Você está na página 1de 26

Escrituração Contábil: A Influência na Tomada de Decisão das Microempresas

Comércio Varejista de Vestuário de Porto Alegre.

Joelma Ferreira Florindo


Orientadora: Profa. Ms. Rejane Pacheco
RESUMO

A escrituração contábil é o alicerce da contabilidade para a gestão das organizações,


principalmente das microempresas, que evidenciam uma carência no gerenciamento do seu
negócio. Deste modo, as informações retiradas da escrituração contábil auxiliam o empresário
a tomar decisões coerentes e obter maior vantagem competitiva no mercado. Portanto, este
artigo tem como objetivo analisar como a escrituração contábil influência na tomada de
decisão das microempresas do comércio varejista de vestuário de Porto Alegre. Para atingir
tal objetivo, foi realizada uma pesquisa com abordagem qualitativa, de caráter explicativo,
onde a pesquisadora realizou a coleta de dados através de entrevista com roteiro
semiestruturado, onde a delimitação da pesquisa se deu pela saturação das respostas, que
contou posteriormente com uma descrição dos dados baseada na análise de conteúdo. A
justificativa da pesquisa se dá a partir da verificação de números consideráveis de
microempresas que vão à falência em menos de dois anos de sua existência, e o estudo volta-
se para comércio varejista de vestuário, pois, é um setor que está em decadência nos últimos
anos, e necessita de um olhar do gestor quanto às vantagens propiciadas pela escrituração
contábil, principalmente as econômicas. Com esse estudo concluiu-se que a maioria das
empresas pesquisadas utiliza as informações da escrituração contábil para tomada de decisão,
e ainda se observou que 61,54% das empresas baseiam-se nos dados do faturamento para
orientar seu processo decisório.

Palavras Chaves: Escrituração Contábil. Microempresa. Tomada de Decisão.

1 INTRODUÇÃO

A economia brasileira vem demonstrando no decorrer da última década uma


fragilidade em seu sistema econômico. Com isto, novos modelos de gestão se fazem
necessários para garantir a participação competitiva no mercado. Para obter qualidade
competitiva, se faz necessário o uso de informações de apoio ao longo dos processos de
gestão (SILVA, 2008).
Para Silva (2008) um dos meios que promovem o conhecimento são as informações
obtidas através da contabilidade que permitem guiar a tomada de decisões de uma empresa,
por meio da escrituração contábil regular determina-se o bom desenvolvimento dos
empresários e das sociedades empresariais.
2

No que tange a gestão empresarial, uma das questões de maior importância para o bom
desempenho da empresa é a tomada de decisão, compreendida por Marion (2009, p. 25) como
“vital para o sucesso do negócio”. Sob o olhar do autor, entende-se como tomada de decisão a
obtenção de dados, de informações fidedignas, como por exemplo: compra ou o aluguel de
maquinário, a precificação de produtos, dívidas de longo ou curto prazo, tamanho do volume
de estoque, redução de custos e demais atividades que possam impactar o bom andamento de
uma empresa. Marion (2009) destaca a importância da contabilidade como instrumento de
suporte para a administração no momento de tomada de decisões, uma vez que a coleta de
informações econômicas apresentadas por meio de demonstrativos e relatórios contribui de
forma determinante na tomada de decisões. Informações estas, que sob a visão de Martins
(2015), veem através da escrituração contábil, que tem como finalidade transcrever todas as
movimentações realizadas pela empresa, em livros próprios para acompanhar sua
contabilidade auxiliando o empresário na tomada de decisão.
Para Schnorr et al. (2008, p. 14), a escrituração contábil surge como objeto de
informação, fazendo dos relatórios contábeis peças inerentes à gestão empresarial,
independente do porte ou da singularidade jurídica da empresa. Em relação ao porte das
empresas, as microempresas conforme a Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006 é
o grupo que exerce atividade profissional econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços devidamente registrados no Registro de Empresas
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (BRASIL, 2006).As microempresas,
conforme relatório elaborado pelo SEBRAE (2016) apresentam indícios de falhas na parte
gerencial, onde o empresário apresenta dificuldades em gerir seus recursos financeiros
influenciando inclusive no fechamento dessas empresas. As causas que levam o fechamento
dessas empresas devem ser analisadas, e, portanto, a contabilidade através da escrituração
contábil é uma fonte para essa análise (SILVA, 2008). Dentro deste grupo de microempresas
destacam-se o ramo do comércio varejista de vestuário como foco deste artigo. Observou-se a
necessidade de explorar esse ramo do setor que se encontra em declínio nos últimos anos
conforme as informações da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de indústria Têxtil
(ABIT, 2016).
Diante das constatações dos autores, surge o seguinte problema de pesquisa: Como a
escrituração contábil influencia a tomada de decisão das microempresas do comércio varejista
de vestuário de Porto Alegre?
Desta forma, o objetivo geral deste artigo é analisar como a escrituração contábil
influencia a tomada de decisão das microempresas do comércio varejista de vestuário de Porto
3

Alegre. Tendo como objetivos específicos: Identificar as informações geradas pela


escrituração contábil que são passíveis de tomada de decisão; descrever as informações
utilizadas no processo decisório nas microempresas do comércio varejista de vestuário de
Porto Alegre, baseada nos dados contábeis e identificar se as informações contábeis estão
sendo utilizadas para fins de controle e tomada de decisão.
A pesquisa justifica-se pela alta taxa de microempresas que fecham as portas antes de
dois anos de sua constituição, conforme relatório apresentado pelo SEBRAE (2016), as
microempresas que foram constituídas entre 2008 e 2012 tiveram uma taxa de sobrevivência
no mercado entre 49% e 55%. Isso evidencia que o empresário não possui conhecimento da
parte gerencial do seu negócio, estando desprovido das informações concretas e reais para
tomada de decisão. Nesse contexto, a contabilidade auxilia como geradora de informação para
ajudar os gestores a tomar decisões, sustentados pelos elementos retirados dos registros
contábeis (SILVA, 2008). A aplicação da pesquisa voltada para o comércio varejista de
vestuário justifica-se, pois, de acordo com a pesquisa realizada pela Associação de Indústria
Têxtil e Confecção (ABIT, 2016), em 2016 o varejo de vestuário apresentou uma queda de
4,8% em suas vendas, sem sinais de reversão para os próximos anos. Assim, acredita-se que,
com as informações precisas da escrituração contábil, o empresário possa tomar decisões
coerentes e obter maior vantagem competitiva no mercado. Este estudo poderá servir como
fonte de consulta para as microempresas sobre a escrituração contábil, e também para
estudantes dos cursos de ciências contábeis e áreas afins na academia.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, será descrito um breve resumo sobre os tópicos contabilidade,


contabilidade gerencial, escrituração contábil, demonstrações contábeis e a tomada de
decisão.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é o recurso que produz o máximo de informações essenciais para a


tomada de decisão dentro e fora da empresa (MARION, 2008).Para o autor Franco (2009,
p.19), a contabilidade tem por finalidade “registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar”
todos os acontecimentos que ocorrem no patrimônio das empresas, tendo como objetivo gerar
4

“informações, interpretações e orientações “referente a formação e a alteração desse


patrimônio, para auxiliar na tomada de decisão de seus administradores.
A contabilidade ramifica-se em diversas áreas, sendo uma delas a contabilidade
gerencial, que conforme o autor Atkinson et al. (2008, p. 36), “é o processo de identificar,
mensurar, relatar e analisar as informações sobre os eventos econômicos da organização”.
Ainda conforme o autor, a informação gerada pela contabilidade gerencial é considerada uma
fonte indispensável para a tomada de decisão e controle nas empresas (ATKINSON, et
al.,2008). O conjunto de informações financeiras e operacionais que a contabilidade gerencial
oferece é utilizada coma finalidade de “mensurar, avaliar e posicionar investimentos e
resultados empresariais”, servindo como norteador para o planejamento, controle e a tomada
de decisão (SCHNORR et al., 2008 p. 38). Ainda conforme autor, sob este enfoque, a
escrituração contábil, mesmo quando feita de forma simplificada, assume características
gerenciais, trazendo reflexos favoráveis em relação aos planos, as execuções e os controles
empresariais (SCHNORR et al., 2008).
Para que se tenha uma contabilidade gerencial de qualidade, são necessárias
informações relevantes da escrituração contábil, conforme será abordado na próxima seção.

2.2 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

A escrituração contábil é um método utilizado pela contabilidade, e tem por finalidade


registrar em livros contábeis todos os fatos ocorridos na empresa em um determinado período
(PADOVEZE, 2009). Sob a visão dos autores Santos et al. (2009, p. 57), a escrituração
contábil é o elemento operacional, de realização da transcrição dos eventos patrimoniais, é o
método no qual a contabilidade busca alcançar seu propósito, que é compreender e monitorar
o “patrimônio”, promovendo referências e guiando as organizações sobre a situação
patrimonial e suas alterações. O autor ainda complementa que a escrituração contábil deve
seguir seu registro em conformidade com os princípios fundamentais da contabilidade, assim
como pelas normas contábeis (SANTOS et al., 2003).
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) através da Resolução nº 1.330/11
complementa através do item dois (2) da norma, que a escrituração contábil deverá ser
mantida por qualquer empresa, independentemente de sua natureza e porte, dentro das normas
contábeis e atendendo as legislações vigentes (CFC, 2011).
A lei 10.406/2002, em seu art. 1.179 prevê a escrituração contábil como obrigatória,
conforme podemos observar abaixo:
5

O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de


contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros,
em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o
balanço patrimonial e o de resultado econômico (BRASIL,2002).

Assim, de acordo com o autor Coelho (1997), todas as empresas devem ser orientadas
por um profissional de contabilidade, a manter sua escrituração de forma uniforme, inclusive
do livro Diário, tendo como finalidade o controle e gerenciamento do seu patrimônio.

2.2.1 Formalidade da escrituração contábil

A escrituração contábil precisa seguir algumas formalidades, no qual podemos


observar na lei n° 10.406/2002 no art. 1.181 e art. 1.183, onde é descrito a formalização dos
registros das operações da escrituração:

Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas,


antes de postos em uso, devem ser autenticadas no Registro Público de Empresas
Mercantis. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em
forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco,
nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. É
permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro
próprio, regularmente autenticado (BRASIL, 2002).

O elemento básico utilizado para realizar a escrituração segundo os autores Santos et


al. (2003), é o método das partidas dobradas, ou seja, significa que para todos os lançamentos
feitos à débitos existe em contrapartida um crédito de igual valor e vice-versa. Visto que o
lançamento “é o registro de um fato contábil”, ele deve seguir uma ordem cronológica e
respeitando as normas e princípios contábeis, bem como transcrever as informações de forma
objetiva e de fácil compreensão (SANTOS et al.,2003, p.135).Os lançamentos devem ter
como norteador um plano de contas, formulado para representar o patrimônio da empresa, a
fim de registrar todos e fatos ocorridos na empresa em um determinado período, sendo valioso
para preparação dos demonstrativos contábeis (BARROS, 2015).
A fim de formalizar e registrar os fatos contábeis ocorridos no patrimônio, às
empresas utilizam os livros contábeis. Este tema será abordado no próximo capítulo.

2.2.2 Livros de escrituração contábil


6

Os livros de escrituração são documentos parciais, que registram toda a movimentação


da empresa, entendido como regulador do seu funcionamento e que podem ser classificados
segundo a exigibilidade de sua escrituração, em obrigatórios e facultativos (COELHO, 2015).
O livro Diário é considerado indispensável para a escrituração contábil, pois é nesse
livro que serão registrados todos os acontecimentos operacionais ou não operacionais que
possam alterar ou vir a alterar futuramente a situação patrimonial da empresa (BARROS,
2005). O autor Gomes (2012), evidencia a obrigatoriedade do livro Diário para todas as
organizações, pois sem ele, nenhum demonstrativo contábil teria o alicerce necessário para
gerar as informações fiscais, contábeis e gerenciais.
A lei 10.406/2002, em seu art. 1.184, traz as formalidades de registro a serem seguidas
na escrituração no livro Diário:

No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento


respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao
exercício da empresa.§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais
que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações
sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados
livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e
conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação.§ 2 o Serão
lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo
ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo
empresário ou sociedade empresária (BRASIL, 2002).

O Livro Razão tem por objetivo nortear a movimentação de cada conta escriturada no
livro diário, sendo considerado opcional sob o ponto de vista legal, contudo, sob a ótica
contábil é considerado muito importante, pois é através das informações contidas nele que
será apurado os resultados das contas do patrimônio da empresa (SILVA, 2008). A partir das
informações relacionadas no livro razão, a contabilidade poderá elaborar um demonstrativo
auxiliar denominado balancete de verificação, onde poderá fazer o levantamento das contas,
com os seus referidos saldos, podendo verificar o uso correto das partidas dobradas, servindo
como norteador gerencial para tomada de decisão, pois as informações contidas nesse
demonstrativo são de fácil compreensão para gestor, além de facilitar a análise dos tributos
gerados facilitando assim, um planejamento tributário eficiente (BARROS, 2007).
Além dos livros citados acima como obrigatórios, perante a legislação do Simples
Nacional também estão previstos os livros auxiliares que deverão ser utilizados para
escrituração contábil, conforme previsto na resolução nº 10/2007 em seu art. 3º (CGSN,
2007). Estes livros estão definidos no Quadro 1:
7

Livros Definições/Utilidade
Livro Caixa Deverá estar escriturada toda a sua movimentação financeira e bancária.
Livro Registro de Deverão constar registrados os estoques existentes no término de cada ano-
Inventário calendário, quando contribuinte do ICMS.
Modelo 1 ou 1-A, destinado à escrituração dos documentos fiscais relativos às
Livro Registro de entradas de mercadorias ou bens e às aquisições de serviços de transporte e de
Entradas comunicação efetuadas a qualquer título pelo estabelecimento, quando contribuinte
do ICMS.
Livro Registro dos Destinado ao registro dos documentos fiscais relativos aos serviços prestados sujeitos
Serviços Prestados, ao ISS, quando contribuinte do ISS.
Livro Registro de Destinado ao registro dos documentos fiscais relativos aos serviços tomados sujeitos
Serviços Tomados ao ISS;
Livro de Registro de Caso exigível pela legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.
Entrada e Saída de
Selo de Controle
Quadro 1: Utilidade dos livros auxiliares
Fonte: Adaptado Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (CGSN, 2007).

Após os registros dos livros, são extraídos os relatórios para compor as demonstrações
contábeis, conforme são abordados no próximo tópico.

2.2.3 Demonstrações contábeis

Conceituam-se as demonstrações contábeis como consequências da escrituração


contábil. Sendo assim, não se observa a inevitabilidade das demonstrações contábeis sem a
prévia existência da escrituração (COELHO, 1997). As demonstrações contábeis auxiliam os
empresários ou usuários de informações nas tomadas de decisões. Para Schnorr et al. (2008) a
contabilidade quando utilizada com todo seu potencial, tem condições de oferecer dados
formais, científicos e universais, atendendo deste modo as necessidades daqueles que realizam
as tomadas de decisões. Ainda de acordo com Schnorr et al. (2008), as microempresas que
optarem por aderir a escrituração contábil simplificada estarão obrigadas a elaborar o Balanço
Patrimonial e o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), estando facultadas a
apresentação dos demais demonstrativos, conforme prevê a legislação societária vigente.
Além das demonstrações obrigatórias anteriormente citadas, Padoveze (2012), salienta uso da
Demonstração do Fluxo de Caixa como sendo de grande serventia para o gerenciamento das
microempresas, pois é um demonstrativo ligado “análises de curto prazo” e a gestão
financeira diária da empresa (IUDÍCIBUS et al., 2008, P. 241).
Rocha (2005, p.91), conceitua Balanço Patrimonial como um demonstrativo básico
essencial, cuja principal finalidade é “possibilitar o conhecimento e a análise da situação
patrimonial e financeira da empresa”. Através da “comparação entre valores do balanço
patrimonial ou com valores de outros demonstrativos”, pode se observar a situação da
8

empresa em diferentes aspectos, como a “estrutura do capital aplicado, natureza das fontes
desse capital, produtividade e rentabilidade dos mesmos capitais, capacidade de pagamento
entre outro” (ROCHA, 2005, p.91).
Por sua vez, Marion (2003, p. 14), destaca que a estrutura básica do Balanço
Patrimonial é dividida em duas partes: “o ativo que indica a natureza dos valores nos quais a
empresa aplicou seus recursos” estes podem ser dinheiro, estoque, créditos, bens de uso entre
outros. O passivo tem como objetivo explicar a origem dos recursos como “capital, lucro,
fornecedores, empréstimos bancários, etc.” (MARION, 2003, p.25). O autor ainda destaca que
na estrutura do passivo há o patrimônio líquido, compreendido como recursos, o valor
investido pelos sócios ou os valores gerados pelas operações da empresa, como lucros e
reservas (MARION, 2003, p.25).
O Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) é a peça contábil que apresenta os
resultados das operações da empresa, demonstrando se a organização obteve lucro ou prejuízo
(MARION, 2003). O DRE também tem como função vital exemplificar através de uma
“sequência lógica e ordenada” quais fatores que influenciaram os resultados do período, deste
modo, torna-se um instrumento de suma importância para a análise econômico-financeira e
uma fonte precisa de informações para a tomada de decisões no âmbito administrativo
(MARION, 2003, p. 32).
O Balanço Patrimonial busca identificar a situação do patrimônio da empresa em
períodos específicos, enquanto o Demonstrativo do Resultado do Exercício demonstra a
formação do resultado, lucro ou prejuízo durante o período (ROCHA, 2005).
A fim de identificar as informações relevantes para o gerenciamento da empresa, as
análises dos demonstrativos auxiliam os gestores a identificar a melhor oportunidade para
tomada de decisão. Para Coelho (1997), analisar as demonstrações contábeis baseia-se em
assemelhar os valores estabelecidos nas operações em determinados períodos de forma que se
possa ter um panorama do passado a fim de projetar e programar o futuro. Uma das fontes de
informações gerenciais é o Balanço Patrimonial, onde se pode fazer uma análise temporal de
cada período em que o demonstrativo foi elaborado, podendo assim fazer uma análise
financeira, de forma que serão extraídas diversas medidas de análises para atender o
andamento das operações da empresa (PADOVEZE, 2012). O DRE, em termos de análises
gerenciais tem como base as receitas e despesas, as medidas extraídas desse demonstrativo
permitem modelar o sistema de custos, formação do preço de venda, evidenciando sua
importância gerencial (PADOVEZE, 2012).
9

As demonstrações citadas acima, bem como a sua análise, são demonstrações


obrigatórias para as microempresas, visto que sua elaboração é proveniente da escrituração
contábil, e oferece às empresas informações valiosas para o gerenciamento do negócio.

2.3 MICROEMPRESAS

São consideradas microempresas conforme a Lei Complementar nº 123/2006, a


sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada
e o empresário, registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas (BRASIL, 2006).
O enquadramento fiscal das microempresas porte foi instituído de acordo com a lei
complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2016, art. 12 como o Regime de Tributação
Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições – Simples Nacional. No qual
prevê os limites de receitas conforme alteração realizada pela lei complementar nº 155/2016,
onde a receita anual para microempresas é de R$ 900 mil e as empresa de pequeno porte tem
como limite a receita anual de R$ 4,8 milhões de faturamento ao ano (BRASIL, 2016).
Na escrituração contábil para microempresas, a lei complementar nº 123/2006, art. 27,
prevê tratamento diferenciado. Ou seja, sendo optantes pelo regime de tributação Simples
Nacional é facultativo fazer a contabilidade completa, podendo assim o empresário optar em
fazer a sua contabilidade de forma simplificada, a fim de controlar e registraras
operações realizadas (BRASIL, 2006). O autor Schnorr et al. (2008, p.30), complementa que
as microempresas estão dispensadas de realizar sua “contabilidade Completa”, podem utilizar
um sistema de escrituração de menor complexidade, considerado mais em termos
operacionais.
Porém, essa distinção de contabilidade completa e simplificada refere-se à escrituração
fiscal, onde o profissional de contabilidade deve ter o maior cuidado em sua orientação ao
empresário, pois têm ocorrido interpretações errôneas da lei, levando algumas empresas a
acreditar que estariam dispensadas de fazer sua escrituração contábil ficando dessa forma,
sem produzir informações importantes para seu negócio, causando a decadência na
administração econômica financeira da empresa (COELHO, 1997).
A escrituração contábil simplificada para as microempresas, procura contribuir para
regularização dessas empresas quanto ao controle do seu patrimônio (COELHO, 1997). Ainda
conforme o autor, a grande dificuldade encontrada para a escrituração dessa empresa decorre
do volume de operações por elas realizadas, a adoção da simplificação leva em consideração
10

os seguintes fatores: a utilização do processo de escrituração e a formulação dos


demonstrativos dentro dos princípios e normas contábeis, diminuição dos procedimentos de
escrituração, sem prejuízo as Normas Brasileiras de Contabilidade, incentivar os contadores a
utilizar os livros fiscais como fonte de informação para escrituração contábil, realizando os
“lançamentos dos fatos” e diferenciando-os por “totais diários ou mensais, conforme a
necessidade e conveniência” (COELHO, 1997).
Portanto, a escrituração contábil de forma uniforme é necessária independente do
porte ou forma de tributação adotada pela pessoa jurídica, a escrituração contábil, por meio
das demonstrações, que mostra ao gestor uma visão de como estão seus negócios, produzindo
informação referente à rentabilidade, o grau de endividamento, o comportamento das contas a
receber e a pagar, a capacidade de solvência, podendo assim, antecipar-se e tomar as decisões
necessárias para resolver futuros problemas (SCHNORR et al., 2008). No próximo parágrafo
será abordado a importância da tomada de decisão.

2.4 TOMADA DE DECISÃO

Toda empresa é gerida através de decisões, são elas que nortearam o seu
desenvolvimento. E, para entendermos suas características precisamos compreender seu
conceito.
Para Caravante; Caravante e Kloeckner (2005), tomar decisão é o método de eleger
um conjunto de escolhas. Sendo assim, quando o gestor toma uma decisão, ele reconhece uma
sucessão de alternativas que podem ser potenciais e viáveis e optam por aquelas que
consideram ser a mais indicada para resolver a situação.
Sobral e Peci (2008, p.98), destacam “a tomada de decisão é a parte essencial do
trabalho de um administrador”. Todos os dias, os gestores tomam muitas decisões a respeito
de vários assuntos, consequentemente essas decisões influenciam significativamente o
funcionamento da empresa (SOBRAL; PECI, 2008). Ainda conforme o autor, é a soma dessas
decisões que possibilita a empresa a solucionar seus problemas, e com isso se beneficiar das
oportunidades para atingir metas.
Ainda que se possa, de forma simplificada definir “tomada de decisão como uma
escolha entre alternativas” essa alegação não é suficiente para classificar o processo decisório
(SOBRAL; PECI, 2008 p. 102), assunto no qual será abordado no próximo capítulo.

2.4.1 Processo de tomada de decisão


11

O processo de tomada de decisão é constituído por seis etapas contínuas, essas etapas
visam auxiliar o gestor a fazer a melhor escolha, pois cada etapa influenciará a sua decisão,
mesmo que a avaliação seja para a solução de um problema ou para identificação de uma
oportunidade nenhuma etapa desse processo deve ser desprezada (SOBRAL; PECI, 2008).
Portanto, observar-se no Quadro 2 as etapas do processo decisório.

Identificar Diagnosticar Desenvolver Avaliar Selecionar e


situação situação alternativas alternativas implantar

Monitorar e
Feedback

Quadro 2: Processo decisório.


Fonte: Adaptado SOBRAL; PECI (2008, p.103).

Os gestores precisam lidar diariamente com inúmeras situações, nas quais é necessário
tomar decisões, e de acordo com a característica da situação devem-se utilizar duas formas
diferentes de decisões, que são as decisões programadas e as não programadas, que vai
depender de informações exatas e verdadeiras da situação e o nível hierárquico em que as
decisões são tomadas (SOBRAL; PECI, 2008).
As decisões programadas, são aquelas em que as situações de decisão se diferenciam
conforme o nível em que elas se repetem, são situações praticamente rotineiras que acontecem
nas organizações e que os gestores já estão familiarizados com elas, nessas situações
geralmente os gestores recorrem aos procedimentos já utilizados anteriormente para tomar a
decisão (CARAVANTE; CARAVANTE; KLOECKNER, 2005). Ainda sob a visão dos
mesmos autores, as decisões não programas são aquelas que nunca ocorreram na organização,
são situação “singulares” que por consequência o gestor não tem parâmetros para tomar
decisões, necessitando coletar mais informações para avaliar as alternativas antes de tomar a
decisão (CARAVANTE; CARAVANTE; KLOECKNER, 2005, p. 450). Acompanharemos
no Quadro 3 uma comparação entre decisões programas e não programadas,
Decisões Programadas Decisões não programadas
Rotineiras; Singulares;
Classificação da decisão. Recorrentes; Inovadoras;
Programáveis; Especificas.
Genéricas.
Natureza da Decisão. Bem definida; Ambíguas;
Estruturada. Desestruturadas.
Condições estáticas Condições dinâmicas;
12

Ambiente da decisão. Informações confiáveis e precisas Pouca informação disponível.


Regras; Julgamentos e princípios do tomador
Método de decisão. Procedimentos; de decisão.
Políticas.
Modelos matemáticos; Sistemas de apoio à decisão
Planilhas; corporativa;
Técnica de apoio à decisão. Orçamento; Simulações;
Pesquisa operacional. Análise de cenários;
Intuição.
Quadro 3: Comparação entre decisões programas e não programadas.
Fonte: Adaptado SOBRAL; PECI (2008, p.102).

É essencial que os gestores saibam distinguir os tipos de decisão, pois cada uma tem
sua peculiaridade que afeta positivamente ou negativamente a organização, contudo também é
importante que se entenda as condições em que as decisões são tomadas, no qual pode-se
destacar três condições: a de certeza, a de risco e a de incerteza (CARAVANTE;
CARAVANTE; KLOECKNER, 2005).

2.4.2 Tomada de decisão na contabilidade

Nas microempresas, a contabilidade é uma atividade fundamental na sua vida


econômica. É necessário manter a escrituração dos ativos, dívidas, negociações com terceiros,
dados esses, identificados nos registros contábeis, uma vez que os recursos são escassos,
temos de escolher entre as melhores alternativas para tomar a decisão (CREPALDI, 2012).
A contabilidade no âmbito gerencial trata da coleta de dados, apresentação e
interpretação dos fatos econômicos que auxiliam as funções gerenciais dos proprietários em
relação a melhor utilização dos recursos econômicos das empresas, através de um adequado
controle dos insumos (CREPALDI, 2012). Ainda conforme o autor, a contabilidade gerencial
identifica, mede, analisa, interpreta e relata informações financeiras e operacionais para a
administração. Com isso, auxilia nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas
atividades para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente dos seus recursos
(CREPALDI, 2012).
De acordo com Silva (2008, p.99), a contabilidade é de grande relevância na tomada
de decisão, “principalmente quando completada pela análise das demonstrações contábeis”
onde é possível conhecer as perspectivas dos resultados futuros, como, verificar o nível das
dívidas com terceiros, além de influenciar na decisão dos gestores através das medidas mais
usuais para avaliação das microempresas.
As medidas mais utilizadas pelas microempresas para avaliação do desempenho
econômico, conforme o autor Silva (2008), pode ser: de liquidez, de rotatividade e de
13

rentabilidade. “As medidas de Liquidez, informam a capacidade da empresa em pagar seus


débitos com terceiros, sendo composta pelo capital de giro, liquidez geral, liquidez seca,
corrente e imediata” (SILVA, 2008, p.100). A medida de rotatividade tem como objetivo
mostrar a velocidade do giro do estoque e a ligação que existe entre o período de recebimento
e pagamento, visando uma gestão mais qualificada, sendo composto por rotação de contas a
receber, de pagamento, de estoque e do ativo (SILVA, 2008, p.101). A medida de
rentabilidade demonstra o resultado do investimento e é composto por margem liquida de
vendas, rentabilidade do ativo e retorno de investimento (SILVA, 2008, p.102).
Para qualquer projeto de pesquisa que é realizado, é indispensável uma metodologia
de estudo, diante disso no próximo capítulo serão abordados alguns conceitos sobre a
metodologia e os tipos de técnicas de coletas que serão utilizadas para a realização deste
projeto de pesquisa.

3 METODOLOGIA

Neste capitulo será apresentado o tipo de pesquisa utilizada, os instrumentos de coleta,


a população, a amostra, procedimentos e análises de dados.
A metodologia refere-se a forma de validar o percurso escolhido para se chegar a
finalidade propostas por uma pesquisa, abrangendo assim, desde o suporte teórico até a coleta
e análise de dados (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
Assim sendo, o estudo realizado terá uma abordagem qualitativa, que conforme os
autores Sampieri; Collado e Lucio (2013), o enfoque qualitativo deve ser aplicado quando
buscamos compreender a perspectiva dos participantes sobre o problema proposto, buscando
através de uma pequena amostra compreender como este fenômeno é percebido pelos
participantes da pesquisa.
Segundo Minayo (2001, apud Gerhardt e Silveira, 2009), a pesquisa qualitativa busca
lidar com um conjunto de significados, razões, pretensões, convicções, valores e atitudes, o
que equivale a um âmbito mais profundo das relações, dos procedimentos e dos fenômenos
que não podem ser diminuídos à operacionalização de variáveis. Sob a visão de Gerhardt e
Silveira (2009) a pesquisa qualitativa é um método que não se preocupa com relevância de
números, quantidades, mas, sim, em entender como as coisas acontecem se aprofundar no
entendimento de um grupo de pessoas, de uma sociedade, entre outros. Por tanto, como o
objetivo deste estudo é analisar a influência de um fenômeno em relação a outro, e por tratar-
se de um objetivo complexo, no qual será necessário buscar um entendimento mais profundo
14

sobre o assunto, a pesquisa não se preocupa com a relevância de números, mas sim de
entendimento sobre o fenômeno.
A pesquisa será de natureza aplicada, onde se determina produzir conhecimento para
utilização prática, orientados para resolver um problema específico (GERHARDT;
SILVEIRA, 2009). A pesquisa terá caráter explicativo, que conforme Gerhardt e Silveira
(2009, p. 35), é o tipo de pesquisa que se preocupa em “identificar os fatores que determinam
ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos”. Logo, com esse estudo pretende-se
demonstrar o “por que das coisas”, adicionando uma reflexão mais profunda, por meio dos
resultados apresentados.
O público alvo da pesquisa será composto por gestores de microempresas do comércio
varejista de vestuário da cidade de Porto Alegre. A delimitação da pesquisa se dará pela
saturação das respostas, ou seja, depois de analisarmos diversos fatos e não nos depararmos
com novas informações (saturação), a análise deverá ser encerrada, contudo, em caso de haver
contradições ou caso o problema proposto não tenha sido esclarecido, retorna-se ao campo
para fazer a coleta de mais dados (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Conforme
observado pelos autores Guest, Bunce e Johnson (2006, APUD THIRY-CHERQUES, 2009)
“em diferentes campos com dimensões diversas o ponto de saturação é atingido em, no
máximo, quinze observações”.
A técnica para triagem da amostra utilizada neste trabalho foi a não probabilística por
acessibilidade, que sob a visão dos autores Prodanov e Freitas (2013) é uma forma de
amostragem no qual o pesquisador elege os elementos a que tem acesso, considerando que
esses possam, de alguma maneira, representar o universo que será pesquisado. Dentro do
universo de acesso do pesquisador, verificou-se um total de 2.498 microempresas do ramo
varejista de vestuário em Porto Alegre, conforme informação disponível no Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre (SINDILOJAS, 2017).
A técnica para coleta de dados será a entrevista, tendo como apoio a utilização do
instrumento de coleta o roteiro semiestruturado, com perguntas ou temas, onde o entrevistador
tem a autonomia de realizar outros questionamentos para determinar o ponto de vista ou
conseguir mais informação referente ao assunto desejado, ou seja, nem todas as questões
serão preestabelecidas (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Para Gerhardt e Silveira
(2009) o pesquisador deve consentir e instigar o entrevistado a falar espontaneamente sobre os
temas que aparecerem como desdobramento do assunto principal, contudo o entrevistador
deve conduzir o entrevistado ao assunto original, caso fuja do tema tratado.
15

Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, onde conforme os autores Freitas e


Moscarola (2000) independente do ponto que se pretende chegar ou o propósito da pesquisa,
os dados no qual se espera agrupar para um entendimento maior das opiniões, são sempre
expostas de forma verbal. Ainda conforme os autores, a análise de conteúdo fundamenta-se
em uma intensa leitura referente a cada resposta obtida com os entrevistados, de forma a
obter-se uma compreensão do todo (FREITAS e MOSCAROLA, 2000).

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADO

Neste capitulo serão apresentados a análise dos dados coletados, com base nas
entrevistas realizadas com os empresários de microempresas do ramo varejista de vestuário de
Porto Alegre, visando analisar as informações com questionamentos sobre escrituração
contábil e tomada de decisão que essas empresas vêm utilizando.
As entrevistas para este estudo foram realizadas com treze (13) empresários de
microempresas do ramo varejista de vestuário da cidade de Porto Alegre, no estado do Rio
Grande do Sul. E, dentre os ramos de atividades das empresas entrevistadas, verificou-se que
46,2% são exclusivamente do ramo de vestuário feminino, 38,5% trabalham com todos os
segmentos do ramo de vestuário e 7,7% atuam nos ramos infantis e masculinos. Estas
observações podem ser visualizadas no Gráfico 1.

38,50% 46,20%

7,70%
7,70%

Feminino Masculino Infantil Todos os segmentos do vestuário

Gráfico 1: Ramos de atividades.


Fonte: Elaborado pela autora (2017).

O Quadro 4 a seguir pretende demonstrar os principais resultados em relação a


escrituração contábil e a tomada de decisão que foram observados durante a pesquisa.
16

Aspectos pesquisados Respostas dos Empresários


Utilização de acompanhamento com um Os 13 empresários entrevistados possuem
contador acompanhamento regular de um profissional contábil.
Tipo de informação contábil recebida pela Apuração de impostos;
empresa. Escrituração contábil;
Folha de pagamento.
Orientação da obrigatoriedade da escrituração Os 13 empresários estão cientes da obrigatoriedade para
contábil atender as exigências legais
Exigências fiscais;
Gestão do negócio;
Utilização da escrituração contábil é orientada Não utilizam para nenhuma finalidade;
para qual finalidade. Não percebem a necessidade de fazer a escrituração por
ser optante pelo regime de tributação Simples Nacional.
Livro diário;
Livro caixa;
Acompanhamento dos livros contábeis Livro inventário;
Livro de entradas;
Não fazem o acompanhamento dos livros contábeis.
Balancete mensal;
Que tipos de demonstrações contábeis suprem as Demonstração do Resultado do Exercício;
necessidades de informação? Fluxo de caixa;
Elaboram os demonstrativos, mas não utilizam.
Considera que as informações contábeis Os 13 empresários entrevistados mencionaram que as
influenciam diretamente as suas decisões? informações contábeis influenciam nas decisões tomadas
na sua empresa.
Das informações extraídas da escrituração Faturamento;
contábil, quais as que mais auxiliam na tomada Impostos;
de decisão? Fluxo de caixa;
Estoque;
Despesas;
Quais as medidas de desempenho economico Faturamento;
produzidas apartir da escrituração contábil a Estoque;
empresa considera fonte de informação para a Rentabilidade;
tomada de decisão? Obrigações de terceiros;
Despesas;
Fluxo de caixa.
Como funciona o processo decisório na sua A partir dos dados do:
empresa, baseado nos dados contábeis? Faturamento;
Balancete;
Fluxo de Caixa;
Quadro 4: Principais resultados encontrados na pesquisa.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Em relação aos aspectos pesquisados acima mencionados, observou-se que para os


treze (13) entrevistados, as empresas mantêm um acompanhamento regular com os seus
contadores, o que demonstra a relevância da utilização da contabilidade e o acompanhamento
do contador como alicerce para a tomada de decisão, e atender as exigências legais exigidas
pela lei vigente (MARION, 2009).
A partir das afirmações dos entrevistados, verificou-se que os serviços contábeis que
as empresas recebem da contabilidade referem-se à documentação fiscal e legal, diante disso
69,25% das empresas recebem informações de origem fiscal, trabalhistas e escrituração
contábil e 30,75% recebem apenas informações relacionadas à parte trabalhista e fiscal. Desta
17

forma, nota-se que todas as empresas, por meio dos seus contadores utilizam itens da
escrituração contábil respeitando as formalidades da Lei 10.406/2002 conforme mencionado
no referencial teórico deste estudo. Também, reforçado pelo autor Barros (2015) que indica a
finalidade de registrar todas as movimentações ocorridas nas empresas, pois são importantes
para preparação dos demonstrativos contábeis.
Quanto à elaboração da escrituração contábil, observou-se que, as treze (13) empresas
entrevistadas, estão cientes da sua obrigatoriedade. Visto que, todas as empresas devem
atender as exigências legais da Lei 10.406/2002 citado no item 2.2 deste estudo. Foi
constatado que 46,15% empresas utilizam escrituração contábil com a finalidade de
atenderem as exigências legais, o que mostra o cumprimento da lei por parte da empresa. Já,
os outros 23,09% dos empresários disseram não utilizam para nenhuma finalidade, e 15,38%
disseram que utilizam para o gerenciamento do seu negócio, planejamento tributário e custos
da empresa e os outros 15,38% dos empresários não veem necessidade de fazer a escrituração
por serem optantes pelo regime de tributação simples nacional. No entanto, o autor Schnorr et
al. (2008, p. 14) salienta, que a escrituração contábil é importante para a gestão da empresa,
independentemente de seu porte ou o regime de tributação ao qual a empresa está sujeita, e o
autor Coelho (1997) menciona que a utilização da escrituração contábil auxilia no controle e
na administração do patrimônio da empresa.
Em referência aos livros contábeis 53,85% dos empresários disseram que solicitam os
livros diários, caixa, inventários, registro de entradas. Conforme apontado no item 2.2.2 do
referencial teórico, o livro diário é obrigatório, pois é ele que dá suporte para a elaboração das
demonstrações contábeis conforme evidenciado por Gomes (2012). Os demais livros citados
pelos empresários são considerados livros auxiliares, contudo obrigatórios conforme
legislação do simples nacional e previsto na resolução nº 10/2007 em seu art. 3º (CGSN,
2007). Os outros 46,15% informaram que não possuem o costume de acompanhar ou solicitar
os livros da sua contabilidade.
Em relação aos demonstrativos contábeis que os empresários entrevistados mais
utilizam para a tomada de decisão, comprovou-se que 53,84% das empresas utilizam
balancete mensal, que é conhecido como um demonstrativo auxiliar conforme mencionado
por BARROS (2007). Os 30,76% dos entrevistados utilizam a Demonstração do Resultado do
Exercício, onde se percebe que tais empresários têm um interesse mais profundo de como
evolui o desempenho da sua empresa, já que a Demonstração do Resultado do Exercício é um
instrumento que possibilita uma análise econômica e financeira da empresa num dado
período, conforme exposto por MARION (2003). Os 7,7% utilizam o fluxo de caixa, o que
18

indica um percentual baixo para um demonstrativo que representa certa relevância para as
microempresas conforme citado por PADOVEZE (2012). Os restantes 7,7% das empresas
revelaram que elaboram alguns demonstrativos previstos em lei por meio dos seus contadores,
porém não utilizam para auxiliar a sua tomada de decisão.
Os treze (13) empresários mensionaramque estar ciente que as informações contábeis
influenciam na tomada de decisão, visto que, é através de acompanhamento das
movimentações diárias da empresa, que são elaborados os demonstrativos que possibilitamum
panorama de como estão seus negócios, propiciando dados relativos à rentabilidade, o grau de
endividamento, o comportamento das contas a receber e a pagar, a capacidade de solvência, e
consequentemente, preverem ações para uma tomada de decisão assertiva para solucionar
problemas futuros da empresa (SCHNORR et al., 2008).
Em relação as informações retiradas da escrituração contábil e a forma como auxiliam
na tomada de decisão, 53,84% dos empresários utilizam como fonte de informação o
faturamento da empresa, pois os auxiliam na forma de como devem se portar em seus
investimentos, nas decisões da vendas e compras de mercadorias, os 30,76% dos empresários
manifestaram estar interessados em informações do seu estoque e nos impostos, pois é preciso
controlar o estoque e os gastos com a tributação e os outros 15,40% dos entrevistados
disseram recorrer a informações do fluxo de caixa e as despesas da empresa para decidirem o
futuro da empresa, pois consideram a redução das despesas importantes para reduação de
custos e o fluxo de caixa importante para controle de entradas e saidas da empresa. Portanto,
analisando as resposta dos entrevistados percebe-se que os empresários utilizam informações
relevantes da escrituração contábil para auxilia-los na tomada de decisão, pois os recursos das
microempresa são escassos, devendo assim o empresários utilizar e avaliar as melhores
alternativas para auxiliar a tomada de decisão, a coleta de dados e as transcrições feitas na
escrituração contábil viabiliza esse acompanhamento, proporcionando desta forma um
planejamento adequado para as atividades da empresa (CREPALDI, 2012).
Em relação as medidas de desempenho econômico que a empresa considera fonte de
informação para a tomada de decisão, 38,46% dos empresários consideram importantes as
medidas de desempenho economicos relacionadas ao faturamento da empresa, 46,14% dos
empresários apontaram o estoque, a rentabilidade e as despesas e os outros 15,40% apontaram
o fluxo de caixa e as obrigrações de terceiros. Para Silva (2008)as microempresas utilizam
algumas medidas de avalição de desempenho, onde podem ser vistos e definidos alguns
objetivos para tomada de decisão, tais como os indices de liquidez, para verificação da
capacidade de liquidação de debitos com terceiros, medidas de rotatividade que envolvem o
19

giro de estoque, contas a receber e a medida de rentabilidade, mostrando a margem liquida


das vendas e entre outros indicadores.
E, em última análise levando em consideração as medidas de desempenho, o processo
decisório de 61,54% das empresas são baseado no faturamento, 15,38% são baseados no nas
informações do balancete mensal e 23,07% são baseados no fluxo de caixa. Onde os
proprietários juntamente com seu sócio recebem os relatórios da contabilidade, identifcam a
situação da empresa sendo positivo ou negativo, fazem diagnóstico, desenvolvem e avaliam
as alternativas, seleciona a melhor alternativa de melhoria para implantação e monitora.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a fragilidade da economia brasileira demonstrada na última década, em um


mercado altamente competitivo, especialmente para as microempresas, no qual, quanto mais
sólido for o processo para administrar a empresa, maior será a probabilidade de ter um
negócio promissor e lucrativo. A contabilidade é uma fonte de informação significativa para a
gestão da empresa, passando a fornecer informações relevantes para auxiliar os empresários
no processo de tomada de decisão da empresa.
Neste sentido, o primeiro objetivo especifico teve o intuito de identificar as
informações geradas pela escrituração contábil que são passíveis de tomada de decisão, no
qual pode-se resumidamente averiguar que as empresas entrevistadas utilizam como fonte de
informação para o gerenciamento dos negócios, dados relacionados ao faturamento, e 53,84%
das empresas utilizam o balancete mensal como demonstrativo contábil capaz de suprir suas
necessidades de informações para gestão do negócio. Sendo assim, constata-se certa
preocupação do empresário com a movimentação diária da empresa, o que faz com que as
mesmas não apresentem um planejamento de longo prazo, o que pode dificultar a longevidade
da empresa.
O segundo objetivo especifico, buscou descrever as informações utilizadas no
processo decisório nas microempresas, baseada nos dados contábeis, o que se constatou no
decorrer da pesquisa foi que o processos decisórios de 61,54% das empresas são baseados no
dados do faturamento, seguido do balancete mensal e fluxo de caixa, portanto, percebe-se
uma preocupação quanto ao desempenho das vendas, na maioria das vezes que foram
questionados sobre a tomada de decisão da empresa, pois, observa-se que os empresários
possuem interesse por informações que possam auxiliá-los a maximizar o lucro da empresa, e
buscam formas de reduzir seus custos e despesas a fim de se manter competitivos no mercado.
20

O terceiro objetivo especifico, procurou identificar se as informações contábeis estão


sendo utilizadas para fins de controle e tomada de decisão, no qual se constatou que todas as
empresas entrevistadas mencionam a influência das informações contábeis para tomada de
decisão e controle do negócio. Desta forma, é extremamente importante que os empresários se
conscientizem de que as informações contábeis, além de ser uma exigência legal, têm uma
significativa relevância para gestão do seu negócio. O setor contábil evoluiu muito nos
últimos anos, mas ainda assim há muitas empresas que não acompanharam essa evolução, e
que não perceberam a importância da contabilidade aliada a tecnologia para atividade
empresarial. O sucesso e a continuidade da empresa dependem de uma boa administração e
bons resultados, e para que isso aconteça é fundamental o uso das informações geradas pela
contabilidade, como ferramenta para que os gestores tenham as decisões mais acertadas.
Durante a elaboração do estudo, a pesquisadora teve algumas limitações em relação à
disponibilidade do empresário para responder a entrevista, visto que geralmente o empresário
estava sozinho na loja ou necessitava auxiliar no atendimento ao cliente.
Como sugestões para futuras pesquisas destacam-se: um planejamento financeiro para
microempresas, desenvolver um modelo de gerenciamento financeiro para microempresas, ou
aplicar o estudo em um grupo maior de empresas, ou de um outro segmento utilizando os
mesmos critérios da tomada de decisão.

Referências

ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil. Disponível em:


<http://www.abit.org.br/conteudo/links/Poder_moda-cartilhabx.pdf>. Acesso em: 23 abr.
2017.

ATKINSON, Anthony A.; BANKER, Rajiv D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG, S. Mark [et.
Al] Tradução André Olímpio Mosselman Du Chenoy Castro, revisão técnica Rubens Famá.
Contabilidade gerencial. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

BARROS, Sidney Ferro. Contabilidade básica. 3. ed. São Paulo: IOB, 2007.

BRASIL. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível


em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em 11 mai. 2017.

BRASIL. Resolução CGSN nº 10, de 28 de junho de 2007. Disponível em:


<http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocgsn10_2007.htm>. Acesso em 14
mai. 20017.

BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em 13 de mai. 2017.
21

BRASIL. Leio Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm>. Acesso em 13 de mai. 2017.

CARAVANTE, Geraldo R.; CARAVANTE, Cláudia B.; KLOECKNER, Mônica C.-


Administração: Teoria e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa. 19. Ed. São
Paulo: Saraiva, 2015.

COELHO, Pedro Neto. Micro e Pequenas empresas: Manual de procedimentos contábeis.


Revisão técnica Câmara técnica. Brasília: CFC; Ed. Sebrae, 1997.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Normas simplificadas para micros e


pequenas empresas. Norma ITG 1000 – Resolução CFC 1418/12. Disponível
em:<http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucao_cfc_1418_2012.htm>. Acesso
em: 23 abri. 2017.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - (CFC). ITG 2000: Escrituração Contábil.


Resolução CFC N.º 1.330/2011. Disponível
em:<http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1330.htm>. Acesso em: 11 mai.
2017.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: Teoria e Prática. 6.ed. São Paulo:
Atlas, 2012.

FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23. Ed.12. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.

FREITAS, Henrique Mello Rodrigues; MOSCAROLA, Jean. Analise de Dados


Quantitativos e Qualitativos: Casos aplicados. Porto Alegre: Sphinx: Editora Sangra
Luzzatto, 2000

GERHARDT, Tatiana Engel. SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Coordenado


pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica –
Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. Porto Alegre:
Editora da UFRGS, 2009.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. [et al.]. Contabilidade Introdutória. 10 ed. – 3. Reimpr – São
Paulo: Atlas, 2008.

MARTINS, Fran. Curso de direito comercial /atual. Carlos Henrique Abrão. 38. Ed. rev.
Atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2015.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 15. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MARION, José Carlos. Mudanças nas demonstrações contábeis: Projeto nº 3.741 e


anteprojeto de reforma da lei das sociedades anônimas. São Paulo: Saraiva, 2003.

MARION, José Carlos. Contabilidade Básica: atualizada conforme a Lei nº. 11.638/07 e
Pronunciamentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). 9. Ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
22

PADOVEZE, Clóvis Luiz. Manual de contabilidade básica: Contabilidade introdutória e


intermediária – texto e exercícios.7. Ed São Paulo: Atlas, 2009.

PADOVEZE, Clóvis Luiz. Contabilidade gerencial. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,2012.


Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?id=phJkhgva1_4C&pg=PA15&dq=contabilidade+gerenc
ial+tomada+de+decis%C3%A3o&hl=pt-
BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=contabilidade%20gerencial%20tomada%20de%20de
cis%C3%A3o&f=false>. Acesso em 15 de mai. 2017.

PAULO, Walter Schnorr. Escrituração contábil simplificada para micros e pequenas


empresas. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2008. Disponível em:
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/Livro_Escrituracao_contabil.p
df >. Acesso em 12 mai. 2017.

PRODANV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho


científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. Ed. Novo
Hamburgo: Feevale, 2013. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=zUDsAQAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=Prodano
v+e+Freitas&hl=pt-
BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=Prodanov%20e%20Freitas&f=false. Acesso em 30
set. 2016.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade intermediária. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

ROCHA, José Carlos Fortes. Manual do contabilista: Uma abordagem teórico-prática da


profissão contábil. São Paulo: Saraiva, 2005.

SCHNORR, Paulo Walter. [et al.]. Escrituração contábil simplificada para microempresas
e empresas de pequeno porte. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2008.
Disponível em:
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/Livro_Escrituracao_contabil.p
df>. Acesso em 10 abr. 2017.

SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, Maria del Pilar
Baptista. Metodologia de Pesquisa. Tradução: Daisy Vaz de Moraes; Revisão Técnica: Ana
Gracinda Queluz, Dirceu da Silva, Marcos Júlio. 5. Ed. Porto Alegre: Penso, 2013.

SANTOS, José Luis dos; SCHMIDT, Paulo; GOMES, José Mário Matsumura;
FERNANDES, Luciane Alves. Introdução à contabilidade: atualizada pela Minirreforma
tributária: Lei nº 10.637/02. São Paulo: Atlas, 2003.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE).


Sobrevivência das empresas no Brasil. Disponível em
<https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das-empresas-
no-brasil-relatorio-apresentacao-2016.pdf>. Acesso em 13 abr. 2017.
SILVA, Edivan Morais da. Manual da contabilidade simplificada para micros e pequenas
empresas. 1. Ed. São Paulo: IOB, 2008.
23

SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO DE PORTO ALEGRE (SINDILOJAS).


Números de microempresas do ramo de vestuário em Porto Alegre. Disponível em:
<sindilojaspoa.com.br>. Acesso em 10 out. 2017.

SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro.


São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

THIRY-CHERQUES, H. R. Saturação em pesquisa qualitativa: estimativa empírica de


dimensionamento. Revista PMKT - Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e
Mídia 03 10/9/09 P. 20. Disponível em:
<http://www.revistapmkt.com.br/Portals/9/Edicoes/Revista_PMKT_003_02.pdf>. Acesso em:
25 de mai. 2017.
24

Apêndice A – Questionário da pesquisa

Respondentes 1 - Qual a area de seguimento do vestuário, a sua empresa atua?


Empresa A Todos os seguimentos do vestuário.
Empresa B Todos os seguimentos do vestuário.
Empresa C Masculino.
Empresa D Infantil.
Empresa E Todos os seguimentos do vestuário.
Empresa F Todos os seguimentos do vestuário.
Empresa G Feminino.
Empresa H Feminino.
Empresa I Feminino.
Empresa J Feminino.
Empresa K Todos os seguimentos do vestuário.
Empresa L Feminino.
Empresa M Feminino.

Respondentes 2 - A empresa possui acompanhamento de um contador?


13 empresas Responderam que possuem um acompanhamento do profissional contábil.

Respondentes 3 – Quais os tipo de informação contábil recebida pela empresa?


Empresa A Apuração de impostos, Folha de pagamento.
Empresa B Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa C Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa D Apuração de impostos, Folha de pagamento.
Empresa E Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa F Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa G Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa H Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa I Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa J Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa K Apuração de impostos, escrituração contábil, Folha de pagamento.
Empresa L Apuração de impostos, Folha de pagamento.
Empresa M Apuração de impostos, Folha de pagamento.

Respondentes 4 – A empresa está ciente e recebe orientação da obrigatoriedade da


escrituração contábil?
13 empresas Responderam que estão ciente e recebem orientação quanto a obrigatoriedade da
escrituração contábil.

Respondentes 5 – A utilização da escrituração contábil é orientada para qual finalidade?


Empresa A Sim, para atender a legislação.
Empresa B Sim, para gestão do negócio.
Empresa C Sim, para estar dentro das exigências legais.
Empresa D Não utilizam para nenhuma finalidade.
Empresa E Sim, para manter regular as informações da empresa.
Empresa F Sim, para fazer os controles da empresa, gerir o negócio.
Empresa G Sim, para atender as exigências da lei.
Empresa H Sim, para exigências fiscais.
Empresa I Sim, para atender o fisco.
Empresa J Não, sou do simples.
Empresa K Não utilizam para nenhuma finalidade.
Empresa L Não percebem a necessidade de fazer a escrituração, por ser optante pelo simples
nacional .
Empresa M Não solicito.
25

Respondentes 6 - A empresa faz o acompanhamento dos livros contábeis? Quais?


Empresa A Sim, livro diário.
Empresa B Não tenho hábito de solicitar os livros.
Empresa C Não.
Empresa D Não.
Empresa E Não.
Empresa F Sim, livro diário.
Empresa G Sim, caixa e registro de inventários.
Empresa H Sim, relação das compras.
Empresa I Sim, controle de estoque, compras e despesas.
Empresa J Sim, controle de estoque, compras e despesas.
Empresa K Não.
Empresa L Sim, compras e movimentação das vendas.
Empresa M Não.

Respondentes 7 - Que tipos de demonstrações contábeis suprem as necessidades de


informação?
Empresa A Balancete mensal.
Empresa B Balancete mensal.
Empresa C Balancete mensal.
Empresa D Balancete mensal.
Empresa E DRE.
Empresa F Balancete mensal.
Empresa G DRE, balance e fluxo de caixa.
Empresa H Balancete mensal.
Empresa I Não elaboro os demonstrativos.
Empresa J Balancete mensal.
Empresa K DRE, balance e fluxo de caixa.
Empresa L DRE.
Empresa M Fluxo de caixa.

Respondentes 8 – Você considera que as informações contábeis influenciam diretamente as


suas decisões?
13 empresas Sim. Os treze entrevistados mencionam a influência das informações contábeis
para tomada de decisão.

Respondentes 9 - Das informações extraídas da escrituração contábil, quais as que mais


auxiliam na tomada de decisão?
Empresa A Pela escrituração sabemos qual a situação da empresa e a partir do faturamento
saberemos se poderá investir em novas mercadorias ou não, se deveremos
controlar melhor os gastos.
Empresa B Controle de impostos incidentes nas mercadorias devem ser analisados.
Empresa C O faturamento, é importante para nortear quais estratégias serão adotadas pela
empresa.
Empresa D O valor da folha de pagamento e impostos pagos.
Empresa E Os impostos.
Empresa F Resultado mensal do faturamento.
Empresa G Principalmente analisar a saúde financeira da empresa e a tendência dos
resultados. Através deles sabemos como a empresa está evoluindo.
Empresa H O controle do estoque e movimentação financeira.
Empresa I As informações sobre o desempenho das vendas são acompanhadas para auxiliar
nas decisões.
Empresa J As informações do desempenho das vendas são acompanhadas e aliadas nas
tomadas de decisões.
Empresa K Controle do desempenho das vendas.
Empresa L O controle das despesas gerais é importante para buscar resultados positivos.
Empresa M O fluxo de caixa é o meu principal aliado para decidir o rumo dos meus negócios.
26

Respondentes 10 - Quais as medidas de desempenho economico produzidas apartir da


escrituração contábil a empresa considera fonte de informação para a tomada
de decisão?
Empresa A Faturamento.
Empresa B A avaliação da rentabilidade do negócio.
Empresa C As obrigações com terceiros.
Empresa D Estoque.
Empresa E A principal ferramenta que nos baseamos é o fluxo de caixa.
Empresa F Resultados do faturamento.
Empresa G Estoque, rentabilidade, despesas e entre outros.
Empresa H A rentabilidade.
Empresa I O desempenho das vendas.
Empresa J O desempenho das vendas.
Empresa K A Rentabilidade do negócio.
Empresa L Movimento de vendas.
Empresa M Estoque e despesas.

Respondentes 11 - Como funciona o processo decisório na sua empresa, baseados nas


informações contábeis?
Empresa A Acompanhando o desempenho das vendas em comparação dos anos anteriores,
decide-se o que fazer.
Empresa B Acompanhando o desempenho das vendas.
Empresa C As decisões dependem dos resultados, com isso analisa-se quais providências
devem ser tomadas para que este quadro seja revertido.
Empresa D As decisões são tomadas após a consulta dos resultados analisados no balancete.
Empresa E Juntamente com o outro sócio, nos baseamos nos movimentos das vendas.
Empresa F Como somos em 2 sócios, as decisões são tomadas em conjunto considerando as
informações contábeis, principalmente, de fluxo de caixa.
Empresa G Através dos controles mensais do balancete.
Empresa H Semestralmente utilizamos os dados contábeis para correção de fluxo de caixa.
Empresa I Com base nas informações coletadas da contabilidade, os sócios tomam as
decisões tendo como base o faturamento.
Empresa J Usamos informações gerenciais geradas pelo faturamento da empresa.
Empresa K As tomadas de decisões são feitas, considerando-se o movimento de vendas.
Empresa L Com a comparação das entradas de caixa consigo verificar a evolução da empresa
de um ano para outro, e utilizo o estoque como base para a compra das
mercadorias e o fluxo de caixa.
Empresa M As decisões são tomadas com o desempenho da venda, faturamento.

Você também pode gostar