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Solução em Espaço de Estado

1. Solução para Sistemas Lineares Variantes no Tempo (LVT)


2. Matriz Fundamental
3. Matriz de Transição de Estados
4. Solução de Sistemas LVT
5. Sistemas Discretos LVT
6. Equações Equivalentes para Sistemas LVT
7. Equações de Estados Periódicas
8. Realizações de Sistemas LVT

pag.1 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Solução de Equações Lineares Variante no Tempo

Para o sistema linear e variante no tempo:



 ẋ(t) = A(t)x(t) + B(t)u(t) , x(t ) = x
0 0
 y(t) = C(t)x(t) + D(t)u(t)

An×n (·), Bn×p (·), Cq×n (·), Dq×p (·) : funções contı́nuas do tempo

B Por hipótese, a solução é única para x0 e u[t0 ,∞) dados (condição suficiente
é A(t) ser função contı́nua do tempo)

B Soluções da Equação Homogênea: ẋ(t) = A(t)x(t)

Teorema O conjunto de todas as soluções de ẋ(t) = A(t)x(t) forma um


espaço linear n-dimensional

pag.2 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Solução de Equações Lineares Variante no Tempo

I Sejam χ1 e χ2 soluções quaisquer de ẋ(t) = A(t)x(t). Neste caso, para


α1 , α2 ∈ R
d³ ´ d d
α1 χ1 + α2 χ2 = α1 χ1 + α2 χ2
dt dt dt

= α1 A(t)χ1 + α2 A(t)χ2

= A(t) (α1 χ1 + α2 χ2 )

(α1 χ1 + α2 χ2 ) ∈ Ξ

Ξ : conjunto de todas as soluções de ẋ(t) = A(t)x(t)

pag.3 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz Fundamental

à Considere o sistema homogêneo ẋ(t) = A(t)x(t) de dimensão n


# Para cada condição inicial xi (t0 ), existe uma solução única χi (t), para
i = 1, 2, . . . , n. Essas soluções podem ser arranjadas em uma matriz quadrada
de ordem n: h i
χ= χ1 χ2 ··· χn

χ̇(t) = A(t)χ(t)

Se χ(t0 ) é não singular, ie, as n condições iniciais são linearmente


independentes, χ(t) é chamada Matriz Fundamental de ẋ(t) = A(t)x(t)
I Como as condições iniciais são arbitrárias, a matriz fundamental não é única...
I Uma matriz fundamental χ(t) é não singular para todo t

pag.4 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz Fundamental
 
0 0
Exemplo Considere ẋ =  x
t 0
obtém-se:
ẋ1 (t) = 0 → x1 (t) = x1 (t0 )
e Z Z
t t
ẋ2 (t) = tx1 (t) → x2 (τ )dτ = τ x1 (t0 )dτ
t0 t0


1 2 1
x2 (t) − x2 (t0 ) = t x1 (t0 ) − t20 x1 (t0 )
2 2
ou
1 2 1
x2 (t) = t x1 (t0 ) − t0 2 x1 (t0 ) + x2 (t0 )
2 2

pag.5 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz Fundamental

Se t0 = 0, e para condições inicias dadas x1 (0) = 1, x2 (0) = 0 então


 
1
χ1 =  
1 2
2
t

Se t0 = 0, e para condições inicias dadas x1 (0) = 1, x2 (0) = 2 então


 
1
χ2 =  
1 2
2
t +2

 
h i 1 1
χ= χ1 χ2 =  : Matriz Fundamental
1 2 1 2
2
t 2
t +2

pag.6 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz Fundamental

Ou, se t0 = 0, x1 (0) = 0, x2 (0) = 1 então


 
0
χ1 =  
1

Se t0 = 0, x1 (0) = 2, x2 (0) = 0 então


 
2
χ2 =  
t2

 
h i 0 2
χ= χ1 χ2 =  : Matriz Fundamental
2
1 t

pag.7 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz de Transição de Estados

Definição Seja χ qualquer matriz fundamental de ẋ = A(t)x. Diz-se então


que
Φ(t, t0 ) , χ(t)χ−1 (t0 )

é a matriz de transição de estados de ẋ = A(t)x

A matriz de transição de estados Φ(t, t0 ) também é a solução única de



Φ(t, t0 ) = A(t)Φ(t, t0 )
∂t

com a condição inicial Φ(t0 , t0 ) = I

pag.8 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz de Transição de Estados

Propriedades
Φ(t, t) = I
−1
£ −1
¤−1
Φ (t, t0 ) = χ(t)χ (t0 ) = χ(t0 )χ−1 (t) = Φ(t0 , t)
Φ(t2 , t0 ) = Φ(t2 , t1 )Φ(t1 , t0 )

Exemplo
  −1
0 2 0 2
Φ(t, t0 ) =   
1 t2 1 t20
    
0 2 − 12 t20 1 1 0
=   = 
1 1 2
1 t2 2
0 2
(t − t20 ) 1

pag.9 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz de Transição de Estados

Propriedade A matriz de transição de estados Φ(t, t0 ) é unicamente


determinada por A(t) e independe da matriz fundamental χ escolhida
B Eg, considere χ1 , χ2 duas matrizes fundamentais diferentes de ẋ = A(t)x

∃P : χ2 = χ1 P , P não singular

a i-ésima coluna de P = a representação da i-ésima coluna de χ2 na base χ1

Então

Φ(t, t0 ) = χ2 (t)χ−1
2 (t 0 ) = χ 1 (t)P P −1 −1
χ 1 (t 0 ) = χ 1 (t)χ −1
1 (t0 )

=⇒ Φ(t, t0 ) é única

B Difı́cil de se obter genericamente

pag.10 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Matriz de Transição de Estados

B Se A(t) é triangular

2 3 2 32 3
ẋ1 (t) a11 (t) 0 x1 (t)
4 5=4 54 5
ẋ2 (t) a21 (t) a22 (t) x2 (t)

pode-se resolver a primeira equação em x1 (t) e substituir na segunda, ie

ẋ1 (t) = a11 (t)x1 (t), e


ẋ2 (t) = a21 (t)x1 (t) + a22 (t)x2 (t)

que foi feito no exemplo da pg. 5 desta aula...

pag.11 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Solução de Sistemas LVT

B Se A(t) diagonal ou A(t) = A, constante, então a solução de


Φ(t, t0 ) = A(t)Φ(t, t0 )
∂t
é:

∞ µZ t ¶k
1
“R ”
t
A(τ )dτ
X
Φ(t, t0 ) = e t0
= A(τ )dτ
k=0
k! t0

Para A(t) = A, constante:

Φ(t, t0 ) = eA(t−t0 ) = Φ(t − t0 ) e χ(t) = eAt

pag.12 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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Solução de Sistemas LVT

B Solução para equação de estado

ẋ = A(t)x + B(t)u , x(t0 ) = x0

é da forma
Z t
x(t) = Φ(t, t0 )x0 + Φ(t, τ )B(τ )u(τ )dτ
t0
Z t
= Φ(t, t0 )x0 + Φ(t, t0 )Φ(t0 , τ )B(τ )u(τ )dτ
t0
· Z t ¸
= Φ(t, t0 ) x0 + Φ(t0 , τ )B(τ )u(τ )dτ
t0

sendo Φ(t, τ ) a matriz de transição de estado de ẋ = A(t)x

pag.13 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Solução de Sistemas LVT

B A solução x(t) satisfaz a condição inicial em t = t0 ?


Z t0
x(t0 ) = Φ(t0 , t0 )x0 + Φ(t0 , τ )B(τ )u(τ )dτ = Ix0 + 0 = x0 X
t0

B Por outro lado, a solução x(t) satisfaz ẋ = A(t)x + B(t)u? Derivando,


Z t
d ∂ ∂
x(t) = Φ(t, t0 ) x0 + Φ(t, t) B(t)u(t) + Φ(t, τ ) B(τ )u(τ )dτ
dt |∂t {z }
| {z } t0 |∂t {z }
A(t)Φ(t,t0 ) I A(t)Φ(t,τ )
· Z t ¸
= A(t) Φ(t, t0 )x0 + Φ(t, τ )B(τ )u(τ )dτ + B(t)u(t)
t0
= A(t)x(t) + B(t)u(t) X

pag.14 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Solução de Sistemas LVT

B Ainda considerando a solução


Z t
x(t) = Φ(t, t0 )x0 + Φ(t, τ )B(τ )u(τ )dτ
t0

Se a entrada é nula, u ≡ 0, então

x(t) = Φ(t, t0 )x0

Se a condição inicial é nula, x0 = 0, então


Z t
x(t) = Φ(t, τ )B(τ )u(τ )dτ
t0

Ie, combinação:

x(t) = Resposta à Entrada Nula + Resposta ao Estado Nulo

pag.15 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Solução de Sistemas LVT

B Saı́da do sistema
Z t
y(t) = C(t)Φ(t, t0 )x0 + C(t) Φ(t, τ ) B(τ )u(τ )dτ + D(t)u(t)
t0 | {z }
Φ(t,t0 )Φ(t0 ,τ )

· Z t ¸
= C(t)Φ(t, t0 ) x0 + Φ(t0 , τ )B(τ )u(τ )dτ + D(t)u(t)
t0

Se x0 = 0, a resposta ao estado nulo pode ser descrita como:


Z t
y(t) = [C(t)Φ(t, τ )B(τ ) + Dδ(t − τ )] u(τ )dτ
t0
Z t
, G(t, τ )u(τ )dτ
t0

sendo G(t, τ ) a matriz de resposta ao impulso aplicado no instante τ

pag.16 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Sistemas Discretos Variantes no Tempo

Considere o sistema discreto variante no tempo:



 x(k + 1) = A(k)x(k) + B(k)u(k)
 y(k) = C(k)x(k) + E(k)u(k)

I Solução obtida recursivamente para x(k0 ) = x0 e u(k), k ≥ k0 , dados

I A matriz de transição de estados discreta é a solução de

Φ(k + 1, k0 ) = A(k)Φ(k, k0 ) ; Φ(k0 , k0 ) = I

para k = k0 , k0 + 1, . . .. A solução pode ser obtida diretamente para k > k0

Φ(k, k0 ) = A(k − 1)A(k − 2) · · · A(k0 ) ; Φ(k0 , k0 ) = I

pag.17 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Sistemas Discretos Variantes no Tempo

I No caso contı́nuo, a matriz de transição de estados é não singular ∀t e


governa a propagação do estado no sentido direto e no sentido reverso do tempo.
No caso discreto, A pode ser singular e Φ(k, k0 ) pode não ser definida.
Φ(k, k0 ) é definida apenas para k ≥ k0 e governa a propagação do estado no
sentido direto. Portanto

Φ(k, k0 ) = Φ(k, k1 )Φ(k1 , k0 )

vale apenas para k ≥ k1 ≥ k0 . A solução do sistema para k > k0 é dada por


k−1
X
x(k) = Φ(k, k0 )x0 + Φ(k, m + 1)B(m)u(m)
m=k0

k−1
X
y(k) = C(k)Φ(k, k0 )x0 +C(k) Φ(k, m+1)B(m)u(m)+D(k)u(k)
m=k0

pag.18 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações Equivalentes no caso Variante no Tempo

Para 
 ẋ(t) = A(t)x(t) + B(t)u(t)
 y(t) = C(t)x(t) + D(t)u(t)

Considere uma P (t) n × n e assuma que P (t) é não singular e que P (t) e Ṗ (t)
possuem elementos contı́nuos para todo t. Definindo x̄ = P (t)x, o sistema

˙
 x̄(t) = Ā(t)x̄(t) + B̄(t)u(t)
 y(t) = C̄(t)x̄(t) + D̄(t)u(t)

com h i
Ā(t) = P (t)A(t) + Ṗ (t) P −1 (t)

B̄(t) = P (t)B(t) ; C̄(t) = C(t)P −1 (t) ; D̄(t) = D(t)

é um sistema equivalente ao sistema anterior

pag.19 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações Equivalentes no caso Variante no Tempo

I Seja χ(t) uma matriz fundamental do sistema original. Então,


χ̄(t) , P (t)χ(t) é uma matriz fundamental do sistema equivalente

Por definição, χ̇(t) = A(t)χ(t) e χ(t) é não singular ∀t. Como o posto de uma
matriz não se altera ao ser multiplicada por uma matriz não singular P (t),
P (t)χ(t) também é não singular ∀t. Derivando
d
[ P (t)χ(t) ] = Ṗ (t)χ(t) + P (t)χ̇(t)
dt | {z }
χ̄(t)

= Ṗ (t)χ(t) + P (t)A(t)χ(t)
h i£ ¤
−1
= Ṗ (t) + P (t)A(t) P (t)P (t) χ(t)
= Ā(t)[ P (t)χ(t) ]
| {z }
χ̄(t)

pag.20 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações Equivalentes no caso Variante no Tempo

Teorema Seja A0 uma matriz arbitrária constante. Então existe uma


transformação de equivalência P (t) que transforma o sistema original em um
sistema equivalente com Ā(t) = A0

Demonstração Seja χ(t) uma matriz fundamental do sistema original. Note


que derivando χ−1 (t)χ(t) = I obtém-se:

χ̇−1 (t)χ(t) + χ−1 (t)χ̇(t) = 0

ou

χ̇−1 (t) = −χ−1 (t)A(t)χ(t)χ−1 (t) = −χ−1 (t)A(t)

pag.21 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações Equivalentes no caso Variante no Tempo

Como Ā(t) = A0 , χ̄(t) = eA0 t é uma matriz fundamental de x̄˙ = Ā(t)x̄


= A0 x̄. Como χ̄(t) = P (t)χ(t), P (t) pode ser obtido da forma

P (t) = χ̄(t)χ−1 (t) = eA0 t χ−1 (t)

Veja que Ā(t) pode ser obtido da transformação de equivalência:


h i
Ā(t) = P (t)A(t) + Ṗ (t) P −1 (t)
h i
A0 t −1 A0 t −1 A0 t
= e χ (t)A(t) + A0 e χ (t) + e χ̇ (t) χ(t)e−A0 t
−1
| {z }
−χ−1 (t)A(t)

= A0 eA0 t χ−1 (t)χ(t)e−A0 t


= A0 X

pag.22 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações Equivalentes no caso Variante no Tempo

B Se A0 = 0, então P (t) = χ−1 (t) e as matrizes do sistema equivalente são


dadas por

Ā(t) = 0 ; B̄(t) = χ−1 (t)B(t) ; C̄(t) = C(t)χ(t) ; D̄(t) = D(t)

B Pode-se transformar qualquer sistema linear variante no tempo, conhecendo-se


a matriz fundamental

pag.23 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Matriz Resposta ao Impulso

G(t, τ ) = C(t)Φ(t, τ )B(τ ) + D(t)δ(t − τ )


= C(t)χ(t)χ−1 (τ )B(τ ) + D(t)δ(t − τ )

Para o sistema equivalente


Ḡ(t, τ ) = C̄(t)χ̄(t)χ̄−1 (τ )B̄(τ ) + D̄(t)δ(t − τ )
= C(t)P −1 P (t)χ(t)χ−1 (τ )P −1 (τ )P (τ )B(τ ) + D(t)δ(t − τ )
= C(t)χ(t)χ−1 (τ )B(τ ) + D(t)δ(t − τ )
= G(t, τ )

I A matriz resposta ao impulso é preservada em uma transformação de


equivalência
I O mesmo não acontece com a matriz A(t) (eg, Ā(t) = 0)
I No caso invariante no tempo, as transformações de equivalência preservam
todas as propriedades da equação original
pag.24 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11
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°
Equações Equivalentes no caso Variante no Tempo

Definição – Transformação de Lyapunov Uma matriz P (t) é denominada


transformação de Lyapunov se P (t) é não singular, P (t) e Ṗ (t) são contı́nuas e
P (t) e P −1 (t) são limitadas para todo t (obtém-se com esta transformação um
sistema Lyapunov equivalente)

I Caso particular de transformação de Lyapunov: P (t) = P (sistemas


invariantes no tempo é um caso particular de transformação de Lyapunov)

I Em geral, se P (t) é um tranformação de Lyapunov, o teorema anterior


(transformação de equivalência com Ā(t) = A0 ) pode não valer. Uma exceção
ocorre quando A(t) é periódica

pag.25 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações de Estado Periódicas

I A(t) é periódica com perı́odo T se

A(t + T ) = A(t), ∀ t, T > 0 e constante

Se χ(t) é uma matriz fundamental de ẋ = A(t)x, ou seja, χ̇(t) = A(t)χ(t) com


χ(0) não singular, tem-se

χ̇(t + T ) = A(t + T )χ(t + T ) = A(t)χ(t + T )

e portanto χ(t + T ) também é uma matriz fundamental

B Veja que χ(t + T ) pode ser escrita da forma χ(t + T ) = χ(t)χ −1 (0)χ(T ), pois

χ̇(t + T ) = A(t)χ(t + T )
χ̇(t)χ −1 (0)χ(T ) = A(t)χ(t)χ −1 (0)χ(T )
χ̇(t) = A(t)χ(t)

pag.26 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações de Estado Periódicas
B Defina Q , χ−1 (0)χ(T ), uma matriz constante e não singular. Existe uma matriz
constante Ā tal que eĀT = Q (Chen, Ex. 3.24, pg. 82), tal que χ(t + T ) = χ(t)e ĀT
B Defina P (t) , eĀt χ−1 (t). Note que P (t) é periódica com perı́odo T , pois:

P (t + T ) = eĀ(t+T ) χ−1 (t + T )
h i
Āt ĀT − ĀT −1
= e e e χ (t)

= eĀt χ−1 (t)


= P (t)

Teorema Seja χ(t) uma matriz fundamental do sistema periódico com perı́odo
T > 0 dado por ẋ = A(t)x e Ā uma matriz constante computada a partir de
eĀT = χ−1 (0)χ(T ). Com P (t) = e Āt χ−1 (t), obtém-se o sistema Lyapunov
equivalente:
˙
x̄(t) = Āx̄(t) + P (t)B(t)u(t)
y(t) = C(t)P −1 (t)x̄(t) + D(t)u(t)

pag.27 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Equações de Estado Periódicas

Teoria de Floquet – Solução homogênea do Teorema anteior:

Se ẋ = A(t)x e A(t + T ) = A(t) para todo t, então uma matriz fundamental


é dada por P −1 (t)eĀt , sendo P −1 (t) uma função periódica. Além disso, o
sistema x̄˙ = Āx̄ é Lyapunov equivalente ao sistema ẋ = A(t)x

pag.28 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Realizações de Sistemas Variantes no Tempo

B Todo sistema LVT pode ser descrito da forma entrada/saı́da


Z t
y(t) = G(t, τ )u(τ )dτ
t0

B Equação de Estado (se os parâmetros são concentrados)



 ẋ(t) = A(t)x(t) + B(t)u(t) , x(t ) = x
0 0
 y(t) = C(t)x(t) + D(t)u(t)

Conhecendo-se {A(t), B(t), C(t), D(t)}, a matriz resposta ao impulso pode


ser computada a partir de

G(t, τ ) = C(t)χ(t)χ−1 (τ )B(τ ) + D(t)δ(t − τ )

sendo χ(t) a matriz fundamental de ẋ = A(t)x

pag.29 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Realizações de Sistemas Variantes no Tempo

B Uma matriz de resposta ao impulso G(t, τ ) é realizável se existir


{A(t), B(t), C(t), D(t)} satisfazendo a expressão anterior

Teorema Uma matriz de resposta ao impulso é realizável por uma equação


dinâmica linear de dimensão finita se e somente se G(t, τ ) (de dimensão q × p)
puder ser decomposta em

G(t, τ ) = M (t)N (τ ) + D(t)δ(t − τ ) , ∀ t ≥ τ

Mq×n ; Nn×p contı́nuas em t

pag.30 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Demonstração

(−→) (necessidade) Se {A, B, C, D} é uma realização de G(t, τ )

G(t, τ ) = C(t)Φ(t, τ )B(τ ) + D(t)δ(t − τ )


= C(t)χ(t)χ−1 (τ )B(τ ) + D(t)δ(t − τ )
= M (t)N (τ ) + D(t)δ(t − τ )

(←−) (suficiência) Se G(t, τ ) = M (t)I × I−1 N (τ ) + D(t)δ(t − τ ), então


uma realização de G(t, τ ) é dada por

 ẋ(t) = N (t)u(t)
 y(t) = M (t)x(t) + D(t)u(t)

Note que χ(t) = I é uma matriz fundamental de ẋ = 0x

pag.31 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Realizações de Sistemas Variantes no Tempo
B Extensão para sistemas LIT?
Exemplo Considere g(t) = teλt , ou g(t, τ ) = g(t − τ ) = (t − τ )eλ(t−τ ) ,
que pode ser reescrita da forma:
 
h i −τ e−λτ
g(t − τ ) = eλt teλt  + 0
| {z } e−λτ
M (t) | {z }
N (τ )

I Uma realização de g(t) = teλt (variante no tempo, difı́cil de implementar...)


8 2 3 2 32 3 2 3
>
> ẋ1 (t) 0 0 x1 (t) −te −λt
>
>
>
4 5 = 4 54 5+4 5u(t)
>
< ẋ2 (t) 0 0 x2 (t) e−λt
2 3
>
> h i x1 (t)
>
>
>
>
: y(t) = eλt teλt 4 5 + 0u(t)
x2 (t)

pag.32 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Realizações de Sistemas Variantes no Tempo

I Outra realização aplicando Laplace a respota ao impulso:

λt 1 1
L[te ] = =
(s − λ)2 s2 −2λs + λ2

Usando a forma companheira obtém-se a representação invariante no tempo


    
2

 2λ −λ 1
 ẋ(t) = 
  x(t) +   u(t)
1 0 0

 h i

 y(t) =
0 1 x(t)

pag.33 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


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°
Chen, Problema 4.17, pg. 120


Mostre que Φ(t0 , t) = −Φ(t 0 , t)A(t) ?
∂t

∂ ∂ ∂
Note que pode-se escrever Φ(t0 , t) = χ(t 0 ) χ−1 (t). Como obter ∂t
χ −1
(t)?
∂t ∂t

dˆ ˜
Veja que: χ(t)χ −1 (t) = χ̇(t)χ −1 (t) + χ(t)χ̇ −1 (t) = 0
dt | {z }
I

ou χ̇−1 (t) = −χ −1 (t)χ̇(t)χ −1 (t) = −χ −1 (t)A(t)χ(t)χ −1 (t) = −χ −1 (t)A(t)

Então

Φ(t0 , t) = −χ(t 0 )χ−1 (t)A(t)
∂t
= −Φ(t 0 , t)A(t)

pag.34 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 11


c Reinaldo M. Palhares
°

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