAVANTE; KLOECKNER, 2005).
3 METODOLOGIA
sobre o assunto, a pesquisa não se preocupa com a relevância de números, mas sim de
entendimento sobre o fenômeno.
A pesquisa será de natureza aplicada, onde se determina produzir conhecimento para
utilização prática, orientados para resolver um problema específico (GERHARDT;
SILVEIRA, 2009). A pesquisa terá caráter explicativo, que conforme Gerhardt e Silveira
(2009, p. 35), é o tipo de pesquisa que se preocupa em “identificar os fatores que determinam
ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos”. Logo, com esse estudo pretende-se
demonstrar o “por que das coisas”, adicionando uma reflexão mais profunda, por meio dos
resultados apresentados.
O público alvo da pesquisa será composto por gestores de microempresas do comércio
varejista de vestuário da cidade de Porto Alegre. A delimitação da pesquisa se dará pela
saturação das respostas, ou seja, depois de analisarmos diversos fatos e não nos depararmos
com novas informações (saturação), a análise deverá ser encerrada, contudo, em caso de haver
contradições ou caso o problema proposto não tenha sido esclarecido, retorna-se ao campo
para fazer a coleta de mais dados (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Conforme
observado pelos autores Guest, Bunce e Johnson (2006, APUD THIRY-CHERQUES, 2009)
“em diferentes campos com dimensões diversas o ponto de saturação é atingido em, no
máximo, quinze observações”.
A técnica para triagem da amostra utilizada neste trabalho foi a não probabilística por
acessibilidade, que sob a visão dos autores Prodanov e Freitas (2013) é uma forma de
amostragem no qual o pesquisador elege os elementos a que tem acesso, considerando que
esses possam, de alguma maneira, representar o universo que será pesquisado. Dentro do
universo de acesso do pesquisador, verificou-se um total de 2.498 microempresas do ramo
varejista de vestuário em Porto Alegre, conforme informação disponível no Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre (SINDILOJAS, 2017).
A técnica para coleta de dados será a entrevista, tendo como apoio a utilização do
instrumento de coleta o roteiro semiestruturado, com perguntas ou temas, onde o entrevistador
tem a autonomia de realizar outros questionamentos para determinar o ponto de vista ou
conseguir mais informação referente ao assunto desejado, ou seja, nem todas as questões
serão preestabelecidas (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Para Gerhardt e Silveira
(2009) o pesquisador deve consentir e instigar o entrevistado a falar espontaneamente sobre os
temas que aparecerem como desdobramento do assunto principal, contudo o entrevistador
deve conduzir o entrevistado ao assunto original, caso fuja do tema tratado.
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Neste capitulo serão apresentados a análise dos dados coletados, com base nas
entrevistas realizadas com os empresários de microempresas do ramo varejista de vestuário de
Porto Alegre, visando analisar as informações com questionamentos sobre escrituração
contábil e tomada de decisão que essas empresas vêm utilizando.
As entrevistas para este estudo foram realizadas com treze (13) empresários de
microempresas do ramo varejista de vestuário da cidade de Porto Alegre, no estado do Rio
Grande do Sul. E, dentre os ramos de atividades das empresas entrevistadas, verificou-se que
46,2% são exclusivamente do ramo de vestuário feminino, 38,5% trabalham com todos os
segmentos do ramo de vestuário e 7,7% atuam nos ramos infantis e masculinos. Estas
observações podem ser visualizadas no Gráfico 1.
38,50% 46,20%
7,70%
7,70%
forma, nota-se que todas as empresas, por meio dos seus contadores utilizam itens da
escrituração contábil respeitando as formalidades da Lei 10.406/2002 conforme mencionado
no referencial teórico deste estudo. Também, reforçado pelo autor Barros (2015) que indica a
finalidade de registrar todas as movimentações ocorridas nas empresas, pois são importantes
para preparação dos demonstrativos contábeis.
Quanto à elaboração da escrituração contábil, observou-se que, as treze (13) empresas
entrevistadas, estão cientes da sua obrigatoriedade. Visto que, todas as empresas devem
atender as exigências legais da Lei 10.406/2002 citado no item 2.2 deste estudo. Foi
constatado que 46,15% empresas utilizam escrituração contábil com a finalidade de
atenderem as exigências legais, o que mostra o cumprimento da lei por parte da empresa. Já,
os outros 23,09% dos empresários disseram não utilizam para nenhuma finalidade, e 15,38%
disseram que utilizam para o gerenciamento do seu negócio, planejamento tributário e custos
da empresa e os outros 15,38% dos empresários não veem necessidade de fazer a escrituração
por serem optantes pelo regime de tributação simples nacional. No entanto, o autor Schnorr et
al. (2008, p. 14) salienta, que a escrituração contábil é importante para a gestão da empresa,
independentemente de seu porte ou o regime de tributação ao qual a empresa está sujeita, e o
autor Coelho (1997) menciona que a utilização da escrituração contábil auxilia no controle e
na administração do patrimônio da empresa.
Em referência aos livros contábeis 53,85% dos empresários disseram que solicitam os
livros diários, caixa, inventários, registro de entradas. Conforme apontado no item 2.2.2 do
referencial teórico, o livro diário é obrigatório, pois é ele que dá suporte para a elaboração das
demonstrações contábeis conforme evidenciado por Gomes (2012). Os demais livros citados
pelos empresários são considerados livros auxiliares, contudo obrigatórios conforme
legislação do simples nacional e previsto na resolução nº 10/2007 em seu art. 3º (CGSN,
2007). Os outros 46,15% informaram que não possuem o costume de acompanhar ou solicitar
os livros da sua contabilidade.
Em relação aos demonstrativos contábeis que os empresários entrevistados mais
utilizam para a tomada de decisão, comprovou-se que 53,84% das empresas utilizam
balancete mensal, que é conhecido como um demonstrativo auxiliar conforme mencionado
por BARROS (2007). Os 30,76% dos entrevistados utilizam a Demonstração do Resultado do
Exercício, onde se percebe que tais empresários têm um interesse mais profundo de como
evolui o desempenho da sua empresa, já que a Demonstração do Resultado do Exercício é um
instrumento que possibilita uma análise econômica e financeira da empresa num dado
período, conforme exposto por MARION (2003). Os 7,7% utilizam o fluxo de caixa, o que
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indica um percentual baixo para um demonstrativo que representa certa relevância para as
microempresas conforme citado por PADOVEZE (2012). Os restantes 7,7% das empresas
revelaram que elaboram alguns demonstrativos previstos em lei por meio dos seus contadores,
porém não utilizam para auxiliar a sua tomada de decisão.
Os treze (13) empresários mensionaramque estar ciente que as informações contábeis
influenciam na tomada de decisão, visto que, é através de acompanhamento das
movimentações diárias da empresa, que são elaborados os demonstrativos que possibilitamum
panorama de como estão seus negócios, propiciando dados relativos à rentabilidade, o grau de
endividamento, o comportamento das contas a receber e a pagar, a capacidade de solvência, e
consequentemente, preverem ações para uma tomada de decisão assertiva para solucionar
problemas futuros da empresa (SCHNORR et al., 2008).
Em relação as informações retiradas da escrituração contábil e a forma como auxiliam
na tomada de decisão, 53,84% dos empresários utilizam como fonte de informação o
faturamento da empresa, pois os auxiliam na forma de como devem se portar em seus
investimentos, nas decisões da vendas e compras de mercadorias, os 30,76% dos empresários
manifestaram estar interessados em informações do seu estoque e nos impostos, pois é preciso
controlar o estoque e os gastos com a tributação e os outros 15,40% dos entrevistados
disseram recorrer a informações do fluxo de caixa e as despesas da empresa para decidirem o
futuro da empresa, pois consideram a redução das despesas importantes para reduação de
custos e o fluxo de caixa importante para controle de entradas e saidas da empresa. Portanto,
analisando as resposta dos entrevistados percebe-se que os empresários utilizam informações
relevantes da escrituração contábil para auxilia-los na tomada de decisão, pois os recursos das
microempresa são escassos, devendo assim o empresários utilizar e avaliar as melhores
alternativas para auxiliar a tomada de decisão, a coleta de dados e as transcrições feitas na
escrituração contábil viabiliza esse acompanhamento, proporcionando desta forma um
planejamento adequado para as atividades da empresa (CREPALDI, 2012).
Em relação as medidas de desempenho econômico que a empresa considera fonte de
informação para a tomada de decisão, 38,46% dos empresários consideram importantes as
medidas de desempenho economicos relacionadas ao faturamento da empresa, 46,14% dos
empresários apontaram o estoque, a rentabilidade e as despesas e os outros 15,40% apontaram
o fluxo de caixa e as obrigrações de terceiros. Para Silva (2008)as microempresas utilizam
algumas medidas de avalição de desempenho, onde podem ser vistos e definidos alguns
objetivos para tomada de decisão, tais como os indices de liquidez, para verificação da
capacidade de liquidação de debitos com terceiros, medidas de rotatividade que envolvem o
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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