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CAMPUS MANAUS DISTRITO INDUSTRIAL

Prof.: Dário Souza Rocha Data: 24 / 05 / 23


Aluno(a): SUGESTÃO DE SOLUÇÃO Turma: __________
Equações Diferenciais
4a . Avaliação

1a . QUESTÃO (6,0 Pontos)


Determine a solução geral das equações:
a) xy 3 dx + (y 2 + 2)e−x dy = 0;

b) (x2 + y 2 )dx + (x2 − 3xy)dy = 0;

c) (e2y − y cos(xy))dx + (2xe2y − x cos(xy) + 2y)dy = 0;


dx
d) = x2 − 2tx.
dt
SOLUÇÃO:
a) xy 3 dx + (y 2 + 2)e−x dy = 0:
Observe que a equação xy 3 dx + (y 2 + 2)e−x dy = 0 é claramente separável:

xy 3 dx + (y 2 + 2)e−x dy = 0
(y 2 + 2)e−x dy = −xy 3 dx
y2 + 2 −x
3
dy = −x dx
y e
Z   Z
1 2
+ dy = − xex dx
y y3

1
ln |y| − 2
= xex − ex + C
y

b) (x2 + y 2 )dx + (x2 − 3xy)dy = 0:


Vamos verificar se a equação é homogênea:

M (x, y) = x2 + y 2 ⇒ M (tx, ty) = (tx)2 + (ty)2 = t2 x2 + t2 y 2 = t2 (x2 + y 2 ) = t2 M (x, y)


N (x, y) = x2 − 3xy ⇒ N (tx, ty) = (tx)2 − 3txty = t2 x2 − 3t2 xy = t2 (x2 − 3xy) = t2 N (x, y)

Assim temos que M e N são homogêneas de grau 2. Fazendo

y = ux (1)
y
u = (2)
x
1
Obtemos:
dy = xdu + udx (3)

Substituindo (1) e (3) na equação (x2 + y 2 )dx + (x2 − 3xy)dy = 0, temos:

(x2 + (ux)2 )dx + (x2 − 3ux2 )(xdu + udx) = 0


(x2 + u2 x2 )dx + x3 du + ux2 dx − 3ux3 du − 3u2 x2 dx = 0
x2 (1 + u2 )dx + x3 (1 − 3u)du + x2 (u − 3u2 )dx = 0
x2 (1 + u2 + u − 3u2 )dx + x3 (1 − 3u)du = 0
x3 (1 − 3u)du = −x2 (1 + u − 2u2 )dx
1 − 3u 1
2−u−1
du = dx
2u x
1 − 3u
Z Z
1
2
du = dx (4)
2u − u − 1 x

Sabemos que: Z
1
dx = ln |x| + c (5)
x
1 − 3u
Z
Para calcular a du vamos usar o método das frações parciais. Inicialmente
2u2
−u−1
1
podemos escrever 2u2 − u − 1 = 2(u + )(u − 1) = (2u + 1)(u − 1), assim:
2
1 − 3u A B
= +
(2u + 1)(u − 1) 2u + 1 u − 1
Au − A + 2Bu + B
=
(2u + 1)(u − 1)
(A + 2B)u + (−A + B)
=
(2u + 1)(u − 1)

Usando a identidade para determinar A e B, temos:



 A = −5
( 
A + 2B = −3 3
⇒ 2
−A + B = 1,  B=−

3

Assim,

1 − 3u 5 1 2 1
= − · − ·
(2u + 1)(u − 1) 3 2u + 1 3 u − 1
Z  
1 − 3u
Z
5 1 2 1
du = − · − · du
2u2 − u − 1 3 2u + 1 3 u − 1
5 2
= − ln |2u + 1| − ln |u − 1| + C
6 3

2
1 − 3u
Z
5 4
du = − ln |2u + 1| − ln |u − 1| + C
2u2
−u−1 6 6
1 − 3u
Z
1
du = ln p +C (6)
2u2 − u − 1 6
|2u + 1|5 (u + 1)4

Substituindo (5) e (6) na equação (4), temos:

1
ln p = ln x + ln C1
6
(2u + 1)5 (u + 1)4
1
ln p = ln (C1 x)
6
(2u + 1)5 (u + 1)4
1
p = C1 x
6
(2u + 1)5 (u + 1)4
p
6 1
(2u + 1)5 (u + 1)4 =
C1 x
 6
1
(2u + 1)5 (u + 1)4 =
C1 x

Para concluir vamos substituir (2) em (7):


 y 5  y 4 1
2 +1 +1 =
x x C 1 6 x6
(2y + x)5 (y + x)4 1
· =
x 5 x 4
C 1 6 x6

(2y + x)5 (y + x)4 = Cx3

c) (e2y − y cos(xy))dx + (2xe2y − x cos(xy) + 2y)dy = 0:


Nete que a equação não é separável, linear, Bernoulli ou homogênea. Vamos verificar se
é exata:

M (x, y) = e2y − y cos(xy)


N (x, y) = 2xe2y − x cos(xy) + 2y

As derivadas parcias de M e N :

∂M
= 2e2y − cosxy + xysen (xy)
∂y
∂N
= 2e2y − cos(xy) + xysen (xy)
∂x
∂M ∂N
Como = a equação é exata, logo, existe uma função f (x, y) = K, que é a
∂y ∂x

3
solução da equação e suas derivadas parciais são:

∂f
(x, y) = M (x, y) = e2y − y cos(xy)
∂x
∂f
(x, y) = N (x, y) = 2xe2y − x cos(xy) + 2y (7)
∂y

∂f
Como queremos encontrar f , vamos integrar :
∂x
Z Z Z
∂f
f (x, y) = dx = M (x, y)dx = (e2y − y cos(xy))dx
∂x
f (x, y) = xe2y − sen (xy) + g(y) (8)

Vemos que sendo f (x, y), para finalizar nos falta obter g(y). Vamos calcular a derivada
parcial de f em (8) e igualar a (7), obtendo assim:


[xe2y − sen (xy) + g(y)] = N (x, y)
∂y
2xe2y − x cos(xy) + g 0 (y) = 2xe2y − x cos(xy) + 2y
g 0 (y) = 2y
Z Z
0
g (y)dy = 2ydy

g(y) = y 2 (9)

Substituindo (9) em 8, temos a solução geral da equação:

f (x, y) = xe2y − sen (xy) + y 2

f (x, y) = xe2y −sen (xy)+y 2 = K

dx
d) = x2 − 2tx:
dt
Neste item ao reescrevermos a equação obtemos:

dx
+ 2tx = x2 ,
dt
que é de Bernoulli onde:

f (t) = 2t, g(t) = 1 e α = 2.

4
Vamos substituir as informações acima na solução geral:
R
 Z R

−(1−α) f (t)dt (1−α) f (t)dt
y = e C + (1 − α) g(t)e dt
R
 Z R

−(1−2) 2tdt (1−2) 2tdt
y = e C + (1 − 2) e dt
 Z 
t2 −t2
y = e C − e dt
(10)

2
e−t dt, a solução geral é:
R
Como não temos métodos diretos para resolver a integral

 Z 
t2 −t2
y=e C− e dt

2a . QUESTÃO (2,0 Pontos)


Determine a solução do problema de valor inicial:

di
L + Ri = E,
dt
com L, R e E constantes e i(0) = i0 .
SOLUÇÃO:
Neste questão temos uma equação linear de primeira ordem, que ao dividirmos ambos os
membros por L, obtemos:
di R E
+ i= ,
dt L L
que é de Bernoulli onde:
R E
f (t) = e g(t) = .
L L
Vamos substituir as informações acima na solução geral:
R
 Z R

− f (t)dt f (t)dt
i = e C + g(t)e dt
 Z 
− R
R
dt E R R dt
i = e L C+ e L dt
L
 Z 
−R t E Rt
i = e L C+ e dt
L
L
 
−R t E L Rt
i = e L C+ e L
LR
R E
i = Ce− L t + (11)
R

5
Assim obtemos a solução geral, para obtermos a solução particular, vamos substituir i(0) =
i0 na solução geral:

E R
i = Ce− L t +
R
R E
i(0) = Ce− L ·0 +
R
E
i0 = C +
R
E
C = i0 −
R
Vamos substituir o valor de C na solução geral, para obter a solução particuar:
 
E R E
i= i0 − e− L t +
R R

3a . QUESTÃO (2,0 Pontos)


Um especialista forense verificou a temperatura do corpo de uma vítima numa certa cena de
homicídio às 3h 20min da manhã e viu que era de 30o C. Às 3h 50min da manhã, a temperatura
era de 29o C. Quando o assassinato foi cometido, se a temperatura do ar durante a noite era de
10o C e a temperatura de um corpo vivo é em média 36o C?
SOLUÇÃO:
Para resolver o problema de valor inicial
 vamos usar a equação de temperatura de Newton,
dT
que diz que a variação da temperatura é proporcional (K) a diferença entre a tempera-
dt
tura atual (T ) e a temperatura do ambiente (τ ). Assim:

dT
= K(T − τ ) (12)
dt
No problema esta estabelecido que a temperatura do ambiente é τ = 10o C e substituindo em
(12), temos:

dT
= K(T − 10)
dt
1
dT = Kdt
Z T − 10 Z
1
dT = Kdt
T − 10
ln |T − 10| = Kt + C1
|T − 10| = eKt+C1
T = CeKt + 10

6
Temos assim a solução geral que rege o problema. Agora vamos inserir as condições iniciais
e substituir na solução geral para encontrarmos as constantes C e K:

t0 = 3h 20min → T0 = 30o C
t1 = 3h 50min → T1 = 29o C

Como a diferença entre as tomadas das temperaturas é 30min vamos considerar t0 = 0 e t1 =


30. Assim substituindo na solução geral obtemos:

30 = CeK·0 + 10 ⇒ C = 20
19 1 19
29 = 20eK·30 + 10 ⇒ e30K = ⇒K= ln
20 30 20
Substituindo os valores de C e K na solução geral, obtemos a função que rege o problema:
t 19
T = 20e 30 ln 20 + 10

Vamos determinar a hora provável do homicídio:


t 19
36 = 20e 30 ln 20 + 10
t 19 26
e 30 ln 20 =
20
t 19 13
ln = ln
30 20 10
ln 13
t = 30 · 10
ln 19
20
t ∼
= −153, 45 min
t ∼
= −[2h 33min 27s]

Assim o homocídio ocorreu 2h 33min 27s antes da primeira tomada de temperatura que foi
às 3h e 20min, ou seja o homicídio ocorreu por volta das 0h 46min do mesmo dia.

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