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INSTITUTO DE MATEMÁTICA
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
Exercı́cio 1. Temos f (x, y) = xy e a curva Γ definida por 4x2 + y 2 = 32. Se g(x, y) = 4x2 + y 2 , podemos
interpretar Γ como a curva de nı́vel 32 de g. Logo, pelo método de Lagrange, se P = (x, y) é um ponto onde
f atinge máximo ou mı́nimo, existe λ ∈ R tal que ∇f (x, y) = λ∇g(x, y). Portanto, temos o sistema de três
equações (e três incógnitas):
y = 8λx,
x = 2λy, (1.1)
2
4x + y 2 = 32.
Observe que λ 6= 0 pois λ = 0 ⇒ x = y = 0 que não satisfazem a terceira equação de (1.1).
Multiplicando a primeira equação de (1.1) por x e a segunda por y, obtemos
Portanto, temos os pontos P1 = (2, 4), P2 = (−2, −4), P3 = (−2, 4) e P4 = (2, −4), de onde se conclui que
f (P1 ) = f (P2 ) = 8 e f (P3 ) = f (P4 ) = −8 são respectivamente os valores máximo e mı́nimo procurados.
Exercı́cio 2. Temos f (x, y) = x2 + y 2 e a curva Γ definida por 3x2 + 4xy + 6y 2 = 140. Se g(x, y) =
3x2 + 4xy + 6y 2 , podemos interpretar Γ como a curva de nı́vel 140 de g.
(a) Pelo método de Lagrange, se P = (x, y) é um ponto onde f atinge máximo ou mı́nimo, existe λ ∈ R tal
que ∇f (x, y) = λ∇g(x, y). Portanto, temos o sistema:
2x = λ(6x + 4y),
2y = λ(4x + 12y), (2.1)
2
3x + 4xy + 6y 2 = 140.
x 3x + 2y
= ⇒ 2y 2 − 3xy − 2x2 = 0,
y 2x + 6y
1
Assim, temos os seguintes pontos a considerar:
√ √ √ √
P1 = (2, 4), P2 = (−2, −4), P3 = (−2 14, 14), P4 = (2 14, − 14).
Portanto, f (P1 ) − f (P2 ) = 20 e f (P3 ) = f (P4 ) = 70 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo
procurados.
(b) Veja a resposta na Lista.
Exercı́cio 3. Temos T (x, y) = (x − 2)2 y + y 2 − y a temperatura na placa contida na região Ω, onde:
√
(a) Ω = (x, y) ∈ R2 ; (x − 2)2 + y 2 ≤ 1/2 . Observe que Ω é o cı́rculo de centro em (2, 0) e raio 2/2.
(x − 2)2 + 2y − 1 = 2y 2 ,
(x − 2)2 + y 2 = 1
2
1
Subtraindo a primeira equação da segunda no sistema acima, obtemos a equação 3y 2 − 2y + = 0, que
2
não admite raı́zes reais.
Assim, temos os valores
√ √
1 1− 2 1+ 2
f (P1 ) = − , f (P4 ) = , f (P5 ) = ,
4 2 2
√
sendo −1/4 e (1 + 2)/2 respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de T em Ω.
2
(b) Neste caso, temos Ω = (x, y) ∈ R2 ; (x − 2)2 + y 2 ≤ 1 , que é o cı́rculo de centro em (2, 0) e raio 1.
Etapa 1. Os mesmos cálculos da etapa 1 anterior fornecem os pontos P1 = (2, 1/2) que está no interior
de Ω, e P2 = (3, 0) e P3 = (1, 0) que pretencem à fronteira de Ω, sendo f (P1 ) = −1/4 mı́nimo local.
Etapa 2. Analisando na fronteira de Ω pelo método de Lagrange, temos o sistema:
(x − 2)y = λ(x − 2),
(x − 2)2 + 2y − 1 = 2λy, (3.2)
(x − 2)2 + y 2 = 1.
x = 2 ⇒ y = 1 ou y = −1.
Temos assim os seguintes pontos na fronteira de Ω: P2 = (3, 0), P3 = (1, 0), P4 = (2, 1) e P5 = (2, −1).
Diferentemente do caso anterior, o sistema (3.2) admite outras soluções. De fato, se x 6= 2, o sistema se
reduz a y = λ e (
(x − 2)2 + 2y − 1 = 2y 2 ,
(x − 2)2 + y 2 = 1.
1 4
f (P1 ) = − , f (P2 ) = f (P3 ) = 0, f (P4 ) = 0, f (P5 ) = 2, f (P6 ) = f (P7 ) = ,
4 27
vemos que f (P1 ) = −1/4 e f (P5 ) = 2 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de T
em Ω.
Observação. Embora o exercı́cio seja para aplicar o método de Lagrange, vale observar que se (x, y) é
ponto da circunferência (x − 2)2 + y 2 = 1, temos
f (x, y) = y (x − 2)2 + y − 1 = y y − y 2 = y 2 − y 3 ,
o que nos permite deteminar os valores extremos de f sobre a fronteira de Ω analisando a função
ϕ(y) = y 2 − y 3 , com y ∈ [−1, 1]. Verifique!)
√
(c) Neste caso, temos Ω = (x, y) ∈ R2 ; (x − 2)2 + y 2 ≤ 2 , que é o cı́rculo de centro em (2, 0) e raio 2.
Etapa 1. Os mesmos cálculos da etapa 1 do item (a) fornecem os pontos P1 = (2, 1/2), P2 = (3, 0) e
P3 = (1, 0) que estão no interior de Ω, sendo P1 ponto de mı́nimo local. Para analisar o comportamento
da função em P2 e P3 , aplicamos o Teste da Derivada Segunda:
0 2 0 −2
H(3, 0) = = −4 < 0 e H(1, 0) = = −4 < 0.
2 2 −2 2
3
Etapa 2. Analisando na fronteira de Ω pelo método de Lagrange, temos o sistema:
(x − 2)y = λ(x − 2),
(x − 2)2 + 2y − 1 = 2λy, (3.3)
(x − 2)2 + y 2 = 2.
4 0
H(x, y) = = 24 > 0 ⇒ P1 é ponto de mı́nimo local.
0 6
4
• y = 0 ⇒ x2 = 16 ⇒ x = ±4;
√
• λ = 3 ⇒ x = −2 ⇒ y = ±2 3.
Portanto, temos os seguintes pontos da fronteira de D a serem testados:
√ √
P2 = (4, 0), P3 = (−4, 0), P4 = (−2, 2 3), P5 = (−2, −2 3),
onde f (P1 ) = −7, f (P2 ) = 11, f (P3 ) = 43, f (P4 ) = f (P5 ) = 47.
Portanto, f (P1 ) = −7 e f (P4 ) = f (P5 ) = 47 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos
de f em D.
(b) Temos f (x, y) = e−xy e D = (x, y) ∈ R2 ; x2 + 4y 2 ≤ 1 .
√
• λ=0 ⇒ x=0 e y = ± 3.
5
• x 6= 0. Da primeira equação de (4.3) segue que y = λ, e das segunda e terceira equações de (4.3),
x2 = 4y 2 ⇒ y = ±1 e x = ±2.
• x = 0 ⇒ y = ±2.
• y = 0 ⇒ x = ±2.
• x 6= 0 e y 6= 0. Dividindo a primeira equação de (4.4) por x e a segunda por y, obtemos λ =
2 2 2 2
(1 − x2 ) e−(x +y ) = (2 − 2y 2 ) e−(x +y ) ⇒ 1 − x2 = 2 − 2y 2 . Assim obtemos o sistema:
(
2y 2 − x2 = 1, p p
2 2
⇒ y = ± 5/3 e x=± 7/3.
y + x = 4.
e os respectivos valores
−4 −4
p p 17
f (0, ±2) = 8 e , f (±2, 0) = 4 e , f ± 7/3, ± 5/3 = e−4 ,
3
de onde se conclui que 4 e−4 e 8 e−4 são respectivamente os valores mı́nimo e máximo absolutos de
f em D.
(e) Temos f (x, y) = 4xy − 4x − 4y e D = (x, y) ∈ R2 ; (x − 1)2 + (y − 1)2 ≤ 2 .
Portanto, o ponto crı́tico P1 = (1, 1) está localizado no centro do cı́rculo D. Pelo Teste da Derivada
Segunda:
0 4
H(x, y) = = −16 < 0 ⇒ P1 é ponto de sela.
4 0
6
Etapa 2. Analisando o comportamento de f na circunferência D pelo Método de Lagrange:
4y − 4 = 2λ(x − 1),
4x − 4 = 2λ(y − 1), (4.5)
(x − 1)2 + (y − 1)2 = 2.
2(y − 1) 2(x − 1)
λ= = ⇒ (y − 1)2 = (x − 1)2 ⇐⇒ |y − 1| = |x − 1|.
x−1 y−1
Voltando à terceira equação, temos:
x = 2 ⇒ y = 2,
• y = x ⇒ 2(x − 1)2 = 2 ⇒ |x − 1| = 1 ⇒
x = 0 ⇒ y = 0;
2 x = 2 ⇒ y = 0,
• y = 2 − x ⇒ 2(x − 1) = 2 ⇒ |x − 1| = 1 ⇒
x = 0 ⇒ y = 2.
Portanto, temos os pontos
nos quais temos os valores f (P2 ) = f (P3 ) = 0 e f (P4 ) = f (P5 ) = −8, sendo estes os valores máximo e
mı́nimo absolutos de f em D, respectivamente.
Exercı́cio 5. Temos f (x, y) = x + y e D = (x, y) ; xy = 16 .
Observe que D é fechado (coincide com sua própria fronteira), mas não é limitado. De fato, D é uma
hipérbole (gráfico da função y = 16/x), com os ramos no primeiro e terceiro quadrante.
Veja que
16
lim f (x, 16/x) = lim x+ = ±∞.
x→±∞ x→±∞ x
Portanto, f não possui máximo ou mı́nimo absolutos em D. Porém, se restringirmos f a cada um dos ramos
dessa hipérbole, podemos encontrar valores máximos e mı́nimos locais de f . De fato, sejam D+ e D− os dois
ramos da hipérbole, isto é,
D+ := (x, 16/x) ; x > 0 e D− := (x, 16/x) ; x < 0 .
Poranto x0 y0 = 16 ⇐⇒ x20 = 16 ⇒ x0 = y0 = 4.
Exercı́cio 6. Seja Nc = (x, y) ; x2 + 16y 2 = c a curva de nı́vel que tangencia Γ = (x, y) ; xy = 1, x > 0 .
(a) No ponto de tangência, P = (x0 , y0 ) ∈ Nc ∩Γ, os gradientes de f e g(x, y) = xy são colineares (paralelos),
isto é, ∇f (x0 , y0 ) = λ∇g(x0 , y0 ).
Temos assim, o sistema:
2x0 = λy0
x0 y0
32y0 = λx0 ⇒ λ = = ⇐⇒ x20 = 16y02 .
16y0 x0
x0 y0 = 1.
7
Como x0 > 0, temos
1
x0 = 4y0 ⇒ 4y02 = 1 ⇐⇒ y0 = e x0 = 2.
2
Como estamos supondo (x0 , y0 ) ∈ Nc , segue que c = x20 + 2y02 = 8, isto é, a curva de nı́vel é a elipse
x2 + 16y 2 = 8.
1
(b) Pelo item (a), o ponto de tangência é P = 2, .
2
(c) Como o conjunto Γ não é limitado, as curvas de nı́vel de f (que são elipses centradas na origem) só
intersectam Γ a partir do nı́vel c = 8, que corresponde ao mı́nimo absoluto de f em Γ. A partir deste
nı́vel mı́nimo, todas as curvas intercectam Γ, de modo que f cresce indefinidamente.
Exercı́cio 7. Temos f (x, y) = x4 − y 4 − 2x2 + 2y 2 .
(a) Calculando os pontos crı́ticos:
(
4x3 − 4x = 0
⇐⇒ x ∈ {0, 1, −1} e y ∈ {0, 1, −1}.
−4y 3 + 4y = 0
12x2 − 4 0
H(x, y) = .
0 −12y 2 + 4
−4 0 −4 0
• H(0, 0) = = −16 ⇒ Sela; H(0, 1) = H(0, −1) = = 32 ⇒ Max.Loc..
0 4 0 −8
8 0 8 0
• H(1, 0) = = 32 ⇒ Min.Loc.; H(1, 1) = H(1, −1) = = −64 ⇒ Sela.
0 4 0 −8
8 0 8 0
• H(−1, 0) = = 32 ⇒ Min.Loc.; H(−1, 1) = H(−1, −1) = = −64 ⇒ Sela.
0 4 0 −8
(b) Determinando os extremos absolutos no disco D = (x, y) ; 4x2 + 4y 2 ≤ 1 .
Observe que o único ponto crı́tico em D é (0, 0), que é ponto de sela. Para calcular os extremos na
fronteira (que é a circunferência de raio 1/2 centrada na origem), vamos usar o método de Lagrange.
3
4x − 4x = 8λx
− 4y 3 + 4y = 8λy (7.1)
2 2
4x + 4y = 1
Vemos que x = 0 é solução da primeira equação, que substituı́da na terceira, fornece os pontos (0, 1/2)
e (0, −1/2). Analogamente, y = 0 é solução da segunda equação, para a qual a terceira equação fornece
os pontos (1/2, 0) e (−1/2, 0).
Essas são as únicas soluções do sistema (7.1), pois se xy 6= 0, obtemos após dividir a primeira e segunda
equações respectivamente por x e y, obtemos
2
4x − 4 = 8λ
− 4y 2 + 4 = 8λ (7.2)
2 2
4x + 4y = 1
8
Subtraindo a segunda equação de (7.2) da primeira, obtemos 4x2 + 4y 2 = 8 que é incompatı́vel com a
terceira equação. Portanto, observando que
7 7
f (0, ±1/2) = e f (±1/2, 0) = − ,
16 16
conclui-se que (0, ±1/2) e (±1/2, 0) são respectivamente pontos de máximo e mı́nimo absolutos de f em
D.
x3 y2 1
Exercı́cio 8. Temos f (x, y) = − +x− + .
12 4 2
(a) Calculando os pontos crı́ticos:
x2 y
− + 1 = 0, − = 0 ⇐⇒ x = ±2 e y = 0.
4 2
Logo, temos dois pontos crı́ticos: (2, 0) e (−2, 0).
Para analisar o comportamento de f nesses pontos, consideramos a matriz hessiana:
−x/2 0
H(x, y) = .
0 −1/2
−1 0 1 0
• H(2, 0) = = 1/2 ⇒ Max. Loc.; H(−2, 0) = = −1/2 ⇒ Sela.
0 −1/2 0 −1/2
(b) Determinando os extremos de f na circunferência (x + 2)2 + y 2 = 4.
x2
1 − = 2λ(x + 2),
4
y (8.1)
− = 2λy,
2
(x + 2)2 + y 2 = 4
Logo, f (−2, 2) = f (−2, −2) = −11/6 é o mı́nimo absoluto e f (−4, 0) = 11/6 é o máximo absoluto.
(c) De acordo com o item (a), o único ponto crı́tico no interior do cı́rculo (x + 2)2 + y 2 ≤ 4 é (−2, 0)
que é ponto de sela. Logo, os extremos absolutos procurados são os determinados no item (b), i.e.,
f (−4, 0) = 11/6 e f (−2, 2) = f (−2, −2) = −11/6.
Exercı́cio 9. Sejam V (x, y) e A(x, y) respectivamente o volume e a área total da lata cilı́ndrica, onde x > 0
e y > 0 são o raio da base e a altura do cilindro. Mais precisamente:
Queremos determinar as dimensões da lata de área mı́nima e volume V = 16π cm3 , isto é, determinar o
mı́nimo absoluto de A(x, y) sobre Γ := (x, y) ∈ R2 ; πx2 y = 16π .
9
Vale observar que o domı́nio Γ do problema em questão não é limitado. Pelo método dos multiplicadores de
Lagrange, temos: ∇A(x, y) = λ∇V (x, y), isto é:
2y + 4x = 2λxy,
2x = λx2 , (9.1)
2
x y = 16
Como x > 0, a segunda equação de (9.1) se reduz a λx = 2, que substituı́da na primeira, nos dá: 2y + 4x =
4y ⇐⇒ y = 2x. Assim, temos da terceira equação, 2x3 = 16 ⇒ x = 2 . Portanto, P = (2, 4) ∈ Γ é o
único ponto cujas coordenadas são soluções de (9.1).
Observe que P (2, 4) é o ponto de mı́nimo absoluto de A sobre Γ. De fato, as curvas de nı́vel c de A(x, y) são
c
y= − x, c ∈ R, e a única que tangencia Γ é a que corresponde ao nı́vel c0 = 8π(1 + 2π). Se c < c0 elas
2πx
não se intercectam e para c > c0 elas se cruzam. Logo, o ponto P = (2, 4), que corresponde ao nı́vel c0 , é o
ponto de mı́nimo absoluto.
Exercı́cio 10. Seja d(x, y) a distância de P = (x, y) ∈ Γ ao ponto Q = (1, 1), onde Γ é a curva x3 +
y 3 − 3xy = 0. Como a função s 7→ s2 é crescente, basta determinar o ponto de Γ que minimiza a função
2
f (x, y) := d(x, y) = (x − 1)2 + (y − 1)2 .
Pelo método de Lagrange, temos ∇f (x, y) = λ∇g(x, y), onde g(x, y) = x3 + y 3 − 3xy. Mais precisamente,
2
2(x − 1) = λ(3x − 3y),
2(y − 1) = λ(3y 2 − 3x), (10.1)
3
x + y 3 − 3xy = 0.
Observe que λ 6= 0. De fato, λ = 0 ⇒ x = y = 1, que não satisfazem a terceira equação de (10, 1).
Dividindo a primeira equação de (10.1) pela segunda, obtemos:
x−1 x2 − y
= 2 ⇒ (x − 1)(y 2 − x) = (y − 1)(x2 − y) ⇒ xy(y − x) = y − x.
y−1 y −x
Pela figura, vemos que os pontos P2 e P3 são pontos de mı́nimo absoluto de f em Γ e P0 é ponto de
máximo local (Verifique na figura!).
10