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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

AP1 – CÁLCULO IV – 2020-1

2π sen(πx2 )
Z 1Z 1
Questão 1 [2,0 pontos] Seja a integral dupla I = √ dx dy.
0 3 y x2
(a) [0,5 ponto] Esboce a região de integração de I.
(b) [0,7 ponto] Escreva uma integral equivalente a I com a ordem de integração invertida.
(c) [0,8 ponto] Calcule o valor de I.

Solução: y

2π sen(πx2 )
ZZ
(a) Temos I = dx dy, onde a região de inte-
D x2 1 √
gração D é dada por x= 3 y
 =⇒ y = x3
≤y≤1
0
D : √
3 y ≤ x ≤ 1.
D
e cujo esboço é mostrado na Fig. 1.
(b) Para inverter a ordem de integração em I, devemos enquadrar 1 x
D como uma região do tipo I:
D : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x3 .
Logo, Fig. 1: Região D, Questão 1.
Z 1 Z x3
2π sen(πx2 )
I= dy dx.
0 0 x2
(c) Temos
Z 3
2π sen(πx2 ) x 2π sen(πx2 ) 3
Z 1 Z 1 Z 1
I= dy dx = x dx = sen(πx2 ) (2πx) dx.
0 x2 0 0 x2 0
Fazendo u = πx2 , temos du = 2πx dx. Para x = 0, temos u = 0 e para x = 1, temos u = π.
Portanto,
Z π " #π
I= sen u du = − cos u = − cos π + cos 0 = −(−1) + 1 = 2.
0 0
Ou seja, I = 2.

Questão 2 [2,0 pontos] Uma lâmina fina D com densidade constante (δ(x, y) = k > 0) é situada
no primeiro quadrante e limitada pelas curvas x2 + y 2 = a2 , x2 + y 2 = b2 , x ≥ 0, y ≥ 0, onde
0 < a < b.
(a) [0,7 ponto] Calcule a massa total M da lâmina.
b2 + a2
ZZ
(b) [1,3 ponto] Mostre que o momento polar, I0 = (x2 + y 2 ) δ(x, y) dx dy, de D é M.
D 2
Solução:
(a) O esboço da região D com a forma da lâmina está representado na Fig. 2.
A massa da lâmina é dada por
Cálculo IV AP1 2

ZZ ZZ y
M = δ(x, y) dx dy = k dx dy = kA(D)
D D
b
k kπ 2
= (πb2 − πa2 ) = (b − a2 ) u.m.
4 4
(b) Temos a D
ZZ ZZ
2 2 2 2
I0 = (x + y ) δ(x, y) dx dy = k (x + y ) dx dy.
D D
Utilizando coordenadas polares para calcular a integral, temos a b x

(x2 + y 2 ) dx dy = r2 · r dr dθ = r3 dr dθ
Drθ : a ≤ r ≤ b, 0 ≤ θ ≤ π/2. Fig. 2: Lâmina D, Questão 2.

Logo,
Z b Z π/2 Z b

ZZ
3 3
I0 = k r dr dθ = k r dθ dr = r3 dr
Drθ a 0 2 a
" #b
kπ r4 kπ 4 kπ 2 b2 + a2
= = (b − a4 ) = (b − a2 ) .
2 4 a
8 4 2
kπ 2 b2 + a2
Como M = (b − a2 ), então I0 = M , como querı́amos mostrar.
4 2


Questão 3 [2,0 pontos] Calcule a massa da região W , interior ao cone z = x2 + y 2 , entre as
esferas x2 +y 2 +z 2 = 9 e x2 +y 2 +z 2 = 1, sabendo que a densidade é δ(x, y, z) = (x2 +y 2 +z 2 )−1/2 .

Solução: O esboço do sólido W é mostrado na Fig. 3. z


3
A massa do sólido W é dada por:
ZZZ ZZZ
M= δ(x, y, z) dV = (x2 + y 2 + z 2 )−1/2 dV . W
W W
Utilizando coordenadas esféricas para calcular a integral tripla,
temos 1
2 2 2 −1/2 2 −1/2 2
(x + y + z ) dV = (ρ ) ρ sen φ dρ dφ dθ
= ρ sen φ dρ dφ dθ,
π y
Wρφθ : 1 ≤ ρ ≤ 3, 0 ≤ φ ≤ , 0 ≤ θ ≤ 2π. x
4
Então, Fig. 3: Sólido W , Questão 3.

ZZZ Z π/4 Z 3 Z 2π
M = ρ sen φ dρ dφ dθ = sen φ ρ dθ dρ dφ
Wρφθ 0 1 0
" #3
ρ2
Z π/4 Z π/4
= 2π sen φ dφ = π(9 − 1) sen φ dφ
0 2 1 0
#π/4 √
√ 
" !
2 
= 8π − cos φ = 8π − + 1 = 4π 2 − 2 .
0
2
√  
Quer dizer, M = 4π 2 − 2 u.m.

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Cálculo IV AP1 3

Questão 4 [2,0 pontos] Seja o sólido W limitado pelos paraboloides z = x2 + y 2 e z = 2 − x2 − y 2 .


(a) [0,5 ponto] Esboce o sólido W .
(a) [1,5 ponto] Use uma integral tripla para calcular o volume de W .

Solução: z
(a) De z = x2 + y 2 e z = 2 − x2 − y 2 , temos x2 + y 2 =
2
2 − x2 − y 2 , donde 2x2 + 2y 2 = 2 ou x2 + y 2 = 1 e z = 1.
Isto significa que a interseção dos paraboloides é o cı́rculo de
centro no ponto (0, 0, 1) e raio 1 contido no plano z = 1.
Assim, o esboço de W é mostrado na Fig. 4, ao lado. W
(b) Por definição, temos
ZZZ
1
V (W ) = dV ,
W
onde W é descrito por:
W : (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ 1 e x2 + y 2 ≤ z ≤ 2 − x2 − y 2 .
Em coordenadas cilı́ndricas, temos:
Wrθz : 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2π, r2 ≤ z ≤ 2 − r2 . D
Portanto, pela fórmula de mudança de variáveis, obtemos:
1 1
ZZZ Z 1 Z 2−r2 Z 2π x y
V (W ) = r dr dθ dz = r dθ dz dr
Wrθz 0 r2 0 Fig. 4: Sólido W , Questão 4.
Z 1 Z 1
= 2π r(2 − r2 − r2 ) dr = 2π (2r − 2r3 ) dr
"0 #1 0
r4
 
2 1
= 2π r − = 2π 1 − = π.
2 0
2
Ou seja, V (W ) = π u.v.

Questão 5 [2,0 pontos] Seja C a parte da curva interseção das superfı́cies x2 + y 2 + z 2 = a2 e


x2 + y 2 = a2 /9, a > 0, situada no primeiro octante.

(a)[0,8 ponto] Apresente uma parametrização diferenciável para C. z


Z √
(b)[1,2 ponto] Calcule o valor de a de modo que xyz ds = 2. a
C
Solução: C
a2
(a) De x2 + y 2 + z 2 = a2 e x2 + y 2 = , x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0,
√ 9
8a2 2 2 2a a a
temos z = , donde z = . Isto significa que a curva C está 3 3
a
9 3 √ a y
2 2a
contida no plano horizontal z = 3
. O esboço de C é representado x
na Fig. 5. Fig. 5: Curva C, Questão 5.
a2 a a
Seja (x, y, z) ∈ C. Então x e y satisfazem x2 + y 2 = . Logo, x = cos t e y = sen t. Como
9 3 3
π
x ≥ 0, y ≥ 0, então 0 ≤ t ≤ .
2
Assim, uma parametrização de C é dada por:
√ !
a a 2 2 π
~r(t) = cos t, sen t, a , 0≤t≤ .
3 3 3 2

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Cálculo IV AP1 4

(b) Temos
s
a2 a2

a a

a
~r 0 (t) = − sen t, cos t, 0 , k~r 0 (t)k = sen2 t + cos2 t = .
3 3 9 9 3
0 a
Donde, ds = k~r (t)k dt = dt.
3
Assim,
Z π/2  √ !
a

a

2 2 a
Z
xyz ds = cos t sen t a dt
C 0 3 3 3 3
#π/2
√ Z a4 √ sen2 t
"
a4 π/2
= 2 2 cos t sen t dt = 2 2
81 0 81 2 0
a4 √
= 2.
81
Z √
Como xyz ds = 2, então
C
a4 √ √
2 = 2 =⇒ a4 = 81 =⇒ a4 = 34 =⇒ a = 3, pois a > 0.
81 Z √
Ou seja, para a = 3, segue que xyz ds = 2.
C

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