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Estabilidade Interna

1. Estabilidade Interna
2. Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov
3. Teorema de Lyapunov
4. Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

pag.1 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


c Reinaldo M. Palhares
°
Estabilidade Interna

Veja que a BIBO estabilidade é definida para a resposta ao estado inicial nulo.
Para se estudar a resposta à entrada nula, considere o sistema autônomo:

ẋ(t) = Ax(t)

com uma condição inicial não nula x0 . A solução é dada por: x(t) = eAt x0

B Um ponto de equilı́brio é alcançado quando ẋ(t) ≡ 0

B No caso contı́nuo, todas as derivadas nulas significam que os estados não


estão variando no tempo e portanto, são indicados como estados ou ponto de
equilı́brio, xe

pag.2 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov

Estabilidade no sentido de Lyapunov Seja R(ν) a região que consiste de


todos os pontos tais que

kx0 − xe k ≤ ν, ν>0 → x0 = estado inicial

e seja R(ε) a região que consiste de todos os pontos tais que

kx(t) − xe k ≤ ε, ε > 0, ε > ν ∀t > 0

B Um estado de equilı́brio, xe , do sistema autônomo é dito estável no sentido


de Lyapunov se, correspondendo a cada R(ε) houver um R(ν) tal que toda
trajetória iniciada em R(ν) está confinada em R(²) à medida que t cresce

pag.3 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov

Estabilidade Assintótica Um estado de equilı́brio, xe , do sistema autônomo é


dito ser assintoticamente estável se for estável no sentido de Lyapunov e se
toda solução começando em R(ν) converge para xe , sem deixar R(ε), a medida
que t aumenta

Instabilidade Um estado de equilı́brio do sistema autônomo é dito ser instável


se, para algum escalar ε > 0, e todo escalar ν > 0, há sempre um estado x0 em
R(ν) tal que a trajetória iniciando neste estado deixa a região R(ε)

pag.4 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Ilustração das definições
x1

ε
x0
ν
x0 t

x2
trajetória assintoticamente estável
x1

x0
x0
ν
x2
x0

trajetória assintoticamente estável

pag.5 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Estabilidade Interna

Veja que a definição de estabilidade neste caso pode ser operacionalizada da


forma:

Teorema A equação ẋ(t) = Ax(t) é marginalmente estável se e somente se


todos os autovalores de A têm parte real igual a zero ou negativa e aqueles que
têm parte real igual a zero são raı́zes de multiplicidade 1 do polinômio mı́nimo
de A

Teorema A equação ẋ(t) = Ax(t) é assintoticamente estável se e somente se


todos os autovalores de A têm parte real negativa

pag.6 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Estabilidade Interna

B As transformações de equivalência não afetam a estabilidade de uma equação


de estado... Definindo x̄ = P x, com P não singular, ẋ = Ax é equivalente a

x̄˙ = Āx̄ = P AP −1 x̄

B Como P é não singular, se x é limitado, então x̄ também o é; se x tende a


zero quando t → ∞, o mesmo ocorre com x̄

B A estabilidade de A pode ser estudada através de Ā

pag.7 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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Estabilidade Interna

A solução de x̄˙ = Āx̄ para x̄(0) é dada por x̄(t) = eĀt x̄(0). Se Ā está na
forma de Jordan, pode-se mostrar que:
B Se um autovalor tem parte real negativa, cada elemento do bloco de Jordan
associado é limitado e tende a zero quando t → ∞
B Se um autovalor tem parte real igual a zero e nenhum bloco de Jordan de
ordem 2 ou maior, então o elemento correspondente é constante ou senoidal para
todo t e portanto limitado
B Se um autovalor tem parte real positiva, cada elemento do bloco de Jordan
associado cresce indefinidamente; se um autovalor tem parte real igual a zero e
algum bloco de Jordan de ordem 2 ou maior, então pelo menos um elemento
cresce indefinidamente
B Para ser assintoticamente estável, todo elemento tem que tender a zero quando
t → ∞, e assim, nenhum autovalor com parte real 0 ou positiva é permitido

pag.8 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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Estabilidade Interna

 
0 0 0
  2
Exemplo ẋ = 
 0 0 0 
 x. Veja que ∆(λ) = λ (λ + 1)
0 0 −1

B Lembre-se que o polinômio mı́nimo de A é definido como o polinômio mônico


ψ(λ) de menor grau tal que ψ(A) = 0...
B Note que A*(A+eye(3)) é uma matriz nula... Portanto o polinômio mı́nimo é
dado por ψ(λ) = λ(λ + 1) e portanto λ = 0 é uma raiz simples (multiplicidade
1) do polinômio mı́nimo. Os autovalores da matriz A são 0, 0 e −1 e a equação
é marginalmente estável...

pag.9 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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Estabilidade Interna

Por outro lado, para o sistema


 
0 1 0
 
ẋ = 
 0 0 x
0 
0 0 −1

veja que A*(A+eye(3)) não é uma matriz nula. No entanto A^2*(A+eye(3)) é


um matriz nula, ie, ψ(λ) = λ2 (λ + 1) é o polinômio mı́nimo e λ = 0 não é
uma raiz simples do polinômio mı́nimo, portanto o sistema não é marginalmente
estável

pag.10 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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Estabilidade Interna

B Como já discutido, todo pólo da matriz de transferência

G(s) = C(sI − A)−1 B + D

é também um autovalor de A. Assim, a estabilidade assintótica implica na BIBO


estabilidade

B Porém a BIBO estabilidade não implica, em geral, na estabilidade assintótica

B No geral o interesse é por sistemas que apresentem estabilidade assintótica ou


BIBO estabilidade (eventualmente com condições adicionais). Para osciladores
pode-se considerar questões associadas a estabilidade marginal

pag.11 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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Estabilidade Interna de Sistemas Discretos

Para o sistema autônomo x(k + 1) = Ax(k), a solução para x(0) = x0 é


dada por x(k) = Ak x0
B O sistema é marginalmente estável ou estável no sentido de Lyapunov se toda
condição inicial finita x0 implicar em uma resposta limitada. É assintoticamente
estável se, além disso, a resposta tende a zero quando k → ∞
Teorema A equação x(k + 1) = Ax(k) é marginalmente estável se e somente
se todos os autovalores de A têm magnitudes menores ou iguais a 1 e aqueles que
tiverem magnitudes iguais a 1 forem raı́zes simples do polinômio mı́nimo de A
Teorema A equação x(k + 1) = Ax(k) é assintoticamente estável se e
somente se todos os autovalores de A têm magnitudes menores do que 1
B As transformações equivalentes não afetam a estabilidade do sistema, e as
formas de Jordan podem ser usadas no estudo da estabilidade. A estabilidade
assintótica implica em BIBO estabilidade mas o contrário não é verdadeiro

pag.12 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov

Todos os autovalores de A têm parte real negativa se e somente se para qualquer


matriz simétrica definida positiva N (ie, N = N 0 > 0) a equação de Lyapunov

A0 M + M A = −N

tem uma única solução simétrica M e M é definida positiva (ie, M = M 0 > 0)

MATLAB relembrando: M=lyap(A,N). Um simples script:


A=rand(3), N=eye(3), M=lyap(A,N)

if all(real(eig(M)))>0
display(’M>0, Sistema estável’)
else display(’Sistema instável’)
end

pag.13 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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Teorema de Lyapunov

Corolário Todos os autovalores de uma matriz A n × n têm parte real negativa


se e somente se para qualquer matriz N̄ m × n com m < n tal que
 

 
 N̄ A 
 
rank  .  = n (rank completo de colunas)
 .. 
 
N̄ An−1
nm×n

a equação de Lyapunov A0 M + M A = −N̄ 0 N̄ , −N , tem uma única


solução simétrica M e M é definida positiva

B Para qualquer N̄ , a matriz N = N̄ 0 N̄ é semidefinida positiva...


B O teorema e seu corolário são válidos para qualquer escolha de N

pag.14 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov

Demonstração (−→) (Necessidade) A equação de Lyapunov é um caso


especial da equação de Sylvester. Como A e A0 têm os mesmos autovalores, se
A for assintoticamente estável (autovalores com parte real negativa), não existem
dois autovalores tais que
λi + λj = 0

e portanto a equação de Lyapunov é não singular e possui uma única solução M


(como concluimos do estudo da equação de Sylvester)
Define-se Z ∞
A0 t
M = e N eAt dt
0

Substituindo na equação de Lyapunov...

pag.15 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov

obtém-se:
Z ∞ Z ∞
0 A0 t At 0
0
A M + MA = Ae Ne dt + eA t N eAt Adt
0 0
Z ∞
d ³ 0
´
= eA t N eAt dt
0 dt
¯∞
0
¯
eA t N eAt ¯
¯
=
¯
t=0
= 0 − N = −N

pois eAt = 0 para t → ∞ se A tem autovalores com parte real negativa. Com
isso, prova-se que M dada acima é solução da equação. Veja que se N for
simétrica, M também é

pag.16 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov

Como N é não singular, pode-se fatorâ-la na forma N = Ñ 0 Ñ com Ñ não


singular. Portanto,

Z ∞ Z ∞
0 A0 t
0
x Mx = xe 0
Ñ Ñ e At
xdt = kÑ eAt xk22 dt
0 0

que é positiva para qualquer x 6= 0 (Ñ e eAt são não singulares), o que mostra
que M é definida positiva...

pag.17 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov

(←−) (Suficiência) Agora, mostra-se que se N e M são definidas positivas,


então A é estável. Considere λ um autovalor de A associado ao autovetor v.
Então, Av = λv. Pré e pós multiplicando a equação de Lyapunov por v ∗ e v,
respectivamente, tem-se

−v ∗ N v = v ∗ A0 M v + v ∗ M Av
= (λ∗ + λ)v ∗ M v
= 2Re (λ)v ∗ M v

∗ ∗ −v ∗ N v
Como v N v e v M v são reais positivos =⇒ Re (λ) = 2v ∗ M v
< 0...

pag.18 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov
Demonstração do Corolário (Necessidade) Segue os mesmos passos da prova
do teorema. Note que N̄ é uma matriz m × n, com m < n, e que portanto
N = N̄ 0 N̄ é semidefinida positiva. Ainda assim, M pode ser definida positiva
se o integrando N̄ eAt x não for identicamente nulo para todo t

# Por absurdo, suponha que N̄ eAt x ≡ 0 para todo t. Derivando em relação


ao tempo, tem-se N̄ AeAt x ≡ 0; fazendo a derivada n − 1 vezes:
2 3

6 7
6
6 N̄ A 7
7 At
7e x = 0
..
6
6 7
6
4 . 7
5
N̄ An−1

Como por hipótese o rank da matriz acima é n e eAt é não singular para todo t,
o único x solução seria x = 0. Assim, o integrando N̄ eAt x não pode ser
identicamente nulo para nenhum x 6= 0 e M é definida positiva
pag.19 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13
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°
Teorema de Lyapunov

(Suficiência) Considere agora Av = λv. Note que A 2 v = λAv = λ 2 v, . . . ,


An−1 v = λn−1 v. Assim,
2 3 2 3 2 3
N̄ N̄ v N̄ v
6 7 6 7 6 7
6 N̄ A 7 6 N̄ Av 7 6 λN̄ v 7
6 7 6 7 6 7
7v = 6 7=6
.. .. ..
6 7
6 7 6 7 6 7
6
4 . 7
5
6
4 . 7
5
6
4 . 7
5
N̄ An−1 N̄ An−1 v λn−1 N̄ v

Com a hipótese de rank completo de colunas, o vetor da esquerda é não nulo para v 6= 0
e portanto N̄ v (que compõe o vetor da direita) é um vetor não nulo. Como N̄ v 6= 0,
então de 2Re (λ)v ∗ M v = −v ∗ N̄ 0 N̄ v = −k N̄ vk22 , implica que Re (λ) < 0
B Na demonstração do teorema de Lyapunov e do colorário, usou-se a expressão:
R∞ 0
M = 0 eA t N eAt dt. Esse resultado é estabelecido como teorema, e usado para
mostrar a unicidade da solução da equação de Lyapunov

pag.20 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov
Teorema Se todos os autovalores de A têm parte real negativa, então a
equação de Lyapunov
A0 M + M A = −N

tem uma única solução para todo N dada por


Z ∞
0
M = eA t N eAt dt
0

Demonstração de Unicidade Suponha que M1 e M2 são soluções. Então

A0 (M1 − M2 ) + (M1 − M2 )A = 0

m
0 d h 0
i
eA t [A0 (M1 − M2 ) + (M1 − M2 )A] eAt = eA t (M1 − M2 )eAt = 0
dt
Integrando de 0 a ∞...

pag.21 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov

Integrando de 0 a ∞
¯∞
h 0
i ¯
eA t (M1 − M2 )eAt ¯ = 0
¯
¯
0


0 − (M1 − M2 ) = 0

M1 = M2 X

# Mesmo para A não estável, uma solução única existe se λi + λj 6= 0, mas


não da forma M acima. Se A for singular (pelo menos um autovalor nulo), a
equação de Lyapunov é singular e soluções podem ou não existir (dependendo se
N está ou não no range da equação)

pag.22 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

Equação discreta
M − AM B = C

sendo A ∈ Rn×n , B ∈ Rm×m e C ∈ Rn×m . Como no caso contı́nuo, pode


ser expressa na forma (conjunto de equações lineares)

Ym=c ; Y ∈ Rnm×nm , m, c ∈ Rnm×1

Seja ηk um autovalor de Y . Nesse caso,

ηk = 1 − λi µj para i = 1, 2, . . . , n ; j = 1, 2, . . . , m

com λi e µj autovalores de A e B respectivamente

pag.23 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

I Para verificar esse fato, defina S(M ) , M − AM B. A equação pode então


ser escrita S(M ) = C e um escalar η é um autovalor de S(M ) se
S(M ) = ηM . Considere u um autovetor à direita de A associado ao autovalor
λi e v um autovetor à esquerda de B associado ao autovalor µj

Au = λi u ; vB = µj v

Assim, aplicando S a matrix n × m, uv, obtém-se

S(uv) = uv − AuvB = (1 − λi µj ) uv
| {z }
η

I Se não existir i e j tais que λi µj = 1, a equação é não singular e para cada


C a solução M é única
I Se λi µj = 1 para algum i e j, para C dado, a solução pode ou não existir

pag.24 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

Teorema |λ(A)| < 1 se e somente se para qualquer N > 0 ou para


N = N̄ 0 N̄ , com N̄ uma matriz m × n com m < n, tal que
 

 
 N̄ A 
 
rank  ..  = n (rank completo de colunas)
 . 
 
N̄ An−1
nm×n

a equação discreta de Lyapunov

M − A0 M A = N

tem uma solução única M e M é definida positiva

pag.25 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

Linhas gerais de uma demonstração (Necessidade) Para N > 0, se todos os


autovalores de A (iguais aos de A0 ) têm magnitude menor que 1, | λi λj | < 1
para todo i, j, a equação é não singular e uma única solução existe. Considere

X
M = (A0 )m N Am
m=0

Como | λi |< 1 para todo i, esta série infinita converge. Substituindo



à ∞ !
X X
0 m m
(A ) N A − A 0
(A0 )m N Am A =
m=0 m=0


à ∞
!
X X
= (A0 )m N Am − (A0 )(m+1) N A(m+1)
m=0 m=0

define-se k = m + 1 e...

pag.26 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

Re-ordenasse o somatório


à ∞
!
X X
(A0 )m N Am − (A0 )k N Ak =
m=0 k=1

X ∞
X
= N+ (A0 )m N Am − (A0 )k N Ak
m=1 k=1

=N

e se N for simétrica, M também é...

pag.27 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

(Suficiência) Considere λ um autovalor de A associado ao autovetor v 6= 0


(Av = λv). Assim,

v∗ N v = v ∗ M v − v ∗ A0 M Av
= v ∗ M v − λ∗ v ∗ M vλ
= (1− | λ |2 )v ∗ M v

Como os dois lados da equação são números reais e positivos, conclui-se que
(1− | λ |2 ) > 0 ou | λ |2 < 1. Isso estabelece o resultado para N > 0. O caso
N ≥ 0 pode ser mostrado de maneira similar

pag.28 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Teorema de Lyapunov – Caso Discreto

Teorema Se todos os autovalores de A têm magnitude menor do que 1, então


a equação discreta de Lyapunov

M − A0 M A = N

tem uma única solução para todo N dada por



X
M = (A0 )m N Am
m=0

B Se A tem um ou mais autovalores com magnitude maior do que 1, uma


solução única ainda existe se λi λj 6= 1 para todo i, j, mas não pode ser
computada pela série acima

pag.29 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Relação entre os Casos Contı́nuo e Discreto

B A condição de estabilidade do caso contı́nuo requer que todos os autovalores


estejam no semi-plano esquerdo aberto do plano complexo s. A correspondente
condição no caso discreto é que todos os autovalores estejam contidos no interior
do cı́rculo unitário do plano complexo z. Essas condições se relacionam pela
transformação bilinear
z−1 1+s
s= ; z=
z+1 1−s

que define um mapeamento do semi-plano esquerdo aberto para o interior do


cı́rculo unitário e vice-versa

B Escrevendo as equações de Lyapunov (o subescrito d designa o caso discreto)

A0 M + M A = −N ; Md − A0d Md Ad = Nd

pag.30 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13


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°
Relação entre os Casos Contı́nuo e Discreto
Usando a transformação bilinear

A = (Ad + I)−1 (Ad − I) ; Ad = (I + A)(I − A)−1

Substituindo Ad na Lyapunov discreta, obtém-se


£ ¤
−1 0
£ −1
¤
Md − (I + A)(I − A) Md (I + A)(I − A) = Nd

multiplicando a esquerda por (I − A0 ) e a direita por (I − A) obtém-se:

(I − A0 ) Md (I − A) − (I + A0 )Md (I + A) = (I − A0 ) Nd (I − A)

A0 Md + Md A = −0.5(I − A0 )Nd (I − A)

que, comparada com a equação de Lyapunov do caso contı́nuo, fornece

A = (Ad + I)−1 (Ad − I) ; M = Md ; N = 0.5(I − A0 )Nd (I − A)

MATLAB dlyap (leia o “help”!)


pag.31 Teoria de Sistemas Lineares – Aula 13
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