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12 de Abril de 2020
Índice
a1 x1 + a2 x2 + · · · + an xn = b (1)
Exemplos
x − 3 = 0 é uma equação linear na variável x .
x 2 − 3 = 0 e e −x − x = 0 são exemplos de equações não lineares na
variável x .
Teorema 1 (Monotonia)
Seja f uma função que admite derivada em todos os pontos de um
intervalo ]a, b[ . Então,
1 Se a derivada for positiva em todos os pontos do intervalo, então f é
estritamente crescente nesse intervalo.
2 Se a derivada for negativa em todos os pontos do intervalo, então f
é estritamente decrescente nesse intervalo.
3 Se a derivada for nula em todos os pontos do intervalo, então f é
constante nesse intervalo.
Teorema 2 (Bolzano)
Se f for uma função contínua em [a, b] então, para todo o y compreendido
entre f (a) e f (b), existe pelo menos um x ∈ [a, b] tal que f (x ) = y .
Números de Rolle
Chamam-se números de Rolle da equação f (x ) = 0, definida em D ⊂ R,
ao conjunto de pontos de fronteira de D e dos zeros da função f 0 (x ),
derivada de f.
Teorema 3 (Rolle)
Seja f uma função definida em D ⊂ R e contínua nesse domínio. Então,
entre dois números de Rolle consecutivos existe, no máximo, um zero da
função f (x ).
f (b) − f (a)
f 0 (ξ) = . (2)
b−a
|f (x )|
lim k
= c < ∞.
x →z |x − z|
|1 − cos (x )| 1
lim 2 = ;
x →z |x | 2
z = 0 é um zero simples de f (x ) = sin (x ) porque
|sin (x )|
lim = 1.
x →z |x |
Crispiniano Furtado e Olga Lima Equações Não Lineares 12 de Abril de 2020 8 / 50
Preliminares
Teorema 5 (Multilicidade da raíz)
Se z for um zero de f (x ) e se f (x ) for m vezes diferenciável em z então a
multiplicidade de z é m sse
δ
|z − xk | ≤
m1
Problema
Dada uma função f , determinar s tal que f (s) = 0.
Métodos diretos
fornecem soluções exatas
aplicáveis a um conjunto restrito de problemas [e.g. fórmula
resolvente de equações do 2.o grau]
Iterativos
geram sucessões de soluções aproximadas
aplicáveis a um conjunto amplo de problemas (e.g. método da
bissecção, método de Newton-Raphson, método da secante etc.)
x0 , x1 , x2 , x3 , . . . −→ z
e0 , e1 , e2 , e3 , . . . −→ 0
Suporte
Monotonia de f
Números de Rolle de f : D → R
I fronteira de D
I zeros de f 0
Teorema 7
Se f é estritamente monótona em [a, b] então f tem, no máximo,
uma raíz em [a, b] .
Se f é diferenciável, então entre dois números de Rolle consecutivos f
tem, no máximo, um zero.
ou
|f (xk )| < (5)
ou
Descrição do método
Consiste em construir subintervalos Ik = [ak , bk ] ⊂ I = [a, b] por divisões
sucessivas a meio e relativamente aos quais também se verifique que
f (ak )f (bk ) < 0.
Fórmula de recorrência: xk+1 = ak +b 2
k
Solução
[1.] Pode-se fazer o gráfico usando as instruções seguintes:
Solução - cont.
ln( b−a
)
[2/3.] Resolvendo a condição k ≥ ln(2) , obtém-se k ≥ 8.
Algoritmo
Entradas [a0 , b0 ] = [a, b] e f (x )
1. xk+1 = ak ff (bk )−bk f (ak )
(bk )−f (ak )
Critério de Paragem
M1 −m1
k+1 = m1 |xk+1 − xk | =⇒ |xk+1 − z| ≤
Exemplo
Utilize o método da falsa posição para obter uma aproximação com
2 c.d.c. , da única raíz da equação e x + x + 1 = 0 no intervalo [−2, −1] .
Solução:
Tabela: z ≈ −1.279 com erro absoluto máximo de 4.0 × 10−3 ≤ 0.5 × 10− 2
Descrição do método
Quando um dos extremos do intervalo que contém a solução permanecer
inalterado, a convergência do método de F.P. torna-se lenta. Modifica-se o
método substituindo a recta secante que passa por (ak , f (ak )) e
(bk , f (bk )) por uma de inclinação menor, que passa por (ak , f (a2k ) ) e
(bk , f (bk )) ou por (ak , f (ak )) e (bk , f (b2k ) ).
Algoritmo
Entradas [a0 , b0 ] = [a, b] e f (x ) ; Fa = f (a0 ); Fb = f (b0 )
k Fb −bk Fa
1. xk+1 = fa(b k )−f (ak )
2. Se f (xk+1 ) f (ak ) < 0
Então ak+1 = ak ; bk+1 = xk+1 ; Fb = f (xk+1 ) ;
Repetir
Se f (xk+1 ) f (xk ) > 0 Então Fa = F2a
Senão ak+1 = xk+1 ; bk+1 = bk ;
Se f (xk+1 ) f (xk ) > 0 Então Fb = F2b
Até verificar critério paragem
f (x ) = 0 ⇔ xk+1 = F (xk+1 ) k = 0, 1, 2, . . .
Interpretação geométrica
Comportamento
Teorema 13 (Convergência)
Se F é continuamente diferenciável em [a, b] , L = maxx ∈[a,b] |F 0 (x )| < 1
e existe z ∈ [a, b] tal que z = F (z) , então para qualquer valor inicial
x0 ∈ [a, b] , a sucessão gerada pelo método do ponto fixo converge para z.
Majorante do erro
Sendo L = max |F 0 (x )| , vem que
x ∈[a,b]
L
|xk+1 − z| ≤ |xk+1 − xk |
1−L
Critério de paragem
L
k+1 = 1−L |xk+1 − xk | =⇒ |xk+1 − z| ≤
Interpretação geométrica
Comportamento (divergências)
Majorante do erro
Sendo M2 = max |f 00 (x )| , e m1 = min |f 0 (x )| vem que
x ∈[a,b] x ∈[a,b]
M2
|xk+1 − z| ≤ |xk+1 − xk |2
2m1
Critério de paragem
k+1 = M2
2m1 |xk+1 − xk |2 =⇒ |xk+1 − z| ≤
Iterações
k=0 k=1
f (x0 ) f (x1 )
x1 = x0 − 0 = −1.26894 x2 = x1 − 0 = −1.27845
f (x0 ) f (x1 )
1 = 0.012 5 × 10−5 2 = 1.5 × 10−5 ≤ 5 × 10−5
z ≈ −1.27845
Nota: Para os casos onde o método é lento (ou falha), pode resolver o
problema:
Mudando a escolha x0 inicial;
Incluir um limite superior no número de iterações: Kmax ;
Analisar a condição de convergência, atentando que f 0 (x ) não pode
anular.
Interpretação geométrica
Teorema 16 (Convergência)
Seja f ∈ C 2 ([a, b]) tal que f 0 (x ) 6= 0, e f 00 (x ) ≤ 0 ou f 00 (x ) ≥ 0 em
[a, b] . Seja ainda z o único zero de f em [a, b] . Então a sucessão gerada
pelo método da secante converge para z sempre que os pontos iniciais
x−1 , x0 ∈ [a, b] satisfazerem
M2
|xk+1 − z| ≤ |xk+1 − xk | |xk+1 − xk−1 |
2m1
Critério de paragem
M2
k+1 = 2m1 |xk+1 − xk | |xk+1 − xk−1 | =⇒ |xk+1 − z| ≤
Exemplos
1 Determinar, com um erro absoluto inferior a 5 × 10−5 , o zero da
função f (x ) = 1 + x + e x no intervalo [−2, −1].
Solução: z ≈ −1.27834.
Teorema 17
Sejam z1 , z2 , . . . , zn as n raízes do polinómio de grau n, p (x ) . Então,
p (x ) pode ser escrito como
p (x ) = an (x − z1 ) (x − z2 ) . . . (x − zn ) .
Teorema 18
O polinómio p(x ) tem n raízes (contando com a multiplicidade). Estas
raízes podem ser reais ou complexas, caso em quem surgem em pares
conjugados.
Regra de Ruffini
p (x ) = an x n + an−1 x n−1 + · · · + a1 x + a0
= (x − s)q(x ) + r
onde
q(x ) = bn−1 x n−1 + . . . + b1 x + b0 é o quociente
r ∈ C é o resto
an an−1 ... a1 a0
s sbn−1 ... sb1 sb0
bn−1 bn−2 ... b0 r
p (x ) = an x n + an−1 x n−1 + · · · + a1 x + a0
= (x 2 − αx − β)q(x ) + (rx + s)
onde
q(x ) = bn−2 x n−2 + . . . + b1 x + b0 é o quociente
rx + s é o resto
Exemplos
Seja p (x ) = x 3 − x + 1 ⇒ p (−x ) = −x 3 + x + 1
p (x ) tem 0 ou 2 raízes positivas; p (−x ) tem 1 única raiz negativa.
Seja p (x ) = (x − 2) (x + 2) = x 2 − 4 ⇒ p (−x ) = x 2 − 4
p (x ) tem 1 raiz positiva; p (x ) tem 1 raiz negativa.
Crispiniano Furtado e Olga Lima Equações Não Lineares 12 de Abril de 2020 46 / 50
Raízes de Polinómios - Localização
Teorema 21
Todos os zeros do polinómio p (x ) situam-se no interior do círculo (no
plano complexo) centrado na origem e de raio
ak
R = 1 + max , k = 0, 1, n − 1.
a n
Exemplos
Os zeros de p (x ) = x 3 − x + 1 (a3 = 1, a2 = 0, a1 = −1, a0 = 1)
situam-se no interior
n do disco ocentrado na origem e raio
a2 a1 a0
R = 1 + max a3 , a3 , a3 = 2.
Os zeros de q (x ) = (x − 2) (x + 2) = x 2 − 4 (a2 = 1, a1 = 0, a0 = −4)
situam-se no interior
n doodisco centrado na origem e raio
R = 1 + max aa12 , aa02 = 5.
Estratégia
Ir obtendo raízes, uma de cada vez, e dividir o polinómio até se obter um
polinómio de grau 1 ou 2, casos em que a determinação de raízes é trivial.
p (xk )
xk+1 = xk −
p 0 (xk )
h √ i
no caso, podemos escolher x0 no intervalo −2, − 33 . (Fica como exercício a
determinação da raiz usando o método de Newton-Raphson)
xk3 − xk + 1
xk+1 = xk − .
3xk2 − 1
Crispiniano Furtado e Olga Lima Equações Não Lineares 12 de Abril de 2020 49 / 50
Leituras complementares I