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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA - PPGE
PROFESSOR: Dr. HILTON RAMALHO

PEDRO MILREU CUNHA - 20201003111

Prova 1 - Economia Matemática

JOÃO PESSOA - PB
2020
Notações
Hijk... : sub-matriz formada a partir da retirada da i-ésima linha e coluna, j-
ésima linha e coluna, k-ésima linha e coluna etc. da matriz Hessiana
(a ausência de um ı́ndice indica a matriz original);

Br : é a matriz Hessiana orlada que contém a matriz Hessiana de ordem r


do Lagrangiano.

Questão 1

Pesquise os pontos crı́ticos e classifique-os considerando a otimização de cada


uma das funções a seguir:

a) y = (x − 2)4 .

Derivando y = f (x), temos:

f 0 (x) = 4 · (x − 2)3 · 1 = 4(x − 2)3

Então o ponto crı́tico será x∗ tal que:

f 0 (x∗ ) = 0 =⇒ 4 · (x∗ − 2)3 = 0 ⇔ x∗ = 2

Derivando f (x) novamente, temos:

f 00 (x) = 4 · 3 · (x − 2)2 · 1 = 12(x − 2)2

Então:
f 00 (x∗ ) = f 00 (2) = 12 · (2 − 2)2 = 0

2
Portanto o teste da segunda derivada é inconclusivo. Derivando novamente
até encontrarmos f n (2) 6= 0, temos:

 f 3 (x) = 24(x − 2) =⇒ f 3 (2) = 24(2 − 2) = 0
 f 4 (x) = 24 =⇒ f 4 (2) = 24 > 0

Assim, como 4 é par e 24 é positivo, segue pelo teste da n-ésima derivada


que o ponto x∗ = 2 é um mı́nimo local de f (x).

b) f (x, y) = 3xy 2 + x3 − 3x.

As condições de primeira ordem são:


(
fx = 0 =⇒ 3y 2 + 3x2 − 3 = 0 (1)
fy = 0 =⇒ 6xy = 0 (2)

De (2) temos dois casos:


(
x=0 (3)
y=0 (4)

Substituindo (3) em (1):

3y 2 + 3 · 02 − 3 = 0 ∴ 3y 2 = 3 ⇔ y = ±1

o que nos dá os pontos crı́ticos p1 = (x∗ , y ∗ ) = (0, 1) e p2 = (x∗ , y ∗ ) =


(0, −1). Agora substituindo (4) em (1):

3 · 02 + 3x2 − 3 = 0 ∴ 3x2 = 3 ⇔ x = ±1

o que nos dá os pontos crı́ticos p3 = (x∗ , y ∗ ) = (1, 0) e p4 = (x∗ , y ∗ ) =


(−1, 0).

Para analisar as condições de segunda ordem, temos, primeiramente:

3

 f = 6x
 xx


fyy = 6x



 f = f = 6y
xy yx

De modo que a matriz Hessiana de f (x, y) é:


" #
6x 6y
H=
6y 6x

Para o ponto p1 = (0, 1): " #


0 6
H=
6 0
e portanto

 |H | = |H | = 0
2 1
 |H| = −36 < 0

Para o ponto p2 = (0, −1):


" #
0 −6
H=
−6 0

e portanto

 |H | = |H | = 0
2 1
 |H| = −36 < 0

Para o ponto p3 = (1, 0): " #


6 0
H=
0 6
e portanto

4

 |H | = 6 > 0
2
 |H| = 36 > 0

Para o ponto p4 = (−1, 0):


" #
−6 0
H=
0 −6

e portanto

 |H | = −6 < 0
2
 |H| = 36 > 0

Logo, os pontos crı́ticos p1 = (0, 1) e p2 = (0, −1) são pontos de sela, o


ponto crı́tico p3 = (1, 0) é um mı́nimo local e o ponto crı́tico p4 = (−1, 0)
é um máximo local.

Questão 2

Considere os problemas de otimização restrita abaixo. Pesquise os pontos


crı́ticos e classifique-os:

a) M ax f (x, y) = 4 − x2 − y 2 s.a. x + y = 2.

Como a restrição g(x, y) = x + y é linear, ela é qualificada. Montando o


Lagrangeano, temos:

L = 4 − x2 − y 2 + λ · (2 − x − y)

5
Então as condições de primeira ordem são:

L = 0 =⇒ −2x − λ = 0 ⇔ λ = −2x (1)



 x

Ly = 0 =⇒ −2y − λ = 0 ⇔ λ = −2y (2)


Lλ = 0 =⇒ x + y = 2 (3)

Igualando (1) e (2):


− 2x = −2y ⇔ x = y (4)

Substituindo (4) em (3):

y + y = 2 ∴ 2y = 2 ⇔ y ∗ = 1 (5)

Substituindo (5) em (4):


x∗ = 1 (6)

e, por fim, substituindo (6) em (1), obtemos λ∗ = −2 .

Para as condições de segunda ordem, temos inicialmente:





 Lxx = −2, Lyy = −2


L = L = 0

xy yx


 gx = 1, gy = 1



 n = 2, m = 1, r = m + 1 = 2

Então a Hessiana Orlada será:


 
0 1 1
B = 1 −2 0 
 

1 0 −2

Para que haja um máximo local condicionado é necessário que:

(−1)r · |Br | > 0 ∴ (−1)2 · |B2 | > 0 ⇔ |B2 | = |B| < 0

6
No ponto ótimo (e em qualquer outro ponto), o determinante da matriz B é
(utilizando Laplace):

1 1 1 1
|B| = (−1)1+2 · 1 · + (−1)1+3 · 1 ·
0 −2 −2 0
= −1 · (−2 − 0) + 1 · (0 + 2)
=2+2= 4>0

Portanto o ponto crı́tico (x∗ , y ∗ ) = (1, 1) é um máximo local restrito.

b) M ax/M in f (x, y, z) = x + y + z s.a. x2 + y 2 = 2 e x + z = 1.

O Jacobiano das restrições g1 (x, y) = x2 + y 2 e g2 (x, y) = x + z é:


" #
2x 2y 0
J=
1 0 1

e, portanto, as restrições serão qualificadas desde que no(s) ponto(s) crı́tico(s)


(x, y) 6= (0, 0).

Montando o Lagrageano, temos:

L = x + y + z + λ1 · (2 − x2 − y 2 ) + λ2 · (1 − x − z)

Assim, as condições de primeira ordem são:

Lx = 0 =⇒ 1 − 2x · λ1 − λ2 = 0 ⇔ λ2 = 1 − 2x · λ1 (1)


1


Ly = 0 =⇒ 1 − 2y · λ1 − 0 = 0 ⇔ y · λ1 =


 (2)

 2
Lz = 0 =⇒ 1 + 0 − λ2 = 0 ⇔ λ2 = 1 (3)


Lλ1 = 0 =⇒ x2 + y 2 = 2 (4)






Lλ2 = 0 =⇒ x + z = 1 (5)

7
Igualando (1) e (3):

1 = 1 − 2x · λ1 ⇔ 2x · λ1 = 0

Temos dois casos:


(
x=0 (6)
λ1 = 0 (7)

Para o caso (6), em (5) temos:

0+z =1⇔z =1

e em (4):

02 + y 2 = 2 ⇔ y = ± 2

substituindo y em (2) obtemos:

1
λ1 = ± √
2 2

∗ ∗ ∗
 √ 1

o que nos dá os pontos crı́ticos p1 = (x , y , z , λ∗1 , λ∗2 )
= 0, 2, 1, 2 √
2
,1
 √ 1

e p2 = (x∗ , y ∗ , z ∗ , λ∗1 , λ∗2 ) = 0, − 2, 1, − 2√ 2
,1 .

Para o caso (7), temos em (2):

1 1 1
y · λ1 = ∴y·0= ∴0=
2 2 2

que é um absurdo.

Para as condições de segunda ordem, temos inicialmente:

8



 Lxx = −2λ1 , Lyy = −2λ1 , Lzz = 0


L = Lyx = 0, Lxz = Lzx = 0, Lyz = Lzy = 0


 xy


g1x = 2x, g1y = 2y.g1z = 0





 g2x = 1, g2y = 0, g2z = 1



 n = 3, m = 2, r = m + 1 = 3

Então a matriz Hessiana Orlada será:


 
0 0 2x 2y 0
0 0 1 0 1
 
 
B=
2x 1 −2λ1 0 0

2y 0 0 −2λ1 0
 

0 1 0 0 0

As condições de segunda ordem são:

Máximo local Mı́nimo local


r m
(−1) · |Br | > 0 =⇒ |B3 | = |B| < 0 (−1) · |Br | > 0 =⇒ |B3 | = |B| > 0

Utilizando Laplace (na quinta coluna) para calcular o determinante da matriz

9
B, segue que:

0 0 2x 2y
2x 1 −2λ1 0
|B| = (−1)2+5 · 1 ·
2y 0 0 −2λ1
0 1 0 0
 
0 2x 2y
= −1 · (−1)4+2 · 1 · 2x −2λ1 0 
 

2y 0 −2λ1
!
2x 2y 2x 2y
= −1 · (−1)1+2 · 2x · + (−1)1+3 · 2y ·
0 −2λ1 −2λ1 0
= 2x · (−4x · λ1 ) − 2y · (4y · λ1 )
= −8x2 · λ1 − 8y 2 · λ1
= −8λ1 · (x2 + y 2 )

 √ 
∗ ∗ ∗
Logo, para o ponto p1 = (x , y , z , λ∗1 , λ∗2 ) 1
= 0, 2, 1, 2 2 , 1 :

1 √ 2
|B| = −8 · √ · (02 + 2 )
2 2

4 2
=− ·2
2

= −4 2 < 0

∗ ∗ ∗
 √ 
e para o ponto p2 = (x , y , z , λ∗1 , λ∗2 ) 1
= 0, − 2, 1, − 2 2 , 1 :


 
1
|B| = −8 · − √ · (02 + (− 2)2 )
2 2

4 2
= ·2
2

= 4 2>0

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Então o ponto crı́tico (x∗ , y ∗ , z ∗ ) = (0, 2, 1) é um máximo local

restrito e o ponto crı́tico (x∗ , y ∗ , z ∗ ) = (0, − 2, 1) é um mı́nimo local
restrito.

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