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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CÁLCULO I - PROJETO NEWTON - 2016/2


Professores: André Almeida e Edilson Neri Junior
13a Lista de Exercı́cios para a monitoria

1. Calcule
Z √as integrais:
sen x
(a) √ dx
x
Solução:
Para resolver a integral, devemos fazer uma substituição que facilite os cálculos. Fazemos então
√ 1
u = x ⇒ du = √ dx, então
2 x

Z √ Z
sen x
√ dx = 2 sen u du
x

= −2 cos u + C.

Voltando para a variável x, teremos



Z
sen x
√ dx = −2 cos x + C.
x
Z 1
dx
(b) √ 4
0 (1 + x)
Solução:

Para resolver essa integral precisamos fazer uma escolha para u de forma a facilitar os cálculos.
√ 1 √
Adotando u = 1 + x, segue que du = √ dx ⇒ 2 xdu = dx ⇒ 2(u − 1)du = dx. Precisamos
2 x
também alterar os valores dos limites de integração, assim, quando x = 0, u = 1 e quando x = 1, u = 2.
Substituindo, obtemos

Z 1 Z 2
dx 1
√ = [2(u − 1)du]
0 (1 + x)4 1 u4
Z 2 Z 2 
1 1
= 2 du − du
1 u3 1 u4
 2
1 1
= 2 − 2+ 3
2u 3u 1
   
1 1 1 1
= 2 − + − − +
8 24 2 3

1
 
1 1
= 2 = .
12 6
Z
(c) (x2 + 2x) cos x dx
Solução:
Para resolver a integral dada usaremos a técnica de integração por partes. Para isso, devemos
fazer uma escolha razoável para u e dv, de modo a facilitar os cálculos posteriores. Fazemos então

{ u = x2 + 2x ⇒ du = (2x + 2)dxdv = cos x dx ⇒ v = senx.

Segue que
Z Z
2 2
(x + 2x) cos x dx = (x + 2x)senx − (2x + 2)senx dx (1)

A última integral em (1) também deve ser resolvida usando a integração por partes. Analogamente,
teremos

{ u = 2x + 2 ⇒ du = 2dxdv = senx dx ⇒ v = − cos x.

Logo,
Z Z
(2x + 2)senx dx = −(2x + 2) cos x + 2 cos x dx.

= −(2x + 2) cos x + 2 senx + C. (2)

Por fim, substituindo (2) em (1), teremos

Z  
2 2
(x + 2x) cos x dx = (x + 2x)senx − − (2x + 2) cos x + 2 senx + C

= (x2 + 2x)senx + (2x + 2) cos x − 2 senx + C

= (x2 + 2x − 2)senx + (2x + 2) cos x + C.

Z √
x2 − 9
(d) dx
x3
Solução: Primeiramente vamos reescrever a integral, assim

Z √ 2
q q
x 2 Z 3 ( x )2 − (1)2 

9 ( ) − (1) 2
x −9
Z
3 3
dx = dx = dx
x3 x3 x3
x
Vamos chamar = sec(θ), logo, tirando a diferencial temos que dx = 3 sec(θ)tg(θ)dθ. Substi-
3
tuindo na integral, temos:

2
q
Z 3 ( x )2 − (1)2  p
3 sec2 (θ) − 1
Z
3
dx = .3 sec(θ)tg(θ)dθ
x3 (3 sec(θ))3

tg2 (θ)
Z Z
1 1
= 2
d(θ) = sen2 (θ)dθ
3 sec (θ) 3

1 − cos(2θ)
Z
1
= dθ
3 2
Z Z
1 1
= dθ − cos(2θ)dθ
6 6
 
1 1 sen(2θ)
= θ− +C
6 6 2
 
1 1
= θ− cos(θ)sen(θ) + C
6 6

Precisamos agora voltar para a variável x.


Para isso, vamos pensar em um triângulo
retângulo de lados a, b e c, como na ima-
gem ao lado.
a x
Temos que sec(θ) = = , assim, a = x
c 3
e c = 3. Pelo teorema de pitágora encon-

tramos b = x2 − 9.

3 x2 − 9
Podemos calcular agora o valor do cos(θ) e do sen(θ). Assim, cos(θ) = e sen(θ) = .
x x
Assim,

 x  √x2 − 9
q
Z 3 ( x )2 − (1)2   
3 1 1 1
dx = θ − cos(θ)sen(θ) = arcsec − + C.
x3 6 6 6 3 2x2

2. Encontre a área limitada pelas curvas:


(a) y = x3 e x = y
Solução: Fazendo o esboço das curvas, teremos:

3
É fácil verificar que as funções f (x) e g(x) se encontram nos pontos (−1, −1) e (1, 1). Não podemos
encontrar a área da região A na figura abaixo de uma vez, pois para o intervalo (-1,0) a região é limitada
superiormente pela curva f (x) e inferiormente pela curva g(x), e para o intervalo (0,1) a região é
limitada superiormente por g(x) e inferiormente por f (x). No entanto, as áreas definidas pelas curvas
nesses dois intervalos são iguais, então podemos calcular uma área e multiplicar o resultado por 2 para
obter a área da região A. Sabendo que a área entre curvas é a integral da curva superior menos a
integral da curva interior, calculamos então a área da região R da figura abaixo, de modo que

Z 1
R = (x − x3 )dx
0

1
x2 x4

= −
2 4 0
 
1 1
= − − (0 − 0)
2 4

1
= u. a.
4

Então, a área da região A será


1 1
A = 2R ⇒ A = 2 ⇒ A = u. a.
4 2

4
(b) x = 2y 2 e x = 4 + y 2
Solução:
Fazendo o esboço das curvas x = x(y), teremos:

Primeiramente, devemos encontrar os valores de y para os quais as curvas são iguais (pontos de
intersecção das curvas), estes serão nossos limites de integração. Igualamos então as funções f (y) e
g(y),

f (y) = g(y)
2y 2 = 4 + y 2
y2 = 4
y = ±2.

A área entre as curvas se dá pela integral da curva superior menos a integral da curva inferior, no
respectivo intervalo. Logo, a área da região A mostrada na figura abaixo será

Z 2
A = [g(y) − f (y)]dx
−2

5
Z 2
= [(4 + y 2 ) − (2y 2 )]dy
−2

Z 2
= (4 − y 2 )dy.
−2

Usando a propriedade da integral para funções pares e intervalos simétricos, podemos facilitar o
cálculo da integral fazendo
Z 2
A = 2 (4 − y 2 )dy
0

y3 2
 
= 2 4y −
3 0

8
= 2[8 − − (0 − 0)]
3

32
= u. a.
3
(c) y = 12 − x2 e y = x2 − 6
Solução: Fazendo o esboço das curvas, teremos:

Para encontrar os pontos de intersecção, devemos igualar as curvas y = f (x) = 12 − x2 e y =


g(x) = x2 − 6. Desse modo,

12 − x2 = x2 − 6
2x2 = 18
x2 = 9
x = ±3.

A área entre as curvas se dá pela integral da curva superior menos a integral da curva inferior, no
respectivo intervalo. Logo, a área da região A mostrada na figura abaixo será

6
Z 3
A = [f (x) − g(x)]dx
−3

Z 3
= [(12 − x2 ) − (x2 − 6)]dx
−3

Z 3
= (18 − 2x2 )dx.
−3

Usando a propriedade da integral para funções pares e intervalos simétricos, podemos facilitar o
cálculo da integral fazendo
Z 3
A = 2 (18 − 2x2 )dx
0

Z 3
= 4 (9 − x2 )dx
0

3
x3

= 4 9x −
3 0

= 4[27 − 9 − (0 − 0)]

= 72 u.a.

(d) y = ex , y = xex e x = 0
Solução: Esboçando a região, temos:

7
De acordo com a definição, a área da região limitada pelas curvas y = f (x), y = g(x) e pelas retas
x = a, x = b, onde f e g são contı́nuas e f (x) > g(x) para todo x em [a, b], é
Z b
A= [f (x) − g(x)]dx
a
Portanto,
Z b
A= [ex − xex ]dx
a
O ponto de intercepção entre as curvas é dado resolvendo as equações simultanemente. Assim,
temos:

ex = xex

x=1

A partir do esboço do gráfico, vemos que o intervalo de integração é dado por x = 0 e o ponto de
intercepção entre as curvas, x = 1.
Dessa forma,

Z 1 Z 1 Z 1
x x x
A= [e − xe ]dx = e dx − xex dx
0 0 0

h i1 Z 1
= ex − xex dx
0
| 0 {z }
(1)

Resolvendo (1): Utilizando o de Integral por Partes, faz-se:

u=x dv = ex dx

du = dx v = ex

Z Z
x x
xe dx = xe − ex dx = xex − ex

Voltando, temos:

Z 1 h i1 h i1
A= [ex − xex ]dx = ex − xex − ex
0 0 0

= (e − 1) − [(e − e) − (0 − 1)]
= e−1−1
= e − 2.

3. A área da região que está à direita do eixo y e à esquerda da parábola x = 2y − y 2 (a região


R2
sombreada na figura) é dada pela integral 0 (2y −y 2 )dy. (Gire sua cabeça no sentido horário e imagine
a região como estando abaixo da curva x = 2y − y 2 de y = 0 até y = 2.) Qual a área da região?

8
Solução: até o momento estamos acostumados a trabalhar com área de regiões cujos limites de
integração são vistos no eixo x. Esse exercı́cio é uma tentativa de introduzir área entre curvas e um
novo olhar aos limites de integração, no caso, na direção do eixo y. Para encontrarmos a área pedida
basta calcular a integral, como foi dito:

2 2
y3
Z 
2 2
(2y − y )dy = y −
0 3 0

23 03
 
2 2
= 2 − −0 +
3 3

8
= 4−
3

4
= .
3

4. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada pelas curvas em torno
das retas especificadas. Esboce a região, o sólido e um disco ou arruela tı́picos.
1
y = 2 − x, y = 0, x = 1, x = 2; em torno do eixo x.
2
Solução:
Fazendo o esboço do gráfico, temos:

9
1
Tendo o esboço do gráfico, escolhemos um disco de espessura dx e raio r = y = 2 − x, como
2
segue.

Sabemos que o volume desse disco é calculado por VD = A(x)dx. Uma vez que conhecemos a área,
 2
2 1
A(x) = πr ⇒ A(x) = π 2 − x
2

1 2
 
Calculando o volume do disco, temos que VD = π 2 − x dx. Agora vamos pensar nesse sólido
2
como a somatória de todos os discos de espessura infinitesimais dx, ou seja:

b 2
1 2
Z Z  
V = A(x)dx = π 2 − x dx
a 1 2
Z 2 
1 2
= π 4 − 2x + x dx
1 4
 2
1
= π 4x − x + x3 2
12 1
   
8 1 19
= π 8−4+ − 4−1+ = π u.v
12 12 12

5. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada pelas curvas em torno
das retas especificadas. Esboce a região, o sólido e um disco ou arruela tı́picos.

y = 1 − x2 , y = 0; em torno do eixo x.

Solução:
Fazendo o esboço do gráfico, temos:

Tendo o esboço do gráfico, escolhemos um disco de espessura dx e raio r = y = 1 − x2 , como segue.

10
Sabemos que o volume desse disco é calculado por VD = A(x)dx. Uma vez que conhecemos a área,

A(x) = πr2 ⇒ A(x) = π(1 − x2 )2

Calculando o volume do disco, temos que VD = π(1 − x2 )2 dx. Agora vamos pensar nesse sólido como
a somatória de todos os discos de espessura infinitesimais dx, ou seja:

Z b Z 1
V = A(x)dx = π(1 − x2 )2 dx
a −1

Z 1
= π (1 − 2x2 + x4 )dx
−1

1
x5

2
= π x − x3 +
3 5 −1
   
2 1 2 1 16
= π 1− + − −1 + − = π u.v
3 5 3 5 15

6. Encontre, mas não avalie, uma integral para o volume do sólido obtido pela rotação da região
delimitada pelas curvas dadas em torno do eixo especificado.

y = x, y = x2 ; em torno de y = 2

Solução:

Fazendo o esboço da região temos:

Note que a seção tranversal é vazada (arruela), com raios interno e externo dados, respectivamente,

por rint = 2 − x e rext = 2 − x2 .
Assim a área da seção transversal é dada por:
2 2
A(x) = π(rext − rint )

= π[(2 − x2 )2 − (2 −x)2 ]

= π(x4 − 4x2 − x + 4 x).

11
Logo, escolhendo um disco vazado de espessura dx e área A(x), temos que o volume será dado por

Vd = A(x) dx = π(x4 − 4x2 − x + 4 x) dx

Considerando esse sólido como a soma de discos vazados de espessura infinitesimal dx, temos que o
volume total do sólido será dado por:
Z 1 Z 1
4 2 √ √
VT = π(x − 4x − x + 4 x) dx = π (x4 − 4x2 − x + 4 x) dx
0 0

7. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada pelas curvas x = y 2 e
x = 1 em torno do eixo x = 1.
Solução: abaixo temos a região, o sólido de revolução e um disco cortado na horizontal, respecti-
vamente;

.
A área do disco será A(y) = πr2 , onde r = 1 − y2, logo

A(y) = πr2 = π(1 − y 2 )2 = π(1 − 2y 2 + y 4 ).

Agora, calculemos a integral:


Z 1 Z 1
V = A(y)dy = π(1 − 2y 2 + y 4 )dy
−1 −1

1
2y 3 y 5

= π y− +
3 5 −1

2.13 15 2(−1)3 (−1)5


   
= π 1− + − (−1) − +
3 5 3 5
   
2 1 2 1
= π 1− + − −1 + −
3 5 3 5
 
2 1 2 1
= π 1− + +1− +
3 5 3 5
 
4 2
= π 2− +
3 5

16π
= .
15

12
1
8. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada pelas curvas y = ,x =
x
1, x = 2, y = 0 em torno do eixo x. Esboce a região, o sólido e um disco ou arruela tı́picos.

1
Solução: Esboçando a região, temos a função y = limitada pelas retas x = 1, x = 2 e y = 0.
x

Fazendo a rotação em torno do eixo x, obtemos o seguinte sólido:

De acordo com a definição, seja um sólido limitado por x = a e x = b. Se a secção transversal


perpendicular ao eixo x, tem área A(x), onde A(x) é uma função contı́nua, o volume é dado por
Z b
V = A(x)dx
a
Quando fatiamos o sólido perpendicularmente ao eixo x, obtemos uma secção transversal na forma
1
de um disco com raio .
x

Dessa forma, a área da secção transversal é dada por:


 2
2 1
A(x) = πr = π
x
Assim, visto que está limitado pelas retas x = 1 e x = 2, Segue que

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Z b
V = A(x)dx
a

Z 2  2
1
= π dx
1 x
Z 2
1
= π dx
1 x2

π 2
= −
x 1

 
−π
= − (−π)
2

π
= .
2

9. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada pelas curvas y = x3 ,
y = x, x > 0, em torno do eixo x. Esboce a região, o sólido e um disco ou arruela tı́picos.
Solução: Esboçando, temos uma região limitada pelas funções y = x3 , y = x e x > 0.

Fazendo a rotação em torno do eixo x, obtemos o seguinte sólido:

De acordo com a definição, seja um sólido limitado por x = a e x = b. Se a secção transversal


perpendicular ao eixo x, tem área A(x), onde A(x) é uma função contı́nua, o volume é dado por
Z b
V = A(x)dx
a

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Quando fatiamos o sólido perpendicularmente ao eixo x, obtemos uma secção transversal na forma
de uma arruela com raio interno igual a x3 e raio externo igual a x.

Dessa forma, a área da secção transversal é dada subtraindo a área do cı́rculo externo da área do
cı́rculo interno, logo:

A(x) = πx2 − π(x3 )2

Calculando a intercepção entre as curvas, obtemos o intervalo de integração, temos:

x = x3

x3 − x = 0

x(x2 − 1) = 0

x(x + 1)(x − 1) = 0

x = 0, x = ±1

Notamos que a região está limitada por x > 0, portanto, as soluções são os pontos (0, 0) e (1, 1).
Assim, Segue que

Z b
V = A(x)dx
a

Z 1
= πx2 − π(x3 )2 dx
0

Z 1
= π (x2 − x6 )dx
0

1
x3 x7

= π −
3 7 0
  
1 1
= π − −0
3 7

4
= π.
21

15
10. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada pelas curvas y = x,
y = 0, x = 2 e x = 4 em torno do eixo x = 1.

Solução: Abaixo temos a região, o sólido de revolução e um disco cortado na horizontal, respec-
tivamente

A área da coroa será A(y) = π(r12 − r22 ), onde r1 = 3 e r2 = y − 1, logo

A(y) = π(r12 − r22 ) = π(32 − y 2 + 2y − 1) = π(8 − y 2 + 2y).

Agora calculemos a integral para obter o volume como segue


Z 4 Z 4
A(y)dy = π (8 − y 2 + 2y)dy
0 0

16
4
y3

= π 8y − + y2
3 0
 
64
= π 32 − + 16
3

80π
= .
3

17

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