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Prof. Dr.

Deiglys Borges Monteiro Motores de Combustão


Aula 6

• Objetivo:

– Apresentar os sistemas de arrefecimento, lubrificação e alimentação de


combustível:
• Componentes e funcionamento;
• Principais problemas;

– Apresentar as características dos lubrificantes, combustíveis e fluido de


arrefecimento:
• Tipos e propriedades;
• Gasolina, Etanol, Diesel.

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• Sistema de arrefecimento: função
– Retirar o calor rejeitado pelos processos termodinâmicos durante o
funcionamento do motor e rejeitá-lo para o meio ambiente;

– Manter a temperatura do motor e seus componentes controlada:


• Dilatações térmicas dos componentes dentro das especificações;
• Melhor desempenho e economia;
• Menor emissão de poluentes;

– Tipos construtivos mais comuns:


• Arrefecimento por líquido;
– Termosifão: motores antigos ou aplicações específicas (não será abordado);
• Arrefecimento a ar (apenas pequenas aplicações. Para larga escala está em desuso);

• Sistema aberto e fechado:


– Aberto: temperatura é limitada pela ebulição do líquido de arrefecimento (limitada pela
pressão atmosférica)
– Fechado: sistema pressurizado acima da pressão atmosférica. Permite operar com
temperaturas de ebulição maiores;
» Maior temperatura = maior eficiência térmica do motor.

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• Sistema de arrefecimento: principais componentes


– Válvula termostática;
– Bomba d’água;
– Radiador;
– Interruptor térmico;
– Sensores de temperatura;
– Fluido de arrefecimento;
– Ventilador;
– Mangueiras;
– Reservatório de expansão.

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• Sistema de arrefecimento:

Figura 1: Vista esquemática sistemas de arrefecimento líquido (esq.) a ar (dir.)

Fonte: [4]
Fonte: [5] 4
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• Sistema de arrefecimento: princípio de funcionamento


– Uma bomba ou ventilador é acionada pelo motor (consome potência) para
circular o fluído de arrefecimento (líquido ou gás);

– O fluído é direcionado para áreas específicas (galerias – líquido ou aletas –


gás) para retirar calor;

– Pode necessitar de sistemas e fluídos complementares: óleo lubrificante e


radiadores de óleo em alguns casos.

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• Sistema de arrefecimento: vantagens e desvantagens

• Líquido:
– Vantagens:
• Mais silencioso, melhor eficiência (consome menos potência do motor), temperatura
mais homogênea;
– Desvantagens:
• Mais complexo, pesado, maior número de componentes, mais caro, exige manutenção
periódica;

• Gás:
– Vantagens:
• Mais simples, menor complexidade, número de peças e peso, menor manutenção;
– Desvantagens:
• Mais ruidoso, menor eficiência (consome mais potência do motor), temperatura menos
homogênea;

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• Válvula termostática:
– Controla a passagem de água das galerias internas do motor para o restante do
sistema (radiador e mangueiras);
• Presente apenas nos sistemas com arrefecimento por líquido;

– Sua abertura e fechamento são feitas por molas e pela ação de uma substância
termo-expansível (similar a parafina);
• https://www.youtube.com/watch?time_continue=42&v=9-ZxWx33sj0

– A abertura pode ser antecipada por meio de um pré-aquecimento do elemento


termoexpansível:
• https://www.youtube.com/watch?v=KFUGi-5MuDE&t=11s

– Garante que a temperatura de trabalho do motor seja mais homogênea possível:


• Dilatação térmica dos componentes por igual e folgas de acordo com projeto do motor;
• Maior eficiência térmica, menor consumo de combustível, maior potência;

– Outros tipos: tipo fole

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• Válvula termostática:
Figura 1: válvula
termostática típica

Fonte: [2]

Figura 2: Válvula
termostática aberta e
fechada

Fonte: [3]
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• Válvula termostática:

Figura 3: montagem válvula termostática

Fonte: [3]
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• Bomba d’água:
– Tem como função circular o líquido de arrefecimento pelo sistema;

– Acionada por motor elétrico (projetos modernos) ou por correia ligada ao eixo
do motor (sistema convencional);
• Acionamento por motor elétrico apenas quando necessário e na rotação
necessária para arrefecer o motor adequadamente. Pode eliminar o uso de válvula
termostática;
• Acionamento por correia:
– Funcionamento contínuo:
» Quanto maior a rotação (vazão) mais potência exige do motor;
» Menor eficiência;
» Exige uso de válvula termostática para controle da temperatura;

– Construção similar às bombas centrífugas:


• Rotor semi-aberto ou aberto, conforme o caso;

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• Ventilador:
– Tem como função circular gás para arrefecimento do motor (sistema de
arrefecimento a ar) ou o líquido de arrefecimento (sistema de arrefecimento
por líquido – no radiador);

– Acionado por motor elétrico (projetos modernos) ou por correia ligada ao eixo
do motor (sistema convencional);
• Acionamento por motor elétrico apenas quando necessário e na rotação
necessária;
• Acionamento por correia:
– Funcionamento contínuo (arrefecimento do motor ou líquido de arrefecimento):
» Quanto maior a rotação (vazão) mais potência exige do motor: menor eficiência;
– Funcionamento intermitente (arrefecimento do líquido de arrefecimento):
» Acionamento feito por elemento viscoso sensível à temperatura;
» Reduz as perdas mas apresenta menor eficiência que o sistema elétrico.

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Figura 5: efeito da cavitação
• Bomba d’água: em bomba d’água de motor
Figura 4: diferentes Fonte: [8]
geometrias de bombas d’água

Fonte: [7]

Figura 6: efeito da cavitação na


carcaça da bomba d’água de motor
Fonte: [9]
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• Bomba d’água:
Figura 7: bomba d’água de
acionamento elétrico

Fonte: [10]
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• Ventilador:

Figura 8: ventilador motor


refrigerado a ar – Porsche
930

Fonte: [11]

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• Radiador (ou trocador de calor):


– Tem como função dissipar o calor rejeitado pelos processos termodinâmicos
realizados pelo motor;

– Tipo: ar-água ou ar-óleo;

– Em geral:
• Geometria do tipo “fluxo cruzado” (cross-flow);
– Menor volume;
• Tipo trocador de calor compacto:
– Grande área de troca de calor e pequenas dimensões (volume);

– Materiais:
• Alumínio: grande condutividade térmica e “baixo” custo.

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• Radiador (ou trocador de calor):

Figura 9: estrutura
esquemática de um
radiador típico.

Fonte: [7]

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• Radiador (ou trocador de calor):

Figura 10: estrutura interna de um radiador típico.

Fonte: [7]

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• Mangueiras:
– Tem como função conduzir o líquido de arrefecimento entre os componentes:
• Motor, radiadores, bomba d’água, etc...

– Materiais:
• Em geral borracha nitrílica (NBR) ou silicone:
• Deve resistir a ataques químicos (óleos e combustível);
– Resistência ao inchamento;
• Deve ter boa resistência mecânica;
• Deve resistir a temperaturas baixas e elevadas por longos períodos de tempo.

Figura 10: mangueiras para


radiador borracha nitrílica
Fonte: [12]
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• Reservatório de expansão e tampa


– Tem como função acomodar o volume expandido do líquido de arrefecimento;
• Expansão ocorre devido ao aquecimento;
• Para motores pequenos, seu volume é de 1 a 2 litros;
– Suficiente para que a bomba sempre trabalhe afogada sem bolhas de ar/vapor e possa
acomodar a expansão do líquido.
• Dotado de tampa com válvula:
– Deixa o excesso sair do sistema, controla a pressão;
– Possui molas calibradas conforme a pressão desejada;
– Pressão típica varia de 1,1 (Honda) a 1,4 bar (FIAT);

– Material:
• Polímeros resistentes ao calor (por exemplo: PEAD);

– Problema:
• Fadiga térmica e degradação do polímero pela temperatura e compostos formados na
água em alta temperatura (especialmente se água com sais minerais).
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• Reservatório de expansão e tampa

Figura 11: reservatório de expansão (esq.) e vista interna da tampa (dir.)

Fonte: [13]

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• Interruptor térmico:
– Tem como função ligar e desligar o eletroventilador responsável pelo
escoamento forçado que deve passar pela colmeia do radiador para troca de
calor;
• Funciona com base na diferença de expansão de dois metais;
• https://www.youtube.com/watch?v=p1EtySuJQr4
• Sua temperatura deve ser compatível com a temperatura de abertura/fechamento
da válvula termostática.

Figura 12: interruptor térmico (esq.) e


princípio de funcionamento (dir.)

Fonte: [15] Fonte: [14] 21


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• Sensores:
– Tem como função converter o sinal térmico (temperatura) em sinal elétrico e
informar a ECU a temperatura de trabalho do motor:
• Usa a informação do líquido de arrefecimento;
• Alguns casos, há um sensor para temperatura do óleo também;

– Tipos comuns: NTC (Negative Temperature Coeficient) e PTC (Positive


Temperature Coeficient):
• NTC: diminui a resistência elétrica com o aumento da temperatura;
• PTC: aumenta a resistência elétrica com o aumento da temperatura;
– Cada sensor tem sua curva;
– Vide interruptor duplex: http://cursosonline.mte-thomson.com.br/licao/aula-7-sensor-
%C2%96-interruptor-duplex/

Figura 13: Sensor de temperatura líquido


de arrefecimento
Fonte: [16]
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• Fluido de arrefecimento:
– Tem como função receber o calor rejeitado/produzido pelos processos
termodinâmicos e conduzí-lo até o trocador de calor para ser rejeitado;

– Deve possuir propriedades que permitam atender a critérios como:


• Proteção anti-corrosão;
• Boa condutividade térmica;
• Não formar espuma;
• Baixa tendência à cavitação;
• Alto ponto de ebulição e baixo ponto de congelamento;
• Baixa condutividade elétrica.

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• Fluido de arrefecimento:
– Arrefecimento a ar:
• Baixa condutividade térmica;

– Arrefecimento por líquido:


• Tendência de ebulir / congelar, corrosão;
• Utilizado:
– Mistura etileno glicol+água: tóxico
» Diferentes proporções, conforme recomendação do fabricante;
– Mistura aditivo orgânico+água: não tóxico
» Proporções conforme recomendação do fabricante;
• Deve ser utilizada água desmineralizada;
• Uso de aditivo visa:
– Aumentar ponto de ebulição, abaixar ponto de congelamento;
– Afeta a capacidade térmica do fluido.

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• Fluido de arrefecimento:

Tabela 1: propriedades fluidos de arrefecimento

Fonte: [16]

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• Fluido de arrefecimento:

Figura 14: propriedades fluidos de arrefecimento

Fonte: [18]
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• Fluido de arrefecimento:

Figura 15: propriedades fluidos de arrefecimento

Fonte: [18]
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• Fluido de arrefecimento:

Figura 16: propriedades fluidos de arrefecimento

Fonte: [18]
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• Dimensionamento básico do sistema de arrefecimento:


– Cerca de 30% do calor rejeitado pelo motor passa pelo sistema de
arrefecimento:
• 30% perdas térmicas por radiação, convecção e condução, perdas diversas;
• 40% pelo gás de escape;
– O sistema deve ser tanto maior ou ter maior capacidade de troca térmica,
quanto maior for a potência ou o tamanho do motor;

– Fluxo de calor:
• Potência térmica trocada por unidade de área;

𝑄ሶ
𝑞=
𝐴

em que A é a área de troca de calor.


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• Dimensionamento básico do sistema de arrefecimento:


– Simplificação:
• Considerar que todo o calor rejeitado pelo sistema de arrefecimento sai apenas
pelo radiador;
– Possível calcular a área de troca mínima necessária para um dado motor;
– Coeficiente de segurança:
» O trocador real deve ser entre 20% a 30% maior;
» Exigirá testes e cálculos adicionais para correto dimensionamento.

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• Sistema de lubrificação:
– Função principal:
• Lubrificar as partes móveis do motor para evitar que haja contato metal-metal;
• Reduzir o desgaste prematuro do conjunto móvel;
• https://www.youtube.com/watch?v=mmmcj53TNic
• https://www.youtube.com/watch?v=9RSWs44PdkE
• https://www.youtube.com/watch?v=Rt_AWy4tsN0

– Função secundária:
• Remover impurezas e partículas em suspensão devido ao desgaste do motor e seus componentes e
à combustão incompleta e leva-las até o filtro;
• Remover calor, atuando como um sistema secundário de troca de calor;

– Algumas propriedades importantes dos fluidos lubrificantes:


• Ponto de fulgor (flash point), ponto de ignição (flame point), viscosidade, basicidade (TBN), acidez
(TAN);

– Algumas características desejadas (exige aditivação específica):


• Agir como dispersante, não formar espuma (cavitação da bomba);

– Componentes principais: bomba de óleo+”pescador”, cárter (seco ou úmido), filtro+válvula


de segurança, fluido lubrificante.

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• Sistema de lubrificação:

Figura 17: Curvas TBN


e TAN

Fonte: [19] 32
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• Sistema de lubrificação:
Figura 18: Comparativo esquemático propriedades dos lubrificantes

Fonte: [24]
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• Sistema de lubrificação: periodicidade de troca do lubrificante
– Conforme especificação do fabricante do motor;
– Função do tipo de serviço, condições ambientais;
– Substituição por outro conforme recomendado pelo fabricante do motor;
– Sempre deve ser substituído por completo;
– Sempre deve ser trocado o filtro de óleo;
– Uso de aditivos é discutível;
• https://www.youtube.com/watch?v=DO84_QxJlAc
• http://redlinemax.blogspot.com.br/2012/01/top-brand-engine-oil-test-by-timken-
ok.html
• Teste com máquina de Tinkem não é representativo das condições reais de
funcionamento do motor, embora dê uma ideia do desempenho do lubrificante;
• Reações indesejadas com aditivos presentes no lubrificante;

– Óleo reciclado? Sim! Processo de re-refino:


• https://www.youtube.com/watch?v=WCppo49UugI
• https://www.youtube.com/watch?v=egBAy5CBSqs

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• Sistema de lubrificação:
– Os compostos que não tiveram sua combustão completa e as impurezas do
combustível (Nitrogênio e Enxofre) formam ácidos:
• Lubrificante tem uma carga de compostos alcalinos para equilibrar e neutralizar estes
ácidos;
• Ao longo do tempo a carga é consumida e o lubrificante deve ser trocado;
– Consumo varia de um lubrificante para outro, condições de operação do motor, combustível
utilizado, etc...
– A troca deve ser realizada com base em uma série de parâmetros;

– Não é conveniente utilizar aditivos extras nos óleos:


• Possíveis reações indesejadas;
– Formação de borras;
– Vida útil e propriedades do lubrificante comprometidas;

– Não é desejável misturar óleos diferentes muito menos para aplicações:


• Moto, Diesel, Autos;
• Mineral, semi-sintético, sintético.

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• Sistema de lubrificação:
– Índice de Viscosidade: utiliza-se a escala da SAE como referência;
– Índice é atribuído na temperatura de 100°F (~40°C);
• Serve como referência;

– Lubrificante deve ser especificado conforme uso do motor e local;


• Baixas temperaturas exigem menor índice de viscosidade ou fluídos especiais (artic
oils);
• Altas temperaturas exigem maior índice de viscosidade;
• Tipo de trabalho do motor e sua temperatura interna pode exigir substituição de um
tipo por outro:
– Competição, uso urbano, etc...

– Lubrificantes multiviscosos: atendem a mais de um índice de viscosidade.


Exemplo: 15W40 (índice 15 quando frio e 40 quando aquecido);
• Lubrificantes atualmente em uso devido sua versatilidade.

– https://www.youtube.com/watch?v=ThnO5tYOIkA

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• Sistema de lubrificação:
– Viscosidade: utiliza-se a escala da SAE como referência
Figura 19: Escalas de
viscosidade

Fonte: [20] 37
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• Sistema de lubrificação:
– Viscosidade: utiliza-se a escala da SAE como referência
Figura 20: Escalas de viscosidade óleos de motor em função da temperatura externa

Fonte: [22] 38
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• Sistema de lubrificação:
– Viscosidade: utiliza-se a escala da SAE como referência
Figura 21: Viscosidade
em função da
temperatura

Fonte: [23] 39
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• Sistema de lubrificação:
– Viscosidade: utiliza-se a escala da SAE como referência
Figura 22: Viscosidade
em função da
temperatura

Fonte: [26] 40
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• Sistema de lubrificação: tipo de serviço e classe
– Indica qual o “pacote” de aditivos utilizado, sua capacidade de agir como
dispersante, detergente, não formar espuma, etc...
– Motores modernos exigem pacote de aditivos aprimorados;
– Tipo de classe varia conforme o tipo de motor e pode varia de uma região para
outra;
• API: motores Otto e Diesel;
– Inicial “S”: motor ciclo Otto;
– Inicial “C”: motor ciclo Diesel;
– A segunda letra indica o pacote de aditivos. Quanto mais alta a letra do alfabeto, mais
moderno é o pacote de aditivos;
• Outras classificações: ACEA, JASO, etc...

– Serviço:
• Regular: condições de carga leve a moderada, motor trabalha por longos períodos de
tempo em rotação constante e permite aquecimento do lubrificante de forma correta;
• Severo: condições de carga moderada a pesada, motor trabalha com rotação variável e
não funciona por tempo suficiente para aquecer o lubrificante.

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• Sistema de lubrificação: tipo de serviço classe


Tabela 2: Classe/ tipo de serviço API para óleos

Fonte: [25]
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• Sistema de lubrificação: Tipos de base
– Mineral:
• Usa processos de refino de petróleo para produção do lubrificante;
• Moléculas tem tamanho e composição distintas;
• Menor custo;
• Exige pacote de aditivos específicos;

– Semi-sintética (syntetic blend):


• Mistura de lubrificantes minerais com sintéticos;
• Menor variação da composição molecular;
• Maior custo;
• Aditivos específicos;

– Sintética (full syntetic ou syntetic):


• Lubrificante obtido através de processos químicos específicos;
• Maior uniformidade no tamanho e composição molecular;
• Maior custo;
• Aditivos específicos;

• Lubrificantes para motocicletas:


– Não possuem aditivo redutor de atrito:
• Embreagem úmida!

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• Sistema de lubrificação: Tipos de base

Figura 22: Vista esquemática


moléculas lubrificantes minerais e
sintéticos

Fonte: [23]

• Lubrificantes para motocicletas:


– Não possuem aditivo redutor de atrito:
• Embreagem úmida!
– Não deve ser usado para outras aplicações!
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• Sistema de lubrificação: bomba de óleo


– Bomba de engrenagens (interna ou externa);
– Envia o lubrificante sob alta pressão para as partes internas do motor;
– Pode sofrer cavitação;
– Acionamento:
• Eixo do motor (mais comum), motor elétrico (menos comum);
• https://www.youtube.com/watch?v=cMmwb3JmL00
• https://www.youtube.com/watch?v=y7_AtJoUY6g
• https://www.youtube.com/watch?v=kt-llDfeQ9Q

Figura 24: Bomba de engrenagens


interna

Fonte: [27]

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• Sistema de lubrificação: Filtro


– Função de retenção de partículas em suspensão que se originam do desgaste
dos componentes do motor, carbonização e borras;
– Possui válvula de segurança e retenção:
• Em caso de entupimento, o óleo retorna ao reservatório;
• Válvula de retenção: evita retorno do óleo e partida “a seco”.

Figura 25: Vista esquemática filtro


de óleo

Fonte: [28]

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• Sistema de lubrificação: Filtro


Figura 26: Vista esquemática filtro
de óleo

Fonte: [29]
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• Sistema de lubrificação: Filtro


Figura 27: filtro de óleo

Fonte: [30]
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• Sistema de lubrificação: cárter


– Localizado sob o motor, armazena o fluido lubrificante (sistema de cárter
úmido);
– Veículos capazes de grandes acelerações longitudinais e laterais necessitam
de chicanas internas, evitando que o motor trabalhe a seco.

Figura 28: cárter de chapa de aço


estampada

Fonte: [31]
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• Sistema de combustível: função


– Fornecer combustível ao motor;
• Tipos: alta e baixa pressão;
– Principais componentes:
• Bomba de combustível;
– Alta e/ou baixa pressão;
• Tanque;
• Carburador ou injetores e manifolds (rail);
• Mangueiras;
• Regulador de pressão (opcional);
• Filtros;
• Trocador de calor (sistemas de alta pressão);
• Canister;
• Válvula anti-capotamento.

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• Sistema de combustível: função


– Sistema:
• https://www.youtube.com/watch?v=LjJSbHxIvnM
• https://www.youtube.com/watch?v=4gBTbUerDpk
• https://www.youtube.com/watch?v=uC7vOYhd7wg
• https://www.youtube.com/watch?v=cDIrlTjHS8o

– Bomba de combustível: tipos


• Diafragma;
• Palhetas;
• Pistão;
– https://www.youtube.com/watch?v=LjJSbHxIvnM
– https://www.youtube.com/watch?v=L30JpM8Lv_A
– https://www.youtube.com/watch?v=Ljb7R09f-8k

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• Sistema de combustível:
– Tanque: armazenagem do combustível para uso posterior;
• Materiais: metal estampado (em geral aço) ou polímeros (mais modernos);
• Deve possuir chicanas internas, especialmente em veículos capazes de grandes
acelerações laterais ou longitudinais, evitando falta de combustível;
– Também é interessante para evitar falta de combustível em aclives íngremes;

– Carburador:
• https://www.youtube.com/watch?v=bVosMNhUObk

– Injetores: variam de geometria conforme aplicação e pressão de trabalho


• Otto indireta: até cerca de 12 bar;
• Otto direta: cerca de 200 bar;
• Diesel mecânico: cerca de 200 bar;
• Diesel “eletrônico”: cerca de 2800bar;
• Apresentam formato do jato projetado para cada motor:
– https://www.youtube.com/watch?v=7oTirEZNRw8
– https://www.youtube.com/watch?v=VfynoxL2RZI
– https://www.youtube.com/watch?v=fDFgiLrEX1o
– https://www.youtube.com/watch?v=1i8L_oJ-a9U

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• Sistema de combustível:
– Mangueiras: condução do combustível do tanque até os injetores/carburador;
• Materiais:
– Em geral polímeros (borracha ou plásticos). Sua rigidez e resistência variam de acordo
com o sistema;
– Devem ser trocadas periodicamente (ressecamento).

– Regulador de pressão:
• Regula a pressão do sistema de injeção de combustível e estabiliza-a;
– https://www.youtube.com/watch?v=293UWL9fnuI

– Filtros:
• Impede a passagem de impurezas para o restante do sistema, evitando
entupimentos e melhor desempenho do sistema.

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• Sistema de combustível:
– Trocador de calor:
• Necessário para resfriar o combustível;
– Aquecimento devido à pressurização (altas pressões);
– Interfere na massa injetada:
» Expansão térmica do líquido;

– Canister:
• Filtra os vapores de combustível formados e os armazena para queima em
condições específicas:
– Cargas leves-moderadas, rotação +/- constante (médias);
» Não funciona em marcha-lenta ou WOT;
» https://www.youtube.com/watch?v=uMGMOOjNvPY
» https://www.youtube.com/watch?v=j8aQqZ40H-I

– Válvula anti-capotamento/tombamento:
• https://www.youtube.com/watch?v=pCB2ERTSLzw

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• Combustíveis: propriedades
– Número de octanas (capacidade anti-detonante): apenas motores Otto
• https://www.youtube.com/watch?v=4ZysyokEU60
– Número de cetanas (“facilidade de explosão”): apenas motores Diesel
– Ponto de fulgor;
– Ponto de inflamabilidade;
– https://www.nap.edu/read/22882/chapter/17

– Aditivos:
• Visam proteger o sistema de lubrificação e remover carbonização/depósitos e gomas
formados pela combustão incompleta no motor ou reações do combustível com os
materiais da do sistema:
– Gasolina apresenta maior tendência a formação de gomas;
• Efeito detergente;
• Melhora da octanagem:
– Álcool anidro;
– Chumbo tetraetila: proibido!!!!

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• Combustíveis: propriedades

Tabela 3: Propriedades de alguns combustíveis

Fonte: [32]

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• Combustíveis: propriedades
Tabela 4: Propriedades de alguns combustíveis

Fonte: [33]
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• Exercícios:

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1 – Considere o ciclo do exercício 1, aula 3. Calcule:


a) Com base no item h), qual a potência calorífica rejeitada pelo
motor, em kW?
b) A área de troca mínima necessária do lado do ar que o radiador
deve ter, em m². Considere um coeficiente de película para o ar
igual a 50W/m²K à uma temperatura de 50°C (condições padrões
para o Brasil). O ar após passar pelo radiador apresenta uma
temperatura de 75°C;
c) A vazão mínima necessária de fluído de arrefecimento, em l/h, para
que a diferença de temperatura não seja superior à 15°C. Considere
fluido 50% etileno-glicol+50% água desmineralizada. Use dados da
Figura 16 como referência. Adote a densidade do fluído igual a
1000kg/m³.

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1–
Figura 16: propriedades fluidos de arrefecimento

Fonte: [18]

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• Referências:
[1] BRUNETTI, F., Motores de Combustão Interna. 3a ed. São Paulo: Blucher, 2012.
[2] Válvula termostática – Superaquecimento, Falhas de motor e alto consumo de combustível. Disponível em:
https://www.doutorcarro.com.br/dr-carro-responde-valvula-termostatica/. Acesso em: 15 dez. 2017.
[3] Como funciona o sistema de arrefecimento. Disponível em: http://cursosonline.mte-thomson.com.br/licao/aula-2-valvula-
termostatica/. Acesso em: 15 dez. 2017.
[4] Water cooled engine. Disponível em: https://www.thinglink.com/scene/589744982575808512. Acesso em: 15 dez. 2017.
[5] Air cooling – What it is and why it’s a thing of the past. Disponível em: https://www.carthrottle.com/post/air-cooling-why-its-a-
thing-of-the-past/. Acesso em: 15 dez. 2017.
[6] Entenda como funciona a válvula termostática. Disponível em: http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2012/07/entenda-
como-funciona-a-valvula-termostatica/. Acesso em: 15 dez. 2017.
[7] O que faz a bomba de água num veículo?. Disponível em: https://storify.com/detudoemum/o-que-faz-a-bomba-de-agua-num-
veiculo. Acesso em: 15 dez. 2017.
[8] Engine overheating. Disponível em: http://www.aa1car.com/library/overheat.htm. Acesso em: 15 dez. 2017.
[9] Powerstroke.org. Disponível em: http://www.powerstroke.org/forum/6-4-motor-problems/112521-burning-coolant-due-bad-
timing-cover-2.html. Acesso em: 15 dez. 2017.
[10] Car builder Solutions. Disponível em: https://www.carbuildersolutions.com/uk/aluminium-electric-water-pump-115-lmin.
Acesso em: 15 dez. 2017;
[11] 930 Porsche fuel / injection system parts. Disponível em: http://www.patrickmotorsports.com/parts/930/fuel-injection-
system/. Acesso em: 15 dez. 2017.
[12] Mangueiras para radiadores. Disponível em: http://www.crepesul.com.br/mangueiras-para-radiadores. Acesso em: 15 dez.
2017;
[13] Reservatório de expansão do sistema de arrefecimento. Disponível em:
http://www.infomotor.com.br/site/2009/05/reservatorio-de-expansao-do-sistema-de-arrefecimento/. Acesso em: 15 dez.
2017
[14] Cebolão – funções, problemas e reparos. Disponível em: http://blog.dispemec.com/cebolao-funcoes-problemas-e-reparos/.
Acesso em: 15 dez. 2017;

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• Referências:
[15] Interruptor cebolão radiador VW Ford TEM – REF 755. Disponível em: http://autotudo.com.br/produto/5873/interruptor-
cebol-o-radiador-vw-ford-mte-ref-755. Acesso em: 15 dez. 2017.
[16] Injeção eletrônica: Por dentro do sensor de temperatura do motor. Disponível em:
http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2012/07/injecao-eletronica-por-dentro-do-sensor-de-temperatura-do-motor/.
Acesso em: 15 dez. 2017.
[17] Common coolant types and their uses in liquid cooling systems. Disponível em:
http://www.thermalnews.com/main/articles/common-coolant-types-and-their-uses-in-liquid-cooling-systems/. Acesso em: 15
dez. 2017.
[18] Things you should know about coolant. Disponível em: https://hellafunctional.com/?p=629. Acesso em: 15 dez. 2017.
[19] Número básico em lubrificantes: Você sabe o que é isso?. Disponível em: http://portallubes.com.br/2017/07/numero-basico-
em-lubrificantes/. Acesso em: 15 dez. 2017.
[20] Widman International SRL. Disponível em: http://www.widman.biz/Seleccion/iso-sae.html. Acesso em: 16 dez. 2017.
[21] Aprenda sobre lubrificação. Disponível em:
http://www.ips.ind.br/site/default.asp?TroncoID=605539&SecaoID=509293&SubsecaoID=0. Acesso em: 16 dez. 2017.
[22] How to choose the right engine oil. Disponível em: http://www.machinerylubrication.com/Read/30197/choose-engine-oil.
Acesso em: 16 dez. 2017.
[23] Automotive fluids – lubricating oils & greases, fuels, coolants & brake fluids. Disponível em:
http://www.kewengineering.co.uk/Auto_oils/oil_viscosity_explained.htm. Acesso em: 16 dez. 2017.
[24] Automotive fluids – lubricating oils & greases, fuels, coolants & brake fluids. Disponível em:
http://www.kewengineering.co.uk/Auto_oils/oil_degradation.htm. Acesso em: 16 dez. 2017.
[25] Automotive fluids – lubricating oils & greases, fuels, coolants & brake fluids. Disponível em:
http://www.kewengineering.co.uk/Auto_oils/oil_quality_ratings.htm. Acesso em: 16 dez. 2017.
[26] Oil selection. Disponível em: http://www.ratwell.com/technical/OilSelection.html. Acesso em: 16 dez. 2017.
[27] Oil pump. Disponível em: https://www.thinglink.com/scene/488297538365947904. Acesso em: 16 dez. 2017.
[28] Genuine Toyota oil filter. Disponível em: http://www.newtowntoyota.parts/1560041010/Genuine-Toyota-Oil-Filter. Acesso em:
16 dez. 2017
[29] Oil filters. Disponível em: http://www.aa1car.com/library/oil_filters.htm. Acesso em: 16 dez. 2017.

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• Referências:
[30] How often do oil filters need to be replaced?. Disponível em:
https://www.yourmechanic.com/article/how-often-do-oil-filters-need-to-
be-replaced. Acesso em: 16 dez. 2017.
[31] Bloco dos motores de combustão interna automotivos. Disponível em:
http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2015/09/bloco-dos-motores-de-
combustao-interna-automotivos/. Acesso em: 16 dez. 2017.
[32] CNG – NGV is suitable for most petrol (gasoline) engine. Disponível em:
http://ngvcommunity.com/default.asp?pageid=126&messageid=317&cac=
0. Acesso em: 16 dez. 2017.
[33] Hydrogen, the ultimate clean fuel. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-
83122009000200008. Acesso em: 16 dez. 2017.

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