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São Cristóvão
2019
2
Existem vários fenômenos da natureza e da sociedade que são modelados através das equações
diferenciais, a exemplo da física. De fato, fenômenos como velocidade, aceleração e força podem ser
expressos por meio destas equações, não é por acaso que Newton e Leibniz foram os precursores da
teoria das equações diferenciais.
Por um lado, pode-se ter variações temporais de, por exemplo, a posição de uma partícula, a
temperatura de um determinado objeto, a luminosidade de um corpo qualquer, o preço da gasolina, o
câmbio e a quantidade de mercarias exportadas de um dado país. Por outro, pode-se também constatar
variações em relação a outras quantidades, como variação da densidade de massa de um fluído em
relação à temperatura do mesmo, a variação da quantidade de mercadorias produzidas em relação aos
custos.
Portanto, a teoria das equações diferenciais pode ser aplicada em vários ramos do conhecimento como
Física, Química, Biologia, Engenharia e Economia; mas também na própria matemática são elaboradas
equações diferenciais ordinárias envolvendo problemas de topologia, cálculo variacional e geometria
diferencial.
No caso específico da economia, que nos interessa mais de perto, existe um conjunto muito
diversificado de eventos que também são modelados através das equações diferenciais ordinárias, a
título de exemplo podemos destacar os modelos de crescimento econômico e de inflação; mas também
temos a variação temporal de estoque de capital físico de um determinado país, as variações no nível
geral de contratação de mãos de obra (taxa de emprego), ou mesmo a taxa de juros da caderneta de
poupança.
Genericamente, uma equação diferencial pode ser definida como toda equação em que aparecem
derivadas, ou diferenciais, de uma ou mais funções. Nos sistemas dinâmicos, maioria dos fenômenos
econômicos, essas funções têm como variável independente o tempo, de maneira que a equação
diferencial se configura como uma relação entre uma função do tempo, f (t ) , e suas derivadas, ou
diferenciais.
dy d 2 y d 3 y dny
F[ x, y, , , , ..., ]=0
dx dx2 dx3 dxn
dy
Se a variável independente fosse o tempo, t , e lembrando que y = teríamos:
dt
3
F [t , y, y, y, y , ..., y ( n.) ] = 0
As equações diferenciais podem ser classificadas de acordo com seu tipo, sua ordem e seu grau.
Quanto ao tipo, existem as equações diferenciais ordinárias e as equações diferenciais parciais. As
equações diferenciais ordinárias são as equações diferenciais que envolvem derivadas de uma função
de uma única variável independente.
dy
a) = 3x − 5 y ' = 3x − 5
dx
d2y dy
b) 2
−3 =1 y ''− 3 y ' = 1
dx dx
c) ( x 2 y − x)dy + xydx = 0
d3y d2y
d) − 3 x − x + 2 = −2 x + y y ' ' '−3xy ' '− x + 2 = −2 x + y
dx3 dx 2
Por seu turno, as equações diferenciais parciais são compostas por funções de duas ou mais variáveis
independentes.
Vejam os exemplos os abaixo:
z z
i) +3 = z −2
x y
z z
ii) x − − y =0
x y
3 z 2 z 2 z 2 z
iii) + + −2 2 =3
xyw x 2 y 2 w
Quanto à ordem, as equações diferenciais podem ser identificadas pela derivada de maior ordem que
aparece na equação. Por sua vez, o grau de uma equação diferencial é dado pelo expoente da derivada
de maior ordem que aparece depois que a equação diferencial for racionalizada, no sentido de que os
termos da derivada com potencias fracionarias fossem removidas. Veja tabela abaixo onde são
colocadas as equações por tipos, ordens e graus.
4
A solução (ou integral) para uma equação diferencial ordinária, de uma forma geral, é uma equação
onde não aparecem derivadas (nem diferenciais) e pode se apresentar de forma explícita ou implícita.
Por um lado, a solução explícita de uma equação diferencial é qualquer função expressa como:
y = f (x) , esta equação é definida em um dado intervalo aberto (a, b) . Por outro, a solução implícita
de uma equação diferencial é uma relação que se apresenta da seguinte forma G( x, y) = 0 . Observa-se
que soluções implícitas podem dar origem a várias soluções explícitas.
Frequentemente, temos dois tipos de solução, a geral e particular. Uma solução é particular quando
envolve uma família de curvas que verifica a equação diferencial, ou seja, a primitiva de uma equação
diferencial, de maneira que na solução geral aparecerá tantas constantes arbitrárias quantas forem as
unidades de ordem da equação. A outra é a solução particular, ela é obtida da solução da equação
solução geral, quando são dadas as condições iniciais (condições de contorno).
Exemplos:
d2y dy
i) Mostre que a equação explícita y = e − kx é solução da equação 2
+k = 0.
dx dx
dy d2y d2y
= −ke −kx = k 2e −kx = −k[−ke −kx ]
dx dx2 dx2
d2y dy d2y dy
2
= −k 2
+k = 0.
dx dx dx dx
5
−3 x d2y
ii) Mostre que a equação explícita y = c1e + c2e3x
é solução da equação −9y = 0 .
dx 2
Tomemos a solução, y = c1e3 x + c2e −3 x , e a diferenciamos duas vezes com o objetivo de constatar a
veracidade da afirmação.
dy d2y d2y
= 3c1e3 x − 3c2e−3 x 2
= 9c1e3 x + 9c2e −3 x 2
= 9(c1e3 x + c2e −3 x )
dx dx dx
d2y d2y
= 9y −9y = 0 .
dx 2 dx 2
d dy xy d dy xy dy
( x + y + e xy ) = 0 1+ +e ( xy ) = 0 1+ + e [y + x ] = 0
dx dx dx dx dx
dy dy dy
1+ + ye xy + xe xy =0 (1 + xe xy ) + 1 + ye xy = 0 .
dx dx dx
Existem alguns tipos de equações diferenciais ordinárias de primeira ordem que podem ser resolvidas
por processos e técnicas analíticas. Vamos começar pelo caso mais simples de equações diferenciais de
dy dy
primeira ordem, ou seja, a equação da forma F ( x, y, ) ou = f (x) .
dx dx
Esse tipo de equação diferencial tem como solução geral a seguinte expressão:
y = ( x, C ) ou y ( x) = f ( x)dx + C
dy
Exemplo (1). Encontre a solução geral da seguinte equação = e x + senx .
dx
Solução:
Se desejarmos encontrar uma solução particular é necessário que se informe quais são as condições
iniciais ou, no caso, os limites de integração, de forma que se x0 = 0 quando y0 = 3 , temos que
y( x) = e x − cos x + 3.
dy
Exemplo (2). Encontre a solução geral da seguinte equação − x + ln x = 0 .
dx
Solução:
dy dy
− x + ln x = 0 = x − ln x
dx dx
x2
2
y( x) = ( x − ln x)dx + C y( x) = xdx − ln xdx + C y ( x) = − ln xdx + C
O integral de ln( x)dx pode ser encontrado pela técnica de integração por partes, de maneira
que, se u ( x) e v( x) , então, a formula de integração por partes é dada por udv = uv − vdu ,
dx
Portanto, tomando u = ln( x) du = e dv = dx v = x . Assim, tem-se que
x
dx
ln( x)dx = x ln( x) − x x
ln( x)dx = x ln( x) − dx ln( x)dx = x ln( x) − x .
x2
y ( x) = − x ln( x) + x + C
2
Se desejarmos encontrar uma solução particular é necessário que se informe quais são as condições
1
iniciais ou, no caso, os limites de integração, de forma que se x0 = 1 quando y0 = , temos que
2
1 1
= − (1) ln(1) + 1 + C C = −1 e solução particular será dada por:
2 2
x2
y ( x) = − x ln( x) + x − 1
2
Uma equação diferencial de primeira ordem é dita de variável separável se assume a seguinte forma:
7
dy f ( x)
= ou ainda f ( x)dx − g ( y)dy = 0 ,
dx g ( y )
M ( x)dx + N ( y)dy = 0
M ( x)dx + N ( y)dy = C
Exemplo (1). Encontre a solução geral da seguinte equação diferencial de variável separável
xdx + ydy = 0
Soluça:
x2 y 2
xdx + ydy = C
2
+
2
= C2 ou x 2 + y 2 = 2C 2
Essa é uma equação de uma família de circunferências concêntricas, com centro na origem e raio igual
a 2C .
Exemplo (2). Encontre a solução geral da seguinte equação diferencial de variável separável
dy
(1 + x 2 ) + xy = 0 .
dx
Solução:
Primeiramente, separamos as variáveis, colocando-as ao lado dos seus respectivos diferenciais, depois
aplicamos o operador integral. Sendo assim, temos:
dy dy x 1
(1 + x 2 ) + xy = 0 (1 + x 2 ) = − xy dx + dy = 0
dx dx (1 + x )
2
y
x 1 1
(1 + x ) dx + ydy = C
2
2
ln(1 + x 2 ) + ln y = C
1
ln(1 + x 2 ) 2 + ln y = ln C ln( 1 + x 2 ) + ln y = ln C
8
C
ln[ 1 + x 2 ). y ] = ln C ( 1 + x2 ) y = C y=
1 + x2
Exemplo (3). Sabemos que a taxa de juros é composta continuamente de tal forma que a variação
dA
temporal do capital, , aplicado numa instituição financeira (por exemplo, numa caderneta de
dt
poupança da caixa econômica federal) é diretamente proporcional a este mesmo capital, e a constante
de proporcionalidade é a própria taxa de juros, i . Sendo assim, encontre o capital aplicado.
Solução:
dA dA
= iA = idt
dt A
ln A = it + C A = eit +C A(t ) = A0eit
e− x
Exemplo (4). Encontre a solução geral da seguinte equação diferencial: y' = 1
x
Solução:
e− x 1 dy
y' =1 =1
x xe x dx
dy = xe x dx y = xe x dx
xe dx
x
O integral de pode ser encontrado através da técnica de integração por partes,
xe dx = xe − e dx xe dx = xe − ex + C .
x x x x x
Desta forma, tem-se então que
y = xe x − e x + C
Solução:
dM dM dM
dP
= kM
M
= kdP M
= k dP + C ln M = kP + C
M = AekP M = M 0ekP .
Exemplo (6). O lucro líquido, , de determinada empresa, e os gastos em propaganda, g , é tal que a
taxa de crescimento do lucro líquido, à medida que os gastos de propaganda aumentam, é proporcional
à um constante subtraído do próprio lucro líquido. Neste contexto, determine a relação entre o lucro
líquido e os gastos em propaganda, sabendo que = 0 , quando g = 0 .
Solução:
d d
= k (a − ) = kdg
dg (a − )
Uma dada equação diferencial ordinária de primeira ordem e primeiro grau pode ser apresentada da
seguinte forma geral:
M ( x, y )dx + N ( x, y )dy = 0
Lembre-se que a equação homogênea é diferente de uma função homogênea. Com efeito, a função
F ( x, y ) é homogênea se, e somente se, F (hx, hy) = hn F ( x, y) , onde n representa o grau de
homogeneidade.
Quando nos deparamos com uma equação diferencial ordinária homogênea, como a apresentada
acima, é possível resolvê-la fazendo uma substituição de variável, buscando transformá-la numa
equação diferencial ordinária de primeira ordem e de primeiro grau, com variável separável. Portanto,
tomando x = uy , temos o seguinte:
x = uy dx = udy + ydu
10
dy M ( x, y )
M ( x, y )dx + N ( x, y )dy = 0 =−
dx N ( x, y )
M (hx, hy ) = h n M ( x, y ) M ( x, y ) = h − n M (hx, hy )
Uma vez que −n
N (hx, hy ) = h N ( x, y ) N ( x, y ) = h N (hx, hy )
n
dy M ( x, y ) h − n M (hx, hy )
Temos então que =− = − −n
dx N ( x, y ) h N (hx, hy )
dy M (hx, hy ) 1
=− Fazendo h = .
dx N (hx, hy ) x
1 1 y
M ( . x, . y) M (1,)
dy x x dy x dy y
=− =− = −F ( )
dx 1 1 dx y dx x
N ( . x, . y) N (1, )
x x x
y dy
Tomando u = = − F (u) .
x dx
dy du du
Tomando agora, y = ux =u+x u+x = − F (u)
dx dx dx
A última equação acima é uma equação diferencial de primeiro grau com variável separável. Assim,
du du dx du dx
u + F (u) = − x =− + =0
dx u + F (u ) x [u + F (u)] x
du dx
[u + F (u)] + x
=C
Exemplo (1) – Encontre a solução geral da seguinte equação diferencial de variável separável
( y 2 − xy )dx + x 2 dy = 0 .
Solução:
M = y − xy
2
( y 2 − xy )dx + x 2 dy = 0
N = x
2
11
dy y 2 − xy
2
dy y y
= = −
dx x2 dx x x
y dy du du du dx
u= =u+x u+x = u − u2 + =0
x dx dx dx u2 x
du dx u −1
u2 + x = C
−1
+ ln x = C
−1 −1 x
= C − ln x = C − ln x y=
u y ln x − C
x
Exemplo (2) – Encontre a solução geral da seguinte equação diferencial de variável separável
( x 2 + y 2 )dx + (2 x + y ) ydy = 0 .
Solução:
M = x 2 + y 2
( x 2 + y 2 )dx + (2 x + y ) ydy = 0, onde
N = (2 x + y ) y
M ( x, y) = x + y M (hx, hy) = (hx) + (hy)
2 2 2 2
N ( x, y) = (2 x + y) y N ( x, y ) = (2hx + hy )hy
M (hx, hy) = (hx) + (hy) M (hx, hy) = h ( x + y )
2 2 2 2 2
M (hx, hy) = h M ( x, y)
2
N (hx, hy) = (2hx + hy)hy N ( x, y) = h [(2 x + y) y]
N (hx, hy) = h N ( x, y )
2 2
y dy du
u= =u+x
x dx dx
12
dx 2u + u 2
+ du = 0 t = 1 + 3u 2 + u 3 dt = 3(2u + u 2 )du
dx 1 + 3u 2 + u 3
dx (2u + u 2 )du 1
x + 1 + 3u 2 + u 3 = C ln x + ln(1 + 3u 2 + u 3 ) = C
3
2 3
1 y y
ln x + ln[1 + 3 + ] = C y 3 + 3xy 2 + x3 = k
3 x x
F ( x, y) F ( x, y)
dF = dx + dy
x y
F ( x, y) F ( x, y )
dx + dy = 0 e esta equação é chamada de equação exata se, e somente se
x y
F ( x, y) F ( x, y)
dx = M ( x, y) e dy = N ( x, y)
x y
Para demonstrar esta afirmação, comparamos com a equação diferencial de primeira ordem e de
primeiro grau na sua forma geral, ou seja:
F ( x, y) N ( x, y)
M ( x, y )dx + N ( x, y )dy = 0 , de maneira que M ( x, y)dx + N ( x, y)dy = dx + dy .
x y
Daí, conclui-se que
F ( x, y )
M ( x, y ) = x
N ( x, y ) = F ( x, y )
y
se tomarmos as derivadas parciais de segunda ordem cruzada, para cada coeficiente, tem-se
F ( x, y) F ( x, y)
[ ] ou [M ( x, y)] e [ ] ou [ N ( x, y)]
y x y x y x
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Como pelo Teorema de Clairaut, as derivas parciais cruzadas são iguais, concluímos, então que:
M ( x, y) N ( x, y)
= que é a condição necessária e suficiente para que a equação
y x
M ( x, y )dx + N ( x, y )dy = 0 seja uma equação diferencial exata. Sendo assim, para processar sua
resolução, temos
F ( x, y)
= M ( x, y) F ( x, y ) = M ( x, y )dx + ( y )
x
F ( x, y ) = M ( x, y )dx + ( y ) (I)
F
y y
= M ( x, y)dx + ´( y) = N ( x, y)
Assim,
y
( y) = [ N ( x, y) −
y
´( y) = N ( x, y) − M ( x, y)dx. e M ( x, y)dx]dy
Finalmente, integre ' ( y ) com relação a y e substitua o resultado na equação (I). Portanto, a solução
para a equação (I) é:
F ( x, y) = M ( x, y)dx + [ N ( x, y) −
y
M ( x, y)dx]dy .
Solução:
M = x − x + y
2 2
( x 2 − x + y 2 )dx − ( ye y − 2 xy )dy = 0
N = ye − 2 xy
y
M
M = x − x + y = 2y
2 2
y
N = − ye y + 2 xy N
= 2y
x
G ( x, y ) = M ( x, y )dx + ( y )
14
G ( x, y ) = ( x 2 − x + y 2 )dx + ( x, y )
x3 x2
G( x, y) = − + y 2 x + ( y)
3 2
G( x, y) ( y)
= 2 yx + = N ( x, y)
y y
( y)
2 yx + = − ye y + 2 xy
y
( y)
= − ye y ( y ) = − ye y dy ( y) = − ye y + e y
y
x3 x2
Substituído o resultado acima em G( x, y) = − + y 2 x + ( y) , tem-se finalmente a solução geral
3 2
da equação diferencial exata:
x3 x2 x3 x2
G( x, y) = − + y 2 x − ye y + e y ou C= − + y 2 x − ye y + e y
3 2 3 2
Exemplo (2) – Encontre a solução geral da seguinte equação diferencial ( x 2 − y 2 )dx − 2 xydy = 0 .
Solução:
M = x2 − y 2
( x 2 − y 2 )dx − 2 xydy = 0
N = −2 xy
M
M = x 2
− y 2
= −2 y
y
M = −2 xy N
= −2 y
x
G ( x, y ) = M ( x, y )dx + ( y )
G ( x, y ) = ( x 2 − y 2 )dx + ( y )
x3
G( x, y) = − y 2 x + ( y)
3
G( x, y) ( y)
= −2 yx + = N ( x, y)
y y
( y) ( y )
−2 yx + = −2 xy =0 ( y) = C
y y
15
x3
Substituído o resultado acima em G( x, y) = − y 2 x + ( y) , tem-se finalmente a solução geral da
3
equação diferencial exata:
x3 x3
G( x, y) = − y2 x + C ou C= − y2 x
3 3
2 – Equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem, casos específicos onde o coeficiente
da variável y é uma função de x (ou de y ) e termo de segundo membro é uma função de x (ou de
y ).
Equações diferenciais lineares de primeira ordem são todas as equações que assumem a seguinte
forma:
dy dx
+ P ( x ) y = Q( x ) ou + P ( y ) x = Q( y )
dx dy
Para resolver uma equação linear de primeira ordem deve-se inicialmente arrumá-la para que elas
assumam uma das duas formas apresentadas acima.
Sendo assim, inicialmente, faz-se necessário utilizar o seguinte artifício: y = uv , para a primeira forma,
na condição de que u e v sejam funções da variável x , isto é, u = u (x) e v = v(x) , teremos que
dy dv du dy
= u + v . Agora, substituindo está relação em + P( x) y = Q( x) , tem-se a seguinte
dx dx dx dx
equação:
dv du
u + v + P( x)vu = Q( x) ,
dx dx
dv du
u[ + P( x)v] + v = Q( x )
dx dx
dv
(1) No primeiro estágio, tomamos + P( x)v = 0 , tem-se o caso visto anteriormente de uma
dx
equação diferencial de primeira ordem e primeiro grau, com variáveis separadas, que já
sabemos resolver. Desta forma,
v=e
dv dv − P ( x ) dx
+ P( x)v = 0 = − P( x)dx
dx v
16
du
(2) Após o primeiro estágio, sobra da equação a seguinte expressão: v = Q( x) . Todavia, já que
dx
temos encontrado o valor de v , então é só substituí-lo nela para achar u , de tal forma que
e
du − P ( x ) dx du
v = Q( x ) = Q( x) .
dx dx
Novamente tem-se o caso de uma equação diferencial de primeira ordem e primeiro grau, com
variáveis separadas, o qual também sabemos resolver,
e du = e u = e
− P ( x ) dx du − P ( x ) dx P ( x ) dx
= Q( x ) Q( x)dx Q( x)dx + C
dx
A solução definitiva será dada por y = uv , de forma que, ao substituir os valores de u e v , tem-se
finalmente o resultado procurado, dado por:
y = ( e Q( x)dx + C )e
P ( x ) dx − P ( x ) dx
y = uv
y = [ e Q( x)dx]e + Ce
P ( x ) dx − P ( x ) dx − P ( x ) dx
dv du
Por sua vez, fazendo x = uv , para a segunda forma, obtemos: u[ + P ( y )v ] + v = Q( y) , de
dy dy
maneira que, repetindo os mesmos procedimentos, que fizemos para o caso anterior, temos a solução
em x dado por:
x = [ e Q( y)dy]e + Ce
P ( y ) dy − P ( y ) dy − P ( y ) dy
Exemplo ilustrativo (1) – Encontre a solução geral da equação diferencial linear de primeira ordem
dada pela expressão: x 2dy + ( y − 2 xy − 2 x 2 )dx = 0 .
Solução:
dy − y + 2 xy + 2 x 2 dy 1 2
x 2dy = −( y − 2 xy − 2 x 2 )dx = + ( 2 − )y = 2
dx x2 dx x x
17
dy dv du dy 1 2
Tomando y = uv = u + v . Assim, substituindo estas expressões em + ( 2 − )y = 2,
dx dx dx dx x x
dv du 1 2 dv 1 2 du
tem-se que, u + v + ( 2 − )uv = 2 . Colocando u em evidência, u[ + ( 2 − )v] + v = 2.
dx dx x x dx x x dx
dv 1 2 du
Agora, fazendo + ( 2 − )v = 0 , a equação fica reduzida a v = 2.
dx x x dx
1
dv 1 2 dv 1 2
+ ( 2 − )v = 0 = −( 2 − )dx v = x 2 e x .
dx x x v x x
du
Substituindo este valor em v = 2 , tem-se que
dx
1 1
1 − −
x x
du 2e dx e dx
2 x
xe = 2 du = u = 2
dx x2 x2
1
−
e x dx
A equação u = 2 2 pode ser resolvida pela técnica de substituição de variável, tomando
x
1
1 dx −
t=− dt = 2 .Então, temos que du = 2et dt u = 2 et dt u = 2e x + C .
x x
Exemplo ilustrativo (2) – Sabe-se que a taxa de variação no consumo de determinado bem em relação
dC
a renda (para uma determinada comunidade), , é igual ao próprio consumo adicionado a uma
dY
proporção exponencial da renda, conforme a equação diferencial dada abaixo:
dC
= C + eY
dY
Solução:
18
dC dC
= C + eY − C = eY
dY dY
dC dv du
Tomando C = uv =u +v .
dY dY dY
dC dv du
Assim, substituindo estas expressões em − C = eY , tem-se que, u +v − uv = eY .
dY dY dY
dv du dv
Colocando u em evidência, u[ − v] + v = eY . Agora, fazendo − v = 0 , a equação fica
dY dY dY
du
reduzida a v = eY .
dY
dv dv
−v = 0 = dY v = eY .
dY v
du
Substituindo este valor em v = eY , tem-se que
dY
du
eY = eY du = dY u = Y + b
dY
2.1 – Veremos agora uma equação diferencial especial de primeira ordem, a equação de Bernoulli
dy
Toda equação diferencial de primeira ordem linear que assume a forma + P ( x ) y = y n Q( x ) é
dx
chamada de Equação de Bernoulli. Sua solução é obtida fazendo um artifício algébrico que nos
conduza a forma anterior. Sendo assim, primeiramente, dividimos a equação por y n e para obtê-la
19
dy
com um novo formato y −n + P( x) y1−n = Q( x) . Depois, tomamos z = y1−n de maneira que quando
dx
derivamos essa relação e a substituímos na anterior, teremos a equação na forma que já conhecemos e
dz
sabemos como resolvê-la. Ou seja, encontramos a equação agora na forma: + P( x) z = Q( x) .
dx
Exemplo ilustrativo – Encontre a solução geral da equação diferencial linear de primeira ordem
dy
conhecida como equação de Bernoulli, dada pela expressão + y = y2 .
dx
Solução:
dy dy
+ y = y2 y −2 + y −1 = 1
dx dx
dz dy dy dz
Fazendo, y −1 = z = − y −2 y −2 =− .
dx dx dx dx
dy dz dz
y −2 + y −1 = 1 − + z =1 − z = −1
dx dx dx
dz dv du dz
Tomando z = uv =u +v . Assim, substituindo esta expressão em − z = −1 , tem-se
dx dx dx dx
dv du dv du
que, u + v − uv = −1. Colocando u em evidência, u[ − v] + v = −1 . Agora, fazendo
dx dx dx dx
dv du
− v = 0 , a equação fica reduzida a v = −1 .
dx dx
dv dv
Então, podemos encontrar v e para só então encontrar u . Assim, −v = 0 = dx v = e x .
dx v
du du
Substituindo este valor em v = −1 , tem-se e x = −1 du = −e − x dx u = e − x + C .
dx dx
Portanto, encontramos u e v , os substituímos em z = uv . Encontramos finalmente a solução
z = (e − x + C )e x z = 1 + Ce x . Lembrando que z = y −1 , tem-se finalmente que
1
y −1 = 1 + Ce x y= .
1 + Ce x
20
A economia só produz um único produto (um único bem), fazendo uso de apenas dois
insumos: capital (K) e trabalho (L);
A função de produção é homogênea de primeiro grau em suas variáveis independentes, no
caso, em seus insumos; ou seja, ela exibe retorno constante de escala (isto significa que
uma dada variação proporcional em todos os insumos tem como resultado igual variação
proporcional na função de produção, ou seja, no produto);
Os fatores de produção estão sujeitos a rendimentos marginais decrescentes (por conta
disto, o acumulo de capital físico não consegue manter um aumento permanente na renda
per capta);
A tecnologia (A) é exógena (isto significa que um deslocamento da função de produção –
aumento do produto – só se dá com o incremento de uma nova tecnologia);
A relação capital/trabalho exibe uma taxa de crescimento constante;
A relação capital/produto se mantém constante no longo prazo.
Na equação (1.1) está explicito que a tecnologia, A, entra multiplicando a variável força de trabalho, L,
de maneira que AL representa o trabalho potencializado pela tecnologia, de acordo com Romer (2001),
AL é referido como “trabalho efetivo”. Assim, o progresso tecnológico, que entra nessa equação, é
conhecido como labor-augmenting ou Harrod-neutral; consequentemente, a razão capital produto,
21
K/Y, eventualmente se torna estável. Em outras palavras, a participação dos lucros e dos salários na
renda nacional é mantida constante, a longo prazo.
A variável t, que representa o tempo, entra de forma indireta na função de produção através dos
insumos; portanto, variações na produção ocorrem apenas se houver variações temporais em seus
insumos.
Como foi acima mencionado, a função de produção é homogênea e de primeiro grau, isto possibilita
que se trabalhe no plano cartesiano bidimensional, através da seguinte transformação (aqui ilustrada
por meio de uma função de produção do tipo Cobb-Douglas), com retornos constantes de escala:
F [hK (t ), hA(t ) L(t )] = [hK (t )] [hA(t ) L(t )]1− = h +1− K (t ) [ A(t ) L(t )]1−
F[hK (t ), hA(t ) L(t )] = hF[ K (t ), A(t ) L(t )] (1.3)
Destarte, é possível encontrar a forma intensiva da função de produção (no plano), dividindo-se, na
equação (1.1) e (1.2), ambos os membros por AL; assim, resulta que:
Y K (t )
= y = f (k ) = F [ ,1]
A(t ) L(t ) A(t ) A(t )
1− K (t ) [ A(t ) L(t )]1− K (t )
y = f (k ) = [ K (t )] [ A(t ) L(t )] = = = [k (t )]
[ A(t ) L(t )] A(t ) L (t )
y = f (k ) = [k (t )] (1.4)
Com relação aos insumos e suas dinâmicas, parte-se do pressuposto de que os níveis iniciais de capital,
trabalho e tecnologia são dados. Adicionalmente, presume-se que a tecnologia e o trabalho crescem a
taxas constantes (representadas respectivamente por g e n ); assim, obtêm-se as seguintes relações,
envolvendo os fatores de produção (ou seja, tecnologia e força de trabalho):
A dA
=g A = gA(t ) = gdt A(t ) = A(0)ent (1.5)
A A
L dL
=n L = nL(t ) = ndt L(t ) = L(0)e gt (1.6)
L L
22
Por outro lado, o produto é repartido entre consumo e investimento, conforme a relação:
Y (t ) = C (t ) + I (t ) , ou em termos de potencialidade tecnológica (dividindo tudo por AL),
y(t ) = c(t ) + i(t ) . Como pressuposto do modelo, tem-se que a fração de produto canalizado para o
investimento, s , é dada exogenamente e é tomada como constante. Assim, para uma dada taxa de
amortização (depreciação) do capital, , e um montante de investimento bruto, i (t ) , tem-se que o
estoque de capital evolui continuamente de acordo com a seguinte equação:
k(t ) = i(t ) − k (t ) (1.7)
No equilíbrio (que é uma premissa neoclássica), toda a poupança é canalizada para o investimento,
portanto, tem-se que:
i(t ) = S (t ) = sy (t ) (1.8)
Substituindo o investimento da relação (1.8) na relação (1.7), resulta na seguinte relação fundamental
da dinâmica de acumulação de capital físico:
k(t ) = sy (t ) − k (t ) ou k(t ) = sf [k (t )] − k (t ) (1.9)
Pode-se obter o modelo de Solow, de forma mais generalizada, analisando a dinâmica da relação
K (t )
(razão) capital e trabalho potencializado pela tecnologia, k (t ) = , assim, derivando esta razão
A(t ) L(t )
em relação ao tempo, tem-se que:
K (t ) K (t ) L K (t ) A (t )
k(t ) = − −
A(t ) L(t ) A(t ) L(t ) L(t ) A(t ) L(t ) A(t )
k(t ) = sf [k (t )] − (n + g + )k (t ) (1.10)
De acordo com Romer (2001), a equação (1.10) é a equação fundamental do modelo de Solow. Para
encontrar a solução dessa equação, utilizo uma equação de produção do tipo Cobb-Douglas, como
visto acima, y = f [k (t )] = [k (t )] , de maneira que se a substituímos na equação (1.10), tem-se que:
dy
A equação (1.11) é uma equação diferencial ordinária do primeiro grau do tipo + Py = Qyn
dx
(conhecida equação de Bernoulli), onde P e Q são constantes ou funções de x . Enquanto que o n é
diferente de zero e da unidade. Para encontrar sua solução, faz-se uma substituição de variável, por
exemplo, p = y1−n .
Buscando facilitar a manipulação algébrica, na equação (1.11), vou chamar de q a soma das taxas, ou
Observe que, para não encontrar uma solução diferente da de Solow (a menos de uma constante), na
solução da integral acima, considerei a constante de integração c igual à zero. Retomando a variável
anterior, ou seja, r = s − pq , tem-se que e − q (1− )t = s − pq . Procedendo algumas manipulações
algébricas, chega-se a solução da equação (1.13), dada por:
24
s e − q (1− )t
p= −
q q
Esta é a solução geral para o modelo de Solow, no que se refere ao estoque de capital por trabalho
efetivo. Por outro lado, elevando a equação (1.16), em ambos os lados, por , obtém-se a solução
geral para a o produto por unidade de trabalho efetivo, expressa na equação (1.4), ou seja,
Y (t )
y(t ) = = f [k (t )] = [k (t )] . Portanto,
A(t ) L(t )
s e −(1− )(n+ g + )t 1−
y (t ) = − (1.17)
(n + g + ) (n + g + )
Como foi visto acima, 1 − representa a produtividade marginal do trabalho potencializado pela
tecnologia (taxa eficiente do trabalho efetivo, ou ainda: participação dos rendimentos do fator trabalho
na renda total), e a produtividade marginal do capital potencializado pela tecnologia (taxa de
eficiência do capital efetivo, ou ainda: participação dos rendimentos do fator capital na renda total);
como já foi muitas vezes mencionado, uma das hipóteses de trabalho do modelo de Solow é o retorno
constante de escala (ou seja, 1 − + = 1 ), de sorte que 0 1 . Portanto, conforme as previsões do
modelo de Solow, no longo prazo, ou seja, quando t → (no assim chamado steady-state – estado
estável de equilíbrio), o estoque de capital por unidade de tralho efetivo converge para um valor
constante:
1
s 1−
k* = .
(n + g + )
25
Analogamente, no longo prazo, o produto por unidade de trabalho efetivo, também converge para um
valor constante (a economia tende para um estado estacionário); neste caso específico, ele converge
para o seguinte valor:
s 1−
y* = .
(n + g + )
Para uma análise mais detalhada desses resultados, pode ser mostrado que, da solução de convergência
do modelo de Solow, a longo prazo, o produto por trabalhador (a renda per capita) pode ser expressa a
partir da seguinte relação:
Y (t ) s 1−
=
A(t ) L(t ) (n + g + )
Y (t ) s 1−
= A(t )
L(t ) (n + g + )
Lembrando, da equação (1.5), que A(t ) = A(0)e gt , então, a renda per capta é dada por:
Y (t ) s 1−
= A(0)e gt (1.18)
L(t ) (n + g + )
A equação (1.18) mostra que, não havendo progresso técnico (ou seja, g = 0 ), a renda per capita
tenderia para um valor estável, constante no longo prazo. De maneira que, no percurso do processo de
ajustamento da economia, à sua posição de estado-estacionário, a renda per capita poderia crescer
apenas nesse intervalo de tempo; dependendo principalmente da taxa de progresso técnico, g , e da
taxa de poupança agregada, s .
Do acima exposto, conclui-se que, por externalizar o progresso tecnológico (deixando de considerar
suas correlações com a produtividade, tanto do capital como do trabalho, influenciando e
reciprocamente sendo influenciadas pela propensão marginal ao consumo e pela produtividade do
trabalho – sendo ambos não constantes), o modelo de Solow não consegue, por exemplo, explicar o
porquê das rendas per capitas dos países serem tão diferentes, uma vez que parte do pressuposto de
que o progresso técnico é igual para todos os países (sem custos) e que no geral e na média a
propensão marginal a consumir difere muito pouco entre os eles.
26
Uma equação diferencial de n-ésima ordem diz-se linear se é do primeiro grau, em relação à função
desconhecida, y , e às suas derivadas y ' , y ' ' , y ' ' ' , ..., y n−1 , y n−2 , y n . De modo que ela pode ser,
genericamente, expressa da seguinte forma:
2.2 – Equações diferenciais lineares de segunda ordem com coeficientes e termos independentes
constantes
d2y dy
y ''+ A1 y '+ A2 y = b ou 2
+ A1 + A2 y = b
dx dx
Da mesma forma como nas diferenciais de enésima ordem, os coeficientes A1 e A2 são constantes e
f ( x) , que é o termo independe, também é constante e diferente de zero. Quando em uma equação
diferencial linear o termo independe f ( x) for nulo, a equação diferencial será chamada de
homogênea.
O seguinte teorema é valido para as equações diferenciais lineares homogêneas de segunda ordem:
Se y1 e y2 forem duas soluções particulares da equação linear homogênea de segunda ordem
y' '+ A1 y'+ y = 0 , então y1 + y2 também é solução desta equação.
Lema (01)
Duas soluções y1 e y2 de y' '+ A1 y'+ y = 0 dizem-se linearmente independentes sobre o intervalo
fechado, [a, b] , se o cociente (a razão) entre a primeira e a segunda não for constante em [a, b] , ou
27
y1
seja: const . e portanto, ela é uma função de x . Caso contrário, se y1 = ky2 , diz-se que elas são
y2
linearmente dependentes.
Lema (02)
y1 y 2
Sendo y1 e y2 funções de x , o determinante da matriz das soluções dadas, ou seja, , que é
y '1 y '2
y1 y 2
chamado de wronski (ou wronscien) e é representada por W ( y1 , y 2 ) = , assume um dos dois
y '1 y ' 2
valores: ou é nulo, W ( y1 , y2 ) = 0 , ou diferente de zero, W ( y1 , y2 ) 0 .
Se for nulo, então as funções soluções y1 e y2 são linearmente dependentes. De maneira que
y1 y '1
= . Se não for nulo, então as funções soluções y1 e y2 são linearmente independentes.
y 2 y '2
Lema (03)
Se o determinante da matriz de wronski não for linearmente independente no ponto x0 [a, b] , onde
os coeficientes da equação são contínuos, ele não se anula em nenhuma parte de [a, b] .
Lema (04)
Se duas soluções y1 e y2 da equação y' '+ A1 y'+ y = 0 forem linearmente independentes entre [a, b] , o
determinante de wronski não se anula em nenhum ponto de [a, b] .
Lema (05)
Sejam y1 e y2 (duas soluções particulares da equação y' '+ A1 y'+ y = 0 ) linearmente independentes, ou
seja, se W ( y1 , y2 ) 0 , então qualquer combinação linear de y1 e y2 , ou seja, y = y1 + y2 , será
uma solução geral de y' '+ A1 y'+ y = 0 .
2.2.2 – Soluções das equações diferenciais lineares homogêneas de segunda ordem, com coeficientes
constantes
Vamos procurar soluções particulares para ela, por exemplo: y = Aekx , y ' = kAe kx e y '' = k 2 Aekx ,
então, substituindo estas funções na equação (I), temos
28
Aekx 0 , k 2 + pk + q = 0 .
p p2
k1 = − + −q
2 4
k 2 + pk + q = 0
p p2
k
2 = − − −q
2 4
y = Ae k1x + Bek2 x
Exemplo ilustrativo – Encontre a solução geral para a seguinte equação y' '+ y'−2 y = 0 .
k1 = 1
k2 + k − 2 = 0
k 2 = −2
Então, a solução é:
y = Ae x + Be−2 x
(ii) k1 e k2 são reais e iguais, ou seja, k1 , k 2 R e k1 = k 2 . Neste contexto, a solução geral é dada
Demonstração:
Se y1 = e k1x é uma solução particular, deve-se encontrar outra solução y 2 que seja linearmente
independente com y1 . Seja y2 = ( x)e k1x , a solução procurada, pois de fato elas são
linearmente independentes, uma vez que:
y2 ( x)e k1x y2
= = ( x)
y1 e k1x y1
Assim:
y ' '2 = ' ' ( x)e k1x + k1 ' ( x)e k1x + k1 ' ( x)e k1x + k 12 ( x)e k1x ou
[ ' ' ( x) + 2k1 ' ( x) + k 12 ( x)]e k1x + p[ ' ( x) + k1 ( x)]e k1x + q ( x)e k1x = 0
[ ' ' ( x) + 2k1 ' ( x) + k 12 ( x)] + p[ ' ( x) + k1 ( x)] + q]e k1x = 0
p
Adicionalmente, k1 = k2 = − 2k1 + p = 0
2
C = 1
' ' ( x) = 0 ( x) = Cx + D tomando ( x) = x .
D = 0
Portanto, y2 = ( x)e k1x y2 = xe k1x
Exemplo ilustrativo – Encontre a solução geral para a seguinte equação y ''− 6 y '+ 9 y = 0 .
30
k 2 − 6k + 9 = 0 k1 = k2 = 3 .
Portanto, a solução é:
y = Ae3 x + Bxe3 x .
y1 = e ( + i ) x = ex e ( x )i
y2 = e ( −i ) x = ex e ( − x )i
Utilizando a fórmula de Euler ei = cos + isen , temos que e ( x )i = cos(x) + isen ( x) e
e ( − x )i = cos(x) − isen ( x) , sendo assim, tem-se que
y = Ay1 + By2
Exemplo ilustrativo – Encontre a solução geral para a seguinte equação y' '+2 y'+5 y = 0 .
k 2 + 2k + 5 = 0 k1 = −1 + 2i e k2 = −1 − 2i .
31
y1 = e ( −1+2i ) x = e − x e ( 2 x )i
y2 = e ( −1−2i ) x = e − x e ( −2 x )i
y = Ay1 + By2
2.2.2 – Soluções das equações diferenciais lineares homogêneas de ordem superior, com coeficientes
constantes
Exemplos práticos:
2.4 – Equações diferenciais lineares não homogêneas de segunda ordem e coeficientes de primeiro e
segundo membros constantes.
Seja a equação diferencial linear não homogênea de segundo ordem dada por:
A solução de uma equação do tipo (1) é a soma de duas outras soluções: uma é a solução geral
correspondente à equação homogênea, a outra é uma solução particular relacionada à equação não
homogênea.
Vamos ver alguns casos da equação diferencial linear não homogênea, onde o termo de segundo
membro é uma constante diferente de zero:
y ''− 2 y '− 8 y = 18
y ''− 4 y '+ 4 y = 6
3 y ''− 7 y '+ 2 y = −8
2.4.1 – Equações diferenciais lineares não homogêneas de segunda ordem e coeficientes constantes e
segundo membro como várias funções da variável independente.
Seja a equação diferencial linear não homogênea de segundo ordem dada por:
Neste caso, os coeficientes a1 e a2 são constantes e o termo do segundo membro é uma função
qualquer. Então, se a1 = p e a2 = q , nossa equação pode ser da seguinte forma:
A solução de uma equação do tipo (1) é a soma de duas outras soluções: uma é a solução geral
correspondente à equação homogênea, a outra é uma solução particular relacionada à equação não
homogênea.
Vamos ver alguns casos da equação diferencial linear não homogênea, onde o termo de segundo
membro, ou seja, a função f (x) , assume as seguintes formatações:
Nesse caso, a função f (x) é o produto de um polinômio, Pn (x) , de grau n , por uma função
exponencial ex . De maneira que teremos três situações que dependerão do valor assumido pelo
parâmetro :
y = Qn ( x)ex
Então, derivando duas vezes esta solução, ou seja, y' = Qn ' ( x)ex + Qn ( x)ex e
x x x x
y' ' = Qn ' ' ( x)e + Qn ' ( x)e + Qn ' ( x)e + Qn ( x)e , substituindo agora estes resultados na
2
[Qn ' ' ( x) + (2 + p)Qn ' ( x) + (2 + p + q)Qn ( x)]ex = Pn ( x)ex
Qn (x) é um polinômio de grau n , Q'n ( x) tem grau n − 1 e Q' 'n ( x) tem grau n − 2 . Tem-se,
pois, de um lado e de outro da igualdade polinômios de grau n . Igualando os coeficientes das
mesmas potencias de x (o número de coeficientes desconhecidos é n + 1 ), obtém-se um
sistema de n + 1 equações para a determinação dos coeficientes do polinômio A0 , A1 , ..., An .
y = xQn ( x)ex
34
Resta, pois, no primeiro membro da igualdade (4) Q' 'n ( x) , isto é, um polinômio de grau de
grau n − 2 . Para que o resultado da substituição seja um polinômio de grau n , torna-se
necessário procurar uma solução particular, sob a forma de produto de ex , por um polinômio
de grau n + 2 . A constante e o termo do primeiro grau deste polinômio desaparecem então,
após derivação e poder-se-á omitir na solução particular.
Assim, quando é raiz dupla da equação característica, procurar-se-á uma solução particular
sob a forma:
y = x 2 Q ( x ) e x .
Exemplo (1) – Encontre a solução da equação diferencial linear não homogênea, y ' '+4 y'+3 y = x .
A solução geral, correspondente à equação homogênea, é dada a partir da sua equação característica,
k1 = −1
k 2 + 4k + 3 = 0 y g = C1e − x + C2 x −3 x
k 2 = −3
A solução particular, correspondente à equação não homogênea, é dada a partir da sua equação
original, y ' '+4 y'+3 y = x , que assume a forma:
y p = Pn ( x).e x = P1 ( x).e 0 x
y = P1 ( x).e0 x = Ax + B , derivando duas vezes, tem-se y' = A e y ' ' = 0 , substituído na equação original,
1
A = 3
0 + 4 A + 3( Ax + B) = x
B = − 4
9
1 4
Por conseguinte, y p = x − .
3 9
1 4
Solução geral é dada por y = yg + y p , ou seja, y = C1e− x + C2 x −3 x + x − .
3 9
A solução geral, correspondente à equação homogênea, y' '+2 y'+5 y = 0 , é dada a partir da sua equação
característica,
k1 = −1 + 2i
k 2 + 2k + 5 = 0 y g = A1e( −1− +2i ) x + A2 x ( −1− 2i ) x
k 2 = −1 − 2i
A solução particular, correspondente à equação não homogênea, y' '+2 y'+5 y = 2 cos x , é dada a partir
da seguinte análise:
y p = [C cos x + Dsenx]e 0. x
Então, substituindo estes valores na equação original, y' '+2 y'+5 y = 2 cos x , temos:
4C + 2 D = 2
[4C + 2 D] cos x + [−2C + 4 D]senx = 2 cos x + 0.senx
− 2C + 4 D = 0
4C + 2 D = 2 C = 2 / 5
− 2C + 4 D = 0 D = 1 / 5
y p = 2 / 5 cos x + 1 / 5senx
2 1
y = yg + y p y = e− x [ A cos(2 x) + Bsen(2 x)] + cos( x) + sen( x)
5 5
y( n) + a1 y( n−1) + ... + an y = 0
Onde os coeficientes A1 , A2 ,..., An são constantes, não todos nulos, diz-se que n ( x) é uma
combinação linear das funções 1 ( x), 2 ( x), ..., n −1 ( x) .
Observação (2): as funções 1 ( x), 2 ( x), ..., n −1 ( x) são ditas linearmente independentes se nenhuma
delas puder ser representada como combinação linear das outras.
Resulta das observações acima que se as funções 1 ( x), 2 ( x), ..., n −1 ( x) forem linearmente
independentes, existem, então, constantes C1 , C2 , ..., Cn , não todas nulas, e tais que se tem, quaisquer
que x sobre o segmento [a, b] ,
y' p = p1 y1 + p 2 y2 + p3 y3 + ... + pp y p + p (t )
Agora podemos colocar esse sistema de equações lineares na forma matricial, obtendo
y ' px1 = Apxp y ' px1 + px1 (t ) ou, mais compactamente, y ' = Ay '+ (t )
Nesse sistema de equações diferencias de primeira ordem a matriz dos coeficientes tem que ser uma
matriz não singular e não diagonal.
Vamos trabalhar com um sistema de equações diferenciais de primeira ordem com duas equações e
duas incógnitas, no caso, aquele cuja a função p (t ) é constante.
Uma forma de resolver este sistema seria através do processo de substituição, todavia para sistema
mais complexos com três ou mais equações e três ou mais variáveis esse método fica cada vez mais
complicado, portanto, vamos usar o método de resolução simultâneo baseado na decomposição
espectral da matriz dos coeficientes, transformando primeiramente o sistema acima da seguinte forma:
y' = Ay +
y ' = Ay
38
Para encontrarmos a solução do sistema como um todo, temos que garantir as seguintes propriedades a
matriz dos coeficientes A:
Sabe-se que uma matriz quadrada qualquer, M, que possui autovalores distintos, tem seus
autovetores linearmente independentes e é, portanto, diagonalizável (posto que M e D são
matrizes similares), de forma que sua matriz diagonal é composta pelos autovalores em sua
diagonal principal. Sendo assim, temos a seguinte relação PM = DP ou M = P −1 DP .
A matriz quadrada dos coeficientes A é diagonalizável, de tal maneira que, se for sua
matriz diagonal, tem-se que CA = C (A e são matrizes similares) e pode ser A pode
assumir a seguinte forma: A = CC −1 , onde C é uma matriz ordem ( p x 1) composta de p
autovetores linearmente independentes, ou seja, ordem [c1 c2 ... c p ] , enquanto que (letra
grega lambda maiúscula) é uma matriz quadrada diagonal de ordem ( p x p) , formada por
autovalores distintos.
▪ Se a matriz A for não simétrica, seus autovalores podem ser reais ou complexos.
Uma importante consideração ainda sobre o sistema acima é que quando os autovalores não são todos
distintos, ocorre que existirão menos do que p autovetores linearmente independentes. Neste caso não
poderemos expressar a matriz dos coeficientes da forma vista anteriormente, ou seja, A = CC −1 , uma
vez que C é singular (seu determinante é zero, não admite inversa). Para driblar essa restrição, utiliza-
se uma forma próxima da diagonalização baseada na forma da matriz de Jordan.
Nesse contexto, tem-se então que A = PJP−1 , sendo J a matriz de Jordan, que é formada da seguinte
maneira:
i 1 0... 0
0 1... 0
i
J i = . . . .
. . . .
0 0 0... i
equações diferenciais de primeira ordem é expressa em função dos seus autovalores que é obtida com a
solução da equação característica, construída da seguinte forma:
y ' = CC −1 y +
39
y ' = CC −1 y que pode ser expressa como C −1 y ' = Cy , então podemos fazer uma mudança de
variável chamando de w = C −1 y e w' = C −1 y ' , desta forma resulta que
Portanto, podemos encontrar a solução geral do nosso sistema, primeiro vamos encontrar a solução da
equação homogênea, primeiramente partindo do pressuposto que seus autovalores são reais e distintos,
depois complexos e conjugados e finalmente, reais e iguais.
1 0
Nesse caso, = é uma matriz diagonal e, desta forma, o sistema homogêneo ( w' = w )
0 1
pode ser expresso por
w1 ' 1 w1
w ' = , cuja solução é:
2 0 2 w2
w
y = [c1 c2 ] 1
w2
( 1 e 2 ), os autovetores ( c1 e c2 ) e as constantes 1 e 2 .
+ i 0
Sendo assim, = de maneira que se obtém também autovetores complexos e
0 − i
conjugados, ou seja, [c1 c2 ] = [u + iv u − iv] . O que resultará em
y = Cw
40
w
y = [c1 c2 ] 1 = c1w1 + c2 w2
w2
Relembrando a formula Euler, e( + i )t = et [cos t + isent ] e e( −i )t = et [cos t − isent ] , pode-se
finalmente encontrar a solução geral, apresentada abaixo:
( + i ) t
x c1(1)1e + c1( 2)2e( − i )t
z = ( + i ) t
c2(1)1e + c2( 2)2e( − i )t
t t
x c1(1)1e [cos t + isent ] + c1( 2)2e [cos t − isent ]
z = t t
c2(1)1e [cos t + isent ] + c2( 2)2e [cos t − isent ]
Portanto,
x = (c1(1)1 + c1( 2)2 )et cos t + (c1(1)1 − c1( 2)2 )iet sent
z = (c2(1)1 + c2( 2)2 )et cos t − (c2(1)1 − c2( 2)2 )iet sent
1 e 2 .
1
J = , isto pode ser expresso por
0
1 w
w1 ' 1 1
w ' = , cuja solução é:
2 0 2 w2
w1 '−w1 = w1 = 1et
Parte não-homogênea de (1)
w1 '−w1 = 2et (2), tomando w1 = Ate t w'1 = Aet + Atet , substituindo em (2)
w1 = 2te t
A solução da não-homogênea é w1 = w1 (h) + w1 (não − hom)
x p1(1) p1(2) (1 + 2t )et p1(1) (1 + 2t )et + p1(2)2et
z = = que pode ser ainda apresentado
p2(1) p2(2) 2et t t
p2(1) (1 + 2t )e + p2(2)2 e
como:
Por fim, vamos encontrar solução da equação não homogênea, a qual chamamos de solução particular
e que pode ser encontrada se fizermos o vetor (t ) = b , sendo assim, como solução particular
sugerimos y p = k , sendo este último um vetor constante, de modo que y ' p = 0
y ' = Ay + 0 = Ay + b y = A−1b
x' = −3x + 4 z
z' = − x + 2z
y ' = Ay
Fica claro que o sistema é homogêneo, sendo assim, a expressão compacta, y ' = Ay ,
utilizamos A = CC −1 , temos
y ' = CC −1 y
De sorte que C −1 y ' = Cy , então podemos fazer uma mudança de variável
w = C −1 y e w ' = C −1 y ' ,
1 0
Resulta que w ' = w onde = , então substituindo na expressão, temos
0 2
0 w
w1 ' 1 1
w ' =
2 0 2 w2
w2 ' = 2 w2 w2 = e2 t
− 3 − 4
Dado a matriz dos coeficientes, A, sabemos que [A − ] = , fazendo o determinante
−1 2−
−3− 4
igual a zero, temos det[ A − ] = det =0
−1 2−
= 1
(−3 − )( 2 − ) − (−1).4 = 0 1
2 = −2
−3− 4 x
0
[ A − ]y = =
−1 2 − z 0
Para 1 = 1
− 3 −1 4 x
0 x 1
= =
−1 2 − 1 z 0 z 1
Para 2 = −2
43
−3 − (−2) 4 x 0 x 4
= =
−1 2 − ( −2) z 0 z 1
1 4
Assim, [c1 c2 ] =
1 1
w
y = Cw = [c1 c2 ] 1
w2
z =
t
=
z t −2t
1 1 2e 2 1e + 2e
z (t ) = 1et + 2e−2t
dx1
dt = 2 x1 +2 x2
dx2 = x +3 x
dt 1 2
dx1 dx1
dt a11 a12 x
1 dt 2 2 x
1
= =
dx2 a 21 a 22 x2 dx2 1 3 x2
dt dt
x ' = Ax
Fica claro que o sistema é homogêneo, sendo assim, a expressão compacta, x ' = Ax ,
utilizamos A = CC −1 , temos
x ' = CC −1 x
De sorte que C −1 x ' = Cx , então podemos fazer uma mudança de variável
w = C −1 x e w' = C −1 x ' ,
1 0
Resulta que w' = w onde = , então substituindo na expressão, temos
0 2
44
0 w
w1 ' 1 1
w ' =
2 0 2 w2
w2 ' = 2 w2 w2 = e2 t
2 − 2
Dado a matriz dos coeficientes, A, sabemos que [A − ] = , fazendo o determinante igual
1 3 −
2 − 2
a zero, temos det[ A − ] = =0
1 3−
= 4
(2 − )(3 − ) − 1.2 = 0 1
2 = 1
w1 ' = 1 w1 w1 = e t
w2 ' = 2 w2 w2 = e 4t
2 − 2 v
0
[ A − ]y = =
1 3 − s 0
v1 s1
[c1 c2 ] =
v s2
2
Para 1 = 4
−2 2 v1 0 v1 −2
[ A − ]y = = v1 + 2v2 = 0 v1 = −2v2 =
1 − 1 v2 0 v2 1
Para 2 = 1
1 2 s1 0 s1 1
[ A − ]y = = s1 + 2s2 = 0 s1 = −22 =
1 2 s2 0 s2 −1
−2 1
Assim, [c1 c2 ] =
1 − 1
45
w
y = Cw = [c1 c2 ] 1
w2
−2 1 1t −2 1 t
x1 1e x1 1e
x = t x = 4t
2 1 − 1 2e 2 2 1 − 1 2 e
x1 = −21e + 2e
t 4t
e x2 = 1e − 2e
t 4t
dx1
dt = −7 x1 + x2
dx2 = −2 x −5 x
dt
1 2
dx1 dx1
dt a11 a12 x
1 dt − 7 1 x
1
= =
dx2 a 21 a 22 x2 dx2 − 2 − 5 x2
dt dt
x ' = Ax
Fica claro que o sistema é homogêneo, sendo assim, a expressão compacta, x ' = Ax ,
utilizamos A = CC −1 , temos
x ' = CC −1 x
De sorte que C −1 x ' = Cx , então podemos fazer uma mudança de variável
w = C −1 x e w' = C −1 x ' ,
1 0
Resulta que w' = w onde = , então substituindo na expressão, temos
0 2
0 w
w1 ' 1 1
w ' =
2 0 2 w2
w2 ' = 2 w2 w2 = 2 e 2t
46
− 7 − 1
Dado a matriz dos coeficientes, A, sabemos que [A − ] = , fazendo o determinante
− 2 −5−
− 7 − 1
igual a zero, temos det[ A − ] = det =0
− 2 − 5 −
= −6 + i
(−7 − )(−5 − ) − ( −2).1 = 0 2 + 12 + 37 = 0 1
2 = −6 − i
w2 ' = 2 w2 w2 = 2 e ( −6−i )t
−7 − 1 v1 0
[ A − ]y = =
−2 − 5 − v2 0
v1 s1
[c1 c2 ] =
v s2
2
Para 1 = −6 + i
−7 − (−6 + i) 1 v1 0 −1 − i 1 v1 0
[ A − ]y = = [ A − ]y = =
−2 − 5 − ( −6 + i ) v2 0 −2 1 − i v2 0
v 1
(−1 − i )v1 + v2 = 0 v2 = (1 + i )v1 1 =
v2 1 + i
Para 2 = −6 − i
−7 − (−6 − i) 1 s1 0 −1 + i 1 s1 0
[ A − ]y = = [ A − ]y = =
−2 − 5 − (−6 − i) s2 0 −2 1 + i s2 0
s 1
(−1 + i ) s1 + s2 = 0 s2 = (1 − i ) s1 1 =
s2 1 − i
1 1
Assim, [c1 c2 ] =
1 + i 1 − i
47
w
y = Cw = [c1 c2 ] 1
w2
1 1 ( −6+i )t
x1 1 1 1e1t x1 e
x =
t
x = 1 ( −6−i )t
2 1 + i 1 − i 2e 2 2 1 + i 1 − i 2 e
x1 = 1e
+ 2e( −6−i )t
( −6+i ) t
x2 = 1 (1 + i)e + (1 − i)2e( −6−i )t
( −6 +i ) t
x2 = 1 (1 + i)e [cos t + isent ] + 2 (1 − i)e [cos t − isent ]
−6t −6t
Onde, 1 = 1 + 2 , 2 = i(1 − 2 ) , 3 = 1 (1 + i) + 2 (1 − i) e 4 = 1 (1 + i) − 2 (1 − i)
dx1
dt = 6 x1− x2 + 9
dx2 = 4 x +2 x + 14
dt 1 2
dx1 dx1
dt a11 a12 x
1 dt 6 − 1 x
1 9
= = +
dx2 a 21 a 22 x2 dx2 4 2 x2 14
dt dt
x ' = Ax + B
Fica claro que o sistema é não homogêneo (por outro lado, como veremos mais a frente, as raízes da
equação característica são reais e iguais, de maneira que utilizamos A = PJP −1 (onde P é a matriz de
Jordan). Para encontrar a solução do sistema, tomamos primeiramente a parte homogênea sob a forma
48
compacta, neste caso, temos: x ' = Ax e x ' = PJP −1 x . De sorte que P −1 x ' = JP −1 x , então podemos
fazer uma mudança de variável
1
J = , então a equação w ' = Jw fica assim:
0
1 w
w1 ' 1 1
w ' = , cuja solução da parte homogênea é:
2 0 2 w2
w1 ' = 1 w1 + w2 e w2 ' = 2 w2
w1 '−w1 = w1 = 1et
w1 '−w1 = 2et (2), tomando w1 = Ate t w'1 = Aet + Atet , substituindo em (2)
w1 = 2te t
6 − − 1
Retomando a matriz dos coeficientes, A, sabemos que [A − ] = , fazendo o
4 2−
6 − − 1
determinante igual a zero, temos det[ A − ] = det =0
4 2−
w2 = 2e4t
v1 s1
P = [ p1 p2 ] =
v s2
2
Para 1 = 2 = 4
6 − − 1 v 6 − 4 − 1 v
1 0 1 0
[ A − I ] x = = [ A − I ] x = =
4 2 − v2 0 4 2 − 4 v2 0
v 1
2v1 − v2 = 0 v2 = 2v1 1 =
v2 2
2 − 1 s 2 − 1 s
1 v1 1 1
[ A − 4 I ]c2 = = ou [ A − 4 I ]c2 = =
4 − 2 s2 v2 4 − 2 s2 2
v 1
2v1 − v2 = 1 se v2 = 1 v1 = 1 1 =
v2 1
1 1
Assim, [ p1 p2 ] =
2 1
w
x = Pw = [ p1 p2 ] 1
w2
x2 = 2(1 + 2t )e + 2e
4t 4t
51
Por fim, vamos encontrar solução da equação não homogênea, a qual chamamos de solução particular
e que pode ser encontrada se fizermos o vetor (t ) = B , sendo assim, como solução particular
sugerimos x ' = k , sendo este último um vetor constante, de modo que x ' p = 0
x p ' = Ax p + B 0 = Ax p + B x p = − A−1B
1 2 1 9 −2
xp = − =
16 −4 6 14 −3
xG = xg + x p
4 – Otimização
Os problemas econômicos de otimização envolvem quase sempre algum tipo de condicionamento que
tem de ser levado em conta e satisfeito. Neste sentido, o enunciado geral do problema pode ser
resumido assim: como maximizar (minimizar) determinada função objetivo nas condições impostas
por determinadas restrições? Para esta parte do curso vamos trabalhar esse assunto em seu aspecto
prático, mais aplicativo do que teórico, servindo-se dos problemas de otimização encontrados na
escola neoclássica, investigando a teoria do comportamento do consumidor e a teoria da firma.
Nos casos citados acima, onde a função objetivo e suas restrições de igualdade são de várias variáveis,
o método mais adequado e amplamente utilizado é o Método dos Multiplicadores de Lagrange.
Antes, porém, a título de refrescar a memória, vamos trabalhar primeiramente com o caso de
otimização cuja função objetivo é de várias variáveis, sem, no entanto, nenhuma restrição.
52
Max F ( x1 , x1 , x3 , ..., xn )
Analogamente, como procedemos com uma função univariada, tipo y = f ( x) , em que a condição de
primeira ordem (condição necessária) era obtida onde a derivada se anulava, f '( x) = 0 , devemos
também aplicar a condição necessária, de primeira ordem, para encontrar os pontos críticos
x* = ( x1* , x 2* , x3* , ..., x n* ) , fazendo o diferencial total se igualar a zero, de modo que se
F F F F
dF = dx1 + dx2 + dx3 + ... + dxn é o diferencial total da função objetivo, tem-se então que
x1 x2 x3 xn
F F F F
dF = 0 , isto é equivalente a = = = ... = = 0 , ou, expresso de outro modo,
x1 x2 x3 xn
F F F F
( , , , ..., ) = (0, 0, 0, ..., 0) , essa última expressão nada mais é do que o
x1 x2 x3 xn
gradiente da função objetivo, F = 0 .
Portanto, como critério de primeira ordem das funções objetivos de duas ou mais variáveis, impõe-se
que o gradiente seja nulo:
F F F F
F = 0, ou seja, ( , , , ..., ) = (0, 0, 0, ..., 0)
x1 x2 x3 xn
F ( x , y) = x2 + 4 xy + y 2 + 12 y + 10
F
x = 2 x + 4 y 2 x + 4 y = 0
F x = −4
= 4 x + 2 y + 12 4 x + 2 y + 12 = 0
y
F ( x , y) = 4e2 x + 3 y 2
53
F
x = 8e
x
8e x = 0 e x = ?
F
= 6y 6 y = 0 y = 0
y
Assim, como e x não se anula para nenhum valor de x , conclui-se que não existe ponto ( x , y) que
satisfaça a condição de primeira ordem, de maneira que não existe valores extremos para essa função.
Sendo assim, a condição de primeira ordem é uma condição necessária, mas não suficiente para pontos
extremos.
2 F 2 F 2 F 2 F
...
x12 x1x2 x1x3 x1xn
2 F 2 F 2 F 2 F
...
x2 x1 x22 x2x3 x2xn
2 F 2 F 2 F 2 F
H n = ...
x3x1 x3x2 x32 x3xn
2 F 2F 2F
2 F 2 F x12 x1x2 x1x3
2F x12 x1x2 2 F 2 F 2 F
H 1 = ; H 2 = 2 ; H 3 = ; ... etc.
x12 F 2 F x2 x1 x22 x2x3
x2 x1 x22 2 F 2 F 2 F
x3x1 x3x2 x32
Qualquer outra combinação ou é um ponto de cela ou não é ponto nem máximo nem mínimo.
Exemplo (1) – Encontre os pontos de máximo ou de mínimo (se houver) da seguinte função objetivo:
Max f ( x1 , x1 , x3 )
f f f
f = 0, ou seja , ( , , ) = (0, 0, 0)
x1 x 2 x3
f
= 2 x1 + x 2 − 7 = 0
x1
f
= 4 x 2 + x1 = 0
x 2
f
= 2 x3 − 2 = 0
x3
2 f 2 f 2 f
= 2, = 1, =0
x12 x1x 2 x1x3
2 f 2 f 2 f
= 4, = 0, =2
x 22 x 2 x3 x32
A condição suficiente, de segunda ordem, impõe que o determinante da matriz Hessiana da função
objetivo e seu determinante n das variáveis parciais de segunda ordem, ou seja,
2 1 0
2 1
H1 = 2 0 , H 2 = = 7 0 e H 3 = 1 4 0 = 14 0 .
1 4
0 0 2
mínimo.
55
O problema da otimização condicionada para uma função objetivo de duas ou mais variáveis, tipo
F = f ( x1 , x1 , x3 , ..., xn ) , pode ser expressa na busca dos pontos de máximo ou de mínimo desta
função e que está sujeita a determinada restrição, g ( x1 , x1 , x3 , ..., xn ) − c = 0
Esse problema pode ser resolvido por meio do método dos multiplicadores de Lagrange. Neste caso,
primeiramente construímos a “função de Lagrange” associando a restrição ao multiplicador de
Lagrange com a restrição g ( x1 , x1 , x3 , ..., xn ) = c , então definimos a função lagrangiana da
seguinte forma:
L ( , x ) = f ( x ) − g ( x ) − c
Já vimos como obter a condição de primeira ordem, tomando o gradiente da função objetivo igual ao
vetor nulo:
(i) L ( , x ) = 0
(ii) L ( , x ) = f ( x ) − g ( x ) − c
2L 1 2 f 2 g
= − = f ij − gij
xi x j xi x j xi x j
2L 1 g
=− = − gi
xi xi
2L 1
=0
2
0 − g1 − g2 − gn
− g1 f11 − g11 f12 − g12 f1n − g1n
H = − g2 f 21 − g 21 f 22 − g 22 f2n − g2n .
−g f n1 − g n1 fn 2 − gn 2 f nn − g nn
n
0 − g x1 − g x2
0 − g x1
H 2 = e H 3 = − g x1 f11 − g11 f12 − g12
− g x1 f11 − g11
− g x2 f 21 − g 21 f 22 − g 22
(c) Qualquer outra combinação ou é um ponto de cela ou não é ponto nem máximo nem mínimo.
Vamos pegar um exemplo mais simples, uma função com apenas duas variáveis, F = f ( x1 , x2 ,) , que
tem a seguinte restrição: g ( x1, x2 ) − c = 0 , de maneira que sua função lagrangiana é dada por:
Sendo assim, para encontrar os pontos extremos da função lagrangiana, aplicamos as condições de
primeira ordem, fazendo com que o gradiente de L ( , x1 , x2 ) seja nulo:
L L L
L = 0, ou seja, ( , , ) = (0, 0, 0) .
x1 x2
L f g
x = + =0
x1 x1
1
L f g
= + =0
x2 x 2 x 2
L
= − g ( x1 , x2 ) + c = 0
L ( x1 , x2 , ) = x12 + x22 − ( x1 + x2 − 4) .
L
x = 2 x1 − = 0
1
L
= 2 x2 − = 0
x2
L
= x1 + x2 − 4 = 0
Resolvendo o sistema temos x1 = 2, x2 = 2 . Portanto, o ponto (2, 2) é um extremo que não sabemos
se é de máximo ou de mínimo condicionado. Para tanto, devemos obter as condições de segunda
ordem ou de suficiência para esse tipo de problema.
0 − g x1 − g x2
H = − g x1 f11 − g11 f12 − g12
− g x f 21 − g 21 f 22 − g 22
2
0 − g x1 0 1
H 2 = H 2 = = −1
− g x1 f11 − g11 1 2
0 − g x1 − g x2 0 1 1
H 3 = − g x1 f11 − g11 f12 − g12 H 3 = 1 2 0 = −4
− g x2 f 21 − g 21 f 22 − g 22 1 0 2
Frequentemente ocorrem problemas de otimização onde as restrições nem sempre são de igualdades,
neste caso podemos ter restrições envolvendo restrições de desigualdade de forma que a programação
deixa de ser linear. Sendo assim, o problema de programação geral não linear pode ser apresentado
como se segue:
1 ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) k1
2 ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) k2
max F ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) sujeito a
...................................
n ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) kn
L L L
=0 =0 e =0
x1 x2
0 [se ( x1 , x2 ) k , então = 0]
(d) Imponha que ( x1, x2 ) k
A condição (c) requer que seja não-negativo, além disso que requer também que = 0 se
( x1, x2 ) k . Sendo assim, se 0 , devemos ter ( x1, x2 ) = k , neste sentido uma condição
L
= 2 x1−2x1= 0 (1)
x1
L
= 2 x 2 +1 − 2x 2 = 0 (2)
x2
L
= x12 + x22 − 1 = 0 (3)
De (1), 2 x 1 (1 − ) = 0 Se = 1 x 1 = 0 não pode , pois de (2), temos ( 1 = 0 )?
Considerando o caso quando x1= 0 e também, de (4), x12 + x22 1 x22 1 , isto é,
− 1 x2 1 , então de (4), resulta que = 0 e, de (2), resulta x2 = −1 / 2 . Portanto,
(0, − 1 / 2) com = 0 é candidato a ótimo.
Todavia, de (4), conclui-se que o ponto que maximiza e resolve o problema é (0, 1) .
x* = ( x1* , x2* , x3* ,..., xn* ) é um ponto de máxima local de F ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) sujeita à
F
hi = x − x = 0 i = 1, 2, 3,..., n
i i
( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) = 0
( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) 0
− ( x1, x2 , x3 ,..., xn ) , este resultado é também aplicável quando uma função convexa é minimizada,
Lembremos: uma função f ( x1, x2 , x3 ,..., xn ) é convexa numa região se para dois pontos quaisquer
(~
x1, ~
x2 , ~
x3 ,..., ~
xn ) e ( xˆ1, xˆ2 , xˆ3 ,..., xˆn ) se e somente se tivermos a seguinte combinação linear
com desigualdade:
61
f [(1 − t ) ~
x1 + txˆ1 ,..., (1 − t ) ~
xn + txˆn ] (1 − t ) f ( ~
x1, ~
x2 , ~
x3 ,..., ~
xn ) + tf ( ~
x1, ~
x2 , ~
x3 ,..., ~
xn )
A função é estritamente convexa se puder ser substituído por . A função é côncava se puder ser
substituído por e estritamente côncava se se puder ser substituído por .
No método dos multiplicadores de Lagrange é possível fazer alteração para se determinar o ponto
de máximo ou de mínimo de uma função de várias variáveis sujeita a uma restrição de
desigualdade, de maneira semelhante à modificação efetuada para uma função de duas variáveis
sujeita a uma restrição de desigualdade.
Suponha dessa forma que a restrição de desigualdade seja válida como uma restrição de igualdade
e obtenha o ponto de máximo (mínimo) usando o método dos multiplicadores de Lagrange. Então,
se de um lado 0 , este ponto de máximo (ou de mínimo) também e o de máximo (ou de
mínimo) sujeito à restrição de desigualdade; se por outro lado, 0 , o ponto de máximo (ou de
mínimo) determinado independentemente da restrição, satisfaz a restrição e, portanto, também é o
ponto de máximo (ou de mínimo) condicionado.
f
x − x = −2 x1 + x2 − = 0 (1)
1 1
f
− = −4 x2 + x1 − = 0 (2)
x 2 x2
f
− = −2 x3 + 1 − = 0 (3)
x3 x3
( x + x + x − 35) = 0 x + x + x = 35
1 2 3 1 2 3
fato, x1 = x2 = 0 e x3 = 1/ 2 .
O processo de otimização do consumidor ocorre quando ele combina suas preferências com sua
restrição orçamentária, a questão da escolha ótima do consumidor reduz-se à solução da
maximização de utilidade condicionado à sua restrição orçamentária. Isto é, o consumidor escolhe
as quantidades ótima, ( x1* , x2* ) , buscando
Max u = u ( x1 , x2 )
x1 , x2
s.a m − ( p1x1 + p2 x2 ) = 0
L L L
=0 =0 e =0
x1 x2
dx2 u / x1 p
TMSx1 , x2 = =− = 1 , onde TMS é a Taxa Marginal de Substituição.
dx1 u / x2 p2
Posto que a informação dada pelas funções de utilidades não se altera ao aplicar uma
transformação monotônica. Lembrando que uma transformação monotônica é uma forma de
transformar um conjunto de números em outro conjunto de números, porém preservando a ordem
dos números originais. A transformação monotônica é uma função f (u ) que transforma cada
63
s.a m − ( p1x1 + p2 x2 ) = 0
Pelo método dos multiplicadores de Lagrange, tem-se:
L( x1 , x2 , ) = cLn( x1 ) + cLn( x2 ) + (M − p1 x1 − p2 x2 )
Aplicando as Condições de Primeira Ordem, resulta em:
L c L d L
= − p1 = 0 ; = + p 2 = 0 e = m − ( p1x1 + p2 x2 ) = 0
x1 x1 x 2 x 2
Resolvendo este sistema de três equações e seis incógnitas, temos:
c m d m c+d
x1 = x*1 ( p1 , p2 , m) = , x2 = x*2 ( p1 , p2 , m) = e = *1 ( p1, p2 , m) =
c + d p1 c + d p2 m
Portanto, essas funções representam a solução simultânea das condições de primeira ordem. As
duas primeiras são funções de demanda marshalliana (ou walrasiana ou ordinária), que nos dá as
quantidades ótimas de cada um dos bens como uma função dos seus preços e da renda do
consumidor.
Obs.: A curva de demanda marshalliana (ou ordinária) de um bem (ou serviço) é o lugar
geométrico de todas as quantidades de equilíbrio do consumidor ao variar-se o seu preço,
mantendo-se todos os outros parâmetros (preços dos outros bens e a renda nominal) constantes.
Como vimos anteriormente, o consumidor fez sua escolha, maximizando sua função de utilidade,
condicionado a sua restrição orçamentária. É possível obter o ótimo do consumidor, postulando-se
que o mesmo determine o seu nível ótimo de consumo ao minimizar o gasto (ou custo) necessário
para atingir um certo nível de utilidade.
Min m = p1 x 1 + p2 x2
x1 , x2
_
s.a u( x1 , x2 ) = u
_
Onde m é o gasto a ser minimizado (função objetivo) e u (que é dado, constante) representa o
nível de utilidade a ser atingido.
Novamente, utilizando-se do método dos multiplicadores de Lagrange e aplicando as Condições de
Primeira Ordem, tem-se:
64
−
L( x1 , x2 , ) = p1 x1 − p2 x2 + [u − u( x1 , x2 )] e
L u L u L −
= p1 − =0; = p2 − =0 e = u − u( x1 , x2 ) = 0
x1 x1 x2 x2
Exemplo: De novo, trabalharemos com a Função de Utilidade Cobb-Douglas, desta feita, impondo
que c = d = 1.
−
u = x1 x2
Portanto, o problema da minimização condicionada do gasto, reduz-se a:
Min m = p1 x1 + p2 x2
x1 , x2
−
s.a u − x1 x2 = 0
Pelo método dos multiplicadores de Lagrange, tem-se:
−
L( x1 , x2 , ) = p1 x1 + p2 x2 + [u − x1 x2 ]
Aplicando as Condições de Primeira Ordem, resulta em:
L L L −
= p1 − x2 = 0 ; = p2 − x1 = 0 e = u − x1 x2 = 0
x1
Resolvendo este sistema de três equações e seis incógnitas, temos:
1 1 1 1 1 1
− −
x1 = x *1 ( p1 , p2 , u ) = p1 2 p22 u 2 e x2 = x * 2 ( p1 , p2 , u ) = p2 2 p22 u 2
Portanto, essas funções representam a solução simultânea das Condições de Primeira Ordem. Tais
funções de demanda são chamadas de funções hicksianas ou compensadas, revelando os níveis de
consumo para um dado conjunto de preços e nível de utilidade (ou renda real). Essas funções
mostram como x1 e x2 são afetados pelos preços, quando a utilidade (ou renda real) do
−
consumidor é mantida constante ao nível de u , daí o nome compensada.
Obs.: A curva de demanda hicksiana (ou compensada) de um bem i é o lugar geométrico de todas
as quantidades de equilíbrio do consumidor ao variar o seu preço, mantendo-se todos os outros
parâmetros (preços dos outros bens e a utilidade) constantes.
s.a ( p1x1 + p2 x2 ) = m
As soluções foram dadas pelas funções de demanda marshalliana (ou ordinária), as quais
dependiam dos preços ( p1 , p2 ) e da renda nominal, m , ou seja:
65
x1 = x*1 ( p1 , p2 , m) e x2 = x*2 ( p1 , p2 , m)
A função de utilização indireta pode ser obtida substituindo-se essas funções de demanda
x*1 ( p1, p2 , m) e x*2 ( p1, p2 , m) na FUNÇÃO OBJETIVO, qual seja, a função utilidade u( x1 , x2 ) ,
donde resulta:
( p1, p2 , m) = u[ x1* ( p1, p2 , m), x2* ( p1, p2 , m)] ; cujos parâmetros são os preços ( p1 , p2 ) e a renda
nominal, M.
A função utilidade indireta mostra o Máximo valor da utilidade para qualquer nível de preços e
renda nominal, visto que são precisamente as quantidades ótimas x1* e x 2* (aquelas que maximizam
a utilidade do consumidor), que são substituídas na função utilidade.
A função de utilidade indireta, ( p1 , p2 , M ) , tem essa denominação exatamente por depender
indiretamente das quantidades, via preços e renda, resultante do processo de maximização, em
contraste com a função de utilidade direta u( x1 , x2 ) , que depende diretamente das quantidades de
bens.
A função de utilidade indireta tem as seguintes propriedades:
o É não decrescente em preços, de modo que 0, i , e não decresce na renda nominal
p1
m, de forma que 0.
M
o É homogênea de grau zero em preços e renda, de modo que:
(p1 , p2 , M ) = 0 ( p1 , p2 , M ) = ( p1 , p2 , M ) .
o É quase côncava em preços, significando dizer que as curvas de níveis de preços são
convexas em relação à origem.
Anteriormente, o problema do consumidor foi reformulado postulando-se que Ele escolhia o seu
nível de consumo de modo a maximizar o gasto (ou custo) necessário para atingir um certo nível
de utilidade u, ou seja:
Max m = ( p1 x1 + p2 x2 )
x1 , x2
−
s.a u = u( x1 , x2 )
Fazendo-se uso do método de Lagrange, obteve-se a solução que gerou as funções de demanda
− −
hicksiana x1h ( p1 , p2 , u) e x2h ( p1 , p2 , u) .
A função de custo (ou gasto indireto) pode ser obtida substituindo-se essas funções de demanda
hicksiana (quantidades ótimas que minimizam o gasto do consumidor) na FUNÇÃO OBJETIVA de
custo ou gasto m = ( p1x1 + p2 x2 ) , donde resulta:
− − −
C ( p1 , p2 , u) = p1 x1h ( p1 , p2 , u) + p2 x2h ( p1 , p2 , u)
A função de custo indireto (ou gasto indireto), mostra para um dado conjunto de preços, o gasto
66
−
mínimo necessário para se obter o nível de satisfação u .
A função de gasto indireto tem as seguintes propriedades:
o A função de custo é homogênea de grau 1, de modo que:
_ _ _
C(p1 , p2 , u) = 1C( p1 , p2 , u) = C( p1 , p2 , u) .
o A função de custo é continua em preços, de modo que a primeira e a segunda derivadas em
relação a preços existem.
o A função de custo é côncava em preços, de modo que:
C[p1 '+(1 − ) p2 ' ' ] C( p1 ' ) + (1 − )C( p1 ' ' ) , para todo 0 1
Otimização Condicionada
Onde C (o custo) é a função objetivo que se quer minimizar, dentro dos limites impostos pela
função de produção, y. Uma forma de solucionar o problema de minimização condicionado é
através do método de Lagrange (multiplicadores de Lagrange), o qual consiste em formar uma
função lagrangiana, L do tipo:
L( x1, x2 , ) = w1x1 + w2 x2 + [Q − f ( x1, x2 )]
w1 w2
= =
f ( x1 , x2 ) f ( x1 , x2 )
x1 x2
Pode-se mostrar que é o custo marginal de longo prazo (demonstraremos mais a frente). Isso
significa que a firma contratará insumos até o ponto em que as relações entre os preços de cada
insumo e as suas produtividades marginais sejam iguais. O que equivale a dizer que o ponto de
ótimo será obtido quando a taxa de variação na produção propiciada por uma expansão em cada
insumo é igual ao custo marginal de longo prazo.
Rearranjando este resultado, temos:
f ( x1 , x2 )
w1 x1
= e y = Q( x1 , x2 )
w2 f ( x1 , x2 )
x2
Por sua vez, resolvendo este sistema, obtêm-se os níveis ótimos de utilização dos insumos, que são
não por acaso as funções de demanda por insumos (nível de produção constante):
x1 = x1* ( w1, w2 , Q) e x2 = x2* ( w1, w2 , Q)
Esses, por sua vez, dependem do nível de preços dos insumos e do nível de produção.
Finalmente, a função de custo de longo prazo é obtida substituindo-se as soluções ótimas,
conseguidas acima, na função objetivo:
C = C * ( w1, w2 , Q) ou C = w1x1* ( w1, w2 , Q) + w2 x2* ( w1, w2 , Q)
O qual depende do nível de produção e dos preços dos insumos.
Agora é possível demonstrar que o multiplicador de Lagrange representa o custo marginal de
produção. Para isso, basta diferenciar a função de custo, obtida acima, em relação ao nível de
produção, donde resulta:
C * x x
= w1 ( 1 ) + w2 ( 2 ) ,
Q Q Q
f f
Desde que w1 = e w2 = , tem-se que:
x1 x2
C * f x f x2
= [ ( 1 ) + ( )] .
y x1 Q x2 Q
f x1 f x2
Como ( )+ ( ) = 1 , essa condição é obtida ao derivar-se a equação de restrição (do
x1 Q x2 Q
problema de otimização) em relação ao nível de produção.
C *
Conclui-se que = , como queríamos demonstrar.
y
A título de ilustração, determina-se a seguir a função de custo de longo prazo para a seguinte
tecnologia Q = x1x2 .
De acordo como discutimos acima, a firma escolhe seus níveis ótimos de utilização dos insumos
68
s.a Q = x1 x2
A partir do qual formamos o lagrangiano:
L( x1, x2 , ) = w1x1 + w2 x2 + [Q − x1x2 ]
Das condições de primeira ordem, temos:
L L L
= w1 − x2 = 0 ; = w2 − x1 = 0 e = y − x1 x2 = 0
x1 x1
De tal maneira que, resolvendo este sistema, resultada o seguinte:
1 1 1 1 1 1
− −
x = w1 w Q
*
1
2 2
2
2
e x = w w2 Q
*
2 1
2 2 2
A função de custo é finalmente obtida, quando substituímos esses níveis ótimos de utilização dos
insumos (ou funções de demanda por insumo) na função objetivo. Com efeito, desse fato resulta
que:
1 1 1 1 1 1 1 1 1
− −
C * = w1 ( w1 2 w22 Q 2 ) + w2 ( w12 w2 2 Q 2 ) , simplificando, tem-se que C * = 2w12 w22 Q 2
Desde que x1* e x 2* são homogêneas de grau zero em preços, então essas funções de demanda
podem ser escritas da seguinte forma:
x1* ( w1, w2 , Q) = x1* (w1, w2 , Q) = x1* (1, w2 / w1, Q) = g1 ( w, Q)
Para ilustração dessa técnica, a seguir recupera-se a função de produção a partir da seguinte função
de custo:
C* = Q k x1 w1 w12− .
O primeiro passo para retroceder à função de produção é diferenciar essa função de custo em
relação a w1 e w2 , donde resulta (lema de Shephard):
C * C *
= x1 = Q k w1 −1w12− e = x2 = (1 − )Q k w1 −1w2−
w1 w2
Como w = w1 / w2
x1 = Q k w1− e x2 = (1 − )Q k w−
Aplicando o operador logaritmo neperiano em ambos os lados dessas equações, temos:
ln x1 = ln + k ln Q + (1 − )w e ln x2 = ln(1 − ) + k ln Q + (− ) ln w
Resolvendo este sistema, conseguimos obter a seguinte relação:
ln x1 + (1 − ) ln x2 = ln + (1 − ) ln(1 − ) + k ln Q
Resultando, após tomar o antilogaritmo, a função de produção:
x1 x12− = [ (1 − )1− ]Q k
Ou, de forma mais conveniente, tem-se:
Q = Ax1 x2
Que é a nossa velha função de produção.
1
Onde = / k , = (1 − ) / k e A = ( 1−
)1/ k que são os parâmetros da função de
(1 − )
produção.
Os fenômenos socioeconômicos são por natureza dinâmicos, por conta disto são adequados a um
tratamento matemático do método de controle de sistemas dinâmicos, significando, este último, em
termo bem simples, todo sistema que evolui ao longo do tempo, desenhando uma trajetória temporal.
Sendo assim, temos dois tipos de trajetórias no tempo: a primeira é aquela em que o sistema evolui
continuamente, no caso, a variável t assume valores reais contínuos ( t R ); a outra é aquela em que o
sistema evolui discretamente, neste caso, a variável t assume valores inteiros ( t N ).
Nesta parte do curso veremos de forma introdutória o método de otimização dinâmica e a teoria do
controle ótimo. De maneira que faremos uma investigação sobre a melhor trajetória temporal para o
controle de um sistema dinâmico.
O problema da otimização dinâmica coloca a seguinte questão: como encontrar a melhor trajetória em
um conjunto de possíveis trajetórias, examinando a variável temporal em cada um dos seus estágios, a
partir do período traçado (caso de tempo discreto), ou em cada ponto do tempo, para um intervalo
continuo, digamos [0, T ] . A solução do problema da otimização dinâmica tomaria a forma de uma
trajetória temporal ótima, denotada por y *(t ) .
A característica mais importante do problema da otimização dinâmica é que, embora suas variáveis
sejam expressas em termos de sequência de tempo (séries temporais), é possível prever o horizonte de
planejamento como uma seqüência de etapas de processos econômicos. Neste caso, o problema da
otimização econômica pode ser vista como um problema de tomada de decisões em vários estágios.
Qualquer que seja o problema de otimização dinâmica, discreto ou continuo, deve-se levar em conta os
seguintes ingredientes básicos:
(d) Um objetivo específico (custo, consumo, lucro, bem-estar etc.). De sorte que o que se busca é
otimizar o valor do caminho (valor da trajetória), ou o índice de performance, escolhendo a
melhor trajetória, ou trajetória ótima.
Os continuados estudos dos problemas de natureza variacional confluíram para a criação da moderna
teoria do controle ótimo. De modo que, como vimos, todo sistema dinâmico tem a propriedade
“ontológica” de que sua existência, em cada um dos seus finitos ou infinitos estágios, assume vários
estados durante sua longa trajetória temporal, intimamente relacionados a uma dada vaiável de
controle, u (t ) . Observe que a variável de controle normalmente é secundarizada, isto ocorre quando a
decisão sobre a trajetória da variável de controle (uma vez dada a condição inicial sobre y ) determina,
de forma inequívoca, uma trajetória para a variável de estado y (t ) como um seu produto. Neste
sentido, deve, em todo problema de controle ótimo, agregar uma equação que relacione y e u :
dy
= f [t , y(t ), u(t )]
dt
Seja y (t ) uma variável de estado do sistema no momento t , convencionaremos que esta variável
assume valores de zero ( t = 0 , tempo inicial) a T ( t = T , tempo final) e u (t ) a vaiável de controle, o
problema do controle ótimo se apresenta da seguinte forma:
T
Maximizar ou minimizar V [ y ] = F [t , x(t ), u (t )]dt
0
71
dy
Sujeito a = f [t , y(t ), u(t )]
dt
e y(0) = A
y(T ) = Z
A título de ilustração, vamos chamar de y (t ) a variável de estado que representa o nível de estoque
de um dado recurso natural, por exemplo, petróleo, em uma determinada área geográfica.
Assumiremos a existência de algum tipo de mecanismo que nos possibilitem controlar o estado do
sistema no momento t , este suposto mecanismo de controle podemos representá-lo pela função u (t )
que pode ser, por exemplo, a taxa de consumo do recurso natural.
dy
= f [t , y(t ), u(t )] com y (t ) = y0 (1.1)
dt
A equação de estado (1.1) nos dá como resultado a taxa de evolução instantânea da variável de estado
em função das variáveis y , u e t (e o estado inicial do sistema, y (t ) = y0 ), de maneira que se o valor
inicial de y0 e a trajetória de controle, isto é, os valore que u (t ) assume ao longo do intervalo [0, T ] ,
forem conhecidos, podemos integrar (1.1) no sentido de obter a trajetória de estado (os valores de
y (t ) ) ao longo do intervalo [0, T ] .
Na verdade, o que desejamos escolher é a trajetória de controle e a trajetória de estado que permite
otimizar a função objetivo, no caso em tela, dada abaixo:
T
J = U [t , y (t ), u (t )]dt + S [ y (t )] (1.2)
0
Observe que U (como função das variáveis y , u e t ), na expressão (1.2), no nosso exemplo de
recurso natural, poderia medir a utilidade digamos, social, proporcionada pelo consumo de
petróleo e seus derivados. Sendo assim, o governo poderia desejar maximizar essa função. Por sua
vez, a função, S[ y (t )] , mede o valor residual da variável estado no final do período, y (T ) .
Frequentemente, a variável de controle u (t ) não é arbitraria, ou seja, não pode assumir qualquer valor,
de maneira que
u (t ) (t ) (1.3)
Uma observação adicional é que as expressões (1.1) e (1.3) limitam o conjunto de valores terminais
possíveis de y (T ) , de forma que, a referida restrição é dada por
72
y(T ) Y (T )
Onde Y (T ) é o conjunto potencial de valores que a variável de estado y (t ) pode alcançar no momento
final T . Portanto, Y (T ) é o conjunto de todos os valores possíveis de serem atingidos quando y (T )
verifica e a variável de controle u (t ) verifica (1.3).
Exemplo
dW (t )
= rW (t ) − C (t )
dt
Sendo a condição inicial dada por W (t ) = W0 , seja ainda U (C ) a utilidade resultante de consumir um
montante C e B(W ) a função residual. Vaja abaixo a tabela com todas as informações do
problema:
Restrição de estado W (t ) 0
Restrição de controle C (t ) 0
Funções exógenas U (C ) - Utilidade resultante do consumo
B(W ) - Função residual
Parâmetros T - Momento final
W0 - Montante de riqueza inicia
- Taxa de desconto
r - Taxa de juros
T
Maximizar J = U (C )e − t dt + B[W (t )]
0
73
dW (t )
Sujeito a = rW (t ) − C (t )
dt
e W (0) = W0
W (T ) = W
6 – EQUAÇÕES DE DIFERENÇAS
Neste sentido, mudanças (ou variações) em muitas das quantidades econômicas (rendas agregada,
consumo agregado e poupança agregada) geralmente são observadas em um intervalo de tempo fixo:
dia, semana, mês ou ano. Para ilustrar, tomemos o PIB do exemplo acima, neste caso o período foi
dado em ano e podemos representar da seguinte forma:
PIBt = PIB2000, PIB2001, PIB2002, ..., PIB2017 ou simplesmente assim:
PIBt = PIB0 , PIB1 , PIB2 , ..., PIB17 . Se tomarmos o tempo t como 2017, teremos os PIB’s
anteriores até 2000 representado desta forma: PIBt , PIBt −1 , PIBt −2 , PIBt −3 , ..., PIB0 .
Nesta unidade serão elaborados e desenvolvidos com maior rigor formal e detalhamento os conceitos
de equações de diferenças (ou em diferenças), seus principais teoremas, bem como os métodos e
técnicas necessárias à obtenção de suas soluções.
Princípios gerais
Definição (1):
Uma equação de diferenças é uma expressão que relacionam valores de uma função y (x) , definida
sobre um conjunto S de valores inteiros positivos da variável independente x , ( x = 0, 1, 2, 3, ... ),
e suas diferenças y( x), 2 y( x), 3 y( x), ..., n y( x) , para cada valor de x pertencente ao conjunto
S.
Se considerarmos y (x) como funções definidas para todo número natural x pertencente ao conjunto
S , as seguintes expressões são exemplos ilustrativos de equações de diferenças sobre o conjunto S de
números reais:
y( x) + 3 y( x) − 4 = 0
74
2 y ( x ) − 2 y ( x) = x 2 + x − 1
2 4
y( x) − y( x) = x 2 + 2 xsenx
3
Quando y (x) é uma função de uma só variável independente, x , ela é chamada de equação de
diferenças ordinária, em contraste com as equações de diferenças parciais em que aparecem funções
com mais de uma variável independente, como pode ser visto nos exemplos abaixo:
x z ( x, y ) − y z ( x, y ) = xy − 2( x − y ) 2
( x + 2, y + 2) − 3 ( x + 1, y + 1) = ( x − 1).2 y
u( x, y, z ) − 2u( x + 2, y + 2, z + 2) = xyz
Nestes e nos próximos capítulos trabalharemos apenas com equações de diferenças ordinárias.
Utilizaremos a partir daqui a variável t como variável independente, t N .
y (t ) = f (t )
Para toda equação de diferenças existem dois tipos de soluções: a solução geral e a solução particular.
A solução geral de uma equação de diferenças de n-ésima ordem é uma equação que contém n
constantes arbitrarias. Enquanto que uma solução particular é uma solução que pode ser obtida a partir
da solução geral, atribuindo valores específicos às constantes arbitrarias da solução geral. Tais
atributos são definidos pelas condições iniciais, também conhecidas como condições de contorno.
SOLUÇÃO
y (t ) = c1 + c2 .3t
y(t + 1) = c1 + c2 .3t +1
y(t + 2) = c1 + c2 .3t +2
Vamos encontrar uma solução particular para a equação acima quando y0 = 1 e y1 = 2 . Então, temos
que:
Para y0 = 1
Para y1 = 2
1 1
c1 = − e c2 =
2 2
1 3t
y(t ) = − +
2 2
t (t − 1)
EXEMPLO (02) – Verifique se a função y(t ) = + c1 é solução da seguinte equação de
2
diferenças: yt +1 − yt = t
SOLUÇÃO
t (t − 1)
y ( x) = + c1
2
(t + 1)t
y(t + 1) = + c1
2
(t + 1)t t (t − 1)
+ c1 − [ + c1 ] = t
2 2
t2 + t t2 − t
+ c1 − − c1 = t
2 2
t2 + t − t2 + t
=t
2
t =t
76
Exercícios Propostos
QUESTÃO (01) – Verifique se as equações listadas abaixo estão em consonância com suas respectivas
soluções particulares ao lado, quando y0 = 1 e y1 = 0 :
(iv) yt + 2 − 3 yt +1 + 2 yt = 0 yt = 2 − 2t
t
(v) yt + 2 + 2 2 yt +1 + 2 yt = 0 yt = −(−1)t 2 2 (−1 + t )
Definição (1):
Onde n (t ), n−1 (t ), n−2 (t ), ..., 0 (t ) e (t ) são funções definidas para todos os valores de t em
yt +3 − (t 3 + 2) yt +2 + 2t yt +1 + yt = 3.2t
77
Que é uma equação de diferenças linear não homogênea de terceira ordem, com 3 (t ) = 1 ,
2 (t ) = −(t 3 + 2) , 1 (t ) = 2t , 0 (t ) = 1 e (t ) = 3.2t .
Definição (2):
Conforme vimos acima, uma equação de diferenças linear de ordem n diz-se homogênea se o termo
do segundo membro for nulo, ou seja, (t ) = 0 , e se reduz a seguinte forma:
n (t ) yt + n + n −1 (t ) yt + n −1 + n − 2 (t ) yt + n − 2 + n −3 (t ) yt + n −3 + ... + 0 (t ) yt = 0
Podem ser demonstradas facilmente as seguintes propriedades fundamentais das funções de diferenças
lineares homogêneas:
Para toda função de diferenças linear homogênea de segundo ordem, apresentada abaixo,
yt +2 + pn−1 + qyt = 0 ,
Teorema (6.a)
y3 (t ) = y1 (t ) + y2 (t )
Teorema (6.b)
Definição (3):
Duas soluções particulares da equação de diferenças linear homogênea de segunda ordem, y1(t ) e
y2 (t ) , y2 (t ) 0 , são ditas linearmente independentes se a razão entre elas não forem constantes. Em
outras palavras, o quociente entre elas é uma função da variável independente, isto é, se
y1 (t )
= f (t )
y2 (t )
78
Por outro lado, quando o quociente entre elas não é função da variável independente, isto é, se for
y (t )
constante, então se diz que elas são linearmente dependentes, 1 = k ou y1 (t ) = ky2 (t ) , em outras
y2 (t )
palavras, são colineares.
Definição (4):
y1 (t ) y2 (t )
W ( y1, y2 )(t ) = ou W ( y1, y2 )(t ) = y1(t ) y2 ' (t ) − y'1 (t ) y2 (t )
y '1 (t ) y'2 (t )
Teorema (6.c)
Teorema (6.d)
6.4 – Equações de diferença lineares de primeira ordem, não homogêneas, com coeficientes
constantes.
Vamos apresentar um método de resolução da equação de diferenças linear de primeira ordem, não
homogêneas, com coeficientes constantes e analisaremos o comportamento da sequência-solução e
faremos uma discussão sobre sua estabilidade e equilíbrio dinâmicos.
Uma equação de diferença linear de primeira ordem na sua forma geral pode ser expressa pela seguinte
expressão:
79
1 (t ) yt +1 + 0 (t ) yt = (t ) com t = 0, 1, 2, 3,... e 1 (t ) 0, 0 (t ) 0 .
Se dividirmos todos os termos por 1 (t ) , optemos por sua forma normativa canônica,
1 (t ) yt +1 0 (t ) yt (t ) (t ) yt (t )
+ = yt +1 = − 0 +
1 (t ) 1 (t ) 1 (t ) 1 (t ) 1 (t )
Ou
yt +1 = yt +
0 (t ) (t )
Onde = − e = são constantes, ou seja, não dependem de t . Observe também que
1 (t ) 1 (t )
0 e = 0 se (t ) = 0 .
canônica.
yt +1 = yt +
y1 = y0 +
y2 = y1 + = (y0 + ) + = 2 y0 + +
y3 = y2 + = ( 2 y0 + + ) + = 3 y0 + 2 + +
...
yt = t y0 + (1 + + 2 + 3 + ... + t −1 )
t
yt = t y0 + t − k
k =1
k =1
t −k
= t −1 + t −2 + t −3 + ... + 2 + 1 + 1 é uma série geométrica finita cuja soma é obtida da
a1 (1 − q n ) 1−t
seguinte forma, S n = , no caso, temos: 1 + + 2 + 3 + ... + t −3 + t −2 + t −1 = , de
1− q 1−
maneira que a solução geral da equação de diferença de primeira ordem é dada por
1 − t
yt = t y 0 +
1−
80
No caso específico em que = 1 e um valor arbitrário qualquer, mas diferente de zero. A solução
geral obtida pelo mesmo processo é
yt +1 = yt +
y1 = y0 +
y2 = y1 + = y0 + +
y3 = y2 + = y0 + + +
y4 = y3 + = y0 + + + +
...
yt = y0 + t
Comportamento da sequência-solução
Parâmetros e variáveis
Comportamento da sequência-solução
y0 yt
1 y0 = y p yt = y p Constante: yt = y p
81
Exemplo: 2 yt +1 − 2 yt + 5 = 0
5
Solução: yt = 3 − t
2
Gráfico:
yt , constante
10
3 2 1 1 2 3
Parâmetros e variáveis
Comportamento da sequência-solução
y0 yt
1 y0 y p yt y p Diverge: monótona crescente. yt → .
Exemplo: yt +1 − 3 yt − 1 = 0
5.(3)t 1
Solução: yt = −
2 2
Gráfico:
yt , monotona crescente
30
25
20
15
10
3 2 1 1 2 3
Parâmetros e variáveis
Comportamento da sequência-solução
y0 yt
1 y0 y p yt y p Diverge: monótona decrescente. y t → − .
7
Exemplo: yt +1 − 3 yt + = 0
3
82
− 5.(3) 7
t
Solução: yt = +
6 6
Gráfico:
yt , monotona decrescente
3 2 1 1 2 3
10
Parâmetros e variáveis
Comportamento da sequência-solução
y0 yt
0 1 y0 y p yt y p Converge: monótona crescente. yt → y p
Exemplo: 4 yt +1 − yt − 3 = 0
t
11
Solução: yt = − + 1
24
Gráfico:
yt , monotona crescente
3 2 1 1 2 3
10
15
Parâmetros e variáveis
Comportamento da sequência-solução
y0 yt
83
Parâmetros e variáveis
Comportamento da sequência-solução
y0 yt
= −1 y0 y p Diverge: oscila finitamente.
Exemplo: yt +1 + yt − 3 = 0
1 3
Solução: yt = (−1) t +
2 2
Parâmetros e variáveis
Comportamento da sequência-solução
y0 yt
−1 y0 y p Diverge: oscila infinitamente.
Exemplo: yt +1 + 2 yt − 9 = 0
Solução: yt = (− 2) +
3 t 9
4 4
=1 0 y0 y p Diverge: monótona crescente. yt → .
Exemplo: 7 yt +1 − yt − 4 = 0
t
11 7
Solução: yt = − +
27 6
S t = Yt
I t = (Yt − Yt −1 )
St = I t
Pelo modelo neoclássico, sabemos que a condição de equilíbrio, é dada por S t = I t , levando em
consideração que 0 . Sendo assim, as três equações acima se transformam na seguinte equação
de diferença:
Yt = Yt −1
−
Y1 = Y
− 0
2
Y2 = Y1 = ( ) Y
− − 0
3
Y3 = Y2 = ( )Y
− − 0
.
.
.
Yt = ( )t Y0
−
Yt
Da equação Yt = Yt −1 =
− Yt −1 −
Yt
Chamando g = = , taxa de crescimento, de maneira que podemos generalizando, expressar a
Yt −1 −
p
equação de diferença, acima, assim: Yt = (1 + )Yt −1 = (1 + g )Yt −1 . Neste caso, a solução assume uma
100
forma bem mais interessante, ou seja:
Yt = (1 + g )t Y0
Ct = Yt +
I t = Yt + g
Yt = (Ct −1 + I t −1 − Yt −1 )
Onde 0 1 , 0 1 e 0 1
Tomando a terceira equação e substituindo nela a primeira e a segunda equações, antes fazendo uma
defasagem de primeira ordem nas duas primeiras, temos
Y = [ (Yt −1 + ) + (Yt −1 + g ) − Yt −1 )]
yt − Yt −1 = [ (Yt −1 + ) + (Yt −1 + g ) − Yt −1 )]
yt − Yt −1 = (Yt −1 + ) + (Yt −1 + g ) − Yt −1 )
85
yt = [ ( + ) + (1 − )]Yt −1 + ( + g )
1 − At
Lembrando da solução genérica obtida anteriormente, isto é, yt = At y 0 + B , onde
1− A
identificamos A = [ ( + ) + (1 − )] e B = ( + g ) , a solução desta equação é dada por:
1 − [ ( + ) + (1 − )]t
yt = [ ( + ) + (1 − )] Y0 + ( + g )
t
1 − ( + ) + (1 − )
( + ) + (1 − ) 1 ou − 1 ( + ) + (1 − ) 1 , ou ainda 1 − + 1
2
Como 0 1 e + 0 , + está satisfeita. Portanto, a
a primeira desigualdade 1 −
2
condição de estabilidade é + 1 , como no caso da forma do modelo, em termos de equações
diferenciais.
O modelo de teia de aranha é um modelo de equilíbrio de mercado aplicado, por exemplo na plantação
de determinado produto agrícola. Nesse modelo, parte-se do pressuposto que, diferentemente da
maioria dos modelos de equilíbrio de mercado, busca-se a melhor previsão de preços (preços
esperados, pte ) que os ofertantes podem realizar no momento da plantação, é o preço prevalecente
nesse período, ou seja, o período corrente. Havendo um período entre a plantação e a colheita, então a
oferta no tempo corrente (colheita) será função do preço no período anterior (plantação). Assim o
mercado de um bem agrícola pode ser descrito pelas seguintes equações.
D( pt ) = a − pt
S ( pt ) = b + pte
St = D( pt ) , com 0, 0 ,
pte = pt −1
pt + pt −1 = a − b
a −b a −b a −b
pt = A(− )t + , ou encontrando o valor de A, em t = 0 , pt = [ p0 − ](− ) t +
+ + +
A condição de estabilidade para esse mercado será função do quociente entre as inclinações das curvas
de oferta e demanda. Se ambos os coeficientes forem positivos, então − 0 , o que indica uma
trajetória oscilatória para o preço. Essa trajetória será em direção ao preço de equilíbrio, dado por
a −b dp 1
pt* = se . Sendo a inclinação da curva inversa da oferta = e da inversa da
+ dS
dp 1
demanda = , então o sistema será estável se a oferta responder ao preço de forma mais suave do
dQ
que responde à demanda.
Para melhor compreender essa condição, é interessante analisar uma situação inicial em que o sistema
a −b
esteja em equilíbrio suponha que p0 e, portanto, a demanda estaria abaixo de seu nível de
+
a−b
equilíbrio em [ p0 − ] unidade. No período seguinte, porém, a oferta expandirá sua produção em
+
a−b
[ p0 − ] unidades, produzindo uma tendência de queda dos preços.
+
O mercado tenderá ao equilíbrio se p1 p2 p3 e assim por diante, até que o limite de p1 ,
quando t tende ao seja zero. Assim, a resposta da oferta não deve exceder a resposta da demanda,
caso contrário, haveria oscilações explosivas do preço à medida que a queda dos preços fosse de tal
forma que provocasse um excesso de demanda superior em magnitude ao excesso de oferta no instante
passado, e, portanto, fazendo com que o preço caísse em proporção superiora a se desvio positivo
prevalecente no período anterior.
Exercícios propostos:
QUESTÃO ÚNICA – Encontre as soluções das equações lineares de primeira ordem abaixo e faça
uma análise do processo de convergência, informando sobre o comportamento das suas sequência-
soluções.
87
(i) yt +1 = yt + 1 ( y0 = 10)
(ii) yt +1 + 3 yt = 4 ( y0 = 4)
(iii) 2 yt +1 − yt = 6 ( y0 = 7)
(iv) yt +1 = 0,2 yt + 4 ( y0 = 4)
Uma equação de diferença linear de segunda ordem e coeficientes constantes pode ser escrita da
seguinte forma:
2 (t ) yt + 2 + 1 (t ) yt +1 + 0 (t ) yt = (t )
Onde 2 (t ), 1 (t ), 0 (t ) são constantes e (t ) uma função conhecida, que também pode ser
(i) 2 yt + 2 − 3 yt = 10
(ii) yt +2 + 4 yt +1 − 4 yt = 2 t
(iii) 2 yt + 2 − yt +1 = 6 cos t − sen 2t
(iv) yt +1 − 0,2 yt +t + 4 yt = e t cost
7.1 – Soluções das equações de diferenças lineares de segunda ordem e coeficientes constantes
Conforme visto acima, já sabemos que se y h (t ) é uma solução da equação de diferenças linear
homogênea (solução complementar) e y p (t ) é a solução da equação de diferenças linear não
homogênea (solução particular), então yh (t ) + y p (t ) é a solução da equação de diferenças linear
completa. Generalizando, podemos dizer que em toda equação de diferenças linear não homogênea
existe dois tipos de soluções: uma solução complementar que está relacionada com a parte homogênea
e uma outra solução particular que corresponde à parcela não homogênea da equação como um todo.
Dada a equação de diferenças linear homogênea, de segunda ordem e com coeficientes constantes,
88
2 (t ) yt + 2 + 1 (t ) yt +1 + 0 (t ) yt = 0
2 0
yt + 2 + yt +1 + yt = 0 onde = e =
2 2
No caso de uma equação de diferença de primeira ordem, como vista anteriormente, a solução é da
forma:
yt = A t
Vamos utilizar essa solução da equação da diferença de primeira ordem para obter, por tentativa, a
solução de segunda ordem, de maneira que se essa solução satisfaz a equação de segunda ordem para
todos os valores possíveis de t, então temos que:
A t + 2 + A t +1 + A t = 0
A t ( 2 + + ) = 0
− + 2 − 4 − − 2 − 4
1 = ou 1 =
2 2
A natureza dessas soluções vai depender dos valores assumidos por essas raízes e estão relacionadas
pelo valor do discriminante da equação característica, = 2 − 4 . De fato, temos três
possibilidades: raízes reais e distintas, raízes reais e iguais e raízes complexas conjugadas. Passamos
agora a analisar cada uma dessas possibilidades.
Quando 1 e 2 são reais e distintas (ou seja, 1 2 , com 1,2 R ) temos a seguinte solução
geral:
89
y t =C1 1t + C2 t2
2 − 5 + 6 = 0
yt =C13t + C2 2t
y t = 3t + 2t
Quando 1 e 2 são reais e iguais (ou seja, 1 = 2 = , com 1,2 R ) temos a seguinte solução
geral:
yt =C1 t + C2t t
2 − 10 + 25 = 0
yt = 3.5t + t 5t −1 .
y t = r t [ A1 cos(t ) + A2 sen(t )]
90
Demonstração:
Ou
y t = r t [ A1 cos(t ) + A2 sen(t )]
2 − + 0,5 = 0
Cujas raízes são 1 = 0,5 + 0,5i e 1 = 0,5 − 0,5i , expressando estas raízes na forma polar, temos
2
r = (0,5) 2 + (0,5) 2 =
2
b 0,5
tg = = =1
a 0,5
O que nos dá =
4
t
2
y t = [ A1 cos( t ) + A2 sen( t )]
2 4 4
91
No modelo de teia de aranha que vimos anteriormente, partimos do pressuposto de que os ofertantes
seguiam um mecanismo ingênuo de formação de expectativas em que pte = pt −1 . No presente exemplo,
vamos admitir que as expectativas sejam formuladas adaptativamente segundo uma regra que
incorpora não apenas a informação sobre o nível de preços passado, mas também sobre sua variação,
ou seja, pte = pt −1 + ( pt −1 − pt −2 ) .
D( pt ) = a − pt
S ( pt ) = b + pte
St = D( pt ) , com 0, 0 ,
pte = pt −1 + ( pt −1 − pt −2 ) , com 0 1
Nessa conjuntura, a equação reduzida do modelo é dada pela seguinte equação em diferença.
pt + (1 + ) pt −1 − pt −2 = (a − b) ,
a−b
A solução particular do modelo é obtida supondo ptp = pt = pt −1 = pt −2 = . Sendo assim, ptp =
+
Observe que a solução é semelhante do exercício anterior, isto se dá por conta de que o valor de
equilíbrio de mercado não deve depender do modo como as expectativas são formulados, mas apenas
dos parâmetros das funções de oferta e demanda.
A equação homogênea segue como:
(1 + )
pt + pt −1 − p =0
t −2
(1 + )
2 + − =0
E suas raízes são:
(1 + ) (1 + ) 2 (1 + ) (1 + ) 2
− + ( ) + 4( ) − − ( ) + 4( )
1 = 0 e 1 = 0
2 2
(1 + ) (1 + )
Para 1 temos − 1 , e, portanto, 1 e para 2 temos 1− , ou seja,
1
1 e . Note que a formação de expectativas adaptativas dificulta a estabilidade do
1 + 2
sistema. Ela requer que a resposta da oferta seja ainda mais suave relativamente à demanda.
7.2 – Solução particular da equação de diferenças linear completa de segunda ordem, não
reduzida.
Canalizaremos nossas forças para nos apropriar de alguns métodos que permitam encontrar as soluções
para equações de diferenças lineares completas, do tipo escrita abaixo:
2 (t ) yt +2 + 1 (t ) yt +1 + 0 (t ) yt = (t )
Primeiramente, vamos trabalhar com funções de diferenças lineares em que o segundo membro é
também constante, no segundo momento veremos as funções em que o segundo membro é composto
por algumas das funções polinomiais, exponenciais, trigonométricas e combinações destas.
Se a equação de diferenças de segunda ordem linear, não homogênea e com seus coeficientes
constantes é dada por
yt +2 + yt +1 +yt =
Onde (t ) = , seja uma constante diferente de zero. Vamos tentar uma solução particular de tal
maneira que y p = (que é uma constante, ou seja, a solução particular não depende da variável t ) de
modo que se satisfaz a equação de diferenças, temos
+ + = e =
1 + +
Assim, a solução particular é dada por y p = , evidentemente isto só é possível se
1 + +
1 + + 0 . Mas qual seria a solução se tal restrição não ocorresse? Ou seja, se 1 + + = 0 ? Neste
caso, podemos tentar a seguinte solução y p = t , isto é, a solução particular é o resultado de uma
constante multiplicada pela variável t . Então,
(t + 2) + (t + 1) +.t = ou (1 + + )t + (2 + ) =
t
= e yp =
2 + 2 +
De maneira que a solução particular é dada por y p = , que também só é possível se 2 + 0 .
2 +
Mas, novamente, se tanto 1 + + como 2 + forem ambos nulos? Neste caso, temos que = −2 e
= 1 e podemos então tentar a seguinte solução particular y p = t 2 de maneira que a solução será da
forma:
t 2
= e yp =
2 2
yt +2 − 5 yt +1 + 6 yt = 6
Tentaremos uma solução particular na forma y p = . Então vamos calcular as diferenças até a
segunda ordem e substituir na equação original, conforme faremos abaixo
yp = y t +1= yt +2 =
Exemplos (2) – Seja a equação diferencial linear não homogênea e com coeficientes constantes, dada
por
yt +2 − 3 yt +1 + 2 yt = 1
Novamente, tentaremos uma solução particular na forma y p = . Então vamos calcular as diferenças
até a segunda ordem e substituir na equação, conforme faremos abaixo
yp = y t +1= yt +2 =
y p = .t y t +1= (t + 1) yt +2 = (t + 2)
Exercícios Resolvidos
i) yt +2 − yt +1 − 12 yt = 12
SOLUÇÃO
ii) yt +2 − 4 yt +1 + 4 yt = 5
SOLUÇÃO
Se y p = , então, − 4 + 4 = 5 = 5 . Portanto, y p = 5
iii) yt +3 − yt +2 − 21 yt +1 + 45 yt = 15
SOLUÇÃO
5 5
Se y p = , então, − − 21 + 45 = 15 = . Portanto, y p =
8 8
iv) yt +3 + 3 yt +2 − 4 yt +1 − 12 yt = −36
SOLUÇÃO
v) yt +4 + yt +3 − 3 yt +2 − 5 yt +2 − 2 yt = −14
SOLUÇÃO
7 7
Se y p = , então, + − 3 − 5 − 2 = −14 = . Portanto, y p =
4 4
Solução geral de uma equação de diferenças linear não homogênea de segunda ordem com coeficientes
constantes cujo segundo membro é função da variável independente t .
yt +2 + yt +1 + yt = (t )
De acordo com o que foi visto anteriormente, a solução geral deste tipo de equação é dada por
yt = yh (t ) + y p (t ) . Existem algumas técnicas para obtenção das soluções deste tipo de equação e
depende muito da forma com a qual a função no segundo membro, (t ) , se apresenta. Com efeito, é
95
possível construir soluções gerais a partir de uma tabela de soluções particulares em consonância com
a forma da função (t ) e suas correspondentes soluções homogêneas. Veja tabela abaixo:
Todavia, é preciso observar que se na tabela de soluções particulares acima contém uma função que é
solução da equação homogênea correspondente, faz-se necessário formar uma nova função que é
obtida pela multiplicação da anterior por t . Se esta nova função é alguma solução da equação
homogênea, devemos multiplicá-la novamente por t e assim sucessivamente até obter uma função que
não seja solução expressa na equação homogênea.
Exercícios Propostos
QUESTÃO ÚNICA – Encontre a solução geral das equações de diferenças lineares não homogêneas
de segunda ordem e com coeficientes constantes dadas abaixo:
(a) yt +2 − 7 yt +1 + 6 yt = 8.2t
(b) yt +2 − 2 yt +1 − 8 yt = 4t
(c) yt +2 + 2 yt +1 − 35 yt +1 = 16
(d) yt + 2 − 10 yt +1 + 21 yt = 2t + 1
(e) yt +2 + yt +1 − 2 yt = t.2t
t
(f) yt +1 − 6 yt = −14 cos( )
2
Podemos definir e expressar um sistema de equações de diferenças, que apresenta “p” equações de
diferenças de primeira ordem, onde os valores de p são tais que p N , configurando-o da seguinte
forma:
Agora podemos colocar esse sistema de equações lineares na forma matricial, obtendo
X t +1 = AX t + (t )
diferenças de primeira ordem é necessário que a matriz A, dos coeficientes, não seja uma matriz
diagonal, mas seja uma matriz não-singular.
Vamos trabalhar com um sistema de equações em diferenças de primeira ordem com duas equações e
duas incógnitas, no caso, aquele cuja a função (t ) é constante.
xt +1 = 11 xt + 12 yt + m1
yt +1 = 11 xt + 12 yt + m2
Uma forma de resolver este sistema seria através do processo de substituição, todavia para sistema
mais complexos com três ou mais equações e três ou mais variáveis esse método fica cada vez mais
complicado, portanto, vamos usar o método de resolução simultâneo baseado na decomposição
espectral da matriz dos coeficientes, transformando primeiramente o sistema acima da seguinte forma:
xt +1 a11 a12 xt m1
y = +
t +1 a21 a22 yt m2
X t +1 = AX t + m
X t +1 = AX t
97
Para encontrarmos a solução do sistema como um todo, temos que garantir as seguintes propriedades
para a matriz dos coeficientes A:
[c1 c2 ... c p ] , de ordem ( p x 1) , enquanto que (letra grega lambda maiúscula) é uma
Sendo a matriz dos coeficientes, A, simétrica, ou seja, A = At , seus autovalores são reais
Se a matriz A for não simétrica, seus autovalores podem ser reais ou complexos.
Uma importante consideração ainda sobre o sistema acima é que quando os autovalores não são todos
distintos, ocorre que existirão menos do que p autovetores linearmente independentes. Neste caso não
poderemos expressar a matriz dos coeficientes da forma vista anteriormente, ou seja, A = CC −1 , uma
vez que C é singular (seu determinante é zero, não admite inversa). Para driblar essa restrição, utiliza-
se uma forma próxima da diagonalização baseada na forma da matriz de Jordan. Neste contexto, tem-
se então que A = PJP−1 , sendo J a matriz de Jordan, que é formada da seguinte maneira:
Sendo assim, a matriz J i tem o autovalor i repetindo em todas as posições da diagonal principal e
tem o valor 1 repetido ao longo da diagonal acima da principal.
Observamos também que a transposta de A, ou seja, At = ( PJP −1 ) t ou At = PJ t P , é dado por:
J it = . . . .
. . . .
0 0
0... ti
98
X t +1 = AX t + m
X t +1 = AX t
X1 = AX 0
X 2 = AX 1 X 2 = A( AX 0 ) = A2 X 0
X 3 = AX 2 X 3 = A( A2 X 0 ) = A3 X 0
X 4 = AX 3 X 4 = A( A3 X 0 ) = A4 X 0
.
.
.
X t = At X 0
De maneira que para generalizar a solução da forma compacta homogênea, tomaremos X 0 uma matriz
de valores arbitrários, X 0 = d , nesse sentido a solução homogênea fica expressa assim:
X t = At d
A soluça particular para o sistema não homogêneo é dada tomando, na equação X t +1 = AX t + m , caso
estacionário ou valor de equilíbrio, isto é, X t = X t +1 = X * , de maneira que
X * = AX * + m , portanto, X * = ( I − A) −1 m
X t = At d + X * ou X t = At d + ( I − A)−1 m
Substituindo em X t = At d + X * , X 0 = d + X * ou d = X 0 − X * , então
X t − X * = At ( X 0 − X * )
X t − X * = Ct C −1 ( X 0 − X * )
três situações:
xt +1 = 5 xt + yt − 4
yt = 2 xt + 4 yt + 4
x0 = 6
Nas condições iniciais de t = 0
y0 = 8
5 1 1 0 5 1 −4 −1
A= ( I − A) = − =
2 4 0 1 2 4 −2 − 3
x * 1 −3 1 −4 1, 6
Portanto, X * = = ( I − A)−1 m = =
y * 10 2 − 4 +4 −2, 4
5 − 1
1 = 6
det[ A − I ] = det =0
2 4− 2 = 3
100
X t − X * = Ct C −1 ( X 0 − X * )
−1
xt − x * 1 1 6t 0 1 1 x0 − x *
y − y * =
t 1 − 2 0 3t 1 − 2 y0 − y *
x0 = 6
Como
y0 = 8
−1
xt − x * 1 1 6t 0 1 1 6 − x *
y − y * =
t 1 − 2 0 3t 1 − 2 8 − y *
−1
xt − 1, 6 1 1 6t 0 1 1 6 − 1, 6
y − (−2, 4) =
t 1 − 2 0 3t 1 − 2 8 − (−2, 4)
xt +1 = −3 xt + 4 yt − 5
yt +1 = −2 xt + yt + 4
x0 = 6
Nas condições iniciais de t = 0
z0 = 8
101
− 3 4
A=
− 2 1
1
x * −1
− 4 1 21
−5 4
Portanto, = ( I − A) m = =
− 1 +4 13
y *
1 4
2
− 3 4 − 3− 4
1 = −1 + 2i
A= det[ A − I ] = det =0
− 2 1 − 2 1 − 2 = −1 − 2i
c1( 2) 2
=
c2( 2) 1 − i
−1
xt − x * 2 ( −1 + 2i ) 0 2 x0 − x *
t
2 2
y − y * =
t 1 + i 1 − i 0 t
(−1 − 2i) 1 + i 1 − i y0 − y *
21 21
xt − 4 2 6 − 4
−1
( −1 + 2i ) 0 2
t
2 2
=
y − 13 1 + i 1 − i 0 t
− − 1+ i 1 − i 8 − 13
( 1 2i )
t 2 2
21
xt = ( 5)t [0,75cos(t ) + 2, 25sen(t )] +
4
13
yt = ( 5)t [1,5cos(t ) + 0,75sen(t )] +
4
xt +1 = 4 xt + yt − 5
yt +1 = − xt + 2 yt + 4
x0 = 6
Nas condições iniciais de t = 0
y0 = 8
− 3 4
A=
− 2 1
x * 4 1 −5 9 4
Portanto, = ( I − A) −1 m = =
y * −1 2 +4 −7
4
4 1 − 4 − 1
A= det[ A − I ] = det =0 1 = 2 = 3
−1 2 −1 2−
Dessa forma, devemos utilizar a forma de Jordan de decomposição da matriz A. Isto é, devemos
encontrar os autovetores da matriz P de modo que
* 1
−1
P AP =
0 *
−1 1 0 − 1
−1
P= e P =
−1 0 1 1
−1
xt − x * 1 1 3t t 3t 0 − 1 x0 − x *
y − y * = −1
0 0
1 y0 − y *
t 3t 1
103
9 15
6−
x0 − x * 4 = 4
y − y * =
0 6 + 7 39
4 4
15 t 27 t −1
xt − x* = .3 + .t.3
4 2
39 27
yt − y* = .3t − .t.3t −1
4 4
15 t 27 t −1 15
xt = .3 + .t.3 +
4 2 4
39 27 39
yt = .3t − .t.3t −1 +
4 4 4
I – Mostre que as funções à esquerda são soluções das equações diferenciais ao lado, à
direita.
1) dy 1
− senx • + y cos x = sen 2 x
y = senx − 1 + Ce dx 2
2) dy
2
dy dy
y = Cx + C − C 2 • − −x +y=0
dx dx dx
3) dy
2
dy
y = 2Cx + C
2 2 • y + 2 x − y = 0
dx dx
4) dy 2 dy
2
a C • yx 1 − = ( x 2 − y 2 − a 2 )
y 2 = Cx 2 − dx dx
1+ C
5) d2y dy
x • − 2k + k 2 y = ex
e dx 2
dx
y = (C1 + C2 x)e kx +
(k − 1) 2
1) ydx − xdy = 0 • y = Cx
3) ( y − a)dx + x 2 dy = 0 1
• ( y − a) = Ce x
4) zdt − (t − a )dz = 0
2 2
t −a
• z 2a = C
t+a
5) (1 + s )dt − t ds = 0
2
• 2 t − arctg (s) = C
S = Y0 e
2) ( x + y)dx + xdy = 0 • x 2 + 2 xy = C
106
3) ( y + x)dx + ( y − x)dy = 0 •
y
ln( y 2 + x 2 ) − arctg ( ) = C
x
4) xdy − ydx = y 2 + x 2 dx .
• 1 + 2Cy − C 2 x 2 = 0
Obs.: Faça a seguinte mudança de
variável 1 + = − + t
2
5) (8 y + 10 x)dx + (5 y + 7 x)dy = 0 .
• ( x + y ) 2 ( 2 x + y )3 = C
Obs. Faça a seguinte
(ax + b)dx Adx Bdx
desfragmentação = +
( x + c)( x + d ) ( x + c) ( x + d )
6) (2 st − s)dt + tds = 0
s
• te t
=C
y y y
7) x cos( )[ ydx + xdy] = ysen( )[ xdy − ydx] • xy cos( ) = C
x x x
Fonte: N. Piskounov ps. 148 e 149
2x y 2 − 3x 2 x2 1
3
dx + dy = 0 • − =C
2) y y4 y3 y
3) (6 xy + 3x )dx + (6 yx + 4 y )dy = 0 • 3x 2 y 2 + x3 + y 4 = C
2 2 2 3
dy x + xy 2 • x 2 (1 + y 2 ) + y 2 = C
=−
4) dx y + yx 2
2y • 2 y = ( x + 1) 4 + C ( x + 1) 2
y'− = ( x + 1)3
1) x +1
y x +1 x 1
y'−a = • y = Cx a + −
2) x x 1− a a
3) ( x − x ) y '+(2 x − 1) y − ax = 0
3 2 3
• y = ax + Cx 1 − x 2
ds • s = sent + C cost
cost + (s)sent = 1
4) dt
ds 1
+ (s) cos t = sen 2t • s = sent − 1 + Ce− sent
5) dt 2
n a • yx n = ax + C
y '+ y= n
6) x x
n • y = x n (e x + C )
y '− y = e x x n
7) x
k • ye x = kx + C
y '+ y =
8) ex
1 − 2x 1
y'+ y −1 = 0 • y = x 2 (1 + Ce x )
9) x2
1) y '+ xy = x 3 y 3 y 2 ( x 2 + 1 + Ce x ) = 1
2
•
2) (1 − x 2 ) y '− xy − axy 2 = 0 • y(C 1 − x 2 − a) = 1
3) 3 y 2 y'−ay3 − x − 1 = 0 • a 2 y 3 = Ceax − a( x + 1) − 1
4) y ' ( x 2 y 3 + xy ) = 1 1 2
y
1 2
y
• x[(2 − y )e
2 2
+ C] = e 2
5) s"−2 as'+a 2s = e t et
s = C1e at + C2te at +
(a − 1) 2
6) y"+6y'+5 y = e 2x 1
y = C1e − x + C2 e −5 x + e 2 x
21
7) y"+9 y = 6e 3x 1
y = C1 cos3x + C2 sen(3x) + e3 x
3
8) y "− 3 y ' = 2 − 6 x y = C1 + C2 e + x . Observação: o segundo membro é da forma
3x 2
Solução particular
y(t ) = −4 + 8e
2t
Solução geral
y = 3x + 2 y y(t ) = 31e + 2e
4t −t
Solução geral
y = x − 2y y(t ) = (1 + 2t )e
−3t
1. F ( x, y) = 2 x − xy + y − 7 y
2 2 1. O ponto (1, 4) é um ponto crítico
e, no caso, é um ponto de mínimo
local.
2. F ( x, y) = 4 x2 + xy + 3 y 2
2. O ponto (0, 0) é um ponto crítico
de mínimo.
3. F ( x, y) = 4 x + 2 xy + 6 y + 20 x −18 y + 22
2 2
3. O ponto (−3, 2) é um ponto
crítico de mínimo.
−x − y 2 − z 2 + 2 y + xz
4. F ( x, y , z ) = e
2
5. Uma determinada firma utiliza dois insumos, 5. Os valores dos insumos que
( , ) , para produzir um único produto, Q . maximizam o lucro da firma são:
Os preços dos insumos são dados por ( P , P )
P P
e o preço do produto final é P . Sabe-se que * = e * =
Q( , ) = ln + ln é a função de produção P P
desta firma e que C ( , ) = P + P é sua
função de custo. Neste contexto, encontre a
condição de primeira ordem para que o lucro
da firma seja maximizado.
b) yt + 2 − 9 yt = 0 1 1
• yt = 3t + (−3)t
2 2
c) yt + 2 − 4 yt +1 + 4 yt = 0 • yt = −(2)t (t − 1)
d) yt + 2 − 3 yt +1 + 2 yt = 0 • yt = 2 − 2t
II. Encontre as soluções das equações lineares de primeira ordem abaixo e faça uma análise
do processo de convergência, informando sobre o comportamento das suas sequência-
soluções.
III. Encontre a solução geral das equações de diferenças lineares não homogêneas de segunda
ordem e com coeficientes constantes dadas abaixo
Equações de diferenças
(i) yt +2 − 3 yt +1 + 2 yt = 2t
(ii) yt +2 + 5 yt +1 + 4 yt = 3.4t
2 yt + 2 − 5 yt +1 + 2 yt = 2t + 1
(iii) yt + 2 + 4 yt +1 + 8 yt = 26
(iv) yt +2 − 5 yt +1 + 6 yt = 2t.t
3
(v) yt + 2 − 4 yt = − cos t
2
xt +1 = −3 xt + 2 yt − 6
1. x(t ) = A.3t + B(−4)t + 1, 2
yt +1 = 3 xt + 2 yt + 3
t = 0 x0 = 1 y (t ) = C.3t + D(−4)t − 0, 6
t = 0 y0 = 0
xt +1 = 2 yt + 3
2. x(t ) = 3(2)t − 10(−1)t
yt +1 = xt + yt − 1
t = 0 x0 = −2 y(t ) = 3(2)t + 5(−1)t
t = 0 y0 = 4
xt +1 = − yt + 4 yt
3. x(t ) = 14(1)t − 3(1 + 2t )(1)t
yt +1 = − xt + 3 yt
t = 0 x0 = 17 y (t ) = 7(1)t + 3(1 + t )(1)t
t = 0 y0 = 10
xt +1 = 2 xt
4. x = 21.2t
yt +1 = xt − yt
t = 0 x0 = 21 y = 7.2t + 4(−1)t
t = 0 y0 = 11
xt +1 = 2 xt + 2 yt x(t ) = 1 (4)t − 22 (1)t
5.
yt +1 = xt + 3 yt y(t ) = 1 (1)t + 2 (4)t
C + 2C2 C − C1
Onde 1 = 1 e 2 = 2
3 3
BRAGA, Márcio Bobik. Matemática para economistas. São Paulo: Atlas, 2003.
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