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PROVAS DE CARGA EM ESTACAS

UMA APRECIAÇÃO HISTÓRICA


- Or. Eng. Milton Vargas -

Este artigo aborda uma apreciação histórica no desenvolvimento de provas de carga em estacas no Brasil,
enfatizando-se as contribuições pessoais do Prol Costa Nunes ao assunto. Um método preciso para executar estes
ensaios começou a ser estudado pelo l.P. T, em colaboração com Costa Nunes, desde 1942. Os primeiros resultados
destas investigações foram apresentados no 60 Encontro da A.B.N.T, realizado em Belo Horizonte, em 1945. Em
1951, foi adotada uma norma brasileira para provas de carga, baseada em incrementos lentos de carga, de maneira
a permitir a escolha das cargas admissiveis, de acordo com os recalques observados durante os ensaios.
Um relato sobre as realizações do Prol Costa Nunes no campo da tecnologia de estacas é apresentado,
enfatizando-se suas contribuições nas Conferências Internacionais de Mecânica dos Solos. Finalmente, são
discutidos os resultados de suas pesquisas para determinações de capacidade de carga de estacas, baseadas no SPT
(Standard Penetration Tests) e em provas de carga instrumentadas.

INTRODUÇÃO após o descarregamento total da estaca.


A primeira estaca foi assim carregada até a pretendida
A prática de tratar fundações por meio de provas de carga de trabalho (76 t); depois descarregada, observando-se
carga sobre estacas foi introduzida no Brasil pela Companhia um recaI que permanente de 1,2 mm e, finalmente, carregada
Internacional de Estacas Frankignoul, a' qual solicitou ao até 120 t, quando se observou o recalque de 5 mm. A segunda
LP.T. que as planejasse e executasse. A primeira delas foi prova foi carregada, pelo método acima mencionado, até 115
sobre estacas de tipo Franki das fundações da Estação da E.F. t, quando se observou o recalque de 7 rum; e, então, descar-
Noroeste, em Bauru, realizada pelo LP.T. em fevereiro de regada, mostrando um recalque permanente de 1,7 mm.
1936, dois anos antes da instalação da sua Seção de Solos e Estou citando esses dados para mostrar como eles
Fundações (I.P.T., 1936). foram importantes no estabelecimento que se deu a seguir,
Entretanto, as primeiras provas de carga de estacas não só da metodologia das provas de carga, como também
realizadas no Rio de Janeiro foram sobre duas estacas tipo do julgamento de seus resultados. Nessa épocajá a utilização
Franki das fundações do Instituto de Resseguros do Brasil, quer das fórmulas dinâmicas, quer estáticas, para o cálculo
em abril de 1942 (I.P.T., 1942). Já, então, a Seção de Solos da capacidade de carga de estacas individuais, estava desa-
do LP.T. tinha sido organizada, pelo Eng. Odair Grillo, há creditada. Um testemunho disto encontra-se nos anais do
cerca de quatro anos. Coube a mim, como assistente da "Symposium de Solos", promovido pelo Instituto Nacional
mesma, realizar a prova. Pois foi, então, que encontrei Costa de Tecnologia, no Rio, em dezembro de 1942, na conferência
Nunes - num impecável temo de linho branco - que iria ali pronunciada pelo Dr. Odair Grillo, sobre o comportamen-
acompanhar a prova como engenheiro da então, já empresa to das fundações por estacas, e nas discussões que se segui-
brasileira, Estacas Franki Ltda. ram (Grillo, 1943).
De acordo com Costa Nunes, decidiu-se estabelecer As provas de carga impunham-se, então, como único
definitiva e previamente o método de carregamento que, método confiável para a determinação da capacidade de
naquela época, ainda não era universalmente aceito. A prática carga individual das estacas. Isto é, seriam essas provas
trazida pelos engenheiros europeus da Franki era a de um ensaios para a determinação da carga admissível sobre as
carregamento rápido até uma vez e meia ou duas vezes a carga estacas, embora nada se pudesse dizer sobre os recalques
de trabalho prevista. Mas não havia ainda especificação clara totais das fundações por estacas. Mas isso dependia direta-
de qual o recai que admissível, nem de que fração da carga de mente do método de ensaio adotado e do julgamento dos
ruptura seria aceita como carga de trabalho. recalques observados nas provas - os quais, já se sabia, nada
Especificou-se, então, que o carregamento seria fei- tinham a ver com os recalques das fundações.
to com intervalos de carga de cerca de 10% da carga Daí a importância que atribuo àquele momento histó-
máxima pretendida na prova (prevista como 120t). Lia-se rico, nas provas do Instituto de Resseguros do Brasil, quando
o recai que imediatamente após a aplicação da carga e a prática, já adquirida pelos engenheiros do LP.T., foi apre-
depois, em intervalos de tempos dobrados, até estabiliza- sentado ao Eng. Costa Nunes, como aquele que viria utilizar
ção aparente. Só então aplicava-se o acréscimo seguinte. na prática, os resultados de tais ensaios. O estabelecimento
O descarregamento era feito de forma semelhante e, con- definitivo do método brasileiro de provas de carga sobre
siderava-se importante, a leitura do recai que permanente, estacas e das especificações dos recalques admissíveis obser-

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s nas provas deu-se, então, a partir desse momento. mínimos aconselháveis até os quais deverão ser carreg
sta unes é uma figura básica nesse processo, devido à . as estacas de prova. Assim, as especificações de reca.cees;
sua posição chave de engenheiro responsável poruma grande correspondentes às cargas admissíveis ou de coeficien
firma de estaqueamento que, para cá trazia uma tecnologia redução da carga de ruptura, deverão ser pré-fixados ar,
bem sucedida na Europa, além de professor da Escola Nacio- das provas.
nal de Engenharia e especialista integrado na Engenharia de O terceiro trabalho de Costa Nunes, completa t .
Solos nacional. suas idéias da época, sobre comportamento de funda -
Seus três trabalhos, publicados sucessivamente na sobre estacas, e justifica o uso das provas de carga parz
Revista Municipal de Engenharia, em janeiro de 1943 (Costa. determinação da carga admissivel. Nesse trabalho, dá-se uz;
Nunes, 1943), na mesma revista, em outubro de 1944 (Costa coroamento das investigações e trabalhos do Prof. Co -
Nunes, 1944) e na Revista Politécnica, em outubro de 1945 Nunes sobre a questão das provas de carga sobre estacas
(Costa Nunes, 1945), são testemunhos dessa sua atividade. Investigações essas que, suponho, tenham sido iniciadas três
No primeiro trabalho, Costa Nunes conclui: "a prova de carga anos antes, por ocasião da prova de carga sobre as estacas "",
constitui a única indicação de valor indiscutível sobre a fundação do Edifício Resseguros do Brasil, no Rio de Janei-
capacidade de carga de uma estaca considerada individual- ro.
mente". Paraa fixação da (como ele chamajvcarga de segu- Convém aqui dizer que o interesse das "Estacas Fran-
rança", a partir de provas de carga, ele manifesta-se favorável ki" no esclarecimento da questão, extravasou o campo mera-
à admissão de uma carga, como segura, igual a uma fração mente comercial. O interesse demonstrado pelo seu presid -
do limite de proporcionalidade entre carga e recaI que, obser- te, Eng. Pierre Moreau, como pelo Prof. Costa Nunes,
vado na prova, ou uma parcela da carga de ruptura (entre 1,5 principal orientado r técnico, patentea-se pelo estabelecimen-
e 2). to, no I.P.T., de uma bolsa de pesquisa"a "Bolsa de Estudo:
Por outro lado, não aceita "in-totum" a idéia, corrente Paula Souza", cuja finalidade era a de levar adiante pesquisas
atualmente, de que a carga aplicada à estaca seria admissivel, de caráter estritamente tecnológicos sobre os problemas re-
desde que o recaI que observado seja inferior a um determi- lativos a estacas e estaqueamentos. Talvez o mais interessan-
nado valor pré-fixado. te, e, sem dúvida, o que provocou repercussão internacional.
No segundo trabalho, Costa Nunes faz uma análise de foi o do Eng. Heitor Antunes Martins, 'que enfrentou o difícf
.' várias normas estrangeiras, para provas de carga em estacas, problema do cálculo das tensões transmitidas ao terreno r
da qual resulta sua proposta feita em nome da Estaca Franki estacas (Martins, 1945).
Ltda: "Norma para prova de carga em estacas" apresentada e
debatida na 6ª Reunião da A.B.N.T., realizada em Belo
Horizonte, em 1945. Essa norma, que ganhou o "status" de DISCUSSÃO DO PROBLEMA
norma brasileira NB-20, da A.B.N.T., em 1951, mantém os DAS CARGAS ADMISsíVEIS EM ESTACAS
critérios de carregamento sucessivos de não mais de 20% da EM ÂMBITO INTERNACIONAL
carga de trabalho; leitura dos recalques em intervalos suces-
sivos dos tempos até estabilização aparente dos mesmos; e Em 1948, por iniciativa do próprio Prof. Terzaghi, o:
descarga em estágios sucessivos não superiores a 25% da engenheiros de solos brasileiros foram solicitados a partici-
carga total do ensaio. par da 2ª Conferência Internacional de Mecânica dos Solo:
Assim ficou instituído como norma brasileira o méto- e Engenharia de Fundações. A principal contribuição de
do do carregamento lento das estacas de prova - o que é Costa Nunes era sobre a fundação do tanque de óleo OCB-9,
essencial para que se possajulgar da carga admissível a partir na Alemôa, Santos, sobre drenos verticais de areia, portanto.
de recalques observados na prova. Do contrário, no carrega- não tratava do assunto que aqui se está abordando. Contudo.
mento rápido, intervêm deformações visco-elásticas, de- Costa Nunes discutiu três trabalhos apresentados à Conferên-
pendentes de coeficientes de viscosidade, que nada têm a ver cia, dois dos quais eram sobre capacidade de carga de estacas
com as cargas admissíveis. A primeira discussão foi sobre um trabalho de Jaky, sobre
Uma recomendação da norma de que, se o ensaio não cálculo teórico da capacidade de carga estática de estacas
for levado até ruptura, ele deverá ser continuado até obser- Costa Nunes discute a influência da distribuição de pressõ s
var-se um recalque total de 15 mm ou até uma vez e meia a na resistência lateral da estaca, junto à ponta. Discute ainda
carga de trabalho da estaca, transformou-se, inexplicavel- a aplicação da fórmula de Prandtl-Caquot para o cálculo d
mente pela prática, em especificação de carga admissível. resistência de ponta da estaca. Discute, finalmente, a cone! -
Assim, vem-se admitindo, ao abrigo dessa interpretação, que são de Jaky de que a resistência de uma estaca, cuja ponta
a carga admissível em estacas, submetidas a prova de carga esteja em argila, seja muito menor que as de ponta em areia
individual é igual a carga que dá um recalque de 15 mm (Costa Nunes, 1948 a).
dividida por 1,5. É necessário, entretanto, lembrar que essa Mas é na discussão sobre o trabalho de Rdzimir Pies-
especificação nada tem a ver com a norma de execução da kowski, sobre o recaI que admissível das estacas, que Cos;
prova de carga proposta por Costa Nunes e acei ta pela ABNT. Nunes leva ao nível internacional, aquilo que tinha si
Aqueles valores só figuram na norma para estabelecer limites investigado e discutido aqui no Brasil. Ele concorda com

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autor de que é "realmente difícil imaginar a relação existente se supunha simular as condições de ruptura de uma estaca de
entre o recai que de uma única estaca (submetida à provas, prova) seria expressa pela equação de Coulumb:
sob o dobro da carga de trabalho) e tanto o recalque total
como o diferencial da fundação". Mas não está de acordo que 't = C + cr tg <p (I)
o critério apresentado pelo autor - de adotar como carga
admissível uma fração do limite de elasticidade (proporcio- onde c seria a coesão aparente e <p um ângulo de resistência
nalidade entre carga e recalque observada na prova) - seja ao cisalhamento obtidos numa reta AB envolvendo as curvas
generalizado para qualquer caso. Apresenta, então, curva obtidas nos ensaios de cisalhamento correspondentes, numa
carga-recai que obtida em provas de carga brasileira, em que faixa de pressões correspondentes às atuantes ao longo do
mostram curvaturas notáveis a partir do início do ensaio. fuste. A resistência ao cisalhamento do substrato firme, onde
Como exemplo, cita que a norma DIN-I 054, em sua edição se apoiava a base da estaca seria (dentro das condições de
de 1939, adota como carga admissível a metada do limite de confinamento prevalecentes na ponta da estaca) dada por
elasticidade; mas a edição de 1940 só adota uma fração da uma coesão aparente c, observada em ensaio de compressão
carga de ruptura. Finalmente, apresenta uma análise estatís- triaxial consolidado e não drenado, na faixa de pressões da
tica dos desvios das curvas carga-recai que de uma interpola- base. Esses parâmetros não seriam características intrínse-
ção linear. mais da metade dos casos mostraram excessos de cas do solo mas parâmetros empíriços, correspondentes as
mais de 6% além da interpolação linear. Conclui Costa resistências ao cisalhamento prevalecentes ao longo do
Nunes, nessa discussão que "parece que a melhor maneira de fuste e na ponta da estaca, para as condições de pressão ali
se determinar a pressão admissível de uma estaca (numa atuantes. Quanto à resistência ao cisalhamento do substra-
prova de carga) é a de adotar uma fração da carga de ruptura". to firme, seria a correspondente a um carregamento do tipo
Mas conclui que se deva prever, por meio de cálculo, qual consolidado não-drenado; mas, para os materiais duros do
seria o recalque da fundação em questão (Costa Nunes, 1948 substrato firme, na faixa das pressões prevalecentes na
b). Nessa época, portanto, ele firma sua opinião de que a carga zona da ponta, as envoltórias consolidado não-drenado ou
admissível seja fixada a partir da carga de ruptura; abandona, não-drenado são muito próximas. De forma que ambos os
portanto, a idéia de fixá-Ia como fração de um limite de ensaios são válidos para a obtenção da coesão na zona da
proporcionalidade carga-recai que observado na prova e, fi- ponta.
nalmente, mantém sua rejeição da fixação de um máximo de As capacidades de carga de sete estacas moldadas
recalque como admissível. em solo poroso, sem atingir o substrato firme, e mais seis
A preocupação de Costa Nunes com a normalização estacas cuja ponta assentava-se sobre substrato firme, fo-
do projeto e construção de fundações está patente ainda no ram calculadas pela fórmula de Meyerhof, em base aos
trabalho publicado nos anais da ABMS, em 1952 (Costa parâmetros de resistência determinados em laboratório,
Nunes, 1952), onde ele faz uma análise extensiva dos segundo os preceitos acima mencionados. Em todas essas
códigos de fundações existentes. No Congresso Interna- estacas tinham sido executadas provas de carga até ruptu-
cional realizado em 1953, em Zurich, Costa Nunes apre- ra, exceto na última, que era uma estaca Franki de grande
sentou, com a colaboração de quem escreve este trabalho, capacidade de carga. Nessa última, a carga da prova foi
um estudo da capacidade de carga de estacas cravadas ou levada até 310 tf, sem sinal de ruptura. A capacidade de
moldadas em solo residual, em base a resultados de ensaios carga calculada, segundo o método acima mencionado, foi
de laboratório e provas de carga (Costa Nunes e Vargas, de 448 tf. Nas estacas moldadas em terreno poroso, com
1953). Esse trabalho, que ainda hoje é citado na literatura resistência de ponta desprezível, os valores obtidos por
internacional; é um dos primeiros a tentar aplicar o pouco cálculo foram muito próximos dos observados em provas
que já se sabia na época sobre as propriedades geotécnicas de carga. Para as restantes estacas, os valores calculados
dos solos residuais, ao problema das fundações por esta- concordavam bastante com os observados.
cas. Tratava-se de comparar as capacidades de carga cal- Em 1952, foi realizada a "Jornada de Mecânica dos
culadas pela fórmula de Meyerhof com resultados de pro- Solos", organizada sob os auspícios do "Comité Français
vas de carga. . de Mecanique des Sols" sobre o tema: "A Mecânica dos
O solo residual tomado como exemplo foi o forma- Solos e a Capacidade de Carga das Estacas", onde apare-
do por uma camada superdicial de argila ou areia "porosa" ceram grandes progressos feitos no cálculo da capacidade
(não saturada, e de grande volume de proros) sobre um de carga das estacas. Em memória publicada nessajomada
substrato firme de argila dura ou solo de alteração de rocha (A.I.T.B.T.P., 1953) é que aparece o trabalho de Skernp-
(saprolito, como se chama hoje). As propriedades mecâni- ton, Yassin e Gibbson sobre a teoria da capacidade de
cas desses solos residuais tinham sido estudadas com al- carga de estacas em areia e o de Meyerhof sobre "Pesquisas
gum detalhe, pelo segundo autor, em sua tese para concur- sobre a Capacidade de Carga de Estacas". Porém, nenhum
so de Cátedra, na Escola Politécnica de São Paulo. Por esses dos dois veio modificar substancialmente os conhecimen-
estudos concluía-se que a resistência ao cisalhamento da tos adquiridos no Brasil sobre a questão; pelo contrário,
camada "porosa", para o cálculo da capacidade de carga das vários de nossos resultados foram aproveitados pelos au-
estacas (a partir de ensaios consolidados e não drenados - que tores estrangeiros, principalmente para corrigir empirica-

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=.;:::;;::~.\~I!.::res- do coeficientes
de capacidade de carga Nc dinâmica do solo, tinha por finalidade inicial simples:=z:l:
..: DOdo coeficiente Ny para o caso de estacas. julgar da consistência ou compacidade de vária
n 'em mencionar que, nesta mesma Conferência de atravessadas pela sondagem. Entretanto, já se perce
- Co ta unes impressionou-se com um trabalho de um gráfico de índices de resistência à penetração.
~~;on e Chapon sobre a "Relação entre Resistências Está- profundidade poderia ser utilizado para prever o comprir:: -
_ - e Dinâmicas das Estacas" , onde os autores procuraram to das estacas e, quiçá, avaliar sua capacidade de carga. -
restabelecer a confiança nas fórmulas dinâmicas para deter- de forma mais ou menos semelhante ao que fazia a Fr -
..••.
mação da capacidade de carga (especificamente as fórmu- com seu ensaio de "auscultação" .
holandesas). Na discussão a este trabalho, Costa Nunes Com a publicação do livro de Terzaghi e Peck, e:::::
1953) acha que o trabalho tem "o mérito incontestável de 1948 - "Soil Mechanics in Engineering Practice", foi divulga
ressuscitar a esperança que o emprego das fórmulas dinâmi- entre nós um método semelhante de medida da resistência ~
as pudessem ter uma outra finalidade além do controle da penetração: o método SPT. Esse, entretanto, dava números
cravação, num terreno bem conhecido sob o ponto de vista resistência diferentes dos nossos, em vista tanto das dimensões
geotécnico". Ele acredita, ou acreditou naquele momento, do barrilete amostrador como do método de contagem d -
que as fórmulas dinâmicas poderiam abrir a possibilidade de golpes. Foi, então, que Terzaghi e Peck introduziram a idéia de
abordar o problema sob o ponto de vista estatístico. correlacionar diretamente índice de resistência à penetração
A atuação do Prof. Costa Nunes sobre a questão de com pressões admissíveis em fundações diretas. A idéia anterior
provas de carga sobre estacas e fundações sobre estacas do LP.T. era a de utilizar a resistência à penetração para julgar
continua ainda no 4.9. Congresso Internacional, realizado da consistência e compacidade e, depois, correlacionar essas
em Londres, em 1957, onde ele discute vários pontos do com as pressões admissíveis, por meio de códigos de fundações
relatório geral de Rutledge sobre "Estaqueamento e Fun- regionais. Prevaleceu, como é óbvio, o ponto de vista da auto-
cações sobre Estacas" (Costa Nunes, 1957). Parece-me, ridade de Terzaghi e Peck. Desde então, tenta-se correlação do
entretanto, que a partir dessa época, a questão de determi- índices de resistência à penetração não só com a pressão admis-
nação da capacidade de carga de estacas por meio de sível mas, também, com várias outras propriedades do solo.
provas de carga passou a ser considerada como plenamente A prática brasileira de resistência à penetração dinâ-
estabelecida. Surgiram, então, as discussões sobre a utili- mica foi apresentada por Milton Vargas, em seu relatório à
zação dos ensaios de penetração estático e dinâmico com Seção de Técnicas de medidas de Campo e Amostragem, da
essa finalidade. É isso que se depreende do Relatório Geral 4ª Conferência Intemacional de Londres (Vargas, 1957).
sobre "Técnicas de Fundações", apresentado por Costa procurando enfatizar que sua validade é só regional.
Nunes (1958) no 22. Congresso Brasileiro. O ensaio de penetração estática, pelo cone holandês.
foi introduzido no Brasil pela Franki, por volta de 1950.
evidentemente sob a responsabilidade de Costa Nunes. Aliás.
RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO E CAPACIDADE DE no âmbito da Mecânica dos Solos, o ensaio do cone holandê
CARGA E ESTACAS é mais antigo que o de resistência à penetração dinâmica; poi
ele foi divulgado internacionalmente, pelo Laboratório de
Embora o assunto que nos prenda seja o da contribui- Mecânica dos Solos de Delft, já em 1936, no Primeiro
ção do Prof. Costa Nunes para o esclarecimento da utilização Congresso Intemacional (Delft, 1936), enquanto que o SPT
de provas de carga diretas padronizadas na previsão das só o foi em 1948 por Terzaghi e Peck. É de se notar a curio
cargas admissíveis sobre estacas, não nos parece possível particularidade que o ensaio holandês sempre esteve ligad
deixar de mencionar sumariamente um assunto correlato: o às fundações por estacas; enquanto que o SPT, embor
da utilização da resistência à penetração, quer estática, como originado numa companhia de estaqueamento - a Raymond
ensaio de cone holandês, quer dinâmica, representada no 'Piles -, foi sempre mais utilizado para a previsão de pressões
Brasil pelo ensaio de penetração do barrilete amostrador de admissíveis em fundações diretas.
sondagens de reconhecimento dos terrenos de fundações. A questão da resistência à penetração dinâmica e
A companhia Franki já utilizava, há muito tempo, um estática começou a ser discutida em âmbito internacional em
ensaio desse tipo - denominado: "auscultação" -, que consistia 1957, na Seção "Técnicas de Medidas de Campo e Amostra-
na cravação de uma haste no terreno e contagem dos golpes gem", da 4ª Conferência Internacional, realizada em Lon-
de um martelo padrão, necessários para fazer penetrar a haste dres. Ali, o relator geral chamou a atenção sobre o fato da
no solo. enorme quantidade de diferentes tipos e métodos de medida
O I.P.T. tinha introduzido, em 1940, a prática de medir da resistência à penetração e da conveniência de que alguns
o número de golpes necessários para fazer penetrar um bar- poucos, dentre esses, fossem escolhidos e padronizado-o
rilete amostrador de 45 mm de diâmetro, 30 em no solo, logo Disso resultou a organização de um Comitê da I.C.S.M.F.E.
abaixo da ponta do tubo de revestimento de uma sondagem para estudar a questão. Havia um grupo europeu que deveria
de tipo especial, projetada e fabrica da no I.P. T. para reconhe- estudar principalmente os métodos estáticos e um, america-
cimento de solos, para fins de estudos de fundações (Vargas, no, que procuraria padronizar o método da resistência dinã-
1945). Essa observação de índice de resistência à penetração rnica; pois que o SPT, apesar de se chamar" standard" estava

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longe de o ser. Infelizmente, esse Comitê não conseguiu de de carga, os autores expõem um método sistemático de
chegar a bons resultados, em vista dos interesses nacionais cálculo, o qual é justificado pela comparação de seus resul-
em manter seus próprios métodos. tados com a experiência da Franki,
No congresso internacional seguinte, realizado em A crítica que se pode apresentar sobre toda essa se-
Paris, em 1961, a questão foi retomada em duas sessões: a qüência de estudos e pesquisas é que toda correlação entre
primeira sob o título: "Métodos de Médias das Características ensaios e propriedades de materiais depende de dois fatores.
dos Solos in-situ e Colheita de Amostras", e a segunda, sobre O primeiro, é o da padronização dos ensaios. Ora, pelo menos
"Fundações em Estacas". Costa Nunes tomou parte nas dis- no caso da resistência à penetração estática, seu ensaio ainda
cussões de ambas as sessões, tentando correlacionar resistên- não estava padronizado, no período em que tais investigações
cias à penetração dinâmica e estática, entre si e com relação foram feitas. Em muitas das publicações dessa época, foram
às provas de carga. Na sessão sobre estacas, Costa Nunes utilizados resultados de ensaios obtidos com métodos dife-
discutiu a previsão da capacidade de carga a partir do ensaio rentes, sem que aparentemente nem os autores percebessem
de cone holandês (Costa Nunes, 1961 a.). Na sessão sobre isso. O segundo, é que tais correlações são estatísticas e,
medidas "in-situ", ele apresentou uma correlação entre o portanto, trazem consigo variações que, às vezes, tomam as
ensaio de cone holandês e resistência dinâmica SPT. São correlações praticamente inúteis para seu uso em engenharia.
correlações obtidas em sondagens e ensaios holandeses rea- Como a maioria dos autores não se desse ao trabalho de
lizadas pela Tecnosolo S/A (que fora fundada em 1957 por calcular os coeficientes de variabilidade das respectivas cor-
Costa Nunes), para o estudo de fundações dos edifícios de relações, o emprego prático delas tomou-se, pelo menos,
Brasília. Essas correlações mostraram coeficientes de corre- duvidoso. No trabalho de Victor de Mello, apresentado na
lação estatística de 0,97 para areias e 0,80 para argilas areno- Conferência Panamericana de Porto Rico, pôde-se observar
sas. Entretanto, para os solos contendo pedregulho, a disper- a variabilidade, inaceitável para fins práticos, em vários dos
são era inaceitável para fins práticos (Costa Nunes, 1961 b.). gráficos com que ele ilustra seu trabalho.
Durante as décadas de 50 e 60 foram publicados um Em vista disso creio que seria, agora, o momento de
grande número de trabalhos tentando correlações entre as repensar o problema. Padronizar cada detalhe dos ensaios de
resistências à penetração dinâmica e estática e as cargas penetração. Refazer as correlações e determinar suas varia-
admissíveis para fundações diretas e estacas. Uma das pri- bilidades, tendo em mente sempre que elas serão válidas
meiras, mas,já adotando conclusões anteriores, foi o travalho somente para ensaios padronizados e vigentes somente para
de Meyerhof (Meyerhof, 1956). A correlação que se preten- os tipos de solos que ocorrem em cada região. Este aspecto
dia entre densidade das areias e resistência à penetração levou estatístico dos problemas de solos preocupava Costa Nunes,
Costa Nunes a projetar um tanque de água sobre camada pois tratou da natureza estatística dos problemas de fundaçõ-
superficial de areia fofa, compactada pela cravação de estacas es num dos tópicos de uma sua conferência em Recife, em
de areia, cravadas com o equipamento Franki. A compacta- 1977 (Costa Nunes, 1977).
ção da camada de areia foi controlada por ensaios de cone
holandês (Costa Nunes, 1965).
Tenho a impressão que a síntese dessas tentativas de PROVAS DE CARGA
correlação deu-se com a tese do Prof. Victor de Mello, EM ESTACAS INSTRUMENTADAS
apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP
em 1967 (Mello, 1967). Tal tese serviu de base ao relatório A etapa seguinte na linha de pesquisa brasileira sobre
sobre estado dos conhecimentos, apresentado por Victor de capacidade de carga de estacas, da qual Costa Nunes é um
Mello, ao 42 Congresso Panamericano, realizado em POIto dos principais protagonistas, foi a da execução de provas de
Rico, em 1971 (Mello, 1971). É interessante notar que, nesse carga em estacas devidamente instrumentadas, com a finali-
~ mesmo Congresso, o Eng. Ferraz Napoles Neto apresentou dade de investigar os quinhões de carga transmitidos ao
um trabalho que historia a evolução da questão da resistência terreno, ao longo do fuste, e pela ponta da estaca.
à penetração no âmbito da LC.S.M.F.E. (Napoles Neto, Os resultados de provas sobre estacas ou modelos de
1971). É um trabalho que interessa especialmente àqueles estacas instrumentadas já eram publicados desde o início da
que se preocupam com o desenvolvimento da Mecânica dos década de 50; porém, as primeiras provas feitas no Brasil
Solos em nosso país. foram pela Tecnosolo, e seus resultados apresentados por
A culminação de todos os estudos e pesquisas brasi- Costa Nunes e Dringenberg, ao 62 Congresso Panamericano,
leiras, sobre a aplicação das resistências à penetração ao reunido em Lima, em 1979 (Costa Nunes, et aI., 1979). Ao
cálculo da capacidade de carga de estacas, deu-se com a mesmo Congresso foram apresentados resultados de provas
apresentação do trabalho de Nelson Aoki e Dirceu de Alencar de carga sobre estacas instrumentadas, por Dirceu VeIloso,
Velloso, que tinham substituído Costa Nunes na direção Nelson Aoki e José Antonio Salomoni (Velloso et aI., 1979).
técnica da "Estacas Franki", ao 50-Congresso Panamericano A partir de então, uma grande série de trabalhos
realizado em Buenos Aires, em 1975 (Aoki e Velloso, 1975). apresentando resultados de provas de carga sobre estacas
Nesse trabalho, a partir de correlações já estabeleci das entre instrumentadas apareceram na literatura técnica nacional e
a resistência à penetração SPT, de cone holandês e capacida- estrangeira. Simultaneamente com as observações em esta-

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mentadas, desenvolveu-se o cálculo numérico da ção para as dificuldades de passar de medidas de def -
nsferência interativa das cargas de atrito lateral e de ponta es para tensões e apresentam uma análise matemá "
- o. O processo matemático mais bem sucedido foi o baseada em deformações específicas.
ulo numérico exposto, pela primeira vez com sua forma Para manter uma proporcionalidade entre as pre -
~ finitiva, por Vesic, em 1970 (Vesic, 1970). Em 1977, o ticais sobre a seção transversal de estacas, à profunc
or teve a oportunidade de apresentar tal cálculo, numa crescentes, os autores têm que introduzir um "mód
érie de palestras que fez no LNEC, em Lisboa (Vargas, elasticidade da estaca embutida à profundidade z",
9- ). toma a análise pouco elegante, uma vez que a aplica ~
A partir dessa análise matemática e das observações teoria da elasticidade - como foi feito no artigo - exig
em estacas instrumentadas, o autor tentou propor, em discus- consideração de um "módulo de elasticidade" constan;
são oral ao 102 Congresso Internacional reunido em Esto- independente das pressões de confinamento. Como resu
colmo, em 1981 (Vargas, 1981), uma maneira de utilizar os disso, os autores propõem a adoção de um "módul
resultados de provas de carga no sentido de, não somente elasticidade" médio da estaca embutida no solo. Evid
determinar a carga admissível, separando as resistências mente, esse "módulo" é aparente e diferente do "mód -
laterais e as de ponta, como também avaliar os valores dos elasticidade" real do material da estaca. Na realidade =
"módulos de deformabilidade" necessários para prever o deformação e não o módulo de elasticidade que varia c _
recaI que das fundações sobre estaca. A principal dificuldade confinamento. Este "módulo aparente" variará, po
do método está em como determinar o "recalque elástico" da com as pressões axiais aplicadas além de ser diferente
estaca, sob a carga de trabalho. Em discussão à palestra, módulo real da estaca. Este artifício corrige, entretanto,
realizada no Instituto de Engenharia, em 1980, e publicada deficiência do cálculo de distribuição de tensões do tra
posteriormente (Vargas, 1981 e 1983), chegou-se a concluir anteriormente citado, onde não foi considerado o efeito
que a melhor maneira de determinar o recaI que elástico, seria confinamento sobre as deformações dos vários segment -
a seguinte: carregar a estaca de prova, em intervalos de carga estaca.
sucessivos de não mais de 20% da carga de trabalho. Descar- Além da aplicação desse método de interpretac;
regar, da mesma forma, a estaca e ler o recaI que permanente num exemplo do trabalho em questão, Costa Nunes e
pr, sob carga zero. Calcular o recalque elástico da estaca boradores apresentaram a IIª Conferência Internaci
como se fosse uma coluna, não sujeita a flambagem, pe'. reunida em São Francisco, em 1985, uma análise da tr -
rência de carga observada em duas provas de carga
Determinar um aparente recalque elástico ps", como tangen-
estacas curtas moldadas no terreno (Costa Nunes et al., I
te à curva de descompressão da prova de carga. O recaI que
Essas provas podem servir como modelos para o
pe procurado não poderá ser, por razões óbvias, maior que de estacas de grande diâmetro e grande capacidade de car;
pe' e nem menor quep;". Um valor próximo do real seria moldadas no solo pelo mesmo processo como são, por exez
aquele obtido como média entre pe' e pe" . plo, as assim chamadas estacas barretes. Ambas tinham
Com isso seria possível separar a carga transmitida ao em, com respectivamente 8 e 14 m de comprimento. 0_
solo ao longo do fuste e pela ponta da estaca. Com esses era constituído por uma camada de aterro silto-arenoso,
valores seria possível estimar os "módulos de deformabilida- cerca de 4,5 m de espessura, sobre um substrato de folh
de do solo ao longo do fuste e na zona afetada pela ponta da a princípio alterado e depois maciço. Em ambas as es
estaca. O que nos permitiria a estimativa dos recalques da observou-se a predominância do atrito lateral sobre a r
fundação. tência de ponta.
Costa Nunes e o seu colaborador M. Fernandes apre- Convém aqui comentar que essas provas de car;
sentaram ao 7º- Congresso Brasileiro, reunido em Olinda, em foram realizadas provendo-se a carga de reação por mei
1982, uma interpretação dos resultados de prova de carga, em tirantes ancorados no solo em tomo da estaca. Esse pro
estacas instrumentadas, diversas da anteriormente menciona- para providenciar cargas de reação às provas de carga
da (Costa Nunes et al., 1982). Eles não procuram tirar con- grande capacidade de carga foi idealizado por Costa Nua
clusões das provas de carga instrumentadas no sentido de com a finalidade de realizar provas sobre as estacas-tubu ~
interpretar provas comuns; mas, concluem pela necessidade da Ponte Rio-Niterói, cujas cargas de trabalho variavam
de instrumentar as estacas em prova de carga, a fim de 650 a 1000 t.
oncluir sobre transferência de carga ao solo e sobre a quali- Pois Costa Nunes realizou uma prova sobre tais -
es rutural da própria estaca. cas, indo até 1750 t, com esse processo de ancoragem,
cipal diferença desse trabalho em relação ao ante- forme descrito em seu trabalho, apresentado ao 9º Con
irado está na análise matemática do problema, Internacional realizado em Tóquio, em 1977 (Costa Nunes
ormações, em vez de cargas transmitidas. Isto al., 1977). Um tal processo de ancoragem para provas de carg,
>';';;:~ll.ra:s com banas medidoras ("tell-tales") o sobre estacas de alta capacidade de carga foi analisado pel
S:'~S::':~ alques e não tensões. E isso, também, métodos dos elementos finitos, por Alencar Velloso e Car-
e medidas feitas com extensômetros lho Santos, num seu trabalho apresentado ao 82 Con
- . O autores chamam, assim, a aten- Brasileiro, realizado em Poro Alegre, em 1986 (Velloso et

- .1993
1986). Eles concluíram da necessidade de, nesse tipo de COSTA NUNES, A.J., PORTO, M.J.C. Fondations de resevoir en
sol compacté par le fonçage de pieux de sable. In: ICSMFE, 6, v. 2,
provas: corrigirem-se os recalques observados, devido ao 1965, Montreal.
efeito de tração de tirantes. Essa análise não invalida de forma COSTA NUNES, A.J. Panorama e prespectiva da prospeçção do
alguma o método; pelo contrário, torna-o isento de críticas. sub-solo. In: 12 Simpósio da ABMS, Núcleo do Nordeste, 1977,
Recife.
COSTA NUNES, A.J., ARAUJO COSTA, R.J., RAUSA, E.P. High
capacity load test on large diameter piles. In: ICSMFE, 9, 1977,
CONCLUSÕES
Tókio.
COSTA NUNES, AJ., NOVAES, J.L.M., BARBOSA DA SILVA, S.R.
o propósito da presente apreciação histórica sobre a Instrumented load test in driven precast-concret piles. In: PANCS-
teoria, a prática e os métodos de execução de provas de carga MFE, 6,1979, Lima.
sobre estacas, não tem nem finalidade didática nem almeja COSTA NUNES, AJ., FERNANDES, C.E. de M. Aspectos relativos
contribuir, esclarecer ou complementar a tecnologia básica à interpretação dos resultados de provas de carga em estacas
instrumentadas. In: COBRAMSEF, 7, 1982, Olinda/Recife.
desses ensaios. Seu propósito é o de documentar o quanto a
COSTA NUNES, A.J., GOLOMBEK, S., OKAY, M., PINHO, J.C.T.,
engenharia brasileira deve ao Prof. Costa Nunes por sua BICHARA, M. Load test and load transfer on short bases piles. In:
dedicação, quase que durante meio século, no aperfeiçoa- ICSMFE, 11, 1985, São Francisco.
mento desse ensaio, procurando tomá-Ia cada vez mais útil DELFT, Lab. Soil mech., The predetermination ofthe required length
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"Provas de Cargas em Estacas - Uma Apreciação ~M~. •

Histórica" I.P.T., INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTA-


DO DE SÃO PAULO. Estacas Franki das fundações da nova
Milton Vargas, Dr. Eng.
estação da E.F. Noroeste do Brasil, em Bauru. Certificado oficial n.
Prot. Emérito EPUSP 6885, São Paulo, fevereiro, 1936.
Diretor Themag Engenharia LTOA - São Paulo I.P.T., INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTA-
DO DE SÃO PAULO. Prova de carga sobre duas estacas Franki
Publicado originalmente na: das fundações do futuro edificio do Instituto de Resseguros do
Solos e Rochas - Revista Brasileira de Geotecnia Brasil. Certificado oficial n. 30548, São Paulo, 6 de maio, 1942.

Edição Especial - 1990 "Volume Costa Nunes" INSTITUT TECHNIQUE DU BATIMENT ET DES TRAVAUX PU-
BLlCS. La Mecanique des Sols et Ia Force Portant des Pieux.
Vol. 13, nº- único, p. 3-12, 1990 Suplement aux A.I.T.B.T.P., - Mars-Avril, 1953.
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Maio - 1993 Revista da DIRENG 39

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