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Apresentação
A infraestrutura portuária é definida em função dos tipos de navios com os quais se espera
operar. Nesta aula, iniciaremos os conceitos básicos relacionados à geometria dos navios e
conceituações jurídicas sobre o navio como propriedade.
Os navios necessitam de pessoal qualificado a bordo para operá-los, desse modo, abordaremos
a qualificação, o regime de trabalho, as respectivas responsabilidades e as funções
desempenhadas pelos oficiais e demais tripulantes dos navios mercantes que operam no
transporte marítimo internacional. Entre os oficiais, destaca-se a figura do Comandante ou
Capitão do navio que, na qualidade de preposto do armador, detém também atribuições e
prerrogativas do Direito Público.
Objetivos
Identificar os principais termos técnicos sobre a geometria do navio, bem como os
principais termos comerciais utilizados no transporte marítimo internacional;
Reconhecer as características e finalidades dos principais tipos de navios utilizados no
transporte marítimo internacional;
Examinar o regime de trabalho, as funções e as responsabilidades do Capitão do navio e
demais oficiais e tripulantes.
Geometria do navio
Leitura
Diz-se que um navio está em águas parelhas quando os calados de proa, meio navio e
popa são iguais.
Diz-se que um navio está derrabado quando o calado de proa é menor que o calado de
popa.
Diz-se que um navio está abicado/embicado quando o calado de proa é maior que o
calado de popa.
Navegabilidade do navio
O navio deve ser estanque (impermeável) à água, ou seja,
possuir dispositivos que evitem a penetração de água no seu
Estanqueidade
interior, mesmo que haja embarque de grandes quantidades
de água, que deve escoar rapidamente para o mar.
Propriedade pela qual o navio permanece flutuando, mesmo
que se esteja imerso até a linha de carga máxima, mas com
Flutuabilidade volume emerso suficiente para navegar com segurança
(reserva de flutuabilidade) em situações adversas de mar e
vento.
A flutuação do navio deve ter equilíbrio, isto é, o navio deve
gerar uma força que o faça a voltar à posição de equilíbrio
Estabilidade
sempre que as forças externas de ondas e vento o afastarem
do prumo.
Equilíbrio (sentido Facilita que o navio esteja sempre em sua melhor condição
longitudinal) de navegabilidade.
Tensão estrutural Evita partir o navio longitudinalmente.
Escoramento
Evita que o navio aderne sobre o cais.
(sentido lateral)
Também conhecido como Marcas de seguro ou Linhas de
carga, é um disco em alto relevo, com faixas e as letras
Disco de Plimsoll pintados em branco ou amarelo sobre fundo escuro, ou em
preto sobre fundo claro, de forma permanente e de modo
visível no costado.
As linhas de carga são definidas em consonância com a
Convenção Internacional de Linhas de Carga firmada de 1966
Linhas de carga
pelos países signatários, ou pelas Sociedades
Classificadoras que emitem os respectivos Certificados.
É a distância medida verticalmente da superfície da água ao
Borda livre convés principal. A borda livre é a medida da reserva de
flutuabilidade do navio.
Deslocamento (Displacement)
Peso da água que o navio desloca. Varia de um deslocamento leve, que é o peso
do navio vazio, a um deslocamento bruto, que corresponde ao máximo permitido.
Obtém-se o deslocamento no plano do navio denominado curvas hidrostáticas ou
no plano de capacidade, em função da leitura do calado.
Deslocamento bruto
Deslocamento leve
Porte bruto
Porte líquido
Parte do porte bruto que o navio pode transportar de carga, também chamado
Deadweigth (DWT), utilizável comercialmente. É a capacidade efetiva de carga que
o navio pode transportar.
Arqueação
Classe
Art. 478 — “Ainda que as embarcações sejam reputadas bens móveis, contudo,
nas vendas judiciais, se guardarão as regras que as leis prescrevem para as
arrematações dos bens de raiz...”
O Código Civil Brasileiro também classifica o navio como um bem móvel, porém sujeito
ao regime dos bens imóveis. Assim, a prova de sua propriedade só se faz com um
documento transcrito no Registro Marítimo. Além disso, o navio é suscetível de ser
hipotecado.
Uma das principais características jurídicas do navio é a sua individualização pelo nome
que recebe de seu proprietário, gravado na popa e na proa de ambos os lados. Esse
nome é registrado na Capitania dos Portos ou no Tribunal Marítimo, dependendo da sua
capacidade de carga.
Leitura
Leia os Tipos de Navios Cargueiros
<galeria/aula4/docs/tipos_navios_cargueiros.pdf> .
Navio frigorífico.
Navio frigorí co
Semelhantes aos navios cargueiros convencionais, são equipados com sistemas de
refrigeração e câmaras frigoríficas, possibilitando o carregamento e transporte
simultâneo de produtos com diferentes temperaturas. Possuem formas mais afiladas e
capacidade de carga bem menor do que os cargueiros convencionais.
As Bays são numeradas da proa para a popa, em numeração ímpar e ocupam a largura
total do navio, desde Bombordo (lado esquerdo) a Boreste (lado direito). São divididos
em Rows (colunas), formadas por células-guias e compostos por várias Tiers
(camadas), que indicam a altura dos contêineres embarcados.
Esse tipo de navio é desenhado como se fosse um edifício garagem, com rampas
internas, por onde circulam os veículos durante as operações de carga e descarga.
Na parte interna ao final da rampa de acesso ao navio situada na Popa, comumente fica
situada uma área livre com grande altura denominada Catedral, que se destina ao
transporte de grandes volumes unitários (barcos, helicópteros, caldeiras, grandes
grupos geradores, etc.).
Navio Heavy Lift semissubmerso.
O navio Heavy Lift enche os seus tanques de lastro até atingir a profundidade necessária
para o carregamento. Em seguida, com auxílio de rebocadores, a carga a ser
transportada é colocada sobre o convés do navio, neste momento submerso. O navio
Heavy Lift esvazia os tanques de lastro e a unidade de carga extra-pesada é amarrada à
sua estrutura.
Navio Sea-Bea
É uma variação do Lash, considerado mais moderna, uma vez que, além de receber
as barcaças, pode ser convertido em graneleiro ou porta-contêiner.
Navios Graneleiros
Navios Graneleiros
Navios projetados para o transporte de carga sólida a granel. Os seus porões
apresentam formas abauladas e sem divisões verticais (conveses). Têm menores
velocidade e consumo de combustível. De acordo com a capacidade de carga:
Leitura
Leitura
O cial de Radiocomunicações
Graduado em Radiocomunicações. A bordo dos navios é o responsável por todos os
serviços de radiocomunicações do navio, em condições de operação normal ou em
emergências, inclusive nas situações de salvatagem e abandono do navio.
O cial de Máquinas
Subo ciais
Seção de
Condutor: Exerce funções de Mecânico, sob as orientações dos
Máquinas
Oficiais de Máquinas. Pode ser Subalterno (da Marinha do Brasil
ou da Marinha Mercante) que comprovou experiência, participou
de cursos específicos de formação profissional, ou concursado
com formação técnica.
Subalternos
Seção de Convés Seção de Máquinas Seção de Saúde Seção de Câmara
Moço de Convés Moço de Máquinas Enfermeiro Cozinheiro
Marinheiro de Convés Marinheiro de Máquinas Auxiliar de Saúde Taifeiro
Comandante
a) Pontal.
b) Borda Livre.
c) Calado.
d) Portaló.
e) Boca.
2. Parte do Porte Bruto que o navio pode transportar de carga ou capacidade
efetiva de carga que o navio pode transportar comercialmente:
a) Tonnage.
b) Estanqueidade.
c) Deadweigth.
d) Deslocamento Leve.
e) Arqueação.
a) Flutuabilidade.
b) Trim.
c) Equilíbrio.
d) Estabilidade.
e) Escoramento.
4. Navio cujas dimensões máximas possibilitam sua passagem pelo Canal do
Panamá:
a) Handy Size.
b) Cape Size.
c) Aframax.
d) Panamax.
e) Suezmax.
a) Contramestre.
b) Mestre.
c) 1. Oficial.
d) Imediato.
e) Comandante.
Notas
TEU 1
Armador 2
A armação (ou armamento) corresponde à expressão armar um navio, provê-lo do necessário
para sua utilização; e quem o faz é o armador.
Referências
FONSECA, Maurílio M. Arte naval. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 7. ed.
Vol I e II, 2005.
PEREIRA, Newton Narciso. Transporte marítimo e internacional. Rio de Janeiro: SESES, 2015. 152
p.
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