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Uma equação diferencial é uma relação entre uma função y(t) do tempo t e suas derivadas.
A varı́avel y é conhecida como variável dependente e a variável t é denominada variável
independente.
Observação .1 A notação da derivada para uma variável dependente y em função de uma
variável independente t, em geral, é dada por dy
dt
, y 0 (t), ou ainda por, ẏ(t).
d2 1
+ 2sen(t) − 13 cos(2t)
2
2sen(t) − 3
cos(2t) =
dt
d
2cos(t) + 23 sen(2t) + 2sen(t) − 31 cos(2t) =
=
dt
= cos(2t)
As soluções das equações diferencias são divididas em duas classes: explı́citas e implı́citas.
Diremos que a solução de uma equação diferencial é explicita quando sua variável independente
pode ser determinada em função apenas das variáveis dependentes. Caso contrário, diremos
que a solução é implı́cita. Em geral, dada uma equação diferencial, existem infinitas soluções
que a satisfazem.
As equações diferenciais aparecem em muitas áreas da ciência de forma natural, pois des-
crevem algum processo fı́sico denominado modelo matemático do processo.
1
2
Equações Diferenciais Ordinárias São equações que dependem apenas de uma variável in-
dependente.
Equações Diferenciais Parciais São equações que dependem de duas ou mais variaveis in-
dependentes, por consequência, suas derivadas são parciais.
dy
= −cy + γxy
dt
Ordem A ordem de uma equação diferencial é a maior ordem da derivada que aparece na
equação. Por exemplo, a equação
dy
= 3y 2 sen(t + y)
dt
é de primeira ordem e a equação
d3 y −y d2 y
= e + t +
dt3 dt2
é de terceira ordem.
Equações Lineares e Não Lineares Uma equação diferencial é dita linear se é da forma
. Por outro lado, uma equação diferencial que não se encaixe neste formato é dita não-
linear. Por ex, a equação diferencial
y 000 + 2et y 00 + y 0 = t4
y 000 + 2et y 00 + yy 0 = t4
d2 y dy
1. t2 2
+ t + 2y = sent é uma equação diferencial ordinária, linear e de segunda ordem.
dt dt
d2 y dy
2. (1 + y 2 ) 2 + t + y = et é uma equação diferencial ordinária, não-linear e de segunda
dt dt
ordem.
3
y 0 = 3 + 2t. Logo,
ty 0 − y = t (3 + 2t) − 3t + t2
= t2 ,
Plano de Fase. Plano de Fase ou Campo de Direções é uma ferramenta valiosa no estudo
das soluções de equações diferenciais que consiste em um plano cartesiano onde são traçadas as
trajetórias das soluções de uma equção ordinária que se inicia em algum ponto. Estas trajetórias
são obtidas através do campo vetorial gerado pelos vetores tangentes a cada ponto da trajetória.
Esta ferramenta se mostra muito eficaz pelo simples fato de não necessitar da solução da EDO
para esboçá-lo, fazendo deste artifı́cio uma das bases para o estudo das EDO’s não-lineares.
Um exemplo simples é o plano de fase da EDO ty 0 − y = t2 , onde esboçamos algumas
trajetórias que representam algumas soluções desta equação diferencial.
dy g(t)
= (2)
dt f (y)
dy
Exemplo .4 Enontre a solução da equação diferencial = t cos t2 .
dt
Pela equação (4) e o método da substituição para integrais a solução desta EDO é (fazendo
u = t2 temos dt = 2t):
Z
y(t) = t cos t2 dt + C
Z
= cos udu + C
= senu + C
= sen t2
Com iremos ver mais a frente, este método é impossı́vel de ser aplicado na maioria das vezes.
dy
Figura 2: Plano fase da equação = t cos t2 .
dt
dy t2
= 2
dt y
dy
y2 = t2
dt
d y 3 (t)
= t2
dt 3
y 3 (t) t3
= +C
3 3
√3 3
y(t) = t +C
dy t2
= (6)
dt 1 − y2
6
dy t2
Figura 3: Plano fase da equação = 2.
dt y
dy t2
=
dt 1 − y2
dy
(1 − y 2 ) = t2
dt
y 3 (t)
d
y(t) − = t2
dt 3
y 3 (t) t3
y(t) − = +C
3 3
3y(t) − y 3 (t) − t3 = C
é a solução da EDO separável (6). Esta solução está descrita na forma implı́cita.
dy 3t2 + 4t + 2
= , y(0) = −1 (7)
dt 2(y − 1)
7
dy t2
Figura 4: Plano fase da equação = .
dt 1 − y2
dy 3t2 + 4t + 2
=
dt 2(y − 1)
dy
(2(y − 1)) = 3t2 + 4t + 2
dt
d
y(t)2 − 2y(t) = 3t2 + 4t + 2
dt
√
p
2 ± 4 + 4(t3 + 2t2 + 2t + 3)
y(t) = = 1 ± t3 + 2t2 + 2t + 4.
2
Existem duas soluções, mas apenas uma satisfaz a condição inicial, que é
√
y(t) = 1 − t3 + 2t2 + 2t + 4.
O intervalo de t para o qual esta solução é válida é tal que t3 + 2t2 + 2t + 4 ≥ 0. A única
raiz rela desta equação é t = −2. Se t ≥ −2 então t3 + 2t2 + 2t + 4 ≥ 0. Assim, a solução do
PVI (7) enunciada de forma completa é
√
y(t) = 1 − t3 + 2t2 + 2t + 4, t ≥ −2.
8
3t2 + 4t + 2
Figura 5: Plano fase da equação .
2(y − 1)
dy 4t − t3
=
dt 4 + y3
dy
= 4t − t3
(4 + y 3 )
dt
4
d y (t)
+ 4y(t) = 4t − t3
dt 4
y 4 (t) t4
+ 4y(t) = 2t2 − + C
4 4
du 1 dy y
= − 2
dt t dt t
du y 1 dy
+ 2 =
dt t t dt
du y dy
t + =
dt t dt
du dy
t +u =
dt dt
du u−4
t = −u
dt 1−u
u − 4 u − u2
= −
1−u 1−u
u − 4 − u + u2
=
1−u
u2 − 4
=
1−u
Daı́,
1 − u du 1
2
= (∗) rascunho
u − 4 dt t
d 1 u − 2 1 2 1
ln − ln u − 4 =
dt 4 u+2 2 t
1 u − 2 1 2
ln − ln u − 4 = ln t + C
4 u + 2 2
y
− 2
1 t 1 y 2
− ln
ln y − 4 = ln t + C
4 + 2 2 t
t
10
(*) Rascunho
1−u 1−u
Z Z
du = du
u2 − 4 (u − 2)(u + 2)
Z Z
1 u
= du − du
(u − 2)(u + 2) (u − 2)(u + 2)
| {z } | {z }
I II
Solução de I:
1 A B 1 Au + Bu − 2B + 2A A+B = 0
= + ⇒ = ⇒
(u − 2)(u + 2) u−2 u+2 (u + 2) (u + 2)
2A − 2B = 1
1 −1
⇒A= e B= .
4 4
Logo,
1 1/4 1/4
= −
(u − 2)(u + 2) u−2 u+2
Assim,
1 u − 2
Z Z Z
1 1/4 1/4
du = du − du = ln
(u − 2)(u + 2) u−2 u+2 4 u + 2
Solução de II:
dv
v = u2 − 4 ⇒ dv = 2udu ⇒ = udu.
2
Daı́,
Z Z Z
u u 1 1 1 1
du = 2
du = dv = ln |v| = ln |u2 − 4|
(u − 2)(u + 2) u −4 2 v 2 2
Solução Geral:
1−u u − 2 1
Z
du = ln − ln |u2 − 4|
u2 − 4 u + 2 2
11
3 Exercı́cios
1. Classifique quanto à ordem e linearidade as seguintes EDO’s abaixo:
dy
(a) − 2y = 4 − t
dt
(b) y 0 + 2ty = 0
(c) y 0 + 3y = t + e−2t
(d) ty 0 + 2y = sent
dy 2
(e) − et y = 0
dt
(f) 2xy 0 − 4x = 4y − 2yy 0
dy
(g) − 2ty = t
dt
1
(h) y 0 + y = 3 cos 2t t > 0
t
(i) (e seny − 2ysent) dt + (et cos y − 2 cos t) dy = 0
t
dy 1
(j) +y =
dt 1 + t2
dy
(k) − y cos t = 0
dt
(l) (t ln y + ty) dt + (y ln t + ty) dy = 0, t > 0 y > 0
dy √
(m) − ysent t = 0
dt
dy 4t − t3
(n) =
dt 4 + y3
dy t2
(o) =
dt y
dy cos2 t
(p) =
dt sen2 y
dy t − e−t
(q) =
dt y + ey
(r) y 0 + y = 5sen2t
dy t2
(s) =
dt 1 + y2
(t) (1 + t2 )y 0 + 4ty = (1 + t2 )−2
dy t2 + ty + y 2
(u) =
dt t2
dy 4y − 3t
(v) =
dt 2t − y
(a) y 0 + 2ty = 0
dy 2
(b) − et y = 0
dt
12
dy
(c) − 2ty = t
dt
dy
(d) − y cos t = 0
dt
dy 4t − t3
(e) =
dt 4 + y3
dy t2
(f) =
dt 1 + y2
dy
(
2 + ty = 2
(a) dt
y(0) = 1
( dy √
+ y 1 + t2 = 0
(b) dt √
y(0) = 5
sen2tdt + cos 3ydy = 0
(c)
y(π/2) = π/3
1 + 3t2
y0 = , y(0) = 1
3y 2 − 6y
e determine o intervalo de validade da solução.