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Prof. Dr.

Deiglys Borges Monteiro Motores de Combustão


Aula 7

• Objetivo:

– Apresentar as novas tecnologias e novos conceitos de motores;

– Apresentar os veículos híbridos e sua relação com os motores de combustão;


• Tecnologias empregadas;
• Sistemas de recuperação de energia;
• Funcionamento básico.

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• Melhorias realizadas para atendimento das emissões de poluentes no Brasil
(normas Conama – Proconve, atualmente P7):
– Adoção do catalisador;
– Adoção da injeção eletrônica;
– Melhoria da injeção eletrônica;
• Injeção em fase, fase-sequencial, sequencial, etc...
• Uso de malha fechada e sensor de detonação (para ignição);
• Ignição estática
– Adoção de sistemas de sobrealimentação (turbo-compressores);
– Adoção de intercoolers;
– Aumento da taxa de compressão;
– Ignição estática com múltiplas bobinas, substituição de velas / adoção dos “motores
eletrônicos (Diesel);
• Ponta de platina e irídio;
– Injeção direta (Otto) / Uso do Common Rail e maiores pressões de injeção (Diesel):
• Menor consumo porém tende a ter maiores emissões, especialmente de particulado (PM);
• Aumento da pressão de injeção de até 3200 bar (Diesel) e 200 bar (Otto);
– Desligamento dos motores (sistema start-stop - Otto) / EGR (Otto e Diesel) e SCR (Diesel):
• Menor emissão por km rodado;
• Exige componentes com materiais e geometrias específicas para suportar estas condições bem
como adequação da central eletrônica.

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• Injeção direta:
– Opera com diferentes estratégias:
• Injeção de carga estratificada:
– 1 pulso de injeção principal no início da compressão, após válvula de admissão fechar e diversos pulsos sequenciais
menores até completar a carga de combustível;
» Pulso principal é direcionado para a vela. Esta carga iniciará a combustão;
» Pulsos secundários são usados para geração de potência e torque;
» Se contabilizadas todas as injeções, verifica-se que o total corresponderá a uma mistura pobre, que
localmente era estequiométrica;
– 2 pulsos;
– Injeção estratificada permite reduzir o consumo, mas tende a apresentar aumento nas emissões de particulado e
CO;
– Ideal para marcha lenta, baixas e médias cargas;

• Injeção convencional c/ câmara de combustão fechada:


– 1 pulso com a carga completa;
• Injeção convencional c/ câmara de combustão aberta:
– 1 pulso com a carga completa antes da válvula de admissão se fechar;
• Injeção convencional tende a apresentar menor emissão de particulado mas aumento nas emissões dos
demais poluentes e maior consumo;
– Ideal para cargas médias-altas.

– https://www.youtube.com/watch?v=-bgBA0zvgKk
– https://www.youtube.com/watch?v=H-fij4bnmDw
– https://www.youtube.com/watch?v=zY_FgdgYxYI

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• Motores HCCI (Homogeneous Charge Compression Ignition)


– Em tradução livre “Ignição de carga homogeneamente comprimida”;

– Conceito que busca reduzir a formação de NOx e outros poluentes via


compressão de misturas pobres e altamente diluídas (com recirculação dos
gases de escapamento):
• Menores temperaturas de combustão = menor formação de NOx;
• https://www.youtube.com/watch?v=K0QAvF2PLsY

– Processo de queima depende da cinética das reações químicas pois ocorre de


forma homogênea na câmara como um todo;
• Diesel convencional a queima é heterogênea e depende da temperatura, razão
combustível/ar, propriedades termoquímicas locais, etc...
• Calor é liberado com maior taxa.

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• Motores HCCI (Homogeneous Charge Compression Ignition)


Figura 1: Queima em motor Diesel convencional

Fonte: [2]
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• Motores HCCI (Homogeneous Charge Compression Ignition)


Figura 2: Queima em motor Diesel HCCI – vista esquemática em simulação

Fonte: [2]
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• Motores de combustão à hidrogênio:
– “Economia do hidrogênio” teve diversos entraves técnicos, políticos e econômicos
nos últimos anos:
• Armazenagem do hidrogênio e seu transporte:
– Difícil e caro: muito instável e perigoso;
• Dificuldades na produção:
– Produção depende principalmente do petróleo, que é o insumo que se deseja reduzir a
dependência;
– Obtenção a partir da água ou outra fonte é possível (eletrólise, por exemplo), mas exige
grandes quantidades de energia, reduzindo drasticamente a eficiência do processo;
• Combustível gasoso:
– Baixa eficiência volumétrica do motor: gás ocupa volume que deveria ser ocupado pelo ar
(particularmente pelo oxigênio);
– Uso na fase líquida não é possível: temperaturas próximas de 0K;
– Grande consumo de ar;
• Exige grandes adaptações nos motores:
– Câmaras de combustão com desenho específico;
– Ajuste da taxa de compressão, ponto de ignição;
– Sistema de injeção de gás exige maiores desenvolvimentos:
» Protótipos existentes para GN, mas não para H2.

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• Motores de combustão Flex Otto e Diesel:
– Motores flex Otto:
• Necessita ser melhorado para trabalhar com injeção direta;
• Grandes problemas para funcionar com os 2 combustíveis;
– Flex só queima bem 1 combustível!

– Motores “flex” Diesel:


• Protótipos com queima de GN+Diesel, Etanol+Diesel:
– Injeção piloto de Diesel (de 20% a 30% da carga total de combustível):
» Inicia a combustão;
» Suporta as condições de operação do motor e queima corretamente;
– Injeções posteriores:
» Mantém a combustão (alta temperatura e pressão) para queima adequada do
combustível injetado na fase inicial;
» Fornece torque e potência;
» Quantidade total de combustível é menor;
» Uso de combustíveis mais “limpos”;
• Problemas econômicos forçaram o “engavetamento” temporário destes projetos.
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• Desativação de cilindros:
– Sob condições de baixa carga, as válvulas de alguns cilindros deixam de ser
abertas, não há entrada de mistura/injeção de combustível e o cilindro não
tem combustão;
• Energia da compressão é recuperada quase completamente na expansão do ar ou
gás comprimido;
– Motores de 4 (Mazda), 6 (Honda) e 8 cilindros (Chrysler) possuem este
sistema e podem operar com metade do número de cilindros (2, 3 e 4,
respectivamente);
– https://www.youtube.com/watch?v=Zacs_A6TyrA
– https://www.youtube.com/watch?v=Bv2b1daXSCc
– https://www.youtube.com/watch?v=uAN6_8n8Pfo

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• Ciclo Atkinson e Muller (Atkinson com sobrealimentação):


– Tendência nos motores Otto:
• Diferentes taxas de compressão e expansão;
• Melhor aproveitamento da expansão dos gases;
• Exige mecanismos complexos adicionais;
• Conceito bastante utilizado nos motores dos veículos híbridos:
– Toyota Prius, por exemplo.
• https://www.youtube.com/watch?v=X_jZbYL6xi4
• https://www.youtube.com/watch?v=CNsJOsnuIMA

• Diversos conceitos diferentes do mecanismo de expansão-compressão permitem o


mesmo tipo de resultado.

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• Veículos híbridos: o que são?
– Híbrido significa mistura de duas ou mais coisas
• Logo, veículos híbridos são dotados de tecnologia de propulsão por motores a
combustão e elétricos, células combustíveis+elétricos, etc...

• Existe motor híbrido?


– No contexto veicular geral não.

• Porque dos veículos híbridos?


– Fase de transição dos veículos com motores de combustão para veículos
elétricos;
• Possibilita mudar todo o parque industrial e infraestrutura existente para atender
a nova demanda de forma gradativa;
• Permite atender às novas exigências anti-poluição de forma mais fácil;
• Desenvolvimento de novas tecnologias e aplicação de tecnologias existentes neste
contexto.
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• Alguns esforços importantes no sentido da mudança:


– Fórmula E;
– Fórmula 1 (KERS);
• https://www.youtube.com/watch?v=1RlZF9j3NoE&t=3s&list=WL&index=147
• https://www.youtube.com/watch?v=A-Bb9KkQwKM&t=3s
– Veículos híbridos de turismo (Porsche 997 GT3R Hybrid);
– Veículos conceito;
Figura 1: Porsche 997
GT3R Hybrid
Fonte: [3]

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• Veículos híbridos elétricos-combustão:


– Sistema Toyota, Ford, etc:
• https://www.youtube.com/watch?v=jNuixuVhc5E&list=WL&index=151
• https://www.youtube.com/watch?v=lscRfRlK5QI
– Sistemas/modos:
• Recuperação energia frenagem e cinética (volante-roda livre + gerador elétrico);
– https://www.youtube.com/watch?v=LC0pHkstuF8
• Sistema elétrico de energia (rede elétrica);
• Motor de combustão como carregador;
• Uso da energia recuperada;

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• Veículos híbridos hidráulicos-combustão:


– https://www.youtube.com/watch?v=ud7k_ERjyGk
– Sistemas / modos:
• Recuperação energia frenagem (pressurização)
• Uso da energia recuperada em baixas velocidades e no arranque do veículo.

• Veículos híbridos elétricos-célula combustível:


– Apenas protótipos:
• Toyota, Honda, etc...
– https://www.youtube.com/watch?v=9hZBv-o4bl0
– https://www.youtube.com/watch?v=LSxPkyZOU7E

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• Porque não migrar diretamente para veículos elétricos? Alguns
desafios a serem vencidos pelos veículos híbridos:
– Tempo para adequação da infraestrutura existente atualmente;
– Tecnologia de armazenagem de energia / baterias
• Melhor tecnologia que dispomos atualmente: baterias de Lítio:
– Boa reserva de energia, vida útil e baixo peso;
– Tendência a explosão, reserva de energia não é suficiente, exigindo recargas
frequentes;
– Problemas maiores para aplicações de maior porte (caminhões, etc...);
– Volume e peso das baterias;
– Tecnologia de armazenagem do hidrogênio;
– Peso do sistema como um todo;
– Catalisadores das Células combustível:
• Materiais nobres, raros e caros
– Platina, paládio, etc...
• Contaminação / envenenamento/
• Pequena vida útil.

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• Soluções em curso:
– Aumento do número de “postos” de abastecimento/carregamento
• Rede elétrica e energia solar;

– Baterias de Fosfato de Ferro:


• Tecnologia patenteada mundialmente por empresa chinesa: problema!

– Produção do hidrogênio e uso direto, sem necessidade de armazenagem;


• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=catalisador-
baixo-custo-producao-hidrogenio&id=010115110421#.WjkTtjfJ200
• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=economia-
hidrogenio-combustivel-limpo-feito-aluminio-agua&id=010115170818

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• Soluções em curso:
– Catalisadores de células combustível mais baratos, com maior vida útil e menores
problemas com envenenamento;
• Uso do grafeno: ainda muito caro e de difícil produção;
• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=catalisador-melhor-
platina&id=010115130723#.WjkTRzfJ200
• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=fixacao-nitrogenio-
grafeno&id=010125130807#.WjkTXzfJ200
• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=brasileiros-avanco-carros-
hidrogenio&id=010170120307#.WjkTlDfJ200
• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=brasileiros-avanco-carros-
hidrogenio&id=010170120307#.WjkTlDfJ200

– Uso de capacitores para armazenagem de energia;


• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=armazena-energia-solar-
como-hidrogenio-ou-como-eletricidade&id=010115171124#.WjkT8DfJ200

– Captura de carbono da atmosfera:


• Uso de tecnologias que transformam CO2 em combustível líquido;
• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=celula-biossintetica-
transforma-co2-luz-solar-combustivel&id=010115160802

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• Referências:
[1] BRUNETTI, F., Motores de Combustão Interna. 3a ed. São Paulo:
Blucher, 2012.
[2] DULBECCO, A.; Modeling of Diesel HCCI combustion and its impact
on pollutant emissions applied to global engine system simulation.
Tese de Doutorado, Universidade de Toulouse. Disponível em:
http://ethesis.inp-toulouse.fr/archive/00001109/01/dulbecco1.pdf.
Acesso em: 18 dez. 2017.
[3] The Porsche 911 won’t go hybrid just yet. Disponível em:
https://jalopnik.com/the-porsche-911-wont-go-hybrid-just-yet-
1650396285. Acesso em: 19 dez. 2017.

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