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Questão 1: [2,0pontos]
Considere a equação
1
y′ + y2 + y + =0 (1)
4
a)[1,0 ponto] Resolva a equação (1) utilizando a técnica de obtenção de soluções
de equações de Riccati.
b)[1,0 ponto] Observando que a equação (1) pode ser escrita na forma
2
′ 1
y + y+ = 0, (2)
2
faça uma mudança de variáveis conveniente e resolva (2) como equação separável.
Solução:
a) A equação (1) possui uma solução particular da forma y = m se e só se
1 1
y′ + y2 + y + m′ + m2 + m +
= 0y=m ⇐⇒ =0
4 4
1
⇐⇒ m2 + m + =0
4
2
1
⇐⇒ m+ =0
2
1
⇐⇒ m=−
2
Utilizando a técnica de obtenção de soluções de equações de Riccati, fazemos a
mudança de variáveis
1 1
y=− + ;
2 z
Então
z′
y′ = −
z2
e
1 1 1
y2 = + −
4 z2 z
o que nos dá (substituindo na equação)
z′ 1 1 1 1 1 1
− + + 2 − − + + = 0.
z2 4 z z 2 z 4
Simplificando:
z′ 1
− 2
+ 2 = 0.
z z
I.é,
z ′ = 1,
cuja solução geral é
z = x + c.
E então (lembrando que y = − 21 + z1 ),
1 1
y=− + ,
2 x+c
b) Fica a seu cargo verificar que a equação (1) pode ser escrita como
2
y ′ + y + 12 = 0.
1 1
y+ =
2 x + c.
Ou seja
1 1
y=− + ,
2 x+c
coincidindo com a solução do item (a).
a) y ′ − y = 2ex , y(0) = 1
Solução:
a) A equação diferencial y ′ − y = 2 ex é uma equação linear não-homogênea,
cuja solução geral é dada pela fórmula
R
Z R
dx − dx x
y(x) = e e 2e dx + c .
Ou seja
Z
y(x) = ex e−x 2ee dx + c = ex (2x + c)
1 = e0 (2.0 + c) = c.
A solução do PVI é
y(x) = ex (2x + 1).
2 sen x
A forma normal desta equação é y ′ + y= , e sua solução geral é
x x
Z R
dx) sen x
R 2 2
(− x dx) ( x
y(x) = e e dx = c
x
Z
2 ln x sen x
= e−2 ln x e dx + c
x
Z
1 2 sen x
= x dx + c
x2 x
Z
1
= x sen(x) dx + c
x2
1
= (−x cos(x) + sen(x) + c)
x2
c sen x cos x
= + −
x2 x2 x
π2
Obtemos c = − 1.
4
A solução do PVI é
π 2 − 4 sen x cos x
y(x) = + − .
4x2 x2 x
y′ = y + y2
Solução:
Escrevendo a equação y ′ = y + y 2 na forma y ′ − y = y 2 vemos que se trata de
uma equação de Bernoulli.
Devemos então procurar (caso exista) uma solução que não seja a trivial.
Continuamos representando essa solução pela letra y. Existe pelo menos um
ponto x0 tal que y(x0 ) 6= 0. Na verdade y é diferente de zero em todos os
pontos de um intervalo J, que contém x0 . Nesse intervalo, podemos dividir a
equação por y 2 , obtendo:
y −2 y ′ − y −1 = 1
Fazendo a mudança de variáveis z = y −1 , temos z ′ = −y −2 y ′ . Multiplicando a
última equação acima por −1, obtemos −y −2 y ′ + y −1 = −1, ou ainda
z ′ + z = −1,
= e−x (−ex + c)
= c e−x − 1.
z = y −1 =⇒ y = z −1
Portanto
1
y(x) =
c e−x − 1
é a solução procurada.
y′
= 1.
y + y2
Utilizando a identidade
1 1 1 1
2
= = − ,
y+y y(1 + y) y y+1
calcula-se
ln(y) − ln(y + 1) = x + c̃
de onde
y
= ex+c̃ = c ex (c = ex̃ ).
y+1
Explicitando y obtemos a solução
c ex
y=
1 − c ex
x
ce ex
Obs : Mostre que as duas soluções obtida são iguais ( 1−cex = k−ex
, para k = 1/c etc.)
Calcule a equação de uma curva C, contida no primeiro quadrante, que satisfaz às seguintes
condições:
y = f (x)
1. C é o gráfico de uma funcão y = f (x)
2. O ponto (1, 2) ∈ C
3. O ângulo que a reta tangente a C em cada ponto P = (x, y) forma com o eixo das
abcissas é complementar ao ângulo que a reta que une (x, y) à origem forma com o eixo
OX
Solução:
Acompanhando pela figura, e usando resultados de Geometria Euclidiana, o item 3 nos per-
mite afirmar que a soma das medidas dos ângulos a e b é sempre π/2 rd. Portanto, em cada
ponto, a reta tangente à curva procurada é perpendicular à reta que une aquele ponto à origem
das coordenadas.
Usando os itens 1 e 2, podemos garantir que a inclinação da reta tangente num ponto qualquer
P = (x, y) da curva C é dada pela derivada dy/dx.
dy 1
=− (3)
dx y/x
A equação (3) diz exatamente que os pontos da curva procurada satisfazem a equação dife-
rencial x
Atenção!: Não deixe de observar
y′ = − (4)
as restrições que precisamos fazer y
nas variáveis y e x. Primeiro foi
necessário restringir y a valores A equação (4) é uma equacão separável, cujas soluções são definidas implicitamente por
positivos (senão a curva obtida
não seria o gráfico de uma função x2 + y 2 = c.
passando por (1,2)). Depois, foi
preciso considerar apenas x > 0 Como a curva procurada passa pelo ponto (1, 2), calculamos o valor c = 5.
(caso contrário o gráfico não esta-
ria somente no primeiro quadrante Portanto o gráfico C, passando pelo ponto (1, 2), satisfazendo a propriedade 3 é o gráfico da
função
p √
y = 5 − x2 , x ∈ (0, + 5)
Pergunta : O quê você acha? A solução é única?