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M Universidade Federal do Rio de Janeiro

INSTITUTO DE MATEMÁTICA
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

Cálculo 2 – 2022-2: Gabarito da Lista 17


É altamente recomendável que a solução de exercı́cios seja conferida somente após o aluno ter
tentado resolvê-los; o aprendizado se consolida com a tentativa exaustiva da resolução dos exercı́cios.

Exercı́cio 1. Temos f (x, y) = xy e a curva Γ definida por 4x2 + y 2 = 32. Se g(x, y) = 4x2 + y 2 , podemos
interpretar Γ como a curva de nı́vel 32 de g. Logo, pelo método de Lagrange, se P = (x, y) é um ponto onde
f atinge máximo ou mı́nimo, existe λ ∈ R tal que ∇f (x, y) = λ∇g(x, y). Portanto, temos o sistema de três
equações (e três incógnitas): 
 y = 8λx,

x = 2λy, (1.1)

 2
4x + y 2 = 32.
Observe que λ 6= 0 pois λ = 0 ⇒ x = y = 0 que não satisfazem a terceira equação de (1.1).
Multiplicando a primeira equação de (1.1) por x e a segunda por y, obtemos

xy = 8λx2 = 2λy 2 ⇐⇒ |y| = 2|x|.

Em todos os caso, obtemos da terceira equação,

4x2 + 4x2 = 32 ⇐⇒ x2 = 4 ⇐⇒ x = ±2 e y = ±4.

Portanto, temos os pontos P1 = (2, 4), P2 = (−2, −4), P3 = (−2, 4) e P4 = (2, −4), de onde se conclui que
f (P1 ) = f (P2 ) = 8 e f (P3 ) = f (P4 ) = −8 são respectivamente os valores máximo e mı́nimo procurados.
Exercı́cio 2. Temos f (x, y) = x2 + y 2 e a curva Γ definida por 3x2 + 4xy + 6y 2 = 140. Se g(x, y) =
3x2 + 4xy + 6y 2 , podemos interpretar Γ como a curva de nı́vel 140 de g.
(a) Pelo método de Lagrange, se P = (x, y) é um ponto onde f atinge máximo ou mı́nimo, existe λ ∈ R tal
que ∇f (x, y) = λ∇g(x, y). Portanto, temos o sistema:

 2x = λ(6x + 4y),

2y = λ(4x + 12y), (2.1)

 2
3x + 4xy + 6y 2 = 140.

Observe que λ 6= 0 pois λ = 0 ⇒ x = y = 0, que não satisfazem a terceira equação de (2.1).


Dividindo a primeira equação de (2.1) pela segunda, obtemos

x 3x + 2y
= ⇒ 2y 2 − 3xy − 2x2 = 0,
y 2x + 6y

que dividida x2 , se expressa na seguinte equação na incógnita y/x:


 y 2 y  y y 1
2 −3 − 2 = 0 ⇐⇒ = 2 ou = − ⇐⇒ y = 2x ou x = −2y.
x x x x 2
Substituindo as relações acima na terceira equação de (2.1), obtemos
• y = 2x ⇒ x = 2 e y = 4 ou x = −2 e y = −4;
√ √ √ √
• x = −2y ⇒ y = 14 e x = −2 14 ou y = − 14 e x = 2 14.

1
Assim, temos os seguintes pontos a considerar:
√ √ √ √
P1 = (2, 4), P2 = (−2, −4), P3 = (−2 14, 14), P4 = (2 14, − 14).

Portanto, f (P1 ) − f (P2 ) = 20 e f (P3 ) = f (P4 ) = 70 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo
procurados.
(b) Veja a resposta na Lista.
Exercı́cio 3. Temos T (x, y) = (x − 2)2 y + y 2 − y a temperatura na placa contida na região Ω, onde:

(a) Ω = (x, y) ∈ R2 ; (x − 2)2 + y 2 ≤ 1/2 . Observe que Ω é o cı́rculo de centro em (2, 0) e raio 2/2.


Etapa 1. Analisando os pontos crı́ticos de T :


(
  (x − 2)y = 0,
∇T (x, y) = 2(x − 2)y, (x − 2)2 + 2y − 1 = (0, 0) ⇐⇒
(x − 2)2 + 2y = 1.

Da primeira equação obtemos x = 2 ou y = 0. Substituindo na segunda,


• x = 2 ⇒ y = 1/2;
• y=0 ⇒ x=3 ou x = 1.
Logo, temos os pontos P1 = (2, 1/2), que está no interior de Ω, P2 = (3, 0) e P3 = (1, 0), que não
pertencem a Ω. Para analisar o comportamento da função em P1 , aplicamos o Teste da Derivada
Segunda:
2y 2(x − 2) 1 0
H(x, y) = ⇒ H(2, 1/2) = = 2 > 0.
2(x − 2) 2 0 2
Logo, P1 é ponto de mı́nimo local.
Etapa 2. Analisando na fronteira de Ω pelo método de Lagrange, temos o sistema:

(x − 2)y = λ(x − 2),





(x − 2)2 + 2y − 1 = 2λy,

(3.1)
 (x − 2)2 + y 2 = 1


2
1 1
Vemos que x = 2 é solução da primeira equação de (3.1). Logo x = 2 ⇒ y = √ ou y = − √ . Temos
√ √ 2 2
assim os pontos P4 = (2, 2/2) e P5 = (2, − 2/2) na fronteira de Ω.

Vale observar que x = 2 e y = ± 2/2 são as únicas soluções de (3.1). De fato, se x 6= 2, a primeira
equação do sistema se reduz a y = λ, o que implica

 (x − 2)2 + 2y − 1 = 2y 2 ,

 (x − 2)2 + y 2 = 1
2
1
Subtraindo a primeira equação da segunda no sistema acima, obtemos a equação 3y 2 − 2y + = 0, que
2
não admite raı́zes reais.
Assim, temos os valores
√ √
1 1− 2 1+ 2
f (P1 ) = − , f (P4 ) = , f (P5 ) = ,
4 2 2

sendo −1/4 e (1 + 2)/2 respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de T em Ω.

2
(b) Neste caso, temos Ω = (x, y) ∈ R2 ; (x − 2)2 + y 2 ≤ 1 , que é o cı́rculo de centro em (2, 0) e raio 1.


Etapa 1. Os mesmos cálculos da etapa 1 anterior fornecem os pontos P1 = (2, 1/2) que está no interior
de Ω, e P2 = (3, 0) e P3 = (1, 0) que pretencem à fronteira de Ω, sendo f (P1 ) = −1/4 mı́nimo local.
Etapa 2. Analisando na fronteira de Ω pelo método de Lagrange, temos o sistema:

 (x − 2)y = λ(x − 2),

(x − 2)2 + 2y − 1 = 2λy, (3.2)

(x − 2)2 + y 2 = 1.

Vemos que x = 2 é solução da primeira equação de (3.2). Logo

x = 2 ⇒ y = 1 ou y = −1.

Temos assim os seguintes pontos na fronteira de Ω: P2 = (3, 0), P3 = (1, 0), P4 = (2, 1) e P5 = (2, −1).
Diferentemente do caso anterior, o sistema (3.2) admite outras soluções. De fato, se x 6= 2, o sistema se
reduz a y = λ e (
(x − 2)2 + 2y − 1 = 2y 2 ,
(x − 2)2 + y 2 = 1.

Subtraindo a primeira equação da segunda no sistema acima, obtemos a equação 3y 2 − 2y = 0, que


admite duas raı́zes: y = 0 e y = 2/3. Assim,
• y = 0 ⇒ (x − 2)2 = 1 ⇒ x = 1 ou x = 3, neste caso, os mesmos pontos P2 = (3, 0) e P3 = (1, 0);
√ √
• y = 2/3 ⇒ (x −!2)2 = 5/9 ⇒ x = 2!+ 5/3 ou x = 2 − 5/3, o que fornece ainda os pontos
√ √
6+ 5 2 6− 5 2
P6 = , e P7 = , .
3 3 3 3
Assim, temos sete pontos a serem testados. Como

1 4
f (P1 ) = − , f (P2 ) = f (P3 ) = 0, f (P4 ) = 0, f (P5 ) = 2, f (P6 ) = f (P7 ) = ,
4 27

vemos que f (P1 ) = −1/4 e f (P5 ) = 2 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de T
em Ω.
Observação. Embora o exercı́cio seja para aplicar o método de Lagrange, vale observar que se (x, y) é
ponto da circunferência (x − 2)2 + y 2 = 1, temos

f (x, y) = y (x − 2)2 + y − 1 = y y − y 2 = y 2 − y 3 ,
 

o que nos permite deteminar os valores extremos de f sobre a fronteira de Ω analisando a função
ϕ(y) = y 2 − y 3 , com y ∈ [−1, 1]. Verifique!)

(c) Neste caso, temos Ω = (x, y) ∈ R2 ; (x − 2)2 + y 2 ≤ 2 , que é o cı́rculo de centro em (2, 0) e raio 2.


Etapa 1. Os mesmos cálculos da etapa 1 do item (a) fornecem os pontos P1 = (2, 1/2), P2 = (3, 0) e
P3 = (1, 0) que estão no interior de Ω, sendo P1 ponto de mı́nimo local. Para analisar o comportamento
da função em P2 e P3 , aplicamos o Teste da Derivada Segunda:

0 2 0 −2
H(3, 0) = = −4 < 0 e H(1, 0) = = −4 < 0.
2 2 −2 2

Logo, P2 e P3 são pontos de sela.

3
Etapa 2. Analisando na fronteira de Ω pelo método de Lagrange, temos o sistema:

 (x − 2)y = λ(x − 2),

(x − 2)2 + 2y − 1 = 2λy, (3.3)

(x − 2)2 + y 2 = 2.

Vemos que x = 2 é solução da primeira equação de (3.3). Logo


√ √
x = 2 ⇒ y = 2 ou y = − 2.
√ √
Temos assim os pontos P4 = (2, 2) e P5 = (2, − 2).
Por outro lado, se x 6= 2, o sistema (3.3) se reduz a y = λ e
(
(x − 2)2 + 2y − 1 = 2y 2 ,
(x − 2)2 + y 2 = 2

Subtraindo a primeira equação da segunda no sistema acima, obtemos a equação 3y 2 − 2y − 1 = 0, que


admite duas raı́zes: y = 1 e y = −1/3. Assim,
• y = 1 ⇒ (x − 2)2 = 1 ⇒ x = 3 ou x = 1, que dão os pontos P6 = (3, 1) e P7 = (1, 1);
√ √
• y = −1/3 ⇒ (x − 2)2 = 17/9 ⇒ x = 2 + 17/3 ou x = 2 − 17/3.
√ √
Temos, assim, os seguintes pontos na fronteira de Ω a serem testados: P4 = (2, 2), P5 = (2, − 2),
√ ! √ !
6 + 17 1 6 − 17 1
P6 = (3, 1), P7 = (1, 1), P8 = ,− e P9 = ,− .
3 3 3 3
Observando que se (x, y) pertence à fronteira de Ω, temos f (x, y) = y + y 2 − y 3 . Logo,
√ √
f (P1 ) = −1/4 = −0.25, f (P4 ) = 2 − 2 ≈ 0.58, f (P5 ) = 2 + 2 ≈ 3.41,
f (P6 ) = f (P7 ) = 1, f (P8 ) = f (P9 ) = −5/27 ≈ −0.18,

de onde se conclui que f (P1 ) = −1/4 e f (P5 ) = 2 + 2 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo
absolutos de T em Ω.
Exercı́cio 4.
(a) Temos f (x, y) = 2x2 + 3y 2 − 4x − 5 e D = (x, y) ∈ R2 ; x2 + y 2 ≤ 16 .


Etapa 1. Calculando os pontos crı́ticos no interior de D:

∇f (x, y) = (4x − 4, 6y) = (0, 0) ⇐⇒ x = 1 e y = 0.

Logo P1 = (1, 0) ∈ D é o único ponto crı́tico de f . Além disso,

4 0
H(x, y) = = 24 > 0 ⇒ P1 é ponto de mı́nimo local.
0 6

Etapa 2. Analisando o comportamento de f na fronteira de D pelo Método de Lagrange:



 4x − 4 = 2λx,

6y = 2λy, (4.1)

 2
x + y 2 = 16.

Da segunda equação de (4.1), obtemos y = 0 ou λ = 3.

4
• y = 0 ⇒ x2 = 16 ⇒ x = ±4;

• λ = 3 ⇒ x = −2 ⇒ y = ±2 3.
Portanto, temos os seguintes pontos da fronteira de D a serem testados:
√ √
P2 = (4, 0), P3 = (−4, 0), P4 = (−2, 2 3), P5 = (−2, −2 3),

onde f (P1 ) = −7, f (P2 ) = 11, f (P3 ) = 43, f (P4 ) = f (P5 ) = 47.
Portanto, f (P1 ) = −7 e f (P4 ) = f (P5 ) = 47 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos
de f em D.
(b) Temos f (x, y) = e−xy e D = (x, y) ∈ R2 ; x2 + 4y 2 ≤ 1 .


Etapa 1. Calculando os pontos crı́ticos no interior de D:

∇f (x, y) = (−y e−xy , −x e−xy ) = (0, 0) ⇐⇒ x = 0 e y = 0.

Logo P1 = (0, 0) ∈ D é o único ponto crı́tico de f . Além disso,

y 2 e−xy (xy − 1) e−xy 0 −1


H(x, y) = ⇒ H(0, 0) = = −1 < 0.
(xy − 1) e−xy x2 e−xy −1 0

Logo, P1 é ponto de sela.


Etapa 2. Analisando o comportamento de f na fronteira de D pelo Método de Lagrange:
 −xy
ye
 = 2λx,
−xy
xe = 8λy, (4.2)

 2
x + 4y 2 = 1.

Primeiramente, observemos que λ 6= 0. Multiplicando a primeira equação de (4.2) por x e a segunda


por y, obtemos 2λx2 = 8λy 2 ou x2 = 4y 2 . Logo, da terceira equação de (4.2), obtemos
√ √
2x2 = 1 ⇒ x = ±1/ 2 ⇒ 4y 2 = 1/2 ⇒ y = ±1/2 2.

Assim, temos os pontos


√ √  √ √  √ √  √ √ 
P2 = 1/ 2, 1/2 2 , P3 = −1/ 2, −1/2 2 , P4 = −1/ 2, 1/2 2 , P5 = 1/ 2, −1/2 2 ,

que fornecem os valores

f (P1 ) = f (P2 ) = e−1/4 e f (P3 ) = f (P4 ) = e1/4 ,

respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de f em D.


(c) Temos f (x, y) = x2 y e D = (x, y) ∈ R2 ; x2 + 2y 2 = 6 .


Etapa 1. Como D não tem interior, passemos à etapa 2.


Etapa 2. Analisando o comportamento de f na elipse D pelo Método de Lagrange:

 2xy = 2λx,

x2 = 4λy, (4.3)

 2
x + 2y 2 = 6.


• λ=0 ⇒ x=0 e y = ± 3.

5
• x 6= 0. Da primeira equação de (4.3) segue que y = λ, e das segunda e terceira equações de (4.3),

x2 = 4y 2 ⇒ y = ±1 e x = ±2.

Temos assim os seguintes pontos:


√ √
P1 = (0, 3), P2 = (0, − 3), P3 = (2, 1), P4 = (−2, −1), P5 = (2, −1), P6 = (−2, 1),

para os quais temos os valores

f (P1 ) = f (P2 ) = 0, f (P3 ) = f (P6 ) = 4, f (P4 ) = f (P5 ) = −4.

Logo, −4 e 4 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de f .


2 2
(d) Temos f (x, y) = e−(x +y ) x2 + 2y 2 e D = (x, y) ∈ R2 ; x2 + y 2 = 4 .
 

Etapa 1. Como D não tem interior, passemos à etapa 2.


Etapa 2. Analisando o comportamento de f na circunferência D pelo Método de Lagrange:

3 −(x2 +y 2 )
 (x − x ) e = λx,


3 −(x2 +y 2 ) (4.4)
 (2y − 2y ) e = λy,
 2
x + y 2 = 4.

• x = 0 ⇒ y = ±2.
• y = 0 ⇒ x = ±2.
• x 6= 0 e y 6= 0. Dividindo a primeira equação de (4.4) por x e a segunda por y, obtemos λ =
2 2 2 2
(1 − x2 ) e−(x +y ) = (2 − 2y 2 ) e−(x +y ) ⇒ 1 − x2 = 2 − 2y 2 . Assim obtemos o sistema:
(
2y 2 − x2 = 1, p p
2 2
⇒ y = ± 5/3 e x=± 7/3.
y + x = 4.

Logo, temos os seguintes oito pontos a considerar:


p p 
(0, ±2), (±2, 0), ± 7/3, ± 5/3 ,

e os respectivos valores
 
−4 −4
p p  17
f (0, ±2) = 8 e , f (±2, 0) = 4 e , f ± 7/3, ± 5/3 = e−4 ,
3

de onde se conclui que 4 e−4 e 8 e−4 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de
f em D.
(e) Temos f (x, y) = 4xy − 4x − 4y e D = (x, y) ∈ R2 ; (x − 1)2 + (y − 1)2 ≤ 2 .


Etapa 1. Determinando os pontos crı́ticos de f em D:

∇f (x, y) = (4y − 4, 4x − 4) = (0, 0) ⇐⇒ y = 1 e x = 1.

Portanto, o ponto crı́tico P1 = (1, 1) está localizado no centro do cı́rculo D. Pelo Teste da Derivada
Segunda:
0 4
H(x, y) = = −16 < 0 ⇒ P1 é ponto de sela.
4 0

6
Etapa 2. Analisando o comportamento de f na circunferência D pelo Método de Lagrange:

 4y − 4 = 2λ(x − 1),

4x − 4 = 2λ(y − 1), (4.5)

(x − 1)2 + (y − 1)2 = 2.

É claro que λ 6= 0. Portanto, das duas primeiras equações de (4.5), obtemos

2(y − 1) 2(x − 1)
λ= = ⇒ (y − 1)2 = (x − 1)2 ⇐⇒ |y − 1| = |x − 1|.
x−1 y−1
Voltando à terceira equação, temos:

x = 2 ⇒ y = 2,
• y = x ⇒ 2(x − 1)2 = 2 ⇒ |x − 1| = 1 ⇒
x = 0 ⇒ y = 0;

2 x = 2 ⇒ y = 0,
• y = 2 − x ⇒ 2(x − 1) = 2 ⇒ |x − 1| = 1 ⇒
x = 0 ⇒ y = 2.
Portanto, temos os pontos

P2 = (0, 0), P3 = (2, 2), P4 = (0, 2), P5 = (2, 0),

nos quais temos os valores f (P2 ) = f (P3 ) = 0 e f (P4 ) = f (P5 ) = −8, sendo estes os valores máximo e
mı́nimo absolutos de f em D, respectivamente.

Exercı́cio 5. Temos f (x, y) = x + y e D = (x, y) ; xy = 16 .
Observe que D é fechado (coincide com sua própria fronteira), mas não é limitado. De fato, D é uma
hipérbole (gráfico da função y = 16/x), com os ramos no primeiro e terceiro quadrante.
Veja que  
16
lim f (x, 16/x) = lim x+ = ±∞.
x→±∞ x→±∞ x
Portanto, f não possui máximo ou mı́nimo absolutos em D. Porém, se restringirmos f a cada um dos ramos
dessa hipérbole, podemos encontrar valores máximos e mı́nimos locais de f . De fato, sejam D+ e D− os dois
ramos da hipérbole, isto é,
 
D+ := (x, 16/x) ; x > 0 e D− := (x, 16/x) ; x < 0 .

Então ϕ(x) := f (x, 16/x) = x + 16/x > 0 para todo x > 0.


Observe também que as curvas de nı́vel de f são as retas da forma x + y = c, para todo c ∈ R e ∇f (x, y) =
(1, 1) para todo (x, y) ∈ R2 . Logo, f não admite pontos crı́ticos, e o menor valor de f em D+ corresponde à
reta x + y = c, c ∈ R, que tangencia a hipérbole xy = 16. Seja P = (x0 , y0 ) o ponto de tangência. Então,

∇f (x0 , y0 ) = (1, 1) = λ(y0 , x0 ) ⇐⇒ y0 = x0 .

Poranto x0 y0 = 16 ⇐⇒ x20 = 16 ⇒ x0 = y0 = 4.
Exercı́cio 6. Seja Nc = (x, y) ; x2 + 16y 2 = c a curva de nı́vel que tangencia Γ = (x, y) ; xy = 1, x > 0 .
 

(a) No ponto de tangência, P = (x0 , y0 ) ∈ Nc ∩Γ, os gradientes de f e g(x, y) = xy são colineares (paralelos),
isto é, ∇f (x0 , y0 ) = λ∇g(x0 , y0 ).
Temos assim, o sistema:

 2x0 = λy0

x0 y0
32y0 = λx0 ⇒ λ = = ⇐⇒ x20 = 16y02 .
 16y0 x0
x0 y0 = 1.

7
Como x0 > 0, temos
1
x0 = 4y0 ⇒ 4y02 = 1 ⇐⇒ y0 = e x0 = 2.
2
Como estamos supondo (x0 , y0 ) ∈ Nc , segue que c = x20 + 2y02 = 8, isto é, a curva de nı́vel é a elipse
x2 + 16y 2 = 8.
 
1
(b) Pelo item (a), o ponto de tangência é P = 2, .
2
(c) Como o conjunto Γ não é limitado, as curvas de nı́vel de f (que são elipses centradas na origem) só
intersectam Γ a partir do nı́vel c = 8, que corresponde ao mı́nimo absoluto de f em Γ. A partir deste
nı́vel mı́nimo, todas as curvas intercectam Γ, de modo que f cresce indefinidamente.
Exercı́cio 7. Temos f (x, y) = x4 − y 4 − 2x2 + 2y 2 .
(a) Calculando os pontos crı́ticos:
(
4x3 − 4x = 0
⇐⇒ x ∈ {0, 1, −1} e y ∈ {0, 1, −1}.
−4y 3 + 4y = 0

Logo, temos nove pontos:


(0, 0) (0, 1) (0, −1)
(1, 0) (1, 1) (1, −1)
(−1, 0) (−1, 1) (−1, −1)
Para analisar o comportamento de f nesses pontos, consideramos a matriz hessiana:

12x2 − 4 0
H(x, y) = .
0 −12y 2 + 4

−4 0 −4 0
• H(0, 0) = = −16 ⇒ Sela; H(0, 1) = H(0, −1) = = 32 ⇒ Max.Loc..
0 4 0 −8
8 0 8 0
• H(1, 0) = = 32 ⇒ Min.Loc.; H(1, 1) = H(1, −1) = = −64 ⇒ Sela.
0 4 0 −8
8 0 8 0
• H(−1, 0) = = 32 ⇒ Min.Loc.; H(−1, 1) = H(−1, −1) = = −64 ⇒ Sela.
0 4 0 −8
(b) Determinando os extremos absolutos no disco D = (x, y) ; 4x2 + 4y 2 ≤ 1 .


Observe que o único ponto crı́tico em D é (0, 0), que é ponto de sela. Para calcular os extremos na
fronteira (que é a circunferência de raio 1/2 centrada na origem), vamos usar o método de Lagrange.
 3
 4x − 4x = 8λx

− 4y 3 + 4y = 8λy (7.1)

 2 2
4x + 4y = 1

Vemos que x = 0 é solução da primeira equação, que substituı́da na terceira, fornece os pontos (0, 1/2)
e (0, −1/2). Analogamente, y = 0 é solução da segunda equação, para a qual a terceira equação fornece
os pontos (1/2, 0) e (−1/2, 0).
Essas são as únicas soluções do sistema (7.1), pois se xy 6= 0, obtemos após dividir a primeira e segunda
equações respectivamente por x e y, obtemos
 2
 4x − 4 = 8λ

− 4y 2 + 4 = 8λ (7.2)

 2 2
4x + 4y = 1

8
Subtraindo a segunda equação de (7.2) da primeira, obtemos 4x2 + 4y 2 = 8 que é incompatı́vel com a
terceira equação. Portanto, observando que

7 7
f (0, ±1/2) = e f (±1/2, 0) = − ,
16 16
conclui-se que (0, ±1/2) e (±1/2, 0) são respectivamente pontos de máximo e mı́nimo absolutos de f em
D.
x3 y2 1
Exercı́cio 8. Temos f (x, y) = − +x− + .
12 4 2
(a) Calculando os pontos crı́ticos:

x2 y
− + 1 = 0, − = 0 ⇐⇒ x = ±2 e y = 0.
4 2
Logo, temos dois pontos crı́ticos: (2, 0) e (−2, 0).
Para analisar o comportamento de f nesses pontos, consideramos a matriz hessiana:

−x/2 0
H(x, y) = .
0 −1/2

−1 0 1 0
• H(2, 0) = = 1/2 ⇒ Max. Loc.; H(−2, 0) = = −1/2 ⇒ Sela.
0 −1/2 0 −1/2
(b) Determinando os extremos de f na circunferência (x + 2)2 + y 2 = 4.

x2

1 − = 2λ(x + 2),



 4
y (8.1)
− = 2λy,


 2
(x + 2)2 + y 2 = 4

Da segunda equação de (8.1), obtemos y = 0 ou λ = −1/4.


• Substituindo y = 0 na terceira equação, obtemos x = 0 ou x = −4, o que nos fornece os pontos
(0, 0) e (−4, 0).
• Substituindo λ = −1/4 na primeira equação, obtemos x = 4 (que não satisfaz a terceira equação) e
x = −2, que fornece os pontos (−2, 2) e (−2, −2). Temos, portanto, quatro pontos: (0, 0), (−4, 0),
(−2, 2) e (−2, −2), para os quais temos

f (0, 0) = 1/2, f (−4, 0) = 11/6, f (−2, 2) = f (−2, −2) = −11/6.

Logo, f (−2, 2) = f (−2, −2) = −11/6 é o mı́nimo absoluto e f (−4, 0) = 11/6 é o máximo absoluto.
(c) De acordo com o item (a), o único ponto crı́tico no interior do cı́rculo (x + 2)2 + y 2 ≤ 4 é (−2, 0)
que é ponto de sela. Logo, os extremos absolutos procurados são os determinados no item (b), i.e.,
f (−4, 0) = 11/6 e f (−2, 2) = f (−2, −2) = −11/6.
Exercı́cio 9. Sejam V (x, y) e A(x, y) respectivamente o volume e a área total da lata cilı́ndrica, onde x > 0
e y > 0 são o raio da base e a altura do cilindro. Mais precisamente:

V (x, y) = πx2 y, A(x, y) = 2πxy + 2πx2 , x > 0, y > 0.

Queremos determinar as dimensões da lata de área mı́nima e volume V = 16π cm3 , isto é, determinar o
mı́nimo absoluto de A(x, y) sobre Γ := (x, y) ∈ R2 ; πx2 y = 16π .

9
Vale observar que o domı́nio Γ do problema em questão não é limitado. Pelo método dos multiplicadores de
Lagrange, temos: ∇A(x, y) = λ∇V (x, y), isto é:

 2y + 4x = 2λxy,

2x = λx2 , (9.1)

 2
x y = 16

Como x > 0, a segunda equação de (9.1) se reduz a λx = 2, que substituı́da na primeira, nos dá: 2y + 4x =
4y ⇐⇒ y = 2x. Assim, temos da terceira equação, 2x3 = 16 ⇒ x = 2 . Portanto, P = (2, 4) ∈ Γ é o
único ponto cujas coordenadas são soluções de (9.1).
Observe que P (2, 4) é o ponto de mı́nimo absoluto de A sobre Γ. De fato, as curvas de nı́vel c de A(x, y) são
c
y= − x, c ∈ R, e a única que tangencia Γ é a que corresponde ao nı́vel c0 = 8π(1 + 2π). Se c < c0 elas
2πx
não se intercectam e para c > c0 elas se cruzam. Logo, o ponto P = (2, 4), que corresponde ao nı́vel c0 , é o
ponto de mı́nimo absoluto.
Exercı́cio 10. Seja d(x, y) a distância de P = (x, y) ∈ Γ ao ponto Q = (1, 1), onde Γ é a curva x3 +
y 3 − 3xy = 0. Como a função s 7→ s2 é crescente, basta determinar o ponto de Γ que minimiza a função
2
f (x, y) := d(x, y) = (x − 1)2 + (y − 1)2 .
Pelo método de Lagrange, temos ∇f (x, y) = λ∇g(x, y), onde g(x, y) = x3 + y 3 − 3xy. Mais precisamente,
 2
 2(x − 1) = λ(3x − 3y),

2(y − 1) = λ(3y 2 − 3x), (10.1)

 3
x + y 3 − 3xy = 0.

Observe que λ 6= 0. De fato, λ = 0 ⇒ x = y = 1, que não satisfazem a terceira equação de (10, 1).
Dividindo a primeira equação de (10.1) pela segunda, obtemos:

x−1 x2 − y
= 2 ⇒ (x − 1)(y 2 − x) = (y − 1)(x2 − y) ⇒ xy(y − x) = y − x.
y−1 y −x

Temos duas possibilidades: x = y ou xy = 1.


• se x = y, a terceria equação de (10.1) implica 2x3 = 3x2 , de onde se obtém x = y = 0 ou x = y = 3/2;
1
• se xy = 1, a terceira equação de (10.1) implica x3 + 3 = 3, de onde se obtém a equação x6 −3x3 +1 = 0.
x
Logo, pela fórmula de Bhaskara, temos
√ √
3 3+ 5 3 2 3− 5
x = ⇒ y = √ = ;
2 3+ 5 2
√ √
3− 5 2 3+ 5
x3 = ⇒ y3 = √ = .
2 3− 5 2

Portanto, temos três pontos a considerar:

√ !1/3 √ !1/3 √ !1/3 √ !1/3


   
 
3 3 3 + 5 3− 5 3 − 5 3+ 5
P0 = , , P1 =  , , P2 =  , .
2 2 2 2 2 2

Pela figura, vemos que os pontos P2 e P3 são pontos de mı́nimo absoluto de f em Γ e P0 é ponto de
máximo local (Verifique na figura!).

10

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