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Universidade Federal de Mato Grosso

Curso de Licenciatura em Matemática


Resolução da prova 01 de Equações Diferenciais

Questão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Temos que
1 ∂f −2 y
f ( x, y) = e ( x, y) = ,
36 − x − y 2 2 ∂y (36 − x2 − y2 )2
portanto, estas funções são contínuas desde que

36 − x2 − y2 6= 0 ⇔ x2 + y2 6= 36.

Logo, as regiões do plano x y que a edo tem solução única passando por um ponto ( x0 , y0 ) são
n o
R1 = ( x, y) ∈ R2 ; x2 + y2 > 36
n o
R2 = ( x, y) ∈ R2 ; x2 + y2 < 36

Questão 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

(a) Temos que


M ( x, y) = y, e N ( x, y) = 2 x y − e−2 y ⇒ M y = 1 e N x = 2 y.
Como
M y 6= N x ,
concluímos que a equação diferencial não é exata.

(b) Agora para encontrar o fator de integração, basta que


M y − Nx Nx − M y
= g( x), ou = h( y)
N M
observe que
Nx − M y 2y − 1 1
= = 2 − = h( y),
M y y
então o fator de integração será

(2− 1y ) d y e2 y
µ ( y) = e = e2 y−ln y = .
y

(c) Multiplicando a edo pelo fator de integração temos:

e2 y e2 y ³ 1´
ydx + (2 x y − e−2 y ) d y = 0 ⇔ e2 y dx + 2 xe2 y − d y = 0.
y y y

Neste caso,
1
M ( x, y) = e2 y , e N ( x, y) = 2 xe2 y − ⇒ M y = 2 e2 y = N x ,
y
ou seja, a edo é exata, então existe uma f ( x, y) tal que

∂f
= e2 y
∂x
∂f 1
= 2 xe2 y − ,
∂y y

então, da primeira equação acima temos,



f ( x, y) = e2 y dx + g( y) = xe2 y + g( y),

daí temos que


2y 1 ∂f 2y 1
2 xe
  − = 2 xe
=  + g0 ( y) ⇒ g0 ( y) = − ⇒ g( y) = − ln | y|,
y ∂y y
logo
f ( x, y) = xe2 y − ln | y|,
portanto a família de soluções para a edo será:

xe2 y − ln | y| = c.

Questão 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
(a) A edo é linear. Como P ( x) = − , o fator de integração é dado por
x
 1 1
µ( x ) = e − x dx = e− ln | x| = ,
x
daí temos,
h1 
i 1
d · y = x sen 2 xdx ⇔ · y = x sen 2 xdx + c
x x
integrando por partes, temos

1 x cos 2 x sen 2 x x2 cos 2 x x sen 2 x


·y=− + +c⇔ y=− + + cx.
x 2 4 2 4

(b) Temos que


1
x y 0 + y = x 4 y3 ⇔ y0 + y = x 3 y3
x
que é uma edo de Bernoulli com
1
P ( x) = , f ( x) = x3 , e n = 3,
x
então faça w = y1−3 = y−2 daí a edo será
dw 2
− w = −2 x3
dx x
que uma edo linear cuja o fator de integração é
 2
µ( x ) = e − x dx = e−2 ln | x| = x−2

temos então, h i
d x−2 · w = −2 xdx ⇔ x−2 w = − x2 + c ⇔ w = − x4 + cx2

ou seja,
±1
y= p .
− x4 + cx2

(c) Observe que se M ( x, y) = y2 − x y, N ( x, y) = x2 , temos que

M ( tx, t y) = ( t y)2 − ( tx)( t y) = t2 ( y2 − x y) = t2 M ( x, y)


N ( tx, t y) = ( tx)2 = t2 ( x2 ) = t2 N ( x, y),

logo, a edo é homogênea de grau 2, e daí, fazendo y = xu temos a seguinte expressão:

dx N (1, u) du
+ =0
x M (1, u) + uN (1, u)

e lembremos que,
N (1, u) = 12 = 1 e M (1, u) = u2 − 1 · u = u2 − u,
daí,  
dx du dx du
+ 2 =0⇔ + = c, (1)
x u x u2
1 x
ln | x| − = c ⇔ ln | x| − = c ⇔ x = ke x/ y ( k = e c ).
u y
Questão 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Observe que
dy
= 4 + 4 c 1 e4 x ,
dx
mas
y − 4x − 1
y = 4 x + 1 + c 1 e4 x ⇔ c 1 =
e4 x
daí temos
dy ³ y − 4x − 1 ´ dy
= 4+4 4 x
e4 x ⇔ = 4 y − 16 x.
dx e dx
Temos então que a inclinação da reta tangente a família ortogonal é

dy 1
= ,
dx 4 y − 16 x

observe que, se invertemos a edo acima, a mesma se torna linear na variável x, isto é,

dx dx
= 4 y − 16 x ⇔ + 16 x = 4 y
dy dy

e o fator de integração é 
16 d y
µ ( y) = e = e16 y
daí temos h i 
d e16 y x = 4 ye16 y d y ⇔ e16 y x = 4 ye16 y d y + c

integrando por partes obtemos,

ye16 y e16 y y 1
e16 y x = − +c⇔x= − + ce−16 y .
4 64 4 64
Como queremos encontrar um membro desta família que passa por (0, 0), obtemos:
0 1 1
0= − + ce−16·0 ⇔ c =
4 64 64
e portanto a trajetória ortogonal procurada será
y 1 1 −16 y
x= − + e .
4 64 64

Questão 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Seja x( t) a substância, em miligramas, no instante t, como o decaimento é proporcional a substância a qualquer
instante o modelo que descreve a situação é

dx
= kx


dt



x(0) = 100,

a solução da edo é
x( t) = ce kt ,
e
100 = x(0) = ce0 ⇒ c = 100,
logo
x( t) = 100 e kt .
Por outro lado, após 6 horas a massa diminui 3%, isto é,

ln(97/100) ln(0, 97)


x(6) = 97 ⇒ 100 e6k = 97 ⇔ k = = ,
6 6
portanto,
ln(0,97)
t
x( t) = 100 e 6 .
Logo,
24 ln(0,97)
x(24) = 100 e 6 ≈ 88, 53 mg.
Questão 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A lei do resfriamento de Newton é dada pela seguinte edo

dT
= k(T − T m ) (2)
dt
No caso em questão, admitindo que t∗ representem 1 hora da madrugada temos as seguinte informações:

Tm 20◦

 =
36, 5◦

T (0) =


 T ( t∗ ) = 34, 8◦
T ( t∗ + 1) 34, 1◦

=

A edo (2), tem a seguinte solução:


T = T m + ce kt . (3)
como T m = 20, temos que
T = 20 + ce kt ,
Por outro lado, temos que
36, 5 = T (0) = 20 + ce k·0 ⇔ c = 16, 5 ⇒ T = 20 + 16, 5 e kt .
Daí temos,
∗ ∗
T ( t∗ ) 20 + 16, 5 e kt 16, 5 e kt
½ ½
34, 8 = = = 14, 8
∗ ⇒ ∗
34, 1 = T ( t∗ + 1) = 20 + 16, 5 e k( t +1) 16, 5 e k( t +1) = 14, 1
Dividindo a segunda expressão acima da primeira, obtemos

e kt e k 14, 1

, 5
16 14, 1
µ ¶

kt ∗ = ⇒ k = ln
14 , 8 14, 8

16
 ,
 5e

∴ T = 20 + 16, 5 eln(14,1/14,8) t .
Queremos encontrar que horas a pessoa faleceu, para isto, basta encontrar t∗ que corresponde a 1 hora da
manhã. Então
∗ ∗ 14, 8 ln(14, 8/16, 5)
16, 5 eln(14,1/14,8) t = 14, 8 ⇔ eln(14,1/14,8) t = ⇔ t∗ = ≈ 2, 24 h,
16, 5 ln(14, 1/14, 8)

isto significa que a pessoa faleceu 2, 24 h horas antes de 1 hora da manhã, ou seja, aproximadamente 2 horas e 14
minutos antes, isto é, faleceu às 22 horas e 46 minutos.

Justifique suas resoluções e boa prova.

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